Moradia Estudantil em S達o Carlos Daniel Polistchuck 5139831
Universidade de São Paulo Instituto de Arquitetura e Urbanismo
Daniel Polistchuck
Moradia Estudantil na Cidade de São Carlos
Comissão de Apoio Permanente: Lúcia Shimbo Luciana Schenk David Sperling Francisco Salles Coordenador de GT: - Givaldo Medeiros
São Carlos 2015
Resumo: O presente estudo propõe um projeto para o habitar específico dos universitários. Uma das opções mais utilizada hoje pelos estudantes são as repúblicas, que são moradias de concepção familiar adaptadas para o convívio de 2 ou mais estudantes, sendo eles de famílias, idades e, muitas vezes, cursos diferentes. As kitchenettes também são uma opção para os estudantes, porém a procura relativamente mais baixa devido à situação econômica da maioria dos estudantes. Como outra opção, os “alojamentos” que formaram a base conceitual e projetual deste trabalho. Tendo como referência bibliográfica principal o “Manual do Arquiteto: Planejamento, Dimensionamento e Projeto” de David Littlefield, bem como referências de moradias estudantis já edificadas em diversos lugares do mundo e também projetos resultantes dos concursos para moradia estudantil da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP para o campus de São José Dos Campos, elencou-se um conjunto de diretrizes que guiaram a elaboração deste projeto. A área de intervenção foi escolhida, a princípio, pela sua proximidade com o campus II da USP – São Carlos e também com base nas diretrizes do Plano Diretor Estratégico da cidade que privilegia o crescimento urbano no sentido noroeste à malha urbana já consolidada. Além disso, a área apresenta desafios de caráter ambiental pois se localiza rodeada de Áreas de Proteção Ambiental, podendo ser caracterizando como um “limite urbano”, uma problemática tratada de forma displicente na maioria dos casos. A região ainda é pouco adensada e com pouca infraestrutura como comércios, serviços e transporte público, fazendo com que os estudantes ainda optem por morar próximos ao campus I e realizando diariamente o trajeto até o campus II, através da linha de transporte coletivo fornecida pela própria universidade. O projeto visa um habitar de qualidade, promovendo vivencias qualificadas e proporcionando interatividade tanto entre os próprios estudantes quanto entre a cidade e seus moradores. Palavras Chaves: Arquitetura, Moradia Estudantil, Habitação
Sumรกrio
Apresentação - 9 Das referências e Partidos Projetuais - 13 Área de Intervenção - 41 Projeto - 53
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Apresentação
Com criação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a vinculação da Escola de Engenharia de São Carlos com a Universidade de São Paulo (USP), ambos na década de 70, a cidade de São Carlos ganhou um grande impulso no seu desenvolvimento educacional e, consequentemente, tecnológico. A USP, só no campus de São Carlos, conta com quase oito mil alunos sendo mais de cinco mil da graduação. A UFSCar aumenta ainda mais essas estatísticas com quase onze mil alunos, sendo pouco menos de nove mil da graduação, contabilizando somente o campus de São Carlos. A cada ano, as duas universidades tendem a aumentar cada vez mais o número de vagas oferecidas, assim aumentando o número de alunos. Por serem duas das melhores universidades do Brasil, elas atraem estudantes provenientes de várias partes do país, fomentando as atividades econômicas direcionadas, principalmente, para este grupo em especial o mercado imobiliário de aluguéis. Por conta do fluxo migratório de várias partes do Brasil, por vezes até de fora do país, fica inconcebível a realização de viagens diárias para suas cidades de origem (exceto cidades vizinhas) criando, portanto, a necessidade de uma habitação local durante o período em que se encontram vinculados à universidade. Após essas constatações, foi interessante notar que mesmo existindo pesquisas sobre o tema universitário, especialmente sobre os planos de
implantação e a organização urbanística dos campi, é notável a necessidade de uma maior investigação sobre edificações destinadas especificamente à habitação estudantil, especialmente no caso brasileiro De acordo com Littlefield (2011), os estudantes podem ser definidos, geralmente, como pessoas jovens, solteiras, volúveis, adaptáveis e com pouco dinheiro para gastar. Esta última característica em particular orienta, de certo modo, as escolhas de moradia feita pelos estudantes em ao menos três opções mais comuns. As Kitchenettes, que originais da língua inglesa definem apenas uma área mínima para cocção de alimentos, e são popularmente conhecidas como apartamentos individuais com o mínimo de equipamentos em um espaço único de dimensões reduzidas, separando-se apenas a área de higiene pessoal. Normalmente se encontram agrupadas de forma extremamente racional e eficiente no terreno maximizando o número de unidades por área, raramente deixando qualquer espaço de estar ou convívio. Quando existem, esses espaços são mínimos e pouco qualificados (Zancul, J. S, 2007) não promovendo qualquer tipo de interação entre os moradores. As repúblicas podem ser definidas como moradias habitadas por dois ou mais estudantes. O número de integrantes de cada república varia de acordo com o tamanho da residência e a quantidade de cômodos oferecidos para servirem como dormitórios. Foi,
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portanto, a vivência em uma república que se despertou o interesse na eficiência dessas edificações como habitação para o ambiente universitário, pois notou-se que em todos os casos, as repúblicas se encontravam em residências projetadas para o ambiente familiar tradicional, levantando o questionamento se um projeto melhor trabalhado não poderia ser mais eficiente para a vida universitária. Outra opção são as moradias estudantis, conhecidas como alojamentos. Nos casos de São Carlos, em ambas as Universidades, os alojamentos são gratuitos, pagos pelos respectivos governos, federal no caso da UFSCar e estadual no caso da USP e por conta do número limitado de vagas, eles são destinados aos alunos de renda mais baixa. Além disso, por serem designados exclusivamente aos estudantes universitários, têm seus projetos voltados a esse público, porém ainda mostram falhas em seus projetos que afetam a qualidade de vida dos usuários. Por se mostrar muitas vezes uma opção mais adequada apesar de suas possíveis deficiências, as moradias estudantis apresentaram claramente uma maior potencialidade de exploração projetual, então opta-se por dar continuidade no estudo das opções de alojamento para um estudo mais aprofundado da moradia estudantil aqui proposta.
