BIOPARQUE DE FORTALEZA
MATHEUS DE SOUZA RANGEL | GRADUANDO PROF. M.A MARIA CHRISTINA BESSA | ORIENTADORA
FORTALEZA, CEARÁ | 2020
FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ | UNIVERSIDADE DE FORTALEZA | CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS | ARQUITETURA E URBANISMO | TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
BIOPARQUE DE FORTALEZA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza, como requisito parcial para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista. MATHEUS DE SOUZA RANGEL | GRADUANDO PROF. M.A MARIA CHRISTINA BESSA | ORIENTADORA
FORTALEZA | JULHO, 2020
FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ | UNIVERSIDADE DE FORTALEZA | CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS | ARQUITETURA E URBANISMO | TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Ficha catalográfica da obra elaborada pelo autor através do programa de geração automática da Biblioteca Central da Universidade de Fortaleza
Rangel, Matheus. Bioparque de Fortaleza / Matheus Rangel. - 2020 105 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade de Fortaleza. Curso de Arquitetura E Urbanismo, Fortaleza, 2020. Orientação: Maria Bessa. 1. Zoológico. 2. Arquitetura. 3. Bioparque. 4. Paisagismo. I. Bessa, Maria. II. Título.
MATHEUS DE SOUZA RANGEL
BIOPARQUE
DE FORTALEZA Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza (UNIFOR) como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Fortaleza, 08 de julho de 2020.
BANCA EXAMINADORA
Profa. M.a. Maria Christina Dos Martins Coelho Bessa Universidade de Fortaleza
Prof. Dr. Alexandre Gomes de Oliveira Universidade de Fortaleza
Paola Gonçalves Cabral Examinadora convidada
| RESUMO Os zoológicos hoje são equipamentos importantes de educação, de conservação e de lazer. Pensando nisso, foi estudado como a arquitetura e o paisagismo poderiam causar impactos no quesito humanização nesse tipo de equipamento durante a reforma do Zoológico Municipal Sargento Prata. O projeto proporciona o contato com a natureza como uma das diretrizes, além da criação de novos edifícios dinâmicos, que mantêm a mesma linguagem, proporcionando uma interação melhor com o público que visita e melhorando o trabalho dos funcionários. Contudo, o programa abrange novas áreas de exposições, um Museu de educação ambiental que conta também como eram as antigas vertentes dos zoológicos, um setor de pesquisa que também cuida da saúde dos animais do parque, um bloco novo administrativo, além de áreas verdes, entre outros. Palavras-chave: Zoológico; Arquitetura; Bioparque; Paisagismo
| ABSTRACT Nowadays, zoos are important equipment for education, conservation and leisure. With that in mind, it was studied how architecture and landscaping could impact in the humanization of this equipment type, considering the Sargento Prata Municipal Zoo’s refurbishment. Therefore, the project provides nature contact as one of the guidelines, in addition to the creation of new dynamic buildings, which maintain the same language, providing a better interaction with the visitor public and improving the work of employees. Furthermore, the program includes new exhibition areas, an environmental education museum that also tells how old zoos were, a research sector that also takes care of the park animals health, a new administrative block, in addition to green areas, among others. Keywords: Zoo; Architecture; Biopark; Landscaping.
| LISTA DE FIGURAS Figura 01: Quadro apontado pela SBZ. Figura 02: Leão do zoológico de São Francisco, Canindé. Figura 03: Ecopoint, Arara-canindé. Figura 04: Animais sendo vendidos como mercadoria, 1800. Figura 05: Menagerie de Londres, 1820 Figura 06: Menagerie de Paris, 1902. Figura 07: O zoológico de Carl Hagenbeck, Alemanha. Figura 08: Exposição do urso no Woodland Park Zoo. Figura 09: Zoológico do Rio. A elefanta Nely brinca com visitante. Figura 10: Acesso principal do Zoológico Municipal Sargento Prata. Figura 11: Passeio de acesso para os recintos. Figura 12: Placas sinalizando a direção do visitante. Figura 13: Vista do lago do zoológico. Figura 14: Recinto das Araras. Figura 16: Recinto dos catetos. Figura 15: Placas informativas. Figura 17: Local adotado pelos comerciantes. Figura 18: Posto da Guarda Municipal. Figura 19: Área de concentração dos bancos. Figura 20: Cozinha dos animais e dos funcionários. Figura 21: Ambulatório Veterinário. Figura 22: Quarentena. Figura 23: Setor Extra. Figura 24: Conceito dos Recintos - BIG. Figura 25: Zootopia - BIG. Figura 26: Bike safari- BIG. Figura 27: Recinto das girafas (A), dos ursos (B), dos leões (C) e dos pandas (D). Figura 29: Mapa do Bioparque Valência. Figura 28: Conceito arquitetônico - BIG. Figura 30: Paisagismo do recinto dos javalis.
14 14 15 20 20 20 21 21 22 25 25 26 26 26 27 27 27 28 28 28 29 29 29 31 31 32 32 33 33 33
Figura 31: Restaurante com vista para os animais. Figura 32: Vista do recinto dos leões. Figura 33: Planta Baixa Lugar das Aves. Figura 34: Vista externa do projeto. Figura 35: Estrutura de Aço. Figura 36: Detalhamento da Estrutura Metal. Figura 37: Acesso ao Aviário. Figura 38: Localização do terreno. Figura 39: Mapa de acessos do bairro. Figura 40: Bairro Passaré. Figura 41: Mapa de uso do solo. Figura 42: Mapa Diagnóstico de mobilidade do bairro passaré. Figura 43: Fluxograma. Figura 44: Condicionantes climáticos do terreno. Figura 45: Situação do zoológico. Figura 46: Setorização, Figura 47: Evolução da forma. Figura 48: Bilheteria - Perspectiva Figura 49: Administração - Perspectiva 01 Figura 50: Administração - Perspectiva 02 Figura 51: Pesquisa - Perspectiva 01 Figura 54: Pesquisa - Perspectiva 03 Figura 53: Pesquisa - Perspectiva 02 Figura 52: Pesquisa - Perspectiva 04 Figura 55: Museu - Perspectiva 01 Figura 57: Museu - Perspectiva 02 Figura 56: Museu - Perspectiva 03 Figura 58: Aviário - Perspectiva Figura 59: Estrutura (Modelo). Figura 60: Deck - Perspectiva
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Figura 61: Quiosque - Perspectiva Figura 62: Recinto Gueopardo - Perspectiva Figura 63: Recinto Leão - Perspectiva Figura 64: Recinto Elefante - Perspectiva Figura 65: Recinto Girafa - Perspectiva Figura 66: Hortoflorestal
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| LISTA DE TABELAS Tabela 01: Parâmetros construtivos da ZRU 2. Tabela 02: Ambientes da bilheteria Tabela 03: Ambientes do Setor Veterinário/Pesquisa Tabela 04: Ambientes do Setor Administrativo Tabela 05: Ambientes do Museu
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| LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01: Número de zoológicos no Brasil
| LISTA DE SIGLAS SBZ - Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis TAC - Termo de Ajustamento de Conduta
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UFC - Universidade Federal do Ceará AZA - Associação de Zoológicos e Aquários ( Association of Zoos and Aquariums ) URBFOR - Autarquia de Urbanismo e Paisagismo de Fortaleza WAZA - Associação Mundial de Zoológicos e Aquários (World Association of Zoos and Aquariums. - WAZA, sigla em inglês) ALPZA - Associação Latino Americana de Zoológicos IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas BIG - Bjark Ingels Group ZRU 2 - Zona de Requalificação Urbana 2
AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por me proporcionar saúde e discernimento, conseguindo alcançar meus objetivos ao longo da vida. Agradeço à minha família, por ser a minha base essencial, colocando-me sempre de pé quando mais preciso, dandome todo o amor e cuidado que precisei nesse momento da vida. Obrigado à minha orientadora Maria Christina, por ser mais que minha orientadora, por ser uma professora incrível na vida acadêmica e profissional. Obrigado por ser minha orientadora mesmo antes de me conhecer! À Marjorie, que foi a melhor descoberta que a vida me proporcionou, sempre uma dupla incrível em todos os trabalhos e na vida, obrigado por tudo, Mazinha, te amo! À Giovanna, minha cunhadinha maravilhosa, que, mesmo não sendo da área, me ajudou muito na faculdade. tcc, ser
A Gabriel Coutinho, por estar comigo nessa etapa de pela companhia ao longo de muitas cadeiras, além de meu amigão de longas datas, amo você, meu duozinho.
À Rebeca Froés, que foi uma pessoa incrível, e que eu sempre admirei muito e me orgulho de chamar de amiga! Rebs, muito obrigado pela disposição, você é uma das grandes descobertas que eu fiz na faculdade, fique sabendo disso. Aos amigos faculdade que estiveram ao meu lado durante minha jornada da graduação, tornando-a mais leve, com bom-humor, acrescentando pessoas novas em minha vida. Amo vocês, galera! Aos meus amigos, Jardel Guimarães; Jaime Conrado; Otair Paulino; Matheus Ferrari; Nildo Loyola; Vinícius Rolim; Diego Vinícius e Daniel Victor, que são meus companheiros de vida e amigos que a vida me deu. Agradeço, também, ao Estúdio Mormaço, à Cristiana, à Lua, à Marjorie e à Rebeca, pela parceria, pelo acolhimento e pela disposição para me ajudarem. O primeiro e o melhor coletivo do Ceará.
