U NI V ER SI DADE FEDERAL DO CE ARÁ CURS O DE ARQ U I T E T U R A E U R BA NI SM O TRABALH O F I NA L DE G R A DUAÇ ÃO
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará Biblioteca do Curso de Arquitetura C172i
Câmara, Thais Rêgo de Oliveira. Incubadora IFCE: um modelo flexível / Thais Rêgo de Oliveira Câmara. - 2015. 23. : il. color., enc. ; 30 cm. Monografia (graduação) - Universidade Federal do Ceará, Centro de Tecnologia, Departamento de Arquitetura e Urbanismo, 2015. Orientação: Prof. Dr. Ricardo Alexandre Paiva. 1. Pequenas e médias empresas - projetos e plantas. 2. Incubadoras de empresas - projetos e plantas. 3. Arquitetura - projetos e plantas. I. Título. CDD 727.3
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Banca exa m i na d ora
_______________________________ Prof. Dr. Ricardo Alexandre Paiva ORIENTADOR DAU-UFC
_______________________________ Prof. Bruno Melo Braga PROFESSOR CONVIDADO DAU-UFC
_______________________________ Juliana Atem CONVIDADA FERNANDES ATEM ARQUITE TOS
For tale z a, 24 d e ab r il d e 2015
AGRADECIMENTOS Aos meus pais, por me ensinarem a enfrentar a vida, os desafios e as vitórias ao longo do percurso com a mesma humildade e perseverança. E acima de tudo pelo carinho e amor incondicional. Ao Bruno, pelas noites de sábados, domingos e feriados compartilhados em momentos de estudo, pelo incentivo e a alegria dividida na conquista dos objetivos. Ao professor e orientador Ricardo Paiva, pelos ensinamentos e por mostrar sua concepção de arquitetura e visão de mundo. À Juliana, pela amizade que vai além do companheirismo profissional e acadêmico. À Lana, pelo olhar apurado, bom gosto, perfeccionismo e dedicação. À Mariana, pela amizade sincera de criança que a UFC trouxe de volta como um presente. À Taís, Maísa e Luciana, por estarem presentes desde o início da caminhada. À 2009.1 por tornarem o que a Faculdade de Arquitetura para mim hoje é, sinônimo de amizade, união e muitas risadas. À Nara, Lea e Dilly, pelos incontáveis momentos de descontração quando eu mais precisava. Às amigas do Jardim, pela amizade de sempre.
0 INTRODUÇÃO
Tema Justificativa Objetivos Gerais Específicos Metodologia
1
2
O AMBIENTE CORPORATIVO E AS INCUBADORAS
A REDE DE INCUBADORAS DO IFCE
15 A evolução espacial dos locais de trabalho 19 As incubadoras de empresas
25 A Rede 26 Mecanismos de Incubação 26 Formas de seleção 27 A incubadora de empresas do Campus Fortaleza: um modelo em construção
3 A CONSTRUÇÃO DO MODELO
31 Parâmetros a serem alcançados 32 Programa de necessidades 34 O contênier 36 O uso do contêiner na arquitetura
4
5
6
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
O MODELO
CONCLUSÃO BIBLIOGRAFIA
40 Bill & Melinda Gates Foundation: Um escritório inovador 42 Elephant Coworking: Coworking em Fortaleza 44 Box Office: O contêiner utilizado como escritório
47 Áreas de intervenção 54 Memorial Descritivo Pranchas de Projeto & Imagens Finais
APRESENTAÇÃO
TEMA O presente trabalho compreende a concepção de um projeto arquitetônico do modelo de incubadora de empresas a ser implantado em vários Campus do Instituto Federal do Ceará – IFCE.
JUSTIFICATIVA O Trabalho Final de Graduação (TFG), tem sua importância pois funciona como uma síntese dos conhecimentos apreendidos ao longo do percurso acadêmico da graduação, onde a o projeto tem papel destacado, pois nele se exercita a teoria e a prática da futura atividade profissional do arquiteto. Para este trabalho, o tema escolhido é uma Incubadora de Empresas, com o propósito de estudar e compreender as novas formas de organização do espaço de trabalho e abordar um tema com demandas reais e que vem crescendo nas produções arquitetônicas atuais. O número de Micro e Pequenas Empresas, MPE(s), criadas no país vem aumentando a cada ano, porém, em vez de significar uma solução alternativa à crise econômica, isso tem trazido também outros problemas econômicos e sociais ao país, haja vista o alto índice de mortalidade dessas MPE(s) em seus primeiros anos de vida, esta mortalidade se dá principalmente por falhas gerenciais como mostradas na Tabela 1. As incubadoras de empresas vêm como uma solução para a diminuição deste índice, pois são organizações sem fins lucrativos, geralmente associadas a ambientes acadêmicos e governamentais, destinadas a amparar empresas nascentes em seu estágio inicial, fornecendo infra-estrutura de trabalho, e suporte estratégico, orientando os empreendedores sobre aspectos administrativos, comerciais, financeiros e jurídicos, entre outras questões essenciais ao desenvolvimento de uma empresa. Estas tem como objetivo fornecer amparo a empreendedores para que eles possam desenvolver idéias inovadoras e transformá-las em empreendimentos de sucesso (ANPROTEC.) Segundo pesquisas do SEBRAE há uma taxa de mortalidade de 59,9% de em empresas com até 4 anos de existência nascidas fora do ambiente de incubação. Já em pesquisa realizada em 2005 pela ANPROTEC, considerando um grupo de 1580 empresas graduadas em incubadoras, apenas 7% não permanecem no mercado, ou seja, uma taxa de sobrevivência de 93%. Esses dados revelam a importância das incubadoras no sucesso do empreendedorismo brasileiro. (BRASIL, 2000.) Esta preocupação com a mortalidade das micro e pequenas empresas deu origem em 2000 a um Programa Nacional de Apoio as Incubadoras de Empresas – PNI, ação prioritária do Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação, com o objetivo de articular, consolidar, ampliar, aprimorar e divulgar o apoio a instituições na implantação de incubadoras. (BRASIL, 2000.) Seguindo esta corrente o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), tem
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como meta para a atual gestão a implantação de 20 incubadoras até 2017, uma em cada campus em funcionamento, de acordo com o Reitor1, a idéia é que as unidades funcionem como “uma casa de empresas”, nos próprios laboratórios da instituição, tornando-se uma ponte entre o setor produtivo e acadêmico. De acordo com análise da Organização Internacional do Trabalho, realizada em 2013, no Brasil o crescimento médio anual dos setores criativos (6,13%) foi superior ao aumento médio do PIB nacional (cerca de 4,3%) nos últimos anos. Em paralelo a este crescimento há um surgimento de programas públicos voltados para a Economia Criativa, como o projeto da Agenda Estratégica para Fortaleza Criativa e Inovadora, com o objetivo de incentivar políticas públicas que propiciem a criação de novas empresas na área de Economia Criativa e fortalecimento de negócios já existentes, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico.
1
Virgilio Araripe
CATEGORIAS FALHAS GERENCIAIS
RANKING
DIFICULDADES/RAZÕES
1º
Falta de capital de giro
42%
3º
Problemas financeiros
21%
8º
Ponto/local adequado
8%
9º
Falta de conhecimento gerenciais
7%
2º
Falta de clientes
25%
4º
Maus pagadores
16%
6º
Recessão econômica
14%
LOGÍSTICA OPERACIONAL
12º
Instalações inadequeadas
3%
11º
Falta de mão-de-obra qualificada
5%
POLÍTICAS PÚBLICAS E ARCABOUÇO LEGAL
5º
Falta de crédito bancário
14%
10º
Problemas com fiscalização
6%
13º
Carga tributária elevada
1%
7º
Outra razão
14%
CAUSAS ECONÔMICAS E CONJUNTURAIS
TABELA 1 _ CAUSAS DA MORTALIDADE DE EMPRESAS Adaptado pela autora com base em SEBRAE, 2014.
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EMPRESÁRIOS
A Economia Criativa, segundo John Howkins no livro “The Creative Economy”, é formada pelas diversas atividades que são resultado da imaginação e a exploração do seu valor econômico. Ou seja, são atividades que envolvam criação, produção e distribuição de produtos e serviços, usando o conhecimento, a criatividade e o capital intelectual como principais recursos produtivos. A Economia Criativa representa atualmente um importante papel nas relações comerciais, segundo declaração do editor chefe da revista Business Week, dada em 28 de agosto de 2000, Stephen B. Shepard. “Assim como a moeda de troca das empresas do Século XX eram os seus produtos físicos, a moeda das corporações do Século XXI serão as idéias. A Economia Industrial está rapidamente dando lugar à Economia da Criatividade. Vantagens competitivas desfrutadas por grandes empresas no passado são agora totalmente disponíveis para novas empresas em formação, graças à enorme disponibilidade de capital e ao poder da Internet.”
O projeto aqui proposto vem como uma resposta a estas demandas, materializando a proposta do IFCE da criação de uma rede de incubadoras e incentivando o surgimento de empresas relacionadas à Economia Criativa. Em relação à trajetória acadêmica no Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC, o TFG tem o papel de síntese da teoria com a prática, visto que trabalha com uma demanda real e aspectos limitadores da vida prática profissional como um programa de necessidades que visa a racionalização construtiva, necessidade de flexibilização e baixa manutenção do objeto arquitetônico.
