V O Nortear, um projecto protocolado entre três organismos, a DRCN, o AECT e a Junta da Galiza, assumiu-se, desde a sua génese, como um motor para a actividade literária e artística, produzida por jovens criadores galegos e portugueses. Dirigido a novos criadores, tendo em vista a renovação do tecido cultural de ambas as regiões, o Nortear assenta fundamentalmente em dois eixos: o da criação, com a implementação de um prémio literário, que conta já com cinco edições, e o da programação, com a realização periódica de séries de conversas literárias, de intercâmbio de livros, de exposições ou de outras produções artísticas, promovendo o conhecimento das duas regiões – Norte de Portugal e Galiza. Numa perspectiva de cruzamento artístico, ainda assim dirigido às novas gerações, o projecto Nortear alargou as suas actividades a novas áreas de criação artística, como é o caso da música e da dança e é na sequência desta extensão de acções de natureza transdisciplinar que surge esta nova criação ‘Ver’, baseada no conto premiado homónimo.
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R A criação sonora com forte inspiração na história ‘Ver’, de Sara Brandão, baseia-se em determinados eventos chave da vida de Alfredo, personagem principal desta história. Alfredo nasceu invisual e o seu caminho toma um rumo inesperado quando decide fotografar a cidade com uma câmara pertencente a seu pai. A personagem de Sara, numa narrativa simples, mas verdadeira, confronta-nos com aspectos essenciais da vida, e de como a cegueira de Alfredo serve de metáfora para expor certas formas de vida. Esta metáfora inspirou sem dúvida a equipa criativa deste espectáculo que estabeleceu desde o início o formato de instalação-concerto. O intuito é o de explorar a imprevisibilidade dos eventos musicais por intermédio da interactividade dos músicos com o meio electrónico, onde a música se vai construindo passo a passo ou apalpadela a apalpadela. Para tal, a obra foi concentrada numa instrumentação base constituída por violino, clarinete, trombone e electrónica. Esta instrumentação oferece um registo alargado explorando assim sonoridades graves e agudas. Também, o facto de serem de famílias díspares possibilita uma maior exploração tímbrica. Da criação musical: os músicos, dispersos no palco, seguem não só as indicações precisas na partitura como interagem com aquilo que a electrónica sugere como discurso musical. Esta escolha é feita por intermédio de objectos/controladores em pontos estratégicos no espaço, que serão posteriormente processados no computador e difundidos em altifalantes dispostos na sala de concerto.
Há quem diga que o sonho comanda a vida. E que sonhar permitiu ao Homem projectar o futuro. Mas também encontramos nos sonhos a matéria dos sons. Essa quinta-essência que nos escapa, como o presente, e nos incita a sonhar o futuro. Uma formação de música contemporânea, ecléctica e de geometria variável que procura dedicar-se a um repertório contemporâneo e à música de jovens compositores.
