ENSAIOS TÁTICOS
Centro Universitário Belas Artes de São Paulo Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
ENSAIOS TÁTICOS Criando permanências junto à estação Osasco
Larissa Ellen Teixeira
Orientador Ivanir Reis Neves Abreu
agradecimentos Ao professor Ivanir pela paciência, entusiasmo, pelas discussões e posicionamentos, além de uma orientação impecável e cheia de personalidade. Devido às suas aulas e orientações hoje a arquitetura e o urbanismo tem um valor diferente e muito maior para mim. Aos professores Leonardo Loyolla e Maria Cristina, que gentilmente aceitaram o convite e se dispuseram a ler meu trabalho, compondo respectivamente a pré-banca e banca final, me norteando para um trabalho coeso e específico. À Belas Artes, por me proporcionar os melhores 5 anos da minha vida e por participar da minha transformação pessoal e profissional. Às minhas irmãs Letícia e Juliana, por clarearem minha cabeça no meio de tanta tensão e dúvida. Eu não seria quem eu sou se não fosse por vocês. À minha mãe pelo apoio incondicional. Te dedico toda admiração, gratidão e amor, não só como resultado deste trabalho como da minha vida toda, por estar sempre presente e sempre querer o melhor pra mim. Não sei como seria sem você. Em especial ao meu pai, que não está entre nós. Batalhou por ele e por mim, venceu e comemorou comigo pequenas e grandes vitórias e me deu toda a base necessária para ser uma mulher independente e responsável. Obrigada por tudo.
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CONTEXTO CONCEITUAL 13
CONTEXTO HISTÓRICO E ESPACIAL 33
urbanismo tático intervenções temporárias microurbanismo efêmero coexistência sociespacial espaços residuais urbanos
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INTRODUÇÃO 09
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CONCEITOS APLICADOS 23 referências
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ENSAIO PROJETUAL 41 contexto geral intervenções pontuais
REFERÊNCIAS 79
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CONSIDERAÇÕES 75
INTRODUÇÃO apresentação e crítica urbanismo neoliberal justificativa
Introdução O Trabalho Final de Graduação, aqui apresentado, propõe uma crítica à prática recorrente do urbanismo conduzido pelo estado de acordo com os interesses do mercado imobiliário, através de intervenções participativas pontuais (ensaios projetuais) no centro histórico da cidade de Osasco. Para a condução destes ensaios projetuais são apresentados e aplicados conceitos como Amabilidade Urbana, Coexistência socioespacial, Microurbanismo e outros que serão apresentados no decorrer deste texto. A proposta surgiu de um questionamento e a vontade de agir como arquiteta e urbanista no ativismo urbano. Partiu da observação da existência de vazios urbanos, a falta de espaços de permanência e a sensação de solidão no meio urbano. Somando-se a isso, foram pesquisados modos pertinentes à arquitetura e urbanismo de solucionar inseguranças geradas por esses vazios, soluções viáveis que não demandam muito tempo de obra e verbas para projetos pilotos, que resultam em práticas de urbanismo tático e intervenções temporárias, respectivamente em espaços públicos e privados que serão tratados posteriormente. Leva-se em consideração que a prática do urbanismo tático e intervenção temporária é parte de um processo e não a finalidade do processo. As cidades se encontram em constante crescimento, a maioria da população mundial já reside em meios urbanos. Esse crescimento exacerbado resulta na
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falta de planejamento adequado, gentrificação, aumento de pessoas morando em periferias, falta de saneamento e a priorização do automóvel. Junto a isso, observa-se o aparecimento de terrenos ociosos, baixios de viaduto, edificações abandonadas etc. dentro da malha urbana. Isso se deve à especulação imobiliária, crises econômicas, grandes projetos de rodovias que não levam em consideração travessias de pedestres e a escala de bairro, entre outros. (DIEZ,2016). Esses espaços ainda são muito protegidos pelo interesse e lógica imobiliária. Somado a isso, nos deparamos com o desenvolvimento urbano, resultado de um processo longo e dotado de burocracias. O paradoxo existente é do privilégio dessa terra mesmo sendo um não-lugar versus a valorização de imóveis onde existe urbanização desenvolvida. Com as pesquisas que serão apresentadas neste TFG e o diálogo aqui proposto, pode-se observar que o urbanismo feito atualmente não se mostra eficaz para as demandas da sociedade contemporânea. É preciso desenvolver um método mais eficaz, consciente e democrático de se fazer urbanismo com ferramentas alternativas que resulte em um centro urbano inclusivo, culturalmente rico e mais acessível para o poder público.
justificativa O modo de vida do homem contemporâneo leva-o à solidão. A tecnologia fomenta a necessidade do “ficar sozinho”: o modo de trabalho, as horas que se passam dentro de um escritório ou Home Office, a cidade projetada principalmente para os carros, tudo isso isola o ser humano à participação ativa da vida pública e ao seu sentimento de pertencimento à cidade. Dessas questões nasce uma preocupação com a saúde mental da grande maioria das pessoas que vivem nos grandes centros urbanos. Foi publicada no jornal BBC, em junho de 2017, uma matéria cujo conteúdo eram fatos de que a arquitetura estava afetando diretamente na vida das pessoas e em como elas se sentem. Segundo o texto, células no hipocampo de nossos cérebros estão sintonizados com a geometria e arranjo dos espaços que habitamos (BOND, Michael. 2017). Segundo uma série de estudos publicada em Oxford no ano de 2016, o risco de desenvolver transtornos mentais ao crescer em uma cidade é muito maior. O “estresse social” é o principal gatilho. Apesar do senso comum de que na cidade é possível ter contato com diversas pessoas por conta do número de possibilidades de encontro, os tipos de interação social cruciais para a saúde mental e bem-estar não ocorre facilmente nos grandes centros. O isolamento social agora é considerado como um importante fator de risco para várias doenças psíquicas, como esquizofrenia, ansiedade e depressão, segundo uma pesquisa da Universidade de Oxford (NEWBURY, 2016).
