Identidade Visual FCSKT - TCC

Page 1

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FELIPE ARAUJO DE MIRANDA GOMES

CRIAÇÃO DE IDENTIDADE VISUAL COORPORATIVA DA FEDERAÇÃO CATARINENSE DE SKATE

Florianópolis 2009


2

FELIPE ARAUJO DE MIRANDA GOMES

CRIAÇÃO DE IDENTIDADE VISUAL COORPORATIVA DA FEDERAÇÃO CATARINENSE DE SKATE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Design da Universidade do Sul de Santa Catarina, como pré-requisito à obtenção do título de Bacharel em Design.

Orientador: Prof. Jorge Elias Dolzan, Msc.

Florianópolis 2009


3

FELIPE ARAUJO DE MIRANDA GOMES

CRIAÇÃO DE IDENTIDADE VISUAL COORPORATIVA DA FEDERAÇÃO CATARINENSE DE SKATE

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em design e aprovado em sua forma final pelo Curso de Design da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Florianópolis,________de_____________________de 2009.

___________________________________________________

Prof. e orientador Jorge Elias Dolzan, Msc. Universidade do Sul de Santa Catarina ___________________________________________________

Prof. Marcelo Kammer Faria do Carmo Universidade do Sul de Santa Catarina ___________________________________________________

Prof. Roberto Forlin Universidade do Sul de Santa Catarina


4

Aos que acreditaram na concretização positiva deste projeto: à família, colegas, professores, diretoria da FCSKT e para os skatistas que mantém seus ideais vivos.


5

“... dedicada a cada poeta da cidade, dedicada a cada atleta da cidade, dedicada a cada ser humano da cidade que cultiva a liberdade no concreto da cidade.” (KAMAU, Poesia de concreto da cidade, 2006) “O design é um processo interativo que procura integrar o significado com a forma.” (WHEELER, 2008, p.114)


6

RESUMO

Este trabalho de conclusão de curso apresenta o processo de criação da identidade visual coorporativa para a Federação Catarinense de Skate - FCSKT - destacando o estudo cultural de design aplicado ao público de skatistas e executivos que participam do desenvolvimento do esporte urbano em Santa Catarina. Os apontes teóricos e práticos derivam tanto das pesquisas bibliográficas como do conhecimento adquirido no decorrer do período acadêmico e da experiência do autor na temática. Diante das demandas da FCSKT, foi criado um manual de identidade visual com o objetivo de estabelecer normas e aplicações para a logomarca da entidade em questão.

Palavras-chave: Design. Gráfico. Identidade. Logomarca. Federação. Skate. Cultura. Esporte. Urbano. Santa Catarina.


7

ABSTRACT

This work of course conclusion presents the process of creation of the coorporativa visual identity for the Federação Catarinense de Skate - FCSKT - detaching the cultural study of design applied to the public of skateboarders and executives who participates of the development of the urban sport in Santa Catarina. The theoric and practical subjects are derived from the bibliographical research as of the knowledge acquired in elapsing of the academic period and also from the experience of the author in the thematic one. Ahead of the demands of the FCSKT, a manual of visual identity was created with the objective to establish norms and applications for the logo of the entity in question.

Key words: Design. Graph. Identity. Logo. Federacy. Skate. Culture.


8

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 11 1.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA ................................................................12 1.2 OBJETIVOS......................................................................................................... 13 1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 13 1.2.2 Objetivos Específicos.....................................................................................13 1.3 JUSTIFICATIVA................................................................................................... 14 1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................16 1.4.1 Condução da pesquisa...................................................................................17 1.4.2 Requisitos ou Preparação..............................................................................17 1.4.3 Criatividade na Concepção do Design de Identidade ................................. 17 1.4.4 Gerenciamento de ativos ou Diretrizes ........................................................17 1.4.5 Criação dos Pontos de Contato ou Concretização das Aplicações .......... 17 2 PESQUISA TEÓRICA ............................................................................................18 2.1 DESIGN ...............................................................................................................18 2.1.1 Design Gráfico ................................................................................................19 2.1.2 Fundamentos da linguagem visual ...............................................................19 2.2 SEMIÓTICA ......................................................................................................... 21 2.2.1 Signos ..............................................................................................................21 2.2.2 Representação e interpretação da imagem..................................................22 2.3 MARCA E LOGOTIPO........................................................................................25 2.3.1 Comunicação e identidade corporativa........................................................26 2.3.2 Identidade visual.............................................................................................26 2.4 IDENTIDADES CULTURAIS ...............................................................................27 2.4.1 A cultura do skate..........................................................................................30 2.5 FEDERAÇÃO ESPORTIVA .................................................................................35


9

3 COLETA E ANALISE DE DADOS PARA O PROJETO........................................ 35 3.1 DEMANDA FCSKT ..............................................................................................35 3.1.1 Entrevistas realizadas ....................................................................................38 3.2 MERCADO DO SKATE EM SANTA CATARINA.................................................39 3.3 TENDÊNCIAS NO MERCADO DO SKATE E DE FEDERAÇÕES......................41 3.4 O PERFIL DO PÚBLICO .....................................................................................43 3.5 REFERÊNCIAS E SIMILARES............................................................................ 49 4 REQUISITOS.......................................................................................................... 55 5 BASES CONCEITUAIS.........................................................................................56 5.1 CONCEITO ......................................................................................................... 57 6 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS.......................................................................... 58 6.1. CRIATIVIDADE/ IDEAÇÃO.................................................................................58 6.2. ALTERNATIVAS/ INCUBAÇÃO.......................................................................... 61 6.3. ALTERNATIVA ESCOLHIDA/ ILUMINAÇÃO .....................................................62 7 MEMORIAL DESCRITIVO ....................................................................................67 7.1 MANUAL DE IDENTIDADE ................................................................................67 7.2 APLICAÇÕES EM PONTOS DE CONTATO.......................................................73 8 CONCLUSÃO......................................................................................................... 90 ANEXO 1 - Briefing .................................................................................................... 96 ANEXO 2 - Dados do skate disponibilizados no site da CBSK ................................. 98 ANEXO 3 - Modalidades descritas pela CBSK..........................................................99 ANEXO 4 - Manual de diretrizes Wheeler ...............................................................102 ANEXO 5 - Benefícios das associações filiadas......................................................103 ANEXO 6 - Entrevista com captador de recursos da FCSKT.................................. 105 ANEXO 7 - Entrevista com presidente da associação de skate de Chapecó.......... 107 ANEXO 8 - Entrevista com associação de skate do vale do Itapocu ......................109 ANEXO 9 - E-mail professor da FASERJ André Viana .......................................... 111


10

ANEXO 10 - Entrevista gravada em áudio com diretoria FCSKT............................112 ANEXO 11 – Feedback de aceitação ...................................................................... 114


11

1 INTRODUÇÃO

Para situar o leitor diante do relacionamento do autor deste projeto com o tema, ressalta-se que o presente trabalho é apresentado por um acadêmico que tem contato com o skate há 17 anos. Dentro desse período o acadêmico participou de diversos campeonatos de skate como competidor, em 1999 foi campeão do circuito regional de Florianópolis e ficou em quinto lugar no circuito brasileiro de skate na categoria amador II. Percebendo que o nível do skate de Florianópolis poderia crescer, o acadêmico colaborou em projetos voluntários como o de elaboração da pista de skate do bairro Jardim Atlântico em 2001 e organizou campeonatos de skate na mesma. Foi lojista em 2002, quando entrou no mercado do skate e começou a perceber a necessidade dos estudos em Design. Com isso ingressou no Curso de Design da Unisul em 2005 e hoje apresenta este trabalho de conclusão de curso como parte do conhecimento adquirido na universidade aplicado no segmento do skate.


12

1.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA

Este trabalho caracteriza-se pelo processo de criação da Identidade Visual do cliente denominado Federação Catarinense de Skate – FCSKT. Com isso serão aplicados estudos em Design Gráfico para Identidade Visual com base no conceito de WHEELER (2008, p14) a partir de que: “A identidade é a expressão visual e verbal de uma marca. A identidade dá apoio, expressão, comunicação, sintetiza e visualiza a marca. (...) Ela começa com um nome e um símbolo e evoluí para tornar-se uma matriz de instrumentos e de comunicação.”

Vale lembrar, que os estudos em Identidade Visual estão voltados a um cliente que é uma Federação de Skate, um órgão institucional normatizado por uma Confederação Brasileira de Skate e que tem como filiadas, as Associações Regionais de Skate do estado de Santa Catarina. Levando em consideração os aspectos formais que caracterizam o problema, consta no Art. 1º do Estatuto da FCSKT1 que a Federação faz a gestão do skate no estado catarinense, portanto a federação deve transmitir formalidade de caráter executivo ao comunicar-se a partir de sua identidade gráfica com entidades governamentais e empresas para a captação de recursos. Por outro lado, segundo dados do site da Confederação Brasileira de Skate – CBSK (2009), “... o skate é mais praticado por jovens, sendo que os competidores das categorias de base têm em média 16 e 17 anos.”, ou seja, pertencem a uma cultura contemporânea com estilo informal, despojado e urbano. O projeto a ser solucionado neste estudo, traz paralelamente o seguinte questionamento a ser respondido em sua conclusão: Como a federação será representada visualmente com uma identidade gráfica de modo que faça comunicação executiva com entidades governamentais e empresas para captação de renda, e ao mesmo tempo tenha fidelidade com a imagem dos skatistas de Santa Catarina? 




























































 1

Art. 1° - A Federação Catarinense de Skate, designada pela sigla FCSKT, fundada aos 30 de novembro de 2008, na cidade de Florianópolis/SC, com sede e foro na Cidade de Florianópolis/SC, é uma associação de fins não econômicos, de caráter desportivo, formada pelas suas Filiadas, e tem por fim coordenar e organizar todos os aspectos relativos à prática e à gestão da modalidade de Skate no território catarinense, bem como representar o Skate catarinense para todos os fins no restante do território nacional.


13

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral Desenvolver a Identidade Visual Coorporativa da FCSKT.

1.2.2 Objetivos Específicos • Analisar e interpretar informações e ideais da FCSKT; • Compreender o discurso estético do skate na comunicação executiva; • Elaborar Manual de Identidade Visual e suas diretrizes; • Identificar pontos de contato para criar aplicações gráficas da Identidade Visual.


14

1.3 JUSTIFICATIVA A necessidade da proposta deste trabalho apresenta-se justificada em nível de mercado a partir do contato estabelecido com o presidente da Federação, Adilson Scander, ao citar a necessidade da criação de uma Identidade Visual e de algumas aplicações como papelaria entre outros. Neste contato com o cliente foi realizado o briefing, em anexo, com o intuito de especificar o serviço da qual diz respeito o presente trabalho e apresentar a "logomarca" que ele mesmo criou provisoriamente.

Imagem 1 – Logo provisória da FCSKT Fonte: Acervo FCSKT, 2009

Considerando que a identidade é o que fundamenta uma marca, o papel do Design neste processo, então, é de extrema importância, já que o Design estuda e trabalha com diferentes formas de comunicação. Seu papel e qualidade são imprescindíveis para que a identidade seja coerente com a comunicação visual que a FCSKT pretende realizar com o seu público. Diante do exposto FUENTES (2006, p.25) “O ponto de partida de todo processo de design é a expressão de uma necessidade, de uma encomenda de um cliente para o designer.” Ao relacionar a citação do autor com os parágrafos acima, identifica-se e justifica-se a necessidade da criação de uma identidade para que a Federação possa se apresentar publicamente respectivamente às Associações de Skate do estado, para as entidades governamentais, aos skatistas, para as empresas do ramo do skate e para o público em geral. Deve-se entender o skate como discurso estético e entender que relações culturais existem para que a FCSKT possa se comunicar de modo coerente com o seu público. A relação do skate com a cultura e a arte surgiu em decorrência de sua história. Em 1960, com o surgimento do skate por surfistas sem ondas, o skate ficou por um bom tempo com sua descrição estética, cultural e musical equivalente ao do


15

surf, ou seja, estilo natural com referências ao reggae e ao rock. Em 1980, quando o skate passa a ter uma identidade mais diferenciada do surf, o skatista transpõe uma característica punk mais underground se refugiando nas cidades e sofrendo alguns preconceitos. Nesta época já eram vistos alguns sinais mais fortes da arte no skate, tanto com grafismos e colagens que os skatistas faziam em seu próprio skate com caneta, pedaços de lixa e adesivos, como também na forma de se expressarem na rua contra o preconceito. Se distanciando da praia e se aproximando das ruas em 1990 o skate evoluí em peças e confecções com um estilo mais ligado ao hip hop, onde é caracterizado por roupas largas. É importante fazer este estudo na área do skate, pois este esporte vem sendo alvo da mídia, o que há duas décadas sofria preconceitos e nem era considerado como esporte. Para confirmar o crescimento do esporte no Brasil, segue abaixo alguns dados retirados do site da CBSK (2009). O Mercado de Skate (fabricação de peças, vestuário e calçados com revenda no atacado e no varejo) fatura algo em torno de 250 milhões de reais por ano. Atualmente algumas empresas deste Mercado estão exportando para outros países como França, Alemanha, Estados Unidos, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Venezuela e Japão. Uma informação importante, é que o Brasil tem a segunda maior indústria mundial, sendo um dos poucos países que produzem peças vestuário e calçados para esta modalidade.

