Ribeirรฃo Preto
Espaรงo de Danรงa
“...arquitetura reafirma e assegura o lugar de meu corpo no mundo, e a dança indaga e repropõe o lugar desse corpo no mundo. “ (FILHO,2007)
Dancing House - “Casa Dançante” Praga, República Tcheca
Trabalho Final de Graduação - TFG 2015 Arquitetura e Urbanismo - Estácio/Uniseb Ribeirão Preto - SP
Autora: Tatiane Tavares Targon Orientadora: Ana Lúcia Machado Ferraz
Agradeço... Primeiramente a Deus por ter me dado essa oportunidade... Ao meu pai Acacio e minha madrasta Conceição, que confiaram em mim e me apoiaram durante esses 5 anos de graduação, sempre me incentivando e dando força para não desistir. E a minha mãe, mesmo não estando mais presente entre nós, que esteve sempre ao meu lado me ajudando e me mandando positividade para ir até o final. A minha orientadora Ana Ferraz, por ter participado comigo desse desafio, pois com sua ajuda consegui transformar duas paixões (Dança e Arquitetura) em uma só, sua paciência e sua calma foram uma fonte inspiradora ao longo dessa trajetória. E aos meus amigos, principalmente os de graduação que são: Juliana Argeri, Marina Cristófani Gabriel Castello, Marcus Milanelo e Amanda Ferraz, entre outros, que tiveram paciência comigo e me ajudaram de certa forma durante essa jornada, sem eles meus 5 anos de graduação não teria sido o mesmo. Obrigada a todos que fizeram parte dessa etapa!
Dedico...
A DANÇA,
pois sem ela nada seria possĂvel...
APRESENTAÇÃO
O desafio deste trabalho é discutir arquitetura em relação ao espaço da dança, incorporando a aproximação de seu papel social e sua relação com o espaço urbano. Estabelecendo aproximações e distanciamento entre essas duas linguagens.
“ A dança condensa a música e dilui a arquitetura. A dança transforma o espaço em movimento: temporaliza o espaço. A música, disciplina temporal, e a arquitetura, disciplina espacial, se casam na dança, disciplina do movimento. O espaço labiríntico é o espaço em movimento.” ( JACQUES,2001, P.85 APUND Nilo Martins de Santana)”
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
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1 ARQUITETURA E DANÇA - FUNDAMENTOS 1.1 Arquitetura/ Dança 1.2 Movimento do Corpo no Espaço 1.3 A Dança 1.3.1 Dança de rua
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2 CORPOGRAFIA 2.1 Centro de Arte Grupo Corpo 2.2 Ciudad Del Flamenco - SANAA 2.3 Praça das Artes - Brasil Arquitetos
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3 O LUGAR DA DANÇA 3.1 Dança na cidade de Ribeirão Preto 3.2 Área de intervenção - Levantamentos
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4 ESPAÇO DA DANÇA 4.1 Conceito 4.2 Partido
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5 BIBLIOGRAFIA
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INTRODUÇÃO
Quando falamos sobre corpo e espaço de maneira transversal, inter-relacionando áreas da dança e da arquitetura, podemos criar um conhecimento concreto, capaz de dar suporte e subsídios para ambas. A diferença é que, a Dança é uma arte que se movimenta e se expressa através do corpo e já Arquitetura utiliza o espaço para demonstrar sua movimentação, ambos causam a mesma intenção mais com “objetos” diferentes, uma se desenvolve através da música e a outra através de matérias. E uma precisa da outra, o corpo precisa de um espaço para executar seus movimentos e o espaço precisa do corpo dentro dele para desenvolver sua concepção e vivência, pois são os nossos sensores corporais que define os espaços, onde vivemos, dançamos, deslocamos e entre outras práticas. Assim como na dança, a arquitetura também pode ser entendida pela sensibilidade, movimento, ritmo e estimulação sensorial. Sendo assim, esse estudo propõe estabelecer aproximações entre arquitetura e a dança, através do projeto de um espaço de dança pensando para a cidade de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto é uma região importante do estado de São Paulo, cuja seu desenvolvimento se baseia na diversificação da economia e na qualidade de vida. O município é relevante centro de saúde, educação, pesquisas, turismo de negócios e cultura do Brasil. Além de surpreender os seus visitantes, com seus hotéis, restaurantes, choperias, vida noturna, parques e entre outros. Em relação de eventos a cidade possui excelentes estruturas de padrões de qualidade para atender ás mais diversas necessidades, obtendo espaços para feiras, convenções, auditórios e até mesmo para eventos artísticos, como os teatros, museus, entre outros. Mesmo existindo vários locais onde a cultura e arte da cidade podem ser desenvolvidas, percebe-se a falta um espaço somente voltado para dança, onde dançarinos encontrem cursos, workshops, palestras e até mesmo exposições que possam aprender e desenvolverem os seus conhecimentos pela dança com outras pessoas. Na cidade vários movimentos mostram esse perfil da cidade entre eles o Mudança Ribeirão, que é um grupo formado por dançarinos de diversas áreas que se unem para discutir sobre a dança e tentam expandir, através de festivais, como por exemplo Dança 1,2,3, a importância da dança em Ribeirão Preto. A cidade não possui muitos grupos de dança, possui a Cia de Dança Ribeirão Preto, grupos de academias de dança, como Luciana Junqueira, Adriana Mazza, grupos de dança de rua. Os espaços que a cidade possui para a dança se concentram somente nas academias, e para apresentações os teatros. A princípio para que o tema seja compreendido, serão feitas pesquisas sobre os fundamentos de dança e arquitetura, mostrando suas afinidades e abordar o assunto de dança. Em uma segunda parte, serão apresentadas leituras projetuais de centros de dança existentes, dando ênfase em cada projeto mostrando suas relações entre a dança e arquitetura. Por fim será apresentado o projeto que visa estabelecer a ligação entre esses dois. 1
Cápitulo 1 - Arquitetura e Dança - Fundamentos 1.1 Arquitetura/Dança
Quando falamos sobre Dança e Arquitetura não imaginamos o quanto elas são interligadas, pois pensamos dança é dança e arquitetura é arquitetura. Mas por um lado se olharmos bem para as questões que as envolvem podemos perceber a quantidade de semelhanças entre ambas.
CORPO espaço tempo
são os principais alvos dos própositos associativos entre Dança e Arquitetura.
“Isso se faz notar especialmente quando observamos que profissionais de ambas as áreas começam a usar os mesmos termos e as mesmas estratégias para tratar do corpo, de sua existência no espaço e de sua relação com o tempo. Temas como a propriocepção, a indeterminação do corpo no espaço e a consideração da irreversibilidade do tempo têm surgido no discurso e na prática tanto de arquitetos quanto de profissionais da dança” (FILHO 2007)
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Segundo Filho, ambas possuem suas próprias identidades, mas estão se aproximando cada vez mais, possuindo vocabulários semelhantes. Uma outra questão que lidam é a força da gravidade, que na dança surge nas danças clássicas onde mulheres que usam sapatilha de ponto nos pés para ficarem mais longe do chão e na arquitetura, por exemplo, moderna, utiliza o concreto para vence um grande vão.
“Assim se na dança temos as danças aéreas (como os balés da tradição ocidental) contrapostas às danças telúricas (como as danças de origem africana), na arquitetura temos a leveza lírica (como nas obras de Niemeyer) contraposta a um ideal de peso dramático (como nas obras de Le Corbusier). ” (FILHO, 2007)
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Essa ‘inversão’ aparece te, por exemplo, no int da geometria como ba por coreógrafos como F o abandono da geomet arquitetos contemporâ o holandês Lars Spuybr LHO,2007)
Bailarinos Comtêmporaneos 4
Bailarinos Comtêmporaneos
e claramentenso uso ase da dança Forsyth e tria pelos âneos como roek. ” (FI-
Aproximação entre DANÇA e ARQUITETURA possuem uma sincronia que por muitas vezes se estabelece invertida. De um lado possui uma busca a liberdade e movimentação, e outro lado mostra uma busca mais estruturada e padronizada. Segundo Filho: Essa ‘inversão’ aparece claramente, por exemplo, no intenso uso da geometria como base da dança por coreógrafos como Forsyth e o abandono da geometria pelos arquitetos contemporâneos como o holandês Lars Spuybroek. ” (FILHO,2007) Ambas têm modos específicos de responder ao tempo quando interferido. Como diz Britto: “A Arquitetura, com seu forte teor de espacialidade, se mostra ancorada por sólida produção intelectual que lhe confere uma contextualização amplamente referenciada, seja pelos discursos preservadores ou atualizadores. Já a Dança, com seu forte teor de temporalidade, parece refém de discursos descontextualizados cuja pretensão sempre inaugural, dificilmente favorece a consolidação de uma tradição teórica. ” (BRITTO,2008)
Centro de Artes em Dubai - Zaha Hadid
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Os arquitetos contemporâneos, deixam de ver a arquitetura como uma edificação simples, e passam a observar como um conjunto de interações, que acontecem entre as pessoas, através da edificação.