S U M Á R I O
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INTRODUÇÃO p. 14
REFERENCIAL PROJETUAL p. 30
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REFERENCIAL TEÓRICO p. 20
PROJETO p. 38
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ANÁLISE DO ZOOLÓGICO SARGENTO PRATA
p. 26
CONSIDERAÇÕES FINAIS
p. 102
07. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
p. 104
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CAPÍTULO 01 | INTRODUÇÃO Na sociedade contemporânea, passou-se a obser var os jardins zoológicos com outra perspectiva, uma diferente da que se tinha, com animais enjaulados em locais pequenos. Com o tempo, o zoológico passou a exercer uma função socioambiental, bem como desmistif icar essa visão antiga e ruim desse tipo de parque. Historicamente, os zoológicos surgiram com os monarcas e nobres que colecionavam animais selvagens e exóticos para expor seu poder sobre a natureza. No Egito antigo foram, encontradas as primeiras relíquias de lugares assim há cerca de 5.000 anos, onde os grandes faraós mantinham em seus domínios espécies selvagens, nas quais por serem f iguras divinas, recebiam tratamento especial. (BOISSOTENEAULT, 2015). O zoológico que mantinha os animais isolados, classif icados e enclausurados surgiu no f inal do século XVIII, no qual o mais antigo é o de Viena, que ainda mantém suas atividades até os dias atuais. Com o passar dos anos, a evolução da consciência ambiental e de políticas do bem-estar dos animais contribuiu para um considerável crescimento do número de espécies, melhorando os recintos e se benef iciando de pesquisas científ icas, da preser vação e da educação ambiental. (HADDAD, 2019). Para a bióloga Alessandra Bizerra, em entrevista à revista Veja, “Zoológicos são como museus, onde os animais são suas obras primas, que devem ser admiradas, respeitadas e conser vadas”. Nesses espaços, anteriormente, não se tinham tantas preocupações com o bem-estar dos animais, esses basicamente eram deixados em espaços pequenos, sem ambientação e aprisionados em jaulas com barras de ferro, apenas com a função de serem expostos aos visitantes. Atualmente, essa tipologia é vista totalmente de forma repulsiva e regressiva, para a sor te dos animais que são mantidos em cativeiro. (VEJA, 2014). Preocupações com o meio ambiente, com a ecologia e com a sustentabilidade têm ganhado muita relevância e satisfatoriamente, esses debates acabam de cer ta forma,
gerando uma conscientização direta na sociedade, que f ica cada vez mais informada sobre as questões naturais. Então, a par tir desse feito, conversas associadas a temas sobre o efeito estufa e a extinção das espécies têm um grande peso, deixando de ser ignorados como eram de costume. JUSTIFICATICA O Brasil, atualmente, possui 111 zoológicos espalhados pelo seu território, onde a maioria se concentra nas regiões sudeste e na região sul, como apontado pela Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil (SBZ), em 2017. Mas, nem todos eles apresentam instalações e infraestrutura necessárias para manter esses animais, o que fez com que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) acionasse a luz vermelha devido ao grande número de mor talidade em algum desses zoológicos (ALECRIM, 2016). Número de zoológicos no Brasil 60
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Norte
Gráfico 01: Número de zoológicos no Brasil Fonte: Elaborado pelo autor com base em Costa, Mirelle. http://www.uece.br/mpgnt/ dmdocuments/mirellecostaesilva.pdf. Acesso em: ago. 2019.
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Nos últimos 20 anos, das 111 unidades do país, 77 estão inadequadas, das quais 44 delas foram obrigadas pelo IBAMA a fechar suas portas. Sobre isso, remédios vencidos, desnutrição, falta de espaço e de estrutura, poluição sonora e superlotação são as irregularidades encontradas nesses espaços pela instituição (ALECRIM, 2016).
De acordo com a presidente da Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil, Yara de Melo Barros, essas instituições devem exercer o compromisso com o bem-estar animal, e se referenciar em 4 pilares: pesquisa, conservação, educação e lazer. Yara afirma ao jornal O Globo (2014) que os zoológicos são espaços de aprendizado: “Costumo dizer que os zoo são a maior sala de aula do planeta, pois, em todo o mundo recebem 700 milhões de visitantes por ano; isso é 10% da população mundial”. No Ceará, existem 3 zoológicos, sendo 2 em Fortaleza e outro que fica à 120 km da capital, na cidade de Canindé, Sertão Central do estado. O Zoológico de Canindé foi iniciado oficialmente em 1974 devido ao hábito dos romeiros de trazer os primeiros animais que eram deixados no pátio da entrada do convento, em pequenos recintos. Esse foi inaugurado apenas em 1990, sendo a obra que foi executada pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente e a Casa de São Francisco. O local abriga várias espécies da fauna brasileira, como araras, veados, macacos, bem como animais de outros países, como é o caso dos leões, dos ursos pardos e dos avestruzes. Apesar de cumprirem com algumas normas do IBAMA, como a presença de veterinário; de biólogo; de ambulatório; de sala cirúrgica; de sala de necropsia e a de quarentena; entretanto, os recintos dos animais apresentam algumas deficiências, tanto na questão espaço como no enriquecimento ambiental e problemas de licenciamento com o IBAMA (CEARÁ, 2019).
Figura 01: Quadro apontado pela SBZ.
Figura 02: Leão do zoológico de São Francisco, Canindé.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Costa, Mirelle. http://www.uece.br/mpgnt/dmdocuments/ mirellecostaesilva.pdf. Acesso em: ago. 2019.
Fonte: http://turismoemcaninde.blogspot.com/2015/01/zoologico-de-caninde-o-zoologico-de-sao.html. Acesso em: ago. 2019
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Atualmente, na cidade de Fortaleza, existem dois zoológicos, sendo o Ecopoint e o Zoológico Municipal Sargento Prata. O Ecopoint localiza-se no bairro Jóquei Clube, sendo de propriedade privativa, apresentado como um parque ecológico que possui um zoológico pertencente à categoria C, registrado no IBAMA. O parque possui várias outras atividades de lazer no seu espaço como arvorismo, passeios a cavalo, piscina, entre outras opções e também o zoológico. Em 2016, o parque recebeu um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC); o documento apontava deficiências estruturais no Ecopoint após serem realizadas vistorias realizadas pelo Ministério Público, Conselho Regional de Biologia e o Conselho de Medicina Veterinária (BRASIL, 2016). O Zoológico Municipal Sargento Prata iniciou logo depois de uma tentativa de inserção de um parque com animais em 1954, no Parque das Crianças, localizado no centro da cidade de Fortaleza. Esse era propriedade de Onélio José Porto, professor de filosofia da Universidade Federal do Ceará - UFC e veterinário que possuía o costume de colecionar animais silvestres, o que acarretou na criação do lugar. Em 1979, o horto florestal passou a receber o zoológico onde se localiza até os dias atuais na área verde no Parque Ecológico no bairro do Passaré. No ano de 2013, o zoológico foi interditado pelo IBAMA devido a uma série de irregularidades, como a falta de licenciamento; de autorização de manejo de fauna; de responsáveis técnicos, como veterinário e biólogo; de ambulatório adequado; de laboratório, de sala de necropsia e de infraestrutura em alguns recintos. Com sua reabertura em 2016, muitas dessas questões conseguiram ser resolvidas, e o local voltou a ser bastante frequentado, recebendo um número médio de 29 mil visitantes por semana. O zoológico apresenta bastante potencial, como uma possível união entre a parte do horto municipal e do zoológico, expandindo sua estrutura para acomodar e para receber animais que necessitam da melhor maneira possível, e também proporcionar ao visitante uma experiência de respeito e de conhecimento da fauna e da flora, que vêm a ser o objetivo desse tipo de equipamento. (CEARÁ, 2017). Diante da nova visão como apresentado pela ex-diretora da SBZ Yara Barros e que será explicado no decorrer deste trabalho, percebeu-se a necessidade de assumir o zoológico Sargento Prata como um objeto de estudo e adequá-lo à nova realidade social de um zoológico. Figura 03: Ecopoint, Arara-canindé. Fonte: Acervo pessoal. 2019.
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OBJETIVOS Objetivo geral Elaborar um projeto que busque preencher as áreas ociosas, desenvolvendo um centro de pesquisa, um museu e tratar com a ajuda do paisagismo os espaços livres. Buscar entender e compreender através da pesquisa, como um zoológico impacta na questão da educação ambiental que hoje é um tema que está sendo muito abordado. Aplicado esses novos valores no zoológico local municipal, trazendo mais bem-estar aos animais e acolhendo os que precisarem de um local para viverem. Objetivos específicos - Projetar um espaço dedicado a informação sobre a preservação dos animais. - Criar espaço de interação entre o homem e a natureza, aproveitando todo o potencial do lugar e da sua vegetação. - Promover pesquisas com a finalidade de ajudar, as espécies que estão em risco de extinção com projetos dentro e fora do zoológico. METODOLOGIA Para fundamentar a abordagem teórica, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, buscando o histórico, os conceitos e a legislação necessária para embasar as decisões projetuais. Foram buscados dados sobre a cidade de Fortaleza para a necessidade de um equipamento urbano. Estudos de casos e projetos de referências foram buscados e analisados para a compreensão do programa de necessidades, os melhores fluxos e acessos.
