Ákomo Ngurikeaku

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - HABILITAÇÃO EM JORNALISMO

ÁKOMO NGURIKEAKU A RESISTÊNCIA DO POVO TERENA NA ALDEIA URBANA MARÇAL DE SOUZA

MARINA FARIA CALLEJAS OLIVEIRA LIMA

Campo Grande SETEMBRO/2013


ÁKOMO NGURIKEAKU A RESISTÊNCIA DO POVO TERENA NA ALDEIA URBANA MARÇAL DE SOUZA

MARINA FARIA CALLEJAS OLIVEIRA LIMA

Relatório apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina Projetos Experimentais do Curso de Comunicação Social / Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Orientador(a): Prof. Dr. Taís Marina Tellaroli Fenelon

UFMS Campo Grande SETEMBRO - 2013


Página destinada ao PARECER da banca avaliadora, que documentará a nota final da disciplina. O(a/s) aluno(a/s) e os membros da Banca assinarão após tomarem conhecimento do Parecer (aprovação, reprovação, recomendações, etc.)


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SUMÁRIO

Resumo ...................................................................................... 05 1 - Alterações no plano de trabalho ........................................... 06 2 - Atividades desenvolvidas ...................................................... 08 3 - Suportes teóricos adotados ................................................... 15 4 - Objetivos alcançados ............................................................. 21 5 - Dificuldades encontradas ....................................................... 23 6 - Despesas (orçamento) ........................................................... 24 7 - Conclusões ............................................................................. 25 8 – Anexos ................................................................................... 27


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RESUMO: O índio, por significação histórica, sociológica e antropológica, tem sido um sujeito considerado caracteristicamente rural e não-urbano. Seu meio de inserção o teria definido e dele originaram seus costumes e valores. Os habitantes da Aldeia Urbana Marçal de Souza, situada dentro de Campo Grande (MS), deixaram suas aldeias de origem e migraram para a cidade. O objetivo deste trabalho é mostrar, por meio da produção de um videodocumentário, a autoidentidade sociocultural desses indivíduos, que agora são considerados “índios inseridos no meio urbano”, e quais os esforços empreendidos por eles no sentido de evitar que suas raízes étnicas sejam perdidas.

PALAVRAS-CHAVE: Antropologia, Etnologia, Indígena, Identidade, Índio Urbano.


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1- ALTERAÇÕES DO PLANO DE TRABALHO

A mudança no enfoque do trabalho foi a alteração mais significativa ocorrida. O objetivo inicial era retratar a autoidentidade dos indígenas inseridos no meio urbano e seus esforços para manter os traços culturais. O local, nesse caso, seria apenas um coadjuvante. Porém, conforme fomos realizando as entrevistas, pudemos perceber que este elemento – a aldeia urbana Marçal de Souza – era muito maior e mais significativo, já que abarca todas as pessoas com as quais conversamos e sobre elas tem influência direta. Por essa razão, se tornou mais premente que a Marçal fosse mostrada como fator principal no documentário, e que a resistência cultural ali exercida seria o enfoque. Verificamos que o trabalho de resgate cultural lá realizado está intimamente ligado à Marçal de Souza enquanto instituição social. Portanto, não haveria como tratar da identidade indígena sem expandir esse retrato para o macrouniverso da aldeia. O que fizemos, então, foi inverter a hierarquia dos elementos, e assim a identidade indígena passou a ser secundária no trabalho. A próxima alteração importante é em relação à modalidade de entrevista utilizada.

A

princípio

seriam

feitas

entrevistas

semiabertas,

com

poucas

intervenções, para que pudesse haver maior liberdade para os entrevistados se manifestarem. Porém, seja por acanhamento ou alguma outra razão que desconhecemos, a maioria das pessoas não desenvolvia uma fala consistente, chegando a respostas muitas vezes monossilábicas. Em virtude disso, foi necessário fazer um maior número de perguntas, de modo a explorar satisfatoriamente as vivências e opiniões dos indivíduos consultados e assim ser ter uma coleta de material passível de ser usado em vídeo. Mais uma alteração ocorrida foi a ausência de um dos entrevistados inicialmente pretendidos, pois tivemos muita dificuldade para agendar uma entrevista com um representante da Funai. As três primeiras tentativas de se marcar um horário foram infrutíferas, em virtude de compromissos da entrevistada nas datas propostas. E, quando finalmente foi possível fazer o agendamento, este foi cancelado no último minuto, não havendo tempo hábil para uma nova tentativa.


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Outra alteração foi em relação ao cronograma. A coleta de dados, que deveria ter sido realizada até outubro, acabou por se estender durante o mês de novembro, o que acarretou em atraso para as etapas subsequentes. Isso ocorreu devido a compromissos profissionais e também com a própria faculdade (outras disciplinas em curso), assim como por muita dificuldade no agendamento das entrevistas, com várias desistências. Por fim, a última alteração realizada foi a modificação do título do trabalho, que antes chamava-se “Ser ou Não Ser (Índio)? - Documentário Sobre os Indígenas da Aldeia Urbana Marçal de Souza, em Campo Grande (MS)”, passou a se chamar “Ákomo Ngurikeaku - A Resistência do Povo Terena na Aldeia Urbana Marçal de Souza”. Essa alteração representa tanto a mudança de enfoque, que agora é voltado para a aldeia como um todo e para o contexto maior de inserção dos indivíduos entrevistado, quanto a constatação de um trabalho constante de resgate e memória por uma parte da comunidade, contra o descaso de uma outra parcela dessa mesma comunidade.


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2- ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 2.1 Período Preparatório: A primeira medida do período preparatório foi fazer uma pesquisa bibliográfica para conhecer melhor a teoria antropológica e assim ter mais claro o caminho a ser traçado no desenvolvimento do trabalho, tornando o objeto bem definido. Nessa fase, a orientadora fez a indicação de artigos acadêmicos sobre a questão de índios na cidade e sobre a Aldeia Marçal de Souza. Também foi feita uma pesquisa de vídeos e documentários que tratassem do mesmo tema, para usar como referência de modelo a ser utilizado e para excluir o que não era interessante que fosse abordado na produção deste trabalho. Concomitantemente, foram feitas diversas reuniões com a orientadora, no sentido de clarificar eventuais dúvidas e de fazer redirecionamentos no andamento da pesquisa. Quando da produção do “pré-projeto”, vários textos sobre a visão antropológica do jornalista foram sugeridos pela orientadora, para auxiliar no embasamento da metodologia a ser utilizada, além de textos sobre os métodos de produção de vídeodocumentários, sobre as características presentes nesse formato e sobre tipos de entrevistas. O próximo passo foi entrar em contato com uma produtora de vídeo (Vaca Azul), que daria o suporte técnico e logístico para a produção, visando suprir a ausência de equipamentos disponíveis, já que não os possuo. Foi acordado que eles ficarão responsáveis por executar as filmagens e auxiliar na posterior edição dos vídeos, sendo que todas essas ações terão a minha coordenação e participação. A última ação do período preparatório foi pesquisar quais seriam os entrevistados, de modo a cumprir o que foi proposto no pré-projeto. Os nomes foram definidos e procurei os contatos de cada um, já agendando algumas entrevistas. Nem todos os entrevistados estavam disponíveis e algumas entrevistas ainda não foram marcadas. Por essa razão, a etapa de execução começou a ser realizada enquanto o período preparatório ainda estava acontecendo. Antes da realização das entrevistas o Pré-projeto foi revisado, para retomar os conteúdos e determinar o direcionamento das perguntas em relação à área de atuação e papel de cada entrevistado.


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5.2 Execução: A primeira entrevista foi realizada com o professor doutor Antônio Hilário Urquiza, antropólogo, professor do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e pesquisador de “povos tradicionais” (indígenas e quilombolas) no Mato Grosso do Sul. Na entrevista – realizada em sua sala, no curso de Ciências Sociais - foi pedido que ele definisse teoricamente o que significa “ser índio”, do ponto de vista etnológico; além de explicar a transformação que ocorre nos valores e cultura indígenas, e o que é mantido com a transferência da aldeia para a cidade. Foi uma entrevista muito rica e esclarecedora, tendo fornecido bastante subsídio teórico, que teve um auxílio imenso na interpretação dos dados obtidos junto aos entrevistados terena. As duas entrevistas seguintes foram realizadas juntamente, pois os entrevistados eram os professores da Escola Sulivan Silvestre, que fica dentro da aldeia Marçal de Souza. Foram o professor de Língua Terena Itamar Jorge de Souza e a professora de Arte e Cultura Terena Maria Auxiliadora Bezerra. Foram feitas perguntas como a faixa etária e etnia das crianças para as quais lecionam, qual o conteúdo lecionado nas aulas, qual o nível de aproveitamento e envolvimento das crianças, quais os resultados obtidos, entre outros questionamentos. Foi verificado o importante trabalho de resgate cultural realizado com as crianças da comunidade, que reflete em sua autoestima enquanto indígenas e influencia a identidade dos pais. Esse momento foi o início da mudança do enfoque do documentário. Percebemos que o trabalho de resgate feito pela escola, através dos professores, é o principal meio de reforço da identidade indígena que acontece atualmente na Marçal. E pelo fato da professora Auxiliadora ser filha de D. Enir, cacique da aldeia, notamos que a linha ideológica ideológica com a qual trabalha está proximamente ligada à da cacique, que é a autoridade maior da aldeia e cujas ações tem influência direta sobre toda a comunidade. Ao constatarmos essa teia de intrínsecas relações, envolvendo todos os componentes da Marçal, concluímos que era necessário aumentar o espectro de nosso ponto de vista, para que fosse possível compreender


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a situação como um todo. Por fim, decidimos por alterar o direcionamento do trabalho. Após realizarmos as perguntas aos professores, aquelas referentes ao aspecto educacional, foram feitos os questionamentos acerca das informações pessoais de ambos, como aldeia de origem, porque vieram para a cidade, o que fazem para reforçar a autoidentidade, se sofrem preconceito, entre outras mais. Ali também foi recebida uma grande quantidade de material, que foi largamente utilizado no trabalho final. Na etapa seguinte, iniciamos as consultas aos moradores da aldeia. No primeiro encontro, pudemos entrevistar uma família e filmar um ensaio com os alunos da escola, para uma apresentação que seria realizada em um evento cultural. A família era composta pela dona Nilda Metelo Ortiz, Lígia Metelo Ortiz, Giovana Metelo da Silva, avó, mãe e neta, respectivamente, sendo a última criança aluna da escola Sulivan Silvestre. Perguntamos sobre a autoidentidade indígena e o que fazem para reforça-la, sobre a frequência que visitam as aldeias de origem, quais suas expectativas para o futuro em relação a sobrevivência de sua cultura e alguns outros questionamentos iguais aos feitos aos professores. Fator importante nesta fase foi a dificuldade em obter respostas da criança, todas foram monossilábicas e, num dado momento, ela parou de responder. Posteriormente verificamos que seu depoimento ficou complemente prejudicado e não pode ser utilizado. De qualquer forma, as outras entrevistas foram produtivas e resultaram em um conteúdo considerável. O ensaio filmado gerou uma grande quantidade de imagens de apoio. Além disso, andamos por toda a aldeia e captamos diversas imagens de apoio, de vários pontos e situações diferentes, as quais muitas foram bastante utilizadas. Na ocasião seguinte, conversamos com outro núcleo familiar, além de um jovem da aldeia, a cacique e a guia turística do Memorial da Cultura indígena, que funciona dentro da aldeia como ponto de venda de artesanato produzidos pelos índios. A família era formada pelo tio e uma sobrinha, srº Alcides de Souza – um dos primeiros moradores da Marçal - e Jucimara Pereira da Silva. O jovem era Alexssander Souza Aguero e a cacique, d. Enir Bezerra. Para todos foram feitas as