“Na antiguidade o edifício buscava uma analogia ao corpo em termos de proporção e simetria – as catedrais simbolizavam o corpo de Cristo. Posteriormente o edifício passa a expressar sentimentos mais abstratos baseados nas sensações corporais. Já no século vinte o edifício não guarda mais nenhuma relação metafórica direta com o corpo humano, mas sim com um animismo mais abrangente, no qual a edificação é vista como um organismo, que cresce, respira, se transforma e envelhece. “ (FILHO, 2007)
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Nos dias atuais o corpo se tornou a peça chave da arquitetura, ele não só descobre o espaço, mas sim modifica as características do próprio espaço quando nele se movimenta. “Aqui o corpo não é mais apenas referência analógica para a construção da edificação, e nem é apenas o elemento que descobre a arquitetura, aqui o corpo com seu movimento passa efetivamente a ‘construir’ a arquitetura, certamente uma arquitetura que se faz e se refaz na relação com o habitante. “ (FILHO,2007)
“Por exemplo, quando se tira o determinismo da dança e a coreografia perde a excessiva marcação, o ato de dançar parece se transformar no ato de habitar, ou seja, quando é diminuído o papel tradicional do coreógrafo como aquele que antevê e desenha aprioristicamente o movimento no espaço, há uma aproximação grande entre o bailarino e o simples habitante do espaço. Por outro lado, quando o habitante ganha consciência de seus movimentos devido a uma conformação especial do espaço, ele adquire algo do bailarino que performa um movimento previamente planejado. Da mesma forma como a arquitetura passa a trabalhar com as questões da alteridade e explorar a interação entre os habitantes, a dança vai lançar mão de técnicas de contato e improvisação, nas quais o fundamental é a investigação da relação com o outro. “ (FILHO,2007)
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1.2 Movimento do Corpo no Espaço O movimento, portanto, revela evidentemente muitas coisas diferentes. É o resultado, ou a busca de um objeto dotado de valor, ou de uma condição mental. Suas formas e ritmos mostram a atitude da pessoa que se move numa determinada situação. Pode tanto caracterizar um estado de espíito e uma reação, como atributos mais constantes da personalidade. O movimento pode ser influenciado pelo meio ambiente do ser que se move. (Laban - 1978, p.20)
O espaço e o corpo estão ligados, através do movimento. Precisamos das percepções do corpo humano para criação do espaço, para obter a vivência espacial. O Movimento do corpo pressupõe um deslocar de posição que seja formas no espaço. Através dele o homem revela aspectos do seu interior, porque expressa sentimentos, pensamentos, desejos, intenções. O ser Humano se expande através dos movimentos, dos gestos.
“Ao mover-se, a pessoa relaciona-se com outra, com um objeto ou com partes do próprio corpo, através do contato físico. O homem demonstra, por intermédio de seus movimentos e ações, o desejo de atingir certos fins e objetivos...” (Laban,1978, p156 APUND Marta Thiago Scarpato)
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Segundo Laban, nós possuímos um “esforço” dentro de nossos corpos que é um impulsor para gerarmos os movimentos. “Esforço, na nomenclatura de Laban, não é estar fazendo força. Ele usou esse termo para enfatizar que o movimento não é só mecânico ou físico. Acontece também ‘dentro’ do corpo. Há um esforço, isto é, um movimento que já está acontecendo dentro, ‘internamente’, que tem emoções, separações, pensamentos, raciocínios, direções, etc. que são imprimidos no movimento visível, mostrando-se a olho nu. “ (LABAN, Roudolf, Dominio do Movimento, p.67 APUND Marta Thiago Scarpato)
E depois de entendido de que esforço é uma atitude interna, Laban elencou os fatores do movimento para decidir e analisar as possibilidades expressivas do corpo quando se move e esses fatores são: PESO, ESPAÇO, TEMPO e FLUÊNCIA. Segundo Laban:
PESO -leve -pesado
TEMPO -lento -rápido
ESPAÇO -pessoal FLUÊNCIA -livre -geral -controlada -plano: alto, médio e alto -direção: atrás, frente, acima, abaixo, direto, esquerda e diagonais -forma: redonda, curva, reta, estreita, larga, angular -tamanho: pequeno, grande
... O caráter das pessoas em atividades é melhor expresso em termos de movimento, ou seja, através dos elementos Espaço, Peso Tempo e Fluência, na medida em que se revelam nas ações corporais. Estes elementos comportam a chave da compreensão daquilo que se poderia chamar o alfabeto da linguagem do movimento; e é possível observar e analisar o movimento em termos desta linguagem... (Laban 1978, p 167 APUD APUND Marta Thiago Scarpato)
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1.3 A Dança A dança é uma das artes mais antigas, sua origem foi na pré-história, quando os homens batiam os pés no chão e com o tempo foram aperfeiçoando percebendo que podiam criar outros ritmos junto com as maõs. Ela não exige nenhuma ferramenta para ser realizada apenas corpo e a vitalidade do humano para sua função. É uma arte de mexer o corpo, através de uma harmonia de movimentos e ritmo, que juntos se formam a dança. Nem sempre é necessario obter um som para que aconteça, pois os movimentos podem acontecer independente do som que se ouve. Pode acontecer como manifestação artística, divertimento ou cerimônia. Como diz Laban: “ Na dança, não considera apenas a graciosidade, beleza das linhas e leveza dos movimentos mas a liberdade qe possibilita á pessoa expor-se através dos próprios movimentos e encontrar a auto-suficiência no próprio corpo.”
Roudolf Van Laban é um arquiteto e coreografo que estuda os movimentos do corpo e traduz através de notações de desenho que se tornaram- se no LABANOTATION, que é cifração do movimento humano. Esse sistema é uma partitura de movimento, parecido com uma partitura musical, criando um esclarecimento na teoria do corpo. Para a análise de movimento é observado o Corpo, Espaço, Forma e Esforço se inter-relacionando e expressar-se reciprocamente e continuamente. “ Na categoria Corpo, define-se sua organização, suas conexões e esquemas motores; na categoria Esforço, a ênfase está nas qualidades do movimento, na motivação para mover e nos ritmos dinâmicos que se inprimem no movimento; na categoria Forma, aborda-se o corpo em sua plasticidade, seus volumes e contornos que são constantemente modificados pelo movimento; por último, a categoria Espaço situa o indivíduo nas relações deste com seu próprio corpo e com o meio ambiente.” ( Barbosa, Vivian - 2011)
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Sistema Labanotation
Segundo Laban, a dança é uma poesia da linguagem do movimento, que toca no nosso “mundo do silêncio” (Interior) e nos desperta o verdadeiro sentido da vida, dando uma percepção mais profunda do mundo.
As modalidades mais importante da dança é a improvisação, para ele: “Improvisar é, de um mesmo movimento, buscar e encontrar, decompor e unificar, esquecer, e rememorar, mas, sobretudo, não se lembrar. [...] Improvisar é se dedicar a esquecer, para se dar a chance de ver afluir as múltiplas possibilidades de sua mobilidade. [...] Esquecer o estado presente do corpo a fim de acolher os estímulos plurais da sua memória involuntária é, precisamente, adquirir uma experiência do movimento, um saber-sentir que não se mede a não ser pela sua eficácia sobre os nossos sentidos. ” (APUND Marta Thiago Scarpato) Embora existe diversas categorias de dança,como por exemplos, dança CLÁSSICAS1, MODERNA2, CONTEMPOÂNEA3, e ambas o dançarino consegui improvisar, umas exigi mais técnicas e outras mais livres. Independente do tipo de dança, mas se tocar na alma quando ouvir o som, ela discorre no corpo de uma forma automatica atribuindo para a execução do movimento. Com ela você consegui expressar os seus sentimentos em forma de ritmo.
