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Aumento de casos de infecção por HIV em Campos preocupa Estimativa aponta que 2023 deve superar números da doença em 2022
from J3NEWS EDIÇÃO 340
by terceiravia
Ocinei Trindade
De acordo com o Ministério da Saúde, mais de um milhão de pessoas convivem com o vírus HIV no Brasil. Acredita-se que, pelo menos, 300 mil pessoas estão infectadas e não sabem, por não terem sido testadas.
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Em Campos dos Goytacazes, há pouco mais de quatro mil pessoas que convivem com o vírus da Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida).
Os números são da Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde / Centro de Doenças Infecto-Parasitárias (CDIP). Nos últimos anos, o número de pessoas infectadas vem crescendo em todo o país, sobretudo entre os mais jovens. Há estimativas que novos casos de HIV este ano em Campos superem os registrados em 2021 e 2022, com indicadores de detecção da doença e de óbitos no município superiores à média nacional.
De acordo com o site Indicadores e Dados Básicos de HIV/AIDS nos Municípios Brasileiros (indicadores.aids. gov.br), foram notificados em 2022 o número de 15.412 casos no Brasil. A taxa de detecção por 100 mil habitantes é de 16,5. Já em relação a óbitos por Aids no país, os dados mais recentes são de 2021, com 4.247 mortes. A taxa de mortalidade para cada 100 mil é de 4,7.
Em Campos dos Goytacazes, segundo o mesmo site, foram notificados entre 1981 e 2022 o número de 2.901 pessoas infectadas. Só em 2022 foram 49 casos. A taxa de detecção da doença para cada 100 mil pessoas é de 19,0 (superior à taxa nacional). Em 40 anos, Campos teve 1.170 mortes por Aids, segundo a pesquisa. O número de óbitos chegou a 42 em 2021, com taxa de mortalidade de 8,2 para cada 100 mil casos (também superior à média de taxa nacional). Pesquisadores falam em números relativos, pois outras fontes podem apontar dados distintos e conflitantes relacionados à doença no país.
O médico infectologista e subsecretário de Saúde de Campos, Rodrigo Carneiro, em entrevista ao programa Manhã J3, disse que nas últimas décadas já passaram pelo CDIP, mais de 8.500 pessoas vivendo com HIV no município. “Muitas dessas pessoas já nos deixaram, outras transferiram de cidade. Em segmento regular, atualmente há cerca de quatro mil pessoas. Destas, pouco mais de três mil retiram medicação no órgão regular- mente. Nós tínhamos uma média de 200 a 250 novos casos diagnosticados por ano. Nos anos de pandemia isto caiu para 150 a 180. Com a demanda reprimida há entre 330 e 350 casos estimados. Fechamos 2022 com cerca de 300 novos casos. A gente acredita que isso em 2023 será maior”, comentou.
A Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde esclarece que devido à pandemia do coronavírus, entre 2020 e parte de 2022, a quantidade de testes de HIV realizados foi pequena, menor que a série histórica e, por esse motivo, fez-se menos diagnósticos. “Foram 41 notificações em 2023; 227 em 2022 e 178 em 2021; 91 em 2020; 184 em 2019; e 272 em 2018. Vale ressaltar que os dados são de munícipes e de não munícipes tratados em Campos, uma vez que o Centro de Doenças Infecto-Parasitárias (CDIP) é referência regional para esse atendimento”, informou em nota.
Em Campos, o Programa Municipal DST/Aids e Hepatites Virais funciona no CDIP, na Rua Conselheiro Otaviano, nº 241, Centro, onde a população tem acesso ao serviço de testagem para HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (Ist’s) e à assistência médica e educação em saúde. O serviço inicia-se com abertura de prontuário, através do resultado reagente, seguida de consultas regulares, dispensação de medicamentos, realização de exames regulares em parceria com Hospital Geral de Guarus e Hospital Plantadores de Cana. Também é possível fazer o teste de HIV nas Unidades Básicas de Saúde.
