REVISTA TEGRA MOEMA
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TEGRAINCORPORADORA.COM.BR
BEM-VINDO A MOEMA SET/2018
UMA MISTURA DE SABORES, ESTILOS, ARTE, MODA, ARQUITETURA E MUITO VERDE
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INCORPORADORA /tegraincorporadora
@tegraincorporadora
ENDEREÇO
Condomínio WT Morumbi Avenida das Nações Unidas, 14.261 - ala B 14o e 15o andares - Vila Gertrudes, São Paulo/ SP 04794-000 Tels: (11) 3127.9200
CONSELHO EDITORIAL
Departamento Marketing TEGRA Incorporadora São Paulo
PUBLISHER
Cláudia Campos
DIREÇÃO DE ARTE E PROJETO GRÁFICO Jairo Santos
DESIGNER
Jefferson Gonçalves
REVISÃO
Flávio Dotti
JORNALISTA RESPONSÁVEL
Katia Simões – MTB 14.198
EDITOR
Katia Simões – MTB 14.198
COLABORADORES
Katia Simões Vera Fiori Yara Guerchenzon Lázaro Evair de Souza Roberta Rossetto Beatriz Manfredini Adriana Fonseca Olga Penteado
GRÁFICA
Eskenazi
REDAÇÃO
contato@claudiacamposconsultoria.com.br
ENDEREÇO DA EDITORA
Rua Olimpíadas 205 – 4° andar Vila Olímpia, São Paulo – SP (11) 3728-9410 A revista TEGRA Moema é uma publicação sem fins comerciais produzida e editada por Cláudia Campos Consultoria – Marketing, Comunicação e Eventos. A revista não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas que não constam no expediente não estão autorizadas a falar em nome de TEGRA Moema ou a retirar qualquer tipo de material, caso não tenham em seu poder uma carta timbrada emitida pela redação.
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CARTA AO LEITOR
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as últimas décadas Moema cresceu, ganhou vida própria, transformou-se num endereço cobiçado e concorrido. É apontado como um dos melhores lugares para se morar, com índices de desenvolvimento humano superior a muitos países. Mas uma coisa não mudou – o convite a descobrir seus preciosos endereços sem pressa, passo a passo. E olha que não são poucos. Alguns cresceram junto com o bairro, desafiam as mudanças do tempo, como a alfaiataria Mirkai, referência em moda masculina feita à mão. Outros atraem pelo traço único, como os móveis do designer Fernando Jaeger. Cosmopolita, arrojada, aberta ao novo sem perder suas raízes, Moema guarda semelhanças com badalados endereços, como Palermo, em Buenos Aires, e Gràcia, em Barcelona. Por suas ruas e avenidas, fervilham cultura, arte, moda e gastronomia. Ponto de encontro de boêmios e de famílias inteiras, de gente que quer ver e ser vista, ou quer simplesmente saborear um bom prato. Basta caminhar. Há quem diga, entretanto, que nada bate as padarias artesanais, com suas receitas de sotaque francês, a exemplo da Blés D’Or. Carinhosamente chamado de “Ibira” pelos moradores, o Parque Ibirapuera é uma paixão coletiva. Palco de grandes shows, é o preferido do cantor Simoninha, que além de colocar a plateia pra dançar também faz seus treinos de corrida diários em seus mais variados circuitos. É lá que ficam, também, dois cartões-postais assinados pelo arquiteto Oscar Niemayer, o Museu de Arte Moderna e o prédio da Fundação Bienal. Nas páginas a seguir é possível descobrir cada cantinho, cada segredo desse bairro que une tradição e modernidade, tranquilidade e diversão, o novo e o antigo. Moema é isso. É sabor, é história, é qualidade de vida. Boa leitura!
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GIRO Design, arte, decoração, sabores... verdadeiros achados PORTA DE ENTRADA Moema, um endereço cobiçado
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MEMÓRIA Atividades que resistem ao tempo
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CARTÃO-POSTAL Museus ícones da arquitetura da capital paulista
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MODA Para quem aposta no comércio local
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APLAUSO O suingue de Simoninha
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GASTRONOMIA Sabores para todos os gostos
FOTOS LUCAS ALMEIDA-DIVULGAÇÃO SPERANZA; ISTOCKPHOTO.COM; NELSONKON; RAFAEL KENT; MELISSA BINDER
SUMÁRIO
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LIFESTYLE Pedalar: tendência mundial
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IBIRAPUERA Uma mistura de verde, arte, cultura e esporte
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NEGÓCIOS Mercado pet movimenta milhões
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DESTINO Aeroporto de Congonhas Entre chegadas e partidas
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PROJETOS Fernando Jaeger: aproximação do design de móveis ao cotidiano
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REFLEXO Eles têm muita coisa em comum
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INSTITUCIONAL Casa Tegra, um presente para a cidade
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GIRO
ACHADOS DE MOEMA por ya r a guerchenzon
ANDREA PRONOTTI JOIAS E DESIGN Instalado em um charmoso showroom na alameda Jauaperi, o ateliê de joias da designer Paula Andrea Pronotti mantém em exposição quase todo o acervo que vem desenvolvendo nos últimos anos. São peças de prata de linhas leves e atuais, adornadas por pedras como cristal de rocha, ametista, madrepérola, turquesa, ônix e jade, entre outras, com delicado design. Entre as novidades está a coleção Flor de Lótus, com anéis, brincos e colares combinados ao cristal e à madrepérola. Al. Jauaperi, 1328, sala 1 andreapronotti.com.br
Pela loja-ateliê da ceramista Hideko Honma podem ser encontradas peças que são utilizadas em alguns dos mais badalados restaurantes de São Paulo, já que tem entre seus clientes chefs como Alex Atala e Erick Jacquin. Professora com formação no Japão, ministra cursos em sua escola, que funciona no mesmo local, onde estão expostas algumas de suas criações, a exemplo do Gratin com alça. Av. Jacutinga, 434 hidekohonma.com.br
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FOTOS DIVULGAÇÃO
HIDEKO HONMA
CARRINHO ZINA Com décadas de tradição no setor de movelaria, a Estar Móveis abriu a sua primeira loja em São Paulo no bairro de Moema. No local, onde a marca está desde 1996, há peças assinadas por grandes nomes do design nacional. Entre eles, Zanini de Zanine, autor de móveis icônicos como o Carrinho Zina, com estrutura de aço carbono pintado e tampos e rodas de madeira Pau Ferro. Shopping de Móveis Moema, Av. Ibirapuera, 3303, Lj. 2, estarmoveis.com.br
RUA DO ALECRIM Especializada em produtos de origem, que resgatam os valores tradicionais de cada cultura, a Rua do Alecrim é um empório gourmet focado em azeites – são mais de 80 tipos de diferentes países: Itália, Portugal, França, Espanha, Grécia, Uruguai e Brasil – e itens de alta gastronomia, incluindo farinhas e massas italianas, azeites trufados, temperos e vinhos do mundo todo. Além dos produtos, oferece cursos especiais sobre azeites, pizza napolitana e pães de fermentação natural, e para estimular a experiência de sabores, realiza degustações abertas de azeites e vinhos. Rua Normandia, 12 ruadoalecrim.com.br
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GIRO
MANTA SMALL BRICKS Peça de estilo atemporal, toque macio e sempre bem-vinda, a manta Small Bricks, da Trousseau, acrescenta sofisticação e conforto ao ambiente. O modelo de padrão jovem e contemporâneo, desenhado com listras em alto-relevo, é 100% algodão. Rua Escobar Ortiz, 482 trousseau.com.br
URBAN ARTS Franquia de galerias de arte, a Urban Arts muda de endereço em Moema para aumentar sua área de exposição. Antes na rua Gaivota, atende desde junho na Canário, 1379, onde mantém agora um espaço fotográfico, no andar superior da loja. Conhecida pela missão de tornar a arte mais acessível, a marca possui em torno de 20 galerias no país, além do e-commerce que funciona como um market place, no qual os artistas cadastram suas obras, que são catalogadas e expostas no site. No total, reúne trabalhos de mais de 4 mil artistas e mais de 70 mil artes, exclusivas e com tiragem limitada. Entre elas estão Blue Hexagons, de Elisabeth Fredriksson. Rua Canário,1379 urbanarts.com.br
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FOTOS DIVULGAÇÃO
SOFÁ OUROS Na nova coleção de estofados da iBacana, ganha destaque o sofá Ouros, com design assinado por Luciano Santelli para a Milar Sofás. Ele é estofado em veludo e tem pés de madeira pintados no tom cobre, além do charmoso detalhe em matelassê nas laterais e cantos arredondados, em fina sintonia com as tendências de luxo em decoração. Rua Inhambu, 544 ibacana.com.br
GRAND CRU Há dez anos na região, a Grand Cru é o endereço certo para quem ama os bons vinhos. E não é à toa. Afinal, a franquia conta com um portfólio de mais de 1.900 rótulos de diversos países, selecionados por sua equipe de sommeliers. Entre as sugestões está o vinho branco Leyda Sauvignon Blanc Reserva 2016, intenso, de aromas cítricos de grapefruit e tangerina. Al. Nhambiquaras, 614 grandcru.com.br
POLTRONA PAULISTANO Um dos clássicos do design mundial, a Paulistano foi projetada em 1957 pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha para mobiliar o ginásio do Clube Athletico Paulistano. Com um conceito de linhas simples e elegantes, a peça oferece extremo conforto. Não à toa, faz sucesso até hoje. Parte da coleção permanente do MoMA desde 2009, ela está à venda no Brasil com exclusividade na Futon Company, que lança agora sua versão com a estrutura de metal na cor branca, feita de aço com capa de lonita 100% algodão. Al. dos Maracatins, 99 futon-company.com.br
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FOTO MELISSA BINDER
PORTA DE ENTRADA
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BEM-VINDO A UM PEDACINHO MUITO ESPECIAL DE SÃO PAULO Com ruas planas e arborizadas, Moema convida a uma boa caminhada, regada a endereços de dar água na boca, muita diversão e o mais querido parque da cidade, o Ibirapuera por k ati a simões
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PORTA DE ENTRADA
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FOTOS ISTOCKPHOTO.COM; RUDI NETTO
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ocê está procurando alguém do lado dos índios ou do lado dos pássaros? Para o paulistano desavisado, a pergunta soa sem sentido, mas, para um autêntico morador de Moema, é natural. Dividido pela avenida Ibirapuera, o bairro do lado leste abriga ruas e avenidas com nomes indígenas – Miruna, Iraí, Jurema, Jurupis –, e na face oeste, nomes de pássaros, como Rouxinol, Bem-Te-Vi e Canário. Se perder por ali é difícil. Quem chega, não quer mais sair. “Desde que deixei o Rio de Janeiro há 27 anos eu vivo em Moema, não troco o bairro por nenhum outro”, afirma a empresária Mônica Simões. Nascida e criada nas areias cariocas, ela desembarcou na capital paulista com o marido e dois filhos ainda pequenos. Logo foi avisada que a região era a preferida dos conterrâneos, que com muito bom humor consideram o Aeroporto de Congonhas o quintal de casa. “Não preciso sair daqui para nada”, gaba-se. “Sem contar que é possível fazer tudo a pé, ir à academia, à aula de ioga, à padaria, à pizzaria ou até mesmo tomar um chopinho em uma mesa de bar na calçada, o que é a cara do Rio.” Mônica tem razão, a melhor maneira de conhecer o bairro é a pé. Com ruas amplas e arborizadas, o convite para uma caminhada é certo. Mas isso não significa que a região não seja provida de uma boa estrutura de transporte público. Uma malha viária garante acesso aos principais pontos da cidade, sem contar duas estações do Metrô recém-inauguradas, Moema e Eucaliptos, ambas da linha 5-Lilás. Além disso, o bairro é abastecido de pontos do programa Bike Sampa, bicicletas compartilhadas que facilitam a rotina dos que buscam um estilo de vida mais saudável. Qualidade de vida, aliás, é um dos grandes diferenciais de Moema, que encabeça a lista dos distritos paulistanos com melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), 0,972 (em uma escala de zero a 1), de acordo com o Atlas do Trabalho e Desenvolvimento da Cidade de São Paulo. Um índice superior ao da Noruega (0,965), país que está no topo do ranking mundial da ONU. “Somos privilegiados, os pontos positivos superam os negativos”, afirma José Roosevelt Júnior, presidente da Associação dos Moradores e Amigos de Moema. “Temos segurança na medida que uma cidade como São Paulo permite, uma boa infraestrutura de serviços e muito verde.” Quem nasceu ali ou escolheu Moema para morar tem uma relação única com o segundo mais antigo aeroporto da cidade. “Antigamente o barulho incomodava, agora os aviões estão mais silenciosos”, afirma Rocio Marcelina Ângulo, 74 anos, que chegou ao bairro quando tinha 14 anos.
DIVERSÃO GARANTIDA Quando Rocio chegou ao bairro, no fim da década de 1950, o bonde era um dos principais meios de acesso a Moema. Seguia pelos trilhos fincados em meio aos paralelepípedos que cobriam a atual avenida Ibirapuera. Paravam em Indianópolis ou em Santo Amaro. O comércio era pequeno e as casas tinham quintal e muitas árvores. “Era um tempo bom, às quartas e sextas-feiras íamos à feira livre, conhecíamos todo mundo”, diz, lembrando que há 52 anos mora no mesmo sobrado, no lado dos índios, hoje cercado de bares. Apesar do barulho, ela confessa gostar do movimento, afinal gente é sinônimo de vida. As estatísticas revelam que em cada quilômetro quadrado de Moema vivem cerca de 8,5 mil moradores, com o índice de verticalização correspondendo a 70% da ocupação. Segundo Rocio, foi a inauguração do Shopping Ibirapuera que ajudou o bairro a crescer. Ela tem razão. Aberto em 1976, foi o segundo centro de compras da cidade, o primeiro foi o Shopping Iguatemi. Com 163 mil metros quadrados, possui cerca de 420 lojas e recebe mais de 2 milhões de pessoas por mês. Ao seu redor, a oferta de serviços e de comércio foi se multiplicando. Ruas como Bem-Te-Vi, Gaivota, Pavão e Normandia se tornaram referência em pontas de estoque de marcas de moda, atraindo compradores de várias partes do Brasil. A região também virou o endereço preferido de designers e artesãos que, nas pequenas vilas ou nos antigos sobrados, abriram espaços ainda bastante procurados, a exemplo do Ateliê Hideko Honma, na avenida Jacutinga, que oferece cursos de modelagem manual de cerâmica. Mas, sem dúvida, é pela variada gastronomia e seu espírito boêmio que Moema atrai turistas e paulistanos de todas as regiões da cidade. Se no passado as casas de shows e as discotecas reuniam milhares de pessoas, hoje são endereços como o Bourbon Street, o Ao Vivo Music e o Café Paon que recebem os adeptos da boa música. “Moema se agita ao redor da mesa”, afirma o empresário Rubens Augusto Júnior, que fez uma pesquisa cuidadosa para instalar no bairro uma unidade do restaurante temático Casa do Don. A casa foi aberta há sete meses e espera ganhar a preferência dos moradores, como acontece há décadas com vários endereços da região. “Há lugares que já fazem parte da nossa rotina”, diz Mônica Simões. No roteiro da empresária estão a Empório Moema, uma das dezenas de padarias existentes no bairro; o Aconchego Carioca, um bar desses com mesa na calçada, e a pizzaria Speranza, uma das mais antigas da região. “Foi a primeira que frequentei quando cheguei a São Paulo e ainda hoje não abro mão”, declara. 13
PORTA DE ENTRADA
Aos 37 anos, nascida e criada em Moema, a nutricionista Cintia Paglieri garante que os endereços gastronômicos do bairro têm mesmo uma clientela fiel. “Mesmo com a inauguração de novos estabelecimentos, continuamos indo aos mesmos lugares”, reforça. “É fácil e sempre tem um conhecido.” No roteiro da nutricionista não podem faltar o bufê de almoço do Café Jornal; as massas do Gran Cru; o arroz com feijão e bife do Amarelinho e as delícias do Moema Natural.
