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ECICLADORES ECICLAGEM & ARQUITETURA
TAMIRIS DE ALMEIDA MEDEIROS
UNIVERSIDADE DE UBERABA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
RECICLADORES, RECICLAGEM E ARQUITETURA
TAMIRIS DE ALMEIDA MEDEIROS Profª. Larissa Caroline Silva Jordão (Orientadora)
Uberaba, Novembro de 2015
resumo O presente trabalho teve como objetivo desenvolver um centro de coleta e reciclagem com características de um centro cultural, através de pesquisas que garantiram de embasamento teórico para a produção pratica dentro do campo da arquitetura e urbanismo, abordando o lixo como principal tema de discussão, vendo-o com um problema nas cidades brasileiras, já que este é descartado em aterros que em sua grande maioria não possuem nenhum tipo de adequação ambiental e cada vez mais ocupam espaço nos solos urbanos. Por meio destas questões vê-se a alternativa da reciclagem de lixo como parte solucionadora deste problema, porém ainda existem outras questões que impedem a eficiência deste processo nas cidades, como por exemplo, a falta de políticas públicas que incentivem os cidadãos a reciclarem o lixo doméstico, a falta de educação ambiental nas escolas a respeito da problemática do lixo e da importância da reciclagem, em geral a falta do envolvimento da sociedade nessa discussão. Além disso escolheu-se o tema pois é possível inferir que apesar da falta de políticas eficazes por parte dos governos das cidades, ainda existem pessoas que se utilizam do lixo como fonte de renda, este é o caso dos catadores de materiais recicláveis e das cooperativas de reciclagem, que por iniciativas próprias recolhem o lixo que pode ser reciclado revendendo-o para empresas maiores que realizam a reciclagem destes materiais. O tema foi escolhido justamente pelo fato de que através de uma análise arquitetônica dentro desta área, é possível verificar que os espaços destinados a realização deste trabalho não são pensados como espaços de qualidade e não possuem nenhum tipo de arquitetura relevante, se simplificam em grandes galpões, que não contribuem no trabalho realizado por estas pessoas. E ainda dentro da discussão da temática da reciclagem outras problemáticas são apontadas e se encaixam em uma solução arquitetônica para o problema abordado neste trabalho. Neste cenário escolheu-se a cidade de Uberaba Mg para analisando a reciclagem do lixo e propondo a criação de um centro de coleta e ‘‘reciclagem de lixo’’, com equipamentos necessários para atender a sociedade, como áreas de palestras educativas em , áreas de produção de trabalhos manuais através do lixo, locais de comercialização de produtos feitos com materiais recicláveis, e ainda atendo-se a inclusão social dos catadores de lixo, propõem-se um programa que possa incluir estas pessoas novamente na sociedade. PALAVRAS-CHAVE: Catadores; Reciclagem; Recicladores; Inclusão social; Arquitetura abandonada; Readaptação; Requalificação; Materiais recicláveis.
SUMÁRIO 01 INTRODUÇÃO 02 CAPITULO 1: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1.1 – COLETA SELETIVA DE LIXO E RECICLAGEM 1.2 – CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS 1.3 – ESPAÇOS DE TRABALHO 1.4 – VAZIOS URBANOS E ARQUITETURAS ABANDONADAS 1.5 – LEGISLAÇÃO NO CONTEXTO NACIONAL 03 CAPITULO 2: LEITURAS DE PROJETOS EXEMPLARES 04 CAPITULO 3: MUNICÍPIO DE UBERABA 4.1 COLETA SELETIVA E RECICLAGEM 4.2 ESCOLHA DA ÁREA DE PROJETO 4.3 HISTÓRICO DO BAIRRO/EDIFÍCIO 4.4 LEVANTAMENTOS 09 INTENÇÕES PROJETUAIS 10 REFERÊNCIAS
9 14 15 18 23 27 29 31 41 43 44 48 52 57
INTRODUÇÃO
1.1 - problemática Este projeto de pesquisa em arquitetura e urbanismo teve como problemática inicial os vazios urbanos e arquiteturas abandonadas nas cidades, neste caso em especial no município de Uberaba Mg, e tem como foco a revitalização urbana e arquitetônica, por meio da inclusão social dos catadores de materiais recicláveis e por consequência da população excluída da sociedade e que geralmente se apropria destes espaços para se consolidar, oferecendo a eles um local adequado para trabalho, moradia e lazer, sendo estas outras problemáticas também verificadas na maioria das cidades brasileiras. A proposta deste trabalho é proporcionar a requalificação destes espaços proporcionando uma integração de usos para toda a população e ao mesmo tempo inserir estas pessoas na sociedade.
1.2 - objetivo geral Desenvolver um centro de coleta e reciclagem no Município de Uberaba - MG, voltado especificamente para a comunidade de recicladores de lixo, que integre comércio, lazer, atividades culturais e educacionais, contemplando os edifícios abandonados como possíveis áreas para a implantação do projeto.
1.3 - objetivos específicos Ÿ Pesquisar os conceitos de reciclagem e coleta seletiva de
lixo; Ÿ Analisar a problemática do lixo na cidade de Uberaba por
meio de pesquisas e análise do ciclo de lixo na cidade; Ÿ Pesquisar os tipos de lixo que podem ser reciclados e seus
respectivos processos de reciclagem; Ÿ Realizar a leitura de espaços com temática
igual/semelhante; Ÿ Analisar áreas da cidade que se encontram
vazias/abandonadas e possuem potencial para se tornarem áreas de projeto, preferencialmente aquelas que possuem arquitetura já consolidada; Ÿ Fazer o levantamento da área livre escolhida para a proposta projetual; Ÿ Desenvolver um programa de necessidades que atenda a proposta projetual; Ÿ Realizar desenhos técnicos e perspectivas para o entendimento da proposta projetual;
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1.4 - justificativa A reciclagem do lixo urbano e doméstico se torna cada vez mais pertinente quando se discute conceitos de sustentabilidade e melhoria do desenvolvimento social e econômico das cidades, uma vez que a coleta seletiva contribui no prolongamento do ciclo de vida dos materiais recicláveis, diminuindo a quantidade de lixo que é destinada aos aterros sanitários, aumentando relativamente a economia destes municípios, uma vez que o gasto com a coleta convencional é reduzido e será obtido lucro pela venda dos materiais recicláveis, e ainda a coleta proporciona a inclusão social das pessoas que trabalham com os materiais recicláveis, sejam em cooperativas ou autônomas. Por meio da análise dos artigos pesquisados e de modelos de centros de coleta existentes, e em especial com base no artigo de Frenando Freitas Fuão, onde se estabelece uma crítica aos galpões de cooperativas de reciclagem, surge a maior questão a ser discutida, a da espacialização do local de trabalho dos recicladores, que na maioria das vezes procura atender uma questão meramente funcional, se restringindo a um galpão pré fabricado, ou na maioria dos casos improvisado, onde são esquecidos outros fatores importantes a serem considerados dentro de um projeto de arquitetura. Neste momento vê se a necessidade de construir um local de trabalho adequado as suas necessidades funcionais, estas relacionadas ao manejo dos materiais a serem reciclados, porém dentro de uma proposta arquitetônica, oferecendo além da funcionalidade, conforto ambiental, qualidade espacial, acessibilidade, uma concepção formal agradável e um programa que não somente atenda a demanda de trabalho destes recicladores, mas que possa oferecer uma integração entre a população da cidade e a reciclagem. Ainda é visto a falta de reconhecimento da comunidade de catadores de lixo que implicam em um papel fundamental para a cidade de Uberaba. Atrelado a isso, existe a problemática dos vazios urbanos presentes na cidade, e em alguns casos existem aqueles que possuem estrutura arquitetônica já consolidada, porém se encontram em abandono.