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CAPÍTULO 02 | REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo, será feita uma análise do contexto histórico dos jardins zoológicos, de como esses passaram a ser locais repugnantes até se tornarem espaços que empenham um importante papel na conservação. Além de abordar, também, um breve histórico do Zoológico Municipal Sargento Prata, mostrando todas as fases que o equipamento passou até os dias atuais.
de contemplação da vida selvagem para anexos de caça. Culturalmente, o povo mongol apreciava a caçada com falcões, cães e, às vezes, com alguns felinos, caçando, frequentemente, animais da própria coleção. (ALENCAR, 2016). Na civilização romana, eles foram os pioneiros a conseguirem transportar animais de diferentes regiões, de acordo com as suas conquistas nos territórios do norte da Europa, da Ásia e da África. Essas coleções de animais eram chamadas de Vivarium, que tinham como objetivo os espetáculos que ocorriam no Coliseu, onde proporcionavam entretenimento à população romana, com grandes batalhas que eram travadas entre os animais e os gladiadores. O governante asteca Montezuma, que viveu no século XVI, tinha uma numerosa coleção de animais, a qual era chamada de Totocalli (“casa de animais” em nahuatl). A estrutura era tão grande que eram necessários 300 tratores para cuidar dos animais e cerca de 500 perus para alimentar os espécimes. Algum desses bichos eram usados como sacrifício ritualísticos para os Deuses, e também eram mantidos homens e mulheres deformados, anões, corcundas, aleijados e albinos na coleção. (GREIF,2017). No período renascentista, com o advento das grandes navegações e o poder da nobreza europeia, os zoológicos ganharam um novo estímulo. Como a Europa colonizou a Ásia e a África e, depois, a América, juntamente com os escravos e as mercadorias, muitos animais exóticos eram trazidos nessas expedições. Os bichos que sobreviviam durante a viagem morriam logo quando chegavam à Europa, muitas vezes pela má alimentação, por doenças adquiridas, por instalações inadequadas e pelo clima. Como não se tinha muito conhecimento dos hábitos desses animais, explica-se, assim, o desastre na manutenção para quem adquiria um espécime desses.
2.1 A ORIGEM DOS ZOOLÓGICOS O primeiro zoológico com exposição de animais surgiu na civilização egípcia que data 3000 a.c, na cidade de Nekhen, e era um lugar de propriedade privada, onde só a elite e faraó tinham acesso e podiam apreciar os animais. Como naquela época não se tinha a preocupação com o bem-estar animal, algumas espécies diferentes, como predadores e presas eram colocadas no mesmos recintos, para proporcionar uma caçada aos visitantes do faraó; e, por vezes. os animais eram preparados apenas para o líder egípcio caça-los. (GREIF,2017). Ter esses animais em sua coleção simbolizava poder e ostentação aos subordinados e aos estrangeiros. O primeiro zoológico que era aberto à visitação pública foi criado pela rainha egípcia Hatshepsut, em 1500 AC, onde mantinham animais oriundos de toda a África. Na Ásia, o imperador chinês Wen Wang criou, há quase 3000 anos, um zoológico, o qual era chamado de Lingyou (Jardim do Encorajamento da Inteligência); o lugar possuía 1500 acres de dimensão e abrigava animais de toda a Ásia. O propósito desse lugar era que a população tivesse mais informação sobre os animais que habitam sua região, diferentemente dos antigos zoológicos egípcios, que serviam para demonstrar poder. No século XIII, na China, o neto de Genghis Khan, Kublai khan, mudou a forma de expor essas coleções, as quais passaram de locais
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Figura 04: Animais sendo vendidos como mercadoria, 1800.
Figura 05: Menagerie de Londres, 1820
Fonte: https://fr.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9nagerie_ambulante#/media/Fichier:Menagerie.tierbude.1800.jpg. Acesso em: set. 2019.
Fonte: https://www.theguardian.com/books/2016/jan/13/menagerie-the-history-of-exotic-animals-in-englandcaroline-grigson-review . Acesso em: set. 2019.
Como os animais eram mercadoria sem um valor específico, o preço era determinado com alguns critérios, como beleza, raridade e a dificuldade do transporte. Apesar de algumas mortes dos animais ocorrerem na viagem, o lucro obtido com animais vivos era o suficiente para manter o negócio em vigor. D. Manuel I , rei de Portugal, estabeleceu monopólios comerciais como, no comércio de macacos e de aves que vinham da África e da América para a Europa. O mesmo também tinha propriedade de uma grande coleção de animais, como macacos, araras e papagaios do Brasil, babuínos, leopardos, elefantes e um rinoceronte. (GREIF,2017). O rei francês Luíz XIV, também conhecido como “o grande”, possuía em sua propriedade, no Palácio de Versailles, uma menagerie, esses animais permaneceram nesse espaço durante os anos de 1655 a 1789. Ao longo da Revolução Francesa, uma parte da população rebelde invadiu o Palácio e soltou uma boa parte dos herbívoros, com o intuito de abatê-los e, por fim, saciar a fome. Com término da revolução, em 1793, os animais sobreviventes do Palácio foram transferidos para o Jardin des Plantes e, finalmente, aberto à visitação pública. Com o tempo, os zoológicos foram se espalhando nos países europeus durante o século XVI. O mais antigo que se tem registro e funciona até os tempos atuais fica na 1
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Figura 06: Menagerie de Paris, 1902. Fonte: https://www.wikiwand.com/pt/Jardim_Zool%C3%B3gico_de_Paris . Acesso em: set. 2019.
Palavra francesa para designar uma coleção de animais exóticos particular.
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Áustria, na cidade de Viena. Iniciado em 1752 pela família imperial austríaca Hapsburg e, finalmente, sendo aberto ao público em 1779. A própria família patrocinava as expedições para capturar animais de todos os continentes, com o objetivo de diversificar a coleção. (GREIF,2017). Um zoológico de 16 hectares foi construído em 1826 pela Zoological Society of London, onde atualmente funciona o London Zoo. Na época, o parque tinha interesse em identificar novos animais para serem comercializados entre os humanos; foi também conhecido por usar o primeiro termo de Zoo. Durante o período moderno, no século XX, felizmente passou-se a ter outra perspectiva para esses animais que viviam nesses equipamentos, graças ao comerciante Carl Hagenbeck (1844-1913), que apresentou uma ideia revolucionária que mudaria a maneira dos animais serem exibidos. Durante sua juventude em Hamburgo, Alemanha na década de 60, era conhecido por vender animais exóticos para todos os zoológicos do mundo. Em 1907, ele deu início ao seu zoológico particular, onde foi inserida a proposta de separar o público dos animais por meio de fossos. ( PHILLIPS,2015). Segundo o arquiteto Michael Graetz, “Carl tinha começado a exibir animais como as pessoas realmente esperavam vê-los em estado selvagem”. Ele contratava escultores para esculpir rochas artificiais em concreto, e também foi o responsável por tentar simular as paisagens naturais de origem daqueles animais que estavam sendo exibidos.
Com o término da Segunda Guerra Mundial em 1950, a captura de animais na natureza para adicioná-los às coleções ficou cada vez mais escassa, por conta disso, a atenção ficou voltada para aqueles que já estavam em cativeiro. Durante os anos de 1954 a 1974, na cidade de Zurich, Suíça, o diretor do zoológico da cidade, Dr Heini Hediger, apresentou mudanças no design desses equipamentos, ele sugeria que os zoológicos se ajustassem, dando seguimento aos aspectos físicos e psicológicos da natureza dos animais dentro desses espaços. Com o passar dos anos, debates sobre a qualidade de vida dos animais que vivem em cativeiro foram disseminados durante a década de 1970; foi em meio a esses questionamentos que decidiram criar a Associação de Zoológicos e Aquários ( Association of Zoos and Aquariums - AZA). Com isso, houve uma maior comunicação entre essas instituições, contribuindo, assim, para que ocorra pesquisas conjuntas e até mesmo troca de animais. Em 1978, o arquiteto David Hancocks apresentou uma ideia inovadora no Woodland Park Zoo, em Seattle. Ideia essa que consistia em uma exposição de imersão aplicada aos gorilas dos zoológicos, onde os animais eram inseridos em um recinto totalmente ambientado, fazendo com que os visitantes se sentissem dentro do habitat do animal. Hancocks queria que os recintos simulassem o habitat real para que os animais
Figura 07: O zoológico de Carl Hagenbeck, Alemanha.
Figura 08: Exposição do urso no Woodland Park Zoo.
Fonte:https://www.abc.net.au/radionational/programs/rearvision/the-ethical-history-of-zoos/6869776. Acesso em: set 2019.
Fonte: https://www.abc.net.au/radionational/programs/rearvision/the-ethical-history-of-zoos/6869776 . Acesso em: set. 2019.
