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Sobre os ombros do povo o pesado fardo da desigualdade ATÉ QUANDO?

Assunto recorrente, e sob diferentes ângulos já cuidado neste espaço mais de uma vez, indaga-se até quando a sociedade como um todo vai tolerar e continuar assistindo de braços cruzados a tragédia humana – a desgraça – de saber que cerca de 33 milhões de brasileiros passam fome?

Frise-se, para que não fique como ‘palavras jogadas ao vento’: passar fome significa chegar ao fim do dia e não ter o que comer. Ir dormir (se conseguir) sem ter o que comer. E acordar, de novo, com fome. Isso, no país considerado o celeiro do mundo.

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Em outra face desse flagelo descomunal, os institutos que aferem a miséria no Brasil exibem ligeira divergência quanto aos números e percentuais. Contudo, dentro de um mesmo círculo de infortúnio. Apenas oscilam no que diz respeito ao tamanho exato da cala-

A miséria no país rico por natureza

Cabe registrar que as linhas acima não se esgotam em si mesmas. Afinal, apenas repetem obviedades fartamente divulgadas e de todos sabidas. Assim, servem a uma espécie de introdução do que se deseja, no fundo, focalizar.

Instabilidade

No ‘conjunto da obra’, é forçoso enxergar que o Congresso precisa superar as diferenças partidário-ideológicas e abrir espaço para as pautas que vão ao encontro do povo.

O país atravessa um momento de instabilidade, de divisão e insegurança. É inaceitável que brigas e disputas políticas se sobreponham aos interesses da nação.

São tempos delicados, em que os conceitos extremistas de esquerda

É dizer: a necessidade de a sociedade romper o isolacionismo, sair da área de conforto e, com civilidade, cobrar dos políticos posicionamento para que a desigualdade e a injustiça social que há décadas e décadas prevalecem no Brasil se- e de direita, que se pensava superados em fins do século 20 – quando o mundo civilizado e moderno convergiu para o centro – voltaram recrudescidos.

Um retrocesso que traz consigo a intolerância, a imposição, o viés de censura e a narrativa única.

O momento-Brasil pede esforços redobrados de todos. O presidente Lula vem abraçando falas desastrosas – aqui e no exterior – e o governo federal sequer encontrou um cami- midade.

Pobreza – A organização ChildFund Brasil, através do projeto ‘Ponte Social’, divulgou em 2018 que 52,7 milhões de pessoas viviam em situação de pobreza ou extrema pobreza – um quarto da população brasileira.

Em fins de 2021, levantamento do IBGE apurou que 29,4% da população viviam abaixo da linha da pobreza, atingindo 62,5 milhões de pessoas. Desse total, 18 milhões jam combatidas e superadas. É certo que o regime militar de 21 anos despolitizou o país e a conta está sendo cobrada até hoje – mesmo decorrido o maior período democrático de nossa história, que corresponde aos últimos 38 nho que favoreça a economia. estavam em situação de penúria extrema. Ainda de acordo com o instituto, o contingente de brasileiros abaixo da linha da pobreza havia aumentado 22,7%; e os em situação extrema, assoladores 48,2%. anos. Mas, em algum momento, caberá à sociedade exigir da classe política que dê prioridade aos anseios da população; não a seus interesses pessoais.

O arcabouço fiscal tem sofrido pesadas críticas, sendo que se as propostas fiscais não forem aperfeiçoadas, poderão acabar por agravar situação que deseja combater.

Apenas para ilustrar, sequer o Banco Central e o Palácio do Planalto chegaram a um denominador comum sobre a taxa de juros.

Ao contrário, tem sido motivo de desavença, turbinada pela cúpula do PT.

Nos dias atuais, com as ligeiras variações de períodos, em números gerais a situação é a mesma: mais de 30 milhões passam fome e cerca de ¼ da população vive em situação de pobreza ou pobreza extrema.

Entendimento contrário seria não enxergar que o legislativo na-

De clareza solar, as dificuldades são maiúsculas. Para vislumbrar o panorama, vale reproduzir trecho do artigo de Merval Pereira, publicado semana passada.

“A dificuldade do governo com o Congresso era previsível, porque o Congresso atual é, talvez, o mais conservador dos últimos tempos. A dificuldade de Lula para negociar vai além da questão de verbas – que tem sua importância e continuará tendo. Mas ele não consegue resolver o ou- cional está mergulhado em intermináveis CPIs, cujo instrumento – necessário à manutenção da ordem e apuração de condutas suspeitas – seja banalizado com pedidos de instalação a cada ‘espirro’ que se dê. tro lado, o da ideologia, da política propriamente dita. Em vez de fazer um governo de união nacional, o governo Lula está indo pela esquerda do PT.”

Enfim, o Brasil tem que abandonar as picuinhas e questões menores. O gigante continental, de terra fértil e riquezas naturais infinitas, não pode deixar sua gente ao relento. É obrigação de todos lutar contra as desigualdades e dividir com o povo a grandiosidade deste país.

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