Presentes e inspiradoras
Da gastronomia engajada aos canteiros de obras, mulheres transformam realidade brasileira com sabor e arte
Chef Dandara Batista, ligada ao projeto Afro Gourmet
Área
A Tegra sabe que por trás da realização de um sonho existe muito comprometimento e trabalho. E que, para construir lares onde as pessoas possam viver bem, é necessário que muitas outras atuem em cada etapa do processo.
Para nós, o valor está na história de cada um deles, na sua e de nossas cidades.
Por isso, fazemos mais do que construir empreendimentos, adotamos e cuidamos de mais de 30 espaços públicos, compensamos 100% do CO2 emitido em nossas obras, somos empreendedores AQUA-HQE e muitas outras iniciativas que reforçam o nosso compromisso.
Porque mais do que construir empreendimentos, construímos o futuro para quem ainda vai chegar.
Vamos juntos construir o futuro.
Aponte a câmera do seu celular e confira nossas práticas.
Ou acesse: tegraincorporadora.com.br
@tegraincorporadora
Construir um empreendimento é construir uma história.
pública adotada entre a Av. Faria Lima e a Rua Tucumã.
Dinarte da Silva Pereira Filho - Auxiliar técnico de segurança do trabalho. Foto produzida na obra do Square Garden.
um
novo
olhar
/tegraincorporadora @tegraincorporadora /tegraincorporadora Tegra Incorporadora Marketing Flavia Schmidt Bianca Putignani Aline Borges Patricia Pesce Luciana Ferreira fsbcomunicação Atendimento Executivo Gustavo Coltri Marcelo Xavier Monica Giacomini Editora de conteúdo Adriana Del Ré Projeto Gráfico e Direção Guilherme Chaves Revisão Ivana Traversim Fotografia Gaspar Nóbrega Condomínio WT Morumbi Avenida das Nações Unidas, 14.261 Ala B - 14º e 15º andares Vila Gertrudes - São Paulo/SP 04794-000 Tel. (11) 3127-9200 Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 1.400 6º andar - Itaim Bibi São Paulo/SP 04794-000 Tel. (11) 3165-9596
Mulheres ganham voz na cultura e na sociedade I
ProtagonismoFeminino
TEG RA IN conteúdo
História. As fascinantes casas que viraram museus Patrimônio. Museu do Ipiranga de portas reabertas Urbe. Rio e SP ao ar livre
Consumo. O trabalho de mulheres artesãs Interiores. A nova face das cozinhas Entrevista. Alexandra Loras Aventura. Amazônia Tendência. Brechós, glamourosos e sustentáveis Perfil. Carla Madeira Fotografia. Maureen Bisilliat Viagem. Quênia Vida digital. A voz feminina nos podcasts
Responsabilidade social. Programa Mulheres Integradas
Sustentabilidade. Metas ESG para 2030 Entregas 2022
Comer e Beber. Mel Brasileiro Gourmet. Casa do Saulo Estreladas. Chefs Engajadas
TEGRA IN - Edição 9 TEGRA IN - Edição 9 Seção - Gastronomia 6 7
14. 24. 30. 52. 58. 68. 72. 76. 09. 39. 44.
lifestyle cidade institucional gastronomia 06.
19. 34. 62. 78. 82. 86.
I
Arte, talento e trabalho
Seja atuando individualmente, seja em grupos, artistas e artesãs espalhadas pelo Brasil mostram seu talento produzindo itens de decoração e utensílios dos mais diversos estilos e materiais, fazendo da arte seu meio de trabalho.
A pedido da revista Tegra IN, arquitetos, designers e organizações indicaram o trabalho de mulheres que se destacam com suas marcas próprias ou que se empoderam atuando ao lado de outras mulheres.
A seguir, trazemos 7 projetos que merecem ser conhecidos:
Adriana Del Ré
ESTANDARTE
Peça das Bordadeiras do Curtume, integrantes do projeto Mulheres do Jequitinhonha (MG), da ONG Tingui, feita inteiramente a mão, bordada em ponto-cheio. Preço: R$ 354,60
Site: tingui.org/lojinha Indicação do projeto pela arquiteta Patricia Martinez
CABIDEIRA
Peça multiúso feita com madeira de peroba-rosa em demolição, produzida pela artesã Cristina Fonseca, de Tiradentes (MG), responsável pela marcenaria. Traz também ganchos de cobre e caixinhas de couro.
Preço: R$ 2.500
Indicação da Cris Decor pelo designer Estevão Toledo Instagram: @crisdecortiradentes
FILTRO
D’ÁGUA CACTO
Cerâmica com tons naturais. Vem acompanhado de 1 caneca, 1 torneira de latão na cor bronze, 1 vela de filtragem com boia acoplada e espuma floral. Cocriação do projeto MÃOS – Movimento de Artesãs e Ofícios + artesã Adriana Xavier, do Vale do Jequitinhonha (MG).
Preço: R$ 680
Instagram: @maos.movimento
Indicação da peça pelo arquiteto e decorador Maurício Arruda
TAPEÇARIA DE PAREDE
Lã bordada em tela com molduras de madeira, da Elipê Tapeçaria, marca fundada pela recifense Luciana Pessôa de Queiroz. Faz parte da série “Pergaminhos”, com 13 modelos.
Preço: R$ 1.250 cada peça.
Indicação da marca pela Nordestesse, plataforma fundada por Daniela Falcão, que tem como missão fomentar o talento de criativos de nove estados do Nordeste.
Site: elipe.com.br
Instagram: @elipetapecaria
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Foto: divulgação Foto: divulgação Foto: Érika Riani Foto: Cacá Bratke
Foto:
SOUSPLATS DE MESA
As peças fazem parte do conjunto “Flor de Carnaúba”, da AM Brazil, marca de Amanda Medrado. Elas integram a linha home, toda feita de palha de carnaúba, palmeira nativa da caatinga, por mulheres de comunidades do interior do Ceará.
Preço: R$ 1.200
Indicação da marca pela Nordestesse
Site: amandamedrado.com.br
Pedidos: (11) 98895-3055
PRATOS
Peças de cerâmica feitas de barro, pelas mãos da mestra Nem, da Louça Morena do Povoado Poxica, de Itabaianinha, em Sergipe.
Preços: R$ 13 (prato de almoço) e R$ 7 (prato de sobremesa)
Indicação do projeto pela Artesol, organização sem fins lucrativos, que apoia os artesãos de todo o território nacional e atua como centro de pesquisa, reflexão e formação para políticas públicas.
Telefone: (79) 99964-6685
JARRO DE CERÂMICA
Peça de coleção do projeto Cooperativa dos Artesãos da Região de Carajás - Mulheres de Barro, formada por artesãs que se inspiram em vestígios recuperados em sítios arqueológicos da Serra dos Carajás, no Pará.
Preço: R$ 72,90
Site: mulheresdebarro.com.br
Indicação do projeto pela Artesol
joia bra silei ra
O mel de abelha nativa já fincou bandeira na gastronomia, mas ainda há muitos sabores para serem desvendados
TEGRA IN - Edição 9 Seção - Lifestyle 10
Foto: André Matos
divulgação
divulgação
Beatriz Marques
Foto:
Foto:
Helder Messiahs
Dê uma olhada com calma nas prateleiras do mercado e perceba que comprar mel não é mais uma tarefa simples.
Se antes só existia um tipo (e diferentes marcas) de mel, hoje você encontra variedades bem distintas. Mandaçaia, jataí, tiúba são alguns nomes estampados em rótulos que representam as chamadas abelhas nativas sem ferrão, cujos meles são a bola da vez na gastronomia.
Mas por que são tão especiais? Em geral são meles mais ácidos e líquidos do que o convencional, com enorme complexidade gustativa, de acordo com as particularidades de cada espécie. “O de abelha marmelada lembra um marmelo mesmo, algo mais doce e frutado, como damasco. Já o de jataí tem acidez como se fosse um abacaxi, mais tropical”, conta Teresa Raquel Bastos, sommelière de mel e proprietária da Bee Mel, em Teresina (PI).
Considerando o número de abelhas nativas sem ferrão — também chamadas de meliponíneos —, pouco conhecemos a respeito de seus meles. “Temos 300 espécies catalogadas, com estimativa de chegar a 400”, revela Fábia de Mello Pereira, pesquisadora de abelhas da Embrapa Meio-Norte. A conta ainda fica maior se atentarmos às combinações entre espécies e as floradas das quais retiram seu néctar.
Por mais que pareça uma grande novidade, esse ouro líquido é velho conhecido entre os indígenas, mas perdeu seu protagonismo com a entrada da abelha europeia — do gênero Apis — durante a colonização portuguesa no século 19. E se agravou com a chegada das Apis africanas na década de 1950. “Mais agressivas, com ferrão, as africanas rapidamente se adaptaram ao terroir brasileiro, com ótimo rendimento na produção”, explica a pesquisadora. Para se ter uma ideia, uma colmeia de Apis produz cerca de 50 quilos de mel por ano. E a de
jataí rende 1,5 quilo no mesmo período. Esse fato impacta diretamente no preço final do mel dos meliponíneos, que chega a ser até dez vezes maior.
Nesse cenário, o mel das africanas se tornou a referência para a maior parte dos brasileiros. Até a legislação nacional para regulamentar a produção é voltada para seus parâmetros. Consequentemente, prejudica a comercialização dos meles nativos em escala nacional. “Por ser mais úmido, ele fermenta mais rápido e tem uma vida de prateleira menor.
Por isso, a tendência é que se tenha uma legislação exclusiva.” Mas isso não impede meliponicultores de levar suas riquezas pelo Brasil afora, com base nas certificações municipais e estaduais e com o apoio da lei de produtos artesanais.
“A Legislação é um grande entrave, mas a educação e o conhecimento são os maiores problemas do mel nativo”, diz Eugênio Basile, sócio da Mbee, um dos grandes divulgadores do produto. Dar acesso à informação ajuda ao público entender seu valor gastronômico. “Você encontra rótulos de vinho de R$ 50 e de R$ 50 mil, de acordo com suas qualidades e variedades. O mel precisa ser visto assim, não como uma commodity”, diz.
Entre os projetos da Mbee estão a Academia do Mel, para aulas e degustações guiadas em São Paulo, e o fornecimento de caixas com colmeias
de abelhas jataí para mais de 100 restaurantes — Babbo Osteria, no Rio de Janeiro, e Camélia Ódódó, restaurante de Bela Gil na capital paulista, são alguns dos locais escolhidos. “A gente quer que as pessoas conheçam as abelhas brasileiras e percam o medo. Como você vai admirar ou preservar algo tendo medo?”, ressalta o empresário.
Há oito anos no mercado, Basile construiu um relacionamento sólido com chefs de cozinha para demonstrar o potencial de seus 14 meles nativos, vindos de 13 estados brasileiros. E já tem colhido bons frutos: mesmo que seja um número pequeno — 2 mil quilos de mel ao ano —, as vendas registraram um aumento de mais 50% do último ano para cá.
O crescimento também se vê no número de cardápios de São Paulo e do Rio com essas joias entre os ingredientes.
O carioca estrelado Lasai, do chef
Rafa Costa e Silva, trouxe o mel de mandaçaia para o flã de iogurte com granita de gengibre; já o mexicano Metzi, em São Paulo, acrescenta o mel de uruçu ao mole negro com banana-da-terra grelhada e queijo fresco. “A acidez desses meles é algo muito positivo para a confeitaria, para trazer equilíbrio à doçura”, comenta Bianca Mirabili, chef pâtissière do Evvai.
A cada menu feito pelo restaurante paulistano, comandado pelo chef Luiz Filipe Souza, sempre há um mel nativo. Nesta temporada, o petit four é um honeycomb (caramelo aerado de mel) com mel de borá banhado no chocolate meio amargo com gel de mel de emerina e pólen de tiúba escuro. E os mesmos honeycomb, gel e pólen combinaram com pão de mel de mandaçaia, sorvete de tiúba e creme de espéculos com uruçu amarela em menus anteriores.
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Foto: MbeeLucas Terribili Foto: Divulgação Mbee
Mas seus usos culinários não se restringem às sobremesas. No paulistano Ânimus, o mel de jataí entrou no novo drinque da casa, o Melipolini, que leva creme de leite, rum, licor St. Germain e limão-siciliano. “Os meles de abelha nativa sem ferrão trazem sabores complexos, que vão desde os mais florais até os mais ácidos, e por isso se prestam muito bem à coquetelaria autoral. Eu uso o de jataí, que tem um dulçor de médio a alto”, explica a bartender Vanessa Civiero. Bianca, do Evvai, ainda sugere combinações salgadas, como o queijo boursin com mandaçaia e salada de folhas verdes com emerina, de alta acidez.
Se quiser iniciar seus passos na cozinha com esses meles, a dica de Bianca é acrescentá-los na finalização.
Receita com Mel
Aproveite a receita a seguir e valorize essa
Pão de mel de mandaçaia
Por Bianca Mirabili, do Evvai
Ingredientes
300 g de leite 25 g de canela em pó 10 g de cravo em pó 6 g de noz-moscada em pó 300 g de mel de mandaçaia 5 ovos
150 g de óleo de girassol ou de algodão 225 g de açúcar mascavo 45 g de cacau em pó 3 g de sal 5 g de bicarbonato de sódio 3 g de fermento em pó 360 g de farinha de trigo
Preparo
Em uma panela, aqueça o leite até ficar morno e adicione as especiarias.
Em seguida, adicione o mel com o leite ainda morno. Leve a mistura ao processador e bata junto com os ovos, o óleo e o açúcar. Reserve.
Em uma tigela, peneire o cacau, o sal, o bicarbonato de sódio, o fermento e a farinha de trigo. Adicione a mistura processada e mexa com uma espátula até ficar homogênea.
Despeje a mistura em uma forma de 30x20 cm untada com manteiga e cacau em pó.
Alise com uma espátula e leve para assar no forno preaquecido a 180ºC por 25 a 30 minutos.
Retire do forno, aguarde esfriar e porcione no formato que desejar (no Evvai usamos o molde de colmeia ou aro pequeno).
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joia nacional
Foto: Tadeu Brunelli
Foto: Tadeu Brunelli
“ Assim não perdemos seus sabores sutis”
das cozinhas
Cozinha-gabinete, cozinha posto de trabalho, cozinha retrátil... Lançamentos da Eurocucina 2022, principal mostra internacional do setor realizada em Milão, apontam tendência cada vez mais flexível e personalizada
Marcelo Lima
Poucos ambientes experimentaram mudanças tão radicais nas últimas décadas quanto a cozinha. Em um primeiro momento, de praticamente isolada, a área ganhou alguma integração à casa ao se associar à antiga copa ou, pelo menos, dispor de um passa-pratos (alguém ainda se lembra dele?). Pouco tempo depois, já livre dos revestimentos frios e impessoais que, por muito tempo, a caracterizaram — e de mãos dadas com a mais alta tecnologia — , ela traçou voos ainda mais altos.
Aboliram-se as divisórias, e novos e eficientes equipamentos foram incorporados, dando boas-vindas à automação e fazendo com que o espaço assumisse uma nova função no contexto doméstico: aberto à convivência e hoje, mais do que nunca, à personalização. Pelo menos é esse o panorama que se descortina quando se analisa os lançamentos apresentados na última edição da Eurocucina, feira que ocorreu em junho, no âmbito do Salão do Móvel de Milão, na Itália, considerada uma referência mundial para o setor.
O crescente interesse pela culinária — turbinado pela proliferação de publicações e programas ligados ao tema — é responsável, em boa medida, pelo quadro atual. Mas, sem dúvida, a pandemia acelerou esse processo. Afinal, foi à beira do fogão, experimentando ou reelaborando antigas receitas, ao lado da família e dos amigos, que muitos de nós atravessamos os dias de isolamento. E, por essa razão, hoje conhecemos melhor nossos hábitos relacionados ao ambiente.
Não chega a surpreender, portanto, que a ideia de adaptar a cozinha aos mais diversos estilos de vida ganhe força na maioria das coleções. Assim como uma configuração flexível, baseada na manutenção de dois grandes volumes: um bloco central, tipo ilha, com pia acoplada, e que concentra praticamente tudo em seu interior; e ao lado, um armário ou vitrine — com iluminação interna ou não —, onde tudo fica à mostra, à semelhança das estantes da sala de estar.
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Caranto, da Veneta Cucine
E
A NOVA F A C
Veneta Cucine
Foto
A partir daí, são múltiplas as disposições em planta sugeridas pelos designers. Mas, via de regra, a cozinha, não mais fechada, se volta para as áreas sociais da casa, sejam elas a sala de estar, o home office ou até a varanda. Em geral, com o armário funcionando como uma espécie de aparador multiequipado, quase sempre encostado à parede, e com a ilha tal qual um monolito tendendo a ocupar o centro dos ambientes. Ou até mesmo com corredores, não raro, na versão embutida.
Caminhando na mesma direção, o modelo Artematica Soft Outline, do designer italiano Gabriele Centazzo para a Valcucine (valcucine.com), se apresenta como um bloco único, no qual o tampo, as portas e as laterais se integram de forma contínua. O projeto destaca-se ainda pela possibilidade de ocultar todos os elementos do móvel: da lava-louças ao vidro de proteção. Para completar a composição dessa cozinha retrátil, o balcão de bambu tem espessura mínima e cantos arredondados.