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Observa-se então, a possibilidade de utilizar essas áreas para estruturar a proposta de um projeto voltado à comunidade dos catadores de materiais recicláveis para abrigar um centro de coleta e reciclagem de lixo, uma estrutura habitacional temporária, para os catadores de lixo e também pessoas sem moradia, que vem de outros municípios em busca de emprego, e por falta de opções acabam invadido estas arquiteturas abandonadas em busca de refugio, oferecendo-se uma oportunidade para que estas se reestruturem economicamente e tenham um local temporário para morar, e demais espaços voltados a potencializar as atividades dessa comunidade, como por exemplo, a educação ambiental da sociedade para a importância da reciclagem do lixo, locais que ofereçam espaços para a produção, venda e exposição de novos materiais por meio da matéria prima do lixo, áreas de lazer que integrem a reciclagem, os recicladores e a cidade como um todo. Através de uma infraestrutura adequada para realização desse tipo de atividade, que contribui para a diminuição da demanda de lixo que é destinada ao aterro da cidade, permite também empregar de maneira formal os catadores autônomos e ainda oferecer a estes melhores condições de vida, revitalizando uma área urbana desvalorizada e resgatando uma arquitetura esquecida pelo tempo.
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1.5 - metodologia Inicialmente foram realizadas leituras de projetos de centros de coleta seletiva, que envolvem o processo de reciclagem e de triagem do lixo, bem como aqueles que contemplam outras atividades e usos que complementam a proposta de uma comunidade com uso múltiplo de atividades, como habitação, manufatura de materiais a partir do lixo reciclado, etc. A partir das leituras foi realizado ainda um mapeamento dos vazios urbanos presentes na cidade de Uberaba MG com o intuito de diagnosticar possíveis áreas para a implantação de um centro comunitário de reciclagem e coleta seletiva de lixo, priorizando-se os vazios urbanos com alguma estrutura arquitetônica já consolidada, com o objetivo de aproveitar a construção existente “reciclando” esses espaços e conferindolhes novos usos. Neste mapeamento foram encontradas duas áreas de fábricas abandonadas que apresentam as características desejadas para implantação do projeto, optandose pela área que se localiza em uma região mais central na cidade (Bairro São Benedito). Foram ainda mapeados os centros de coleta existentes, os ecopontos distribuídos pela prefeitura da cidade e o aterro sanitário. Foram realizadas leituras teóricas em artigos e textos relacionados ao tema de pesquisa, com o intuito de entender a dinâmica do processo de reciclagem, bem como a inserção dos catadores de materiais recicláveis neste contexto. Foram feitas leituras de autores diversos incluindo aqueles que não estabelecem nenhuma relação com a disciplina de arquitetura e urbanismo, justamente para que se obtivesse uma visão geral do assunto sob o olhar de diferentes profissionais. Para um melhor entendimento da área escolhida para a implantação do projeto, foram realizados levantamentos de uso e ocupação do solo, gabarito, equipamentos existentes na região, hierarquia viária, bem como a analise do zoneamento do município, observando os aspectos legislativos da área, como número máximo de pavimentos, afastamentos necessários, e tipos de uso permitidos. Por meio das conclusões obtidas pela leitura de artigos e textos, juntamente com a leitura de alguns projetos exemplares que tratam deste tema, e também a partir do mapeamento da cidade de Uberaba e da análise da infraestrutura dos espaços destinados a coleta e reciclagem de lixo, foi possível iniciar a produção de um programa de necessidades que contemplasse as reais necessidades exigidas para esse tipo de trabalho, egarantindo uma qualidade espacial arquitetônica para os espaços e que posteriormente dará início a um estudo arquitetônico da composição deste espaço, dentro da área de implantação escolhida.
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capitulo serão abordados os conceitos de diferentes fontes bibliográficas que abordam visões diferenciadas de alguns autores, entendidos como necessários para a compreensão do tema dentro do contexto: 1.1. Coleta seletiva de lixo e reciclagem; 1.2. Catadores de materiais recicláveis; 1.3. Espaços de trabalho; 1.4. Vazios Urbanos; 1.5. Legislação;
1.1 - COLETA SELETIVA DE LIXO E RECICLAGEM Para Heiden o termo reciclagem é definido como é um conjunto de técnicas que tem por finalidade aproveitar os detritos e reutiliza-los no ciclo de produção de que saíram. (HEIDEN, 2007, p.94, apud RODRIGUES e CAVINATTO, 1997).
Entendendo-se a reciclagem como ponto de partida para a elaboração de um programa de necessidades e diretrizes projetuais, é necessário a compreensão de como funciona o processo de coleta e sua importância no meio urbano, juntamente com o processo reciclagem, para que posteriormente se possa definir os tipos de materiais a serem coletados e reciclados dentro do programa proposto. Segundo Ribeiro e Lima, a coleta seletiva é o reaproveitamento de resíduos que normalmente chamamos de lixo e deve sempre fazer parte de um sistema de gerenciamento integrado de lixo. Nas cidades, a coleta seletiva é um instrumento concreto de incentivo a redução, a reutilização e a separação do material para a reciclagem, buscando uma mudança de comportamento, principalmente em relação aos desperdícios inerentes à sociedade de consumo. (RIBEIRO, LIMA , 2000, p.20).
A coleta seletiva faz parte integrada do processo de reciclagem, a reciclagem dos materiais somente pode ser feita de maneira efetiva se existir um processo de coleta seletiva na qual estes materiais poderão ser coletados e destinados a locais específicos como, centros de coleta e também cooperativas de reciclagem, na qual estes materiais passam por um processo de triagem, separados por categorias atendendo a demanda do mercado de produção, e o que não pode ser reciclado é descartado. Embora a coleta seletiva atualmente se encontre presente na maior parte dos municípios brasileiros, muito antes de exercer este papel de importância na gestão dos resíduos das cidades, os catadores de lixo, já realizavam a ‘‘ coleta seletiva ’’ nas cidades, em especial nos grandes centros urbanos, retirando do lixo seu sustento diário, realizando um trabalho informal, perigosos e exaustivo, procurando materiais que possam ser recicláveis, pelas ruas das cidades, em lixo doméstico e até mesmo em lixões, para revendende-los em ferros velhos ou cooperativas.