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CONTEXTO CONCEITUAL Urbanismo tático Intervenções temporárias Microurbanismo efêmero Coexistência sociespacial Espaços residuais urbanos
1. Urbanismo tático x intervenção temporária e a importância no processo como produto de um urbanismo participativo 1.1 Urbanismo tático O Tactical Urbanism Guide (PFEIFER, 2014, p.4) define como Urbanismo tático as intervenções de caráter temporário que visam aperfeiçoar as condições do espaço urbano. São ações que incidem na cidade, com processos maleáveis e com planejamento adequado para cada lugar. Segundo o Guia, o urbanismo tático é definido por: - Abordagem em fases, estimulando mudanças - Planejamento baseado no local, com ideias locais - Compromissos à curto prazo e expectativas realistas - Baixo risco e, se possível, grande recompensa - Incentivo ao desenvolvimento de capital social entre os habitantes e a organização – envolvendo a população na concepção e implementação do projeto quando possível Ainda segundo o Guia, os propósitos por trás dos projetos de Urbanismo Tático são muitos, alguns visam impulsionar a economia, outros melhorar a segurança do pedestre e criar ambientes em que os cidadãos se conectem. Suas escalas são locais, visam interferir em uma rua, quarteirão ou uma edificação. São temporários por terem caráter de experimentação no meio urbano, com materiais simples, baratos reciclados e até já existentes, portanto, apresenta grande potencial de melhora de espaço público de baixo custo, democratizado e de forma rápida.
Biscayne Green Pilot Project - Miami - FL
Apesar de grande recorrência de realizações privadas (por meio de comunidades, bairros, inquietações de coletivos etc.) o urbanismo tático vem ganhando força no planejamento urbano, como o caso da Times Square em Nova York. Isso permite que sejam realizados testes com menos custo para posteriormente implementar o projeto urbano consolidado mais próximo da certeza que aquele espaço será aproveitado pela população da maneira esperada. Isso se deve também pela participação pública direta e pela densa pesquisa em campo, entrevistando e observando tudo o que acontece na cidade. É um processo mais humano e próximo da realidade.
JC Walks Pedestrian Enhancement Plan - Cidade de Jersey - NJ
Street Plans
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1.1.1 Taxonomia do Urbanismo tático O Urbanismo tático vem ganhando força atualmente, porém ainda é frágil no que diz respeito à categorização e entendimento público. Para empoderar e aumentar a colaboração do povo, é preciso levar além da tática, pois ela está delimitada como parte de um processo e não o processo como um todo. O termo taxonomia é um termo da biologia usado para categorizar as espécies existentes de maneira clara e levando em consideração todas as características dos seres vivos. A arquiteta Ana Farias, em sua dissertação “Taxonomia do Urbanismo tático” (2017) desenvolve a Taxonomia do Urbanismo Tático, que categoriza e ajuda a contornar as incertezas melhorando a comunicação entre as partes, trazendo maior e com mais clareza a colaboração tática para a cidade. A categorização visa a necessidade de compreensão da tática urbana (como, onde, sob quais condições, métodos, consequências, público alvo etc.) e coloca em questão os valores propostos pelo urbanismo neoliberal discutido no tópico de apresentação. A seguir, a tabela de Taxonomia do Urbanismo Tático proposta na dissertação citada: .
Fonte: Ana Farias
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1.2 Uso temporário Ao contrário do Urbanismo tático, que prevê suas práticas aplicadas em áreas públicas, o uso temporário de acordo com Overmeyer (2013) busca realizar intervenções em terrenos vazios, edifícios abandonados, entre outros, caracterizados como privados. Essas intervenções ocupam provisoriamente propriedades privadas de forma flexível, reforçam seu caráter de temporárias, contando com baixo investimento e capital, introduzem com criatividade e flexibilidade de uso acentuando a característica de efemeridade. Normalmente, essas intervenções necessitam de um leque de agentes para a realização de uma obra de baixo custo. Incentivam o indivíduo que deseja trazer uso para um local em deterioração proporcionando, muitas vezes, ao proprietário do imóvel da perda de capital uma renda, propõe contrapartidas no desconto ou redução em dos impostos, contribuindo na manutenção do imóvel, até então, ocioso. Os projetos de uso temporário trazem à tona experimentações pioneiras, geralmente em regiões decadentes ou esquecidas da cidade, fazendo com que novos usos sejam experimentados naquele lugar. Assim, pessoas são atraídas ao local com atividades de lazer e cultura, movimentando a economia do local com comércios de rua e dos térreos (camelôs, padarias, restaurantes etc). Altera também a área em desuso, trazendo fluxos e movimentações de usuários. Essa atividade ajuda a revitalizar o local, torna-se muitas vezes um marco para a cidade e reinsere uma
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dinâmica antes ignorada pela população. Trazem vida ao bairro e muitas vezes cooperam com a segurança e sociabilização do local por conta de sua movimentação. Há também ocorrências de incorporação do uso temporário no projeto permanente. Muitas vezes esse uso temporário gera marcas permanentes influenciando mudanças na área. Podem ser tanto envolvidas nos usos permanentes, como tornando-se permanente por si só, pela aceitação e cenários adequados para que isso aconteça. É o caso do projeto da Prefeitura Municipal de São Paulo denominado Centro Aberto, desenvolvido pela SP Urbanismo, que será apresentado na conceituação
The Michigan Urban Farming Initiative - Detroit EUA
Foto: São Paulo São
Coletivo Vazio Urbano - Curitiba - PR
Foto: Ingrid Schmaedecke
Foto: Miufi.org
2. Práticas para o urbanismo do cotidiano 2.1 Microurbanismo efêmero Como microplanejamento urbano efêmero podem-se entender as intervenções temporárias praticadas em espaços públicos e semipúblicos estudados em uma determinada esfera social. Por isso, alguns autores tratam deste conceito por meio de diferentes terminologias como “Microplanejamento urbano” (BALEM, 2017), “Intervenções temporárias” (SANSÃO, 2012) e “Placemaking” (ROSA, 2011). A prática do microplanejamento urbano efêmero é tratada por BALEM (2017) como “desafios da noção de permanência como pensamento e condição básica para as cidades”.