Interpretando o conceito de volume puro da arquitetura, só que no caso aplicado ao interior doméstico, o modelo Oyster, da Veneta Cucine (venetacucine.com), por exemplo, traz uma ilha onde todos os equipamentos necessários ao funcionamento da cozinha, tais como os misturadores, podem ficar completamente embutidos quando não estão em uso. Assim, tal qual uma peça de mobiliário, a cozinha se transforma num item móvel que pode compor qualquer ambiente da casa, razão pela qual é também chamada de cozinha-monolito.
A cozinha Elements, da Falmec (falmec.com), equipada com placa de indução para aquecimento de alimentos, pia, plano de trabalho, além de armários e gavetas para armazenamento, é outro móvel pensado para se integrar por completo à decoração, podendo ser instalado virtualmente em qualquer ambiente. Nessa cozinhagabinete, como diferencial, o tradicional exaustor tipo coifa desaparece por completo, deixando a função de sucção para uma espécie de canaleta que pode ser utilizada como estante.
Já para aqueles que não abrem mão de fazer suas refeições no ambiente, a cozinha Sign, de Bavuso para a Ernesto Meda (ernestomeda.com), conta com um tampo deslizante de madeira, que, quando fechado, pode funcionar como plano de apoio para a preparação de alimentos — além de manter ocultos objetos utilitários e acessórios. Quando aberto, por sua vez, o componente, deslizante, desloca-se para a lateral esquerda do móvel, dando origem a uma confortável mesa. É a cozinha mesa-posta.
Por fim, para quem dispõe de pouco espaço — ou, durante a pandemia, acostumou-se a trabalhar ou a ler na cozinha —, o modelo Cucinand’o, da Aran Cucine (arancucine.com), vem com tudo para facilitar o trabalho no ambiente: além de plano de apoio, conta com dois níveis de estantes e nichos para armazenar livros e pastas. Pode ser chamado também de cozinha posto de trabalho. No mais, para o novo escritório funcionar, tudo se resume a dotar o móvel de cadeiras adequadas e pôr a cafeteira para funcionar.
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Artematica Soft Outline da Valcucine
Ernesto Meda, cozinha conta com mesa deslizante
Foto Aran Cucine Foto Ernesto Meda Foto Valcucine
Cucinand’o, criado a partir das indicações do chef italiano Davide Oldani
Espaço Gourmet com cozinha de padrão internacional
O Gravura Perdizes, projeto residencial da Tegra, oferece um Espaço Gourmet na área comum com uma cozinha que segue as tendências internacionais de praticidade e beleza. Essa funcionalidade se estende para os apartamentos, que também podem ser equipados com cozinhas modernas e amplas, aproveitando o terraço gourmet.
Localizado em Perdizes, a 350 metros da Estação Vila Madalena, o empreendimento possui unidades de 157 m², lazer completo e sofisticado com ambientes para relaxar e viver momentos inesquecíveis. O projeto de arquitetura é assinado por Königsberger Vannucchi, a decoração das áreas comuns é de Fernanda Marques, e o paisagismo é de Alex Hanazaki.
As fascinantes casas que viraram museus
Antigas residências de célebres personalidades estão abertas à visitação pública, preservando objetos, acervos e até ambientes originais
Adriana Del Ré
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Foto: Tegra/Divulgação
“A Casa Azul é o universo íntimo de Frida Kahlo.
Frida passou a maior parte de sua vida aqui, primeiro com a família e, anos depois, ao lado de Diego Rivera. Nesse lugar, hospedaram-se interessantes personalidades nacionais e estrangeiras, atraídas pelo magnetismo de ambos os pintores.” Assim é descrita, no site do Museu Frida Kahlo, a residência onde viveu a célebre artista mexicana com o marido, outro importante pintor, em Coyoacán, na Cidade do México. O casal queria que a casa se tornasse museu. E assim foi feito.
Esse “universo íntimo” é justamente um dos grandes atrativos das chamadas casas-museu: o visitante sabe que está entrando no espaço onde viveu — e, muitas vezes, também trabalhou — algum renomado artista ou personalidade, aprecia seus objetos e acervos pessoais e imagina como foi seu dia a dia naquele espaço. Além do Museu Frida Kahlo, existem outras instituições do gênero, internacionais e também no Brasil.
Em São Paulo, por exemplo, estão abertos à visitação a Casa de Vidro de Lina Bo Bardi e o Museu Lasar Segall, ambos na capital, o Museu Casa de Portinari, em Brodowski, e o Museu Monteiro Lobato, em Taubaté, os dois localizados no interior do estado. A capital paulista deve ganhar ainda uma nova casamuseu: a residência e o ateliê da artista plástica Tomie Ohtake, que morreu aos 101 anos em 2015.
No Rio de Janeiro funcionam a Casa Rui Barbosa e a Casa Museu Eva Klabin, ambas na capital, e o Museu Casa de Santos Dumont, em Petrópolis, na região serrana do estado. No exterior, além do já citado Museu Frida Kahlo, no México, funcionam outras casas-museu famosas, como a Casa de Monet, em Giverny, vilarejo ao norte da França, e o museu Benjamin Franklin House, em Londres, Inglaterra.
A Tegra IN selecionou três instituições cheias de histórias e importantes coleções que merecem ser conhecidas pelo grande público.
Museu Casa de Portinari
O muro baixo e a fachada simples abrigam uma preciosidade em Brodowski, no interior de São Paulo. Ali se situa a antiga residência do pintor Candido Portinari (1903-1962), que nasceu na pacata cidade e onde viveu até partir ainda muito jovem para o Rio de Janeiro. Por causa das obras de pintura mural nas paredes da casa e também na capela no jardim, foi necessária a preservação do conjunto — e seu tombamento.
No complexo, composto pela casa principal e por anexos construídos em obras de ampliação, o acervo artístico traz trabalhos realizados por Portinari em pintura mural, além de uma importante coleção de desenhos — vale lembrar que é de sua autoria, por exemplo, a pintura mural “A Descoberta da Terra”, no edifício da Biblioteca do Congresso, em Washington, nos Estados Unidos.
“A casa abriga as primeiras experiências em pinturas murais realizadas pelo artista. Portanto, possui um valor inestimável”,
afirma Cristiane Patrici, gerente do Museu Casa de Portinari. Entre as curiosidades estão os objetos pessoais do artista, mobiliário e utensílios da família; alguns cômodos permaneceram com sua função original enquanto outros viraram salas de exposição.
Merece atenção a coleção de pinturas murais (afrescos e têmperas), com destaque especial para a Capela da Nonna, que Portinari, filho de imigrantes italianos, pintou para sua avó, que não podia mais frequentar a igreja por estar doente. O museu mantém programação permanente de atividades, como Férias no Museu, Semana de Portinari e Domingo com Arte. “Por se tratar de um museu-casa, remete às memórias individuais dos visitantes, principalmente na cozinha e nos jardins”, diz Cristiane.
Serviço: Praça Candido Portinari, 298, Brodowski (SP)
Site: museucasadeportinari.org.br
TEGRA IN - Edição 9 Seção - Cidade
Foto: Leandro Lé Foto: Mario Grisolli
Quarto principal da Casa Museu Eva Klabin
Museu Casa de Santos Dumont
O local onde funciona o Museu Casa de Santos Dumont, em Petrópolis (RJ), foi a casa de descanso de Alberto SantosDumont,popularmente conhecido como Pai da Aviação. Ele conheceu a cidade como veranista entre 1914 e 1918, e decidiu construir uma residência lá, num pequeno e íngreme terreno.
Com fachada em estilo alpino, o chalé foi projetado com mezanino para uso como quarto, escada com degraus em forma de raquete e móveis feitos sob medida para o espaço reduzido. O aviador (1873-1932) chamava a casa de “Encantada”. Após sua morte, o local foi doado pela família à prefeitura da cidade e, anos depois, foi tombado. “O museu conserva móveis concebidos por Santos-Dumont, como a cômodacama em que ele dormia, e objetos usados por ele, como um de seus chapéus. Outros atrativos originais são as escadas com degraus em forma de raquete, para economizar espaço, e o chuveiro de água quente idealizado
por ele”, comenta o diretor do museu, Cláudio Gomide. “O museu também conserva cartas escritas pelo inventor. Tudo isso, incluída a arquitetura da casa, possibilita ao visitante voltar no tempo e conhecer um pouco quem foi Santos-Dumont.”
Para o diretor, saber que está visitando uma casa que foi habitada pelo aviador é uma experiência incrível para o público. “Isso desperta o interesse e a busca de conhecimento sobre a vida de Santos-Dumont. Há quem se espante com o tamanho da casa e das acomodações, que são econômicas e racionais. Mas, depois de conhecer com calma a originalidade das soluções arquitetônicas e funcionais da casa, os visitantes saem literalmente encantados.”
Serviço: Rua Encanto, 22, Centro, Petrópolis (RJ) Não tem site
Casa Museu Eva Klabin
A colecionadora de arte Eva Klabin (1903-1991) reuniu um dos mais importantes acervos do país, com cerca de 2 mil itens, entre pinturas, esculturas, mobiliário e objetos decorativos, que abrangem 50 séculos de história da arte, do Egito Antigo ao Impressionismo. Essa coleção está em exposição na casa onde Eva viveu por mais de 30 anos, na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio.
Construída em 1934, a residência foi comprada pela colecionadora em 1952 e aberta ao público em 1995, oferecendo uma programação cultural diversa, que inclui visitas ao acervo, concertos, shows, oficinas, exposições, além do Projeto Respiração, que trouxe a arte contemporânea para o circuito clássico do museu, em cartaz até 20 de novembro. Herdeira de um dos fundadores das indústrias de
papel e celulose Klabin, Eva comprava os objetos em antiquários e leilões pelo mundo: Roma, Paris, Zurique, Viena, Madri, Barcelona, Buenos Aires, Londres, Nova York e Brasil. Ela tinha fascínio pelo Oriente e, em suas viagens a China, Japão, Birmânia, Tailândia, Índia, Indonésia e Singapura, adquiriu itens raros. Em sua casa, tendo esse precioso acervo como cenário, recepcionou grandes personalidades, como o ex-presidente Juscelino Kubitschek e o banqueiro americano David Rockefeller.
Para Marcio Doctors, curador do museu, é fundamental preservar a residência de Eva como museu, por abrigar uma coleção relevante de arte clássica, considerada hoje um patrimônio importante do povo brasileiro. Entre as milhares de peças do acervo, o curador cita alguns destaques que valem atenção especial:
um pequeno desenho de Joshua Reynolds; “Madona Menino e São João Batista”, atribuído a Botticelli; “Retrato de Nicolaus Padavinus de Tintoretto; “Madona com o Menino e Dois Anjos”, de Jan Provost; e “Lucy na Rede”, de Lasar Segall.
“Ao visitar a Casa Museu Eva Klabin, é possível não só visitar uma coleção esplêndida que cobre um arco de tempo de 2,5 mil anos de história da arte, como também conhecer o modo de vida de uma pessoa da elite carioca dos anos 60 e 70”, diz Doctors. “Tudo isso dá uma atmosfera muito especial para a visita da casa, como também alimenta o imaginário de quem entra nos diferentes ambientes da residência, que se mantêm tal como Eva Klabin os deixou.”
Serviço: Av. Epitácio Pessoa, 2.480, Lagoa (RJ) Site: evaklabin.org.br
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Prefeitura de Petrópolis/Evaldo Macedo Foto: Mario Grisolli
Foto:
tegraincorporadora.com.br/simeagorasp
TEG CORAZZA. Incorporadora responsável: TGSP-28 SPE EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA., sociedade limitada, inscrita no CNPJ/MF sob o no 17.948.441/000112, com sede na Avenida das Nações Unidas, no 14.261, 14o e 15o andares, ala B, Condomínio WTorre Morumbi, Vila Gertrudes, CEP 04794-000, em São Paulo/SP. Memorial de Incorporação registrado sob o R.02 da Matrícula no 155.321, em 17/3/2020, do 10o Oficial de Registro de Imóveis de São Paulo. Intermediação: Tegra Vendas - CRECI-SP J-28.638. TEG VILA GUILHERME. Incorporadora responsável: TGSP 43 EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA., sociedade limitada inscrita no CNPJ/MF sob o nº 27.445.276/0001-30, com sede no Município de São Paulo/SP, na Avenida das Nações Unidas, nº 14.261, Ala B, 14º e 15º andares, Condomínio WTorre Morumbi, Vila Gertrudes, CEP 04794-000. Memorial de Incorporação registrado em 31/10/2019 sob o nº R.03 na Matrícula 70.672, do 17º Oficial de Registro de Imóveis de São Paulo, e o Patrimônio de Afetação averbado sob o Av.04, na referida matrícula, tendo como Incorporadora a TGSP-43 Empreendimentos Imobiliários Ltda. Intermediação: Tegra Vendas CRECI-SP J-28.638.
TEG
TEGRA IN - Edição 9 TEGRA IN - Edição 9 Seção - Gastronomia Seção - Gastronomia
SACOMÃ. Incorporadora responsável: TGSP-49 EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA., sociedade empresária limitada com sede na Cidade de São Paulo/SP, na Av. Magalhães de Castro, 4.800, salas 11, 12, 21 e 22, Torre 3 Parte, Continental Tower, Condomínio Cidade Jardim Corporate Center, bairro Cidade Jardim, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 28.945.936/0001-04. Memorial de Incorporação registrado sob o R.1 na Matrícula nº 236.364, em 01/11/2019, no 6º Oficial de Registro de Imóveis de São Paulo. Certidão de Habite-se nº 2022-80615-00, emitido em 09/05/2022. Intermediação: Tegra Vendas Creci J-28638.
Foto da Piscina do TEG Sacomã
Alexandra Loras
“Ajudo mulheres a subir para a alta liderança das empresas”
Ex-consulesa, Alexandra Loras mudou o próprio destino e hoje está envolvida numa missão que dá orgulho a ela: ajudar a empoderar mulheres profissionalmente
Alexandra Loras estava fadada a ter uma vida difícil na periferia de Paris, assim como os pais e irmãos. Mas Alexandra se recusou a trilhar o destino programado para ela. E recalculou sua rota. Tornou-se a primeira da classe na escola. Já adulta, decidiu sair de Paris, onde nasceu, e foi trabalhar como babá em outros países para aprender novos idiomas. Retornou outra pessoa à França.
Formou-se jornalista pela L’École Libre des Sciences Politiques (IEP) e fez mestrado em Gestão de Mídia no Institut d’Études Politiques de Paris (Sciences Po) — renomada instituição onde estudaram ministros e presidentes franceses, como Emmanuel Macron. Na época em que era apresentadora de TV, conheceu o diplomata Damien Loras, então conselheiro do presidente Nicolas Sarkozy. Eles se
casaram e foram enviados ao Brasil como cônsul e consulesa da França em São Paulo. Os dois são pais de Raphaël, hoje com 10 anos.
O título de consulesa trouxe a Alexandra uma vida dos sonhos em solo brasileiro, mas não a blindou dos racistas. Filha de mãe branca e pai negro, ela tem uma vida inteira marcada por episódios de racismo, inclusive por parte da família materna. No entanto, ela fez dos limões uma limonada, como diz o ditado. No Brasil, onde vive há dez anos, ganhou notoriedade e despertou para novas habilidades profissionais, principalmente intermediando matches entre o departamento de recursos humanos de multinacionais e profissionais negros, impulsionando mulheres a subir para a alta liderança. E combatendo a desigualdade racial.
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Foto: Jairo Goldflus Fotos: Luis Vilela
Adriana Del Ré Pelo histórico de sua família, a francesa
Hoje ex-consulesa e separada há três anos de Damien, Alexandra, aos 45 anos, prefere ostentar outros títulos: empresária, consultora em diversidade, palestrante em letramento racial e empoderamento da mulher, escritora, influenciadora digital... É fundadora de projetos como Fórum Protagonismo Feminino e embaixadora do Plano de Menina. “Palestrei em mais de 100 empresas”, afirma ela, que fala fluentemente português, espanhol, inglês e alemão, além do francês. “Decidi ser uma mulher de sucesso, empoderada, que vive bem, com um lifestyle interessante para inspirar outras pessoas a seguir esse caminho, porque você não pode ser o que não consegue ver.” Alexandra falou com exclusividade à Tegra IN.
Você é filha de mãe francesa e pai africano. Fale sobre sua família.
Minha mãe era analista de programação numa multinacional. Meu pai veio da Gâmbia. Eles ficaram juntos por cinco anos. Meus avós e bisavós nunca aceitaram minha mãe se casar com meu pai negro. Meu pai foi imigrante com o desejo de ter uma vida melhor, pelos efeitos da colonização e da escravidão. Era o intelectual da aldeia dele, sempre foi o melhor aluno, aprendeu francês indo para o Senegal visitar o primo nas férias. Ele tinha uma fascinação pela França e foi para lá, só que descobriu o racismo, que até o matou, porque ele caiu no alcoolismo. Ele virou morador de rua no final da vida, meu irmão mais novo caiu no crack, minha irmã mais velha até hoje é faxineira na França. Então, não estava escrito no meu DNA social que eu poderia estudar na melhor escola de Ciências Políticas, que poderia transitar como consulesa, que eu seria investidora do Shark Tank, ao lado de Carol Paiffer, uma mulher que, com 32 anos, já tinha uma empresa na bolsa de valores. Sou da “quebrada”, mas também sei ler sobre códigos da
para entender como transitar nela.