Visto a importância do skate brasileiro no cenário mundial, percebe-se que Santa Catarina necessita de uma organização não somente do esporte em questão, como também do mercado que o envolve. O presente estudo também colabora com a difusão da cultura do design, uma profissão que também vem sendo reconhecida aos poucos diante de seu verdadeiro papel no comércio da sociedade contemporânea. Deste modo, compartilham-se tais estudos em Design Gráfico aplicados na Identidade Visual da Federação Catarinense de Skate para apresentar como funciona o processo de criação servindo de subsídios para futuros estudos com temas semelhantes na Unisul.


16

1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Aqui são apresentadas as bases metodológicas aplicadas no presente trabalho que se inicia dentro da metodologia de design com o tópico Caracterização do Problema da qual define o projeto. Procura-se mesclar as metodologias de projeto para adaptá-las a necessidade do presente trabalho, tanto que o próprio autor FUENTES (2006) cita: Cada designer terá de buscar sua própria metodologia para estabelecer a natureza de um design encomendado, classificando-a, medindo-a, anotando-a e estudando-a, de maneira que se torne enriquecedora para o que realmente importa: sua linguagem própria de design.

O método projetual de Design adotado provém de três autores: FUENTES (2006), selecionado por abordar aspectos metodológicos de Design Gráfico; WHEELER (2008) que releva aspectos importantes de Identidade Visual da Marca no processo de Design; e GOMES (2007), por apresentar etapas de criatividade para a solução de um problema.

Imagem 2 – quadro metodológico Fonte: Acervo próprio com base dos autores citados no parágrafo anterior, 2009

Na fusão das metodologias projetuais de Design apresentadas se encontram as etapas circuladas em branco para conduzir o projeto de Identidade visual em questão compondo a seguinte ordem metodológica.


17

1.4.1 Condução da pesquisa Divide-se nas etapas de pesquisa teórica e de coleta de dados para o projeto contemplando os tópicos: demanda FCSKT; pesquisa de mercado; tendências, perfil do público alvo, referências e similares. Esta etapa permite coleta e análise de dados direcionados a requisitos de projeto e painéis que funcionam como inspiração para a fase de conceituação.

1.4.2 Requisitos ou Preparação

Esta etapa é composta por esclarecimento dos subsídios identificados na coleta de dados com foco no briefing da criação e na imagem coorporativa do cliente.

1.4.3 Criatividade na Concepção do Design de Identidade Soluções

e

sketches

são

elaborados

perante

as

fases

de

Ideação/Conceituação, Incubação/Fusão de Alternativas, Iluminação/Refinamento.

1.4.4 Gerenciamento de ativos ou Diretrizes Nesta etapa é elaborado o manual de identidade da FCSKT com todos elementos que compõe a identidade com especificações técnicas do que foi criado e desenvolvido no projeto. Também aborda: conteúdo das diretrizes como padronizações e arquivos para reproduções.

1.4.5 Criação dos Pontos de Contato ou Concretização das Aplicações Como nesta etapa tem-se um panorama geral das aplicações da identidade, serão apresentados e selecionados quais os principais pontos de contato para as aplicações gráficas da identidade.


18

2 PESQUISA TEÓRICA Esta pesquisa teórica é realizada com dois objetivos: o primeiro visa contextualizar conceitos dos temas que abrange este trabalho para o leitor; o segundo é de caráter projetual que fornecerá subsídios para conduzir a coleta de dados para o projeto em questão.

2.1 DESIGN Atividade profissional emergida após a Revolução Industrial, hoje o design é visto como projeto criativo e metodológico resultante de uma solução à necessidades da sociedade e/ou do mercado. Tanto que (FUENTES, p.24) aborda o design como “(...) uma atividade projetual de duplo sentido: projeta-se internamente sobre a obra a partir de sistemas simbólicos que lhes são próprios e, nessa ação, projeta um tipo de relação social”. O conceito de design abordado segue a base de que o designer projeta para as necessidades de mercado e principalmente da sociedade, visto que o presente projeto está relacionado com uma determinada entidade governamental ligada à sociedade de skatistas do estado de Santa Catarina. O designer é o “solucionador” de problemas e produz motivado pelo desafio de alcançar e oferecer a solução mais adequada e interessante ao seu cliente e para a sociedade em geral. (...) oferece resultados que beneficiam a todos: à terceira(quarta) idade, às classes de menor renda, às indústrias que precisam se modernizar, às nossas crianças, aos nossos parques e praças, às nossas vilas. (RUBIM, 2004, p. 85)

Com a citação de (RUBIN, 2004) pode-se concluir que se o skate catarinense agora tem de uma entidade de organização e de representação, o design entra para colaborar na comunicação entre FCSKT, sociedade ou o público alvo da Federação e as indústrias do esporte em questão, que conseqüentemente, também terão subsídios para se modernizarem. Mas para isso é necessário um estudo de linguagem visual, que no presente projeto é aplicado ao design gráfico.


19

2.1.1 Design Gráfico Esta subárea do design deve estar relacionada à linguagem visual desenvolvida a uma cultura, de forma a entender e utilizar corretamente suas codificações, por outro lado, deve assumir sua responsabilidade pela criação de modelos de aparência e comportamento, promovendo escolhas, estilos e valores culturais, pois segundo (FRASCARA, 2004, p. 187) “[...] devemos estar conscientes que nosso trabalho contribui para a configuração do mundo em que vivemos”. O design gráfico é uma atividade expressamente comunicacional que para (VILLAS-BOAS, 2003, p. 19) “(...) nasce da necessidade de, num ambiente de massas, agregar valores simbólicos a determinados bens, sejam estes concretos ou não”. Tal atividade é necessária para a expressar-se por meio de signos ao ato de se comunicar visualmente com um determinado público alvo, ou seja, utilizando uma linguagem visual coerente.

2.1.2 Fundamentos da linguagem visual

São fundamentos ligados a percepção de um conteúdo visual e que quando estudados, melhor será a representação visual aplicada ao design. DONDIS, 1997, cita que “a luz nos revela elementos visuais como linha, cor, forma, direção, textura, escala, dimensão e movimentos.” Todos estes elementos ou componentes são utilizados para a construção de uma identidade visual. Já FRASCARA, 2004, faz uma abordagem mais ampla da linguagem visual do design gráfico representado no quadro abaixo com o intuito de apresentar os elementos visuais das quais o designer deve levar em consideração em seus projetos. Dos elementos apresentados abaixo, serão utilizados aqui a imagem e sua função, sua categoria, geração manual e eletrônica.


20

Imagem 3 – Elementos da Linguagem visual do Design Gráfico. (reescrever diagrama em padrão) Fonte: FRASCARA, 2004.

O autor aponta que a função da linguagem visual deve ser determinada na fase objetivo de design gráfico no desenvolvimento do projeto. E a aplicação dos componentes da linguagem visual deve ser utilizada e fundamentada para a exploração da geração de alternativas visuais. Mas antes de utilizar estes elementos visuais, devem ser estudados alguns conceitos de semiótica determinantes para a representação e interpretação da imagem.


21

2.2 SEMIÓTICA

Dentro do vasto campo que compõe a semiótica, retrata-se neste trabalho a importância da semiótica e de seus elementos para a representação e interpretação visuais coerentes para o presente projeto de design. O conceito de semiótica2 abordado por (AURÉLIO, 1999, p.1834) determinado como a “arte dos sinais” é utilizado por artistas plásticos, atores e diversos profissionais que assim como o designer, deve ter a consciência do quanto uma expressão pode conter e transmitir informações. Para representar ou emitir uma comunicação a partir de uma identidade visual devem ser utilizados tanto fundamentos de linguagem visual, quanto os signos adequados para que o público alvo “receptor” faça a interpretação do “emissor” que irá realizar a desejada comunicação.

2.2.1 Signos

Para dar uma breve esclarecida no conceito de signo, buscou-se o conceito de (SANTAELLA, 2003. p 58) “(...)o signo é uma coisa que representa uma outra coisa: seu objeto. Ele só pode funcionar como signo se carregar esse poder de representar, substituir uma outra coisa diferente dele”. Interpretam-se como exemplos de signo: a palavra casa, a pintura de uma casa, a fotografia de uma casa, o esboço de uma casa, um filme de uma casa, a planta baixa de uma casa, a maquete de uma casa, ou mesmo o seu olhar para uma casa, são todos signos do objeto casa. Para PEIRCE, 1983, há três tipos de signos: • O ícone, que mantém uma relação de proximidade sensorial ou emotiva entre o signo, representação do objeto, e o objeto dinâmico em si - exemplo:

2

A Semiótica (do grego semeiotiké ou "a arte dos sinais") é a ciência geral dos signos e da semiose que estuda todos os fenômenos culturais como se fossem sistemas sígnicos, isto é, sistemas de significação. Ocupa-se do estudo do processo de significação ou representação, na natureza e na cultura, do conceito ou da idéia. Mais abrangente que a linguística, a qual se restringe ao estudo dos signos lingüísticos, ou seja, do sistema sígnico da linguagem verbal, esta ciência tem por objeto qualquer sistema sígnico - Artes visuais, Música, Fotografia, Cinema, Culinária, Vestuário, Gestos, Religião, Ciência, etc. (Wikipedia, 2009)


22
 
 pintura, fotografia, o desenho de um boneco. É importante falar que um ícone não só pode exercer esta função como é o caso do desenho de um boneco de homem e mulher que ficam anexados à porta do banheiro indicando se é masculino ou feminino, a priori é ícone, mas também é símbolo, pois ao olhar para ele reconhecemos que ali há um banheiro e que é do gênero que o boneco representa isto porque foi convencionado que assim seria então ele é ícone e símbolo; • O índice, ou parte representada de um todo anteriormente adquirido pela experiência subjetiva ou pela herança cultural - exemplo: onde há fumaça, logo há fogo. Quer isso dizer que através de um indício (causa) tiramos conclusões; • O símbolo, que de forma arbitrária estabelece uma relação convencionada entre o signo e o objeto - exemplo: o termo cadeira. (PEIRCE, 1983, p. 24)

O signo visual símbolo é carregado de elementos culturais que caracterizam a relação da identidade do trabalho com a convenção cultural do usuário ou público alvo. Imagens se tornam símbolos quando o significado de seus elementos só pode ser entendido com a ajuda do código de uma convenção cultural. Veiculo do signo (primeiridade) e objeto (secundidade) têm que ser associados através de um terceiro, a convenção cultural, ainda a ser aprendida, por um interprete (o terceiro). (SANTAELLA I. NÖTH II., 2001, p. 150)

Os signos poderão estar representados por símbolos de uma marca ou de elementos visuais que acompanharão a identidade visual trabalhada no presente projeto. As características que determinaram os símbolos podem ser identificadas nos comportamentos, acessórios e cenários relacionados ao público alvo. O capítulo a seguir apresenta uma introdução da importância das imagens ou dos símbolos, no conceito de que eles devem ser representados de modo que o usuário final interprete de modo coerente aos objetivos de quem emite ou cria uma mensagem composta por signos visuais.

2.2.2 Representação e interpretação da imagem

O conceito de representação tem sido um conceito-chave da semiótica desde a escolástica medieval. Hoje em dia percebe-se que o conceito de representação está relacionado como canais de representação gráfica, analógica, digital, proposicional e cognitiva.


23
 
 Na semiótica geral, encontram-se definições muito variadas do conceito de representação. O âmbito da sua significação situa-se entre apresentação e imaginação e estende-se, assim, a conceitos semióticos centrais como signo, veículo do signo, imagem (“representação imagética”), assim como significação e referência. (SANTAELLA I. NÖTH II., 2001, p. 16)

Com a citação acima se percebe que a imaginação e a cultura de quem irá interpretar uma imagem deve ser prevista por quem irá apresentá-la. Para representar uma mensagem visual, deve ser levado em consideração o processo de comunicação, assim o público receptor pode interpretar com coerência aquilo que o artista deseja emitir, como se pode observar no quadro a seguir.

Imagem 4 - Criação de painel do processo de comunicação. Fonte: DONDIS, 1997. Sintaxe da linguagem visual, p. 132.

Colocando-se o designer com a função de emissor do conteúdo da mensagem de educação ambiental, relaciona-se a semiótica com o design contextualizando o público alvo ou receptor da mensagem para desenvolver o ato comunicacional conforme FRASCARA, 2004, apresenta no diagrama a seguir.


24

Imagem 5 – Design no processo de comunicação. (REDESENHAR) Fonte: Frascara, 2004.

Ainda pode-se interpretar com o diagrama acima, o quanto é importante analisar o receptor para desenvolver os objetivos do ato comunicacional. Como já foi citado anteriormente, o design utiliza formas de representação de imagens para efetivar uma coerente comunicação com seu público alvo receptor da mensagem. Concluindo a abordagem de semiótica com os domínios de imagem, percebe-se que a representação de mensagens a partir de canais e signos visuais está relacionada com a interpretação de imagens mentais que se formarão na mente do receptor. Estes estudos de linguagem visual e de semiótica servem para que se tenha uma noção de como se deve efetuar o ato comunicacional ao representar uma entidade ou empresa a partir de uma marca gráfica aplicada a um determinado público alvo.