1- Dança Moderna - é uma dança baseada na liberdade de expressão e movimento. 2- Dança Contemporânea- Ela nao se define em técnicas ou movimentos específicos, pois o bailarino possui a independência de construir sua própria partitura coreográfica. 3-Dança Clássica- é uma dança que reune uma variedade de técnicas e movimentos específicos, o bailarino precisa de uma grande concentração, precisão, coordenação e graciosidade quando executar algum movimento.
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1.3.1 Dança de Rua A dança de rua nos dias de hoje tem seus espaços conquistados em academias, palcos e pesquisas referentes à dança, pois é um estilo que surgiu poucas décadas atrás e é um dos mais conhecidos e praticados no mundo, isso devido ao alcance de seu poder social e político. Ela emergiu nos Estados Unidos, na década de 70, nos subúrbios de Nova York. Seu surgimento está relacionado aos desdobramentos do capitalismo que são preconceito racial, miséria e desigualdade então esses subúrbios enfrentaram todo tipo de problemas: pobreza, racismo, tráfico, carências de infraestrutura, de educação, desempregos e violência (que geralmente era um sistema de gangs(grupos) alguns formando parte de alguma das gangs, ou fora delas, mas sempre conhecendo os territórios e as regras impostas por elas), as quais se confrontavam de maneira violenta na luta pelo domínio territorial. Para a comunidade do South Bronx, um dos bairros de Nova York, além dos problemas sócio-econômicos, ocorreram também os políticos: como a construção de uma rodovia (a Cross – Bronx – Expressway) que gerou a desapropriação de setenta mil residências e acabou gerando uma depreciação imobiliária, conforme Rose (1997). E como meio de comunicação os moradores “buscavam na música e na dança uma forma de expressão de sua realidade, sofrendo influencias de todos os lados, da televisão, de outros estilos de dança, de outros povos e da mistura da cultura do negro norte-americano. A Dança de Rua deselitizou a dança com essas influências, aumentando a base do que veio a ser uma cultura de rua hoje conhecida como HIP HOP” (Rodrigues,2004 APUND Analu Silva dos Santos,2011). O termo HIP HOP tem um significado como: HIP – movimentar os quadris e HOP- saltar e esse termo foi criado por Kevin Donavan, conhecido mais como Dj Afrika Bambaata, que é considerado como o pioneiro e criador deste movimento social altamente influente.
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O próprio nome da dança já evidência onde esse estilo surgiu. Uma das suas primeiras manifestações ocorreu em meio á crise de 1929, ocorrida nos EUA e que afetou o mundo, quando muitos estabelecimentos foram obrigados a demitir seus funcionários para reduzir gastos. Entre esses funcionários estavam músicos e dançarinos, e a maneira que encontraram para se sustentar e exercer sua profissão foi ir ás ruas fazer shows por alguns trocados (Vargas, 2005 APUNP Analu Silva dos Santos,2011). Entretanto, ocorreu a explosão do movimento assumindo forma de protesto dos jovens pobres, sobretudo negros, mas que logo ganhou espaço com suas diversas manifestações.
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A dança de rua então não surgiu isolada e sim composta com outros elementos que juntos formam a cultura ou movimento HIP HOP e esses elementos são: GRAFFITI (ARTE), BREAK (DANÇA), RAP(MÚSICA), MC (O CANTOR OU RAPPER) E DISC-JÓQUEI (DJ, RESPONSÁVEL PELA MARCAÇÃO DAS BATIDAS NA MÚSICA.
BREAK
DJ
MC/RAP
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GRAFFITI
No final dos anos 60 os Dj Kool Herc e Afrika Bambaataa, trouxeram da Jamaica para o bairro South Bronx, uma técnica dos famosos sound-system de Kingston, organizando festas nas praças (block parties) que promoviam a alegria e rejeitavam a violência. E era a junção dos elementos do Hip Hop que dava início a essas festas junto com a técnica (sound-system), onde o DJ comandava a trilha sonora e o MC ia para dar o seu recado nos microfones e, ao som contagiante, os jovens dançavam o Break, e os graffiteiros produziam seus murais de arte. Em Novembro de 1973 foi criada a Zulu Nation fundada Afrika Bambaataa, cuja primeira sede estava situada no bairro do Bronx (New York). A Zulu Nation é uma ONG que tem como objetivo acabar com os vários problemas dos jovens dos subúrbios, especialmente com o problema da violência. Começaram a organizar “batalhas” (disputas) não violentas entre gangs com um objetivo pacificador. As batalhas têm como objetivo de um dançarino “quebrar” o outro por meio da dança, dificultando sua movimentação (disputa de break). Era uma alternativa para as disputas entre as gangues substituindo a violência pela dança dando origem as crews de b.boys. A Zulu Nation tinha como objetivo buscar conhecimento sabedoria, compreensão, liberdade, igualdade, paz, amor, diversão e superação do negativo pelo positivo. Ela tornou-se mais tarde uma instituição internacional não-governamental ligada ao HIP HOP e até hoje possui suas sedes em alguns países, inclusive no Brasil.
BLACK PARTY
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A dança de rua pode ser dividida em alguns estilos devido a diferentes características e estilo musical que os acompanha. Alguns deles são o locking, popping, o b. boying e o freestyle.
LOCKING
No locking, o dançarino deve ter as pernas alongadas. O lock é o movimento inicial usado na dança, o qual é similar ao freeze da breakdance ou uma pausa repentina. Um dançarino de locking é caracterizado pelas constantes paradas de ação e rápido reinício do movimento.
FREESTYLE
remonta a meados de 80 como resultado da mistura de várias danças de rua. É o estilo mais popular e tem sido amplamente divulgado pelos meios de comunicação social. É dançado no acento rítmico da batida e nas convenções vocais e instrumentais da música.
POPPING
é baseado na técnica de rápida contracção e relaxamento dos músculos para causar um empurrão no corpo do dançarino, referido como pop ou hit. Cada hit deve ser sincronizado com o tempo e as batidas da música.
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B.BOY
é aquele que realiza sua apresentação em três partes principais: Top Rock: dança vertical, ou seja, em pé; Footwork: é um trabalho feito com os pés. Geralmente agachado, com movimentos de chutes ao ar; Freezes: é um “congelamento” onde o B-Boy tem o ápice de sua apresentação. É uma pose na qual o B-Boy para instantaneamente. Quanto maior o grau de dificuldade da execução, maior a sua qualidade.
Por fim percebemos que hoje a dança de rua pode possuir possibilidades de atuação, como manifestação espontânea ( surgimento, ruas, bailes ), na forma da expressão artística profissional, que são através de grupos ou companhias de dança que tem como objetivo a busca da técnica e aprimoramento para competições e espetáculos, está presente também no fitness, como forma de exercício físico e lazer e pode ser representada por um meio pedagógico, sendo utilizadas nas aulas de educação físicas nas escolas e projetos sociais.
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Dança de Rua - No Brasil O nome HIP HOP surgiu no Brasil na década de 80. Ainda não existiam movimentos que retratavam exatamente o fundamento, o significado na íntegra desta cultura, porque todo aquele povo da época (a grande maioria) desconhecia este nome HIP HOP. O que na época foi propagado e muito na mídia, era a febre chamada BREAK DANCE. Break era a dança do momento na época, que jamais deixou de ser um elemento importante para o crescimento do movimento no Brasil. Por volta de 1984, A Praça Ramos, em frente ao Teatro Municipal de São Paulo, foi o local escolhido pelos primeiros praticantes do break, o b. boy Nelson Triunfo foi um dos primeiros a dançar break nas ruas de São Paulo. Todavia, pela inadequação do piso, mudaram para a rua 24 de Maio, esquina com a Dom José de Barros, também na região central. No início, os praticantes do break não eram bem vistos, chegando a sofrer preconceito e perseguição depois foram para a São Bento e lá se fixaram. Todavia, com o passar do tempo, através dos jornais, documentários, revistas, comerciais de TV e filmes,a dança foi se disseminando, tornando-se conhecida e apreciada não só pelos negros, mas também por moradores e frequentadores de regiões nobres da cidade de São Paulo. Em todos os lugares via-se pessoas com roupas coloridas, óculos escuros, tênis de botinha, luvas, bonés e um enorme rádio gravador mostrando os primeiros passos, do que se tornaria mais tarde uma cultura bem mais complexa. Os clips de grandes ícones da música, como James Brown (representante do Funk e Soul) e Michael Jackson (o Rei do Pop) contribuíram bastante para a aceitação dessa nova cultura pelos Brasileiros.