Ângela da Ponte: composição / electrónica Edmundo Pires: violino Luís Santos: clarinete Rafael Badajós: trombone Pedro Pires Cabral: desenho de luz Paulo Araújo: design gráfico Promotor: Direcção Regional da Cultura do Norte Produção: Teatro de Vila Real
ÂNGELA DA PONTE, Doutorada pela Universidade de Birmingham (Reino Unido) e Mestre em Ensino da Música pela Universidade de Aveiro, Ângela da Ponte vive actualmente no Porto onde desenvolve as actividades de compositora, colaboradora na Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo e docente no Conservatório Regional de Música de Vila Real e na Academia de Artes de Chaves. Em 2011 foi Jovem Compositora Residente na Casa da Música onde escreveu para a Orquestra Sinfónica do Porto, Remix Ensemble e Nuno Simões (vencedor do Prémio Jovens Músicos 2010, percussão). Em março de 2014 colaborou com a Orchestre National d’Île-de-France e o Choeur Régional Vittoria d’Île-de-France, resultado de uma encomenda da orquestra para compor um acompanhamento orquestral da obra a cappella: ‘Psaume 92, D953’ de Schubert. Nesse mesmo ano foi convidada pela própria orquestra para ser membro do júri no concurso de composição Île de créations. A sua música é tocada em Portugal por agrupamentos como Remix Ensemble, Sond’Ar-te Electric Ensemble, Perfoma Ensemble, Orquestra Jovens Músicos, grupos integrantes do Harmos Festival, entre outros. No Reino Unido com o BEAST (Birmingham ElectroAcoustic Studio Theatre), México (Festival Visiones Sonoras 2016), Polónia (Audiokineza), Colômbia, Espanha e E.U.A (Oregon Symphony). Em Agosto de 2017 recebeu uma Menção Honrosa na 1.ª Edição do Concurso Nacional de Composição Coral Manuel Emílio Porto (categoria de vozes brancas) com a obra ‘Cão’, sobre um poema de Alexandre O’Neill. EDMUNDO PIRES, natural de Mirandela, iniciou os seus estudos musicais na Escola Profissional de Arte desta cidade. Licenciado em Ensino da Música pela Universidade de Évora, na classe de violino do Professor Max Rabinovitsj, fez estágio pedagógico na Academia de Amadores de Música de Lisboa, sob a orientação do Professor Gareguin Aroutiounian. Estudou a nível particular com Valentin Stefanov. Enquanto violinista colaborou com a Orquestra Filarmonia das Beiras, Camerata Ensemble da Guarda, Orquestra do Norte e Orquestra Gulbenkian. Foi violinista efectivo da Orquestra Filarmonia das Beiras entre os anos 2006 e 2012. Como pedagogo foi convidado a orientar masterclasses nos conservatórios Calouste Gulbenkian em Aveiro, Collegium Musicum em Seia, Escola Profissional da Jobra, Academia de Música de Vilar do Paraíso, Academia de Música de Perosinho, Curso de Música Silva Monteiro e Conservatório de Música e Dança de Bragança. À frente da Orquestra de Cordas do Conservatório Regional de Música de Vila Real, alcançou com esta formação o 1.º Prémio (na categoria de agrupamentos maiores) da III Mostra Musical Eixo Atlântico. Foi professor orientador dos Naipes de violinos no Festival de Música Júnior – Montalegre, em 2012 e 2016. Fez parte do elenco de professores da Orquestra Juvenil Luso-Alemã em 2016 e 2017. É membro fundador do grupo Mistério da Cultura e da AMEP – Associação Música Esperança Portugal. Actualmente é professor de violino no Conservatório Regional de Música de Vila Real e Academia de Artes de Chaves. É Director Artístico da Douro Strings Academy – Academia de Verão para Cordas e fundador do Oniros Ensemble. LUÍS FILIPE SANTOS, artista multifacetado, dedica o seu tempo na música à carreira como clarinetista, criador de espectáculos musicais, direcção artística de vários projectos e à pedagogia musical. Natural de Vila Real, estudou com Saúl Silva e Nuno Pinto. Paralelamente frequentou masterclasses orientadas pelos seguintes professores: António Saiote, Guy Deplus, Michel Arrignon, Perez Piquer, Phillippe Cuper, Alain Damiens. É membro fundador do grupo Clarinetes Ad Libitum,com o qual gravou ‘Contradanza’, o primeiro CD do grupo. No âmbito deste grupo foi co-criador dos espectáculos: ‘Músicas do (fim) do Mundo’, ‘Desconcerto’ e ‘Ri bemol’ e apresentou-se em diversas salas portuguesas