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pudessem ter comportamentos naturais, outro ponto também são as barreiras, que ficam de forma mais oculta possível para que permaneça essa sensação de espaço natural que o zoológico tenta transmitir. Desde então, a maioria dos zoológicos busca aderir a esse modelo como o padrão, e os resultados dessa abordagem apresentam ser bem eficientes tanto para os animais quanto para os visitantes. (PESTER,2018).
a capital se concentrava mais na região sudeste, lá passou a ser o território com maior concentração desses equipamentos. Porém, as primeiras instituições sofreram problemas para continuar com esses projetos culturais devido a fatores externos, como a falta de capital causada por crises políticas. Em 1977, foi criada a Sociedade de Zoológicos Brasileiros, provocando um grande aumento no número de zoológicos no país. Há registros que dizem que o primeiro zoológico moderno do Brasil foi o do Rio de Janeiro, financiado por João Batista Drummond com a autorização do Império, iniciando suas obras em 1884. O governador da época exigia como premissa o maior número de variedade de animais, e, logo depois de 4 anos, em 1888, o zoológico foi inaugurado com uma grande quantidade de animais, muitos vinham de circos ou eram capturados na natureza, sendo bem elogiado tanto dentro do país quanto fora. (HADDAD,2019).
2.2 A ORIGEM DOS ZOOLÓGICOS NO BRASIL O Brasil sempre se destacou por seus recursos naturais, contribuindo muito para o desenvolvimento econômico do país, principalmente no século XIX, comercializava-se de tudo, desde matérias primas a animais exóticos nativos para os variados destinos do continente europeu. Historicamente, o país sempre teve um processo de crescimento tardio, principalmente na sua urbanização, porém, as cidades da região sudeste tentavam acompanhar o ritmo de crescimento das outras grandes metrópoles mundiais, sendo assim, alguns dogmas começaram a ser discutidos na capital do país, na época, o Rio de Janeiro. No século XX, o Brasil, sob o governo de Rodrigo Alves, sofreu grandes mudanças urbanas em todo seu território. A fim de criar essa imagem de modernização, o Rio de Janeiro passa a investir mais em equipamentos culturais, dentre esses, surgem os zoológicos no país, e como
2.3 A ORIGEM DO ZOOLÓGICO SARGENTO PRATA No ano de 1953, o prefeito de Fortaleza, Paulo Cabral de Araújo, aprovara a lei que permite a criação do Zoológico de Fortaleza e do jardim botânico. Em 1954, no dia 9 maio, no Parque das Crianças, antigamente denominado de Parque da Liberdade, foi o local que se deu origem ao Zoológico de Fortaleza. O lugar era gerenciado pelo então professor de geografia da Universidade Federal do Ceará e, também, veterinário Onelio José Porto, o qual tinha a prática de colecionar animais silvestres. Após 20 anos, por falta de suporte das autoridades, o mesmo retirou os animais do Parque da Liberdade como forma de protesto. (COSTA, 2017). Foi somente em 1979 que o zoológico foi transferido para o Horto Florestal da cidade, que é uma grande área verde situada no Parque Ecológico do bairro Passaré. A administração do lugar passou a ser de responsabilidade da Autarquia de Urbanismo e Paisagismo de Fortaleza (URBFOR), que tem como finalidade executar as políticas públicas relacionadas à conservação e à manutenção do ambiente natural do Município. Hodiernamente, o parque abriga poucas espécies de animais, apesar do lugar oferecer muito espaço para futuras expansões. O local dispõe apenas de infraestrutura básica, fazendo com o que os visitantes aproveitem mais as áreas verdes e acabem esquecendo um pouco do real uso do lugar. Como a entrada é franca o zoológico acaba não arrecadando recursos financeiros, gerando uma baixa captação de renda que poderia ser usada para melhorias. 2.4 A IMPORTÂNCIA DOS ZOOLÓGICOS NOS DIAS ATUAIS Como já abordado no presente trabalho, antigamente, os zoológicos tinham a preocupação de atender apenas às necessidades dos visitantes; no entanto, atualmente, esse tipo de equipamento passa a se empenhar na qualidade de vida dos animais, e, também, auxilia no papel da conservação, da educação ambiental e no financiamento das pesquisas.
Figura 09: Zoológico do Rio. A elefanta Nely brinca com visitante. Fonte: https://diariodorio.com/historia-do-jardim-zoologico-de-vila-isabel-o-primeiro-do-brasil/. Acesso em: set. 2019.
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Em relação à educação ambiental, segundo a SBZ, a maioria desses equipamentos oferece esse serviço para as escolas com o intuído de conectar as crianças com a natureza. A meta que se pretende alcançar é de que a população se torne mais consciente sobre as suas ações e como essas impactam nos seres que compartilham o planeta conosco. Com a grande área territorial que o nosso país possui apresentando dificuldades em manter sua biodiversidade, principalmente pela intensa urbanização, acaba acarretando na perda de habitat dessas espécies, ocasionando no aumento do risco de extinção da fauna (SEVERIANO,2014). Sabendo disso, reforça-se a ideia da importância dos zoológicos como centros de preservação, por meio de reprodução desses animais ameaçados e, por fim, reintegrando-os à natureza para aumentar suas populações. O biólogo e ex presidente da SZB, Claudio Maas, afirma que os zoológicos que investem em pesquisa científica trabalham em conjunto com as universidades, gerando trabalhos de graduação e até teses de mestrado e de doutorado, sempre voltado para a questão do bem-estar animal, das técnicas de manejo, de nutrição e da percepção do público dentro do equipamento. No contexto global, os zoológicos modelos estão levando a educação ambiental, a pesquisa científica e a conservação a outro patamar, como é o caso do Zoológico de San Diego, que possui 4 mil animais de 650 espécies, esse tem como missão salvar espécies ameaçadas, investindo em programas de reintrodução dos animais na natureza e compartilhando seus conhecimentos com outros zoológicos e parques de vida selvagem. O zoológico ainda aponta que, através dos projetos desenvolvidos, conseguiu que fossem devolvidas para a vida selvagem o total de 44 espécies, entre estas, 180 rinocerontes, que nasceram no parque. O zoológico também conduz pesquisas com pandas gigantes há 22 anos. Os projetos realizados no parque estão localizados no mundo todo como, eles informam, desde as savanas às florestas tropicais da Amazônia, até as florestas da Indonésia às tundras do Ártico. Outra abordagem que eles utilizam é a ciência como forma de salvar as espécies. O Instituto de Pesquisa em Conservação do Zoológico de San Diego é a maior instalação de pesquisa multidisciplinar baseada em zoológicos do mundo. Atualmente, estão trabalhando em projetos para salvar o rinoceronte branco, usando o banco de dados de congelamento de DNA, onde eles armazenam o total de 1000 espécies diferentes. Anualmente, a Associação Mundial de Zoológicos e Aquários (World Association of Zoos and Aquariums. - WAZA, sigla em inglês) reserva uma quantia de 350 milhões de dólares a projetos de conservação em todo o mundo. Segundo a Waza, essa renda é proveniente dos visitantes, e, por ano, cerca de 700 milhões de pessoas vão aos 1300 zoológicos do mundo todo. Segundo a bióloga Alessandra Bizerra, “as jaulas estão ultrapassadas, os melhores zoológicos, a separação entre os bichos e os visitantes é feita de forma que mostre aos espectadores que também somos parte da natureza. A proximidade com os
animais gera um fascínio, atinge a emoção, e isso faz com as pessoas se sensibilizem e se sintam responsáveis pela conservação do meio ambiente”. O conceito comum dessas organizações é de ser um tipo de “embaixada” da natureza nas cidades, mostrando a importância da preservação da biodiversidade para os jovens e adultos. Além disso, é um bom lugar para se ter contato com espécies ameaçadas, bem como conhecer o impacto disso em nossa vivência. Marco Ciampi, presidente da Arca Brasil — Associação de Proteção e Bem-estar Animal, aponta que “a reintrodução é uma das atitudes mais justificadas dos zoológicos. Entretanto, o ser humano é quem está agindo para extinguir esses seres, é por nossa culpa que eles estão em cativeiro com sua integridade ameaçada”. No nosso país são poucos os zoológicos que seguem esses modelos de centros de pesquisas, de conservação, de lazer e de cultura para proteger a natureza. O último levantamento do total de parques, realizado pela SBZ em 2013, mostra que dos 110 zoológicos desses, 31 são particulares, 69 municipais, 4 estaduais e 2 sob administração do exército, que recebem cerca de 40 milhões de visitantes anualmente. A ex-presidente da SBZ, Yara Barros, afirma que são poucos os zoológicos por conta da situação financeira que oferecem esses fatores debatidos, e ainda expõe que “ Os zoológicos ruins que apenas expõem os animais e que os mantém em péssimas condições deveriam ser fechados” (VEJA,2014). Mundialmente, essas instituições elaboram programas que certificam de acordo com os critérios e os padrões a esses equipamentos que desejam se tornar membros da Waza. Aqui no Brasil, a SZB pretende criar um plano de associação como esse em dois anos; a Associação Latino Americana de Zoológicos - Alpza também almeja possuir um programa de certificação. Hoje, há apenas dois parques no Brasil associados a Waza, sendo eles a Fundação Zoológico de São Paulo e o Parque das Aves, em Foz do Iguaçu, Paraná. O ex presidente da Waza, Gerald Dick, diz que “essas duas instituições são muito engajadas em conservação e em trabalho internacional de preservação. A SBZ está crescendo e sabemos que faltam padrões a serem seguidos pelos zoológicos brasileiros. O zoo e a administração pública devem trabalhar em conjunto para melhorar isso”. (VEJA,2014) Atualmente, um dos mais tradicionais projetos de conservação brasileiro que conserva a anta é financiado por recursos de zoológicos internacionais, o IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas, o qual estuda e planeja estratégias para preservá-los. Segundo Patrícia Medici, coordenadora do instituto, cerca de 90% do investimento vem dessas instituições.
