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Saúde para todos no Estado Dr. Luizinho

Há pouco mais de 100 dias à frente da Secretaria, Dr. Luizinho fala dos desafios a serem enfrentados pela pasta

Luiz Antônio Teixeira Jr, ou simplesmente Dr. Luizinho, é deputado federal reeleito pelo PP do Rio de Janeiro pela segunda vez consecutiva e é Secretário de Estado de Saúde do RJ pela segunda vez.

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Com vasta experiência acumulada na área de saúde, ganhou notoriedade em Brasília, principalmente após a pandemia, quando passou a presidir a Comissão Externa de Enfrentamento à Covid-19, a única que funcionou na Câmara no ano de 2020. Na ocasião, sua atuação foi fundamental para convencer o Governo a aportar recursos na pesquisa da vacina Oxford-AstraZeneca, o que permitiu à Fiocruz firmar acordo para produzir o imunizante em território nacional.

Há pouco mais de 100 dias na gestão da Secretaria de Estado de Saúde do RJ pela segunda vez, Dr. Luizinho encara novos desafios, entre eles: universalizar o atendimento do Samu no Estado, levando o serviço a todos os municípios fluminenses, especialmente a regiões que ainda não tinham Samu, como o Norte e o Noroeste; outra missão importante é zerar a fila de espera por cirurgias eletivas em parcerias com as prefeituras e rede conveniada e ainda ampliar o atendimento oncológico a todas as regiões do Rio de Janeiro.

O senhor esteve recentemente em Campos implantando o Samu, com entrega de ambulâncias. Por ser Campos polo regional, existe a expectativa de em médio prazo ampliar este programa com mais ambulâncias?

Temos como prioridade no governo do RJ colocar ambulâncias do Samu em todos os municípios do Estado. Entregamos, recentemente, 15 ambulâncias para a implantação do serviço no Norte Fluminense, região que ainda não tinha essas unidades móveis, acionadas pela central 192. Campos, em razão do tamanho da sua população, recebeu nove dessas ambulâncias. O restante atenderá as cidades de São Fidélis, São Francisco de Itabapoana, São João da Barra e Cardoso Moreira. Essa é uma etapa importante para que a gente consiga levar o Samu a todas as cidades fluminenses. Para isso, o Governo do Estado está investindo R$ 87 milhões na compra de 249 veículos, que não são simples ambulâncias, são UTIs móveis, que, com certeza, vão salvar muitas vidas.

Importante lembrar que a expansão do Samu depende de vários fatores, como disponibilidade orçamentária e recursos humanos, além da demanda e necessidade específicas de cada região.

A cidade que entender a necessidade de ampliação do programa, poderá solicitá-la ao Ministério da Saúde. Esse é um trabalho constante de parcerias entre o Governo do Estado e os municípios. Isso que temos focado na Secretaria de Estado de Saúde (SES). Entregar essas UTIs móveis, no dia em que a cidade de Campos completou 188 anos, foi uma honra. Com certeza é resultado dessa sintonia entre Governo e município.

O interior do Rio, principalmente o Norte e Noroeste Fluminense, distantes da capital, ainda não tem um serviço público de excelência na Saúde. Existe algum projeto para inverter isso?

Nas regiões Norte e Noroeste existem unidades que prestam serviços de qualidade à população, conveniadas ao SUS.

Temos em mente a construção de novos hospitais e centros de saúde, a contratação de mais profissionais de saúde, a melhoria do transporte e da infraestrutura, a expansão da telemedicina e o investimento em tecnologia para melhorar a eficiência e o acesso aos serviços de saúde. Na vinda a Campos para a entrega das ambulâncias, por exemplo, visitamos, com o prefeito Wladimir, o Hospital Geral de Guarus, que está sendo ampliado. A Secretaria de Estado de Saúde está investindo R$ 35 milhões na reforma da unidade, em parceria com o município. O hospital ganhará uma enfermaria com 29 leitos, um novo Centro de Tratamento Intensivo (CTI) com o dobro de sua capacidade atual, assim como novas clínicas médica e cirúrgica com mais 25 leitos.

Hoje a Saúde é composta por profissionais de diversos perfis, o que se convencionou a chamar de equipe multidisciplinar. Como o senhor avalia esse quadro no Estado do Rio de Janeiro. Está faltando médico em algum lugar?