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Na década de 90, ocorre em São Paulo, a fundação do Movimento Hip Hop Organizado (MH2O), tendo como objetivo articular os vários grupos de rap dos bairros e municípios (NOVAES, 2002; RECKZIEGEL, 2004). Aqui, os raps foram inicialmente intitulados de “tagarelas”, por ser um ritmo engraçado, divertido, rápido e falado (PRATES, MORAES e GUARESCHI, 2006). O movimento Hip Hop, principalmente o rap, passou a ser, para os jovens das periferias, um meio de mobilização e conscientização. Grupos de rappers foram formados e os jovens brasileiros tinham espaço para reivindicar os direitos humano, lutar contra a violência e a discriminação – quadros muitos comuns em periferias -, além de incentivar a conscientização política e exercício da cidadania (MAGRO,2002).
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Cápitulo 2 - Corpografia “ A cidade é percebida pelo corpo como conjunto de condições interativas e o corpo expressa a síntese dessa interação descrevendo, em corporalidade, o que passamos a chamar de “corpografia” urbana. A “corpografia” seria uma espécie de cartografia corporal em que não se distinguem o objeto cartografado e sua representação. Uma ideia baseada na hipótese de que a experiência urbana fica inscrita, em diversas escalas de temporalidade, no próprio corpo daquele que a experimenta, e dessa forma também o define, mesmo que involuntariamente. “ (Corpocidade: Arte Enquanto Micro-Resistência Urbana, Fabiana Dultra Britto e Paola Berestein Jacques) O procedimento utilizado para que fossem feitas as análises nos projetos de referência se baseia em tentar pensar a corpografia dos espaços para a dança pensando o impacto do corpo em movimento no espaço da arquitetura. Para isso foram selecionados 3 projetos: Ciudad Del Flamenco- Onde podemos observar a LIGAÇÃO do projeto com o espaço urbano, ele possui um ponto principal, que desse ponto o complexo se dilui pela cidade se ramificando pelos espaços. Conforme as ligações dos pisos acontecem em diferentes alturas, acabam incentivando as pessoas obterem movimentação e liberdade, pois por ser um espaço amplo podem caminhar de forma orgânica, ou seja, a pessoa tem alternativa de andar da forma que deseja, seja andando pulando ou até mesmo “dançando”.
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Praça das Artes- Vai ser observado o movimento da circulação do corpo, a ligação que o edifício tem com a rua, os dois são interligados, ora caminha no edifício, ora na rua, sem ao menos perceber. E por ser também uma escola de Dança, servirá de referência na distribuição dos espaços, ajudará percebe o tamanho do ambiente que o corpo precisa para se mover.
Centro de arte Grupo Corpo - Obtém um programa voltado para dança, a parti dessa afinidade, proporciona espaço direcionado a cultura-dança. Percebe-se no projeto o sigilo da arquitetura que promove a transição do público-privada através de fendas.
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2.1 Centro de Arte Grupo Corpo - BH
Data do projeto: 2001 Arquitetura: Alexandre Mirandez de Almeida, Cesar Shundi Iwamizu, Marcelo Pontes de Carvalho, Ricardo Bellio, Pablo Herenu e Paula Cardoso ZasnicoffEstrutura: HeloĂsa MaringoniPaisagismo: Sakae Ishii Estrutura: HeloĂsa Maringoni Paisagismo: Sakae Ishii 23
ESPETテ,ULO TRIZ
ESPETテ,ULO BRテ蔚
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ESPETテ,ULO SETE OU OITO
Cia Grupo Corpo PEÇAS PARA BALLET
ESPETÁCULO BACH ESPETÁCULO IMÃ
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FOTO DA IMPLANTAÇÃO DO PROJETO
O projeto foi selecionado em um concurso nacional (4 Prêmio Usiminas Arquitetura e Aço). O Edifício é voltado para arte e dança, o programa se desenvolve em quatro caixa de aço. Ele busca atender todas as questões impostas no sítio, pela usos propostos, pela tecnologia aplicada na construção e também a relação da arte com a dança.
Arquitetos: Alexandre Brasil, Carlos Alberto Maciel, Éolo Maia, Jô Vasconcellos Prêmios: 4° Prêmio Nacional Usiminas de Arquitetura em Aço - projeto selecionado Local: Nova Lima, MG, Brasil Área construída: 10.000 m2 Concurso: 2001-2002
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Projeto Possui uma relação entre o espaço ao redor, o equipamento e o fruidor-usuário em diferentes escalas: Da geografia - relação entre a volumetria e a paisagem. Da estrutura urbana existente - Busca do entendimento das especificidades da malha urbana e do jeito diferenciado do sítio, deixando como referencia prinpal o Grupo Corpo. Da relação entre o edifício e o espaço público - Referindo-se as fendas propostas no volume, que significa a dermacação de transição do privado pro público. Das características geomorfológicas - Diagnóstico da inexistência de infra-estrutura de drenagem e do afloramento do lençol freático e buscando propor medidas de controle e gestão urbana.
EQUIPAMENTO
Na foto, mostra a estrutura urbana existente no sítio.
Nesta imgaem mostra a geomorfológica do sítio, e percebe-se o impacto que a simplicidade dos volumes causa na paisagem.
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As fendas como demarcações das transições entre público e privado Ao estabelecer um contraste radical entre os grandes volumes que abrigam as atividades propostas e os vazios e fendas que seccionam as massas edificadas, o conjunto demarca enfaticamente seus intervalos entre interior e exterior, definindo gradações entre os domínios público e privado. Assim, os acessos principais de teatro – público e stage door - , Centro Cultural e Galeria são indicados pelos cortes, que se ampliam em generosas varandas a serem ocupadas em dias mais quentes. No Grupo Corpo, a transição entre interior e exterior se faz através da fenda que marca o acesso principal, orientada na direção da Rua Despina, como foco e objetivo final do citado percurso de acesso ao conjunto, revelando através da visão das copas das árvores o generoso pátio interno aberto que ambienta todo o edifício. Em contrapartida, os acessos de serviço – docas, pátio de estacionamento – evitam as fendas e se dissimulam na volumetria, ora através de portas opacas em aço SAC-41, com a mesma paginação externa dos volumes, como no teatro e galeria, ora através de breve interrupção no talude ajardinado, como é o caso do Grupo Corpo. (Carlos Alberto Maciel, Belo Horizonte MG Brasil, 2002)
FENDAS
Outro aspecto importante é a fachada, pois ele não visa a diferença entre o fundo e a frente, deixando ela de uma maneira que o novo que possa existir ao redor, não deixe que o edificio seja desqualificado, pelo ao contrário, permiti que novas ocupações nos terreno serva de atividades complementares ao equipamento. Por isso a ideia das fendas, ela serve de conexão dos dois lados, aproximando o espaço publico das quadra ao redor com o espaço público do conjunto.
FUNDO
FRENTE 29
Programa O Programa do projeto atende as recomendações da Comissão Julgadora, estabelecendo uma integração do teatro até a sede Grupo Corpo, atraves de um percurso coberto, sem que perde-se a estratégia de individualismo de cada bloco. Cada bloco acontece independente, mas ao mesmo tempo um é integrado ao outro, através desse percuso coberto.
TEATRO Eles se preocuparam com a reproposição da ambientação e a proporção das áreas de apoio.
GALERIA Buscou preservar as proporções gerais do espaço.E as seguintes modificações foram: Fechamento total do espaço interno, Alternativas para integração com o exterior, Medidas para flexibilização de montagens e instalações e Recursos para condicionamento do espaço interno.
CENTRO CULTURAL Foi completamente remodelado, buscando solucionar os seguintes aspectos: Integração entre os espaços de uso público, Concentração das áreas de apoio, Integração e fluidez entre praça e espaço interno e Reproposição da ambiência dos espaços internos.
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SEDE GRUPO CORPO A sede também foi remodelada, e os aspectos foram: Associação entre a verticalização proposta e a integração desejada entre espaços, Atendimento às questões relativas ao clima e ao conforto ambiental, Setorização clara das atividades, Circulações verticais como filtros entre o público e o privado e Materiais coerentes com a matriz escultural e com as demandas de uso.
Nesse projeto a parte que tenho interesse em mostrar é a sede grupo corpo, a organização espacial do bloco, como são colocados cada ambiente,através das plantas.