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CAPÍTULO 03 | ANÁLISE DO ZOOLÓGICO SARGENTO PRATA
Após ter sido fechado e ter ficado 2 anos em reforma, o Zoológico Municipal Sargento Prata ainda necessita de melhorias, segundo foi percebido em visita técnica, onde foi possível observar alguns problemas relacionados a questões de infra-estrutura do lugar. Apesar da área possuir um grande potencial, essa é mal aproveitada com grandes espaços sem uso definido ou sem equipamento, como bancos e lixeiras. Ademais, o lugar não apresenta estacionamento para os visitantes, dessa forma, quem vem de carro geralmente estaciona na rua em frente ao equipamento, causando um pouco de congestionamento na via principal, a avenida Prudente Brasil. A entrada do lugar é bem ampla, apresentando, inclusive, um embarque e desembarque para
ônibus de excursões. O controle do acesso ao parque é feito por catracas, que são monitoradas por um segurança, o ingresso é gratuito, então basta apenas passar pelas catracas. Adentrando no Zoológico o visitante é notificado com placas sobre os procedimentos diante da visitação com os animais; a pessoa é direcionada por um caminho rodeado e sombreado por árvores até onde os animais ficam expostos. Algumas pessoas aproveitam os espaços para fazer piquenique, ler um livro e caminhar. Durante o percurso, é possível se orientar pela sinalização do lugar com placas, que informam os visitantes sobre as direções do zoológico e do horto florestal (FIGURA 12). Infelizmente, a acessibilidade dos passeios é inexistente, principalmente por falta de rampas em
Figura 10: Acesso principal do Zoológico Municipal Sargento Prata.
Figura 11: Passeio de acesso para os recintos.
Fonte: Acervo pessoal. 2019.
Fonte: Acervo pessoal. 2019.
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alguns lugares, dificultando o acesso para quem usa cadeira de rodas.
Figura 13: Vista do lago do zoológico. Fonte: Acervo pessoal. 2019. Figura 12: Placas sinalizando a direção do visitante. Fonte: Acervo pessoal. 2019.
Chegando próximo aos recintos, os visitantes se deparam com um marco visual de um lago que poderia ser mais bem aproveitado, talvez até oferecendo atividades de lazer que possam se utilizar desse recurso. O primeiro recinto que o visitante se depara é o das Araras, que foi construído do zero na reforma, o recinto apresenta um enriquecimento ambiental bem elaborado, porém, não oferece às aves um espaço no qual elas possam voar de maneira adequada, bem como a proteção do sol e o ponto de fuga, que é feito com folhas de palmeiras secas. Apesar de não ter um guia para informar e educar os visitantes da importância de cada animal, que é um fator que o IBAMA exige que se tenha em um zoológico, eles disponibilizam, para compensar, as placas com informações de cada espécie que está sendo exibida diante aquele ambiente. Todos os recintos do parque são feitos com essas grades aramadas, o que ainda remete um pouco a ideia de jaulas; alguns estão em um estado bem desgastado, com ferrugem, e, nos recintos dos catetos, eles fizeram um preenchimento com placas antigas da prefeitura, causando uma sensação de
Figura 14: Recinto das Araras. Fonte: Acervo pessoal. 2019.
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abandono. Tendo em vista essas condições, as grades poderiam ser pintadas com cores escuras para facilitar a visualização dos animais e, também, diminuir o reflexo do sol para as fotografias.
Se os visitantes estiverem precisando comer alguma coisa, não existem muitas opções para fazer lanches; alguns ambulantes adotaram um lugar que possui uma coberta metálica antiga como local para vender seus produtos (FIGURA 17). Além dos ambulantes próximos a essa área, foram locados brinquedos para tentar atrair a atenção das crianças, como pula-pulas e piscinas de bolinhas. É possível encontrar um posto da guarda municipal, que é a encarregada por fazer a segurança do local, que ocasionou o aumento no número de visitantes ao local. A tipologia construtiva das edificações no zoológico é basicamente a mesma, com blocos em tijolo cerâmico pintado de branco e meia parede revestida em cerâmica amarela, uma arquitetura simples, possivelmente por conta da verba disponibilizada. O mobiliário se resume em bancos de concreto pré-moldado que estão mal distribuídos, sendo locados apenas nas áreas próximas ao posto da Guarda municipal e com a vista direcionada para o local dos ambulantes. Outro mobiliário que se encontra pouco e não foi bem planejado são as lixeiras, e levando em conta o tamanho do parque, o número de lixeiras chega a ser escasso. O setor no qual são preparados os alimentos dos animais está localizado no mesmo bloco que a cozinha dos funcionários, onde é separado apenas por
Figura 15: Placas informativas. Fonte: Acervo pessoal. 2019.
Figura 16: Recinto dos catetos.
Figura 17: Local adotado pelos comerciantes.
Fonte: Acervo pessoal. 2019.
Fonte: Acervo pessoal. 2019.
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uma parede. Seria interessante que o zoológico fizesse essa separação de uma forma mais organizada. Eles poderiam, também, deixar esse departamento mais escondido da visão do público, pois quem vai fazer visitas deve se atentar a outros pontos e não a essas áreas de serviço. O setor de ambulatório veterinário (FIGURA 21) possui um acesso bem visível ao percurso de visitantes, no entanto, esse poderia ser mais restrito, inclusive por questões de segurança. O setor também não aparenta disponibilizar de muitos recursos para a saúde dos animais, além de ser bem pequeno, esse transmite uma sensação de ser velho e mal cuidado. O edifício mantém a mesma tipologia dos outros, dispondo de alvenaria, de pintura branca, de telha cerâmica e de esquadrias esverdeadas de madeira com grades. A quarentena — local onde se faz a reclusão dos animais sadios pelo período máximo até eles se recuperarem e serem reinseridos nos recintos —, no zoológico de Fortaleza, mostrou-se ser um ambiente bem deficiente (FIGURA 22); esse é bem pequeno, e o lugar no qual os animais ficam é protegido do sol e das visitas apenas por uma palha de palmeira seca, além de ficar à mostra aos visitantes, que, se quisessem, poderiam muito bem entrar no local, pois é
Figura 18: Posto da Guarda Municipal. Fonte: Acervo pessoal. 2019.
Figura 19: Área de concentração dos bancos.
Figura 20: Cozinha dos animais e dos funcionários.
Fonte: Acervo pessoal. 2019.
Fonte: Acervo pessoal. 2019.
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protegido apenas por uma cerca baixa. Chegando ao fim do percurso e da visita, é possível se deparar com um setor extra (FIGURA 23), onde eles colocaram algumas aves em 10 poleiros, podendo observar desde araras a tucanos no local; esse setor chega a lembrar um galinheiro, não sendo agradável para quem passa. Além disso, eles despejaram os materiais construtivos das manutenções dos recintos ao lado desse local, gerando montes de entulhos.
Figura 22: Quarentena. Fonte: Acervo pessoal. 2019.
Figura 21: Ambulatório Veterinário.
Figura 23: Setor Extra.
Fonte: Acervo pessoal. 2019.
Fonte: Acervo pessoal. 2019.
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CAPÍTULO 04 | REFERENCIAL PROJETUAL
Neste capítulo, serão realizadas análises de três projetos arquitetônicos, com base no que foi estudado de melhor para o bemestar animal e para o conforto dos visitantes. Nos projetos que foram escolhidos, encontram-se tentativas com soluções arquitetônicas para a solução desse problema, assim como no projeto que será proposto.
O projeto é quase todo aberto, sendo cobertas apenas as áreas de exposições que separam os visitantes dos animais pelo vidro. O parque também oferece uma trilha de 4 quilômetros, que conecta as diferentes zonas que representam os continentes africano, americano e asiático. Além disso, o zoológico contribuirá para a preservação da biodiversidade, com programas de pesquisa e de conservação.
4.1 ZOOTOPIA - BIG O Zootopia está sendo projetado pelo escritório dinamarquês Bjark Ingels Group - BIG, no e foi idealizado no ano de 2014. A premissa do projeto é de oferecer ambientes mais livres para as necessidades dos animais, bem como para suas relações uns com os outros e com os visitantes. Outrossim, esse busca ocultar e integrar os edifícios na paisagem, e, ao entrarem, os visitantes poderão se direcionar para uma grande praça central ou subir no “edifício paisagem”, onde todo o parque poderá ser visto. Partindo da praça central, os visitantes podem se direcionar para as diferentes áreas dos zoológicos. (ARCHDAILY,2014)
Figura 24: Conceito dos Recintos - BIG.
Figura 25: Zootopia - BIG.
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/624691/big-divulga-projeto-de-uma-zootopia-na-dina marca/53d80afdc07a80452b0001ee. Acesso em: nov. 2019.
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/624691/big-divulga-projeto-de-uma-zootopia-na-dina marca/53d80afdc07a80452b0001ee.
