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PÁGINA 03 19 A 25 DE SETEMBRO DE 2021

Especial

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Criptomoedas: investimento ou pirâmide?

Especialistas falam sobre os riscos de injetar dinheiro sob promessa de lucros impraticáveis

Girlane Rodrigues

Fotos: Divulgação

A prisão do empresário e investidor Gladson Acacio dos Santos, da empresa GAS, lançou dúvidas e preocupação sobre o boom do mercado de investimentos que não para de crescer no mundo nos últimos anos. A comercialização de criptomoedas — entre elas o Bitcoin — virou febre, principalmente sob a promessa de ganhos exorbitantes. No entanto, o que parecia ser algo seguro e promissor despencou quando a Polícia Federal fechou a empresa, sob a acusação de promover pirâmide financeira, um esquema que movimenta bilhões de reais e enriquecia alguns. Especialistas em investimentos em Campos não recomendam este tipo de transação por não ser regulamentada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Apesar de a prática de troca de moedas virtuais não ser ilegal, ela não é regulamentada no Brasil e torna-se um investimento de risco agressivo, diferente de aplicações mais seguras em rendas fixa ou variável, que levam em conta a oscilação da taxa de juros e as condições de mercado nacionais e internacionais. A equipe de reportagem do Jornal Terceira Via conversou com Antônio Carlos Chebabe Neto, gestor de uma empresa de consultoria financeira em Campos. Segundo Chebabe, que também é engenheiro de produção, criptomoedas são moedas negociáveis no mundo inteiro, em ambiente diferente do convencional. “É como se o investidor estivesse indexando seu capital em alguma moeda, como Dólar, Euro, Bitcoin, Litio, Hemetério, entre outras. Porém, este tipo de transação com criptomoedas não é regulamentada pela CVM, uma autarquia do Governo Federal que fiscaliza e normatiza o mercado financeiro com intuito de proteger o investidor pessoa física no Brasil. Esta falta de regulamentação faz com que a compra e venda aconteça com corretoras fora do Brasil”, explica. A procura por investimento em criptomoedas está cada vez maior, devido à valorização delas. Mas isso também significa risco ao consumidor. “Este tipo de investimento é de alta volatilidade e parece ser de ganho fácil, o que atrai um perfil agressivo para investir. Este tipo de investimento não gera dividendos e rendas baseadas nos juros, mas na compra e venda do mercado. Aqui no nosso escritório, por exemplo, não trabalhamos com este tipo de investimento”, pontua.

Grupo de campistas afirma receber lucros de 10%

Em Campos, estima-se que um grupo de aproximadamente mil pessoas investiu na G.A.S. O Jornal Terceira Via conversou com um autônomo de 35 anos que aplicou cerca de R$ 20 mil na empresa que comercializaria criptomoedas e diz que está recebendo o lucro de 10% ao mês. “Conheço pessoas que venderam propriedades para investir e outras que fizeram aporte de toda uma herança milionária recebida da família. No início da operação da Polícia Federal bateu uma certa insegurança e medo de perder o dinheiro que apliquei, mas, depois, passei a me sentir coberto porque a empresa está dialogando conosco e garantindo que a legalidade do negócio será provada na Justiça. O que sei é que todos nós estamos recebendo o prometido”, disse o autônomo, que preferiu não se identificar. A equipe de reportagem do Jornal Terceira Via tentou visitar o escritório da G.A.S., em Campos, que funciona em um prédio

Protesto em Campos | Clientes da G.A.S. Consultoria fizeram carreata para manifestar apoio a Glaidson Acácio dos Santos

Operação Kryptos

O empresário Glaidson Acácio dos Santos, de 38 anos, dono da GAS Consultoria Bitcoin, foi preso no dia 25 de agosto de 2021 durante a Operação Kryptos, realizada pela Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal e a Receita Federal. Glaidson estava em uma mansão em um condomínio de luxo às margens da Lagoa de Jacarepaguá, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A Justiça autorizou a prisão preventiva de Glaidson e outros seis envolvidos no suposto esquema. Também foram expedidos mandados de prisão temporária para duas pessoas suspeitas de participarem da pirâmide. Segundo as investigações da Polícia Federal, o grupo prometia lucros incompatíveis com o mercado financeiro por meio do investimento em bitcoins, as moedas virtuais. Semana passada, uma decisão judicial determinou o bloqueio de R$ 38 bilhões da empresa.