PAVIMENTO TÉRREO
1 PAVIMENTO
2 PAVIMENTO
3 PAVIMENTO
BANHEIRO
LAVANDERIA
ESTÚDIO A
BIBLIOTECA/MULTIMÍDIA
DEPÓSITO/OFICINA
ADMINISTRAÇÃO
FISIOTERAPIA
APARTAMENTO VISITANTES
COZINHA/DESPENSA
DESCANSO
CAMARIM
ESTÚDIO B
Fotos Internas
Sede Grupo Corpo
4 PAVIMENTO
Fotos Externas
Galeria Sede Grupo Corpo
Teatro - vista do foyer
Centro Cultural
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2.2 SANAA - Ciudad Del Flamenco, Jerez
O Centro Histórico está localizado no centro da cidade de Jerez e está rodeado por equipamentos culturais e monumentos. Em vez de ser criado apenas mais um edificio SANAA pensou em criar um projeto onde funcionaria como um conector (ponto de intersecção), ligando equipamentos pré-existentes com futuras construções, facilitando o fluxo de pessoas por todo o centro histórico e esse foi um ponto fundamental do projeto para criar a revitalização da área. É necessário manter a escala para pedestres, para isso SANAA proponhe que os edificios fiquem próximos um do outro, dando uma maior flexibilidade no espaço central.
Área do projeto: 15.000 m2 Programa: Museus Escolas Centro de Pesquisa Auditório Café/Restaurante
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O auditório é feito para 800 pessoas e ele possui aproximadamente 100 m2. A Escola de dança, música e canto requer espaços maiores, não podem ser colocadas em edificios existentes, pois como as salas de aulas são grandes, elas precisam de um novo espaço. Para espaços de exposição foi criado um novo pavilhão. Sanaa tinha como intenção descentralizar a coleção Museo del Flamenco criando novos espaços para promover a interação dentro da cidade. Com a intensão de promover a interação do centro com a cidade de Flamenco, foi preciso criar novas estruturas em edificios existentes para colocar as funções auxiliares. A área é pavimentada para que o visitante pode sentir imediatamente a entrada no centro. Como a cidade é revitalizada novos caminhos são criados, entre o centro e os novos equipamentos, e com isso, conforme aumenta o número de equipamentos, novos caminhos serão criados pelo o centro.
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Percebe-se que o espaço se dilui na cidade.
O projeto visa a revitalização do vazio existente e transformá-lo em um dos órgãos vitais da cidade,transformando em um lugar de encontro e ponto de intersecção. Esta é uma área aberta que serve como praça durante o dia e como um espaço durante a noite.
Os circulos mostram como os equipamentos se diluem pela cidade, onde estão localizado cada um na cidade, mais percebe-se que todos são próximos ao centros, prevalecendo a escala do pedestre.
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Para ampliar e melhorar o acesso a pé para o centro é sugerido um espaçoprevisto, diretamente ligado às principais ruas da cidade. E fazendo com que os equipamentos fiquem próximos.
PROGRAMA Os equipamentos nĂŁo ficam todos aglomerados, eles ficam espalhados, mais todos possui acesso ao ponto principal que ĂŠ o centro da cidade de flameco, como pode ser observado na imagem abaixo.
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MEMBRANA CLIMÁTICA Ela faz com que no verão, crie um espaço com sombra e no inverno, faz reter o calor após o pôr do sol.
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COBERTURA Nesta imagem ao lado, mostra a projeção lateral da cobertura, percebi-se que seu formato parece com uma membrana climática.
Nesta imagem, mostra a vizualização da cobertura semitransparente.
As Ligações de piso contínuos em diferentes alturas na plaza, induz a liberdade e o movimento; acaba criando uma cobertura semitransparente para um espaço urbano que se tranforma em uma membrana climática.
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AUDITÓRIO
As adapatções no Auditório com divisórias móveis para diferentes configurações, não obteve alterarções a acústica. o telhado perfurações (com o instalações técnicas) gera espontâniedade para o desempenho ou reunião pública.
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Arquitetos: Brasil Arquitetura Localização: Rua Conselheiro Crispiniano - Republica, Sao Paulo - São Paulo, Brazil Arquitetura: Brasil Arquitetura: Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz com Luciana Dornellas Área: 28.500,00 m2 Ano do projeto: 2012
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2.3- Praça das Artes - SP “Um espaço de música e dança para a requalificação do centro de São Paulo.”
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História
O Projeto Praça das Artes é um esquipamento cultural tem um papel indutor estratégico na reaqualificação da área central da cidade,focado nas atividades profissionais e educacionais de música e dança, está fortemente marcado por funções de CARÁTER PÚBLICO, CONVIVÊNCIA E VIDA URBANA. É um elemento principal que estabelece um novo diágolo,tanto com os remanescentes integrantes do conjunto (o edificio do Conservatório Dramático e Musical e a fachada do Cine Cairo) como com a vizinhança. Esse projeto restaurou e reabilitou a edificação do Antigo Conservatório Dramático Musical de São Paulo, que abriga uma rara sala de recitais que estava inutilizada, e vinculou-o a um complexo de novas construções e espaços de circulação e estar que abrigam as instalações para o funcionamento das Escolas e dos Corpos Artísticos do Teatro Municipal. Com esse conjunto o escritório queria buscar a recuperação da área central da cidade de São Paulo.
PRAÇA DAS ARTES
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Projeto Para a realização do projeto, teve que fazer a desapropriações de grandes edifcios vizinhos, como por exemplo o Cine Marrocos, Conservetórios, entre outros. Também aconteceu desapropriações de casas vizinhas, que fez o projeto obter vários acréscimos, fazendo com que o complexo surgisse aos poucos no quarteirão. A somatória de lotes que criou a área de implatação fez com que o projeot se moldasse nos prédios vizinhos. Na foto abaixo mostra as edificações desapropriadas:
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O volume do conjunto alternam gabaritos de dois a 13 andares e constituem blocos monolíticos de mesmo tratamento. O projeto se desenvolvendo em três direções - Rua Famosa, Avenida São Paulo e Rua Conselheiro Crispiniano, como um polvo a estender seus tentáculos e ocupar espaços. A praça das artes ocupa o miolo do quarteirão, expadem-se até o limite das calçadas, sem recuos frontais. Remete as galerias paulistanas que interligam as ruas por seus interiores.
Essas flechas, na imagem abaixo mostram as direções que a praça se desenvolve.
Dessa forma, o térreo de cada volume foi mantido livre para reforça essas conexões, se tornando como se fosse uma grande praça, deixando a circulação livre pelo miolo da quadra. As imagens abaixo e ao lado são fotos de croquis, mostrando de como é a Praça das Artes:
Nestas imagens através dos circulos da pra percebe como o complexo expande -se até o limete da calçada, sem recuo. Com isso, as pessoas tenham uma liberdade na circulação que é um dos pontos que me interessou nesse projeto.
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Programa O novo conjuto integra as sedes das Orquestras Sinfônica Municipal e experimental de Repertório, dos Corais Líricos e Paulistano, do Balé da cidade e do Quarteto de cordas. Abriga também as Escolas Municipais de Música e de Dança, o Museu do Teatro, o Centro de Documentação Artística, além de restaurantes, estacionamento subterrãneo e áreas de convivência. Na imagem abaixo,mostra como esse programa se distribui em cada edifício, nas plantas baixas vai pode ser observado melhor sua distribuição. E o programa é um outro ponto que me chama a atenção nesse projeto, poderá me ajudar na hora de distribuir os espaços no edificio proposto.
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Fotos Externa da Praรงa das Artes
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Plantas TÉRREO
1 PAVIMENTO
2 PAVIMENTO
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Nas plantas baixas percebe-se melhor a distribuição de cada edificio, na planta térreo mostra muito bem o vão livre, que tem para as pessoas circularem e movimentarem da forma que quiserem, mais um ponto negativo que eu achei nesse projeot, foi que as pessoas poderiam aproveita melhor esse espaço livre, obtendo danças na parte aberta, até orquestra ao ar livre, porem elas só utilizam como passagem e descanso. Podemos observar outra coisa nas plantas a forma como as pessoas podem acessar o edificio pode ser de escadas, elevadores ou rampas.
Cortes
CORTE A-A
ABERTURAS NO CONCRETOALEATÓRIAS.
CORTE B-B
Nos cortes podemos observar através dos circulos, as aberturas no concreto que são intencionalmente aleatórias, lembrando uma partitura a céu aberto. E através do traçado vermelho podemos ver a diversificação dos gabaritos dos edifcios.