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Outro aspecto interessante que os arquitetos tiraram proveito foi o da interação indireta dos humanos com os animais por meio de uma mistura de cápsula metálica futurista com uma bicicleta, permitindo aos visitantes entrada nos recintos de alguns animais com esses veículos. Além disso, é possível, também, fazer percursos nos lagos artificiais na região da África por meio de botes e de teleféricos que estão dispostos na parte da América. (A)
(B)
Figura 26: Bike safari- BIG. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/624691/big-divulga-projeto-de-uma-zootopia-na-dinamarca/53d80afdc0 7a80452b0001ee. Acesso em: nov. 2019.
Os pontos de observação foram pensados com a ideia de manter o mínimo impacto visual possível, mudando e se adaptando de acordo com cada animal e cada bioma que eles habitam. Essas modificações deixam a visita mais divertida e dinâmica, pois fazem os visitantes se sentirem inseridos naquele meio junto aos animais. Na arquitetura, eles não quiseram seguir a lógica vernacular e optaram por integrar e ocultar o edifício o máximo possível na paisagem, construindo ambientes sob medida para os animais e, assim, gerando mais qualidade de vida para eles.
(C)
Figura 27: Recinto das girafas (A), dos ursos (B), dos leões (C) e dos pandas (D). Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/624691/big-divulga-projeto-de-uma-zootopia-na-dinamarca/53d80afdc0 7a80452b0001ee. Acesso em: nov. 2019.
(D)
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Figura 28: Conceito arquitetônico - BIG. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/624691/big-divulga-projeto-de-uma-zootopia-na-dina marca/53d80afdc07a80452b0001ee. Acesso em: nov. 2019.
4.2 BIOPARQUE DE VALÊNCIA O Bioparque de Valência, localizado na Espanha, é um projeto inovador do escritório Rain Florest Disenõ, inaugurado em 2008, que proporciona aos visitantes a possibilidade de entrar nos habitats dos bichos e de observar de perto os seus comportamentos sociais. O parque foi projetado sob a premissa de ser um zoológico imersivo, com técnicas de ocultar, ao máximo, as barreiras visuais, proporcionando uma experiência única. O zoológico busca recriar os habitats dos animais da forma mais natural possível, com isso, os animais demonstram comportamentos que teriam na vida selvagem, priorizando, assim, o bem-estar animal.
Figura 30: Paisagismo do recinto dos javalis. Fonte: https://www.engelvoelkers.com/en-es/valencia/blog/bioparc-valencia-valencia-zoo/. Acesso em: nov. 2019.
Figura 29: Mapa do Bioparque Valência.
Figura 31: Restaurante com vista para os animais.
Fonte: https://www.lovevalencia.com/mapa-del-bioparc.html. Acesso em: nov. 2019.
Fonte: https://www.lovevalencia.com/en/how-to-get-to-bioparc.html.Acesso em: nov. 2019. .
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Nos recintos, é perceptível o cuidado que eles tiveram com o paisagismo, trabalhando bem com a moldura da paisagem, utilizando-se de rochas e de recursos hídricos para transmitir, ainda mais, essa sensação do natural e de que os animais não estão presos. (Bioparc,2008) Ademais, há um restaurante que mantém a vista para o recinto que imita a savana africana, onde os visitantes podem desfrutar do seu almoço sem retirar os olhos dos animais, proporcionando uma experiência diferente para quem visita o parque. (Bioparc,2008) Outros fatores interessantes nesse projeto são os aproveitamentos dos níveis topográficos; os arquitetos fizeram um jogo com topografia que, dependendo de onde se observa os animais, tem-se uma ilusão de óptica, e bem como a sensação de que presa e predador estão no mesmo recinto, vivendo em harmonia. (Bioparc,2008)
Figura 33: Planta Baixa Lugar das Aves. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-73175/lugar-das-aves-bioparque-temaiken-hamptonrivoiraarquitectos/5 05b0ed428ba0d27150000ea_lugar-de-las-aves-bioparque-temaik-n-hampton-rivoira-arquitectos_001/. Acesso em: nov. 2019.
O programa tem como premissa a imersão e o contato dos visitantes com as aves, setorizados por regiões continentais, substituindo o conjunto que existia de gaiolas menores dispersas como encontramos no zoológico de Fortaleza. Um dos obstáculos encontrados pelos arquitetos durante o projeto foi de encontrar e projetar uma tecnologia adequada para uma necessidade tão específica de como conter, de uma forma “ invisível”, centenas de pássaros, e de como fazer tudo isso no percurso de quase 1 hectare. A maneira encontrada para solucionar esse problema foi a utilização de um sistema de arcos portantes, que suavizou sua presença visual; esse se resume na tensão de transferência de cargas a partir de elementos industrializados leves, com formas geométricas simples e complexas ao mesmo tempo. Cada espécie de ave, na qual pode se encontrar mais de 250, ocupa sua própria porção de espaço, desde as zonas próximas à água ou ao solo, podendo voar alto ou baixo, dispondo de uma área de 4500 metros lineares. O aviário com a estrutura possui maior envergadura, configurando-se com uma sequência de arcos duplos em sua parte central, com 12 metros de alturas e 30 metros de vão. ( Archdaily, 2012)
Figura 32: Vista do recinto dos leões. Fonte: http://youvalencia.com/index.html/2015/12/23/oferta-animal-entradas-bioparc/bioparc-valencia-unaexperiencia-salvaje-jirafas-y-leones/. Acesso em: nov. 2019.
4.3 LUGAR DAS AVES O Lugar das Aves está localizado dentro do Bioparque de Temaikén, em Buenos Aires, Argentina; onde o escritório Hampton Rivoira Arquitectos venceu o concurso de anteprojeto com seus croquis preliminares, que tinham como intuito o desenvolvimento de um espaço temático para as aves de diferentes espécies.
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Figura 34: Vista externa do projeto.
Figura 36: Detalhamento da Estrutura Metal.
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-73175/lugar-das-aves-bioparque-temaiken-hamptonrivoiraarquitectos/5 05b0ed428ba0d27150000ea_lugar-de-las-aves-bioparque-temaik-n-hampton-rivoira-arquitectos_001/ . Acesso em: nov. 2019.
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-73175/lugar-das-aves-bioparque-temaiken-hamptonrivoiraarquitectos/5 05b0ed428ba0d27150000ea_lugar-de-las-aves-bioparque-temaik-n-hampton-rivoira-arquitectos_001/ . Acesso em: nov. 2019.
Figura 35: Estrutura de Aรงo.
Figura 37: Acesso ao Aviรกrio.
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-73175/lugar-das-aves-bioparque-temaiken-hamptonrivoiraarquitectos/5 05b0ed428ba0d27150000ea_lugar-de-las-aves-bioparque-temaik-n-hampton-rivoira-arquitectos_001/ . Acesso em: nov. 2019.
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-73175/lugar-das-aves-bioparque-temaiken-hamptonrivoiraarquitectos/5 05b0ed428ba0d27150000ea_lugar-de-las-aves-bioparque-temaik-n-hampton-rivoira-arquitectos_001/ . Acesso em: nov. 2019.
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Toda essa estrutura é envolvida por uma malha de aço inoxidável de 25mm² de trama; essa área se estende toda por um plano inclinado que se estende até o lago central. O acesso do aviário se dá através de uma pérgola de madeira, no qual a porta é protegida com telas, evitando que os pássaros fujam e também gerando um aspecto mais natural para essa estrutura grandiosa.
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CAPÍTULO 05 | O PROJETO 5.1 A ESCOLHA DO TERRENO Para a escolha do terreno, foram observados 2 fatores, a procura de um local com bastante área verde e que fosse de fácil acesso. Levando em conta também os problemas apresentados pelo zoológico de Fortaleza e, também, os potenciais no lugar, como visuais e uma densa área verde, percebeu-se, assim, que o Zoológico Municipal Sargento Prata seria o local ideal para essa intervenção.
Figura 38: Localização do terreno. Fonte: Elaborado pelo autor. 2019.
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5.2 ANÁLISE DO TERRENO E DO ENTORNO O terreno escolhido foi o mesmo onde se localiza o atual zoológico de Fortaleza, situado no bairro Passaré, região sul da cidade. Próximo à Arena Castelão, um grande ponto de referência para orientar quem deseja chegar ao local. O terreno é cercado pelas avenidas: Avenida prudente Brasil, onde se localiza o seu acesso principal; a Avenida Silas Munguba; a Avenida da Saudade e a Avenida Paroáras.
Figura 39: Mapa de acessos do bairro. Fonte: Elaborado pelo autor. 2019.
Como observado no mapa seguinte, o terreno possui uma densa área verde, que foi um dos principais fatores para a sua escolha; além disso, outro fator foi a sua dimensão, a qual foi um dos pontos que mais favoreceu o aproveitamento do terreno, seguindo a linha de seu programa de necessidades. O terreno possui uma área de aproximadamente 293.520,200 m², uma grande parcela do lugar; alguns equipamentos importantes são localizados próximos ao terreno, como a Arena Castelão, o Banco do Nordeste, o cemitério Parque da Paz e o hospital Sarah.
Figura 40: Bairro Passaré. Fonte: Mapa adaptado pelo autor a partir de Google Earth. 2019.
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O bairro apresenta, em sua predominância, uma área residencial e comercial, bem como alguns equipamentos institucionais; observou-se também observou um grande número de vazios urbanos. O terreno se localiza em duas vias coletoras e uma arterial, tornando o fluxo de carros mais ameno. As linhas de ônibus atendem bem o entorno do terreno, dispondo de 14 paradas nas vias que dão acesso à área do terreno, mostrando-se, assim, eficaz para quem deseja ir ao parque de transporte público.
