O FUTURO ALÉM DAS MARCAS KEVIN ROBERTS, CEO MUNDIAL SAATCHI & SAATCHI
© 2004 Saatchi & Saatchi Prefácio © 2004 A.G Lafley, The Procter & Gamble Company © 2005 M. Books do Brasil Editora Ltda Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida, guardada pelo sistema “retrival” ou transmitida de qualquer modo por outro meio, seja este eletrônico, mecânico de fotópia, de gravação, ou outros, sem prévia autorização, por escrito, da editora. Original publicada por power House Books, uma divisão da power House Culture Entertainment, Inc. e-mail: lovemarks@powerhousebooks.com website: www.powerhousebooks.com
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Roberts, Kevin Lovemarks: o futuro além das marcas / Kevin Roberts: prefácio por A.G Lafley – primeira edição ISBN 85 89384 59 4 1. Marketing 2. Propaganda 3. Marcas
EDITOR: NATHALIA OLIVEIRA TRADUTORA: MÔNICA ROSEMBERG REVISORES DE TEXTO: CRISTINA FREIRE COORDENAÇÃO GRÁFICA: NATHALIA OLIVEIRA, CRISTINA FREIRE DIREÇÃO DE ARTE: CRISTINA FREIRE DESIGN DE CAPA: NATHALIA OLIVEIRA DESIGNERS ASSOCIADOS: CRISTINA FREIRE DESIGN DO LOGO LOVEMARKS: REGYS LIMA EDITORAÇÃO: TAKESHI
O FUTURO ALÉM DAS MARCAS
KEVIN ROBERTS, CEO WORLDWIDE, SAATCHI PREFÁCIO POR A.G. LAFLEY, CHAIRMAN, PRESIDENTE E CEO PROCTER &GAMBLE
Aprendi, com base em minha experiência que tudo é dominado pelo mercado. Toda vez que nos deparamos com obstáculos ou dificuldades, sempre digo a mim mesmo: “Ouça o mercado, ouça a voz do cliente”. Essa é a essência do marketing. Sempre temos e voltar para o mercado, temos de voltar para o cliente. Esse é o jeito Toyota”. “Portanto, quando nos sentimos imobilizados, voltamos ao básico. Porque fixação de marca, imagem ou Lovemarks (marcas do amor/coração) são determinadas pelo cliente e não por nós. Não podemos de fato determinar nada. O cliente faz isso. Essa é a essência.
Yoshio Ishizaka, Vice presidente executvo, Mebro do conselho. Toyota Motor Corporation
OS BEATLES
SALSA LIZANO
FADO
“Yesterday”, “Sunshine”, “Imagine”, Elcanor Rigby”, “A hand days night”, “Lucy in the sky with diamonts, “Strawberry Fields Forever, “Hey Jude”, “If I Fell”, “Nowhere Man”, “The long and winding road, looking thougth a “Glass Onion”, “Blackbird”, singining in the dead of night, “We can work it out”, “Help”, “I want to hold your hands”, “Sgt. Pepper’s Follow the sun, “She loves you” Yeh Yeh, “Michelle”... Não é preciso dizer mais nada
Nosso tamales (pamonha) e o gallo pinto (feijão preto com arroz) ficam mais saborosos com ele; na verdade não tem gosto de nada sem ele. O molho Salsa Lizano é uma lovemark na Costa Rica, devido a sua tradição e paladar, e também ao fato de ser legitimamente nosso e produzido ingredientes nativos. Os ticos (costarriquenhos) em qualquer parte do mundo tem uma garrafa de Salsa Lizano na cozinha, mantida como tesouro de nossa terra natal.
O fado é uma típica música de Portugal, que expressa perfeitamente a realidade das emoções dos portugueses. Fala com dignidade que qualquer desjo ou plano dos mortais corre o risco de ser destruído por forças que fogem ao controle individual.