CORTE C-C
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Esse traçado representa a movimentação das pessoas, e isso é um outro ponto que dispertou minh atenção, pois as pessoas entram no equipamento sem perceber, que estão dentro, e isso também ocorre pelo fato como ja foi dito, por o complexo não obter recuos,acababa dando essa sensação nas pessoas que frenquenta a praça.
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TIPOS DE CIRCULAÇÕES 53
Fotos Interna da Praça das Artes “Cada pavimento e cada sala de aula foram minuociosamente detalhado para estarem completamente isolados dos demais, calculados para que os instrumentos possam soar sem interferências.” (Revista AU, Ano 28, N 227) ” Nas salas de estudo de músicas e de dança, as paredes são revestidas com material absorvente de som decorado...” (Revista AU, Ano 28, N 227) “ A eficência do isolamento acústico é tanta que ver a cidade ds últimos andares é como uma experiência cinematográfica: de dentro das salas, enquanto se ouve a música performada em piano, ou sopros, afinada e harmônica, testemunha-se pelas janelas o Vale do Anhangabaú e os fluxos e movimentos.” (Revista AU, Ano 28, N 227)
SALA DE DANÇA SALAS DE MÚSICAS
IMAGEM DE DENTRO PRA FORA DO EQUIPAMENTO MOSTRANDO A CONTINUEDADE QUE O EQUIPAMENTO TEM COM A RUA .
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NESTA FOTO TAMBÉM DA PARA PERCERBER UMA CIRCULAÇÃO VERTICAL QUE É O ELEVADOR.
AUDITOTÓRIO
SALA DE EXPOSIÇÃO
“Se, no térreo, o programa se abre como uma grande praça pública, o interior do edificio é como um mirante da cidade, ora silencioso, ora envolvido pela harmonia dos instrumentos e bailarinos.” (Revista AU, Ano 28, N 227)
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Cápitulo 3 - O Lugar da Dança 3.1 DANÇA NA CIDADE RIBEIRÃO PRETO A primeira associação existente em Ribeirão Preto foi a AED – Associação das Escolas de Dança, resultante da união de diversas representantes de escolas de dança que se reuniam no espaço cedido pela Secretaria Municipal Da Cultura para trabalhar em ações para a dança, para organizarem demandas comuns e posteriormente dessa associação saíram os primeiros membros da Comissão Organizadora do Festival Dança Ribeirão. O Festival foi a única parceria entre poder público e sociedade civil voltada para a Dança. É um festival anual que existe até hoje mas que já passou por muitas gestões e comissões, tendo seu formato e objetivos reavaliados e novamente delineados. A AED se transformou em APED – Associação dos Profissionais e Escolas de Dança, abarcando assim não apenas donas de escola mas profissionais da área e suas demandas específicas. Em meados de 2012, quando essa associação estava já extinta, surgiu o primeiro coletivo de Dança, o MuDança Ribeirão, e paralelamente a ele, movimentos de efervescência da Dança na cidade, como o TransborDança, grupo de Dança Contemporânea e principalmente entre os grupos de Hip Hop. Nesse período, outros movimentos culturais também se desenvolviam pela cidade, outros coletivos de outras áreas artísticas começaram a aparecer e se organizar, em resposta ao período de maior descaso e abandono do poder público para com os equipamentos públicos (teatros, centros culturais) e para com a arte e o compromisso de fomentar e difundir todas as áreas artístico-culturais. Desse período até o tempo atual, a dança tem dialogado mais com outras artes, seguindo uma tendência global de sampleamento e diálogo entre diferentes linguagens e formas de expressões.
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- MOVIMENTOS DE DANÇA EM RIBEIRÃO PRETO
O Se Vira Ribeirão é um movimento independente de Cultura e Política que nasceu dos próprios esforços da sociedade civil organizada. Sua intenção primeira é fomentar o ato político implícito em uma experiência de autogestão. O trabalho com cultura e política na estrutura da organização desponta como fator de coesão e articulação de vários segmentos da sociedade. O movimento trás consigo um caráter questionador do atual modelo de produção da Virada Cultural Paulista. Entre os objetivos do movimento está a promoção da arte, dos artistas e dos produtores culturais locais, a possibilidade de ocupação de espaços públicos para realização e desenvolvimento de ações e o empoderamento da sociedade civil através da autogestão e da articulação conjunta das esferas culturais e políticas. Fundada em em 24 de abril de 2012
O movimento Mudança Ribeirãode pensantes na formação, fomento, difusão e integração da dança, na cidade de Ribeirão Preto. ASSUNTOS DISCUTIDOS: - Integração da dança com outras manifestações artísticas; - Planejamento de um calendário anual da dança que contemple diversos eventos; - Difusão da dança de modo descentralizado na cidade; - Discussão do caráter competitivo do Dança Ribeirão; -A criação de um blog da dança que seja a galeria da dança da cidade, etc.
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FESTIVAIS DE DANÇA DA CIDADDE DE RIBEIRÃO PRETO
O 5° Street Culture Hip Hop Internacional Brasil é um Festival Internacional e Encontro de Danças Urbanas – Hip Hop da cidade de Ribeirão Preto São Paulo Brasil, onde acontecem eventos simultâneos voltados para cultura Hip Hop Dance englobando todas as áreas do Hip Hop e das Danças Urbanas com a missão de incentivar pessoas, dançarinos, diretores e coreógrafos, B.Boys, Grafiteiros, Mcs e Djs , mostrando caminhos através da arte e da dança sem perder a essência do ser humano, com uma visão de proporcionar qualidade de vida, manter um relacionamento social, e ser fonte de informação, prazer, satisfação e realização pessoal, seguindo os conceitos bases do Hip Hop Paz, Amor, Diversão e Informação, contribuindo também no processo de formação como profissionais e seres humanos, realizando um festival internacional de alto nível, com jurados nacionais e internacionais e representantes da cultura Hip Hop, onde os melhores grupos , dançarinos e B.boys do Brasil se classificarão para o Campeonato Mundial de Hip Hop em Las Vegas USA,tendo também a oportunidade de escolha entre competição e mostra oferecendo ao público presente a possibilidade de assistir produções artísticas de alto nível. Realização: Rodrigo Araújo LFB – Organização de eventos Events – Produtora de eventos
O movimento de pensantes na formação, fomento, difusão e integração da dança, na cidade de Ribeirão Preto – chamado MuDança Ribeirão – idealizou coletivamente esta mostra de solos, duos e trios de dança. A Mostra Dança 1 2 3 tem como objetivo incentivar a formação de novos talentos bailarinos, professores e coreógrafos, bem como pensar a dança de modo crítico-construtivo. Esta mostra foi idealizada sem fins lucrativos, para re-significar a dança no universo criativo-interativo e pretensiosamente sair do universo competitivo (eixo comum no nosso país). E sendo assim, obras de diferentes linguagens da dança poderão ser apresentadas, através do processo seletivo detalhado neste regulamento.
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O Festival Nacional Dança Ribeirão foi criado em 1998 com o objetivo de integrar a dança em todas as suas linguagens. Em dezesseis anos de existência ininterruptos, o festival atingiu integralmente as áreas regionais e nacionais da dança. Considerado um dos mais importantes festivais no segmento, o “Dança Ribeirão” demonstra - através do seu crescimento e abrangência nacional – a consolidação do evento para a cidade de Ribeirão Preto. Realização: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto Secretaria da Cultura Fundação Dom Pedro II
O festival de dança é idealizado pela Associação Beneficente Filadélfia, entidade que atua no âmbito cultural oferecendo capacitação profissional no segmento audiovisual, através de cursos e oficinas de fotografia, edição e captação de vídeo, iniciação musical e aulas de dança. Todos esses trabalhos são voltados para o público adolescente em situação de vulnerabilidade social, residentes na cidade de Ribeirão Preto e região.
