FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E ARTES DE LIMEIRA - FAAL CURSO DE GRADUAÇÃO EM DESIGN
ADAPTAÇÃO E PROPOSIÇÕES FORMAIS NO DESENVOLVIMENTO DE UM SUTIÃ PARA TRAJES DE DANÇA DO VENTRE
Aluno: Tatiana Cristina Marques Orientador: Prof. Msc. Marcos A. Serafim
Limeira - SP 2011 i
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E ARTES DE LIMEIRA - FAAL CURSO DE GRADUAÇÃO EM DESIGN
Adaptação e proposições formais no desenvolvimento de um sutiã para trajes de dança do ventre
Aluno: Tatiana Cristina Marques Orientador: Prof. Msc. Marcos A. Serafim Trabalho de Conclusão de Curso apresentada à Banca Examinadora, como exigência parcial para obtenção de título de Graduação do Curso de Design, Habilitação em e Produto, da Faculdade de Administração e Artes de Limeira, sob a orientação do Prof. Msc.Marcos Antonio Serafim
Limeira - SP 2011 ii
FOLHA DE JULGAMENTO
Candidato: Nome do Aluno Monografia defendida e julgada em: ____/____/____ perante a Comiss達o Julgadora:
________________________________________ Prof. Msc. Marcos Antonio Serafim
________________________________________ Prof. Msc Tomas Sniker
________________________________________ Prof. Msc Anderson Ricardo Bortolin
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Dedico esse trabalho aos filhos que eu ainda vou ter, à eles, ao futuro, toda dedicação do presente ... todo entusiasmo do agora. E a Deus, que permite estar aqui hoje e concluir mais essa etapa da minha vida, a quem o amanhã pertence.
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AGRADECIMENTOS Primeiramente ao Prof. Serafim e igualmente ao Prof. Anderson, por toda paciência e delicadeza que tiveram em nos orientar, com a incrível habilidade de discernir sobre cada assunto e sobre cada dificuldade que tivemos, desde a primeira citação até os momentos finais dessa pesquisa, meus sinceros agradecimentos e admiração. A todos os professores, e suas variáveis contribuições. À bailarina e professora Ju Marconato, que me recebeu em seu atelier, confiou em meu projeto e literalmente abriu as portas, sanou todas as minhas duvidas e mais um pouco. Obrigada Ju por ser essa pessoa ímpar que você é. Às minhas professoras de Dança do Ventre, que sempre contribuíram para meu crescimento passando tudo o que sabiam, sobre a dança e sobre tantas outras coisas, que além da técnica me ensinaram sobre meu próprio sentimento. Através deste quero agradecer de forma especial à bailarina e minha amiga Marilane, que leu e releu tantos parágrafos, além de responder as minhas pesquisas, servir de modelo, ouvir-me e ouvirme e ouvir-me... e além de tudo isso, por costurar todas as peças que foram geradas por essa pesquisa. Sem você Ma, tenho certeza que não teria ficado tão bom! Também à minha querida amiga Néya Borges pela disposição em me ajudar e por diversas vezes me ajudar a pensar. A Thayná, minha pequena grande aluna, que cresceu muito, e mora no meu coração! A minha família, que sem entender muito bem o que estava acontecendo e porque eu corria tanto todos os dias, mas sempre sendo minha base, o meu refúgio. Ao Boris (eu não podia deixar de mencioná-lo), sempre fiel, que ficou do meu lado até mesmo na tarde de domingo mais quente enquanto eu estudava. E por último, nem por isso menos importante, aos meus amigos, parceiros, companheiros, aos que escolheram “ter cheiro de graxa” ou “ser grafiteiro” (risos), só nós sabemos o quanto estivemos presentes na vida um do outros nesses anos, o quanto compartilhamos conhecimentos e dúvidas, temores e risos, muitos risos! Ouso dizer que conviver com vocês, com todas as diferenças que têm, me ensinou mais que a própria faculdade. A faculdade nos lançou muitos desafios e disponibilizou muitas informações, mas sem a existência de vocês tudo seria apenas teórico. Graças a todos os meus amigos, isso criou vida, e me deu mais vida. São e sempre serão muito importantes pra mim. AMO VOCÊS !!! v
SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 13 CAPITULO 1 – A DANÇA DO VENTRE ................................................................................... 18 1.1 Breve histórico sobre a Dança do Ventre .............................................................. 18 1.2 A Dança do Ventre no Brasil ................................................................................. 21 1.3 Trajes para Dança do Ventre ................................................................................. 22 1.3.1 Traje Tradicional ........................................................................................ 22 1.3.2 Influências Culturais .................................................................................. 24 1.3.3 Valorizações Corporais .............................................................................. 27 1.3.4 Tendência para trajes em 2011 ................................................................. 28 1.4 A importância do traje e a personalidade da bailarina ......................................... 29 CAPITULO 2 – OBJETO DE ESTUDO: O SUTIÃ ....................................................................... 31 2.1 A história do Sutiã ......................................................................................................... 31 2.2 O sutiã da mulher moderna e sua constante preocupação com a elegância e o conforto ............................................................................................................................................. 35 2.3 Novidades no mercado das lingeries ............................................................................ 36 CAPITULO 3 – PESQUISA DE SIMILARES .............................................................................. 38 3.0.1 - Análise do Sutiã ...................................................................................... 38 3.0.2 - Análise do Sutiã de Dança do Ventre ...................................................... 40 3.0.3 - Análise do Top de ginástica ..................................................................... 43 3.1 PESQUISA COMPLEMENTAR DE SIMILARES .......................................................... 44 3.1.1 Identificação dos principais problemas ..................................................... 49 vi
CAPITULO 4 – DESENVOLVIMENTO ..................................................................................... 51 4.1 ESCOLHA DOS MATERIAIS ..................................................................................... 56 4.1.1 Materiais para desenvolvimento da peça piloto ....................................... 56 4.2 FASE DE REALIZAÇÃO ............................................................................................ 57 4.2.1 Análise do primeiro protótipo ................................................................... 58 4.2.2 Análise do segundo protótipo ................................................................... 60 4.2.3 Avaliação funcional do protótipo .............................................................. 60 CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 64 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 66 ANEXOS ............................................................................................................................... 68 Anexo A – Visita ao Atelier Ju Marconato ................................................................... 68 Anexo B – Pesquisa Complementar de Similares ........................................................ 71 Anexo C – Avaliação do Protótipo ............................................................................... 77 Anexo D – Autorizações .............................................................................................. 80 Anexo E – Moldes (desenho técnico para costura) ..................................................... 83
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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES Ilustração 1 - Amusement au harem. GIMENEZ F. .............................................................. 18 Ilustração 2 - Harem Dancers – Fabio Fabbi ....................................................................... 19 Ilustração 3 - Samia Gamal. 1930 ........................................................................................ 20 Ilustração 4 - Bailarinas da Khan el Khalili em 10/04/2011 ................................................. 22 Ilustração 5 - Bailarinas da Khan el Khalili em 29/04/2011 ................................................. 23 Ilustração 6 - THE GHAWAZEE OF CAIRO - DAVID ROBERTS (1796-1864) ............................ 24 Ilustração 7 - Theda Bara. in Cleopatra. .............................................................................. 25 Ilustração 8 - Samia Gamal. Cinema. NY. 1950 .................................................................... 25 Ilustração 9 - Juliana Paes - Carnaval 2005 .......................................................................... 26 Ilustração 10 - Desfile Atelier Simone Galassi - Coleção 2011 ............................................. 28 Ilustração 11 - Cotilla (1750-1760) ...................................................................................... 32 Ilustração 12 - Corsé (1900-1908) ....................................................................................... 32 Ilustração 13 - Cópia da patente do primeiro sutiã ............................................................. 33 Ilustração 14 - The pin-up art of Bill Medcalf ...................................................................... 34 Ilustração 15 - Imagem ilustrativa – Sutiã Triumph ............................................................. 38 Ilustração 16 - Sutiã Hope em malha ................................................................................... 39 Ilustração 17 - Sutiã Hope em Microfibra ............................................................................ 39 Ilustração 18 - Imagem ilustrativa - Sutiã de Dança do Ventre ............................................ 40 Ilustração 19 - Estrutura do sutiã, Imagem exclusiva do Atelier Ju Marconato ................... 41 Ilustração 20 - Imagem exclusiva do Atelier Ju Marconato ................................................. 41 Ilustração 21 - Peças de modelos diversos .......................................................................... 42 Ilustração 22 - Imagem ilustrativa - Top de Ginástica .......................................................... 43 viii
Ilustração 23 - Esboços ........................................................................................................ 52 Ilustração 24 - Esboços ........................................................................................................ 53 Ilustração 25 - Esboço .......................................................................................................... 53 Ilustração 26 - Esboço digital .............................................................................................. 54 Ilustração 27 - Descrição da montagem .............................................................................. 55 Ilustração 28 - Materiais comprados para montagem da peça piloto ................................ 56 Ilustração 29 - Infográfico do processo construtivo ............................................................ 57 Ilustração 30 - Primeiro protótipo ...................................................................................... 58 Ilustração 31 - Foto do primeiro protótipo (vista frontal) ................................................... 59 Ilustração 32 - Foto do primeiro protótipo (vista lateral) ................................................... 59 Ilustração 33 - Segundo protótipo ...................................................................................... 60
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ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 - Movimentos e os itens avaliados ...........................................................................45 Tabela 2 - Resultados da .......................................................................................................47 Tabela 3 - Avaliação prática da proposta ......................................................................... 61 e 62
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RESUMO Este projeto de conclusão tem como objetivo indicar soluções para mulheres em geral e para bailarinas de Dança do Ventre no momento da escolha do sutiã usado para apresentações de dança e shows. Buscando aliar toda elegância e sensualidade das peças intimas do universo feminino ao conforto e contemporaneidade das lingeries que dão segurança para as mulheres modernas, dinâmicas e versáteis. Vamos assim, nos lançar ao estudo deste tema e acompanhar o desenvolvimento de ambos – trajes de Dança do Ventre e sutiãs - até a chegada e conquista dos dias atuais.
Palavras Chaves: dança do ventre, sutiã, conforto.
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ABSTRACT The aim of this paper is to show solutions to women, in general, and to belly dancers in the moment of choosing bras that they are going to use to present their dance and shows. Seeking to ally all elegance and sensuality of those underclothes of the feminine universe to the comfort and contemporaneity of langeries which give security to the new-fashionable, dynamic and versatile women. Then, we are going to be involved in feminine subjects and follow their development – belly dance clothes and bras – until the arrival and the conquest of the present days.Finally, we will ask of bra developed as a result of this project and its development. Keywords: belly dance, bra, comfort.
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INTRODUÇÃO A Dança do Ventre mostra vestígios de sua existência desde tempos antigos em ilustrações variadas, mas, informações sobre sua origem ficam suspensas em pouca ou nenhuma documentação. Encontram-se muitas histórias que foram criadas na tentativa de ilustrar e explicar o seu surgimento, uma das explicações, mostra que a Dança do Ventre teria suas origens nos rituais religiosos do Antigo Egito, onde a dança era praticada como forma de homenagear as divindades femininas, principalmente as associadas à fertilidade. Teria sido incorporada às festas palacianas tempos mais tarde, conquistando assim classes mais inferiores. Outra versão atribui o seu surgimento aos rituais Sumérios1 e há também alguns indícios históricos sobre alguns hábitos comemorativos, com características muito semelhantes à Dança do Ventre em países como Grécia, Turquia, Marrocos e norte da África, (KHAN EL KHALILI, 2001). A dança expandiu-se pelo mundo inteiro com a ajuda dos viajantes, mercadores e povos nômades (como os ciganos e beduínos), juntamente com outras características da cultura Árabe, tais como a culinária, a literatura e a tapeçaria. Chegando ao ocidente por volta do século XIX, em sua expansão pelo mundo, ela sofreu ao longo dos tempos diversas influências, acumulando em cada região diferentes interpretações e significados, como na sua nomenclatura, o correto é Raks Sharki e no ocidente passou a ser chamada principalmente de Belly Dance ou Dança do Ventre, nome esse adotado porque a dança concentra a maioria dos movimentos no ventre e bacia, (SHANGRILA HOUSE, 2010).
