Esportes
Por Thaís Barcellos Fotos Divulgação
Onda de saúde Surf é mais que estilo de vida. Quem pratica, melhora a resistência cardiorrespiratória e ainda desestressa, já que o mar pode ser terapêutico
O
surf é um dos esportes mais fascinantes do mundo e atrai milhares de novos praticantes de diversas idades, encantados por sua magia e estilo de vida, em contato com a natureza. Mas, não é só isso. De acordo com o instrutor de surf Armando Daltro, o esporte, quando praticado entre três e cinco vezes por semana, proporciona aumento de resistência cardiorrespiratória, desenvolvimento dos membros superiores, das costas e abdômen e melhora geral na elasticidade. Os benefícios para a saúde do corpo são visíveis devido ao esforço para se equilibrar na prancha e ao nado no mar para chegar até as ondas, entre outros movimentos. No entanto, o surf é muito mais que um esporte para aqueles que o praticam. “O mar e suas ondas transmitem uma energia maravilhosa no momento em que o surfista está sobre a prancha deslizando em suas paredes, uma mistura de adrenalina e ao mesmo tempo de paz interior, que é difícil descrever, só experimentando para entender, é muito relaxante. Tem uma frase que diz ‘Não há nada que um bom dia de surf não cure’, talvez 100% dos surfistas concordem com ela”, filosofa Armando. O instrutor pontua que o surf pode ser praticado por crianças a partir dos quatro anos, desde que saibam mergulhar sem
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aspirar a água, passando pelos jovens até os adultos. “Não há limite de idade para iniciar ou praticar, desde que o indivíduo não tenha restrições médicas para fazer atividade física”, acrescenta. A restrição, diz, é para pessoas que não sabem nadar ou que possuem problemas de coluna e nas articulações. Os iniciantes do surf começam na escola com uma aula teórica de apresentação do ambiente (o mar), pranchas e acessórios, depois são demonstradas as posturas iniciais – deitado, sentado, remada e em pé. “Nos primeiros dias, utilizamos as pranchas maiores (longboard ou funboard) de material emborrachado, para proteger o aluno e dar mais segurança nas primeiras ondas. Em seguida, introduzimos as pranchas de fibra. Um curso básico pode ser realizado em quatro aulas de uma hora e quinze”.
Surfista profissional
O baiano Lapo Gabriel Coelho Coutinho, 21, já pratica o surf desde os quatro anos. “Meu pai surfa desde pequeno e, junto com vários amigos dele, foi um dos pioneiros de surf na Bahia e um dos primeiros brasileiros a morar no Havaí. Então comecei a surfar por causa dele e porque meus irmãos e primos mais velhos também surfavam”, conta.
O atleta se diz fascinado pelo esporte devido à constante mudança do mar e das condições das ondas. “Surfo há 17 anos e nunca peguei um mar igual ao outro. Não é como nos outros esportes, que você tem um campo, ou quadra, ou halfpipe (estrutura em forma de U onde se pratica skate) parado no lugar e daí você treina nele. As condições estão sempre diferentes, então você tem de aproveitar os momentos bons com muita vontade”. Lapo explica que o surf é um ótimo exercício para o corpo, pois fortalece os membros superiores, mas devido à movimentação exaustiva, deve-se alongar bastante antes. “Surf é como uma terapia para mim, desde pequeno sempre ia para o mar quando alguma coisa estava errada e, depois do surf, tudo ficava bem. É um contato com a natureza muito forte, fico relaxado e tranquilo quando estou no mar”. Atualmente, Lapo é surfista profissional e vive do esporte. “Cursei Ciências Sociais por um semestre na UFBA, mas não deu para conciliar com o surf porque fazia muitas viagens. Sou surfista profissional e vivo do surf, graças a meus patrocínios”, orgulha-se. Lapo, inclusive, já foi indicado a alguns campeonatos como Oakley Wave of the Winter, Prêmio Surfar, Prêmio Greenish e Billabong XXL.
História sobre pranchas
Os primeiros relatos sobre surf foram feitos pelo navegador James Cook, em 1778, quando ele descobriu o arquipélago havaiano e viu os primeiros surfistas em ação utilizando pranchas de madeira. Já o reconhecimento mundial veio com o campeão olímpico de natação e pai do surfe moderno, o havaiano Duke Paoa Kahanamoku. Ao vencer os jogos de 1912, em Estocolmo, o atleta declarou-se um surfista e passou a ser o maior divulgador do esporte no mundo. Com isso, o Havaí e o esporte passaram a ser reconhecidos internacionalmente. Em 1950, o surf se tornou popular nos Estados Unidos e virou uma “febre” entre os jovens da Califórnia. Durante as décadas de 70 e 80, o esporte espalhou-se por todo o mundo, dando início ao profissionalismo e aos campeonatos, inclusive tendo premiações em dinheiro. No Brasil, o surf chegou por meio dos trabalhadores de companhias aéreas que, ao entrar em contato com a modalidade fora do país, trouxeram o esporte para cá. Iniciando pela praia paulista de Santos e logo caindo nas graças dos cariocas, o surf rapidamente se espalhou pelo litoral brasileiro. As primeiras pranchas utilizadas eram de madeira, até que, em meados da década de 1960, passaram a ser utilizadas as pranchas de fibra de vidro. l
Onde surfar em Salvador 3 Escola de Surf Armando Daltro Telefone: 9185-0064 / 2137-8190 Local: Praia de Jaguaribe - Piatã www.escoladesurfarmandodaltro.com.br 3 Escola de Surf Rogério Vasconcelos Telefone: 3367-1117 / 8833-0810 Local: Praia de Jaguaribe – Piatã 3 Centro de Terapia em Surf Telefone: 9148-5817 / 8233-0053 Local: Praia de Jaguaribe - Piatã http://www.ctssurf.com/
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