Telessaúde Informa Setembro 2012

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Acupuntura no SUS: ainda nova, prática pode ajudar a diminuir medicamentos página 02

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A linha tênue entre os exames preventivos e a hiperutilização página 06

Consórcios de Saúde: municípios se unem para melhorar a M. A. C. página 03


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P.I.C.: A Acupuntura e a Saúde Pública Prática pode ajudar a tornar tratamentos menos agressivos e na redução de medicamentos Acupuntura também aumentou significativamente: passou de cinco UBS para 18! Se considerarmos o total de UBSs de Florianópolis, o número atual corresponde a 37%.

Foi no ano de 2006 que o Ministério da Saúde publicou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), que mencionava a inclusão da Acupuntura no SUS. Quatro anos depois, em 2010, Florianópolis nomeou uma comissão responsável pela implantação das Práticas Integrativas Complementares no Município. De lá pra cá, o grupo mapeou no estado todos os profissionais que já estavam aptos a oferecer o serviço nas Unidades Básicas de Saúde e organizou também um programa de treinamento em Técnicas de Acupuntura. “A ideia é que os médicos da ESF possam oferecer em sua unidade de saúde o tratamento com acupuntura aos usuários, ampliando a disponibilidade de recursos terapêuticos para situ-

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ações comuns da APS”, explica Ari Ojeda Ocampo Moré, um dos membros da Comissão de Práticas Integrativas e Complementares da Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis. Inicialmente, o treinamento

Em Florianópolis, 37% das UBSs já oferece o serviço foi oferecido a 20 médicos. Mas já nos sete meses que se seguiram a equipe observou um crescimento no número de registros de sessões de Acupuntura realizadas nas APS, que passou de cerca de 120 sessões para mais de 625 por mês. O número de Unidades Básicas de Saúde que oferecem a

Satisfação de quem usa E como os pacientes estão aceitando o novo tratamento? Este é o tema de estudo da acupunturista Emiliana Domingues. Segundo ela, em Florianópolis, a prática está sendo bem aceita, no geral. “A maior parte das pessoas que responderam a minha pesquisa, relataram a diminuição do uso de medicamentos e da dor, também”, conta. Há, contudo, uma reclamação geral: o tempo de espera é o item mais citado no quesito “insatisfações”. O que, com o aumento da oferta, também deve diminuir: uma nova edição do treinamento para outros vinte médicos está proposta para outubro de 2012, ainda a ser confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde. “Estamos muito satisfeitos com os resultados até agora, tanto pelo relato dos usuários e profissionais quanto pelos registros crescentes do uso da Acupuntura, e esperamos conseguir estimular outros municípios brasileiros a adotarem a prática”, diz Melissa Costa Santos, Coordenadora da Comissão.


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Consórcios de saúde: suprindo demandas Os CIS, como são conhecidos os consórcios, surgiram de uma brecha do SUS, com o objetivo de melhorar atendimentos de M. A. C. Fábio Quandt, integrante do Grupo de Estudos do Trabalho e Trabalhadores da Saúde e doutorando, cuja tese é sobre o CIS, explica como ele funciona e suas principais dificuldades deu frente à reforma administrativa do estado nacional em 1995, TI - O que são e como funcio- quando a política de governo do nam os Consórcios Intermuni- ex-presidente Fernando Henricipais de Saúde? que Cardoso incorporou definitiFabio Quandt - Os CIS são uma vamente os CIS na administração espécie de liga entre municípios da esferas públicas e influenciou que se encontram sob uma mesma situação problemática e ne“Com a melhoria cessitam de ajuda para resolvêda AB, a assistência -la. A resolubilidade dos problemas de M. A. C. seria acontece de forma pactuada entre todos os representantes dos CIS, que também buscam toda a sua coligação políticoconsenso com os outros colegia- -partidária, que tinham grande dos da região, como o Conselho poder de estado nas regiões Sul Municipal de Saúde. Assim, eles e Sudeste. legitimam as ações que serão to- Cerca de 80% dos municípios madas. participam de alguma finalidade TI - Em dezembro de 2000, a dentro de um CIS no estado de autora Ana Paula Gil de Lima SC. Dentre as mais expressivas publicou um artigo dizendo estão a melhoria na referência de que as regiões em que mais serviços especializados e comexistiam CIS eram o Sul e o Su- pra de medicamentos e insumos. deste. Por que você acha que TI - Desde que foram criados, isso aconteceu e qual a situa- os CIS melhoraram a oferta dos ção atual de Santa Catarina? serviços de média e alta comFabio Quandt - Historicamente, plexidade no Estado? a evolução acentuada do CIS se Fabio Quandt - Baseados na