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Das ReferĂŞncias e Partidos Projetuais
Uma compilação e organização de um material especialmente gráfico se mostrou como possibilidade exploratória do tema. Além dos casos brasileiros que não poderiam ser descartados, a exposição dos casos internacionais, mesmo que não estejam inseridos nos contextos urbano, climático e, principalmente, social brasileiro, constituem propostas de habitação, oferecendo uma diversidade maior de soluções projetuais, muitas vezes contrapondo-se às tradicionais. A intenção aqui é buscar e elencar algumas diretrizes que potencialmente farão parte do projeto final. 13
Monash University Student Housing (2011) Clayton, Melbourne, Vic BVN Architecture Office
Figura: 01 - Perspectiva da Fachada Fonte: www.archdaily.com
A moradia estudantil da universidade de Monash na Austrália compreende dois edifícios de 5 andares com capacidade de 300 alunos cada um. Cada
Figura: 03 - Área de Estar Fonte: www.archdaily.com
Figura: 02 - Implantação Fonte: www.archdaily.com
edificação sofreu uma quebra na lineariade afim de envolver o pátio central, de caráter fundamental para o projeto, que funciona como pontro de encontro
Figura: 04 - Área de Estar/Copa Fonte: www.archdaily.com
e acessos para cada edifício. Todos os espaços de convivênvia e circulação vertical se concentram no ponto de inflexão central de cada edifício. Um longo corredor enclausurado conecta as unidades individuais de 20m² cada um contendo uma kitchenette. O pátio interno, configura um articulador central de convivênvia dos moradores, desempenhando um papel importante para a integração
Figura: 06 - Unidade Tipo Fonte: www.archdaily.com
Figura: 05 - Pátio Central Fonte: www.archdaily.com
dos usuários complementar aos espaços de convivênvia internos. Os corredores centrais no entanto, geram um aspecto institucional e monótono na circulação horizontal e trazem dificuldades quanto a ventilação e iluminação natural.(Littlefield 2011)
Figura: 07 - Copa Fonte: www.archdaily.com 15
Grønneviksøren studentboliger (2013) Bergen, Noruega 3RW Arkitekter
Figura: 08 - Praça Central Fonte: www.archdaily.com
Localizado a 20 minutos a pé do centro de Bergen, na Noruega, esse complexo abriga incríveis 727 unidades de diversas tipologias espalhadas em 16 diferentes grupos de constru-
Figura: 10 - Maquete Fonte: www.archdaily.com
Figura: 09 - Maquete Virtual Fonte: www.archdaily.com
ção de altura variável, chegando até 8 pavimentos. Sinteticamente é realizado como dois blocos separadamente construídos em torno de um pátio verde central. A circulação horizontal se dá por conta de corredores abertos, em alguns momentos eles são fecha-
Figura: 11 - Maquete Virtual da Unidade Individual Fonte: www.archdaily.com
Figura: 12 - Maquete Virtual da Unidade Quádrupla Fonte: www.archdaily.com
Figura: 13 - Acesso à parte externa do complexo Fonte: www.archdaily.com
Figura: 14 - Visão do observador da Praça Central Fonte: www.archdaily.com
Figura: 15 - Praça Central e sua Apropriação Fonte: www.archdaily.com 17
Figura: 16 - Vis達o de Fora do Complexo Fonte: www.archdaily.com
Figura: 17 - Unidade Individual Fonte: www.archdaily.com
Figura: 18 - Maquete Virtual da Unidade Fonte: www.archdaily.com
Figura: 19 - Tipos de unidades Fonte: www.archdaily.com
Figura: 20 - Maquete Virtual Copa Fonte: www.archdaily.com
dos, e generosos 3 metros de largura para livre circulação, sempre voltados para o respectivo pátio central. Apesar de fechado em alguns momentos, os corredores largos propiciam passeios com visualidades mais agradáveis e menos monótonos. Os pátios centrais são públicos e possuem conexões abertas e visuais para as áreas circundantes e para a cidade que convidam, tanto moradores, quanto pessoas de fora do complexo, à sua utilização e apropriação do espaço livre.