Aluno de MBA, Costa Rica
XXXX
Designer, Nova Zelândia
AMUL
Queesland, onde esta cerveja é produzida, tem fama de ser o lugar mais quente e menos civilizado do extremo note da Austrália. Dizem que a cerveja XXXX ganhou esse nome porque as pessoas de lá não conseguiam pronunciar cerveja. Acho que não existe letras suficientes no alfabeto, para formar uma palavra que descreva o paladar da XXXX no final de um escaldante dia de trabalho. É como outro líquido, quando você está com sede. Os queenslandenses amam sua cerveja, porque em um lugar onde uma das primeiras palavras de ua criança é seca, ela desce lavando a poeira de nossa garganta e matando a sede como nenhuma outra
PRESIDENT AVENUE FRUITWORLD Existe uma quitanda perto de minha casa, que não é a mais próxima, mas é onde gosto de ir. Os produtos geralmente são bons, porém, mais do que isso - é o clima do lugar que me atrai. O aroma de frutas e ervas frescas (coentro, abacaxis, mangas...) é fantástico. Há o sotaque italiano dos proprietários. E, além de tudo, eles compraram a primeira caixa de mangas oferecida no tradicional leilão beneficente anual da cidade - 36 mil dólares australianos por uma dúzia de frutas” Copywrite, Austrália
HAVAIANAS Uma sandália de plástico que custa 3 dólares o par, é uma das marcas mais populares e amadas no Brasil. Todos tem um par de Havaianas - tanto os brasileiros mais pobres como os mais ricos. E o grande mistério é que quanto mais rico o consumidor, mais apreço ele tem pela marca. Publicitário, Brasil
Marca de laticínios, que inclui de manteiga a sorvetes, a Amul exist há muitas décadas, simbolizada por sua mascote, a garota “Utterly Butterly”, com seus comentários inteligentes sobre acontecimentos atuais no mundo. A Amul diversificou sua linha ao longo do tempo, para acrescentar uma variedade de produtos além dos lacticínios, e é um nome tradicional nos lares da Índia. A Amul transcedeu sua miríade de produtos e cativou nossos corações, além do estômago. Executivo, Índia
THE NEW YORKER Um refúgio literário para aqueles que anseiam por notícias, perspicácia e artigos culturais inteligentes (e, as vezes apenas fofocas deslavadas!) Os quadrinhos são como melhores momentos de Woody Allen; as repúblicas de estudantes devem sua decoração interior a Saul Steinberg. Sua página de índice é honesta. A revista se leva a sério. Mas não tem medo de vestir fantasias ou ser vista de óculos. Conquistou um espaço permanente nas bancas. É tudo que você quer encontrar na hora do café, quando sai de mochila pela Tailândia, ou quando fica preso em um hotel. É inquestionávelmente Nova York, mas você gostaria que fosse seu jornal local Escritor, Nova Zelândia
Produtor de TV, Portugal
Designer gráfico, Austrália
TRUNG NGUYEN Equivalente vietnamita do Starbucks, a Trung Nguyen é uma cadeia de cafés que vende um excelente café vietnamita em um ambiente confortável e descontraído. Além da qualidade do café e do ambiente, as pessoas adoram a Trung Nguyen porque é nacional. Empreendedor, Vietnã
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SUPER HOMEM
A elegante garrafa long-neek de Altearoa, Nova Zelândia, tem tudo a ver com o lugar. Produzida onde as correntes geladas da Antártida se encontram com o quente Pacífico. Estimulante, descendo fria e quente, quando você está inebriado pelo ar puro. E é claro, o melhor é bebê-la: sou cobaia de sua variedade com infusão de goiaba serrana, ácida, revigorante, aprecidada pelos locais (pura ou misturada com gelo moído, lima fresca e cerveja de gengibre) consumida ao ar livre sob a brisa de um dia de primavera ao som da Fat Freedy, observando as núvens atravessando o Cruzeiro Sul.