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A cidade de Uberaba conta com um programa de coleta seletiva, realizada por duas cooperativas (Cooperu e Cáritas) em parceria com a prefeitura, onde cada cooperativa se dedica na coleta de determinados bairros. O grupo Cáritas, atua com a coleta seletiva em 9 bairros, são eles: Pontal; Umuarama; Residencial Estados Unidos; Cássio Resende; Guanabara Frei Eugênio; Manoel Mendes; Cartafina e Costa Teles. A Cooperu (Cooperativa dos Recolhedores Autônomos de Resíduos Sólidos e Materiais Recicláveis de Uberaba), atua com a coleta seletiva também em 9 bairros, são eles: Grande Horizonte; Recanto das Torres; Olinda; Santa Marta; Vila Celeste; Santa Maria; Jardim São Bento; Jardim Alexandre Campos e Parque do Mirante. O programa de coleta de ambas as cooperativas conta com um plano de expansão para os demais bairros da cidade, porém para que isso ocorra são necessários mais caminhões para que a coleta seja eficiente e consiga atender toda a demanda: O grupo Cáritas (Grupo Espírita de Cáritas fará expansão em 25 bairros do Município, são eles: Pacaembú I; Pacaembú II; Vila Raquel; Parque das Américas; Leblon; Abadia; Nossa Senhora Aparecida; Estados Unidos; Boa Vista; Fabrício; Vila Olímpica; Vila Militar; Jardim Espírito Santo; Vila São José; Jardim Santa Adélia; Vila João Pinheiro; Jardim Indianópolis; Vila Leandro; Vila Presidente Vargas; Vila Ceres; Jardim Bela Vista; Conjunto Boa Vista; Arquelau; Conjunto Morada do Sol e Jardim Eldorado. A COOPERU fará expansão em 16 bairros do Município, são eles: Jardim Copacabana; Morumbi; Morada Du Park; Beija-Flor I; Beija-Flor II; Residencial Palmeiras; Residencial Dom Eduardo; Condomínio Villagio Di Fiori; Universitário; Condomínio Residencial Mário Franco; São Benedito; Vila Maria Helena; Morada das Fontes; Mercês; Parque São Geraldo e Valim de Melo.
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Fig.01 - Mapa de expansão da coleta Seletiva de Uberaba Mg.
É possível verificar um aumento gradativo na quantidade de lixo que passou a ser reciclado no município, porém nem todos os bairros são atendidos pelo serviço de coleta por falta de infraestrutura adequada, e ainda se vê necessária a comunicação entre população e reciclagem, mesmo que existam alguns programas de conscientização em escolas vinculados as cooperativas em parceria com a prefeitura, faz-se necessária a sensibilização de toda a população, e a implementação de ações que contribuem para a eficiência da coleta seletiva como um todo no município, estabelecendo-se pontos de coleta de fácil acesso em áreas comerciais, industriais, e residenciais.
Fig.02 - Infográfico da expansão da Coleta em Uberaba.
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MATERIAIS RECICLÁVEIS Os materiais considerados recicláveis são aqueles que possuem a capacidade de se transformar e que possuem compradores, ou seja um mercado que viabilize essa transformação de forma industrial, neste aspecto é necessário se colocar dentro do contexto atual do país, no Brasil por exemplo, não existem tecnologias disponíveis para realizar a reciclagem de determinados materiais, isso demonstra que um programa efetivo de coleta depende da realidade local. Para facilitar a gestão e separação dos materiais recicláveis foi criado na Europa um sistema de lixeiras em quatro cores distintas para cada categoria de material, azul para papéis, vermelho para plásticos, amarelo para metais, e verde para vidros. Este modelo foi também adotado no Brasil e segundo a resolução do CONAMA ainda podem se estabelecer cores para outros tipos de materiais como : o roxo para resíduos radioativos, marrom para orgânicos, cinza para resíduos não recicláveis, preto para madeira, laranja para resíduos perigosos e branco para resíduos de saúde. O fato é que apesar de existir o sistema de cores, dentro de cada categoria de material, existe uma grande variedade de tipologias que este material pode apresentar, por exemplo, o plástico mesmo que seja disposto na lixeira vermelha, ao chegar na cooperativa deverá passar por uma seleção mais refinada, separando-se por cor, tipo, etc, pois existem mais de 300 tipos de plásticos. Então mesmo que haja a separação por coloração, sempre haverá uma nova separação destes materiais quando chegarem ao centro de coleta. Fig.03 - Cores da coleta seletiva
VIDRO
PLÁSTICO METAL
PAPEL | 18
Re (repetir) + Cycle (ciclo) PAPEL O papel é um dos produtos mais utilizados nas tarefas do cotidiano. Quando não está sendo mais utilizado, pode passar por um processo de reciclagem que garante seu reaproveitamento na produção do papel reciclado.O papel reciclado tem praticamente todas as características do papel comum, porém sua cor pode variar de acordo com o papel utilizado no processo de reciclagem. Tipos de papel que podem ser reciclados: papel sulfite, papelão, caixas de embalagens de produtos, papel de presente, folhas de caderno, entre outros.
PLÁSTICO O plástico é um dos produtos mais utilizados na sociedade atual. Ao ser descartado por pessoas e empresas, pode passar por um processo de reciclagem que garante seu reaproveitamento na produção do plástico reciclado.O plástico reciclado tem praticamente todas as características do plástico comum. Tipos de plásticos que podem ser reciclados: tampas, potes de alimentos (margarina), frascos, utilidades domésticas, embalagens de refrigerante, garrafas de água mineral, recipientes para produtos de higiene e limpeza, PVC, tubos e conexões, sacos plásticos em geral, peças de brinquedos, engradados de bebidas, baldes. Embalagens Tetra Pak podem ser separadas juntamente com o plástico.
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metal O metal é um dos produtos mais utilizados nas tarefas do dia-adia. Encontramos embalagens de metais, fios e outros produtos metálicos em diversos produtos. Ao ser descartado por pessoas e empresas, pode passar por um processo de reciclagem que garante seu reaproveitamento na produção do metal reciclado. O metal reciclado tem praticamente todas as características do metal comum. Ele pode ser reciclado muitas vezes sem perder suas características e qualidade. O alumínio, por exemplo, pode ser usado sem limites. O aço após ser reciclado volta para a cadeia produtiva para ser transformado em latas e peças automotivas, por exemplo. Tipos de metais que podem ser reciclados: Latas de alumínio (refrigerante, cerveja, etc) e aço (latas de sardinha, molhos, óleo; Arames, pregos, parafusos; Fios de metal; Tampas de metal; Tampas de metal ; Tubos de pasta; Panelas sem cabo; Arames; Chapas de metal; Objetos de alumínio (janelas, portas, portões, etc); Fios e objetos de cobre;Ferragens; Canos de metal; Molduras de quadros; Tampinhas de garrafa; Tampas metálicas de potes de iogurtes, margarinas, queijos; Papel alumínio.
VIDRO O vidro é um dos produtos mais utilizados nas tarefas do dia-adia. Ao ser descartado por pessoas e empresas, pode passar por um processo de reciclagem que garante seu reaproveitamento na produção do vidro reciclado. O vidro reciclado tem praticamente todas as características do vidro comum. Ele pode ser reciclado muitas vezes sem perder sua características e qualidade. Tipos de vidro que podem ser reciclados: Garrafas de sucos, refrigerantes, cervejas e outros tipos de bebidas; Potes de alimentos; Cacos de vidros; Frascos de remédios; Frascos de perfumes; Vidros planos e lisos; Pára-brisas; Vidros de janelas; Pratos, tigelas e copos (desde que não sejam de acrílico, cerâmica ou porcelana).
