Trabalho Final de Curso

Page 1

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA

ARQUITETURA E URBANISMO

A INFLUÊNCIA DAS CORES NA PERCEPÇÃO DO ESPAÇO APLICADA NA CASA DA CULTURA DE RIBEIRÃO PRETO

THAISA DE OLIVEIRA THEODORO



THAISA DE OLIVEIRA THEODORO

A INFLUÊNCIA DAS CORES NA PERCEPÇÃO DO ESPAÇO APLICADA NA CASA DA CULTURA DE RIBEIRÃO PRETO

(espaço vazio)

Projeto de pesquisa apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda, para cumprimento das exigências da disciplina ao Trabalho Final de Curso Ministrada pela profª Fabiana Mori.

Ribeirão Preto 2014



SUMÁRIO INTRODUÇÃO............................................................................................................6 CAPITULO I – COR..................................................................................................8 1.1 O uso da cor ao longo da história...........................................................................8 1.2 Definição de cor....................................................................................................17 1.3 Cor-luz e cor-pigmento.........................................................................................18 1.4 Classificação das cores..........................................................................................19 CAPÍTULO II – LUZ, COR E ARQUITETURA..................................................22 2.1 Características técnicas e efeitos psicológicos das cores......................................22 2.2 Definição de luz.....................................................................................................27 2.3 Luz e percepção visual..........................................................................................29 2.3.1 Luz direta............................................................................................................30 2.3.2 Luz indireta.........................................................................................................31 2.3.3 Luz difusa...........................................................................................................32 2.3.4 Luz embutida......................................................................................................33 2.4 Luz e cor na arquitetura.........................................................................................35 Considerações finais....................................................................................................39 Referências..................................................................................................................39 O PROJETO................................................................................................................40 3 REFERÊNCIAS PROJETUAIS...............................................................................41 3.1 Empresa Google.....................................................................................................41 3.2 Empresa Pixar........................................................................................................43 3.3 EMMANUELLE MOUREAUX...........................................................................45 3.3.1 Banco Sugamo Shinkin......................................................................................45 3.3.2 ABC Cooking Studio..........................................................................................49 3.4 Escritório corporativo............................................................................................51 . 4. PROJETO ARQUITETÔNICO...............................................................................54



6

INTRODUÇÃO O ambiente de trabalho pode ser propício ao bom desenvolvimento do negócio

Os departamentos podem cada qual ser caracterizado com uma cor representativa

que se propõe ou dificultar que as pessoas trabalhem satisfatoriamente. Segundo o ISMA

de sua atuação no ambiente, desta forma, é interessante que os locais onde as atividades são

(International Stress Management Association) o stress no trabalho atinge 7 (sete) a cada 10

distintas tenham suas respectivas cores, como em locais que sejam se exposição sejam

(dez) brasileiros e, diante deste dado, o trabalhador brasileiro precisa ter condições de realizar

caracterizados com cores mais brandas já ao passo aqueles ambientes em que as tarefas

as tarefas que lhe são passadas e seu trabalho deve proporcionar condições favoráveis para

exigem maior concentração sugerem-se tons mais excitantes. Bem se sabe que as cores

que este alto fator de stress seja reparado e reduzido.

influenciam os estados de humor das pessoas e, muitas vezes, tem o condão de desencadear

O cuidado com a estética do ambiente do trabalho é medida que se impõe frente

emoções, modificando, assim, comportamentos.

aos reflexos de um mundo globalizado, assim, tanto as pequenas empresas, como as de médio

Nesse sentido, pretende-se com este trabalho apresentar como os locais podem

e grande porte vem buscando cada vez mais o destaque pela atenção que dispensam ao design

trabalhar o uso das cores em seus ambientes de modo a propiciar conforto, motivação e bom

de suas instalações.

desempenho, atendendo aos fins produtivos.

A arquitetura como arte e como ciência contribui para a construção de espaços

Gonçalves, Vianna e Moura (2011) ensinam que a arquitetura é uma arte, arte

mais agradáveis, salubres e ergonômicos. Especialmente a cor deve ser empregada para tornar

visual e espacial, tratam-se de artes que envolvem os sentidos humanos e não única e

mais agradável o ambiente de trabalho ou minimizar condições menos favoráveis como o

exclusivamente a visão.

stress e a monotonia de certas atividades. Nesse sentido Battistella (2003, p. 2) preconiza:

O estudo das cores é essencial para a ergonomia, tendo em vista que contribui para a segurança, orientação organizacional, saúde e bem estar para todos que partilham o

os aspectos estéticos e psicológicos da cor mostram a importância que a mesma tem na vida das pessoas. Repercute ainda dizendo que Kwallek (1996), diz que se a cor for corretamente aplicada, interage positivamente, se for inadequada pode provocar cansaço visual, desconforto e estimular o estresse, dentre outras possíveis consequências.

espaço corporativo. A cor é um elemento inerente a esta realidade devendo ser capaz de provocar sentimentos e sensações, tanto positivas quanto negativas. A cor necessita do complemento da luz e a combinação desses dois elementos gera sutileza e estética. Gurgel (2013, p. 61) afirma que “[...] devemos lembrar que não podemos falar de cores

A arquitetura une o belo com o funcional. Pensar arquitetura é pensar de forma sistêmica, é pensar com exercício de alteridade. Desta forma, quando aplicada de maneira planejada e estudada a utilização das cores no ambiente corporativo pode funcionar como um fator decisivo estratégico podendo funcionar como a identidade da empresa, bem como elemento de estímulo para o meio produtivo empresarial.

independentemente de iluminação. Esse fato ocorre porque as cores podem ser bastante alteradas conforme a incidência da luz”. O mesmo autor preceitua ainda:


7

Podemos afirmar que, num projeto, as cores são em grande parte responsáveis pelo humor das pessoas que trabalham em determinado ambiente. Sabemos que as cores atuam em nosso subconsciente, fazendo que nos lembremos de determinadas sensações e influenciando, assim, nosso estado de espírito. A escolha correta de um esquema de cores pode significar o sucesso de um projeto, pois ele pode interferir diretamente no espaço – tanto na concepção espacial propriamente, alterando visualmente suas dimensões e formas, quanto nas sensações e nos estímulos (produtividade, conforto, satisfação, entre outros) de seus usuários. (GURGEL, 2013, p. 61).

Assim sendo, o trabalho deve respeitar a dignidade da pessoa, contribuir para o desenvolvimento de suas habilidades e competências e beneficiar a convivência, sendo certo que, a cor pode contribuir para este fim. A qualidade de vida deve, sim, ser valorizada, inclusive no ambiente de trabalho e a arquitetura deve contribuir para minimizar ou eliminar situações de estresse, cansaço, irritabilidade; entre outros fatores que comprometem a produtividade, conforme representa o gráfico abaixo: O título deste trabalho “A influência da cor na percepção do espaço aplicada na

Desse modo, com a incidência da luz há uma excitação na retina humana e os

Casa da Cultura de Ribeirão Preto” se justifica tendo em vista a importância do bem estar das

raios luminosos são estímulos que transmitem a informação para o cérebro e, então, são

pessoas no seu espaço de trabalho, lazer e educativo bem como os limitadores e possibilidades

geradas as imagens. Azevedo, Santos e Oliveira (2013, p. 3) argumentam sobre o assunto

frente a um espaço agradável, salubre e equilibrado em termos de coloração.

dizendo que: “as cores transmitem mensagens e tendem a predispor determinados estados de

Por acreditar que a cor pode contribuir na qualidade de vida dos usuários de um

humor, desencadeando emoções, modificando comportamentos e, por vezes, alterando o

ambiente e pelo fato de se tratar de assunto bastante salutar nos dias atuais é que esta pesquisa

funcionamento do organismo.”.

se iniciou.

Battistella (2003) procura justificar a importância da cor dizendo que o emprego

A busca das pessoas pelo conforto, praticidade e acima de tudo bom atendimento

das cores funciona como uma ferramenta valiosa para a melhoria dos ambientes onde as

ao público sempre com foco em melhores resultados de produção é determinante para a

pessoas estão inseridas. Em um ambiente de trabalho,

há a necessidades de ilustrar a

escolha do ambiente de trabalho. Bem se sabe que as cores influenciam no comportamento

necessidade do emprego das cores para funcionários que passam 1/3 (um terço) do seu dia no

dos trabalhadores e incentivam a criação, a produção, o desenvolvimento, a concentração e a

ambiente em que trabalha, portanto, há a necessidade de ser ter um local agradável e salubre.

observação, logo, é essencial a produção de uma arquitetura de qualidade.

É fato que o ambiente laboral, frequentemente, apresenta um estresse natural diante às

Este trabalho não tem a pretensão de esgotar o assunto, no entanto, pretende

cobranças profissionais, muitas horas de trabalho, mobiliários inadequados, etc; e por estes

apenas apresentar de maneira simples, fundamentada no estudo dos referenciais teóricos a

motivos, dentre outros, pode a arquitetura contribuir para tornar os afazeres menos cansativos,

importância da temática de forma objetiva, quais suas funcionalidades para o edifício

tensos e minimizar a sensação de desconforto utilizando de forma harmônica a cor.

evidenciando, ainda como implementar o uso das cores no espaço de trabalho e suas demais atividades.