nossa experiência, houve, sim, uma melhora na oferta, porque o CIS possibilita um melhor tributo para o prestador do serviço, quando comparado à tabela SUS. Porém, lembramos que a condição de assistência à média e alta complexidade ainda permanece sobre o cárcere do sistema privado, colocando o CIS apenas como um modo paliativo de abrandar os problemas da saúde pública nacional. TI - Como a atenção básica pode interferir no funcionamento dos Consórcios? Fabio Quandt - Com a melhoria da AB, efetivando na prática todos seus pressupostos conceituais, a pressão sobre a assistência de média e alta complexidade deve cair, pois diminuiria também a incidência e prevalência deste tipo de agravo. Consequentemente, os municípios de menor porte e capacidade instalada diminuiriam, também, os gastos com tecnologia especializada, que trabalha com baixa densidade populacional e elevados aparatos técnicos. Da mesma forma, os grandes centros especializados de referência aliviariam a pressão sobre sua capacidade de suporte. Diante desta realidade, os CIS se tornariam, em parte, ociosos, pois a sua justificativa de existir, que, resumidamente, é: rapidez no acesso de Média e Alta complexidade, já não seria legítima.

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Ultrassom transvaginal pode ser perigoso O exame não reduz riscos e, da forma como é feito no Brasil, pode ser prejudicial à saúde Eu viajo frequentemente ao Brasil, onde estou passando boa parte do ano para pesquisa acadêmica. Adoro o país e seus habitantes e tento entender como a sociedade brasileira chegou a ser esta amálgama única de histórias e culturas de vários continentes. O Brasil, para mim, é um paraíso de dimensões míticas. Apesar disso, onde se tem muita luz, também se vê sombra. Quando minha namorada brasileira me contou que, ao fazer o exame ginecológico regular, a médica lhe recomendou também uma sonografia transvaginal, fiquei um pouco irritado. Perguntei-lhe se isso era indicado no caso de pacientes de alto risco ou para quem tivessem antecedentes de câncer de ovário na família. Para minha surpresa, ela afirmou que este não era seu caso. O procedimento simplesmente foi realizado de maneira “preventiva” - tratava-se de um exame de rastreamento. Na Alemanha, ao contrário, é bem conhecido que o ultrassom transvaginal não deve ser usado desta maneira, com fins “preventivos”. É por isso que o seguro obrigatório de saúde não paga este procedimento e as entidades médicas oficiais o consideram desnecessário e, inclusive, perigoso. Segundo o Instituto Alemão de Controle de Produtos e Serviços, o beneficio médico deste exame

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Professor de História da América Latina, Sven dá aula de História Cultural e das Ideias

é “quase nulo”, mas os possíveis danos podem ser “consideráveis”. O Serviço Médico dos Seguros de Saúde, por exemplo, não recomenda seu uso para mulheres saudáveis, sem sintomas. Sua aplicação seria, porém, indicada caso o exame ginecológico manual mostrasse alguma anomalia. Segundo a Aliança Nacional contra o Câncer de Ovário, os riscos provocados por falsos positivos não são menores. Isto tem a ver com um estudo amplo realizado pelo PLCO (Prostate, Lung, Colorectal, and Ovarian), publicado em 2011, que evidencia que, até hoje, quase nenhuma mulher tenha se salvado do câncer, graças à ultrassonografia transvaginal. Este estudo se fundamenta na base empírica mais completa até agora: trata-se de uma pesquisa realizada com cerca de 78.000

