TFG ARQUITETURA - RESPIROS URBANOS

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Respiros Urbanos

edíficio mitigador dos sintomas das patologias emocionais contemporâneas


“Arquitetura é uma mediação entre o mundo e nossas mentes.” - Juhani Pallasma


CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES DE SÃO PAULO GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

Respiros Urbanos edíficio mitigador dos sintomas das patologias emocionais contemporâneas

Vol. 1 | Caderno de Pesquisa Thainá Christine Guerrero Trabalho Final de Graduação para obtenção do Grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Orientador: Profº Me. Arquiteto Wagner Amodeo

2020


Agradecimentos Primeiramente devo agradecer meus pais Daniela e Roberto por sempre me incentivarem na busca do conhecimento e proporcionado todo suporte necessário para tal. Ao meu orientador Wagner Amodeo toda gratidão por ter sido tão solícito desde o primeiro contato e me direcionar com todo seu conhecimento de psicanalista e arquiteto no desenvolvimento deste trabalho tão relevante mas pouco abordado dentro da arquitetura. À minha psicóloga Regiani Rosal por contribuir com todo o seu conhecimento sobre saúde mental e arte-terapia que foram aplicados neste trabalho. E por fim mas não menos importante meus amigos, família e namorado que estiveram o tempo todo me incentivando e acreditando na minha capacidade de desenvolver este trabalho.



Resumo Este trabalho visa compreender e demonstrar como a arquitetura e a arte podem contribuir como terapias complementares para doenças como ansiedade e depressão através do projeto “Respiros Urbanos” um edíficio condensador social voltado ao público da capital Paulista, propondo uma Escola de Arte-Terapia no Centro Histórico da cidade, a intenção é que em meio ao cotidiano atribulado da metrópole as pessoas possam ter um espaço de refúgio e conforto que gere reflexão, buscando atender as normas de acessibilidade, diretrizes de conforto e bem estar para o usuário assim como priorizar a interação entre as pessoas.

palavras chave: [amenizar], [ansiedade], [depressão], [refúgio], [reconexão], [cura].


Abstract This project aims to understand and demonstrate how architecture and art can contribute as complementar y therapies for diseases such as anxiety and depression through the project “Respiros Urbanosâ€? a social condensing building aimed at the public of the capital of SĂŁo Paulo, proposing a School of Art-Therapy in the Center Historical of the city, the intention is that in the midst of the busy daily life of the metropolis, people can have a space of refuge and comfort that generates reflection, seeking to meet the standards of accessibility, comfort and well-being guidelines for the user as well as prioritizing interaction between people.

keywords: [alleviate], [ansiety], [depression], [refuge], [reconecction], [cure].



Sumário 1 - INTRODUÇÃO 10

4 - O LUGAR: SÉ - SÃO PAULO/SP

1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6

TEMA E APRESENTAÇÃO 12 INTRODUÇÃO 13 CONTEXTO HISTÓRICO 15 OBJETIVOS 16 MÉTODOS 17 JUSTIFICATIVA 18

2 - REFERENCIAL TÉORICO

22

2.2 CONDENSADOR SOCIAL 24 2.3 IDENTIDADE DE LUGAR 26 2.4 FEMENOLOGIA DO ESPAÇO 28

3 - REPERTÓRIO PROJETUAL 30 3.1 MEMORIAL 11S 32

3.2 BAUHAUS 34 3.3 DOLLARD-DES-ORMEAUX 36

38

4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO LOCAL 40 4.2 LEGISLAÇÃO 46

5 - A PROPOSTA 48 5.1 O TERRENO 50 5.2 CONDICIONANTES PROJETUAIS 51 5.3 CONCEITO E PARTIDO 52 5.4 PROGRAMA DE NECESSIDADES 54 5.5 O PROJETO 56 5.6 EXTRAS DE APRESENTAÇÃO 98

6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

100

6.1 REFERÊNCIAS 102


01


Introdução


Tema e Apresentação

Uma proposta de edifício condensador social mitigador dos sintomas das patologias emocionais con-

temporâneas: ansiedade e depressão.

O tema deste trabalho surgiu à partir da visualização de uma notícia em que dizia que ansiedade e de-

pressão são o mal do século XXI e afetavam principalmente a “geração Z” levando-as a cometer o suícidio.

Neste momento surgiu uma inquietação de como a arquitetura seria capaz de contribuir para reduzir

os danos causados por estas doenças e à partir de estudos de femenologia do espaço, biofilia, psicologia ambiental foi idealizado um espaço com exposições que ativem os sentidos diminuindo os sintomas dessas patologias.

“Da mesma forma que é possível uma pessoa entrar no Museu do Holocausto na Alemanha e sair com

uma sensação de desconforto, porque uma pessoa não pode adentrar em um espaço que gere uma reflexão e faça-a a se sentir melhor? Sendo que este ambiente lhe gerou uma sensação de conforto.”


