ALGURES A NORDESTE | 2018

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Algures a Nordeste PROJECTO PARA A PROMOÇÃO DO TERRITÓRIO CULTURAL DO NORDESTE PORTUGUÊS

O projecto Algures a Nordeste decorre sob a égide da obra homónima de A. M. Pires Cabral e opera, através das artes performativas, em duas linhas de acção. Na primeira, procura reforçar a notoriedade do território geográfico e cultural do nordeste português com a realização de um festival de dança contemporânea que inclui algumas das melhores companhias nacionais. Na segunda, visa a divulgação de aspectos particulares do património transmontano-duriense através da produção de espectáculos originais a desenvolver por criadores emblemáticos. Uma produção dos Teatros Municipais de Vila Real e Bragança co-financiado pelo programa Norte 2020.

II FESTIVAL DE DANÇA CONTEMPORÂNEA

A segunda edição do Algures a Nordeste, festival de dança contemporânea de Trásos-Montes, decorre de 8 a 29 de Setembro. Depois de uma estreia auspiciosa em 2017, o Algures a Nordeste apresenta de novo uma programação ecléctica e ousada no domínio da dança contemporânea portuguesa. Victor Hugo Pontes, Paulo Ribeiro, Olga Roriz, Cláudia Martins/Rafael Carriço, Bruno Duarte e Daniel Cardoso são os coreógrafos convidados desta edição. O diálogo com outros coreógrafos, autores, géneros artísticos ou temas humanos é um dos aspectos que merece menção neste programa. Paulo Ribeiro homenageia Jiří Kylián, coreógrafo checo e um dos nomes fundadores da dança contemporânea. Olga Roriz evoca o universo do cineasta Ingmar Bergman, por ocasião do centenário do seu nascimento, numa criação co-produzida ALGURES A NORDESTE

pelo Algures a Nordeste. Victor Hugo Pontes parte da peça ‘A Gaivota’, de Tchékhov, para construir um espectáculo belo e póetico. O Quorum Ballet serve-se do fado e da guitarra portuguesa (ao vivo) para falar da ‘saudade’ à moda lusitana. A Companhia de Dança de Almada lida com um outro sentimento: o medo, universal e essencial. A Vortice Dance Company sonda o universo e o futuro na companhia de astronautas, num espectáculo com uma forte componente multimédia (vídeo interactivo, mapeamento de cenário).

CRIAÇÕES ORIGINAIS

O Algures a Nordeste inclui duas criações originais em 2018. A primeira, estreada em Abril, teve como ideia nuclear dar a conhecer a paisagem geográfica, humana e poética de Trás-os-Montes partindo da obra de Miguel Torga. Com o título ‘Torga – L.i.b.e.r.d.a.d.e. – Um Cine-Teatro em Nove Letras’, teve direcção artística e encenação de Carlos J. Pessoa / Teatro da Garagem e, além de Bragança e Vila Real, foi também apresentada em Coimbra. A segunda estreia, ‘Clarão’, acontece em Novembro e parte do Santuário (ou Serapeum) de Panóias para desenvolver uma reflexão sobre a ideia de ritual e comunhão com a terra. É uma performance de teatro físico/ dança com direcção artística de André Braga e Cláudia Figueiredo, da Circolando.

ROTEIRO

No verso desta brochura, é disponibilizado um pequeno roteiro patrimonial e turístico dos dois concelhos e da região. Faz-se assim um convite a viajar pelo Nordeste português, desfrutando de um território magnético e de um programa cultural de excelência. 1


‘WALKING WITH KYLIÁN – NEVER STOP SEARCHING’ Companhia Paulo Ribeiro WWW.PAULORIBEIRO.COM