Figura: 21 - Cores da Fachada Interna Fonte: www.archdaily.com
Figura: 22 - Acesso à cidade Fonte: www.archdaily.com
Figura: 23 - Implantação Fonte: www.archdaily.com
Figura: 24 - Eixos de Circulação Fonte: www.archdaily.com
Figura: 25 - Volumetria Simplificada Fonte: www.archdaily.com 19
Teknobyen studentboliger (2012) Trondheim, Noruega MEK Architects
Figura: 26 - Entrada Principal Fonte: www.archdaily.com
a rodeia. Com capacidade para 116 estudantes, busca novos desafios para o uso de madeira em grandes edifícios, o todo volume exterior do edifício foi revestido com pinho, exibindo diferentes tratamentos, composições e layouts, o que dá a cor acinzentada, Figura: 27 - Perspectiva Fonte: tonemappedwww.archdaily.com
Construído em 2012 na cidade de Trondheim, também na Noruega, essa moradia estudantil se insere de forma precisa e delicada, quase que imperceptível, na volumetria urbana que
Figura: 28 - Detalhe Fachada Lateral Fonte: www.archdaily.com
Figura: 29 - Corredor-Estar-Estudo Fonte: www.archdaily.com
Figura: 31 - Cozinha Coletiva Fonte: www.archdaily.com
Figura: 30 - Corredor-Circulação-Estar-Estudos Fonte: www.archdaily.com
típica do envelhecimento natural da madeira, uma característica bem marcante no edifício. Há somente uma lavanderia no subsolo e cozinha compartilhada de 150m² e 330m² em áreas de convívio, divididas em 220m² internos e 110m² de varanda. Outro detalhe também visto nesse projeto é a largura generosa dos corredores de circulação, que, apesar de fechados, propiciam um estar e estudo diferenciado em que os moradores se apropriam como forma de extensão do quarto. 21
Baker House (1947-48) MIT, Massachusetts Alvar Aalto
Figura: 32 - Vista Aérea do Edifício https://baker.mit.edu
Nos estudos iniciais, Aalto buscou a insolação como diretriz principal. Devido à localização do edifício no hemisfério Norte, todos os quartos têm suas fachadas para sul, ou ângulos pró-
Figura: 33 - Vista do Restaurante https://baker.mit.edu
ximos dele. Isso garante que todos os quartos recebam em algum momento do dia, luz solar direta. Garantindo salubridade e conforto lumínico, além de desfrutarem da vista do Rio Charles, a margens do qual o conjunto se localiza. Na parte Norte do edifício se localizam todas as partes coletivas do complexo como salas comuns, corredores e as escadas, estas, que se destacam do edifício em sua volumetria diferenciada de forma clara e forçando o olhar do observador para o hall de entrada do residencial. Para evitar corredores sem luz, Aalto
Figura: 34 - Vista da Entrada https://baker.mit.edu
coloca destacado do prédio uma restaurante no térreo e utiliza aberturas translúcidas em sua cobertura para melhor aproveitamento da luz solar no restaurante. Os sete andares do edifício possuem quartos individuais, duplos, triplos e quádruplos em vários formatos e tamanhos de forma a se acomodaFigura: 36 - Lavanderia https://baker.mit.edu
Figura: 35 - “Drop Day” Dia em que se joga um piano do telhado https://baker.mit.edu
rem na geometria peculiar do edifício com capacidade para até 317 estudantes. Em 1972, um dos alunos jogou um piano da cobertura. Voltando a se repetir em 2005 e nos anos consecutivos tornando-se uma tradição até hoje. O piano é jogado no último dia em que os alunos podem faltar nas aulas sem penalidades. 23
Figura: 37 - Cobertura Verde do Restaurante e Iluminação Zenital Fonte: https://baker.mit.edu
Figura: 38 - Quarto Privativo Fonte: https://baker.mit.edu
Figura: 39 - Quarto Privativo Fonte: https://baker.mit.edu
Figura: 40 - Quarto Quadruplo Fonte: https://baker.mit.edu
Figura: 41 - Entrada e Volumetria das escadas Fonte: https://baker.mit.edu 25
Maison du Brésil (1952–59) Paris, França Lúcio Costa e Le Corbusier
Figura: 42 - Perspectiva da Fachada Fonte: www.maisondubresil.org
Figura: 43 - Pavimento Tipo Fonte: www.maisondubresil.org
Figura: 44 - Pavimento Tipo sob Térreo Fonte: www.maisondubresil.org
A planta do pavimento tipo se aproxima de uma forma côncava, que propicia um espaço maior ao centro, que demarca aonde se encontra a torre de circulação vertical. Posicionando à sudoeste todas as unidades residenciais, coloca-se no lado oposto os equipamentos: Duas cozinhas, dois banheiros e duas salas de estudos. A circulação horizontal é, portanto, centralizada e fechada. Das 97 unidades, 6 destinavam-se à casais, restando 41 unidades exclusivas para mulheres e 50 somente para homens. O térreo possui uma área que permanece livre sob pilotis, servindo de abrigo para a entrada de pedestres. O projeto original de Lúcio, previa apenas um terço da projeção do edifício sob pilotis esbeltos. No projeto final, o escritório de Le Corbusier modifica o projeto, entre muitas outras modificações, liberando praticamente toda a área projetada pelo edifício sob pilotis, porém, com pilares extensos, configurando planos opacos.