Fortuna | Glaidson tinha R$ 15 milhões em casa

Nota da G.A.S.

A G.A.S. CONSULTORIA ressalta que possui o total domínio operacional para atuar no mercado, o know-how de quase uma década é comprovado na honra da empresa perante os pagamentos pontuais de seus investidores. É de grande valia mencionar que a empresa se compromete desde sempre a continuar realizando todos os pagamentos em dia sem uma violação das cláusulas estabelecidas em contrato.

comercial nas proximidades da avenida Pelinca, mas foi informada por funcionários da recepção do prédio que a sala comercial não tem tido movimentação de funcionários há algumas semanas. O cliente do escritório ouvido na reportagem disse que o atendimento é feito por hora marcada e sob um rigoroso processo de filtragem do público que busca investir. No dia 29 de agosto, um grupo de aproximadamente 60 campistas fez uma carreata no Centro de Campos pedindo a liberdade do empresário Gladson Acacio dos Santos. O mesmo aconteceu dias antes em Cabo Frio, cidade da Região

Foto: Carlos Grevi dos Lagos, onde a sede da empresa foi fechada pela Polícia Federal.

Orientação, alerta e segurança

Chebabe destaca que a busca pelo investimento ideal deve ser personalizada para cada tipo de cliente, levando em conta o perfil dele, como propensão a risco, necessidade de curto, médio ou longo prazos. “Ultimamente vemos movimento de empresas que estão negociando, aparentemente, criptomoedas, mas garantem um lucro mensal que é muito além do que o mercado pratica, o que é caracterizado de pirâmide financeira, onde o que se pratica são atitudes e contratos que não são investimentos financeiros, mas instrumentos considerados fraudes”, pontua. Quem investe deseja, além de retorno financeiro, segurança, apesar daqueles que assumem riscos e fazem apostas mais ousadas no mercado. Chebabe acrescenta que há opção para todos os públicos. Ele fez uma análise do perfil do brasileiro e concluiu que há uma grande migração para certos tipos de investimentos: “No Brasil ainda temos um trilhão de reais em poupança, um perfil mais tradicional de investimento que, apesar de seguro, oferece juros baixos. Ultimamente, vemos uma migração para aplicações em renda fixa, como CDB, LCA, LCI de bancos médios e pequenos, regulados pela CVM e com segurança e rentabilidade melhores que a poupança. Há também investimentos no Tesouro Nacional, que também é bem seguro e gera uma rentabilidade maior que a poupança”, diz. O gestor identifica também uma procura grande por investimentos mais agressivos, como ações, fundos multimercados, e até as criptomoedas. “Mas os investimentos em criptomoedas não parecem ser convencionais porque o lucro oferecido é muito fora do padrão. A taxa Selic, por exemplo, que é referência no Brasil, rende 5,25% ao ano, valor

Foto: Divulgação

O que são criptomoedas?

Uma criptomoeda ou cibermoeda é um meio de troca, podendo ser centralizado ou descentralizado, que utiliza criptografias para assegurar a validade das transações e a criação de novas unidades da moeda. O Bitcoin, a primeira criptomoeda descentralizada, foi criado em 2009 por um usuário que se identifica como Satoshi Nakamoto. Ao contrário de sistemas bancários centralizados, grande parte das criptomoedas usa um sistema de controle descentralizado com base na tecnologia de blockchain, que é um tipo de livro-registro. O sistema não requer uma autoridade central. A segurança, integridade e balanço dos registros de um sistema de criptomoeda são mantidos por uma comunidade de mineradores, que são pessoas da sociedade que utilizam seus computadores para ajudar a validar e temporizar transações. A segurança dos registros de uma criptomoeda baseia-se na suposição de que a maioria dos mineradores mantém o arquivo de modo honesto, sob um incentivo financeiro.

bem diferente do lucro mensal de 10% ao mês, o que daria 120% ao ano, como a gente ouviu falar na oferta das empresas que atuam com criptomoedas”.