SANSÃO (2012), por sua vez, define como microurbanismo as intervenções temporárias que causam efeitos na experiência urbana. Por meio de esquemas, gráficos e estudos, explica como essas intervenções acontecem e como podem contribuir para uma melhor sociabilidade. Urban Bloom - Shangai
São ações promovidas por movimentos contemporâneos que se colocam como propostas “lúdicas, poéticas, transversais, feministas e urbanas”. Suas práticas criam contraespaços, heterotopias e alternativas urbanas em busca de estabelecer conexões afetivas com espaços degradados e abandonados da cidade – com o que foi expulso ou esquecido -, ou em resposta às emergências do cotidiano. (BALEM, 2017, p. 02)
As intervenções temporárias são aqui entendidas como as ações que se movem no âmbito do transitório, do pequeno, das relações sociais que envolvem a participação, ação, interação e a subversão, e que são motivadas por situações existentes e particulares do contexto urbano, em contraposição ao projeto estandardizado, caro permanente e de grande escala, o 'grande evento' . Diferentemente dos usos cotidianos na cidade, as intervenções são ações que contém a intenção de transformação do espaço, são o que Hernri Lefebvre (2004) denomina como “os instantes de ruptura e iluminação que revelam as possibilidades transformadoras do cotidiano. (SANSÃO, 2012, p. 70). Placemaking, constitui-se pela maioria dos projetos de “microarquiteturas sobrepostas às estruturas modernas monofuncionais, anexando complexidades capazes de induzir espaços urbanos de qualidade” (ROSA, 2011, p. 22). É um potencial de reestruturação urbana interligada com a comunidade em que estão inseridos. Traçam então a recriação destes espaços em uma espécie de “circuito de resistência à cidade genérica e organizam microambientes na cidade nutrindo a discussão das especificidades e dos lugares urbanos” (ROSA, 2011, p. 24)
Archdaily
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2.2 Coexistência socioespacial O conceito de coexistência socioespacial foi escolhido para ser atrelado aos conceitos anteriores, visto que o intuito da pesquisa é entender as relações sociais em intervenções urbanas temporárias, para criar métodos eficazes de promover a troca de experiência, diminuindo a sensação de solidão e abandono nos grandes centros. CASTRO (2002) parte do pressuposto de que o mesmo espaço pode acolher diferentes tipos de pessoas e procura, a partir disso, definir e promover espaços públicos que permitam estas diferentes atividades e coexistência. MENEZES (2000) em seu artigo, estuda o “lugar” segundo algumas perspectivas relacionadas ao contexto urbano para possível transformação e recriação dos espaços públicos.
O espaço é produto e produtor das relações sociais, ao que se pode inferir que as práticas sociais de uso, apropriação e percepção enunciam representações do mesmo (Pellegrino, 1981, 1986). Ao se ligar as representações às práticas socio-espaciais é possível estabelecer-se uma relação dialéctica entre organização espacial e organização social e, neste sentido, uma aproximação com os critérios que são selecionados na construção de um lugar. (MENEZES, 2000).
SANSÃO (2002) liga o conceito de coexistência em intervenções temporárias de modo a promover a amabilidade urbana, considerando-a como facilitador da proximidade das pessoas, opondo-se ao individualismo característico da sociedade contemporânea.
A partir da relação entre as definições, é possível concluir que a (re)criação de um espaço público que promove a coexistência e a troca demanda entendimento da globalização como fator de mudança da sociedade, do entendimento social na formação de grupos de pessoas distintos, do tempo como ruptura do cotidiano e do lugar de intervenção como respiro urbano e quebra da rotina.
Adriana Sansão Fontes
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[...] qualidade que surge da articulação entre as características físicas do lugar, as intervenções temporárias que ocorrem sobre este espaço e as pessoas que o utilizam e se conectam, sendo um conceito formado, portanto, pelas dimensões física, temporal e social. (SANSÃO, 2002)
Urban Ideas
Um grande exemplo para o conceito de Amabilidade Urbana é o Park(ing) Day, que consiste em transformar uma vaga de estacionamento na rua em um jardim temporário. A proposta do projeto nascido nos Estados Unidos, em 2005, e que ganhou força mundial é debater novos acontecimentos nos espaços públicos, promovendo rupturas no cotidiano. Além do debate, pode-se observar novas interações sociais no local e promover novas intervenções no mesmo local ativado pela amabilidade urbana. O originário Park(ing) day acompanha um manual que norteia o projeto, levando em consideração desde as ferramentas utilizadas para segurança das pessoas quanto burocracias, o que diz respeito às autoridades.
Adriana Sansão
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2.3 Espaços residuais urbanos Para entender qual esfera e escala urbana que este trabalho assume, é necessário salientar o conceito de espaço residual urbano. PEREIRA (2011) traduz espaços residuais como frutos de um desenvolvimento não planejado com potencial para melhorias urbanas atuais. Em sua tese, ela se propõe a entender o papel desses espaços na história e atualidade, analisando também o contexto social e cultural exercido pelo espaço na cidade. Os espaços residuais são geralmente territórios de abandono, sobrantes da implantação de uma infraestrutura e, por isso, lugares desestruturados, incómodos, inseguros, rejeitados e à margem de qualquer exploração rentável. Contudo, são importantes para a formação de uma paisagem urbana aparentemente incerta e incompreensível que por vezes se enche de saturação e actividade consumista informal. (PEREIRA, 2011)
SPECK (2012) no capítulo sobre produção de espaços para um caminhar mais confortável, retrata os espaços residuais nomeando-os “lotes vazios” e o efeito negativo que provoca nas cidades. O trecho do texto diz mais respeito à relação entre o caminhar e o lote subutilizado. Em cidades de qualquer tamanho, com prédios de qualquer altura, ambientes antes promissores para os pedestres foram transformados em ambientes desagradáveis por esses lotes vazios – o que os urbanistas chamam de lacunas ou vazios no tecido urbano. Basta um deles para acabar com um lugar para caminhar. (SPECK, 2012, p. 190)
SOLÀ-MORALES (2002) define como terrain vague os espaços que são pontos de atenção e que definem a cidade e a experiência que se tem ao vivê-la. Retrata a luta pela ressignificação desses espaços pela cultura e arte contemporânea. Entende-se, portanto, que os espaços residuais são resquícios de uma urbanização pouco planejada e que geram insegurança e sensação de não-pertencimento à cidade. Causam estranheza aos pedestres, geralmente fazendo com que esses espaços sejam evitados.
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São suas bordas carentes de uma incorporação eficaz, são ilhas interiores esvaziadas de atividade, são olvidos e restos que permanecem fora da dinâmica urbana. Convertendose em áreas simplesmente deshabitadas, in-seguras, improdutivas. Em definitiva, lugares estranhos ao sistema urbano, exteriores mentais no interior físico da cidade que aparecem como contraimagem da mesma, tanto no sentido de sua crítica como no sentido de sua possível alternativa. (SOLÀMORALES, 2002, p. 124)).