Figura: 45 - Térreo Fonte: www.maisondubresil.org
Figura: 46 - Fachada Fonte: www.maisondubresil.org
Figuras: 47,48,49 Quarto com móveis originais por Le Corbusier Fonte: www.maisondubresil.org
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CRUSP (1963) São Paulo, Brasil Kneese de Mello
Figura: Maquete Eletrônica Fonte: RAMOS, Renata Santiago (2012), p. 175
Figura: 50 - Maquete Eletrônica Fonte: RAMOS, Renata Santiago (2012), p. 175
Figura: 51 - Visão Aérea CRUSP Fonte: RAMOS, Renata Santiago (2012), p. 162
O conjunto residencial da Universidade de São Paulo, premiado com a medalha de ouro no 12º Salão Paulista de Arte Moderna, situa-se na Cidade Universitária Armando Salles de Oliveira, no Bairro do Butantã, em posição definida no plano de 1961-63. Localiza-se entre as áreas de lazer e esportes do campus, perpendicularmente às Avenidas Professor Mello Morais,
paralela ao Rio Pinheiros e Avenida Luciano Gualberto, onde está situada a Faculdade de Urbanismo (FAU-USP) (RAMOS, R. S. 2012 p.160) O oferecimento de espaços de convívio para os estudantes foi uma grande preocupação. Composta pelas áreas abertas entre os prédios e sob os prédios com térreos em pilotis, foram idealizadas para abrigar encontros e eventos que poderiam fazer uso da continuidade dessas áreas. Entretanto, esses espaços acabaram sendo descaracterizados pela construção de salas distintas da função habitacional, que acabaram se concretizando como um bloqueio às atividades imaginadas originalmente.
Figura: 54 - Copa e Área de Estudos Fonte: MONTENEGRO, Roberto (2007), p. 184
Figura: 55 - Dormitórios Fonte: MONTENEGRO, Roberto (2007), p. 183
Figura: 52 - Fechamento do Térreo Fonte: RAMOS, Renata Santiago (2012), p.175
Figura: 53 - Pavilhão sem Divisórias Internas Fonte: RAMOS, Renata Santiago (2012), p.175
A circulação vertical se coloca como volumes destacados dos edifícios, próximos a suas extremidades. A circulação vertical principal era composta de forma fechada por escadas em conjunto com elevadores que tem suas paradas nos níveis intermediários das escadas, acontecendo a cada dois pavimentos. O outro conjunto de escadas era aberto e descia até o segundo pavimento, garantindo o controle do acesso ao edifício apenas por um local. Os 720 apartamentos eram distribuídos em dez unidades por pavimento por edifício. Cada andar também contava com área de convívio, copa, enfermaria e lavanderia. Cada unidade foi 29
Figura: 58 - Escadas Principais e Elevador Fonte: RAMOS, Renata Santiago (2012), p. 177
Figuras: 56 e 57 Redesenho sobre documento de projeto Planta do Térreo e Pavimento Tipo Fonte: RAMOS, Renata Santiago (2012), p. 166
concebida a abrigar 3 estudantes, contando com, além do dormitório, área de estudo, banheiro e copa
Figura: 59 - Escadas Secundárias Fonte: RAMOS, Renata Santiago (2012), p. 163
Figura: 60 - Corredor Original Fonte: MONTENEGRO, Roberto (2007), p. 168
Figura: 61 - Pavimento em construção Fonte: MONTENEGRO, Roberto (2007), p. 169
Figura: 62 - Esqueleto Estrutural Fonte: MONTENEGRO, Roberto (2007), p. 170 31
Concurso Moradia Estudantil Unifesp - IAB SP 2014 Campus São José dos Campos PROJETO 03 Autor: Renato Dal Pian
Figura: 63 - Maquete Eletrônica - Vista em Perspectiva Fonte: http://iabsp.org.br/
Figura: 64 - Perspectiva do Pátio Interno Coberto Fonte: http://iabsp.org.br/
O projeto é composto por duas lâminas paralelas que por meio de uma cobertura entre essas lâminas, con-
formam um único volume. A distância entre as lâminas cria uma praça de convivência interna que se acomoda na topografia local. Estabelecendo um eixo público de circulação, a via sudoeste que transpassa a praça de convivência, conecta-se a via leste/oeste terminando no espaço verde remanescente ao norte do projeto A praça, receptora dos fluxos externos, articula e distribui os percursos do edifício. Todos os espaços coletivos se voltam para esse ambiente parcialmente coberto destinado as atividades coletivas de aglomeração. Os corredores que conectam as unidades, sempre voltados para a praça,
creto. No embasamento do prédio, os autores propuseram estrutura em concreto que, dependendo do vão, poderiam ser apenas armados, ou protendidos. Nos pavimentos superiores, perfis “I” metálicos apoiando lajes mistas tipo “steel-deck”. A composição mista des-
Figura: 65 - Perspectiva Interna vista do pavimento mais alto Fonte: http://iabsp.org.br/
possuem pequenos bolsões que os autores chamam de “conversatórios”, que funcionam como ponto de encontro, interação e estar. No último pavimento, parte da planta foi substituída por um teto jardim para utilização cole-
Figura: 66 - Eixos de Cirulação Fonte: http://iabsp.org.br/
Figura: 67 - Implantação Fonte: http://iabsp.org.br/
tiva dos usuários O projeto inclui três tipologias: Individual, compartilhada e familiar. Somando 72 unidades podendo ser ocupadas por 288 pessoas. No projeto, optou-se por uma estrutura mista, parte metálica, parte con-
sas lajes permitiria otimizar a dimensão das vigas e melhorar o comportamento dos pavimentos em relação a deformações e vibrações. Os núcleos das escadas e elevadores em concreto contribuindo para o contraventamento do edifício.