Regulamentação

A regulamentação das transações com criptomoedas depende de decisão do Banco Central, da CVM e de órgãos federais. “O Banco Central teria que aceitar e reconhecer estas moedas como moedas de negociação. Alguns países adotaram o Bitcoin, por exemplo, mas o processo não é simples porque a transação com este tipo de moeda depende de novas tecnologias, o que não é fácil para operar em larga escala”, concluiu Chebabe. Outro entrave para a regulamentação é que a instituição que normatizaria este tipo de investimento deveria fazer programas e movimentos de educação financeira. “Isso é para que o investidor saiba exatamente o que está fazendo, onde está alocando, qual o risco, para que ele não pense apenas no retorno fácil e passe a entender os riscos que está correndo”, explicou. Chebabe acredita que a regulamentação das criptomoedas no Brasil seja um passo importante em ambiente fiscalizado por órgãos competentes e controlado para negociação com objetivo de manter a proteção do investidor. Por enquanto, ele defende outros tipos de investimentos e garante aos seus clientes assistência e dedicação para oferecer as melhores opções de mercado, sempre de acordo com o perfil individual. “Em um futuro próximo, vejo a popularização de investimentos. Há cinco anos, havia 500 mil investidores no Brasil em bolsas. Hoje este número está quatro vezes maior e é devido à queda de juros, que resulta em alternativas mais rentáveis.” Ao ser perguntado sobre o lado negativo do investimento regulamentado no Brasil, Chebabe foi enfático: “A única negatividade é o investidor não saber o que está fazendo, não conhecer os riscos e deixar de procurar orientação adequada. Sugiro sempre uma assessoria profissional e regulada”, finaliza.

Casos na Justiça

O advogado especialista em Direito Bancário, Robson Barreto, chegou a ser procurado pela GAS para representar a empresa em Campos há cerca de 10 anos. Na época, ele desconfiou das facilidades oferecidas e se recusou. Hoje, após o escândalo da pirâmide financeira, ele é procurado por clientes da GAS que buscam orientação jurídica para resolver o problema. “Há muito tempo estava observando este mercado e orientando as pessoas a deixaram este tipo de investimento por se assemelhar a uma pirâmide. Conheço pessoas que investiram quase um milhão de reais. Minha recomendação é que, sim, recorram à Justiça. Em 24 horas, o Fórum de Cabo Frio recebeu 20 novos processos deste caso. Nas ações, são solicitadas penhora de recursos”, disse. Barreto estima que em Campos pelo menos mil pessoas investiram dinheiro na GAS ao longo de quase 10 anos. “Existe negociação legítima com criptomoedas, mas todos os riscos são considerados. Diferente deste caso da GAS, em que se oferecia 10% de juros ao mês, independente de qualquer instabilidade do mercado”, esclareceu.

AloysioBalbi

Com Girlane Rodrigues

Porto do Açu vai começar a construir segunda termelétrica, que irá gerar cinco mil empregos no pico da obra

A Gás Natural Açu (GNA) começou a operar na semana passada com a devida autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que liberou todas as unidades geradoras que compõem a UTE GNA I para início de operação comercial. Essa coluna apurou junto a GNA que a segunda termelétrica do Açu já está na ponta da agulha e que as obras vão começar muito em breve, gerando no pico da construção cinco mil empregos.