Aumento de casos em Campos e entre jovens
Segundo dados do Ministério da Saúde, a maior incidência de casos de HIV no país envolve jovens de 24 a 39 anos. São 52% do sexo masculino e 48% do sexo feminino. Entre 2011 e 2021 mais de 52 mil jovens de 15 a 24 anos com HIV evoluíram para AIDS. Só em 2022, 16 mil novos casos de infecção foram notificados no país.
O psicólogo e ativista social Salvador Correa, 38 anos, há mais de dez anos é soropositivo. Desde 2013 se dedica a combater o preconceito e a desinformação sobre HIV/AIDS. Ele analisa
Preconceito e campanhas informativas
Faz 35 anos que “A” convive com o vírus da Aids em Campos. Ela prefere não se identificar. “A” diz que ainda enfrenta preconceitos por ser transsexual e soropositiva. “O preconceito sempre vai existir, só que hoje está de forma mais velada. Viver com o HIV se tornou melhor por causa do tratamento eficaz. Minha vida é normal. As pessoas precisam ver a realidade dos fatos, a AIDS existe, é uma doença muito séria. Precisamos falar mais sobre isso, de mais orientação e informação. Há pessoas que acham que nunca vai acontecer com elas, que são imunes a isso. Todos nós precisamos de respeito”, diz.
O subsecretário de Saúde, Rodrigo Carneiro, defende mais campanhas informativas sobre HIV/AIDS: “Antes, o diagnóstico de HIV vinha acompanhado de um prognóstico de evolução muito ruim. Com a medicação tendo evoluído muito, as pessoas acabam tendo uma vida normal ao tomarem o remédio. Porém, permanece sendo uma doença crônica, sem cura. É necessário uma campanha de conscientização contínua, reunindo Ministério da Saúde, Secretarias de Estados e Municípios e gestores governamentais. Não se deve deixar de investir em educação e prevenção. É preciso discutir educação sexual nas escolas, o que deixou de ocorrer nos últimos quatro anos no país. Além do HIV, há riscos de gestação na adolescência e riscos de outras DSTs”, avalia.
A assistente social Fátima Castro também defende mais campanhas educativas: a maior frequência de infecção entre jovens: “A taxa de detecção de casos de AIDS notificados em Campos é maior do que a taxa da região Sudeste e do que a taxa nacional. Assim como a mortalidade por Aids em Campos também tem taxa maior do que a nacional. É preciso fortalecer a política de prevenção nos seu âmbitos biomédicos, com disponibilidade de camisinha e gel; estruturais, com legislação que garanta o transporte para acesso ao tratamento, leis contra a discriminação, ações educativas e aconselhamentos, e sociais, com garantias de proteção social em todos os níveis de atenção, com disponibilidade dos benefícios previstos em lei para cada caso. Muitas vezes escutamos que ‘o jovem perdeu o medo’. Essa frase é um grande equívoco. Na verdade, a prevenção pela via do medo e do pânico nunca funcionou e gerou muito estigma e preconceito. É preciso levar novamente a prevenção para um amplo debate com os jovens, incluindo as escolas. Educação sexual é sinônimo de vida e prevenção, não só prevenção ao HIV, mas também pode prevenir assédio e violência sexual”, afirma.
“O uso do preservativo, a única forma eficaz de não se contaminar com vírus HIV e com as infecções sexualmente transmissíveis, na realidade sempre foi complicado. As pessoas até começam a usar no início de uma relação, mas, depois, acham que não precisam e abandonam a prática do preservativo. Acham que já conhecem o parceiro (a) e tudo bem. Depois dos antirretrovirais, à população deixou ainda mais o uso do preservativo. No imaginário coletivo elas pensam: ‘se tem como cuidar, porque me prevenir?´. Não há campanhas educativas que possam conscientizar a população. E o poder público, por sua vez, nada faz em relação a isso. Ninguém mais fala de Aids, como se não existisse”, observa Fátima. Entre as campanhas desenvolvidas pelo CDIP estão o Julho Amarelo, que faz alusão ao mês de luta contra as hepatites virais; e o Dezembro Vermelho, que marca a mobilização nacional na luta contra o vírus HIV/ Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis.