CAPÍTULO I - COR 1.1 O uso da cor ao longo da história


9 O ato de criar algo belo faz parte do instinto humano, seja através do desenho, da

‘‘Cada cor trazCAPÍTULO consigo I - COR uma longa história’’ PEDROSA (1999)

pintura, escultura ou outras formas de arte. Ainda no período paleolítico, têm-se estudos de que o homem na época produziu elementos que estão voltados para a arte:

O homem sempre teve o interesse pela estética/ arte. Existem relatos de que no

Foram encontradas duas ou três pontas de flecha em forma de amêndoa usadas no período da Idade da Pedra decoradas com um desenho de folhas que se assemelham a folhas de louro. Esta é a primeira expressão estética do ser humano de que se encontrou um rastro. Pela primeira vez, um ser humano, além de empregar semanas do trabalho para esculpir uma lâmina, ou seja, um objeto útil, gasta dias e dias para decorar a lâmina com um enfeite. (MASI, 2000, p. 27).

período da pré-história, Idade das Pedras (vai de 2 milhões a 10.000 a.C.) o homem já pintava e usava as cores para representar suas figuras. As pinturas eram feitas no interior das cavernas com pigmentos da natureza. A utilização de sangue de animal, a terra, geravam cores em variados tons para os desenhos nas paredes de pedra, “[...] quando ele esfrega e tritura flores, sementes, elementos orgânicos e terras corantes com a finalidade de colorir.” (PEDROSA,

Pedrosa (2013) aborda que já no período neolítico (de 10.000 a 5.000 a.C.) o

2013, p. 44). Pedrosa (2013) aponta dizendo ainda que ao reproduzir as diferentes colorações, o homem consegue diferenciar o desenho representado nos seres e nas coisas. Essa ação de gerar a arte provocava no homem uma sensação de felicidade estimulando a criação. Esses afrescos eram iluminados por tochas e protegidos do meio externo.

homem conheceu o barro, a argila e suas propriedades e com a busca em querer conhecer mais queimava tais elementos para se obter colorações diferentes e efeitos diversificados. A partir do momento em que o homem percebeu que a água é um veículo que auxilia para a diluição das substâncias e possui uma valorização no produto final foi evoluindo para criar resultados novos e diferentes. Na Idade Antiga (3.500 a.C) as cores eram utilizadas para discriminar as classes

Figura 1: Pinturas nas pedras da caverna

Figura 2: Pintura rupestre na gruta de Altamira, Espanha

sociais, os preços das cores variavam de acordo com seu significado e eram os protagonistas dos livros da época. No Egito (1700 a.C.), a arte era representada tanto nas esculturas quando em pinturas em baixo relevo. “[...] sobretudo na época do Império Médio; por meio de um contorno profundamente gravado, o Egípcio faz ressair uma escultura de espessura desigual que não ultrapassa o nível da parede e sobre a qual grava a cinzel os caracteres secundários.”. (BAZIN, 1980, p. 31). A representação de figuras de animais era através de observações feitas

Fonte: museuitinerante.com.br

Fonte: auladearte.com.br

pelo artista; as figuras femininas em relação a da masculina, era mais leve, mais viva; os egípcios eram um povo que demonstravam a graça volumosa do corpo feminino.


10 Todas as cores representadas nas pinturas são muito sóbrias, como o ocre-

E a lírios parecem borboletas. Uma coroa desproporcional sobre a cabeça, e as plumas de

vermelho ou amarelo, um pouco de verde e azul. Figura 3: Pintura nos palácios e templos egípcios

Os gregos não conheciam a cor verde, pois as folhas das plantas são na cor azul-claro.

Figura 4: Pintura nos palácios e templos egípcios

pavão, que poderia ser um animal para o ritual. Os gregos representavam em figuras os acontecimentos do período e do cotidiano. Figura 7: Afresco, Príncipe dos lírios no Palácio de Cnossos

Fonte: zafiroratze31.blogspot.com.br

Os romanos (100 d.C.) utilizaram a cor para pintar os murais dos palácios em afrescos de forma que gerasse um efeito tridimensional. Um exemplo dessa arte é a pintura em afrescos da cidade de Pompéia, que os desenhos representados eram figuras e cenas ocorridas no cotidiano, são figuras mitológicas, religiosas e conquistas militares. Estes foram temas das pinturas romanas.

Fonte: adriartessempre.blogspot.com.br

Segundo Bazin (1980), os egípcios adotaram uma convenção de que os corpos masculinos são pintados com a cor vermelha enquanto a mulher com o amarelo. A arte egípcia é, de uma forma geral, uma arte ligada ao espírito. Diferente desta, a arte grega (século V a.C.) trabalha com o intelecto. Os gregos (século V a.C.) criam uma arte que é

Figura 8: Pintura romana em afresco

harmoniosa, simétrica e bela. A cor nesse período foi representada em afresco nas construções. Figura 5: Palácio Cnossos, interior

Figura 6: Palácio Cnossos, interior

Fonte: adriartessempre.blogspot.com.br

Fonte: http://pt.slideshare.net/ Fonte: http://pt.slideshare.net/

Fonte: http://pt.slideshare.net/


11 Figura 10: Vitral Catedral de Chartres Figura 9: Vitral decorativo

Fonte: FARINA, Psicodinâmica das cores em comunicação, p. 12

Já no século V a. C. as cores claras e escuras ganharam espaço. Pedrosa (2013) apresenta que as sombras estudadas por Apolodoro abrem à pintura o caminho da representação para os volumes entre o claro-escuro, possibilitando a precisão das nuances e o aparecimento de modelados que valorizariam as cores. Com o passar dos tempos, as cores foram ganhando cada vez mais espaço, um exemplo disso são seus empregos nos vitrais coloridos. Esses vitrais tiveram seu inicio no território itálico. Farina (2013) ensina que em Pompeia e Herculano, na Itália, surgiram os primeiros vitrais em luxuosas residências. Aborda ainda dizendo que posteriormente estes vitrais passaram a fazer parte das Igrejas Católicas e passam ser utilizados como a principal manifestação da pintura na arte gótica. Mais tarde, os sacerdotes da Igreja Católica começaram a decorar os primeiros templos cristãos - no início geralmente altos e imensos, mas com aspecto interno acinzentado que foram mudando de aparência graças à coloração de enormes e alongados vitrais coloridos. “O povo ali reunido sentia-se, assim, mais predisposto ao recolhimento e à meditação. Bizâncio era praticamente colorido pelos vitrais de seus luxuosos palácios na época do império.”. (FARINA, 2013, p. 12).

Fonte: catedraisdievais.blogspot.com.br/

Se é certo que em França a escola de pintura é muito inferior à italiana é porque esta arte não era para os Franceses o único meio de expressão pela cor. O vitral, a iluminura, a tapeçaria, vagamente conhecidos em Itália, encheram catedrais e casas principescas de feéricas imagens coloridas. (BAZIN, 1980, p. 148). As igrejas góticas vêm com características próprias como torres pontiagudas, três portais na entrada que dá acesso à nave central e duas naves laterais, rosácea na fachada e tudo se voltam para o alto devido a sua grandiosidade e rico em detalhes. Os vitrais vêm para iluminar o interior provocando sensações de aconchego através das cores incidirem no interior. Oposto a essa proposta de arquitetura, o renascimento propõe uma arquitetura que retomasse a antiguidade clássica, restaurando essa arquitetura e abandonando os princípios góticos.

“[...] o Renascimento afasta-se dos conjuntos

complexos e das plantas emaranhadas do gótico e regressa às composições simples, aos volumes categóricos e às superfícies claras de que a arte romana fornecia ainda tantos exemplos.”.(BAZIN, 1980, p. 181). Na pintura, o renascimento foi um estilo que desenvolveu a perspectiva e profundidade às ilustrações. Essa arte foi representada em diversas construções, sendo uma das mais famosas é o afresco do teto da Capela Sistina, com ornamentos, desenhos, detalhes extraordinários e cores, pintado por Michelangelo em 1508.


12 Figura 11: Teto da Capela Sistina

Posteriormente à arte barroca, o rococó surge como um estilo mais livre, busca dar prazer aos olhos com sua arquitetura agradável e alegre, tendo uma ruptura com o barroco, porém continua seguindo as características de muito ornamento e detalhes. Figura 13: Átrio do Imperador, da Residência Episcopal de Wurzburg, de Neumann, 1737

Fonte: pt.wikipedia.org Figura 12: Igreja barroca

Bazin (1980) cita que a arquitetura barroca procura impressionar com acentuação dos volumes e do exagero da decoração. Complementando as características, Janson (1998) diz que é irregular, contorcido, grotesco. Há muito a utilização do dourado, muitas imagens e ornamentos.

Fonte: alexandreinnecco.com

A cor foi muito utilizada por pintores de diversas épocas, mas foi Leonardo Da Vinci quem trouxe a teoria das cores. Pedrosa (2013) cita que foram feitas teorias e passadas para livros, sendo que a preocupação das cores para Leonardo já estiva relacionada com a óptica, a física, a química e a fisiologia; seus escritos eram direcionados para pintores que eram os mais interessados pelo assunto na época. Com isso, estudos e pesquisas a respeito das cores foram sendo feitas e, cada vez mais, o homem procurou aplicá-las às coisas que criava. A busca em representá-las acompanhou a evolução humana. Pintores buscavam os melhores meios de expressão para dinamizar suas obras. Vários estilos artísticos como o romantismo – Goya - o surrealismo – Salvador Dali - o cubismo –Pablo Picasso introduziram estes elementos em suas obras.

Fonte: alexandreinnecco.com


13 O emprego da cor em obras de pintura fez um efeito que diferenciava ou não

Figura 14: Os fuzilamentos de Três de Maio

planos, distâncias e personagens. Havia uma preocupação em se ter harmonia com o contexto

Pintura de Francisco José de Goya y Lucientes. A obra foi pintada em 1814, seis anos depois que ocorreu o fuzilamento dos rebeldes que lutaram contra as tropas napoleônicas em Madri, retratadas nesta pintura. O pintor utiliza cores dramáticas como o cinza, marrom e preto.

completo. Os traços de uma gravura e a utilização balanceada das cores gera uma simetria. Pedrosa (2013) preconiza que houve uma evolução de teorias, de aplicações e conceitos a respeito da cor como, por exemplo, a teoria de Newton (1672) e Goethe (1810), estes foram os primeiros a elaborar o sistema de formação das cores. Posteriormente, Chevreul (1839) utiliza do sistema que indica o brilho e a saturação das cores. Para Otto Runge (1810) buscar analisar as harmonias cromáticas, sendo as cores puras e suas

Fonte: abstracaocoletiva.com.br/ Figura 15: Aparição de um rosto e uma fruteira numa praia

misturas estão no equador da esfera e quando são aproximadas do centro possuem um tom acinzentado médio. Assim, para se obter uma tonalidade mais escura basta se aproximar no polo inferior até que se tenha a cor preta. Para se obter tonalidades claras basta aproximar do polo superior até que se tenha a cor branca. Esses sistemas formalizam o estudo das cores constituindo a teoria das cores.

Fonte: umpoucosobrecor.wordpress.com

Pintura de Salvador Dali em 1938. O pintor utilizava cores pesadas e tristes. O desenho retratado são figuras distorcidas e irreconhecíveis que fogem à lógica humana. São misturas de cores, formas e dimensão que confundem a visão.

Figura 17: Saturação, brilho e cor

Fonte: artistapsicoarte.com.br Figura 16: Le demoiselles d’Avignon

Pintura de Pablo Picasso em 1907.

rebatido. O pintor utiliza as cores para diferenciar os planos e as figuras.