Figura 41: Mapa de uso do solo. Fonte: Mapa adaptado pelo autor a partir de QGIS. 2019.
5.3 CONDICIONANTES LEGAIS De acordo com o Plano Diretor Participativo de Fortaleza, o terreno escolhido fica na Zona de Requalificação Urbana 2 (ZRU 2) e tem como dados os seguintes parâmetros: Tabela 01: Parâmetros construtivos da ZRU 2.
Índice De Aproveitamento Básico Índice De Aproveitamento Máximo
1,5 1,5
Figura 42: Mapa Diagnóstico de mobilidade do bairro passaré. Fonte: Mapa adaptado pelo autor a partir de Google Earth. 2019.
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Índice De Aproveitamento Mínimo 0,10 Taxa De Permeabilidade 30% Taxa De Ocupação 60% Taxa De Ocupação Do Subsolo 60% Altura Máxima Da Edificação 48m Área Mínima De Lote 125m² Testada Mínima De Lote 5m Profundidade Mínima De Lote 25m Fonte: Produção Autoral com dados do PDP/2009 de Fortaleza.
5.4 FLUXOGRAMA
ÁFRICA ACESSO DE SERVIÇO ÁSIA
MUSEU
AMÉRICA
AVIÁRIO
ESTACIONAMENTO
ESTACIONAMENTO
ZOO ANTIGO
PESQUISA/VET
PRAÇA
HORTOFLORESTAL
BILHETERIA
ADMINISTRAÇÃO
Figura 43: Fluxograma. Fonte: Elaborado pelo autor.
ACESSO PRINCIPAL
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Como observado no fluxograma, é possível identificar como funcionaria a relação entre os blocos em todo o complexo, desde a bilheteria, que seria onde os visitantes acessariam o parque, até os setores de serviços, que estariam localizados mais na região leste do terreno, no qual as pessoas poderão visitar uma ala do centro de pesquisas que estará voltada para o público.
íngreme, vai decaindo em direção à lagoa do Passaré, onde é encontrada no próprio local no qual se deseja fazer a intervenção. A ventilação, como comumente é estudada em Fortaleza, é mais predominante nas regiões Sudeste e Leste. No mapa do terreno, é possível identificar as edificações do atual Zoológico de Fortaleza, podendo-se ter mais noção de sua proporção, bem como de seu mal aproveitamento. (FIGURA 45)
5.5 DIRETRIZES O acesso principal do terreno tem sua orientação virada para o oeste, no qual são incididos os raios solares mais indesejados, e, também, onde será necessário o uso de técnicas que protegem as fachadas concebidas nesta região.
Figura 44: Condicionantes climáticos do terreno. Fonte: Mapa adaptado pelo autor. 2019.
Como o terreno é muito vasto, pode-se perceber muitas curvas de nível, porém, essas são amenizadas com a área do terreno. Outrossim, a sua topografia fica menos
Figura 45: Situação do zoológico. Fonte: Mapa adaptado pelo autor. 2019.
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5.6 PROGRAMA DE NECESSIDADES Para a elaboração do programa de necessidades do Bioparque de Fortaleza, foram considerados os esquemas dos projetos de referências estudados, nos quais se observou a tipologia dos ambientes e as similaridades com o que seria proposto; também foi analisada a legislação que o IBAMA impõe para esse tipo de equipamento, atendendo, assim, suas necessidades.
Tabela 04: Ambientes do Setor Administrativo
Ambientes Raio x Laudo Cirurgia 1 Cirurgia 2 Material esterilizados Escovação Indução anestésica Farmácia Sala de utilidades Descanso Dml Wc/ Vestiário Sala veterinário Sala biólogo Laudo 2 Arquivo Observação Maternidade Laboratório Sala de Aula Biotério Cozinha animais Despensa de Alimentos Higienização Nutrição Descanso Funcionarios Banheiro Funcionários Banheiro Acessível Copa
Tabela 02: Ambientes da bilheteria
Ambientes Bilheteria Banheiro Loja Banheiro acessível
Área 12,45 m² 13,20 m² 17,56 m² 6,88 m²
Fonte: Elaborada pelo Autor. Tabela 03: Ambientes do Setor Veterinário/Pesquisa
Ambientes Manutenção DML Banheiro Monitoramento Descanso Copa Enfermaria Recepção Legislativo Sala Reunião Financeiro Compras Arquivo Banheiro Acessível Diretoria Refeitório Cozinha
Área 16,27 m² 9,35 m² 16,35 m² 10,17 m² 23,28 m² 35,96 m² 10,96 m² 20,40 m² 17,02 m² 20,35 m² 14,40 m² 14,40 m² 10,18 m² 8,16 m² 16,34 m² 60,45 m² 10,17 m²
Fonte: Elaborada pelo Autor.
Fonte: Elaborada pelo Autor.
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Área 44,60 m² 9,82 m² 36,85 m² 41,84 m² 4,63 m² 14,05 m² 22,31 m² 7,94 m² 9,15 m² 9,50 m² 4,17 m² 18,22 m² 24,87 m² 24,87 m² 25,55 m² 19,11 m² 99,05 m² 33,14 m² 27,37 m² 26,10 m² 23,81 m² 18,22 m² 25,32 m² 18,05 m² 12,88 m² 15,23 m² 17,32 m² 7,32 m² 32,14 m²
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Tabela 05: Ambientes do Museu
Ambientes Restaurante Cozinha Biblioteca Acervo Permanente Acervo Temporário Curadoria Banheiro acessível Banheiro publico Exposição temporária Exposição permanente Auditório Camarim
Área 88,84 m² 21,20 m² 109,34 m² 11,09 m² 15,16 m² 14,72 m² 6,76 m² 26,94 m² 84,95 m² 84,95 m² 201,93 m² 4,12 m²
Figura 46: Setorização, Fonte: Elaborado pelo autor.
5.7 PARTIDO Considera-se que os próprios animais apresentam fatores incríveis, os quais exercem, muitas vezes, a função de arquitetos, projetando seus abrigos, o que foi o caso do museu, onde levou em conta a casa do joão de barro como premissa para desenvolver esse setor. Outros blocos que levaram em consideração os projetos dos animais foram os do centro de pesquisa/veterinário e o do bloco administrativo, considerando os ninhos das aves, onde esses foram evoluindo até chegar na forma atual onde blocos envolvem um pátio verde. A coberta do setor de pesquisa é semelhante a asas e, também, cria um caminho sombreado em volta do bloco, causando a sensação de uma grande toca. No paisagismo, as formas orgânicas são levadas em consideração, que, como na natureza, nada é reto, transmitindo, assim, uma sensação mais natural.
Figura 47: Evolução da forma. Fonte: Elaborado pelo autor.
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5.8 PROJETO IMPLANTAÇÃO A entrada do equipamento está situada na Avenida Prudente Brasil, onde os pedestres se deparam com a bilheteria; e o estacionamento para os visitantes também se localiza na mesma avenida, no qual comportam 201 vagas sombreadas por árvores de porte médio, facilitando o acesso dos portadores de deficiência com uma entrada próxima às vagas especiais. Como a intervenção consiste em uma reforma, o parque sofreu uma grande transformação, porém, ainda foram mantidos alguns recintos do zoológico antigo. Além disso, foi expandido em mais 3 setores na parte de exposição de animais, adicionando animais icônicos desses continentes que estão em risco de extinção, sendo eles na África, os leões; os elefantes; as girafas; as zebras e os guepardos; na Ásia, os tigres; as pandas; os leopardos; os pandas vermelhos e os orangotangos; e, por fim, na América, os lobos, os veados, os bisões, as lontras e os pumas. Respeitando o gabarito do lugar, os blocos projetados foram todos térreo, não destoando das edificações do entorno. No paisagismo, foram propostas espécies de porte médio e grande, tentando sombrear os caminhos principais, melhorando, assim, o caminhar do visitante e deixando mais confortável. Foram pensados em 4 tipos de pisos, sendo eles o piso drenante bege, piso intertravado cinza, piso intertravado terracota e para o horto municipal piso intertravado vermelho.
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A entrada do equipamento está situada na Avenida Prudente Brasil, onde os pedestres se deparam com a bilheteria; e o estacionamento para os visitantes também se localiza na mesma avenida, no qual comportam 201 vagas sombreadas por árvores de porte médio, facilitando o acesso dos portadores de deficiência com uma entrada próxima às vagas especiais. Como a intervenção consiste em uma reforma, o parque sofreu uma grande transformação, porém, ainda foram mantidos alguns recintos do zoológico antigo. Além disso, foi expandido em mais 3 setores na parte de exposição de animais, adicionando animais icônicos desses continentes que estão em risco de extinção, sendo eles na África, os leões; os elefantes; as girafas; as zebras e os guepardos; na Ásia, os tigres; as pandas; os leopardos; os pandas vermelhos e os orangotangos; e, por fim, na América, os lobos, os veados, os bisões, as lontras e os pumas.
IMPLANTAÇÃO 47
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BILHETERIA PLANTAS CORTES ELEVAÇÕES PERSPECTIVAS 49
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Reformada praticamente do zero, esse bloco se manteve no mesmo lugar da entrada atual, porĂŠm, acompanhando agora a linguagem dos novos blocos. Ela ĂŠ a primeira parada para quem deseja entrar no parque, e, nela, podemos encontrar banheiros, armĂĄrios, caixas para compra dos ingressos e uma loja.