1 - A Suméria , considerada a civilização mais antiga da humanidade, localizava-se na parte sul da Mesopotâmia, apropriadamente posicionada em terrenos conhecidos por sua fertilidade, entre os rios Tigre e Eufrates.
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A Dança do Ventre é praticada em estúdios de dança e academias, atualmente tem sido muito procurada por mulheres de variada faixa etária, que buscam o resgate da feminilidade, a sensualidade e graciosidade dos movimentos, bastante sinuosos e envolventes, numa prática que desenvolve flexibilidade, o tônus muscular e desenvoltura através de movimentos, musicalidade e cultura árabe, e também dos trajes sempre muito ricos de detalhes e trabalhados exclusivamente. Muitas vezes esse tipo de dança também é trabalhada visando o aspecto terapeutico. Essa modalidade de dança se encontra em contínuo processo de desenvolvimento, mas hoje não existe qualquer ligação da dança com a religião e a bailarina é considerada uma artista. Os trajes utilizados durante as apresentações variam de acordo com o tema apresentado: clássico, moderno, folclórico entre outros; e também de acordo com o perfil de cada bailarina ou proposta cenográfica do show, mas em sua maioria e em acordo ao tradicional, são utilizados sutiens que deixam o ventre à mostra, uma saia e uma espécie de cinto usado para destacar os quadris. Todas as peças são adornadas com bordados e apliques diversos feitos sempre de forma manual para enriquecer o traje. A presente pesquisa visa desenvolver uma peça de sutiã para bailarinas de Dança do Ventre que, para as apresentações dos espetáculos, seja confortável, com modelagem que valorize o corpo feminino, utilize materiais e estrutura que garantam segurança na execução dos movimentos, por isso apresentará pesquisa de materiais, tecidos, elásticos e fechos; e ainda possibilite a customização da peça com trabalhos artesanais, bordados com pedrarias e apliques, sem que perca o formato e flexibilidade inicial da peça, daí a importância de falarmos sobre estudos anatômicos e antropométricos, com foco na parte superior do corpo feminino. 14
Há casos em que a bailarina não se sente bem com o traje, e por esse motivo, não consegue executar com precisão seus movimentos atrapalhando o acompanhamento da música e do grupo o qual ela pertence, em muitos casos também, o traje, por diversos motivos, desnudam partes do corpo da bailarina sem que ela perceba, tornando assim uma cena muito constrangedora. Os cuidados são tantos, as precauções inúmeras, como por exemplo utilizar alfinetes para assegurar o abotoamento do traje – dificultando o despimento no momento seguinte. 2
A bailarina Zurah , em 2003, se apresentava num evento na cidade de Limeira, interior de São Paulo, onde dançava sozinha no palco acompanhada por uma banda árabe que tocava ao vivo, ela usava um sutiã que lembrava uma borboleta com tiras de strass que se prendiam nas costas, quando uma das tiras de seu sutiã arrebentou. Zurah se apressou em segurar o sutiã com um dos braços, enquanto habilidosamente se despediu do público e abandonou o palco antes do término da música. “Fui tão ligeira e discreta que poucas pessoas perceberam o que havia acontecido” lembra Zurah do sufoco que passou naquele dia. A bailarina Fabiana3, em 2011, também passou momentos angustiantes, enquanto se apresentava no Mercado Persa - evento árabe que acontece anualmente e recebe público de todas as regiões do Brasil e convidados do exterior - em 2008, seu grupo era formado por cerca de 8 meninas, quando o fecho de seu sutiã se abriu inesperadamente durante a apresentação: “Na mesma hora em que percebi minha roupa se abrir saí da coreografia correndo e me escondi atrás do palco até que alguém me ajudasse a fechar o sutiã novamente” conta Fabiana, em 2011, que lembra também que o fato desagradável comprometeu o restante da sua apresentação e a deixa insegura até hoje. Casos como esses demonstram a importância em criar uma peça de lingerie específica para apresentações culturais e artísticas que exija movimentos diversos e que 2 - Zurah, é bailarina e professora de Dança do Ventre, natural da cidade de Santa Barbara d'Oeste onde tem escola própria, se iniciou na dança em 1997, se formou professora em 2002. 3 - Fabiana, é aluna de Dança do Ventre na cidade de Cordeirópolis, iniciou suas aulas em 2009.
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necessite ser trabalhada com materiais que exprimam texturas, brilhos, cores e efeitos visuais. A princípio, essa pesquisa reunirá informações contidas em revistas do ramo da Dança do Ventre com intuito de reunir informações sobre o que é utilizado pelas bailarinas de diversos níveis de comprometimento e profissionalismo. O passo seguinte será entrevistar bailarinas profissionais, que têm a vivência dos shows no seu dia-a-dia e questioná-las sobre as dificuldades e desconfortos que elas encontram e nas escolhas de seus trajes para os shows. Alguns ateliês especializados nesse tipo de traje serão visitados, seus estilistas nos darão um parecer das formas que utilizam para melhorar o desempenho de suas criações. Paralelamente, essa pesquisa estudará as inovações decorrentes das empresas de lingerie com um estudo de materiais modernos e formatos ergonômicos de bojos e sutiãs que tragam conforto ao utilitário e valorização do seu corpo, na busca de incorporar essas informações às necessidades da peça específica para utilização em apresentações de dança. Deixando explícito o objetivo desse trabalho, bem como as motivações para esse estudo, é oportuno demonstrar os capítulos que amparam os processos dessa pesquisa. No Capitulo 1 falaremos brevemente sobre a história da Dança do Ventre e também sobre a importância do traje utilizado nas apresentações, conheceremos alguns dos principais estilistas e ateliês especializados em trajes para Dança do Ventre do estado de São Paulo e os métodos técnicos e artísticos utilizados por cada profissional que se preocupa em agradar e valorizar sua clientela, veremos também a solução encontrada por cada profissional para superar os traumas de suas clientes. No Capítulo 2 conheceremos o sutiã, e sua importância na vida das mulheres nos tempos atuais, entenderemos qual a sua relação no dia a dia das mulheres e quais avanços esse mercado promete para melhorar essa relação mulher/sutiã/vida moderna, veremos uma breve análise de soluções que algumas marcas apresentam. 16
No Capítulo 3 teremos algumas importantes opiniões profissionais e fabris, faremos uma análise geral sobre o assunto. Teremos ainda, uma pesquisa qualitativa, onde algumas bailarinas foram escolhidas para testar e opinar sobre várias peças de sutiã, de diferentes modelos, justificando suas preferências. E por meio de todas estas informações, chegaremos a conclusões importantes para o desenvolvimento da peça proposta nesta pesquisa. No Capitulo 4 abordaremos o desenvolvimento da peça que representará o resultado desta pesquisa. A princípio, falaremos dos parâmetros que foram formados para se chegar ao modelo desejado e da importância deles ao projeto. Neste capítulo teremos também todo o desenvolvimento e avaliações dos protótipos.
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CAPITULO 1 – A DANÇA DO VENTRE 1.1 Breve histórico sobre a Dança do Ventre Etimologicamente, o termo Dança do Ventre vem da tradução do inglês Bellydance, simultaneamente trazido do termo em árabe “Racks El Sharqi” que literalmente significa “Dança do Leste”. Predomina a idéia de que a Dança do Ventre seja de origem egípcia e também que tenha relação com a Arte religiosa do Antigo Egito, principalmente utilizada para cultuar o feminino e a fertilidade em rituais, relaciona-se também seu surgimento, com os cultos primitivos à Deusa-Mãe (recebendo os nomes de Gaia para os gregos; e personificada sob as formas de Nut, Isis e Hátor para os egípcios) cujo surgimento data-se mais ou menos 7000 anos atrás. Por questão desse intuito focado no feminino e fértil, os homens não fazem parte dessa idéia de conceito inicial sobre a prática da Dança do Ventre, (PORTINARI, 1989 apud COELHO, 2011, p. 7 e 8). Como pode-se notar na ilustração 1, o ritual envolve apenas mulheres.
Ilustração1 - Amusement au harem. GIMENEZ F. GIMENEZ F. Fernandez, Gros & Delettrez, Paris Fonte: http://www.artvalue.com/ acesso em 17/05/2011
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Algumas outras formas de expressão compreendem que os movimentos executados principalmente pelos quadris e abdômen visavam preparar as mulheres para se tornarem mães, através de cultos de louvor e nascimento. Com esse aspecto, encontram-se similaridades no Antigo Egito, Babilônia, Síria, Índia, Suméria, Pérsia e Grécia Antiga, também entre povos nômades da Arábia ou península do Sinai, (PENNA, 1997 apud COELHO, 2011, p. 7 e 8). A ilustração 2 provavelmente traduz a cena de um ritual, pois traz mulheres com adornos demarcando o ventre e o quadril, em situação que nos sugere que estejam dançando.
Ilustração 2 – Harem Dancers – Fabio Fabbi Fonte: http://www.artrenewal.org/ acesso em 17/05/2011
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Coelho (2011, p. 7 e 8) cita em seu livro História da Dança do Ventre, que há diversos fatos históricos que nos levam a crer que a dança progrediu da esfera religiosa do matriarcado pagão para uma forma de dança de entretenimento por pressão do patriarcado. A dança expandiu-se pelo mundo carregada desse caráter de entretenimento com outras características da cultura Árabe, como a culinária, a literatura e a tapeçaria, por exemplo, sofrendo influências diversas, regionais e contemporâneas, inclusive da moda. Hoje não existe qualquer ligação da dança com a religião e a bailarina ou dançarina de Dança do Ventre é considerada uma artista e desenvolve trabalhos sofisticados solos ou com grupos numerosos, coreografados e improvisados – em shows de grande audiência e casas de chá ou festas familiares e saraus, conforme ilustração 3, de 1930, onde a bailarina Samia Gamal foi fotografada como ícone da festa nesse momento.
Ilustração 3 - Samia Gamal. 1930. Fonte: escolaharem.com.br/wordpress acesso em 17/05/2011
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1.2 A Dança do Ventre no Brasil A Dança do Ventre chegou no ocidente por volta do século XIX, época em que o Oriente estava na moda, visto que sempre exerceu um misterioso fascínio às culturas ocidentais, talvez pelos contos das Mil e Uma Noites ou pela verídica diversidade cultural. Muitos autores e pintores viajavam para as terras do oriente, retrataram suas experiências e descreveram seus encontros com bailarinas, que usavam seu corpo de forma a chocar os expectadores ocidentais - educados na era vitoriana. Por conta de algumas dessas interpretações, a dança adquiriu má reputação e mesmo em tempos modernos, as amantes dessa arte batalham para retirar esse rótulo e colocá-la numa posição privilegiada ao lado de outras formas de arte, (SHANGRILA HOUSE, 2011). Os primeiros árabes começaram a migrar ao Brasil no final do século XVIII. Vindos da Síria e do Líbano, em sua maioria, se concentraram nas regiões Sudeste buscando trabalho nas lavouras de café e na região Norte onde havia a extração de borracha. Há relatos mais atuais que afirmam que “a partir dos anos 50, uma grande população muçulmana entrou no Brasil, vindos de diferentes regiões do Oriente Médio” (BENCARDINI, 2002 p. 68 apud CUNHA, 2010). Por volta dos anos 50, uma mulher palestina de nome Shahrazad Shahid iníciou um trabalho com dança em São Paulo. Cunha (2010) traz o seguinte relato: O trabalho pioneiro foi o de Shahrazad Shahid, bailarina chegada da Palestina em 1957, foi cabeleireira por 18 anos e a partir de 79 dedicou-se à dança do ventre, desenvolvendo uma didática que formaria uma das primeiras gerações de bailarinas brasileiras. (CUNHA, 2010, p. 31).
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1.3 Trajes para Dança do Ventre 1.3.1 Traje Tradicional O traje utilizado pela bailarina durante as apresentações varia de acordo com o tema apresentado: clássico, moderno, folclórico, performances etc; e também de acordo com o perfil de cada bailarina ou proposta cenográfica do show, mas em sua maioria o traje constiuíse de bustiê ou sutiã, saia e cinto, sendo os acessórios opcionais. Essa formatação, dá-se ao fato do traje ter como principal objetivo deixar o ventre à mostra, já que é nele que se concentra a maioria dos movimentos e que inclusive dá nome à Dança. As peças são trabalhadas de forma exclusiva e sempre adornadas com bordados, apliques e diversos tipos de materiais para enriquecer o traje, conforme a ilustração 4, pode-se observar 6 modelos distintos de trajes.