Fonte: http://renuncia-a-perspectivat203.blogspot.com.br/

Figura 18: Tonalidades – claro-escuro

Fonte: art.highforun.net

A obra é baseada em formas geométricas e plano


14 Estas teorias são as bases para os demais avanços teóricos que surgiram com o passar dos tempos e de estudos em estudos aprimorando cada vez mais. Na arquitetura do século XIX, o neoclassicismo foi um movimento artístico que reagiu ao barroco e o rococó e resgatou algumas características da antiguidade. Percebe-se que nas construções as características são marcadas pela simplicidade, algumas possuem influências romanas com obras obras marcadas pela severidade e monumentalidade, enquanto outras construções são de influência grega com mais pureza.

Ainda neste século, o ecletismo surge não para criar um novo estilo arquitetônico, mas com o objetivo de unir e combinar as melhores características qualificadas pelos grandes artistas do passado em uma única obra. Assim, uma construção possui muito detalhe, muito ornamento, dourado e exageros devido a grande quantidade de informações contidas em único espaço através de diversos estilos juntos. Figura 20: Teatro de ópera de Paris – arquiteto: Charles Garnier

Figura 19: Interior do Panteão de Paris – arquiteto: Jacques-Germain Soufflot

Fonte: brasilarqui.wordpress.com

Os estudos das artes foram cada vez mais se desenvolvendo e buscando novos olhares para este segmento, criando novos paradigmas. Walter Gropius1 (1883 – 1969) foi um dos maiores nomes da arquitetura por proporcionar meios que incentivassem o estudo da arquitetura, das artes e design fundando a escola Bauhaus em 1919, na Alemanha.

1

Fonte: en.wikipedia.org

É considerado um dos principais nomes da arquitetura do século XX, é o fundador da Bauhaus, escola que foi um marco no design, arquitetura e arte moderna e diretor do curso de arquitetura da Universidade de Harvard.


15 Foi na Bauhaus que estudaram diversos artistas que fizeram a diferença no mundo da

Figura 22: Villa Savoye

arte desde então, e dente eles está Josef Albers (1888-1976), um estudioso que buscou elaborar o desenvolvimento e teoria da cor, através de sua dinâmica e na relação que as cores têm com o contexto. Assim, Albers pintou quadrados coloridos e distribuiu-lhes em um plano, e a partir disso passou a explorar as cores com formas e disposições espaciais a fim de gerarem efeitos que resultassem em teorias que lhe fossem conclusivas através dos contrates, a repetição e o relacionamento das cores. Fonte: vidaobralecorbusier.no.sapo.pt Figura 21: Quadrados coloridos de Josef Albers

O final da segunda metade do século XX, entre os anos 1980 e 1990, tem-se o pósmodernismo, que vem em resposta às maneiras e características em que o modernismo aplicava e os arquitetos consideravam falhos e, aos poucos, foram se modificando. Um arquiteto da época, Robert Venturi3, analisou os períodos do modernismo e o pós-modernismo e elaborou uma comparação dos estilos, como mostra a imagem abaixo: 1

Fonte: color101.blogspot.com.br/

Século XX, modernismo: resposta às consequências da industrialização. A arquitetura moderna surge desprendida de qualquer movimento ou estilo do passado. É um estilo sem ornamento, sem cores fortes, com material aparente, formas simples e geométricas. Le Corbusier2 foi um dos principais arquitetos importantes deste período que marcou o estilo, e foi este que apresentou os 5 (cinco) pontos da arquitetura: Planta livre – livre locação das paredes -, Fachada livre – fachada independente da estrutura - , pilotis – pilares que elevam o edifício deixando-o livre do solo -, terraço jardim – a parte de cima do edifício é ocupado em forma de jardim - , janelas em fita – relação desimpedida com a paisagem -. 2

Fonte: http://arquitracobrasil.wordpress.com/

1

Pseudônimo de Charles-Edouard Jeanneret, considerado o arquiteto mais importante do século XX, o mais influente representante do movimento moderno.

3

Nasceu na Filadélfia em 1925. É arquiteto e professor da Universidade da Pensilvânia e da Universidade de Princeton. Venturi é mais conhecido por suas polêmicas teorias, consideradas por seus oponentes como responsáveis por uma estética populista do pós-modernismo arquitetônico.


16

Os arquitetos do pós-modernismo produziam projetos com elementos diferenciados e características inovadoras. Um projeto de referência desse período é do arquiteto Fernando Peixoto localizado na cidade de Salvador – BA. É um edifício comercial que possui vitalidade nas formas e nas cores. Suas formas são inusitadas e escultóricas e coloridas. O edifício possui brises que varia de cor que vai do cobre para o cinza. Esses brises são responsáveis por esconder os caixilhos formando uma segunda pele.

“Arquitetura contemporânea se retrata para mim de várias maneiras, em projetos onde a principal preocupação é com a qualidade de vida aliada a um projeto funcional, que tenha integração com o exterior, que se destaque pelas formas inovadoras, criativas, os materiais são os mais variados, os volumes não tem regra geral, as cores também não, e esse é um dos motivos que faz com que a arquitetura contemporânea se destaque muito no Brasil e no mundo, e também, porque faz desse estilo mais flexível e prazeroso para se trabalhar”. (Márcio Kogan, Arquitetura no Brasil)

Um projeto de referência desse período é a residência Paraty situada na cidade do Rio de Janeiro. A residência possui linhas retas, materiais diversificados e dentre eles, elementos naturais, cores neutras e volumes independentes e sobrepostos.

Figura 23: Centro empesarial Cidade Jardim, Salvador

Seguindo a linguagem de uma arquitetura diferenciada, a arquitetura contemporânea surge para dar continuidade a esse processo e está presente até os dias de hoje desde o final da década de 90. A arquitetura contemporânea conta com a tecnologia, com a informática, os avanços dos materiais trazendo novidades e inovação.

Figura 24: Residência Paraty- arquiteto: Marcio

Fonte: http://arquitracobrasil.wordpress.com/

Fonte: www.arcoweb.com.br

Kogan


1.2. Definição de cor


1.3 Cor-luz e cor-pigmento O mundo é cercado por cores. Seja qual for o foco da visão há cor. A natureza representa de forma esplêndida as diversas variedades cromáticas existentes no espaço. As cores são ondas luminosas que através da luz formam as tonalidades cromáticas. Estes raios luminosos penetram a retina estimulando os efeitos visuais. Segundo Farina (2013, p. 32) os cientistas David Hubel e o Torsten Wiesel estudaram o funcionamento do olho humano e constaram que “para o ser humano ver, o olho em si não completa o processo visual, pois a retina só transmite signos ao cérebro, sendo este incumbido de decifrá-los”. O cérebro, após identificar a informação da cor, gera a percepção visual ou a sensação visual. A percepção visual ocorre quando os elementos físicos – luz- e os elementos fisiológicos – olho- se relacionam. Quando esses elementos se relacionam geram uma sensação perceptiva que são efeitos provocados que viabilizam a visão. As sensações visuais invadem o campo psicológico alterando a qualidade e os estímulos humanos. Pedrosa (2013) menciona que na percepção há uma distinção de três elementos que envolvem a cor: a matiz, valor e croma que são o comprimento de onda, luminosidade ou brilho e saturação da cor, respectivamente. O mesmo autor pondera ainda: “Sobre o indivíduo que recebe a comunicação visual, a cor exerce uma ação tríplice: a de impressionar, a de expressar e a de construir. A cor é vista: impressiona a retina. E sentida: provoca uma emoção.” (PEDROSA, 2013, p. 13). As cores podem ser provenientes de elementos sólidos ou através da luz e esses estímulos que geram as sensações cromáticas podem ser divididos em dois grupos: cor-luz e cor-pigmento, conforme definido a seguir.


19

1.4 Classificação das cores Para que a cor tenha uma visibilidade causando estímulos visuais faz-se necessário que a fonte das cores seja proveniente ou de luz colorida ou de elementos sólidos. Quando a fonte é a luz colorida tem-se o chamado cor-luz. Figura 25: fontes de cor-luz

Pedrosa (2013) define a corluz sendo uma radiação luminosa visível que contém síntese aditiva a luz branca. Sua melhor expressão é a luz natural (solar), pois equilibra todas as matizes existentes na natureza.

Fonte: www.aquaonline.com.br Figura 26: fontes de cor-pigmento

Quando a fonte são elementos sólidos é classificado como cor-pigmento. Aquele autor define que a cor-pigmento é uma substância material que pode absorver, refratar ou refletir (dependendo da sua natureza) os raios luminosos.

Fonte: genesistintas.com.br


20

Segundo Pedrosa (2013) a cor não possui uma existência material, a cor é a

Figura 28: Mistura das cores-pigmento – opaca

Figura 29: Mistura das cores pigmento - transparente

sensação provocada pela luz e o olho humano. Diante à extensa variedade de cores com suas singularidades há nomenclaturas e classificações, a saber: cores primárias, secundárias, terciárias, complementares, cores quentes e frias. Essas classificações variam para a cor-luz e cor-pigmento. Para Pedrosa (2013) as cores primárias em cor-luz, vermelho, verde e azulvioletado, são cada uma das três cores indecomponíveis e que, misturados de forma

Fonte: Da cor à cor inexistente, PEDROSA, 2013, p. 23

Fonte: Da cor à cor inexistente, PEDROSA, 2013, p. 23

proporcional, geram a cor branca. As cores secundárias são aquelas que são geradas através da mistura de duas cores

Figura 27: Mistura das cores primárias – cor-luz

primárias. Já a mistura de uma cor primária com uma secundária, tem-se a cor terciária. As cores complementares são aquelas em que uma das cores primárias é oposta a cor que é resultante da mistura das outras duas primárias gerando uma secundária, sendo esta a cor complementar. Quando a cor primária e sua complementar se misturam, geram a cor branca. Ciano + vermelho = branco Fonte: Da cor à cor inexistente. PEDROSA, 2013, p. 23

Na cor-pigmento opaca as três cores primárias são vermelho, amarelo e azul. A mistura desses elementos gera a cor preta. Na cor-pigmento transparente são magenta, amarelo e o ciano, que a mistura deles produz o cinza neutro por síntese subtrativa.

Verde + magenta = branco Azul-violetado + amarelo = branco


21

As cores que são excitantes e fortes são classificadas como cores quentes, como o vermelho, laranja e amarelo; enquanto as cores que são suaves e menos predominantes são classificadas como cores frias, que são o azul, verde e violeta.