Rio de Janeiro tem 37 bilionários em dólar, segundo a revista Forbes

Segundo a revista Forbes, que acaba de sair do forno, o pobre Estado do Rio de Janeiro tem 37 bilionários em dólar. Os 10 maiores: 1- Jorge Paulo Lemann- fortuna de 16,9 bilhões de dólares 2- Marcel Hermann Telles- 11,5 bilhões de dólares 3- Jorge Moll Filho e família- 11, 3 bilhões de dólares 4- Carlos Alberto Sicupira- 8,7 bilhões de dólares 5- Alexandre Behring – 7 bilhões de dólares 6- Dulce Pugliese de Godoy Bueno- 6,4 bilhões de dólares 7- André Esteves – 4,5 bilhões de dólares 8- Pedro Godoy Bueno – 3 bilhões de dólares 9- Guilherme Benchimol – 2,6 bilhões de dólares 10- Pedro Moreira Salles – 2,5 bilhões de dólares

Autopista terá que duplicar toda a Estrada do Contorno

A Autopista Fluminense, que agora chama-se Arteris, concessionária que quer deixar a BR-101, terá que duplicar a Estrada do Contorno, no trecho entre o chamado Trevo do Índio até a avenida Alberto Torres. Isso porque o dinheiro desta obra já foi contabilizado pela empresa. A obra vai mudar para melhor a fotogenia daquela área e resolver em parte mil problemas, inclusive o do engarrafamento.

Pista vai ligar BR-101 direto à ponte Mocaiber

O prefeito Wladimir Garotinho costurou em Brasília com o Governo Federal várias intervenções em pontos nervosos do trânsito de Campos. Da BR-101, em Guarus, próximo ao posto Arco-Íris, vai ser construída uma pista ligando o trânsito direto à ponte Alair Ferreira, mais conhecida como ponte Mocaiber. Isso vai implicar em mais de uma dúzia de desapropriações de imóveis. Ponto positivo.

Terreno em condomínio de luxo em Campos vai à leilão

Clima um pouco tenso no mercado de condomínios de luxo em Campos. Um terreno de um deles, localizado próximo ao Shopping Boulevard, vai a leilão no próximo dia 23 pelo leiloeiro Edgar Carvalho Júnior. A decisão foi tomada pela 5ª Vara Cível de Campos. Outros processos com o mesmo teor estão tramitando.

Advogado campista entra para Academia de Direito Eleitoral

O advogado José Paes agora é membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político. Fundada em 2005, a ABRADEP é composta por um seleto grupo de profissionais de destaque no cenário nacional, em diversas áreas – advogados, professores, juízes eleitorais, cientistas políticos, Ministério Público entre outros -, e tem como propósito fomentar um debate sobre as boas práticas democráticas com temas referentes ao Direito Eleitoral e à intercessão entre Direito e Política.

Igreja do Terço em Campos à espera de um milagre

A Igreja do Terço, na Carlos de Lacerda, no Centro, construída em 1813, está em petição de miséria. A Ordem que a administrava entregou o templo à Diocese. Uma inspeção do COPAM na semana passada concluiu que o templo pode ser recuperado, mas será necessário muito dinheiro. Uma pequena galeria de lojas da igreja, que ajudava a mantê-la, foi fechada.

Cantor campista grava CD nos Estados Unidos

O cantor e bailarino campista Pericles Emanuel, que há 30 anos mora nos Estados Unidos, está entrando no estúdio do músico Eduardo Corso, na Califórnia, para gravar seu primeiro álbum, que vem com músicas de compositores campistas. Tudo com arranjos tendo como base o jazz.

Eduardo Chacur é homenageado pelos serviços prestados ao Centro

O empresário Eduardo Chacur, por ocasião das comemorações dos 100 anos do Mercado Municipal de Campos, recebeu das mãos do prefeito Wladimir Garotinho uma homenagem pelos “relevantes serviços prestados” ao centro da cidade. Chacur é um dos grandes entusiastas da revitalização da área central onde está contextualizado o centenário Mercado.