Introdução

“Por falta de repouso nossa civilização caminha para a barbárie. Em nenhuma outra época os ativos, isto é, os inquie-

tos, valeram tanto. Assim, pertence às correções necessárias a serem tomadas quanto ao caráter da humanidade fortalecer em grande medida o elemento contemplativo” – Nietzsche – Humano, Demasiado Humano

A arquitetura além de promover abrigo à intermpéries, perigos externos ou promover algum tipo de

atividade pode ser considerado um espaço em que o lado psicológico se manifesta de maneira intensa sabendo disto e se atendo ao fato de hoje temos que lidar com a sociedade do cansaço é mais do que necessário criar ambientes de refúgio, contemplação em meio ao cotidiano da população.

Hoje sabe-se que através do design biofílico (conectar a necessidade de se relacionar com a natureza

à um espaço construído) é possível resgatar o equilíbrio da saúde física e mental, para comprovar isto há estudos científicos ingleses e finlandeses que mostram que moradores próximos à natureza tem saúde melhor que moradores de áreas totalmente urbanas, além da comprovação que o contato regular com o verde tem benefícios à longo prazo.


No ínicio desta pesquisa foi idealizado um “Sesc de Sensações” que não era o suficiente para o trata-

mento das patologias emocionais visto que é necessário estabelecer uma relação diária com o usuário, o que culminou no projeto de um Centro de Artes e Convivência que garantirá a frequência do público através das aulas. Além da relação de bem estar através da arquitetura, será possível tratar as patologias através das aulas arte-terapêuticas.

O Estudo Hunt (2011) realizado na Noruega justifica o uso de atividades culturais na assistência e

promoção à saúde, nele tanto homens quanto mulheres que participavam de atividades culturais criativas como clube de música, dança, teatro ao ar livre, dança e/ou atividades culturais receptivas como ida à museus, exposições de arte, concertos, teatro e cinema com frequência apresentaram índices de boa saúde, baixa ansiedade e baixa depressão.

Um exemplo disto na prática é o Museu do Inconsciente no Rio de Janeiro que é um centro vivo de

estudo e pesquisa sobre as imagens, sua interdisciplinaridade permite a troca constante entre experiência clínica, conhecimento teóricos psicologia, psiquiatria, antropologia cultural, história arte e educação. O museu não se trata de retratar obras do passado mas sim a criação de novos documentos plásticos por parte dos frequentadores do ateliê que compartilham sua experiência de convívio com os funcionários, animais estudantes, pesquisadores e visitantes.


Contexto Histórico

Ao analisar o contexto histórico dessas doenças vemos que na verdade doenças como essas atormentam o ser hu-

mano desde a antiguidade, porém com outra denominação que foi evoluindo ao longo do tempo e ganhando devida atenção, passou de uma doença de loucos na idade média para doenças do cérebro na idade moderna que ganhou grandes estudos na era contemporânea além de classificações dentre as doenças mentais, chegando aos dias de hoje em que houve uma evolução do modo de vida da sociedade nos quais os medos e ansias tornaram-se outros. Esquirol, volta seu interesse para a clínica. ProHipócrates, no século V antes de Cristo,

clama que a psiquiatria deve ser entendida

O século XIX também foi chamado por Pessotti

denominação de melancolia.

seu entendimento na anatomia cerebral e

número de manicômios construídos e ao grande

já conhecia e definia a depressão com a

de O século dos manicômios, devido ao enorme

como uma medicina mental e deve buscar

número de internações realizadas nessa época.

não nos filósofos ou na Igreja.

ANTIGUIDADE

IDADE MÉDIA

IDADE MODERNA

(500 a.C - 100

(450 a 1400)

(séc. XV a XIX)

Na época da Inquisição, no século XIII, a me-

Em meados do século XIX

pessoas eram multadas ou aprisionadas por car-

nhecidos como doença do

lancolia foi considerada um pecado e algumas regarem esse mal da alma, que não tinha cura.

distúrbios mentais são recocérebro.

IDADE CONTEMPORÂNEA (século XX - atualmente)

Os anos 90 foram denominados a década do cérebro, em virtude dos progressos científicos ocorridos em

torno da compreensão e tratamento das enfermidades mentais.

No ínicio do século XXI ansiedade e depres-

Revolução da informação pessoas

entram em

uma doença mental, catalogada na Classifi-

do-se na sociedade do desempenho que não acei-

Problemas Relacionados com a Saúde (CID)

haver a produtividade e não há tempo para o ócio.

são é, com algumas exceções, considerada

contato com o autogerenciamento, transforman-

cação Estatística Internacional de Doenças e

ta o fracasso e a descontinuidade, sempre deve


Objetivos GERAL

Projetar um edifício dentro dos princípios arquitetônicos e urbanísticos de um Centro

Comu-

nitário-Cultural que possa contribuir como terapia complementar da ansiedade e depressão, possibi

li-

tando um espaço de reconexão e cura. ESPECÍFICOS

1.

Construir um espaço para melhoria da qualidade de vida da população, estimulando o convívio

social.

2.

Criar espaços interiores de exposição imersiva que criem reflexões através da percepção sensorial.

3.