Figura 30: Cores quentes e frias

Fonte: IAR- unicamp.com.br, 2014, p.6


CAPÍTULO II - LUZ, COR E ARQUITETURA 2.1 Características técnicas e efeitos psicológicos das cores


23 Os efeitos que são causados pela cor são envolventes, dinâmicos e produzem sensações de movimento. Pode sugerir um espaço mais alto ou mais baixo, menor ou maior, pode aproximar ou afastar. As cores podem influenciar diretamente no organismo humano e no sistema circulatório: “[...] a luz colorida intensifica a circulação sanguínea e age sobre a musculatura no sentido de aumentar sua força segundo uma sequencia que vai do azul, passando pelo verde, o amarelo e o laranja, culminando no vermelho.” (FARINA, 2013, p. 90).

· Vermelho: é uma cor primária tanto para cor-luz como para cor-pigmento. Seu índice de cromaticidade é alto assim como sua saturação possuindo um grau elevado de visibilidade.

A mistura com a cor preta gera vários tons de marrom, quando misturada com a cor branca tem-se o rosa, delicado e juvenil. A cor complementar do vermelho em cor-luz é o ciano, e em cor-pigmento é o verde, que quando misturado com o vermelho pode chegar a atingir a brutalidade por serem as duas cores complementares mais vibrantes.

Para se entender o conceito de cada cor e seus respectivos efeitos visuais, segue a Figura 31: Cor complementar – cor-pigmento

Figura 32: Cor complementar – cor-luz

seguir lista cromática, segundo Pedrosa (2013) e Farina (2013), conceituando cor-luz, corpigmento e cor complementar4: 1

Fonte: arquivo pessoal

4

As cores complementares variam de cor-luz para cor-pigmento, pois, as cores primárias de cada uma são diferentes, conforme apontado no item 1.4

Fonte: arquivo pessoal

O vermelho possui, aproximadamente, um comprimento de onda de 700 mµ. Sua cor vibrante é enaltecida quando é aplicada sobre o fundo preto, pois, assim gera a função de luminosa; oposto a este efeito, ocorre quando é aplicada sobre o fundo branco, esse resultado torna-se terroso. Dos vários tons de vermelho existentes os que mais se destacam são os vermelho-desaturno, o inglês, o laca e o cádmio. O vermelho é uma cor que refere-se a alimentação, energia, calor, força, dinamismo. “É uma cor quente e bastante excitante para o olhar, impulsionando a atenção e adesão aos elementos em destaque.”. (FARINA, 2013, p. 99).


24 Ÿ

Amarelo: é uma cor primária em cor-pigmento tendo sua complementar o violeta e secundária em cor-luz com sua cor complementar o azul.

Figura 33: Cor complementar – cor-luz

·

Verde: é uma cor primária em cor-luz tendo sua complementar a cor magenta. Em cor-pigmento, o verde é cor secundária e tem sua complementar o vermelho.

Figura 34: Cor complementar – cor-pigmento Figura 35: Cor complementar – cor-pigmento

Fonte: arquivo pessoal

Fonte: arquivo pessoal

O amarelo é a cor mais clara das cores e a que mais se aproxima da cor branca em escala de tons, podendo proporcionar cores quentes ou cores frias quando misturadas com outras cores: misturado com o vermelho gera o laranja que é uma cor quente e quando misturado com o azul gera o verde, que é uma cor fria. O amarelo em contato com o preto não é agradável, sua tonalidade fica próximo ao verde-oliva sombrio. O amarelo possui o comprimento de onda, aproximadamente, de 580 mµ. Ela sobre um fundo branco é pouco visível, ao contrário da cor preta, quando sobreposta a esta cor, torna-se vibrante, ganha força. É uma cor que remete a iluminação, conforto e ação. Para a segurança é a cor de alerta por chamar a atenção.

Fonte: arquivo pessoal

Figura 36: Cor complementar – cor-luz

Fonte: arquivo pessoal

A cor verde possui o comprimento de onda, aproximadamente, de 560 mµ. Quando o verde é misturado com a cor branca ganha qualidade luminosa, porém quando escurecido com a cor preta torna-se uma cor acinzentada. O verde absoluto é a cor mais calma que existe. Não é o centro de nenhum movimento. Não se acompanha nem de alegria, nem de tristeza, nem de paixão. Não solicita nada, não lança nenhum apelo. Esta imobilidade é uma qualidade preciosa, e sua ação é benfazeja sobre os homens e sobre as almas que aspiram ao repouso. A passividade é o caráter dominante do verde absoluto, mas esta passividade se perfuma de unção, de contentamento de si mesmo. (PEDROSA, 2013, p. 124). Utiliza-se desta cor para se ter calma, tranquilidade, bem-estar, equilíbrio, suavidade e descanso. Farina ensina: “Simboliza a faixa harmoniosa que se interpõe entre o céu e o sol.”. (FARINA, 2013, p. 102).


25 ·

Azul: é a cor mais forte das três cores primárias em corpigmento, chegando a se comparar com preto. Sua cor complementar é o laranja. Em cor-luz é cor secundária, com sua complementar sendo o amarelo.

Figura 37: Cor complementar – cor-pigmento

Fonte: arquivo pessoal

Figura 38: Cor complementar – cor-luz

Fonte: arquivo pessoal

O azul é classificado como a cor mais fria de todas as cores, assim, qualquer cor que se misture com ele, esfria-se. A cor azul possui um comprimento de onda correspondente a 480 mµ. É uma cor penetrante, profunda, convida a se perder no infinito, pois faz lembrar a imensidão do céu. É a cor da meditação, do sentimento profundo e do afeto. Sofisticação, profundidade e acolhimento para o azul escuro.

Ÿ Violeta: É a cor resultante da mistura entre o vermelho

e o azul. Em cor-pigmento é a classificada como cor secundária, tendo sua cor complementar o amarelo

Figura 39: Cor complementar – cor-pigmento

Fonte: arquivo pessoal

Quando escurecido com a cor preta torna-se desagradável com capacidade de dispersão. Misturado com a cor branca ganha-se luminosidade gerando os tons de lilás. É a cor que possui o menor comprimento de onda, com valor de 400 mµ. O violeta necessita de uma certa cautela: os tons escuros estão relacionados com melancolia, tornando-se deprimente. Já nos tons claros aproxima-se da cor rosa transmitindo alegria e suavidade.


26 Branco: é a junção de todos os espectros solares representando a adição de todos os comprimentos de onda. O branco é cor que representa luz e é a cor da pureza.

Ÿ Laranja: Em cor-luz, é a cor terciária. Em cor-pigmento, a cor

laranja é secundária, complementar do azul. Figura 40: Cor complementar – cor-pigmento

Pedrosa pondera: “Em pigmento, o que se chama branco é a superfície capaz de refletir o maior número possível dos raios luminosos contidos na luz branca.”. (PEDROSA, 2013, p. 130). É a cor que encontra-se no ponto extremo em qualquer escala cromática. O branco é a cor utilizada para indicar limpeza em ambientes claros e também remetem a elegância. ·

Fonte: arquivo pessoal

O laranja é classificado como uma cor quente e sobrepõe a visão do observador pelo seu colorido forte e fazendo com que se tenha a sensação de espaços maiores pela sua característica luminosa. Possui um comprimento de onda igual a 620 mµ. Sua tonalidade é produzida pela mistura do vermelho com o amarelo (em pigmento) e vermelho e verde (em luz). É uma cor que simboliza energia, senso de humor, excitabilidade.

Púrpura: É uma cor terciária produzida pela mistura do vermelho e azul, uma cor na qual induz ao autocontrole e à estima. ·

Marrom: O marrom não existe como luz colorida pelo seu amarelado sombrio. No pigmento, sua coloração vem da mistura do amarelo e preto. É uma cor que simboliza pesar, melancolia e resistência em tons escuros, e pode também simbolizar dignidade e valor.

Preto: O preto não é considerado cor, o preto existe, pois indica ausência de luz.

Pedrosa ensina: “O que distingue o pigmento chamado preto é sua propriedade física de absorver quase todos os raios luminosos incidentes sobre ele, refletindo apenas quantidade mínima desses raios.” (PEDROSA, 2013, p. 132). Em cor-pigmento, todas as cores juntas formam o preto. Do mesmo modo que a cor branca, a cor preta também se localiza em um ponto extremo na escala de valores, porém em outra extremidade com baixa luminosidade. O preto é uma cor que simboliza mal, negação e angústia. Farina contemporiza: “É expressivo e angustiante ao mesmo tempo. É alegre quando combinado com certas cores. Às vezes, tem conotação de nobreza, seriedade e elegância.”. (FARINA, 2013, p. 98). As cores consideradas certas na mistura com o preto são o vermelho, amarelo, azul, violeta, estas ganham luminosidade e vibração. A mistura das duas cores que estão nos extremos da escala de valores o preto e o branco forma o cinza que é uma cor neutra e o é o conjunto de todos os comprimentos de onda. As cores quando entram em contato com a retina tendem a emitir alguma mensagem e o objeto não precisa ser tocado ou analisado de forma mais efetiva. A visão é o órgão humano mais elaborado dos sentidos, possibilitando conectar o homem ao espaço à distância, à velocidade da luz.Schmid ensina: “A visão tem especial capacidade de antecipar outras sensações. Olhando uma escultura de longe, sem tocála, podemos sentir sua textura.”. (SCHMID, 2005, p. 276). Completa ainda dizendo que dois terços das informações que são emitidas ao cérebro são provenientes da visão; esse fenômeno só se concretiza com a presença da luz e para melhor compreender este fenômeno segue item seguinte.


2.2 Definição de luz


28

A luz é uma radiação luminosa na qual possibilita que as coisas e o meio sejam vistos. A iluminação é fundamental para as atividades cotidianas, sem a luz não se tem visão, com ela se revelam as formas, espaços, os objetos e ainda provoca sensações de bem estar e motivação. Antes de tentarmos obter qualidade sob o ponto de vista de sua funcionalidade, teremos que considerar o seu aspecto de elemento criador do espaço, como aquela que nos possibilita dentro de um significado maior para a arquitetura uma ambientação agradável e mais humana. (GONÇALVES, VIANNA E MOURA 2011, p. 42). Battistella (2011) salienta que as condições de iluminação dependem da intensidade, da distribuição, do grau de reflexão dos objetos – citando a cor e material – o contraste dos materiais e os efeitos das sombras. A luz pode ser definida de duas maneiras: ou pode ser natural (do sol) ou artificial (das lâmpadas). A iluminação seja qual for é uma ferramenta importante utilizada para iludir a visão humana fazendo com que se altere o espaço, simulando ambientes e ainda alterando os sentidos. A luz e a cor são elementos que possuem uma relação direta. Luz e cor não devem ser pensadas independentemente. A quantidade, o tipo e a qualidade da luz podem alterar completamente uma cor. Determinada cor pode alterar completamente a quantidade, o tipo e a qualidade da luz incidente e refletida sobre ela, portanto, elas devem ser pensadas em conjunto. (GURGEL, 2013, p. 38).