Ilustração 4 – Bailarinas da Khan el Khalili em 10/04/2011 (Aysha, Mayara, Kahina, Camilla Martini, Chrystal e Talita Faria) Fonte: http://www.khanelkhalili.com.br/ acesso 18/05/2011
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Em registros ilustrativos mais antigos, podemos observar que nem sempre o traje era luxuoso e muitas vezes não deixava o ventre à mostra. A preocupação com os trajes cresceu à medida que a dança foi tomando um caráter mais formal e atingindo a mídia, como será visto oportunamente a respeito da indústria do cinema e sua influencia sobre a Dança do Ventre. A bailarina busca se destacar não somente através da sua dança e técnica, mas também a partir do seu visual: traje, cabelos, maquiagem, brincos, pulseiras, etc. É importante destacar que nem todas as mulheres se sentem a vontade com o ventre à mostra, principalmente em apresentações publicas, por isso, é livre que cada mulher construa seu traje de forma que lhe faça sentir bem e confortavel, mesmo que para isso seja necessário cobrir o abdomen ou aplicar algum detalhe que esconda parcialmente, como mostrado na ilustração 5.
Ilustração 5 – Bailarinas da Khan el Khalili em 29/04/2011 (Laís Jardim, Shirley Salihah, Jannah el Havannery, Aischa, Bárbara Zarifah e Aline Jndia) Fonte: http://www.khanelkhalili.com.br/ acesso 18/05/2011
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1.3.2 Influências Culturais Para entendermos de que forma as culturas locais regionais influenciaram e ainda influenciam na Dança do Ventre, é importante pensarmos primeiramente na forma original da dança, como parte de uma cultura, como parte de um povo, e de festas nos povoados, como por exemplo os "Ghawazee" no Egito, que preservam sua forma original de dança e música apenas visando o entretenimento e integração das famílias (SHANGRILA, 2011), nesta forma inicial compreendemos os trajes como simplesmente às vestes utilizadas no dia a dia dessas mulheres conforme ilustração 6 reproduz. A principal transformação se deu através da releitura hollywoodiana de grandes personagens que trouxeram características glamorosas aos seus figurinos em longas-metragens que traziam para a tela cenas de odaliscas e que nesses casos eram compostas de muito mais brilhos e transparências, chamavam a atenção a partes do corpo que tradicionalmente não se mostravam. Esta releitura influenciou as bailarinas egípcias, grandes estrelas, que passaram a vislumbrar seus trajes da mesma maneira: brilhos e decotes inclusive mostrando o ventre e as penas, aproveitandose da dança num movimento de transgressão e liberdade, (CUNHA, 2010. p. 27). Ilustração 6 - THE GHAWAZEE OF CAIRO - DAVID ROBERTS (1796-1864) Fonte: http://artmight.com/ acesso em 18/05/2011
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Como na ilustração 7 vê-se a atriz Theda Bara no filme Cleopatra de 1917, e na ilustração 8 a bailarina egípcia Samia Gamal em filme de 1950. Samia gravou mais de 120 filmes em toda sua carreira.
Ilustração 7 - Theda Bara. in Cleopatra. 1917 Fonte: http://www.flickr.com/photos/charmainezoe/ acesso em 17/05/2011
Ilustração 8 - Samia Gamal. Cinema. NY. 1950 Imagem do filme “Dançarina egípcia vai a Hollywood”. Fonte: http://grupos.emagister.com/imagen/samia_gamal/ acesso em 17/05/2011
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Para Coelho (2011, p. 5) o contexto corporal dessa forma de dança está intimamente ligado ao seu contexto histórico, e só assim é possível compreender, pois a consciência corporal está relacionada diretamente com a cultura. Sabemos que a consciência corporal brasileira é totalmente diferente da russa, por exemplo, e a Dança do Ventre apesar de carregar um contexto arquetípico universal, ainda assim se adéqua às condições locais
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consciência corporal das mulheres que praticam a dança, como também à questões cenográficas e no preparo de espetáculos para os expectadores locais. Na ilustração 9 podemos observar ornamentos carnavalescos relevantes. Coelho (2011) relata ainda que:
Assim, no Brasil se observará uma tendência geral para se absorver contextos corporais com padrões de nosso estilo, com contextos abrasileirados, como a adaptação do gingado do samba, por exemplo, e nos tremidos das brasileiras, principalmente nos das mulatas ... a tendência é, além de criar elementos peculiares à nossa cultura, estudar e adaptar cada detalhe de cada cultura, o que torna o estudo da Dança do Ventre mais rico, amplo e detalhado. O “abrasileiramento” da manifestação artística da Dança Oriental é observado nesta tendência de abraçar as peculiaridades de cada estilo, porém, com o toque brasileiro, que pode ser definido dentro de um contexto corporal faceiro, comunicativo, brincalhão, sinuoso, rico em deslocamentos bem elaborados, alguns inspirados no samba, com amplos movimentos de braços e mãos detalhadamente trabalhadas, e shimmies com intenções muito claras. (COELHO, 2011, p. 6).
Ilustração 9 - Juliana Paes - Carnaval 2005 http://nutribelachic.blogspot.com acesso 06/06/2011
Contudo, é importante observar e respeitar as tendências atuais e as inclinações culturais e regionais no desenvolvimento de peças do vestuário. As atividades cotidianas do publico alvo, suas necessidades e aspirações também são variáveis importantes que devem ser profundamente estudadas para auxiliar o desenvolvimento do projeto. 26
1.3.3 Valorizações Corporais Quando falamos em Dança do Ventre, imediatamente se visualiza quadris arredondados, formas corporais curvilíneas como as da cintura, movimentos ondulatórios, circulares, que confere toda atmosfera feminina e sensual a que se refere esse assunto. Pensando dessa forma que “A Dança do Ventre é uma arte com forma”, (COELHO, 2011, pag. 3). E ainda: Tecnicamente, ela possui movimentos-forma bem definidos, como ondulações abdominais, ondulações de quadril e tronco isoladas ou combinadas, ondulações de braços e mãos, manifestações shímmicas de quadril, deslizamentos de partes isoladas do corpo, entre outros... Ao longo de sua evolução técnica e transformação, houve modificações que acentuaram sua plástica feminina... "Trata-se de movimentos especialmente configurados para o corpo feminino, com ênfase no trabalho dos músculos abdominais, movimentos de quadril e cintura escapular“ (COELHO, 2011, p. 5). 4
Ju Marconato , em seu atelier localizado em Araraquara, interior do estado de São Paulo, desenvolveu algumas regras básicas ao longo dos 8 anos de confecção e venda de trajes para Dança do Ventre, que norteiam o desenvolvimento de cada traje: “Encontramos uma forma exclusiva de posicionar o enchimento dos sutiãs, o que proporciona às nossas clientes um efeito muito mais interessante no colo e no volume dos seios.” (MARCONATO, 2011) Além disso, Ju Marconato garante que trabalha quase todos os seus modelos de sutiãs com linhas diagonais abaixo do busto, alongadas ou curtas, dependendo o corpo em questão, buscando valorizar a cintura e também valorizar a visualização de alguns movimentos dos quadris.
4 - Ju Marconato é formada em fisioterapia, tem contato com a Dança do Ventre desde a infância, atualmente viaja por todo Brasil ministrando aulas e palestras, freqüentemente é tem participação em rádios e TV para falar sobre o tema
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1.3.4 Tendência para trajes em 2011 Assim como na moda, na Dança do Ventre também vivem-se tendências. Encontramos matérias sobre esse assunto em quase todas as revistas atuais do mercado, e o tema da vez é: moderno. A revista Shimmie (2011) apresenta matérias que levam exatamente esse título em suas 3 últimas edições, tendo como colunista em uma delas Simone Galassi, proprietária de um dos mais famosos ateliers de trajes para Dança do Ventre do estado de São Paulo. O Atelier Simone Galassi está no mercado há 17 anos e confecciona mais de mil trajes por ano, destacase no mercado também pela contemporaneidade de suas peças. Os trajes modernos, ao contrário do clássico e do folclore, não precisam expressar tradição. Tem liberdade para confecção em diversos materiais que vão de sintéticos, jeans, elastanos, estampados; modelagens que variam de calças à minissaias, utilização de penas e plumas, desde que todas essas variações sejam bem dosadas, respeitando a personalidade da bailarina e se equilibrando com seu corpo, sempre com muita elegância. (SHIMMIE, 2011). Na ilustração 10 pode-se ver alguns trajes do desfile 2011 realizado pelo Atelier Simone Galassi.
Ilustração 10 - Desfile Atelier Simone Galassi - Coleção 2011 Fonte: http://www.ateliersimonegalassi.com.br/ acesso em 19/05/2011
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1.4 A importância do traje e a personalidade da bailarina O traje escolhido pela bailarina de Dança do Ventre é muito importante para a composição da cena artística numa apresentação pública. O traje deve ser escolhido de forma que complemente o aspecto visual da bailarina, buscando a valorização do seu corpo e dos movimentos que ela executará durante a apresentação, mas esse mesmo traje deve fortalecer a personalidade que a bailarina incorpora em cena, ou será através da composição deste traje que a bailarina escolherá seu perfil para determinada cena. Lulu Sabongi5 relata em uma matéria encontrada no site de sua escola sobre “A expressão na Dança do Ventre”: “Um dos maiores enclaves na dança do ventre é visível, logo aos primeiros momentos de uma apresentação” (SHANGRILA, 2011). Quando se prepara para uma apresentação pública, a bailarina deve se atentar e buscar respeitar a idéia lúdica que a maioria do público faz sobre os assuntos orientais, principalmente na figura da Odalisca, que envolve principalmente o conto das “1001 Noites” e todo mistério que os cenários árabes de desertos e castelos constituem. A função da bailarina é contribuir para que seu público viva esse sonho por alguns instantes. Neste momento, todos os cuidados e detalhes são importantes – maquiagem, jóias, traje, etc; pode-se considerar que 50% do impacto é visual, causado pela apresentação estética nos primeiros segundos. A bailarina precisa saber que é “bela” para conseguir transmitir isso ao seu público, cada mulher deve conhecer e explorar seus atributos mais fortes e apresentá-los de forma harmoniosa. (SHANGRILA, 2011).
5 - Lulu Sabongi é uma famosa e respeitada bailarina brasileira, com reconhecimento internacional, seu trabalho inclui apresentações em shows e cursos workshops que é convidada a ministrar por todo o mundo
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A escolha certa do traje torna a bailarina muito mais segura e confiante, traduz nele sua personalidade num primeiro momento, que será confirmada durante a sua apresentação. As escolhas podem variar de trajes mais ousados para bailarinas modernas, ou trajes mais clássicos para aquelas que preferem se sentir como princesas e passar essa imagem ao seu público, há ainda escolhas mais delicadas, outras mais rústicas. O importante neste momento é que a individualidade seja respeitada. Valendo-se destas informações, esse projeto busca desenvolver um sutiã contemporâneo, que seja condizente com as vertentes da moda atual e que possibilite a customização da peça sem que ela perca os atributos de melhoramento nela imposto. O sutiã desenvolvido nesse projeto deve buscar a neutralidade em seu modelo, para que a usuária possa, durante a customização, imprimir a sua personalidade no momento da escolha do material e das demais aplicações que fizer. No próximo capítulo, entenderemos sobre a peça de sutiã utilitária, presente no dia-adia da maioria das mulheres, veremos as diferentes funções que assumiu desde o momento de sua criação e qual importância tem atualmente. O desenvolvimento da figura da mulher na sociedade, sua conquista e reposicionamento ao longo da história, e como a evolução da tecnologia acompanhou e influenciou as peças de sutiã que temos hoje no mercado.
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CAPITULO 2 – OBJETO DE ESTUDO: O SUTIÃ 2.1 A história do Sutiã As peças de moda íntima feminina acompanharam, ao longo da história, todo o desenvolvimento da figura da mulher diante da sociedade e suas conquistas. Na antiguidade foi Creta quem desempenhou um papel importante de liderança na moda do Mediterrâneo, influenciando em seguida a moda de Paris, por volta dos séculos XIX e XX (NEVES, 2008). Neves relata ainda que: “No inicio do segundo milênio antes de Cristo, as cretenses usavam um corpete que sustentava seus seios pela base e que os levantava, espetaculares e completamente nus. Nesta época as mulheres estavam em pé de igualdade com os homens, participando de expedições pelos mares e caças. Mesmo assim elas formavam uma sociedade de sacerdotisas de seios nus, que serviam as divindades femininas respeitadas por todos” (FONTANEL, 1998 apud NEVES, 2008, p. 26).