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VOLTA AO PASSADO
A face de Moema vista como um bairro amigável e aberto para novidades é conhecida desde o início do século passado, quando cresceu abrigando imigrantes operários que vinham trabalhar nas emergentes indústrias têxteis da região. Nesse tempo, o bairro era conhecido como Fazendinha. O programa preferido era fazer piquenique sob a sombra dos eucaliptos às margens do Córrego da Traição. A circulação de um lado para outro da cidade era feita de bonde, extinto em 1966. O nome Moema é uma referência à personagem homônima do poema Caramuru, de Santa Rita Durão, escrito em 1781. No século XIX, a região ocupada pelo bairro era uma propriedade rural que pertencia a Joaquim Pedro Celestino. Alguns documentos relatam que, desde 1880, havia um grande número de chácaras ocupadas por imigrantes ingleses e alemães. Após o loteamento do Sítio da Traição, em 1913, ocorreu a urbanização do bairro de Indianópolis. Da década de 1930 até 1965, tratava-se de uma área industrial. Nas ruas Normandia e Gaivota há um conjunto de casas tombadas pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), que preserva um pouco desse tempo. Na década de 1970, Moema recebeu investimentos privados em razão de seus terrenos planos e do baixo custo do metro quadrado. Em 1976, teve início a expansão comercial, com a inauguração do Shopping Ibirapuera. Foi apenas em 1987, depois de uma grande mobilização popular, que o então prefeito Jânio Quadros concordou em assinar o decreto que garantia a emancipação de uma parte do bairro de Indianópolis, tornando-se o atual bairro de Moema.
FOTO ARQUIVO ALFAIATARIA MIRKAI
Avenida Ibirapuera, com a linha do bonde e a empresa Brindes Pombo, em novembro de 1965.
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OBRAS M O E M A
Lazer e vista para o lugar inspirador que você vai viver.
Perspectiva ilustrada da piscina integrada à fachada
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DO RM S.
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Comodidade, design e exclusividade em um conceito de morar único, inspirado no lifestyle de Moema.
TO R R E Ú N I C A Visite o Stand de Vendas: Alameda dos Arapanés, 995 chezvousmoema.com.br - 3181 6071 Vendas:
Realização e Construção:
Tegra é o novo nome da Brookfield Incorporações. LANÇAMENTO: Incorporadora responável: TGSP-31 SPE LTDA., atual denominação de BROOKFIELD SPE SP-31 LTDA., sociedade limitada com sede na Avenida das Nações Unidas, nº 14.261, 14º e 15º andares, Ala B, Condomínio WTorre Morumbi, bairro Vila Gertrudes, CEP 04794-000, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 19.552.534/0001-59. Projeto arquitetônico: Jonas Birger. Projeto paisagístico: Neusa Nakata. Projeto de arquitetura de interiores: Débora Aguiar. Memorial de Incorporação registrado sob o R.1 da Matrícula nº 226.663, em 24/11/2017, no 14º Oficial de Registro de Imóveis de São Paulo. As informações constantes no Memorial de Incorporação e nos futuros instrumentos de compra e venda prevalecerão sobre as divulgadas neste material. Todas as imagens e perspectivas aqui contidas são meramente ilustrativas. A tonalidade das cores, forma e textura podem sofrer alterações. Os acabamentos, quantidade de móveis, equipamentos e utensílios serão entregues conforme o Memorial Descritivo do empreendimento e projeto de decoração. Os móveis e utensílios são sugestões de decoração com dimensões comerciais e não fazem parte do contrato de aquisição da unidade. A vegetação exposta é meramente ilustrativa, apresenta o porte adulto de referência e será entregue de acordo com o projeto paisagístico, podendo apresentar diferenças de tamanho e porte. Demais informações estarão à disposição no plantão de vendas. Material preliminar sujeito a alterações sem aviso prévio. Endereço do empreendimento: Av. Rouxinol, 1.017 - Moema, São Paulo/SP. Intermediação: Tegra Vendas - CRECI-SP:J-28.638.
FOTOS ARQUIVO PESSOAL; GILBERTO JUNIOR
MEMÓRIA
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NEGÓCIOS QUE RESISTEM AO TEMPO Da alfaiataria ao sebo, passando pela recuperação da prataria e conserto de relógios centenários, um passeio por verdadeiros templos onde o antigo é sagrado por k ati a simões
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número 323 da avenida Aratãs, apesar da fachada moderna, é um reduto de resistência às mudanças dos costumes e da moda. O alfaiate Alexandre Mirkai, descendente de húngaros, é uma referência na cidade em trajes masculinos feitos à mão, de forma artesanal, seguindo os passos da mais clássica alfaiataria. A família começou no ramo em 1942 e desde 1961 a alfaiataria funciona no bairro de Moema. O ateliê ganhou toques de modernidade, mas o trabalho ainda é personalizado, feito sob medida. 17
MEMÓRIA
Interior do sebo Casa Puebla
“Eu comecei a aprender o ofício aos 12 anos, com meu pai, Carlos Mirkai”, conta o seu Alexandre, hoje com 79 anos e ainda na ativa. “Naquela época, a alfaiataria funcionava no bairro Vila Santa Isabel, na zona leste de São Paulo. A gente estudava de manhã e à tarde tinha de aprender o ofício. Com 15 anos, eu comecei na profissão, e aos 16 anos, já era capaz de fazer um traje completo.” Em 1961, quando chegou a Moema, os tempos eram outros. Os homens usavam terno, camisa, gravata, chapéu e sapatos, tudo feito sob encomenda. Hoje em dia, entram no ateliê para fazer um terno sob medida para o casamento ou para uma ocasião especial, nem sabem que “terno” envolve três peças: paletó, calça e colete. “Confundem terno com costume”, diz seu Alexandre, disfarçando um sorriso. 18
É com brilho nos olhos que ele relembra os tempos áureos da alfaiataria, quando não era possível mais aceitar encomendas já no mês de setembro para entregar antes do Natal. “Os homens queriam um terno novo para ir à Missa do Galo”, conta. Nas décadas de 1970 e 1980, a demanda era tanta que os alfaiates contratados para trabalhar na alfaiataria Mirkai não davam conta, era preciso recorrer a profissionais de outras cidades, como São Carlos e Itápolis, pródigas em mão de obra de qualidade. Carlos Mirkai bem que tentou formar novos seguidores. Quando presidiu a União dos Alfaiates do Estado de São Paulo, ele ajudou a implantar, em 2006, o Projeto Sob Medida, criado para ensinar a aspirantes as técnicas da arte da alfaiataria. A escola funcionava na Avenida Ipiranga, ocupava um andar inteiro.
FOTOS RUDI NETTO; DIVULGAÇÃO
Interior da Relojoaria Hora Mundial
dar uma recuperada na caixa de madeira de um relógio de mesa ou de parede, num velho Cuco, insistindo para que os ponteiros e o pêndulo não funcionem mais, pois são muito barulhentos. E não são poucos os preocupados apenas com as aparências, garante o relojoeiro. Outros sequer sabem que têm nas mãos uma joia rara. Nakato está à frente da Relojoaria Hora Mundial há pouco mais de seis anos. Arrendou a loja do antigo dono, que adoeceu. A relojoaria tem mais de 40 anos no mesmo endereço, serviu a várias gerações de famílias do bairro.
DA PRATARIA AOS LIVROS ANTIGOS
“Mas o jovem de hoje não tem paciência, mal aprende a fazer uma peça e já sai da escola”, afirma com tristeza Mirkai. “Para se formar um alfaiate de verdade leva-se dez anos. Ainda hoje, com toda a minha experiência, um paletó clássico, feito de forma artesanal, consome mais ou menos 50 horas de trabalho.” Dois quarteirões adiante, a história se repete. Só na parede são mais de 20 relógios, outros tantos estão espalhados por balcões e prateleiras. Alguns foram esquecidos pelos donos, outros lá deixados para serem vendidos, enquanto uma pequena parte aguarda conserto por falta de peças. Quem circula pela avenida mal se dá conta das histórias que o tempo faz questão de preservar na acanhada relojoaria do número 514. É ali que Mauro Nakato, 72 anos, exerce um ofício que aprendeu ainda menino – a arte da relojoaria. Especializou-se em relógios antigos, aqueles com caixas de madeira fixados na parede ou de pedestais. “Foi o jeito que encontrei para preservar o ofício”, diz. Conservador, seu Nakato garante que apenas a aparência e a beleza dos relógios não o fascinam, gosta mesmo é de vê-los funcionando. “Sou apaixonado por essas máquinas”, declara. Por isso, torce o nariz quando alguém chega à Relojoaria Hora Mundial e pede para
Os tempos efetivamente são outros. Tempo virou artigo de luxo e praticidade, uma característica capaz de superar até mesmo o fator preço. Mesmo ciente das novas demandas, o economista Paulo Mazzini Verrastro decidiu trocar a correria do mercado financeiro pelo universo dos metais. A Casa Verra, na Rua Graúna, é um dos poucos endereços na capital paulista onde se oferecem os serviços de polimento, banho e restauração de pratarias e metais artísticos. A loja abriu as portas em 1997. “Na época me chamaram de louco”, afirma Paulo. Ele confessa que já perdeu as contas de quantas peças de prata passaram por suas mãos. São objetos que pertenceram a várias gerações, outros adquiridos em antiquários. O grande desafio, garante o empresário, é conseguir mão de obra qualificada, capaz de não apenas polir uma baixela ou dar um novo banho de metal em um lustre, mas de restaurar as peças. “Tenho funcionários que estão há 20 anos na Casa Verra, mas já estão com 60, 70 anos de idade”, ressalta. “Uma hora eles vão querer descansar e não tem quem colocar no lugar.” Do problema da falta de mão de obra José Puebla não sofre. Todavia, esbarra numa mudança de comportamento que aos poucos tem afastado muita gente da leitura. Em plena era da internet, ele mantém em funcionamento um sebo de livros, discos antigos e quadrinhos. A Casa Puebla, na alameda Jurupis, abriga 15.000 livros usados, de enciclopédias a clássicos da literatura nacional e internacional. A construção, um sobrado com cerca de 10 metros de frente, é uma das poucas sobreviventes da arquitetura original do bairro e contrasta com a modernidade da região. Puebla é um especialista em livros da área de humanas. Descendente de espanhóis, nasceu no Brás, mas passou a maior parte da vida em Moema, aliás, na mesma casa onde hoje mora e mantém o sebo. Na década de 1980, quando as livrarias se multiplicavam pelos bairros, decidiu abrir uma para a mãe. O negócio foi bem até o Plano Collor, quando entrou no vermelho. A livraria deu lugar ao sebo. Mais recentemente, Puebla transformou o Casa Puebla num sebo itinerante nos fins de semana. Carrega parte do acervo ora para a Praça Benedito Calixto, em Pinheiros, ora para outras feiras da cidade. “A concorrência é grande, há vários sebos virtuais, mas é possível viver da venda de livros usados”, finaliza, observando que, por incrível que possa parecer, o livro ainda é o modelo mais fiel de aprendizado. 19
CARTÃO-POSTAL
Ícones da arquitetura moderna, alguns dos mais importantes museus de São Paulo transformaram-se em referências da paisagem urbana da cidade por ya r a guerchenzon 20
FOTO EDUARDO ORTEGA
IDENTIDADE PAULISTANA
MASP
uem vem a São Paulo visitar a cidade, a trabalho ou como turista, mesmo que por um ou dois dias, logo tenta colocar na programação um passeio pelos nossos mais importantes museus. Nesse precioso circuito, o Masp, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, parece ser sempre o primeiro na lista de prioridades do visitante, seja ele aqui do Brasil ou de fora do país. E isso não só pela sua relevância e história, mas também pela localização, na Avenida Paulista, um dos mais importantes centros financeiros e empresariais do país. Fora isso, suas linhas de concreto caracterizam a essência da arquitetura moderna, que tanto identifica a cidade. Assim como o Masp, entra no roteiro cultural o MuBE, Museu Brasileiro da Escultura, que fica ali pertinho, a apenas 5 quilômetros. Cenário de significativas exposições, traz ainda como atrativo o próprio projeto, outro dos nossos ícones
arquitetônicos. Praticamente à mesma distância, para quem sai do Masp em direção ao Parque Ibirapuera pela Avenida 9 de Julho, estão outros dois museus que espelham a história da capital paulista, sua evolução e crescimento no ritmo frenético de que aprendemos a gostar. Estamos falando do MAM, Museu de Arte Moderna de São Paulo, dentro do Ibirapuera, sob a marquise, que faz parte do conjunto de edifícios que habitam o parque, e do seu vizinho, o MAC-USP, Museu de Arte Contemporânea. Ligado por uma passarela, também integra o complexo arquitetônico do Parque, mas durante décadas teve outra função, das mais burocráticas, como sede do Departamento Estadual de Trânsito do Estado de São Paulo, e, por esse motivo, é conhecido até hoje por muitos como “o prédio do Detran”. Confira um pouco mais sobre a história e a arquitetura desses quatro museus, que se confundem com o próprio DNA paulistano. 21
CARTÃO-POSTAL
MAM
Localizado sob a marquise do Parque Ibirapuera, num dos edifícios do conjunto arquitetônico assinado por Oscar Niemeyer em 1954, o museu conta ainda com o Jardim de Esculturas, um espaço de 6 mil metros quadrados projetado por Roberto Burle Marx onde são expostas algumas das obras ao ar livre. Fundado em 1948 por Cicillo Matarazzo, o MAM já teve vários endereços até se fixar em definitivo onde se encontra hoje. No início, funcionou por alguns anos no prédio dos Diários Associados, no centro. Depois, foi transferido em 1958 para o Ibirapuera, primeiro no Museu da Aeronáutica, e, em seguida, no pavilhão da Bienal. Passou ainda pelo Edifício Itália e pelo Conjunto Nacional, até chegar, em 1968, à marquise do Ibirapuera.