mulheres durante 13 anos - uma mostra estatisticamente bastante significativa. No final do estudo, no entanto, na metade das pacientes que foi tratada com ultrassom transvaginal, a taxa de morte por câncer de ovário foi mais alta do que no grupo das mulheres tratadas com métodos convencionais (118/100). O grande problema é que o câncer de ovário é um assassino silencioso e agressivo, sem muitas possibilidades de ser detectado num estado preliminar, caso tenha estado preliminar. Convencer as mulheres que a ultrassonografia oferece uma espécie de “proteção” contra a doença é absolutamente antiético, pois cria uma falsa ilusão de salubridade nas mesmas. Até hoje, a etiologia deste câncer é desconhecida, sua detecção e sua cura


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são difíceis. Mas o que transforma o ultrassom transvaginal num perigo grave para muitas pacientes é a alta taxa de falsos alarmes que este método produz: segundo as pesquisas europeias e norte-americanas, a precisão do método é tão baixa que muitos achados resultam sendo falsos, e muitos tumores existentes simplesmente não são detectados, pois a tecnologia ainda não é suficientemente madura. É mais um aspecto assustador do estudo do PLCO: a cada 100 mulheres nas quais o ultrassom transvaginal encontrou uma anomalia, no final, só uma foi diagnosticada com câncer de ovário. As outras 99 anomalias achadas eram, portanto, casos de sobrediagnóstico. De todo modo, cada terceira destas mulheres teve que se submeter a uma intervenção cirúrgica, e em cada sexta destas operações, houve complicações graves. Os responsáveis da pesquisa

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resumem os reAlém disso, não achei nenhum sultados: “Este site que fizesse referência aos esestudo mostra tudos empíricos dos EUA e da Euque os testes ropa, embora o estudo do PLCO disponíveis não fosse amplamente divulgado são eficazes e nas revistas especializadas e na podem realmen- imprensa. Pergunto-me, então: te causar danos Por que acontece isto no Brasil? por causa do ele- Como pode não ter nenhum tipo vado número de de reflexão crítica sobre o assunfalsos positivos. to? Enquanto os médicos brasileiOs resultados ros parecem desconhecer os risapontam para cos deste método, na Alemanha, a necessidade uma equipe de médicos contracontínua de fer- tada pelo Ministério de Saúde ramentas de ras- acaba de ganhar um prêmio por treio mais preci- ter comprovado os perigos do sas e eficazes.” exame por meio da pesquisa emDepois de me aprofundar um pírica! No reporte final do seu espouco nesta matéria, pesquisei tudo, fica evidente que o exame sobre a opinião dos médicos bra- traz mais malefícios que benefísileiros. E desta vez o choque foi cios à grande parte das mulheainda maior: não há praticamen- res, desde que seja praticado de te nenhum site que esclareça, de maneira “preventiva”. Os autores maneira neutra, as limitações e ris- também recomendam aos médicos da ultrascos que fiquem sonografia mais cientes dos “Dizer que o exame transvaginal. estudos empíriAo contrário, cos, em vez de oferece alguma quase todos proteção é antiético” se orientar nas enaltecem o suas experiênexame como cias práticas só. um excelente método para pre- Por último, exigem que as paver o câncer. Recomenda-se seu cientes devam ser informadas de uso em intervalos regulares para maneira transparente e imparcial mulheres completamente saudá- sobre os riscos e limitações deste veis. Assim, no site www.onco- exame. guia.org.br, podemos ler o seguinte: “O melhor método para avaliação periódica e preventiva Compartilhando do câncer de ovário é o ultrassom Sven Schuster transvaginal, que é o exame que Ultrassom transvaginal pode ser apresenta sensibilidade e espe- perigoso cificidade para detectar o câncer 20 de Agosto de 2012 ovariano.” http://migre.me/asA6R