Já na época clássica, V a.C., já foram inventados as primeiras formas de sutiãs, tratavase de uma tira larga que era envolta no corpo, prendendo, amassando e segurando os seios. Era usado pelas gregas, que não tinham nenhuma preocupação em valorizá-los, ao contrario, a preocupação era mantê-los harmoniosos, e evitar que ficassem caídos e flácidos, (FONTANEL, 1998 apud NEVES, 2008). Baseado em Fontanel (1998), Neves disserta ainda que a preocupação com a sustentação dos seios nem sempre foi o foco das roupas femininas, por exemplo, na época da queda do Império Romano, as mulheres - principalmente as bárbaras, passam a deixar seus bustos livres das amarrações, cobrindo seus corpos com túnicas ou vestidos. A preocupação de sustentar os seios reaparece na época gótica, quando a moda das indumentárias novamente escora os seios. 31
No Portal São Francisco (2011), numa matéria sobre a historia da lingerie, trata como “tortura cultural” o marco inicial da história dessas peças intimas tão comuns na vida das mulheres nos dias atuais. No século XVI, iniciou-se a diferenciação das peças femininas através de cores mais claras do que as masculinas, e algum tempo depois, na Espanha, surgiu o espartilho que “ao contrário do que se pensa, o espartilho não servia para modelar o corpo, mas para disfarçar as formas, uma exigência da época”, no final da Idade Média era formado por um pedaço de armadura de cavaleiro, depois era feito de esparto (uma gramínea utilizada na fabricação de cestos), e sua estruturação feita de barbatanas de baleia como pode-se observar nas ilustrações 11 e 12. A utilização de lingeries era sinônimo de status, logo, se uma mulher estivesse bem vestida demonstrava riqueza e consequentemente demonstrava que havia um homem bem sucedido mantendo seus luxos. As peças eram muito desconfortáveis e usadas cada vez mais apertadas, eram causadoras constantes de desmaios, (MODA CERTA, 2011).
Ilustração 11 - Cotilla (1750-1760). Museu del Vestit. Fonte: http://blocdenotesnasilvia.blogspot.com/ Acesso em 25/05/2011
Ilustração 12 - Corsé (1900-1908). Museu del Vestit Fonte: http://blocdenotesnasilvia.blogspot.com/ Acesso em 25/05/2011
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Dos desconfortáveis espartilhos até a criação do primeiro sutiã, houveram muitas mudanças comportamentais e influências históricas. Manequin (2011) numa matéria sobre história da moda, classifica o sutiã como “Símbolo de contestação feminina, seu surgimento coincide com um momento de liberação da mulher.” A primeira peça de sutiã foi desenvolvida pela socialite Mary Phelps Jacob, em 1913 na França, pois seu vestido de festa não ficaria bem se ela usasse os tradicionais espartilhos, o primeiro sutiã era constituído por dois lenços, uma fita cor-de-rosa e um cordão. Mary ainda produziu algumas peças para suas amigas mais chegadas. No ano seguinte resolveu patentear sua criação, e vendeu sua patente para Warner Bros a um valor simbólico. A ilustração 13 a seguir mostra a Cópia dessa Patente. A Primeira Guerra Mundial estava estourando, e as mulheres precisavam de roupas práticas para trabalhar, (DESCOLEX, 2011).
Ilustração 13 - Cópia da patente do primeiro sutiã. Criado por Mary Phelps Jacob http://www.descolex.com, acesso 23/05/2011
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Desde o início do século XX, quando foi lançado, o sutiã já passou por diversos focos, ora com a intenção de amassar os seios, pouco depois - entre os anos 40 a 50 – as peças começaram a ter a intenção de valorizar tanto o desenho dos seios como do colo, inspirado no símbolo de beleza da época como eram as figuras das pin-ups (ilustração 14) e na atriz Marin Monroe por exemplo. Cerca de duas décadas depois – 1960 a 1970 – a intenção de mercado se expandiu visando também as adolescentes, servindo-as de modelos mais simples. Surge a renda e as transparências que tornam as peças mais ousadas e sexys, (MANEQUIN, 2011).
Ilustração 14 - The pin-up art of Bill Medcalf http://www.thepinupfiles.com acesso 25/05/2011
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2.2 O sutiã da mulher moderna e sua constante preocupação com a elegância e o conforto A lingerie feminina nem sempre foi sinônimo de elegância e conforto como é representada atualmente, pois desde a época das longas vestimentas, usadas até certo tempo depois da Idade Média, seguida pela ostentação dos séculos XVII XVIII – época da qual era usado uma parafernália de peças por debaixo das saias femininas, até o início do século XX, a mulher se submeteu a variados tipos de sofrimentos em nome do status, da beleza e para satisfação do publico masculino. Os espartilhos que deformavam e escondiam o corpo das mulheres, foram usados por mais de quatro séculos, causavam constantes desmaios e outros diversos problemas de saúde, (GARCIA, 2011). Acompanhando a evolução global e as mudanças culturais, as lingeries passaram por uma série de transformações estruturais e conceituais ao longo da história. História essa, paralela à conquista feminina pela igualdade e no mercado de trabalho, momento em que a lingerie precisou traduzir as necessidades e exigências que surgiam junto com essa nova mulher no século XX, (GARCIA, 2011). Franqueira (2011) também concorda quando descreve em matéria no site UOL: “A primeira Guerra Mundial provoca grandes mudanças. As mulheres passam a trabalhar fora e exigem uma moda leve e elegante”. Garcia (2011) acrescenta ainda que “A evolução tecnológica possibilitou o surgimento de novos materiais, que tornou a lingerie mais confortável e durável, duas exigências da vida moderna”. Franqueira (2011) conclui que a moda íntima feminina, vem lutando ao longo dos séculos, para se tornar cada vez mais essencial e onipresente. Como quase todos os itens de uso e consumo individual, o sutiã também vem se adequando as condições tecnológicas e a processos fabris automatizados e a lotes com grande volume de peças, que atendam cada vez mais as necessidades e aspirações do consumidor com modelagens mais abrangentes, que vistam um numero cada vez maior de mulheres de diferentes padrões antropométricos. No próximo capítulo as novidades desse mercado será melhor dissertada. 35
2.3 Novidades no mercado das lingeries Sempre acompanhando as mudanças de comportamento e a moda, a lingerie foi se transformando durante os anos. Na década de 60, o sutiã chegou a ser queimado em praça pública, num ato pela liberdade e igualdade feminina durante a revolução sexual. Na década de 80 muitas mulheres afirmavam não usar lingeries que aprisionassem seus corpos. Atualmente, as peças íntimas evoluíram tanto, que há sutiãs para todas as ocasiões e tipos de corpos, cores, texturas e materiais, inclusive com aromas que buscam agradar às mulheres mais exigentes. Num movimento de moda influenciado pela cantora Madonna na década de 90, os sutiãs ganham espaço também para aparecer sobre as peças de roupa, é iniciada a era outwear. Assim como em outros segmentos de mercado, a indústria da lingerie vive em ascendência e aposta alto em tecnologia de ponta e modelagens avançadas, fabricando peças cada vez mais inteligentes e funcionais. “É possível encontrar no mercado desde o espartilho no mais clássico modelo renascentista até o sutiã mais moderno, recheado de silicone, a última novidade” (GARCIA, 2011). Sobre a vanguarda da lingerie Franqueira complementa: Os chamados "fios inteligentes", a sutileza das matérias, a suavidade de formas se materializam em peças onde o conforto se alia à estética, à sedução. Elaborada e sofisticada, sem-costuras, fina e delicada, a moda íntima alcança sua própria expressão. Forma sem deformar. O mundo da lingerie vive um momento excepcional. A roupa íntima está presente em todas as mídias. (FRAQUEIRA, 2011)
O sutiã é uma peça íntima do vestuário feminino que veio ao longo do tempo acompanhando a evolução da mulher, em todos os aspectos, sejam eles políticos, sociais, econômicos. No passado, chegou a ser um símbolo de repressão feminina, atualmente o sutiã é essencial para que a mulher se sinta segura, e para que isso aconteça é necessário que ele seja confortável no formato e a textura do tecido seja macia, e ao mesmo tempo possa ter 36
uma boa sustentação, e que exista modelos de sutiãs que agrade aos mais variados formatos de bustos e volumes. As indústrias de lingeries investem atualmente em tecnologias de ponta e estudos ergonômicos, que veremos mais detalhadamente no decorrer desse projeto, buscando agradar mais a cada modelo lançado, para esse diversificado e exigente público feminino. O sutiã passou por diversas revoluções e evoluções, deixando de ser um simples acessório para se tornar essencial para o conforto, bem estar e elegância da mulher. Além disso, o sutiã desenvolvido por esse projeto deve alcançar a performance desejada para utilização durante shows de dança do ventre.
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CAPITULO 3 – PESQUISA DE SIMILARES Esse projeto fará análise de três modelos de peça do vestuário exclusivamente feminina, sendo o sutiã convencional, o sutiã de Dança do Ventre e o top de ginástica, que tem em comum o suporte e sustentação dos seios. Conforme orientação, o método escolhido para coletar informações e impressões sobre esses produtos, será de pesquisa de campo e análise sensorial e visual.
3.0.1 - Análise do Sutiã Valendo-se de informações coletas pela autora desta pesquisa, em pesquisa de campo (2011), realizada em lojas de artigos diversos, com atenção à sessão de lingeries, baseando-se em impressões táteis e visuais a respeito de diversas marcas fabricantes das peças íntimas. A ilustração 15 mostra uma peça clássica da marca Triumph: É notória a evolução na industrialização das peças de sutiãs, abrindo assim uma vasta gama de modelos e formatos que buscam suprir as mais variadas necessidades femininas na utilização dos sutiãs no dia-a-dia e nas mais diversas situações cotidianas, aliando-os com funcionalidade às novas modelagens de blusas e demais peças de vestuário feminino. Encontramos cores variadas, dos tradicionais beges, brancos e pretos, à uma infinidade de tons e estampas. As marcas preservam seus modelos tradicionais, mas dispõem também de peças especiais que prometem alta performances e Ilustração 15 - Imagem ilustrativa – Sutiã Triumph Fonte: http://www.triumph.com/br/pt/index.html acesso 20/06/2011
agregam tecnologia de ponta na fabricação, capaz de produzir 38
peças sem costura, que unem até seis camadas de tecido por prensagem quente, como podemos encontrar na linha de sutiãs da Hope e da Triumph. O material mais utilizado no acabamento dos sutiãs tem sido a microfibra, mas ainda encontram-se algumas peças em algodão e malha cotton, como mostra as ilustrações 16 e 17, da marca Hope: A largura das alças é um fator muito variável, pois variam conforme o público alvo da linha de produtos em questão, por exemplo: linhas destinadas à meninas-moças são fabricadas com alças finas, já as linhas de produtos destinados à mulheres com volume maior nos seios que buscam maior sustentação apresentam alças mais largas. Essa mesma variável se dá aos fechos utilizados nas costas, alterando sua espessura e o número de ganchos conforme o público alvo à que se destina. Atualmente existem modelos que utilizam fechos frontais, que Ilustração 16 - Sutiã Hope em malha Fonte: Arquivos pessoais, acesso em 19/06/2011
não acompanham a variável citada anteriormente.