OBJETIVOS Gerais A concepção de um projeto arquitetônico modelo de uma incubadora de empresas, capaz de ser implantado em todos os campus do IFCE. Específicos »
Analisar as relações de trabalho e como o espaço pode influenciar a criatividade e produtividade;
»
Buscar soluções para a elaboração de um espaço funcional, baseado na flexibilidade de usos e que promova o convívio entre os usuários;
»
Adotar materiais e soluções sustentáveis aliadas a estética arquitetônica do edifício;
»
Contextualizar o projeto com a área de inserção dos IFCE(s).
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Metodologia Em relação a metodologia adotada neste trabalho, os passo inicial compreendeu uma coleta de dados junto a coordenação de incubadoras do IFCE, entre os dados coletados estão o número previsto de utilizadores, terrenos disponíveis para implantação nos campus e espaços físicos necessários para o funcionamento. A partir da análise dos dados adquiridos foi elaborado um programa de necessidades com o objetivo de orientar as decisões projetuais e assim atender o maior número de objetivos. De acordo com esta análise os campus de implantação foram definidos com base na quantidade de cursos, e um diagnóstico acerca de cada um foi realizado. Este diagnóstico abordou os fluxos existentes no local, zoneamento das atividades existentes, modelagem de sua volumetria, e análise da vegetação existentes. Além da coleta de dados foi realizada uma pesquisa teórica, abordando as novas formas de organização do trabalho e o seu rebatimento em maiores índices de produtividade e inovação, está pesquisa analisou também materiais e formas construtivas, buscando métodos locais e inovações tecnológicas. Com a análise dos dados e a pesquisa teórica realizados, iniciou-se a concepção do projeto com base nos objetivos específicos. O projeto tem origem na adequação do programa de necessidades a uma composição de contêineres encaixados, a partir do primeiro módulo os outros foram criados com o objetivo de atender as novas estações de trabalho mantendo a estrutura inicial dos módulos anteriores, principalmente relacionado a estruturas hidráulicas como forma de minimizar transtornos em futuras expansões. Além da questão de compatibilização de layouts com estrutura física, o mobiliário também foi estudado tendo como resultado o detalhamento da estação de trabalho e de bancos utilizados como armazenagem de livros.
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1 O AMBIENTE COORPORATIVO E AS INCUBADORAS
Para conceber um espaço de trabalho que exerça um efeito positivo sobre os usuários e assim resulte em uma maior produtividade e desempenho, é realizado um estudo sobre a evolução destes espaços ao longo do tempo e sua relação com o comportamento humano, buscando entender a relação das mudanças sociais com as modificações na organização do ambiente de trabalho. Após a análise do ambiente corporativo de modo geral, o estudo é direcionado para as Incubadoras de Empresas, este estudo aborda a sua definição, histórico e características. E por fim, abordamos o objeto de estudo deste trabalho, a Rede de Incubadoras do IFCE.
A E VO LU ÇÃO E S P ACIAL DOS L OCAIS DE TRABAL H O Segundo o dicionário de língua portuguesa Michaelis, o termo escritório corresponde a um compartimento ou sala onde se faz o expediente e se trata de negócios. De acordo com Fonseca (2003, p. 35): “Os locais de trabalho, de uma forma ou de outra, sempre estiveram presentes na vida do homem e sua origem esteve na necessidade de se ter um espaço adequado para a organização e gestão de uma determinada atividade lucrativa”.
A expansão das empresas no mundo, em particular nas décadas de 1950 e 1960, resultaram em grandes transformações no mundo do trabalho, atualmente estas mudanças, segundo Caldeira apud Fonseca, (2003, p.19) , acontecem devido a três aspectos:
1 A busca de qualidade de vida nos locais de trabalho; 2 A busca de qualidade total dos bens e serviços oferecidos pelas empresas;
3 A importância da consolidação de imagens corporativas fortes, devido ao mercado repleto de propaganda marketing. Até existirem os edifícios de escritórios foram relacionados diferentes edifícios públicos como espaços utilizados para atividades administrativas, como os mercados, onde no pavimento superior ocorriam as negociações entre mercadores e cidadãos comuns. A Revolução Industrial é um marco para a história dos edifícios, pois com o surgimento das indústrias foi necessário um espaço para as atividades exclusivas de escritórios, como atividades administrativas de controle da produção. (CHAVEZ, 2002) De acordo com as necessidades de cada época foram desenvolvidos novos padrões de arranjo físico
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e mobiliário, pois segundo Fonseca o ambiente construído exerce uma influência nas atitudes do trabalhador e para compreender o contexto atual, é necessário um panorama da evolução dos modelos adotados ao longo do tempo. No final do século XIX e início do século XX surge a teoria administrativa científica do trabalho elaborada por Frederick W. Taylor – o taylorismo, esta tem como base a racionalização e o aumento da eficiência fabril e administrativa. O rebatimento da sua teoria no campo espacial aponta a segregação espacial como meio de reafirmação de diferenças hierárquicas, com o objetivo de estimular a competição interna. A racionalização é presente também na padronização do mobiliário e a rigidez do layout é um instrumento de disciplina e forma de assegurar a linearidade do processo de trabalho, apesar da separação do ambiente fabril a planta possui semelhanças a uma planta industrial: grande salão central para funcionários de cargos inferiores, ao redor localizam-se as salas privativas dos gerentes, situados em pavimentos superiores com pontos de melhor vista e insolação. O Edifício Larking, projetado em 1904 por Frank Lloyd Wright, é um exemplo de utilização do modelo taylorista de organização, funcionários do baixo escalão localizados no grande átrio interno e diretorias estrategicamente posicionadas nos pavimentos superiores como forma de controle da produção. (FONSECA, 2003.) Com o tempo, e após ajustes no modelo taylorista surge no final dos anos 50 e início dos anos 60 o Executive Core, modelo que posiciona os executivos no centro do pavimento e o restante dos funcionários ao redor, na periferia, este modelo não obteve muito sucesso e logo foi substituído pelo Open Plan, escritório de planta livre. O Open Plan, devido a sua planta livre, facilitava uma maior agilidade na comunicação, era flexível tanto a nível individual, quanto em grupo e minimizava as diferenças hierárquicas. Paralelo a este modelo surge na Alemanha um novo sistema de planejamento de escritórios, o Office Landscape. Este sistema propõe um arranjo físico onde o espaço não deve ser delimitado por paredes físicas, indo de encontro a segregação existente no modelo taylorista. Os dois modelos foram amplamente difundidos, mas apresentavam falhas nas condições ambientais do espaço como altos níveis de distração, pouca privacidade e impossibilidade de controle dos sistemas ambientais como iluminação e temperatura. (FONSECA, 2003.) Nos anos 80, as empresas tiveram como prioridades a redução dos custos, agilidade nos processos de trabalho e aumento da capacidade de produção. Um dos fatores primordiais para a conquista destes objetivos foi a introdução de novas tecnologias, como a informática. (CHAVES, 2002.) A rápida evolução tecnológica, como o surgimento de laptops, aparelhos de fax, internet e celulares, modificou a estrutura do espaço de trabalho, pois o funcionário
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torna-se independente de sua mesa, tornando o espaço mais flexível, há uma maior liberdade, aumento da comunicação e troca de informações. (PROJETO/DESIGN, 1999.) Com a mudança na dinâmica de trabalho as novas configurações apresentam um aumento nas estações de trabalho compartilhadas e temporárias e uma redução no posto de trabalho individualizado, há uma interatividade entre os setores da equipe, independente da posição hierárquica além da grande presença de espaços de convivência como áreas para café e pequenas salas de reunião. Segundo Andrade apud Novaes (2013, p. 28), com esta evolução surgem os Escritórios Não-Territoriais, subdivididos em:
Escritórios Virtuais | com a tecnologia do Telecommuting, o usuário pode acessar todos os canais de comunicação da empresa de onde estiver, esta tecnologia possibilita transformar qualquer espaço do escritório através de equipamentos como computadores. Home office |
espaço de trabalho em casa, este modo reduz custos com infraestrutura como locação do espaço de trabalho, mas traz problemas como o isolamento e distrações presentes no ambiente familiar.
Hotelling |
infraestrutura focada no recebimento de clientes e visitantes pelos funcionários que não tem permanência física no escritórios, estão constantemente viajando ou fora do escritórios mas precisam de um espaço para realização destas tarefas.
Free adress |
conjunto de estações de trabalho abertas para
uso eventual.