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CONCEITOS APLICADOS ReferĂŞncias de metodologia e projeto
Centro Aberto (Amabilidade Urbana/ microurbanismo efêmero) O Centro Aberto é uma iniciativa da Prefeitura de São Paulo, juntamente à SP Urbanismo e à ONG Cidade Ativa, onde busca-se a renovação dos usos do centro histórico (com possível expansão) com intervenções e pesquisas de antes e depois, analisando os impactos e efetividades de cada projeto. Ao analisar os resultados com a coleta dos dados realizados pelo coletivo Cidade Ativa, percebeu-se a pertinência das intervenções, permitindo o diálogo de todos os tipos de público, o envolvimento das pessoas e a mudança consolidada responsiva à vontade de cada indivíduo. Os projetos em São Paulo contêm um fluxo proposto que consiste no seguinte esquema: Início do projeto – conceituação inicial: visão – Pesquisa “antes”: avaliação de usos e contagem de pedestres – Desenvolvimento do projeto – Fase de implantação: Teste em escala 1:1 – Pesquisa “depois”: Avaliação de usos e contagem de pedestres – avaliação (fazer mudanças) – Implantação permanente do projeto – Ciclo inicial. Contam com uma caixa de ferramentas definida previamente e se aplicam nos diferentes lugares da cidade. O caderno publicado no site Gestão Urbana mostra que essa caixa funciona como um cardápio de elementos de projeto para ativação dos espaços públicos, garantindo coerência e unidade essencial ao projeto. Destaca-se nessa referência a caixa de ferramentas utilizadas no centro aberto e que muito refletiram nas decisões projetuais deste trabalho.
Gestão Urbana
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BANCOS, VASOS E BALIZADORES
SINALIZAÇÃO, ILUMINAÇÃO E ARTE PÚBLICA
BANCOS MODULARES • Criam espaços para conversar • Conformam ‘espaços dentro do espaço’, convidando os passantes a sentar • Constroem grandes elementos para permanência • Tornam os espaços mais verdes com adição de vasos e plantas
SINALIZAÇÃO • Fornece informações sobre as linhas de ônibus • Identiifica um ponto de encontro • Expõe informações sobre os projetos, convidando as pessoas a participar e usar o espaço • Informa sobre a oferta do wi-fi público
BANCO E MOBILIÁRIO PORTÁTIL • Garantem múltiplas possibilidades de sentar ao ar livre • Conferem ao usuário o protagonismo no uso do espaço, movendo as cadeiras para a sombra, sentando em grupos etc. • Mesinhas na calçada dão apoio à comida de rua (barracas, foodtrucks, food-bikes etc.) • Guarda-sóis proporcionam sombra nas áreas de permanência
TRATAMENTO DE PISO • Unifica o espaço • Identifica com clareza as transformações do lugar • Cria identidade visual para intervenções pulverizadas • Conquista áreas de leito carroçável ocioso, mediando uma nova relação de uso do espaço viário
VASOS • Ampliam a presença do verde na cidade • Fornecem sombra e filtrar a luz solar • Criam novos ambientes dentro do espaço • Servem como elementos adicionais de descanso • São uma alternativa aos balizadores para bloqueio do tráfego
ILUMINAÇÃO E PROJEÇÃO • Garantem espaços públicos mais seguros • Convidam ao uso noturno • Reanimam fachadas e muros sem janelas • Realçam detalhes das construções • Criam padrões luminosos de piso
BALIZADORES • Impedem a entrada de veículos sem interromper as linhas de desejo dos pedestres • Servem como bancos informais • Conformam pequenas bordas secundárias
PAINÉIS E JARDINS VERTICAIS • Ativam fachadas e muros sem janelas • Criam identidade • Ampliam a oferta de verde
Fonte: Gestão Urbana
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ATIVIDADES COTIDIANAS PARKLETS • Devolvem o espaço do carro para as pessoas • Proporcionam mais espaços de permanência na cidade • Criam espaços para sentar e mais serviços ao ar livre • Ativam ruas e garantir um ambiente mais agradável para o pedestre
ESTAÇÕES DE BICICLETAS COMPARTILHADAS Localizadas próximo aos destinos finais e ao transporte público • Garantem visibilidade, atraindo mais usuários aos espaços • Fornecem informações sobre o sistema de partilha de bicicletas e localização das estações de compartilhamento • Incentivam o uso da bicicleta como meio de transporte
INSTALAÇÕES TEMPORÁRIAS • Ativam bordas e fachadas degradadas • Adicionam novas funções e atividades ao local • Criam unidades-satélite de atividades já presentes no entorno • Servem como unidades de depósito • Garantem a presença de pessoas no local ao longo do dia, fortalecendo a vigilância passiva
PARACICLOS • Fornecem estacionamento seguro para as bicicletas, tanto na rua como em áreas fechadas • Garantem instalação próxima aos destinos finais das pessoas, pontos de ônibus e estações de trem e metrô • Elementos adicionais: mapas da cidade, bomba de ar e oficina de manutenção e lavagem
CENTRO DE INFORMAÇÕES E APOIO • Unidade de apoio e depósito de mobiliário portátil • Concentra informações sobre o projeto • Promove a zeladoria do espaço • Proporciona a interface com usuários
LIXEIRAS/CONTÊINERES • Garantem um espaço público mais limpo • Melhoram a coleta seletiva para ampliar a reciclagem
COMIDA DE RUA • Assegura espaços visíveis para vans e carrinhos de comida • Fornece áreas sombreadas para os clientes • Oferece outras possibilidades na hora de almoço • Ativa ruas e praças, aumentando a segurança • Gera renda para trabalhadores locais Fonte: Gestão Urbana
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INSTALAÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS
BANHEIROS PÚBLICOS • Garantem ruas mais limpas • Permitem que os usuários, como pais com crianças pequenas, passem mais tempo na área. • Introduzem WC fixos, banheiros removíveis/químicos e mictórios.