Em terra, Petrobras concentra investimentos em Macaé e faz cortes no pouco que Campos tinha

A Petrobras já deixou claro em seu plano estratégico que até 2024 focará em Macaé e cidades do entorno para operações de revitalização dos campos maduros, também desvestindo para angariar recursos para aplicar na produção do pré-sal. Campos dos Goytacazes acabou mais uma vez entrando na lista de cortes. A Petrobras já tinha interrompido todas as operações de logística dos voos offshore para as plataformas da Bacia de Campos do Aeroporto Bartolomeu Lisandro no município. Vai operar somente com três: Heliporto do Farol de São Tomé, Eurico de Aguiar Salles e Aeroporto de Macaé. Bartolomeu Lisandro, em Campos, nem pensar. Inauguração de novas lojas na Estação Açu

O recém-inaugurado Estação Açu – centro de convivência do Porto do Açu – está ampliando os serviços voltados para colaboradores e fornecedores do porto, mas também é aberto ao público externo. Semana passada, uma nova loja foi inaugurada no espaço onde vai funcionar uma padaria. Na estação já funciona também o novo escritório da Porto do Açu Operações, além de restaurantes, bancos e lojas. O ex-jogador de futebol Igor Pessanha é o sócio-proprietário da Estação Açu.

Caixa Econômica abre concurso exclusivo para pessoas com deficiência

Estão abertas as inscrições para o concurso público da Caixa Econômica Federal, voltado, exclusivamente, para pessoas portadoras de deficiência. A oportunidade é pioneira no Brasil nesta modalidade. São oferecidas mil vagas para o cargo de Técnico Bancário Novo, para nível médio, com remuneração inicial de R$ 3 mil. Além disso, o edital prevê a formação de cadastro reserva. Ao se inscrever no concurso, o candidato pode optar por trabalhar na rede de agências ou na área de Tecnologia da Informação (TI) do banco. As inscrições podem ser feitas no site da Cesgranrio.

Salve-se quem puder no trânsito

Observa-se um grande número de motoristas dirigindo “sob efeito alucinógeno” nas ruas de Campos. Em vez de entorpecidos por drogas ou álcool, estão vidrados nos aparelhos celulares, seja para conversas ou por uso incorreto dos GPS. O clima no trânsito é o de “salve-se quem puder” e exige verdadeiras manobras e muita paciência dos motoristas corretos para evitar acidentes.

Uenf atua na concepção de viaduto que protege a fauna na BR-101

Para reduzir os impactos da duplicação da BR-101, ameaçando o mico-leão-dourado e demais espécies da fauna, a Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) se uniu à Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e Arteris Fluminense na construção de um viaduto vegetado. A estrutura está localizada na altura do quilômetro 218 da BR-101, em Silva Jardim. No último mês de agosto, foram feitos os primeiros registros de animais atravessando o corredor. O viaduto vegetado funciona como um corredor ecológico, permitindo a movimentação dos animais de um lado a outro da rodovia. Além disso, aumenta a conectividade entre habitats e populações de espécies e atua na redução do número dos atropelamentos de animais.

Opinião

As novas moedas e a velha prudência

Em tempo de dinheiro escasso, se multiplicam as ofertas de grandes lucros em aplicações no mercado financeiro. Em sua maioria são ferramentas legais e honestas. Mas a prisão do empresário e investidor Gladson Acacio dos Santos, da empresa GAS, que capitalizava recursos alheios prometendo rendimentos gordos e em curto prazo, acendeu o sinal amarelo. A reportagem especial desta edição trata deste assunto, já que existe um grande interesse das pessoas neste boom do mercado de investimentos que cada vez mais ganha espaço. A comercialização de criptomoedas – entre elas o Bitcoin –, como conta a jornalista Girlane Rodrigues, virou febre, diante de um perfil de investidores cada vez menos conservadores e mais ousados. Ela ouviu especialistas do mercado de capitais que operam com múltiplas carteiras. A reportagem é recheada de bons conselhos para quem está debutando nesta praia, principalmente no que se refere a moedas virtuais. Fica a máxima de que neste mercado novo vale a prudência antiga, e de que nada deve ser feito sem pesquisar ou obter orientações de especialista, afinal, mesmo com os riscos, o objetivo é ganhar e não perder dinheiro.