25

2.3 MARCA E LOGOTIPO Uma marca é a idéia que um determinado público interpreta em suas mentes fazendo-os lembrar a imagem de uma empresa ou entidade, pois segundo (WHEELER, 2008, p.12) “Os produtos são criados na fábrica. As marcas são criadas na mente”. Sejam estas lembranças na mente positivas ou negativas, dependerá de quem a concebeu e de como ela foi criada. “Cada marca que o designer faz modifica o mundo de alguma forma. Pode fazer com que a comunicação funcione melhor ou pior. Isto não depende de fatores aleatórios; depende, sem dúvida, do designer, que tanto com orgulho como com humildade profissional entende seu papel claramente; depende do estudante de design desenvolver ao máximo suas habilidades intelectuais e técnicas; e depende também do público em geral e de sua transformação em usuários mais críticos, mais informados e mais exigentes”. (FUENTES, p. 31 FRASCARA)

Na citação acima se afirma que depende do designer desenvolver suas habilidades na concepção de uma marca, ou seja, a marca é um conceito que é representado por cores, símbolos, logotipo, emoções e experiências que são levadas ao mercado através de produtos ou serviços que serão interpretados pelo público alvo fazendo-os ter lembranças boas, ruins ou neutras. Uma marca devem ter os seguintes requisitos para uma chegar a uma experiência

satisfatória:

visão,

significado,

autenticidade,

diferenciação,

sustentabilidade, coerência, flexibilidade, comprometimento e valor. A autora (WHEELER, 2008, p.60) ainda classifica as marcas em: marcas com palavras, monograma, emblemas, marcas pictóricas e marcas abstratas/simbólicas. Já o logotipo é uma parte da marca que é representada visualmente por um símbolo acompanhado de uma tipografia ou escrita, desenvolvidos por um designer gráfico baseado em informações de público-alvo, mercado de atuação, objetivos estratégicos e conceitos definidos para a marca.


26

2.3.1 Comunicação e identidade corporativa A identidade corporativa ou imagem corporativa é vista por (HEFTING, 1991, p.41) como manifestações visuais ligadas a formas de comportamento em relação de assuntos sociais, empresariais e políticos, que podem ser tornados visíveis, como por exemplo, no comportamento, no estilo de escrever ou em publicações e até mesmo na maneira são tratados os fornecedores. As comunicações corporativas3 são os meios de utilizar uma estratégia corporativa4 ao respectivo público alvo de um cliente. Identidade corporativa, comunicação corporativa e estratégia empresarial são interdependentes: cada uma influencia na outra. O autor também cita que é importante verificar se há cultura corporativa de identidade por parte dos colaboradores e dirigentes da empresa de determinar os objetivos da empresa e as estratégias de comunicação externa e interna. Estas estratégias de comunicação fazem a conexão dos objetivos da empresa com a definição da identidade corporativa.

2.3.2 Identidade visual 
 Na área do design é comum utilizar o conceito de identidade no caráter visual. Diversos autores como STRUNCK, 2001, por exemplo, afirmam que a identidade visual “Caracteriza o conjunto de elementos gráficos que irão formalizar a personalidade visual de um nome, idéia, produto ou serviço.” Interpreta-se que esses elementos podem estar representados em signos e que a identidade visual deve comunicar e informar, substancialmente, à primeira vista. Para uma empresa ou entidade, a identidade é algo que vai além da consciência que elas têm de si mesma em relação aos seus produtos, atendimento e 




























































 3

Las comunicaciones corporativas (CC) son los médios de hacer llegar esta estratégia a los grupos respectivos a los que va destinada. 4

La estratégia corporativa es la política de desplazamiento de uma imagem corporativa em términos

de relaciones com los empleados y los clientes, de relaciones públicas, promoción, desarrolo de producto, publicaciones Del embage, y por supuesto, márketing.


27

serviços que englobam sua logística, depende também do modo que ela consegue se comunicar e ser interpretada diante de seu público alvo e do mercado em geral. Mas o que diferencia uma marca de uma identidade visual? Para (WHEELER, 2008, p.14) “Enquanto as marcas falam de modo virtual para a mente e para o coração, a identidade da marca é tangível e apela para os sentidos”. Resumindo, uma identidade visual é todo o conjunto de elementos visuais que representam uma marca, incluindo seu logotipo, seguidos de suas aplicações em pontos de contato. Estes pontos de contato são aplicações da identidade visual que segundo a autora (WHEELER, 2008, p.54) podem ser aplições em: sites; releases; FAQs; kits para imprensa; relatórios anuais; folhetos; comunicados aos acionistas; textos de call Center; instruções de vendas; apresentações; declarações; e-mails Blast; campanhas de propaganda; mala direta; manuais de produtos e por último na sinalização. Vale lembrar que quando um designer conceber uma identidade visual, ele deve entregar um manual para que a identidade da empresa não seja distorcida com uma aplicação equivocada. Este manual, segundo o autor (HEFTING, 1991, p.165) deve conter essencialmente: a marca, o uso correto e incorreto da cor e da tipografia, o tipo de letra, a retícula básica e os tamanhos aplicáveis da marca. Já a autora (WHEELER, 2008, p.175) aborda o manual com diretrizes mais completas no ANEXO 4 que serão selecionadas para aplicar no presente projeto.

2.4 IDENTIDADES CULTURAIS Após expostos os conceitos teóricos de carácter específico de design, inicia-se neste tópico um estudo direcionado aos conceitos de identidade cultural para obter subsídios científicos que facilitaram a coleta de dados referentes ao público alvo e ao cliente do presente projeto. Primeiro definimos o conceito básico de identidade como conjunto de caracteres próprios e exclusivos com os quais as pessoas podem se diferenciar de seus semelhantes. Para Larousse, 1980, p.447, “identidade pessoal é a consciência que a pessoa tem de si própria”.


28

Já a definição de cultura para LAROUSSE, 1980, p. 246, consiste em um “conjunto dos conhecimentos adquiridos; a instrução, o saber; Conjunto das estruturas sociais, religiosas, etc., que caracteriza uma sociedade”. Com isso podese dizer que cultura é o conjunto de manifestações artísticas, sociais, lingüísticas e comportamentais de nichos da sociedade. Ainda, a cultura simboliza tudo o que é aprendido e partilhado pelos indivíduos de um determinado grupo e que confere uma identidade dentro do seu grupo que pertença. Nossa identidade se constrói com informações que vamos obtendo desde criança e através da educação recebida do meio em que ela vive formando então a cultura do indivíduo. A citação abaixo fala a respeito desta construção de identidade nos jovens. O culto ao jovem é difundido a partir de filmes, músicas e estilos musicais, vestuário e acessórios dirigidos a este novo e cada vez mais crescente público – e se expande por toda a sociedade, numa construção que ultrapassa e uniformiza classes, etnias, segmentos espaço-temporais e quaisquer outros dados cuja relevância se torno menor diante da substantivação do adjetivo jovem. Ele passa a ser algo em si mesmo, uma identidade própria que procura transpor todas as demais identidades mas que ao mesmo tempo tem a interlocução com a dinâmica da política de alteridade. (VILLAS-BOAS, 2003, p.99)

Diante dos conceitos de design, devem-se levar em consideração aspectos culturais que formam a identidade do indivíduo e/ou do público alvo para contribuir assim na produção deste projeto a fim de realimentar ou transformar a condição cultural do publico alvo. A partir de Hall (1999) apresenta-se a relação de identidade com as culturas das quais indivíduos vivenciam e criam afinidade. Muitas vezes, o indivíduo tem acesso a essa gama de culturas pelos meios de comunicação globalizados, ou seja, opções culturais miscigenadas das quais o sujeito pode escolher e/ou misturar culturas por meio de suas vivências e informações obtidas. “Foi a difusão do consumismo, seja como realidade, seja como sonho, que contribuiu para esse efeito de “supermercado cultural”. (HALL, 1999, p. 75) No Brasil, por exemplo, essa miscigenação cultural vem acontecendo desde a época da colonização e da imigração de estrangeiros que trouxeram


29

diversas culturas para o Brasil. Hoje, com a globalização, essa diversidade cultural se espalha pelos variados meios de se comunicar. [...] à medida em que os sistemas de significação e representação cultural se multiplicam, somos confrontados por uma multiplicidade desconcertante e cambiante de identidades possíveis [...] (HALL, 1999, p. 13)

Ainda, o designer deve apropriar-se desses sistemas de significação e representação cultural para a conceituação de produtos de comunicação. Quando o designer projeta para gerações futuras, deve-se ter a ciência de que ele estará projetando e criando para indivíduos que nasceram no mundo global, ou seja, desde crianças já tem acesso, a eletrodomésticos de tecnologia comunicacionais como televisão a cabo e computador, além da diversidade de informações que podem ser adquiridas na internet que influenciam na construção da identidade cultural. Na verdade, nos encontramos diante de um fenômeno mundial, no qual as novas gerações, para se diferenciarem das anteriores, utilizam símbolos mundializados. A idéia de sintonia surge assim como elemento de distinção social. Escutar rock-and-roll significa estar sintonizado com um conjunto de valores, vividos e pensados como superiores. Preferir outros tipos de canções é sinônimo de descompasso, de um comportamento inadequado aos tempos modernos. (ORTIZ, 1994, p. 202)

Com a citação do autor, pode-se visualizar o quanto que as pessoas se agarram em símbolos globais para se diferenciarem dos demais nichos ou gerações a partir de um exemplo de signo globalizado, o rock-and-roll. As culturas híbridas5 são consequências do fenômeno da globalização. É a miscigenação de culturas de diversos países favorecidos por aspectos que surgem desde a colonização e que hoje são difundidos por avanços nos meios de comunicação e de produção. Com a globalização foi possível ter fácil acesso a essas culturas. Um exemplo foi o contato dos brasileiros com o skate, um esporte americano que chegou no Brasil graças a globalização influenciando na construção da identidade de alguns jovens.

5

As identidades nacionais estão se desintegrando, como resultado do crescimento da homegenização cultural e do “pós-moderno global”.[...] As identidades nacionais e outras identidades “locais” ou particularistas estão sendo reforçadas pela resistência à globalização. [..] As identidades nacionais estão em declínio, mas novas identidades – híbridas – estão tomando o seu lugar. (HALL, 1999, p. 69)


30

2.4.1 A cultura do skate

Com o objetivo de compreender a cultura do skate e sua estética, neste tópico são apresentadas as tribos e suas tendências artísticas que influenciaram na interpretação do esporte urbano skate, determinando um novo estilo de vida para alguns jovens. O conceito de tribos pós-modernas é retratado por Maffesoli (1987) como sociedades urbanas que se dividem em tribos tal como as antigas tribos préhistóricas, as chamadas culturas “primitivas”. As tribos urbanas surgem no período pós-moderno a partir da união de seus integrantes em torno de algum elemento ou “mito” em comum compartilhando comportamento, gostos, ideologias, estilo de vida, assim como um próprio modo de vestir. O esporte em questão surge na pós-modernidade a partir da tribo de surfistas como um modo criativo de se divertir nos dias em que o mar não favorecia a pratica do surf. CASTILHO, TEIXEIRA (2008) confirmam que “As rodinhas dos patins foram adaptadas a uma prancha de menores dimensões (shape) para compor o produto”. Pode-se concluir que na combinação de patins e surf surgiram os primeiros skates caseiros como mostra na imagem a seguir.

Imagem 6 – Primeiros skates até chegar no Brasil Fonte: Livro Onda Dura e Revista 100% skate, n. 75, 2004. p. 66

Já no Brasil, de acordo com a primeira parte do livro “A Onda Dura: 3 décadas de Skate no Brasil”, escrita por César Augusto Diniz Chaves Filho, o skate chegou através de alguns surfistas cariocas ainda no final da década de 60, que o descobriram em anúncios veiculados por uma revista Californiana chamada Surfer.


31

Do mar às piscinas abandonadas, ruas e calçadas da Califórnia e posteriormente no Brasil, esse grupo ganha identidade própria ao entrar em contato com o movimento punk e com o hip hop, duas tribos urbanas que influenciaram na consolidação cultural do skate para a sociedade e para o mercado.

Imagem 7 – Encarte de cd Sex Pistons e Sugarhill Gang - Rapper's Delights Fonte: Acervo próprio

Percebe-se com a imagem acima que ambas as tribos ouviam músicas, na esquerda o punk e na direita o hip hop, que estavam ligadas à contracultura como um movimento de mobilização popular e de contestação social e cultural por meio de atitudes alternativas. Os jovens foram muito influenciados por essas idéias de contestação da sociedade, assumindo estilos e atitudes consideradas como antisociais aos olhos das famílias conservadoras. Por isso, o movimento expressou um espírito libertário, compondo a cultura underground, alternativa e marginal, focada principalmente comportamento.

nas

transformações

da

consciência,

dos

valores

e

do


32

O autor Aguiar (2008) comenta em sua dissertação que o contato entre os skatistas e o movimento hip-hop, aconteceu em meados da década de 80, quando a música rap começou a ficar popular. Na época o movimento estava ganhando força política vindos do descontentamento da população negra e pobre dos Estados Unidos com sua posição social. A aproximação dos skatistas com esses dois movimentos se deu devido às suas origens semelhantes, que acabaram gerando idéias em comum e uma identificação mútua, após o skate desmembrar-se da cultura dos surfistas e seguir a construção de seu próprio estilo.