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PODER PÚBLICO E DANÇA NA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO
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A Dança esteve relacionada com o poder público através de duas Secretarias, a da Educação e a da Cultura. A Secretaria da Educação incorporou a Dança como parte de suas atividades no contra período escolar. Primeiro a Dança foi uma das atividades oferecidas dentro do espaço da escola, no projeto Ser e Saber, dentro das ações complementares à educação formal. Num segundo momento, a Secretaria da Educação remunerava professores de Dança e de Música para lecionarem nos Centros Culturais, em projetos idealizados pelos próprios professores dos centros culturais, reconhecidos como ações complementares à educação no contra período escolar. As mudanças políticas trouxeram na gestão Darcy Vera o fim de todas as ações complementares à educação, a Secretaria de Educação entendeu que a arte-educação não era uma prioridade e se absteve de remunerar professores para essas modalidades, alegando que artes são responsabilidade da Secretaria de Cultura. Os Centros Culturais sofreram com isso, perdendo bons professores e vendo seu trabalho ser abandonado pelo poder público e entregue à ONGs que pretendiam gerenciar os projetos, recebendo repasses municipais para tal. Esses repasses atrasam até 4 meses e o pagamento dos professores e funcionários dos projetos de arte educação vive atrasado. É uma situação já constante há anos. Cada vez mais o poder público se despe da responsabilidade de manter projetos de dança e de outras artes. Algumas ações na área da Dança eram realizadas através da Secretaria da Cultura, sem edital ou método interno para isso. Na realidade os profissionais da Dança procuravam a Secretaria para apresentar projetos no esquema “política de balcão”, garantiam apoio os projetos que dialogavam diretamente com as pessoas responsáveis pela tutela dos equipamentos públicos em cada momento político. Alguns projetos aconteciam mesmo sem apoio do poder público entre 2000 e 2010, como o Ballet nas Escolas, um projeto de difusão do ballet clássico nas escolas estaduais e municipais, que levava apresentações de dança durante o recreio. Esse projeto foi iniciativa de um casal de bailarinos locais de renome internacional que não recebiam cachê para as apresentações, nem apoio do município quando se deslocavam para fora do país para competir levando o nome da cidade para muitos lugares do mundo.
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CENTRO CULTURAL DE RIBEIRÃO PRETO
Os Centros Culturais são equipamentos públicos cuja manutenção é da alçada da Secretaria de Cultura. Eles foram ocupados por projetos de arte educação mantidos pela Secretaria da Educação durante a primeira década de 2000. Da gestão do DEM em diante, os centros culturais foram abandonados pelo poder público e empurrados para ONGs e grupos que ocuparam esses espaços. Durante a primeira década de 2000, os Centros Culturais tinham grande números de alunos, fila de espera extensa e participação efetiva das comunidades locais nas atividades desses núcleos. Muitos alunos saíram desses projetos para integrar grupos profissionais em diversas áreas.
-CENTRO CULTURAIS EM RIBEIRÃO PRETO : CENTRO CULTURAL QUINTINO ll
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CENTRO CULTURAL CAMPOS ELISEOS
MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS CENTRO CULTURAIS
CENTRO CULTURAL PALACE
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LOCAIS DE APRESENTAÇÕES EM RIBEIRÃO PRETO Na cidade de Ribeirão Preto, normalmente os grandes festivais de dança ocorre nos teatros, que são: - Teatro Dom Pedro ll - Teatro Municipal - Teatro de Arena Esses teatros são utilizado para a realizações de grandes festivais da cidade, não só de dança mais qualquer outro evento relacionado a cultura. E um dele fica próximo ao terreno escolhido, que poderá ser um beneficio para o espaço de dança, que é o Teatro Dom Pedro ll.
MAPA DE LOCALIZAÇÃO
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TEATRO DOM PEDRO ll É uma das maiores referenciais culturais da cidade de Ribeirão Preto. Foi inaugurado no dia 8 de outubro de 1930, fica localizado na Praça XV de novembro. O Prédio foi um presente dado para cidade, pelo o empresário João Meira Junior, na época de ouro do café. Ele possui o título de 2 teatro de opera do país.
TEATRO DE ARENA
Foi inaugurado em 1969, é o o primeiro teatro de arena construido no interior de São Paulo. Fica localizado no Morro do São Bento da cidade de Ribeirão Preto.
TEATRO MUNICIPAL
Foi inaugurado no mesmo ano que o teatro de arena em 1969, e se localiza de frente com o teatro de arena no Morro do São Bento.
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ESCOLA DE DANÇA EM RIBEIRÃO PRETO Obtêm várias escolas de dança, espalhada na cidade, então é interessante mostrar que, próximo a área onde o edificio vai ser proposto não existe muitas escolas de dança, apenas algumas, que é um ponto positivo, pois o local onde será projetado a proposta não deixará de ser frenquentado, devido a isso, e as escola que estão próxima ao redor são:
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Studio de Danla Lunciana Junqueira
Local: Rua Garibaldi, 777
Studium Carla Petroni
Local: Rua Penteado, 677
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3.2 ÁREA DE INTERVENÇÃO - LEVANTAMENTOS Relação Cidade/Bairro/Rua
CIDADE
BAIRRO
RUA 68
O terreno está localizado nas José Bonifácio com a rua Lafaite e numa região de maior importância na cidade por vários motivos, um deles é o grande fluxo de pessoas e carros e pelo número de equipamentos de lazer e cultura deixando a área mais valorizada. E o terreno fica situado no quadrilátero central. E atualmente a área funciona como estacinamento da CODERP.
LOCALIZAÇÃO DO TERRENO LEGENDA: Terreno
LEGENDA: Terreno 69
EQUIPAMENTOS PRÓXIMO AO TERRENO... É importante citar que o terreno onde o projeto será projetado está localizado no Quadrilátero Central de Ribeirão Preto, delimitado pelas avenidas Francisco Junqueira, Independência, Nove de Julho e Jerônimo Gonçalves, que são avenidas de grande fluxo de carros e também pedestres. Um dos pontos mais importantes da região Central é o Terminal Rodoviário, onde acontece a chegada de pessoas na cidade todos os dias durante o dia todo. E pelo fato da proposta ter a ideia de alojar dançarinos de fora, o centro lozalizado perto do terminal ficara de facil acesso a essas pessoas que vão chegar de outra cidade. É relevante ressaltar a importância que o Centro tem no lado Cultural da cidade, lá concentra-se alguns dos mais importantes pontos culturais e edifícios de patrimônio histórico, podemos citar o Teatro Pedro II, Palace Hotel, MARP, Biblioteca Altino Arantes, Estúdio Kaiser de cinema, etc.
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CRITÉRIO DE ESCOLHA DO TERRENO O local do terreno está dentro do quadrilátero Central, como eu havia dito, e ele é uma parte da cidade onde está locado vários equipamentos necessários, desde hospitais à equipamentos de cultura, fazendo com que isso valorizasse o Espaço de Dança. Para escolha do terreno foi necessário alguns critérios: Esta localizado próximo a algumas avenidas principais da cidade, facilitando o acesso para o equipamento. O terreno se loca em frente do Terminal Rodoviário, que facilita para as pessoas de outros municipios da Região, já que uma das intensões do equipamento é receber pessoas de fora, pois será proposto um espaço para que elas possam se alojar. E a topografia favorável que é interessante na hora do planejamento do projeto.
Mapa Topográfico
EQUIPAMENTOS EXISTENTES
TERRENO A topografia do Terreno não é muito íngreme, possui 4 metros de declive.
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O terreno possui 1.794 m² com uma área degradada ao lado contendo dois equipamentos já existentes em sua quadra.
FOTOS DO TERRENO
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.02
.15
28
58
.81
29
.58
EQUIPAMENTOS EXISTENTES
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HIERARQUIA VIÁRIA Mapa de Hierarquia Viária LEGENDA: Via Arterial Via Coletora Terreno
N
Mapa de Acessos ao Terreno
A localização do terreno é cercado por 4 vias arterias, as principais da cidade, que são: Av. Francisco Junqueira, Av. Independência, Av. 9 de Julho e Av. Jerônimo Gonçalves, essas avenidas possui um grande fluxo, e fazem com que os bairros se ligam entre si através das vias coletoras, que são ruas originadas das arterias que dão acessos ás mesmas, e elas (avenidas) acabam fazendo com que o centro seja um local bastante acessível. A rua onde o terreno está locado, é uma via que surge entre a Av. Caramuru e Jerônimo Gonçalves, e isso faz com que o local possui um grande fluxo, mas com facilidade no acesso. A outra rua do terreno que é a Lafaite, também possui facilidade no acesso, mas também com um fluxo grande, principalmente por essas ruas, serem próximo ao Terminal Rodoviário.
N 74
HIERARQUIA FUNCIONAL
LEGENDA: Alto Fluxo Viário Médio Fluxo Viário Baixo Fluxo Viário Terreno
N
Nesse mapa podemos observar as principais ruas do entorno do terreno e sua especificação em relação com o tipo de fluxo de veiculos. As duas vias ( ruas José Bonifácio e Lafaiete) que locam o terreno possui um alto fluxo, tanto de carro, ônibus e até mesmo de pessoas. A maioria das ruas do entorno possui um fluxo grande, por obter bastante comércio, equipamento de serviço e pedestres e tmabém por obter bastante linhas de ônibus. A única rua próximo a área que proponhe um baixo fluxo é a Rua Prudente de Morais, que é uma via mais calma, por locar um grande número de residências que é onde já começa aumentar no centro.