INTERVENÇÕES LÚDICAS PARA TODAS AS IDADES EQUIPAMENTOS DE ATIVIDADES FÍSICAS • Criam incentivos para permanecer nas ruas e praças • Promovem melhorias em termos de saúde pública • Convidam mais pessoas a se engajar em atividades físicas
ATIVIDADES LÚDICAS • Convidam as pessoas a interagir no espaço público. • Ressignificam espaços • Criam espaços de encontro e convivência • Transformam a percepção do espaço público • Conferem maior segurança e vigilância passiva
PLAYGROUND E MESA DE PINGUE-PONGUE • Incentivam a prática de atividades físicas nos espaços públicos • Atraem a presença de crianças, gerando um ambiente saudável • Criam espaços de convivência para todas as idades
SERVIÇOS DIGITAIS • Wi-Fi Livre SP • Pontos de recarga de celulares • Espaços de trabalho ao ar livre com tomadas públicas
SINALIZAÇÃO HORIZONTAL NOVAS FAIXAS E ZONA DE PRIORIZAÇÃO DE PEDESTRES • Garantem travessia segura nas zonas de alto fluxo, linhas de desejo e entre pontos de interesse • Priorizam o pedestre • Valorizam do percurso à pé e a presença na cidade • Promovem melhor compartilhamento do espaço viário
ALARGAMENTO DA ZONA DE ESPERA PARA TRAVESSIA • Garante a segurança do pedestre em pontos de espera • Amplia o passeio, equilibrando o uso do espaço viário • Aumenta a visibilidade do pedestre • Reduz a distância de travessia
TRAVESSIA EM DIAGONAL • Garante a travessia segura nas linhas de desejo • Reduz o tempo de travessia • Prioriza o pedestre • Valoriza o percurso a pé • Aumenta a visibilidade do pedestre na cidade
Fonte: Gestão Urbana
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Pesquisa antes e depois
Para se obter sucesso nas intervenções táticas, são extremamente necessárias as pesquisas pré e pós intervenção, tanto para ser assertivo na proposição da intervenção quanto para medir os efeitos das mudanças aplicadas. No método do Centro Aberto, juntamente com a ONG Cidade Ativa foram realizadas pesquisas de observação e enquetes para localizar e enumerar as mudanças de comportamento dos pedestres e usuários em relação aos espaços propostos. Foram observados: - aumento de atividades - número de pedestres - menos travessias fora da faixa Também foram realizadas outras avaliações partindo da perspectiva da cidade e do usuário. As da cidade focam nos problemas gerais e específicos do local, avaliando consequências positivas e negativas do projeto, relação programa x espaço, programação de eventos, ocupações espontâneas etc. Já a perspectiva do usuário procura entender o impacto da intervenção na população, na relação entre pessoa x lugar, adequação do mobiliário e atividades propostas. Nessa etapa é feito um grande esforço de incentivo à participação popular, criando painéis interativos, entrevistas e medições de campo (PMSP) As pesquisas, no caso dos projetos piloto, indicaram mudança na percepção do público em relação às intervenções. Os participantes desacreditavam que as intervenções transformariam o lugar. Também acreditavam que não existia essa cultura no Brasil, que os mobiliários seriam roubados e o playground ficaria inutilizado por não haver crianças na região. A pesquisa pós intervenção indicou que 94% dos entrevistados aprovam a intervenção,16% dos comerciantes locais notaram o aumento de vendas e 93% dos comerciantes locais classificaram o espaço como bom ou muito bom.
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Fonte: Gestão Urbana
Ensaios entópicos - TFG FAUUSP por Marina Diez (coexistencia socioespacial/espaços residuais urbanos) A aluna da FAUUSP Marina Diez questiona, em seu TFG de 2016, as práticas urbanísticas neoliberais e a influência dessas, na morfologia que as cidades estão assumindo. Ela propõe ensaios de intervenções táticas no Minhocão, em São Paulo, propondo elementos que se sobrepõem à aspereza do local. De formas lúdicas, ela propõe reinvenções para proporcionar trocas entre as pessoas que frequentam o elevado, levando atividades cotidianas de observação, áreas de permanência e passagem e leva cultura e arte ao povo.
Conexão das 3 cotas A proposta da intervenção ao lado é conectar a Avenida Pacaembú, Avenida São João e o Minhocão, também funcionando como um mirante para o vale da Barra Funda e Pacaembú. Além da passagem ainda conta com atividades de lazer como rapel e balanço entre as estruturas.
Imagem e desenho por Marina Diez
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Campinho de rua Nessa intervenção, Marina usa das cancelas usadas para barrar o trânsito instrumentos que dão suporte ao esporte de rua, como o gols e cestas de basquete. O asfalto vira então o campo e as cancelas delimitam o espaço do jogo. Toda a intervenção colabora e promove a sociabilização e permanência no local.
Imagem e desenho por Marina Diez
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Metaparquinho O objetivo da intervenção metaparquinho é usar o desnível do elevado para realizar atividades lúdicas ampliando o parquinho entre a praça Marechal Deodoro e o minhocão. Dentre as atividades propostas estão: escalar, brincar, deitar-se, escorregar e fazer tudo de novo. Inclui pessoas de todas as idades.
Imagem e desenho por Marina Diez
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CONTEXTO HISTÓRICO E ESPACIAL história e contextualização do projeto
Para entendermos a relevância do recorte urbano selecionado para as intervenções propostas por este TFG é fundamental a inserção em seu contexto histórico..
1. História de Osasco Entre 1700 e 1800, Osasco era um conjunto de terras de tupi-guaranis, e a Avenida dos Autonomistas era antigamente a Estrada Velha de Itu, que levava ao interior do país. As ocupações portuguesas começaram a surgir às margens do Rio Tietê, mas pouco povoadas. Somente a partir do século XIX, com a chegada da linha férrea “Estrada de Ferro Sorocabana” houve grande desenvolvimento. Antonio Agu teve papel importante para a região, pois com a aquisição de uma das chácaras existentes no quilômetro 16 da linha férrea, construiu posteriormente a estação Osasco, nome que remete sua cidade natal, Osasco da Itália. No século XX, associando-se a outros empreendedores, criou as primeiras indústrias da região, incluindo a primeira fábrica de papelão da América do Sul. Juntamente a esse crescimento, promoveu a construção das casas dos imigrantes operários que constituíram a população de Osasco. Como em São Paulo, as chácaras foram divididas em lotes pouco a pouco no século XX. Antonio Agu dividiu uma terra em duas e as vendeu, dando aos imigrantes a possibilidade de oferecer serviços e abastecer a população local. O impulso chegou depois das guerras mundiais e da necessidade de industrialização nacional. As terras planas às margens do Rio Tietê e as indústrias já existentes indicavam a potencialidade industrial para a instalação de novas fábricas. Isso fez com que a procura por moradia mais barata próximas às fábricas e à São Paulo por trabalhadores aumentasse também. Em 1918 passou a ser distrito. A ferrovia crescia com a importância do transporte de cargas e passageiros entre o centro e a periferia de São Paulo, fazendo crescer a população nos bairros próximos às estações Quitaúna e Presidente Altino. Durante esse período, a Igreja Matriz e o cemitério passaram a existir no bairro Bela Vista. Em meados de 1930 e 1940, o sistema rodoviário passou a ser implantado, facilitando a interligação entre Osasco e São Paulo onde a linha férrea não alcançava, como por exemplo os bairros ao sul de Osasco e Pinheiros.