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Figura 48: Bilheteria - Perspectiva Fonte: Elaborado pelo autor.
ADMINISTRAÇÃO PLANTAS CORTES ELEVAÇÕES PERSPECTIVAS
Esse bloco fica posicionado próximo ao setor de pesquisa/ vet, e a linguagem desse edifício se assemelha muito com o bloco anterior, mudando apenas a coberta que imita a da bilheteria, com o uso de sheds para auxiliar na ventilação das salas que lá se localizam.
Figura 49: Administração - Perspectiva 01 Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 50: Administração - Perspectiva 02 Fonte: Elaborado pelo autor.
PESQUISA PLANTAS CORTES ELEVAÇÕES PERSPECTIVAS
Como um dos pilares do zoológico é a questão da conservação, a pesquisa se torna um grande aliado pensando nisso; portanto, esse bloco foi criado com a intenção de que haja tal engajamento com pesquisas, tanto dentro quanto fora do parque; por isso, foram colocados laboratórios e salas para que essa prática seja desenvolvida. Outra parte que esse bloco agrega é o setor veterinário, onde comporta um centro cirúrgico, uma sala de raio-x, de observação e de maternidade. A cobertura desse bloco foi inspirada em uma asa de pássaro, e a forma garante uma proteção das salas em relação à insolação, garantindo o conforto dos visitantes que exploram esse bloco e dos funcionários que lá trabalham.
Figura 51: Pesquisa - Perspectiva 01
Figura 53: Pesquisa - Perspectiva 02
Fonte: Elaborado pelo autor.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 54: Pesquisa - Perspectiva 03
Figura 52: Pesquisa - Perspectiva 04
Fonte: Elaborado pelo autor.
Fonte: Elaborado pelo autor.
MUSEU PLANTAS CORTES ELEVAÇÕES PERSPECTIVAS
Essa edificação inspirada na casa do joão de barro são 5 domos com alturas diferentes que se interligam com aberturas internas.Nesse bloco, encontramos salas de exposições, auditório, biblioteca e um pequeno restaurante que tem como apoio na parte externa um deck com mesas próximo à lagoa.
Figura 55: Museu - Perspectiva 01 Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 57: Museu - Perspectiva 02 Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 56: Museu - Perspectiva 03 Fonte: Elaborado pelo autor.
AVIÁRIO PLANTA CORTE
Pensando no conforto dos pássaros, e, também na interação maior entre o visitante com os animais, esse setor oferece essa incrível experiência, sustentado por pilares de aço que fazem um jogo de alturas, que é envolvido por uma grande rede, abrigando, assim, várias espécies de aves.
Figura 58: Aviรกrio - Perspectiva Fonte: Elaborado pelo autor.
ESTRUTURA
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O projeto apresenta 4 blocos, onde sua estruturas são praticamente independentes, pensando nisso, esses foram analisados individualmente, atendendo a demanda de cada um. Como todos os blocos possuem apenas térreo, os pilares são metálicos de perfil i, onde o vão varia de 5 a 6 metros com 15 x 20 cm. A laje maciça de 10 cm está presente em todos os blocos. No Museu, como são 5 domos em forma semiesférica, não foi necessário o uso de pilares, pois ele se autossustenta pela sua forma.
Figura 59: Estrutura (Modelo). Fonte: Elaborado pelo autor.
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OUTRAS PERSPECTIVAS
Figura 60: Deck - Perspectiva Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 61: Quiosque - Perspectiva Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 62: Recinto Gueopardo - Perspectiva Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 63: Recinto LeĂŁo - Perspectiva Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 64: Recinto Elefante - Perspectiva Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 65: Recinto Girafa - Perspectiva Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 66: Hortoflorestal Fonte: Elaborado pelo autor.
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CAPÍTULO 06 | CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização de um Bioparque como trabalho de conclusão de curso foi fruto de uma aspiração pessoal. Por ser um tema pouco abordado nos trabalhos de natureza acadêmica, foi necessário um aprofundamento teórico sobre essa tipologia espacial, levando em consideração tanto a sua evolução histórica, como os novos valores e paradigmas que preconizam equipamentos mais similares à natureza. Os projetos de referências, assim como os estudos de casos, foram essenciais para o estabelecimento das diretrizes projetuais. Isso porque, de forma geral, os equipamentos analisados apontaram as diversas funções que os zoológicos podem assumir (educativa, informativa, recreativa) e que foram defendidas pelo programa de necessidades do projeto desenvolvido. Vale salientar que este trabalho pode ser compreendido como uma síntese dos aprendizados adquiridos ao longo da graduação, trazendo como elementos principais a preocupação com o paisagismo, com o conforto e com a relação terreno/cidade. Buscou-se atender a um programa de necessidades complexo, que contempla diversas atividades, a partir de uma setorização bem definida e de uma análise prévia dos fluxos mais adequados. Por fim, fica o desejo de que essa temática seja cada vez mais discutida e abordada por trabalhos de diversas naturezas, tendo em vista a importância da causa animal, bem como da ambiental, para a preservação da fauna e da flora locais.
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CAPÍTULO 07 | REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SILVA,Mirelle.Quem não é visto, não é lembrado: a valorização do zoológico municipal sargento prata como atrativo turístico e espaço de lazer em fortaleza a partir da análise textual dos jornais o povo e diário do nordeste e do discurso do público visitante. 2017. Dissertação (Mestrado em Gestão de Negócios Turísticos) – Faculdade de Turismo, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2017. Disponível em:http:// www.uece.br/mpgnt/dmdocuments/mirellecostaesilva.pdf. Acesso em: 20 ago. 2019.
de-fortaleza-reabre-zoologico-sargento-prata-neste-domingo AINDA existe um futuro para os zoológicos?. VEJA, São Paulo, 6 mai 2016. Disponível em:https://www.fortaleza.ce.gov.br/noticias/prefeiturade-fortaleza-reabre-zoologico-sargento-prata-neste-domingo QUINTAL,Becky. BIG divulga projeto de uma “zootopoia” na Dinamarca. ARCHDAILY, São Paulo, 30 jul 2014. Disponível em:https://www. archdaily.com.br/br/624691/big-divulga-projeto-de-uma-zootopiana-dinamarca
HADDAD,Isabella.ZOO XXI: Aprender para evoluir. 2019. Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Mackenzie, São Paulo, 2019. Disponível em:https://issuu.com/isa_haddad/docs/monografia_zoo-_isabella_ haddad-_fi. Acesso em: 20 ago. 2019.
BARATTO, Romullo. Lugar das Aves - Bioparque Temaikén/Hampton Rivoira Arquitectos. ARCHDAILY, São Paulo, 30 set 2012. Disponível em:https://www.archdaily.com.br/br/01-73175/lugar-das-avesbioparque-temaiken-hampton-mais-rivoira-mais-arquitectos
ALECRIM, Michel.O abandono dos zoológicos. IstoÉ, São Paulo, 2016, n.2176, 21 jan. 2016. Disponível em: https://istoe.com.br/148005_ O+ABANDONO+DOS+ZOOLOGICOS/
PHILLIPS, Keri. The ethical evolutions of zoos. ABC, 22 out 2015. Disponível em:https://www.abc.net.au/radionational/programs/ rearvision/the-ethical-history-of-zoos/6869776
CONFIRA a lista de alguns dos principais zoológicos do Brasil. Rede Globo, Porto Alegre, 15 março 2014. Globo Ecologia. Disponível em:http://redeglobo.globo.com/globoecologia/noticia/2014/03/ confira-lista-com-alguns-dos-principais-zoologicos-do-brasil.html.
BREUER, Rayner. Carl Hagenbeck: The inventor of the modern animal park. DW, 11 jun 2019. Disponível em: https://www.dw.com/en/carlhagenbeck-the-inventor-of-the-modern-animal-park/a-49106027 GREIF, Sérgio. Um pouco de história sobre animais em zoológico. PROJETO GAP, São Paulo, 04 ago 2017. Disponível em: https://www. projetogap.org.br/noticia/um-pouco-de-historia-sobre-animais-emzoologicos/
IBAMA interdita zoológico de fortaleza por falta de manutenção. G1, Fortaleza, 08 nov 2013. Ceará Fortaleza. Disponível em:http://g1.globo. com/ceara/noticia/2013/11/ibama-interdita-zoologico-de-fortalezapor-falta-de-manutencao.html#.
KISHI, Katia. Importância dos zoológicos para a pesquisa e conservação. OXIGENIO, São Paulo, 12 abr 2016. Disponível em: http://oxigenio. comciencia.br/importancia-dos-zoologicos-para-a-pesquisa-epreservacao-parte-ii/
PERDIGÃO, Alberto. Falta de licenciamento embarga visitas ao zoológico de Canindé. SEMACE, Fortaleza, 5 jul. 2019. Disponível em: https://www. semace.ce.gov.br/2019/07/05/zoologico-de-caninde-esta-embargadopara-vistas/ PREFEITURA de Fortaleza reabre Zoológico Sargento Prata neste domingo. Prefeitura de Fortaleza, Fortaleza, 03 jun 2016. Ceará Fortaleza. Disponível em:https://www.fortaleza.ce.gov.br/noticias/prefeitura-
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