Uma das fontes de luz é a natural, fonte que vem do sol e essencial à vida humana. Gurgel (2013, p. 40) diz que “A luz natural ilumina nossa alma e nos enche de energia.”.

Outra fonte de luz é a artificial, gerada por eletricidade e possui diferentes tipos de lâmpadas, formatos e modelos. De todos os tipos existentes, a lâmpada de LED é mais recomendável de se utilizar, pois, dentre suas vantagem, as que mais se destacam são: alta eficiência luminosa, variedade e controle dinâmico de cores, luz dirigida, sem radiação ultravioleta e infravermelha, baixo consumo de energia, pequena dissipação de calor, ecologicamente correto. (GONÇALVES, VIANNA E MOURA, 2011, p. 99) A iluminação, seja natural ou artificial, deve estar a favor dos afazeres do homem agregando potencialidades visuais a fim de enaltecer seu exercício produtivo.


2.3 Luz e percepção visual


2.3.1. Luz direta “Percepção é um processo que baseia-se na ação, probabilidade e na experiência. A imagem percebida é elemento de um processo, o processo de perceber.” (BATTISTELLA, 2003, p. 19). Farina (2013) complementa dizendo que algo que provoque uma reação seja em qualquer órgão do sentido é um estímulo. Os estímulos possuem suas próprias características como discriminar tamanhos, analisar proximidades, distinguir iluminação e diferenciar as cores, tais percepções são transmitidas como mensagens e possuem um grau de importância alto. A percepção visual se dá através da imagem que chega aos olhos e que é transmitida ao cérebro codificando o elemento observado. O homem deve sempre ser protegido de elemento que provoque desconforto, por essa razão há a preocupação de tornar o espaço mais agradável focando o indivíduo. “[...] percebemos que é importante a compreensão dos problemas referentes ao modo como o indivíduo percebe o espaço que o rodeia.” (GONÇALVES, VIANNA E MOURA, 2011, p. 115).


31

2.3.2. Luz indireta A luz direta é aquela que apresenta facho luminoso distinto. Gurgel (2013, p. 46) define sendo que: “Quanto mais fechado o facho luminoso, maior o contraste entre luz e sombra [...] criando centros de interesse.”.

Figura 41: Luz direta direcionada ao objeto

Fonte: GURGEL. Guia de Arquitetura de interiores para áreas comerciais, p. 46


2.3.3. Luz difusa A luz indireta é utilizada em parede, teto ou demais superfícies em que são direcionadas a luz para pontos de reflexão evitando, assim, que se tenham reflexos indesejados, esse sistema é utilizado para ampliar um pé-direito baixo. Figura 42: Luz indireta

Fonte: GURGEL. Guia de Arquitetura de interiores para áreas comerciais, p. 47.


33

2.3.4. Luz embutida A luz difusa é uma luz homogênea que se espalha pelo ambiente não possuindo um facho definido chegando a ser monótono, pois, tem menos contraste dos tons claros e escuros. Segundo Gurgel (2013, p. 47): “Ideal para iluminação geral ou de fundo e quando se deseja uma atmosfera mais suave e impessoal.”.

Figura 43: Luz difusa

Fonte: GURGEL. Guia de Arquitetura de interiores para áreas comerciais, p. 48.


34

Luz embutida é uma solução que personaliza o projeto que de acordo com a criatividade proporciona diferentes soluções de iluminação que estão acopladas à arquitetura.

As diferentes classificações de iluminação, segundo Gurgel (2013) são para criar atmosferas com luzes claras e dinâmicas induzindo ao trabalho e ao movimento; criar pontos de interesse guiando o indivíduo para uma determinada direção; modificar imperfeições

Figura 44: Luz acoplada à arquitetura

arquitetônicas caso a proporção do espaço não seja adequada e para alterar as características dos materiais intensificando uma textura. A percepção visual é um fator de grande relevância para o espaço e o homem e sendo a luz um agente que afeta os sentidos humanos, Gonçalves, Vianna E Moura (2011) ensina que o objetivo da iluminação é proporcionar um desempenho satisfatório na tarefa visual, e assim, gerar produtividade.

Fonte: GURGEL. Guia de Arquitetura de interiores para áreas comerciais, p. 49.


2.4 Luz e cor na arquitetura


36

A luz é um elemento de mediação entre o homem e o espaço. No entendimento de Farina: “Ela apresenta todos os detalhes à percepção do ser humano numa multivariada gama de sensações visuais coloridas ou não.” (FARINA, 2013, p. 27). Este autor salienta ainda que as sensações podem variar de acordo com a intensidade luminosa que chega até o objeto, podendo ser de baixa ou alta intensidade de luz. Quando estamos nos referindo à iluminação, um aspecto fundamental é aquele relacionado à ordem essencialmente psicoemocional. Antes de tentarmos obter qualidade sob o ponto de vista de sua funcionalidade temos que considerar o seu aspecto de elemento criador do espaço como aquela que nos possibilita dentro de um significado maior para a arquitetura uma ambientação agradável e mais humana. (GONÇALVES, VIANNA E MOURA, 2011, p. 41). Um espaço com iluminação adequadas, mobiliários confortáveis e cores discretas são voltadas para o exercício de relaxamento, como mostra a figura 45:

Já um espaço mais claro é direcionado para a atividade, raciocínio, processo laboral, assim, preconiza Gurgel: “Quanto maior a quantidade de luz, quanto mais claro um ambiente, maior é a disposição e a vontade de trabalhar.”. (GURGEL, 2013, p. 129). Figura 46: Ambiente de trabalho claro e bem iluminado

Figura 45: Sala de descanso

Fonte: revista.penseimoveis.com.br

Fonte: gostonasalturas.blogspot.com.br

A escolha da luz para alcance de resultado específico deve ser arquitetada cuidadosamente de acordo com as necessidades de seus usuários. Importante ressaltar que o uso da cor e da luz é uma das soluções mais econômicas para promover mudanças em um ambiente, uma vez que a cor transmite mensagem, conforme demonstrado no bojo do trabalho. Gurgel (2013) enfatiza dizendo que o espaço de trabalho deve ser dotado de disposição, bom-humor e que os funcionários sintam-se estimulados a trabalhar. Goldmann ensina: “A cor, com suas ilimitadas possibilidades estéticas e psicológicas não tem por objetivo a criação de ambientes exibicionistas, mas sim tornar a vida mais agradável.”. (GOLDMANN apud BATTISTELLA, 2003, p. 34.).


37 Para Schmid (2005) a ideia de conforto foi qualificada em três vertentes, a saber: a primeira é relacionada ao alívio de uma determinada dor; a segunda é o poder da liberdade prevenindo as manifestações de eventuais desconfortos e, por fim, a terceira é a capacidade de transcendência. Existe ainda o conforto físico que é relacionado às sensações corporais; ao psicoespiritual que é relacionada à consciência; sócio-cultural que é direcionado às relações interpessoais e sociais e também ao ambiental que leva em consideração a temperatura, a luz, a cor, o som, a paisagem, entre outros. Schmid expõe uma abordagem holística afirmando que: “[...] a busca do bem-estar das pessoas - que não deixa escapar algum aspecto importante – do que à preservação da pureza de uma definição acadêmica.” (SCHMID, 2005, p. 26). A arquitetura intermedia as relações entre homem e seu espaço examinando e executando de maneira a alcançar o conforto esperado. Quanto maior o esforço, maior é a sensação de desconforto para o indivíduo. Gurgel (2013) lista que deve primeiramente apontar as funções de cada ambiente que serão iluminados, posteriormente, analisar o perfil dos ocupantes, dentre eles: idade, período de permanência e a intensidade da concentração necessária para determinado objetivo.

Figura 47: Ambiente de trabalho claro e bem iluminado

Concomitantemente deve-se verificar os materiais, as texturas, as cores e as dimensões para melhor aproveitamento espacial. Outra situação é a possibilidade desses elementos serem ergonômicos, não gerando cansaço visual ou fadiga. As novas tecnologias podem auxiliar para a realização dessas tarefas de forma correta a fim de garantir conforto, segurança, eficiência e bemestar.

Estudos revelam que quanto maior a quantidade de luz e melhor a iluminação, melhor o resultado do trabalho ali desenvolvido. As pessoas tendem a trabalhar mais e melhor com uma boa qualidade de luz. Uma distribuição de luz equilibrada é mais econômica, flexível e racional. (GURGEL, 2013, p. 53). A figura ao lado demonstra uma sala com diferentes tipos de iluminação: Com vasta possibilidade de utilização da luz é importante ser considerado o conforto visual para evitar efeitos negativos como o ofuscamento ou o excesso de reflexão, assim, o controle da luminosidade deve ser regulada. A tabela a seguir mostra o índice de reflexão que os objetos devem apresentar: Tabela 1: Índices de reflexão da luz no espaço

Fonte: FIGUEIREDO, Apostila Ergonomia e cor nos ambientes de locais de trabalho, p. 12

Não só a iluminação mas as cores Tabela 2: Índices de reflexão das cores também possuem seus graus de reflexão nas superfícies e que alteram o conforto visual, conforme tabela ao lado:

Fonte: FIGUEIREDO, Apostila Ergonomia e cor nos ambientes de locais de trabalho, p. 12 Fonte: GURGEL. Guia de arquitetura de interiores para á reas comerciais, p. 55.


38 Os índices de reflexão das cores em superfícies foscas garantem uma difusão na luminosidade,

Já o mobiliário deve seguir uma mesma linguagem como, por exemplo, as mesas

enquanto uma superfície brilhante gera mais reflexos. As cores foscas podem ser utilizadas para alcançar uma

e bancadas de trabalho não devem conter brilho para não se ter muita reflexão ou

uniformidade no ambiente.