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Nos mapas ao lado, é possível observar a formação das ruas do centro de Osasco e como todo o processo de desenvolvimento surgiu da linha férrea e estação Osasco. A antiga rua Henrique Del’ Acqua hoje compõe o Calçadão de Osasco/ Rua Antônio Agu, a Rua João Bricola é a Av. João Batista e a Av. da Circunvalação hoje se dá pelo nome de Av. dos Autonomistas. Essas, juntamente à Rua da Estação e a Rua D. Primitiva são importantes no desenvolvimento do projeto apresentado neste caderno, pois são eixos de crescimento da economia e comércio local, importantes para o histórico e formação da cidade.
Fonte: Hagop Garagem
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Após a Segunda Guerra Mundial até 1962, mais industrias se instalaram na região de várzea (entre o Rio Tietê, a Estrada Velha Sorocabana e a de Itu), fazendo Osasco e São Paulo se fundirem pelos bairros Butantã e Lapa. Com o descaso de São Paulo com a infraestrutura frente ao subúrbio de Osasco, com muitas campanhas, a liberdade política se deu em 1963. Já em 1980, após a crise econômica no Brasil, houve a valorização de terrenos e a valorização do comércio, fazendo muitas fábricas fecharem as portas. A região ganhou então redes de supermercados, shoppings e serviços de varejo. Além disso, o que marcou o desenvolvimento dessa região foi a instalação da matriz do banco Bradesco no bairro Cidade de Deus o que impulsionou a melhoria das infraestruturas para bom funcionamento da cidade. Todos esses fatores resultaram em uma Osasco mais atrativa para novos empreendimentos comerciais e residenciais, setores que são os principais agentes atuais modificadores da paisagem. Hoje em dia, Osasco possui cerca de 700 mil habitantes distribuídos em quase 65 km². Sua hidrografia é composta pelo Rio Tietê que divide a região em duas zonas, sendo a sul composta por dois afluentes (córrego João Alves e córrego Bussocaba) e zona Norte composta por um braço do Rio Tietê após sua retificação, onde fica a região do Rochdale, com grande incidência de enchentes. A antiga linha férrea permaneceu e hoje é parte da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), composta pelas linhas 8- Diamante e 9- Esmeralda. A primeira liga Itapevi, no interior de São Paulo à Barra-Funda e a segunda parte de Osasco até Grajaú. Já o sistema rodoviário é composto pela Rodovia Anhanguera, Raposo Tavares e ao leste a Rodoanel, grande acesso para o litoral e região sul do país. Além delas, a Rodovia Castelo Branco compõe o acesso ao Interior do estado. Esta última se dá por uma barreira física, já que quase não existem meios de transposição na rodovia. O que acaba fornecendo essa transposição são as avenidas que beiram os córregos, se aproximam do Rio Tietê e vão à sul. Isso faz com que essa zona sul seja mais dotada de infraestrutura e de centros comerciais e empresariais, além de bairros planejados. Porém carece de áreas de permanência devido ao recuo de áreas verdes (parques, praças e clubes) para consolidar o adensamento da região. A cidade transita para uma verticalização e aumenta cada vez mais sua malha viária. As praças são divididas e excluídas para dar lugar a alargamentos de rua e calçadas reduzidas. O eixo mais importante da cidade é o Calçadão de Osasco, que compõe parte da Rua Antônio Agu. Nele o maior complexo de lojas, barracas de comida e camelôs se concentram, tornando o local referência regional. Leva consigo história e identidade, marco não só da cidade de Osasco como no estado de São Paulo
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Hidrografia e principais rodovias
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Recorte Urbano Proposto
Principais vias coletoras
Hidrografia
Rodovias
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2. Questionário de avaliação do local de intervenção Para aproximar o ensaio deste Trabalho com os conceitos de urbanismo tático e intervenções temporárias no que diz respeito à consulta e participação pública, foi proposto um questionário virtual. Devido à pandemia de COVID-19 neste ano de 2020, não foi possível realizar entrevistas in loco. Porém, a necessidade desta não deve ser descartada ao realizar transformações táticas e temporárias no espaço urbano. O questionário identifica de uma maneira geral o perfil, a rotina e as preocupações dos pedestres que acessam a estação Osasco da CPTM, o calçadão de Osasco e arredores. O objetivo é entender e localizar pontos críticos passíveis de melhorias. Os resultados estão a seguir.
Transporte Individual Transporte coletivo Bicicleta À pé Aplicativos Google Forms
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De acordo com pesquisa realizada pelo Google Forms, 90% das pessoas acredita que o centro de Osasco não possui segurança entre suas ruas.
Calçada estreita/inexistente Falta Iluminação Muito comércio/feiras/ambulantes no caminho Criminalidade Assédio Alto fluxo de pedestres Sinalização confusa Pavimentação inadequada Desrespeito dos condutores de veículos
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ENSAIO PROJETUAL Recorte proposto Intervenções
Recorte proposto O recorte urbano proposto para aplicação de urbanismo tático e das intervenções temporárias é o do centro comercial tradicional da cidade de Osasco. A escolha se deu pela atividade intensa que ocorre neste local, em torno da mobilidade urbana propiciada pela estação CPTM Osasco, pelo bicicletário, pelo terminal rodoviário e pelo calçadão já existente. Os limites considerados foram o da grande Avenida dos Autonomistas, o acesso para as Rodovias (pres. Castello Branco, Marginal Tietê e Marginal Pinheiros) e o córrego Bussocaba. A região concentra acontecimentos consolidados como comércios de ruas, camelôs, bancas de jornal, calçadão repleto de lojas e shoppings. Porém, como grande parte dos centros, o pedestre sofre entre as transições de calçada e a cidade projetada para carros, ruas com grande concentração de comércios, por exemplo, carecem de espaços de encontro e vivência. Cada intervenção proposta a seguir tem como objetivo, além de promover áreas de permanência e espaços de coexistência, diminuir algumas questões de insegurança apontadas na pesquisa via formulário
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Mapa diagnóstico O mapa diagnóstico apresentado ao lado permite concluir que o encontro entre pedestres e carros é intenso devido ao calçadão de encontro com avenidas movimentada, causando inseguranças ao percorrer o centro de Osasco. Somando à isso, os muros altos das indústrias faz com que o centro não tenha «olhos» para a cidade. Identificar estes acontecimentos é o primeiro passo para identificar, entre encontro de fluxos e o entorno, as áreas com a segurança do pedestre comprometida em sua maioria pelas causas apontadas no questionário realizado anteriormente.