Imagem 8 – Influência punk acima, rap abaixo e junção de estilos estéticos ampliado Fonte: www.skateboardgraphics.com e CLIVER, Sean. Op. Cit.

As atitudes e os valores expressados nas estampas dos shapes da imagem anterior provêm de influências que se recebe no cotidiano da prática de esporte urbano a partir da vivencia de fatos e situações que acarretam em uma identidade própria, diferente de esportistas que praticam suas atividades em locais


33

reservados e próprios para isso, como clubes. Além disso, o contato com outras culturas urbanas, como os movimentos punk e hip-hop, também influenciaram na formação da conduta dos skatistas representada pelas músicas, atitudes e artes gráficas. Desde o fim da década de 70, quando começou a se estabelecer um perfil próprio entre os skatistas, skate e arte passaram a ter uma ligação muito forte, principalmente desse esporte com as artes gráficas e a música – uma ligação que não se encontra de modo tão intenso e difundido em outras atividades esportivas. (AGUIAR, 2008, p.10)

Os exemplos dos primeiros sinais de arte no skate podem se encontrar na customização que alguns praticantes aplicam nos seus skates colando adesivos e desenhando nos shapes ou fazendo recortes de formas variadas nas folhas de lixa utilizadas para que os pés não escorreguem.

Imagem 9 – Sinais de arte nos shapes dos skates com adesivos e desenhos Fonte: Transworld Skateboarding, volume 20, número 10, 2002.

A classificação de esporte urbano, praticado em sua maioria nas ruas ou em demais locais públicos, é o que determina a identidade da tribo do skate. Ao sair de carrinho pela cidade, os skatistas fazem aquilo que alguns chamam de “nova interpretação do espaço urbano”: onde os demais vêem simplesmente escadas,


34

bancos ou corrimãos, os praticantes desse esporte urbano encontram obstáculos para as suas manobras.

Imagem 10 – Cenários da cultura do esporte urbano ao sair de carrinho pela cidade Fonte: Fotos de autoria própria

Com certeza o skate é um universo que envolve muita visualidade, estética. Todo skatista tem uma opinião sobre alguma coisa, vive num universo que induz a querer lidar com design, mesmo indiretamente, mesmo sem saber. Frabrício da Costa, revista cemporcento skate edição 102, setembro de 2002

Talvez seja por isso que quem vivencia a cultura do skate é quem a difundi com fidelidade. Com este argumento também se justifica a importância, em um projeto de design, das pesquisas baseadas em observações, entrevistas e vivências aplicadas no segmento da qual se situa o cliente e nos cenários encontrados do usuário final. Compreendendo a cultura do skate pode-se agora estendê-la na etapa coleta de dados com painéis de imagens pertinentes à estética do esporte. Porém o projeto em questão tem como cliente uma entidade que institucionaliza tal esporte urbano difundindo sua cultura para instituições e sociedade em geral. Portanto, após descrever a cultura do skate, deve-se conhecer a FCSKT a ponto de entender como uma entidade deve apresentar para seu público essa rica cultura denominada como esporte urbano.


35

2.5 FEDERAÇÃO ESPORTIVA

Uma Federação Esportiva é uma entidade de direito privado sem fins lucrativos formada por pessoas jurídicas que tem o poder e função de organização, normalização e todas as outras finalidades e objetivos descritos no estatuto aprovado em assembléia. Este tipo de entidade tem certa autonomia conforme o artigo 217 da constituição que trata do DEPORTO no Brasil. Chegou-se a este conceito após resposta por e-mail de André Viana (2009) que encontra-se em anexo. Para potencializar este conceito de Federação esportiva, segue abaixo sua definição da constituição brasileira. Artigo 2.° 1 - Federação desportiva é a pessoa colectiva que, integrando agentes desportivos, clubes ou agrupamentos de clubes, se constitua sob a forma de associação sem fim lucrativo, propondo-se prosseguir, a nível nacional, exclusiva exclusiva ou cumulativamente, os objectivos enunciados no artigo 21.° da Lei n.° 1/90, de 13 de Janeiro. (Brasil,1990)

3 COLETA E ANALISE DE DADOS PARA O PROJETO Após entendimento da pesquisa teórica, foi possível iniciar uma coleta de dados pertinente a criação da identidade visual do cliente FCSKT. As análises encontram-se no final de cada etapa da coleta. Estes dados coletados permitem identificação de requisitos e geração de subsídios para a execução do projeto de identidade em questão. 3.1 DEMANDA FCSKT

Como já foi citado anteriormente no tópico caracterização do problema e no briefing em anexo, as etapas do projeto deste TCC são aplicadas nas etapas de uma demanda de mercado que tem como cliente a Federação Catarinense de Skate. Fundada em 2008, na cidade de Florianópolis/SC ela é uma federação de fins não lucrativos, de caráter desportivo, que tem por fim coordenar e organizar


36

todos os aspectos relativos à prática e à gestão da modalidade de skate no território catarinense bem como representá-lo para todos os fins no restante do território nacional como se apresenta a seguir.
 § 2° - A FCSKT, como Entidade Estadual de Administração do Desporto da modalidade de Skate, é filiada à Confederação Brasileira de Skate, designada pela sigla CBSK, e por esta reconhecida como a única entidade responsável pela organização da prática e gestão da modalidade no âmbito territorial do Estado de Santa Catarina, bem como pela representação do Skate catarinense perante toda e qualquer pessoa física e jurídica de direito público ou privado. (Estatuto da FCSKT, 2009)

Sendo assim, pode-se adotar como análise que a Federação deve ter uma identidade gráfica sem o objetivo de estabelecer uma concorrência comercial e sim de colaborar para que atletas e marcas fomentem o mercado do skate em Santa Catarina.

Imagem 11 – Equipe da FCSKT em um campeonato de skate Fonte: Acervo FCSKT

A imagem anterior apresenta em destaque alguns membros da FCSKT, sendo estes adultos e jovens que compõe a diretoria da entidade em questão: Adilson Standler (presidente) – Artista gráfico e organizador de eventos de tatuagem. Ricardo Leonardo (vice-presidente) – Skatista formado em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina dá aulas de skate em escolar particulares.


37

Marlon Victorio (diretor esportivo) – Skatista há mais de quinze anos, exlojista e hoje estuda para ser selecionado no curso de Educação Física. Ewerton Pereira (diretor administrativo) – Skatista há mais de quinze anos, hoje tem uma loja de skate no bairro trindade. Marcelo Schubert (diretor contábil) – Contador e lojista de artigos para skate. Comprova-se a partir de uma análise, que há um potencial atuante de skatistas no mercado seguindo a tendência de “faça você mesmo”. São skatistas que em sua maioria trabalham no movimento de organização do skate no estado de Santa Catarina que possuem o mesmo perfil dos integrantes que compõem público alvo principal da Federação, ou seja, as associações já filiadas como as de Guaramirim, Itajaí, Blumenau, Florianópolis. No momento, a Federação Catarinense passa por um processo de inserção no mercado e na mídia perante a sociedade, pois está finalizando as etapas burocráticas e obtendo sede fixa em ambiente comercial para dar início aos trabalhos efetivos. Resumindo, a Federação está em desenvolvimento dos projetos das seguintes atividades: assembléia e filiação das associações identificadas; sua principal ferramenta de comunicação, o site, está sendo finalizada; pistas de skate estão sendo identificadas com diagnóstico; projetos sociais e escolinhas de skate estão sendo encaminhados; assim como o circuito catarinense de skate está sendo planejado analisando possíveis cidades e parcerias para sediar as etapas do evento. Mesmo assim a Federação já realizou algumas atividades como oficinas e campeonatos regionais para arrecadar recursos, portanto segue abaixo um painel de imagens que retrata algumas atividades já realizadas.


38

Imagem 12 – Painel de atividades da FCSKT Fonte: Criação própria a partir do acervo da FCSKT

Com estas atividades, podem-se identificar pontos de contato para aplicação da Identidade Visual da qual retrata o presente trabalho, já que são nestas atividades que a Federação estabelece contato apresentando-se para seus parceiros investidores, para seu público alvo principal categorizado por Associações de Skate e para a sociedade em geral por meio da imprensa.

3.1.1 Entrevistas realizadas

A - Briefing Após breves apresentações pessoais, a primeira reunião consistiu em identificar o serviço a ser prestado pelo cliente por meio da elaboração do briefing em anexo para dar início ao projeto.

B - Ideais da Federação Catarinense de Skate Esta segunda reunião ocorreu uma entrevista gravada em áudio para identificar os ideais do cliente; Aconteceu na Lagoa do Peri, Florianópolis, em uma


39

reunião descontraída de confraternização dos diretores da FCSKT. Foram 18 minutos de entrevista gravada em áudio e descrita em anexo do presente trabalho. Participantes: Adilson (presidente); Ricardo Leonardo (vice-presidente); Marlon Victório (diretor esportivo); Daniel Régis (diretor de eventos); Eduardo (captação de recursos); Felipe Miranda (entrevistador). Foi possível elaborar um pod cast para disponibilizar no site www.fcskt.com.br. A intenção desta entrevista foi de esclarecer a imagem coorporativa a partir dos ideais da Federação, assim como compreender qual a imagem da cultura do skate que a FCSKT deve expressar. Ainda foi possível identificar o público alvo e as
atividades que a federação realiza com o intuito de obter subsídios e requisitos de projeto para criação.

C - Associações Como os contatos entre as Associações e FCSKT estão apenas começando, foi possível realizar entrevista apenas com duas das sete Associações constatadas.

D - Captação de Recursos Foi realizada com captador de recursos da entidade da qual se apresentam alguns resultados no tópico de mercado.

3.2 MERCADO DO SKATE EM SANTA CATARINA A partir da entrevista realizada com o captador de recursos Eduardo Henrique Correia Ribeiro que se encontra em anexo, foi percebido que o mercado do skate no estado ainda precisa ser mapeado, pois os trabalhos da Federação mal começaram, já que ela é uma entidade nova fundada neste ano de 2009.


40

Assim iniciou-se junto aos diretores da FCSKT, uma análise desta situação em Santa Catarina que até pouco tempo atrás, tinha o mercado do Skate dominado por lojas locais e por marcas de outros estados que vinham para cá, vendiam seus produtos e não investiam em quase nada para o crescimento do esporte na região.

Imagem 13 – Identificação dos pólos do skate em Santa Catarina Fonte: Mapa elaborado junto à diretoria da FCSKT

Percebe-se na imagem precedente deste parágrafo, que a maior concentração do mercado do skate encontra-se em regiões litorâneas das quais na maioria das vezes o surf prevalece com o incentivo das prefeituras e com investimento das empresas locais. Com isso marcas de surf começam a aparecer e a investir cada vez mais no esporte, a mídia então começa a divulgar o surf e trazendo eventos nacionais e internacionais para o estado, ao contrário do que acontece no skate até o momento. Com o surf em alta, os esportes radicais acabam ganhando espaço também, o nicho do mercado de esportes radicais e o skate começam a aparecer no estado, mas o skate não ganha um investimento contínuo necessário e acaba sempre ficando em segundo plano. Lojas de skate abrem e fecham, poucos eventos são realizados e quase sempre são mal divulgados e o incentivo da prefeitura acontece somente em épocas pré-eleitorais. Percebe-se a falta de sustentabilidade para o mercado do skate na região litorânea. Hoje a realidade continua igual, temos lojas de skate espalhadas pelas grandes cidades do estado como Chapecó, Joinville, Itajaí, Blumenau, Balneário Comburiu, Florianópolis, Criciúma e Araranguá. E temos algumas marcas começando a ganhar destaque como é o caso da Bastard skate wear.


41

“Por estar em contato com todos os agentes econômicos envolvidos no Skate, a federação tem a oportunidade de interagir para potencializar as oportunidades de criação de renda, organização do esporte e o aumento no número de praticantes e simpatizantes”. (Entrevista com Eduardo Henrique Correia Ribeiro, 2009)

Ainda analisa-se com a afirmação anterior, que a tendência do mercado é de crescer com o reconhecimento da mídia do Skate como esporte urbano e importante ferramenta social. Isso possibilita que empresas destinadas a confeccionar produtos para jovens ofereçam mais atenção para o segmento do skate investindo em eventos, atletas, projetos sociais e propaganda.

3.3 TENDÊNCIAS NO MERCADO DO SKATE E DE FEDERAÇÕES

Quanto às tendências, o skate tem um mercado voltado para um público específico e bem definido, e que busca alguma autonomia. Os designers gráficos que trabalham nesse mercado e também são skatistas, fazem com que os produtores sejam ao mesmo tempo consumidores. O mercado do skate em sua maioria é formado por pequenas empresas de administração flexível e de propriedade dos praticantes do referido esporte.