A assistente social e diretora da Associação Irmãos da Solidariedade, Fátima Castro, é referência há 35 anos em Campos ao apoiar pessoas com HIV/Aids. “A situação atual é preocupante, visto que temos como prevenir, controlar e tratar. O perfil sempre muda. Hoje são jovens, que realmente não vivenciaram o flagelo dos anos 1980, 1990 que Aids deixou. Amanhã este perfil pode mudar. Na verdade, todos que fazem sexo sem preservativos podem estar correndo risco, isso, desde quando a AIDS surgiu (1981). Todos nós estamos no mesmo barco quando temos vida sexual ativa. Nunca existiu grupo de risco e, sim, comportamento de risco”. O técnico em química Alexandre Batista convive com o vírus da Aids desde os 17 anos. Atualmente, ele tem 47. “Foi muito difícil quando descobri o vírus, foi um choque. Não sabia como lidar com a notícia e a quem recorrer. Conheci a Irmãos da Solidariedade muito debilitado, estava com 38 quilos. Comecei a me tratar e entender o que era a doença. Além do HIV, eu sou dependente químico e de vez em quando tenho recaídas. Hoje, aceito muito bem a questão de ser soropositivo. E os medicamentos antirretrovirais me ajudam porque eu vivo bem, sou indetectável, e não tenho nenhuma doença oportunista”, conta. Expectativa de cura
Fátima Castro e milhões de pessoas esperam pela cura da Aids. “A cada notícia me encho de esperança, há décadas. Entristeço-me quando não podemos levar adiante. Teríamos que erradicar a doença. O fato de termos os medicamentos fazendo da síndrome uma doença crônica, já é uma vitória”, avalia. Já Salvador Corrêa aposta nos novos relatórios da ONU com perspectiva de cura. “As pesquisas apontam cada vez mais para novos caminhos de investigação. No texto ‘O dia da cura’, de Herbert de Souza, ele diz ‘a ideia da morte inevitável paralisa; a ideia da vida mobiliza... Me dei conta de que a cura da Aids sempre havia existido: o seu nome é vida’, conclui.
Adimax, uma das maiores fabricantes de ração pet do país prestes a instalar fábrica em Campos
Uma das maiores fabricantes de alimentos para cães e gatos do país, detentora entre outras, das marcas Fórmula Natural, Origens e Magnus, está com um pé em Campos. A instalação de uma fábrica de ração pet no município, que vai gerar um bom punhado de empregos, está sendo costurada pelo governo do estado e o prefeito Wladimir Garotinho. Lembrar aqui que o grupo Adimax é um dos maiores do país nesse ramo, com sede na região metropolitana de Sorocaba, em São Paulo.
Instalado em Campos um escritório regional do Inepac
Campos agora conta com um escritório técnico de abrangência regional do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) sob a direção do arquiteto e advogado Geovani Lourindo. O escritório funciona no Museu Histórico no centro. É uma ferramenta importante e uma antiga reivindicação da cultura regional.
Expectativa de investimentos de R$ 30 milhões e 2 mil empregos em Macaé
A Manserv, empresa da área de logística offshore, pretende investir algo em torno de R$ 30 milhões em Macaé. Existe a expectativa de geração de 2,5 mil empregos. A licença, para as atividades da nova base da empresa, a partir de novos contratos assinados com a Petrobras, já foi concedida pela prefeitura de Macaé.
Opini O
HIV que volta a assustar
Há 40 anos, quando o mundo percebeu que vivia uma epidemia da Aids, o compositor Caetano Veloso, ativista de diversas causas, escreveu: "só um genocida em potencial, de batida, terno ou avental, pode fingir que não vê, que todos sendo vítimas em potencial, estão na obrigação de liderar um movimento para deter a disseminação do HIV". Alertava que essa deveria ser uma pauta permanente de todo o mundo contra a doença.