Fui ser babá na Alemanha, na Inglaterra e nos Estados Unidos, e isso mudou minha vida, porque, quando voltei para a França, eu não era mais qualquer uma. Eu era uma negra triglota e tinha conhecido outras culturas. Aos 19 anos, eu já havia vivido em três outros países. Isso me deu a oportunidade de entrar numa universidade. Primeiro estudei para ser professora de inglês. Fiz um semestre até me dar conta de que não queria ser professora ou tradutora, pois eu já falava inglês. Desisti no meio do ano e consegui fazer um programa de marketing e vendas, tipo um curso técnico, em que você fica metade do tempo numa empresa. E, lá nessas multinacionais, hoje percebo o preconceito. Fiz meu mestrado em Gestão de Mídia, e isso também mudou a minha vida. Demorei uns 15 anos para achar minha profissão, mas todas as minhas carreiras e todas as áreas que estudei me ajudaram a fazer hoje o trabalho do meu sonho, que é ajudar mulheres a subir até a alta liderança.
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Fotos: Luis Vilela
elite
Quando você decidiu que seu destino seria diferente do que estava programado? Quais caminhos seguiu?
Luis Vilela
Fotos:
Você se tornou a mais bem-sucedida da família?
Não sou a primeira a sair diplomada da universidade. Meu bisavô estudou na melhor faculdade de administração e era um industrial. Ele tinha muito dinheiro, vivia em Alsácia-Lorena, perto da Alemanha. Mas minha mãe era muito rebelde, vanguardista. Ela não queria a ajuda de ninguém, então foi morar na “quebrada”. Engravidou aos 18 anos de um pai que nunca reconheceu o filho — meu irmão mais velho, que veio para o Brasil há 25 anos, é casado com uma brasileira e tem várias clínicas de odontologia. Puxei minha bisavó. Ela era filha de zelador, mas cresceu na elite. Era ambiciosa. Era costureira de alto padrão, então, acho que puxei dela essa ambição, porque, quando via o que a sociedade me reservava por ser uma mulher negra, eu ficava revoltada. Fui a primeira da classe, sempre estudei, mas hoje vejo realmente que precisei ter ambição e quebrar o teto de vidro, porque a sociedade não tinha esse plano para mim.
Como conheceu seu exmarido, Damien Loras?
Num jantar, e o presidente no canal onde eu trabalhava naquela época era o melhor amigo dele, mas ele tinha acabado de me demitir. Isso foi em 2008. Nos casamos e viemos para o Brasil quatro anos depois. Naquela época, ele era conselheiro do Sarkozy, cuidava das Américas. Então, tinha muitos encontros com Barack Obama, Michele Obama, muitas coisas incríveis. Ele me levou para um patamar de princesa, um outro mundo. Ao chegar ao Brasil, muitas mulheres da elite me olhavam como se pensassem ‘o que essa mulher negra está fazendo aqui?’. Isso até que eu fosse apresentada como consulesa da França, e aí era ‘ah, querida!’.
Eu tinha de receber 6 mil pessoas por ano na residência consular, era um trabalho duro (risos). Havia eventos para 400 pessoas, jantar de oito pessoas, três vezes por semana. Precisa ser a borboleta feliz, mas sendo antenada, porque a pessoa à sua direita ou à sua esquerda vai conversar com você. De manhã, eu podia estar visitando as presas francesas no Butantã e, no almoço, estar sentada ao lado do CEO da Air France. Era muito interessante poder entender de todas as dimensões dos franceses daqui. Não estávamos aqui só para os franceses da elite.
E você conseguiu um lugar de protagonismo.
Sim, e o maior empoderamento feminino, eu sempre falo, é o econômico. Acho que meu maior sucesso no Brasil foi me empoderar economicamente, entender quanto isso é muito confortável para promover ações sociais. Quando você está na sobrevivência, precisando pagar seus boletos, não tem tempo para ser militante, ativista, agir, fazer. Fico feliz de ter entendido que consigo fazer muito mais quando estou bem financeiramente.
E o que a fez decidir continuar morando no Brasil?
O Brasil me mostrou que eu podia ter um lugar de atuação, onde sou útil, eficaz e me sinto parte de uma mudança que quero ver no mundo. Não é que me tornei minha melhor versão, mas pelo menos até agora me senti parte desse mundo, o que não era o caso no meu país. Lá me sentia como apresentadora de TV, e ninguém sabia realmente o que eu achava, o que eu pensava. Eu era a cota negra no canal público e só podia falar de música ou esportes, não era livre para falar de outros assuntos. Ou estava num programa de política, mas num canal público afro. Quando conheci meu esposo, eu não podia mais apresentar esse programa, porque ele era conselheiro do Sarkozy. Havia conflito de interesses. Quando eu era consulesa e tinha de me silenciar, não podia falar com a mídia brasileira. Então, decidi me posicionar e não me calar, e foi magnífico porque consegui conquistar um espaço para expressar minha voz e percebi que sensibilizei muita gente que pensava como eu.
Você foi fundadora do Fórum Protagonismo Feminino. Desde a primeira edição, o que é tratado no evento?
O que era importante é que eu queria tratar do racismo sem falar de racismo. Então, convidava médicas, advogadas, juízas federais negras para subir ao palco e contar as micro humilhações pelas quais elas passavam, justamente para desconstruir essa narrativa de que só os negros que estão embaixo da pirâmide que sofrem racismo. Todas essas micro humilhações pelas quais um branco não passa e acha que não existem. O fórum permaneceu nesse formato, de dar voz a essas mulheres. Depois, criei a plataforma Protagonizo para ajudar os departamentos de Recursos Humanos a encontrar profissionais negros. Eu sempre ouvia dos RHs que eles não encontravam negros formados. Fomos finalistas do Prêmio Oi como melhor aplicativo do ano (em 2018).
Atualmente, essa missão continua de outra forma, certo?
Hoje com uma ONG, a Afro Talentos. O interessante foi perceber que há as multinacionais que querem contratar a diversidade, existem negros que se formaram, mas falta a eles autoestima para conseguir se apresentar para essas vagas. A ONG faz esse tipo de treinamento, para melhorar a comunicação deles, seu branding pessoal, a forma de elaborar o currículo.
Somos três idealizadoras nessa jornada: eu, Mylène Ramos e Graciane Martins. Outro projeto que também me dá orgulho é um para o Bradesco em que ajudo as mulheres a subir para a alta liderança. O que tenho percebido é que, quando uma mulher branca sobe na estrutura, mesmo com seus privilégios, percebe a questão da equidade de gênero. De certa forma, a mulher branca, quando ascende, também quer trazer a questão da equidade racial, de pessoas com deficiência, de LGBTQIA+. Elas acabam sendo grandes aliadas.
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Você se destacou como consulesa na época, mas normalmente nessa posição a mulher só é vista como a esposa do cônsul...
Fotos: Luis Vilela
Fotos: Luis Vilela
IMERSÃO Amazônica
Hotel-design na selva ou acampamento de luxo flutuante?
Nas duas opções, o visitante tem a experiência de conviver com as belezas da região. Caminhadas na floresta, visitas a comunidades ribeirinhas ou indígenas e cozinha regional entram no roteiro
A imensidão amazônica só se materializa quando se está lá, em meio à floresta. Circulando de barco pelo rio ou em veículos pelas estradas, horas se vão e você percebe que só percorreu um traço do território. É tudo tão grande e desconhecido para quem vive em áreas urbanas do país que pode parecer difícil de conhecer. Nada que um bom plano de viagem não resolva.
Dormir dentro da Amazônia é a primeira dica. Hospedar-se em Manaus e fazer bate-e-volta não possibilita a imersão necessária para sentir o ritmo da floresta. Um roteiro pode incluir desde um hotel de selva até um glamping (espécie de acampamento de luxo) flutuante pelo Rio Negro, sempre com sabores regionais. Além do formato, a época da visita é outro dado a ser levado em conta. Há duas estações bem definidas: inverno, quando chove mais; e verão, com menor incidência pluvial. No Amazonas, a cheia vai de dezembro a junho, e a seca ocorre no restante do ano.
Portanto, o que se vê muda de uma temporada para outra. Na seca, aparecem ilhas ou bancos de areia com praias de água doce. Quando tudo está alagado, surgem cursos d’água e muitas árvores ficam apenas com a copa de fora. As empresas que recebem viajantes adaptam os roteiros ao período da visita. Os passeios apresentam a fauna e a flora, com botos, jacarés, castanheiras e cipós d’água, entre os representantes.
Além da biodiversidade, o turista conhece comunidades indígenas ou ribeirinhas, podendo comprar artesanato produzido pelos moradores. Passeios assim costumam estar incluídos em pacotes contratados em hotéis ou barcos com acomodação para turistas. As opções oferecidas variam conforme a extensão da permanência. Às margens do Rio Negro, o Mirante do Gavião Amazon Lodge organiza saídas para seus hóspedes explorarem a região. Num deles, o barco percorre alguns rios no Arquipélago de Anavilhanas.
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Nathalia Molina
Foto: Carol Caminha
Foto: Belo ShabonoCarol Caminha
No Mirante, os pacotes recebem nomes de gaviões e duram até seis dias. De três dias, o Gavião Caboclo dá direito a passeio de voadeira, focagem de animais noturnos e visita a uma comunidade local. Todos os roteiros incluem refeições e traslados a partir de Manaus. Localizado no município de Novo Airão, o hotel pode ser acessado por estrada asfaltada e fica distante em torno de 2h30 de carro da capital amazonense. Ou o viajante pode ir até lá de barco — os donos do lodge estão à frente da Expedição Katerre, viagem de navegação pelo Rio Negro com duas embarcações. Os programas mais curtos, ao Parque Nacional de Anavilhanas e à Reserva Apuaú, levam quatro dias. O segundo contempla passeio de voadeira em igarapés, cachoeiras e pernoite em acampamento na selva.
A navegação e a construção naval estão bem presentes na cultura de Novo Airão. Por isso, os telhados do hoteldesign Mirante do Gavião lembram os cascos de barcos amazônicos: das habitações ao restaurante CamuCamu, onde o que é servido brilha tanto quanto a arquitetura. A culinária local incorporada ao contemporâneo menu da chef Debora Shornik (à frente do restaurante Caxiri, em Manaus) casa perfeitamente com a carta de drinques do especialista Alê D’Agostino.
O conforto nos ambientes e nos quartos, com decoração integrada ao lugar, somam-se a comodidades como wi-fi e piscina.
As refeições estão mais para banquetes regionais no Belo Shabono, com um desfile de pratos típicos e peixes
amazônicos, como tambaqui e pirarucu. Construído por artesãos locais em 2017, ele recebe grupos de no máximo dez pessoas (conhecidas entre si) para incursões flutuantes.
Proprietária do barco, a Belo Brasil Tours usava a embarcação para mostrar a floresta a estudantes estrangeiros — a empresa acumula mais de 20 anos de experiência em intercâmbio. Com a pandemia, o negócio foi remodelado para atender também o público de viagens, desde o fim de 2021.
O roteiro mantém o clima de acampamento, mas com estrutura completa. Não apenas por cabines de chuveiro, banheiros e pias, os viajantes também têm louça bonita, roupa de cama e banho de qualidade e funcionários à disposição para cuidar dos detalhes. Os sofás do dia viram camas à noite, num espaço coberto, aberto nas laterais. Dormem e acordam sentindo a floresta. É um convite ao slow travel, tendência pós-pandemia para desacelerar mentes saturadas pela correria.
Uma viagem à Amazônia é diferente em vários aspectos, a começar pelos preparativos. Por se tratar de um ecossistema complexo, hotéis e agências costumam fornecer aos visitantes uma cartilha sobre cuidados e precauções que devem ser tomados para conhecer a região. Para os mais independentes, que fazem tudo por conta própria, pode ser um desafio se render a passeios programados.
Mas, assim como o mar deve ser respeitado por quem o visita, a floresta também. Ali sabem mais os nativos. Seguindo as instruções dadas por quem recebe os viajantes, tudo se torna mais simples. O visitante pode, então, apenas aproveitar o trajeto e aprender sobre um novo mundo, que mora aqui mesmo, dentro do Brasil.
Dicas
Preparativos
Vacinas:
Além da imunização contra a covid-19, o viajante deve se vacinar contra a febre amarela com, no mínimo, dez dias de antecedência.
Proteção:
Leve protetor solar e um boné ou chapéu. Dê preferência a um com amarração embaixo do queixo para não sair voando no passeio de barco.
Roupas:
Mesmo com o clima quente e úmido, camiseta de mangas compridas e calça podem ser usadas em caminhadas na mata para evitar arranhões na pele. Tênis confortáveis e impermeáveis são os mais úteis. Não esqueça de levar roupas de banho para entrar no rio.
Cuidados:
Nas trilhas e em terra firme, use repelente. Dentro ou sobre o Rio Negro, a acidez da água espanta os mosquitos. Nunca se apoie em árvores para descansar, já que existe o risco de ser picado por um animal.
SERVIÇO
Mirante do Gavião Amazon Lodge:
O pacote mais em conta até 19/12 custa a partir de R$ 5.220 (três noites) por pessoa em quarto duplo, com traslados de Manaus, passeios e refeições.
Site: mirantedogaviao.com.br
Expedição Katerre:
Os programas dão direito a saída e chegada à capital amazonense, passeios, refeições, água, suco, cerveja e caipirinha, cabine com banheiro e arcondicionado e documentário em vídeo.
Até 25/12, custa a partir de R$ 10.355 (três noites) por pessoa em acomodação dupla.
Site: katerre.com
Belo Shabono:
O preço por pessoa custa a partir de R$ 1.604 (uma noite), sempre com um mínimo de cinco pessoas para a saída.
O grupo de viajantes deve consultar a disponibilidade na data desejada.
A tarifa inclui acomodação, passeios, refeições e bebidas não alcoólicas e cervejas regionais.
Site: beloshabono.com.br
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Foto: Carol Caminha
Carol Caminha
Foto:
De portas reabertas
Quase dez anos fechado, o Museu do Ipiranga é reinaugurado depois de passar por intenso processo de restauração e ampliação; instalações estão mais modernas e inclusivas
Adriana Del Ré
Foram quase dez anos de portas fechadas para o público. Em 2013, o Museu do Ipiranga, em São Paulo, interrompeu suas atividades abruptamente. Na época, rachaduras no teto do salão nobre deram o sinal de alerta para a direção do museu. Havia a preocupação de que uma laje pudesse se soltar enquanto algum visitante ou mesmo funcionário transitasse pelo local. Por isso, a decisão rápida. “Através de um diagnóstico, viuse que a estrutura estava preservada, mas, de todo modo, havia ali esse risco, e a opção foi fechar antes uma tragédia”, conta o vice-diretor do museu, Amâncio Jorge de Oliveira.
Depois de passar por um longo processo de restauração, ampliação e modernização, o museu foi reaberto no dia 7 de setembro deste ano, data escolhida a dedo, já que nesse dia foi celebrado o Bicentenário da Independência do Brasil. Para marcar a inauguração do novo Museu do Ipiranga, foram montadas 12 exposições, sendo 11 de longa duração e uma mostra temporária, ocupando o espaço expositivo cujo tamanho foi triplicado.
As mostras de longa duração estão divididas em dois eixos temáticos: Para Entender a Sociedade e Para Entender o Museu. Já a exposição de curta duração, Memórias da Independência, permanecerá aberta por quatro meses a partir de novembro.
No total, estão expostos cerca de 3.162 objetos que pertencem ao acervo do museu, além de 562 itens de outras coleções e 76 reproduções e fac-símiles. São pinturas, esculturas, objetos, móveis, moedas, documentos textuais, fotografias, objetos em tecido e madeira. A maior parte das peças é originária dos séculos 19 e 20, mas há também itens da época do Brasil colonial. Todo o acervo foi restaurado, incluindo os itens de grande porte, como as maquetes e o icônico quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo.
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Foto: Natalia Cesar
Foto: José Rosael
Acolhimento
Mesmo com o número recorde de acervos expostos, a grande atração mesmo é a nova estrutura do Museu do Ipiranga. Tombado pelo patrimônio histórico,oEdifícioMonumento passouporamplarestauração, incluindo os 7,6 mil m² da fachada. Simultaneamente, aconteceram as obras do Edifício Ampliação.
Nessa nova área ampliada está o setor de acolhimento, que foi projetado para integrar os espaços entre o EdifícioMonumento e o Jardim Francês e para também receber o público. Ali estão concentrados bilheteria, livraria da Edusp, auditório para 200 pessoas, espaços para atendimento educativo,
cafeteria e loja, além de uma grande sala destinada a exposições temporárias. Com esses pontos de apoio, o visitante consegue passar mais tempo nas instalações do museu, diferentemente do que acontecia antes.
Outra novidade é que as salas expositivas agora são conectadas. “Antes você entrava numa sala, saía, ia para o corredor e entrava em outra sala. Agora não, elas são interligadas.