Ilustração 17 - Sutiã Hope em Microfibra Fonte: Arquivos pessoais, acesso em 19/06/2011
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3.0.2 - Análise do Sutiã de Dança do Ventre As informações utilizadas nesta análise foram obtidas em visita ao Atelier Ju Marconato, já citado anteriormente nesse projeto, e também referente à peças de propriedade da autora desta pesquisa e outras peças de origens diversas. Na ilustração 18, a designer e bailarina Ju Marconato, utiliza traje desenhado por ela com exclusividade para seu Atelier. Algumas peças, são construídas completamente em cima de uma peça de lingerie, sobre estas peças, serão reservadas à análise feita anteriormente sobre o lingerie. Os sutiãs de Dança do Ventre, em sua maioria, são constituídos de um bojo padrão, fabricado industrialmente e tem aplicação de tiras de tecido fabricados artesanalmente por costura doméstica, com elásticos aplicados em alguns casos, a espessura e posicionamento das tiras de tecido variam de acordo com o modelo escolhido. No Atelier Ju Marconato, que já trabalha com um perfil próprio para suas peças, adota como um de seus diferenciais, a utilização de elásticos aplicados em todas as tiras que transpassem o tronco da cliente, garantindo assim maior flexibilidade e ajuste. Outro diferencial do Atelier é o uma alteração no posicionamento Ilustração 18 - Imagem ilustrativa - Sutiã de Dança do Ventre Fonte: http://www.jumarconato.com.br acesso 08/06/2011
dos enchimentos na maioria das peças, considerado pela proprietária como segredo industrial para o sucesso de suas peças. Os materiais estruturais dos sutiãs de Dança do Ventre trazem em sua maioria bojos de fabricação industrial e elásticos de diversas espessuras conforme aplicação. 40
Pode-se observar a utilização desses elásticos e tiras citados anteriormente na ilustração 19. Os materiais de forração e acabamento são infinitamente variáveis, indo de encontro ao resultado visual desejado, pois dá a liberdade para a cliente modelar a peça com exclusividade, seguindo e atendendo suas necessidades pessoais. Os tecidos variam entre cetins, veludos e transparências diversas principalmente. Os detalhes bordados vão de peças de miçangas plásticas à cristais, strass, swarovski, flores artificiais, penas, etc. A ilustração 20 mostra modelo exclusivo do Atelier Ju Marconato, juntamente com seu croqui, na peça semi-acabada pode-se observar a riqueza de detalhes no bordado. Ilustração 19 - Estrutura do sutiã, Imagem exclusiva do Atelier Ju Marconato Fonte: Arquivos pessoais, acesso em 07/05/2011
Ilustração 20 - Imagem exclusiva do Atelier Ju Marconato Fonte: Arquivos pessoais, acesso em 07/05/2011
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As possibilidades de fecho são sistemas de ganchos macho e fêmea, ou uma sobra de tecido para amarrar nas pontas. Durante a utilização das peças durante alguma apresentação, é comum que as bailarinas se assegurem colocando alfinetes tipo de fralda sobre, principalmente os fechos tipo macho e fêmea. Na ilustração 21 apresentamos 3 modelos distintos de sutiã de Dança do Ventre.
Ilustração 21 - Peças de modelos diversos. Variados fabricantes Fonte: Arquivos pessoais, acesso em 19/06/2011
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3.0.3 - Análise do top de ginástica A escolha em analisarmos também Tops de Ginástica é pelo fato de serem peças fabricadas principalmente para sustentação dos seios durante a realização de exercícios. A ilustração 22 mostra essa figura feminina preparada para uma aula de ginástica por exemplo. A observação principal referente aos tops de ginástica é o fato de serem fabricados em material muito elástico e reforçado. Normalmente não tem fecho e também não tem um formato ergonômico exato para encaixar o volume dos seios. Os modelos são mais genéricos, e é a flexibilidade do material que permite esse ajuste ao corpo da mulher. O fato desses tops de ginástica não terem bojos ergonômicos, faz com que muitas mulheres usem uma peça de sutiã em baixo do top.
Ilustração 22 - Imagem ilustrativa - Top de Ginástica Fonte: http://www.grazimodafeminina.com.br/home.htm acesso 08/06/2011
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3.1 PESQUISA COMPLEMENTAR DE SIMILARES A pesquisa de similares realizada anteriormente, analisou grupos de peças do vestuário feminino de uma forma bastante abrangente e técnica, coletando e analisando informações, buscando analisar principalmente a necessidade e o mercado, conforme alguns ítens da fase de preparação, (LOBACH, 2000). A pesquisa complementar de similares descrita a seguir, fará a compilação de dados coletados em testes qualitativos. Três usuárias, bailarinas, de diferentes
medidas
antropométricas, testaram peças previamente selecionadas e propositalmente escolhidas contendo caracteristicas estruturais diferentes, e essas usuárias relataram as experiencias sensoriais que tiveram ao utilizar cada uma dessas peças. Para conseguir uma melhor análise na performance das peças, foram sugeridos movimentos corporais configurados na prática de ballet, que constituem-se de alongamentos e curvaturas, para com isso haver análises mais precisas da função, da estrutura e da configuração das peças (LOBACH, 2000), como pode ser visto na tabela 1 :
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Tabela 1 - Movimentos e os itens avaliados MOVIMENTOS
ITEM AVALIADO
Inclinação acentuada do tronco para a frente
Sustentação
5ª posição de Ballet
Liberdade de Movimento
3ª posição de Ballet
Valorização do colo
Cambrê latera Inclinação do tronco para os lados
Material
Cambrê Inclinação do tronco para trás
Conforto
Braços para baixo em repouso
Alças
abraço
Sistema de fechos
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As bailarinas Sidinéia, Marilane e Thayná autorizaram a utilização e publicação de suas opiniões, bem como se dispuseram a testar a peça conceitual que será desenvolvida neste projeto. A pesquisa a qual as três bailarinas acima opinaram continham 6 sutiãs de diferentes modelos e materiais, destinados à variados fins, como o modelo exclusivo para dança, modelos de sutiã de uso comum no dia-a-dia e outro destinado a uso principalmente para ginástica. Para cada um dos 6 modelos, avaliou-se detalhes da peça, como: alças, sustentação, sistema de fechos, material, liberdade de movimento, conforto e valorização do colo, todos vinculados à movimentos para auxiliar a avaliação dos mesmos como já citado na tabela 1; validando cada aspecto citado como: ótimo, regular ou ruim, e justificando cada uma das escolhas. A tabela 2 , mostra a opinião das bailarinas, sobre as peças sugeridas, sendo ótimo = ?, regular = ? ou ruim= ?, acrescidos também da justificativa sobre cada escolha. As informações foram dispostas dessa forma para que seja possível fazer uma analise qualitativa das informações:
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Tabela 2 - Resultados da pesquisa MODELOS Modelo 1
Modelo 2
Modelo 3
Modelo 4
Modelo 5
Modelo 6
DETALHES Alças Sustentação Sistema de fechos Material Liberdade de Movimento Conforto Valorização do colo Alças Sustentação Sistema de fechos Material Liberdade de Movimento Conforto Valorização do colo Alças Sustentação Sistema de fechos Material Liberdade de Movimento Conforto Valorização do colo Alças Sustentação Sistema de fechos Material Liberdade de Movimento Conforto Valorização do colo Alças Sustentação Sistema de fechos Material Liberdade de Movimento Conforto Valorização do colo Alças Sustentação Sistema de fechos Material Liberdade de Movimento Conforto Valorização do colo
SIDINÉIA MARILANE
THAYNÁ
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Analisando todas as peças em caráter funcional, (LOBACH, 2000, p.146) concluí-se que o sutiã deve vestir de forma confortável e segura (sem correr o risco de gerar um momento constrangedor para a bailarina). Analisando cada modelo sugerido nesta pesquisa, podemos observar que: No modelo 1, as alças mais finas geram pouca sustentação, além de incomodar e até machucar algumas usuárias, a sustentação fica comprometida por conta das alças. Um ponto que melhora o desempenho da peça em relação à sustentação é observado pelo tecido que se localiza abaixo dos bojos, o sistema de fechos foi avaliado como seguro por todas as bailarinas, mas o material utilizado na peça limita o conforto e a movimentação, pois não tem elasticidade. O modelo 2 com as alças mais largas, apresentou vários pontos negativos, alegando-se que, apesar de melhorar a sustentação, atrapalha a movimentação dos braços e ombros. O formato do bojo pouco côncavo não acomoda corretamente os seios, gerando a sensação de que a peça de sutiã sairá do lugar deixando parte do corpo indesejável a mostra, conforme cita a bailarina Marilane “Amassa os seios...”. O fato de não haver nenhum material abaixo do bojo amplia a insegurança citada anteriormente. Quanto ao material, nota-se opiniões positivas pelo fato dele ser mais firme, porem identificamos também que a falta de elasticidade diminui o conforto, como exemplo podemos comparar 2 justificativas, a bailarina Thayná diz “Bem firme” sobre o material, paralelamente a bailarina Marilane observa q “Não possui muita elasticidade”. O modelo 3 apresenta melhor aceitação das bailarinas por suas alças tornarem o modelo chamado de “frente-única” por ser preso no pescoço, os pontos positivos dessa peça são justificadas principalmente pela alça, proporcionando segurança, sustentação e valorização do colo, em pessoas com seios maiores ou menores. Essa característica facilita também os movimentos por deixar a parte de trás dos ombros, conhecido também como 48
“asas” livres. O sistema de fechos com a largura da tira mais fina se torna um pouco desconfortável para pessoas com seios maiores. O material desse sutiã tem elasticidade e consegue também ser firme, agradando as bailarinas. No modelo 4, o sistema de fechos na frente da peça gera uma série de dificuldades, que vão desde a insegurança e o risco de que o fecho abra, até a dificuldade na movimentação gerada por esse risco. As alças finas e o formato do bojo não é interessante pra pessoas com mais seios, e estes mesmos detalhes são elogiados para pessoas com menos seios. O reforço abaixo do bojo garante sustentação e fixação da peça para que ela não suba. O modelo 5 trata-se de uma peça de lingerie tradicional, analisando sua utilização junto aos movimentos corporais mais expansivos, a linha reta encontrada nas alças não é muito segura, pois cai sob os ombros constantemente. O modelo citado, acomoda, valoriza e gera conforto apenas para pessoas com seios maiores. O sistema de fechos dessa peça pode ser fraco para esse tipo de utilização. O material apresenta elasticidade, porém esta se compromete quando a peça é customizada com bordados e aplicações. O 6º e ultimo modelo analisado é um top para ginástica, o modelo não tem fechos, e essa característica foi apontada como dificultante no momento de vestir. O desenho da peça mais amplo, muito parecido com uma blusa, é confortável por ser fabricado com material bastante elástico, mas não valoriza o colo. O tecido por ser mais fino do que os demais, também impossibilita a customização com bordados.
3.1.1 Identificação dos principais problemas A peça de sutiã estudada nesse projeto, se enquadra no grupo de produtos de uso individual. Conforme informação coletada sobre vários detalhes de cada peça, alguns problemas se tornam bastante evidentes. Sobre as alças, concluímos que as alças muito finas 49
machucam as usuárias conforme movimentação e uso, alças muito grossas também não são tão eficientes pois limitam a movimentação dos ombros e braços, então o ideal é uma variante intermediária. As alças retas também não demonstram muita fixação, caindo sob os ombros. Referente a sustentação, vários fatores indicam vulnerabilidade, a concavidade de alguns bojos não acomoda adequadamente os seios, principalmente os maiores e durante a execução de movimentos de suspensão dos braços a bailarina tem a impressão de que a peça vai subir e que os seios ficarão a mostra. O tecido também dificulta a sustentação e a liberdade de movimentação quando não tem elasticidade, e não se ajusta corretamente ao tórax, esse mesmo problema ocorre com peças demasiadamente espessas que perdem a elasticidade também. O sistema de fechos por abotoadura gera muita insegurança por apresentar-se fraco em alguns casos e aumenta o risco de se abrir. A liberdade dos movimentos fica comprometida quando o tecido tem pouco ou nenhuma elasticidade, e também quando o formato e a posição das alças prendem as articulações da escápula. O conforto está diretamente relacionado ao funcionamento deficiente dos demais itens. Conforme justifica a bailarina Sidinéia Borges quando analisou o modelo 2, no item conforto, assinalou como “ruim” dizendo: “por causa da insegurança gerada”. A valorização do colo fica prejudicada em todos os modelos que não acomodam corretamente o volume dos seios aliado a falta de sustentação das alças. Após a definição e clarificação do problema através das informações coletadas, já é possível identificar precisamente os pontos que precisam ser melhorados, definindo os objetivos específicos e as características do novo produto (LOBACH, 2000, p. 147 e 148).