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mesmas perguntas anteriores, realizadas para os entrevistados indígenas. A diferença foi que, para d. Enir, perguntamos sobre a história da criação da aldeia e sobre seu papel como cacique. Esta última foi uma excelente entrevista, que proporcional uma série de informações que foram muitos utilizadas no trabalho final. Os outros entrevistados também deram boas contribuições, principalmente em relação a diversidade de respostas para a mesma pergunta. Ao final, fomos ao Memorial para obtermos informações em relação ao seu funcionamento e produzir mais imagens de apoio. Essas entrevistas ocorreram dentro de um mês e agenda-las foi bastante dificultoso. O problema maior é que não havia contato direto com eles, apenas com a professora Auxiliadora e com a Dona Enir. A Auxiliadora foi intermediária de todos os agendamentos e, por isso, dependíamos de sua disponibilidade. Procedemos desta forma por não termos inserção na comunidade e não conseguirmos marcar as entrevistas direto com os entrevistados. Por isso, sempre que havia um cancelamento, ou até mesmo quando a Auxiliadora não podia nos ajudar no momento, ficávamos limitados para realizar as entrevistas. Com a D. Enir nós tentamos marcar duas vezes, mas estas foram canceladas por problemas de saúde. A ocasião em que tivemos sucesso com ela também foi intermediada pela Auxiliadora, por cuja contribuição somos extremamente gratos pela contribuição. Durante toda essa fase, realizamos inúmeras tentativas de marcar entrevistas com a Vanderléia Mussi, professora do curso de História da UFMS, cuja tese de doutorado “As estratégias de inserção dos índios terena: da aldeia ao espaço urbano (1990-2005)” incluía um estudo aprofundado sobre o surgimento da aldeia Marçal. Porém, em virtude de vários compromisso com a faculdade, a professora desmarcou todas as entrevistas, num total de seis. Entretanto, reconhecendo a importância do registro que estávamos realizando, ela disponibilizou uma cópia de sua tese, assim como diversas imagens da época da ocupação do Desbarrancado – futura aldeia Marçal de Souza. Essa medida não substitui a participação da professora, mas subsidiou o trabalho com o respaldo acadêmico necessário para corroborar os dados históricos que inserimos no nosso trabalho. A última atividade foi filmar a apresentação que as crianças da escola fizeram, na Semana de Memória e Cultura do TRT/MS, ocasião que pudemos presenciar o trabalho realizado pelos professores sendo posto em prática, pois as


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crianças foram vestidas com trajes de dança típicos dos Terena, cantaram músicas regionais e no idioma terena e dançaram. Foi uma contribuição inestimável para o documentário, visto que foi uma materialização do tema intangível e subjetivo que é a identidade indígena. Depois disso, passamos para a fase de edição. A decupagem das entrevistas foi a etapa que levou mais tempo. Tanto tempo que atrasou o início da fase de edição. O trabalho final foi montado em três blocos: a história da formação da Marçal de Souza, a situação da Marçal hoje, e as pessoas da Marçal. No primeiro bloco, inserimos as falas dos moradores mais antigos, contando suas trajetórias pessoais e em relação à aldeia, como onde viviam antes de ir para lá, como foi a ocupação, como era o assentamento no início, entre outros, juntamente com recursos gráficos feitos com trechos de textos com informações históricas auxiliares. No segundo são descritos os elementos mais importantes da aldeia, como as casas, o Memorial e a escola, acrescido de dados técnicos acerca do local; e também entra o depoimento de D. Enir sobre seu papel de cacique. E no último bloco foram compiladas as falas dos moradores em relação à identidade, o que fazem para mantê-la, o retorno à aldeia de origem, o trabalho feito na escola Sulivan, o uso da língua terena, preconceito e as expectativas para o futuro. Decidimos por encerrar o documentário com uma mensagem de esperança, pois, como um dos objetivos do trabalho era contribuir com a autoestima da comunidade, entendemos que finalizar de forma negativa não realizaria essa função. Além do que, o respeito pelo esforço realizado na aldeia, no sentido da valorização

da

cultura

terena,

nos

impediria

de

fazer

uma

abordagem

completamente pessimista. Porém, ainda que tenhamos tomado esse cuidado, não nos abstivemos de inserir falas que retrataram descaso ou falta de apreço dos moradores em relação à sua própria cultura, porque não poderíamos omitir o que foi constatado através de algumas entrevistas.

5.3 Revisão Bibliográfica:


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5.3.1 Livros: BANIWA, G. S. L. O índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje. Brasília: MEC/Unesco, 2006. 224 p. (Série Via dos Saberes nº 1). BRASIL. Lei nº 6.001, de 19 de dezembro de 1973. Dispõe sobre o Estatuto do Índio. In: ESTATUTO DO ÍNDIO. Disponível em www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6001.htm. Acesso em 17 ago. 2013. MELATTI, J. C. Índios do Brasil. São Paulo: Edusp, 2001. 304 p. GALINKIN, A. N.; ZAULI, A.; NEIVA, E. R.; TORRES, C. V. (Org.). Psicologia Social – principais temas e vertentes. 1. ed. Atmed: Porto Alegre, 2011. 253 p. RIBEIRO, D. Os Índios e a Civilização. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 1982. 512 p.

5.3.2 Periódicos: CHAVES, L. A. C.; RONCO, A. P. Identidade Indígena, Direitos e Questão Territorial. Augustus, Rio de Janeiro, 2012, v. 17, n. 33, p. 87-98, set. 2012. 5.3.3 Outros documentos: 5.3.4 Redes, sites, e outros: ALMEIDA, A. M. Índio urbano - A luta por um ideal. Campo Grande, MO: UFMS, [1997]. Arquivo digital (Acervo do Curso de Jornalismo). BREMM, A. C.; LARSEN, V. L. S.; OLIVEIRA, G. C. Terena: tribo “civilizada”. Campo Grande, MO: UFMS, [1995]. Arquivo digital (Acervo do Curso de Jornalismo). GALINKIN, A. L. “Perspectivas de Desenvolvimento Local entre os Terena, na Aldeia Urbana Marçal de Souza, em Campo Grande-MS”: Opção pelo Etnoturismo. 2004. 158 f. Tese – Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande, 2004. GALINKIN, A.L. “Os filhos dos mandamentos: uma discussão sobre a identidade judaica no contexto dos ritos de maioridade Bar Mitzvá e Bat Mitzvá”. 2001. 17 f. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001. HISTÓRIA da Aldeia Urbana Marçal de Souza. Blog do Grupo Produtivo das Mulheres da Marçal de Souza, 6 dezembro 2013. Disponível em: <http://mulheresdamarcal.blogspot.com.br/2007/12/histria-da-aldeia-urbana-maralde-souza.html>. Acesso em 18 ago. 2013. ÍNDIOS na cidade. Comissão Proíndio, 08 agosto 2013. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=M0mrQZ5IqB4>. Acesso em 22 set. 2013. KEESING, R. Theories of Culture, Anual Review of Anthropology, v. 3, p. 75, 1974 LACERDA, M. A. “Perspectivas de Desenvolvimento Local entre os Terena, na Aldeia Urbana Marçal de Souza, em Campo Grande-MS”: Opção pelo Etnoturismo. 2004. 158 f. Tese – Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande, 2004.


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MUSSI, V. P. L. “As Estratégias de Inserção dos Índios Terena”: Da Aldeia ao Espaço Urbano (1990-2005). 2006. Tese - Universidade Estadual Paulista, Assis, 2006 NOGUEIRA, Luciene. Aldeia Urbana - Parte 01. 24 julho 2013. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=jgr83lmRd1Q>. Acesso em 22 set. 2013. NOGUEIRA, Luciene. Aldeia Urbana - Parte 02. 24 julho 2013. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=R_SSDOI6o3o>. Acesso em 22 set. 2013. VIEIRA, C. M. N.; URQUIZA, A. H. A. Educação Escolar e os Índios Urbanos de Campo Grande/MS: considerações preliminares sobre as práticas de ensino nas escolas, In: Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino, 26. 2012, Campinas.


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3- SUPORTES TEÓRICOS ADOTADOS

Considerando que o objetivo principal deste trabalho é o de “ilustrar a autoidentidade sociocultural dos indivíduos indígenas inseridos no meio urbano – mais especificamente na Aldeia Urbana Marçal de Souza, em Campo Grande (MS)”, será feita uma explanação teórica de modo a embasar, com a apresentação dos conceitos abordados através da literatura levantada, a motivação da sua realização. Primeiramente, traremos a definição de autoidentidade, pois entendemos ser necessária para clarificar o objetivo principal do trabalho, assim como facilitar a interpretação do resultado esperado com sua realização. A seguir, será feita a conceituação de indígena sob alguns pontos de vista teóricos. Seguidamente, objetivando uma problematização e em contraponto ao conceito inicialmente proposto, será colocada a ideia do índio genérico, para questionar se é possível que o preceito original seja mantido, uma vez que o índio não se encontra mais em seu ambiente natural. Em conseguinte, será feita uma breve contextualização do índio na cidade. E, por fim, será explicitado o motivo da escolha da Aldeia Marçal de Souza

como

local

da

realização

da

pesquisa.

Além

disso,

o

uso

do

videodocumentário como opção de meio de comunicação será justificado com literatura da área. No que diz respeito à autoidentidade, para a Psicologia Social, a forma como um indivíduo compreende a si mesmo está intimamente ligada à maneira como ele compreende os demais indivíduos do grupo no qual está inserido. A alteridade é imprescindível para a formação da identidade, segundo Neiva e Torres: A autoidentificação mostra-se, assim, como um reconhecer-se e um diferenciar-se entre as várias possibilidades que o indivíduo tem na constituição de si mesmo e, para tanto, é necessário comparar-se. Em outras palavras, o reconhecimento das semelhanças implica comparações e pressupõe a existência de diferenças. O mesmo e o outro estão contidos na concepção de identidade. (NEIVA, TORRES, 2011, p. 253).

Ou seja: O outro é não apenas parte da representação de si mesmo, mas necessário ao processo de autorreconhecimento quando pessoas reais ou idealizadas, modelos culturais, comportamentos, ideias e valores sociais são internalizados de forma positiva ou negativa constituindo, em cada sujeito, aquela parte de si que o faz parecer único e possibilita, ao mesmo tempo, o reconhecimento de


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semelhança e pertença a determinados grupos. (GALINKIN, 2001, p. 17).

Pode-se dizer que a elaboração da identidade do indivíduo é reflexo das peculiaridades do grupo do qual faz parte, e que o diferenciarão dos indivíduos que constituem outros grupos. E a distinção entre esses grupos é resultado da variação de um conjunto peculiar de elementos que o caracterizam. A esse conjunto dá-se o nome de cultura. Para Roger Keesing: Cultures are systems (of socially transmitted behavior patterns) that serve to relate human communities to their ecological settings. These ways-of-life-of-communities include technologies and modes of economic organization,settlement patterns, modes of social grouping and political organization, religious beliefs and practices, and so on. (KEESING, 1974, p. 75).

Esses sistemas tornam singulares cada segmento de uma sociedade, como é o caso dos indígenas. De acordo com Júlio César Melatti (2007), o que irá definir se um determinado grupo de indivíduos pode ser considerado como indígena será o fato de se considerarem por eles mesmos como tal, assim como pela população que os cerca, independente da etnia a qual pertencerem e em que grau de conservação estiverem suas tradições. “Não se trata apenas de autoidentificação, mas também de identificação pelos outros” (MELATTI, 2007, p. 38). O Estatuto do Índio, em seu artigo 3º, inciso I, determina, para efeitos jurídicos, que índio ou silvícola é “todo indivíduo de origem e ascendência pré-colombiana que se identifica e é identificado como pertencente a um grupo étnico cujas características culturais o distinguem da sociedade nacional” (BRASIL, 1973). Gersem dos Santos Baniwa – que é índio e defensor do tema - adiciona a definição de um organismo internacional ao conceito: Segundo uma definição técnica das Nações Unidas, de 1986, ‘as comunidades, os povos e as nações indígenas são aqueles que, contando com uma continuidade histórica das sociedades anteriores à invasão e à colonização que foi desenvolvida em seus territórios, consideram a si mesmos distintos de outros setores da sociedade, e estão decididos a conservar, a desenvolver e a transmitir às gerações futuras seus territórios ancestrais e sua identidade étnica, como base de sua existência continuada como povos, em conformidade com seus próprios padrões culturais, as instituições sociais e os sistemas jurídicos’. (BANIWA, 2006a, p. 27).

Na mesma obra o autor ainda enumera “alguns critérios de autodefinição mais aceitos, embora não sejam únicos e nem excludentes”. São esses critérios: - Continuidade histórica com sociedades pré-coloniais - Estreita vinculação com o território


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- Sistemas sociais, econômicos e políticos bem definidos - Língua, cultura e crenças definidas. - Identificar-se como diferente da sociedade nacional - Vinculação ou articulação com a rede global dos povos indígenas (BANIWA, 2006b, p. 27, grifo nosso).