O trajeto é pensado do ponto de vista intelectual mesmo”, comenta Oliveira. “Na parte superior, áreas que não eram acessíveis passaram a ser por causa da arquitetura. Além
disso, há um mirante novo em que você consegue ver em 360 graus aquela área lindíssima. Então, a combinação do Jardim Francês com a parte nova e o fato de você ter também toda uma trajetória mudaram completamente o percurso e a imersão no museu.”
O novo museu também quer ser uma referência no que diz respeito à acessibilidade. Não apenas do ponto de vista do deslocamento, mas também num sentido mais amplo, pensando nas pessoas com deficiência. “Se você quiser, por exemplo, desativar a audiodescrição, pode desativar, mas o padrão é ativado. Então, é muito acolhedor nesse sentido.”
Desafios
Apesar de estar fechado desde 2013, o Museu do Ipiranga só começou a ser restaurado e ampliado a partir de 2019. O vice-diretor conta que uma série de fatores contribuiu para a demora na reabertura do local. “Eu diria que o primeiro fator foi a própria preparação de esvaziamento do museu. É um museu que tem uma coleção muito grande e muito complexa por várias razões. Por exemplo, a dimensão de algumas peças de alguns acervos é enorme, não tem nem como removêlas do museu, por isso tiveram de ser restauradas lá”, explica ele.
“A outra complexidade tinha a ver com o fato de que foi necessário
alugar casas ao redor do museu para podermos fazer o acondicionamento.
Todo o trabalho é extremamente complexo, não só curatorial, mas no sentido de conservação, planejamento”, complementa. Além disso, houve demora no início da captação de verba para a reforma.
O projeto custou cerca de R$ 250 milhões no total, grande parte desse valor foi obtido via Lei Rouanet e envolveu de 450 a 500 trabalhadores.
A pandemia não chegou a paralisar os trabalhos, mas gerou atrasos. “Isso por causa do controle muito rigoroso e do cuidado com os funcionários, que são os grandes responsáveis pelo êxito dessa obra. Quando havia casos de
contaminação, tínhamos de substituir a equipe de forma muito cuidadosa.”
Depois de enfrentar tantos desafios, o Museu do Ipiranga voltou à ativa gerando grande expectativa do público – a ponto de os ingressos para a reabertura se esgotarem em menos de uma hora. “Antes o museu recebia 300 mil pessoas por ano, agora a perspectiva é de 900 mil pessoas, triplicando sua capacidade”, diz Oliveira. “Estamos falando de 12 exposições, e um local com muitos recursos de acessibilidade e tecnologia. Isso também coloca o desafio de se ter uma equipe muito complexa para poder gerenciar o museu nessas diferentes dimensões.”
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Foto: José Rosael
Foto: Heloisa Bortz
Museu do Ipiranga
De terça a domingo, das 11h às 17h. Lote semanal de ingressos toda sexta-feira, às 10h, no site museudoipiranga.org.br ou na plataforma Sympla.
Entrada apenas mediante agendamento prévio. Entrada gratuita até 6 de dezembro, com limite de 4 ingressos por CPF.
Crianças de até 6 anos, acompanhadas dos pais ou responsáveis, não precisam de ingressos.
Oásis de gastronomia & arte
Recém-inaugurado no Museu do Amanhã, o restaurante Casa do Saulo, do premiado chef Saulo Jennings, leva para o Rio de Janeiro o melhor da cozinha do Pará
Adriana Del Ré
As amplas janelas envidraçadas oferecem uma visão privilegiada para o espelho d’água à beira da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Já o cardápio oferece o melhor da culinária tapajônica, “importada” da região amazônica. Só por essa descrição, o restaurante Casa do Saulo, por si só, já seria um destino obrigatório no Rio não só para turistas como também para os próprios cariocas. No entanto, há um elemento que torna o estabelecimento ainda mais atraente: ele funciona dentro do Museu do Amanhã.
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Foto: Natalia Cesar
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Dessa forma, o público encontra num só lugar o melhor da gastronomia regional e uma programação cultural de qualidade — como se desfrutasse de um oásis na agitada capital fluminense. Depois de visitar a exposição “Amazônia”, do aclamado fotógrafo Sebastião Salgado, que ficará em cartaz até 29 de janeiro, ou participar de alguma atividade do museu, o visitante pode fazer uma pausa na Casa do Saulo, escolher um dos pratos elaborados pelo premiado chef Saulo Jennings e ainda apreciar um dos belos cartões-postais da cidade.
A Casa do Saulo no Museu do Amanhã é a primeira filial fora do Pará. Existem outras três unidades, sendo duas delas em Belém e uma em Santarém — em 2018 e 2019, o restaurante foi eleito o melhor da Região Norte pela revista Prazeres da Mesa. O chef Saulo foi convidado para comandar o que seria o novo restaurante do museu, que manteve o espaço fechado por dois anos por causa da pandemia. A nova unidade foi inaugurada em abril deste ano.
“A experiência de estar dentro do museu é incrível. É um local altamente turístico”, descreve Saulo. Outros museus do Brasil e do mundo também são conhecidos por abrigar restaurantes bem avaliados, como forma de ofertar conforto e praticidade a seus visitantes (veja no box ao lado).
Entre os destaques do cardápio, o chef paraense indica o Pato no Tucupi, preparado com coxa de pato ao caldo de tucupi com jambu, arroz e farinha de mandioca (R$ 94,90); o Casa do Saulo, à base de filé de pirarucu grelhado ao molho de castanha-do-pará, banana-da-terra e camarão-rosa com arroz e farofa (R$ 92,90); e o Costela Santarém, feito com costela de tambaqui frita, cebola e mix de pimentões salteados na manteiga de ervas e limão-siciliano com risoto de feijão Santarém (R$ 86,90). As três opções servem uma pessoa, mas o menu também traz pratos que podem ser partilhados por duas pessoas.
Roteiro gastronômico em outros museus
Prêt no MAM.
Instalado no Museu de Arte Moderna, em São Paulo, o restaurante tem vista para o Jardim de Esculturas, para a Marquise do Parque do Ibirapuera e para a Oca. Oferece bufê de terça a sexta, a R$ 73 por pessoa, e aos sábados, domingos e feriados, a R$ 80 por pessoa. No menu, há opções de sanduíches, sobremesas e bebidas. Parque do Ibirapuera, s/n, portão 3, Parque Ibirapuera.
A Bananeira.
Situada no subsolo do Masp (Museu de Arte de São Paulo), o restaurante também investe em cozinha brasileira autoral, sob o comando da chef Manuelle Ferraz. No almoço, há o prato do dia, como feijoada às quartas e moqueca de peixe às sextas, além de outras opções. Há ainda pratos vegetarianos ou veganos todos os dias. Avenida Paulista, 1578, 2º subsolo.
Le Georges.
No topo do Centre Pompidou, em Paris, o restaurante combina uma vista privilegiada da Cidade-Luz (inclusive da Torre Eiffel) com gastronomia saudável e sofisticada. É possível almoçar ou jantar no local, com direito a menu de sobremesas sazonais, ou pedir um coquetel no bar. Place Georges Pompidou, 75004.
“Nossa especialidade é o que eu intitulo de culinária tapajônica, mas não deixando de ser uma culinária amazônica, só que a Amazônia é muito grande. Temos a culinária amazonense, de Manaus, que usa muito o tucumã, que é uma fruta que tem um caroço com coquinho dentro; a culinária paraense, que é mais focada em Belém; a culinária marajoara, que é de Marajó; e a culinária tapajônica, que é mais servida com peixes assados em brasa, que é a piracaia, específica daquela região; o piracuí, que é a farinha de peixe; o aviú, que é o microcamarão, assim como outras técnicas ancestrais e originais da Amazônia”, explica o chef
Apesar da distância com o Pará, Saulo preza por usar ingredientes originais nos pratos servidos em sua filial no Rio. Ele conta que todos os insumos,
proteínas, ervas, farinhas, entre outros itens, são enviados pela matriz e chegam ao seu destino por intermédio de duas companhias áreas parceiras.
“A gente já encontra no Rio alguns ingredientes que eu utilizo, mas não têm a mesma origem nem muito menos a mesma valorização das comunidades com as quais eu já trabalho. Então, prefiro mandar muito mais pela valorização dessas comunidades, dessas famílias que produzem para gente todos os insumos originais da região.”
Depois da inauguração da Casa do Saulo no Museu do Amanhã, Saulo passou a se desdobrar para cuidar com a mesma atenção de todos os seus restaurantes.
“Eu me divido agora entre três cidades: Santarém, com a Casa do Saulo matriz, onde tudo começou, lá a gente tem uma pousada, dois barcos-hotel
e uma empresa de turismo; Belém, com a Casa das Onze Janelas e o restaurante Quinta das Pedras; e Rio, com a Casa do Saulo do Museu do Amanhã”, comenta.
“Então, normalmente, fico uma semana em cada cozinha, tento me dividir igualmente por todas, fazendo novas receitas, falando com os clientes e olhando a gestão como um todo. Mas sempre dentro da cozinha para manter a qualidade dos nossos pratos, junto com minhas sous chefs, que são todas mulheres.”
Restaurante Casa do Saulo Museu do Amanhã
Praça Mauá, 1, Centro De terça a domingo, 12h às 18h.
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Foto: Leno Picanço
Foto: Albert Andrade Foto: Lorrana Penna
Inspirado no que há de mais moderno em arquitetura, paisagismo e design de interiores.
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na Avenida das Nações Unidas, nº 14.261, Ala B, 14º andar, Condomínio WTorre Morumbi, Vila Gertrudes, CEP 04794-000, inscrita no CNPJ/MF sob nº 34.583.520/0001-96. Projeto arquitetônico: Königsberger Vannucchi Arquitetos Associados. Projeto paisagístico: Cardim Arquitetura Paisagística. Projeto paisagístico: EDSA – Criação Conceitual do Paisagismo. Projeto de arquitetura de interiores: Roberto Migotto Arquitetura de Interiores. Memorial de Incorporação registrado sob o R.06, da matrícula nº 201.003, em 20.10.2022, do 4º Oficial de Registro de Imóveis de São Paulo/SP e Patrimônio de Afetação averbado sob Av.07 da referida matrícula. As informações constantes no memorial de incorporação e nos futuros instrumentos de compra e venda prevalecerão sobre as divulgadas neste material. As informações referentes às estimativas orçamentárias das despesas condominiais são meramente ilustrativas e poderão sofrer alterações após as realizações das assembleias de instalação dos condomínios. Todas as imagens e perspectivas aqui contidas são meramente ilustrativas. As tonalidades das cores, formas e texturas podem sofrer alterações. Os acabamentos, quantidade de móveis, equipamentos e utensílios
BREVE LANÇAMENTO Foto produzida no espaço do Roberto Migotto - CASACOR São Paulo 2022 Foto ilustrativa. Perspectiva Ilustrada Preliminar do Detalhe da Fachada. REALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO: FALE COM O NOSSO CONSULTOR DE VENDAS INTERMEDIAÇÕES: 500M 2 5 SUÍTES
Visite nosso espaço conceito: Rua Bueno Brandão, 257 Vila Nova Conceição serão entregues conforme o memorial descritivo do empreendimento e projeto de decoração. Os móveis e utensílios são sugestões de decoração com dimensões comerciais e não fazem parte do contrato de aquisição da unidade. As medidas dos apartamentos são internas e de face a face. A vegetação exposta é meramente ilustrativa, apresenta o porte adulto de referência e será entregue de acordo com o projeto paisagístico, podendo apresentar diferenças de tamanho e porte. As vistas do entorno apresentadas nas ilustrações artísticas são aproximadas e imprecisas, ou seja, meramente ilustrativas e podem não corresponder exatamente à realidade presente ou à realidade no momento da entrega. A incorporadora não se responsabiliza pelas construções vizinhas ao empreendimento. Itens como acréscimo nas edificações existentes no entorno, aberturas de janelas, alterações de afastamentos, entre outras condições dos imóveis de terceiros podem ser verificados no local, cabendo ao Poder Público fiscalizar a regularidade das construções vizinhas ao empreendimento. Demais informações estarão à disposição no futuro plantão de vendas. Este material é preliminar e está sujeito a alteração sem aviso prévio. Intermediações: Tegra Vendas. Creci J-28.638. EMPREENDIMENTO BUENO BRANDÃO 257
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SINGULAR
CHEFS ENGAJADAS
Mulheres conquistam cada vez mais espaço na cozinha profissional e chamam a atenção também pela defesa de causas e projetos sociais
Luciana Mastrorosa
Foi-se o tempo em que as mulheres ficavam nos bastidores da cozinha. Cada vez mais, cozinheiras e chefs se destacam à frente de restaurantes, com cardápios assinados por elas e que refletem seus desejos, sonhos e aspirações. Isso tudo sem deixar de lado questões sociais e debates bastante relevantes e atuais no Brasil e no mundo, como a ancestralidade e o direito à alimentação justa e saudável para todos.
Nesse cenário, nomes como o de Janaína Rueda e Tanea Romão, de São Paulo, e Dandara Batista, do Rio de Janeiro, despontam como sinônimo de uma cozinha cheia de riquezas de sabor, ingredientes e técnica, cada uma na sua praia.
Dandara, de 37 anos, atua como jornalista há 13 anos e, nos últimos sete, dedica seu tempo ao projeto gastronômico Afro Gourmet. A iniciativa começou de forma itinerante, fazendo parcerias com restaurantes e hotéis — a ideia inicial tinha como objetivo resgatar a importância da gastronomia africana e demonstrar sua grande influência na culinária brasileira.
Para dar vazão ao projeto, a chef fez diversas viagens ao continente africano e trouxe influências variadas para seu restaurante, aberto em agosto de 2018. Além disso, a chef também se dedica a levar essa experiência para outros estados do país, com apresentações e workshops.
“Eu quero continuar propagando a importância da gastronomia de países africanos para a culinária brasileira. Dar a essa gastronomia a importância e a valorização que ela merece. Espero que possamos ter vários restaurantes como o Afro Gourmet no Brasil”, defende ela.
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Foto: divulgação Foto: divulgação
SABORES DA ÁFRICA NO RIO
DE JANEIRO
“O apagamento histórico da África em nossa cultura se deu de várias formas, e na gastronomia não foi diferente”
TEM MULHER NA COZINHA E NA RUA TAMBÉM
Também engajada, Janaína Rueda é bem conhecida do público paulistano. Recentemente, a chef, de 47 anos, anunciou que seu casamento de mais de 20 anos com o também cozinheiro Jefferson Rueda havia chegado ao fim. Mas a parceria, não. E, assim, ela segue firme em seus projetos sociais sem soltar as rédeas dos outros empreendimentos que divide com Jefferson, como A Casa do Porco, eleito este ano o 7º melhor restaurante do mundo, e o Bar da Dona Onça.
Além de fazer um resgate da essência africana na gastronomia e, com isso, fortalecer essas raízes tão importantes para o Brasil e para sua própria história pessoal, Dandara atuou em outras causas sociais. Durante a pandemia, por exemplo, colaborou com doação de cestas básicas à comunidade do Andaraí, onde nasceu.
“A gastronomia de países africanos sempre me interessou e me encantou. Sempre cozinhei pratos que tinham essa referência, mesmo antes de viajar pelos países que visitei.
Sempre digo que foi através da comida africana que me conectei com minha ancestralidade. Com a qual, infelizmente, por causa desse apagamento histórico sofrido pela população negra, ainda não tinha tido contato”, lembra ela.
Em sua busca por conhecimento e volta às origens, Dandara viajou para Angola, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde, e segue pesquisando tudo o que consegue sobre a comida africana. Dentre os pratos que serve em seu restaurante, destacam-se o mafê de frango, típico de Senegal;
o mufete, de Angola; o arroz jollof, da Nigéria; e o caril de camarão, de Moçambique.
Segundo a chef, os ingredientes africanos são bem fáceis de encontrar por aqui, pois uma das bases da gastronomia brasileira é a africana. Os preparos das refeições são diferentes, mas muitos ingredientes são comuns, segundo ela.
“Tenho muita satisfação em trabalhar com essa gastronomia em poder falar sobre ela para que mais pessoas a conheçam”, finaliza.
No inverno deste ano, inclusive, Janaína e uma equipe só de mulheres assinaram o menu “Da Roça para o Centro”, na Casa do Porco, sucesso para lá de comentado na mídia e nas redes sociais. “A experiência ‘Da Roça Para o Centro’ ficou ainda mais feminina neste último menu. Ele fala sobre nossas conquistas, dores, reconstrução, recolhimento e reconhecimento, além da retratação social que precisa ser dita nesses anos em que as mulheres foram postas a cozinhar em seus lares, sendo escondidas e deixando de ser protagonistas nas cozinhas profissionais”, diz Janaína.
A chef faz questão de lembrar que, apesar de praticar o que chama de “cozinha de assinatura”, que reflete muito do seu estilo e de sua marca pessoal em relação aos alimentos, não deixa de ser uma cozinha “acessível a todos, seja uma simples porcopoca (uma espécie de ‘pipoca’ de torresmo), um sanduíche, um cachorro-quente”, afirma ela.
“A alta cozinha pode ser percebida em detalhes, como ótimos ingredientes e preparos feitos com amor e consciência. Incluir, diversificar e atender o máximo de pessoas possível”, esse é o objetivo da chef
Além do trabalho que realiza em seus diversos empreendimentos gastronômicos, Janaína não abre mão de se envolver em ações solidárias. Afinal, ela mesma já passou muita dificuldade na vida e sabe como é estar nesse lugar. Por isso, também é madrinha de um projeto contra a fome no centro de São Paulo, o Pão do Povo da Rua, ajudando a combater a fome que cresce entre a população em situação de rua na capital paulista.
