Tempero baiano em campo

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ESPECIAL Por Thaís Barcellos | Fotos DIVULGAÇÃO

Tempero baiano

em campo

Jogadores nascidos ou com atuação no futebol da Bahia também brilharam nos gramados durante as copas do mundo

O Brasil será sede da Copa do Mundo pela segunda vez, e a seleção brasileira de futebol é uma das favoritas para conquistar o hexacampeonato. O Brasil é o único país que já esteve em todas as edições do mundial, e a Bahia, um dos estados da federação que ao longo da história contribui para o sucesso da seleção. Desde 1958, os canarinhos, como os jogadores brasileiros são apelidados devido a camisa amarelo-canário, contam com a participação de jogadores baianos no seu elenco. De acordo com o jornalista esportivo Paulo Roberto Leandro, destacaram-se na história das copas o zagueiro Zózimo, oriundo do bairro de Plataforma, que foi bicampeão do mundo em 1958 e 1962; o goleiro Dida, nascido na mesma cidade do músico Tom Zé, Irará; Marcos André Batista Santos, o Vampeta, que ainda é considerado ídolo em sua cidade natal, Nazaré das Farinhas e Júnior Nagata, que veio de Santo Antônio de Jesus. Diretamente da capital baiana, três jogadores foram importantes para a conquista do tetracampeonato do Brasil, na Itália, em 1994: Edilson “Capetinha”; Aldair, que foi um dos maiores zagueiros do Brasil, e Bebeto, que ficou eternizado com sua comemoração “ninando um bebê” em homenagem ao filho Mateus que havia nascido durante a competição. O gesto de Bebeto até hoje é reproduzido pelos jogadores em comemoração aos gols. Bebeto também é considerado o jogador baiano mais importante na história das copas do mundo pelos gols que marcou na conquista do título de 1994. Em 1997, o jogador fez parte do projeto Revolução RubroNegra, deixando seu nome marcado também no Esporte Clube Vitória. Algumas situações controversas também envolveram jogadores que tiveram participação na seleção principal. Paulo Leandro se recorda de dois principais. “Tenho dois casos tristes: Maneca (revelado pelo Galícia Esporte Clube) foi da seleção em 1950, que se suicidou, e Juvenal que, embora seja gaúcho, jogou no Bahia e foi considerado um dos culpados pela derrota de 1950 e morreu muito pobre, vivendo de favor em casa de tijolo aparente”, enumera o jornalista.


YACHT

Bebeto

Edilson

Vampeta

Dida

Copa 2014 Na atual seleção, dois baianos já participaram de campeonatos jogando pelo Brasil, e um deles foi convocado para o time principal. Dante Bonfim Costa Santos se destacou na escolinha de futebol no bairro de Mussurunga, em Salvador, e depois passou pelo Galícia. Hoje o zagueiro joga no Bayern de Munique, da Alemanha. Já o lateral Daniel Alves da Silva, que desde 2008 defende o Barcelona, foi revelado nas divisões de base do Esporte Clube Bahia. Oriundo de Juazeiro, Daniel Alves é considerado um dos melhores laterais direito do mundo. O baiano já participou de 56 jogos com 8 gols para a seleção. Nordestinos, mas não baianos, os jogadores David Luiz, zagueiro do Chelsea da Inglaterra, e o atacante Hulk, que joga no clube russo Zenit, também estão na lista de atletas da atual seleção brasileira. Mas embora não tenham nascido no estado, os dois já passaram pelo futebol local, ambos com atuação no Esporte Clube Vitória.

Canarinho por quê? Que os jogadores da seleção brasileira são conhecidos como canarinhos por conta da cor da camisa do time é fato divulgado amplamente. Mas a história nem sempre foi essa. A camisa amarela e verde não era, de início, o uniforme oficial dos brasileiros que disputaram copas do mundo. A camisa da seleção, na Copa de 1950, era branca com gola azul. Com a derrota do país para o Uruguai, no fatídico episódio que passou para a história com o nome de Maracanazo, a CBD, antigo nome da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), decidiu mudar a cor do uniforme dos jogadores e, em 1953, lançou um concurso para a criação de uma nova camisa para o time. A regra era que o uniforme precisava ter as cores da bandeira nacional. Um jovem gaúcho de 19 anos, chamado Aldyr Garcia Schlee foi o vencedor, com a combinação de camisa amarelocanário com detalhes verdes e calção azul. A estreia do novo visual dos jogadores aconteceu na Copa de 1954 e o radialista Geraldo José de Almeida foi o autor do apelido Seleção Canarinho, que acompanha o time até hoje.

YACHT . JUNHO 2014 . 133


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