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CAPITULO 4 – DESENVOLVIMENTO Ainda na fase de preparação, a partir das considerações geradas através da análise de várias peças de sutiãs fabricadas para uso exclusivo em shows de Dança do Ventre, e de alguns modelos de sutiãs utilizados como peça íntima e também de tops de ginástica, podemos agora descrever as características e exigências para com o novo produto, (LOBACH, 2000, p.149). Contudo, concluímos que a peça conceito deve seguir algumas orientações: ?ALÇAS: devem ser anguladas em direção ao pescoço, sendo cruzadas nas costas, ou presas
sobre o pescoço, ou mesmo apenas presas mais próximas do centro das costas. Deixando livre as escápulas e garantindo que as alças não caiam sobre os ombros durante a movimentação. ?SUSTENTAÇÃO: os bojos devem ser no tamanho ideal ao tamanho dos seios, e bem afixado
pelas tiras laterais e alças. Um suporte de tecido colocado abaixo dos bojos garante segurança e colabora na fixação dos bojos ao tórax. ?SISTEMA DE FECHOS: os fechos de gancho são vistos como sendo fracos e apresentam risco
de abrir. A fixação através de amarras garantirá o ajuste perfeito ao corpo, mesmo que ocorra pequenas variações nas medidas da bailarina por ganho ou perca de peso, esse sistema de fechamento se adequará as variadas situações físicas do momento. ?MATERIAL: O material adequado deve conter elasticidade, porém deve ser firme também, de
acordo com essas especificações, é escolhido o tecido de roupas de ginástica. ?LIBERDADE DE MOVIMENTO: As peças preferidas foram aquelas onde o bojo continha uma
“tira” de tecido fixada abaixo contornando-o, segundo as bailarinas pesquisadas, essa parte agregada à peça, torna-as mais firmes ao corpo, impedindo que os sutiãs subam conforme os movimentos dos braços e que os seios fiquem comprimidos fora do lugar.
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?CONFORTO: O conforto será garantido com o desenvolvimento de uma peça que dê
segurança e tranquilidade para a bailarina realizar sua série de movimentos, também será preciso com bojos de tamanhos adequados aos seios, e também através da elasticidade correta na peça que não limite a movimentação da mesma. ?VALORIZAÇÃO DO COLO: Os colos desnudos, resultantes de sutiãs cujas alças são afixadas nas
laterais são bastante interessantes. Para suprir a carências das pessoas que tem seios menores, pode ser usado bojos industrializados na opção “com bolha”, que é um enchimento concentrado nas laterais inferiores dos bojos e têm a função de aumentar o volume dos seios. A partir destas informações, já é possivel iniciar a fase de geração de alternativas, que, com a produção de idéias começaram a dar forma para o novo produto buscado por esse projeto. (LOBACH, 2000, p.153). Nas ilustrações 23, 24 e 25 já se encontram alguns esboços que buscam alternativas para a solução:
Ilustração 23 – Esboços Fonte: Arquivos pessoais, acesso 17/08/2011
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Ilustração 24 – Esboços Fonte: Arquivos pessoais, acesso 17/08/2011
Ilustração 25 – Esboço Fonte: Arquivos pessoais, acesso 17/08/2011
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Às três usuárias entrevistadas foram apresentados os esboços e questionadas sobre as idéias geradas e sugeridas para a criação de uma estrutura mais adequada ao sutiã, as três bailarinas apoiaram as opções, com apenas uma ressalva sobre o elástico nas alças que é apresentado a ilustração 25, com alegação de que o elástico naquele local fará com que a peça perca a firmeza e prejudique a sustentação para bustos maiores, juntamente com esse comentário foi-se analisado como desnecessário a presença de uma argola para unir o bojo a alça, também como está demonstrado na ilustração 25. Um novo arranjo foi projetado unindo as idéias preliminares e esboços juntamente com as sugestões pós análise das usuárias entrevistadas. Nas ilustrações 26 e 27, vemos um esboço digitalizado, com algumas instruções de montagem, para ser entregue a costureira que auxiliará na construção do protótipo:
Ilustração 26 - Esboço digital Fonte: Arquivos pessoais, acesso 07/10/2011
As medidas informadas pelas bailarinas entrevistadas foram analisadas, principalmente as medidas da circunferência do tórax abaixo do busto, já com a intenção de formatar a peça conceito que será construída, como mostra a ilustração 26. 54
costura elástico
verso
frente
Ilustração 27 - Descrição da montagem Fonte: Arquivos pessoais, acesso 07/10/2011
Na ilustração 27 também é demonstrado a colocação de um elástico e sua montagem junto com as tiras laterais e alças, definido dessa forma neste projeto com a intenção de melhorar a firmeza das partes que formarão o sutiã.
55
4.1 ESCOLHA DOS MATERIAIS 4.1.1 Materiais para desenvolvimento da peça piloto Na escolha dos materiais adequados para a montagem deste sutiã, encontramos alguns bojos prontos no mercado, que contem uma variável interessante de tamanhos, e entre todos os tamanhos, encontram-se opções com ou sem “bolha”, que se refere a um enchimento na parte inferior de cada bojo, e é preferido por mulheres que possuem um volume menor nos seios e que pretendem valorizar o colo. Encontramos também em lojas especializadas em tecidos, um tecido bastante espesso e com elasticidade adequada. Quanto ao elástico utilizado dentro dos suportes de tecidos das laterais e das alças, a largura escolhida para produzir a peça piloto é de 2,5 mm. Na ilustração 28 encontram-se todos os materiais citados neste parágrafo:
Ilustração 28 - Materiais comprados para montagem da peça piloto Fonte: Arquivos pessoais, acesso 19/09/2011
56
4.2 FASE DE REALIZAÇÃO 1 Iniciando a fase de realização, a ilustração 29 apresenta um infográfico demonstrando
2
todas as etapas do processo de fabricação do protótipo: 1 – Material à ser trabalhado
4
3
2 – Medidas e marcações no tecido 3 – Corte do tecido 4 – Costura das tiras 5 – Tira semi-acabada 6 – Passando elástico por dentro da tira
5
7 – Tiras finalizadas
7
6
8 – Costura para unir as partes
8
9 – Costura da parte abaixo do bojo 10 – Visualização da peça semi-pronta 11 – Acabamento manual 12 – Costura para unir as alças ao bojo 13 – Peça finalizada
9
13
10 12 11
Ilustração 29 – Infográfico do processo construtivo Fonte: Arquivos pessoais, acesso 28/11/2011
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A ilustração 30 apresenta o primeiro protótipo construído para este projeto:
Ilustração 30 – Primeiro protótipo Fonte: Arquivos pessoais, acesso 04/10/2011
4.2.1 Análise do primeiro protótipo De uma forma geral e primeira peça construída alcançou de forma positiva as expectativas geradas, ainda testada somente no manequin já foi possível identificar alguns pequenos ajustes que serão feitos com a intenção de melhorar a qualidade do sutiã e possibilitar que ele assente corretamente ao corpo das usuárias. Nas ilustrações 31 e 32, vê-se sinalizado a costura que une a alça ao bojo e apresenta uma elevação do material, esta situação deverá ser corrigida na montagem do próximo protótipo posicionando a alça num ângulo menor do que foi usado no atual antes de ser costurado ao bojo. 58
Na ilustração 32 foi focado detalhes laterais do protótipo. Identificamos que as costuras que unem as tiras ao bojo ficaram bastante aparentes e grosseiras, comprometendo a delicadeza da peça. Esses detalhes serão considerados na construção de um segundo protótipo e buscarão resultados mais satisfatórios tentando embutir a costura da tira sobre o bojo.
Ilustração 31 - Foto do primeiro protótipo (vista frontal) Fonte: Arquivos pessoais, acesso 04/10/2011
Ilustração 32 - Foto do primeiro protótipo (vista lateral) Fonte: Arquivos pessoais, acesso 04/10/2011
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4.2.2 Análise do segundo protótipo O processo de produção do segundo protótipo foi idêntico ao primeiro, apenas se atentando para corrigir os detalhes apontados anteriormente. Como é possível ser observado na ilustração 33, a nova peça tem um assentamento melhor das alças sobre o corpo e as emendas das laterais ficaram com as costuras mais suaves e discretas.
Ilustração 33 – Segundo protótipo Fonte: Arquivos pessoais, acesso 20/11/2011
4.2.3 Avaliação funcional do protótipo As três bailarinas entrevistadas anteriormente receberam, cada uma, um protótipo construído com bojo do tamanho adequado às suas medidas. Ambas as bailarinas foram orientadas à vestir a peça e executar os movimentos definidos pela Tabela 1 como forma de testar todos os ítens sugeridos por essa pesquisa, na tabela 3 é possível visualizar o momento desses testes na prática: 60
Tabela 3 – Avaliação prática da proposta
Marilane
Sidinéia
Thayná
Avaliando: SUSTENTAÇÃO Movimento para análise: Inclinação acentuada do tronco para a frente
Avaliando: LIBERDADE DE MOVIMENTO Movimento para análise: 5ª posição de Ballet
Avaliando: VALORIZAÇÃO DO COLO Movimento para análise: 3ª posição de Ballet
Avaliando: MATERIAL Movimento para análise: Cambrê lateral
Tabela 3 – Avaliação prática da proposta (continuação)
Marilane
Sidinéia Thayná Avaliando: CONFORTO Movimento para análise: Cambrê - Inclinação do tronco para trás
Avaliando: ALÇAS Movimento para análise: Braços para baixo em repouso
Avaliando: SISTEMA DE FECHOS Movimento para análise: Abraço
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Após os testes, o protótipo foi aprovado pelas três bailarinas, que afirmaram sentir segurança e conforto usando essa peça, puderam executar todos os movimentos propostos sem que o sutiã saísse do lugar ou causasse desconforto. A bailarina Thayná justifica: “Muito bom, pois o sutiã não fica subindo, adorei”, enquanto movimentava seus braços para cima e para baixo, a bailarina Marilane comenta sobre o sistema de fechos: “O sistema de amarrar atrás, é seguro pois não corre o risco do fecho abrir na hora de fazer o movimento.” Enquanto fazia movimentos de cambrês (inclinando o tronco para trás), a bailarina Sidinéia relatou: “Boa sustentação, dá segurança para executar os movimentos”. As justificativas detalhadas de cada uma das bailarinas que participaram desta avaliação podem ser encontradas no Anexo C desta pesquisa. O desenho técnico, neste caso um molde, para reprodução desta peça encontra-se afixado em Anexos E, ele foi construído conforme padronização de desenhos encontrados em revistas de costura de maneira geral. Cada bailarina que optar fazer uso desta peça, fica livre para customizá-la como quiser, colando apliques ou costurando bordados mais finos. É possível fazer a forração da peça por completo com outro tipo de tecido, mas sempre tomando o cuidado para que a forração não venha a prejudicar a elasticidade natural da estrutura aqui proposta.