Ressaltamos o item “estreita vinculação com o território” porque, para o presente estudo, ele será de extrema relevância, dado que os habitantes da aldeia não se encontram mais em seus territórios de origem. Darcy Ribeiro (1982) defendeu que os índios, através de um processo de “transfiguração étnica”, perderiam suas características próprias, seus costumes, tradições e línguas, e se tornariam o que ele denominou como índio genérico, ou seja, indivíduos ainda índios, porém sem diferenciação uns dos outros. Para ele, fatores – ou compulsões – seriam responsáveis por integrar o índio na sociedade nacional. O uso de instrumentos e técnicas de produção do “homem branco”, a inserção do índio no sistema capitalista e a assimilação de costumes da sociedade nacional teriam efeitos sobre esses grupos, “acarretando às populações indígenas condições cada vez mais precárias de sobrevivência biológica e de existência como etnias autônomas” (RIBEIRO, 1982, p. 441). Para Chaves e Ronco, índios presentes nas cidades comumente perdem a capacidade de definir suas etnias, mas ainda se autodenominam indígenas, o que confirmaria a hipótese levantada por Darcy Ribeiro. Um dado relevante é a presença na sociedade brasileira atual de índios citadinos [...] e normalmente não estão associados a grupos étnicos específicos, embora se assumam como índios, mesmo não sendo capazes de identificar sua etnia de origem. Com esse fenômeno, surge e é vivenciada uma identidade indígena não mais baseada na ideia de pertencimento a uma etnia indígena específica, mas ao sentimento de pertencimento a uma ‘raça’ indígena. Essa situação se manifesta particularmente entre os índios chamados urbanos (CHAVES, RONCO, 2012, p. 90).

No vídeodocumentário, será traçado um paralelo entre a conceituação teórica do que é “ser índio” –argumentada através dos especialistas entrevistados – e a situação em que os indígenas entrevistados da localidade a ser estudada se encontram – que será retratada pelas falas dos próprios índios. Com os depoimentos colhidos, será possível obter uma amostra em relação a qual conceito a comunidade analisada se aproxima mais: se da definição de índio inicialmente proposta, ou se está mais perto do índio genérico.


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Faz-se necessário, também, trazer uma conceituação do que seria considerado índio urbano: “São índios urbanos aqueles que, pressionados pelas precárias condições de vida no meio rural, migram para os centros urbanos, neles se estabelecendo à procura de melhores meios de sobrevivência” (CHAVES, RONCO, 2012, p. 90). Uma vez definido esse conceito, podemos questionar se a “estreita

vinculação com o território”, proposta por Baniwa (2007), terá efeito negativo sobre a atribuição da autoidentidade dos indivíduos entrevistados, visto que os mesmos se retiraram de suas aldeias de origem. Munier Lacerda também acredita que a ligação com o território de origem terá influência nesse aspecto, pois para ele “o cerne de toda a questão indígena é a posse da terra, que é seu referencial cultural de existência” (LACERDA, 2004). Porém, ele vê que a migração e estabelecimento, na aldeia urbana, dos Terena – etnia fundadora da Marçal de Souza – é um movimento de repatrialização do grupo, pois “ao se fixarem em Campo Grande e constituírem hoje o seu próprio bairro, os Terena tentam reconstituir o seu território, ou seja, reterritorializar-se” (LACERDA, 2004). Os habitantes da Aldeia Urbana Marçal de Souza foram escolhidos como objeto deste trabalho basicamente por duas razões. Primeiro, por ter sido a primeira aldeia do país a ser fundada em uma cidade. Como pode ser visto no blog1 do Grupo Produtivo das Mulheres da Marçal de Souza “o ‘Loteamento Social Marçal de Souza’ foi a primeira Aldeia Urbana do país. Fundada em 1995, localiza-se entre os Bairros Tiradentes e Flamboyant, na cidade de Campo Grande – MS” (HISTÓRIA..., 2007). Vieira e Urquiza confirmam: “A primeira aldeia urbana a ser constituída em Campo Grande/MS é a Marçal de Souza, no ano de 1998” (2012). A divergência de datas se dá devido a dois eventos, que são considerados como fundadores da comunidade, sendo o primeiro a ocupação do local pelos indígenas, e o segundo pela fundação oficial do Loteamento. O outro motivo de escolha da Marçal de Souza é que a aldeia encontra-se em um nível maior de organização, com uma liderança e associação de moradores estabelecida, casas de alvenaria e escola (LACERDA, 2004), o que contribui para que haja uma rotina estável de atividades no local e diminua a possibilidade do

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Disponível em http://mulheresdamarcal.blogspot.com.br/2007/12/histria-da-aldeia-urbana-maral-desouza.html, consultado em 18/08/2013.


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surgimento de dificultadores, tais como: conflitos, impedimento de acesso ao local e problemas para falar com as pessoas. Quanto ao uso de vídeodocumentário como instrumento para a produção deste trabalho, dentre os vários elementos que caracterizam essa modalidade jornalística, apontamos a não obrigatoriedade do uso do narrador como o principal motivo pela escolha. “No documentário a presença do narrador não é obrigatória. Os depoimentos constitutivos [...] podem ser alinhavados uns aos outros sem a necessidade de que uma voz exterior venha lhes dar coesão” (MELO; GOMES; MORAIS, 2001). Melo, em outro trabalho, também defende a dispensa do narrador na produção do documentário, sem prejuízo de sua coerência: Já no documentário, a presença do narrador não é obrigatória. Os depoimentos podem ser alinhavados uns aos outros sem a necessidade de uma voz exterior, oficial, unificadora, que lhes dê coerência. Isso não quer dizer que um documentário sem locutor não seja um discurso coerente. Nesses casos, a coerência, o sentido, manifesta-se na seleção e encadeamento dos depoimentos que compõem a narrativa. (MELO, 2002, p. 33).

Dado que o principal objetivo deste trabalho seja que os terena possam expressar seu pensamento com o mínimo de interferência exógena possível, essa modalidade se faz mais adequada para atender a esse fim. Complementarmente, vale ressaltar que o uso do documentário como representação de realidade social é valido, ainda que seja apenas um retrato desta. “O documentário pretende descrever e interpretar o mundo da experiência coletiva [...] mesmo configurando-se como um discurso sobre o real, documentários e reportagens não são reflexos, mas construções da realidade social” (MELO, 2002, p. 28). Os materiais audiovisuais utilizados sobre a temática específica do índio urbano foram: o documentário “Aldeia Urbana”, de produção da TV Pantanal, de Campo Grande (MS) e os projetos experimentais “Terena: tribo ‘civilizada” (1995) e “Índio urbano – a luta por um ideal” (1997), produzidos por acadêmicos do curso de Jornalismo da UFMS. Apesar de tratarem de assuntos semelhantes, os referidos trabalhos tem enfoques distintos acerca do mesmo objeto (índios na cidade). Além disso, os dois últimos são mais antigos e as problemáticas retratadas sofreram algumas alterações com o passar do tempo. Entende-se, pois, que o fato de


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haverem sido realizados trabalhos similares não impede nem prejudica a realização de um novo, posto que este trarå um olhar mais diferenciado sobre o tema.


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4- OBJETIVOS ALCANÇADOS

Em

relação

ao

objetivo

geral,

que

era

a

produção

de

um

videodocumentário sobre a autoidentidade dos indivíduos indígenas inseridos no meio urbano - moradores da aldeia urbana Marçal de Souza - e sobre os esforços por eles empreendidos no sentido de evitar que suas raízes étnicas fossem perdidas, podemos afirmar que foi atingido além da conta. Esse objetivo foi alcançado, porém ele se tornou uma parcela do trabalho completo. Em virtude da alteração do enfoque, transferido para a aldeia como um todo - sobre sua história, situação atual e moradores - essa maior abrangência de abordagem tornou o objetivo inicial um elemento secundário, que passou a compor a gama de segmentos que ilustram o retrato realizado sobre a Marçal de Souza. Inserido no terceiro bloco, a identidade indígena e os esforços de resgate figuram no rol de questões relacionadas ao “ser índio” dos moradores da Marçal, ao lado de laços com as aldeias, língua materna e preconceito. O primeiro objetivo específico era conceituar o termo indígena e analisar o quanto a realidade da comunidade em questão se distancia ou se aproxima da definição teórica. Nesse quesito não houve atingimento, pois, de acordo com Antropologia, o “ser índio” é algo dinâmico e mutante, não podendo ser um conceito estanque. Por consequência, não foi possível aferir uma maior ou menor aproximação da conceituação teórica, visto que não havia parâmetro para a comparação. O próximo objetivo específico era traçar a autoimagem dos moradores da Marçal,

enquanto

identidade

indígena.

Esse

foi

atendido,

porque

todos,

unanimemente, afirmaram considerar-se índios, independente de viverem no contexto urbano, de não falarem mais a língua ou praticarem costumes tradicionais. O terceiro e último objetivo era identificar e descrever as ações coletivas e individuais das pessoas da Marçal, de reforço e preservação dos costumes e tradições. Este consideramos parcialmente atingido, dado que foi baixo o número de ações encontradas, que são realizadas seja individualmente, ou no coletivo, tanto familiares

quanto

comunitárias.

Apenas

poucos

indivíduos

entrevistados

apresentaram um grau de atividade consistente para que pudesse se afirmar que


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existe, de fato, uma preservação de fato da cultura terena na comunidade como um todo. A ação mais significativa encontrada foi o ensino de língua, arte e cultura terena na escola local, que se mostrou um esforço ativo no sentido de resgatar costumes, relembrar tradições e reavivar a língua materna. Por essa razão, consideramos o objetivo parcialmente atingido, pois essa atividade representa a resiliência de uma cultura que se esvai um pouco a cada dia.


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5- DIFICULDADES ENCONTRADAS: Foram encontradas três dificuldades em relação à realização deste trabalho. Um foi a dificuldade financeira, pois o custo para a execução do mesmo foi elevado, impactando negativamente sobre nosso orçamento. Os equipamentos disponibilizados pela Universidade e a escala de trabalho do câmera não eram compatíveis com a necessidade do trabalho. Por esta razão, foi preciso contratar um empresa no mercado, para exercer a função que primeiramente deveria ser suprida pela Insituição. O próximo problema foi a constante dificuldade em conseguir o agendamento das entrevistas. O alto número de cancelamentos e a falta de disponibilidade dos entrevistados foi um grande motivo para o trabalho não sair conforme planejado. A última dificuldade, porém não mesmo importante, foi conseguir compatibilizar os horários disponíveis dos entrevistados, do encarregado da produtora e o nosso, com rotina de trabalho, família e faculdade. Foi necessário um período de duas semanas de férias para dedicação total ao projeto, o que não foi suficiente para sanar atraso em relação ao cronograma.


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6- DESPESAS (ORÇAMENTO)

- 04 Diárias de captação de imagens (entrevistas + imagens de contexto); edição, ajuste de som, inserção de trilha, imagens e efeitos; finalização em formato DVD e arquivo HD: R$ 2.500,00.