Quando a iluminação é realçada de forma correta, as cores podem influenciar através de percepções sensoriais, emocionais e cognitivas. Existem diversas tonalidades cromáticas variando do mais claro para o mais escuro e estes elementos fazem parte dos condicionantes que influenciam seu meio, sendo cada uma utilizada em situações distintas. Um ambiente colorido com uma única cor possui uma mensagem, quando se tem mais de uma cor, como o contraste, possui outra mensagem. O contraste das cores, quando utilizado de forma adequada é feito para conduzir a uma harmonia no espaço gerando vivacidade e, quando feito de forma inadequada pode ocasionar tensão. Um contraste correto contribui para a distinção dos objetos, profundidades, distâncias e espaços tridimensionais. O contraste entre o preto e o branco é empregado em valores de luminosidade com o intuito de suprir a ausência de cor. Para melhores resultados de aplicação da cor em um ambiente de trabalho, tem-se algumas recomendações que são relevantes para cada espaço do ambiente: para tetos e forros, as cores mais indicadas são as claras, pois, assim a luz difusa pode ser espalhada de forma uniforme no interior do ambiente minimizando o ofuscamento. Para as paredes, as cores devem ser colocadas de acordo com as atividades que são executadas no ambiente, com um cuidado para não se ter cores muito distintas uma perto da outra para não se ter uma quebra visual direta. Uma diferença acentuada entre a cor da bancada de trabalho e das paredes gera uma necessidade de esforço da vista para adaptação à nova cor. Se esse esforço for feito várias vezes no dia o resultado será o cansaço visual. Por esta razão a cor a ser aplicada nas paredes deve ter o mesmo tom daquela que o trabalhador vê quando está concentrado em seu trabalho (FIGUEIREDO, 2014, p. 19).

Para o piso as cores devem ser mais escura do que o teto e parede, pois, seu nível de reflexão da luz também é influenciado.

ofuscamento. As cores mais indicadas nestes casos são os tons que seguem aos da parede com índice de reflexão entre 20% (vinte por cento) e 40% (quarenta por cento). A relação da beleza e funcionalidade é um desafio para a arquitetura. Assim, este trabalho pretende dar subsídios ao leitor para que ele possa alcançar sutiliza e refinamento da cor como contribuição para o ambiente corporativo. A busca pela valorização da qualidade estética do ambiente de trabalho, o entendimento do significado do belo, do bom, do adequado e do respeito pelo ser humano que utiliza o espaço para o desenvolvimento de sua atividade profissional são outras vertentes deste trabalho. As cores também são importantes na sinalização de prevenção de acidentes no ambiente de trabalho. A norma brasileira ABNT NBR- 7195 lista as cores que são utilizadas para este fim. A cor vermelha é utilizada para indicar equipamentos de combate a incêndio (extintor, hidrante, caixa de alarme), podendo ser empregadas para luzes ou botões de advertência que representam perigo. A cor amarela é utilizada para sinalizar “cuidado” em áreas perigosas como escadas, estruturas salientes, bordas e locais de trabalho que necessitam de alerta para o uso. A cor verde é para equipamentos de primeiros socorros, trata-se de uma cor que indica segurança. O azul tem a finalidade de indicar a obrigatoriedade de determinadas ações para proteção individual. O branco é para indicar corredores e passagem para as pessoas, já a cor preta é para coletores de resíduos.


39

Considerações finais A arquitetura é a chave para proporcionar ambientes salubres de forma equilibrada voltando-se para as necessidades humanas. Abre-se um leque de possibilidades de se projetar um ambiente e como visto neste trabalho a cor é um dos meios importantes para este fim. Sua influência já é concebida na ciência e seu uso adequado e equilibrado é o segredo para o sucesso e bem-estar. Podemos perceber que seja qual for o espaço, quando preparado adequadamente para as atividades, em que desde o mobiliário até a cor das paredes tem influência direta na saúde e bem estar das pessoas. Assim, conclui-se que as cores tem papel fundamental para suas respectivas funções de conforto. Do tom mais claro ao tom mais escuro variam os sentidos e as expressões das pessoas. A influência da cor é para promover a criação, o estímulo produtivo e a satisfação em trabalhar, visitar e conviver em num ambiente agradável e belo. Conclui-se que a utilização apropriada da cor no ambiente de trabalho, além do efeito psicológico benéfico é relevante a fim de identificar e auxiliar as pessoas a compreenderem as medidas de segurança no ambiente de trabalho. Por fim, o uso correto das cores permite auxiliar o trabalhador a se concentrar mais facilmente na sua atividade, bem como reduzir o risco de fadiga visual. Este estudo procurou demonstrar como o emprego das cores é uma ferramenta valiosa para a melhoria dos ambientes de trabalho, expondo, assim, as funcionalidades das cores no ambiente de modo a propiciar um espaço de trabalho, lazer e estudo confortável e que permita melhor uso e mais funcional.

Referências ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Cores para Segurança. Disponível em: <http://www.abntcatalogo.com.br>. Acesso em maio de 2014. ARNHEIM, R. Arte e percepção visual: uma psicologia da visão criadora. Ed. Nova Versão, 1998. AZEVEDO, M. F. M.. SANTOS, M. S.; OLIVEIRA, R.: O uso da cor no ambiente de trabalho: uma ergonomia da percepção. Florianópolis, 2013. BATTISTELLA, M. R.. A Importância da cor em ambientes de trabalho um estudo de caso. Florianópolis, 2003. BAZIN, G. História da Arte – da pré-história aos nossos dias. Paris, 1980. CLAVO, L. C. Aristóteles para executivos: como a filosofia ajuda na gestão empresarial. Ed. Globo, São Paulo, 2007. FARINA, M. Psicodinâmica das cores em comunicação. Ed. Blucher, São Paulo, 2013. FIGUEIREDO, J.: Apostila Ergonomia e cor nos ambientes de locais de trabalho, 2014. GONÇALVES, J. C. S.; VIANNA, N. S.; MOURA, N. C. S.: Iluminação natural e artificial. Produtos Eletrobras Procel e UFAL, Rio de Janeiro, 2011. GURGEL, M. Projetando espaços: guia de arquitetura de interiores para áreas comerciais. Ed. Senac, São Paulo, 2013. MASI, D. O ócio criativo. Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2000. PEDROSA, I. Da cor à cor inexistente. Ed. SENAC, Rio de janeiro, 2013. SCHMID, A. L. A ideia de conforto: reflexões sobre o ambiente construído. Ed. Pacto Ambiental, Curitiba, 2005.


O PROJETO


3 REFERÊNCIAS PROJETUAIS 3.1 Empresa Google


42

Figura 48: Espaço lúdico e colorido Figura 50: Sala de relaxamento com iluminação e cores adequadas

Fonte: Empresas de sucesso, 2011, disponıv́el em: <sucessonaempresa.com>. Figura 49: Áreas de leitura com boa iluminação

A empresa da Google é uma referência quando se trata de espaços corporativos criados para o bem estar do funcionário. Contém ambientes coloridos, bem iluminados, espaços lúdicos que otimizam o trabalho humano. São utilizados na área de trabalho cores fortes que excitam e estimulam a produção. As atividades lúdicas são para promover a criatividade e evitar cansaço e stress. A empresa conta com espaços de descanso que permite que o funcionário esteja relaxado com a mente mais branda. São espaços escuros, com baixa iluminação e com mobiliários aconchegantes.

Fonte: Empresas de sucesso, 2011, disponıv́el em: <sucessonaempresa.com>.

Fonte: Empresas de sucesso, 2011, disponıv́el em: <sucessonaempresa.com>.

A Google foi fundada em 1998 por Larry Page e Sergey Brin nos Estados Unidos. Não foram divulgados os profissionais responsáveis pela arquitetura da empresa, porém foram relatados os benefícios de se trabalhar em um ambiente descontraído: a criatividade é fortalecida, grandes equipes hierarquizadas trabalhando sob pressão é nocivo, portanto, este estilo inovador de trabalho favorecem a produtividade e, mesmo com todos estes predicados, a empresa conta com a seriedade dos compromissos corporativos e dos funcionários. A Google é uma das empresas que focaram o homem e seu meio como fatores protagonistas de uma corporação de sucesso e produtiva.


3.2 Empresa Pixar


44

Figura 53: Espaço de trabalho

Figura 52: Espaço de trabalho

Fonte: escuelasuperior.wordpress.com

A Pixar é uma empresa que está localizada em Emeryville na California. Steve Jobs contratou o escritório de arquitetura Bohlin Cywinski Jackson para projetar esta sede em que busca o princípio da comodidade, da criatividade, do bem estar e harmonia nos seus espaços de trabalho. Por se tratar de uma empresa que cria filmes animados, as ideias devem ser originais e qualificadas, por isso a empresa conta com espaços lúdicos, temáticos e bem despojados para os criadores. O colorido, a iluminação, os mobiliários e todo o cenário compõem um resultado diferenciado. Para a área social e coletiva, como a sala de espera/ descanso, foram utilizadas cores neutras e claras a fim de gerar tranquilidade e manter uma linearidade na linguagem espacial. Nota-se que se tem uma suavidade nos tons e harmonia na distribuição dos elementos cor, luz e mobiliário, como mostra a figura 51.

Parede na cor azul

Sofá para descanso em branco

Figura 51: Área social

Casa cenográfica em amarelo

Iluminação natural

Fonte: escuelasuperior.wordpress.com Figura 54: Cabana da Pixar

Cenário temático Iluminação ambiente

Parede na cor clara Figura 55: Espaço de trabalho

Fonte: escuelasuperior.wordpress.com

Iluminação ambiente

Mobiliário em cor neutra Poltrona colorida

Ambiente decorado

Piso claro Fonte: www.e-junkie.info

A iluminação natural é um fator importante e de bastante qualidade para o edifício. Torna o ambiente mais claro, mais aconchegante e potencializa a utilização das cores, já a iluminação artificial presente está de complemento para o espaço. Os mobiliários são coloridos, como a poltrona na cor verde, por exemplo, por ser uma cor fria e relaxante exerce a função de tranquilidade e repouso. Os sofás estão em tons de cinza que, segundo Gurgel (2013, p. 67): “Deixam os ambientes com uma atmosfera refinada e elegante. Como o nome diz, se utilizado nos elementos arquitetônicos, esse esquema neutraliza o ‘fundo’ da composição, ou seja, o espaço compositivo.”.

Os funcionários da empresa necessitam de criatividade e inspiração para conseguirem reproduzir suas ideias inovadoras para a produção de histórias animadas. Estar inserido dentro de um contexto lúdico para esta tarefa é um fator relevante. As figuras 53, 54 e 55 ilustram esta realidade.

Fonte: escuelasuperior.wordpress.com

Os espaços de trabalho podem ser decorados conforme a vontade do funcionário com design aconchegante e nada minimalista: piso de madeira, assentos de couro, carpetes, móveis de madeira e iluminação indireta e cores adequadas. A empresa Pixar foi comentada por Steve Jobs a respeito deste processo de trabalho: “Se o edifício não incentivar a colaboração, perde-se muito da inovação e da magia que pode ser provocada por acaso. Os espaços são bem descontraídos, podendo oferecer uma melhor jornada de trabalho para todos .“.