63
CONCLUSÃO A pesquisa coletou informações em prol do entendimento conceitual, cultural e histórico do traje de Dança do Ventre, mais especificamente do sutiã e de sua interferência na formação da personagem que a bailarina pretende encenar. Esta pesquisa também mencionou a contemporaneidade e a adaptação regional que essa peça vem acompanhando. É contemplado também o sutiã como lingerie, peça íntima comum ao cotidiano da maioria das mulheres, seu surgimento, evolução e funcionalidade. Para o desenvolvimento deste projeto de pesquisa, foram realizadas algumas pesquisas qualitativas, envolvendo três bailarinas, e as opiniões coletadas foram de grande valia para chegar a peça conceito deste projeto, que visa orientar mulheres na confecção ou na escolha da compra de seu figurino, há autorizações que permite a utilização destas informações cedidas pelas bailarinas entrevistadas em Anexos D. O desenvolvimento do protótipo teve auxílio de uma costureira experiente e utilização de maquinário industrial, que, com isso alcançou os resultados desejados. As peças de protótipos criadas, testadas e avaliadas pelas bailarinas, suprem todas as necessidades identificadas por esta pesquisa, conforme descritas na introdução eram: “confortável, com modelagem que valorize o corpo feminino, que garantam segurança na execução dos movimentos” e também permite a customização de qualquer forma, seja apenas com aplicação de contas e paetês ou qualquer outro aplique - costurado ou colado, permite também a forração utilizando outros tecidos e aviamentos. A única observação levantada durante os testes, é que essa peça estreita as possibilidades de ser transformada em modelos mais ousados ou com grandes variações nas linhas estruturais, como por exemplo sem as alças ou com alças em outras posições. Pois quaisquer alteração nesse sentido pode danificar a funcionalidade buscada aqui. 64
65
REFERÊNCIAS Livros - COELHO, Luciaurea. –História da Dança do Ventre O Ventre e o Corpo no Tempo. [Livro da Série Metaforma e Movimento – Geometria Corporal Expressiva na Dança Oriental – Volume I]. São Paulo: Clube dos Autores, 2011, 1ª edição. - LÖBACH, Bernd. 2001. Design Industrial. São Paulo: Edgard Blücher Revistas - SHIMMIE, revista. Editora K e Com. de papéis Ltda, ano 1, nº 1, 2, 3 e 4. Registro ISSN 21785759 - KHAN EL KHALILI, revista. Mid Produções Gráficas E Editora São Paulo. Ano 1 nº 02 Trabalhos de Conclusão - CUNHA, Adriana Miranda da. Reflexões sobre o ensino de DV. Trabalho de conclusão de curso, requisito para obtenção grau de licenciatura em Artes Cênicas. Orientação Heloíse Vidor. UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina, 2010. - NEPOMUCENO, Cinthia. ...5,6,7,8 Do Oito ao infinito: por uma dança do ventre performática, híbrida e impertinente. Dissertação submetida a avaliação como requisito para obtenção do grau de Mestre em Artes. Orientação Dr. Roberta K. Matsumoto. Universidade de Brasília, 2006 - NEVES, Camila Luciene da Silva. Lingeries funcionais. Trabalho de conclusão de curso, requisito para obtenção do título de Bacharel em Design de Moda pelo curso de Design com habilitação em Design de Moda da Universidade do Vale do Itajaí - Univale, 2008. Sites - SHANGRILA HOUSE. Dança e Cultura Árabe. http://www.shangrilahouse.com.br/cultura-arabe.html, acesso em 31/03/2011 66
- Khan el Khalili. Como começou... http://www.khanelkhalili.com.br, acesso em 31/03/2011 - MODA CERTA. História da Lingerie. http://www.modacerta.com/historias/historia-da-lingerie.html acesso em 25/05/2011 - MANEQUIM. Historia da Moda. http://manequim.abril.com.br/moda/historia-damoda/historia_da_moda_277896.shtml Acesso 23/05/2011 - FRANQUEIRA, Ana L. F. Moda Íntima e sua Evolução. Disponível em: <http://www2.uol.com.br/modabrasil/acontece/lingerie_hist/index2.htm> Acesso em: 25 de maio de 2011 - GARCIA, Claudia. Sutiãs e o Século 20. Folha On-line. Disponível em: <http://www1.uol.com.br/folha/almanaque/sutiã_historia.htm> Acesso em: 25 de maio de 2011. Artigos especiais - JU MARCONATO , entrevista e visita ao Atelier Ju Marconato, localizado na cidade de Araraquara no dia 07/05/2011
67
ANEXOS Anexo A – Visita ao Atelier Ju Marconato Lista de perguntas utilizada em visita à ateliers: 1.Quanto tempo está no mercado 2.Quanto (em média) vende de trajes / mês 3.Preço médio praticado 4.Quando uma cliente vem a procura de um traje, qual a preocupação mais frequente que é apresentada 5.Qual a principal preocupação no quesito segurança 6.Vcs tem algum modelo que vista bem em qualquer tipo de corpo ? 7.Alguns exemplos sobre soluções para: tipo de corpo X modelo ideal 8.O que é o modelo ideal 9.Como é pensado, e que cuidados tem que ter para garantir o conforto e a segurança? 10.Como é analisado o material que será utilizado?
68
Visita ao Atelier Ju Marconato, entrevista com os proprietários: O Atelier Ju Marconato, localizado na cidade de Araraquara, interior de São Paulo, está no mercado à 7 anos, e fabrica em média 35 roupas de Dança do Ventre / mês, os preços variam de R$ 570,00 a R$ 2.200,00 ( a maioria sai em torno de R$ 900,00). Em uma conversa com os proprietários Ju Marconato e seu esposo Adriano, eles me disseram que as pessoas se preocupam em comprar uma roupa que dê certo no corpo, que vista bem, mas para que se tenha um bom resultado, as pessoas também tem que saber vestilas, se não vestir corretamente a roupa não fica bem como deveria. A maioria das roupas não tem fecho, são de amarrar, as clientes preferem assim, pois essa forma de amarrar facilita também ajustar a roupa no corpo quando a pessoa engorda ou emagrece um pouco, a principal solução que eles identificam para o sucesso de suas peças é a forma de amarrar dos tops, porque se ajusta perfeitamente ao seio, o bojo usado é bojo de sutiã comum. Uma das dicas que ajudam as peças do atelier a vestir bem é o enchimento do bojo, que são colocados na diagonal, pois normalmente esses enchimentos são colocados embaixo, os sutiãs sempre são trabalhados com algum detalhe ou recorte extra pra baixo ou pra cima, que diferencie sua aparência de simples sutiã, acrescentando ao modelo mais elegância, todas as peças trabalham linhas inferiores nas diagonais, com maior destaque ou menor, trabalhando assim a valorização e a sensação de mais cintura, ajudando na sensação de um busto maior Quando uma cliente procura o atelier, eles procuram ajudá-las a escolherem o melhor modelo de roupa, levando em consideração a tonalidade da pele e o formato de cada corpo em especial, o atelier trabalha com variados tipos de modelos e acessórios para valorizarem o que a mulher tem de melhor e o que quer mostrar, e o que quer esconder, poucas peças são feitas aleatoriamente, a maioria é feita com exclusividade e sob medida. 69
Adriano declarou: “Procuramos causar impacto com as roupas que são vendidas, desejamos que a pessoa receba a roupa e se surpreenda, que a roupa seja sempre mais do que ela espera” Ju Marconato disse que a ergonomia das roupas fabricadas no Atelier agradam bastante e que nenhuma roupa nunca foi devolvida, ou precisou ser reajustada, alem disso o Atelier da uma dica importante para vestir melhor seu sutiã de dança: Primeiro se amarra bem firme embaixo, em seguida se ajusta o seio na peça e em seguida amarra-se a tira de cima.
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Anexo B – Pesquisa Complementar de Similares PESQUISA DE SIMILARES COMPLEMENTAR Nome: MARILANE CRISTINA WENZEL Idade: 34 anos Altura: 1,70 mt. Bailarina de Dança do Ventre a: 4 anos Medida da circunferência do tórax: 78 cm Medida da circunferência do busto: 92 cm Tamanho de sutiã utilizado: 42 MODELO 1
ALÇAS: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: As alças finas incomodam e machucam SUSTENTAÇÃO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: O material abaixo do bojo dá sustentação SISTEMA DE FECHOS: ( ) ótimo (X ) regular ( ) ruim Justificativa: O sistema de fechos dá segurança
MODELO 2
Peso: 68 Kg
ALÇAS: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: Alças muito grossas e retas prendem os movimentos SUSTENTAÇÃO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Parece que os seios irão vazar por baixo SISTEMA DE FECHOS: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Fecho muito na ponta não dá segurança
MATERIAL: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: Por não ser um material elástico, prende o corpo.
MATERIAL: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Não possui muita elasticidade
LIBERDADE DE MOVIMENTO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Falta de elasticidade prende os movimentos
LIBERDADE DE MOVIMENTO: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: O sutiã sobe, gerando insegurança
CONFORTO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: A alça fina não dá conforto
CONFORTO: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: Falta de segurança incomoda
VALORIZAÇÃO DO COLO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: A posição das alças não valoriza o colo
VALORIZAÇÃO DO COLO: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: Amassa o seio, não valorizando
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MODELO 3
ALÇAS: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: A posição das alças dá conforto e segurança
MODELO 4
SUSTENTAÇÃO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Sem o material abaixo do bojo o seio vaza
SUSTENTAÇÃO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: A tira abaixo do bojo ajuda a sustentar
SISTEMA DE FECHOS: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: O sistema de fechos é firme
MODELO 5
ALÇAS: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Da segurança e conforto por prender no pescoço
SISTEMA DE FECHOS: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: Por ser frontal, pode abrir
MATERIAL: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Possui elasticidade facilitando nos movimentos
MATERIAL: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Elástico, facilita os movimentos
LIBERDADE DE MOVIMENTO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Seria melhor com um material abaixo do bojo
LIBERDADE DE MOVIMENTO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: O fecho na frente não dá segurança
CONFORTO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Não é um modelo ideal que dê segurança
CONFORTO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Por causa do medo do fecho abrir
VALORIZAÇÃO DO COLO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: O sistema das alças valoriza o colo
VALORIZAÇÃO DO COLO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: O formato ajuda a valorizar
ALÇAS: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Alças retas caem atrapalhando os movimentos
MODELO 6
ALÇAS: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Largas e bem confortáveis
SUSTENTAÇÃO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: O material abaixo do bojo fixa melhor
SUSTENTAÇÃO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Sistema que dá segurança
SISTEMA DE FECHOS: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Fecho parece mole
SISTEMA DE FECHOS: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: Um pouco incomodo para colocar
MATERIAL: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Bem elástico
MATERIAL: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Apesar de fino é bem elástico
LIBERDADE DE MOVIMENTO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: As alças retas tendem a cair
LIBERDADE DE MOVIMENTO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Dá ótima sustentação e segurança
CONFORTO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Precisa melhorar as alças
CONFORTO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Muito confortável
VALORIZAÇÃO DO COLO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Para quem tem pouco busto, não valoriza muito
VALORIZAÇÃO DO COLO: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: Não dá volume e não valoriza o colo, e o modelo não permite bordar 72
PESQUISA DE SIMILARES COMPLEMENTAR Nome: SIDINÉIA CRISTINA BORGES Idade: 34 Altura: 1,59 Bailarina de Dança do Ventre a: 10 anos Medida da circunferência do tórax: 75 Medida da circunferência do busto: 93 Tamanho de sutiã utilizado: 46 MODELO 1
ALÇAS: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: Finas sem sustentação
MODELO 2
Peso: 51
ALÇAS: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: grossas demais
SUSTENTAÇÃO: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: Devido as alças o modelo não sustenta
SUSTENTAÇÃO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Bojo sem sustentação na parte inferior
SISTEMA DE FECHOS: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Os fechos são bons e transpassados causando maio segurança
SISTEMA DE FECHOS: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: modelo reto na causa muita segurança
MATERIAL: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: O cetim é um tecido muito mole, necessita de forro para ficar mais firme LIBERDADE DE MOVIMENTO: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: Causa insegurança na movimentação devido as alças e ao tecido muito mole CONFORTO: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: As alças finas machucam os ombros
MATERIAL: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: modelo com tecido mais firme LIBERDADE DE MOVIMENTO: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: Quando levanta os braços o seio aparece. CONFORTO: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: Por causa da insegurança gerada VALORIZAÇÃO DO COLO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Não valoriza seios grandes
VALORIZAÇÃO DO COLO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Fica bom somente para seios pequenos
73
MODELO 3
ALÇAS: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Modelo frente única causa maior conforto e se ajusta melhor ao corpo
MODELO 4
SUSTENTAÇÃO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: A tira lateral é muito fina
SUSTENTAÇÃO: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: Seios grandes não sustentam muito por causa das alças finas
SISTEMA DE FECHOS: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: Tira fina torna os fechos fracos
SISTEMA DE FECHOS: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Regularmente o fechos da frente abre
MATERIAL: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: MATERIAL ELASTICO E MAIS FIRME
MATERIAL: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Muito simples, e fraco na lateral, esgarça rápido
LIBERDADE MOVIMENTO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Seios mais “volumosos” correm o risco de escaparem por baixo do bojo
LIBERDADE MOVIMENTO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: A parte de trás concentra o tecido no meio, deixando livre as articulações dos ombros
CONFORTO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Somente para seios menores
CONFORTO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Não apropriado para seios grandes
VALORIZAÇÃO DO COLO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: O Modelo frente única valoriza todos os tipos de colo
MODELO 5
ALÇAS: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: Muito finas
ALÇAS: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Alça muito grossa
VALORIZAÇÃO DO COLO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: O formato do bojo não valoriza tanto.