Meu vínculo com esse personagem de ficção vai muito além da mera diversão de infância com suas aventuras coloridas impressas em papel da pior qualidade. Super-homem é como o quase messiânico do filho único enviado dos céus pelo pai, para ajudar os mortais da Terra. Super-homem é o singular (e absolutamente distorcido) triângulo amoroso ambivalente entre o gentil Clark Kent lutando contra sua estonteante alto-ego pelo coração de Lois Lane... a criação persistente de dois adolescentes judeus de Cleveland. Ohio, na época da Depressão... e cada momento da interminável luta de Christopher Reeve para levantar-se e andar novamente. Super-homem me ensinou a ler, a gostar de arte e a sonhar. Até hoje o ícone em quatro cores inspira pessoas a voltar os olhos um pouco mais para cima... e observar o céu.
Barman, Reino Unido
A ESTÁTUA DA VIRGEM MARIA, HARISSA Esta gigante estátua da virgem maria, símbolo do líbano há mais de 30 anos, admira o mar engastada no alto de uma montanha, desde 1908. Sempre esteve envolta em um manto de mistério. Durante os anos de guerra, milhares juraram qe a estátua moveu-se para proteger as casas dos mísseis com as mãos. A estátua é reverenciada por milhares de visitantes incluindo muçulmanos que a cada ano sobem em hordas seus degraus para apreciar o Líbano com os olhos de Maria Diretor financeiro, Líbano
Analista de crédito, EUA
YORKSHIRE PUDDING Qual é seu prato favorito? - pergunto. É o Sunday Roast (assado de domingo)! E qual é a melhor parte dele? A única iguaria pela qual as pessoas brigam para repetir? É o Yorkshire Pudding. Simples. O melhor dos melhores. O mais amado dos amados. (Em memória de Nan) Diretor financeiro, Líbano
VIGELANDSPARKEN O maior parque de Oslo, Noruega, é mais que árvores, gramados e estátuas impressionantes de Gustav Vigland. É amor pelo verão, outono, inverno e primavera. Amor pela natureza, mudança as cores, com máquinas fotográficas, e também por churrasco, futebol, Frisbees e a forma como os norueguenses apreciam o verão como ninguém, simplesmente sorrindo mais do que quando brincam na neve Diretor financeiro, Líbano
PREFÁCIO CAPÍTULO 1 START ME UP Aqui está o que aprendi de cinco grandes empresas: 1. Cerque-se sempre de jogadores inspiradores 2. Zigue quando os outros zaguam 3. Saia do escritório e vá para a rua 4. Viva no limite 5. Nada é impossível
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CAPÍTULO 2 TIME CHANGE EVERYTHING A jornada de produtos para marcas registradas, e de marcas registradas para marcas. Uma olhada rápida em por que as marcas estão perdendo o atrativo, à medida que confrontam a economia da atenção.
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CAPÍTULO 3 EMOTIONAL RESCUE Por que acredito que conexões emocionais podem transformar as marcas. Se você passa os dias revisando dados, leia cada palavra desse capítulo. Duas vezes.
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CAPÍTULO 4 ALL YOU NEED IS LOVE
SUMÁRIO
Levar as marcas para o próximo nível depende de uma palavra de quatro letras: AMOR
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CAPÍTULO 5 GAME SOME RESPECT O amor vai mudar a forma como fazemos negócios, mas somente se for construído a partir do respeito. Se não há respeito não há amor. Simples. Vamos celebrar o que o respeito conquistou.
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CAPÍTULO 6 LOVE IS IN THE AIR Tudo bem, então como você cria fidelidade além da razão?
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CAPÍTULO 7 BEAUTIFUL OBSESSION O que são lovemarks? Elas inspiram a fidelidade além da razão por meio de sua obsessão por mistério, sensualidade e intimidade. Aqui estão nossas primeiras ideias para colocá-las em prática.
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CAPÍTULO 8 ALL I HAVE TO DREAM Entenda como o mistério pode transformar o relacionamento com os consumidores. Grandes histórias; personagens míticos; presente, passado e futuro juntos; sonhos e inspiração. Inspire-se com ideias e os atos de grandes criadores de Mistérios.