Red Carpet Club | Oferece espaços individuais (hoteling) e compartilhados (free adress), salas de reuniões e conferência e áreas de convivência para funcionários que passam a maior parte do expediente fora do escritório mas precisam voltar em algum momento para a estrutura física. Estas mudanças no espaço de trabalho são traduzidas segundo Novaes (2013), em conceitos como: espaços flexíveis, versáteis, colaborativos, sustentáveis e conectados com as novas tecnologias. Os espaços flexíveis são importantes para a redução de custos e agilidade nos processos de trabalho, essa flexibilização é conquistada com plantas livres e especificações técnicas como, revestimentos, mobiliário e instalações prediais, que permitam a reorganização do espaço com eficiência. A sustentabilidade destes espaços consiste em uma edificação energeticamente eficiente, está eficiência é atingida com estratégias que reduzam o consumo e desperdício de energia, como a utilização de iluminação e ventilação natural. Por fim, os espaços são considerados
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tecnológicos, pois com a sociedade vivendo em rede, o escritório deve ser um facilitador deste processo, propiciando uma maior conexão e interação, não só entre os usuários do edifício, mas também entre os usuários e a cidade. (ANDRADE, 2007.) Com o objetivo de reduzir custos e fazer parte de uma comunidade de empreendedores, utilizando a interdisciplinaridade como forma de extração de conhecimento, surge o coworking, “fenômeno” de trabalhadores reunidos em um espaço compartilhado ou colaborativo (DEGUZMAN e TANG, 2010). Nesses ambientes a infra-estrutura do espaço é uma nova tipologia que combina a autonomia do home office com a interação social dos escritórios. (NOVAES, 2013.) A interatividade proporcionada pelo coworking, devido a esta forma de organização agregar diferentes empreendedores, possibilita uma troca de experiências entre diferentes áreas intelectuais, característica de espaço de trabalho positiva para as empresas. C. Jonathan (2014), realiza uma analogia entre as cidades e os escritórios, para ele as descrições de Jane Jacobs acerca das cidades podem ser utilizadas também para os espaços de trabalho. Os escritórios, assim como as cidades, possuem diferentes espaços, como espaços internos e de encontro, os corredores, ou espaços de circulação, podem ser comparados as ruas, e as mesas, as casas. Os elogios de Jane Jacobs ao bairro do West Village, atribuídos a sua heterogeneidade espacial, social e funcional, característica esta que possibilita as relações sociais entre diferentes pessoas, favorecendo e estimulando a criatividade e inovação, serve de ensinamento para o “planejamento urbano de escritórios”. Possibilitar e priorizar a interação gera ambientes mais criativos, o escritório deve ser um facilitador do fluxo de informações entre os usuários, pois é a partir desta troca que as idéias surgem, para isto o espaço passa a ser organizado de forma a estimular encontros, utilizando por exemplo corredores atrativos, com espaços para uma pequena reunião distribuídos ao longo do percurso. A incubadora, como espaço para novas empresas, apresenta características do coworking, pois abriga diferentes empreendedores em um espaço compartilhado com o objetivo de reduzir custos e propiciar a interatividade entre empresas, essa nova forma de pensar o espaço de trabalho busca atender a corrente de humanização dos escritórios, incentivando um ambiente inovador, uma plataforma geradora de novas idéias.
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AS INCUBADORAS DE EMPRESAS As incubadoras de empresas surgiram na década de 30, após iniciativa da Universidade de Stanford, em apoiar alunos recém graduados no desenvolvimento de empresas. Este apoio culminou na instalação de um Parque Industrial e, posteriormente, um Parque Tecnológico com objetivo de desenvolver empresas intensivas em tecnologia na região do Vale do Silício, Califórnia, na década de 50. Outra experiência bem sucedida que serviu de modelo para criação de parques tecnológicos foi o “Route 128” apoiado pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology). A importância dos parques para o surgimento das incubadoras, é que, a partir deles, surge a necessidade de empreendimentos para apoio as empresas nascentes nos parques, com o surgimento dos parques nasce a primeira incubadora de empresas americana. (CEIA, 2006.) O termo incubadora tem origem com a iniciativa de uma família de Nova York de comprar um galpão de uma indústria após sua falência para arrendá-lo a uma grande empresa, esta tentativa fracassou e a família decide dividir o galpão para alugar para várias empresas, compartilhando custos. Uma das primeiras empresas a se estabelecer no local foi um aviário, dando origem ao apelido de “incubadora”. (CEIA, 2006.) O conceito de incubadoras é constantemente confundido com o de aceleradoras, diferente das incubadoras, estas são entidades privadas que visam lucro e associam-se as empresas apoiadas em troca de uma participação que varia entre 5% a 20%, e em contrapartida fornecem aporte financeiro além do apoio estratégico. O lucro de uma aceleradora está diretamente relacionado ao sucesso dos negócios da empresa acelerada, pois ele advêm do dinheiro ganho com a venda de suas ações. O modelo o qual conhecemos hoje surgiu na década de 70 nos Estados Unidos e Europa Ocidental, quando os governos locais, universidades e instituições financeiras, devido a recessão econômica dos anos 70 e 80, reuniram-se para apoiar e estimular o processo de industrialização como forma de gerar emprego e renda. Dias e Carvalho (2002, p.15) também ressaltam que: “Na Europa foi desenvolvida uma metodologia replicável de criação e implantação de incubadoras de empresas e parques tecnológicos, com o objetivo de orientar e dinamizar o movimento de incubadoras na Comunidade Européia. São os Business Innovation Centers (Centros de Inovação Empresarial) que já existem em número de 150”.
No Brasil, semelhante aos Estados Unidos, ocorre primeiramente o surgimento dos parques tecnológicos, em 1984, com a criação dos parques de São Carlos e Campina Grande para só após surgirem as suas primeiras incubadoras, em 1985 e 1988,
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respectivamente. Em 1987 foi criada a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas – ANPROTEC, articulando as entidades envolvidas nos programas de parques tecnológicos e incubadoras de empresas. (CEIA, 2006 e ANPROTEC) Segundo Lemos (1998, p.15): “A ANPROTEC realiza programas de treinamento voltados à capacitação de recursos humanos para administrar as Incubadoras e Parques, promove eventos, elabora publicações especializadas e representa os interesses de seus associados junto aos órgãos de apoio, notadamente o CNPq e o SEBRAE. Sua principal contribuição tem sido a sistematização dos conhecimentos gerados pelas diversas iniciativas brasileiras, o que serve como ponto de apoio para a multiplicação e aperfeiçoamento das mesmas”.
A consolidação do movimento de incubadoras brasileiro só ocorre na década de 1990, com o rápido crescimento do número de incubadoras como mostra o Gráfico 1, este crescimento, segundo Lemos (1998), se deve a diferentes fatores como, a abertura do mercado brasileiro as importações, assim as empresas precisam de modernização tecnológica e organizacional para competir com o mercado externo, a estabilidade
350
300
250
200
150
100
50
0 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2004 2003 2005
GRÁFICO 1 _ INCUBADORAS NO BRASIL Adaptado pela autora com base em CEIA, p.44.
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econômica advinda do plano real em 1994, viabilizando a canalização de investimentos para áreas produtivas, e o sucesso alcançado pelas primeiras incubadoras, além do apoio governamental com financiamentos. Entre os benefícios proporcionados por uma incubadora de empresas podemos citar, a redução da mortalidade dos pequenos empreendimentos, o favorecimento ao desenvolvimento tecnológico por apoiarem micro e pequenas empresas inovadoras, comprovado por dados do MCT , estes revelam que 15% das empresas graduadas possuem pedidos de patente, e a maior interação entre universidade/empresa, gerando uma maior transferência de conhecimento cientifico, tecnológico e de recursos humanos ao acervo das empresas. A Tabela 2 a seguir demonstra as diferenças entre os dois casos. Segundo estudo da ANPROTEC, realizado em 2011, o Brasil possui 384 incubadoras em operação, que hospedam 2.640 empresas, gerando 16.394 postos de trabalho. Essas incubadoras também já graduaram 2.509 empreendimentos, que hoje faturam R$ 4,1 bilhões e empregam 29.205 pessoas. De acordo com a Rede de Incubadoras do Ceará (RIC), com base no levantamento realizado em 2013, o estado do Ceará possui um total de 8 incubadoras de empresas, totalizando 75 empresas incubadas e 105 empresas graduadas, ou seja, empresas que passaram pelo processo de incubação e ingressaram no mercado de trabalho. (FONTES, 2013.)
MODELO DE NEGÓCIO
OFERTA DE SERVIÇOS
TEMPO DE APOIO INVESTIMENTO CONTRAPARTIDAS
INCUBADORA
ACELERADORA
Sem fins lucrativos, mantida por instituições
Com fins lucrativos, mantida por investidores privados que esperam retorno financeiro na venda das ações das empresas
Focado em infraestrutura e espaço físico
Focada na gestão de negócio, mentoria e networking
1 a 3 anos
4 a 6 meses
Não investe capital no negócio
Investe capital inicial de R$ 20mil e R$ 100mil, em geral
Pagamento de taxas, geralmente subsidiadas pela empresa incubada
Cessão de um percentual de participação acionária da empresa para a aceleradora
TABELA 2 _ INCUBADORA x ACELERADORA Adaptado pela autora com base em http://revistapegn.globo.com/Colunistas/Felipe-Matos
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Além da geração de emprego e renda, estas incubadoras colocam o Brasil na busca de ser considerado um país inovador pois 98% das empresas incubadas inovam, criam algo novo, sendo 28% no contexto local, 55% no nacional e 15% no mundial. Segundo Ceia (2006, p.1) a inovação é primordial para a competitividade de países e empresas porque: “Tal importância pode ser atribuída em parte à diferenciação de produtos proporcionada pela obtenção de inovações: uma empresa que tenha um produto ainda sem concorrência poderá se estabelecer no mercado com mais facilidade, além de poder praticar preços mais elevados pela ausência ou redução da competição.”.
