Revista Arte de Bolso

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ARTE DE BOLSO


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Trabalho apresentado a Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção de créditos na disciplina COM 104 – Comunicação e Tecnologia. Diagramação: Taylla de Paula Repórteres: Carolina Filgueiras, Nathalina Luna de Andrade, Paula Souza, Taylla de Paula e Thais Motta

4 escola oi kabum une arte e tecnologia 6 site disponibiliza obras de arte para download gratuito na internet 8 comunidade solar do unhão adere tecnologias para divulgar trabalho 11 entrevista com cristiano filgueiró 14 artista cria retratos usando fotos do espaço


OI KABUM!

UNINDO ARTE E TECNOLOGIA Uma escola que uni arte e tecnologia nos cursos de formação para jovens de comunidades populares da cidade, esse é o intuito da Oi Kabum!, programa do instituto Oi Futuro, que conta com unidades nas cidades de Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro e Salvador. Na capital baiana o programa acontece em parceria com a CIPÓ – Comunicação Interativa e tem sede no Pelourinho, onde conta com cursos de Arte e Tecnologias da Informação e da Comunicação que capacitam os jovens nas áreas de design e computação gráfica, vídeo, fotografia e web design.

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Por Nathália Luna de Andrade fotos: reprodução/facebook

Privilegiando os processos com linguagens multimídias os cursos, com duração de 18 meses, visam formar para inserção no mercado de trabalho. O programa também conta com Projetos Especiais que buscam o aperfeiçoamento técnico e artístico, por meio de editais internos e exposições dos trabalhos dos alunos do programa a Oi Kabum! que assim pretende fomentar a entrada dos jovens no mercado cultural.

Fotografia da exposição ‘InterUbanos’ com a produção artística da Turma V da Oi Kabum.


A união da arte e da tecnologia na formação pode ser compreendida através dos trabalhos autorais dos jovens formados pelo programa. A última turma, formada em 2013, apresentou a mostra InterUrbanos, na qual as turmas de cada curso apresentaram seus produtos. A turma de computação gráfica, por exemplo, criou animações através da técnica do vídeo mapping para representar as visões sobre a cidade. Já os formandos em fotografia apresentaram um produto ligado à interatividade, no qual as fotos são mescladas com o grafite, além de ensaios feitos com a técnica do light painting, a exposição também conta com instalações que misturam fotografias e animações.

Oficina de Arduino com Javier Cruz

Oficina de Processing - programação para obras artísticas.

INFORMAÇÕES Oi Kabum! Salvador Largo Terreiro de Jesus, 17 – Centro Histórico Fone: (71)3345 5657

Exposição Toque para Mover Sentidos da instalação Sucata

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UM POUCO DE ARTE PARA NOSSAS VIDAS PROJETO DISPONIBILIZA OBRAS DE ARTE PARA DOWNLOAD NA INTERNET Por Paula Souza

O PROJETO Partindo do princípio que todos têm direito a arte, a Universia Brasil criou o projeto ‘Um pouco de Arte para Sua Vida’, que consiste em democratizar a arte e elevar o nível de conhecimento dos estudantes a respeito das obras de arte. Durante todo o ano de 2014, ao acessar o site, estará disponível uma obra para download, com informações adicionais como pintor, inspiração, período, época e outras referência técnicas. Ou seja, numa época em que tudo é resolvido através de computadores ou smartphones, você pode ter seu próprio Van Gogh ou Picasso a um clique de distância.

“VOCÊ GOSTA DE MATISSE?” É o tipo de pergunta que você encontra na página. E ao lado, em um link, a oportunidade de conhecer mais sobre o artista, sua obra em foco, assim como as outras, já disponíveis. Uma grande oportunidade para quem anseia conhecer não apenas sobre a História da Arte, mas ser tocado por ela, exatamente como prega a Universia.

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A EMPRESA Para podermos entender do que se trata todo o projeto – e esta matéria – devemos conhecer primeiro a Universia Brasil, rede ibero-americana que presta um serviço de colaboração e incentivo universitários e está presente em mais de 23 países. Mas o que a torna diferente das outras é o fato de a Universia acreditar no talento e na arte e do desejo de levar isso a todos e cada um dos lugares por onde passa.

COMO? Ao acessar o site da empresa (www.universia.com), logo o visitante se depara com uma vasta explicação do por que da arte. De como ela interfere beneficamente na vida de todos nós e de como – quem - nos tornamos ao criarmos e percebermos identificação com esta. De acordo com a página, todos nós somos tocados pela arte, desde as pinturas rupestres até os dias de hoje, de óleos sobre tela, aquarela e tantas outras técnicas. “Ninguém vive sem arte. Pode ser que viva sem a erudita, mas não sem arte.”, lê-se logo na página de abertura.