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Figura: 68 - Acessos e Circulações Fonte: http://iabsp.org.br/
Figura: 71 - Espaços de apoio / Áreas Técnicas Fonte: http://iabsp.org.br/
Figura: 72 - Espaços de uso coletivo geral Fonte: http://iabsp.org.br/ Figura: 69 - Praça de Convivênvia Fonte: http://iabsp.org.br/
Figura: 70 - Circulações verticais e horizontais Fonte: http://iabsp.org.br/
Figura: 73 - Teto Jardim Fonte: http://iabsp.org.br/
Figura: 74 - Corte Fonte: http://iabsp.org.br/
Figura: 75 - Tipos de Unidades Fonte: http://iabsp.org.br/
Figura: 76 - Detalhamento Estrutural Fonte: http://iabsp.org.br/
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Concurso Moradia Estudantil Unifesp - IAB SP 2014 Campus São José dos Campos PROJETO 12 Autor: Alexandre Brasil Garcia.
Figura: 78 - Perspectiva Fonte: http://iabsp.org.br/
Figura: 79 - Perspectiva Fonte: http://iabsp.org.br/
Figura: 77 Fonte: http://iabsp.org.br/
A proposta parte do princípio da compreensão do edifício como um elemento estruturador da paisagem, modificando a topografia original de forma a abrigar espaços coletivos. As duas lâminas se orientam a partir dos limites do terreno, transversalmente as curvas de nível, enfatizando as faixas verdes de preservação permanen-
gurando o sol da manhã e garantindo visualidade para a área verde circundante. A circulação vertical também abriga os espaços coletivos que os autores chamam de coletivo intermediário, dentro das unidades existe o que eles também definem como coletivo imediato. A diferença entre os dois é que
Figura: 80 - Perspectiva Fonte: http://iabsp.org.br/
tes. Os pavilhões delimitam um recinto interior de topografia redesenhada. O projeto é realizado usando-se os dois sistemas do projeto anterior, metálico que estrutura todos as unidades e em concreto armado que desenha a praça central.
o coletivo imediato é uma área interna a unidade que é acessada por somente os usuários das respectivas unidades e o coletivo intermediário é aquele acessado por todos os moradores. Todas as unidades estão inseridas em uma malha quadricular metálica de 4.80 metros de aresta, pensando na racionalização construtiva e industrialização. Os pequenos vãos necessitam de perfis metálicos leves, permitindo uma montagem econômica e rápida com baixo impacto.
Figura: 81 - Perspectiva Fonte: http://iabsp.org.br/
Todas as unidades privativas têm abertura para o quadrante leste asse-
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Figuras: 82 e 83 - Cortes Fonte: http://iabsp.org.br/
Figura: 84 - Sistemas Construtivos Metálico em Vermelho Concreto Armado em Verde Fonte: http://iabsp.org.br/
Figura: 85 - Circulações Vermelho: Núcleos de Moradia Verde: Espaços de Convívio Fonte: http://iabsp.org.br/
Figuras: 86 a 91 - Diferentes Unidades Fonte: http://iabsp.org.br/
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Área de Intervenção
Figura: 92 - Regi達o Metropolitana de S達o Carlos e Cidades Vizinhas
Figura: 93 - Campi Universit叩rios em S達o Carlos 41
Figura: 94 - Campi de S達o Carlos - Detalhe
Pelo teor claramente universitário do programa, procurou-se então um local com relação de proximidade com algum dos campi presentes na cidade. O primeiro investigado, o Campus I da USP, foi logo desconsiderado por já se encontrar inserido em uma malha urbana densa e bem consolidada. Também, soma-se o fato de já existirem 5 blocos de moradias estudantis dentro do campus, tornando o programa uma redundância prescindível. Já o campus da UNICEP (Centro Universitário Central Paulista) também não foi considerado pois é composto em quase sua totalidade, por estudantes locais, que já residem com suas próprias famílias.
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O campus da UFSCar, a priori, possuía uma potencialidade razoável, porém, à oeste do campus, se encontra a rodovia SP-318, que não favorece a implantação de habitações em suas proximidades. No quadrante Norte-Leste, constatou-se, ao se estudar o Plano Diretor, que toda a área ao redor do campus se define como área de preservação e recuperação, pois servem para captação superficial de água para abastecimento público. Tornando qualquer tipo de construção, ambientalmente inviável. Outro problema recai sobre o mesmo citado anteriormente de já possuir Moradias estudantis em seu interior.