MUBE
Um marco da arquitetura, o projeto assinado por Paulo Mendes da Rocha traz uma imensa laje de concreto protendido que faz as vezes de portal de entrada e abrigo para a exposição de esculturas e apresentações de teatro, dividindo o espaço com os jardins projetados por ninguém menos que Roberto Burle Marx. Inaugurado em 1995, quase uma década depois de obter a concessão do terreno pela prefeitura, numa esquina entre a Avenida Europa e a Rua Alemanha. mube.space
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FOTO S DIVULGAÇÃO; VICTOR HUGO MORI; EDUARDO ORTEGA; NELSONKON
mam.org.br
MAC-USP
Repleto de história, o prédio do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo faz parte do Parque Ibirapuera. Desenhado por Oscar Niemeyer e inaugurado em 1954, sua fachada exibe as linhas modernistas em concreto armado que caracterizam o trabalho do arquiteto. Após a abertura, funcionou por alguns anos como o Palácio da Agricultura e, logo depois, passou a ser a sede do Detran, que se instalou por lá durante décadas, até 2008. Foi só em 2012 que o MAC começou a ocupar o espaço, com a exposição de obras de Picasso, Matisse e Tarsila do Amaral. Criado em 1963, possui cerca de 10 mil obras de arte. No local, há ainda um recém-inaugurado complexo gastronômico – o Vista, que conta com um café no mezanino, além de restaurante, bar e espaços de eventos na cobertura, de onde se tem uma privilegiada visão da paisagem do Ibirapuera. Vale a pena a visita. mac.usp.br
MASP
Palco de uma das mais tradicionais feiras de antiguidades, realizada aos domingos no seu famoso vão livre, o Masp está instalado desde 1968 na Avenida Paulista, ocupando um edifício projetado como um contêiner de arte, de vidro e concreto. Com 11 mil metros quadrados, divididos em cinco pavimentos, está estruturado a 8 metros do solo, sobre quatro enormes pilares, sob os quais se estende o vão livre de 74 metros – o maior do mundo na época da inauguração. Fundado em 1947, o museu funcionava antes no edifício dos Diários Associados, no centro da cidade, sendo transferido depois para o edifício projetado por Lina Bo Bardi, arquiteta e esposa do professor Pietro Maria Bardi, diretor do museu. masp.org.br
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MODA
O PARAÍSO É AQUI Para além das grandes grifes e dos famosos e disputados outlets, Moema tem muito mais para oferecer: suas ruas escondem lojas e ateliês de marcas que priorizam o trabalho manual e, exatamente por isso, possuem produtos completamente exclusivos. Aqui, uma caminhada pelas faladas ruas de comércio local que podem surpreender quando o assunto é estar na moda por beatriz m a nfredini
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ALAPHIA Inspirada pela alta-costura e pelo dia a dia das grandes cidades, a Alaphia produz uma moda versátil, em que as roupas sirvam para as mais diversas ocasiões. As peças, que vão do esporte chic ao refinado descontraído, seguem as tendências da moda com toques diferentes. Espere por muitas saias mídi, vestidos despojados e peças em diferentes materiais e texturas. Onde: Avenida Ibirapuera, 2907
ESPAÇO LA SPEZIA, CALEIDOSCÓPIO E FORMA CALÇADOS Neste endereço, três marcas focadas na produção artesanal, handmade e na qualidade de seus produtos resolveram se reunir em um único espaço. Na La Spezia é possível encontrar de modelos de couro de pirarucu a clutches de madeira; na Caleidoscópio Acessórios tem peças produzidas por três arquitetas com os mais diferentes mix de materiais; enquanto a Forma Calçados abusa dos sapatos de matérias-primas nobres e sustentáveis. São botas, sandálias e flats em combinações incríveis de cores e texturas. Tudo com uma pegada contemporânea e sofisticada. Onde: Rua Gaivota, 1461
PURPLE YELLOW Para os homens que buscam um estilo único e descolado, a parada é aqui. A marca, que teve o start em 2013, foi inaugurada na Avenida Lavandisca e, neste ano, passou por uma reformulação, com novo local e novos produtos. Encontre itens modernos, de calções de banho estampados a camisetas com frases e jaquetas corta-vento aos mais clássicos, como camisas sociais e tricôs feitos à mão exclusivamente pela Purple Yellow. Acessórios, como óculos de sol e meias coloridas, além de produtos de marcas conhecidas, como tênis New Balance, também podem ser encontrados por ali. Onde: Avenida dos Eucaliptos, 224
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MODA
ZETHA ATELIER-BOUTIQUE Se a ocasião pede uma roupa mais especial, seja para um casamento, jantar ou encontro importante, a Zetha é o endereço certo. Além de vestidos longos, curtos e mídis, macacões, saias e capas refinadas, a boutique também trabalha com atendimento sob medida. A experiência é totalmente personalizada: cada pedido é feito individualmente à mão pelos designers da loja. Onde: Avenida Cotovia, 402
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ALEXANDRE WON No ateliê de Alexandre Won, a regra é clara: a produção é totalmente artesanal, personalizada e feita sob encomenda individualmente e com atendimento exclusivo para cada cliente. O alfaiate, que é referência na técnica bespoke – termo usado para indicar peças únicas –, produz suas peças do começo ao fim de acordo com o pedido: é possível escolher tecidos, cores, estilos, botões e até o forro e a cor da linha. Do terno mais clássico ao mais estilizado e atual. Onde: Rua Normandia, 76
ROSA LOUCA CONFECÇÕES Dona de duas marcas, a Rosa Louca e a Divina Rosa, ambas em Moema, a loja tem peças 100% brasileiras e recheadas de informação de moda. Estampas com pegada folk, com flores e plantas dividem o espaço com calças jogging de moletom e macacões monocolor. Os tricôs, feitos à mão, são os preferidos das clientes. Onde: Avenida Pavão, 173 e Rua Canário, 1132
SOBRAL DESIGN
SIRICUTICO Com clima da casa, a descolada Siricutico é daqueles lugares que não dão vontade de sair. Sob o lema “Moda, Arte e Design”, tem de tudo um pouco: alguns produtos de confecção exclusiva da loja se misturam com a curadoria de itens de ateliês escolhidos a dedo. Dá para encontrar lingerie, sapatos que fogem totalmente do óbvio, bolsas em materiais inusitados, acessórios, roupas de renomadas marcas e até objetos de decoração. Onde: Alameda dos Anapurus, 124
A queridinha carioca Sobral tem filiais pelo mundo todo – Heidelberg, na Alemanha, e Paris, na França, são algumas delas. Já foi citada por Oprah, usada por Beyoncé e pode ser destino de quem estiver passando por Moema. Conhecida por seus acessórios feitos em resina sustentável – não à toa, a fama de empresa verde – e ultracoloridos, a marca tem colares, pulseiras, anéis, brincos e acessórios nos mais diversos e inusitados formatos. Muito além das famosas peças em que homenageia sua cidade de nascimento, o Rio de Janeiro – a exemplo dos anéis personalizados com o Cristo Redentor e os colares em forma de Pão de Açúcar –, espere por adereços únicos, exclusivos e irreverentes. Onde: Rua Normandia, 97
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APLAUSO
SIMONINHA É PRECISO SE REINVENTAR SEMPRE Dono de um suingue único, Simoninha tem na música o fio condutor de uma carreira que vai muito além dos shows por k ati a simões
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praticamente impossível passar mais do que meia hora conversando com Wilson Simonal Pugliesi de Castro – sim, esse é seu nome de registro – sem se sentir à vontade, como se estivesse em casa, diante de um velho amigo. Simples, porém, direto como um bom ariano, Simoninha não esconde o orgulho de ter seguido a carreira do pai, Wilson Simonal, de quem herdou o timbre de voz e a simpatia. Mas, também, é verdadeiro ao dizer que o sobrenome vem carregado de um peso e muita responsabilidade. Talvez seja por isso que esse carioca de nascimento tenha demorado a abraçar a música como profissão. Seu primeiro disco solo, o álbum Volume 2, foi lançado apenas em 2000, quando já tinha 36 anos. Até, então, colecionava participações e passagens pela direção de eventos e produtoras.
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O primogênito de Simonal na juventude integrou a Banda do Zé Pretinho, de Jorge Ben Jor, e nos anos 1980 criou a banda Suíte Combo, junto com João Marcelo Boscoli. Nos anos 1990, dedicou-se à produção de eventos musicais como o Free Jazz Festival, Hollywood Rock, e, em 2000, foi convidado para ser diretor artístico da gravadora Trama. Desde 2008 está à frente da S de Samba, uma produtora de música para publicidade e conteúdo, tendo por sócio o amigo de infância Jair Oliveira. Suas produções passeiam pelo soul, samba e bossa nova, além do carnaval. “Não é mais diversão, virou um negócio de muita responsabilidade”, dispara em meio a risadas. Pai de gêmeos e torcedor fanático do Palmeiras, Simoninha há 18 anos mora em Moema, sempre do lado dos pássaros. Costuma fazer tudo a pé, de ir à farmácia a saborear um prato de culinária internacional. “Moema se parece muito com o Rio, as pessoas caminham, as ruas são planas e arborizadas e o aeroporto fica do lado, o que facilita a vida de quem viaja muito como eu”, afirma. “E ainda é próximo do Ibirapuera, onde vou diariamente fazer meus treinos de corrida.” Entre manter a forma física e os shows, Simoninha ainda encontra tempo para participar, ora mais, ora menos, dos projetos envolvendo a trajetória e a vida de Wilson Simonal. O mais recente é o longa-metragem, que leva o nome do cantor, que chegará aos cinemas em 2019. “Eu e meu irmão Max demos a nossa contribuição na área musical, desde a escolha das canções, a composição das trilhas originais, até ajudar na preparação do Fabrício de Oliveira para interpretar o Simonal”, diz. “Mas emocionante mesmo foi ver o filme retratando o papel da minha mãe, tem uma história de amor muito forte, que até hoje pouco tinha sido contada, porque as pessoas só olham o artista.” Confira a seguir um pouco mais do que Simoninha pensa sobre o atual momento da música popular brasileira e os desafios da carreira: 30
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“O FATO DE AS PESSOAS TOMAREM MAIS AS RUAS, OS PARQUES, E ENTENDEREM QUE ESSAS ÁREAS PÚBLICAS SÃO DELAS, TRAZ UMA ENERGIA DIFERENCIADA” TEGRA – Como foi ter uma infância dividida entre Rio de Janeiro e São Paulo? WS – Posso dizer que foi bem diferente da vivida pelos meus amigos, mais muito parecida com a dos filhos de outros artistas da época. Eu cresci entre Ipanema e Leblon, próximo da praia, com espírito de carioca. Morava um pouco no Rio, um pouco em São Paulo, até definitivamente, lá pelos meus 9 e 10 anos, minha família fixar residência em São Paulo. Era bem itinerante. Primeiro moramos num hotel. Naquela época era comum isso. Moramos por um ano no Lord Palace Hotel, no centro da cidade. O hotel funcionava como concentração do Palmeiras, vem daí a minha ligação com o clube. Depois fomos para o Morumbi, Higienópolis e Jardins. Da época que eu cheguei até hoje São Paulo mudou muito. Era uma cidade muito careta. A partir dos anos 1980, foi se transformando, tornando-se mais aberta, mais moderna. TEGRA – O caminho da música foi uma escolha natural ou o peso da genética falou mais alto? WS – Foi natural. Eu sempre achei que seguiria o caminho da música, porém somado a uma faculdade. Primeiro, cursei Direito, por influência dos problemas sérios que meu pai enfrentou na vida. Eu convivi muito na infância com advogados, juízes e eu associava o Direito à justiça. Fui crescendo e percebendo que uma coisa não necessariamente levaria à outra. Deixei a faculdade antes do final. Prestei vestibular para propaganda e marketing. Meu pai, no início dos anos 1970, tinha uma empresa de marketing, a ligação com a publicidade existia na vida dele. Eu achava que mexer com criação não me deixaria tão distante da música. Logo depois fui trabalhar numa produtora de música para publicidade, como a S de Samba, e procurei aprender o máximo, porque poderia me levar ao futuro. Eu pensava: eu vou ter um estúdio de música, vou trabalhar com criatividade, vou ficar
próximo do meu universo que é a música. Foi uma escolha que eu fiz lá atrás e que, no meu caso, deu certo. TEGRA – Quais os grandes desafios que a carreira lhe trouxe? WS – O primeiro e maior deles foi sempre o de ser filho do Simonal. É difícil carregar essa herança, com tudo o que tem de bom e de ruim. Como artista, num país como o Brasil, você tem barreiras enormes para transpor. Como dizem os mais antigos: cochilou o cachimbo cai. Tem desafio a todo momento. A carreira de todo artista é pautada na superação dessas pedras no caminho. Você encontrar a sua voz artisticamente, gravar o seu disco, encontrar o seu público, são desafios grandes. Depois de tudo isso, ainda se manter necessário para a plateia. A reinvenção constante é o que demanda mais energia. TEGRA – O peso do sobrenome foi maior na infância e na adolescência? WS – Não é uma exclusividade minha. A maioria dos filhos de artista tem os mesmos dilemas. Quando a gente tinha 14, 15 anos, não era tão comum ser filho de artista. A gente dividia experiências muito parecidas: um pai ou uma mãe ausente porque estava sempre viajando; a tua vida exposta na televisão, nas páginas das revistas. Hoje, todo mundo é famoso. Antes eram os artistas e os atores. Não era um negócio tão grande, era um universo menor. Por isso, viramos grandes amigos. O Jair Oliveira, filho do Jair Rodrigues, é meu sócio, a irmã dele, a Luciana Melo, é muito próxima. Trabalhei na Trama com o João Marcelo, filho da Elis Regina. Essa amizade levamos para a vida e para os palcos. TEGRA – Quando você teve a certeza de que alcançou o sucesso no mundo musical? WS – Eu ainda não vivi esse momento. Minha carreira tem vários marcos, são pequenas coisas que você vai construindo. Quando eu lancei o meu primeiro disco 31
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TEGRA – Olhando para trás, o que deixou lembranças ao longo da carreira? WS – Sem dúvida eu fiz coisas que me orgulharam. Espetáculos, shows, canções. É difícil separar. Eu sou muito crítico, como a maioria dos artistas, eu praticamente não escuto as minhas músicas. A gente tem uma relação do tipo: fiz, está pronto, está entregue, é hora de seguir adiante. Não fico remoendo. É lógico que tem marcos. Algumas apresentações que fiz no Rock in Rio, alguns shows fora do Brasil que foram muito especiais, porque aconteceram coisas incríveis. Por exemplo, em Londres, um dos shows indoor cresceu tanto que tiveram que fechar o espaço. Eu fui “botando fogo” no show no bom sentido, e os seguranças vieram dizer que iam interditar a área, de tanta euforia. Apesar de ter gerado um problema, eu fiquei feliz de ter uma audiência que não era só de brasileiros, mas formada por muitos estrangeiros. No Japão também vivi mo32
mentos incríveis. Das apresentações internacionais eu sempre carrego boas lembranças. Mais recentemente, na Áustria, eu fiz um trabalho com uns artistas locais, gravamos um disco, fizemos uma pequena turnê. A receptividade do público foi imensa. Uma coisa que eu gosto muito são os encontros. Quando cantei com meus ídolos, quando canto com Jorge Ben Jor, com a Elza Soares, Alcione, Ivete Sangalo, com tanta gente boa. Gosto muito desse encontro de gerações, isso me emociona muito. Dividir o palco com meus companheiros de geração também é muito bom. A magia acontece. A música possibilita esses momentos mágicos. O show Os Filhos dos Caras, que apresento junto com Leo Maia e o Jairzinho, é um exemplo disso. É muito legal. Todo mundo canta o repertório do Tim Maia, do Simonal e do Jair Rodrigues, mas a gente divide muita informação. Conta como as músicas nasceram, aguça a curiosidade do público. TEGRA – Quando você chegou a Moema? WS – Foi em 2000. Estava numa fase nova da vida, já era casado, primeiro casamento. Cheguei aqui para morar e estou até hoje. Sempre morei no lado dos pássaros. A vida tem coisas engraçadas. Um amigo meu da adolescência era daqui eu frequentava o bairro quase que diariamente, conhecia cada rua. A área entre a Bandeirantes, a Santo Amaro, a Eucaliptos e a Ibirapuera, onde só pode ter casa, era meu reduto. Tinha muitos amigos ali. Umas das casas era de concreto armado, arquitetura moderna, um estilo que eu sempre gostei. Eram cômodos amplos, tinha jardim, uma casa muito boa, num terreno de quase 600 metros quadrados. Em 2000 surgiu a oportunidade de alugá-la e, posteriormente, acabei comprando o imóvel. Foi uma série de coincidências que me levaram a Moema, mas eu já vivia o bairro desde muito cedo. Atualmente, meus filhos moram na casa e eu estou em outro endereço, mais próximo do Parque Ibirapuera.