O passaporte da vacina!

Cláudio Andrade - Cronista, advogado e professor universitário

Polêmica desnecessária acontecendo em relação à obrigatoriedade da apresentação do comprovante da vacina contra a Covid-19 para entrada em estabelecimentos públicos e privados em vários Municípios.

Desde já, precisamos lembrar que os cardiopatas, portadores de oncologia, diabetes, AVC, derrame, paraplegias, dentre outras enfermidade, não transmitem suas doenças a ninguém.

Podem adquiri-las por questões hereditárias, mas nunca são transmissores.

Já os que não se vacinam contra a Covid-19, sim, podem adoecer da forma mais grave, inflar UTIs e contaminar uma academia inteira ou devastar um setor de trabalho de uma empresa, por exemplo!

Mesmo assim, há pessoas que não querem se vacinar, e nesse grupo não há seletividade. Há médicos, dentistas, professores, advogados, lavadores de carro, balconistas, empresários, serventuários, dentre outros, que consideram os imunizantes contra o coronavírus ineficazes! A campanha contra o passaporte é feita, em grande parte, por aqueles que querem destruir ou negar os resultados favoráveis da campanha vacinal, que vem salvando vidas, em que pese, termos mais de quinhentas e sessenta mil mortes.

Contra o passaporte se encontram, na maioria, os mesmos que dizem que a vacina causa infertilidade, que contém o vírus da AIDS embutido, que não possui eficácia comprovada, enfim, todas as desculpas absurdas e irresponsáveis que se possa imaginar. O passaporte vacinal não veio acabar com nenhuma liberdade individual. Isso é balela! Estamos vivendo um momento de luta coletiva pela vida e isso precisa ser fortalecido. O passaporte visa conter uma libertinagem coletiva patrocinada, propositalmente, por grupos que são contrários às vacinas, mesmo que a sua família esteja em risco. Alguns pais, inclusive, transferem para seus filhos essa perigosa linha de raciocínio. O Brasil já registrou mais de 1.600 mortes de adolescentes e crianças desde início da pandemia. A variante Delta vem contaminando menores de idade e uma orientação negacionista de um pai pode ser fatal. A vacina não é um ato médico, nem um tratamento de enfermidade, mas um ato antecedente à doença, para evitá-la, ação sanitária prioritária na atenção à saúde, conforme inciso II do artigo 198 da Constituição. Quem prega o contrário está engrossando o rol dos incrédulos e contrários à ciência. Vacina contra o coronavirus, em minha opinião, deveria ser obrigatória. Quem pensa diferente não está do lado da vida, e sim ao lado do egoísmo inconcebível que também causa muitas mortes!

Empatia sempre! Vacina já!

VIRAR A CHAVE | O Brasil corre risco institucional caso não diminua a tensão política, particularmente se os intermináveis protestos desandarem para a violência

DURO DE VOTAR | Os principais agentes políticos do Brasil são os maiores responsáveis pelo clima de instabilidade

MODO CRISE Vamos ‘nisso’ até outubro de 2022?

No Brasil cada semana surge um fato novo que aproxima o fósforo riscado do barril de pólvora

Saindo do foco específi co dos recentes acontecimentos da política brasileira – mas sem excluí-los do todo – para uma visão bem mais ampla, vemos que o País vem sendo assolado por frequentes estados de crise, os quais têm se mostrado tanto mais intensos quanto perigosos e extremamente prejudiciais ao Brasil nos últimos seis anos, sacolejado a partir dos fatos imediatamente anteriores ao afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff (Petrolão, etc.), passando pela consumação de seu impeachment e, ato contínuo, à agitação que se formou com a posse de Michel Temer, seguida de intensos protestos de “Golpista”.

Ressalve-se, contudo, que no referido período – últimos 6 anos citados – é nos dias atuais que se constata o maior nível de inquietação do povo – podendo descampar para algo imprevisível – bem como de tensão entre os poderes, particularmente entre a Presidência da República e o STF.