Criar espaços exteriores que criem um ambiente de cura em meio ao contexto urbano.


Métodos 1.

Buscar as necessidades da população e o que elas desejariam para o espaço público através de entrevistas e

dados de pesquisa do IBGE. 2.

Buscar através das femenologia do espaço as aplicações como coadjuvante da terapia por meio da leitura

citada nas referências bibliográficas. 3.

Pesquisar a relação homem-ambiente abordada na Psicologia Ambiental e sua interdisciplinaridade com

arquitetura através da leitura de artigos da base de dados do Scielo e Teses USP. 4.

Investigar o contexto urbano através de levantamento de dados no Geosampa, Geoseade, IBGE sobre a área

de inter venção e visita técnica.


Justificativa

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a depressão é a doença que mais contribui para incapaci-

dade no mundo, e segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos e a principal causa de mortes por suicídio, com cerca de 800 mil casos por ano. No Brasil a taxa de incapacidade está cerca de 9,3% atrás da Venezuela e a ansiedade possui um índice de 7,5% no Brasil, liderando o ranking.

Fonte: OPS; 2018


Além disso o Brasil também lidera o ranking de pessoas mais ansiosas do mundo, as estimativas chegam a 18

milhões de casos e no ranking de casos depressivos o país ocupa a 5ª posição mundial com 11 milhões de casos, atrás da Ucrânia, Estônia, Estados Unidos e Austrália.

Fonte: OPS; 2018


PAÍS COM MAIOR TAXA DE PESSOAS COM TRANSTORNO DE ANSIEDADE

Diante do atual panorama e considerando o alcance soci

humano o tema é relevante para estudar as característic

e depressão, considerando que o espaço construído e nã

como as pesso


PAÍS COM MAIOR TAXA DE PESSOAS COM TRANSTORNO DE ANSIEDADE

ial da arquitetura com responsabilidades sobre o habitat

cas dos espaços que amenizam os sintomas da ansiedade

ão construído possui um papel fundamental na maneira

oas se sentem.


02


Referencial Teรณrico


Condensador Social

Abordado Moisei Ginzburg que foi o percussor da expressão “Condensador social” e da arquitetura cons-

trutivista, para ele a arquitetura é um instrumento de dialética positiva com o cotidiano. Esta forma fica clara em seu edifício Narkofim em Moscou, que era considerado por ele um experimento radical da vida comunitária. (Ginzburg, 1923). Projetado considerando o modernismo de Le Corbusier, sendo a fachada livre e o terraço jardim as formas de socialização.

Para Villac (2018) os condensadores sociais fracassaram no quesito habitação, do olhar construtivista de

Ginzburg este conceito era utilizado para criar espaços que costumam ser privados, fossem comuns. Trazendo o conceito para era contemporânea os arranhas céus são considerados uma cidade dentro de outra cidade. (KOOLHAS, 1978 apud Vilac, 2018, p. 12) proporcionando o cotidiano da vida comunitária.

Diante disto o edifício condensador sai do ideal construtivista de que deve estar ligado à habitação e pas-

sar a ser um edifício que promova a socialização da comunidade, independente do programa de necessidades utilizado. “Em uma cidade dura como São Paulo, os condensadores sociais — compreendidos como indutores de relações sociais humanas consideradas como de fundamental importância cultural — promovem a convivência e a simultaneidade de atividades, distinguindo, assim, a cultura cidadã em amplo espectro.” (Villac, 2018 p.12).


Conclui-se que Gizinburg é considerado como o criador da expressão de condensador social, e aborda

muito como uma revolução social (construtivismo) em que o edifício de moradia abrigava também atividades sociais, já Koolhas traz este conceito para os arranhas céus que possuíam vida por abrigar as mais diversas atividades. E Maria Isabel Villac une todos esses conceitos trazendo para a era contemporânea em que os edifícios condensadores não precisam necessariamente trazer à habitação, mas sim promover o convívio social como em um SESC.

Figura 01 – Edíficio Narkofim em Moscou (fonte: in.russia.com)


Identidade de lugar

O conceito de identidade de lugar é geralmente abordado pela psicologia ambiental, que estuda interação do

ser humano com o lugar. É definido como um estado de reconhecimento de um cenário específico, por parte de um indivíduo, com o qual ele relaciona valores, significado e sentimentos. (Prohanky, & Kaminoff, 1983).

Este conceito pode ainda reforçar a identidade pessoal e a sensação de pertencimento ao meio que é desejado

atingir nesta arquitetura. (KUHNEN, 2010). Acredita que se deve ocorrer a conquista de identidade de lugar para ocorrer a manutenção do bem-estar do indivíduo, e uma vez que a ruptura dela ocorre pode gerar sofrimento, insatisfação e até mesmo surgimento de doenças.