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1.2 - catadores de materiais recicláveis Hoje existem de 400 a 600 mil Catadores, em um país que gera 180 mil toneladas de resíduos por dia, das quais 58 mil são de materiais recicláveis². O esforço dos Catadores contribui para que sejam reciclados, no Brasil, 98% das latinhas de alumínio, 56% do plástico, 48% do papel e 47% do vidro³. Segundo RUFFIN (2013. 242 p.) os catadores “Constituem uma massa de desempregados que, por sua idade, condição social ou baixa escolaridade, não encontram mais lugar no mercado de trabalho formal. Existem, ainda, aqueles que, a despeito de serem um pouco menos escolarizados, também não conseguem uma posição profissional num mundo marcado pelo compasso tecnológico e digital.” A citação faz referencia a grande exclusão da classe dos catadores de lixo, estes que geralmente são marginalizados pela a sociedade por trabalharem com aquilo que é considerado ‘‘lixo’’ e muitas das vezes vivem nas periferias e moram em condições precárias na maior parte das vezes. Retratando a necessidade da educação ambiental por meio da tecnologia de informações. No caso do município de Uberaba, existem os catadores que trabalham nas cooperativas e os que são autônomos e revendem o material que recolhem para estas cooperativas ou sucateiros. E ainda é possível observar que existem aquelas pessoas tem a coleta de materiais recicláveis como sua única fonte de renda, e ainda aquelas que realizam a coleta como forma alternativa de aumentar sua renda. Estas pessoas geralmente utilizam o próprio quintal de suas casas para guardar o material recolhido, até que este se acumule e garanta uma pesagem suficiente para o recebimento do valor pago pelos mesmos nas cooperativas. É necessário que exista uma maior inclusão da classe dos catadores de materiais recicláveis, e que eles recebam mais apoio por parte dos governos do país, criando-se políticas públicas que fortaleçam seu perfil empreendedor e ecológico. Fig.04 - Catador de materiais recicláveis
2 BRASIL. Plano Nacional de Resíduos Sólidos. 2011. 109 p. 3 ABRELPE. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. 2011. 185 p.
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Fig.05 e 06 - Trecheiros
{
TRECHEIROS
Vivem no trecho entre uma cidade e outra, catam lata pra comprar comida.
Catadores do lixão
Fig.07 e 08 - Catadores de lixão
{
Catam diurnamente, fazem seu horário, catam há muito tempo ou só quando estão sem serviço de obra, pintura ,etc.
Catadores individuais
}
Catam por si, preferem trabalhar independentes, puxam carrinhos muitas vezes emprestados pelo comprador que é o sucateiro ou deposista.
Fig.09 - Catador de papelão
Catadores organzados
{
Em grupos autogestionários onde todos são dono do empreendimento, legalizados ou em fase de legalização como cooperativas, associações, ONGs ou OSCIPs.
Fig.10 - Cooperandos realizando coleta seletiva
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1.3 - espaços de trabalho Por meio de pesquisas realizadas na elaboração da fundamentação teórica, outra questão se coloca dentro da temática da reciclagem, e diz respeito aos espaços de trabalho dos catadores de materiais recicláveis, onde a diversidade de cada indivíduo não é considerada, restringido estes espaços em galpões pré fabricados sem nenhum esforço arquitectônico envolvido em sua concepção. Vê se então a necessidade de trabalhar melhor estes espaços, permitindo que a arquitetura promova a igualdade desta classe de trabalhadores, diminuindo as diferenças sociais. Para Fuão, os catadores trabalham dentro de um espaço físico na qual passam a maior parte do tempo de seu dia nesses lugares, e infelizmente a maioria desses espaços não apresentam as condições mínimas de habitabilidade. Os galpões surgem num primeiro momento simplesmente como um espaço para a triagem, e mesmo os modelos de galpões construídos pelas prefeituras acabaram por demonstrar um grande desconhecimento da dimensão espacial-social dos catadores e de seus comportamentos. Tudo isso acaba refletindo no espaço, e os espaços mal projetados acabam refletindo-se nas relações sociais e de produção dos catadores. (FUÃO, 2006, p.e)
É importante que concepção destes espaços reflitam na qualidade do trabalho dos catadores, e no seu bem estar, adequando-se as atividades propostas. A maior parte dos galpões oferece apenas o básico para o processo de triagem dos materiais recicláveis, e nem sempre possui locais de descanso aos funcionários, nem mesmo qualidade e conforto térmico, sem falar no conforto visual. Além da infraestrutura básica do centro de coleta e reciclagem, outros espaços de uso comum foram pensados para que a aconteça uma participação de toda a sociedade no processo da reciclagem, com cursos e oficinas, áreas de palestra, exposições, espaços onde possam existir a comercialização de materiais manufaturados a partir da reciclagem, e possam oferecer outra fonte de renda a estes catadores, áreas de lazer de uso comum e também uma estrutura habitacional voltada as pessoas que necessitam de um amparo temporário para se estabilizarem economicamente.
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Fig.11 - Vista interna do Galpão de triagem Rubem Berta. Porto Alegre. 2008. Foto de Marcelo Heck.
Fig.12 - Vista interna do Galpão da AREVIPA, Porto Alegre. Foto de Bruno Cesar E. de Mello.
Fig.13 - Interior do Galpão de Reciclagem do Hospital São Pedro. Foto de Bruno Cesar E. de Mello.
Fig.14 - Galpão de Triagem de Resíduos Recicláveis, em Maceió, Alagoas.
Fig.15 e 16 - Espaço interno da Cooperativa de reciclagem Cooperu em Uberaba Mg.
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Fig.17 - Esquema de divisão de layout de galpão (Recomendações técnicas do Ministério das Cidades para construção de galpões para separação de resíduos sólidos).
Fig.18 - Proposta de layout de galpão (Diagnóstico de Cooperativas de Catadores - Reciclo – DF).
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Fig.19 - Planta baixa do galpão de triagem ARLAS, Canoas (RS). Desenhos por Thiago Wondracek e Marcelo Heck.
Fig.20 - Modelos de organização de trabalho
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1.4 - vazios urbanos e arquiteturas esquecidas Uma das problemáticas iniciais e que contribuíram para a formação da temática deste trabalho, foram os vazios urbanos, presentes também no município de Uberaba, são ocasionado por diversos fatores, dentre eles a expansão desornada das cidades, a falta de instrumentos regularizadores, ou como resultado de transformações urbanas, devido a alteração do perfil econômico das cidades, onde passam do perfil industrial para o setor terciário, notando-se grandes áreas e espaços vazios, com estruturas consolidada e que não possuem mais função e encontram-se em abandono. Para Veiga, o aproveitamento dos vazios urbanos é de interesse de todos os agentes produtores do espaço urbano, pois poderiam gerar lugares onde viver com pleno funcionamento de infraestrutura; ou possibilidades de áreas verdes, equipamento, recreação, entre outros; para os que investem nas cidades, acessos a terra urbanizada para novos usos emergentes; para o Estado vendedor de terra, possibilidade de obter recursos num momento de ajuste fiscal; para a cidade com um todo, reserva para assegurar sua sustentabilidade e racionalidade do capital social incorporado não utilizado. (VEIGA, 2007, p.20, apud CLICHEVSKY, 1999).
Assim como os vazios urbanos, a arquitetura, que muitas das vezes se faz presente nestes vazios, também constituiu um foco importante na definição da temática deste trabalho, pois a possibilidade de reutilizar estas construções, entra na definição do conceito de reciclagem abordado anteriormente, utilizando-se de suas estruturas físicas para proporcionar novos usos, sem a necessidade de demolir algo existente e por consequência gerar mais lixo ao meio ambiente. Segundo Rocha, uma fábrica abandonada ou uma fábrica que abandonou muitos, uma enorme massa construída, onde o trabalho parou, mas sente-se ainda o movimento dos operários e o som das máquinas.(...) Uma cidade é repleta de abandonos, por todos os lados, e de abandonados também. Eles estão ali perambulando pelas ruas, pelas calçadas, adentrando edifícios abandonados, encontrando-se, cara a cara conosco, Ás vezes desviamos, pulamos sobre eles, os abandonados cheiram mal, faltam-lhes dentes, e todos os objetos de consumo que tanto ansiamos. (ROCHA , 2010, p.526).