Figura: 95 - Mananciais e áreas de proteção ambientais 45
Figura: 96 - Zoneameno do Novo Plano Diretor EstratĂŠgico de 2015
Com as atenções voltadas para o Campus II da USP, notou-se que o Plano Diretor prevê o crescimento urbano de São Carlos, justamente no eixo em que o campus se encontra; Oeste-Noroeste. Fomentando a possibilidade dessa região se tornar uma nova centralidade, além da própria presença do Campus II, condições similares com o caso do Campus I. A atenção pelo Campus II foi reforçada ainda mais pela constatação, através do Plano Diretor, da futura construção de uma via arterial de 30 metros de largura, contemplando amplas calçadas de 3 metros de largura e um generoso canteiro central arborizado de 6 metros.
Figura: 98 - Via prevista no Plano Diretor 47
Em uma breve pesquisa foi possível concluir que praticamente não há estudantes morando naquela região, todos aqueles que foram questionados diziam ter preferência por morar próximo ao campus I e utilizar diariamente o transporte oferecido pela própria universidade. Uma vez que há somente uma linha de transporte público que adentra o campus. Uma das principais causas apontadas e verbalizada por muitos foi: “porque é muito longe da civilização”. Essa ‘distância da civilização’ é a sensação de uma escassez de equipamentos urbanos, comércios e serviços. Isso gerou mais uma diretriz de projeto, incluindo uma área comercial e de serviços, de modo a amenizar a falta de serviços na região.
A área então foi delimitada em uma gleba fora do campus, isto porque Lerner (2003) defende a importância de um estudante integrado com a cidade, sendo contra alojamentos dentro do campus quando este é segregado da cidade. Ele justifica que o estudante precisa vivenciar a cidade, para ser capaz de formar uma visão mais gentil e humana sobre a sociedade. O terreno, circundado por uma vasta massa arbórea, em decorrência as áreas de proteção permanente, possui uma leve declividade se assemelhando tecnicamente do terreno proposto para o concurso para Moradia Estudantil do campus da UNIFESP de São José dos Campos. Outra vantagem, é a garantia de que não haverá vizinhança além da que já existe hoje, em todo seu entorno, a área só possui uma face em contato com residências familiares. Isto minimiza futuros problemas de decorrência sonora devido à natureza extrovertida dos universitários. Logicamente a questão do tratamento sonoro também deverá ter influência no programa.
Figura: 99 - Área selecionada fora do campus
A restão da área arbórea de proteção permanente será tratada brevemente por uma diretriz paisagística aqui descrita de forma simplificada, julgando que um detalhamento mais aprimorado estaria fora do escopo deste projeto. Por lei a área de proteção permanente se define por uma faixa de 30 metros de distância de córregos e um raio de 50 metros de distância de uma nascente, podendo-se construir fora dessa faixa. Entretando a diretriz paisagística aqui proposta visa a eliminação dos limites visíveis e físicos da app, aumentando a densidade arbórea de forma gradual a medida em que se aproxima da área delimitada por lei. Cria-se assim, uma continuidade visual de uma massa verde e densa bem como uma barreira física natural de proteção
dessas áreas em que o visitante não vê o limite, mas tem conhecimento da descontinuidade do espaço livre público permitido para circulação.
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Figura: 100 - Macro Ă rea
Por fim, uma delimitação mais precisa se deu pela prolongação da malha urbana existente, evitando mais desconexões e desencontros viários, existentes em grande número na cidade de São Carlos. Seguindo as definições impostas pelo Plano Diretor, o terreno definido por um retângulo alinhado a via urbana, com testada de 70 metros e possuindo área total de 5600 metros quadrados, se encontra na Zona 1 e, portanto, deverá possuir no máximo 70% de área total construída (3920m²) e uma área mínima permeável de 15% da área total (840m²) e respeitando-se o limite mínimo de 140% de área útil em relação a área construída.
Figura: 101 - Área de Intervenção Delimitada 51
Projeto
Com o recorte do terreno definido, teve início o processo de projeto em si. Tendo sempre em mente a questão de elaboração de espaços que públicos que permitissem uma continuidade com a cidade, a implantação deu-se a partir do princípio de um vazio articulador central, é delimitado pela projeção edilícia de três lâminas suspensas de encoroamento curvilíneo. A declividade da topografia permite a cisão desse espaço público central em dois níveis, os quais foram qualificados para uso comum diferenciados. Esses espaços públicos foram pensados de forma que não se restringisse a um uso único, para que, tanto moradores de dentro do complexo, quanto moradores de fora, possam se apropriar das mais diversas formas.