No artigo de (Valera, 2015) o conceito de identidade de lugar é reforçado quando diz que o significado de um

espaço surge, quando uma pessoa se relaciona com ele, e ela mesma lhe atribui este significado. Mas este significado apesar de ser individual, pode ser ressignificado quando compartilhamos com outras pessoas. Ele ainda salienta a relação do ambiente com o psicológico ao dizer que: Ao dar um significado ao espaço nos apegamos emocionalmente aos lugares, nos sentimos seguros, e obtemos bem estar psicológico, transformando o espaço para nossos interesses funcionais e simbólicos, o delimitamos, gerimos e defendemos, nos identificamos com ele, nós nos unimos em grupo ou socialmente e incorporamos como um elemento a mais de nossa interação social (tradução minha).


Conceito reforçado por (Mourão, 2006) que na apropriação do espaço há uma relação de interação com o en-

torno e ocorre uma transformação mútua, ou seja tanto do espaço quanto do indivíduo, trazendo o estudo de caso da Maracanau que foi inventada pelas leis, mas reinventada pelos moradores.

Acontece que estes três autores podem dialogar entre si visto que abordam o mesmo conceito de maneira se-

melhante, demonstrando a importância de identidade lugar para o indivíduo e sua transformação.

Figura 02 – Ilustração sobre a relação de identidade de lugar (fonte: dialnet.unirioja.es)


Femenologia do Espaço

O conceito de femenologia do espaço diz respeito sobre as sensações que podem ser percebidas no

espaço sejam elas físicas ou não. Para (Holl, 2011) A arquitetura tem o poder de inspirar e transformar a existência cotidiana, despertando a tal da consciência sensibilizada. Este conceito é importante para pesquisa porque permite que o indivíduo possa reconectar consigo mesmo através do espaço.

O arquiteto Juhani Pallasma (2011) reforça este conceito de femenologia do espaço dizendo que a ar-

quitetura oferece formas e superfícies agradáveis configuradas para todos os sentidos, mas também incorpora e integra as estruturas físicas e mentais, e ainda salienta que não podemos sobrepor o sentido da visão aos outros, como é de costume ocorrer na arquitetura. O que sugere utilizar do som e/ou da temperatura para proporcionar sensações de conforto no caso do edifício desta pesquisa.

Zumthor (2009), denomina Atmosfera como produto da Femenologia, que atribui a sobreposição de

todas as características físicas que compõem um espaço, e sua percepção, condicionada a aspectos individuais do usuário. Estes autores acreditam que espaços que ativam os sentidos, através das cores, luz, texturas, conforto acústico podem despertar a consciência humana sobre o ambiente e até si mesmos, cada qual da sua maneira.


“ A Atmosfera comunica com a nossa perpeção emocional, isto é, a percepção funciona de forma instintiva e que o ser humano possui para sobreviver. Há situações em que não podemos perder tempo a pensar se gostamos ou não de alguma coisa, se devemos ou não saltar e fugir. Existe algo em nós que comunica imediatamente conosco. ” (Peter Zumthor p.12).

Figura 03 – Therme de Vals (fonte: premiumswitzerland.com)


03


Repertรณrio Projetual


Memorial

11S

FICHA TÉCNICA Localização: Nova Iorque. Estados Unidos Ano: 2011 Arquitetos: Handel Architects

ANÁLISE

Figura 04 – Memorial 11s (fonte: archdaily.com)

Como forma de homenagear as pessoas afetadas pela queda das torres gêmeas foi criado um projeto de ar-

quitetura e paisagismo que funciona como espaço cívico de contemplação e cura que também faz parte da cidade. As duas piscinas refletoras idênticas, cada uma com 30m por 30m e revestidas em granito Jet Mist, enquadram as pegadas do WTC e proporcionam um espaço público integrado que promove a meditação e a contemplação dentro da cidade. A água flui das bordas dos vazios para o poço aparentemente interminável, abafando os ruídos da cidade e concentrando a atenção dos visitantes no memorial, enquanto os carvalhos examinam o memorial contemplativo e limitam os 212 pés por 212 pés de perímetro original das torres gêmeas. (Rosenfield, 2012).

O projeto que ocupa uma quadra inteira que invade o espaço da calçada mas garante a permeabilidade do

usuário, de um lado da rua pode-se notar os grandes edifícios da cidade de Nova Iorque e do outro lado o espaço verde do Memorial, apesar da grande quantidade de vegetação é possível notar uma integração do visual do interno e externo. No meio desta natureza há também espaço de estar que propicia tanto à contemplação como a permanência as figuras abaixo ilustram melhor como se dão estas relações.


Figura 05 – Memorial 11s (fonte: novayork.net - modificado pela autora)

JUSTIFICATIVA

O projeto do Memorial 11s no Ground Zero foi escolhido pelo fato de gerar uma reflexão na socie-

dade ao provocar a memória em relação ao ataque das torres gêmeas e também através dos elementos da natureza como a água e vegetação proporcionar um ambiente de cura e meditação estando inserido no contexto urbano das grandes cidades, gerando uma referência de conceito para o projeto.


Bauhaus FICHA TÉCNICA Localização: Dessau, Alemanha Ano: 1926 Arquitetos: Walter Gropius Figura 06 – Fachada Bauhaus (fonte: archdaily.