MODELO 6
ALÇAS: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Muito grossas
SUSTENTAÇÃO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Boa sustentação devido ao sutiã ser mais largo
SUSTENTAÇÃO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Boa sustentação mas não valoriza o corpo
SISTEMA DE FECHOS: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Parecem fracos
SISTEMA DE FECHOS: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: Usado como blusa
MATERIAL: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: A renda não possibilita bordar adequadamente
MATERIAL: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: Tecido muito fino não dá pra bordar
LIBERDADE MOVIMENTO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: O formato adere bem ao corpo
LIBERDADE DE MOVIMENTO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Modelo grande gera mais segurança
CONFORTO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: O modelo mais largo é mais confortável
CONFORTO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Muito bom
VALORIZAÇÃO DO COLO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Valoriza e acomoda melhor os seios grandes
VALORIZAÇÃO DO COLO: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: Esse modelo não valoriza o colo 74
PESQUISA DE SIMILARES COMPLEMENTAR Nome: THAYNÁ FRANCINY DOS SANTOS BERNARDI Idade: 15 Altura: 1,65 mt Bailarina de Dança do Ventre a: 4 anos Medida da circunferência do tórax: 76 Medida da circunferência do busto: 89 Tamanho de sutiã utilizado: 44 MODELO 1
ALÇAS: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: A linha transversal é delicada
MODELO 2
Peso: 60 kg.
ALÇAS: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: Precisa de regulagem pra não ficar subindo
SUSTENTAÇÃO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Sustentação muito boa
SUSTENTAÇÃO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Não sustenta muito
SISTEMA DE FECHOS: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Esse fecho é muito bom, e fica bem preso
SISTEMA DE FECHOS: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Não tem regulagens pra aumentar/ diminuir
MATERIAL: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Cetim da um brilho bonito na peça, mas não estica
MATERIAL: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Bem firme
LIBERDADE DE MOVIMENTO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Dá pra se movimentar a vontade
LIBERDADE DE MOVIMENTO: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: Quando levanta os braços o peito aparece
CONFORTO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Bem confortável
CONFORTO: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: Não é confortável, pois ao fazer qualquer movimento e ele sobe
VALORIZAÇÃO DO COLO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Por causa do desenho das alças
VALORIZAÇÃO DO COLO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Valoriza só um pouco o colo
75
MODELO 3
MODELO 5
ALÇAS: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Ajudam para valorizar, erguer os seios
MODELO 4
ALÇAS: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Fica confortável nas costas, mas é muito fina
SUSTENTAÇÃO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Sustentação muito boa
SUSTENTAÇÃO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Sustentação muito boa
SISTEMA DE FECHOS: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Fecho estreito mas firme
SISTEMA DE FECHOS: ( ) ótimo ( ) regular ( X ) ruim Justificativa: Pois dependendo do movimento ele abre
MATERIAL: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Não incomoda nada
MATERIAL: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Pode deformar quando lavado.
LIBERDADE DE MOVIMENTO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Não sai do lugar quando movimentamos os braços
LIBERDADE MOVIMENTO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Não tem como fazer alguns movimentos por causa do fecho que pode abrir
CONFORTO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Bem confortável
CONFORTO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Regular, pois o medo de que abra causa desconforto
VALORIZAÇÃO DO COLO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: O bojo ajuda a deixar os seios em pé
VALORIZAÇÃO DO COLO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Pois parece ter seios maiores
ALÇAS: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Muito boa e com detalhes, mais é reto no ombro SUSTENTAÇÃO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Ótima, pois essa parte de baixo maior ajuda para sustentar melhor SISTEMA DE FECHOS: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Bom fica bem preso MATERIAL: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Bom o material com detalhes de renda mas perde a elasticidade quando bordar
MODELO 6
ALÇAS: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Muito boa, alça bem firme SUSTENTAÇÃO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Sustentação muito boa SISTEMA DE FECHOS: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Sem fechos muito bom MATERIAL: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Confortável o material LIBERDADE MOVIMENTO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Pode fazer qualquer movimento que é bem confortável
LIBERDADE MOVIMENTO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Pode fazer qualquer movimento que não sai do lugar
CONFORTO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Bem confortável porque é bem elástico
CONFORTO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Bem confortável
VALORIZAÇÃO DO COLO: ( ) ótimo ( X ) regular ( ) ruim Justificativa: Não aumenta muito o volume dos seios
VALORIZAÇÃO DO COLO: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Ajuda para valorizar nos decotes de roupas
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Anexo C – Avaliação do Protótipo AVALIAÇÃO DO PROTÓTIPO DO SUTIÃ PARA DANÇA DO VENTRE Nome: MARILANE CRISTINA WENZEL Idade: 34 anos Altura: 1,70 mt. Bailarina de Dança do Ventre a: 4 anos Medida da circunferência do tórax: 78 cm Medida da circunferência do busto: 92 cm Tamanho de sutiã utilizado: 42 Avaliando: SISTEMA DE FECHOS Movimento para análise: Abraço Avaliado como: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: O sistema de amarrar atrás, é seguro pois não corre o risco do fecho abrir na hora de fazer o movimento.
Avaliando: LIBERDADE DE MOVIMENTO Movimento para análise: 5ª posição de Ballet Avaliado como: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Se manteve no lugar não expondo parte do busto
Peso: 68 Kg
Avaliando: VALORIZAÇÃO DO COLO Movimento para análise: 3ª posição de Ballet Avaliado como: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Aproximou o busto, passando a sensação de mais volume.
Avaliando: SUSTENTAÇÃO Movimento para análise: Inclinação acentuada do tronco para a frente Avaliando: ALÇAS Movimento para análise: Braços para baixo em repouso Avaliado como: ( X ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: As alças largas amarradas a nuca, são confortáveis, proporcionando conforto e sustentação
Avaliando: CONFORTO Movimento para análise: Cambrê - Inclinação do tronco para trás Avaliado como: ( X) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: O material e a estrutura garante conforto na execução do movimento
Avaliado como: (X) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Sustentou o busto tranqüilizando na hora da execução do movimento.
Avaliando: MATERIAL Movimento para análise: Cambrê lateral Avaliado como: ( X) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Material elástico e firme que garante sustentação dando liberdade aos movimentos. 77
AVALIAÇÃO DO PROTÓTIPO DO SUTIÃ PARA DANÇA DO VENTRE Nome: SIDINÉIA CRISTINA BORGES Idade: 34 Altura: 1,59 Bailarina de Dança do Ventre a: 10 anos Medida da circunferência do tórax: 75 Medida da circunferência do busto: 93 Tamanho de sutiã utilizado: 46 Avaliando: SISTEMA DE FECHOS Movimento para análise: Abraço Avaliado como: ( x ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: não há perigo de abrir
Avaliando: LIBERDADE DE MOVIMENTO Movimento para análise: 5ª posição de Ballet Avaliado como: : ( x ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: boa sustentação, sensação de segurança
Peso: 51
Avaliando: VALORIZAÇÃO DO COLO Movimento para análise: 3ª posição de Ballet Avaliado como: ( x ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: sutiã não sobre e acomoda bem os volumes
Avaliando: SUSTENTAÇÃO Movimento para análise: Inclinação acentuada do tronco para a frente Avaliando: ALÇAS Movimento para análise: Braços para baixo em repouso Avaliado como: ( x ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: confortáveis e firmes
Avaliando: CONFORTO Movimento para análise: Cambrê - Inclinação do tronco para trás Avaliado como: ( x ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: boa sustentação, da segurança para executar os movimentos
Avaliado como: (x ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: boa sustentação, sensação de segurança
Avaliando: MATERIAL Movimento para análise: Cambrê lateral Avaliado como: ( x ) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: mantém firme e no lugar.
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AVALIAÇÃO DO PROTÓTIPO DO SUTIÃ PARA DANÇA DO VENTRE Nome: THAYNÁ FRANCINY DOS SANTOS BERNARDI Idade: 15 Altura: 1,65 mt Bailarina de Dança do Ventre a: 4 anos Medida da circunferência do tórax: 76 Medida da circunferência do busto: 89 Tamanho de sutiã utilizado: 44 Avaliando: SISTEMA DE FECHOS Movimento para análise: Abraço Avaliado como: (x) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Muito bom ,pois o sutiã não fica subindo , adorei.
Avaliando: ALÇAS Movimento para análise: Braços para baixo em repouso Avaliado como: (x) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Confortável
Avaliando: LIBERDADE DE MOVIMENTO Movimento para análise: 5ª posição de Ballet Avaliado como: (x) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Não fica subindo, quando faz algum movimento.
Avaliando: CONFORTO Movimento para análise: Cambrê - Inclinação do tronco para trás Avaliado como: (x) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: ótimo , pois quando você levanta de novo, ele está no lugar aonde estava .
Peso: 60 kg.
Avaliando: VALORIZAÇÃO DO COLO Movimento para análise: 3ª posição de Ballet Avaliado como: (x) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Confortável, não atrapalha em nada.
Avaliando: SUSTENTAÇÃO Movimento para análise: Inclinação acentuada do tronco para a frente Avaliado como: (x) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Muito bom , bem confortável .
Avaliando: MATERIAL Movimento para análise: Cambrê lateral Avaliado como: (x) ótimo ( ) regular ( ) ruim Justificativa: Muito bom , pois quando levanta o braço ele não fica subindo ..
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Anexo D – Autorizações
AUTORIZAÇÃO
Eu, ______________________________________, RG _______________________, autorizo a utilização dos meus dados pessoais e as minhas informações para o trabalho cientifico intitulado:
ADAPTAÇÃO E PROPOSIÇÕES FORMAIS NO DESENVOLVIMENTO DE UM SUTIÃ PARA TRAJES DE DANÇA DO VENTRE
da pesquisadora Tatiana Cristina Marques como parte do conteúdo de sua pesquisa para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), como requisito para obtenção do título de Bacharel em Design de Produtos pela Faculdade de Administração e Artes de Limeira - FAAL.
Cordeirópolis, Dezembro de 2011
_____________________________________ Assinatura 80
AUTORIZAÇÃO
Eu, ______________________________________, RG _______________________, autorizo a utilização dos meus dados pessoais e as minhas informações para o trabalho cientifico intitulado:
ADAPTAÇÃO E PROPOSIÇÕES FORMAIS NO DESENVOLVIMENTO DE UM SUTIÃ PARA TRAJES DE DANÇA DO VENTRE
da pesquisadora Tatiana Cristina Marques como parte do conteúdo de sua pesquisa para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), como requisito para obtenção do título de Bacharel em Design de Produtos pela Faculdade de Administração e Artes de Limeira - FAAL.
Cordeirópolis, Dezembro de 2011
_____________________________________ Assinatura 81
AUTORIZAÇÃO
Eu, ______________________________________, RG _______________________, autorizo a utilização dos meus dados pessoais e as minhas informações para o trabalho cientifico intitulado:
ADAPTAÇÃO E PROPOSIÇÕES FORMAIS NO DESENVOLVIMENTO DE UM SUTIÃ PARA TRAJES DE DANÇA DO VENTRE
da pesquisadora Tatiana Cristina Marques como parte do conteúdo de sua pesquisa para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), como requisito para obtenção do título de Bacharel em Design de Produtos pela Faculdade de Administração e Artes de Limeira - FAAL.
Cordeirópolis, Dezembro de 2011
___________________________________ Assinatura Responsável
___________________________________ Assinatura 82
Anexo E - Moldes (desenho técnico para costura) Como montar seu sutiã PEÇAS Peça 1 - O bojo deve ser adquirido no tamanho adequado. Conforme orientação do fabricante. Peça 2 - Montar 6 vezes, após feitas as tiras de tecido deve-se passar um elástico da largura indicada por dentro das tiras de tecido Peça 3 - Montar 4 vezes Peça 4 - Comprimento varia conforme disposição dos seios Peça 5 - Comprimento varia conforme tamanho do bojo, essa peça deve ser montada após
peça 3
peça 2
peça 4
peça 2
peça 3
ajuste correto da peça 4.
peça 1
peça 2
peça 3
peça 5 83
Peรงa 2 Dobra
Dobra
Costura
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Peรงa 3 Dobra
Dobra
Costura
Peรงa 4 Dobra
Dobra
Costura
85
o tamanho do comprimento desta peรงa deverรก ser definido de acordo com o tamanho do bojo utilizado
86