“A arte está presente no nosso dia a dia e muitas vezes não é percebida ou valorizada. O ganho cultural para os estudantes é imensurável e contribui para aumentar o senso crítico. Além disso, os movimentos são destaques nos principais vestibulares do País e no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio)”, explicou Luis Cabañas, diretor geral da Universia Brasil.

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MORRO CONECTADO EXPERIÊNCIA DE REALIDADE AUMENTADA E QR CODE INVADE O SOLAR DO UNHÃO Por Thais Motta

“A refavela Revela aquela Que desce o morro e vem transar O ambiente Efervescente De uma cidade a cintilar...”

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Vê-se nas favelas as antenas parabólicas, o som de carro, o cabo da internet e os fios de energia elétrica. De longe já dá para saber que no morro do Solar do Unhão há solo fértil para a tecnologia. Através de uma mobilização nas redes sociais no início desse ano, foi possível arrecadar uma quantia suficiente para comprar o material de pintura e tintas que colorem as casas e escadas de lá. A ideia surgiu de Guilherme Malaquias, fotógrafo que estava visitando a comunidade na primeira atividade de pintura de casas do bairro feita pelo Coletivo Nova10ordem. Ele se perguntou como poderia ajudar, e resolveu usar a ferramenta que tinha em mãos para incentivar os seguidores do Instagram em colaborar. Através de uma postagem com um pedido e uma foto do local a ideia foi lançada e alcançou inúmeras curtidas e doações.


WIRELESS, QR CODE E REALIDADE AUMENTADA Mas não é só pelo uso de redes sociais e wi-fi que a comunidade do Solar do Unhão se destaca: entusiastas de tecnologia já fizeram experimentos com realidade aumentada dentro do Museu de Street Art, o MUSAS e estão em fase de implementação de QR Code no local. “Estamos desenvolvendo a realidade aumentada. É muito simples, você precisa de uma imagem, um aplicativo e o leitor dessa imagem. E mais outra imagem ou vídeo agregado àque-

la imagem”, explica Júlio Costa, grafiteiro e mobilizador social. Essa tecnologia abre mais uma possibilidade de acesso às informações do museu, e além de ser gratuita, promove. “Somos otimistas de tecnologia, de softwares, ficamos atentos, estudamos, pesquisamos a melhor maneira de usar a tecnologia. Usamos QR CODE, em atividades”, explica. O objetivo desse uso é tornar possível fazer uma intervenção artística usando tecnologia nova. “O QR CODE é informar de maneira bonita”, completa.

Uso de QR code no Museu de Street Art Salvador.

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Debruçado sobre a Baía de Todos os Santos, o MUSAS fica localizado ao lado do Museu de Arte Moderna da Bahia, na comunidade do Solar do Unhão. Ele utiliza as casas da comunidade como grandes telas e em sua sede há um ponto para a realização de exposições, palestras e encontros, atividades como oficinas de serigrafia, arte, stencil, fotografia, contemplando quem reside na comunidade e quem é de fora também.

fotos: facebook.com/ilovemusas

MUSAS

À margem do encantador Museu de Arte Moderna, e do interesse público, quem mora lá estranhou a repentina mudança de cores e a arte deu o tom da vez. “Quando chegamos pela primeira vez perguntaram quem era o político, quem era que estava interessado em pintar as casas da comunidade”, conta Júlio Costa.Hoje objetivo é de transformar a comunidade do Solar do Unhão num dos lugares mais coloridas do Mundo. “Pintamos 21 casas até agora, a meta é pintar tudo. A fachada é por último, por uma questão política. Porque é importante pintar primeira a casa das pessoas, de quem mora aqui”. Sobre o financiamento ele explica: “Enquanto não vem o edital, fazemos com nossos amigos, com quem ‘come a pilha’. Há inúmeras formas de financiar os projetos, vendemos camisetas,fazemos brechó. Isso é um projeto de vida”.