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7- CONCLUSÕES

A migração dos índios terena para Campo Grande data dos anos 1800, e permanece até os dias de hoje. Fatores como falta de espaço para plantar alimentos de subsistência, pouco mercado para a venda do artesanato e do excesso de produção (quando existe), procura de melhores condições de vida e ensino para os filhos são importantes motivos para que esse êxodo ocorra. Diante da situação vigente nas aldeias, e analisando-se as políticas governamentais em curso, é possível vislumbrar que esse fluxo de pessoas das aldeias para as cidade continue por anos vindouros. O índio no contexto urbano é uma realidade em nossa capital, fato este que gerou conflitos no passado e que ainda é razão de luta para as representações indígenas. Grandes agrupamentos de indígenas foram criados em vários pontos da cidade, ao longo dos últimos anos, para reunir as pessoas que estavam dispersas por toda Campo Grande e pressionar as autoridades no sentido de que atendessem suas necessidades. Melhores condições de moradia e saneamento básico, educação escolar para os filhos e assistência médica estão entre as principais reinvindicações desses grupos. A aldeia urbana Marçal de Souza foi a primeira a obter essas melhorias e, atualmente, as famílias que lá residem tem suas necessidades básicas supridas, uma forma de organização estabelecida, acesso à escola, entre outros benefícios. Passado esse estágio de solução de problemas de ordem de sobrevivência, outro problema desponta, tão grave ou ainda maior do que os encontrados anteriormente. A nova batalha agora é para a manutenção da identidade indígena, para evitar que valores, costumes, a língua, se percam no meio urbano e sejam apagadas das vidas e memórias dos terena da Marçal de Souza. Em tempos de guerra, a identidade do índio serve de elo de ligação entre seus companheiros de luta, de fortalecimento de autoestima e de afirmação de autoridade perante o inimigo. Já em tempos de paz, essa identidade é mesclada ao cotidiano, às vezes passando despercebida, pois é natural e espontânea. Para o índio na cidade, que está em constante contato com uma cultura diferente da sua e com hábitos e valores divergentes do seus, essa identidade merece uma atenção


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especial, para que não seja fundida com a do “homem branco” e seja perdida em definitivo. Por essa razão, se a manutenção dessa identidade é da vontade dos indígenas, eles irão empreender todos os esforços necessários para que isso aconteça. O perigo existe quando eles esquecem dessa identidade e qual a utilidade que isso tem em suas vidas. Os efeitos dessa perda podem vir a ser irreversíveis, se medidas não forem tomadas a tempo de reverter essa situação. Na Marçal de Souza pudemos verificar duas forças opostas e em constante conflito, quase como um “cabo de guerra”. De um lado, um grupo de pessoas, da escola, da liderança, algumas famílias, conscientes da importância da manutenção dessa identidade, são ativos no resgate e memória, procurando evitar que seus costumes e tradições se percam. Do outro lado, outro grupo de pessoas exerce força contrária, de maneira passiva e omissa, não se importando, não se lembrando, não insistindo. Se for analisado cada um desses grupo separadamente, seria possível chegar a duas conclusões: uma que a cultura terena está viva e latente no coração da Marçal de Souza e outra que ela morreu e não pode mais ser revivida. São dois mundos completamente diferentes. A tentativa foi de tentar retratar esse duelo através desse trabalho, fazendo contrapontos de ambos os lados analisados. A conclusão é de que existe uma resistência na Marçal de Souza, sim. Ela ainda tem poder e ainda exerce influência positiva sobre a comunidade.


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8 – ANEXOS Decupagem Entrevista Prof. Hilário Data: 20/09/13 Entrevistado: Profº Antônio Hilário Aguilera Urquiza Profissão: Professor da UFMS, do departamento de Ciências Sociais Formação: Graduação em Antropologia, Doutorado em Antropologia na Espanha Informação extra: Pesquisador da UFMS, de "povos tradicionais" (indígenas e quilombolas) do MS e ministra aulas para os cursos de Ciências Sociais e Direito, e para o Mestrado em Antropologia da UFGD Duração total: 0:32:49 Inicio 00:02:57 00:03:57 00:04:02 00:04:32 00:04:39 00:04:57 00:05:04 00:05:23 00:05:34 00:05:42 00:05:53 00:06:11 00:06:23 00:07:34 00:07:43 00:07:52 00:08:34 00:08:51 00:09:00 00:09:41 00:10:29 00:10:39 00:11:06 00:11:29 00:11:58 00:12:07 00:12:32 00:12:40 00:12:47 00:13:38

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Descrição Apresentação Pergunta: O que é ser índio, do ponto de vista antropológico? Como a Antropologia definia cultura e identidade antes "A Antropologia avançou" Como a Antropologia define cultura agora Como a Antropologia define identidade agora Sobre a visão esteriotipada em relação ao índio Situação dos índios hoje Mudanças pro bem Mudanças pro mal Sobre a identidade permanecer, apesar das mudanças O índio continua índio, mesmo na cidade 2 critérios de identidade da Antropologia atual Pergunta: Como o europeu classificou o índio? Conceito do Etnocentrismo Europeus definem os nativos por exclusão Essa classificação é feita até hoje Nomenclatura do "índio em contexto urbano" População indígena e aldeias urbanas em Campo Grande Pergunta: Como é a vinculação com o território e o que ocorre com a saída? Os índios foram "saídos" Vinculação dos Terena com a terra Um dos motivos da saída dos terena das aldeias Condição do território da aldeia atualmente O índio sai porque não tem condições de ficar Influência do distanciamento do território Reterritorialização Consequências da saída Vínculo de pertencimento com as famílias e com o território Pergunta: É possível acontecer uma reterritorialização? Está ocorrendo na Marçal? Teoria de João Pacheco de Oliveira do processo de "territorialização" Conceito de "reterritorialização"


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Exemplo do povo Atikum Novo significado para a terra e identidade Relação dos Atikum com os índios da região Exemplo dos Kinikinawa Pergunta: é possível manter a cultura, estando no contexto urbano? Conceito de identidade de Barthe, que é construída na fronteira Afirmação da identidade do indígena Manutenção dos traços culturais do índio na cidade Sobá Tradição se renova Manutenção da tradição para os índios em contexto urbano Sobá 2 Necessidade de manter elementos da cultura Pergunta: O que mudou na teoria, para não existir mais o "índio-genérico"? Acultiração e assimilação / perda de cultura / Darcy Ribeiro (teoria superada) Porque não usa mais essa teoria, diferentes formas de contato O índio não vai acabar Continuidade do pensamento etnocêntrico Direitos, igualdade e acesso às tecnologias Desconstrução de ideologia Foi descobrir que tinha índio quando foi fazer faculdade Desconstrução de ideologia 2 Construção de novos conceitos

Decupagem Entrevista Prof. Itamar Data: 02/10/13 Entrevistado: Profº Itamar Jorge Pereira Profissão: Professor de Língua Indígena Terena na Escola Sulivan Silvestre Formação: ? Informação extra: Índio terena, morador da Aldeia Darcy Ribeiro Duração total: 0:15:32 Inicio 00:00:25 00:00:34 00:00:39 00:00:55 00:01:12 00:01:12 00:01:59 00:02:05 00:02:32 00:03:18

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Descrição Apresentação Pergunta: Pra qual idade você dá aula? Faixa etária do alunos / índio e não-índios Pergunta: Porque fazer esse trabalho e qual o resultado? Resgate dos costumes Importância para os alunos não-indígenas Pergunta: É possível aprender a língua nos anos em que estudam na escola? O que dá para aprender Pergunta: Qual o material utilizado nas aulas? Cerâmica, cocar, colares etc.


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Pergunta: Qual o retorno dos alunos? Antes tinham vergonha, hoje valorizam / autoestima Valorizam a dança Pergunta: Os alunos levam o que aprendem na escola para a comunidade? Não tem mais vergonha, quando encontram na rua, cumprimentam no idioma Pergunta: Como os pais veem o trabalho de resgate da escola? Alguns pais não veem utilidade em aprender a língua Os pais falantes da língua não transmitem para os filhos Pergunta: Sabe se ocorreu dos filhos começarem a falar e os pais acompanharem? Acontece de indígenas e não-indígenas ensinarem para os pais Pergunta: Existe resistência por parte dos pais? Não veem necessidade Pergunta: Existe preconceito do não-indígenas? Acha que os alunos não se identificam por causa do preconceito Aqui é sobre a trajetória e opiniões pessoais Não dá para usar essa parte, pois ele não é morador da Marçal

Decupagem Entrevista Profa. Auxiliadora Data: 02/10/13 Entrevistado: Profª Maria Auxiliadora Bezerra Profissão: Professora de Arte e Cultura Indígena na Escola Sulivan Silvestre Formação: ? Informação extra: Índia terena, moradora da Marçal de Souza, professora da escola desde a fundação, há 15 anos Duração total: 0:54:05 Inicio 00:00:25 00:00:41 00:00:44 00:01:00 00:01:22 00:01:29 00:02:07 00:02:45

Fim 00:00:33 00:00:44 00:01:00 00:01:20 00:01:28 00:02:07 00:02:45 00:03:43

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Descrição Apresentação Pergunta: Para qual séries você ensina? Do pré ao quinto ano Disciplina faz parte do currículo Pergunta: Como é o trabalho? O que está na estrutura da disciplina? Era um projeto, teve resultado positivo, foi regulado como disciplina Principalmente etnia Terena, mas tem outras do MS e do Brasil Dança, pintura, artesanato, ponto de partida o Terena, depois outras, comparando Pergunta: O que usa de material nas aulas? Mostrando atividades Pegando a atividade Mostrando e explicando os disquinhos e qual série Mostrando atividades do pré Explicando a diferença entre os trabalhos de cada série


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Mostrando o totem Como surgiu a ideia de fazer o totem Como fizeram o totem Mostrando as outras coisas da sala Explicando as características étnicas de cada trabalho Qual é a dinâmica das produções e que material usa Sobre o desafio de manter a identidade no meio urbano O papel da escola nesse desafio Pergunta: Qual o retorno dos alunos? O trabalho dá resultado? O resultado foi uma preocupação da escola, na transição de projeto p/ disciplina O que faz quando algum aluno não quer participar das atividades Nunca nenhum pai se recusou a deixar o filho participar A questão indígena não é novidade para os alunos Sobre quando convidou índios Pataxó para irem na escola Ser índio aqui é normal Aceitação dos pais e alunos Pergunta: Tem algum pai que participa, que ajuda? A comunidade acredita na escola, quando precisa vem ajudar Pergunta: Alguns pais não estimulam o trabalho feito pela escola? Pais negam para se proteger e proteger os filhos Como a cultura é natural para todos os alunos da escola Pintura de genipapo / autorização dos pais O que acontece quando os alunos saem da escola O que pode ser feito para evitar a perda da identidade dos adolescentes Pergunta: Faz quanto tempo que está na escola? Desde que começou, 15 anos Pergunta: Desde a fundação da escola até agora, houve mudança nos alunos? Não houve mudança, porque a escola nasceu dentro da comunidade Situação de professores e alunos que vem de fora e acham índios primitivos História do menino que chamou a coleguinha de índia Continuação da história Pergunta: Que apresentações são feitas com o alunos e onde levam? Tenta enriquecer o conhecimento e conversar de igual pra igual Sobre o projeto "Musica e Musicalidade Indígena" Sobre serem convidado para se apresentar Sobre as danças que ensina Pergunta: Ainda faz as danças terena com as crianças? Todo ano o grupo de dança é revitalizado, nunca está pronto Pergunta: Que danças vocês fazem? Explica quais são as danças Pergunta: Como é a recepção do público às danças e músicas que apresentam? O objetivo não é sair, o convite é consequencia do trabalho Tem outras escolas com mais aluno indígenas, mas não tem esse trabalho Depende de boa vontade de todos os envolvidos


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Quem convida para apresentar, sabe do tabalho, nunca houve constrangimento Mesmo não conhecendo, sabe que o trabalho é diferenciado Pergunta: De onde surgiu a ideia da fazer o trabalho em outra escola? Conta sobre a implantação na outra escola Educação escolar indígena é um trabalho diferenciado Vão encarar o desafio Pergunta: De quem partiu a iniciativa? Explicando como surgiu Pergunta: Como foi sua vida antes de vir para a Marçal? Onde nasceu, como se sentia quando era criança Quando se deu conta que era índia terena Primeira felicidade Seus filhos não podem viver isso Como era quando estudava Quando percebeu sua identidade As famílias hoje não tem mais os costumes Depois disso, decidiu ser professora para índios e foi dar aula na aldeia Quando surgiu a escola e a Marçal, ela voltou Porque as pessoas não a discriminam, como ensinou os filhos Pergunta: Já presenciou alguém fazendo comentários discriminatórios? Explicando que faz artesanato Conta uma situação do comentário das invasões Conta uma situação do comentário de fazendeiro Pergunta: E seus filhos? Já passaram por isso? Conta história da filha que foi hostilizada na escola No começo é estranho, mas depois acostuma O pequeno ainda não passou Pergunta: O choque maior é quando muda escola, quando começa a trabalhar? Tem que preparar pro mundo, não acha que a filha negaria ser índia Pergunta: Tem costume de voltar à aldeia? Sempre fez questão de manter a raíz, vai sempre que pode, com os filhos Pergunta: De que forma isso ajuda na identidade? O que tinha que construir, já está construído Ajuda na identidade dos filhos Na aldeia, pode proporcionar outras vivências para eles Pergunta: E enquanto estão lá, ficam totalmente imersos? Eles se enturmam, ela fica preocupada, tem que estar vem o tempo todo Pergunta: É costumo do pessoal ir bastante para a aldeia? Nos feriados é um problema, porque os alunos só voltam na semana seguinte Por isso o calendário escolar indígena tem suas especificidades Pergunta: E as experiências que as crianças vivem lá, ajudam na escola? Aproveita para explorar nas atividades Pergunta: O fato de estar no contexto urbano prejudica sua identidade? O ponto negativo é não falar ne escrever a língua No resto, não influencia. Tem orgulho de ser o que é