“Eu nasci num cortiço onde tinha de dividir um banheiro com inúmeras famílias. Compartilhar comida era uma consequência e uma necessidade do dia a dia. Todas as ações que chegam a mim, se eu puder estar, vou estar, por gostar de compartilhar e trocar energia com os meus semelhantes”, afirma ela. “Eu não sou uma mulher centralizadora, só sei trabalhar no coletivo. E ações sociais só podem ser realizadas quando entendemos o coletivo”.
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Foto: divulgação
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Thomas Baccaro
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COZINHA CAIPIRA
NO MEIO DA LAPA
Assim como Janaína, também na capital paulista, a chef Tânea Romão, de 55 anos, serve uma comida afetiva e bastante focada em suas origens em seu restaurante Casa da Tânea, no bairro da Lapa, zona oeste de São Paulo. Sua história na cozinha começou há mais de 20 anos, depois de deixar uma carreira na indústria metalúrgica e começar a mergulhar em si mesma e em sua ancestralidade para entender quem ela é e aonde quer chegar.
“Comecei na gastronomia profissional em 2000, por causa de um desejo de sair de São Paulo. Eu trabalhava
numa metalúrgica desde os 14 anos, queria me mudar”, conta Tânea. A partir desse desejo, começou sua trajetória gastronômica ao mesmo tempo que se descobria como mulher preta, observando de perto sua ancestralidade e identidade, que ficaram ocultas de si mesma até a chef completar 40 anos de idade.
“Quando mudei para Gonçalves (MG), me vi cercada de natureza e comecei a pensar em questões que nem saberia como pensar antes. Eu morava num sítio, cercada de mata nativa, e comecei a sonhar em abrir
uma pousada, um restaurante… Daí fiz diversos cursos, sempre na área da alimentação”, diz ela.
Seu primeiro passo foi com as geleias, que aprendeu a fazer e, rapidamente, transformou em ingrediente para a cozinha, e não apenas um item do café da manhã. Mais tarde, plantou a semente de seu primeiro restaurante, o Kitanda Brasil, quando começou a estudar gastronomia no Senac e deparou com um livro sobre kitandas mineiras — palavra escrita com k mesmo, do dialeto quimbundo.
“Comecei a mergulhar nas minhas
Ainda está tudo muito no começo. Este ano, as ações já se encerraram, mas estamos escrevendo o projeto, bem provável que se chame ‘Os Saberes da Serra do Espinhaço’”
origens e descobri, aos 40 anos, que era preta, e aquilo começou a mexer comigo. Quando eu quis o restaurante, entendi que queria trazer a minha ancestralidade”, afirma. Dito e feito: servindo “arroz e feijão”, como gosta de lembrar, sua primeira casa fez sucesso em Gonçalves e se tornou um passo importante para que Tânea, mais tarde, vivesse em Tiradentes, também em Minas Gerais, antes de voltar a São Paulo e abrir a Casa da Tânea.
Para completar, a chef também está desenvolvendo um projeto social em Diamantina (MG), no vilarejo de Macacos, uma vilinha com apenas 29 famílias, com o resgate de ingredientes
e preparos típicos de lá que estavam sendo deixados de lado ao longo dos anos. “A gente tem um projeto para fazer com que a comida dos quintais e da Serra do Espinhaço seja orgulho da população. Daí fiquei sabendo dessa comunidade de Macacos, em que os jovens foram embora e os mais velhos deprimiram. E decidi trabalhar com essa comunidade. Tem sido uma das coisas mais emocionantes que já vivi”, revela.
Ela sente que tudo parece muito novo, como se estivesse indo para outro país, descobrindo ingredientes que nunca viu. “A primeira vez que fui a Macacos, chegamos no domingo e todas as famílias estavam lá nos esperando com
uma mesa pronta, com broas assadas no forno de barro, galinha caipira, umbigo de banana… Aos poucos, fomos falando de comida, do que cada um gosta de comer e sente saudade, e logo todos foram lembrando e contando suas histórias, as mulheres e também os homens”, afirma ela.
O trabalho social vai começar por Macacos, mas a chef conta que várias comunidades em Diamantina são remanescentes de quilombos. E, por isso, a ideia de Tânea é avançar para outras comunidades para conhecer e resgatar tradições gastronômicas e culturais que foram se perdendo.
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Gaspar Nóbrega
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Foto: Gaspar Nóbrega
Foto: Gaspar Nóbrega
Tanea Romão Chef da Casa da Tanea
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PENSANDO COMIDA
Adriana Salay não é chef de cozinha, como ela mesma diz. Mas está sempre com os dois pés bem fincados nesse território — por gosto, por estudo ou pelo matrimônio. Explica-se: ela, que é historiadora e pesquisadora da área da alimentação, casou-se com o chef Rodrigo Oliveira, do restaurante Mocotó, em São Paulo, considerado um dos expoentes da gastronomia brasileira contemporânea.
Por isso, é natural que um de seus assuntos favoritos na vida também seja compartilhado com a família, dentro e fora do restaurante.
“Mas, em casa, quem cozinha de fato é o Rodrigo”, brinca Adriana. “Eu cuido das crianças” — e são muitas: duas do casamento com o chef e três de uniões anteriores. Ainda assim, Adriana não abre mão de continuar com suas pesquisas — está finalizando o doutorado — e com sua atuação no Mocotó e em projetos sociais nos quais o casal está envolvido.
“Comecei a pesquisar a alimentação no mestrado, um trabalho sobre identidade e consumo efetivo. Enquanto brasileiros, comemos feijão, mas eu queria investigar como estão nossas práticas alimentares e se efetivamente a gente ainda come esse feijão ou não. E aí conheci o Rodrigo num grupo de estudos multidisciplinar”, relembra ela. “A gente se conheceu, começamos a nos relacionar, comecei a atuar no Mocotó também.
Casamos, tivemos filhos, cuidei da comunicação do Mocotó durante muito tempo e hoje continuo dando aula e fazendo doutorado sobre alimentação, dessa vez estudando a fome.”
Durante a pandemia, no início de 2020, Adriana e Rodrigo começaram a pensar mais ativamente na questão da fome. Afinal, com todo mundo preso em casa e o vírus à solta, o que não faltou foi gente sem comida em casa. “Naquela época, eu já estava analisando esse tema, especialmente no período da Segunda Guerra, então eu sabia que as crises sociais geram crises de fome. Assim, a gente estava muito preocupado com o que ia acontecer. Isso foi antes do auxílio emergencial. Pensamos então no que a gente podia fazer para ajudar e começamos a distribuir marmitas.”
Mais de dois anos depois, com a pandemia já arrefecida, o trabalho social de Adriana e Rodrigo se fortaleceu. E o que começou com uma distribuição de marmitas se transformou no projeto Quebrada Alimentada. “Temos cadastros de famílias, distribuição de cestas de vegetais etc. Faço a comunicação com as famílias, e a Maísa (cozinheira do Mocotó) tem autonomia para fazer o menu. Ela faz um planejamento semanal e determina o cardápio da família. Eu fico com compras, captação de recursos, intersecção com famílias cadastradas e comunicação com essas pessoas.”
Com recursos limitados e muita demanda, não raro, Adriana e a equipe se veem diante da necessidade de tomar ações delicadas, como escolher para quem vão os insumos daquela vez.
Ainda assim, uma vez por mês as cestas básicas são entregues às famílias e as marmitas seguem sendo oferecidas todos os dias, de segunda a segunda, sempre às 11h. “Estamos com 50 marmitas todos os dias, mas chegamos a distribuir em torno de 100 mil durante a pandemia. De famílias, temos 450 cadastradas, mas a gente só consegue entregar 70 cestas por mês, composta da cesta tradicional mais hortaliças e frutas provenientes de agricultura familiar, orgânicos e agroecológicos”, conta ela.
“Vejo como inevitável minha atuação na luta contra a fome. A partir do momento que você se engaja nisso, não dá para voltar atrás”
Adriana Salay Historiadora
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Brechós
Glamourosos e Sustentáveis
Ressignificados, esses espaços unem o melhor dos mundos: oferecem peças de grife a preços mais acessíveis e ajudam a conter a poluição com a reutilização de materiais
Leonardo Pessoa
Enquanto algumas influencers não repetem uma roupa sequer, grandes personalidades do mundo surgem em eventos vestindo looks já conhecidos do público, sem nenhum constrangimento. Caso da duquesa de Cambridge, Kate Middleton. No Brasil, muita gente também embarca nesse movimento, mostrando que o consumo desenfreado de roupas e acessórios ficou démodé. Não é nada sustentável. É aí que o bom e velho brechó entra com tudo.
Mas esqueça aqueles antigos espaços, sem nenhum glamour. Ressignificados, os brechós atuais são sofisticados, organizados, contam com curadoria e atraem cada vez mais compradores de todas as idades. Nesses espaços, é possível encontrar, inclusive, peças de roupas das principais grifes a preços mais acessíveis e em estado impecável, como se tivessem acabado de sair da loja.
Além disso, os brechós estimulam a economia circular — um conceito focado na redução e na reutilização de materiais, ajudando a conter a poluição e a degradação provocados pela indústria da moda.
Para se ter uma ideia, as roupas do chamado fast fashion (produção rápida em grande escala) são utilizadas, em média, menos de cinco vezes. Já as de slow fashion (movimento contrário à produção massificada e do consumo exagerado e irresponsável) são usadas aproximadamente cinquenta vezes.
Tem mais: além de looks atemporais, diferenciados, e um catálogo de peças únicas dos anos 1980, 1990 ou até de gerações anteriores, a qualidade dos tecidos e seus acabamentos também conferem ao brechó uma estampa sustentável, pela longa duração dos itens.
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Foto: Divulgação
Além disso, caso o ritmo da produção de tecidos não diminua até 2050, ela será responsável por 26% das emissões de gases de efeito estufa, segundo o relatório “A New Textiles Economy: redesigning fashion’s future”.
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Até 2027, brechós vão superar em vendas grandes lojas de roupas”
Em entrevista à Tegra IN, a estilista e especialista em consumo consciente de moda Alessandra Ponce, autora do livro Alinhavos: o futuro do planeta está no seu guarda-roupa’, afirma que o brechó é parte da solução que buscamos para o mundo.
menos É MAIS
No Brasil, o consumo consciente vem atraindo tanta atenção que um brechó nascido em Brasília (DF), em 2007, se transformou em franquia e já chegou a 35 unidades em diversos estados, além de sete lojas próprias. De acordo com Bruna Vasconi, CEO da marca, o Peça Rara Brechó estima dobrar os pontos de venda até o final deste ano. “A mudança nos hábitos de consumo e a queda no preconceito em comprar em brechós fizeram com que o que parecia uma impossibilidade fosse se tornando uma prática crescente em todo o mercado”, diz.
A atriz Deborah Secco, por exemplo, conheceu o Peça Rara em 2019 e acabou de se tornar sócia da rede, embalada pelo consumo consciente e pelos projetos sociais apoiados. Na inaugurarão de uma unidade no Shopping Downtown (RJ), em junho, ela postou em suas redes sociais um convite a seu público: “Circular o que está parado no seu armário e encontrar verdadeiras peças raras para criar novos looks de maneira mais sustentável”.
Mais informações em: pecararabrecho.com.br
Qual a importância da nossa atitude para o consumo consciente na moda? Uma atitude mais consciente ao consumir moda é um investimento no futuro, é fazer com que seu mais valioso ativo, o tempo, seja aplicado de forma menos imediatista, na não-satisfação do desejo imediato, mas investindo em qualidade de vida também para as futuras gerações. Conhecer os processos produtivos, entender que uma única peça de roupa pode demandar até 100 processos até a sua finalização faz também com que possamos valorizar e estender a vida das peças que consumimos.
Alternativa sustentável.
Isso não é só uma onda?
Isso não é só uma tendência passageira de consumo. Até 2027, haverá mais vendas em brechós do que em grandes lojas de roupas. Outra boa notícia: o Google divulgou que a pesquisa pela expressão “roupas usadas” quase dobrou nos dois últimos anos, enquanto a procura por “conserto de roupa” aumentou 145% no mesmo período. Também houve um aumento de buscas por guarda-roupa compartilhado, customização e reaproveitamento de roupas.
Qual o papel dos brechós nesse movimento?
Estender a vida útil ao máximo de peças que seriam descartadas por não servirem mais por algum motivo. Fazer com que peças em bom estado possam encontrar novos consumidores que farão com que o final da vida dessas peças seja adiado, reduzindo o número de roupas que são enviadas diariamente aos lixões e aterros sanitários.
Por que a produção, venda e descarte do fast fashion não faz mais sentido?
É inviável manter a produção e o consumo no ritmo atual. Não só compramos mais roupas (60% a mais do que há 15 anos) como também nos livramos delas muito mais rapidamente. De cada 100 peças fabricadas atualmente, 60 vão para o lixo com menos de um ano de uso. Impossível seguir assim, não é sustentável em um médio espaço de tempo.
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Divulgação Foto: Divulgação
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Foto: Beto Jeon
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guarda-roupa estiloso ecofriendly
Selecionamos 4 brechós chiques em SP, Rio e Campinas que merecem ser conhecidos:
B.Luxo
Peças vintage garimpadas na Europa e Estados Unidos. Mais de 2,5 mil itens. Os preços variam de R$ 20 a R$ 4 mil.
Rua Augusta, 2294, Jardins, São Paulo
De segunda a sábado, das 11h às 19h. b-luxo.com.br
Trash Chic
Focado em moda feminina, com peças de grifes como Versace, Gucci, Dolce & Gabbana, Chanel. Preços sob consulta, no site.
Rua Paraguai, 21, Jardim Paulista, São Paulo De segunda a sexta, das 10h às 18h. Sábados, das 11h às 17h. trashchic.com.br
Personal Brechó
Quatro mil itens de moda feminina de marcas como Louis Vuitton, Prada, Bottega, Cris Barros, Mixed, Carol Bassi.
Preços entre R$ 1 mil e R$ 20 mil.
Avenida Ataulfo de Paiva, 706, sala 302, Leblon, Rio de Janeiro
De segunda a sexta, das 10h às 18h. personalbrecho.com
Único Brechó
Moda masculina, feminina e infantil, com mais de 12 mil peças originais. Há itens de R$ 9,99 a R$ 7 mil, dependendo do artigo e da marca.
Rua Dr. Guilherme da Silva, 383, Cambuí, Campinas. De segunda a sexta, das 9h às 18h. Sábados, das 9h às 15h. Vendas também por WhatsApp. Contatos: unicobrecho.com.br
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A hora e a vez de Carla Madeira
Escritora mineira faz sucesso com romances como Tudo é Rio e Véspera e entra para a lista das autoras que fortalecem o protagonismo feminino na literatura
Adriana Del Ré
Aos 57 anos, a mineira Carla Madeira é uma das principais escritoras brasileiras do momento. Apesar de seu primeiro livro, Tudo é Rio, ter sido lançado em 2014 pela editora Quixote com relativa repercussão, só em 2021 o nome da autora se consolidou no mercado editorial. Isso porque, no ano passado, Tudo é Rio ocupou o segundo lugar no ranking dos títulos de ficção mais vendidos — atrás apenas de Torto Arado, de Itamar Vieira Junior —, depois de ganhar nova edição pela Record, uma grande editora.
Também pela Record, Carla lançou em 2021 seu terceiro livro, Véspera, e vai relançar o segundo romance, A Natureza da Mordida, outra obra da sua época de editora Quixote. Atualmente esgotado, A Natureza da Mordida passa por revisão e deve retornar às livrarias entre outubro e novembro. “A história é a mesma, mas mudei principalmente os dois primeiros capítulos, porque achava que tinha de estabelecer um vínculo emocional já de cara entre as duas personagens”, explica Carla, referindo-se às protagonistas Olívia e Biá, uma jornalista e outra psicanalista,
Tudo é Rio também traz protagonismo de personagens femininas, Lucy e Dalva, vértices de um triângulo amoroso. Enquanto isso, Véspera se diferencia um pouco dos dois livros anteriores nesse lugar, segundo a autora. O livro tem a forte presença dos irmãos gêmeos Caim e Abel num tempo passado — e um episódio de abandono de uma criança no presente, o que dá início à trama.
“O feminino é muito mais intuitivo para mim. O masculino me coloca alguns desafios de observação, dessa coisa de se colocar no corpo do outro, no jeito de ser do outro. Mas acho que Véspera já trouxe bem mais desse jeito de conduzir o masculino.”
Tudo é Rio e Véspera vão virar produções audiovisuais. Já está acertado que Véspera vai inspirar uma série; e Tudo é Rio está em fase de negociação.
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Charnizon
Foto: Marcia
Estreia como escritora
Nascida em Belo Horizonte, onde vive até hoje, Carla se formou em Jornalismo e Publicidade, depois de abandonar o curso de Matemática, e se tornou um nome importante na área de publicidade à frente da agência Lápis Raro, na capital mineira. Sua incursão pelo universo literário aconteceu por obra do acaso.