Iluminação adaptada

Parede decorada


3.3 EMMANUELLE MOUREAUX 3.3.1 Banco Sugamo Shinkin


46

Figura 56: Fachada diurna

Fonte: arquitetoroger.blogspot.com.br Figura 57: Fachada diurna

O banco está localizado em Tokiwadai Niiza, Tóquio, e foi projetado pela arquiteta Emmanuelle Moureaux. É um projeto corporativo bastante inusitado que conta com uma arquitetura descontraída voltada para as a utilização das cores. A empresa busca oferecer hospitalidade aos clientes e para isso expõem o seguinte lema: "Temos o prazer em servir os clientes satisfeitos". O edifício possui 12 camadas de cores na fachada para receber os visitantes e clientes. Refletido nas superfícies brancas, as cores deixam um discreto traço sobre ela proporcionando uma sensação quente e suave. Nas figuras 56 e 57, ilustram a iluminação que varia de acordo com o período do dia gerando paisagens diversificadas ao longo dos períodos.

Figura 58: Elemento externo na fachada

Na parte interna do edifício, tem uma decoração que busca criar uma atmosfera refrescante, com uma sensação palpável da natureza e utilização de iluminação natural. Na parte interna do edifício, tem uma decoração que busca criar uma atmosfera refrescante, com uma sensação palpável da natureza e utilização de iluminação natural.

Fonte: arquitetoroger.blogspot.com.br Figura 59: Aberturas das claraboias

As luzes naturais entram no edifício através

de

três

claraboias

elípticas

existentes no interior. Quando o visitante olha para cima no céu aberto, convida o indivíduo a respirar profundamente e sentir-se bem. Além de evitar

utilizar

iluminação

havendo uma economia. Fonte: arquitetoroger.blogspot.com.br Fonte: arquitetoroger.blogspot.com.br

artificial


47 No andar inferior, a figura 60 mostra o teto decorado com desenhos coloridos que parecem flutuar e deslizar através do ar. No salão de atendimento possui um espaço aberto com as cadeiras dispostas em 14 cores diferentes, segundo mostram as imagens 60 e 61. Figura 60: Vista interna - claraboia

A planta baixa e os cortes a seguir ilustram como estão dispostos os elementos que proporcionam as iluminações naturais e os painéis coloridos na fachada:

Figura 62: Espaço de atendimento aos usuários

Figura 61: Teto decorado

Fonte: arquitetoroger.blogspot.com.br Planta baixa

Fonte: arquitetoroger.blogspot.com.br

Claraboias para iluminação natural

Fonte: arquitetoroger.blogspot.com.br

Fonte: openbuildings.com


48

Corte 1 Corte 2

Clarab贸ia

Pain茅is coloridos

Pain茅is coloridos

Clarab贸ia


3.3.2 ABC Cooking estĂşdio


50

Figura 63: Fachada

O espaço está localizado em Tóquio. É um local que possui aulas de culinária e tem seu design desenvolvido para focar a diversão e a alegria. As cores presentes neste estúdio remetem a felicidade e diversão. São cores que trazem um bom humor e suavidade . Esta arquitetura é facilmente reconhecida em qualquer lugar, ela possui uma identidade própria e recebe vários elogios de todos os lugares. A iluminação é posicionada de forma que se tenha uma visibilidade agradável e funcional.

A recepção segue a tendência do colorido, e convida aos usuários para uma boa receptividade ao adentrarem no estúdio. Percebe-se que as Figura 65: Recepção

Fonte: www.emmanuelle.jp Fonte: www.emmanuelle.jp

Figura 67: Espaço de trabalho

Figura 66: Sala

Fonte: www.emmanuelle.jp

cores não são colocadas de forma aleatória, há uma sequência de tons, como do verde passa para o amarelo, que por sua vez torna-se laranja e tem sua cor semelhante o v e r m e l h o , finalizando com o branco que, com sua mistura, gera o rosa.

Figura 68: Espaço produtivo

Figura 64: Espaço produtivo

Luz direta e focada

Fonte: www.emmanuelle.jp

A bancada de trabalho é colorida, cada uma possui uma cor diferente gerando uma harmonia no conjunto. Fonte: www.emmanuelle.jp

Fonte: www.emmanuelle.jp

Compartimentos seguindo a mesma linguagem das mesas. As cores dão sensação de vivacidade.


3.4 Escrit贸rio Corporativo


52

Figura 71: Espaço de trabalho

O espaço corporativo brasileiro criado por Luis Fernando Rocco e Fernando Vidal é um ambiente de trabalho com um número grande de funcionários e possui uma organização espacial harmoniosa. Nota-se que as cores são claras com tons neutros.

Iluminação direcionada para o plano de trabalho

Figura 69: Espaço de trabalho

Iluminação embutida

Espaço laboral

Fonte: www.roccoassociados.com.br

Fonte: www.roccoassociados.com.br

Figura 70: Espaço de trabalho

Figura 72: Sala de reunião

Equipamentos de trabalho com fácil acesso

A sala de reunião da empresa conta com uma sala individual para esta finalidade. É composta por uma mesa de reunião com diversas acomodações. Para auxiliar com a dinâmica da atividade, a sala conta com a participação da tecnologia com equipamentos de projetor de imagens.

Fonte: www.roccoassociados.com.br

Fonte: www.roccoassociados.com.br


53

Além da área de trabalho amplo e livre, há também ambientes fechados que necessitam de uma maior privacidade ou que exerça qualquer outro tipo de atividade que não se tenha a integração entre os funcionários.

A área interna segue a mesma linguagem dos espaços produtivos, as cores, a iluminação, a harmonia. Figura 75: Passagem

Figura 73: Espaço de trabalho

Iluminação embutida

Separação de ambientes

Cor neutra

Fonte: www.roccoassociados.com.br Fonte: www.roccoassociados.com.br Barreira física separando ambientes

Figura 74: Espaço de trabalho

A sala de espera possui mobiliários confortáveis, bem iluminados, cores neutras para não provocar cansaço visual e uma mesa grande para realizar atividades de leitura ou escrita. Figura 76: Sala de espera

Fonte: www.roccoassociados.com.br

Fonte: www.roccoassociados.com.br


4. PROJETO ARQUITETテ年ICO


55 MEMORIAL JUSTIFICATIVO CASA DA CULTURA JUSCELINO KUBITSCHEK Localização

N

Está localizada na Praça Alto do São Bento, s/n, Jardim Mosteiro. É um local carente de design e decoração, logo, a arquitetura vem para auxiliar na melhora do ambiente contribuindo para um local de trabalho mais prazeroso.

Fonte: Google Maps

Figura 70: Fachada do edifício

Figura 71: Lateral do edifício

O edifício foi construído em 1976 e inaugurado em 1977 pelo arquiteto Durval Suave. É um dos centros culturais mais importantes do município pois abriga a sede da secretaria da cultura, a biblioteca municipal Guilherme de Almeida, a sala de exposição Leonello Berti, a escola de Belas Artes Cândido Portinari e o Museu de Imagem e Som. O local possui uma grande relação com a cidade não só pelas atividades internas em que são voltadas para o público mas também por conta das exposições das esculturas de grandes artistas presentes neste ambiente, como Bassano Vaccarini e Thirso Cruz, que passam a ser expostas no interior do edificio segundo a proposta deste projeto. No que diz respeito a acessos, para se chegar ao edifício é através da avenida Capitão Salomão, uma avenida movimentada e de principal eixo de ligação da cidade. A região no entorno da casa da cultura há pontencialidades de aspectos positivos que valorizam o local, como: o fácil acesso viário, os comércios, prestação de serviço e instituições, além do alto fluxo de pedestres e veículos em todo o período do dia na avenida. É uma região com predominância em habitação; os serviços e comércios concentram-se nas avenidas em volta: Av. Capitão Salomão e Avenida Meira jr., com edificações possuindo gabarito máximo de 3 (três) pavimentos. O acesso a área interna do edifício é aberto ao público. Tanto o pavimento térreo quanto o pavimento superior A estrutura de instalações manterão as atividades originais. hidráulicas permanecerão as Figura 73: Escultura de Bassano originais, e para abastecer o Figura 72: Escultura de Thirso Cruz, Vaccarini, sem título, década de edifício, a caixa d’água Músicos, 1985 em alvenaria 1950, em alvenaria/cimento. encontra-se no solo ao lado direito do prédio com capacidade de água de 8000 litros, como mostra a figura 74. Figura 74: Caixa d’água

Fonte: Arquivo pessoal

Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Arquivo pessoal

Fonte: Arquivo pessoal Fonte: Arquivo pessoal


56 Potencialidades local

Acessos principais

N

N

LEGENDA 1

Casa da Cultura Secretaria municipal 2

Acesso

3 4

Avenida Capitão Salomão

5

6

7

Fonte: Google Earth

Fonte: Google Maps Topografia

N

1

4

2

5

3

6

LEGENDA

7

1) Escola Senac 2) Bosque Municipal 3) Teatro Municipal 4) Teatro de Arena

Fonte de todas as imagens: Google Earth

5) Prestação de serviço / comércio 6) Comércio 7) Sete Capelas


57 Fluxo viário

Uso do Solo N

O mapa seguinte indica a intensidade do fluxo viário na região em que o prédio está situado. A avenida é via arterial possuindo um fluxo de veículos intenso, as ruas locais já são menos movimentada no período de menos movimento. N

Fonte: Arquivo pessoal

Av. Capitão Salomão

Av. Meira Jr.

Nota-se que a maioria do uso do solo é composta por habitação. Os comércios e prestação de serviço concentram-se nas avenidas..

Fonte: arquivo pessoal

Das 10:00 – 17:00

LEGENDA Comércio

Vegetação

Institucional

Habitação

Prestação de serviço

Projeção do edifício

N

Ocupação do Solo e gabarito A maioria das edificações possuem até 3 pavimentos e os lotes estão ocupados, não encontramse nessa área terrenos vazios.

Fonte: arquivo pessoal

LEGENDA Fonte: Google Earth

Fonte: Google Earth

Fluxo intenso Fluxo moderado Fluxi baixo

Das 06:00 – 09:00 / 18:00 – 22:00


58 MEMORIAL DESCRITIVO Desenvolver uma proposta de mudança na casa da cultura a fim de proporcionar uma melhora na sua estética influenciando aos usuários do local bons efeitos psicológicos e afetivos.