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Não deixa que o fato de não saber a diminua p/ os outros, porque não é culpa dela Ela compensa isso com os filhos de outra forma Pergunta: Gostaria de fazer mais alguma contribuição? Sem mais

Decupagem Entrevista Dona Nilda Data: 29/10/13 Entrevistado: D. Nilda Metelo Ortiz Profissão: ? Formação: ? Informação extra: Entrevista de bloco familiar (mãe da Lígia, avó da Giovana), mora no Marçal há 17 anos Duração total: 0:07:19 Inicio 00:00:00 00:00:21 00:00:30 00:00:55 00:00:59 00:01:09 00:01:12 00:01:17 00:01:22 00:01:26 00:01:29 00:01:37 00:01:48 00:01:55 00:02:00 00:02:05 00:02:09 00:02:13 00:02:17 00:02:26 00:02:30 00:02:34 00:02:36 00:02:38 00:02:39 00:02:41 00:02:44 00:02:51 00:03:02

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Descrição Apresentação Pergunta: Como a senhora veio para a Marçal e o que aconteceu antes? Nasceu em Corumbá, foi para Miranda Veio para Campo Grande com a família com a qual trabalhava Casou, teve filhos, separou e ficou por aqui, trabalhando Pergunta: Quando a senhora chegou aqui, morava onde? Vila Planalto, com a família da patroa Pergunta: A senhora morou com ela até casar? Até 21 anos Pergunta: Quando a senhora veio para o Marçal? O irmão veio na frente, quando era Desbarrancado, a situação era bem precária Ficou, morando em barraco, e está até hoje Pergunta: Como era a situação aqui? Não tinha nada, só tinha mato O irmão veio na frente, ela veio depois, quando já estava um pouco melhor Pergunta: Como vocês ficaram sabendo que existia esse lugar? O irmão ficou sabendo pela D. Enir Pergunta: E seu irmão veio e montou? Sim, mas ele falaceu atropelado Pergunta: A senhora estava com o pais das meninas ainda, nessa época? Não, só estava ela e as filhas Pergunta: E a senhora vivia com seu irmão? Sim Pergunta: E aí vieram as casas? Vieram as casas e ela está aqui Pergunta: Você ajudaram na construção das casas? Não, foi o governo ou prefeito, não lembra quem foi As casas eram para serem pagas mas ninguém paga Pergunta: Quem decidiu onde vocês iam ficar?


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Decupagem Entrevista Lígia

Não, ficou onde já tinhao barraco, o irmão do lado Cada um tinha um pedaço de terra e ficou no mesmo lugar Pergunta: Então a senhora ficou vivendo aqui desde o começo? Desde quando começou o Marçal Pergunta: E aí melhorou? Melhorou Pergunta: O que que foi feito nesse período? Luz, água, esgoto, "asfalto" Pergunta: É bom morar aqui? É Pergunta: A senhora não viveu na aldeia? Não Pergunta: Tem parente lá? Tem uma tia É muito difícil ir para lá Pergunta: Quando foi a última vez que a senhora foi? Ano passado Pergunta: A senhora vai, visita e vem embora? Sim E antes disso tinha10 anos que não ia Pergunta: E antes, a senhora ia bastante para lá? Não Pergunta: Nunca foi de ir muito? Não Pergunta: A senhora se considera parte da comunidade? Sim Pergunta: E a senhora pode falar que é índia também? Sim, é índia Pergunta: Vocês fazem alguma coisa em família para reforçar os costumes? A mãe nunca morou na aldeia, não sabe como é lá, por isso não sabe contar Pergunta: E na Marçal, você fazem alguma coisa? Não, não tem tempo Pergunta: Mas e como funciona dentro da família? Não fazem nada Não faz porque não tem tempo e não sabe, não tem recurso Pergunta: E como a senhora se sente em relação à cidade e as pessoas? Sente normal Pergunta: E como é o tratamento das pessoas? Tratam normal Nunca foi discriminada Pergunta: E o que a senhora acha que vai acontecer com a Marçal e com a cultura? Acha que vai acabar, vai ficar igual aos outros


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Data: 29/10/13 Entrevistado: Lígia Metelo Ortiz Profissão: Não trabalha Formação: ? Informação extra: Entrevista bloco familiar (filha da D. Nilda, mãe da Giovana), mora no Marçal há 17 anos Duração total: 0:08:16 Inicio 00:00:00 00:00:22 00:00:24 00:00:26 00:00:32 00:00:40 00:01:00 00:01:06 00:01:18 00:01:20 00:01:36 00:01:39 00:01:46 00:01:49 00:01:59

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Descrição Apresentação Você nasceu em Campo Grande? Sim Onde você morava antes de vir pro Marçal? Santa Emília, antes disso não lembra Mudou-se pro Marçal quando o tio morreu Como era sua vida antes de vir para cá? A casa era alugada, a mãe trabalhava, elas ficavam em casa, não estudavam E como era aqui, quando você chegou? Era melhor, porque tinha mais gente para cuidar, ficava mais solto Vivia com sua mãe e suas irmãs? É, num barraco de uma peça, não tinha nada As coisas melhoraram depois que a mãe começou a trabalhar Como foi sua infância? Como foi criada dentro de casa, não tinho muito costume de conversar com outros Só conversa com as irmãs, é um pouco isolada Na infância, só ia na casa do tio Você estudava nessa época? Não, só foi estudar alguns anos depois Durante sua infância/adolescência, vocês tinham algum costume terena em casa? Não, pq a mãe perdeu a mãe muito cedo e não aprendeu nada Não fala e não entende terena Você já foi na aldeia alguma vez? Só de passagem, um dia, não deu tempo de conhecer nada O que te faz se sentir índia? Característica física, dizem que não parece índia Quer parecer índia, porque é E é só isso, porque não sabe o que é "se sentir índia" Agora é casada e tem filhos? Casada tem 10 anos e tem 4 filhos E com a sua família agora, vocês tem algum costume? Não, é como era na casa da mãe O que os filhos sabem sobre ser índio é pela escola, aprender línguas etc E eles trazem isso para dentro de casa? Falam palavras que eles não entendem


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E você acha importante? Acha importante, porque perdeu, não quer que eles percamm e eles gostam O que você acha que isso causa neles? Não sabe, mas acha que eles gostam, porque falam e dançam Tem alguma coisa que vocês fazem com a comunidade? Teve um curso de cerâmica, e foi só, o curso acabou e perderam o contato E aprender a cerâmica representou o que para você? Gostou muito, porque hoje em dia tudo é industrializado, é legal fazer as coisas E vocês aprenderam a técnica ou também aprenderam o significado da arte? Aprenderam a fazer exatamente como é feito na aldeia E você vai continuar fazendo? Se tiver, sim Depois disso, você manteve algum contato com o pessoal da comunidade? Não, é difícil para fazer reunião, quando tem quase ninguém vai Como você acha que vai ser daqui para frente? Acha que vai acabar, porque as casas por exemplo, as pessoas estão desmanchando As crianças estão virando adolescentes e não querem mais saber de nada Parece que vai acabar mesmo Você fica triste que vai acabar? Fica, porque é uma cultural bonita e que ninguém vai conhecer

Decupagem Entrevista Giovana Data: 29/10/13 Entrevistado: Giovana Metelo da Silva Profissão: Estudante da Escola Sulivan Silvestre Formação: ? Informação extra: Entrevista bloco familiar (neta da D. Nilda, filha da Lígia), nasceu no Marçal Duração total: 0:02:48 Inicio 00:00:22 00:00:45 00:01:16 00:01:18

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Descrição Apresentação Como é dentro da sua casa, vocês tem algum costume terena? Nada O que você sabe dos terena? Você fala em casa sobre o que aprendem na escola? Não fala Você gosta do que aprende na escola? Sim Você acha que aprende bastante? Sim Você leva para sua casa o que aprende na escola? Algumas coisas O que você aprende faz diferença na forma como você se sente, como


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índia? Faz Como? Me explica um pouco. Não quis mais falar

Decupagem Entrevista Profa. Auxiliadora Data: 29/10/13 Entrevistado: Profª Maria Auxiliadora Bezerra Profissão: Professora de Arte e Cultura Indígena na Escola Sulivan Silvestre Formação: ? Informação extra: Índia terena, moradora da Marçal de Souza, professora da escola desde a fundação, há 15 anos Duração total: 0:04:33 Inicio Trecho 2.1 00:00:00 00:00:09 00:00:20 00:00:34 00:00:43

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Descrição

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Como você teve a ideia de fazer essa apresentação com as crianças? Começou o ano passado, pro 4º ano, para terminar no 5º Procurou instrumentos e estudaram danças e músicas de várias tribos Feira Cultural Indígena Num primeiro momento, a ideia era só conhecer os instrumentos Eles foram conversando, enriquecendo a ideia, cantando e tocando os insrumentos Ela teve a ideia de formar uma bandinha Pesquisaram outros instrumentos e fizeram Escolha das músicas, tocadas com instrumentos indígenas Na medida do possível, porque não tem formação musical Eu vi que elas cantam algumas músicas em terena. Canta 2 músicas no idioma indígena Uma em pataxó e outra em terena Trouxe essa diversidade para que eles valorizem as outras etnias também Quem ajudou vocês com o pataxó? Tem proximidade com os pataxó, sempre trabalham juntos Eu percebi que na turma a minoria é índio. Como você trabalha com isso? Normal, o pai que coloca a criança aqui já sabe, e as crianças gostam No começo do ano se apresenta e já fala que tudo o que fizer no ano é de índio Então não tem surpresa O fato de não serem maioria índios tem efeito negativo nas apresentações? Não sabe, nunca teve uma resposta

Trecho 2.2 00:00:00 00:00:09

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Consegue fazer na escola (?) com muito custo, com índio e não índios É uma realidade, as pessoas não negam a identidade, mas não acham que faz


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Talvez vão querer valorizar depois, mas aí já vai ser tarde Elas não estão totalmente erradas A escola faz questão de fazer esse trabalho porque percebe isso na comunidade A escola faz a parte dela Será que tem esperança ainda? Sim, por isso estão aqui

Decupagem Entrevista Mara Data: 08/11/13 Entrevistado: Jucimara Pereira da Silva Profissão: Não trabalha Formação: ? Informação extra: Entrevista bloco familiar (sobrinha do sr. Alcides), moradora do Marçal desde bebê Duração total: 0:11:30

Inicio 00:00:17 00:00:20 00:00:23 00:00:28 00:00:39 00:00:48 00:00:54 00:01:19 00:01:25 00:01:28

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Descrição Apresentação Você mora desde quando no Marçal? Particamente a vida inteira, chegou com 1 mês Com o tio e a avó (falecida) Você mora nessa casa com quase toda sua família? Quem mora aqui? Explica quem mora na casa Vocês algum costume terena dentro da família? Relembram alguma coisa? Não, só o tio E o que que ele faz? Ele não faz nada, não fala terena, só entende Ela não sabe, porque não aprendeu, apesar de ter estudado, só entende um pouco Você nasceu na aldeia? Sim, na aldeia de Anastácio Então, no dia a dia, não tem nenhum hábito? Não, a família dela não O tio entende A avó falava, mas eles não aprenderam E seu tio e sua avó contavam histórias de quando viviaam na aldeia? Os dois conversavam bastante Você conhece a história deles antes de virem para cá? Não, só ele que sabe contar E com suas filhas? Você passa alguma coisa da cultura, das origens de vocês? Não Com os parentes do pai delas sim, eles falam terena, mas em casa não


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Você estudou na escola daqui? Sim, do pré até a 4ª série Já tinha o ensino da língua terena? Sim Então, o que você conhece é o que você aprendeu na escola? É o pouco que ela sabe, não sabe muita coisa Você trabalha? Não Você segue alguma religião? É evangélica Na sua igreja, o culto tem alguma relação com os costumes terena? ESSA PARTE NÃO VOU TRANSCREVER, PQ NÃO VOU USAR Você tem costume de voltar na aldeia? Sim, mas não na que nasceu, vai na de uma amiga, em Miranda Gosta de ir para lá Não conviveu na aldeia Ficou alguém da sua família na aldeia de onde você veio? Os parente da mãe Você nunca voltou para visitá-los? Não, nem conhece eles E quando você vai na aldeia da sua amiga, como é o convívio lá? É diferente daqui, é totalmente uma aldeia, percebeu diferença Quando você foi pela primeira vez? Outubro de 2011 E como foi esse contato? Achou estranho os animais soltos na rua, ficou com medo, não sabia que era assim Teve alguma festa enquanto você estava lá? Eles fizeram uma festa, ficaram dançando São católicos, foram na igreja E a dança era indígena? "Era indígena, deles lá" Você gostou? Participou? Gostou, mas não participou, ficou só olhando Fizeram uma quadrilha fora de época, tudo com traje indígena Não dançou, ficou só olhando, porque nunca tinha visto Você gostou de ver e ficar lá? Sim Voltou mais vezes lá? Voltou mais umas 3 vezes Você acha importante voltar lá e ter esse contato? Sim, porque aprendeu coisas que não sabia Lá eles não falam português O que te faz se sentir índia? É um sentimento, é algo físico? Ela se sente porque tem direitos diferentes, o que é bom e ruim, discriminam Fora isso, tem mais alguma coisa? O que te define como índia?