> BRAGANÇA SÁB.08.SET 21h30

> VILA REAL SÁB.15.SET 21h30

M/6 . 80 MIN ENTRADA GRATUITA

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Uma coreografia para seis intérpretes e a mão de ‘Deus’... ‘Walking with Kylián. Never Stop Searching’ é uma evocação de Jiří Kylián, coreógrafo incontornável da cena coreográfica contemporânea, referência maior para Paulo Ribeiro. Um dos «transportam ou têm mão divina». À semelhança das obras de Kylián há, nesta proposta, uma pesquisa sobre corpos que são simultaneamente etéreos e fortes. Simultaneamente previsíveis e imprevisíveis. A composição estrutura-se a partir de diálogos coreográficos, jogos de pergunta e resposta, a procura de complementaridade. O discurso coreográfico e a linguagem são progressivamente contaminados pela integração de detalhes e pela fragmentação do movimento. Coreografia: Paulo Ribeiro Assistência: Ana Jezabel Interpretação: Ana Jezabel, André Cabral, Miguel Oliveira, Miguel Santos e Teresa Alves da Silva Desenho de luz: Nuno Meira Co-produção: Centro Cultural Vila Flor, Teatro Nacional São João, Teatro Viriato e São Luiz Teatro Municipal

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© JOSÉ ALFREDO

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‘SE ALGUMA VEZ PRECISARES DA MINHA VIDA, VEM E TOMA-A’ Victor Hugo Pontes / Nome Próprio WWW.NOMEPROPRIO.PT

> VILA REAL SÁB.08.SET 21h30

> BRAGANÇA SEX.14.SET 21h30

M/12 . 105 MIN ENTRADA GRATUITA

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‘A Gaivota’, de Tchékhov, uma das peças mais importantes da contemporaneidade, é o ponto de partida para esta criação de Victor Hugo Pontes, embora aqui não se trate de transpor o enredo para o movimento, ou de moldar as personagens a uma linguagem artística distinta do teatro. O texto de ‘A Gaivota’ é, entre outras coisas, uma sucessão de tentativas de criação e de existência e a reflexão sobre o acto criativo nela patente é um dos pontos que mais interessa a Victor Hugo Pontes. Depois, há a composição de enredos a partir de acontecimentos banais, o desenho das personagens enquanto seres humanos comuns e o jogo do acto criativo, numa espécie de teatro-dentrodo-teatro avant la lèttre. Em ‘A Gaivota’, como em ‘Se alguma vez…’, o trivial torna-se trágico, a vida comum torna-se criação. Direcção e Coreografia: Victor Hugo Pontes Cenografia: F. Ribeiro Desenho de luz e direção técnica: Wilma Moutinho Música original: Rui Lima e Sérgio Martins Apoio dramatúrgico: Madalena Alfaia Assistente de coreografia: Marco da Silva Ferreira Interpretação: Ángela Diaz Quintela, António Matos, Daniela Cruz (Teatro de Vila Real), Félix Lozano, João Cardoso, Leonor Keil, Liliana Garcia (TM de Bragança), Marco da Silva Ferreira, Valter Fernandes, Vera Santos e Victor Hugo Pontes Direcção de produção: Joana Ventura Assistente de produção: Mariana Lourenço Co-produção: Nome Próprio, Centro Cultural de Belém, Centro Cultural Vila Flor, Teatro Nacional São João e Teatro Viriato Apoio residência artística: Novo Ciclo ACERT e O Espaço do Tempo Apoio: Clube Português de Cinematografia Cineclube do Porto A Nome Próprio tem o apoio da República Portuguesa Ministério da Cultura / Direcção-Geral das Artes e é uma estrutura residente no Teatro Campo Alegre, no âmbito do programa Teatro em Campo Aberto.

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© JOSÉ CALDEIRA

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‘A MEIO DA NOITE’ Companhia Olga Roriz WWW.OLGARORIZ.COM

> VILA REAL QUA.12.SET 21h30

> BRAGANÇA QUA.19.SET 21h30

M/12 . 80 MIN ENTRADA GRATUITA

> COM WORKSHOP

Revisitação do universo de Ingmar Bergman numa celebração do seu nascimento e da sua obra. A dança, o teatro e o cinema à procura de um outro lugar. ‘A meio da noite’, sendo um espectáculo que se propõe abordar a temática existencialista do encenador e cineasta Ingmar Bergman (14/7/1918), é simultaneamente uma peça sobre o processo de criação numa procura incessante de si próprio e dos outros. Sete intérpretes encontram-se para partilhar as suas pesquisas sobre a obra do realizador e criarem, colectiva ou individualmente, cenas que possam integrar um futuro espectáculo. Direcção: Olga Roriz Intérpretes: André de Campos, Beatriz Dias, Bruno Alexandre, Bruno Alves, Catarina Câmara, Francisco Rolo, Rita Calçada Bastos Banda sonora: Bach, Satie, Primal Scream, Michelle Gurevich, Schubert, Chopin, Tchaikovsky, Wagner, Dolf van der Linden, Erhard Bauschke, Giovanni Fusco, Jefferson Airplane, excertos sonoros de ‘Metropolis’, de Fritz Lang, e ‘Persona’, de Bergmar, e entrevista a Ingmar Bergman Desenho de luz: Cristina Piedade Vídeo: Olga Roriz e João Rapozo Desenho de som: Sérgio Milhano Apoio dramatúrgico: Rita Calçada Bastos Co-produção: Companhia Olga Roriz, Teatro Municipal de Vila Real, Teatro Municipal de Bragança e TNSJ