Figura: 102 - Implantação Parque em Amarelo Praça em Laranja
Dessa maneira, a fronteira entre esses dois espaços (criados por diferenças de nível) se dá pela marcação linear de um deck que conecta os dois acessos controlados de cada conjunto, demarcando um dos muitos fluxos, transpassando de forma retilínea o espaço central. Uma área verde per-
meável prenuncia a travessia entre esses dois níveis de forma perpendicular ao fluxo entre acessos, marcada em sua centralidade por dois marcos
Figura: 103 - Acessos ao Complexo
Figura: 104 - Fluxos
arbóreos que configuram um portal de entrada para o mirante contemplativo em cota inferior que abre a visualidade para o oceano verde de integridade protegida por lei que tem seu enquadramento dado pelo volume do edifício. Para melhor garantir o caráter público e permeável dessa área interna do centro residencial, seu acesso foi pensado de forma a ocorrer em todo o nível térreo. Assim, o edifício foi concebido em aspectos formais como um volume composto por duas lâminas sobre pilotis paralelas, com 27 unidades cada (totalizando 54 unidades entre apartamentos tipos, familiares e acessíveis) e gabarito de 15 metros a partir da cota do leito carroçável; a distância entre essas duas laminas de
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Figura: 105 - Implantação Geral
50 metros é suficiente para suprimir a sensação de claustro, definida pelo angulo de visão menor que 45 graus entre o horizonte e o ponto mais alto do edifício. A ligação desses dois blocos foi feita a partir de uma lâmina frontal com apenas um pavimento de duplo pé direito. Essa lâmina foi elevada sob pilotis para garantir a permeabilidade tanto física quanto visual da área central do complexo.
A lâmina da direita tem seu térreo do nível mais alto composto por unidades comerciais. Isso foi pensado para que se atendesse à demanda dos usuários pois, atualmente, essa área se encontra afastada dos principais centros comerciais. Além disso, uma área comercial no centro residencial o inclui no dia a dia dos habitantes do entorno, criando relações e aproximações entre essa população e os estudantes moradores do alojamento.
Figura: 106 - Área Comercial
Para pensar o programa, foi priorizada a questão de se ter áreas coletivas em quantidade e qualidade, que permitissem a sociabilidade entre os moradores, lazer e estudo; além de propiciar também uma área individual para cada um. Todo o edifício é elevado do solo, tocando-o apenas em duas partes centrais de cada lâmina, configurando os dois acessos para cada conjunto de unidades. O eixo central de cada unidade é composto por circulação vertical, estar, estudos e lavanderia, todos em um mesmo ambiente, exceto pela divisória envidraçada da lavanderia por questões sonoras, cada
(que, assim, se tornam extensões da unidade de habitação, local de sociabilidade e lazer). Abertos à paisagem, ainda servem como espaços contemplativos. Na lâmina translúcida que conecta os dois blocos também há multifuncionalidade, servindo de estar, estudos coletivos e individuais e circulação protegida entre os blocos. Sua cobertura em formato curvilíneo permite um ótimo conforto visual com pé direito duplo gradual, possibilidade de ventilação cruzada por venezianas na
Figura: 109 - Áreas de Estar e Estudos
Figura: 107 - Corredor-Varanda Circulação e Estar
Figura: 110 - Área de Estar e Estudos
Figura: 108 - Circulações Vertical e Horizontal
andar possui esse espaço que não define, de forma proposital, sua função. Toda a circulação horizontal também é definida como estar em corredores-varanda de 3 metros de largura Figura: 111 - Área de Esar e Estudos 55
Figura: 112 - -Area de Estar e Estudos
parte superior, e uma forma volumétrica mais suave e agradável ao olhar de fora do edifício. A declividade do terreno possibilitou uma característica interessante nas unidades térreas, que, mesmo tendo acesso no nível do solo, se separa do nível público pois se encontra em nível elevado (está sobre o terreno de nível mais baixo), garantindo a segurança e privacidade dos usuários sem a necessidade de recuos como muro ou gradis. Essas unidades foram reservadas para as tipologias familiares e para as acessíveis. Essa característica da topografia possibilitou no projeto o controle dos acessos em apenas dois pontos do edifício.
Figura: 113 - Detalhe Acesso as unidades térreas
Figura: 114 - Perspectiva do Acesso em nível
Se for considerado todo o espaço entre as edificações, mais a área construída, a gleba inteira possuiria 5600m². (Figura da área total) O complexo possui um total de 2100m² de área edificada, que significam 37% do terreno total e 9750m² de área útil resultando em um Coeficiente de Aproveitamento de aproximadamente 1.74, acima do coeficiente mínimo de 1.4 e abaixo do coeficiente básico de 2 estipulado no Plano Diretor naquela zona, o que não implicaria a necessidade da Outorga Onerosa do Direito de Construir. Se for considerado somente a área verde do parque no nível mais baixo de 1350m², resultaria em um coeficiente de 0.24 de área permeável, bem acima do mínimo de 0.15. Somando-se as áreas permeáveis da praça temos 2125m² de área permeável totalizando um coeficiente de permeabilidade de 0.38, ou 38% de área permeável. Como visto nas referências, existem diversas formas de se projetar as unidades, variando-se os níveis entre privado e coletivo, partindo desde unidades totalmente privadas e autônomas, que possuem banheiro, cozinha e dor-
mitórios individuais, até unidades mais coletivas, onde todos os cômodos são compartilhados por mais de um usuário pelo menos. As unidades totalmente individuais não foram consideradas por possuírem uma alta relação entre o custo de cada unidade por morador e incentivar a individualidade dos usuários, o que se queria evitar. As unidades totalmente coletivas possuem melhor relação entre o custo de cada unidade por morador, porém, estatisticamente possuem maior grau de insatisfação dos usuários, por proporcionar maior número de conflitos. Além disso, considera-se essencial que o morador tenha ao menos um espaço em que possa ter privacidade quando sentir necessário. Entende-se, então, que o estudante precisa tanto de privacidade quanto de coletividade de forma equilibrada. Dessa forma, as unidades do projeto foram pensadas de forma híbrida, contendo espaços totalmente privados e espaços totalmente coletivos. Na parte privada, o estudante conta com um mobiliário básico, apenas para estudos individuais, descanso e armazenamento. A unidade se define então com 4 quartos individuais, possuindo áreas de higiene pessoal e cozinha semicoletivas, ou seja, sendo de uso exclusivo desses quatro usuários. A área de higiene pessoal conta com os ambientes de banho e sanitário separados, garantindo que ambos possam ser usados simultaneamente por usuários diferentes, melhorando a questão
logística de sua utilização. Nos andares térreos se localizam as 3 unidades acessíveis e as 3 unidades familiares (contando com tipologias de 2, 3 e 4 quartos). A área de serviço foi elaborada como uma área coletiva: cada andar conta com sua área de serviço, posicionada fora das unidades, seguindo a relação de 1 para cada 6 unidades. Todas as áreas de serviços, com exceção do andar térreo, são dispostas de forma a contar com uma área de estar/estudo ao lado onde os moradores que as estejam utilizando possam ficar enquanto sua roupa está sendo lavada.