No Brasil há a classificação das incubadoras de acordo com o negócio executado como incubadoras de base tecnológica, incubadoras de setores tradicionais e incubadoras mistas. O Ministério da Ciência e Tecnologia, MST em BRASIL, 2000, p.7, define essas incubadoras como: “INCUBADORA DE BASE TECNOLÓGICA_ é a incubadora que abriga empresas cujos produtos, processos ou serviços são gerados a partir de resultados de pesquisas aplicadas, e nos quais a tecnologia representa alto valor agregado; INCUBADORA DE EMPRESAS DOS SETORES TRADICIONAIS_
é a incubadora que abriga empresas ligadas aos setores tradicionais da economia, as quais detêm tecnologia largamente difundida e queiram agregar valor aos seus produtos processos ou serviços por meio de um incremento no nível tecnológico empregado. Devem estar comprometidas com a absorção ou o desenvolvimento de novas tecnologias; INCUBADORA DE EMPRESAS MISTA_ é a incubadora que abriga
empresa dos dois tipos anteriormente descritos“. A escolhida para o modelo a ser implantado neste trabalho, é uma incubadora mista, tipo que vem crescendo na participação do mercado brasileiro, em 2000 correspondia a 18% do total de incubadoras, em 2004 passou para 21% e em 2005 para 23%. Entretanto a maioria das incubadoras brasileiras ainda são de base tecnológica, como representado no Gráfico 02.
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O modelo concebido neste projeto tem como objetivo ser implantado em cada um dos Campus do IFCE em funcionamento. Neste trabalho serão propostas três implantações localizadas nos Campus de Fortaleza, Caucaia e Maracanaú. A incubadora implantada será do tipo mista para atender a variedade de cursos ofertados em cada campus, como por exemplo em Fortaleza, que possuí cursos ligados aos setores de base tecnológica, como o Curso de Informática, e ligados aos setores tradicionais da economia, como o Curso de Edificações.
TECNOLÓGICA TRADICIONAL MISTA SOCIAL AGROINDUSTRIAL CULTURAL SERVIÇOS 0%
10%
20%
30%
40%
GRÁFICO 2 _ CLASSIFICAÇÃO DAS INCUBADORAS EM OPERAÇÃO NO BRASIL. Adaptado pela autora com base em CEIA, p.35.
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2 A REDE DE INCUBADORAS DO IFCE
A REDE A Rede de Incubadoras do IFCE tem como missão: “Contribuir de forma sustentável para o desenvolvimento do Ceará, na criação de empresas inovadoras, por meio de atividades estruturadas e ambientes empreendedores.” (IFCE)
As Incubadoras pertencentes a rede do IFCE são consideradas atividades de extensão do Instituto e tem como áreas preferenciais todas as contempladas pelos cursos Técnicos e Superiores regulares do IFCE. São organizações sem fins lucrativos e oferecem serviços como: »
A consultoria na elaboração de projetos para captação de recursos;
»
Articulação com entidades parceiras de ensino e pesquisa para acesso às informações científicas e tecnológicas e serviços tecnológicos;
»
Facilidade no acesso aos produtos e serviços oferecidos pelo SEBRAE-CE;
»
Orientação na elaboração do plano de negócios1;
»
Orientação na busca de pesquisadores e tecnólogos que possam colaborar no aprimoramento tecnológico dos produtos/serviços;
»
Consultoria jurídica para questões como registro de propriedade industrial/intelectual e processos de licenciamento junto ao órgãos governamentais.
»
Consultoria financeira para por exemplo, dimensionamento e quantificação do mercado, gestão financeira e custos, planejamento e administração.
»
Consultoria de marketing para estratégias de divulgação e comercialização dos produtos e serviços.
»
Infra-estrutura para uso compartilhado, composto de: recepção, secretaria, fax, telefone, acesso à rede de computadores, segurança e limpeza das áreas comuns, sanitários, copa e sala de reuniões.
1
“Um plano de negócios é um documento que descreve por escrito os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas.” ROSA, Afrânio. (Ed.) Como elaborar um plano de negócios. ed SEBRAE, Brasília, 2013.
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MECANISMOS DE INCUBAÇÃO DO IFCE Os mecanismos de incubação da rede do IFCE são classificados quanto a dois critérios; de acordo com o nível de desenvolvimento da empresa, pré-incubação e incubação, e a instalação física no campus incubador, empresas residentes ou não-residentes. A pré-incubação destina-se a alunos e egressos do IFCE que detectaram uma oportunidade de negócio, sabem como viabilizá-la, mas necessitam de um apoio por um período de 12 meses, podendo ser prorrogado, por até 12 meses para o término da definição do empreendimento. Já o mecanismo de incubação destina-se a apoiar Empresas já constituídas ou empreendedores que pretendam constituir uma empresa, e querem estar sob orientação técnica de um professor do IFCE ou das instituições parceiras, para consolidação ou desenvolvimento de novos, esta modalidade de incubação também tem validade de 12 meses podendo ser prorrogado por até 12 meses. Além da caracterização por estágio de desenvolvimento as empresas são consideradas residentes quando necessitam ficar hospedadas em um espaço físico, dentro da estrutura compartilhada da Incubadora, e não-residentes quando não possuem a necessidade de estarem utilizando regularmente o espaço físico compartilhado, mas utilizam os outros serviços oferecidos pela Incubadora.
FORMA DE SELEÇÃO Através de seleção regida por um edital, esta seleção é composta por 3 fases, pré-seleção, elaboração do plano de negócios e seleção do plano de negócios. Na primeira fase os interessados apresentam um plano descritivo do empreendimento através de formulário disponibilizado pela incubadora e a Comissão de Avaliação seleciona os trabalhos com base em suas características inovadoras. Na segunda etapa, os responsáveis pelos projetos aprovados, na fase de pré-seleção, serão convocados para uma entrevista com psicólogo da Instituição, para análise do perfil empreendedor dos candidatos. Após a entrevista, os aprovados participarão de curso, bem como de consultorias para a elaboração final do seu Plano de Negócios, participante na terceira etapa da seleção que consiste na avaliação dos Planos de Negócios.
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A INCUBADORA DE EMPRESAS DO CAMPUS FORTALEZA U M MO D E LO E M CONSTRUÇ Ã O O Campus Fortaleza, já possui uma Incubadora em funcionamento, sua implantação está dividida em dois núcleos distintos, cada um com aproximadamente 50m², atualmente ela abriga 12 empresas em diferentes modelos de incubação, pré-incubadas, incubadas e graduadas (ver Tabela 3). Segundo entrevista com funcionários da Incubadora, cada empresa possui cerca de 3 integrantes e o principal uso do espaço é para reuniões, visto que a maioria dos empreendedores trabalham grande parte do tempo em sistema de Home Office ou em tarefas externas. Este tipo de organização afirma a liberdade conquistada pelos usuários em relação ao ambiente fixo de trabalho e demonstra a necessidade de flexibilização do espaço interno das incubadoras, pois o empreendedor poderá utilizar o escritório para trabalho individual, reuniões ou trabalhos em grupo. Devido a Incubadora estar distribuída em dois espaços sem conexão física entre si, há uma dificuldade de convívio entre as empresas, o que gera uma falta de interatividade e assim diminui o potencial inovador da Incubadora. O primeiro espaço está localizado próximo
MODALIDADE PRÉ INCUBADAS
INCUBADAS
GRADUADAS
EMPRESA
SEGMENTO
Linha Laranja
Consultoria em arte
Ecolúdico Ambiental
Lazer ambiental
Freeway Trafic Solutions
Gestão de trânsito e transportes
Convermídia
Publicadora de Jogos
Adapter Tecnologia
Sistemas embarcados
RA3
Automação
polivalenTI
Tecnologia da informação
Liukin
Eficiência energética
Aed tecnologia
Tecnologia
DAT Tecnologia
Energia elétrica
Imagine
Comunicação Digital
Azul Tecnologia
Tecnologia da Informação
TABELA 3 _ EMPRESAS INCUBADAS NO CAMPUS IFCE FORTALEZA Elaborada pela autora.
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ao pátio, local de passagem dos estudantes, e é projeto do arquiteto Ricardo Braga. Um vão com medidas de 10 metros de profundidade por 5 metros de largura, suspenso do chão, onde os fechamentos laterais não tem função estrutural, são compostos por esquadrias de vidro revestidas com película fumê e o volume é sustentado por duas vigas de concreto. A forte preocupação com a racionalidade estrutural do projeto, seu volume final e sua aparência exterior em detrimento do ambiente interno prejudica a utilidade da Incubadora, a simples instituição de um vão livre não caracteriza por si só um ambiente integrado e propicio a inovação, é necessária a criação de um espaço diversificado e agradável aos usuários tanto externamente como internamente. A organização do mobiliário também não favorece esta integração, as mesas, cada mesa corresponde ao território de uma empresa, estão dispostas como um escritório de modelo taylorista, forma ultrapassada e rígida. Este projeto tinha como objetivo servir de modelo para as outras Incubadoras a serem implantadas, mas este trabalho tem como meta propor uma solução mais favorável ao desenvolvimento das empresas incubadas. O segundo núcleo é composto de uma adaptação de espaço já existente próximo ao estacionamento do campus. Está adaptação é realizada pela divisão do ambiente através de divisórias em PVC e meia esquadria em vidro, é neste espaço que estão localizados os serviços administrativos da Incubadora, como acessória jurídica e financeira. Esta configuração apresenta semelhança com repartições públicas, um ambiente sem identidade, que apresenta falta de humanização devido a insipidez das divisórias. Nos dois casos não há espaços de trabalhos variados, adaptados as diferentes necessidades que o usuário poderá ter, como espaços reservados para um momento individual de trabalho, onde há uma necessidade de maior concentração, estações de trabalho compartilhadas, estações abertas, para o caso de empresas não residentes, áreas comuns de integração e convívio social, áreas administrativas identificáveis, salas de reunião isoladas e salas para apresentação de produtos.
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NÚCLEO 1
NÚCLEO 2 Incubadoras IFCE, Campus Benfica. Fotografias do acervo da autora.