ANÁLISE

O projeto da Bauhaus composto por instalações de habitações para estudantes, auditório, escritórios e rede

de ensino ocupam um edifício com três alas conectadas por passarelas como foi demonstrado no diagrama abaixo.

Figura 07 – Diagrama de Setorização Bauhaus (fonte: medium.com)

No edifício da Escola Técnica caracterizado em amarelo havia os espaços dedicados aos estudos e atividades

práticas de oficina, a passarela que conecta ao edifício das habitações (caracterizado em azul) e ateliês (caracterizado em vermelho) forma também o espaço para sala dos professores e administração, na área coletiva caracterizada em roxo encontra-se o refeitório.


Nas plantas foi analisado melhor como se dá esta setorização, verificando a circulação horizontal

e vertical assim como o dimensionamento de cada um dos ambientes, e quais áreas de apoio são necessárias como salas de super visão e sala de matérias próximas às oficinas.

Figura 08– Bauhaus (fonte: medium.com)

JUSTIFICATIVA

O projeto da Bauhaus foi escolhido por além de ter um caráter para um público amplo e democrá-

tico que acessava diferentes conhecimentos e interdisciplinaridade, foi utilizado como referência para definição e dimensionamento do programa de necessidades assim como ser exemplo de educação devido à presença da teoria e prática no ensino de artes.


Dollard-Des-Ormeaux FICHA TÉCNICA Localização: Quebec, Canadá Ano: 2017 Arquitetos: BGLA Architects

ANÁLISE

Figura 09 – Fachada da Escola (fonte: nordic.ca)

O projeto da Dollard-Des Orme-

aux foi pensado para criar um ambiente de redução dos níveis de depressão e estresse dos estudantes filhos de militares que ser vem as forças armadas, através das cores e estrutura em madeira laminada colada e acabamento em madeira compensada.

Figura 10 – Interior da escola do Ensino Médio (fonte: thinkwood.com)


O local deixou de ser um ambiente de apenas aprendizado para funcionar com um ambiente de

apoio para esta comunidade, sendo um local envolvente (cores quentes), confortável e tranquilo (sensações que a madeira pode provocar aliadas aos níveis certos de luz natural e uma paisagem agradável no entorno.

Figura 11 – Interior da sala de aula do Ensino Médio (fonte: thinkwood.com)

JUSTIFICATIVA

O projeto foi escolhido com intuito de utilizar como referência a madeira laminada cruzada (CLT)

exposta que neste projeto possui a função estrutural e agregar valor estético ao ambiente, com conceitos do design biofílico que pode ajudar a reduzir os níveis de ansiedade e depressão.


04


O lugar


Contextualização Local

O projeto destina-se à um público alvo amplo desde as pessoas mentalmente saudáveis até as pessoas com

transtornos de ansiedade e depressão, com ênfase nas atividades para jovens de 15 a 29 anos que costumam cometer suicídio sendo a segunda principal causa de morte nesta faixa etária (OMS, 2018).

São Paulo é a cidade mais habitada do país (IBGE, 2018) e apontada como um importante centro corpo-

rativo e financeiro da América do Sul (PIMENTA,2007) o que gera um estilo de vida demasiadamente agitado. Segundo o filósofo sul-coreano Byung-Chul Han: A sociedade disciplinar de Foucault, feita de hospitais, asilos, presídios, quartéis e fábricas, não é mais a sociedade de hoje. Em seu lugar, há muito tempo, entrou uma outra sociedade, a saber, uma sociedade de academias de fitness, prédios de escritórios, bancos, aeroportos, shopping centers e laboratórios de genética. A sociedade do século XXI não é mais a sociedade disciplinar, mas uma sociedade de desempenho. Também seus habitantes não se chamam mais “sujeitos da obediência”, mas sujeitos de desempenho e produção (HAN, 2015, p .14).

Este estilo de vida na metrópole gera índices de ansiedade e depressão semelhantes a áreas de guerras como

o Líbano e a Síria, sendo que as estatísticas se referem à 19,9% de pessoas com algum transtorno de ansiedade e 11,1% (2,2 milhões) de pessoas depressivas (FAPESP,2014). Considerando estas informações e que a alta urbanidade tem relação com estes transtornos mentais foi escolhido implantar o projeto no distrito da Sé, levando em consideração um mapeamento feito pela Prefeitura de São Paulo da relação de bairros mais arborizados x os bairros menos arborizados da cidade, sendo o bairro da Sé considerado o menos arborizado com apenas uma ár vore a cada 100 metros.


Figura 12 – Mapa do Munícipio de São Paulo com a relação de bairros mais arborizados x menos arborizados (fonte:Map of São Paulo - modificado pela autora)


A área escolhida possui duas possibilidades de acesso, uma na Rua Florêncio de Abreu e a outra na Rua 25

de Março. Atualmente a área de inter venção é composta por um miolo de quadra que possui um estacionamento, 11 lotes de gabarito baixo e uma rua sem saída nomeada de Beco da Fábrica.