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CAPÍTULO 9 THE HUMAN TOUCH Os cinco sentidos - visão, audição, tato, paladar - tornam as Lovemarks reais no mundo. Sensualistas importates mostram como eles nos movem.
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CAPÍTULO 10 CLOSE TO YOU A intimidade é o desafio de nosso tempo. A intimidade exige tempo e sentimentos genuínos, ambos muito escassos. Veja como as empresas com profunda intimidade podem criar empatia, compromisso e paixão.
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CAPÍTULO 11 ACROSS THE BORDER O gráfico que relaciona Amor/Respeito é seu primeiro passo. A partir de sua posição hoje, você pode definir onde precisa chegar. Usando o gráfico Amor/Respeito a Kodak mostra como revigorou seu mercado jovem.
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CAPÍTULO 12 I CAN SEE CLEARLY NOW A reivenção da pesquisa. Xploring (explorar) e escutar - e uma nova e poderosa prova de que as Lovemarks são o que mais importa para os consumidores.
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CAPÍTULO 13 I’LL FOLLOW THE SUM Um consumidor inspirador é imensuralmente precioso. O pessoal da Saatchi & Saatchi compartilha as histórias sobre seus consumidores mais inspiradores. Conte-me as suas em www.lovemarks.com
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CAPÍTULO 14 ROLLING THUNDER Lovemarks em ação. Histórias reais de nossos clientes Olay, Skol, Lexus e Tide mostrando o poder do mistério, da sensualidade e intimidade
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CAPÍTULO 15 WHAT THE WORLD NEEDS NOW O papel das empresas é tornar o mundo um lugar melhor para todos nós. Tornar-se uma lovemark deve ser objetivo de todas as empresas. Assuma o desafio.
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ÍNDICE
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LEITURAS ADICIONAIS
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PREFÁCIO Por A.G Lafley, Chairam Presidente e CEO da Procter & Gamble Company
As melhores marcas conquistam consistentemente dois momentos cruciais de verdade. O primeiro acontece na prateleira da loja, quando uma consumidora decide comprar uma marca ou outra marca. O segundo acontece em casa, quando ela usa a marca - e fica encantada ou não. As marcas que conquistam esses momentos de verdade estabelecem um vínculo eterno com o consumidor. As marcas da P&G, que apresentam crescimento mais rápido hoje em sua maioria focam intensamente na arte de conquistar esses momentos de verdade. Elas estão em contato com os consumidores, não como se eles fossem demografia ou psicografia, mas como pessoas - como indivíduos. Marcas em crescimento rápido como Crest, Olay e Pampers possuem patrimônios emocionais de aspiração. Estamos aprendendo que determinada marca, como a Crest, não representa apenas pasta ou escova de dentes, mas sorrisos saudáveis - e toda uma linha de marcas de produtos e serviços em expansão, que podem ajudar a criar esses sorrisos. Não é coicidência que todas essas marcas estão crescendo com a ajuda de Kevin Roberts e seus colaboradores da Saatchi & Saatchi. Conheço Kevin e trabalhei próximo a ele por sete anos. Sua convicção passional em construir marcas
que os consumidores amam é inspiradora e eficiente. Está ajudando a reinventar o que nós, na P&G, pensando sobre criar, manter e fazer crescer grandes marcas. Este livro proporiona a profissionais de marketing ainda mais experientes, novas formas de pensar sobre como fixar a marca. Estimula os leitores a pensar sobre mistério, sensualidade e intimidade como resultado desse trabalho com a marca. Proporciona insights práticos como alavancar o poder da emoção, do respeito e do amor. E oferece estudos de caso comprovados que dão vida ao conceito de Lovemarks. Em resumo, é um livro importante para todos nós que nos preocupamos com os consumidores e marcas que eles amam.