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A desvalorização de áreas e arquiteturas que antes eram fortemente utilizadas e hoje encontram-se em total abandono, tornando-se vazios urbanos, acabam acarretando outros problemas para as cidades, como segregação da população, acúmulo de lixo, vandalismo, etc. Estes locais e construções oferecem um potencial para as cidades, podendo-se transformar e oferecer novos usos a população, mantendo-se as estruturas já consolidadas, e prevalecendo a história que existiu ali em algum momento. Esta condição de abandono cabe perfeitamente no conceito do projeto proposto neste presente trabalho, pois enfatiza a necessidade de reciclar não somente o lixo, mas também a arquitetura nas cidades. Dentro da preservação da arquitetura procura-se aqui não necessariamente realizar um processo de restauro a um determinado patrimônio, mas sim resgatar a arquitetura em sua materialidade física, resgatando-se seu passado histórico de importância para a cidade.
Fig.21 - Edifício do antigo Cine Metrópole (Av.Leopoldino de oliveira)
Fig. 22 - Construção abandonada
Fig. 23 - Terreno entre as rua Tristão de Castro e Major Eustáquio (estrutura abandonada)
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1.5 - LEGISLAÇÃO NO CONTEXTO NACIONAL Ÿ “A Lei n. 12.305/2010 estabelece diretrizes gerais
aplicáveis a todos os tipos de resíduos sólidos no país, com exceção dos resíduos radioativos. Ela cria um novo modelo de gestão e oportunidades de desenvolvimento econômico e social, além de determinar o encerramento dos lixões em prazos de quatro anos. A conclusão dos Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos tem o prazo de dois anos, a partir da sanção da Lei.’’ Ÿ Segundo o Código Brasileiro de Ocupações – 2002:
Reconhecimento da categoria profissional de catador de material reciclável : “O Decreto n° 5.940, 2006, Instituição da Coleta Seletiva Solidaria, com destinação dos materiais recicláveis para os Catadores dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta.” Ÿ A Lei n° 11.445, 2007:
Permite que o poder público municipal contrate Cooperativas e Associações de Catadores, com dispensa de licitação, para a realização de serviço de coleta de resíduos sólidos nos municípios. Ÿ O Decreto nº 7.217, 2010 Regulamenta a Lei
11.445/07 e no artigo 2º, §3º traz que : “Para os fins do inciso VIII do caput, consideram-se também prestadoras do serviço público de manejo de resíduos sólidos as associações ou cooperativas, formadas por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo Poder Público como catadores de materiais recicláveis, que executam coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis”. Ÿ A Lei 12.305, 2010:
“Política Nacional de Resíduos Sólidos que objetiva, entre outros, a gestão integrada de resíduos e da prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para a integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.”
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Ÿ O Decreto 7.405, 2010:
“Institui o Programa Procatador, redimensiona o Comitê Interministerial para Inclusão Social e Econômica dos Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis (CIISC) e prevê, entre outras, a adesão voluntaria dos entes federados ao Programa PróCatador.” Ÿ O Decreto 7.619/11 (Lei 12.375/10):
“Regulamenta a concessão de crédito presumido do IPI, até 31 de dezembro de 2014, para aquelas indústrias que utilizarem, como matéria-prima ou produtos intermediários na fabricação de seus produtos, os resíduos recicláveis adquiridos diretamente das cooperativas de catadores de materiais recicláveis.” É possível verificar um grande avanço perante ao reconhecimento da importância da reciclagem do lixo por parte do governo do país e ainda o reconhecimento da reciclagem de lixo como trabalho de importância para as cidades. A legislação garante inclusão social e econômica para os catadores por meio de programas e parcerias. Mais ainda se faz necessário adequar outros fatores ligados ao próprio catador, tais com habitação, saúde, educação e outros, que contribuirão para uma melhor qualidade de vida para estas pessoas que realizam um serviço de grande importância ambiental nas nossas cidades.
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LEITURAS PROJETUAIS
Neste capitulo serão analisados projetos de arquitetura referentes a temática do lixo, que apresentam em seu programa outras atividades que complementam a proposta seguindo a metodologia de análise: Programa de necessidades de usos, qualidades ambientais, relação com a cidade, eixos de circulação, implantação, materiais aplicados, tecnologias construtivas.
Jakarta Bersih - Solução urbana para gestão de resíduos e habitação de baixo custo Cliente: DKI Jakarta Ano estimado para a construção: Novembro 2012 Autor do projeto: Steven Brunsmann Profissão: Arquiteto Escritório: nunc architects Cidade, País: Koog aan de Zaan, Netherlands Fig.24 - Realidade das kampongs
As vilas (kampongs) super populadas de Jakarta (Indonésia) inundam regularmente devido ao lixo que congestiona o sistema de canal. Os barracos enchem o leito dos rios, aumentando o risco de inundação ainda mais. Se os rios e canais existentes fossem dragados, o risco de enchente poderia ser reduzido em 40%. O Banco Mundial e os órgãos responsáveis do governo de Jakarta já prepararam programas de reabilitação e de dragagem do rio. Mesmo que a importância do reassentamento é reconhecida, iniciativas passadas de habitação social para acomodar os moradores de Kampong (vilas) falharam. A razão para esta falha pode ser atribuída à apertada malha das estruturas comunitárias do Kampong sendo rasgada pelos blocos de habitação desenvolvidos recentemente. Além disso, os aluguéis de casas novas, muitas vezes ultrapassavam o nível de renda. Consequentemente, os apartamentos são sublocados e a remigração aos kampongs (vilas) acontece. Jacarta Bersih é um programa de reassentamento, que incorpora as comunidades, encapsulando a coerência social e meios de subsistência das kampongs (vilas) dentro de uma estrutura de construção em camadas múltiplas, resultando em uma solução sustentável e gerenciável. Ao mesmo tempo, o projeto promove a reciclagem de resíduos e, assim, ajuda a resolver um grande problema que causa de inundações na capital da Indonésia de dez milhões de habitantes, onde o sistema de canal é congestionado com resíduos que se prendem a ele.
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1- Desnsidade de Jakarta 2009: Somente 12% da superfície de Jakarta é destinada a áreas naturais e de águas abertas. 2- Meta para uma Jakarta saudável: Cerca de 30% da superfície de Jakarta deveria ser ocupada por áreas verdes e água.
3- Consequência: Essa meta implica relocalização de 320.000 domicílios * (* em sua maioria em favelas nas kampungs superpovoadas.) 4- Futuro das Kampungs: Kampungs (vilas) verticais em coexistencia com as kampungs tradicionais.
5- Produção de lixo: Jakarta produz 28.000m³ de lixo por dia. Os resíduos anuais empilhados a 1 metro de altura cobririam 9km². 6- Potencial: Se processado com eficiência, cerca de 95% deste lixo poderia ser reciclado ou reutilizado.