Em geral, a presença de equipes multidisciplinares é importante para o cuidado integrado e efetivo dos pacientes, já que cada profissional traz uma expertise única para o tratamento. Quanto à falta de médicos em algum lugar, é importante considerar que a distribuição de profissionais da saúde pode variar de acordo com diversos fatores, como a demanda local, a disponibilidade de recursos e a estruturação do sistema de saúde. Tenho acompanhado esses aspectos e estamos mapeando os locais para oferecer a ampliação dos profissionais.

Além disso, venho buscando sempre a valorização dos nossos profissionais de saúde, investindo especialmente na capacitação das equipes para que se mantenham sempre atualizadas frente aos avanços tecnológicos.

O Estado do Rio está passando por um processo de privatização do saneamento, com a concessão da Cedae. O marco regulatório do saneamento começa a ser discutido. Como o senhor vê essa questão para a Saúde?

Um marco regulatório do saneamento pode ter impactos significativos na questão da saúde, pois a qualidade do abastecimento de água e do tratamento de esgoto são fatores fundamentais para a prevenção de doenças e promoção da saúde pública. Vale destacar que, como deputado federal, votei a favor do mar-

Médico ortopedista com MBA executivo em saúde pela Coppead e pós-graduação em Medicina do Esporte e do Exercício, Dr. Luizinho tem 49 anos, é casado com a também médica Sara Bragança e tem dois filhos. Antes de entrar para a política, foi secretário municipal de saúde de Nova Iguaçu (2013-2015), sua cidade natal, e secretário de Estado de Saúde do Estado pela primeira vez entre 2016 e 2018.

Foto: Divulgação

O Governo do Estado está investindo R$ 87 milhões na compra de 249 veículos, que não são simples ambulâncias, são UTIs móveis co regulatório do saneamento, sempre fui defensor dessa medida para melhoria da qualidade dos serviços prestados, sobretudo nas regiões mais pobres do país. É fundamental que os serviços de saneamento sejam prestados de forma adequada e com qualidade, o que reduz o risco de contaminação da água por agentes patogênicos, como vírus, bactérias e parasitas, que podem causar doenças como cólera, diarreia, hepatite A e outras infecções. Também há impacto na melhoria da gestão dos resíduos sólidos, o que é importante para evitar a proliferação de vetores de doenças, como mosquitos e ratos. No caso específico do Estado do Rio, a concessão da Cedae deve trazer benefícios para a melhoria da qualidade dos serviços de saneamento e, consequentemente, para a saúde da população, desde que seja realizada de forma transparente e com foco na prestação de serviços de qualidade. É isso que o governo Cláudio Castro tem se disposto a fazer.

A política de prevenção de doenças da sua Secretaria interage com outras secretarias e órgãos. O senhor poderia dar um exemplo de alguma frente que ilustre essa interligação? Certamente! Um exemplo de interligação entre a Secretaria de Saúde e outras secretarias/ órgãos seria a prevenção e controle da dengue. A SES trabalha em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente e a Secretaria de Obras para identificar e eliminar possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. A Secretaria de Meio Ambiente é responsável por fiscalizar e controlar áreas com acúmulo de lixo e entulho, enquanto a Secretaria de Obras atua no reparo de vazamentos de água e na limpeza de galerias pluviais. Também há integração com a secretaria de Educação. A interligação entre as secretarias/ órgãos é fundamental para garantir a efetividade das ações de prevenção e controle da dengue e outras doenças.

A medicina privada tem sido parceira de prefeituras e do Estado, para mutirões de procedimentos como cirurgias eletivas que foram represadas com a pandemia. Como está andando esse trabalho? Vamos lançar em breve o programa Opera RJ, o maior programa de cirurgias eletivas do Brasil. É para, justamente, reduzir a fila de espera. Serão R$ 120 milhões investidos nos próximos seis meses em todos os municípios do Estado em parcerias para acelerar o atendimento frente à demanda represada no sistema público. Por meio desta iniciativa, o Governo do Estado vai pagar um valor correspondente a três vezes o previsto na tabela SUS. Essa é uma forma de estimular os médicos e profissionais de saúde em geral a acelerar esses procedimentos. Se for o caso, vamos ampliar o programa por mais seis meses, dobrando o valor do investimento. Através de parcerias com as prefeituras, vamos trabalhar para reduzir a demanda do Sisreg, o sistema de regulação municipal, e também a do SER, sistema de regulação estadual. Cada cidade terá sua cota proporcional ao número de habitantes. Faremos um grande lançamento deste programa, onde o governador irá receber todos os prefeitos e secretários municipais de saúde.