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Figura: 115 - Planta da Unidade Tipo
Figura: 116 - Planta da Unidade AcessĂvel
Figura: 117 - Planta do Andar de Unidades Familiares
Figura: 118 - Planta da Unidade Familiar de 2 Dorm.
Figura: 119 - Planta da Unidade Familiar de 4 Dorm
Figura: 120 - Planta da Unidade Familiar de 3 Dorm. 59
Figura: 121 - Pavimento TĂŠrreo com Cotas
Figura: 122 - Subsolo
Figura: 123 - Em vermelho, รกrea Comercial 61
Figura: 124 - Planta do 1ยบ Pavimento
Figura: 125 - Planta do Pavimento tipo (2ยบ, 3ยบ e 4ยบ)
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Figura: 126 - Corte V2
Figura: 127 - Corte V3
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Figura: 130 - Corte V1
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Figura: 131 - Corte H1
Figura: 132 Corte H2
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Figura: 133 - Elevação Leste
Figura: 134 - Ele
evação Norte
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Figura: 135 - Elevação Oeste
Figura: 136 - Elevação Sul
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Considerações Finais
A discussão acerca da habitação estudantil está ganhando cada vez maior destaque, uma vez que a quantidade de universitários atualmente é grande e só tende a crescer. Atualmente, há uma série de políticas de inserção da população de baixa renda nas universidades, entretanto, muitas vezes, para o estudo, é necessário o deslocamento para outras cidades, o que gera um custo que esses alunos em sua maioria não têm como se manter sem um auxílio. Nesse cenário, nota-se a importância de se ter os alojamentos gratuitos, que permitem que estudantes de baixa renda possam permanecer na universidade. Entretanto, o que se observou foi a grande inadequação nas maiorias das construções com esse destino. Dessa forma, mostra-se pertinente o projeto de TGI aqui apresentado, que teve como finalidade uma reflexão mais aprofundada sobre a moradia estudantil. Usando referências projetuais e de experiências pessoais de moradores, para assim, auxiliar na elaboração de um projeto arquitetônico destinado a alunos dos campi da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos, visando suprir sua carência por unidades de alojamento que cresce a cada ano. A partir da análise de projetos existentes (nacionais e internacionais), buscando suas qualidades e deficiências, determinou-se uma série de diretrizes que serviram de base para o desenvolvimento da proposta projetual. A principal preocupação foi atender às particularidades desse grupo,
que necessita de uma habitação com características diferentes das tradicionais, principalmente pelo fato de exigir uma vida em coletividade. Além disso, se considerou importante a criação de espaços públicos que permitissem uma permeabilidade com a cidade. Assim, o objetivo final foi a elaboração de um alojamento que atendesse essas questões, com espaços amplos e arejados e que permitissem o convívio social entre os moradores: áreas compartilhadas de serviço, lazer, estar e estudo. Além disso, devido à sua localização relativamente afastada dos principais centros da cidade atualmente, foi criada uma área de comércio no térreo de um dos blocos do centro residencial. Proporcionar ao estudante um ambiente que permita boas condições de moradia, estudo e sociabilidade contribui positivamente para sua formação social e profissional. Acredita-se que o resultado do trabalho chegou a um projeto que consegue proporcionar aos usuários boas condições para moradia, estudo e sociabilidade. Entretanto, atenta-se ao fato de que o tempo empregado para formulação das conceituações e análises de projetos existentes e mesmo da elaboração do projeto foi considerável e, assim, algumas questões pretendidas inicialmente não puderam ser contempladas plenamente no trabalho. Optou-se por tomar maior atenção a buscar alternativas às principais problemáticas encontradas, como a situação física da edificação (corredores amplos e arejados, áreas de con-
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vívio e estudo, espaços individuais, implantação), enquanto o tratamento e detalhamento das questões térmica, material e orçamentária que se objetivava inicialmente ficaram em segundo plano, sendo indicadas aqui como uma possível direção para continuidade e aprofundamento do trabalho.
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Referência Bibliográficas
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