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A!união!da!colônia!espanhola
Omovimento!de!imigrantes!espanhóis!era!muito!intenso!em! Cafelândia,!motivo!pelo!qual!surgiu,!na!cidade,!um!Centro! Espanhol!consolidado!e!com!objetivos!comunitários.!Faziam! quermesses,!arrecadavam!dinheiro!para!famílias!necessitadas,!e!era gueram!o!próprio!prédio,!que!existe!até!hoje,!por!iniciativa!da!colôa nia.!Parte!do!que!possibilitava!essa!união,!era!o!caráter!matriarcal!e! unitário!das!famílias.!Cinco!famílias,!as!mesmas!características:!hoa mens!provedores!e!avós!e!mães!centralizadoras!e!austeras.!
“ - E as famílias espanholas, elas eram mais unidas aqui? - Ah sim... Elas se juntavam muito no Centro Espanhol né. Todas frequentavam o clube. Nós tínhamos assim, nós ficamos... Durante cinco anos fizeram ali onde era a rodoviária velha, foi montada barracas, de madeira, de telhado mesmo, durante cinco anos era a Espanhola, Italiana, Japonesa, Portuguesa, sabe? Cada sábado era uma... - E isso era em que época mais o menos? - Eu tinha cinco anos... Mais ou menos em 1940 por aí. Então era assim, as barracas todas vestidas a caráter sabe? Durante cinco anos nós ficamos lá pra arrecadar dinheiro pra construir a Santa Casa, então tinha isso, tinha mais união, tinha mais... As pessoas... Não sei, não visava assim... Posição social, nem política. A gente era o que a gen-
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te era. (risos)... Pra mim eu acho... Outro dia riram de mim que eu falei que eu gostava tanto quando andava, enfiava o pé na lama viu (risos)”.
(Entrevista com Josefa Martinez)
“ - Tinha alguma coisa que a sua família fazia que fosse de tradição espanhola? - Tinha, tinha, tinha, nós fazíamos muito. A família fazia quando tinha, do Centro Espanhol, a gente fazia muito. O centro espanhol foi feito, o Centro Espanhor... Pra ajuda os espanhor, que eles citava assim, mais assim pobres. Então assim, com remédio, com alimentação se reunia espanhor e fazia aquela... Arrecadavam e davam... Faziam aquela... Hoje em dia a gente chama cesta, né? Mas não era... - O que o senhor se lembra do seu avô e da sua avó, como eles eram? - Minha vó era muito fechada. Minha vó era muito assim, fechadona né. Ela não era dessas pessoas que falavam muito assim não. Meu avô não. Dessas espanholas assim fechadona mesmo. E quando falava não precisava escrever não viu, era certo. Não precisava documento não, aquilo lá que falava... “Hoje eu pago isto”, e pagava mesmo viu... Daquelas de cumprir a palavra, minha avó, é coisa de, de... Espanhol era antigo né. Matriarca mesmo viu. Então, os negócios, que meu avô, os meus tios, meu pai iam fazer... Primeiro se comunicava com ela, ela dava o sim ou dava o não... Controlava quase a família inteira né? Tomava conta da família inteira viu”. (Entrevista com André Asnar Filho) “ - Olha, eu tenho muita saudades do meu avô, porque ele era muito amoroso com a gente. E ele tinha tempo pra dedi-
car com a gente... Não que meu pai não ligasse, ele se importava, mas meu avô era uma pessoa maravilhosa. Aquele tempo era difícil, não tinha televisão como tem agora. A gente lia mais né. Lia... contava história... Minha avó... ela ficava mais preocupada com os serviços de casa. Mas assim mesmo, ela gostava de fazer rosquinha de pinga, fazer essas coisas (risos)”.
(Entrevista com Otília Encinas)