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© PAULO PIMENTA


‘HOME 2.0’ Vortice Dance Company WWW.VORTICEDANCE.COM

> VILA REAL QUA.19.SET 21h30

> BRAGANÇA SEX.21.SET 21h30

M/6 . 60 MIN ENTRADA GRATUITA

Inspirada na obra ‘At Home in Space’, da Dra. Phyllis J. Johnson, ‘HOME 2.0’ aborda a íntima relação do astronauta com a terra, a natureza e os afectos. À descoberta do espaço, ele encontra formas de colmatar as ausências no meio do universo. «Home is Where the Astronaut Is.» Uma peça que se impõe por uma linguagem corporal e uma plasticidade cénica contemporâneas que, aliadas a uma forte componente multimédia (vídeo interactivo, mapeamento de cenário), mergulham no futuro, na habitabilidade de novos planetas, nos multi-universos. Coreografia e interpretação: Cláudia Martins e Rafael Carriço Cenografia, videografia, sonoplastia e desenho de luz: Rafael Carriço Direcção Técnica: Nuno Martins Figurinos: Cláudia Martins

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ALGURES A NORDESTE


© NUNO ABREU


‘FOBOS’ Companhia de Dança de Almada WWW.CDANCA-ALMADA.PT

> BRAGANÇA QUA.26.SET 15h00

> VILA REAL SÁB.29.SET

O medo, sentimento universal, tão avassalador quanto essencial. Existem medos muito diferentes, entre materiais e abstractos, entre os que precisam de ser conquistados e os que são essenciais à sobrevivência. ‘Fobos’ é um mergulho no desconhecido, uma tentativa de compreender aquilo que nos assusta e porque nos assusta. É uma caixa cheia de desconhecido. Fecha os olhos. Dá um passo em frente! Coreografia: Bruno Duarte Apoio à concepção do projecto: Ana Macara e Maria João Lopes Texto: José Jorge Letria Desenho de luz: Cláudia Rodrigues Interpretação (elenco original): Beatriz Rousseau, Bruno Duarte, Francisco Ferreira, Joana Puntel, Luís Malaquias, Mariana Romão, Raquel Tavares

16h00

M/4 . 60 MIN ENTRADA GRATUITA

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ALGURES A NORDESTE


© PEDRO SOARES


‘SAUDADE’ Quorum Ballet WWW.QUORUMBALLET.COM

> VILA REAL QUI.27.SET 21h30

> BRAGANÇA SÁB.29.SET 21h30

M/6 . 90 MIN . (C/ INT.) ENTRADA GRATUITA

> COM WORKSHOP

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Uma amálgama de sentimentos ao som da guitarra portuguesa ao vivo Saudade é a dor de uma ausência, o desejo de algo ou de alguém de que se está privado. É nostalgia, melancolia, lembrança de pessoas ou coisas distantes ou até extintas, e o grande desejo de tornar a elas. Um trabalho coreográfico também inspirado na obra de Luiz Vaz de Camões, ‘Saudade’ pretende voltar à origem, numa mistura de sentimentos, pedaços de dor, alegria, solidão, amizade, desamparo e amor. Tudo isto conduzido pelas cordas de uma guitarra portuguesa. Direcção: Daniel Cardoso Elenco: Beatriz Graterol, Ester Gonçalves, Filipe Narciso, Inês Godinho, Ísis de Sá, Pedro Jerónimo e Rafael Oliveira Arranjo e adaptação musical: André Santos Voz: Joana Melo Guitarra portuguesa: Luís Coelho Contrabaixo: Sofia Naide Viola: Amdré Santos Figurinos: Nuno Gama

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© DR

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