TEGRA – Você pode falar um pouco sobre sua relação com o Parque Ibirapuera? WS – Na infância, na juventude, mais velho, sempre frequentei o Ibirapuera. De uns dez anos para cá, porém, estou mais assíduo. Vou quase todos os dias. Faço meus treinos de corrida lá desde 2009. Vou lá pegar sol, recarregar as energias. É um privilégio ter um parque perto de casa que tem um pouco de tudo: você quer sombra, tem; tem dimensões grandes, dá para variar bem os circuitos, o que não deixa a coisa ficar cansativa. Eu adoro o parque. TEGRA – O Ibirapuera já foi palco para os teus shows? WS – Muitas vezes. Eu já fiz shows incríveis no Ibirapuera e em vários momentos. O último grande show foi há cinco anos, no lançamento do meu disco Alto Fidelidade, no Auditório Ibirapuera. Eu me sinto em casa. Fiz outros no espaço aberto, é uma sensação maravilhosa. São Paulo vem melhorando muito com relação a isso, com essa coisa de as pessoas tomarem mais as ruas, tomarem mais os parques, entenderem que essas áreas públicas são delas. Esses encontros são especiais, trazem uma energia diferenciada. TEGRA – Como você analisa o cenário da música popular brasileira na atualidade? WS – Desafiador, nunca foi tão multifacetado quanto hoje. Vivemos um período de transformação, de novas formas da música chegar às pessoas, novas maneiras das pessoas se relacionarem com música. O CD praticamente acabou. O mercado aumentou, tem-se muitos nichos, muitas possibilidades. Falar de música hoje é completamente diferente de há dez anos. O mundo mudou. Tem muita coisa legal acontecendo na música brasileira, mas muita coisa também que não é legal. É difícil emitir uma opinião fechada. Eu tenho um olhar de um cara mais velho, que já viveu muita coisa na música. Mas, para quem
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solo, em 2000, o trabalho foi muito bem recebido. Fiz um show em Porto Alegre, no Opinião, e me surpreendi. Quando eu subi no palco as pessoas estavam cantando todas as músicas do disco. Aí pensei: acho que a coisa andou. O respeito que a classe artística tem comigo e com o meu trabalho também é gratificante. São sinais de que você tratou de andar pelo caminho certo. Eu acredito que sucesso está muito ligado às suas expectativas. Você pode não se considerar um cara de sucesso, mas ter muita coisa. Mas, mesmo assim, você busca algo diferente, quer mais. No caso do artista há vários tipos de sucesso: o efêmero e o da construção de uma carreira consistente. Eu sempre me guiei e continuo me guiando pela carreira. Trabalhei e trabalho para construir uma carreira e não um sucesso efêmero, que desaparece rapidamente. Ultrapassar várias fases, diversos momentos, alcançar a longevidade. Isso eu acho mais interessante. É isso que eu procuro.
“VIVEMOS UM PERÍODO DE TRANSFORMAÇÃO, DE NOVAS FORMAS PARA A MÚSICA CHEGAR ÀS PESSOAS, NOVAS MANEIRAS DE AS PESSOAS SE RELACIONAREM COM MÚSICA”
está chegando, vivenciando, é o mundo deles. As coisas têm de acontecer para as pessoas irem descobrindo e escolhendo o seu próprio roteiro. O que vai permanecer a gente não sabe. Mas eu sou otimista em relação à música. Por mais que haja coisas que eu possa não gostar, eu respeito. Adoro trabalhar com essa garotada, sinto que tenho de dar a mão pra eles como em algum momento deram a mão pra mim. TEGRA – A produtora está completando 20 anos, é um desafio empreender no Brasil? WS – A S de Samba produz música para publicidade e para conteúdo. É uma produtora artística também. Produziu nossos discos. É como se fosse um grande centro das nossas vidas e atividades quando o assunto é música. Completar 20 anos em qualquer ramo é um desafio, em publicidade mais ainda. Se manter relevante é o mais difícil. Estamos sempre tentando trazer para o mercado algo novo e esse é o nosso maior desafio. 33
GASTRONOMIA
UM SOTAQUE EM CADA ESQUINA
Da clássica culinária italiana aos exóticos sabores asiáticos, Moema esbanja opções para quem privilegia a boa mesa por v er a fiori
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oradores e habitués do bairro que é referência da boa mesa na cidade costumam ser os melhores guias no quesito gastronomia. A jornalista Deborah Bresser morou em Moema durante 15 anos e recentemente se mudou para o bairro vizinho, Campo Belo. Mas até hoje bate perna por lá; segundo ela, a melhor maneira de desbravar as novidades. Os filhos adolescentes, relata, gostam da hamburgueria Bronx, na rua Inhambu, e da sorveteria Bacio di Latte, na rua Canário. “Também ali ficam a Vom Fass, loja especializada em azeites, e a rotisserie La Vera Pasta”, comenta. Para quem gosta de uma boa parrilla argentina, a sua dica é o Ladrillo, na rua Inhambu. Seus bares e botecos favoritos concentram-se na margem indígena da avenida Ibirapuera, como o Assim Assado, na alameda dos Aicás, o Juarez, na avenida Jurema, o Frederico Boteco, na avenida Aratãs, e o Bar do Giba, na avenida Moaci.
Pizza de Margherita, Pizzaria Speranza
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GASTRONOMIA
Com raízes no bairro, Manuel José Pires, de 84 anos, assim como Débora, costuma caminhar com frequência. Há 60 anos em Moema, conta que quando se mudou não havia água encanada e as vias não eram pavimentadas. “Andei muito de bonde camarão”, recorda-se. A casa da família ficava na rua dos Arapanés, vizinha do bar alemão Windhuk. “Eu e minha esposa comemoramos nossos 60 anos de casados lá”, diz o fiel cliente, até hoje fã do chopp e da truta com manteiga e amêndoas. O endereço é um dos mais tradicionais da região, atrai clientes fiéis de vários cantos da cidade e até turistas. O chef e sócio Francisco Krieger é figura conhecida na telinha por preparar receitas típicas. Segundo ele, o bar cujo nome homenageia um transatlântico de luxo aportou no bairro em 1948. “Um dos ex-tripulantes do navio alemão fundou a casa, que passou por outros proprietários até que meu irmão, Valfrido Krieger, um antigo funcionário, assumiu o comando do 36
Windhuk em 1964”, relata. O bar no estilo chalé cresceu e tornou-se restaurante com especialidades típicas. A clientela fiel, por vezes quatro gerações de famílias, saboreia o tradicional eisben (joelho de porco) acompanhado pelo chopp cremoso que sai direto de uma câmara fria passando por mais de 100 metros de serpentina coberta de gelo. Receptiva a paladar e costumes internacionais, Moema não passou imune à onda de sabores orientais que ganhou as mesas da cidade nas últimas décadas. Para os apreciadores da culinária japonesa contemporânea, o Koi é destino certo. O nome significa carpa, sinônimo japonês de alegria e prosperidade. “Fundado em 1991, foi um dos pioneiros em culinária japonesa no bairro”, diz Valdiza Santos, gerente da casa. “Nosso foco são os pratos à la carte com ênfase ao frescor dos pescados. O diferencial do Koi é o menu degustação com opções típicas de Niguri, Jyô de Vieira e Tartar de Salmão.”
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Cia 66
Francisco Krieger no Windhuk
TRADIÇÃO À MESA Se Moema fosse uma cidade, o empresário italiano Andrea Doria Conte podia ser o prefeito. Quando abriu a primeira unidade da cantina Don Pepe di Napoli em 1983, deu início a uma dinastia gastronômica, que soma 15 restaurantes, sendo dez deles no bairro: Forneria Di Napoli, Al Mare Ristorante, Gajos, Vila Conte 24 hs, La Pepa Grill, Pepe Nero, Padoca di Napoli, Giardino, além da cantina italiana em dois endereços. Os pratos da Don Pepe remetem à memória afetiva de Conte. “Minha família é originária de uma pequena cidade no sul da Itália, de Santa Maria di Castellabate, com gastronomia de influência napolitana”, diz. Os molhos seguem à risca as receitas de sua mãe. Entre os pratos mais pedidos estão o filé mignon à parmegiana e o spaghetti à Francesco Paolo com iscas de filet mignon, berinjela, azeitonas e molho napolitano.
Quem também tem muita história para contar é a família Tarallo, que há 60 anos está à frente da Pizzaria Speranza, uma das mais tradicionais da região. “Quando conheceu o bairro em meados de 1970, nosso pai, Antonio Tarallo, vislumbrou um grande potencial na região e construiu o prédio onde hoje está a filial”, afirma o chef e sócio Francesco Tarallo. O movimento da casa é intenso. Sem exagerar, garante que em um fim de semana são consumidas cerca de mil pizzas, além dos pratos da cantina. No mesmo prédio onde está a Speranza fica a gelateria Davvero Gelato Tradizionale, sob comando das irmãs Suelen Ferrari e Débora Tesoto. Da maquininha caseira de preparar picolés na infância aos negócios foi um salto e tanto. Depois de muitos cursos e uma temporada de cinco anos na Itália com passagem pela renomada Carpigiani Gelato University, elas inauguraram a gelateria em 2015 no Itaim. 37
GASTRONOMIA
O sucesso levou à abertura da unidade na avenida Sabiá. “É importante para a Davvero estar presente em Moema por ser um bairro que abrange diversos públicos, com perfil tanto comercial quanto residencial. Além disso, concentra marcas importantes, casas de chefs renomados, e isso nos proporciona uma grande visibilidade”, afirmam. Os gelatos levam insumos naturais e frescos. O pistache, por exemplo, vem de Bronte, região da Sicília, e a fava de baunilha, do Madagascar. Entre os sabores mais pedidos, o Scioccante, com 56% de cacau e apenas 2% de leite em pó desnatado, o Café Bianco, preparado com infusão de café não torrado, e o Nonna, de coco com doce de abóbora.
Para os românticos que curtem o ritual glamouroso que envolve o preparo da fondue, a dica é o Hannover. “Até pedidos de casamento são comuns no restaurante”, brinca a proprietária, Andrea Lich. O fundador da casa, o sr. Heinz, como é conhecido, já morava em Moema e decidiu abrir o negócio nas redondezas. “É um bairro completo, com muitas facilidades”, afirma. Pioneiro no sistema de rodízio (queijo, carne e doces), o restaurante oferece 12 tipos de fondues. Segundo Andrea, a tradicional Alpino, de queijo, é o carro-chefe. “São receitas de família. As fondues de queijo levam kirsch e cachaça alemã de cereja. Os molhos são criação de minha sogra, e a versão doce, com leite Ninho, leva minha assinatura”, conta. Moema também concentra algumas das melhores padarias da Zona Sul. A personal e moradora do bairro Deborah Ribeiro toma café da manhã todos os domingos na Blés D’Or. “O brunch é concorridíssimo, o bolo de laranja é de comer ajoelhado, assim como o delicado croissant de amêndoas. Soma-se a isso o ambiente agradável, charmoso e atendimento de primeira”, afirma. Sob o comando de W.Duran, a padaria artesanal com sotaque francês está em Moema desde 2007. “O bairro tem vários atrativos. Desde a localização estratégica, ao lado do shopping e do aeroporto de Congonhas, passando pela rica gastronomia e ruas planas”, afirma. O perfil do público varia de acordo com os horários e dias de semana, atraindo desde executivos que tomam café da manhã, grupos de amigos no chá da tarde e famílias aos domingos. Os pães são feitos a partir de fermentação natural, sem aditivos ou conservantes. Duran recomenda o pão de queijo brie com vinho branco feito apenas sob encomenda. A fornada diária inclui o tradicional pão francês, baguetes, pão de nozes, pão de cebola, pão de azeite, ciabatta, focaccia, pão à moda antiga (receita da casa) e o pão 100% integral. 38
Por fim, o bairro não poderia deixar de contar com uma clássica hamburgueria. A estilosa Cia 66 é o endereço preferido para os fãs de motores possantes, hambúrguer e rock’and’roll. Com nome inspirado na lendária estrada americana, a hamburgueria, que também abriga um bar e loja temáticos, foi idealizada por Alexandre Mattei, empresário do setor automobilístico. A decoração lembra as americans garages dos anos 1950, com itens de decoração que remetem à paixão por automóveis. Com piso quadriculado e cadeiras vermelhas, o lugar expõe carros clássicos, alguns à venda. No térreo estão o bar e lanchonete e no segundo piso uma loja. Os lanches levam nomes como Thunderbird, Corvette e Cadillace e podem ser de carne bovina, carne de cordeiro, frango ou vegetariano. “Temos hambúrgueres de 150 a 200 gramas. O Thunderbird, em quatro opções de sabores, e o Cia 66, de costelinha, são os campeões de pedidos”, afirma. Para acompanhar, shot drinks variados, como o sugestivo Highway to Hell com vodca, cointreau e pimenta, cervejas, milk-shakes. A hamburgueria tem shows de rock ao vivo, aos sábados, das 16 às 19h.