“Fui para a literatura muito mais por causa da música. Quando era novinha, entrei numa de tocar violão. Tinha obsessão pela música. Cantar, compor. E na música minha referência de mulher era Rita Lee. Eu adorava aquele humor nas letras dela, aquela irreverência. Aquilo me afetou muito. E todos os homens da MPB: Chico, Caetano, Noel, Pixinguinha, Clube da Esquina”, lembra a autora. “Então, o primeiro encantamento com a palavra foi pela música, e passei a adolescência tendo banda, fazendo show, cantando em bar, achando que eu ia ser cantora.”
Mãe de dois filhos, a autora vem de uma família envolvida intrinsecamente com exatas. O pai é matemático; todos os irmãos são da área de exatas. Mas também muito ligada à arte, tanto do lado paterno quanto do materno. Eram duas energias muito fortes para a escritora, ela descreve. “Quando chegou a hora de decidir qual curso superior eu iria fazer, como eu gostava de Matemática, e existia o temor na minha casa de que eu fosse artista, fui para a Matemática. Fiz dois anos e meio, mas um dia cheguei em casa e disse: ‘Não vou mais’. E fui para a Comunicação.”
Sua estreia como escritora, com Tudo é Rio, veio pelo arrebatamento do processo criativo. “Não foi uma decisão fazer um livro. Fui fazendo porque me encantei por aquilo”, conta. Carla começou a escrever esse livro no final dos
anos 1990, mas uma cena trágica, em especial, acabou paralisando a autora. Ela não sabia como sair dali. Foi uma dor tão profunda que sentiu ao forjar aquela situação em sua história que Carla deixou o livro parado por 14 anos. Quando decidiu retomá-lo, realizou mudanças pontuais fundamentais para ela, fez um mergulho intenso nele e, enfim, finalizou o livro que a consagraria.
Autora requisitada em feiras literárias após a retomada presencial dos eventos, Carla diz ser visível o atual protagonismo das escritoras no mercado editorial. Ela passou a adolescência lendo Agatha Christie e mais recentemente incluiu em sua lista de leitura de autoras como a argentina Ariana Harwicz e as espanholas Andrea Abreu e Rosa Montero.
“Estou gostando muito de ler mulheres. Ouvir essas vozes que escrevem de outra maneira. E estou achando ótimo ver muitas mulheres publicando, e esse espaço sendo defendido como todos os outros espaços que a gente vem ocupando”, avalia a escritora.
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Foto: Marcia Charnizon
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É muito bom fazer parte disso, de estar neste momento publicando”
Foto: Divulgação
CIDADES
AO
AR LIVRE
O público tem procurado cada vez mais lazer e diversão em lugares abertos. De olho nessa tendência, selecionamos três passeios imperdíveis que podem ser feitos no Rio e em SP
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Leonardo Pessoa
Foto: divulgação
Você se lembra o que estava fazendo há dois anos? Com o lockdown total ou parcial no mundo todo, em 2020 deixamos de frequentar espaços que adoramos e mudamos a relação com a natureza. De acordo com a pesquisa “Acesso aos espaços públicos durante a pandemia”, realizada em São Paulo pela ONG SampaPé, no pico da crise sanitária, 73% das pessoas disseram ter muita saudade de socializar; 62%, de passear; e 61%, de ir a eventos culturais.
Graças ao avanço da vacinação, pudemos voltar a nos reencontrar com a cidade onde vivemos, sentir o vento tocar o rosto, olhar para o céu, respirar o ar puro. Os lugares abertos, bem ventilados e arejados passaram a ser prioridade quando o assunto é diversão. E essa demanda é correspondida com mais eventos e ações do gênero.
O Parque Villa-Lobos e o Paque do Ibirapuera, na capital paulista, por exemplo, promoveram diversos eventos para quem ama se conectar com o dia e a noite ao ar livre. No primeiro, foi montado o musical Evita Open Air — em cartaz somente em julho e agosto, pelas condições climáticas —, levando centenas de pessoas a viver uma experiência inédita no Brasil, mas já consolidada em cidades como Londres e Nova York: assistir a um musical encenado a céu aberto, tendo a cidade como plano de fundo. Já no Parque do Ibirapuera o Festival Turá, com diversos artistas da música brasileira, também atraiu público ávido por estar em meio à natureza.
De olho nessa tendência, selecionamos três passeios a céu aberto que são imperdíveis — um deles em São Paulo e dois no Rio de Janeiro.
Espetáculo nas alturas
Cidade linda como o Rio de Janeiro nem precisa de filtro, não é? Vista do alto, ela ganha ainda mais cores, contornos e beleza. Para quem gosta de um pouquinho de emoção, descobrir novos ângulos e fazer fotos incríveis, um dos lugares mais legais para conhecer é a rodagigante Yup Star Rio, na região portuária.
Ao lado do AquaRio e próxima do Museu do Amanhã, a maior rodagigante carioca leva os visitantes a uma viagem fantástica: é possível avistar o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor, o Relógio da Central do Brasil, a Baía de Guanabara, a Ponte Rio-Niterói, a Cidade do Samba e o Morro da Providência. Melhor: você escolhe o horário do passeio, que vai até as 18h. Quem é apaixonado pelo pôr do sol pode se programar e assistir a um verdadeiro espetáculo do alto.
Com 88 metros de altura, a Yup Star Rio é um passeio que vale para todo mundo: em família, com os amigos, casais e até os pets são bemvindos (mas cães de médio ou grande porte precisam usar focinheira). Há rampas especiais também para cadeirantes, garantindo a segurança e o bem-estar de quem tem problemas de mobilidade.
O passeio dura cerca de 20 minutos, e cada uma das 54 cabines climatizadas comporta até oito pessoas. Além da roda-gigante, quem visita o complexo pode curtir o Star Café, levar o lanche para a cabine e comprar alguns suvenires no Star Shop.
Funcionamento:
Ingressos:
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Foto: alffoto - getty images
terça a domingo, das 10h às 18h
Rodrigo Alves, 455, Porto Maravilha
De
Localização: Av.
Adultos, R$ 59, pacotes família (4 pessoas), por R$ 179, entre outras opções
Foto: divulgação
yupstar.com.br
Refúgio em meio à natureza
Do alto para a terra, que tal visitar um dos conjuntos arquitetônicos mais bonitos e singulares do Rio? Detalhe: esse complexo histórico carioca é pouquíssimo conhecido na cidade e reserva boas surpresas. Tombado desde 1987 pelo Instituto Estadual de Patrimônio Cultural (Inepac) e revitalizado pela rede Accor, o Largo do Boticário, no Cosme Velho, transformou-se no mais novo ponto turístico da cidade, ideal para quem quer escapar um pouco do agito.
Com vegetação exuberante da Mata Atlântica, é um dos poucos lugares onde se pode ver o Rio Carioca correr a céu aberto, que nasce na Floresta da Tijuca e deságua na Baía de Guanabara. Nesse refúgio, o visitante curte a natureza, o charme e todo o encanto do casario em estilo neocolonial.
Apesar de ter se transformado num hotel da descolada bandeira JO&JOE, o Largo do Boticário reserva várias áreas não exclusivas dos hóspedes, como restaurante e bar. Uma excelente opção para caminhar, respirar o ar puro, fazer uma selfie diferente, com o Corcovado a seus pés. O nome do lugar veio do sargento Joaquim Luiz da Silva Souto, que foi um dos primeiros moradores, e era proprietário de uma botica. Foi muito frequentado por artistas, políticos, membros da elite carioca e até celebridades internacionais. De acordo com a rede, em visita ao local, Walt Disney teria tido a ideia do personagem Grilo Falante. Fora isso, o Largo do Boticário foi um dos cenários do filme 007 Contra o Foguete da Morte, rodado em 1970.
Funcionamento:
O dia inteiro. Há restaurante com café da manhã, almoço e jantar, além do pub Big Ben JOE, para curtir um drinque, das 7h às 22h
Localização:
Beco do Boticário, 26, Cosme Velho
Acesso: aberto ao público. Para reservas no hotel: (21) 2335-2600
Um belo horizonte
Impossível alguém subir ao Mirante Sesc Paulista, localizado em um dos mais famosos cartões-postais da cidade, e não ficar encantado com a vista privilegiada. Por estar numa posição em que a Paulista faz uma curva, é como se o visitante estivesse no meio da avenida, e não na lateral.
É um dos poucos espaços públicos que proporcionam visão panorâmica e do horizonte da capital. Lá de cima, é possível ver pontos conhecidos de São Paulo, a exemplo do famoso mural do arquiteto Oscar Niemeyer, pintado pelo artista Eduardo Kobra.
As visitas ao mirante, que fica a 62,45 metros de altura em relação ao solo, duram meia hora e rendem fotos de tirar o fôlego. Além da atração, no 17º pavimento, o Sesc conta com um cardápio pensado para ampliar a experiência do visitante, no Café Terraço. Ambos os espaços são acessíveis para pessoas com necessidades especiais.
O mirante fica no Sesc Paulista, entre o Itaú Cultural, a Casa das Rosas e a poucos metros da Japan House. Além de fortalecer esse eixo cultural na região, possui fácil acesso: é próximo às estações de metrô Brigadeiro e Paraíso.
Funcionamento:
De terça a sexta (das 10h às 21h30); sábados, domingos e feriados (das 10h às 18h30)
Localização:
Av. Paulista, 119, Bela Vista
Acesso:
Gratuito, mas é necessário agendar (às sextas, às 12h no aplicativo Credencial Sesc SP ou pelo Portal Sesc SP). Cada pessoa pode reservar até quatro ingressos por horário
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Foto: Dhani Borges
Foto: Gean Carlo Seno
Olhar estrangeiro, coração brasileiro
Radicada no Brasil há décadas, a fotógrafa inglesa Maureen Bisilliat eternizou em sua obra os mais diversos personagens nacionais, dos indígenas do Xingu aos sertanejos
Adriana Del Ré
A inglesa Maureen Bisilliat, de 91 anos, construiu uma admirável carreira como fotógrafa no Brasil, lançando um olhar muito particular sobre diversos personagens do país, dos indígenas do Xingu aos sertanejos, passando pelos mangueirenses da tradicional escola de samba carioca e por figuras icônicas da música nacional, como Cartola e Pixinguinha. Pela sua importância, inclusive histórica, a obra da fotógrafa faz parte do acervo do Instituto Moreira Salles (IMS) desde 2013. São 16.251 imagens no total, entre fotografias, negativos em preto e branco e cromos coloridos.
Este ano, Maureen foi tema também de uma exposição no Memorial da América Latina, em São Paulo, No escuro, É Permitido Sorrir, que reuniu imagens extraídas dos filmes Andanças e Jequitinhonha: a Última Viagem. Os vídeos registram as viagens que ela e seu companheiro, Jacques Bisilliat, fizeram por países latino-americanos e pela região do Vale do Jequitinhonha, em Minas.
Nascida em Englefields Green, na Inglaterra, em 1931, Maureen bem que poderia ter se tornado uma cidadã do mundo, mas, desde os anos 1950, fixou residência no Brasil, mais precisamente em São Paulo. É que, por causa do pai diplomata, a artista passou a infância e a adolescência de país em país, sem conseguir construir raízes nem vínculos. Além da Inglaterra, morou na Dinamarca, na Colômbia, na Argentina, nos Estados Unidos e na Suíça.
Dos Estados Unidos e Suíça, Maureen tem lembranças especiais, porque foi nos dois países que sua família permaneceu por mais anos. “Quando se é diplomata e existe uma guerra, você não é transferido para outro lugar. Então, durante a Guerra do Pacífico (nos anos 1940), ficamos nos EUA. Foi a primeira vez que fiquei mais tempo num país”, lembra a fotógrafa, em entrevista à revista Tegra IN, na sala de sua casa, rodeada por livros e objetos trazidos de suas viagens pelo Brasil e pelo mundo.
Era também o primeiro país onde ela morou fora da Inglaterra em que se falava o inglês. A família morou em Washington e, dos sete aos 14 anos, Maureen finalmente conseguiu criar laços de amizade mais duradouros. Isso até o pai ser mandado para a Argentina. Aquela nova transferência a devastou. “Chorei, foi terrível”, conta. Pouco tempo depois, eles foram para Genebra, na Suíça, onde ficaram por cerca de mais sete anos. Foi lá também que ela conheceu o primeiro marido, o fotógrafo espanhol José Antonio Carbonell.
Com Carbonell, ela se mudou para o Brasil no início da década de 50. Aprender a falar português não foi tarefa tão árdua, ela se recorda, porque já falava espanhol desde criança. Quando chegou aqui, Maureen já era estudante de pintura, o que a levou depois a passar algumas temporadas no exterior para se aperfeiçoar na técnica: em Paris, em 1955, onde estudou pintura com André Lhote e, dois anos depois, em Nova York, onde frequentou o Arts Students League.
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Juan Esteves
Foto:
Foto: Acervo de Maureen Bisilliat
Novos caminhos
Ao retornar ao Brasil, Maureen abandonou a pintura para se tornar fotógrafa. Ela conta que o marido a incentivou a se envolver nas atividades artísticas que aconteciam na Galeria Prestes Maia, em São Paulo. Foi quando começou a fotografar. “Eu achava mais interessante trabalhar no que eu chamava de ‘realidade real’, não queria inventar coisas.”
Maureen também se tornou fotojornalista, trabalhando na Editora Abril entre 1964 e 1972. Mas foi sua aproximação com a obra de escritores brasileiros que a fez mergulhar na carreira e se apaixonar ainda mais pelo Brasil, o país estrangeiro que ela adotou como seu. “O Brasil é mais minha casa do que a Inglaterra”, afirma a fotógrafa, filha de mãe inglesa e pai argentino, que é naturalizada brasileira.
O primeiro foi Guimarães Rosa, que ela conheceu através de Grande Sertão: Veredas. Sua reinterpretação da obra-prima do escritor mineiro em uma série de fotos deu origem ao livro A João Guimarães Rosa, publicado em 1966. Maureen lançou outros livros de “equivalência fotográfica”, fazendo essa ponte entre fotografia e literatura com outros autores, como Euclides da Cunha, João Cabral de Melo Neto e Jorge Amado.
Mas foi o livro com a série de fotos dedicadas ao sertão mineiro de Guimarães Rosa que chamou a atenção do sertanista Orlando Villas-Bôas. Em 1972, Orlando a convidou para fotografar o Parque Indígena do Xingu. “Ele disse para mim que queria fazer um
livro assim, todo em P&B; acabou sendo em cor, mas ali foi minha entrada com Orlando e Cláudio (Villas-Bôas, irmão de Orlando e Leonardo). Foi uma época muito envolvente.”
Maureen foi e voltou do Xingu durante quase uma década, produzindo um rico e histórico material fotográfico. “Às vezes, as pessoas me diziam: ‘Nossa, como você tem coragem?’. Não tem nada a ver com coragem. Para mim, era mais difícil não sucumbir àquela letargia do aparentemente nada a fazer. Eu não precisava de coragem nenhuma, instintivamente houve contatos de interesse dos dois lados.” Esse material rendeu livros e documentário.
Assim como outras séries fotográficas de Maureen Bisilliat, as imagens do Xingu podem ser encontradas no site do IMS, em acervos.ims.com.br.
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Foto: Maureen Bisilliat Foto: Maureen Bisilliat
Aventuras no
Quênia
Safári e hospedagem num refúgio de luxo na Reserva Nacional Maasai Mara mostram o maior deslocamento de mamíferos do planeta e os concorridos Big Five
Uma jornada guiada pelo instinto. Todos os anos, entre junho e setembro, mais de 2 milhões de animais deixam a Tanzânia no período da seca em busca de pastagens verdejantes e água fresca no vizinho Quênia. O fenômeno conhecido como a Grande Migração é considerado uma das maravilhas do mundo natural.
A travessia de 800 quilômetros realizada por gnus, zebras e outros herbívoros passa por paisagens cercadas de beleza e de riscos, oferecidos pela presença de predadores ávidos por uma refeição. Naturalmente selvagem, o espetáculo de sobrevivência atrai muitos turistas para a Reserva Nacional Maasai Mara. Ao norte desse rico ecossistema, porém, encontra-se um dos espaços mais exclusivos para testemunhar o maior deslocamento de mamíferos do planeta. Livre do fluxo intenso de carros de safári da alta temporada, o Mahali Mzuri é um requintado acampamento com apenas 12 tendas instaladas na área
de conservação Olare Motorogi, onde o número de hóspedes simultâneos é limitado. Integrante da Virgin Limited Edition, a coleção de retreats de luxo do bilionário britânico Richard Branson, ele foi eleito o Melhor Safari Lodge e Hotel Número 1 do mundo pela revista Travel + Leisure em 2021.
Realizados em veículos 4X4 abertos nas laterais, os safáris diurnos e noturnos são a principal parte do programa de hospedagem do Mahali Mzuri, cujo estafe é composto de representantes do povo local, os Maasai. Com seis homens e apenas uma mulher, o time de guias reúne especialistas no rastreamento de animais das planícies do Quênia, dos populares guepardos e búfalos aos incomuns pangolim e texugo-de-mel. Além de saídas convencionais, existe uma expedição de um dia inteiro, que permite explorar outras áreas de conservação.