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Porque os familiares todos são, por isso sabe Você sofre algum tipo de preconceito? Agora não mais, porque aprendeu que pode procurar seus direitos Já sofreu, no passado Mas sabe que tem seus direitos E mais recentemente? Não Como você acha que vai ser no futuro, com sua cultura e os costumes? Desde de antigamente até hoje, acha que já está acabando, pq os pais não ensinam Você acha importante suas filhas saberem alguma coisa? Sim, porque quando tem gente que fala e elas não entendem, ficam excluídas Quando foi na aldeia, as pessoas falavam e ela não entendia Acha que vai acabar com o tempo Você tem vontade de fazer alguma coisa para mudar isso (curso de cerâmica)? Fez o curso Como você se sentiu aprendendo isso e o que representou na sua vida? Aprendeu a fazer a cerâmica, mas ficou só por isso, foi mais curiosidade Você acha que vai usar isso depois? Agora não, porque pretende voltar a estudar e se formar Você tem vontade de continuar morando aqui? Sim, não tem vontade de ir para outro lugar

Decupagem Entrevista Alex Data: 08/11/13 Entrevistado: Alexssander Souza Aguero Profissão: ? Formação: ? Informação extra: Morador do Marçal, jovem, mora no Marçal desde os 5 anos Duração total: 0:09:33 Inicio 00:00:00 00:00:18 00:00:19 00:00:22 00:00:24 00:00:28 00:00:29 00:00:32 00:00:33 00:00:35 00:00:40

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Descrição Apresentação Quando veio morar no Marçal? Quando tinha 5 anos Onde morava antes? Jardim Anache Nasceu em Campo Grande? Sim Com quem veio morar aqui? Com os avós Morava com a mãe e veio com os avós Porque você veio para cá?


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Porque o avô trouxe Seus avós vieram de alguma aldeia? O avô era da Lagoinha e a avó de Anastácio E seus pais? A mãe nasceu em Cuiabá e o pai é Paraguaio Dentro da sua casa, vocês tem algum costume, seus avós contam alguma história? O avô conta algumas histórias Vocês conversam em terena em casa? Não Eles falam a língua? Os dois falam, mas ele nunca aprendeu Você estudava aqui? Sim Você aprendeu (terena) aqui na escola? Sim, mas depois que saiu, esqueceu tudo E as histórias que seu avô conta? O que fazem na sua vida? Qual a importância? É importante para saber as origens e a cultura Você gosta? Sim Você tem costume de ir para a aldeia? Sim, vão para Limão Verde no começo do ano E você vão para a férias? Ou só o fim de semana? Vai para o final de semana, vão todas as aldeias Vai ter alguma festa? Sim E vai bastante gente? Jogos indígenas A aldeia mais bonita do estado E sua participação lá influencia de que forma na sua vida? Oportunidade de conhecer outras etnias, e se divertir Isso ajuda na sua identidade? Se não tivesse esse contato, faria falta na sua vida? Falta não, mas é mais um conhecimento para a vida Com que frequência você visita alguma aldeia? Sempre no final do ano, ou no começo Os hábitos lá são muito diferentes? O que vocês fazem lá? É mata fechada, toma banho de cachoeira, anda no mato Você gostaria de morar lá? Não, só passear Você acha importante voltar sempre lá? É, é muito bom voltar, esquece daqui, porque lá não tem tecnologia, fica de fora O que te faz se sentir índio? O que é isso para você? É uma coisa boa, não sabe falar muito Dança da Ema


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Se vestir como índio já é um orgulho, se sente bem É uma coisa boa Você acha que é diferente? É diferente Faz você ser especial? Sim Você se lembra quando se deu conta que era índio? Uns 10 anos, depois que foi entendo sobre a cultura Essa parte é sobre religião, não vou usar Você tem vontade de sair daqui? Não, quer continuar vivendo aqui Porque? Porque é bom, é calmo Todos se conhecem, todos são amigos Como você acha que vai estar a cultura, os costumes de vocês, no futuro? Acha que vai sumir um pouco, por causa da tecnologia, as pessoas mudam Você acha que a tecnologia atrapalha? Pode ser bom ou ruim, pode divulgar o trabalho ou só usar Você quer fazer alguma coisa para fortalecer sua identidade? Quer aprender a língua

Decupagem Entrevista Sr. Alcides Data: 08/11/13 Entrevistado: Alcides de Souza Profissão: ? Formação: ? Informação extra: Entrevista bloco familiar (tio da Mara), um dos primeiros moradores do Marçal Duração total: 0:08:25 Inicio 00:00:00 00:00:24 00:00:30 00:00:35 00:00:37 00:00:40 00:00:42 00:00:52 00:00:56 00:01:04 00:01:07 00:01:08 00:01:11

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Descrição Apresentação Quando o senhor veio para Campo Grande? Fim de 93 De qual aldeia que o senhor é? De Anastácio E porque o senhor decidiu vir para cá? Para trabalhar, a vida lá é difícil E quando o senhor chegou aqui, foi para onde? Jardim Paulista, Itamaracá, depois aqui O que tinha quando o senhor chegou aqui? Só mato O senhor veio na primeira leva? Sim


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E como foi? Foi uma briga difícil, a turma da Funai não queria Reportagem toda hora, todo dia Chuva, frio, foi difícil Brigaram muito para conseguir E morava como aqui? Barraco de lona, depois de madeira, foi melhorando As pessoas começaram a trabalhar, foi encaminhando melhor Começaram a trabalhar, comprar as coisas E quem veio para cá com o senhor? Só a mãe A irmã faleceu e criou a sobrinha E dentro da família vocês mantem algum costume que tinha na aldeia? Não Depois que saiu da aldeia ficou mais difícil As pessoas já não falam mais, já esqueceram Tá difícil voltar a cultura Só que é antigo, que já veio para cá sabendo Quem nasceu aqui é difícil O senhor fala ou entende terena? Entende, mas não fala, porque a mãe não falava com eles O senhor sabe porque ela não falava? Não sabe, ela nunca disse Como é o convívio com as outras famílias? Vocês se reúnem? Antes reunia bastante, hoje está mais afastado A cacique não reúne mais, não fala o que está acontecendo, Afastou todo mundo, não é mais como no começo No começo era todo mundo unido, agora afastou todo mundo O senhor ainda volta na aldeia? É difícil ir, trabalha, não tem mais parente Os parentes mais próximos moram em Campo Grande Quando o senhor chegou aqui, teve dificuldade para se adaptar? Não O que o senhor faz, pensa ou sente que faz saber que o senhor é índio? Por causa dos documentos, que comprovam a origem Hoje em dia tem alguma coisa que o senhor faz ou deixa de fazer que muda isso? Hoje já tá esquecido O documento não é mais aceito O documento indígena acabou Se não tiver documento civil, não pode nem trabalhar Por isso, muito da identidade do índio acabou Como o senhor acha que vai ser daqui para frente? Acha que vai ficar pior, a Funai não apoia, não atende nem os de idade E os costumes, a língua? Como vai ficar aqui dentro da cidade? Vai acabar também, porque só as pessoas antigas mantem


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Hoje eles são criados no meio dos brancos, só falam português O senhor sente falta de ter alguma coisa que lembre da aldeia? Sente falta da união dos índios, tanto aqui quanto na aldeia Antes podia ir em qualquer aldeia que era apoiado, hoje não

Decupagem Entrevista D. Enir Data: 08/11/13 Entrevistado: Enir da Silva Bezerra Profissão: ? Formação: ? Informação extra: Cacique da aldeia, uma das primeiras moradoras do Marçal Duração total: 0:34:54 Inicio 00:00:11 00:00:27 00:00:41 00:00:45 00:01:22 00:01:27 00:01:39 00:01:47 00:01:56 00:02:04 00:02:20 00:02:35

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Descrição Apresentação Quando a senhora veio para Campo Grande? Onde foi morar? Não lembra o ano Saiu da aldeia com 8 anos, veio para estudar, morava no Monte Castelo Tinha 8 anos quando saiu da aldeia e veio para Campo Grande Vieram para estudar, foi através da irmã que o pai veio Vieram pequenos, cresceu aqui, casou, constituiu família Foram morar no Monte Castelo Constituiu família 1987 entra para o movimento, por insistência de algumas lideranças Marta Guarani e Eduardo Assim começou a luta, vendo a realidade que o povo vivia Em 1992 que foi conhecer a história e ver a real situação do índios aqui, em favelas Foram buscando várias famílias, em vários bairros Fizeram uma grande assembleia e decidiram pela ocupação Em junho 95 reuniram as famílias (20) e ocuparam o local Vieram porque seriam despejados ou não podiam pagar aluguel Foi uma retomada de território No 3º dia eram 75 famílias Adotaram critérios para determinar quem teria direito, para não atingir as aldeias Ficaram ali, lutando, até conseguirem regularizar a situação Quando o André foi prefeito (98), começaram as negociações Melhorou a infraestrutura, casas, água etc, e ficaram aqui E era o que aqui antes? Era um área doada para a Funai construir a Casa do Índio, mas a Funai não fez Eram 5 hectares, mas hoje não tem mais isso E quando começaram a construir as casas, como decidiram onde cada um


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ficaria? 00:06:29 00:06:44 00:06:47 00:06:50

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Ficou onde estava, o que não deu foi remanejado E todo mundo que estava aqui tinha direito? Sim Era organizado, sabiam mais ou menos quanto cada lote tinha Foi na quando começou a melhorar a infraestrutura que construíram o Memorial? Primeiro foram as casas, em seguida a escola e depois o Memorial De quem foi a iniciativa de fazer a escola e o Memorial? MS segunda maior população indígena do país Achava que CG tinha que ter um referencial indígena Começou a falar com o prefeito da necessidade de ter uma oca para artesanato E saiu o Memorial Ele mandou uma arquiteto falar com ele, ela explicou, e fizeram o Memorial Vocês usam bastante lá? Sim, tem artesanatos lá E a escola também foi uma reinvindicação? Projeto Brasil 500 Anos, faria uma escola em alguma comunidade da capital Explica o que estava fazendo na época Fala sobre uma palestra que foi fazer, num congresso A rede Globo tava na palestra e ela conseguiu trazer a escola Não passava pela cabeça ter uma escola na comunidade O repórter falou que estavam procurando um lugar, e que iam fazer na comunidade Não acreditou 3 meses depois vieram, fizeram a parceria, falaram com o prefeito, e veio a escola A senhora é cacique daqui há quanto tempo? Tá vencendo o segundo mandato Vocês fazem eleição? Eleição O ano que vem tem eleição de novo, o mandato dela vai vencer Tá com 6 anos de mandato, completa ano que vem Ano que vem faz outra eleição Tem intenção de parar, mas a comunidade pede que não Como é seu relacionamento com a comunidade? Qual o seu papel? Resolve todas as problemáticas da comunidade Coisas boas, coisas ruins Já fez até casamento, faz registro, resolve conflito E assim vai Ser cacique é como um juiz, é o responsável por tudo Tudo o que acontece acaba ali É uma responsabilidade que a comunidade delega Qual da diferença e a semelhança do cacique na aldeia e aqui? É a mesma coisa, mas aqui é maior