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PIONEIRISMO
Fondue doce com leite Ninho, Hannover
Gelato Davvero
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LIFESTYLE
VAMOS PEDALAR? Ruas planas e arborizadas são um convite para rodar de bike, seja para a prática do esporte, para o lazer e até para ir ao trabalho por roberta rossetto
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odos os dias, a advogada especializada em franquias Sandra Brandão pega sua bike para ir ao escritório. De Moema à Vila Olímpia, são 4 quilômetros de ida e outros 4 quilômetros de volta. Mas se for preciso visitar um cliente do outro lado da cidade, Sandra estuda o trajeto, consulta a previsão do tempo e vai. Não importa a distância. Nem sempre foi assim. “Comecei percorrendo pequenos trechos, em Moema mesmo, quando tinha que ir ao Correio ou ao médico”, diz ela. Assim, aos poucos, Sandra foi ganhando confiança. Hoje, aos 48 anos, ela conta que muita gente a considera corajosa, pois acham que andar de bicicleta é perigoso. “Sou a maior incentivadora, vivo dando dicas para quem quer começar a pedalar e aviso logo que vicia”, afirma. “É ótimo poder rodar sentindo o vento e o sol, podendo ver as ruas, o movimento, e chegar em bem menos tempo ao trabalho”, diz. “Deixei de ser tatu, do tipo que sai de uma garagem e entra na outra.” Sandra roda de bike elétrica, vamos deixar bem claro. Assim, não chega desarrumada no trabalho. Bikes elétricas são uma mão na roda para quem circula pela cidade, para quem quer pedalar mas não tem preparo físico ou para quem circula em regiões com morros – a ajuda do motor nas subidas faz muita diferença! Bikes elétricas são uma evolução das bikes tradicionais e estão em alta. Há duas categorias distintas de modelos elétricos: as que têm acelerador e não é preciso pedalar, conhecidas por mopeds, e aquelas cujo motor é acionado por meio de um sensor de movimento que percebe o giro do pedal, o chamado pedal assistido ou pedelc. Nesse caso, o motor não substitui o esforço – a pessoa ainda terá que pedalar, mas será bem menos cansativo.
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LIFESTYLE
SEM ESTRESSE O uso de bicicletas é tendência mundial nos grandes centros urbanos. Não é apenas pelo tanto que fazem em prol da saúde, colocando músculos em movimento. Mas também por agilizarem a locomoção, encurtando o tempo que se gasta indo de um lugar ao outro. Hoje, a frota nacional de bicicletas está na casa de 70 milhões de unidades, com produção anual crescente que já bate em 2,5 milhões, excluídas as bicicletas infantis, classificadas como brinquedos. Somem-se a esses números mais 160 mil unidades importadas, em média, ao ano e teremos uma radiografia geral das magrelas pelo país. São muitas. Cada vez mais. Ainda bem. Para quem quer começar a pedalar, uma boa dica é usar uma bike compartilhada. Recém-chegadas à cidade, as bicicletas Yellow têm como grande diferencial o fato de não estarem estacionadas em docas especiais. Elas são encontradas por GPS e podem ser deixadas em qualquer lugar da cidade, desde que não
TITO DOWNTOWN DISC ID Bike com estilo esportivo, com rodas maiores e pneus que absorvem bem as irregularidades dos pisos da cidade. O quadro foi pensado para facilitar a subida e a descida da bike. adorobike.com.br
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SCHWINN MADISON Elegante, com estilo retrô e cheia de personalidade. É fácil de pedalar e ao mesmo tempo curtir a cidade. schwinn.com.br
atrapalhem a circulação de pedestres. É simples: para usar, basta baixar o aplicativo IOS ou Android, fazer o cadastro, procurar a bicicleta mais próxima na tela do celular, aproximar o aparelho da bicicleta e fazer uma imagem do código de barras. No mesmo instante, a trava de segurança se abre e a pessoa já pode pedalar, pagando com cartão de crédito por tempo rodado. A Yellow vale a pena para curtas distâncias e para trajetos planos, já que é uma bicicleta simples, sem marcha. O bom é que há muitas, espalhadas por toda parte, e serão 100 mil até 2019. E não é preciso se preocupar com roubos, pois elas são feitas propositalmente com partes e peças que não se encaixam em nenhuma outra bicicleta. yellow.app
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A maior vantagem das elétricas pedelec é que elas podem trafegar em ciclovias e dispensam carteira de habilitação, o que não acontece com as bikes de aceleração, consideradas como veículos ciclomotores pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). As pedelecs estão liberadas de emplacamento, tributação, habilitação e seguro obrigatório. Nas ciclovias ou nas ruas, exigem capacete e a velocidade não pode ultrapassar os 25 km/hora. Indicador de velocidade, campainha, sinalização noturna dianteira, traseira e lateral, espelhos retrovisores em ambos os lados e pneus em boas condições são obrigatórios. Tem tudo isso? Então é só sair rodando, dando tchauzinho da ciclovia para os motoristas de veículos que sofrem parados nos engarrafamentos e no trânsito.
6 DICAS ESSENCIAIS PARA QUEM QUER COMEÇAR 1. Se você é do tipo que tem medo de pedalar pelas ruas, comece percorrendo trajetos curtos, pelo bairro, para ganhar confiança. Use bikes compartilhadas, de aplicativos, para experimentar diferentes possibilidades antes de investir numa bicicleta própria. 2. Na hora de comprar, vá com calma, pois há muitos modelos, marcas e preços distintos. Comece respondendo: você quer uma bike para quê? Quer ir de casa para o trabalho? Pedalar em montanhas, fazer trilhas e percorrer longas distâncias? Fazer esportes e competir? Uma bicicleta para uso urbano tem um design que leva em conta o conforto e a segurança. Já num modelo mountain bike, o guidão e selim estão praticamente na mesma altura e o ciclista pedala arcado para frente. Nos modelos de corrida, os pneus são mais finos e os materiais, mais leves para ganhar velocidade. Há ainda modelos híbridos, entre a mountain bike e as urbanas, bastante confortáveis para o uso nas cidades. 3. Responda a mais uma questão: seu propósito é facilitar o deslocamento ou fazer exercícios físicos? Ou seja: você está buscando uma bike elétrica, cujo motor ajuda no deslocamento e requer menos
esforço, ou uma para pedalar como forma de se exercitar? No caso das elétricas, pesquise sobre motores, as formas de aceleração, as baterias, sua autonomia e o tempo que levam para recarregar. 4. Preste atenção no tamanho da bicicleta, que tem que ser compatível com o seu físico. Faça um bikefit – configuração das medidas das partes da bicicleta para atender às dimensões do corpo do ciclista – em lojas especializadas de bicicletas, para conhecer suas medidas. 5. Não esqueça dos itens de segurança. Capacete, faixas fluorescentes para passeios à noite, luzes dianteira e traseira, cadeado, buzina, paralamas, amortecedores, câmbios e bagageiros. Luvas também são boas para evitar a dormência nas mãos. 6. A internet traz muitas informações e compara preços, mas nada substitui uma boa conversa com um amigo que já pedala ou com um bom vendedor de uma loja especializada, capaz de orientá-lo no que você está buscando. Procure fazer um test-drive. Algumas lojas marcam hora com antecedência.
CALOI CITY TOUR E-VIBE Bike elétrica com motor acionado quando o ciclista pedala, sendo um modelo permitido nas ciclovias e ciclofaixas. caloi.com.br
É SEGURO Rodar por Moema é uma aventura tranquila, as ruas são largas e planas, há faixas exclusivas para ciclistas e, especialmente para as crianças, o Parque das Bicicletas é uma ótima pedida. “Se você vai até a padaria ou vai fazer alguma coisa a uma distância curta, de 1 quilômetro ou menos, pode perfeitamente ir a pé. Mais do que isso, é melhor ir de bike”, diz Bruno Caloi Júnior, bisneto do fundador da fabricante Caloi e hoje dono de sua própria montadora, a Tito Bikes. “Ela otimiza o esforço humano, faz muito pelo meio ambiente e não tem contraindicação”, diz Tito, como é mais conhecido. O empresário cresceu entre bicicletas, pedala pela cidade com uma elétrica quando vai ao trabalho e uma mountain bike nos finais de semana. Claro que o melhor é rodar em faixas exclusivas para bicicletas, mas como elas não existem em todas as ruas, Tito ensina uma regrinha fácil para avaliar a segurança de uma determinada via e escolher o melhor trajeto: se você circula numa velocidade e o carro segue no dobro da sua velocidade, é correto prosseguir. Assim, se você está
EURBAN ELÉTRICA Design inspirado nas bikes holandesas. O motor é acionado por meio de um sensor de movimento, que percebe o giro do pedal. Ótimo para ajudar nas subidas. adorobike.com.br
a 25 km/hora e os carros seguem a 50 km/hora, tudo bem, porque há tempo de o motorista do veículo visualizar o cliclista e parar, se for preciso. Os mesmos 25 km por hora de uma bicicleta na marginal Pinheiros, onde a velocidade dos veículos chega a 90 km, tornam o trajeto perigoso. Em Moema, na maior parte das ruas e avenidas, o limite de velocidade para veículos está em 40 km/hora e 50 km/hora. É possível pedalar, com atenção e sem medo. Dito tudo isso, está na hora de escolher uma bicicleta. Há centenas de opções e a tarefa nem sempre é fácil. 43
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VIZINHOS QUE SE COMPLETAM
De ponto de encontro da boemia paulistana ao posto de segundo aeroporto mais movimentado do país, Congonhas completa 82 anos encravado no centro da maior cidade brasileira
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ara ir de casa para o trabalho, a paulistana Daniela Cardoso Bonato não demora mais do que 15 minutos. Coloca em prática o sonho de nove entre dez moradores da cidade, que desperdiçam preciosas horas do dia tentando percorrer meia dúzia de quilômetros em meio ao trânsito engarrafado. Comissária de bordo com 23 anos de atuação na área, ela tem em Congonhas sua principal base para voos que faz semanalmente por toda a América do Sul. Para facilitar a rotina, viveu boa parte dos seus 44 anos em Moema, em vários endereços, morando e trabalhando na mesma região. “O bairro é delicioso. Sempre foi”, comenta Daniela. “Tem uma boa estrutura de comércio e serviços, além das inúmeras opções de lazer, com um perfeito casamento entre diversão
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e gastronomia diversificada, que inclui vários restaurantes e bares descontraídos.” Sem contar que o Parque Ibirapuera fica do lado e atende às demandas de quem busca manter a forma física. “E tudo isso está a poucos minutos do meu trabalho. Não poderia haver bairro melhor para viver”, afirma. “E não sou só eu. A maioria dos meus colegas da aviação que não são paulistanos também optam por morar na região.” Na memória de Daniela ainda prevalece a imagem de uma Moema marcada por um ambiente caseiro e familiar. “Por ter vivido em vários lugares, na Inhambu e na Alameda dos Guaramomis, entre outros endereços, e por ter minhas tias morando até hoje na Gaivota, eu me sinto acolhida, em casa”, diz. Assim como a comissária, muitos moradores trazem
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Em 2017 foram registrados 217.918 pousos e decolagens, movimentando 21.859.453 milhĂľes de passageiros.
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DESTINO
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UMA REFERÊNCIA PAULISTANA Além da movimentação espontânea que ocorria na chamada “prainha de paulistano”, Congonhas também recebia personalidades importantes da política, das artes, do esporte. Por ali passaram, entre outros, Juscelino Kubitscheck e Tancredo Neves; a rainha Elizabeth, da Inglaterra, e astros de Hollywood, como Marlene Dietrich. Se o Pavilhão das Autoridades tinha entrada restrita, o salão social abria as portas para os festeiros de plantão, que alugavam o espaço para festas, aniversários, casamentos e até baile de Carnaval. Era comum, até os anos de 1970, a realização de uma noite de Carnaval em Congonhas, com direito a fantasia, confete e serpentina. Aqueles que hoje estão na faixa dos 60 e 70 anos recordam muito bem disso. Os bailes eram animados pela orquestra de um tradicional clube da cidade – o Arakan. De certa forma, Congonhas repete nos dias de hoje essa movimentação intensa e eclética, ao tentar voltar a ser um ponto de concentração dos paulistanos. A comissária Daniela lembra que esse movimento vem se intensificando nos últimos anos. Em 2017, a parte superior e descoberta do novo estacionamento do aeroporto serviu de palco para alguns shows e baladas,
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na lembrança histórias vividas por eles próprios ou pelos pais e avós, de um tempo em que o bairro era bucólico e o aeroporto nada mais era do que um grande campo de terra. No fim dos anos 1940 e início dos anos 1950 era comum a criançada correr por entre as chácaras para chegar até o aeroporto, só para ver os aviões. Ver aviões em Congonhas, aliás, sempre foi um costume bem comum entre os moradores da região e até de outros bairros da cidade. Inaugurado oficialmente em 12 de abril de 1936, o aeroporto entrou em operação dois anos antes, em 1934, por conta de uma grande enchente que paralisou o Campo de Marte por quatro meses. Nessa época, a aviação era para poucos aventureiros. Na década de 1940, porém, o movimento tornou-se mais intenso e Congonhas recebeu sua primeira ampliação. Praticamente dobrou de tamanho, somando 1,6 milhão de metros quadrados. Foi quase no final da década, mais precisamente em 1948, que o projeto do Terminal de Passageiros foi concluído pelo arquiteto Hernani do Val Penteado, com colaboração de Raymond Jamien. As obras tiveram início no mesmo ano, aliando aspectos de modernidade à geometria do art déco. A construção é considerada um marco na arquitetura da capital paulista. Nos anos 1950, já apontado como um dos aeroportos mais movimentados do mundo, com cerca de 1 milhão de passageiros por ano, o terminal virou destino não apenas de quem embarcava ou desembarcava nos barulhentos aviões da época. A cafeteria, a única na cidade aberta 24 horas por dia, inclusive nos fins de semana, se tornou ponto de encontro da boemia. No segundo andar, o espaço da varanda era muito disputado. Era o local ideal para famílias inteiras assistirem a pousos e decolagens, um programa que virou moda nos anos 1960 e 1970. O espaço ganhou até a denominação de “prainha”, atraindo paulistanos e turistas de outras cidades do interior do estado. Mais ou menos como ocorre hoje com as filas que se formam para ver a vista do mirante do Sesc Avenida Paulista, inaugurado em abril deste ano. A comissária Daniela, que diariamente circula por Congonhas, mal tem tempo de parar para observar detalhes da arquitetura do Terminal de Passageiros. O famoso piso em forma de tabuleiro de xadrez é uma das marcas registradas da construção. Data de 1960, tornando-se parte da identidade visual do aeroporto e batizando, mesmo que de maneira informal, o “tipo” de piso nas casas de material de construção distribuídas pela cidade. Congonhas é também uma galeria de arte. São 16 obras que se espalham por todo o Terminal de Passageiros. Jacques Monet, arquiteto francês, assina os espelhos decorados com motivos diversos, instalados no Pavilhão de Autoridades, assim como o painel de madeira pintado com o mapa do Brasil e representações das cinco regiões do país na sala de embarque. O mural de 56 metros quadrados, batizado de “Os Trabalhadores”, é de autoria de Di Cavalcante e Clóvis Graciano. O painel mais recente é de Eduardo Kobra, inaugurado em 2013, ocupando uma área de 39 metros quadrados, no corredor que dá acesso ao saguão principal.
O piso preto e branco, que lembra um tabuleiro de xadrez, virou marca registrada do aeroporto desde a década de 1960.
principalmente nas noites e madrugadas de sexta-feira e sábado, após o encerramento das operações do aeroporto. Os moradores não gostaram muito da ideia, e em junho de 2017, a animação foi tanta e o volume do som tão intenso que acabou se espalhando pelos arredores e gerou desconforto nos prédios mais próximos. Ironia das ironias: um evento nas dependências do aeroporto gera queixa sobre ruído que não foi provocado pelos aviões. Depois de muita discussão, os organizadores prometeram instalar barreiras para diminuir a propagação do som. Não é difícil perceber que Congonhas segue como um grande protagonista na vida da capital paulista e, especialmente, dos bairros vizinhos. “Isso era mais que inevitável, uma vez que a cidade cresceu e envolveu inteiramente o aeroporto”, comenta Daniela. A comissária observa, ainda, que a existência do aeroporto gerou uma inquestionável dinâmica empresarial e comercial para toda a região, promovendo intensa valorização imobiliária. No ano passado foi anunciada a futura implantação de uma megaloja da Leroy Merlin no terreno que foi ocupado pela Vasp. O negócio, no entanto, ainda depende do andamento do processo de privatização do aeroporto. De toda forma, isso comprova o grande atrativo comercial no seu entorno.