A reportagem especial desta edição, a partir das estatísticas da Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde / Centro de Doenças Infecto-Parasitárias (CDIP), mostra que a doença volta a assustar, e que o número de casos e mortes em Campos, provocado pelo vírus, está acima da média nacional, concluindo que existe um descuidado com os protocolos de prevenção, e até tratamento desta doença cuja vacina até hoje o mundo persegue.
Com o chamado coquetel de medicamentos, pessoas soropositivas conseguem conviver com a doença sem perder qualidade de vida. O Brasil foi exemplo mundial, quebrando as patentes dessas drogas e disponibilizando-as através do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o Ministério da Saúde, mais de um milhão de pessoas convivem com o vírus HIV no Brasil e que pelo menos 300 mil pessoas estão infectadas e não sabem, por não terem sido testadas.
Em Campos, os números mostram que a situação é preocupante e algo tem que ser feito. Acredita-se que, com o sucesso do tratamento, muitas pessoas relaxaram com os protocolos de prevenção, como, por exemplo, as relações sexuais sem o uso de preservativo. É bom lembrar que não existem mais grupos de riscos, como no começo, e todos estão expostos caso não sejam observados esses protocolos de prevenção. O município conta com o eficiente Programa DST/Aids e Hepatites Virais com serviço de testagem para HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (Ists) e a assistência médica e educação em saúde. Ao mesmo tempo, conta com um hemocentro de excelência, zerando a possibilidade da transmissão ser feita através de transfusão de sangue. Então, temos que focar na prevenção, principalmente entre os jovens. O mundo já encontrou uma forma de evitar sua letalidade, desde que o tratamento seja feito. Avançamos muito para que ocorra esse recuo insano.
Campos passa a representar o Darck Sky no estado do Rio
O professor e astrônomo Marcelo Souza informando que Campos passa a ser oficialmente o responsável pela Internacional Darck Sky Association no estado do Rio de Janeiro. O Darck Sky é um movimento de observação de astros que tem crescido em todo o mundo.
Campos terá uma nova arena de skate sob a ponte Rosinha
A prefeitura pretende inaugurar bem rápido uma nova arena de skate, que está sendo construída com padrões técnicos da prática deste esporte. A nova pista será sob a perimetral da ponte Leonel Brizola, mais conhecida como ponte da “Rosinha”. A expectativa é que com isso, a praça São Salvador deixe de ser usada para a prática deste esporte que tem crescido em todo o país.
Municípios do Noroeste ampliam negócios no campo e focam na banana
Partindo do foco de que a banana é a fruta mais consumida no país, agricultores do Noroeste Fluminense estão investindo no seu cultivo, buscando orientação técnica para a produção de frutos com alta qualidade.
A Cooprofruta (Cooperativa dos Produtores de Fruta da Mesorregião do Itabapoana) já conta dezenas de cooperados na região. Atualmente, no Noroeste fluminense, existem 80 hectares com plantio da fruta. Desses, 60% estão em Porciúncula, e o restante distribuído por Natividade, Laje do Muriaé, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci e Italva.
A inelegibilidade de Deltan
Tiago Abud - Articulista e Defensor Público
Uma grande surpresa na festa dos 60 anos da CDL
Foi bonita a festa pá, como diriam os portugueses. Estamos falando dos 60 anos da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campos ( CDL) na semana passada. Destaque para a inesperada presença da senhora Inês Jacyntho, viúva do saudoso empresário Jorge Jacyntho, que dá nome ao auditório da entidade. Ela não só esteve na missa na Catedral como participou do almoço de confraternização.
Presidente do Sindicato do Comércio Varejista otimista com o setor em Campos
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Campos (Sindivarejo), Maurício Cabral agendando novidades para o setor. Ele lembra que a atividade é a maior geradora de empregos no município e que a retomada de empregabilidade passa pelo comércio. Bom lembrar que a entidade tem laços institucionais com a poderosa Fecomércio e vai intensificar parcerias. Na semana passada o Sindivarejo lançou um novo site para interagir com seus associados.