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Aqui estão sujeitos a maiores problemas que não acontecem lá (drogas, prostituição) Lá não tem tanto risco Todos tem muito respeito por ela, isso ajuda muito, porque eles pensam antes E quando a senhora decide alguma coisa, todo mundo aceita? Sim Eles decidem junto, quando não consegue resolver, faz assembleia Vocês que decidiram fazer as casas lembrando ocas? Foram eles que decidiram fazer assim, no modelo da oca terena A senhora ainda volta na aldeia? Sim, quando tem necessidade, senão, prefere ficar aqui E tem família lá ainda? Sim O papel que a senhora exerceu na luta pelos direitos fortaleceu sua identidade? Não, primeiro porque nunca teve motivos para não ser índia Segundo porque, os pais sendo índios, ela tinha que se assumir assim O trabalho dela fortalecer o "ser índio" dela e de muita gente Tinha gente que tinha vergonha de ser índio Hoje isso é pouco Ainda existe preconceito, o que afeta a autoestima do índio, ficam com vergonha Mas muita coisa mudou Até pela história dela, o movimento, a figura dela, ajudou nisso Ela acabou se tornando um referencial do movimento indígena As pessoas acabam se orgulhando de se receber sua orientação E isso é muito bom Antigamente era muito forte, as pessoas tinham vergonha de se assumir Ela teve motivos para isso Veio da aldeia muito pequena, falava o idioma terena Ficou fora da escola por 2 anos, para aprender português A mãe parou totalmente de falar com eles na língua Hoje ela entende tudo, mas não consegue falar mais, responde no português Hoje tem professores que resgatam a língua e a cultura, e os pais mandam aprender E isso é importante para mante vivo Mas é algo que já mudou muito, da infância dela até agora E vocês fazem alguma coisa com a comunidade, para resgatar isso? Como estão na cidade, não é de fazer festividade todo ano Acha que tem que ter motivo, como na aldeia Na aldeia tem motivo, a colheita, a conquista, algo positivo para a comunidade Aqui eles dependem do poder público, e muitas vezes não são ouvidos Decidiu com a comunidade que só fariam festa quando houvesse o que comemorar Ficaram muito tempo sem comemorar nada Ano que vem quer fazer uma grande festa para o dia do índio, a comunidade gosta


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O pessoal participa bastante? Sim E quem faz a comida? As mulheres daqui E o pessoal sabe como fazer? Sim Existe um órgão representativo na prefeitura? Sobre a Coordenadoria q existia, que ela era coordenadora O Conselho é um espaço amplo de discussão política Durante o tempo que foi coordenadora, aprendeu a fazer política Aprendeu que eles tem capacidade de fazer política e exigir o que querem Na época do André, ensinou muito, dizia que eles tinham que falar o que queriam Tem políticos que querem mostrar trabalho para vários segmentos da sociedade A política divide a comunidade indígena Não sabem fazer política partidária, só coletiva No começo, a Marçal era um cozinha coletiva, e essa é a cultura do índio Os antepassados caçavam em grupo, dividiam a caçam, cozinhavam coletivamente Era essa a política que existia, todo mundo junto Não aprenderam a política partidária, é influenciada pelo homem branco, divide Perdeu um pedaço, ficou sem sentido Quando vai votar é cidadão, porque tem título Depois que acaba a eleição, isso é esquecido Descobriu que político só faz quando quer E isso foi mostrado na Marçal Se outro prefeito tivesse sido eleito, não teriam conquistado tudo isso A conquista não foi sozinha, foi com o governo, com o prefeito Por isso hoje tem uma aldeia que se tornou um referencial Foi a primeira do Brasil, né? Foi E se não tivesse tido ele, não teria acontecido nada, como não aconteceu antes Tem que ter a vontade política de ouvir e fazer Isso nunca havia acontecido, só ocorreu durante o governo do André Sobre não ter órgão representativo na prefeitura 1989 foi fundada a primeira coordenadoria Se a comunidade estivesse atenta para a discussão, hoje haveria uma secretaria Deixaram perder, mais uma vez passaram para a sociedade que não sabem política Hoje existem várias secretarias, mas não tem a do indio, ficou para trás Até por falta de entendimento político dos que se dizem liderança É muito difícil avançar nesse contexto, porque não faz parte da cultura Mesmo assim, vê o conselho como uma forte referência, para discussão Se adotarem isso, podem avançar


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Enquanto acharem que o prefeito tem que fazer o que acha certo, não avança Se discute atualmente a criação da coordenadoria, novamente Aí dependende da comunidade como um todo Na época dela, só tinha o Marçal para dar satisfação do trabalho Hoje tem 10 mil índios em Campo Grande Uma minoria não pode falar pelos 10 mil índios Todos precisam ser ouvidos Aí irão decidir se terão coordenadoria ou não, e quem será Se o país é democrático, a democracia só se constrói com a participação do povo E o futuro, como a senhora acha que vai ser? Na época dela, só 5 pessoas falavam pelo direito dos índios Hoje tem vários, do jeito deles, mas está indo Acha que as lideranças tem que se capacitar sobre a comunidade e política E não adianta falar que não precisam da política, porque a vida é regida por ela Mas tem que saber como é, porque não é da cultura Tem que acompanhar o que está acontecendo na política nacional Discutir para ter informações para passar para a comunidade E sobre a identidade, a senhora acha que vai ficar como se continuar assim? Aí que ela acha importante as lideranças saberem o que a comunidade precisa Se não lutarem agora, isso tudo vai ser esquecido, e isso não é bom Eles acham que não vai fazer falta, mas no futuro vai fazer Assim como tiraram os direitos, os documentos, não tem validade Qual vai ser a verdadeira identidade? A aparência e a língua E quem perder isso, perde tudo, como vai provar que é índio? Isso é preocupante, acha que para a sociedade, é bom o índio deixar de ser índio Por exemplo, os conflitos de terra Se a nova geração não aprender com os mais velhos, quem vai lutar por eles? Assim como ela não aprendeu a língua, não pode passar para os filhos e por aí vai Hoje brigam pela identidade, mas a verdadeira identidade está aí Perdeu a língua por causa da discriminação do mundo branco Perde a língua, a discriminação avança, perdem direitos, e como resgatar depois?

Decupagem Falas Memorial Data: 08/11/13 Entrevistado: Alan (estagiária) e Claudete (índia terena) Profissão: ? Formação: ? Informação extra: Duração total: 0:07:06


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Inicio 00:00:30 00:00:39 00:01:38 00:02:07 00:02:26 00:03:19 00:03:51 00:03:52

Fim 00:00:39 00:01:38 00:02:07 00:02:26 00:02:47 00:03:45 00:03:52 00:04:18

00:04:18 00:04:34 00:04:38 00:04:41 00:04:50 00:05:08 00:05:15 00:05:39

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Descrição Dados sobre a aldeia para usar no vídeo Fala que ali vende artesanato e mostra as peças Mostra os círculos na parede e explica o que são Explica a forma da construção (ema) Fala sobre as ruas e onde fica a escola, fala sobre a escola Agradecimento da índia terena Tem bastante movimento aqui? Sim, vem o Citytur, muitos turistas, alguns estrangeiros Daqui, muitas pessoas nem sabe que existe, mas alguns trazem parentes de fora Vende bastante? Sim, o pessoal de fora compra mesmo Como é o funcionamento aqui? O que cada um faz? Explica cada um Como é o uso pela comunidade? Turistas pagam, índios não, trazem produtos para vender, usam para oficinas Mês passado teve uma oficina de artesanato Eles não costumam frequentar aqui? Não usam o espaço para a comunidade? Muito difícil, mais em datas comemorativas Os índios do Marçal, de Dourados e Bonito trazem as peças para vender Explica como é feito o recebimento e a exposição Sobre o tempo que a peça fica exposta Sobre o pagamento

ROTEIRO DO VIDEODOCUMENTÁRIO ÁKOMO NGURIKEAKU – A RESISTÊNCIA DO POVO TERENA NA ALDEIA URBANA MARÇAL DE SOUZA Obs.: palavras entre parênteses 1º BLOCO – História da Aldeia (O começo de tudo) 

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Onde essas pessoas estavam antes - A busca por melhores condições de trabalho é o principal motivo para a mudança da aldeia para a cidade, seguido de educação escolar para os filhos Porque decidiram ir para lá O que era lá, antes de chegarem (Desbarrancado) - O lote nº 13 do bairro do Desbarrancado havia sido doado pela prefeitura à Funai em 1973 - O terreno estava sendo invadido por moradores, fato que motivou a ocupação pelos Terena em 09 de junho de 1995 Como foi a ocupação (A ocupação) Perfil das pessoas que foram para lá - Em setembro daquele ano, 535 viviam no acampamento, sendo que metade eram jovens e crianças - Cerca de dois terços das pessoas havia saído da aldeia há pelo menos 15 anos


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- Mais de 50% dos chefes de família estavam desempregados Como era a situação no começo - As condições do acampamento eram precárias, as condições de habitação era inadequadas, e não havia saneamento básico, como água potável e esgoto O que melhorou nos anos seguintes - As reinvindicações de melhoria foram atendidas nos 5 anos seguintes, por meio de doações, convênios e programas governamentais e não-governamentais

2º BLOCO – A Aldeia Hoje (A primeira aldeia urbana do Brasil)  

Dados sobre a aldeia atualmente O que tem lá dentro (infraestrutura): o Memorial (Memorial da Cultura Indígena) o Escola (Escola Tumune Kalivono) o Casas (Ocas na Cidade) - As casas foram construídas no ano de 1998 A cacique (A cacique)

3º BLOCO – As pessoas da aldeia (Ser índio na cidade)  

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Quando foram para lá e há quanto tempo estão Conceito de identidade (identidade indígena) o Porque se consideram índios? o É possível ser índio na cidade? O retorno à aldeia de origem (Laços com as aldeias) o Importância e efeitos desse retorno O que fazem para manter a identidade? ( o O trabalho de resgate da Escola Sulivan Silvestre (mesmo título) O que faz falta? (alguma palavra negativa, não sei) o Porque não falam a língua? o Existe preconceito? O que esperam do futuro? (O futuro) Existe esperança?

1º BLOCO – História da Aldeia 1 - Onde essas pessoas estavam antes D. NILDA 00:00:51 00:00:56 00:01:12

00:00:53 Só "eu vim pra Campo Grande" 00:00:59 De "eu vim com" até "mudou pra cá" 00:01:14 De "morava lá" até "Planalto"

SR. ALCIDES 00:00:37 00:00:38 Só "sou de Anastácio" 00:00:44 00:00:50 De "lá é muito" até "daquela vida" 00:00:55 00:01:00 De "morei no" até "Itamaracá"


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D. ENIR 00:01:28 00:01:41 00:01:49

00:01:29 Só "viemos pra estudar" 00:01:44 De "viemos tudo" até "crescendo aqui" 00:01:56 De "chegamos" até "bairro Monte Castelo"

2 - Porque decidiram ir para lá D. ENIR 00:02:49 00:02:56 00:03:18 00:04:04

00:03:52 Só "Foi em 92" 00:03:15 De "que eu fui conhecer" até "comunidades" 00:03:35 De "encontramos índios" até "ocupação aqui" De "uns iam ser despejados" até "Marçal de 00:04:13 Souza"

3 - O que era lá, antes de chegarem D. ENIR 00:05:41 00:05:58

00:05:54 De "aqui era uma área" até "Casa do Índio" 00:06:05 De "e a Funai" até "de terreno"

4 - Como foi a ocupação D. ENIR 00:03:45 00:04:20 00:04:38 00:04:14 00:04:43

00:04:03 00:04:32 00:04:43 00:04:20 00:05:04

D. NILDA 00:02:00 00:02:09

00:02:03 De "meu irmão" até "depois" 00:02:13 De "pela Enir" até "ficou sabendo"

De "a gente entrou" até "naquele dia" De "e no 3º dia" até "2 anos" (1ª vez) De "que era para não atingir" até "de lá pra cá" De "foi uma" até "foi ocupado aqui" De "e aí continuou" até "Marçal de Souza"

SR. ALCIDES 00:01:13 00:01:23 De "foi difícil" até "frio" 00:01:26 00:01:29 De "a gente" até "conseguir" 5 - Como era a situação no começo D. NILDA 00:01:33 00:01:55

00:01:37 De "aqui era" até "precário aqui" 00:02:00 De "não tinha" até "mato sabe"

SR. ALCIDES 00:01:07 00:01:08 Só "era só mato" 00:01:30 00:01:32 Só "era barraco de lona"