7- Processamento de resíduos, mercados informais e habitação em um edifício: O lixo de Jacarta será reciclado, compostado ou limpo. Jacarta Bersih oferece condições para o processamento de resíduos de base comunitária para limpar a cidade e oferecer trabalho e renda para as comunidades Kampung.
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Fig. 25 - Implantação das Kampungs verticais em relação as vias e áreas verdes propostas.
Associação aos problemas urbanos da cidade + criação de áreas verdes.
As Kampungs verticais com os centros de reciclagem foram programados em pontos estratégicos ao longo das vias de Jakarta, ás áreas verdes e água foram trazidos de volta nos Kampungs por meio da desapropriação das habitações irregulares. Fig. 26 - Relação do edifício com o entorno.
Fig. 27 - Esquema de funcionamento do ciclo da reciclagem.
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Fig. 28 - Rampas de acesso e comércio informal.
ac es e ív l
encontrar trabalhar Fig. 29 - Centro de reciclagem no térreo
As rampas verticais e galerias de grandes dimensões para manter pequenos comércios familiares, veículos ou animais. Praças adicionais convidam uso informal e criam espaços públicos vividos ligados às habitações.
Conclusão: o projeto de Jakarta Bersih contempla a criação de um programa misto que oferece habitação aos moradores das vilas '' Kampongs”, propõem áreas que possibilitam o comércio informal de uma maneira mais organizada, um centro de reciclagem, bem como escola, centro médico, mesquita e centro administrativo. Além disso o projeto incorpora práticas sustentáveis, designando uso de materiais recicláveis nas fachadas das habitações, materiais estes que são produzidos no próprio centro de reciclagem, ele propõe também o uso dos resíduos orgânicos como forma alternativa de produção energética, facilitando ainda mais as condições de moradia da comunidade. A implantação do projeto é estratégica, priorizando áreas de grande movimento na cidade, próximo as principais vias, para facilitar o transporte do lixo a ser reciclado. A distribuição dos eixos de circulação se dá ao longo de toda horizontalidade do edifício por meio de rampas, o que garante acessibilidade aos usuários e permite que os catadores subam com seus carrinhos de reciclagem para os demais pavimentos.
Fig. 30 - Esquema de distribuição das atividades
A leitura é bastante pertinente pois aborda uma questão de regularização social, onde o autor se utiliza de um problema urbano encontrado na cidade de Jakarta, que são os assentamentos irregulares, e resolve o problema realocando estas pessoas e suas habitações para uma condição mais sanitária, incluindo o trabalho desta população junto ao programa, que seria a reciclagem se materiais recicláveis e o comercio informal.
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Projeto de TFG: centro de reciclagem em Riyadh Autor do projeto: Hatem Saleh Alkhathlan Universidade : King Saud Universityn College of Architecture and Planning Orientador: Dr Hatem M. El Shafie Cidade, País: Asia - Saudi Arabia - Riyadh O Problema : a quantidade anual de resíduos sólidos na Arábia Saudita é de cerca de 28 milhões de toneladas. Reciclagem vai poupar 933 milhões de dólares, mas não podemos apenas começar a reciclagem, sem conscientização da comunidade sobre como pode a reciclagem afetar nossa natureza, economia e futuro.
Fig.32 - Localização do projeto
No plano diretor da cidade a área de implantação do projeto é destinada a uma área pública, então um dos desafios do projeto era manter o espaço púbico como potencial para o projeto.
A ideia: o projeto visa criar um centro industrial, cultural e de pesquisa voltado para o desenvolvimento de novas maneiras de explorar a reciclagem em todo o país. Elementos do projeto: o projeto consiste em três elementos principais: 1- Cultural (consciência) : exibições interativas, palestras, lojas; 2- Pesquisa : laboratórios e escritórios de pesquisa; 3- Usina de Reciclagem: planta de reciclagem, armazém; Fig.33 - Imagem da proposta projetual
O conceito é combinar estes elementos para criar uma emocionante viagem para os visitantes, que consistem em três fases:. Ver, explorar e interagir . • O projeto liga os espaços interiores e exteriores em de diferentes formas para atrair o público e dar-lhes um vislumbre do que eles podem ver no projeto; • A viagem vai começar com a primeira fase que é "ver" através de uma exposição que atravessa à outra extremidade do edifício; • o subsolo para explorar os laboratórios de pesquisa e da usina de reciclagem através de uma ponte por cima destes espaços estabelece a conexão visual existente; • depois que o visitante tem uma ideia clara sobre a história e uso da reciclagem e explorou como ele é feito, é hora para interagir com o processo, deixando os visitantes criarem seu próprio produto reciclado;
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Fig.34 - Esquema de distribuição de usos no edifício
Facilidades no subsolo Planta da reciclagem subterrânea
Exibição em espiral
Serviços Exibição intera va
Centro de pesquisa Auditório Exibição intera va (ponte de observação para área de reciclagem)
Centro de pequisa
Auditório
Ponte sobre a linha industrial (reciclagem)
Fig.35 - Conceito do projeto Escondendo a área de reciclagem no subsolo com o teto de vidro, aumenta o senso de exploração.
Conexão visual Área pública
Sacrificando as áreas publicas com blocos de edi cios tradicionais. Ocultando a visão das casas
Mesclando a forma do edi cio com a área publica, criando um telhado inclinado e conectando o interior com os espaços externo para atrair as pessoas e aproximá-las do projeto.
O que chama a atenção na leitura é a forma como o autor consegue fazer a conexão do exterior com o interior do edifício, permitindo o acesso do público, a partir de uma praça, e a maneira como foi pensada a construção do edifício proposto, sem que interferisse nas visuais e na fluidez dos pedestres que passam pela praça. A arquitetura por sua vez cria espaços que podem ser explorados, e que permitem a participação dos usuários que estão na praça, chamando sua atenção para o que acontece no interior do edifício.
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Fig.36 e 37 - implantação geral do edifício em relação ao entorno e imagem 3d do subsolo, mostrando o centro de reciclagem e sua cobertura em vidro.
Fig.38 - Esquema do percurso proposto. (Ver, explorar e fazer)
ver
auditório
fazer Laboratórios de pesquisa
Áreas de parada Para a visão da área industrial
explorar
A proposta prevê um circuito na qual o usuário é capaz de interagir com a arquitetura e com o processo da reciclagem. Os espaços são fluidos e acessíveis permitindo um percurso livre, com áreas de exibição, contemplação, por meio de passarelas suspensas, além de contar com espaços complementares, como anfiteatro, laboratórios de pesquisa e espaço para realização de oficinas.
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Fig.39 - Circulação vertical
A circulação vertical se dá por meio de uma rampa em espiral, que contempla uma exposição de artes, duas escadas rolantes e um elevador central.
Fig.40 - Pavimento térreo e 1ºpavimento.
PAVIMENTO TÉRREO
PLANTA DO 1º PAVIMENTO
Hall do 1º piso loja
Hall do 1º piso Galeria espiral Galeria lateral Mesa de informação Entrada
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Fig.41 e 42 - Planta nível -1 e planta do nível -2 (subsolo) respectivamente.
Exibição intera va
Laboratórios de pesquisa (seção para visitantes)
Passagem de serviço
Depósito
Planta de reciclagem
Plataforma de observação
Área da reciclagem
Administração
Laboratórios de pesquisa, escritórios e admn.