Para Daniela, sua experiência em Congonhas divide-se em duas fases. Quando iniciou a carreira, em meados dos anos de 1990, havia o predomínio de voos executivos, muito baseado no fluxo de passageiros da ponte aérea São Paulo-Rio. “Atualmente percebo que continua sendo um aeroporto de executivos, mas cresceu muito o número de voos turísticos, o que resultou em mais trabalho para todos nós que estamos envolvidos com a aviação”, analisa. Em decorrência do maior fluxo de passageiros, houve uma expressiva ampliação e melhoria dos negócios voltados para comércio e prestação de serviço instalados nas dependências do aeroporto. “É possível encontrar grandes marcas, bons restaurantes, lojas sofisticadas, o que é bom tanto para passageiros como para nós que lá trabalhamos”, afirma. “Congonhas virou um verdadeiro shopping center e voltou a ter aquela antiga característica de não ser apenas um lugar de partidas e chegadas.” Hoje em dia, a vizinhança não se preocupa mais tanto com o barulho, até porque desde 1º de março de 1976, seguindo portaria do Departamento de Aviação Civil, o movimento dos aviões ficou restrito para o período das 6 horas às 23 horas. Referência na paisagem, o aeroporto segue fazendo parte da vida da cidade, mais intensamente para quem mora ao seu redor. 47
UM PARQUE PARA CHAMAR DE SEU Aos 60 anos, o Ibirapuera continua sendo o parque mais amado da cidade. Motivos para isso não faltam por olga penteado 48
FOTO S ISTOCKPHOTO.COM; DIVULGAÇÃO; PEDRO CRISTALES
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u morava em Nova York a uma quadra do Central Park quando me mudei para São Paulo. Minha única exigência foi morar a 1 quilômetro de distância, no máximo, do Ibirapuera. De manhã cedinho vou para lá, onde encontro meu grupo de corrida. Nos finais de semana, levo as crianças para andar de patins, de bike, ou apenas tomar água de coco. O Ibira é meu quintal”, conta a advogada Edith Bertoletti. Ibira, como ela e outros frequentadores carinhosamente o chamam, pulmão verde de São Paulo, seja qual for a classificação, o fato é que o Ibirapuera, inaugurado em agosto de 1954 durante as comemorações do IV Centenário de São Paulo, espelha como poucos a dinâmica da cidade: tudo passa – ou passou – por lá. A primeira Bienal Internacional de São Paulo, realizada em 1951, colocou a cidade no roteiro internacional das artes. Feiras de negócio, como a Fenit, da indústria têxtil, e o Salão do Automóvel, começaram lá, nos anos 50 e 60. Outro evento badalado de moda, a SP Fashion Week, já teve várias versões no parque – o local preferido dos fashionistas para ver os desfiles.
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Impossível falar em Ibirapuera sem mencionar os shows ao ar livre, dos antológicos na Praça da Paz aos atuais, nas imediações do auditório. Por lá passaram algumas das mais conceituadas orquestras do mundo, como Filarmônica de Nova York, regida por Zubin Mehta, e a Filarmônica de São Petersburgo. Também o melhor da MPB, como Gilberto Gil, Marisa Monte e Carlinhos Brown, para citar alguns, e do jazz, blues e música experimental, como Philip Glass, Ryuchi Sakamoto e Joe Satriani. Isso sem falar nos inúmeros eventos esportivos. Tudo é superlativo no parque concebido pelos arquitetos Oscar Niemeyer, Ulhôa Cavalcanti, Zenon Lotufo, Eduardo Kneese de Mello e Ícaro de Castro Mello, além do paisagista Augusto Teixeira Mendes – o ícone Burle Marx participou do início, mas não da finalização dos jardins. É o mais visitado da América Latina, recebeu 16 milhões de pessoas em 2017; um dos lugares mais fotografados do mundo e um dos campeões em citações nas redes sociais no Brasil. Já as construções históricas, como os pavilhões que abrigam museus, o auditório, a marquise, são parte do projeto arquitetônico assinado por Oscar Niemeyer. Como espaço cultural, estão reunidos a Fundação Bienal, o Auditório Ibirapuera, o Museu Afro Brasil, o MAM e a Oca, entre outros.
FOTOS ISTOCKPHOTO.COM; SECRETARIA DO ESTADO
Marquise do Ibirapuera
AMOR QUE ATRAVESSA GERAÇÕES
O entardecer na Ponte de Ferro
“O Ibirapuera faz parte da memória afetiva e do cotidiano do paulistano. Acolhe e encanta todos que por aqui passam”, afirma Heraldo Guiaro, diretor do Parque Ibirapuera. É um amor que passa de pais e mães para filhos e filhas. Gabriela Martinez, estudante de 14 anos, mal começou a andar e já brincava no playground. Foi lá que aprendeu a andar de bicicleta, junto com a irmã mais nova, Amanda. “Nosso pai nos levava com frequência, assim como nosso avô fazia com ele, que sempre gostou de atividades esportivas ao ar livre e nos incentivou a praticá-las desde cedo; às vezes, fazíamos piqueniques, no parque, o que era bem divertido”, conta Gabriela. “Hoje, continuo indo para andar de bicicleta e também para passear com amigos.” Quando mudou do interior para a capital, a tradutora Sandra Jones sentia falta de brincar livre no mato, subir em árvore. “Fui morar em apartamento e a minha grande felicidade era brincar no parque, onde tinha espaço, liberdade”, recorda.
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Adolescente, Sandra pegava um ônibus e ia estudar em frente ao lago. Alguns anos depois, praticava yoga e alugava bike para explorar todos os cantinhos. E sempre bateu ponto nas atividades culturais. “Lá assisti a shows incríveis. Acho que o primeiro foi na década de 1970, Dzi Croquetes com Ney Matogrosso”, conta. Outro espetáculo que a impactou foi a exibição de Nosferatu, clássico de terror do cinema mudo, com trilha sonora ao vivo. “Em um momento especialmente macabro do filme, um quero-quero cruzou a tela gigante, dando um toque mais sinistro ainda, e a multidão disse ‘uau’ em uma só voz!” Os visitantes de outras cidades e países também aprovam. Em uma pesquisa feita em 2017 com os mais de 260 milhões de usuários do site de viagens TripAdvisor, o Ibirapuera foi eleito o melhor parque da América do Sul. Anthony Patton, paisagista australiano casado com uma brasileira, vem a São Paulo todos os anos e não deixa de ir ao parque. “Contemplo as árvores, as folhagens nativas, os jardins. Gosto particularmente dos Jardins das Esculturas, onde natureza e arte se encontram”, diz o australiano, que aproveita também para ver as exposições de arte e os shows. Em 2017 ele recorda que assistiu à apresentação de Joe Satriani, numa atmosfera ótima. “As pessoas levam vinho, comidinhas, assim como acontece nos espetáculos de música ao ar livre nos parques de Sidney, onde moro”, afirma. Passeios culturais, educativos, práticas esportivas, playground, quiosques, ciclovia, bosque de leitura, aulas de meditação, de
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jardinagem, dança circular, inúmeras espécies de árvores, de pássaros... são tantos os atrativos que é difícil acompanhar tudo. Para facilitar a vida dos frequentadores, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretária do Verde e do Meio Ambiente, organiza a programação mensal. Mas se o objetivo é simplesmente fazer nada, apenas relaxar, o Ibirapuera também é o lugar. “Quando preciso de pausa no trabalho, dou uma volta no parque, ando descalça na grama, sento encostada em alguma árvore e faço exercícios respiratórios”, afirma a empresária Patrícia Gaia, que mora e trabalha a duas quadras do Ibirapuera. “Não há nada melhor para espantar o stress e ter boas ideias. Já tive muitos insights lá.” Considerado um dos mais importantes parques urbanos do mundo, o Ibirapuera está para São Paulo assim como o Central Park para Nova York. Cenário de inúmeros filmes e séries de televisão, é lá onde nova-iorquinos se desligam do barulho, do corre-corre e do tráfego pesado. O mesmo pode ser dito do Hyde Park, o maior de Londres, onde os habitantes aproveitam para afrouxar o nó da gravata e fazem refeições rápidas no horário do almoço. A capital inglesa é pródiga em áreas verdes: St. James, Regent, Holland, Hampstaed Heath... só para citar algumas. Em Amsterdam, o Vondelpark liga os principais bairros centrais em rotas de bicicleta, o meio de transporte preferido pelos holandeses. Outros exemplos que dão tom às cidades que os abrigam são o Buen Retiro, em Madri, que pertencia à coroa espanhola até o século XIX, os Jardins de Luxemburgo,
FOTOS SECRETARIA DO ESTADO
Auditório Ibirapuera
CANTINHOS ESPECIAIS Entrar no Parque Ibirapuera por qualquer um de seus portões é se deslumbrar com seu tamanho e sua beleza. Mas há muito a se explorar e curtir além da tradicional volta do lago. Destacamos algumas das atrações especiais e cantinhos pouco explorados, que encantam até mesmo frequentadores mais assíduos.
1- CAMINHADA MONITORADA Poucas pessoas têm conhecimento dessa ação, que é muito bacana. A caminhada monitorada foi idealizada para mostrar aos visitantes a rica avifauna presente no Ibirapuera, facilitar o encontro e o registro fotográfico das espécies, além de explicar a importância do Ibirapuera como fragmento de Mata Atlântica e o trabalho do Parque Ibirapuera Conservação na difusão de conhecimento na preservação e manutenção das espécies. A coordenação é de Pedro Cristales, biólogo, MSc/USP, voluntário do Parque Ibirapuera Conservação.
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4- JARDIM DAS ESCULTURAS É um jardim ao ar livre entre o MAM, a Bienal e a Oca, criado em 1993. Nele há uma exposição permanente de esculturas e paisagismo de Burle Marx em uma área de 6 mil metros quadrados. Uma visita à área permite conhecer uma amostra significativa da arte tridimensional produzida no Brasil a partir da segunda metade do século XX, em trabalhos como os de Antonio Lizárraga, Carlos Fajardo, Emanoel de Araújo, José Resende, Amélia Toledo, Elisa Bracher e Nuno Ramos.
2- PISTA DE COOPER Quem corre pelo parque geralmente faz a volta do lago, que tem cerca de 3 quilômetros. Mas para variar o terreno e escapar do sol em dias mais quentes, o lugar é a Pista de Cooper, que fica à direita de quem entra pela avenida Quarto Centenário (portão 6). A volta é pequena: tem 1.200 metros, porém se a pessoa fizer uma alça dentro da própria pista, pode somar mais 300 metros. É uma área interessante para “aumentar” treinos mais longos pelo parque ou para os iniciantes. 3- VIVEIRO MANEQUINHO LOPES É um viveiro municipal histórico que produz mudas de espécies ornamentais herbáceas, arbustivas, trepadeiras, de interior e plantas medicinais para uso no município, além de receber e distribuir mudas de árvores usadas nos programas de arborização urbana. Possui coleções vivas de espécies vegetais com um rico acervo de 200 espécies diferentes
de plantas com potencial paisagístico e à disposição dos visitantes. Os técnicos do viveiro prestam assistência ao público dando orientações para projetos paisagísticos na cidade de São Paulo. Uma curiosidade: o entomologista Manequinho Lopes é conhecido como o “pai do Ibirapuera”, porque foi dele a ideia de plantar eucaliptos para drenar a área alagadiça – sem isso, o parque não existiria.
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5- PAVILHÃO JAPONÊS Administrado pela Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, é um espaço inspirado no Palácio Katsura, em Quioto, entregue pela colônia japonesa no quarto centenário da cidade de São Paulo, em 1954. Ocupa uma área às margens do lago, próxima ao Planetário e ao Museu Afro Brasil. O conjunto é formado pelo edifício principal suspenso, que se articula em um salão nobre e diversas salas anexas, salão de exposição, além de um belíssimo lago de carpas. “É uma joia do parque”, diz Heraldo Guiaro, diretor do Parque Ibirapuera.
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O Parque Ibirapuera faz parte do cotidiano dos moradores e visitantes de São Paulo, inclusive como uma “academia a céu aberto”. Dá para caminhar, correr, pedalar, praticar yoga, patinar, andar de skate, entre tantas outras atividades, por áreas e percursos delimitados ou simplesmente nos gramados. Além disso, os praticantes de atividade física contam com infraestrutura de bebedouros e banheiros e ainda podem finalizar seus treinos com uma água de coco em um dos vários carrinhos de ambulantes cadastrados ou até em uma das lanchonetes do lugar. “Com a tendência cada vez maior da prática de atividade física outdoor, concentramos no parque muitas assessorias esportivas e treinadores”, afirma Heraldo Guiaro, diretor do Parque Ibirapuera. A prática de caminhada e corrida orientada por assessorias é uma das atividades mais presentes no Ibirapuera. O movimento começou há 25 anos, com a criação dos primeiros grupos, como a MPR Assessoria Esportiva e a Run&Fun, que se mantém por lá até hoje. O treinador Nelson Evêncio, diretor técnico da Nelson Evêncio
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Assessoria Esportiva, é um dos profissionais que utilizam o parque para suas aulas e garante que melhor espaço não há. “Sempre frequentei o Parque Ibirapuera, mas comecei a trabalhar lá, como treinador de corrida, em 1994. Dou aulas todas as terças e quintas pela manhã e no final da tarde”, afirma. “Os alunos gostam dos treinos no parque porque geralmente é perto da casa ou do trabalho. É uma área muito bonita, que tem muitas opções de percurso para correr, é bem arborizada e alegre.” A gestora de marketing Bruna Matoso é de Santos, mas mora na capital há 12 anos e sempre frequentou o parque. “O Ibira é um dos lugares que mais amo na cidade. É o quintal da minha casa. Sempre corri por lá, sozinha. E há uns três anos, passei a treinar com assessorias esportivas que têm base no parque – uni o útil ao agradável”, afirma. “Amo esporte ao ar livre. Gosto da sensação de liberdade e de correr com a brisa no rosto.” Ter essa “academia” por perto é um grande privilégio para os moradores da região, revela a jornalista Yara Achôa. Ela destaca
FOTO ISTOCKPHOTO.COM
ACADEMIA OUTDOOR
também que o Ibirapuera é parque com bom espaço para passeio de bicicletas. Porém, aos finais de semana e dependendo do horário e do clima, o movimento é muito grande, o que requer atenção mais que redobrada por quem utiliza a ciclovia. E em um dos cantinhos menos concorridos, a professora Claudia Franco montou a base da sua Ciclofemini Escola de Pilotagem de Bicicleta. Há sete anos ela dá aulas de pilotagem de bicicleta para adultos e crianças na Praça Burle Marx, em frente à Serraria (entrada pelo Portão 7, Av. República do Líbano). “Todos que nos contatam para o serviço conhecem o parque e gostam muito do local por ser de fácil acesso.” Para quem prefere algo mais zen, as aulas de yoga são a pedida. Ainda mais em um ambiente tão especial como o Ibirapuera. Entre os adeptos da prática ao ar livre está o Projeto Maha Karma Yoga. “A ideia é levar o yoga para mais e mais pessoas, sair um pouco dos estúdios e praticar junto à natureza e gratuitamente”, afirma Ana Alencar, uma das professoras do grupo.