A.G. Lafley, Chairman, Presidente e Ceo da Procter & Gamble Company
PARA ENYD E RITA MINHAS DUAS LOVEMARKS
START ME UP DANDO A PARTIDA
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NASCI UM OTIMISTA Sempre busquei oportunidades onde os outros enfrentavam ameaças e fracassos. Minha opinião era a de que, se você está passando pelo diabo, a única opção é seguir em frente
Durante minha infância em Lancaster, sempre acreditei que nada era impossível. Em que lugar eu poderia estar melhor hoje, do que como CEO Mundial da Saatchi & Saatchi, a Companhia das ideias que tornou essa convicção um princípio? Tive a sorte de contar com a orientação de mentores excepcionais. Jogadores inspirativos/agentes inpiradores. Pessoas que acreditam que sonhar é tão importante quanto agir, e que os vencedores são movidos por paixão e emoção. Quando fiquei pronto para ingressar no mundo do trabalho, quis ir para um lugar que fosse o melhor de sua categoria. Um lugar que usasse paixão e inspiração como força motriz. Quem seria melhor empregador para mim do que a empresária mais inspiradora da década de 60, Mary Quant? Mary abriu sua fabulosa boutique londrina Baazar em 1955 e era a personificação da Londres em ritmo de swing dos anos 60. As minisaias, o shortinho hot pant, as capas de chuva de plástico e a caixa de maquiagem, todos se somaram à década de Mary Quant. Mary foi a primeira pessoa operacionalizar o conceito:
MENOS É MAIS FASHION BOUTIQUE, MARY QUANT, CHELSEA, LONDRES.
“ Uma mulher tem a idade dos seus joelhos “ QUANDO O BEATLE GEORGE HARRISON E A MODELO PATTI BOYD SE CASARAM EM 1966, AMBOS VESTIAM QUANT DA CABEÇA AOS PÉS.
Na época em que entrei, 1969, a marca Mary Quant estava se tornando internacionalmente famosa. Ainda fazia sucesso com o lema extravagante de Mary de 1967: “BOM GOSTO É MORTE. VULGARIDADE É VIDA” Aos vinte e poucos anos, o que mais eu poderia querer? Não foi meu incrível espírito moderno que me deu o trabalho. Eu havia aprendido francês e espanhol na escola, e Quant estava se expandindo na Europa. Assim como todo o mundo, comecei de baixo: Assistente da gerência de marca. O negócio crescia tão depressa que em pouco tempo fui promovido a gerente de marketing, e uma enorme oportunidade surgiu em minha frente. Fui até Tony Evans, o chefe da divisão internacional. “FAÇO O TRABALHO DO CARA QUE ESTAVA AQUI ANTES POR METADE DO SALÁRIO, NOS PRÓXIMOS SEIS MESES. SE VOCÊ ACHAR QUE EU MEREÇO, ENTÃO PASSA A ME PAGAR A FUNÇÃO DETERMINADA”. Ele disse: Ok. É seu, faça.
Trabalhar com cosméticos era incrível. Tudo acontecia tão rápido. Era tentar, falhar, aprender, tentar de novo, vencer, tentar de novo. Todos os meses nosso negócio crescia 500% ao ano, com um ciclo de vida de produto em torno de nove meses.Isso significa produtos novos criados, lançados, vendidos e descontinuados, em nove meses. Para mim era como entrar na Universidade de Branding. Eu amava cada minuto. Nossa paixão era inovação e divertimento. Fomos os primeiros a criar uma “maquiagem para fazer amor”: um batom à prova de beijo, e rímel à prova de água. Lançamos a primeira maquiagem para homens.