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Figura 13 – Mapa Área de Inter venção (fonte: Base de dados Geosampa – modificado pela autora)


Figura 14 – Rua Florêncio de Abreu (fonte: Google Earth)

Figura 15 – Rua Beco da Fábrica (fonte: Google Earth)

Figura 16 – Rua 25 de março (fonte: Google Earth)

A região é importante pelo fato de estar localizada no centro histórico da cidade, que é frequentado por pes-

soas de diferentes regiões durante a semana e necessita de espaços públicos de qualidade para trazer a vitalidade necessária à noite e aos finais de semana, um local de fácil acesso bem abastecido pelo sistema viário próximo à vias importantes como a Avenida Prestes Maia e a Avenida Senador Queirós entre outras consideradas de grande porte e fluxo intenso conforme localização na Figura 17. Além do sistema metroviário e ferroviário que faz conexões importantes com as áreas distantes do centro através das linhas 1- Azul e Linha 4- Amarela (Metrô) e as linhas 7 - Rubi e 11- Coral (Trem), sendo a Estação da Luz a mais próxima com acesso pela quadra ao lado como pode-se notar na Figura 18.


Figura 17 – Mapa do Fluxos Sistema Viário (fonte: Base de dados Geosampa – modificado pela autora)

Figura 18 – Mapa do Transporte Público (fonte: Base de dados Geosampa – modificado pela autora)

Nas proximidades além dos diversos escritórios e tipos de comércio que se encontram na região trazendo

à tona as relações de trabalho, há a presença de Faculdades como a FAM e Faculdade São Bento e escolas do ensino público (ETEC Santa Efigênia) e privado (Colégio São Bento) conforme localização na Figura 19 em que se encontram o público alvo destinado para este projeto.


Figura 19 – Mapa de Universidades e Escolas na região (fonte: Base de dados Google Earth – modificado pela autora)


Legislação

A área de inter venção do terreno está classificada como uma Zona de Centralidade (ZC) que está definida

no Plano Diretor Estratégico (Lei 16.050/2014) do município como: porções do território localizadas na Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana destinadas à promoção de atividades típicas de áreas centrais ou de subcentros regionais ou de bairros, em que se pretende promover majoritariamente os usos não residenciais, com densidades construtiva e demográfica médias e promover a qualificação paisagística e dos espaços públicos.

Conforme a tabela na Figura 20 para atender a Legislação de Zoneamento (Lei 16.402/2016) os parâmetros

de ocupação permitido para esta área é de um coeficiente de aproveitamento máximo de 2, uma taxa de ocupação de 70% visto que se trata de um lote superior a 500m² e recuos de 5 metros para frente e 3 metros de fundos e laterais para edificações com altura superior a 10 metros que neste caso considerando a nota (j) foram dispensados conforme o inciso III do artigo 66 da lei que garante que o mesmo possa ser dispensado quando o lote vizinho apresentar edificação encostada na divisa do lote.

Figura 20 – Tabela de Zoneamento (fonte: Base de dados Gestão Urbana SP – modificado pela


A Legislação de Zoneamento também considera obrigatório na Zona de Centralidade o alargamento da

calçada e incentiva a fruição pública para áreas de até 10.000m².

Por estar em uma área da Operação Urbana Centro (Lei 12.349/1997) e tratar-se de um projeto de La-

zer, Educação e Cultura deve obedecer às condições dadas pela Cartilha da Área Central considerando como não computável as áreas destinadas à fruição pública abertas à circulação de pedestres localizadas no pavimento térreo ou em pavimentos correspondentes à soleira de ingresso da edificação ao nível dos logradouros públicos.

Para cumprir a legislação edilícia no Código de Obras e Edificações (Lei 16.442/2017) o projeto deve

atender as condições de acessibilidade de rota acessível, equipamento mecânico e reser vas de espaços livres em locais de reunião dispostos na Norma de Acessibilidade NBR 9050 conforme a Figura 21 abaixo.

Figura 21 – Condições de Acessibilidade em locais públicos (fonte: Código de Obras Ilustrado – 2017)


05


A Proposta


O

Terreno O local escolhido para implantação do projeto está atualmente os lotes ocupados por um estacionamento,

edificações com altura de gabarito baixo (entre 3 e 4 andares) e uma rua sem saída nomeada de Beco da Fábrica totalizando uma área de 5.784,89m² conforme visto na Figura 22 e 23. O

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25

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Figura 22 – Diagrama da situação existente da área de inter venção (fonte: Base de dados Google Earth – elaborado pela autora)

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Figura 23 – Diagrama área de inter venção pós demolição (fonte: Base de dados Google Earth – elaborado pela autora)


Condicionantes

Projetuais

Dentre as condições de pré existência do terreno e da legislação encontra-se a topografia onde há um desnível

de 5,00m da cota +734,00 na Rua Florêncio de Abreu para a cota +729,00 na Rua 25 de março. A legislação ainda exige um recuo frontal de 5,00m que pode ser dispensando conforme a legislação e lidar com as empenas cegas dos edíficios vizinhos.