A programação mensal do Parque Ibirapuera pode ser conferida nos sites: prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/ meio_ambiente e parqueibirapuera.org
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PROJETOS
Um dos designers de móveis mais famosos do país escolheu o bairro de Moema para montar duas de suas quatro lojas na capital paulista por yara guerchenzon 56
FOTOS FERNANDO JAEGER
FERNANDO JAEGER
A POLTRONA LEQUE está entre algumas das peças icônicas do designer. Inspirada nas poltronas aramadas das décadas de 1950 e 1960, pode ser usada em ambientes internos ou externos.
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m plena atividade desde o início dos anos 1980, o designer de móveis Fernando Jaeger, 61 anos, é reconhecido por seu traço limpo, elegante, discreto e funcional. Com 38 anos de profissão, completados em 2018, ele adotou São Paulo para viver e trabalhar. Das seis lojas que apresentam suas criações, quatro estão na capital paulista e duas no Rio de Janeiro. Com uma carreira marcada por parcerias e produções de sucesso no mercado moveleiro, Jaeger é, sem dúvida, um dos responsáveis por aproximar o dia a dia dos brasileiros às peças de design. Suas criações são úteis e atemporais, vão muito além da decoração. Para este gaúcho, de Santa Cruz do Sul, necessidade e harmonia andam lado a lado. Casado com Yaskara, que é arquiteta, e pai de Felipe, Marina e Téo, ele soma inúmeros prêmios. Também assina nada menos do que 65 produtos à venda na rede de lojas Tok&Stok, de quem foi parceiro ao longo de 15 anos, projetando seu nome definitivamente para todo o país. Apaixonado pelo desenho de produtos desde sempre, Fernando mudou do Rio Grande do Sul para o Rio de Janeiro aos 18 anos, quando descobriu durante o cursinho pré-vestibular que existia a profissão de designer de produtos, cujo curso de graduação, na época, chamava-se Desenho Industrial, uma profissão ainda recente.
O mobiliário, na verdade, sempre foi um acaso na vida do designer. “Durante a faculdade, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, todos falavam que não havia mercado de trabalho”, recorda. Mas, assim que se formou, viu um anúncio para uma vaga numa indústria de móveis contemporâneos, tubulares, que estava para ser inaugurada. Logo foi atrás e conseguiu o emprego. “Eles queriam concorrer com uma linha de móveis da Tok&Stok, mas não queriam cópias”, conta. Jaeger, então, criou os móveis e fez muito mais: montou o layout da fábrica, escolheu os equipamentos, especificou os tecidos, entre outras coisas. Com um conceito de trabalho bem definido desde o início, que transformou seu traço na própria marca registrada, Fernando Jaeger sempre buscou o design acessível e atemporal, que facilite a produção em série e preserve a tradição das técnicas artesanais. Foi um dos primeiros profissionais da área a utilizar madeira de reflorestamento na produção industrial de móveis e, hoje, trabalha com diversos tipos de matérias-primas. A pesquisa e o uso de diferentes madeiras alternativas e de reflorestamento lhe trouxeram reconhecimentos importantes, como o prêmio Movesp/Ibama, já em 1992. A premiação abriu caminho para a criação de uma linha exclusiva de móveis de traços simples e funcionais, concebidos para chegar ao maior número de pessoas e atingir o melhor custo-benefício aos clientes. Mas foi o seu primeiro showroom – inaugurado em 1995, em São Paulo, onde passou a comercializar suas peças – que o tornou um dos grandes nomes do design brasileiro. Possui duas marcas próprias – a Fernando Jaeger Atelier e a FJ Fernando Jaeger Pronto pra Levar! – por meio das quais vende mais de 200 produtos, além de uma linha com 180 tipos de tecidos, muitos deles exclusivos e desenvolvidos com a ajuda do próprio designer. No total, sua coleção inclui peças desenhadas há mais de duas décadas, além de lançamentos que constantemente renovam o acervo.
A mesa ENSEADA é de madeira natural e seu diferencial está na base. Feita com ripas de cumaru maciço com cavilha aparente e tampo laminado em cabreúva ou nogueira naturais.
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PROJETOS
Das quatro lojas que possui na capital paulista, duas estão em Moema. A primeira foi aberta em 1998. “Escolhi Moema porque é uma região que atende não só o público do próprio bairro, mas também do Brooklin, Vila Olímpia, Itaim, Campo Belo, Chácara Flora, Hípica, Santo Amaro e Vila Nova Conceição, entre outros”, afirma. “Bairros que, já na época, estavam em crescimento, com vários empreendimentos.” Em 2011, quando a marca foi dividida em duas, o designer buscou um novo ponto para a Fernando Jaeger Atelier. “Eu me instalei na Gaivota, uma rua charmosa, onde as pessoas costumam andar bastante a pé e que possui vários comércios”, diz. “E o primeiro endereço, na avenida Miruna, passou a ser a loja da FJ Pronto pra Levar!” Esta, por sua vez, foi transferida em 2015 para a Alameda dos Maracatins, número 67, instalando-se em uma construção moderna, com projeto desenvolvido pelo escritório de arquitetura Superlimão. Na carteira de clientes, muitos moradores de Moema e região, que buscam as linhas simples do designer para decorar residências e espaços corporativos. “Tenho clientes de móveis residenciais e também da linha corporativa, desde uma pequena clínica ou loja até grandes escritórios e restaurantes”, ressalta. “Quem conhece a marca consegue identificar a presença dos móveis em vários lugares pelo bairro.” 58
FOTOS ©MAÍRA ACAYABA 2015; DIVULGAÇÃO
Na loja da ALAMEDA DOS MARACATINS, com projeto arquitetônico assinado pelo Studio Superlimão, uma grande variedade de móveis de traços limpos, ao mesmo tempo úteis e atemporais.
Ao andar por Moema, Jaeger gosta de descobrir locais que são verdadeiros achados no bairro, e que costuma recomendar aos amigos, a exemplo do Atelier Hideko Honma. “Faz lindas cerâmicas, que são ótimas opções de presente, além de oferecer cursos no local”, afirma. Outro endereço que não escapa ao seu roteiro é o do ateliê Alexandre Won, que, segundo ele, oferece uma alfaiataria contemporânea, com peças bonitas, feitas com bons materiais e de corte impecável. O designer também é frequentador da casa de azeites Rua do Alecrim, onde encontra azeites de diversos tipos e regiões, com temperos e especiarias. Já na parte gastronômica, ele não abre mão dos restaurantes de culinária japonesa, como o Torô e Huto. Mas a lista continua: o árabe Farabbud, assim como o Bar do Giba e o restaurante português Chiado. No quesito sobremesa, fica a dica: “Para quem gosta de pudim, o melhor para mim é o de baunilha (com baunilha de verdade) do Senhor Pudim”.
A poltrona MILU traz formas arredondadas e sua nova versão vem com pés de madeira natural maciça.
A mesa SATURNO, na versão oval, é composta por um pé central, formado por anéis de madeira, tem tampo de MDF com borda chanfrada e revestido com madeira natural.
A nova versão da CADEIRA SERAFINA traz
braços feitos de madeira maciça. A estrutura é de aço carbono e assento e encosto estofados.
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NEGร CIOS
MERCADO PET SEGUE PROMISSOR Com faturamento bilionรกrio e consumidor cada vez mais exigente, negรณcios ligados ao universo pet geram novas oportunidades, mas exigem alto grau de profissionalismo e de qualidade de produtos e serviรงos
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por a dri a na fonseca
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NEGÓCIOS
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Brasil tem a segunda maior população mundial de gatos, cachorros e aves canoras e ornamentais. Se somarmos todos os tipos de animais domésticos, somos o quarto país do mundo nesse tipo de população. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação, a predominância é de cães. São 52,2 milhões no país. As aves vêm em seguida e somam 37,9 milhões, e depois aparecem os gatos, no total de 22,1 milhões. Peixes ornamentais somam 18 milhões e outros tipos de bichos, 2,2 milhões. Como se vê, é um universo grande e que não para de crescer e demandar produtos e serviços. “O mercado pet dentro do Brasil é um espelho do que ocorre ao redor do mundo”, afirma Nelo Marraccini, vice-presidente de comércio 62
e serviços do Instituto Pet Brasil, organização fundada em 2013 para estimular o desenvolvimento do segmento. “O que quero dizer com isso é que o setor oferece cada vez mais produtos especializados, de alta qualidade, e para nichos cada vez mais específicos.” Marraccini diz que os alimentos para pets são o maior filão desse mercado, correspondendo a 44% de todo o segmento. A concorrência, porém, cresce a cada dia entre os negócios ligados a venda de animais, serviços gerais e veterinários, artigos de beleza e bem-estar animal e produtos veterinários. Sem contar as ofertas de dog walker, creches e outros cuidados que ganham a cada dia mais espaço, indo além do banho e tosa. Spas, aulas de natação, banho de ofurô e até plano de saúde estão disponíveis para a bicharada.
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Arquelau So, Rodrigo Chen e Ricardo Chen, da Padaria Pet: foram quatro anos desenvolvendo o modelo de negócio e a linha de produtos até abrir uma das primeiras padarias pets da capital paulista.
Segundo estudo feito pela CVA Solutions, supermercados e hipermercados têm cedido espaço cada vez mais generoso para as pet shops, em função da proximidade e da variedade de produtos. A pesquisa também apontou um grande potencial de crescimento dos planos de saúde para os animais de estimação. De acordo com o levantamento, 2,6% dos donos de cães e 3,6% dos donos de gatos já contrataram um plano de saúde para seu pet. O volume de ofertas praticamente triplicou em dois anos. Para se ter uma ideia do potencial desse segmento, a Porto Seguro, uma das gigantes da área de seguro para veículos, investiu em uma empresa de plano de saúde animal, batizada Health For Pet. “De forma geral, o setor está cada vez mais profissionalizado, com destaque para o varejo especializado, ou seja, as pet
shops, que somam 30.450 unidades em território nacional”, afirma Marraccini. Representam a maior fatia no desempenho do setor, com faturamento da ordem de R$ 26,6 bilhões em 2017, de um total de R$ 32,9 bilhões, de acordo com dados do Instituto Pet Brasil. Embora a presença de produtos e serviços seja forte em todo o país, a capital paulista se destaca na lista de ofertas diferenciadas. “São Paulo também conta com um número cada vez maior de estabelecimentos pet friendly, nos quais as pessoas têm a chance de cumprir seus compromissos na companhia do animal de estimação”, declara Marraccini. São shopping centers, hotéis, coworking, entre outros espaços identificados como “amigo dos animais”, nos quais eles são aceitos e bem-vindos.
ONDE ESTÃO AS OPORTUNIDADES
O segmento de alimentação abocanha a maior parte do mercado
TIPO DE NEGÓCIO
PARTICIPAÇÃO NO MERCADO (EM %)
Alimentação
44,00
14,17
Venda de animais
13,7
Serviços gerais
12,76
Serviços veterinários
Artigos de beleza e bem-estar animal
Produtos veterinários
9,75
5,74
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NEGÓCIOS
Para Enzo Fracasso, proprietário da Petland Pássaros, instalada em Moema, um dos segredos para o sucesso do negócio nesse setor é entender muito bem o perfil dos clientes. “Precisamos identificar o que é importante ou não para eles e, a partir daí, oferecer diferenciais em relação aos concorrentes”, afirma. “Nesse sentido, não temos medo da concorrência que pratica preços menores, por exemplo, pois confiamos na qualidade dos serviços e insumos de produtos que adotamos para banho. A qualificação, o cuidado e a atenção de nossos profissionais são insuperáveis.” O empreendedor, que abriu a loja em maio de 2018, não escolheu Moema à toa. O bairro tem uma das mais altas concentrações de pets da capital paulista. Consumidor desse mercado há 30 anos, Fracasso ressalta que acompanha de perto o desenvolvimento e crescimento do setor, que vem evoluindo em vários aspectos, especialmente na sofisticação e variedade dos produtos. “Vivemos um momento competitivo e extremamente promissor”, diz. “A concorrência é forte, o que nos desafia a manter um empenho cada vez maior na conservação dos padrões de qualidade do serviço e do atendimento.” Na Petland Pássaros, com 11 funcionários, os serviços de banho são o carro-chefe. “Temos clientes que vêm de bairros longínquos e até de outros municípios para serem atendidos aqui, o que é altamente gratificante”, declara. A loja, que é abastecida com uma vasta gama de produtos, medicamentos, itens de conforto e de moda, também oferece o serviço de delivery para entrega de produtos, além do transporte dos pets para banho. O movimento é grande, cerca de 1.500 animais passam por lá a cada mês.
Uma variedade de petiscos, bolos e biscoitos, que saem do forno diariamente, desperta o apetite da cachorrada no bairro de Pinheiros desde 2015, quando os sócios Ricardo Chen, Rodrigo Chen e Arquelau So abriram a Padaria Pet, inspirada em um negócio similar que um dos sócios viu em uma viagem aos Estados Unidos. “Notamos que, assim como os americanos, os brasileiros passaram a humanizar mais os seus animais, tornando-os membros da família, e entendemos que o conceito da padaria pet seria muito receptivo no Brasil”, afirma Ricardo Chen. Segundo ele, o principal desafio dos sócios foi enfrentar o estranhamento do mercado. Basicamente não existia padaria para pets. “Os cachorros estavam acostumados a comer apenas ração e bifinhos, no máximo biscoitos, por isso 64
nossa principal dificuldade foi desenvolver receitas e buscar registros”, diz. “Isso justifica o projeto ter levado quatro anos para ser lançado. Hoje, nossa fábrica é registrada no Ministério da Agricultura e os produtos são desenvolvidos por universidades e doutores em nutrição animal.” Entre os produtos mais vendidos está o kit para festas, mas também se destacam gelatina, petiscos, pipoca e bolo de caneca. Antes de abrir um negócio no ramo, Marraccini recomenda pesquisar bem o segmento no qual se pretende investir. “Importante avaliar se será uma franquia ou negócio independente e qual tipo de expertise os sócios podem agregar ao formato pretendido”, observa. “Atualmente, há muitos modelos de negócio que dispensam um espaço físico, um endereço fixo. O leque de serviços prestados em domicílio é cada vez maior.”
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ALÉM DO TRADICIONAL
Rodrigo Albuquerque, CEO da Petland Brasil: o país tem potencial para o crescimento de uma rede de franquia no setor.