MARY QUANT E VIDAL
Com seu corte de cabelo perfeitamente alinhado à marca, ultramoderno, criação de Vidal Seasoon. Mary entendeu assim como todos os outros que conheci que marcas dizem respeito à emoção e à personalidade. Ela também sabia que, em última análise, era o desejo dos consumidores que impulsionariam seu negócio para a estratosfera. “Os fundamentos da moda continuam os mesmos”, ela escreveu em seu livro Queen by Quant
“ as mulheres se vestem para se sentirem bem e sensuais. as mulheres se excitam. os homens gostam de ver as mulheres se excitarem - sentir-se sensual é saber que você está vivo “ Sempre que estou em uma reunião, ouço estratégias complicadas para atrair a atenção do consumidor. Lembro-me da convição simples de Mary Quant, fundamentada no desejo e na paixão humana. Minha experiência de levar produtos novos ao mercado conquistou meu emprego seguinte: gerente internacional de novos produtos Gillete para seu crescente negócio no Oriente Médio. Lá, provei pela primeira vez o sabor do mundo corporativo sério; uma estada de três anos, quando conheci o Casino du Liban, voei na Pan Am 001 e me apaixonei pelas lâminas de barbear Gillete, um amor que se torna mais intenso a cada inovação lançada. Agora sou viciado no Mach 3 turbo. A Gillette foi o primeiro passo em direção à companhia que mudaria minha vida: Procter & Gamble, a multinacional multibilionária de bens de consumo. As pessoas que inventaram a gestão de marca.
Minha relação com a P&G começou em primeiro de janeiro de 1975 - dia em que entrei. O que posso dizer? Amo a P&G. Sempre amei.
“ tudo de importante que sei sobre pessoas, negócios e marketing, descobri na p&g “
E em lugares incríveis como Sana’s, Al Ain, Casablanca e Felixstowe Ferry, onde passei cinso meses vendendo marca da P&G para os revendedores. Admiro a posição que a P&G conquistou no mercao. Adoro a ambição da empresa. Os princípios inventados na p&G moldaram minha vida. Ser um gerente de marca da P&G, na década de 70, era como ser o rei do universo. No Oriente Médio aprendi lições inestimáveis sobre como chegar aos consumidores em um lugar em que o marketing de massa estava engatinhando. Aprendi amar as pessoas. Nos países árabes você faz amigos para a vida toda. As pessoas eram genuínas, emotivas, voltadas para a família, hospitaleiras. Elas entendiam suas tradições e o passado, e entendiam de fato que tinham um futuro completamene diferente. Era muito estimulante. Havia pouca resistência ao novo, pois elas não tinham um grande presente. Tinham um passado e um futuro.
GÔNDOLAS DE SUPERMERCADO. MARKETING DE VENDA FONTE PIXBAY CC
Aprendi também que era possível fazer uma grande diferença em pouco tempo. Não existiam barreiras ao estilo ocidental, portanto, ideias novas emergiam muito mais rapidamente. Não havia um burocracia a enfrentar, nem uma agência reguladora ou instituição organizada, rica em dados, para dizer “NÃO”. E você tinha um QG corporativo no seu pé. Quando o Tide, o Ariel e a Pampers foram levados a Ouja, Abha ou Salalah, houve uma verdadeira mudança de vida. Não foi uma pequena melhora. Foi uma melhora significativa. A P&G é uma companhia totalmente comprometida com a missão de fazer a coisa certa.