Uso industrial Fluxo intenso de veículos Fluxo intenso de pedestres Locais de insegurança
Uso predominantemente comercial Uso predominantemente residencial Parque/clube
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Lugares passíveis de intervenção Com base nos conceitos e analisando o mapa diagnóstico foram estudados diversos locais onde os ensaios temporários apresentam um potencial para acontecer, englobando tantos espaços públicos como ilhas de trânsito, calçadas comprometidas, muros altos, baixios de viadutos, entre outros. Entre eles, quatro intervenções foram escolhidas para desenvolvimento.
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Recorte aproximado e edifícios notáveis
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Estação Osasco da CPTM
Supermercado Extra
Osasco Plaza Shopping
Clube Floresta
UPA Vicente Missiano
Mercado Municipal
Hospital Municipal
Shopping Galeria
Neste mapa é possível indicar as regiões planas e mais baixas onde o recorte menor está inserido, bem como as áreas de intervenção pontual desenvolvidas neste TFG. As áreas de intervenção estão localizadas em lugares planos, baixos e próximos ao rio.
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Estrutura do projeto 1 Mapa diagnóstico
2 Implantação
3 Antes e depois
4 Tabela de categorização
INTERVENÇÃO TÁTICA 1 Ag unio R. A ntô
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Rua D. Primitiva Vianco
A Rua Antônio B. Coutinho é uma das principais ruas perpendiculares ao calçadão de Osasco. Possui grande fluxo de pessoas por conta do comércio, da Unidade de Pronto Atendimento localizado na esquina, pelo próprio mercado Extra e pelos camelôs. Por esse motivo, a passagem se torna desconfortável, descontínua e sem espaços de permanência.
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Rua Antônio B. Coutinho
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Fluxo intenso de veículos Fluxo intenso de pedestres Fachada comercial Fachada de serviços Edifícios notáveis Área do calçadão
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A intervenção é composta por alargamento de calçada, reorganização dos camelôs, faixas de pedestre e criação de espaços de convivência sombreados, tornando o caminho mais agradável e criando novas sensações, além de conter mais iluminação para reduzir a insegurança. 0
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Imagem 1 Antes
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Equipamentos Agentes Facilitadores Escala Financiamento
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Bancos, balizadores, vegetação, iluminação e pintura na extensão da calçada. Secretaria do Transporte e da Mobilidade Urbana, Secretaria da Segurança e do Controle Urbano Proprietários dos comércios, camelôs, supermercado Extra e voluntários Local Público
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INTERVENÇÃO TÁTICA 2 Cruzamento Av. João Batista R. B
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O local escolhido tem como entorno imediato o Plaza Osasco Shopping, o Mercado Municipal de Osasco, com fachadas predominantemente comerciais e a avenida que leva a maior parte dos carros para uma das principais vias de Osasco, a Av. dos Autonomistas. Com isso, o cruzamento entre as ruas Batista de Azevedo, Av. João Batista e Rua Ten. Avelar P. de Azevedo tornou a passagem dos pedestres perigosa e desconfortável. Além disso, os comércios existentes no térreo das edificações ficaram desvalorizados pela presença quase totalizada de carros. A insegurança do pedestre faz com que as lojas fiquem desertas ou nem sejam conhecidas. O Plaza Shopping é utilizado para travessia cruzada, sendo uma alternativa para quem cruza entre a R. Antonio Agu e demais ruas que o cercam, além do seu entorno ser composto por lojas viradas para as calçadas, aumentando seu fluxo dentro e fora
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Fluxo intenso de veículos
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Fluxo intenso de pedestres Edifícios notáveis
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A intervenção tática proposta reúne a reconfiguração das faixas de pedestres, a limitação de carros para a rua Tenente Avelar Pires de Azevedo, a cobertura da ilha de trânsito em frente ao restaurante e a proposição de espaços estáticos para quem deseja usufruir das lojas. Em conjunto com a Secretaria do Transporte, é proposta a redução de velocidade dos veículos para 30kmh para segurança dos pedestres tanto de passagem quanto de permanência nas mesas situadas no deck.
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Equipamentos Agentes Facilitadores Escala Financiamento
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Faixas de pedestre, mesas e cadeiras, balizadores. Secretaria do Transporte e da Mobilidade Urbana, Secretaria da Segurança e do Controle Urbano e prefeitura de Osasco Proprietários dos comércios do entorno, comunidade, mercado municipal, administração do Plaza Osasco e voluntários Local Público e privado
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INTERVENÇÃO TÁTICA 3
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A praça Antonio Menk reúne diversos comércios, incluindo camelôs. Seu entorno tem fachada ativa e gera um grande fluxo de pedestres por conta das vendas e da própria estação Osasco da CPTM. Torna o caminho desagradável e cheio de obstáculos. Por isso, o intuito da estrutura temporárias é criar fluxos paralelos e intermediar com fileiras de comércio elevados com deck e cobertos por tenda. Assim, os pedestres que desejam apenas passar terão seu caminho livre e os que desejam parar e usufruir do comércio, terão espaço suficiente. As tendas contam com balcões, espaços para organização dos itens, araras e outros. O fechamento dessas tendas é de responsabilidade do dono/inquilino de cada tenda, mas a preservação é da prefeitura.