CONCEITO E PARTIDO

POR QUE PRESERVAR O LOCAL? Porque é um dos mais importantes na região e possui uma grande história na sua arquitetura, além de abrigar obras de esculturas de Bassano Vaccarini e Thirso Cruz.

CLASSIFICAÇÕES DE MATERIAIS Externo

COMO PRESERVAR? Mantendo a arquitetura local com toda a sua história e obras que estão inerentes à construção.

Ÿ Fechamento: as paredes são de alvenaria pintadas com a cor branca. Possui a espessura de 15cm. Ÿ Aberturas: as janelas são de vidro e amplas, com espessura de 0,05cm. No pavimento térreo, os vidros

COMO É A RELAÇÃO COM O ENTORNO? São equipamentos públicos que estão voltados para a cultura. No entorno imediato encontramse muita vegetação. CONCEITUANDO

Ÿ Piso: o piso da área externa é preenchido por blocos de cimento em toda sua extensão. Ÿ Iluminação: o edifício terá a parede na cor branca na sua fachada durante o dia e no período da noite a mesma

O que o edifício da casa da cultura tem? História Natureza Esculturas Arquitetura e o local

Vegetação

Arte

Obras de arte Museu da Imagem e Som

Sabedoria

Aprendizado

Biblioteca

Escola

O QUE ESSAS DEFINIÇÕES TÊM EM COMUM? Não são elementos rígidos. Não são elementos que se prendem. História “conjunto de conhecimentos relativos ao passado da humanidade, segundo o lugar, a época, o ponto de vista escolhido [...] a evolução da humanidade ao longo de seu passado e presente.” (Fonte: HOUAISS, dicionário da lingua portuguesa. Rio de Janeiro, 2009, 3ª edição. p. 396) Natureza Esculturas Arte

suas curvas, seu dinamismo, está sempre renovando, criando uma composição.

será iluminada por lâmpadas coloridas que estarão ao redor da edificação. As cores variam de acordo com o período do ano, inserindo cores que estejam relacionadas com eventos, estações do ano, campanhas, etc. Cobertura A cobertura possui um fechamento em concreto e nela será instalada uma estrutura para iluminação zenital no qual os elementos translúcidos que captarão a luz natural serão no formato de um cone, seguindo as referências do projeto da Emmanuelle Moureaux, variando os diâmetros das bases entre as 10 (dez) peças do conjunto. Interno Ÿ Paredes: as paredes internas serão as que separarão a escola de artes com a casa da cultura e também haverão Ÿ Ÿ

suas formas delineadas, seus gestos de movimento e continuidade na ação.

prática de criar, criar é gerar ideia, é representação. Inovação.

Sabedoria

possuem alturas menores em relação ao do pavimento superior, para garantir privacidade.

acumulo e ganho de conhecimento. Conhecimento é sempre renovado.

Aprendizado é o processo de aprender e evoluir no conhecimento. CONCLUSÃO Na intervenção do edifício não haverão traços completamente lineares. Seguindo o conceito e o partido do projeto, a organização do local será orgânica representando o desprendimento dos traços e a continuidade no seu desenho, indicando que não se acaba, e sim se renova para novos meios.

Ÿ Ÿ

Ÿ Ÿ

paredes nos sanitários por conta das instalações hidráulicas. Piso: os pavimentos térreo e superior serão revestidos com o piso granelite na cor clara. Divisórias: os ambientes serão divididos por drywall em curvas com espessura de 10cm. Essas divisórias possuem um colorido no qual a cor varia de acordo com as respectivas atividades no local, e para a aplicação da tinta, o material passará por um processo de preparação para que a cor seja aplicada a fim de se ter uma alta absorção. Mobiliário: o mobiliário irá seguir o formato das curvas das divisórias e estes serão os protagonistas na aplicação das cores nos ambientes. Iluminação: a iluminação natural é a predominante no edifício: as aberturas laterais são em grande quantidade adicionado com a inserção da luz zenital. Quando há iluminação artificial, é para auxiliar na leitura ou produzir efeitos de claridade. Sanitários: os sanitários serão revestidos em cerâmica na parede em cores claras. Esculturas: As esculturas dos artistas Bassano Vaccarini e o Thirso cruz passarão a ser expostas na parte interna para preservar as obras na parte da frente vedado por vidro. O projeto conta com a escultura da Tomie Ohtake, uma artista que deixou sua marca em um dos principais pontos de visita e turístico da cidade de Ribeirão Preto que é o Teatro Pedro II com a produção do lustre central. O Teatro e a Casa da Cultura são equipamentos de referência, logo, há essa ligação das obras de arte da artista.


PLANTA BAIXA EDIFÍCIO ORIGINAL

59

N

2

8

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Número de funcionários Recepção 3 Escola de Belas Artes 1 | 4 salas Biblioteca municipal 3 Secretaria da cultura 15 Setor administrativo 5 Gabinete do secretário 2 Museu da Imagem e Som 3 Museu da Imagem e Som-adm. 7 Sala de reunião mais de 20 cadeiras

9

Nº Local

5 SALA EXPOSITIVA

4 3 5

8 CONPAC SALA EXPOSITIVA

6 PROJETOS

1

COZINHA

7 Pavimento térreo

Esc. 1:250 Pavimento superior

Esc. 1:250


60

PLANTA BAIXA DE REFORMA N

construir demolir manter

Pavimento superior Pavimento tĂŠrreo Esc. 1:250

Esc. 1:250


61

ELEVAÇÃO EDIFÍCIO ORIGINAL

Lateral esquerda

Esc. 1:125

Fachada

Esc. 1:125


62

CORTE EDIFÍCIO ORIGINAL

Corte BB

Corte AA

Esc. 1:125

Esc. 1:125


IMPLANTAÇÃO

63

N

Av .C

ap

itã

oS

alo

m

ão

to

o

ça

to Al

ã eS

n Be

d

a Pr

Vi a

oB

en

to

01

5

15

30

60


64

PLANO DE MASSA N

porta automática

Pavimento superior Pavimento térreo Esc. 1:250

Esc. 1:250


65

PLANTA BAIXA PROJETO N

D

9

E A

A B C

F

A

10

8

11

Pavimento térreo

Esc. 1:250

Pavimento superior

Esc. 1:250


66 ITEM

LOCAL

IMAGEM

REPRESENTAÇÃO

1 RECEPÇÃO central central esquerdo

700mm

ITEM

LOCAL

IMAGEM

REPRESENTAÇÃO

7 BIBLIOTECA MUNICIPAL GUILHERME DE ALMEIDA

direito

ITEM

LOCAL

1200mm

IMAGEM

REPRESENTAÇÃO

D

600mm

A

(LAZER)

2 ESCULTURAS

8 GABINETE DO SECRETÁRIO

E A

700mm

700mm (MUSEU DA IMAGEM E SOM / ADMINISTRATIVO DO MIS)

3 SANITÁRIO

____ 9 ÁREA CORPORATIVA A

F

1400x1350x780 (mm)

6 ESCOLA DE BELAS ARTES CÂNDIDO PORTINARI

10 ESPAÇO SOCIAL

____

11 SALA DE REUNIÃO

____

1.70

B 5 ESPAÇO EXPOSITIVO

1200x1400x780 (mm)

(SECRETÁRIO)

____

2300mm

4 COPA

(SETOR ADMINISTRATIVO)

____ (ARQUIVO DESLIZANTE)

____

670mm

C 1200x1400x780 (mm) (SECRETARIA DA CULTURA)

OBS: Os móveis utilizados são de empresas que possuem reconhecimento de mercado e tradição, garantindo a qualidade e funcionalidade dos móveis.


67

ELEVAÇÃO EDIFÍCIO PROJETO

Lateral esquerda

Fachada

Esc. 1:125

Esc. 1:125


68

CORTE EDIFÍCIO PROJETO

Corte BB ESPECIFICAÇÃO DOS MATERIAIS

PISO PI-01 Piso granilite REVESTIMENTO RE-01 Cerâmica PINTURA PT-01 Todas as superfícies em drywall a serem pintadas deverão ser preparadas para receber a pintura. As cores variam de acordo com as atividades do local. PT-02 As paredes serão pintadas em cor branca FORRO FO-01 Concreto

Corte AA

Esc. 1:125

Esc. 1:125


69

iluminação

PERSPECTIVA GERAL

DETALHAMENTOS TÉCNICOS fechamento em concreto ventilação

calha

laje

Figura 76: Representação das lâmpadas externas

Figura 75: Referência de iluminação externa

lâmpada colorida para iluminação externa

lâmpada colorida para iluminação externa Fonte: arquitetoroger.blogspot.com.br

HALL DE ENTRADA: a entrada é na cor amarela pois é ambiente receptivo, é movimentado; e precisa de cor que remete a ação. SALA DE EXPOSIÇÃO: é na cor branca, Pavimento inferior pois é uma cor neutra e não interfere nas obras que estão expostas. COPA: é um local de refeição, assim, o vermelho é uma cor que se volta para esse fim. BIBLIOTECA: por se tratar de um ambiente de leitura e de lazer, o violeta é uma cor suave e alegre, assim, esta foi utilizada para alcançar esses objetivos. ESCOLA: a escola de artes é um meio que busca a criação de objetos artísticos, dessa forma, o aluno precisa de inspiração e relaxamento, para isso, as cores utilizadas para este fim são os verdes, os azuis, e tons claros. Na recepção, tem-se o laranja, para induzir ao dinamismo. ÁREA DE TRABALHO: o mobiliário é pintado com cores luminosas que buscam a calma, tranquilidade, o bem-estar e o acolhimento pessoal. Pavimento superior

Figura 77: Esquema de porta automática com sensor para a porta da entrada principal

Fonte: www.magiporta.com.br


PERSPECTIVA Perspectiva 1: Vista aérea 1

Perspectiva 3: Entrada

Perspectiva 2: Vista aérea 2

70 Perspectiva 7: Passagem pavimento superior

Perspectiva 4: Espaço expositivo

Perspectiva 8: Área corporativa

Perspectiva 5: Sala de espera / recepção da escola

Perspectiva 6: Abertura zenital

Perspectiva 9: Espaço social


FOTOS DO EDIFICIO ORIGINAL

71 Foto 1: fachada

Foto 3: Sala de espera da escola

Foto 2: Salão

Foto 4: Recepção da escola

Foto 5: Entrada

Foto 8: Divisórias

Foto 9: Área corporativa

Foto 7: Passagem pavimento superior

Foto 6: Abertura zenital

Fonte de todas as fotos: arquivo pessoal




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.