Campista que virou botafoguense por causa de pipa é o torcedor sensação do brasileirão
Nascido em Campos, e hoje carioca da gema seu Antônio foi apontado na semana passada pelo Globo Esporte, da TV Globo, como o maior de todos os torcedores botafoguenses. Tudo que ele usa tem a marca do time, desde o carro até as cores de sua casa. Contou que se tornou botafoguense quando era garoto em Campos e gostava de soltar pipa nas cores preta e branca. Uma figuraça.
Espaços no Calçadão aos poucos voltam a ser ocupados
Um dos mais tradicionais pontos de comércio no Calçadão, onde nos anos de 1970 funcionou a loja “A Normalista” e depois outras, voltou a ser ocupado. Quase ao lado, a tradicional lotérica Mina de Ouro está em obras para ser reaberta em breve. Dois outros contratos de imóveis estão sendo costurados na mesma artéria. Todos torcendo para a retomada da vocação do centro da cidade.
Onde o político Deltan Dallagnol estiver, não estarei ao seu lado. Essa premissa é importante porque tenho como indevida a decretação da perda do mandato do deputado federal, ainda que a decisão tenha sido tomada à unanimidade pelo TSE, a quem, nesse caso, coube o direito de errar por último, como dizia Rui Barbosa. Com todo respeito. Dallagnol foi acusado de ter burlado a Lei da Ficha Limpa ao pedir exoneração, porque respondia a reclamações administrativas que poderiam levar a sua demissão, ao mesmo tempo em que ele foi condenado pelo Tribunal de Contas da União, em razão de pagamento de diárias indevidas a procuradores.
No meu modesto entendimento, não reputo como hábeis tais argumentos para retirá-lo do cargo para o qual foi eleito, dado que a elegibilidade é a regra e a inelegibilidade a exceção. Reclamações administrativas não são processos administrativos. Podem se transformar em processo administrativo, mas ainda não o são. Reclamações administrativas contra uma pessoa não retiram dela a inocência presumida. Sergio Moro fez o mesmo procedimento e a medida intentada contra ele foi julgada improcedente. É importante dizer que o Ministro Benedito Gonçalves fez a distinção entre os dois casos, esclarecendo que não são idênticos, dado que Moro não teve a intenção de burlar a lei.
Quanto à condenação pela Corte de Contas, seus efeitos estão suspensos pelo Supremo Tribunal Federal, o que retira a possibilidade de tal decisão produzir como consequência a inelegibilidade (e nem mesmo foi usado pelo Tribunal Superior Eleitoral como fundamento contrário a Deltan).
A ironia do destino é que Deltan morre do veneno que semeou. Regras são para serem cumpridas. A presunção constitucional é de inocência e está disposta na legislação para serem aplicadas aos erráticos seres humanos. Os santos não precisam da presunção constitucional de inocência, porque tem a mercê absoluta em seu favor, contra a qual não se admite prova em contrário. Os humanos não. Precisam da lei, que foi redigida para eles.
Ocorre que Deltan foi um dos que sapateou contra a presunção de inocência e agora tem o vento da presunção de culpa bafejando contra a sua pessoa. Deltan também pregou contra o habeas corpus e impetrou um, para ver afastada contra ele uma condenação cível, quando é de conhecimento vulgar que o remédio constitucional se presta para a tutela da liberdade de ir e vir, que não se confunde com uma ação indenizatória. É preciso conter o poder punitivo de Estado, mas talvez seja tarde demais para se ter essa compreensão. Ao menos para Deltan, um baluarte semeador dessa maldita expansão.
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Já foi
As movimentações do exdeputado Deltan Dallagnol de reverter a cassação são como gestos amplos em areia movediça. Ele não volta. Não adianta recorrer ao próprio TSE e tampouco ao STF.
Dellagnol paga o preço da petulância que sempre o caracterizou e as ‘manifestações’ com carreatas de meia de dúzia de veículos são simplesmente ridículas.