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futuro
COMUNIDADE
Percepção atual e expectativas para o futuro
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A maioria dos moradores tem uma percepção positiva de como está a comunidade atualmente em comparação ao passado e como estará no futuro. 55,1% acreditam que a comunidade está melhor hoje do que estava há dois anos, 29,2% afirmam que está igual, 9,5% que piorou e 6,2% não quiseram ou souberam responder.
Quanto às perspectivas para o futuro, 64,6% acreditam que a comunidade estará melhor daqui a 2 anos, 19,7% acreditam que a mesma permanecerá igual, 10,8% que estará pior e 4,9% não responderam.
Gráfico 51 – A comunidade está melhor se comparada a 2 anos atrás?
9,5% pior 6,2% NS/NR
29,2% igual 55,1% melhor
Gráfico 52 – A comunidade estará melhor daqui a 2 anos?
10,8% pior
4,9% NS/NR
19,7% igual 64,6% melhor
CONCLUSÃO
O presente relatório apresentou os dados recolhidos durante o evento “ECO1809 – Escutando Comunidades” realizado na comunidade Jardim Independência em Setembro de 2018. Durante o evento foram entrevistadas 305 famílias, representando um total de 1082 pessoas. A margem de erro da pesquisa foi de 2,4% para cima ou para baixo.
Com base nos dados, foi possível entender melhor o perfil socioeconômico da comunidade, seus principais problemas e sonhos. Esses dados foram fundamentais para o trabalho do TETO no Jardim Independência, possibilitando a discussão em conjunto com os moradores de estratégias para tentar solucionar os problemas identificados. Ter um retrato geral dos moradores também permite à comunidade se enxergar como um todo, aumentando seu senso de identidade.
Os dados aqui apresentados, principalmente quando comparados com os números referentes ao estado do Paraná ou ao Brasil como um todo, permitem visualizar que muitas famílias do Jardim Independência se encontram em uma situação de grande vulnerabilidade social e econômica.
Entre os dados coletados, é relevante citar que o índice de analfabetismo na comunidade é de 8,8%, atingindo principalmente a população acima de 18 anos. Há também uma grande quantidade de pessoas com 18 anos ou mais que não terminaram o ensino fundamental (61,0%) e um número baixo de moradores com o ensino médio completo (18,5%). Esses dados apontam para a necessidade de ações de redução do déficit educacional entre os moradores do Jardim
Independência.
A taxa de desemprego, de 13,8%, é muito superior à média estadual (8,0%) e, apesar da menor diferença, também está acima da média na
cional (11,2%). Entre os moradores com 18 anos ou mais, 69,8% não tem nenhuma fonte de renda ou ela é inferior ao salário mínimo. A renda per capita na comunidade é de R$257,61, bem inferior à média do Brasil (R$ 968,47), se comparados no mesmo período (3º trimestre de 2018).
Em relação à saúde, foi possível notar que a declaração por parte dos moradores de doenças como hipertensão, depressão, câncer e asma foi bem inferior à média paranaense. Isso pode indicar que há, possivelmente, diversos casos não diagnosticados dessas e de outras doenças.
Quanto às moradias, mais da metade das casas (57,7%) da comunidade é feita com retalhos de madeira reaproveitados, o que reduz suas condições de habitabilidade. Quanto ao fornecimento de serviços básicos, 87,2% das moradias tem o
fornecimento de água através de ligações irregulares (gatos), número que sobe para 97,4% no caso da energia elétrica. Sobre o esgoto, apenas 7,5% estão ligadas a rede pública, enquanto 60,3% despejam os dejetos no canal extravasor do rio Iguaçu.
Os cinco principais problemas relacionados à infraestrutura apontados pelos moradores foram a sujeira e o lixo (41,0%), a falta de saneamento e esgotamento (40,7%), a falta ou precariedade da pavimentação das ruas (32,5%), na iluminação pública (31,8%) e no abastecimento de água (20,7%).
Não diretamente ligados à infraestrutura, outros cinco grandes problemas relatados foram o atendimento ruim ou demorado nos centros de saúde (60,0%), o tráfico de drogas (26,6%), a violência ou falta de segurança (23,6%), a distância dos serviços públicos (19,3%) e a falta de transporte público (17,0%).
Quanto aos principais sonhos dos moradores para a comunidade, estão a regularização fundiária, a pavimentação das ruas, a melhoria e regularização no fornecimento de água e luz e a criação de áreas de lazer.
Nenhum desses dados, que refletem as dificuldades e problemas relatados pelos moradores, devem ser olhados em sob uma ótica pessimista. Diagnosticar, analisar e identificar claramente esses problemas é o primeiro passo para que se possa desenvolver estratégias e implementar ações para mitigá-los ou até mesmo resolvê-los. Os dados aqui apresentados são importantes para auxiliar a organização e tomada de decisões por parte da comunidade e no trabalho do TETO, do poder público e das demais instituições relacionadas ou interessadas. Deste modo, podemos gradativamente nos aproximar da visão que temos do futuro, formado por uma sociedade mais justa, igualitária, integrada e sem pobreza, em que todas as pessoas possam exercer plenamente seus direitos e deveres, além de tenr oportunidades para desenvolver suas capacidades.