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+729.00

+734.00

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Figura 24 – Diagrama condcionantes projetuais (fonte: Base de dados Google Earth – elaborado pela autora)


Conceito

e

Partido

O conceito proposto para o edíficio é de ser um espaço que acolhe o usuário, como se estivesse o abraçando,

que permite a permeabilidade em seu interior além da experiência contemplativa em sua praça interna conforme exemplificado na Figura 25.

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Figura 25 – Diagrama conceitual (fonte: Base de dados Google Earth – elaborado pela autora)


Materializado através do partido de duas “lâminas” que se apropriam das empenas cegas e se interligam através

de passarelas, a área externa transpõe o usuário da cota mais baixa para mais alta através de escadas e uma arquibancada ao ar livre que propões a permanência no espaço e rodeada de vegetação para contemplar e proporcionar bem estar.

Figura 26 – Partido arquitetônico (fonte: Base de dados Google Earth – elaborado pela autora)


Programa

de

Necessidades

As definições do programa de necessidades deste projeto partiram do princípio de 4 macro setores destina-

dos ao público: Espaços de Convivência e Áreas de Comércio como atrativo que direcionam para Áreas Receptivas ou para Áreas Criativas e 2 macrosetores de acesso que complementam os demais as Áreas Administrativas e Apoio que foram dispostas conforme Figura 27 abaixo.

Para efeitos de dimensionamento e definição dos ambientes foi considerado além de estudos de casos da

Bauhaus de Walter Gropius e Escola de Artes Glassell de Steven Holl, além de uma dissertação de mestrado que dá diretrizes para projeto de sala de aula em universidades visando o bem-estar do usuário.

Macrozona Área (m²) Áreas Criativas 2.907,21 Áreas Receptivas 984,66 Áreas Convivência 1.166,06 Áreas Administrativo 484,57 Áreas Comércio 292,05 Área Apoio 962,57 Áreas Circulação 1.706,94 Área Estacionamento 941,42 Total 9.525,52 CA 1,6 T.O 74,30%

Figura 27 – Macrosetorização (fonte: Base de dados Google Earth – elaborado pela autora)


ÁREAS PROJETO

0 1 PAV ATELIÊ DANÇA

S UB S OLO

ATELIÊ FOTOGRAFIA ESTACIONAMENTO

TÉRREO 7 2 9 ,0 0 AUDITÓRIO BOX COMÉRCIO

941,42

ATELIÊ LIVRE

941,42

257,01 95,2 184,01

ATELIÊ MODA

182,5

ATELIÊ MÚSICA

88,53

206,9

ATELIÊ TEATRO

130,15

202,84

CIRC. VERTICAL

60,08

CAMARIM

15,68

CIRCULAÇÃO

610,28 237,85

CIRCULAÇÃO

44,92

DESCOMPRESSÃO

COPA/APOIO

26,04

ELEV.

FOYER

121,55

ELEV.

PALCO

46,35

FAB LAB

63,36

SAN. FEM

14,76

OFICINA DE GASTRONOMIA

96,54

SAN. MASC.

14,26

S. MATERIAIS

30,38

SALA DE AULA

457,14

TÉRREO 7 3 5 ,0 0 ACUPUNTURA ÁREA RECLUSÃO

693,3

SALA ESCURA 95,98 33,1

20,36 3,42

29,9

SALA PROF.

30,41

SAN. FEM

14,76

ATELIÊ

127,3

SAN. MASC

11,07

ATELIÊ LIVRE

42,34

SANITÁRIO FEM.

19,98

BIBLIOTECA

174,51

SANITÁRIO MASC

19,06

BOX COMÉRCIO

89,21

CAFÉ E LANCHONETE

287,8

CIRCULAÇÃO DML ELEV. ENFERMARIA

267,77 9,33

STORAGE

53,6

2.695,60

0 2 PAV ARQUIVO

78,47

25,44

ATELIÊ DE PINTURA

357,26

35,92

ATELIÊ DESENHO

373,97

EXP. PERMANENTE

310,79

ATELIÊ ESCULTURA

387,11

EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA

299,07

ATELIÊ PINTURA

131,43

HALL

65,21

CIRC. VERTICAL

88,54

HALL

71,66

CIRCULAÇÃO

416,51

HALL CIRCULAÇÃO

160,39

COORD. CURSOS

78,48

LOUNGE

128,07

COPA FUNCIONÁRIOS

32,98

ELEV.

23,84

SALA DIREÇÃO

30,92 78,49

OFICINA CONSC. OFICINA CONSCIENTIZAÇÃO

44,94 33,4

OFICINA CONSCIETIZAÇÃO

34,44

SALA FUNCIONÁRIOS

SAN. FEM

35,92

SALA MATERIAIS

SAN. FEMENINO

19,84

SALA PROF.

32,25

SAN. MASC

32,45

SALA REUNIÃO

77,07

SAN. FEM

39,04 34,26

SAN. MASCULINO

18,9

31,15

TRANSFORMADORES/GERADORES

71,86

SAN. MASC

VEST FEM.