Seja qual for a escolha, é sempre importante conhecer bem a região onde se pretende atuar e ter certeza de que aquela freguesia não se encontra saturada. Foi exatamente o que fizeram os sócios da Padaria Pet. Depois de se estabelecer no mercado, eles começaram a trabalhar para ampliar a distribuição dos produtos desenvolvidos pela empresa. O caminho escolhido foi o da franquia. A meta é somar cerca de 15 unidades até 2019. As taxas de abertura variam de acordo com o modelo de negócio, e vão de R$ 5 mil a R$ 250 mil. Mais consolidada no franchising, a marca Petland chegou ao Brasil em 2014, depois de um estudo aprofundado sobre o mercado pet no país. “Com a ajuda de uma consultoria identificamos um grande potencial para o crescimento de uma rede de franquia de pet shop, pois 95% do mercado pet
estava pulverizado, nas mãos dos pequenos empresários, que possuíam apenas uma ou duas lojas cada um”, afirma Rodrigo Albuquerque, CEO da Petland no Brasil. “Há ainda uma enorme carência de ferramentas de gestão, boas negociações com a indústria e boas políticas de treinamento de gestão de pessoas.” Com 85 lojas em 13 estados brasileiros, a Petland adquiriu em março deste ano a 100% PET, ampliando sua presença no interior de São Paulo. O objetivo é encerrar 2018 com mais de 100 lojas. Abrir uma franquia da rede, porém, exige fôlego financeiro. Custa entre R$ 335 mil e R$ 3 milhões, dependendo do modelo escolhido, que pode ser uma pequena loja de 80 metros quadrados até a versão completa, que precisa de pelo menos 400 metros quadrados. O retorno do valor investido chega em até 36 meses, segundo a franqueadora. De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o número de redes de franquias no setor pet não aumentou entre 2016 e 2017, mas o número de lojas sim, passando de 191 para 230. “O segmento pet em geral tem apresentado taxas de crescimento expressivas nos últimos anos, e as empresas do setor que utilizam o modelo de franchising também são beneficiadas pelo aumento da demanda por produtos e serviços relacionados a animais de estimação”, afirma Vanessa Bretas, gerente de inteligência de mercado da ABF. Dados da Abinpet assinalam que o setor registrou crescimento de 7,9% no ano passado em relação a 2016. As redes de franquia que atuam neste ramo, por sua vez, tiveram um crescimento de 20,4% no número de unidades neste período. Além das lojas de acessórios, produtos e serviços (pet shops), destacam-se nichos relacionados à saúde animal, como clínicas e farmácias veterinárias. Para quem pensa em abrir uma franquia no setor pet, a recomendação de Vanessa é analisar se há familiaridade com a atividade que será exercida. “Dependendo da área de atuação, caso não tenha experiência, o investidor precisará contar com colaboradores ou parceiros, como médicos veterinários”, reforça. Outra dica da executiva da ABF é pesquisar sobre a rede franqueadora e conversar com outras pessoas que já trabalham no setor. 65
REFLEXO
MESMA ELEGÂNCIA, OUTRO ENDEREÇO Um parque com tantos museus e atrações que mais parece o Parque Ibirapuera; uma rua com decorações natalinas que poderia facilmente ser a Normandia, em São Paulo, mas na verdade fica na Irlanda; destinos fashion repletos de grifes e bons outlets... Dos nossos vizinhos latinos ao continente europeu, basta dar uma volta ao mundo para descobrir que existem, sim, outras Moemas espalhadas por aí. Quer conhecer?
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por beatriz m a nfredini
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Polanco, Cidade do MĂŠxico.
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REFLEXO
De tão grande, o bairro ganhou subdivisões em distritos – Parlemo Hollywood, Palermo Chico e Palermo Soho são apenas alguns deles. Nomenclaturas à parte, a região faz sucesso principalmente por sua imensa área verde. No centro fica o Parque 3 de Febrero, mais conhecido como Bosques de Palermo. É o maior da cidade, considerado o pulmão de Buenos Aires e abriga três lagos, além de um conjunto de parques – como o Rosedal e o Jardim dos Poetas. Para esticar o passeio, vale seguir até o Planetário Galileo Galilei e o Jardim Japonês. Ficam bem próximos, dá para ir a pé. Para além da tranquilidade dos parques e de sua grande área residencial, Palermo não deixa barato nos quesitos compras, gastronomia e agito. Uma vez no bairro, não dá para não dar uma espiadinha nos shoppings Alto Palermo e Alcorta, que estão entre os tops da região, e no Districto Arcos, um complexo com outlets das melhores marcas.
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PALERMO, BUENOS AIRES
SURRY HILLS, SYDNEY
Se por um lado Surry Hills pode ser cool, dono dos melhores cafés, baladas, galerias de arte e lojas da cidade, por outro também dá espaço para quem procura uma atmosfera de estabilidade e calmaria. O bairro, que tem sua própria ciclovia para facilitar a locomoção para o centro, é conhecido pelas ruas arborizadas e cheias de vida. Aos fins de semana, a lotação é certa: há pessoas de toda a parte com olhares atentos às charmosas vitrines – que têm peças que vão do estilo mais despojado ao mais clássico – e na grande variedade de restaurantes, cafés e lanchonetes. Para descansar, o pequeno parque de Shannon Reserve é amado pelos locais, mas basta um caminhar por mais 15 minutos para chegar a outro endereço também bastante procurado, o Parque Municipal Prince Alfred.
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REFLEXO
GRÀCIA, BARCELONA
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Esqueça o tumulto dos turistas: chegar em Gràcia é como entrar em um local à parte na cidade. Repleto de praças arborizadas e floridas, o bairro abriga um dos mais famosos parques do mundo, o Park Guell, pensado pelo arquiteto Antoni Gaudí e tombado pela Unesco como Patrimônio Cultural. Por ali, além do verde, muitos caquinhos de azulejos se misturam em mosaicos, e há uma bela vista da cidade. Para curtir a fundo a região, vale passar um dia e uma noite. Sob a luz do sol, a dica é aproveitar os bares e cafés a céu aberto, além das diversas lojas de roupas coloridas e com peças exclusivas. Ao escurecer, o cenário ganha muitas festas, um clima regado a cervejas e gente na rua.
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WEST WEND, VANCOUVER
A calmaria e a segurança das residências familiares unidas a doses certas de área verde e agitação são a receita que levam o West Wend a fazer tanto sucesso entre turistas e locais. A região é abraçada pelo Stanley Park, um dos mais conhecidos parques do mundo, que tem grande espaço arborizado, museus e mais de duas praias, afinal, é banhado pelo oceano Pacífico. É lá que fica, também, a praia de English Bay, um dos mais famosos pontos turísticos da cidade. Pouco tempo no bairro basta para ver moradores curtindo essa tranquilidade da natureza. Para quem gosta de caminhar, nada melhor do que dar uma volta pelas ruas Denman, repleta de restaurantes com culinária diversificada, e Davie, que recebe os jovens para boas noitadas.
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FOTOS MELISSA BINDER
INSTITUCIONAL
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CASA TEGRA
Um espaço único de integração com a cidade
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ma praça indoor, com direito a muito verde, shows, apresentações culturais, exposições, bate-papo com grandes nomes da arquitetura, urbanismo e decoração. Assim podemos definir a Casa Tegra, uma pop up store, inaugurada pela Tegra Incorporadora no dia 16 de agosto e que permanecerá aberta ao público até 31 de dezembro. “Trata-se de um espaço de convívio e relacionamento que une arte e design, com a integração total de elementos da natureza à casa e ao ambiente externo”, assinala João Mendes, diretor da Tegra Incorporadora. “A ideia foi oferecer uma opção de entretenimento, lazer, descanso e até de lugar de trabalho para quem está na região”. Instalada numa das esquinas mais nobres da capital paulista, a da rua Oscar Freire com a rua da Consolação, a Casa Tegra configura-se como um conceito único, sem precedentes. O projeto, assinado pelos designers Wado Gonçalves e Diego Ognibeni, adota a concepção de Space Branding, traduzindo os atributos da marca em cada detalhe. A cenografia ficou por conta da GTM e sustenta o sistema de paisagismo arrojado proposto por Maurício Prada. O Armazém da Luz, sob a coordenação de Wagner Freire, assina o light design, enquanto o Estúdio Bijari cuidou da comunicação visual e da integração de todos os parceiros. 73
Segundo Flávia Schmidt, gerente de marketing da Tegra São Paulo, o projeto nasceu com o propósito de oferecer à cidade um espaço de experiência com a marca e de compartilhamento de conhecimento sobre temas como arquitetura, urbanismo, tecnologia, inovação, mobilidade, sustentabilidade, arte e design. “Queremos estar cada vez mais conectados com as pessoas e interagindo com São Paulo”, ressalta. “A ideia é que a pessoa use como quiser: para tomar um café, para trabalhar, para se informar, para conhecer nossos empreendimentos ou apenas para contemplar o movimento.” A Casa Tegra também servirá de laboratório, de um lugar de troca de experiências para a incorporadora. “Com o contato mais estreito com clientes, fornecedores e pessoas ligadas ou não à área, poderemos ouvir e entender um pouco mais sobre como as pessoas pensam a casa, a mobilidade urbana, o novo jeito de morar”, reforça Flávia. A Casa Tegra faz parte de um projeto maior de posicionamento da marca, que acontece simultaneamente às comemorações dos 40 anos de atuação da empresa. Em 2017, a incorporadora, que até então chamava-se Brookfield Incorporações, mudou de nome em decorrência da reorganização de portfólio da gestora, a Brookfield Asset Manegement, aliada à reformulação da cultura da organização. Passou a se chamar Tegra Incorporadora. Na raiz da palavra, Tegra vem de íntegra, integradora, o que expressa o compromisso com a transparência e a responsabilidade da empresa com seus clientes e parceiros, segundo João Mendes. Aberta de segunda-feira a sábado, das 10h às 20h, e aos domingos das 13h às 18h. A Casa Tegra conta com serviço de wi-fi, é pet friendly e tem capacidade para 150 pessoas. Casa Tegra Experience – sala de experiência tridimensional. PARA TER ACESSO À AGENDA DA CASA TEGRA, ACESSAR CASATEGRA.COM.BR
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FOTOS MELISSA BINDER
INSTITUCIONAL
Praça Ayrton Senna.
POR UMA SÃO PAULO MAIS BONITA E GENTIL Ao adotar praças e parklets em várias regiões da cidade, a Tegra confirma o seu total compromisso com o bem-estar urbano
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ferecer mais do que um empreendimento único e personalizado, contribuindo para que seus moradores tenham prazer de usufruir das praças e jardins ao seu entorno. Foi com essa proposta que a Tegra Incorporadora abraçou um novo projeto: Adoção de Praças, Canteiros e Parklets. “Foi a forma que encontramos de valorizar a cidade e contribuir com um legado socioambiental, tornando os es-
paços públicos mais amigáveis para as pessoas”, afirma João Mendes, diretor da Tegra Incorporadora. “Queremos cuidar das microrregiões que cercam nossos empreendimentos, criando espaços em que os paulistanos possam interagir.” No total, a Tegra já adotou 11 praças em várias regiões da cidade, entre elas, o Parque Buenos Aires – antiga praça com o mesmo nome no bairro de Higienópolis –, por períodos que variam de um a três anos. Em todas, além da limpeza, 75
INSTITUCIONAL
pintura, reforma dos equipamentos, revisão e manutenção de guias e passeios, também revigorou o paisagismo, com projetos aprovados pela prefeitura. No caso específico do Buenos Aires, também modernizou toda a comunicação visual. A região de Moema, contudo, foi privilegiada com a remodelação de três grandes espaços públicos: a Praça Ayrton Senna do Brasil, o canteiro central da avenida Ibirapuera e a Praça Dr. Mário Pontes Alves. Inaugurada em 1º de maio de 2017, em homenagem ao ex-piloto, a Praça Ayrton Senna do Brasil foi projetada pelo arquiteto Benedito Abbud. São 15.000 metros quadrados de área distribuídos próximo ao Modelódromo do Parque Ibirapuera. O destaque fica por conta do monumento Velocidade: Alma e Emoção, todo de bronze, com cerca de 2,5 toneladas, 5 metros de altura, no formato de um carro de Fórmula 1. 76
O canteiro central da avenida Ibirapuera, entre a avenida dos Bandeirantes e a rua Ipê, também ganhará nova roupagem com a entrada do projeto de adoção da Tegra. O projeto prevê vida nova ao jardim longilíneo, com revisão de guias e passeios. Situada na confluência da rua Gaivota com a avenida Ibijau, a Praça Dr. Mário Pontes Alves foi totalmente transformada. Quem assinou o projeto foi Alex Hanazaki, um dos grandes nomes do paisagismo moderno do país. As árvores existentes foram mantidas, foram esculpidos degraus gramados, que servem como bancos e como espaço lúdico, o que permite que pessoas de todas as idades interajam com o ambiente. A praça ainda ganhou bancos longilíneos, que acompanham o desenho dos canteiros, e um bicicletário. “Acreditamos que iniciativas como essa são muito importantes para a cidade, pois proporcionam bem-estar e mais acessibilidade às pessoas”, afirma Flávia, gerente de marketing da Tegra São Paulo. “Para a Tegra, é uma forma de mostrar à população que somos uma empresa preocupada em melhorar o espaço urbano.” Além das praças, a Tegra também adotou quatro parklets, espaços com bancos, mesas e flores, estrategicamente localizados em ruas e avenidas de São Paulo. São pequenas áreas que contribuem para um convívio mais social e agradável, pois proporcionam momentos de descanso e descontração para a população. “Respondemos por uma unidade em Pinheiros, uma na Lapa, uma no Itaim e outra nos Jardins”, ressalta a gerente de marketing. “Todos contam com serviço de wi-fi, que também começa a ser disponibilizado nas praças.”
FOTOS MELISSA BINDER
Praça Dr. Mário Pontes Alves – Rua Gaivota.
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Realização e Construção:
Tegra é o novo nome da Brookfield Incorporações. Incorporadora responsável: Brookfield São Paulo Empreendimentos Imobiliários S/A, CNPJ: 58.877.812/0001-08, com sede na Av. Magalhães de Castro, n° 4.800, Torre 3, 1° e 2° andares, Jardim Panorama, CEP 05502-001, São Paulo/SP. Projeto arquitetônico: Königsberger Vannucchi. Projeto paisagístico: Alex Hanazaki. Projeto de decoração das áreas comuns: Patricia Anastassiadis. Memorial de Incorporação registrado sob o R.01 da Matrícula 221.893 do 14° Registro de Imóveis de São Paulo em 18/04/2016. Todas as imagens e perspectivas aqui contidas são meramente ilustrativas. A tonalidade das cores, forma e textura pode sofrer alterações. Os acabamentos, quantidade de móveis, equipamentos e utensílios serão entregues conforme o Memorial Descritivo do empreendimento e projeto de decoração. Os móveis e utensílios são sugestões de decoração com dimensões comerciais e não fazem parte do contrato de aquisição da unidade. As medidas dos apartamentos são internas e de eixo a eixo. A vegetação exposta é meramente ilustrativa, apresenta o porte adulto de referência e será entregue de acordo com o projeto paisagístico, podendo apresentar diferenças de tamanho e porte. *Inclusos 3,74m2 de depósito privativo. Intermediações: Tegra Vendas - CRECI-SP: J-28.638.