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Fazer ou não exames de check up? Cresce o hábito de fazer exames de rotina. Mas até que ponto eles fazem bem à saúde e quando são prejudiciais? A discussão vai além da superlotação das Unidades Básicas de Saúde, chegando, inclusive, à possibilidade de prejudicar psicologicamente os pacientes

Nós custamos a perceber e, quando realmente abrimos os olhos, vimos que a situação estava caótica”, conta Estela Marisa Specht, Coordenadora de Atenção Básica e das Equipes de Saúde da Família do município de Xaxim, SC. Ela está falando sobre o hábito que a população do município tem de procurar médicos, sem nenhuma razão específica, apenas para fazer os chamados Check ups. “É uma questão cultural, eu acho. As pessoas se acostumaram a fazer todo o tipo de exames preventivos”, explica. As filas das unidades de saúde começavam às 5h da manhã e, na maiora das vezes, as pessoas queriam ver o médico. “Enquanto isso, os outros profissio-

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nais não eram tão procurados, perfil hiperutilizador, pode conporque a ideia era realmente fa- versar com ele, alertá-lo e oferezer exames”, conta Specht. cer essa ajuda, essa conscientiPara tentar resolver o proble- zação”, sugere. ma, cada equipe definiu uma estratégia que julgou ser mais A razão para o hábito apropriada para o seu públiO corpo tem um reservatóco. A Equipe de Frei Bruno, por rio de alterações, anomalias e exemplo, tenvariações dos tou organizar quais apenas a demanda e uma parte vira “As pessoas se percebeu, com doença - granacostumaram a fazer o tempo, que de parte das check ups. É cultural” os hiperutilivezes, essas zadores, como alterações vão são chamados se resolver este tipo de paciente, raramente sem ajuda externa. Só que uma aparecem sem agendar visitas. quantidade cada vez maior des“Foi aí que decidimos fazer sas pequenas alterações podem um grupo de ser detectadas com o progresso apoio dedica- e a sofisticação da tecnologia do a eles, que dos exames. Este fenômeno é f u n c i o n a r i a comumente chamado de sobrejunto com o -diagnóstico e sobre-tratamento. grupo de saúPara o pesquisador Dr. Charde mental. Este les Tesser, a melhora dessa tecúltimo já existe, nologia acaba influenciando o mas tem pouca paciente: “as pessoas que foram utilização”, justifica tratadas consideram, muitas veAdriane Della Betta Fos- zes, que se salvaram de uma dosá, enfermeira e coordena- ença quando isso pode não ter dora da ESF Frei Bruno. Para sido verdade, e elas foram subaumentar a aceitação do metidas a tratamento sem nepúblico ao grupo, a equipe cessidade - é o chamado paratambém está bolando uma doxo da popularidade” explica. carta-convite “e cada profisPara tentar entender o hábisional que notar no paciente o to de procurar tantos exames,


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Tesser comenta que todos os que têm exames positivos acham que foram os beneficiados - um comportamento normal e fácil de entender. “Mas, ao contrário, uma parte foi prejudicada, porque recebeu tratamento sem necessidade e passou a se ver como um doente que foi tratado e a ser considerada pela sociedade da mesma maneira.” Além disso, há também a questão econômica, com interesse da parte de quem vende os exames. “Há muita propaganda envolvida e também houve muito otimismo médico mal fundamentado, de modo que clínicas particulares, indústria s farmacêutica e até médicos relapsos são, sim, corresponsáveis pela mania das pessoas de fazer O profissional de saúde deve saber como agir para melhor ajudar exames”, explica. Prevenção Quaternária A dúvida que permanece entre os pacientes, entretanto, é quase sempre a mesma: “se fazer tantos exames assim pode ser ruim, como então, eu posso me prevenir?”. Em primeiro lugar é necessário deixar claro que prevenção não é algo ruim. Apenas quando é feita em excesso. Para Tesser, “cabe ao profissional explicar em linguagem que o paciente entenda a razão pela qual não é preciso, muitas vezes, fazer exames”. O termo adequado para descrever o cenário ideal seria Prevenção Quaternária, na qual tantos recursos seriam gastos apenas em casos de real necessidade. Ainda novo e pouco conhecido no Brasil, o termo foi adotado justamente por Tesser. Nas palavras dele, a definição correta é “a detecção de indivíduos em risco de tratamento excessivo para protegê-los de novas intervenções médicas inapropriadas e sugerir-lhes alternativas eticamente aceitáveis”. Ou, de maneira mais simples e ainda em suas próprias palavras: “uma atitude e um cuidado constante que os profissionais de saúde devem exercitar de evitar intervenções desnecessárias e excessivas”. Link interessante Hiperutilizadores das Urgências - Um estudo no Centro Hospitalar da Cova da Beira http://migre.me/ayDhK