30,98

SECRETARIA/FINANCEIRO

78,48

STORAGE

114,37

VEST. FEM

20,87

VEST. MASC YOGA

32,1 95,97

2.674,68

VEST. MASC

15,04

2.520,52

TOTAL

9.525,52


O

Projeto

O

Ç AR

5

2 R.

M E D

A

RU

R

O FL

O

Ç EN

DE

U

A

E BR


Implantação


Planta +721,00 - Subsolo


Planta Térreo +729,00 - Rua 25 de Março


Planta Térreo +734,00 - Rua Florêncio de Abreu


Planta +740,00 - 1ยบ Pavimento -


Planta +744,00 - 2ÂŞ Pavimento


O espaço público - Arquibancada


Corte A-A - Transversal Rua Flrorenco de Abreu


DET. 04

RUA FLORENCIO DE ABREU


RUA 25 DE MARCO


DET. 05

RUA FLORENÇO DE ABREU

Corte B-B - Longitudinal


DET. 03


Corte C-C Transversal


Fachada Rua Florenço de Abreu - Nível +734,00



Fachada Rua 25 de Março - Nível 729,00



Materialidade e estrutura


Detalhe 01 - Fachada


Detalhe 02 - Cobertura


PILAR MLC 25X35 CM CHAPA DE APOIO PARAFUS0 AUTOPERFURANTE

CHUMBADOR PESCOÇO DE CONCRETO

VIGA

PARAFUSO P

VIG SAPATA DE CONCRETO

Detalhe 03 - Pilar com Fundação

PILA

P L

L


VIGA MLC 18x40cm SAPATA DE CONCRETO

PILAR MLC 25x35cm

PISO ACABADO MADEIRA LAMINADA 2MM DURATE LAJE DE CONTRAPISO

CHAPA TIPO "L" APOIADA ELASTÔMERO LAJE STEEL DECK VIGA MLC 18X40cm

GSPublisherVersion 0.54.100.11

Detalhe 04 - Fixação Laje com Viga


A MLC 25X35 CM EX

APA DE APOIO

RAFUS0 A SOB ELASTÔMERO TOPERFURANTE

CHUMBADOR DE CONCRETO

E CONCRETO

VIGA MLC 18x40cm PARAFUSO PASSANTE 8MM VIGA MLC 18x40cm PILAR MLC 25x35cm

PISO ACABADO MADEIRA Detalhe LAMINADA 2MM DURATEX05 - Viga com Pilar



Perspectiva - Rua 25 de Marรงo


Perspectiva - Rua Florenรงo de Abreu



Perspectiva - Passeio Público




Perspectiva - Terraรงo Jardim


Perspectiva - Ă rea Interna




Perspectiva - Arquibancada



ARTE TERAPIA


Diretrizes

das

Salas

As salas de arte-terapia foram pensadas nas necessidades das pessoas ansiosas e das pessoas depressivas, cada

uma com as suas peculariades, por exemplo como a Sala de Escultura ou a de Gastronomia ser viriam para acalmar os indíviduos ansiosos já que o ato de moldar uma argila ou sovar uma massa são utilizados para tranquilizar na arte -terapia.

Sabendo disso no que diz respeito à arquitetura foram somados alguns aspectos pensando nessas n uência tra-

zer a sensação de calmaria, por isso seriam utilizados no mobiliário ou caso necessário pinturas, para potencializar esta sensação que os ansiosos muitas vezes necessitam por estarem acelerados.

Os ateliês de pintura também podem seguir a mesma lógica em relação às cores, visto que o intuito da pintura

na arte-terapia além da expressão não verbal (que ás vezes é muito difícil para algumas pessoas) é através de materiais como a aquarela, soltar as emoções caso a pessoa se sinta sobrecarregada, este aspecto somado ao som adequado, iluminação natural e aconchego da madeira, criam uma atmosfera ideal para o tratamento desta patologia.


Perspectiva - Sala Escultura


Salas que poderiam ser consideradas no tratamento das pessoas depressivas seriam os ateliês de de-

senho que através de materiais rígidos como o giz de cera, podem devolver a sensação de firmeza que o índividuo necessita somado à cores no ambiente (parede, mobiliário) como o laranja que tem o intuito de estimular mas não tanto como o amarelo ou vermelho que são cores muito vibrantes, a ideia é que o ambiente seja de transição.

Estas salas também possuíram a lousa digital de piso com alto falantes para que possam ser usados

sons estimulantes durante as aulas proporcionando a atmosfera adequada para o tratamento desta patologia aliada a outros fatores como a sensação de conforto/aconchego da madeira que é um material natural, a iluminação garantida pela caixilharia de vidro.

Todos ateliês tem intuito de serem flexíveis por isso as paredes móveis e lousas de piso para que seja

possível arrastar caso seja necessário acomodar mais pessoas em um único ambiente, ou torna-lo mais recluso.


Perspectiva - Sala Escultura


Extras

de

Apresentação



06


ReferĂŞncias


Referências

Bibliográficas

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