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Fernando Victorino
Foto: Getty Images
Foto: Mahali Mzuri
O Mahali Mazuri está localizado a 240 quilômetros de Nairóbi. Uma hora de voo separa a capital do Quênia da pista de pouso Olare Orok. O trajeto de carro até o acampamento “eco-chic” dura 25 minutos. E pode reservar surpresas antes mesmo da chegada, como um encontro com os Big Five. Desejo de todo viajante em um safári na África, o avistamento de leão, leopardo, rinoceronte, elefante e búfalo leva dias para ocorrer em alguns casos.
Em tons de terracota, as tendas do Mahali Mzuri apresentam janelas que emolduram a savana queniana, de modo que a vida selvagem desfile diante dos olhos de quem esteja relaxando na banheira de imersão, deitado sobre a cama king size ou instalado em poltronas do deck. Nas 12 tendas, são encontrados protetor solar, repelente,
lanterna, ponchos e cobertores para as noites frias, garrafas de água quente e um minibar com lanches e bebidas.
Duas suítes são configuradas para acomodar crianças. Para elas, o programa fixo Little Warriors inclui caça ao tesouro e avistamento de bichos ao redor do acampamento, atividades realizadas mediante consentimento dos pais.
Antes da primeira peça na mala, coloque um binóculo nela. E não esqueça da roupa de banho nem do seu apetite por novos sabores. Afinal, o dia pode terminar com um mergulho refrescante na piscina de borda infinita, uma sessão de tratamentos revigorantes no spa, seguido de um jantar composto por pratos de nível internacional com influências africanas. virginlimitededition.com
Outros safáris para sua próxima viagem
Parque Nacional do Serengeti (Tanzânia)
Saídas de meio dia ou inteiro em busca de avistar animais nas planícies da Tanzânia estão entre os passeios para os hóspedes do Four Seasons Safari Lodge Serengeti. Na parte central do Serengeti, girafas, búfalos e felinos costumam ser vistos às margens do Rio Seronera. Mais distantes, as regiões de Moru Kopjes e da Cratera de Ngorongoro reservam possíveis encontros com raros rinocerontes negros. O hotel cinco-estrelas também organiza safáris de balão para outra perspectiva do parque nacional na África. As nove acomodações se dividem em seis apartamentos e três vilas privativas (casas de até dois quartos). Algumas delas permitem ver elefantes bebendo água a uma curta distância.
fourseasons.com/serengeti
Delta do Okavango (Botsuana)
A arte, o design e a criatividade africanas são celebradas no Xigera Safari Lodge, que proporciona experiências como um safári de helicóptero. Com duração de 30 minutos, o sobrevoo permite visão panorâmica do Delta do Okavango, cujas águas não desembocam no mar. As terras sempre úmidas dessa região garantem a sobrevivência de elefantes, leões, javalis e dezenas de aves, além de outras espécies animais. Suas 12 majestosas suítes apresentam cores e texturas singulares. Ainda existe a opção de pernoite na Baobab Treehouse, casa na árvore com paredes de lona que podem ser abertas para melhor contemplação da paisagem. O deque no topo da estrutura permite uma visão de 360 graus. Alimentada por energia solar e livre do uso de plástico, a propriedade integra a Beyond Green, coleção de 27 hotéis, resorts e lodges comprometidos com práticas de turismo sustentável, que faz parte do Preferred Hotel Group.
xigera.com / staybeyondgreen.com
Deserto de Kaokoveld (Namíbia)
Descubra como a vida selvagem se adaptou ao deserto da Namíbia durante uma hospedagem no Hoanib Skeleton Coast Camp, abastecido 100% por energia solar. As oito luxuosas suítes se misturam ao cenário, que remete à paisagem de outros planetas. Enquanto os safáris da Wilderness pela manhã e à tarde levam a possíveis encontros com elefantes e leões, as caminhadas ao redor do acampamento apresentam formas menores de vida e espécies vegetais que desafiam as condições mais inóspitas da região. A empresa faz também passeios de um dia inteiro rumo à Skeleton Coast, trecho em que o Atlântico se revela selvagem.
wilderness-safaris.com
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Foto: Mahali Mzuri
Foto: Getty Images
As vozes femininas se fazem cada vez mais presentes em todos os ambientes, cenários e assuntos. Uma prova disso é o grande número de podcasts feitos por mulheres e que trazem para debate os mais diversos temas, desde histórias de humor e de amor até música, carreira, crise climática, ageismo, gordofobia, entre outros. Em tempos de hiperconectividade, assunto é o que não falta para as podcasters que sempre têm muito o que dizer. Diante de tantas opções, o mais difícil, talvez, seja fazer uma boa curadoria do que ouvir.
Se sua paixão é música latina, não pode deixar de acompanhar o podcast “Conexão Latina” (disponível no Spotify, no Google Podcasts e no YouTube), em que a jornalista Belinha Almendra apresenta repertório de artistas hispanohablantes e se aprofunda em histórias sobre suas carreiras e álbuns.
“A música é um reflexo muito pulsante da cultura de cada lugar. Viajo desde garota pela América Latina e fui montando o meu próprio acervo, comprando CDs, vinis e até cassetes nessas minhas viagens. Acabei me especializando nesse repertório. Minha intenção é poder apresentar artistas desconhecidos, ou pouco conhecidos por aqui, e estimular os ouvintes a fazer
pod 6casts
feitos por mulheres que têm muito a dizer
o mesmo, ou seja, a se aventurar por novos horizontes musicais. Além de ajudar a quebrar preconceitos que ainda existem sobre a música latina de uma forma geral”, diz Belinha.
Outro conteúdo interessante e de extrema relevância nos tempos atuais é o “Tempo Quente”, produzido pela Rádio Novelo e apresentado pela jornalista de ambiente e ciência Giovana Girardi. O podcast discute por que o Brasil caminha hoje na contramão dos esforços necessários para conter o aquecimento global e proteger a própria população da emergência climática.
“A ideia é mostrar quem ganha com isso e como agem esses atores, essas forças econômicas e políticas a fim de manter um modelo de desenvolvimento atrasado e que acaba piorando nossa contribuição para o aquecimento global. Em oito episódios, a gente busca destrinchar quem são essas forças, como atuam esses lobbies”, afirma Giovana.
“Tempo Quente” pode ser ouvido no site da Rádio Novelo ( radionovelo.com.br/tempoquente) e também em aplicativos como Apple Podcasts, Spotify, Deezer, Amazon Music, Google Podcasts e YouTube.
MamilosDiálogos de peito aberto
Apresentado pelas publicitárias Juliana Wallauer e Cris Bartis, busca nas redes sociais os temas mais debatidos da semana sobre economia, política, comportamento, educação, ciência e saúde e promove uma conversa com empatia e bom humor com convidados.
Onde ouvir: Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts, Deezer, GloboPlay
Angu de Grilo
As cariocas Flávia Oliveira e Isabela Reis têm muito mais em comum do que apenas o comando desse podcast, cujo nome remete a uma expressão familiar que significa “mistureba”. A cada episódio, mãe e filha falam sobre todo tipo de assunto, com leveza, bom humor e descontração.
Onde ouvir: Spotify, Deezer, Amazon, Apple Podcasts
O Assunto
Comandado pela jornalista da Rede Globo Renata Lo Prete, o podcast discute com profundidade algum assunto do momento do Brasil e do mundo.
Onde ouvir: G1, GloboPlay, Spotify, Castbox, Google Podcasts, Apple Podcasts, Deezer, Amazon, Hello You
É Nóia Minha?
Neste podcast, a roteirista e escritora Camila Fremder divide com seus convidados todas as paranoias e as maluquices que passam pela sua cabeça, fazendo, muitas vezes, com que eles também entrem na “pira”.
Onde ouvir: Spotify, Anchor, Apple Podcasts, Deezer
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Claudia Pereira
Foto: Getty Images
EM BUSCA DOS SONHOS
A crise na Venezuela obrigou Milena Gutiérrez, de 38 anos, e Rosibel Salvana Chivico Milano, de 50, assim como muitos venezuelanos, a deixar seu país e vir ao Brasil em busca de uma vida melhor. Até chegarem ao Brasil, Milena e Rosibel não se conheciam, mas os diferentes caminhos que elas seguiram no país as conduziram para o mesmo destino. Já morando em São Paulo, ambas ficaram sabendo do Programa Mulheres Integradas — realizado pela Tegra Incorporadora em parceria com o Senai e com a Aldeias Infantis SOS Brasil, da Acnur, agência da ONU para refugiados —, e decidiram participar dele.
Inscritas no programa, Milena, Rosibel mais 14 alunas frequentaram o curso de elétrica, que foi customizado para que atendesse às demandas de mulheres refugiadas. As aulas foram realizadas durante 20 dias úteis, em período integral. Como forma de dar suporte a elas nesse período, as alunas receberam uniformes, EPIs (equipamentos de proteção individual), custeio do translado e alimentação no local (café da manhã, almoço e café da tarde), além de uma cesta básica.
O curso foi iniciado com 16 alunas, das quais 13 se formaram. A primeira formatura do Programa Mulheres Integradas foi realizada em julho, com direito a celebração, lições de superação e depoimentos emocionantes. O objetivo era que essas mulheres saíssem formadas do curso que as capacitou na área de instalações elétricas e tivessem oportunidade de trabalho na própria Tegra e nos parceiros da empresa. E foi o que aconteceu. Das 13 alunas aprovadas, nove foram contratadas, seis delas na Tegra Install (empresa de elétrica da Tegra Incorporadora), nas obras TEG Vila Carrão e TEG Mooca, e três em fornecedor parceiro da Tegra, a System.
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Programa da Tegra oferece capacitação na área elétrica para refugiadas no Brasil e dá a elas uma nova oportunidade de vida Adriana Del Ré
Gaspar Nóbrega
Foto:
Yeikol José Monrroy, Milena Gutiérrez, Rosibel Salvana Chivico Milano e Merkis Cristal Velasquez Mata colocam conhecimento de elétrica em prática nas obras da Tegra Incorporadora
Foto: Gaspar Nóbrega
CONQUISTAS E SONHOS
As venezuelanas Milena e Rosibel fazem parte justamente da turma que foi absorvida pela Tegra — uma no canteiro da Mooca e outra na obra da Vila Carrão. E o clima que paira entre as ex-alunas que já estão na ativa é um misto de cumplicidade, alegria e esperança. Afinal, foi um longo caminho até essa conquista. Milena vivia com os filhos e o marido em Valência, na Venezuela. Lá ela trabalhava com o pai numa empresa da família; e o marido, numa petroleira. Mas, por causa da situação do país, ela decidiu vir para o Brasil.
“Deixei tudo para trás por causa dos meus filhos. No momento em que eu saí, lá não tinha remédio, não tinha vacina. Eu tinha dinheiro para pagar o pediatra particular, mas só a receita não ia fazer efeito no meu filho. Não tinha remédio. Eu queria comprar o que eu queria comer”, conta.
A primeira vez que Milena esteve no Brasil foi em 2017. “Cheguei em Roraima, observei, aproveitei e levei meus filhos para vacinar, fiz a documentação de todos nós”, diz. Voltou à Venezuela e, em 2019, retornou ao Brasil, já decidida a morar no país. Ela veio primeiro com os três filhos, e o marido chegou depois. Como ouvia de todo mundo que as oportunidades estavam em São Paulo, seguiu com a família para a capital paulista. Na cidade, foram acolhidos numa aldeia para refugiados num primeiro momento. Depois, já morando fora desse local, Milena soube do Programa Mulheres Integradas. Como nunca tinha mexido com a parte elétrica, ela diz ter ficado surpresa quando falaram que o curso iria capacitá-la
nessa área. “Mas era uma oportunidade para abraçar. Eu não tinha emprego. Tinha trabalhado num restaurante, chegava 1h da madrugada na minha casa, quando eu acordava era quase meio-dia, não tinha tempo nem para meus filhos”, diz Milena, que já tinha trabalhado também como doméstica.
Milena se dedicou ao curso e hoje comemora a primeira carteira assinada trabalhando para a Tegra. “Mudou de forma positiva minha vida e a dos meus filhos. E vou continuar estudando.”
Rosibel planeja também se aperfeiçoar cada vez mais na área. Quando chegou ao Brasil, em 2021, ela acumulava outras habilidades: professora, cabeleireira, manicure, confeiteira, cozinheira. “Na Venezuela, eu trabalhava como professora em educação especial, para crianças com necessidades educativas especiais, mas cheguei a pensar que toda minha preparação não compensava o meu salário, que só dava para comprar 1 quilo de farinha e uma cartela de ovos”, afirma ela, que morava no Estado de Sucre.
Como muitos refugiados venezuelanos, Rosibel entrou no Brasil por Roraima. “Fiquei na rua um tempo quando cheguei ao Brasil”, diz. Ela conta que ali na rua, no frio, pediu a Deus para que saísse daquela situação. “Nessa época, o abrigo que fica em Pacaraima (município de Roraima) não estava fazendo acolhimento das pessoas. De uma forma inesperada, abriram-se as portas (do acolhimento) e entramos.”
A partir dali, a história dela e do marido no país começou a mudar. “Muitas pessoas falavam que em Pacaraima eu não ia encontrar trabalho, mas, como tenho conhecimento na área de cabeleireiro, encontrei trabalho num salão. Quando comecei a ganhar dinheiro, saiu meu processo de interiorização para Boa Vista (em Roraima).” E para lá partiu o casal. Tempos depois, foi para Brasília e, mais tarde, para São Paulo.
Na capital paulista, Rosibel trabalhou em cozinhas boliviana e japonesa, até uma assistente social lhe contar sobre o Programa Mulheres Integradas. Ela nunca tinha lidado com manutenção elétrica ou nada do gênero. “Vi isso como um desafio para nós, mulheres, aprendermos um novo ofício, que normalmente um homem faz”, diz. “Sempre falavam que tínhamos de aproveitar ao máximo tudo o que aprenderíamos no curso.” Foi o que ela fez.
Agora contratada pela Tegra, Rosibel diz que consegue enviar dinheiro para ajudar a mãe e os filhos na Venezuela. E já faz planos de longo prazo: “Nosso sonho para daqui a cinco anos? Termos estabilidade econômica que não podemos ter em nosso país. Quero comprar minha casa, trazer filhos e minha mãe para cá. Nossos sonhos estão focados na área familiar e profissional, como pessoa”.
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Foto: Gaspar Nóbrega
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Foto: Gaspar Nóbrega
Sempre falavam que tínhamos de aproveitar ao máximo tudo o que aprenderíamos no curso”
Práticas sustentáveis
Certificada como Empreendedor AQUA, Tegra investe em metas ESG para 2030, fortalecendo seus compromissos socioambientais e de governança
Na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP26, que foi realizada no ano passado, na Escócia, líderes mundiais assumiram o compromisso de zerar a emissão de carbono até 2050. A projeção de longo prazo é importante para implementar um conjunto de ações sistemáticas que visem frear os efeitos das mudanças do clima. Mas e a curto e a médio prazos, o que é possível ser feito?
Focada não só no futuro mas também no agora, a Tegra Incorporadora lançou uma série de metas ESG para 2030, fortalecendo seus compromissos socioambientais e de governança. Ligada aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, da Organização das Nações Unidas (ONU), a agenda Cidades Regenerativas 2030 traz quatro pilares: gerar impacto positivo na sociedade, zerar o balanço líquido de emissões, promover negócios transparentes e impulsionar a economia circular.
Apesar das metas mirarem 2030, os desdobramentos já estão sendo colocados em prática. “Nossa meta é impactar positivamente 2,4 milhões de pessoas entre 2020 e 2030, e esse impacto positivo abrange todo mundo que se relaciona com a Tegra: clientes, funcionários, fornecedores, pessoas que visitam nossos estandes, que participam de nossas campanhas.” afirma Angel Ibañez, Diretor de Suprimentos e ESG da Tegra.
Para alcançar esse objetivo, a Tegra investe em práticas sociais, educação, cultura, capacitação, voluntariado e filantropia. A empresa, por exemplo, é signatária do ONU Mulheres e realiza ações para fomentar a presença feminina nos canteiros de obra. Entre elas destaca-se o Programa Mulheres Integradas, que capacita, inclui e emprega mulheres refugiadas. Lançado em março de 2022, em parceria com o Senai e com a ONG Aldeias Infantis SOS Brasil.
A companhia mantém ainda um programa de Gentilezas Urbanas, que já investiu mais de R$ 2,7 milhões na adoção e na recuperação de espaços públicos desde 2017. Além disso, promove gratuitamente atividades socioculturais na Casa Tegra, em São Paulo, espaço dedicado a discussões e encontros sobre arquitetura, cidade e qualidade de vida.
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Adriana Del Ré
Como sempre posicionamos as pessoas no centro de tudo, nosso objetivo é gerar impacto positivo na sociedade”
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Fotos: Tegra/Divulgação
Angel Ibañez Diretor de Suprimentos e ESG da Tegra.
Em relação à emissão de carbono, um dos principais eixos da agenda ESG da empresa, o compromisso é zerar o balanço líquido de emissões. “Até 2030, definimos quais são os escopos 1 e 2, que dizem respeito à nossa emissão, pois temos de reduzi-la em 50%. Para isso acontecer, temos desenhado como vamos chegar até lá”, afirma o diretor. “Sobre o escopo 3, que é a emissão gerada pela atividade dos nossos fornecedores, o objetivo é influenciar na redução de 15%. E o que sobrar disso tudo, queremos não só compensar em 100%, mas em 110%.”