Outras maneiras de prevenção Se a Saúde Pública brasileira não tivesse defeitos, talvez problemas como o excesso de prevenção não fossem uma realidade tão constante. Em um ambiente perfeito, o médico e o paciente criariam um vínculo que facilitaria ao profissional de saúde reconhecer alterações no bem estar a quem ele está atendendo. Dr. Charles Tesser acredita que agora, com a nova estruturação dos serviços públicos, baseada na Saúde da Família, e com a renovação parcial dos profissionais, a saúde pode chegar um pouco mais perto dessa realidade ideal. Para ele, entretanto, “os médicos ficam pouquíssimo tempo em um só local para conhecer e ter relações duráveis de parceria e confiança com as pessoas”. Por isso, há como investir em outras maneiras - bem mais saudáveis - de tentar prevenir doenças, como cuidar da alimentação, descansar bem, ter uma boa rede de amigos (lembra da edição de Junho de 2012, quando compartilhamos uma matéria sobre os benefícios das boas amizades?), praticar exercícios e atividades em geral que lhe deem prazer. “Além disso, há outras medidas preventivas sociais e populacionais nas quais o Brasil ainda está engatinhando, mas que são altamente eficazes e de pouquísimo risco: universalizar o saneamento básico e a água potável, mobilidade sustentável, moradia digna, educação escolar mais qualificada, e outros ainda”, acredita.

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Filmes

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Precisamos falar sobre Kevin (2000)

Melvin Udall é um escritor sarcástico e extremamente mal humorado que vive em Nova York. É vizinho de Simon Bishop, um artista, dono de um cachorro que Melvin odeia, e almoça todos os dias no mesmo restaurante, onde Carol trabalha como garçonete. O que deixa o filme interessante é a ironia da vida real: Melvim tem TOC, Carol é mãe solteira, Simon é gay. E os três se odeiam até que... bem, até que alguns imprevistos mudam tudo.

Eva e Franklin apaixonaram-se, casaram-se e tiveram filhos. O que parece uma ótima história de romance é, na verdade, a história de Kevin, um jovem que, prestes a completar 17 anos, assassina, a sangue frio, várias pessoas de sua escola. O filme é narrado através do ponto de vista da mãe e conta detalhes da personalidade do filho que tinha um humor atípico desde criança. Abusando de tons vermelhos e com ótima fotografia, o filme foi feito para causar agonia.

Eventos O congresso ocorrerá de 27 a 30 de setembro de 2012 na cidade de Águas de Lindóia. A programação abordará os principais temas que envolvem a atenção primária no estado, entre eles: atualização clínica, trabalho em equipe, formação profissional, cuidado da comunidade, participação social e gestão. O quê? IV Congresso Paulista de Medicina de Família e Comunidade Quando? 27, 28, 29 e 30 de Setembro Onde? Lindóia, SP Mais informações: http://www.apmfc.org. br/congresso/

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Publicações

Melhor é Impossível (1997)