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USO DO SOLO Terminal Rodoviário
Centro Popular de Compra
Novo Terminal Rodoviário (Construindo)
LEGENDA: COMÉRCIO RESIDÊNCIA
Posto de Saúde
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO INSTITUCIONAL SEM USO
N
CODERP
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ÁREA VERDE TERRENO
Analisando o mapa de uso do solo do entorno do terreno, nota-se que é uma área com muitos equipamentos de prestação de serviços, e na parte mais afastada é onde localiza-se as habitações. Percebe-se também que há um numero razoável de espaços sem uso ou vazios podendo ser utilizados. A maioria das habitações presentes nesse levantamento são construções antigas e pequenas, tendo também prédios residenciais e hotéis. É importante citar também a presença de equipamentos institucionais que poderão influenciar no equipamento proposto, por exemplo: o Mercado Municipal, Rodoviária e o Centro Popular de Compra, pois são equipamentos com bastante fluxo de pessoas, fazendo com que traga esse fluxo para o Centro de Dança. E sem contar que está sendo proposto outro Terminal Rodoviário de frente ao terreno que isso só tragará beneficios para o equipamento, pois aumentará o fluxo da área.
GABARITO Com esse tipo de mapa, podemos analisar a altura de cada edificação construída no entorno estudado. Nessa área do terreno podemos analisar uma grande quantidade de prédios baixos com alguns médios de até 10 pavimentos. Os prédios que possui mais de 10 pavimentos são habitações e hotéis.
LEGENDA: ATÉ 3 PAVIMENTOS 4 ATÉ 10 PAVIMENTOS MAIS DE 10 PAVIMENTOS SEM USO TERRENO
N
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Cápitulo 4 - ESPAÇO DE DANÇA
MOVIMENTO
O T N E M I MOV
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V O M
O T N IME
MOV
IMEN
TO
TO
CONCEITO “ Movimento é, por assim dizer, arquitetura viva - viva no sentido de troca de localizações assim como de troca de coesão. Esta arquitetura é criada pelos movimentos humanos e é constituída por trajetórias que traçam formas no espaço. Uma construção só pode se manter se suas partes tiverem uma proporção, a qual é fornecida por um certo equilíbrio do material do qual ela é construída.” (Dicionário de Laban)
O conceito do projeto tem um princípio que é o movimento, pois a ideia principal é fazer um espaço onde as pessoas fossem permitidas a se movimentarem livremente, ou seja, algo que interligava o exterior (rua) com o interior (equipamento) de forma oculta. Junto com o movimento, foi pensando também em um edifício que se adquire leveza e continuo. Esse conceito foi tirado através de dois tipos de dança: de rua, pois é uma dança que não obtém regras de movimentações e das danças clássicas, devido sua suavidade. A parti dessa ideia, foi pensando um jeito para que ambas as danças mistura-se e forma-se uma arquitetura “dançante”, foi pensado na interligação dos blocos através das lajes, deixando-as continuas, como se fosse uma única coisa. Essa ideia também é um pouco parecido com que foi estudado nas leituras projetuais do centro de Arte Grupo Corpo, os blocos foram pensado individualmente, mais utilizo as lajes para uni-los. Os retângulos representam a forma de movimento das lajes. Diferença de alturas Dobradura Deslocamento
Nesta imagens mostram como as lajes estão posicionadas, percebe-se o movimento nelas, de vido os deslocamentos e as dobraduras
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ESPAÇO
TE
MP
O
PESO
CIA
FLUÊN
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PARTIDO O movimento depende desses 4 fatores, como já foi dito:
ESPAÇO Depende da atitude corporal se é direta ou indireta, A direta é quando se tem um foco espacial, como por exemplo, quando precisamos pegar algum o objeto, e a indireta quando a intenção é divida, ela se torna multi focada, isso acontece quando duas partes do corpo vão para lugares diferentes ao mesmo tempo.
TEMPO Se refere a urgência do movimento, se é apressado ou de longa duração.
FLUÊNCIA Tem a ver com o controle do movimento, se obtêm uma manifestação de alto grau de abandono do controle ou de uma atitude de extremo controle.
PESO Está ligado com a força da gravidade que o corpo estabelece. Depende do peso que o corpo faz, ou transmiti suavidade (peso leve) ou assume a atitude de resistir (peso forte).
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PROJETO O projeto a principio tem como principal objetivo, trazer o espaço urbano para dentro do equipamento, relacionando o movimento da rua, com a circulação dentro do edifício, possibilitando o acesso do equipamento por ambas as ruas que o terreno está localizado, fazendo com que as pessoas não diferencie quando esta dentro ou na rua.
ACESSO 5
ACESSO 4
ACESSO 3
ACESSO 1 82
ACESSO 2
FATOR FLUÊNCIA
Esse fator no projeto, esta na forma de caminhar, na circulação das pessoas, que pode ser livre, por exemplo dançando ou mais controlada caminhando. Para representar essa circulação foi feito um mapa de circulação, e esse mapa também mostra a relação da circulação que as pessoas tem da rua com o edificio, como pode ser visto abaixo:
FATOR PESO ESTRUTURA METÀLICA
FECHAMENTO DE VIDRO Para manter uma suavidade o projeto, foi utilizado estrutura metálica e fechamento de vidro na maioria dos ambientes, deixando o projeto, mas leve. O fechamento de vidro também é um ponto positivo pois as pessoas podem utilizar ele como um espelho, podendo executa seus movimento em qualquer lugar do edificio.
FATOR TEMPO Esse fator fooi representado, através das rampas, elevadores e escada, pois a pessoa escolhe se quer se movimentar rápido ou devagar.
RAMPA ESCADA E ELEVADOR PANORAMECO
FATOR ESPAÇO Os ambientes de dança é um ótimo exemplo desse fator, pois nele a pessoa pode escolher sua atitude corporal, que a maioria das vezes vai ocorrer a de forma indireta.
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O Projeto foi pensado em 4 quatro blocos,como mostra a foto abaixo junto com o programa, foram desenvolvidos de uma forma individual, que se interligam através das lajes, formando um “único” bloco. Ele é posicionado de uma forma na topografia onde valoriza a circulação de pessoas, facilitando os acessos.
BLOCO 4
PROGRAMA O programa foi pensando para atender toda a necessidade da dança na cidade, obtendo espaços de convivio e de dança, como a cidade desenvolve festivais grandes, que pessoas da região venham, foi pensando também num espaço para alojar, sendo assim os dançarinos possam ficar na edificação proposta. Então essa distribuição foi dividida da seguinte forma:
BLOCO 3
BLOCO 1:
- BIBLIOTECA - ADMINISTRAÇÃO
BLOCO 2:
BLOCO 2
- LABORATÓRIO DE ENSAIO - BANHEIRO -CAFÉ
BLOCO 3: BLOCO 1
- LABORATÓRIO TREINAR
BLOCO 4:
- LABORATÓRIO DE ENSAIO/ALOJAMENTO - DEPÓSITO - VESTIÁRIO MASC/FEM
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Na imagem ao lado, mostra a posição do edificio na topografia e as setas mostram os acessos. e na imagem abaixo mostra a ligação das lajes.
LAJE “ÚNICA”
BRISES Como o edificio possui a maioria do seu fechamento de vidro, foi pensado em brises para proteger as fases que refletia o sol (leste-oeste).
LESTE OESTE 85
O ESPAÇO DE DANÇA 86
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Considerações Finais.... O Trabalho mostra as semelhanças entre a Arquitetura e a Dança, que cada vez mais estão se aproximando. O corpo gera o movimentos através dos fatores, que contribuir para a construção de um espaço, ele se tornou a peça chave da arquitetura, ele também modifica as características do próprio espaço quando nele se movimenta. O movimento que o corpo produz é uma arquitetura viva, que só ocorre se suas partes se manter em uma proporção. O Projeto mostra essa relação através dos movimentos das lajes, das pessoas, de como o corpo gera o espaço, sem perceber. No edificio proposto o corpo tem uma liberdade de se mover da forma que quiser e no tempo que quiser, tornando uma “arquitetura dançante”.
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