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Praça Antônio Menk
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Fluxo intenso de veículos
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Área do calçadão Edifícios notáveis Fachadas comerciais 60
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Estação Osasco
Por isso, o intuito da estrutura temporárias é criar fluxos paralelos e intermediar com fileiras de comércio elevados com deck e cobertos por tenda. Assim, os pedestres que desejam apenas passar terão seu caminho livre e os que desejam parar e usufruir do comércio, terão espaço suficiente. As tendas contam com balcões, espaços para organização dos itens, araras e outros. O fechamento dessas tendas é de responsabilidade do dono/inquilino de cada tenda, mas a preservação é da prefeitura. Imagem 1
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Imagem 1 Antes
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Tenda Gazebo Bancada com espaรงo para Estrutura de aรงo com portรฃo Deck e estrutura
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Equipamentos Agentes Facilitadores Escala Financiamento
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Tendas, deck, gastronomia, comércio, serviços. Comunidade de comércios de rua, Prefeitura de Osasco, Secretaria da Segurança e do Controle Urbano Proprietários dos comércios de fachada, comunidade e voluntários Bairro Público
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INTERVENÇÃO TEMPORÁRIA 4 Estacionamento Praça Antônio Menk Localizada em frente à Estação de Metrô, a praça Antônio Menk é um espaço naturalmente usado para diversos tipos de atividades. Entre elas, pode-se citar gastronomia, apresentações musicais, feiras de livro, camelôs, entre outros. Entretanto, a praça conta com um estacionamento mal localizado, sendo necessário adentrar com o carro em parte da praça onde só andam pedestres para estacionar no local, tornando-o um vazio urbano.
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Fluxo intenso de veículos Área do calçadão Edifícios notáveis Localização das fotos Estação Osasco
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O intuito da intervenção é se tornar um marco da cidade. Propõem-se uma arquibancada coberta com lona estendida, um palco para apresentações, stands temporários para expor atividades da Escola de Artes Cesar Antonio Salvi, da Biblioteca Municipal Monteiro Lobato, do grupo de Artes Cênicas de Osasco, entre outros. Além dessa ativação, contará com foodtrucks rotativos e barraquinhas de gastronomia locais, tudo com a iluminação adequada para ser visto em qualquer horário do dia. Assim, se torna uma praça estendida com atividades reunidas e lazer garantido. O proprietário do terreno terá incentivos fiscais no período em que a instalação existir. Em comum acordo e conforme o ensaio for propondo resultados permanentes, os descontos podem ser negociados.
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Equipamentos Agentes Facilitadores Escala Financiamento
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Deck, food-trucks, mesas e cadeiras, oficinas, container como apoio às atividades, arte de rua etc. Proprietário do imóvel, Prefeitura de Osasco, Escola de Artes Cesar Antônio Salvi, Biblioteca Municipal Monteiro Lobato, Teatro Municipal Gloria Giglio Comunidade e gastronomia local Bairro Privado e público
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CONSIDERAÇÕES
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Durante todo o curso de Arquitetura e Urbanismo me deparei com o mesmo método tradicional de projetar espaços públicos. Métodos preocupados com um urbanismo eficiente e habitado, mas distantes da realidade, que nem sempre visavam um urbanismo mais participativo e inclusivo. Entendi a importância do processo no produto final e o retratei com o mesmo peso, internalizando que a cidade está em constante mudança e que os usos públicos devem ser ressignificados. Não devemos limitar o processo de criação desses espaços a poucos planejadores, mas sim incluir agentes diretos na cidade, pessoas que usufruem a região e podem desenvolver um sentimento de pertencimento criando novas memórias. Além disso, o que me motivou a procurar no urbanismo temporário uma maneira válida de intervir no espaço urbano foi a solidão dos centros e seus não-lugares. Escolhi o centro de Osasco por seu notável desenvolvimento atual entendendo a necessidade de espaços públicos, preocupações quase inexistentes quando se trata do planejamento urbano da cidade. As intervenções aqui propostas buscaram conduzir o uso já existente, promover momentos de troca entre as pessoas, criando novas experiências e colocando como agente principal a sociedade.
LabIT: Adriana Sansão Fontes
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REFERÊNCIAS
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BAUMAN, Zygmund. Tempos Líquidos, Zahar. Inglaterra, 2007.GESTÃO URBANA SP. Projetos de Intervenção Urbana SP. Disponível em: https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/estruturacao-territorial/piu/. Acesso em: 1 dez. 2019. BOND, Michael. The hidden ways that architecture affects how you feel. BBC Future, 06 de junho de 2017. Disponível em: <http://www.bbc.com/future/story/20170605-the-psychology-behind-your-citys-design>. Acesso em 06 set. 2019. DIEZ, Marina. Ensaios Entópicos: Urbanismo Tático em São Paulo. 2016. 104 páginas. Trabalho Final de Graduação – FAUUSP, São Paulo, 2016. FARIAS, Ana Carolina Carvalho. Taxonomia do Urbanismo Tático: Uma proposta para leitura, compreensão e articulação das táticas urbanas emergentes. 2018. 273p. Tese (pós-graduação em Projeto e Cidade) - Universidade Federal de Goiás, Faculdade de Artes Visuais, Goiás, 2018. FERNANDES, Aline Barata; Fontes, Adriana Sansão. Habitar – 3º Seminário Nacional. Belo Horizonte, 15p. novembro, 2017. FONTES, Adriana Sansão. Intervenções temporárias, marcas permanentes: A amabilidade nos espaços coletivos de nossas cidades. 2011. 258 p. Tese (Doutorado em Urbanismo) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Rio de Janeiro, 2011. GESTÃO URBANA SP. Centro Aberto. Disponível em: https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/projetos-urbanos/centroaberto/. Acesso em: 1 dez. 2019. GESTÃO URBANA SP. Guia de boas práticas para os espaços públicos da cidade de São Paulo. Disponível em: https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uploads/2016/12/20161230_GBPEP.pdf. Acesso em: 1 dez. 2019. MORALES, Ignasi de Solá. Terrain Vague. In: MORALES, Ignasi de Solà. Territórios. Editora Gustavo Gilli, 2002. p. 123-133. NEWBURY, Joanne. Why Are Children in Urban Neighborhoods at Increased Risk for Psychotic Symptoms? Findings From a UK Longitudinal Cohort Study. Schizophrenia Bulletin. Oxford, novembro de 2016. Disponível em: <https://academic.oup.com/schizophreniabulletin/article/42/6/1372/2399413>. Acesso em 06 set. 2019. WHYTE, William Hollingsworth. The Social Life of Small Urban Spaces: Project for public Spaces. New York, 1980.
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