“ OS PRINCÍPIOS NÃO PERTENCEM A PROCTER & GAMBLE, MAS AS PESSOAS QUE TRABALHAM LÁ ”
John Peeper, Hebert Schmitz, Ron Pearce e Fouad Kuryatim vivenciam os princípios - os sonhos - todos os dias. Ninguém vivencia valores mais do que o atual líder da P&G, A.G Lafley. Passados todos esses anos ainda acredito no poder dos princípios que aprendi na P&G. Totalmente. Charles Decker resumiu os melhores em seu livro Winning withthe P&G 99. Faça a coisa certa. Aprenda com os erros. Vencer é tudo. Fuja do óbvio. Faça acontecer. Nunca tente enganar o consumidor. Para mim o Oriente Médio foi perfeito. Um período cheio de aventuras, quando estivesse nas ruas nos mercados, observando, ouvindo, fazendo, aprendendo. Sete anos depois, ainda apaixonado pelo Oriente Médio, agarrei nova companhia - a Pepsi. Mais oportunidades fantásticas e desafios sérios. Construir uma fábrica em Kathmandu. Formar-se na escola consequentemente, conseguir o trabalho no Iraque. Construir sete fábricas da Pepsi no Iraque. A pepsi me apresentou mais jogadores inspirativos, como Roger Enrico, Alan Pottasch - o pai da geração pepsi - e um turrão com coração de ouro Bob Beeby presidente da PepsiCo International
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Tornei-me presidente e CEO da Pepsi no Canadá, em 1987. Um outro mundo! No Oriente Médio, a Pepsi era a número um; atrás da coca há anos. Se você quer aprender sobre o poder das marcas nas ruas, a guerra Pepsi/Coca é um pouco meio excelente. No Canadá, tínhamos o problema adicional da competição entre algumas marcas da própria Pepsi, como a Diet Pepsi e a Mountain Dew. Então, se a três, nem havia preocupação com a número dois. A limonada era
uma categoria importante no Canadá. Então, compramos a marca 7 UP. Ao mesmo tempo, jogamos a diet Pepsi duramente contra a Coca Diet. A rede de engarrafamentadores independetes aceitou o desafio e simplesmente espalhou nosso produto rua por rua, cidade por cidade, província por província. Passamos a Coca, nada é impossível.
“ MEU INSTINTO SEMPRE ME DISSE PARA FAZER ZIGUE, QUANDO TODO MUNDO FAZ ZAGUE. A MELHOR MANEIRA DE EVITARMOS SER A NÚMERO TRÊS, CONCLUÍ, É NOS TORNANDO A NÚMERO UM “
Nessa época, final dos anos 80, o Canadá estava preocupado com as implicações da área livre comércio com Estados Unidos e se representaria o fim de tudo que era produzido no Canadá. Minha visão foi completamente oposta. Eu achava que, sendo o Canadá pequeno, rápido e flexível, não podíamos perder. Estar a margem dos Estados Unidos nos tornava mais poderosos, não menos. Grandes coisas sempre vêm de margens como tive a chance de descobrir pessoalmente. Para inspirar nosso pessoal e parceiros, fizemos uma convenção em um hotel muito grande e elegante em Toronto. Todos foram: ps distribuidores, nosso pessoal, todos os engarrafadores, a mídia. Meu discurso de abertura falou sobre concorrência.
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Destaquei que a Pepsi acabava de bater a Coca, e da mesma forma, o Canadá podia competir com os Estados Unidos. Quase na metade de minha apresentação, uma enorme vending machine (máquina de auto serviço) da Coca-Cola apareceu no palco. Eu a ignorei.
Quando terminei meu discurso, peguei uma metralhadora escondida atrás do púlpito e disparei contra a máquina da Coca-Cola. Algumas pessoas se jogaram sobre as mesas, outras correram para a pora. Foi incrível. Como medida de segurança, envolvemos a Polícia Montada canadense, portanto não fomos completamente irresponsáveis. E o que aconteceu no dia seguinte? Os comentários correram soltos no mercado. O tiroteio saiu nos noticiátios de televisão, nos jornais e revistas. Era o poder do humor e da fixação de marca em ação, de uma forma diferente. E o acontecimento de fato estimulou nossa força de vendaas e nossos engarrafadores.
“ Grandes ideias, como humor vêm dos limites da mente, do ponto externo. É por isso que o humor pode quebrar impasses tanto nos relacionamentos pessoais como nos empresariais “ Sempre amei os extremos, e no meu passo foi a prova. Saí do Canadá, um continente no topo do mundo, para um país extraordinário nos confins do Oceano Pacífico - Nova Zelândia. Em 1989, mudei com minha família para Auckland como CEO da Lion Nathan, que era dirigida por Douglas Myers (outro jogador inspirador).