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6 - Perfil das pessoas que foram para lá SR. ALCIDES 00:01:56 00:01:57 Só "foi só minha mãe" 00:01:59 00:02:03 De "aí minha mãe" até "desde pequena" D. NILDA 00:02:30

00:02:33 Só "as meninas, tava só eu e elas"

7 - O que melhorou nos anos seguintes D. ENIR 00:05:08 00:05:15 00:07:16

00:05:09 Só "acho que foi em 98" 00:05:30 De "aí que começou" até "luz" 00:07:19 De "logo seguido" até "Memorial"

D. NILDA 00:03:07 00:03:15

00:03:11 De "a gente já tinha" até "aqui mesmo" 00:03:23 De "cada um" até "no lugar"

2º BLOCO – A Aldeia Hoje 1 - Dados sobre a aldeia atualmente ALANA 00:00:29 00:00:39 De "essa é a" até "índios terena" 2 - O que tem lá dentro (infraestrutura): 2.1 - Casas D. ENIR 00:14:21 00:14:31 De "fomos nós" até "oca terena" 2.2 - Escola D. ENIR 00:08:19 00:08:27 De "aconteceu" até "escola" 00:10:29 00:10:39 De "o prefeito" até "escola" ALANA 00:02:29 00:02:30 Só "no final dessa rua tem" 00:02:31 00:02:42 De "escola municipal" até "série" 00:02:43 00:02:47 De "além da" até "cultura terena" 2.3 - Memorial


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D. ENIR 00:07:42 00:08:05 ALANA 00:02:08 00:01:39 00:01:42 00:01:55 00:02:06 00:00:41 00:00:45 00:01:01 00:01:09 00:01:25 00:06:07 00:06:42 00:04:11

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De "o formato" até "cabeça da ema" Só "aqui no memorial" De "tem alguns" até "siputrema" De "aí os dois" até "comum na" Só "cultura dos índios" Só são vendidos artesanatos" De "essa daqui" até "pinturas em branco" De "essas são" até "kadiwéu" De "são conhecidas" até "pau santo" De "a outra etnia" até perante os outros" De "os artesanatos" até "de bonito" De "o pagamento" até "mensalmente" De "vem bastante" até "outros estados"

3 - A cacique D. ENIR 00:11:47 00:11:52 De "porque ser" até "a gente tem" 00:11:56 00:11:59 De "como se" até "juiz" De "é uma responsabilidade" até "muito 00:12:11 00:12:20 grande" 00:11:34 00:11:44 De "aqui eu já" até "conflito" 00:11:23 00:11:31 De "aqui todas" até "resolve aqui" 00:13:48 00:14:00 De "só que eles" até "assembleia" 00:10:51 00:11:02 De "meu mandato" até "eleição" 00:13:10 00:13:38 De "eu falo que tem" até "fazer alguma coisa" 3º BLOCO – As pessoas da aldeia 1 - Quando foram para lá e há quanto tempo estão LÍGIA 00:00:42 00:00:45 De "depois que" até "conhecer o lugar" 00:00:49 00:00:51 De "aí a minha" até "morar pra cá" 00:00:19 00:00:22 De "e moro aqui" até "17 anos" ALEX 00:00:19 00:00:22 Só "foi quando eu tinha 5 anos" 00:00:33 00:00:35 Só "eu mudei com meus avós" MARA


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00:00:23 00:00:25 De "eu cheguei" até "com 1 mês" 3 - Conceito de identidade PROF. HILÁRIO 00:04:40 00:04:56 00:18:52 00:19:12 00:19:23 00:19:37 00:19:51 00:20:27 00:20:35 00:20:55

De "nós sabemos" até "resignifica" De "e ao contrário" até "território" De "é na relação" até "dizendo que eu sou" De "então, a mesma coisa" até "cotidiano" De "mas naquele" até "etnia"

ALEX 00:05:49 00:05:56 De " 'ce se vestir como" até " 'ce se sente bem 3.1 - Porque se consideram índios? PROF. HILÁRIO AUTOIDENTIFICAÇÃO 00:06:23 00:07:29 De "na atualidade" até "pra uma pessoa que é" 00:06:30 00:07:30 Só "indígena" 00:06:32 00:07:39 De "a primeira" até "autodesignação" D. NILDA 00:04:39 00:04:40 Só "eu sou índia" PROF. AUXILIADORA 00:52:18 00:52:27 De "sabe, não posso" até "muito de ser" LÍGIA 00:04:03 00:04:10 De "característica física" até "você é índia? PROF. HILÁRIO RECONHECIDO PELA COMUNIDADE 00:06:52 00:06:59 De "e pra justificar" até "reconhece como tal?" 00:07:16 00:07:24 De "porque você" até "assim por diante" D. ENIR 00:15:51 00:15:57 De "meus pais" até "assumir como índia" MARA 00:08:09 00:08:14 De "porque os" até "todos são" 3.2 - É possível ser índio na cidade? PROF. HILÁRIO


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00:05:54 00:06:22 De "a identidade" até "própria identidade" 00:21:12 00:21:35 De "manter" "outro traço" 00:22:17 00:22:22 De "eles mantem" até "dinâmica" PROF. AUXILIADORA 00:09:22 00:09:40 De "o desafio" até "meio maior"B 4 - O retorno à aldeia de origem PROF. HILÁRIO 00:12:55 00:13:08 De "mesmo estando" até "uma vez por ano" PROF. AUXILIADORA 00:47:01 00:47:23 De "hoje eu tenho" até "essa identidade" SR. ALCIDES 00:04:45 00:04:52 De "é difícil eu" até "mais parente" LÍGIA 00:03:37 00:03:43 De "eu fui" até "ver nada" 00:03:44 00:03:47 De "uma vez" até "atrás" MARA 00:04:16 00:04:19 De "não na minha" até "amiga" 00:05:02 00:05:05 De "primeira vez" até "2011" 00:06:24 00:06:25 De "voltei umas" até "vezes" 4.1 - Importância e efeitos desse retorno PROF. AUXILIADORA 00:48:05 00:48:12 De "ajuda na" até "ligação" 00:48:17 00:48:25 De "o meu filho" até "casa diferente" 00:48:28 00:48:46 De "vivenciar" até "lá sim" MARA 00:04:51 00:05:17 00:05:28 00:06:34

00:04:55 00:05:26 00:05:32 00:06:41

De "é diferente" até "daqui" De "quando eu" até "vê isso" De "eu falei assim" até "me morder" De "quando eu fui" até "eu entendo"

ALEX 00:04:45 00:04:50 De "nós anda" até "anda no mato" 00:05:02 00:05:10 De " 'ce esquece um" até "poco de fora" 5 - O que fazem para manter a identidade?


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D. ENIR 00:15:58 00:16:15 De "agora o meu" até "enquanto indígena" ALEX 00:01:34 00:01:38 De "tem algumas" até "vô conta" 00:02:16 00:02:24 De "é importante" até "cultura deles" LÍGIA 00:04:42 00:04:49 De "o que eles" até "línguas" 00:04:53 00:05:00 De "é, às vezes" até "seja (e o final da risada)" 00:05:02 00:05:06 De "acho importante" até "percam também" MARA 00:02:36 00:02:46 De "não, não, não" até "nem falar" 00:01:38 00:01:42 De "eu estudei" até "não aprendi" 5.1 - O trabalho de resgate da Escola Sulivan Silvestre PROF. AUXILIADORA SOBRE O PROJETO/DISCIPLINAS 00:01:03 00:01:19 De "hoje" até "matemática" 00:01:36 00:01:38 Só "antes era só projeto" 00:01:40 00:01:45 De "com poucos" até "queriam" 00:01:51 00:02:06 De "aí foi feito" até "disciplina" PROF. ITAMAR 00:01:19 00:01:35 00:04:44 00:04:49 00:07:22 00:07:24 00:07:41 00:07:43 00:05:00 00:05:11

De "observamos" até " aos poucos" De "quando eu" até "idioma" De "eles aprendem" até "casa" De "e ensinam" até "também” De "porque" até "comunidade"

PROF. AUXILIADORA SOBRE A SUA DISCIPLINA 00:02:45 00:02:59 De "então eu começo" até "aí a gente vai" 00:03:20 00:03:40 De "vendo as outras" até "a diferença entre elas" 00:07:59 00:08:09 De "aqui nessa sala" até "esse cocar é guarani" PROF. AUXILIADORA SOBRE A MÚSICA E APRESENTAÇÃO 00:23:13 00:23:18 De "eu comecei" até "indígena" PROF. AUXILIADORA 2 00:00:22 00:00:34 De "primeiro" até "músicas de várias tribos" 00:00:53 00:01:12 De "aí depois" até "instrumentos indígenas" 00:01:21 00:01:32 De "aí tá" até "chalana"


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00:01:37 00:01:39 Só "e uma música indígena" Ensaio PROF. AUXILIADORA 00:24:40 00:24:49 De "aí nós apresentamos" até "para apresentar" 00:24:54 00:24:59 De "na mostra" até "TRT" Ensaio Apresentação 00:25:06 00:25:18 De "é muito bom" até "e são convidados" 00:28:43 00:29:01 De "nosso objetivo" até "trabalho" 6 - O que faz falta? SR. ALCIDES 00:07:48 00:07:54 De "não tem mais" até "na aldeia acabou" PROF. AUXILIADORA 3 00:00:09 00:00:13 De "é uma realidade" até "é essa" De "não é por negar" até "não acham que faz 00:00:17 00:00:25 falta" MARA 00:09:47 00:09:53 De "porque tem" até "excluída" 6.1 - Porque não falam a língua? PROF. AUXILIADORA De "o ponto negativo" até "morado aqui na 00:51:05 00:51:30 cidade" PROF ITAMAR 00:05:49 00:06:09 De "eu tive" até "essa língua" 00:06:42 00:06:55 De "os pais" até "pros filhos" MARA 00:01:59 00:02:04 De "avó falava" até "não aprendeu" ALEX 00:01:48 00:01:52 De "meus avós" até "nunca aprendi" SR. ALCIDES 00:03:02 00:03:06 De "entender eu entendo" até "com a gente" D. ENIR 00:18:04 00:18:18 De "e hoje eu" até "no português" 00:33:36 00:33:56 De "assim como eu" até "vai seguindo"


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00:17:39 00:17:47 De "eu tive" até "falava o idioma" 00:17:53 00:18:03 De "fiquei fora" até "falar português" 6.2 - Existe preconceito? D. ENIR 00:34:07 00:34:20 De "falo que perdi" até "do mundo branco" PROF. AUXILIADORA 00:15:49 00:16:12 De "essa negação" até "que os filhos passem" D. ENIR 00:16:26 00:16:40 De "e esses preconceitos" até de ser índio" PROF. ITAMAR 00:08:22 00:08:35 De "eu acho que" até "discriminação" 00:08:42 00:08:48 De "eles tem medo" até "ainda que tem" 7 - O que esperam do futuro? SR. ALCIDES 00:06:47 00:07:49 De "acho que vai" até "do que tá" 00:07:21 00:07:34 De "e hoje as" até "os idioma dos índio" D. NILDA 00:06:48 00:06:51 De "tô achando" até "indo" 00:06:56 00:06:58 Só "vai ficar igual" 00:07:00 00:07:02 De "igual" até "mesmo" (até o final da risada) MARA 00:09:29 00:09:42 De "desde os" até "vai acabando" ALEX 00:08:19 00:08:35 De "acho que vai" até "de lado a cultura" LÍGIA 00:07:37 00:07:49 De "eu acho que vai" até "de nada" 00:07:59 00:08:07 De "fico triste" até ouvir falar" D. ENIR 00:31:57 00:32:29 De "assim com as" até "não tem validade" 00:32:31 00:32:53 De "então, qual" até "é índio" PROF. AUXILIADORA 3 00:00:25 00:00:36 De "talvez essa" até "que vai ser tarde"


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8 - Existe esperança? PROF. AUXILIADORA 3 00:00:46 00:01:00 De "porque que a escola" até "não vai ter" D. ENIR 00:33:10 00:31:35 00:28:30 00:28:35

00:33:24 00:31:52 00:28:31 00:28:37

De "se essa nova" até "ninguém" De "eu falo que" até "interessante pra nós" Só "aí depende" Só "da comunidade como um todo"

PROF. AUXILIADORA 3 00:01:06 00:01:11 De "será que tem" até "estamos aqui"


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