Para tanto, há diversos cases já em fase de implementação. “Temos, por exemplo, seis projetos em que estamos usando concreto desenvolvido juntamente com a Votorantim Cimentos que emite 16% a menos de CO2.” Outro projeto, esse em parceria com a ArcelorMittal no Brasil, utiliza um tipo de aço que é escopo 1 e 2 zerados. “Trata-se de um aço que vai ter 60% a menos de emissão em comparação ao aço tradicional. Então, são todas ações que fazemos junto com os fornecedores e que vão contribuir para alcançarmos nossa meta.”
No terceiro pilar, que diz respeito a negócios transparentes, foi traçada como meta distribuir valor financeiro e social acima da média setorial, além de
realizar investimentos para a transparência em seus processos, na garantia de privacidade de seus clientes e na sua transição digital. A empresa conta com um rígido due diligence na contratação de fornecedores e tem políticas de compliance e anticorrupção bem estruturadas. Na divulgação de suas ações operacionais, expõe painéis socioambientais nos tapumes das obras, com informações de consumo de água e energia, materiais reciclados, empregos gerados e horas de treinamento em cada canteiro.
A Tegra está ainda comprometida em investir R$ 30 milhões em inovação entre 2020 e 2030, com foco principalmente no impulsionamento da economia circular. “Nesse caso, temos já uma série de projetos de logística reversa em andamento. No ano passado, por exemplo, de todo o entulho que saiu das obras, apenas 3% foram, de fato, para aterro; os outros 97% voltaram de alguma forma para a cadeia produtiva, seja através de logística reversa, seja por algum outro processo”, detalha Ibañez. “Uma das iniciativas marcantes foi nosso tapume de polipropileno, que desenvolvemos com o fornecedor e é de origem 100% reciclado. A ideia é que ele dure três obras. O próprio resíduo de plástico que geramos na obra vai para o fornecedor e vira insumo para produzir o bloquinho pré-moldado de PVC do tapume.”
As boas práticas em ESG aplicadas atualmente pela companhia vêm de uma escalada de consciência ao longo dos últimos anos. Esse processo teve início no final de 2016, quando, por meio de um questionário da plataforma do Instituto Ethos, pôde medir sua maturidade no tema sustentabilidade.
“Além da nota em si, você sai desse questionário com um plano de ação para que, quando for responder da próxima vez, já consiga evoluir em algumas dessas questões. Fizemos esse ciclo durante três anos, e as nossas notas foram evoluindo nesses quesitos todos, sobretudo na questão de indicadores socioambientais”, diz o diretor. “Quando se pensa numa construtora, quais seriam os principais indicadores? Consumo de energia, de água, volume de material reciclado, pessoal empregado, horas de treinamento. Então, fomos desenvolvendo tudo isso ao longo do tempo.”
Em 2019, a companhia começou a comprar crédito de carbono para compensar a emissão em todos os projetos que foram entregues naquele ano. “Compensamos os escopos 1, 2 e 3. O escopo 3 representa mais de 90% das nossas emissões. Por isso, é super-relevante que a empresa compense o escopo 3 também.”
A busca pela certificação e a divulgação das ações vieram num segundo momento, depois que as práticas sustentáveis já estavam mais solidificadas no dia a dia da companhia. Em 2021, a Tegra foi certificada como Empreendedor AQUA, selo que valida suas práticas de acordo com altos padrões socioambientais. Neste ano, foi vencedora na categoria Profissional – Melhores Práticas em ESG, no Prêmio Master Imobiliário, com o case Melhoria Constante de Práticas Sustentáveis, e na categoria Construção Civil e Imobiliário, na premiação Melhores do ESG 2022, entregue pela revista Exame
A empresa passou ainda a compartilhar suas ações e conquistas com a sociedade. Um exemplo é a divulgação de seus relatórios anuais, o que vem sendo realizado desde 2020. “Vamos começar a medir em 2022 o impacto de estarmos usando concreto com menor emissão. Teremos também o início do aço com menor emissão. Todos esses projetos visam reduzir nossa pegada de carbono”, afirma Angel Ibañez. “E tudo isso contribui para nossa meta de reduzir as nossas emissões.”
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Perspectiva ilustrada preliminar da fachada. Sujeita a alteração.
TÉCNICA
Projeto sustentável com fachada verde.
Visite o stand: Av. Bem-te-vi,
Digite no Waze BEM MOEMA Mire a câmera do celular e saiba mais.
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sobre as divulgadas neste material. Todas as imagens e perspectivas aqui contidas são meramente ilustrativas. As tonalidades das cores, formas e texturas podem sofrer alterações. Os acabamentos, quantidade de móveis, equipamentos e utensílios serão entregues conforme o memorial descritivo do empreendimento e projeto de decoração. As vistas do entorno apresentadas nas ilustrações artísticas são aproximadas e imprecisas, ou seja, meramente ilustrativas e podem não corresponder exatamente à realidade presente ou à realidade no momento da entrega. A incorporadora não se responsabiliza pelas construções vizinhas ao empreendimento. Itens como acréscimo nas edificações existentes no entorno, aberturas de janelas, alterações de afastamentos, entre outras condições dos imóveis de terceiros podem ser verificados no local, cabendo ao Poder Público fiscalizar a regularidade das construções vizinhas ao empreendimento [DOGS1] .Os móveis e utensílios são sugestões de decoração com dimensões comerciais e não fazem parte do contrato de aquisição da unidade. As medidas dos apartamentos são internas e de face a face. A vegetação exposta é meramente ilustrativa, apresenta o porte adulto de referência e será entregue de acordo com o projeto paisagístico, podendo apresentar diferenças de tamanho e porte. Demais informações estarão à disposição no futuro plantão de vendas. Este material é preliminar e está sujeito a alteração sem aviso prévio. Futura intermediação: Tegra Vendas. Creci J-28.638.
TEGRA IN - Edição 9 Seção - Institucional 91 Breve lançamento BREVE LANÇAMENTO “CONDOMÍNIO BEM MOEMA, EMPREENDIMENTO DE USO MISTO, RESIDENCIAL MULTIFAMILIAR, SERVIÇOS PROFISSIONAIS E COMÉRCIO DIVERSIFICADO DE ÂMBITO LOCAL, CONTERÁ 2 (DUAS) TORRES, DENOMINADAS TORRE 1 – BEM MOEMA E TORRE 2 – BEM MOEMA STUDIOS & OFFICES. A SER CONSTRUÍDO ENTRE AV. BEM-TE-VI, ALAMEDA ARAPANÉS E RUA ARAPAPI – MOEMA – SÃO PAULO-SP”. Incorporadora responsável: TGSP-60 EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA., com sede nesta Capital, na Avenida das Nações Unidas, nº 14.261, 14º e 15º andares, Condomínio WTorre Morumbi, Bairro Vila Gertrudes, CEP 04794-000, inscrita no CNPJ/ MF sob nº 32.149.985/0001-08. Projeto arquitetônico: Königsberger Vannucchi
Arquitetos Associados. Projeto paisagístico: Ricardo Cardim Arquitetura Paisagística. Projeto de arquitetura de interiores: Suite Arquitetos. Sua
será
registro
memorial
incorporação no cartório de registro de imóveis competente. As informações constantes no memorial de incorporação e nos futuros instrumentos de compra e venda prevalecerão
FUTURA INTERMEDIAÇÃO: REALIZAÇÃO CONSTRUÇÃO:
2
3
221 – Moema tegraincorporadora.com.br/bemmoema (11) 3522-4900 A Tegra apresenta seu novo projeto no coração de Moema.
suítes 80 m2
suítes 123 m2 4 dorms. 2 suítes 148 m2 Studios e salas comerciais Transformação da região através da revitalização da calçada da R. Arapapi. A 300 m da estação de metrô Eucaliptos e próximo ao Parque Ibirapuera.
entregas realizadas
2022, nas
Janeiro. Realizações que
compromisso
clientes.
Arquitetura: Marcio Turano Gonçalves Torres Design de interiores
áreas
Paula
Arquitetura
Com uma vista deslumbrante da Barra Bonita, o Lume possui lazer inigualável e comodidade, para uma vida ainda mais completa. 91
ENTREGAS 2022 Confira as
em
cidades de São Paulo e Rio de
reforçam o
com nossos
LUME BARRA BONITA FICHA
das
comuns:
Neder
Paisagismo: Sérgio Santana Área do Terreno: 2.740,00m² Torres: 1 Endereço: Avenida Henfil, 15
DSG ITAIM
AYLA MOEMA:
FICHA TÉCNICA
FICHA TÉCNICA
O DSG Itaim une design, modernidade e sofisticação. Um projeto mixed-used no coração de um dos bairros mais pulsantes de São Paulo, o Itaim Bibi.
Arquitetura: Jonas Birger Arquitetura
Design de interiores das áreas comuns: Fernanda Marques
Paisagismo: Alex Hanazaki Paisagismo
Área do Terreno: 1.645,53m²
Torres: Torre única
Endereço: Rua Joaquim Floriano, 152
Localizado
Arquitetura: MCAA Arquitetos
Design de interiores das áreas comuns: Carlos Rossi
Paisagismo: Neusa Nakata
Área do Terreno: 1.783,57m²
Torres: 1
Endereço: Alameda Iraé, 302
92 93
em um dos bairros mais desejados de São Paulo, o Ayla Moema é um novo ponto de evidência no bairro.
BROOKLIN BRICKS:
FICHA TÉCNICA
Arquitetura:
FICHA TÉCNICA
Arquitetura:
94 95
Marcelo Bartolo
Aguiar
Design de interiores das áreas comuns: Débora
Paisagismo: Marcelo Vassalo Área do Terreno: 2.549,45m² Torres: 1
Um empreendimento moderno que traz a personalidade do Brooklin de Nova Iorque, no bairro homônimo de São Paulo. IL
Endereço: Rua Getúlio Soares da Rocha, 152
BOSCO
Konigsberger Vannuchi
das áreas
Fernanda Marques
Design de interiores
comuns:
Abbud
91 Um empreendimento autêntico, à altura do que há de mais exclusivo. O IL Bosco está localizado no Jardim Guedala, próximo aos pontos mais importantes do eixo sul de São Paulo.
Paisagismo: Benedito
Área do Terreno: 7.651m² Torres: 2 Endereço: Rua Doutor Bruno Rangel Pestana,
IL FARO
Um empreendimento que une forma, função e sensações, o IL Faro é muito mais que um objeto de desejo. É o lugar que se encaixa perfeitamente em tudo aquilo que você sonhou em viver no Jardim Guedala.
FICHA TÉCNICA
Arquitetura: Konigsberger Vannucchi Arquitetos
Design de interiores das áreas comuns: Fernanda Marques
Paisagismo: Benedito Abbud
Área do Terreno: 4.608m²
Torres: 1
Endereço: Rua Doutor Bruno Rangel Pestana, 21
UNIVERSO TATUAPÉ ESTRELA
SÃO PAULO
Empreendimento do Universo Tatuapé, um complexo com mais de 17 mil m² e 4 condomínios independentes. O Estrela oferece plantas modernas e confortáveis, lazer completo e acesso facilitado a diversas regiões da cidade.
Arquitetura: MCAA Arquitetos | Paisagismo: Marcelo Vassalo | Design de interiores das Áres Comuns: Cris Matumoto | Área do Terreno: 4.502,41m²
Torres: Torre única Endereço: Rua Raul da Rocha Medeiros, 114
UNIVERSO TATUAPÉ – ASTRO:
SÃO PAULO
Empreendimento do Universo Tatuapé, um complexo grandioso, que transformou a região com mais de 17 mil m², quatro condomínios independentes. O Astro é um empreendimento que entrega qualidade de vida, mobilidade e conforto no melhor da Zona Leste.
FICHA TÉCNICA
Arquitetura: MCAA Arquitetos | Paisagismo: Marcelo Vassalo | Design de interiores das Áres Comuns: Cris Matumoto | Área do Terreno: 4.233,91m² Torres: 1 | Endereço: Rua Sousa Breves, 175
CAMPO DOS AFONSOS:
RIO DE JANEIRO
O Campo dos Afonsos Residencial Club possui lazer de clube e segurança de condomínio e ambientes integrados e sofisticados que garantem lazer para toda a família.
FICHA TÉCNICA
Arquitetura: Bittar Mais Consultoria e Projetos LTDA
TEGRA IN - Edição 9 Seção - Institucional 96 97
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| Paisagismo: Takeda Design | Design de interiores das Áres Comuns: RIPPA ARQUITETURA Área do Terreno: 5.698,72 m²
Torres: 2 | Endereço: Rua Xavier Curado, 250
TEG SACOMÃ
SÃO PAULO
O TEG Sacomã é o primeiro da linha TEG. Um empreendimento único, que reúne mobilidade, lazer e conforto em um só lugar.
TEG VILA GUILHERME: SÃO PAULO
O segundo empreendimento da linha TEG, o TEG Vila Guilherme possui área de lazer completa para sua família e está localizado próximo ao Complexo Center Norte e também à Marginal Tietê.
FICHA TÉCNICA
Arquitetura: Marcelo Bartolo | Paisagismo: Marcelo Vassalo | Design de interiores das Áres Comuns: Maithiá Guedes | Área do Terreno: 7.276,24m² |
Torres: 2 | Endereço: Avenida Joaquina Ramalho, 428
TEG CORAZZA: SÃO PAULO
O TEG Corazza é mais um empreendimento da linha, feito para quem busca o melhor da Barra Funda, Água Branca e Lapa.
FICHA TÉCNICA
Arquitetura: Marcelo Bartolo
As informações constantes no memorial de incorporação e nos futuros instrumentos de compra e venda prevalecerão sobre as divulgadas neste material. Todas as imagens e perspectivas aqui contidas são meramente ilustrativas. As tonalidades das cores, formas e texturas podem sofrer alterações. Os acabamentos, quantidade de móveis, equipamentos e utensílios serão entregues conforme o memorial descritivo do empreendimento e projeto de decoração. Os móveis e utensílios são sugestões
TEGRA IN - Edição 9 Seção - Institucional 98
interiores das Áres
|
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| Paisagismo: Marcelo Vassalo | Design de
Comuns: Maithiá Guedes Área do Terreno: 8.004,66m²
Torres: 3
Endereço: Rua Francisco Corazza, 100
CASAS PERSONALIZADAS BREVE LANÇAMENTO A EXPERIÊNCIA DE VIVER O VERDADEIRO LAZER DE UMA CASA EXCLUSIVA. tegraincorporadora.com.br/claris Aproximadamente 3.000 m 2 de área de lazer BREVE LANÇAMENTO. “EMPREENDIMENTO VERTICAL MULTIFAMILIAR A SER CONSTRUÍDO NA AVENIDA PREFEITO DULCÍDIO CARDOSO – BARRA DA TIJUCA – RIO DE JANEIRO - RJ”. Incorporadora responsável: TGSP-19 EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA., com sede na Cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, na Avenida Almirante Júlio de Sá Bierrenbach, n 200, bloco 2, sala 102, Jacarepaguá, inscrita no CNPJ/MF sob o no 27.873.242/0001-46. Projeto arquitetônico: Sá e Almeida Arquitetura e Paisagismo. Projeto paisagístico: Sá e Almeida Arquitetura e Paisagismo. Projeto de arquitetura de interiores: Débora Aguiar. Sua comercialização será realizada somente após o registro do memorial de incorporação no cartório de registro de imóveis competente.
apresenta o porte adulto de referência, será entregue de acordo com o projeto paisagístico e podendo apresentar diferenças de tamanho e porte. Demais informações estarão à disposição no futuro plantão de vendas. Este material é preliminar e está sujeito a alteração sem aviso prévio. Impresso em outubro/2022. Clube exclusivo dentro do condomínio Garagem subterrânea para 3 carros Localizado na Barra da TijucaParque das Rosas, próximo ao Village Mall 3 ou 4 suítes 318 a 580 m 2 CONHEÇA O STAND Av. Pref. Dulcídio Cardoso, 2.900 - Parque das Rosas - Barra da Tijuca Futuras Intermediações: Propriedade, Realização e Construção: Propriedade e Desenvolvimento Urbano: Perspectiva Ilustrada do Garden. Sujeita a alteração. Perspectiva Ilustrada da Piscina. Sujeita a alteração.
Arquitetura: Jonas Birger | Paisagismo: Marcelo Vassalo | Design de interiores das Áres Comuns: MOZ Design Área do Terreno: 4.734,87m² | Torres: 1 Endereço: Rua Malvina Ferrara Samarone, 195
de decoração com dimensões comerciais e não fazem parte do contrato de aquisição da unidade. As medidas dos apartamentos são internas e de face a face. A vegetação exposta é meramente ilustrativa,
Relacionamento tem que ter diálogo e na Tegra disponibilizamos diferentes canais para atender você.
Seja pelo WhatsApp, telefone ou Espaço do Cliente, você pode tirar suas dúvidas e resolver qualquer questão. É rápido e fácil. Acesse tegraincorporadora.com.br/cliente e saiba mais. SÃO PAULO | RIO DE JANEIRO 11 4007-1577 | 21 2018-2700 11 4118-4700 | 21 2018-2700 (Atendimento de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h).
Central de Relacionamento:
100
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