3 A CONSTRUÇÃO DO MODELO
PARÂMÊTROS A SEREM ALCANÇADOS A partir dos estudos referentes às novas organizações de trabalho, e entrevistas com os usuários da Incubadora de Empresas do IFCE e com o arquiteto da instituição, João Bosco Filho, foram estabelecidos parâmetros a serem alcançados no modelo. Estes parâmetros são: »
FLEXIBILIDADE
»
RACIONALIDADE CONSTRUTIVA
»
BAIXO CUSTO DE IMPLANTAÇÃO E PRINCIPALMENTE DE MANUTENÇÃO
»
SUSTENTABILIDADE
»
INTERATIVIDADE ENTRE OS USUÁRIOS
A flexibilidade corresponde tanto no viés da construção do modelo, visto que o modelo será implantado em diferentes terrenos localizados em campus distintos, os quais possuem necessidades de espaço diferentes, e que futuras expansões e adaptações sejam realizadas de forma eficiente, para alcançar tais objetivos a utilização de uma modulação construtiva. A flexibilização precisa ocorrer também no interior do edifício, a versatilidade dos espaços é necessária para atender tanto ao usuário que necessita de uma área de trabalho isolada, quanto a uma reunião realizada em grupo, é preciso oferecer espaços flexíveis e que possam ser adaptados às novas atividades demandadas. A modulação é um instrumento utilizado para atender também o parâmetro de racionalidade construtiva, este está intrinsecamente ligado ao baixo custo de implantação, pois a racionalização implica em um tempo de construção menor, menos desperdício de material e consequentemente um menor custo final da obra. Um ponto bastante relevante segundo o arquiteto João Bosco Filho é o custo de manutenção, devido ao IFCE ser uma instituição federal, ou seja, que utiliza capital público, existe uma burocracia na captação de recursos. A utilização de materiais de baixa manutenção evita que o edifício seja deteriorado por dificuldade na obtenção de verba para reparos. Para produzir um edifício sustentável, devemos tirar partido da natureza na busca de um ambiente de qualidade, preservar seus recursos através do dimensionamento correto dos sistemas, utilizar políticas de reciclagem de materiais, e um projetar um edifício que utilize o máximo de recursos para poupar energia na promoção do conforto bioclimático aos usuários. (ANDRADE, 2007.) Por fim, e não menos importante, o incentivo ao convívio entre os usuários amplia o conhecimento pessoal, a motivação, e a troca de infor-
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mações, o que gera um ambiente mais propicio a inovação, ponto chave para o sucesso de uma incubadora. O sucesso ao alcançar esses parâmetros dá origem a um ambiente mais agradável ao usuário, a sensação de bem-estar permite uma maior permanência no ambiente e assim maior produtividade. Alem disso, há uma diminuição de custos tanto a curto, quanto a longa prazo, curto na implantação e longo na redução dos custos de manutenção e expansões a preço mais baixo devido a flexibilização prevista.
PROGRAMA DE NECESSIDADES A partir destes parâmetros foi estabelecido um Programa de Necessidades para a Incubadora. Devido as diversas escalas de campus do IFCE, há uma necessidade de diferentes dimensionamentos da Incubadora, este dimensionamento será realizado a partir de uma classificação do campus de acordo com o número de cursos ofertados. Para atender esta variedade de implantações o programa será dividido em estrutura base e módulos anexos, a estrutura base está presente em toda incubadora implantada, independentemente do tamanho do campus, e os módulo anexos são acrescentados de acordo com a classificação do campus. A estrutura base é composta de:
RECEPÇÃO
+
SERVIÇOS COMPARTILHADOS
a Balcão com secretária
a Biblioteca
b Sala de espera
b Assessorias*: Jurídica, Financeira e de Marketing. (1 a 3 pessoas)
c WC Unissex Acessível
+
ÁREA DE LAZER
a Espaço de convivência
c Armários com chave para objetos pessoais e correspondência d Mesas de reunião informal e Sala de reunião formal (privativa) f Mesas de trabalho individualizado g Copa
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* As assessorias funcionam em forma de escala de horário, sendo necessário apenas um posto de trabalho para atendimento.
Os módulos são compostos de um escritório para atender até 10 empresas, cada uma com até 3 funcionários. Para atender as 10 empresas são necessários 10 postos de trabalho, e não 30, pois normalmente no regime de trabalho das Incubadoras e escritórios de Coworking os funcionários não ficam todo o horário comercial no estabelecimento, muitos trabalham em “Home Office” ou externamente, tendo o escritório como um local de apoio. De acordo com o acréscimo de módulos há um aumento da demanda para mesas de reuniões informais, salas de reunião privativa e espaço na copa. As mesas de reunião informal funcionam também para pequenas apresentações e trabalhos coletivos, o que proporciona uma maior interação e fluxo de informações entre os usuários. No módulo 2 e 3 as salas de reunião formal possuem paredes corrediças possibilitando integração.
TERRAÇO
REUNIÃO
COWORKING
WC
RECEPÇÃO
COPA
FIGURA 1 _ FLUXOGRAMA Elaborado pela autora.
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O CONTÊINER O material utilizado como matéria prima formal e estrutural deste projeto é o contêiner. Segundo o dicionário de Língua Portuguesa Michaelis, contêiner – do inglês container, significa uma caixa grande que acondiciona carga para transporte e que tem como finalidade facilitar a locomoção e o manejo. Em 1950, com o objetivo de otimizar o tempo na movimentação da carga de um transporte para outro, como do navio para caminhões, Malcon Mclen criou o primeiro contêiner de aço, este poderia ser realocado diretamente entre os meios de transporte, sem a necessidade de descarregar o conteúdo da caixa. Apenas em 1958, também nos Estados Unidos, é que inicia-se o processo de padronização das medidas dos contêineres domésticos, e em 1961 a normatização a nível mundial, pelo International Student’s Organization (ISO), sendo concluída em 1970. (BRODASKI, M. ; CAMPANELLI, R. ; ZABINSKI, K. , 2010) A criação do contêiner foi considerada uma revolução no transporte de carga, pois permite uma mudança rápida da material, com a utilização apenas de um guindaste, de um transporte para outro, portanto atualmente cerca de 90% das mercadorias são transportadas em contêineres. (KRONENBURG apud LEONE.) Esta revolução viabilizou o conceito de produção da Toyota, criado em 1980, denominado “Just-in-time”, esta forma de organização tinha como objetivo reduzir os estoques de peças nas fábricas, pois o estoque significa custos devido a local de armazenamento, segurança, depreciação das peças e etc. Nesta forma de produção os fornecedores concordavam em produzir pequenos lotes e entregá-los em um curto prazo de tempo, por isso a denominação, em troca de contratos de longo prazo. Os fornecedores só puderam aceitar este acordo devido a agilidade no transporte de cargas possibilitado pelo contêiner, pois assim poderiam se comprometer com os prazos reduzidos. (LEVINSON, 2006.) “(...)sua importância não é o que ele é, mas como é utilizado, sendo o centro de um processo automatizado de transporte de mercadorias.” (LEVINSON, p.1, 2006)
É importante diferenciar o padrão ISO dos padrões comerciais, as normas ISO são referentes a altura absoluta do contêiner, comprimento, largura, a aprovação em testes de força, inspeções de segurança e certificações. Já os padrões comerciais, características mais comuns encontradas em mercado, engloba características como o tipo de ondulação das faces, tintas, primers e revestimentos de piso, teto e parede. Estas características podem ser definidas de acordo com o fabricante, mas precisam atender as exigências da ISO para o equipamento ser comercializado. (ISBU Association, 2010) Os padrões ISO mais utilizados comercialmente são os de 20 e 40 pés de comprimento, respectivamente 6,09m e 12,19m, mas podem ser encontradas variações no mercado, como equipamentos com medidas de 10 e 30 pés. Em relação a altura é onde ocorre as maiores
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variações, a altura padrão ISO é de 8,5 pés, 2,59m, mas os contêineres de 9,5 pés, 2,90m, vem crescendo em participação no mercado e são os mais utilizados no construção civil, pois permitem um pé direito maior. Já a largura padrão é de 8 pés, 2,44m. Suas faces laterais e de topo são canelados para aumentar a resistência, seu piso suspenso do solo 150mm e possui portas em uma das laterais com 50mm de espessura. (CONTAINER, 2009.) Para garantir sua resistência e possibilitar o empilhamento seus 4 cantos possuem reforços estruturais, e o seu piso é composto de vigas de aço, assim as faces laterais podem ser removidas sem perda significativa de estabilidade estrutural (Ver figura 2 abaixo).
CHAPA DE AÇO ONDULADA OU PLANA. FORMA A COBERTA.