e outras, como por exemplo: no Beijing Clarinet Festival em Pequim, China; no ClarinetFest em Kansas City, nos EUA; no Festival Internacional de Clarinete em Gand, na Bélgica; na Expo2008 em Saragoça. Fundou o grupo Mistério da Cultura, um projecto artístico multidisciplinar com o qual estreou as obras ‘Bendita, a bruxa má’, conto infantil de João Negreiros e música de Fernando Lapa; e ainda ‘Fuga de Bacho n.º 4’ com música original de Fábio Videira. Faz parte da equipa criativa do projecto ‘Mátria – uma ópera para o Dour’. Dirigiu o projecto ‘Banda à Varanda’ – espectáculo com música original que envolveu a comunidade de Vila Real e algumas colectividades vila-realenses ligadas à música. Dirigiu vários agrupamentos de música de câmara, entre os quais o Coro de Câmara D’ Ouro e as Orquestras de Clarinetes, Cordas e Sopros do Conservatório Regional de Música de Vila Real. Enquanto artista é patrocinado pelas marcas D’Addario e Buffet Crampon. JOSÉ RAFAEL CARVALHO BADAJÓS nasceu em 1989, em Tarouca. Em 2000 ingressou na Banda Filarmónica de Tarouca, indo posteriormente para a Academia de Música de Tarouca. Em 2007 ingressou na Escola Profissional de Artes de Mirandela, na classe de Trombone do Professor Nuno Scarpa. Concluiu o curso em 2010, com nota elevada (19/20), o que lhe valeu a atribuição do Prémio de Mérito do Ministério da Educação para melhor aluno do curso. No mesmo ano (2010), ingressou na licenciatura em performance, classe de Trombone dos professores David Silva e Severo Martinez, na ESMAE. Em 2014 concluiu o referido curso. Entre os anos de 2015 e 2018 frequentou o Mestrado em Ensino da Música na Universidade do Minho, concluindo-o com sucesso. Paralelamente, frequentou vários Masterclasses de Trombone orientados por Hugo Assunção, John Etterbeek, Bruno Flahou, Kevin Hakes, Gabriel Antão, Jarret Butler, Daniel Dias, Alexandre Vilela, Rui Pedro Lopes, Ricardo Pereira, David Bruchez-Lalli, Andreas Klein, entre outros. Durante o seu percurso, colaborou com diversas Orquestras e Grupos de Câmara, das quais se destaca: Orquestra Sinfónica de Sopros e Percussão e Brass Band da ESPROARTE; Sinfonieta da ESMAE; Orquestra de Sopros Vale Varosa; Orquestra de Sopros da AAC; Massive Brass Attack e Mr SC & The Wild Bones Gang; Orquestra Sinfónica APROARTE, Banda Sinfónica Transmontana, entre outras. Neste contexto teve a oportunidade de trabalhar com maestros como: Pedro Neves, Francesco Belli, Walter Themel, Rafael Montes, Roberto Valdés, Nuno Machado, Maciel Matos, Carlos Marques, Carlos Riazuelo, António Saiote, Ernest Shelle, Sérgio Carolino, Jim Self, Luciano Pereira, Paulo Martins, Valter Palma entre outros. Na área do Jazz trabalhou com a Big Band ESMAE, com a qual participou em Oficinas, no âmbito do Guimarães Jazz (2010), com os membros do grupo The Story e com Ralph Alessi and This Against That, 2011. É membro fundador do grupo Ar de Rastilho, Dogma Brass Band, T’nT trombones&tubas ensemble e da Banda Sinfónica Transmontana. Leciona desde 2013 na Academia de Artes de Chaves e, desde 2015, no Conservatório de Música de Paredes, Trombone e Música de Câmara. PEDRO PIRES CABRAL nasceu em 1974 e licenciou-se em Teatro, Design e Produção Teatral, Design de Luz e Som pela ESMAE (2000-2004). Actualmente é coordenador do Departamento Técnico do Teatro Municipal de Vila Real. No âmbito da docência, é professor assistente convidado na Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro, leccionando na licenciatura em Teatro e Artes Performativas, e colabora pontualmente com a ESMAE. Trabalhou, nas áreas do design de luz e som, com os encenadores Jorge Louraço, Paulo Castro, José Neves, Hernan Géne, Manuel Sardinha, Rogério de Carvalho, David Carvalho, Lúcia Ramos, João Pedro Vaz, Fernando Moreira, Paulo Calatré, Jonathan Humphreys, Miguel Moreira, Ángel Fragua, Fernando Carmino, José Carlos Garcia, entre outros.