Vamos lançar em breve o programa Opera RJ, o maior programa de cirurgias eletivas do Brasil. É para reduzir a fila de espera

O senhor acredita que em quanto tempo, em um trabalho conjunto com as prefeituras, o Estado poderá zerar a fila desses procedimentos? Nosso objetivo é zerar a fila das cirurgias eletivas no menor tempo possível. Estamos programando, a partir do lançamento, um prazo de seis meses para reduzir significativamente essa demanda represada. E, se for preciso, vamos estender por mais seis meses até que todos os procedimentos tenham sido cumpridos. Essas parcerias vão permitir que os pacientes sejam atendidos e possam receber os cuidados médicos necessários, reduzindo além do tempo de espera, os riscos de complicações de saúde. Tais parcerias, contudo, precisam ser estruturadas de forma adequada e transparente, garantindo a equidade no acesso aos cuidados médicos e a qualidade dos serviços prestados.

O Rio é a sede da Fundação Oswaldo Cruz. Sempre foi pioneira na vacinação. Houve uma retração na responsabilidade de alguns em vacinar as crianças contra diversas doenças. Os pais já estão voltando a vacinar seus filhos? Infelizmente os movimentos contra as vacinas foram realidade não só aqui em nosso país, mas no mundo inteiro. Diante disso, sabemos da responsabilidade de os governos estarem atentos e mobilizados para a realização de campanhas explicando os benefícios e a necessidade de ampliar a vacinação. Aqui no Estado do Rio, avançamos na vacinação contra a Covid 19, e, desde o dia 10 de abril, estamos vacinando contra a gripe crianças de seis meses até cinco anos de idade, além de gestantes e puérperas, trabalhadores da saúde, das forças de segurança, indígenas, idosos com 60 anos ou mais, pessoas com deficiência, doentes crônicos, entre outros grupos. A ampliação da cobertura vacinal no Estado do RJ é uma das prioridades da minha gestão na SES. A vacinação é um ato de responsabilidade social que não só protege o indivíduo vacinado, mas também contribui para a proteção da comunidade como um todo, especialmente daqueles que não podem ser vacinados por motivos de saúde. Vamos combater a desinformação com saúde e prevenção. Fala-se muito na necessidade do diagnóstico precoce, principalmente do câncer. A rede de Saúde do Rio está atendendo à demanda de exames?

O atendimento em oncologia é uma das prioridades da nossa gestão e também uma obrigação da Secretaria de Estado de Saúde. Com a expectativa de vida cada vez maior, as pessoas vivendo mais, o risco de contrair câncer também aumenta e, por isso, precisamos ampliar o atendimento a essas pessoas. Neste momento, a Secretaria de Saúde tem atuado na construção de uma nova política de enfrentamento a essa doença. Por isso, estamos trabalhando na descentralização do atendimento no RJ com repasses para as cidades investirem em hospitais especializados e em projetos de polos regionais. Recentemente estive em Resende, onde visitei as futuras instalações do Hospital Municipal do Câncer, que irá atender também às cidades de Itatiaia, Quatis, e outras do entorno. A SES acaba de repassar à Prefeitura, 60% dos R$27 milhões que vamos investir na construção e equipamento da unidade. Também repassamos recursos para outra unidade na região Serrana, em Nova Friburgo, cuja obra está bem avançada. São investimentos de mais de R$ 50 milhões por ano nessa ampliação do atendimento oncológico. O Estado também instalou no Rio Imagem, o Pet Scan, aparelho capaz de fazer a detecção precoce do câncer, por exemplo, fundamental para a preservação da vida do paciente. Outro aparelho semelhante será instalado no Rio Imagem Baixada, uma obra imensa que está em fase final de instalação para atender à demanda reprimida de exames de diagnóstico em toda a região.

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