Apesar da importante redução da mortalidade infantil no Brasil nas últimas décadas, os indicadores de óbitos neonatais apresentaram uma velocidade de queda aquém do desejado. Um número expressivo de mortes ainda faz parte da realidade social e sanitária do país e, o pior, ainda ocorrem por causas evitáveis, entre elas, a atenção pré-natal, ao parto e ao recém-nascido. Este caderno faz parte da Estratégia Rede Cegonha que pretende estruturar e organizar a atenção à saúde maternoinfantil. Somado à capacidade das equipes e dos gestores, pode contribuir para a contínua melhoria do acesso e da qualidade na atenção básica (AB). http://dab.saude.gov.br/caderno_ab.php


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Destaques de participação do mês No início deste mês, o Telessaúde mudou o método de avaliação dos municípios destaques. Agora, para incentivar uma participação mais qualitativa dos municípios, vamos avaliar além da presença nas webs, a participação e efetivação nos outros serviços. Além disso, também vamos selecionar mais de uma cidade por mês, de acordo com as suas macro-regiões. As selecionadas do mês de setembro são sete: • Lages, Vargem Bonita e Videira, da macro-região do Meio Oeste; • Santa Terezinha do Progresso, no Extremo Oeste; • Balneário Camburiú, da macro de Foz do Rio Itajaí; • Benedito Novo, do Vale do

Itajaí; Florianópolis, da região da Grande Florianópolis. Nós, do Telessaúde, gostaríamos de parabenizar todas as cidades selecionadas pela participação nos nossos serviços e em•

penho em aprimorar a Atenção Básica. São atitudes como estas que nos fazem crescer cada vez mais unidos e confiantes, porque as maiores conquistas são alcançadas com os maiores esforços. Parabéns!

Publicações

Fonte: http://www.ensp.fiocruz.br/radis/multimidia/cartuns/117#conteudo

Portal permite acesso gratuito a publicações científicas e bases de dados da área da saúde. O site Saúde Baseada em Evidências é uma iniciativa do governo federal que possibilita o acesso a informações atualizadas para subsidiar a tomada de decisão no diagnóstico, tratamento e gestão. Por meio dele, os profissionais também poderão usar ferramentas como calculadoras médicas e de análise estatística. Mais informações, acesse: http:// migre.me/akjLy

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Projeto das ACS: Arte + Criação = Saúde A Equipe de Saúde da Família do Promorar II de Itajaí iniciou a teleconsultoria em maio de 2012 priorizando como problema “adolescentes sem expectativas de vida futura, relacionamentos amorosos e, por fim, gravidez sem nenhum planejamento familiar”. A consultora Inajara problematizou as dificuldades relatadas pela equipe, direcionando e enfatizando as questões sociais que influem na problemática priorizada. Durante o debate na consultoria, surgiu a ideia de formar um

grupo com as adolescentes como espaço de trocas, com vistas a desenvolver um trabalho para propiciar oportunidades futuras. Em meio a buscas e contatos sem sucesso, mas tendo claro o objetivo do grupo, a equipe teve a ideia de realizar oficinas de patchwork (trabalho com retalho), já que algumas das ACS trabalham com esta técnica. Tendo sido acordado com toda a equipe, as ACS, através de suas articulações e parceria com a Associação de Moradores, conseguiram o espaço físico necessário para as oficinas. Além disso, neste tempo, realizaram o levantamento e busca ativa das adolescentes interessadas na proposta, cuja lista atual con-

ta com cerca de 20 meninas com presença confirmada. Assim surge o projeto Arte + Criação = Saúde, proposta de ajudar, através de oficinas, as meninas da comunidade do Promorar II a desenvolverem habilidades manuais e criarem vínculo com as equipes de saúde e estimular a Promoção em Saúde. As oficinas ainda não iniciaram, pois a equipe encontra-se em processo de planejamento e ajustes finais. Entretanto, toda a articulação necessária para o andamento do projeto já foi realizada e concretizada em um Plano de Ação elaborado em reunião de equipe. As expectativas são grandes e o empenho e o diálogo entre a equipe foram fundamentais. O espaço da teleconsultoria para refletir e pensar o cotidiano e a realidade desencadeou esta proposta e é sabido que este projeto é o primeiro de muitos que ainda serão construídos. Relato da Equipe Promorar II Itajaí, com apoio da teleconsultora Inajara

Inscrições Para solicitar uma teleconsultoria, peça a ficha de inscrição pelo email: consultoria.telessaudesc@gmail. com ou pelo telefone (48) 32123505.