(...) a indústria do skate é o retrato da atual organização dos negócios na era pós-moderna, da forma como foi definida por Bauman: desorganizada e fluida, para que possa ser reformada a qualquer momento e assim adaptarse ao mundo caótico à sua volta (o “mundo”, nesse caso, seria o cenário do skate. À medida que a atividade se desenvolve, surgem novas tendências entre os skatistas que acabam por afetar sua indústria); além de recusar-se a aceitar o “conhecimento estabelecido” e os exemplos bem sucedidos de experiências anteriores. (AGUIAR, 2008, p. 25)

Tal afirmação leva a crer que as tendências da indústria do skate dependem das necessidades apresentadas por aqueles que praticam tal esporte. O design gráfico aplicado a indústria do skate simboliza os valores pós-modernistas, por ser conseqüência da cultura popular de rua. Seu modismo efêmero acontece


42

tanto pela mídia popular quanto pela rápida renovação dos estoques de peças e demais equipamentos que devem ir logo para as ruas, sob o risco de se tornarem obsoletos ou inexistentes. Segundo sk8.br Por Nathália Leme “Artistas urbanos não tem se prendido somente nas estruturas e conceitos do esporte”. Ao contrário disso, eles levam ao skate elementos refinados que dão novas características ao carrinho. Algumas marcas de skate representam essa nova tendência desenvolvendo um material artístico rico que conquista além dos consumidores, grandes apreciadores da arte. Como foi apresentado no tópico Cultura do skate, os skatistas apresentam o hábito de personalizar seus skates com adesivos de empresas de sua preferência, cobrindo assim a arte original caracterizando-os pela estética pósmoderna “faça você mesmo”. Depois de percebida a importância desta tendência para este projeto, buscou-se a seguinte matéria publicada na revista Catarina, ed. 19: A guru do futuro na época, Faith Popcorn, tachou essa vontade de “ser único” como Egonomia […]. No final dos anos 90, com a internet, o poder que já estava nas mãos dos consumidores ganhou um eco muito maior. Na rede, as pessoas começaram a ter autoridade para criar seus próprios blogs, suas redes de informação, seus álbuns de fotografia, vídeos, websites e revistas virtuais. […] os sinais de customização, agora sublinhada pela tecnologia, apitaram aos ouvidos dos pesquisadores do futuro, e o centro de pesquisas Trendwatching foi uma das primeiras empresas a detectar esse tipo de comportamento de maneira apurada. Ganhou deles um apelido legal: MIY, de Make it Yourself, ou seja, grupo dos “Faça Você Mesmo”. Nesse grupo as pessoas esperam poder transformar suas idéias e rascunhos em produtos de verdade sem precisar conhecer ferramentas técnicas ou disponibilizar de um aparato industrial moderno para projeção e customização dos produtos. […]. Ou seja, voltamos à canção de Lennon onde o “Power to the People” se funde ao refrão “Do it yourself” dos punks para revelar um cenário onde as pessoas têm o poder de construir um mundo absolutamente customizado às suas necessidades, desejos, personalidades e sonhos. (CATARINA, ed. 19)

Outras três grandes tendências que podem ser relacionadas neste projeto, são a Egonomia, Formação de clãs e Geração generosa, todas possuem ligação forte com o público e cliente. A primeira, ‘Egonomia’ da autora Popcorn, traduz-se no desejo de desenvolver-se individualmente para se destacar dos outros


43

através de posses, experiências e serviços personalizados, assim como a ‘Faça você mesmo’ exemplificada anteriormente. EstaS duas tendências pertencem ao grupo dos skatistas, relacionados também com a ‘Formação de clãs’, de Popcorn, que diz respeito à pessoas que compartilham interesses comuns - idéias, aspirações, vícios e lazer, fazer parte de um grupo é algo para se orgulhar e interagir. A quarta tendência a ser relacionada neste projeto é a Geração generosa, um dos reports do Trendwatching fala sobre a “Generation G”, esta tendência foi verificada e instituída para ressaltar o posicionamento e o espírito mais generoso e bondoso de algumas marcas, empresas e entidades, aspectos estes que a FCSKT considera de extrema importância em sua gestão. Prospecta-se que cada vez mais as federações esportivas estabeleçam parcerias com demais entidades e com o mercado investidor na busca de desenvolvimento do esporte, da cultura e do mercado. Com isso percebe-se que há disponibilidade na realização de parcerias relacionadas às atividades da FCSKT desde Prefeituras, Associações Culturais, Ongs e empresas do mercado Catarinense em geral que buscam a imagem de responsabilidade social, até o mercado voltado ao público jovem como marcas e lojas de surf, tatuagem e skate, escolas particulares, mercado de confecção e de alimentos de entorno das escolas públicas e particulares, hotéis para recepcionar atletas profissionais, empresas de transporte, estúdios de fotografia e vídeo, empresas de videogame e sites dentre outros segmentos de mercado que podem ser identificados a partir do momento que se analisa a realidade e o entorno de cada atividade que o cliente realiza.

3.4 O PERFIL DO PÚBLICO Foram realizadas entrevistas com lideranças do skate de alguns pontos do estado de Santa Catarina conforme anexo sete e oito. Vale lembrar que estas lideranças também são skatistas possuindo o perfil de público alvo do cliente. Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Data Folha 2006, 85 % praticantes do skate são do sexo masculino. A pesquisa ainda mostra as diferentes faixas - etárias que compõe o grupo de praticantes conforme é possível verificar imagem a seguir.


44

Imagem 14 – Faixa etária dos Skatistas Fonte: elaboração a partir das informações do Instituto Data Folha, 2006

Percebe-se que 36% dos praticantes de skate são maiores de 16 anos, assim, a partir dessa idade, normalmente os adolescentes começam a formar opinião e a buscar diferenciação, possivelmente se identificando diretamente com marcas que representem suas personalidades. Porém podemos também encontrar os pais de alguns skatistas também praticantes e/ou apoiadores do esporte.

Imagem – Variação de faixa etária do público alvo Fonte: Blog SkateCulture, 2009

Ainda com base no Instituto Data Folha 2006, podemos analisar conforme mostra o gráfico a seguir que uma grande porcentagem de praticantes (55%) se encontra nas classes A e B:


45

Imagem 15 – Classe social dos skatistas Fonte: Elaboração a partir das informações do Instituto Data Folha 2006

O diagrama abaixo representa a Hierarquia do público alvo das quais a FCSKT se comunica. Serão abordados no presente projeto, principalmente, os públicos primário, secundário e terciário respectivamente.

Imagem 16 – Públicos FCSKT Fonte: Acervo próprio, 2009

Os skatistas, que se comportam como público alvo principal e secundário não praticam somente um esporte, são adeptos a um estilo de vida urbano que atraí adeptos e que é representado e identificado por um modo próprio de se expressar e de se comportar. De

acordo

com

a

entrevista

de

briefing

em

anexo,

existem

aproximadamente doze associações identificadas no estado de Santa Catarina das quais quatro já são filiadas e as demais estão no momento, em processo de regulamentação. Algumas informações deste tópico foram adquiridas a partir de


46

entrevistas realizadas com lideranças da FCSKT e de associações do oeste e litoral catarinense, registradas em anexo, que representam associações e skatistas das cidades onde se encontram os maiores pólos do skate catarinense. A imagem a seguir demonstra que as associações de skate possuem o perfil semelhante aos próprios diretores que compõe o cliente do projeto em questão.

Imagem 17 – Perfil de público Fonte: Acervo FCSKT


47

Como já foi citado no tópico de demanda e tendências de mercado, o público alvo principal em sua maioria é categorizado por skatistas que trabalham no movimento de organização do skate em Santa Catarina seja construindo obstáculos nos bairros da região, criando associações, organizando eventos ou reivindicando pistas e manutenção das mesmas, caracterizando o segmento “faça você mesmo”. A relação de proximidade entre a cultura do skate e o ambiente urbano, favorece interação entre os skatistas e as diferentes culturas presentes neste cenário. Com isso há uma apropriação por parte dos skatistas de diferentes estilos presentes no meio urbano.

Imagem 18 – Estilo skate hip hop à esquerda e skate punk à direita Fonte: Elaboração a partir das informações do Instituto Data Folha 2006

A imagem que precede este parágrafo apresenta a mescla das culturas, encontra-se elementos do hip hop no cenário punk como o grafitti, assim como se pode verificar elementos punk no hip hop como a tatuagem. A polissemia cultural transformou para sempre estas gerações e todas outras a partir daí, Na maioria das vezes a diretoria das associações são compostas por alguns skatistas acima de dezoito anos de idade e por pessoas com experiência administrativa a fim de apoiar a prática do esporte. Alguns desses indivíduos dividem o estilo skatista com o executivo como demonstra o painel a seguir.


48

Imagem 19 – Perfil de público executivo 1 Fonte: Revista Transworld, 2002.

Percebe-se que há um encontro do estilo skate/informal com o executivo/formal do público principal e terciário coincidindo com o perfil de entidades e empresas investidoras categorizado como público alvo terciário. Alguns executivos têm inclusive experimentado utilizar o skate como uma alternativa de transporte urbano para locomover-se ao trabalho.

Imagem – Perfil de público executivo 2 Fonte: Acervo próprio.


49

Há uma tendência de jovens skatistas que se apaixonam pelo esporte, de associar o esporte a outra profissão como Educação Física e Design por exemplo. Citam-se esses dois exemplos ao perceber que no site ciência do skate existem duzentos e sessenta e nove teses científicas retratando o skate principalmente como esporte, cultura e arte. Concluí-se que o estilo estético executivo e skatista podem-se mesclar mantendo fidelidade à cultura dos skatistas para representar as associações de skate em um ambiente formal junto às entidades governamentais e empresas investidoras. 3.5 REFERÊNCIAS E SIMILARES

Nesta etapa foram selecionadas marcas dos segmentos de mercado levantados neste projeto a partir da análise do público alvo categorizando em skate, executivo e entidades. Foram selecionadas as marcas mais pertinentes para o presente projeto levando em consideração a seguinte análise estética:

Imagem 20 – Ilustração dos fundamentos da análise de referências e similares Fonte: Elaborado por conhecimento adquirido na disciplina de Gestalt e Semiótica


50

Imagem 21 – Painel de referências de caráter executivo Fonte: Acervo próprio


51

Imagem 22 – Painel de referências e similares de marcas nacionais e entidades Fonte: Acervo próprio


52

Imagem 23 – Painel de referências estéticas de bandas musicais Fonte: Acervo próprio


53

Imagem 24 – Painel de referências internacionais Fonte: Acervo próprio


54

Algumas marcas de skate caracterizam-se com uma arte mais rebelde e agressiva, com tipologia própria se aproximando da escrita manual desfocada e manchada, com cores fortes predominando o preto, branco, cinza e vermelho, linhas fortes e marcadas com alguns elementos oriundos das tribos e de seus cenários urbanos. Adotando principalmente o hip-hop, reggae, hardcore, e o grafite como padrão de arte, com linhas ousadas em todos os tipos de desenho na maioria vetorizados, fotografia, colagens, cores vibrantes e chamativas coerentes com determinado conceito abordado, além das novidades na fabricação de roupas e acessórios com tecidos e modelos inovadores.


55

4 REQUISITOS

Tendo como base o briefing no anexo um e as pesquisas coletadas para o projeto, podem-se determinar os seguintes requisitos para o presente projeto de identidade visual: Expressar-se como entidade de representatividade das associações do skate de SC visando sua imagem coorporativa. Identidade visual que estimula interação entre as associações de skate para representar organização do esporte urbano skate no Estado de Santa Catarina por meio de uma comunicação flexível. Manter equilíbrio entre os estilos de linguagem visuais executivos (formas geométricas) e urbanos (sinuosidade e movimento) caracterizados por empresários e skatistas.

CRIAÇÃO DE IMAGEM COORPORATIVA

Após entrevista com a diretoria foi possível identificar os ideais do cliente para a construção da imagem coorporativa abaixo. A Federação Catarinense de Skate representa organização flexível na construção do cenário catarinense do skate difundindo a cultura de esporte urbano a partir da integração democrática das associações filiadas e por meio das parcerias que geram acessibilidade e visibilidade aos skatistas além de servir como ferramenta de inclusão social, ou seja, sinônimo de conquista para o skate de Santa Catarina!


56

VISÃO

Estruturar e organizar o cenário do skate de Santa Catarina junto às associações e ao mercado em quatro anos e transpor para sociedade estadual e posteriormente nacional.

CRIAÇÃO DE TAGLINES Associações, mercado estadual Juntos estamos organizando e potencializando o cenário do Skate Catarinense! Associações, skatistas, geral, mercado local e estadual Cooperar e interagir com Associações de skate é sinônimo de evolução da cultura do esporte urbano catarinense. Mercado estadual Gerando visibilidade ao skate Catarinense sua empresa está participando para a consolidação do mercado no estado. Skatistas e Associações Skate no sangue, no pé e na mente! Participe!

5 BASES CONCEITUAIS

Com bases do perfil do público skatista, executivo e da própria imagem coorporativa da FCSKT, foi elaborado um mapa mental identificar sensações e elementos em comum dos perfis citados.


57

Imagem 25 - Painel de mapas mentais para identificação de sensações e elementos Fonte – Acervo próprio

Após elaboração dos painéis anteriores foi possível identificar elementos em comum entre o variado público da FCSKT para iniciar a geração de alternativas.

5.1 CONCEITO

A Identidade Visual da Federação Catarinense de Skate expressa um equilíbrio urbano entre executivos e skatistas que visam o crescimento do esporte urbano skate urbano em Santa Catarina. Dedicada a cada poeta da cidade, dedicada a cada atleta da cidade, dedicada a cada ser humano da cidade que cultiva a liberdade no concreto da cidade. KAMAU (2006), Poesia de concreto da cidade.