CHAPA DE AÇO ONDULADA OU PLANA. FORMA AS VEDAÇÕES. VEDAÇÃO LATERAL UTILIZADA PARA SINALIZAÇÃO
PISO EM MDF NAVAL ESTRUTURA DE APOIO À PAVIMENTAÇÃO “CRASH PLATE”_ ESTRUTURA PARA PROTEGER A ÁREA DE ENTRADA PORTAS
FIGURA 2 _ ESQUEMA ESTRUTURAL DO CONTÊINER Elaborado pela autora com base em: http://www.residentialshippingcontainerprimer.com
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O USO DO CONTÊINER NA ARQUITETURA Em 1960, o arquiteto americano, Paul Rudolph, considerou utilizar o contêiner como componente de uma torre de escritórios em Manhatann, mas não obteve sucesso. (BRODASKI, M.; CAMPANELLI, R.; ZABINSKI, K., 2010). Mas foi a partir das discussões ambientalistas e conseqüentemente a busca de uma arquitetura mais sustentável, em 2000, que a utilização do contêiner na arquitetura foi despertada. (LIAO e GARCIA, 2009.) O contêiner aparece como uma estratégia de reutilizar uma matéria prima que seria descartada pela perda de uso no transporte de carga, as empresas de transporte de locação substituem seus contêineres a cada 7 ao máximo 10 anos, tempo de vida útil marítima, gerando uma frota de contêineres excedente, descartados porém em boas condições para a construção civil, pois quando tomados os devidos cuidados a sua durabilidade é cerca de 100 anos. (ISBU Association, 2010) Além da reutilização de material o impacto ambiental do canteiro de obra é minimizado, pois como ele já vem pronto para ser implantado diminui a quantidade de poeira, ruídos, gasto com água e descarte de resíduos de materiais no canteiro. (LIAO e GARCIA, 2009.) O seu sucesso ocorre, além do apelo sustentável, porque é modulado, padronizado, fácil de transportar e, apesar do preço estar aumentando devido a alta demanda, possui custo em média 30% menor que uma construção de alvenaria comum e por isso seu uso em construções como lojas, casas, escritórios e principalmente estruturas temporárias, devido a possibilidade de serem desmontados do local original de implantação e transferidos para outro sitio, conferindo-o assim mobilidade. (LEONE) Os contêineres mais utilizados para construção civil são os chamados High Cube, por permitir um pé direito maior, 2,90m comparado ao Dry, 2,59m. Para adaptá-los a construção civil são necessários alguns processos como o isolamento, pois seu material de fabricação é o Aço-corten, um material resistente a corrosão, mas alto condutor de calor e com pouco desempenho como isolante acústico. Este isolamento pode ser feito por exemplo com polietileno expandido ou lã de vidro separados do interior por placas de gesso acartonado. Além do isolamento, é necessária a abertura de portas e janelas, através de cortes nas superfícies de fechamento, tanto para permitir iluminação e ventilação natural, quanto para possibilitar passagens de um módulo a outro no caso de utilização de mais de uma peça. Estes cortes precisam ser realizados por mão de obra especializada, sendo um ponto fraco da arquitetura com contêineres. (LIAO e GARCIA, 2009.) Além do isolamento e dos cortes para atender o conforto ambiental, o contêiner precisa ser pintado com tintas e coberturas que garantem proteção a sua estrutura, entre os tipos mais utilizados estão a tinta epóxi, a proteção possui boa durabilidade mas com o tempo as cores tem
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tendência a desbotarem, principalmente quando exposto aos raios UV. Além da pintura coberturas cerâmicas são recomendadas, estas funcionam como aditivos a pintura, conferindo proteções como ao calor, umidade e anti-mofo. (ISBU Association, 2010) A escolha do contêiner como matéria prima deste projeto foi devido a sua flexibilidade, modulação, o que permite uma racionalidade construtiva, sustentabilidade e baixo custo, parâmetros a serem alcançados já citados neste trabalho.
CONTAINER GUEST HOUSE
IATOON KUNSTHALLE
PUMA CITY
GENUSSREGAL EXHIBITION
FIGURA 8 _ CONTÊINER + ARQUITETURAS Elaborado pela autora com base em archdaily.com
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4 REFERÊNCIAS PROJETUAIS
O presente trabalho aborda três situações distintas que foram consideradas pertinentes por possuírem alguma semelhança com o modelo proposto. O primeiro tópico abordado é o projeto de um edifício corporativo, visto que a incubadora é um local de corporação de empresas. Logo em seguida apresentamos dois exemplos de escritórios de coworking, forma de organização espacial do trabalho que será utilizada no modelo, e por fim um prédio de escritórios que utiliza como matéria prima estrutural o contêiner, elemento que será empregado também neste projeto.
» BILL & MELINDA GATES FOUNDATION: UM ESCRITÓRIO INOVADOR 42
» ELEPHANT COWORKING: COWORKING EM FORTALEZA 44
» BOX OFFICE: O CONTÊINER UTILIZADO COMO ESCRITÓRIO 46
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BILL & MELINDA GATES FOUNDATION: UM ESCRITÓRIO INOVADOR O edifício sede da Bill & Melinda Gates Foundation, localizado em Seattle, EUA, é um projeto do escritório NBBJ e tem como objetivo criar um local que facilite a interação, colaboração, aprendizado e o bem-estar dos funcionários dentro e fora do prédio. As diretrizes da organização são PEOPLE – TO PEOPLE, ou seja conectar os funcionários entre si e com os voluntários, IDEA – TO IDEA, fomentar um ambiente para compartilhar o conhecimento, e LIGHT – TO LIGHT, permitir acesso de todos a luz natural. A flexibilidade de espaços é uma preocupação presente na concepção do escritório, existem salas de trabalho temporárias para servir de posto para empregados em trânsito, as salas de reuniões possuem tamanhos variados e os escritórios são modulados para possibilitar flexibilidade. Foram definidos espaços denominados “focus room”, salas de reuniões informais equipadas com quadros brancos e telefones. Seguindo a diretriz de conectar os usuários do edifício, são concebidos espaços informais de convivência próximos a escada central, local de grande fluxo de pessoas, com o objetivo de permitir uma maior troca de informação entre os transeuntes de diferentes áreas. Este fluxo é maximizado pela concentração de serviços como cafeteria e correspondência. Além da conexão física entre as pessoas, painéis informativos mantém todos do prédio informados sobre a fundação e há áreas de contemplação com vista para o campus com objetivo de proporcionar um descanso do trabalho. O projeto possui o a classificação Platinum no selo LEEDNC, grau máximo em eficiência energética, sustentabilidade e preservação do meio ambiente. A preocupação com o acesso a luz natural nos escritórios é percebida na utilização da forma de organização de “Open Office”, ou seja sem divisórias até teto entre os postos de trabalho. (NBBJ)
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Escritório NNBJ.
“the main hub”
salas de leitura “focus room”
painéis informativos
salas de trabalho temporárias
modulação dos escritórios segue a do prédio (10’x10’ = 3.05x3.05m)
“open office” espaços informais
salas de reuniões
passarela
escadas e elevadores áreas de contemplação
9
5
10 6
4 3 1 2
7
8
1. pátio de entrada 2. praça de entrada 3. recepção 4. centro de convivência 5. átrio 6. pátio do campus 7. centro de visitantes 8. estacionamento 9. futuro prédio de escritórios 10. café
ELEPHANT COWORKING: COWORKING EM FORTALEZA
Elephant Coworking
Como referência de coworking, organização espacial de trabalho utilizada no modelo, foram escolhidos como estudo de caso dois estabelecimentos localizados em Fortaleza que trabalham com o coworking de maneiras diferentes, a Elephant Coworking e a ForCoworking. A principal diferença entre entre as duas empresas consiste nos planos de utilização oferecidos aos usuários, a Elephant Coworking possui salas isoladas para locação, os denominados “Eco-office”, tanto individuais quanto coletivas, para o caso de empresas com mais de um funcionário, além dos espaços de coworking, local onde várias empresas distintas dividem o mesmo ambiente. Já a ForCoworking possui apenas estações individuais distribuídas em um espaço coletivo, ou seja, a forma tradicional de coworking (ver Tabela 4). Mas há ainda outra diferença que é a diretriz utilizada na concepção do projeto, a Elephant Coworking, possui a preocupação ambiental como premissa e busca a certificação no selo LEED para Edifícios Existentes - Operação e Manutenção. Esta classificação é voltada para a eficiência operacional e manutenção do edifício existente, suas exigências ajudam a maximizar a eficiência da operação e minimizar custos e impacto ao meio ambiente. Um reflexo desta preocupação é a utilização de materiais recicláveis como as placas de OSB usadas como revestimentos e divisórias. No caso da empresa ForCoworking, a idéia que direciona o projeto é o isolamento entre a área de coworking e os espaços coletivos, locando-os em dois pavimentos distintos, subsolo e térreo; isso acaba por resultar na maior privacidade dos usuários maximizando a concentração. Entre os pontos em comum entre as empresas podemos citar a organização do espaço compartilhado em ilhas, a existência de espaços de uso coletivo como salas de reunião formal e informal, copa, banheiros, recepção e armários com chave individuais. Os dois estabelecimentos possuem também a modalidade de escritório virtual, onde o contratante não utiliza de fato o espaço físico para trabalho, e sim o endereço comercial para correspondências e a secretária para recados.
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Elephant Coworking
ForCoworking
Fotografias do acervo da autora.