Fig. 43 - Corte esquemático Massa térmica (refriamento)
Telhado verde
Ven lação natural
Espaço publico sombreado
Janela de exaustão Resfriamento geotérmico de água
Pele dupla
Conclusão: O projeto enfatiza a importância do conhecimento deste processo de reciclagem através de varia percepções, o que torna mais agradável e interessante o processo de conhecimento. A utilização dos vários níveis para distribuir as atividades dentro do edifico permitem um contato visual do usuário na maior parte do tempo, utilizando-se de passarelas suspensas áreas com pé direito duplo, fechamentos translúcidos. Outra questão importante a destacar é como o desnível natural do terreno foi respeitado pelo autor, a cobertura do edifício parece dar continuidade ao desnível da praça, criando uma área verde de estar na sua própria inclinação. A forma curva da cobertura permite uma boa ventilação natural do espaço interno bem como uma variação de altura do pé direito interno, criando espaços mais abertos (para exposições) ou espaços mais íntimos (pé direito mais baixo).
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MUNICÍPIO DE UBERABA
LOCALIZAÇÃO NO MAPA
(UBERABA)
(mg)
(BRASIL)
Fig.44 - Vista aérea de Uberaba Mg
o município Uberaba situa-se na micro-região do Triângulo Mineiro, no Estado de Minas Gerais, com latitude sul 19º45’27" e longitude oeste a 47º55’36". E está equidistante, num raio de 500 Km, dos principais centros consumidores do Brasil. A cidade demonstra um crescimento da agricultura, da pecuária, da indústria e do comércio, atendendo as demandas nos aspectos econômicos, culturais e de serviços essenciais à população.
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4.1 - coleta seletiva e reciclagem em uberaba Como foi apontado nos capítulos anteriores, o município de Uberaba tenta contribuir de alguma forma na implantação de políticas que contribuam na reciclagem do lixo, por meio da coleta seletiva em parceria com as duas cooperativas de reciclagem existentes na cidade, na qual a prefeitura disponibiliza caminhões que coletam o lixo dos moradores em determinados bairros e leva os mesmos para as cooperativas realizarem a triagem e revenderem o lixo para demais empresas. O processo não é totalmente eficaz, uma vez que as cooperativas necessitam de mais caminhões pra realização da coleta do lixo nos demais bairros da cidade, atendendo toda a população. Além da coleta seletiva a prefeitura do município criou um projeto de ecopontos, distribuídos em áreas de periferia e bairros mais precários, que são espaços cercados, muita das vezes apenas com uma caçamba de lixo para a disposição de materiais de construção ou materiais que podem ser reciclados descartados pela polução. Os ecopontos estão distribuídos em áreas de periferia do município como uma maneira de controlar o acumulo de entulho jogado nessas regiões, além de material reciclável como vidro, plástico, papel e papelão, os pontos ecológicos recebem restos de podas de árvores, móveis sem condições de uso, materiais cerâmicos pisos, azulejos, tijolos, etc, o volume descartado não pode ultrapassar 1m³.
Fig.45 - Ecoponto do Volta Grande. Foto: Enerson Cleiton
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Atualmente o município de Uberaba conta com uma comunidade de recicladores bastante considerável, assim como na maioria das cidades brasileiras, esta população geralmente trabalha de forma autônoma com carrinhos improvisados, recolhem tudo aquilo que pode ser vendido as cooperativas de reciclagem. Tiram do lixo seu sustento diário, o que geralmente não é muito. E apesar de realizarem um trabalho de enorme importância para a cidade e para o meio ambiente, uma vez que contribuem com a eficiência do sistema de coleta seletiva, são geralmente discriminados por parte da população por trabalharem com o ‘‘lixo’’, e como resultado da segregação social, residem em áreas de periferia das cidades e de baixa infraestrutura urbana. A cidade de Uberaba ainda não possui um levantamento da quantidade de recicladores existente, porém pode-se obter alguma estimativa deste número por meio de uma análise do número de catadores presentes no município de Uberlândia que é estimado entre mil e duzentas pessoas, segundo a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos de Uberlândia (apud JESUS, 2003). E segundo dados do Cooperu Cooperativa de Recolhedores Autônomos de Resíduos Sólidos e Líquidos de Uberaba - que é a maior beneficiada, até agora, com a coleta seletiva de lixo implementada pelas secretarias de Meio Ambiente e Agricultura, em 2013 existiam cerca de 30 cooperados fixos e outros 90 esporádicos. Cada um recebe, em média, um salário mínimo. Ao todo, eles recolhem em média 80 toneladas de recicláveis por mês. Com base nestas informações estima-se que a quantidade de catadores presente na cidade seria de aproximadamente metade do número de catadores presentes no município de Uberlândia. Em relação ao lixo produzido no município de Uberaba, cerca de 290 toneladas são produzidas por dia, e quase 50% deste lixo poderia ser reciclado, porém atualmente apenas cerca de 2% do lixo urbano é reciclado.
RESÍDUOS DESTINADOS AO ATERRO SANITÁRIO 290 toneladas/dia
42% reciclável 58% orgânico QUANTIDADE DE RECICLÁVEIS MOVIMENTADOS EM UBERABA 1.650 toneladas/mês
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4.2 - escolha da área de projeto Foi escolhido trabalhar com a proposta de pesquisa no município de Uberaba pois se observa a formação de uma comunidade de indivíduos que trabalham com o recolhimento de materiais recicláveis, e que não possuem a assistência necessária para a realização deste trabalho. Outro fator que impulsionou a escolha do município é a presença de espaços inadequados para a realização da separação dos materiais a serem reciclados, além disso o município apresenta várias áreas desocupadas ( vazios urbanos) que merecem uma requalificação que possa proporcionar novos usos para determinados locais, e restabelecer uma comunicação com a malha urbana.
Fig.47 - Localização da área
N
4
Ponto de coleta (Wallmart)
3
rodoviária
5 6
shopping
7 Legenda Área de Projeto
ferro velho
pq.de exposições
2
Áreas verdes Grandes vazios
1
Principais Avenidas:
1 - Av. Santa Beatriz da Silva 2 - Av. Edilson Lamartine Mendes 3 - Av. Santos Dumont 4 - Av. Barão do rio Branco 5 - Av. Fernando Costa 6 - Av. Cel. Joaquim de Oliveira Prata 7 - Av. Guilherme Ferreira
Foram mapeadas as áreas de coleta de lixo da cidade, os ecopontos e as cooperativas de reciclagem, bem como do aterro sanitário para que se estabelecesse uma análise em relação a distribuição destes locais. A partir de então foram mapeadas possíveis áreas consideradas vazios urbanos dentro do tecido da cidade, e que seriam potenciais construtivos para este projeto em questão, priorizando-se áreas vazias com algum tipo de arquitetura consolidada, com o intuito de aplicar o conceito da reutilização da matéria em novos usos e possibilidades.