58

Com base deste conceito foi identificado o elemento escada, um ícone utilizado por executivos e skatistas, porém é interpretado por modos diferentes. Além de o executivo subir e descer escadas todos os dias em sua rotina de trabalho, ele observa os gráficos de sua empresa da qual mostram o rendimento da mesma e já o skatista utiliza as escadarias para pular executando manobras de skate. Com isso foi criado o painel conceitual a seguir que representa uma chuva de idéias geradas a partir deste conceito.

Imagem 26 - Painel conceitual para geração de alternativas Fonte – Acervo próprio

6 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS

6.1. CRIATIVIDADE/ IDEAÇÃO

Neste tópico são apresentadas as primeiras alternativas sendo que algumas delas surgem como espasmos mentais após as primeiras entrevistas com o cliente caracterizando um processo cíclico, pois idéias surgem a qualquer momento


59

e a qualquer etapa do projeto. Porém estas alternativas, como mostra a imagem a seguir, ficam meio perdidas, sem referências visuais e conceitos pré-estabelecidos.

Imagem 27- Primeiro rascunho de idéias Fonte – Acervo próprio


60

Imagem 28 - Segundo rascunho de idéias Fonte – Acervo próprio


61

Imagem 29 - Selecionando alternativas para aprimorar Fonte – Acervo próprio

6.2. ALTERNATIVAS/ INCUBAÇÃO

Imagem 30 - Alternativas geradas Fonte – Acervo próprio


62

Imagem 31 - Arte criada e utilizada para desbloquear a criatividade. Fonte – Acervo próprio

6.3. ALTERNATIVA ESCOLHIDA/ ILUMINAÇÃO

Nesta etapa identificou-se que o elemento mais adequado para representar o conceito em um único símbolo se caracteriza pela placa de escadarias com o ícone de seta na direção esquerda para direita, inferior para superior simbolizando crescimento.


63

Imagem 32 – Setas de inspiração Fonte: Acervo próprio.


64

Tal elemento, seta escolhida, é assimétrica, porém apresenta um equilíbrio diagonal da qual pode-se fechar um quadrado na continuidade de seus traços.

Imagem 33 – Esboço das primeiras setas Fonte: Acervo próprio

Na imagem anterior apresentam-se os primeiros desenhos da seta com variações de tamanho, proporção dos lados e arredondamentos das arestas com o intuito de criar personalidade própria para o elemento gráfico. Para testar a viabilidade da alternativa foram feitos testes, como mostra a imagem a seguir, da qual se pode perceber que o elemento seta permite flexibilidade de composições e texturas além de estar presente no cenário urbano comum entre skatistas e executivos denominados como público alvo principal.


65

Imagem 34 – Testes com o elemento gráfico seta Fonte: Acervo próprio

Percebido flexibilidade e viabilidade do elemento gráfico, foram gerados desenhos de aperfeiçoamento como mostra a imagem a seguir indicando a ordem de evolução.

Imagem 35 – Evolução da alternativa Fonte: Acervo próprio


66

Como mostra a imagem anterior, foram elaborados estudos das proporções da seta com o objetivo de organizar o desenho obtendo uma composição visual esteticamente agradável. As primeiras setas apresentavam traços muito geométricos, o que era bom para representar segurança e organização, porém estava faltando a sinuosidade oriunda do público skatista. A partir desse momento buscou-se aperfeiçoar o desenho com leves arredondamentos para não perder a formalidade da seta. Nesta etapa também foi identificada a necessidade de representar o público skatista com o elemento gráfico do skate na vista lateral e com traços tão sintetizados quanto ao da própria seta para ocasionar harmonia entre os elementos resultando em uma marca visual que alcança seus requisitos por meio da representação do skate como algo positivo, para cima e organizado com linhas geométricas e traços sintetizados.


67

7 MEMORIAL DESCRITIVO 7.1 MANUAL DE IDENTIDADE

Definida a marca visual, buscou-se uma fonte tipográfica com o mesmo peso para a sigla FCSKT. Os mesmos arredondamentos da marca foram adaptados na fonte para harmonizar a composição da identidade visual.

Imagem 36 – Estudo tipográfico Fonte: Acervo próprio

Na imagem acima, exemplifica-se as fontes tipográficas a utilizar priorizando harmonia da forma e contraste de pesos para hierarquização dos textos. Com isso pode-se unir o logotipo com a marca obtendo os seguinte padrão de assinatura apresentada na imagem a seguir.


68

Imagem 37 – Composição principal de logotipo e símbolo Fonte: Acervo próprio

Foi optado em compor o símbolo seta no lado esquerdo para obter a sensação de movimento e sentido com o conceito da marca. É muito comum a utilização de sub-contornos e sombras na linguagem visual do grafitti – estilo de desenho característico do público de skatistas. Portanto a sombra foi utilizada para dar visibilidade à marca quando exposta em superfícies de grande área como em outdoors por exemplo. Posteriormente foram desenvolvidas assinaturas para ambientes mais formalizados e executivos com composições mais simples de logotipo e símbolo que resultam em algumas assinaturas, na forma de escada.


69

Imagem 38 – Padrão de assinaturas Fonte: Acervo próprio

A partir da observação das imagens do tópico perfil do público alvo podese identificar a predominância de tons de cinza em ambientes urbanos. O autor FARINA (2002) comenta em seu livro “A Psicodinâmica das Cores” alguns estudos de cores da qual vale lembrar para o estudo das cores da imagem a seguir que representam o conceito do presente projeto.


70

Imagem 39 – Estudo de cores Fonte: Acervo próprio

A cor cinza foi escolhida por representar neutralidade e flexibilidade além de estar presente em diversos ambientes urbanos como em asfaltos, concreto dos prédios e em alguns trajes executivos. Foram utilizadas as cores vermelho e verde e branco para representar Santa Catarina, porém sem exagerar nas aplicações de tais cores, pois elas são vibrantes e podem afetar no caráter formal da identidade visual. O vermelho representa dinamismo, força, coragem, glória e emoção, e já o verde transmite a sensação de saúde, ideal, equilíbrio e coragem, sendo que ambas os significados das cores contam no conceito da identidade visual em questão.


71

Imagem 40 – Estudo de texturas Fonte: Acervo próprio

Imagem 41 – Negativo, margem de segurança e limite de redução Fonte: Acervo próprio


72

Imagem 42 – Usos incorretos de cor e composição Fonte: Acervo próprio


73

7.2 APLICAÇÕES EM PONTOS DE CONTATO

Na maioria das aplicações foi utilizado um padrão de alinhamento e composição coerentes ao conceito da identidade visual em questão com uma leitura visual na diagonal e no mesmo sentido da seta, sempre permitindo um aspecto visual de subida. Apresenta-se a seguir algumas páginas do manual de identidades.

Imagem 43 – Página 24 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio


74

Imagem 44 – Página 3 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio


75

Imagem 45 – Página 4 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio


76

Imagem 46 – Página 5 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio


77

Imagem 47 – Página 12 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio


78

Imagem 48 – Página 14 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio


79

Imagem 49 – Página 13 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio


80

Imagem 50 – Página 15 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio


81

Imagem 51 – Página 16 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio


82

Imagem 52 – Página 17 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio


83

Imagem 53 – Página 18 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio


84

Imagem 54 – Página 19 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio


85

Imagem 55 – Página 20 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio


86

Imagem 56 – Página 21 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio


87

Imagem 57 – Página 22 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio


88

Imagem 58 – Página 23 do Manual de Identidade Fonte: Acervo próprio


89

Imagem 59 – Modelo de apresentações
 Fonte: Acervo próprio


90

8 CONCLUSÃO

Com este Trabalho aplicou-se conhecimentos teóricos a respeito de Identidade Visual adquiridos durante o período acadêmico no curso de Design da Unisul, articulados a experiências positivas na prática do Design que facilitaram a análise e interpretação das informações adquiridas em pesquisas e em reuniões com o cliente, relacionadas aos ideais, público e segmentação de mercado da Federação Catarinense de Skate. A problemática consistiu em criar um manual de identidade visual a partir do contraste de dois estilos bem distintos, o executivo e o skatista, sendo que foi possível chegar a um resultado satisfatório a partir de orientações que facilitaram a identificação de caminhos e métodos de projeto pertinentes a tal necessidade do projeto em questão. Após a compreensão dos ideais e do conceito de skate como esporte urbano, a fase criativa fluiu a ponto de encontrar elementos em comum de ambos os estilos citados na problemática para a obtenção de uma identidade visual equilibrada e coerente. Foi possível perceber os resultados ao iniciar as aplicações em pontos de contato com testes e ajustes que colaboraram na elaboração das diretrizes das demais aplicações gráficas. Vale retratar que foi importante trazer a cultura do Design para a comunidade de skatistas sendo que por meio do presente trabalho tal público pode observar e entender um pouco o processo de Design dentro do segmento skate. A contribuição do profissional de Design está no investimento e no desenvolvimento da área de seu conhecimento, utilizando instrumentos técnicos com vistas a satisfação do cliente para que seus serviços entrem no mercado de consumo, como também coopera no acesso do público alvo ao identificar a identidade e estimulando mudanças de consciência. Após análise da banca examinadora foram realizados breves ajustes para apresentar o projeto em questão para o cliente e para o público de skatistas com o intuito de obter um feedback de aceitação da marca. Na apresentação do manual de identidade ao cliente, realizada no dia 26 de junho de 2009, estavam presentes: o


91

presidente, o vice-presidente, o diretor esportivo e sete skatistas do continente de Florianópolis. Após a apresentação foi percebida a expressão de expectativas positivas para por em prática as aplicações da identidade sendo que foi comentado pela diretoria presente que a marca possuí boa flexibilidade e objetividade, mas que seria necessário dar mais ênfase para a bandeira de Santa Catarina. Já os skatistas presentes estavam bastante animados e comentaram que a marca passa a idéia de um novo rumo ao skate catarinense, subindo e evoluindo. Por votação da diretoria e dos skatistas presentes ficou definido que a bandeira de Santa Catarina veste a camisa do estado na marca, a marca em cinza transmite seriedade e a textura da lixa representa a cultura do skate. O resultado deste feedback pode ser observado no anexo onze. Fica como diretriz final para este trabalho, adaptar as aplicações conforme a identidade final do anexo onze e reunir-se mais uma vez com o cliente para estipular orçamentos e por em prática o conhecimento obtido no Curso de Design da Unisul no mercado de trabalho a partir do manual de identidade visual da FCSKT.


92

BIBLIOGRAFIA

AGUIAR, Tiago Cambará. O bom, o mau e o feio - O design gráfico da indústria do skate. Dissertação (Mestrado em Design) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador Alberto Cipiniuk, 2008. BAUMAN, Zygmunt.

Blog Skate Culture. Disponível em: <http://www.skateculture.blogspot.com> Acesso em 10 de março de 2009. BRIDGEWATER, Peter. Introdução ao Design Gráfico. Editora Estampa, Lisboa, 1999. BRITO, Roque Gomes Paes de. Skate e Fotografia: a Contribuição das Revistas Especializadas para o Desenvolvimento do Skateboard como Esporte e Cultura. 2007. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda) - Faculdade Metropolitana IESB, Londrina. Orientador: Rogério Ghomes. CASTILHO, Ícaro Bruno de; TEIXEIRA, Julio Monteiro. A cultura do skate e o segmento skatewear, compondo dream brands para o público jovem. 1º Seminário de Branding e Design Gráfico. Universidade do Estado de Santa Catarina, 2008. CHAVES, C.; BRITTO, E. A onda dura: 3 décadas de skate no Brasil. Editora Parada Inglesa, São Paulo, 2000. Ciência do Skate. Disponível em: <http://www.cienciadoskate.com.br> Acesso em 10 de março de 2009. Confederação Brasileira de Skate. Disponível em: <http://www.cbsk.com.br> Acesso em 10 de março de 2009. COSTA E SILVA, Adriana. Branding & Design: Identidade no Varejo. Editora Rio Books, Rio de Janeiro, 2002.


93

DATAFOLHA. Pesquisa encomendada pela Confederação Brasileira de Skate – CBSK, Junho de 2006. Praticante de Skate no Brasil. Disponível em: www.cbsk.com.br. Acesso em: março de 2009. DONDIS. Sintaxe da linguagem visual. 2ª edição, Editora M. Fontes, São Paulo, 1997. FRASCARA, Jorge. Communication design – principles, methods and practice. Nova Iorque, Allworth Press, 2004. FUENTES, Rodolfo. A prática do design gráfico: uma metodologia criativa. Edições Rosari, São Paulo, 2006 GEERTZ, Clifford. A interpretação das Culturas. Zahar Editores, Rio de Janeiro. 1989. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed.. São Paulo: Atlas, 2002. GOMES, João Filho. Design do Objeto Bases Conceituais. São Paulo. Escrituras Editora. 2007. HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 6ª edição, editora DP&A, Rio de Janeiro, 2001.

HEFTING, Paul. Manual de imagen corporativa. Barcelona: G. Gili, 1991.

KELLEY, T.; LITTMAN, J. A arte da inovação. Tradução de Maria Claudia Lopes. São Paulo: Futura, 2001.

LAROUSSE, Koagan. Pequeno Dicionário Enciclopédico. Editora Larousse do Brasil Ltda, Rio de Janeiro, 1980.

MAFFESOLI, Michel. O tempo das tribos – O declínio do individualismo nas sociedades de massa. Rio de Janeiro: Forense-Universitária. 1987.