ForCoworking
S
13
12 D
PLANA PAV. TERREO
PLANA PAV. SUPERIOR
Elephant Coworking
Elephant Coworking For COWORKING
ELEPHANT COWORKING
ESCRITÓRIO VIRTUAL
R$100,00/mês
R$100,00/mês
COWORKING (20HR)
R$150,00/mês
R$160,00/mês
COWORKING (50HR)
R$200,00/mês
R$220,00/mês
COWORKING (100HR)
R$280,00/mêsR
$295,00/mês
COWORKING (160HR)
R$400,00/mês
----
COWORKING ESTAÇÃO FIXA (HORAS LIVRES)
----
R$450,00/mês
ECO-OFFICES (9 A 18m2 PRIVATIVOS)
----
R$1900,00 a 3.280,00/mês
1HR SALA DE REUNIÃO
R$25,00
R$50,00
PLANOS
PLANA PAV. SUPERIOR
11
13
12
PLANA PAV. TERREO
ForCoworking
WC`S
MESAS DE REUNIÃO INFORMAL MESA DE REUNIÃO FORMAL ESTAÇÕES DE COWORKING ADMINISTRATIVO ECO-OFFICE
11 12 13
ESTACIONAMENTO RECEPÇÃO/ÁREA DE CONVIVÊNCIA COPA ACESSO
BOX OFFICE: O CONTÊINER UTILIZADO COMO ESCRITÓRIO O Box Office é um projeto realizado em colaboração entre o escritório Distill Studio e o Truthbox, composto por 12 espaços de escritórios construídos a partir de 32 contêineres provenientes do porto de Providence, Rhode Island. A utilização do contêiner foi devido a busca por um edifício sustentável e redução de custos. Além da utilização do material reaproveitado o projeto tem grande preocupação com a eficiência energética, utiliza cerca de 25% da energia de um prédio de escritórios semelhante, pois possui janelas e portas de alto desempenho térmico que isolam o edifício termicamente, além de apresentar um painel fotovoltaico para capitação de energia solar na coberta. Foram incorporados ao edifício sistemas de ventiladores de recuperação de energia, do inglês Energy Recovery Ventilation (ERV), com o objetivo de tornar o ar mais agradável com menos custos energéticos, e procura aproveitar a iluminação natural. Os 12 escritórios são distribuídos em 3 andares de forma dinâmica, com tamanhos que variam entre 195m2 e 780m2, e o edifício possui também salas de reuniões, áreas de convivência e passarelas suspensas que interligam os espaços (INHABITAT, 2014).
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inhabitat.com
MODULAÇÃO CONTÊINER 20 PÉS (Comprimento x Largura x Altura ) 6.058 m x 2.438 m x 2.591 m
ÁREA CORRESPONDENTE A CADA ESCRITÓRIO
195 m²
488 m²
227 m²
292 m²
253 m²
324 m²
5 O MODELO
ÁREAS DE INTERVENÇÃO Para implantação do modelo proposto foram escolhidos três campus do IFCE, esta decisão teve como base a quantidade de cursos ofertados pela sede, com o objetivo de alcançar três escalas de execução da Incubadora. A3 proximidade com Fortaleza foi outro fator decisivo na escolha, possibilitando uma visita “in loco” aos campus escolhidos. Estas três escalas de implantação definem a quantidade de estações de trabalho necessárias para a Incubadora, e assim o número de módulos anexos (x) existentes no projeto, cada módulo corresponde a um conjunto de 10 estações de trabalho. Os campi definidos para estudo neste trabalho são, Campus Fortaleza, definido como a maior escala (3 módulos x) de implantação por conter 24 cursos, Campus Maracanaú, definido como escala intermediária (2 módulos x) por possuir 08 cursos e Campus Caucaia com 03 cursos, escala básica (1 módulo x) (ver Tabela 5 abaixo).
CAMPUS CAUCAIA
MARACANAÚ
FORTALEZA
CURSOS
TOTAL
CLASSIF.
Eletroeletrônica, Metalurgia e Petroquímica
3
1x
Guia de Turismo, Informática, Meio ambiente, Automação Industrial, Engenharia Ambiental e Sanitária e Ciência da Computação, Manutenção industrial, Química.
8
2x
Edificações, Informática, Mecânica Industrial, Química, e Telecomunicações, Guia de Turismo, Segurança no Trabalho, Climatização e Refrigeração, Engenharia da Computação, Engenharia da Mecatrônica, Engenharia e Telecomunicações e Turismo, Artes Cênicas, Artes Plásticas, Estradas, Gestão Ambiental, Gestão de Turismo, Gestão Desportiva e de Lazer, Hotelaria, Mecatrônica Industrial, Processos Químicos, Saneamento Ambiental e Telemática, Artes Visuais, Física, Matemática e Teatro.
24
3x
TABELA 5 _ CURSOS POR SEDES DO IFCE Elaborado pela autora com base em IFCE, Ceará
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IFCE CAUCAIA O campus Caucaia, inaugurado em 2010 foi criado durante a expansão da rede federal de educação tecnológica e teve como município escolhido para tal devido a proximidade geográfica com o Complexo Industrial Porto do Pecém, com o intuito de atender as demandas de mão-de-obra qualificada do complexo industrial. O campus fica localizado na Rua Engenheiro João Alfredo, s/n, Pabussu, Caucaia, por onde tem seu acesso de pedestres e veículos, e está instalado em um terreno de aproximadamente 14.000 m2. Dois edifícios distintos são encontrados no campus, um já existente na implantação do IFCE, com gabarito térreo, onde está locado o administrativo, laboratórios, áreas de apoio ao aluno como cantina, biblioteca e teatro, e parte das salas de aula. O outro edifício é novo, concluído em 2014, e possui gabarito térreo mais um pavimento, onde localiza-se novas salas de aulas. Os dois prédios estão conectados por um terreno, hoje utilizado para estacionamento, mas previsto para a construção de uma praça de integração. Alem dos dois edifícios citados, há um complexo esportivo composto de quadra poliesportiva, salas de apoio, banheiros e vestuários e 5 contêineres, 3 para armazenagem e 2 para laboratórios de tecnologias móveis. A vegetação encontrada no terreno é escassa, composta por algumas árvores, arbustos e palmeiras distribuídos na entrada do prédio, solo bastante seco, que possivelmente passou por terraplanagem, sendo retirada a vegetação rasteira.
48
33
RU AE
22
NG .J
OÃ O
AL FR
ED
O
1 1
SALAS DE AULA
ESPORTES
1 BLOCO NOVO
SERVIÇOS (WC, CANTINAS)
ADMINISTRATIVO
2 BLOCO ANTIGO
APOIO (BIBLIOTECA, TEATRO)
ÁREA UTILIZADA P/ ESTACIONAMENTO
3 COMPLEXO ESPORTIVO
PREVISTA PARA SER UMA PRAÇA
CIRCULAÇÃO / CONVIVÊNCIA LABORATÓRIOS
CONTÊINER E-TEC CONTÊINER ARMAZENAGEM
Fotografias do acervo da autora.
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IFCE MARACANAÚ O Campus Maracanaú, inicialmente um integrante dos Centros Federais de Educação Tecnológica, Cefets, tornou-se IFCE após a Lei 11.892 de 2008 que transformou os CEFETs, Escolas Agrotécnicas e Técnicas em Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, IFs. O campus foi criado para atender a demanda de mão de obra qualificada para as empresas do Ceará, devido a estar localizado no Distrito Industrial do Ceará, composto por industrias de diversos setores, como gênero alimentício, têxtil e industrial metalomecânica, o município de Maracanaú possui atualmente cerca de 500 empresas instaladas. Localizado em um terreno com aproximadamente 70.000m2, o Campus Maracanaú não está completamente finalizado, mas seu projeto contempla um complexo esportivo composto de academia, campo de futebol, piscina e ginásio poliesportivo, uma fábrica de software, auditório, biblioteca, cantina, restaurante acadêmico, anfiteatro, espaço ecumênico, oficina mecânica, estacionamento e 7 blocos, sendo 1 administrativo, 3 dedicados ao ensino, bloco da mecânica, bloco da telemática e bloco do EAD. Além de um projeto de um projeto de urbanização e paisagismo do terreno contemplando áreas de convivência e lazer. O projeto urbanístico define 3 acessos, um para veículos oficiais através da Avenida Parque Sul, uma para veículos gerais e pedestres pela Avenida Parque Central, e um para carga e descarga de máquinas e equipamentos no Bloco da Mecânica através da Avenida Contorno Norte. O gabarito predominante do Campus é térreo mais um pavimento, mas encontramos blocos como o do EAD com térreo mais cinco pavimentos.
50
AV. P ARQ UE
1 2
4 5
AV. P ARQU E
3
SUL
CENT RAL
6
AV. C ON
TORN
O NO
RTE
BLOCO DE TELEMÁTICA
SERVIÇOS (WC, GARAGEM, CANTINAS)
1 RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO
BLOCO MECÂNICA
AUDITÓRIO E BIBLIOTECA
2 ANFITEATRO
BLOCO DO EAD
FÁBRICA DE SOFTWARE
3 PRAÇA
BLOCO DE ENSINO
OFICINA
4 PARQUE AQUÁTICO
BLOCO ADMINISTRATIVO
COMPLEXO ESPORTIVO
5 GINÁSIO 6 GARAGEM E ALMOXARIFADO
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IFCE FORTALEZA - CAMPUS BENFICA A sede localizada na Avenida Treze de Maio, nº 2081 - Benfica, foi originalmente inaugurada em 1952, ainda sob a denominação de Escola Industrial de Fortaleza, tornou-se Escola Técnica Federal do Ceará em 1968, posteriormente, em 1998, a unidade na capital do Centro Federal de Educação Tecnológica. Assim como o campus Maracanaú, após a lei de 2008 que deu origem IFCE, o edifício passou a ser a sede da Instituição em Fortaleza. O campus Benfica, está atualmente localizado em uma área de aproximadamente 40.000m², possui cerca de seis mil alunos matriculados em 14 cursos técnicos, 08 superiores tecnológicos, 05 bacharelados, 04 licenciaturas, e 02 mestrados. Além do campus Benfica, possui uma extensão física no bairro da Aldeota, onde funciona o curso de Licenciatura em Artes Visuais. O acesso de principal de pedestres ao campus é realizado pela Av. 13 de maio onde há também uma parada de ônibus, os pedestres podem acessar o campus também por uma entrada localizada na Av. dos Expedicionários. Já a entrada de veículos é realizada tanto pela Av. dos Expedicionários quanto pela Rua Marechal Deodoro. O campus possui 41 salas de aula convencionais, mais de 60 laboratórios nas áreas de Artes, Turismo, Construção Civil, Indústria, Química, Licenciaturas e Telemática, além de sala de videoconferência e audiovisual, unidade gráfica, biblioteca, espaço de artes, complexo poliesportivo, auditórios além de área de convivência, terraço e setor administrativo. O campus Benfica, passou por diversas expansões, o que prejudicou a existência de espaços permeáveis e arborização no local. Atualmente a vegetação é concentrada na área divisa com a Av. 13 de Maio, onde está localizado um jardim e o estacionamento. As expansões ocorridas no campus, limitadas pela extensão do terreno, foram ocorridas em sua maioria com edifícios verticais, como no caso do bloco da construção civil e o mais recente, ainda em construção, destinado a estacionamento e salas de aula, que possuem gabarito térreo mais cinco pavimentos. Enquanto os outros edifícios do campus possuem gabarito variável entre térreo mais um há três pavimentos.