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Segunda Opinião: destaque de agosto É indicada a coleta de preventivo do câncer de colo uterino em qualquer idade gestacional?

Avaliação Ajude-nos a melhorar o serviço avaliando nossas respostas. É fácil, basta preencher as duas perguntas que aparecem no final de cada resposta. Esta resposta evitou o encaminhamento para um especialista? ( )Sim ( )Não ( )Não se aplica A resposta dada foi satisfatória? ( )Sim ( )Não ( )Parcialmente

Segundo o manual do ministério da saúde (Atenção ao PréNatal de Baixo Risco – 2012), a colpocitologia oncótica, deve ser solicitada se a mulher não a tiver realizado nos últimos três anos ou se houver indicação. O exame pode ser feito em qualquer período da gestação, preferencialmente até o 7º mês, porém sem a coleta endocervical. A amostra deve ser obtida da parte externa do colo uterino, a ectocérvice. Evidências e Referências 01. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica Atenção ao Pré-natal de Baixo Risco / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2012. Disponível em http://189.28.128.100/dab/ docs/publicacoes/geral/ CAB_32.pdf 02. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Pro-

gramáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada – manual técnico/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas – Brasília: Ministério da Saúde, 2005. Disponivel em: http://bvsms. saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_pre_natal_ puerperio_3ed.pdf 03. Duncan B.B., Schmidt, M.I. Giugliani E.R.J....[et al.]. Medicina ambulatorial.-3.ed. -Porto Alegre: Artmed, 2004. Cap. 125.

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Programação das webs de Setembro

05/09 Assistência de Puericultura, 15h

12/09 Enfermagem

em

Violência à Mulher: Como Notificar, 15h

Palestrante: Luana Nilson (Enfermeira) Resumo: A web abordará aspectos relevantes e possíveis à equipe de enfermagem no cuidado e assistência às crianças menores de 05 anos, em parceria com equipe multiprofissional da ESF e NASF.

Palestrante: Carmem Delziovo Resumo: Esta web trará o Panorama geral sobre a Violência à Mulher em nosso estado, por que esta situação é classificada como Problema de Saúde Pública. Quando a Notificação de Violência é necessária? Quem deve notificar? Estas e outras perguntas farão parte desta discussão.

19/09

26/08

Como orientar sobre o Check Up: mitos e verdades, 15h

Automassagem – Como potencializar o seu uso na APS, 15h

Palestrante: Igor Tavares Resumo: O que devemos fazer de check up? O que possui evidência e com que frequência? Devemos fazer anualmente o exame de sangue, urina e fezes? Será discutido também o rastreio na Atenção Primária baseado em evidências.

Palestrante: Renato Figueiredo Resumo: Prática da Medicina Tradicional Chinesa, a automassagem é um passo para a autonomia pessoal. Pode atuar na prevenção e manutenção da saúde, e ajudar em vários tratamentos. Na web, discutiremos seus benefícios no contexto da APS.

Opinião Se você tem alguma dica de webconferência, ou se sua equipe está percebendo alguma demanda em específico, envie-nos um e-mail! Você pode ajudar na escolha das próximas webs, escrevendo para o endereço eletrônico telessaude@saude.sc.gov.br. Sua participação é importante!

Expediente: Jornalista Responsável: Marina Veshagem Texto redação e edição: Camila Garcia Ilustração de capa: Vanessa de Lucca Orientação: Izauria Zardo, Igor Tavares da Silva Chaves, Gisele Damian e Luise Lüdke

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