94

MINAYO, Maria Cecília. Pesquisa Social, Teoria, Método e Criatividade. Petrópolis: Ed. Vozes, 19ª edição, 2001. MONTANA, Jorge. De onde vêm as tendências. Disponível em: http://www.designbrasil.org.br/portal/artigos Publicado em: 01/02/2005. Acesso em: jul, 2005. ORTIZ, Renato. Mundialização e Cultura. Editora Brasiliense, São Paulo, 1994. PIERCE, Charles. Semiótica. 2ª edição, editora Perspectiva, São Paulo, 1990. PREECE, Jennifer; ROGERS, Yvonne; SHARP, Helen. Design de Interação: Além do Homem-Computador. Porto Alegre: Bookman, 2005. RUBIM, Renata. Desenhando a superfície. (Coleção Textos Design), Edições Rosari, São Paulo, 2004. STRUNCK, Gilberto Luiz Teixeira Leite. Como criar identidades visuais para marcas de sucesso: um guia sobre o marketing das marcas e como representar graficamente seus valores. Rio de Janeiro: Rio Books, 2001. SANTAELLA, Lucia. Nöth, Winfried. Imagem, Cognição, Semiótica e Mídia. 3ª Edição, Editora Iluminuras, São Paulo, 2001. SANTAELA, Lúcia. O que é semiótica. 3ª Edição São Paulo: Ed. Brasiliense, 1997. Trabalhos acadêmicos na Unisul: apresentação gráfica para TCC, monografia, dissertação e tese. Universidade do Sul de Santa Catarina. Pró-reitoria Acadêmica. Programa de Bibliotecas. Organização: Cristiane Salvan Machado, Luciana Mara Silva, Sibele Meneghel Bittencourt, Soraya Arruda Waltrick, Tatyane Barbosa Philippi. 2. Editora Unisul, Ed. Ver. E ampl. Tubarão, 2008. VIANA, André. Organizações Esportivas de Skateboarding. Trabalho de monografia realizado como pré-requisito para conclusão do curso de Educação Física. Universidade Iguaçu, 2002. WIKIPEDIA. Semiótica. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Semiotica>. Acesso em agosto de 2009.


95

WHEELER, Alina. Design de identidade da marca. 2ª edição. Editora Bookman, Porto Alegre, 2008. VILLAS-BOAS, André. O que é e o que nunca foi Design Gráfico. 5ª edição. Rio de Janeiro: 2AB, 2003. VILLAS-BOAS, André. Identidade e cultura. 5ª edição. Rio de Janeiro: 2AB, 2002.


96

ANEXO 1 - Briefing

Data: 11 / 03 / 2009

Cliente: Federação Catarinense de Skate

A/C: Adilson Luiz Stadler (presidente) Fone: 32344177 CNPJ: 10.629.516/0001-53 Serviço: Criação de Identidade Visual Manual de aplicações: papelaria, banner, adesivos, camiseta, moleton, boné, crachá, carro, assinatura de e-mail, layout padrão de apresentações digitais

OBJETIVO/ PROBLEMA A SER RESOLVIDO Identidade para apresentação às Associações de Skate do estado, para as entidades governamentais, aos skatistas, para as empresas do ramo do skate e para o público em geral.

PRETENÇÕES DA ENTIDADE Divulgação dos eventos da Federação, contatos com as associações, dispor banco de dados, arrecadação de fundos para a Federação a partir de propagandas e eventos assim como se consolidar com entidade que representa e organiza o skate de Santa Catarina.

PRINCIPAL DIFERENCIAL A SER EXPLORADO Representar organização e formalidade no skate do Estado de Santa Catarina. Comunicação efetiva com as Associações de Skate do Estado de Santa Catarina. Utilizar-se o skate como ferramenta de inclusão social

PÚBLICO-ALVO (QUEM COMPRA/QUEM CONSOME) 1° Associações de Skate 2° Skatistas 3° Empresas de Skate 4º Demais Federações do Brasil 5º Entidades Governamentais 6º público em geral


97
 
 CONCORRÊNCIA DIRETA E INDIRETA -------x-------

SIMILARES E REFERÊNCIAS INDICADOS CBSK – Confederação Brasileira de Skate CISCO – Peças e confecção de skate (nacional) FLYNG – Peças de skate (nacional) PLAN B – peças e confecções de skate (EUA) DC – tênis e confecção de skate (EUA) LAKAI – tênis de skate OUS – tênis de skate FPS – Federação Paranaense de Skate

TIPO E ESTILO DE APRESENTAÇÃO Mistura entre formalidade e linguagem do skate, organização.

OBSERVAÇÕES E RESTRIÇÕES -------x-------


98

ANEXO 2 - Dados do skate disponibilizados no site da CBSK QUANTIDADE DE COMPETIDORES São mais de 300 competidores profissionais em atividade no país e mais de 10 mil competidores das categorias de base (Feminino 2, Feminino 1, Infantil, Mirim, Iniciante, Amador

2,

Amador

1)

e

de

veteranos

(Master,

Grand

Master

e

Legends).

A média de idade entre os competidores das categorias de base é entre 16 e 17 anos e, em termos de competição, as meninas representam 3 % do contingente. PRATICANTES NO BRASIL Segundo pesquisa realizada em Setembro de 2006 pela Datafolha há quase 3.200.000 de domicílios brasileiros que possuem pelo menos um morador que tem um Skate, aproximadamente 6% dos domicílios brasileiros conforme o IBGE. Deste contingente 8% são do sexo feminino. ESTIMATIVA DE CRESCIMENTO Infelizmente não há uma pesquisa realizada a respeito do crescimento econômico nos últimos anos, mas a cada ano o Skate está mais solidificado e penetrando em todas as regiões do Brasil. Para se ter uma boa idéia disto, segundo o Guia de Pistas da revista 100% editado em 2006, existem 1024 pistas de skate distribuídas em todos os 27 Estados brasileiros, um crescimento de mais de 210% em 4 anos. Também há mais de 130 entidades reguladoras (associações, federações e a confederação) neste esporte no país. O Mercado de Skate (fabricação de peças, vestuário e calçados com revenda no atacado e no varejo) fatura algo em torno de 250 milhões de reais por ano. Atualmente algumas empresas deste Mercado estão exportando para outros países como França, Alemanha, Estados Unidos, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Venezuela e Japão. Uma informação importante que o Brasil tem a segunda maior indústria mundial, sendo um dos poucos países que produzem peças, vestuário e calçados para esta modalidade.


99

ANEXO 3 - Modalidades descritas pela CBSK STREET Surgiu entre o final da década de 70 e começo de 80 nos Estados Unidos. Modalidade com a maior quantidade de adeptos no mundo como no Brasil, com cerca de 95% dos praticantes. Consiste em praticar o Skate em obstáculos que podem ser encontrados nas cidades como monumentos, bancos, corrimões, muretas, escadas, rampas na entrada de garagem, palcos, buracos, barrancos e paredes com inclinação entre 30º e 80º. Também é praticado em Skateparks (pistas de Skate) onde existem rampas que simulam a arquitetura urbana de um modo adaptado ao Skate. Existem no nosso país mais de 250 competidores profissionais e quase 10 mil competidores amadores. VERTICAL Praticada em pistas com no mínimo 3,50 m de altura, podendo ser de concreto ou madeira, em half-pipes (meio tubo e com formato parecendo um gigantesco U) ou bowls (bacia), havendo entre o coping (cano de ferro) e a parede em curva (transição) uma parede com

vertical

(ou

90º,

ou

seja

reta)

dando

nome

para

a

modalidade.

Originalmente começou a ser praticada em piscinas nos Estados Unidos (que diferente das brasileiras, possuem paredes com transição) durante um período de secas no Estado da California ocorrido no início dos anos 70. Com o sucesso da experiência, foram construidas as primeiras Skateparks com imitações destas piscinas, que foi chamada de bowl. No final da década de 70 foram fechadas a maioria destas pistas, o que levou os skatistas a construirem em suas casas os half-pipes, transformando no mais conhecido tipo de rampa de Skate. Esta modalidade conta com poucos adeptos pela necessidade do praticante possuir vasta experiência e alto nível técnico, havendo no Brasil cerca de 40 competidores profissionais e 50 competidores amadores. BANKS Uma variação dos bowls, mas não possuindo vertical e com altura geralmente até 2,50 m. É uma das modalidades mais democráticas do Skate, pois é praticada por adeptos de Street, vertical, mini-ramp, longboard e downhill, como também por crianças, jovens

e

adultos.


100
 
 No Brasil foi bastante popular no meio dos anos 80 e recentemente, há três anos, voltou ao auge com a construção de dezenas destas pistas. MINI-RAMP É uma variação dos half-pipes, mas não possuindo vertical e com altura geralmente até 2,50 m. Como o Banks, é uma das modalidades mais democráticas do Skate, pois é praticada por adeptos de Street, vertical, banks, longboard e downhill, também por crianças, jovens e adultos. Há quase duas décadas é o segundo tipo de rampa mais construído no Brasil, perdendo apenas para as de Street. Pela facilidade de construí-la, existem muitas mini-ramps particulares tanto em residências quanto condomínios e clubes. FREESTYLE O Freestyle (estilo livre) é a segunda modalidade mais antiga do Skate com cerca de 40 anos. Consiste em realizar manobras consecutivas e sem colocar o pé no chão, em lugares planos como cerca de no mínimo 300 m”. Até a metade década de 80 era uma das duas mais importantes modalidades no mundo e depois de 10 anos de hibernação, foi retomado seu desenvolvimento. Atualmente no Brasil conta com cerca de 20 competidores profissionais e 60 competidores amadores. É uma das modalidades mais baratas de organizar campeonatos pelo fato de não necessitar da construção de rampas. DOWNHILL-SPEED Praticada em ladeiras de vários comprimentos, consiste em desce-las o mais rápido possível, por isto o nome de Downhill-speed: descer uma colina rapidamente. É a modalidade mais antiga do Skate, pois segundo reza a lenda este esporte surgiu quando os surfistas californianos colocaram eixos e rodas de patins num pedaço de madeira para sentir as emoções do Surf descendo ladeiras. Também é conhecido como Downhill Stand-up (descer colinas de pé) para diferenciar do Street luge, os modernos carrinhos de rolemã. Ultimamente é uma das modalidades que mais cresce no mundo, sendo que existem muitos competidores profissionais brasileiros disputando o Circuito Mundial da IGSA.


101
 
 Também é uma das modalidades mais baratas de organizar campeonatos pelo fato de não necessitar da construção de rampas. DOWNHILL-SLIDE Como o Downhill-speed também é praticado em ladeiras, mas a intenção é descer dando slides (tipos de cavalo de pau) de diversas formas e extendendo as manobras o máximo possível. Teve seu auge no Brasil durante a década de 80 e nos dias de hoje o melhor do mundo é o brasileiro Sérgio "Yuppie" Marcelino. Uma nova geração de downhillzeiros brasileiros estão retomando o crescimento da modalidade junto com experientes veteranos. Como o Freestyle e o Downhill-speed, é uma das modalidades mais baratas de organizar campeonatos pelo fato de não necessitar da construção de rampas. SLALON Modalidade que utiliza um skate diferente, mais estreito e menor. Consiste o skatista passar por vários cones alinhados fazendo zigue-zague, tentando ser o mais rápido e não derrubando os cones. LONGBOARD Modalidade que usa um skate maior que o convencional, com 40 polegadas (cerca de 1,00 m) no mínimo. Com este tipo de skate o praticante faz as modalidades Street, Banks, Miniramp, Downhill-speed, Downhill-slide e até Vertical. Tem ganhado milhares de aficcionados nos últimos anos, principalmente surfistas e skatistas old school (da velha escola). MOUNTAINBOARD Modalidade que usa um skate diferente que o convencional, adaptado para ser utilizado em qualquer tipo de terreno, principalmente para andar na terra e grama como descer barrancos. Os skates tem mais de 40 polegadas, eixos mais largos e rodas grandes em formato de pneu.


102

ANEXO 4 - Manual de diretrizes Wheeler


103

ANEXO 5 - Benefícios das associações filiadas Elaboração realizada junto à diretoria técnica da FCSKT 1. PROJETOS SOCIAIS A FCSKT disponibiliza padrão de projetos, acessoria, possíveis contatos para investidores em escolinhas de skate nas comunidades. 2. CIRCUÍTO CATARINENSE A partir dos regulamentos técnicos e desportivos assim como os recursos fornecidos pelos patrocinadores oficiais do Circuíto, as associações filiadas tem direito de propor sedes para a realização das etapas. A FCSKT disponibiliza projeto para as Associações apresentarem nas prefeituras de sua cidade e conseguir patrocínio para cediar a etapa. Com isso as associações podem disponibilizar estrutura para o evento que será analisado pela direção da federação ou em assembléias gerais junto com as demais associações 3. FEDERAR ATLETAS As associações de skate indicam os atletas de alto rendimento e sem patrocínio para o diretor esportivo que confirma o alto rendimento por meio de campeonatos e vídeos de skate realizados em um determinado períodoem Santa Catarina. Esses atletas têm como benefícios: Desconto em inscrições de eventos da FCSKT e parceiros Concorre a viagens para representar o skate catarinense fora do estado Encaminhar atletas para profissionalização junto à CBSK Concorrer à bolsa atleta 4. OS ATLETAS DAS ASSOCIAÇÕES Têm direito a benefícios como acesso a área vip. 5. REGISTRAR TÉCNICOS, JUÍZES, INSTRUTURES Mantê-los cadastrados até que seja efetivada transferência para outras entidades similar conforme dispor as normas da FCSKT 6. PISTAS DE SKATE Acessoria em projetos de construção, reforma e manutenção de pistas de skate com a realização de diagnóstico e apresentação formal para prefeituras e governo do estado.