Daí o estranho título ‘Vamos nisso até outubro de 2022?’, cuja interrogação traz um alerta de que é inaceitável o risco de se manter ligado o ‘Modo Crise’ por mais um ano, tendo em vista que a cada semana surge um fato novo que aproxima o fósforo riscado do barril de pólvora.

Paralelo a tudo isso, é pertinente salientar o grau de odiosidade dos seguidores mais extremados de ambos os lados – os a favor e contra o governo – que não aceitam qualquer narrativa que não seja a sua. Ora, aos que atacam os que têm entendimento diferente do seu, é bom lembrar que estamos num País livre, onde cada qual tem o direito soberano de fazer suas próprias opções. A isso se chama liberdade.

Logo, quem acha que o PT deve retornar ao governo, tem o livre arbítrio de votar em Lula (no candidato do PT, seja ele quem for) sem ser patrulhado ou ofendido. Da mesma forma, aos que desejam a reeleição de Bolsonaro, a Constituição se lhes garante a liberdade de escolha, sem que sejam perseguidos ou agredidos. Ou a democracia, a liberdade e o Estado de Direito não valem para todos?

Via de regra, a Internet é o ‘ambiente’ onde se vê algumas coisas boas, coisas ruins e outras mais ruins ainda. É um ‘instrumento’ que muito mais deforma do que informa. E aí é terra de ninguém: não há respeito pela narrativa diferente ou pelo pensamento discordante. Não se convive com o contrário e tampouco se faz crítica minimamente respeitosa. Se um artigo, ou análise, ou comentário publicado na imprensa ou numa mídia online não se enquadra em determinada narrativa”, então ela não presta e “merece” todo tipo de ofensa e agressividade. É o retrocesso ao coronelismo da metade do século passado, onde jornais eram empastelados, opositores ameaçados e adversários (concorrentes) assassinados.

Indagações mais que preocupantes

Então, pergunta-se: num País movido a intermináveis protestos de rua, como se dará a próxima manifestação pró ou contra Bolsonaro – uma ou outra invariavelmente acirrando os ânimos já no limite? E o que esperar? Quais as consequências?

E mais: até que ponto pode chegar a intolerância dos Bolsonaristas ferrenhos relativamente aos simpatizantes do Partido dos Trabalhadores e do ex-presidente Lula? A mesma pergunta valendo para os ferozes opositores de Bolsonaro em relação àqueles que o apoiam.

Pergunta-se, ainda: com uma manifestação atrás de outra, numa verdadeira competição onde cada qual busca sobrepor-se à outra, qual o limite para a tensão? E quando se constata, claramente, partidários se transformando em adversários e adversários passando a inimigos, qual a margem de segurança até que manifestações pacífi cas avancem para a violência? São muitas as interrogações perturbadoras que, sem que aja uma reação cidadã de comedimento, uma espécie de aliança nacional que preserve a nação do risco institucional, fi ca difícil equacionar como o Brasil vai lidar mais um ano com esse estado de coisas.

Mais do pior – Como já retratado em matéria de alguns meses, observa-se que os candidatos naturais – Bolsonaro e Lula – querem a polarização entre os dois porque sabem o quão fácil será apontar as mazelas de cada qual. Logo, um quer ao outro, fazendo conta de que quanto pior, melhor.

Além disso – aqui reproduz-se trecho já publicado – assumem posição antidemocrática ao não considerarem, quase que não admitindo, a pluralidade de pré-candidaturas, como se fossem donos do processo eleitoral.

Para Bolsonaro, não existe terceira via: “Está polarizado, não vai agregar. Não vai dar certo e também não vai atrair a atenção do eleitor”. Lula da Silva foi ainda mais incisivo: “A 3ª via é uma invenção dos partidos que não têm candidato. Não há polarização, mas democracia contra fascismo. Quem está sem chance usa de desculpa a tal da terceira via”. (*Continua) .

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