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Através da verificação da Legislação do município, observouse que os locais propícios para atividades destinadas a reciclagem de lixo se encontram nos distritos industriais da cidade, talvez pelo grande volume de lixo que é destinado a estes locais e pela inconveniência gerada pela poluição visual. Porém coloca-se em discussão se de fato estes espaços deveriam se localizar tão distantes da população, tendo em vista que algumas cooperativas e locais de venda de sucata, estão localizados em meio ao tecido urbano e não em áreas periféricas como coloca a legislação. Essa indagação coloca em discussão questões políticas e sociais voltadas ao interesse das classes mais altas, e das municipalidades, onde tudo aquilo que pode ser considerado insalubre, como a prática da reciclagem, e as próprias pessoas de classe baixa, entre outros, são destinados a locais periféricos da cidade, fora do alcance dos nossos olhos, segregando populações e atividades, que deveriam ser compartilhadas com toda a população. No caso da proposta projetual deste caderno de pesquisa, a escolha da área em questão se deu por se tratar de um vazio urbano em meio a um bairro bem populoso e também por apresentar uma arquitetura de perfil fabril abandonada, e por se localizar em uma região central e não periférica, proporcionando uma maior integração da cidade e população em geral com o programa de projeto proposto.
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PONTOS DE COLETA/RECILAGEM/ATErro sanitário/ecopontos N
3
2
1
50
100
200
Escala gráfica
LEGENDA Ecopontos Área do projeto Centros de coleta existentes 1- Centro de reciclagem volta grande 2- Cáritas 3- Cooperu Sucatas/centros de coleta de reciclagem Aterro sanitário (km 17, entrada de Baixa)
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4.3 - histórico do bairro/edifício A área de projeto está localizada no bairro São Benedito, sendo este um dos mais antigos da cidade e portanto a maior parte da população residente são em sua maioria pessoas mais idosas, e esta mesma característica pode ser observada nos estilos das construções, que também remetem a décadas passadas. Com o passar do tempo o bairro atraiu além de novos moradores, outros tipos de comércio de vários ramos e serviços também variados. Hoje é um dos mais populosos bairros de Uberaba, com marcos importantes para a cidade como o Shopping Center, a Rodoviária e o Parque de Exposições além de seu ramo comercial de grande e médio porte.
Fig.48 e 49 - imagens aéreas do shopping e do parque de exposições
Fig.50 e 51 - Avenida Fernando Costa -1948/ Antigo terminal rodoviário em 1944, na Praça da Bandeira (atual Praça Dr. Jorge Frange).
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Fig.52 - Derrubada das árvores na área (2013).
O terreno onde a fábrica está implantada, era rodeado por dezenas de árvores das espécies Flamboyant e também Eucaliptos, estas árvores por sua vez foram derrubadas em 2012 por apresentarem risco de queda devido a presença de cupins, segundo especialistas. Modificando completamente a paisagem do local. Outro problema ocasionado pelo abandono área é a presença de moradores de rua e usuários de drogas no local, eles passaram a ocupar o interior e exterior da fábrica, causando desconforto aos moradores, comerciantes e até as pessoas que frequentam a rodoviária, além disso o acumulo e lixo no terreno é algo que incomoda aos moradores das proximidades.
Fig.53 e 54 - Área ocupada por moradores de rua.
Fig.55 - Modificação da paisagem ao longo dos anos .Imagens retiradas do Google Earth.
2006
2010
2013
2014
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O Edifício existente na área de intervenção , foi construído por Sebastião Paes de Almeida, conhecido como o rei do vidro brasileiro. Com a intenção de se instalar uma de suas fábricas de vidro na cidade de Uberaba (Vidrobrás). O complexo da fábril da década de 60 contava com um edifício que abrigaria a produção do vidro ( a fábrica em si) e casas para os funcionários e diretores. Entretanto a fábrica não chegou a funcionar, devido a cassação do deputado e seu falecimento. Posteriormente o complexo foi vendido para Luiz Antônio Costa, que transformou o local em uma fábrica de botinas (Botinas Zebu).¹ A estrutura da fábrica é constituída por uma malha de pilares e vigas em concreto armado. A cobertura é feita com telhas inteiriças de amianto, e existem ‘sheds’ que ventilam o interior da fábrica. As instalações elétricas são embutidas e semi embutidas, as esquadrias são em madeira e ferro. E o edifício possui dois pavimentos sem pé direito duplo.²
Fig.56 - Esquema de composição estrutural do edifício existente
Fig.57 - Modulação da malha estrutural do edifício
Referências: TFG ¹ de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Uberaba - Joyce Libéria 2006; TFG² de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Uberaba - Luciana Coeli Silva 2012
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IMPLANTAÇÃO ATUAL O NE
R.DO NATO CICI Postes com
Telefone
iluminação
público
Postes sem
R.BOM RETIRO
R.
DO
NA TO
CI
CI
iluminação
Via proposta no Plano Diretor do Município (não executada)
CASA DE MÁQUINAS
LEGENDA :
Edifício existente Casa de máquinas Caixa d’água
CAIXA D’ÁGUA 5000 Litros
R.EDMUNDO BORGES DE ARAÚJO
Guarita Cercado
{
Vegetação
remanescente
Escala : 1/750 | 51
4.4 - LEVANTAMENTOS Os levantamentos realizados apontam o entrono da área escolhida com um uso predominantemente residencial e comercial, onde em alguns pontos o comércio é de grande porte, em sua maioria, já que o bairro tem essa característica, abrigando grandes concessionárias, galpões de funilaria e pintura, entre outros. A predominância do gabarito do entrono é térreo, podendo-se ocorrer variações de dois e três pavimentos. A ocupação dos lotes com as edificações na face parte frontal do mesmo, com variações de recuo lateral, e em sua maior parte fundo do lote vago.
MAPA DE CHEIOS E VAZIOS
N
LEGENDA 50
100
Escala gráfica
200
Ocupações
Área de projeto
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MAPA DE USO DO SOLO
N
1
50
100
200
Escala gráfica
Uso predominante residencial
Uso predominante institucional Construções/lotes vagos/abandonados 1- ÁREA DE PROJETO
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MAPA DE GABARITO
N
1
50
100
200
Escala gráfica
2 Pavimentos
De 5 a mais pavimentos 1- ÁREA DE PROJETO
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SISTEMA VIÁRIO E EQUIPAMENTOS
N 11 3
6 10
2
9 1
4 8 13 12
7 5 50
100
200
Escala gráfica
Vias coletoras
Vias locais Área de projeto
1- Terminal Rodoviário 2- Igreja São Benedito 3- Mosteiro Nossa Senhora da Glória 4- Elite clube de Uberaba 5- Praça Vicentino Rodrigues da Cunha 6- Praça Dr.Jorge Frange 7- Parque de exposição Fernando Costa 8- Shopping Uberaba 9- Ass.Assist. Surdos Uberaba 10- Colégio Nossa Senhora das Graças 11- Colégio Uberaba 12- Escola Estadual Professor Chaves 13- FETI
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ZONEAMENTO
N
50
100
200
Escala gráfica
LEGENDA Área do projeto 1 - MACROZONA DE ADENSAMENTO CONTROLADO 1.1 - Controle em função da impermeabilização do solo na Bacia do Córrego das Lajes; 1.2 - Àreas sujeitas a enchentes nas avenidas; 1.3 - Controle em função da saturação viária; 1.4 - Controle em função de preservação do Patrimônio Histórico e Artístico de Uberaba.
O terreno se localiza na ZONA MISTA 2, onde se permitem os seguintes usos: i Residencial: Unifamiliar/multifamiliar | horizontal/vertical i Comercial | serviços i Industrial de pequeno porte | médio porte Número máx. de pavimentos: NP.máx = Larg.via x
LV < = 12 i ix= 3 , logo NP.máx = 11/3 = 3,66 = 4 pavimentos
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