104
 
 DEVERES E DIREITOS DAS FILIADAS

Cumprir e fazer cumprir o presente Estatuto, os regimentos, os regulamentos, códigos e as resoluções dos poderes da FEDERAÇÃO satisfazendo os compromissos assumidos. 1. Indenizar a por qualquer prejuízo material causado por si ou por qualquer dos seus dependentes ou convidados; 2. Zelar pelo bom nome da ASSOCIAÇÃO assim como da FEDERAÇÃO, evitando ações ou situações que deponham contra o seu conceito e o de seus associados; 3. Não competir ou atuar contra a FEDERAÇÃO em eventos de quaisquer desportos disputados oficialmente, ou em juízo, sob pena de eliminação do quadro social e perda de qualquer título que lhe haja sido por ela concedido. 4. Reconhecer a FEDERAÇÃO como única dirigente do skate no Estado de Santa Catarina respeitando e cumprindo, suas normas, regulamentos, decisões e regras desportivas; 5. Manter cadastro junto à FEDERAÇÃO com os documentos que lhe dão e mantêm a condição de Filiados atualizados, comunicando expressa e imediatamente suas alterações; 6. Pedir autorização à ASSOCIAÇÃO para participar de eventos esportivos, ou, quando for o caso, promover tal pedido diretamente à FEDERAÇÃO; 7. Atender à convocação pela ASSOCIAÇÃO ou pela FEDERAÇÃO para integrar qualquer representação em competições, desde que respeitado o prazo mínimo de 15 dias para a convocação;


105

ANEXO 6 - Entrevista com captador de recursos da FCSKT Date: domingo, 3 de maio de 2009 13:43:59 Subject: Re: Mercado do Skate no Estado From: Eduardo (comercial@jornaldrop.com.br) To: Felipe Mirando (pc3felipe@hotmail.com) Cc: floripasc21@gmail.com

Nome: Eduardo Henrique Correia Ribeiro Idade: 49 anos Profissão: Consultor Formação: Economista Qual a realidade do mercado do skate em SC? R. O mercado precisa ser mapeado. Não temos informações sobre numero de praticantes e a sua distribuição pelo estado. Não sabemos o quanto este mercado movimenta e qual seu potencial. Cite investidores atuais e futuros? R. Vamos começar a tomar contato com esta realidade agora que estamos iniciando um trabalho de prospecção. Quais principais hábitos de consumo dos skatistas e das associações? R. Não sei, temos que fazer uma pesquisa. Comente sobre prospecção e tendências do mercado voltado ao skate catarinense e brasileiro. Inicialmente estamos estabelecendo uma estratégia de captação de baixo custo onde todos participam. Esta captação vai permitir a criação do nosso próprio veiculo de comunicação alem de alugarmos uma sala para instalarmos a Federação de Skate Catarinense. Qual a postura da federação diante do mercado, como ela deve se apresenta?


106

R. Por estar em contato com todos os agentes econômicos envolvidos no Skate a federação tem a oportunidade de interagir para potencializar as oportunidades de criação de renda , organização do esporte e o aumento no número de praticantes e simpatizantes. Há discriminação ao esporte pelo mercado investidor? R. Não existe discriminação e sim interesse econômico. Temos que tornar o Skate mais amplo para atrair novos patrocinadores.


107

ANEXO 7 - Entrevista com presidente da associação de skate de Chapecó Date: Fri, 10 Apr 2009 00:33:45 -0300 Subject: Re: contato Chapecó com FCSKT From: chapecosk8@gmail.com To: pc3felipe@hotmail.com

1. Comente sobre o skate em sua cidade. por aqui como não temos muito incentivo, estamos passando por um grande problema que foi a nossa pista destruída para ser feito estacionamento e ser construída em outro local que até então o prefeito de nossa cidade nós (conversa) falando que não tem verba, e prometeram já de fazer em outro lugar, mas já faz um ano que estão nos enrolando. É por causa desse e vários outros motivos nós por aqui reerguemos a associação que estava meio parada e estamos forte novamente revendo nossos direitos de sermos um pouco mais respeitado por aqui. 2. Vocês realizam e/ou participam de muitos eventos? Sobre eventos na nossa cidade na verdade são poucos, na maioria das vezes fretamos uma van ou micro e vamos às competições que tem em outras cidades. Até esse final de semana passado foi um pessoal daqui para o circuito da drop no Paraná, mas por ser muito longe de Chapecó chegamos meio que atrasados e aproveitamos muito pouco, mas o interessante que nós éramos os únicos a representar Santa Catarina no evento. Nós estamos pensando em fechar uma van e ir participar de campeonatos estaduais agora. Quando tiver e vai ter eventos por aqui, pois o skate ta ficando forte novamente aqui, pode deixar que eu aviso vocês de qualquer coisa. Em breve quando nós acabarmos de fazer a pista móvel de certeza vamos organizar um campeonato de inauguração! 3. Há pistas de skate? Não temos pista fixa no momento, mas temos obstáculos e estamos desenvolvendo uma pista móvel que está em fase de construção ainda, fizemos tudo por aqui sem contar com apoio de nem uma entidade a não ser só da associação dos skatistas de Chapecó (Chapecó SK8) e de uma loja de skate de Chapecó, a Vertigo Skateshop!


108

4. Tem skate feminino? O skate feminino tem, mas não é o nosso forte, pra falar a verdade só tem uma menina mesmo que se empenha, o resto meio que é só embalo, por não terem incentivos a não ser dos próprios skatistas. 5. Qual o estilo mais praticado? Sobre o estilo que o pessoal mais pratica por aqui e o street de rua mesmo, pois o motivo e não ter pista e um local fixo e adequado pra prática de outra modalidade, mas logicamente tem sempre o pessoal que curte outros estilos, dowhill ou freestyle, long, etc... 6. O graffiti é praticado nas áreas que o pessoal anda de skate? Arte(graffiti) é sempre respeitada por todos skatista, mas pra falar a verdade o graffiti é meio fraco por aqui, não por não gostarem ao contrário todos acham muito massa, o problema é que não tem bons grafiteiros, tem mas não são bom!


109

ANEXO 8 - Entrevista com associação de skate do vale do Itapocu Date: Thu, 28 May 2009 14:05:46 +0000 Subject: RE:_inform ações_das_ filiadas From: askvi.skate@hotmail.com To: fcskt@fcskt.com.br

Nome: Danilo Woznica Profissão: estudante Nome da Associação: Associação de Skate do Vale do Itapocu 1. Como se comunicam com os skatistas da região? ( )vídeos ( )discursos em campeonatos ( )palestras e oficinas ( )troca de idéias em grupo (X)por e-mail

2. Como o skate é visto na sua cidade? (X)brincadeira (X)esporte ( )marginalização ( )cultura urbana

3. Descreva o que espera de uma Federação. Organização e melhor divulgação de eventos


110

4. Cite Músicas e filmes que fazem lembrar a Associação. Rock and roll

5. Quais os ídolos dos skatistas da sua região? Paul Rodrigues, Bastie Salabanzie, esses são os mais citados entre a galera entre outros...

6. Onde acontecem os eventos e as atividades da Associação? Skate park

7. Qual o lugar preferido para andar de skate na sua região? Skate Park


111

ANEXO 9 - E-mail professor da FASERJ André Viana Date: Thu, 12 Mar 2009 10:51:13 -0700 From: skateboarderbr@yahoo.com.br Subject: Res: TCC - Federação Catarinense de Skate To: pc3felipe@hotmail.com Ok. Como não o tenho digitalizado ainda não tenho certeza se existe outro resumo, mas um conceito para federação posso te arranjar: Uma Federação Esportiva é uma entidade de direito privado sem fins lucrativos formada por pessoas juridicas que tem o poder e função de organização, normatização e todas as outras finalidades e objetivos descritos no estatuto aprovado em assembleia. (André Viana, 2009) Vc sabe o que é normatização ou tbm conhecida como regulamentação? Este tipo de entidade tem certa autonomia conforme o artigo 217 da constituição, vale a pena ler este artigo pois trata do DEPORTO no Brasil. Tbm vale a pena ler um estatuto de federação esportiva, por isso estou enviando uma cópia para vc conhecer um modelo. Precisando de mais informações, estou aqui. Paz e boa sorte! André Viana Figueiredo skateboarderbr@yahoo.com.br (21) 8865.5427 / 2768.9479 www.faserj.com.br


112

ANEXO 10 - Entrevista gravada em áudio com diretoria FCSKT A entrevista aconteceu na Lagoa do Peri, Florianópolis, em uma reunião descontraída de confraternização dos diretores da FCSKT. Foram 18 minutos de entrevista gravada em áudio descrita no presente trabalho. Participantes: Adilson (presidente); Ricardo Leonardo (vice-presidente); Marlon Victório (diretor esportivo); Daniel Régis (diretor de eventos); Eduardo (captação de recursos); Felipe Miranda (entrevistador). Entrevistador - Como a FCSKT interpreta e pretende expressar a imagem ou cultura do skate? Adilson – A cultura atual e tradicional do skatista é bonezinho, a camisa e calça lagadona. Ricardo – É o estilo que executa uma manobra. Adilson – A única coisa que se passa é o “self destruction” onde o atleta se quebra, ou seja, a parte ruim do skate, assim como em outras culturas do jovem, é onde o jovem faz o consumo de drogas, que não é o certo. Se alguém quer relacionar o esporte com drogas não dá, não tem como. Cada um faz o que quer, mas a cultura não é da auto-destruição, e sim a cultura do “life-style” relacionada à moda. O skatista

pode

vestir

uma

roupa

de

seu

estereótipo,

mas

não

precisa

necessariamente se auto destruir. Ricardo – A cultura do skate pode-se caracterizar por underground, punk, pode ser do rap, largadão, pode viver a realidade do skatista com estilo sem o perfil “self destruction” que não tem nada a ver com o que a federação pretende trabalhar. A federação vai trabalhar o lado esportivo aliado à parte boa da cultura do skate, é o que vai trazer adeptos, o atrativo do skate. Entrevistador – Qual seria esse lado bom? Ricardo – da cultura? Entrevistador – do skate, isso. Adilson – saúde Ricardo – Seriaaa... a cultura de rua, que é uma cultura trabalhada como por exemplo, você tá pregando a parte do hip hop, nem todo cara que tem a calça largada é locão, o cara curte, é o estilo dele ta ligado? Faz parte do estilo dele, Marlon – é o estilo rua, street Ricardo – As vezes depende do local que o cara nasceu e morou, que determina o estilo do skatista. E isso é lado bom por que vai mostrar para a sociedade que não é


113

porquê o cara tem calça larga, que tem tatuagem e não sei o que, que o cara vai ser um loção. O cara pode ter boa intenção, pode ser de família, mas ele viveu aquela realidade, ele curte aquela realidade Marlon – é uma tribo Ricardo – é como se fosse qualquer outro estilo mas que não determina o que a moral da pessoa, igual ao cara que gosta de pentear o cabelinho e usar gravata e que na verdade pode ser o maior falcatrua ou pode ser uma pessoa boa, então... queremos quebra isso, esse é o lado bom do skate, de mostrar para a sociedade que o estilo da aparência não determina a ética da pessoa. O Skate é democrático, junta todo tipo de... de pessoas, velho, novo... Adilson – Tinha um chavão do surf que era “destrua as ondas e não as praias”, no skate também deveria ter algo assim tipo destrua o shape fazendo uma manobra forte e não se destrua, não destrua a pista, não estrague o que foi construído para você se divertir entendeu?. Ricardo – Não tem como separar a cultura do esporte, porque é o atrativo do esporte. Se tirássemos a parte cultura do skate ficaria apenas como outro qualquer exercício, o cara ta dando um “olie” para exercitar a coxa ta ligado? Mas não, ele tem o lado atrativo, que o lado cultural que arrasta ele, de por exemplo estar ali com os amigos dando um role de skate, você ta praticando um esporte mas ta ali exercendo parte da cultura do skate no relacionamento com os amigos, você roda na cidade à procura de um pico para dar um role, fazer umas fotos, viajando para campeonatos, no final do campeonato tem um churrasquinho.... então tem toda essa parte que envolve o local e hábito de praticar o esporte que caracteriza essa cultura. Mas todos os esportes como o atletismo, por exemplo, que tem seus rituais de concentração, alongamento e etc... que agregam valor cultural ao esporte. Adilson – Em uma federação, o espírito de equipe característico do skate vai prevalecer, pois quando tiver uma delegação catarinense participando de um evento nacional ou internacional como equipe, vai ser divertido participar dessas competições, assim como é divertido andar com os amigos na sua própria região. Os atletas em equipe levarão seus hábitos regionais para fora do estado. Isso existe em outros esportes e no skate nunca teve uma delegação para levar atletas catarinenses para participar de um circuito brasileiro por exemplo. Daniel Régis – Mas agora vai ter!


114

ANEXO 11 – Feedback de aceitação


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.