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BLOCO NOVO SALAS DE AULA
BLOCO DA CONSTRUÇÃO CIVIL
1 INCUBADORA EXISTENTE
LABORATÓRIOS DE USO COMUM E SALAS DE AULA
BLOCO ARTES PLÁSTICAS
2 RECEPÇÃO
BLOCO ADMINISTRATIVO
3 CANTINA
BLOCO DA MECATRÔNICA
4 TEATRO
SERVIÇOS (CONSULTÓRIOS, CANTINA, WC’S, EAD)
5 ESTACIONAMENTO
BLOCO DA QUÍMICA EQUIPAMENTOS ESPORTIVOS E EDUCACAÇÃO FÍSICA BLOCO DA MECÂNICA BIBLIOTECA
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MEMORIAL DESCRITIVO O objeto arquitetônico resultado deste trabalho, será implantado em diferentes campus do IFCE, cada campus do Instituto possui características espaciais e linguagem formal distintas, devido a esta heterogeneidade o projeto busca definir uma identidade para a Incubadora do IFCE, como forma de facilitar a identificação do campus e a conexão com a Instituição. Com esta finalidade foram utilizados elementos que forneçam uma ligação com o IFCE, como a utilização de características presentes no logo da instituição, como as cores verde e vermelho, e a malha quadriculada dos brises metálicos, que remetem aos sólidos presentes no símbolo. Para proporcionar maior leveza ao edifício, sapatas em concreto com 20 centímetros de altura elevam o objeto, criando uma sombra, e assim uma impressão ao observador que o volume está solto do solo. Estas sapatas são pintadas de preto de modo a enfatizar o aspecto de sombra. Para evitar o acúmulo de bichos e resíduos sob o contêiner estas sapatas são fechadas com tábuas de madeira também pintadas de preto. Em relação as dimensões propostas o módulo 1, possui área total de 86.00m2, o módulo 2, intermediário possui 135.00m2, e o módulo 3, com pavimento térreo e superior, possui 191.00m2.(Ver Figura 03). No modelo utilizado no campus Fortaleza, por possuir 2 pavimentos, foi utilizado áreas com pé direito duplo, estas áreas são locadas em espaços de coworking, para permitir visuais e intereção entre os usuários, uma passarela que liga a consultoria ao espaço de trabalho coletivo funciona como local de contemplação do pavimento inferior. Além da passarela, o pavimento superior possui uma sacada, como forma de proporcionar uma área de visualização do entorno da incubadora e um espaço de contato com o campus. Com o objetivo de favorecer o intercâmbio de informação entre os usuários e assim um ambiente mais propicio a inovação, a busca de integração foi uma preocupação do projeto. Apesar disso a integração é interrompida em alguns momentos devido a necessidade de isolamento de determinadas tarefas como serviços e reuniões formais, no caso da copa as paredes foram previstas em gesso acartonado, material leve, de rápida execução e que gera menos lixo proveniente da construções, nas reuniões formais o isolamento se dá por portas corrediças em madeira pinus para permitir a possibilidade a flexibilidade de usos, integrados para reuniões de maior público ou duas salas isoladas para usos distintos. A copa também possui portas corrediças que permitem o isolamento do espaço de trabalho, neste caso as portas são em laca branca com venezianas, para permitir passagem de ventilação quando fechadas. O sistema construtivo utilizado busca aproveitar ao máximo a estrutura existente no contêiner, pois quando preservadas suas peças estruturais, 4 elementos verticais localizados nas 4 extremidades, e as vigas que interligam as peças verticais, a estabilidade do
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MÓDULO 01
MÓDULO 02
MÓDULO 03
Esquema de montagem dos módulos. Elaborado pela autora.
FIGURA 03 _ ESQUEMA DE CONCEPÇÃO DOS MÓDULOS Elaborado pela autora
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container é mantida. Além disso ao empilhar dois contêineres de forma que suas partes estruturais verticais coincidam, a capacidade autoportante é mantida, no caso em que o empilhamento justaposto não foi possível, pilares e vigas metálicas foram utilizadas para reforço estrutural, como no caso do módulo 3, onde um contêiner do piso superior não possui um contêiner correspondente no piso inferior para transferência de cargas. No projeto além de contêineres foram utilizados peles de vidro, lajes, passarelas e escadas metálicas, estes elementos também são estruturados por pilares e vigas metálicas. Em relação aos revestimentos, o piso em compensado naval existente no contêiner é coberto pelo piso vinílico de padrão amadeirado nas áreas secas, este material foi escolhido devido a sua rápida aplicação, limpeza na execução e durabilidade, nas áreas molhadas a solução foi o piso industrial feito com cimento queimado. As paredes das áreas molhadas são revestidas com cerâmica esmaltada branca 10x20cm e a das áreas secas, quando não é mantida a vedação original do contêiner, por gesso acartonado pintado com tinta acrilíca branca ou tintas do tipo lousa, o que permite anotar lembretes, mesagens motivacionais, avisos de eventos ou a pode funcionar como painel para reuniões informais. Foi necessário utilizar climatização artificial através de máquinas splits, porém como forma de minimizar os gastos com energia devido ao aquecimento do edifício foi utilizado um isolamento térmico de lã mineral no revestimento interno das paredes do contêiner que recebem incidência solar direta e entre o forro de gesso acartonado e a coberta metálica proveniente do próprio contêiner. Além disso brises metálicos são posicionados nas faces de maior insolação ou em peles de vidro, como forma proteção a incidência solar. A iluminação interna natural é proveniente de janelas do tipo “fita”, próximas as áreas de trabalho, ou das peles de vidro próxima a área da escada, o vazio entre o piso superior e inferior no módulo 3 contribui para uma maior integração e fluxo de luz entre os pavimentos. O mobiliário teve papel importante no projeto, na busca de atender ao quesitos de flexibilidade e rotatividade de usuários. A mesa que serve de estação de trabalho para as empresas incubadas possui medidas de 1.20m x 0.60m o que permite diferentes configurações, prateleiras foram colocadas para armazenagem de papéis e uma caixa em madeira pinus, no encontro entre duas mesas, abriga tomadas para conexão de notebooks, tablets e carregadores de equipamentos eletrônicos. Os banco existentes possuem um espaço para armazenagem de livros e revistas, e são previstos em duas medidas 0.50m ou 1.00m de largura para permitir agrupamentos e assim puderem ser utilizados como áreas de descanso. Os materiais utilizados nos móveis projetados são, fórmica branca texturizada, madeira pinus e alguns pontos de cor com mdf revestido vermelho, funcionando como uma base neutra.
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MÓDULO 03
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MÓDULO 02
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MÓDULO 01
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RECEPÇÃO
SALA DE REUNIÃO
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COWORKING
ESTAGIÁRIOS / COPA
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COWORKING TÉRREO
COWORKING SUPERIOR
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COWORKING SUPERIOR
COWORKING TÉRREO
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CONCLUSテグ
Este trabalho nasce da inquietação em aprender sobre as formas de se pensar e projetar os ambientes de escritórios aliado ao interesse em trabalhar com uma real demanda de projeto. Buscar entender como e porque as mudanças nos espaços de trabalho acontecem foi um processo que facilitou a concepção deste modelo, pois ao observar os diferentes tipos de organização e pesquisar sobre as novas necessidades dos usuários e do mercado o projeto naturalmente resultou num espaço que correspondesse as demandas atuais, um ambiente que proporciona o fluxo de informação, sem grande compartimentação. Trabalhar com o espaço interno, um viés da arquitetura com o qual me identifico, era um desejo, uma forma de expressar o segmento da arquitetura em que minha trajetória profissional vem se desenvolvendo e assim exercitar esta prática no projeto. Logo o mobiliário interno e sua disposição obteve um importante papel na concepção do espaço, assim como a escolha dos materiais. A escolha de três implantação distintas, em diferentes campus, foi um fator que dificultou o trabalho, devido à necessidade de realizar diferentes diagnósticos, entender os terrenos com suas peculiaridades e escalas distintas. Entretanto o fato do modelo poder ser inserido em locais diversos, demonstra a flexibilidade do projeto, um dos objetivos principais do trabalho, que era propor um modelo passível de expansão e implantação em todos o campus do IFCE.
“Arquitetura é antes de mais nada construção, mas, construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando a determinada intenção.” (LÚCIO COSTA, 1940)
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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