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Comunidade Solar do Unhão


CRISTIANO

ENTREVISTA:

FIGUEIRÓ

POÉTICAS TECNOLÓGICAS: DANÇA, ARTE, TECNOLOGIA E SEUS DESLOCAMENTOS Por Carolina Filgueiras

Fundado em 2004, pela professora Ivani Santana, que é tem formação em dança e é pioneira no uso da tecnologia na área da dança, o grupo Poéticas Tecnológica surgiu com o objetivo de produção artística de forma interativa e interdisciplinar. Em 2010, o professor Cristiano Figueiró se juntou ao grupo, e com sua formação profissional na área de música e pesquisa no campo da música e tecnologia da computação aplicada à criação musical, o grupo segue seus trabalhos numa proposta de aproximar cada vez mais as diversas áreas do saber. Fizemos um bate bola com o professor Cristiano Figueiró, que trouxe um pouco da perspectiva de trabalho do grupo e novidades para este ano.

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QUAL A PROPOSTA E O EIXO CENTRAL DE TRABALHO DO GRUPO POÉTICAS TECNOLÓGICAS? Cristiano Figueiró: Os nossos trabalhos são feitos com programação de sensores, aplicados no campo da dança, que é o pé forte do grupo. A gente produz a partir da dança feita por mediação tecnológica, tanto no uso de sensores pra criar um diálogo interativo entre o dançarino e o computador, quanto no campo da dança telemática. A telemática é outra linha de pesquisa que usamos, onde há uma performance junta entre dançarinos, mas geograficamente distante. Por exemplo, dois dançarinos se apresentando ao mesmo tempo, só que cada um em sua casa, ou outro espaço, através do skype, ou de chats. Cada um no seu espaço e o resultado não é um ou outro em separado, é uma terceira coisa, a soma dos dois, que só se dá por conta do ambiente virtual. Tem um campo de pesquisa bem amplo pra se explorar, da criação em tempo real num tempo deslocado, que é o foco do nosso trabalho.

Espetáculo de dança telemática real

DE QUE FORMA VOCÊS BUSCAM A INTERAÇÃO ENTRE ARTE E TECNOLOGIA, NUMA PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR? Essas propostas e buscas surgiram do desejo de ter uma formação específica e de encontro entre poética criativa da expressão e a pesquisa de desenvolvimento tecnológico. Compreender e aceitar que existe um grau de parentesco muito próximo entre essas duas faculdades criativas, é essencial no nosso trabalho. A gente entende que a separação dessas duas matérias que é algo artificial, a união talvez seja uma retomada da abordagem mais orgânica. Arte e tecnologia em grego são a mesma palavra, e isso diz muito sobre a origem e separação dessas duas matérias. Essa interdisciplinaridade é uma idéia institucional que levamos muito a sério, não é um conceito, nossa formação enquanto grupo é heterogênea.

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Ensaios da pesquisa Corpoteleso


fotos: divulgação

lizado entre Fortaleza/Brasil e Barcelona/Espanha

QUAIS SÃO OS TRABALHOS MAIS RECENTES? Damos aula para graduação, pós-graduação, extensão e também trabalhamos com pesquisa. Atualmente o grupo toca vários projetos. Eu estou supervisionando um projeto que é o desenvolvimento de aplicativos para celulares, aplicativos para criação musical. Basicamente, o trabalho é feito pensando nos celulares e dispositivos móveis como campos de criação para músicos, onde ele pode produzir experimentos musicais.

E PARA ESTE ANO, QUAIS OS PLANOS DE TRABALHOS? Teremos algumas residências artísticas com pesquisadores internacionais. Teremos também concertos de música eletrônica, que acontecerá toda sextafeira, aqui na UFBA mesmo. Faremos um ciclo de performances telemáticas, com pessoas do mundo inteiro, mas ainda não sabemos as datas. Sempre produzimos esse tipo de trabalho e já ganhamos alguns prêmios, o que é bem gratificante.

Para acompanhar mais sobre a produção, a equipe multidisciplinar e os trabalhos do Poéticas Tecnológicas, acesse: www.poeticatecnologica.ufba.

onoro, de Ivani Santana e GP Poéticas Tecnológicas.

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NO MUNDO DAS

ESTRELAS Por Taylla de Paula

Com o intuito de desafiar o tempo de criação das obras artísticas, o artista Sergio Albiac, pelo uso de códigos de computação, cria múltiplas obras de arte em pouco tempo, considerando o software seu assiste na criação de obras visuais. Em este trabalho, titulado Stardust Portrairs, Albiac já criou mais de 14,000 retratos usando fotos espaciais do telescópio Hubble, que são disponíveis na internet. Os retratos são criados a partir de fotos enviadas por qualquer pessoa, via google drive. Para conhecer mais sobre seu trabalho ou solicitar uma retrato, acesse http:// www.sergioalbiac.com/wall/stardust.html

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