Sou até hoje. Passei muito tempo nesse país pesquisando oportunidades de mercado e investindo para Lion Nathan. Construímos uma cervejaria novíssima de 150 milhões de dólares em Suzhou e operação avançada realizada na China. E pude experimentar o prazer das cervejas locais. Também mudamos nosso QG asiático de Hong Kong para Shangai.
A primeira vez que me encontrei com os analistas financeiros da Lion Nathan, na Nova Zelândia, entrei na sala com um leão de verdade, que emprestei do zoológico. Posso dizer que, daquele dia em diante, ninguém na companhia jamais se esqueceu do Lion (leão) de Lion Nathan.
Meu lar é Nova Zelândia. Estamos o mais próximo possível do Pólo Sul e ainda temos água corrente. O limite nos confere uma atitude especial. Modernidade no limite, liderança no limite, tecnologia no limite, inspirações no limite, tensão no limite. Novas ideias. O limite é excitante, arriscado e extremo. Eu o amo.
Nos sete anos seguintes, transformamos a Lion Nathan, uma grande cervejaria da Nova Zelândia, em uma potência da indústria de bebidas da Ásia. E eu transformei minha vida também. Após trabalhar na maioria dos continentes e em muitos, muitos países, encontrei meu lugar nessas ilhas desorganizadas. Não fiquei o tempo todo lá, mesmo naquela época. No início dos anos 90, tornei-me um grande fã da China.
Acredito que “as culturas do limite” serão ainda mais valorizadas nesse milênio. Grandes ideias podem vir de qualquer lugar, mas a maioria delas surge no limite. Nos lugares ativos e incansáveis. Nos lugares que não entendem “não pode ser feito”.
Kurt Vonnegut expressa esse conceito muito bem: “Quero estar o mais próximo do limite, sem despencar. No limite você não consegue enxergar no centro”.
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“ o limite nos confere uma atitude especial. modernidade no limite, liderança no limite, tecnologia no limite, inspiração no limite, limite da tensão. o limite é excitante, arriscado e extremo. grandes ideias podem vir de qualquer lugar, mas a maioria surge no limite “
Porque achei atraente a ideia da Nova Zelândia? Para começar, é sedutor e extremo. Sugere libertar-se da ortodoxia e do conformismo. Tem a ver com ideias novas excitantes e pessoas interessates desobrigadas às regras de Nova York ou Londres. O poder do limite é uma das ideias mais atraentres hoje. Baseia-se em uma metáfora biológica e, acredito, terá um efeito crítico sobre a forma como pensamos sobre mudanças. Quando as espécies sofrem mutação, isso quase sempre ocorre primeiro na periferia. Aqui a população está mais dispersa, e as ortodoxias do centro são menos poderosas. Aqui você pode prosperar isolada das fórmulas e regras, livre da convicção corrosiva de que tudo o que é grandioso já foi feito.
“ nada é impossível. ser venerado como a estufa de ideias criativas revolucionárias que transformam as marcas, os negócios e a reputação de nossos clientes “
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Na Lion Nathan trabalhei com a Saatchi & Saatchi em nossa publicidade. Já havia trabalhado com eles quando estava na P&G. Adorei sua atitude e o fato de acreditarem que nada era impossível.
Em 1997, surgiu a oportunidade de me tornar CEO Mundial da Saatchi & Saatchi e fiquei muito seduzido. Mas a companhia enfrentava problemas, com auto estima no fundo do poço. Eu queria mesmo isso? Enquanto pensava sobre o assunto, a decisão foi tomada de minhas mãos. Meu grande amigo Bob Seelert, presidente e salvador da companhia, enviaram um fax com o novo sonho da Saatchi & Saachi para o chalé em que eu estava hospedado no Beverly Hills (outra Lovemark). Aceitei na hora. A Saatchi & Saatchi me deu a oportunidade de testar minha convicção no poder das grandes ideias e na emoção. Eu estava determinado a redirecionar o foco para conexões emocionais, tanto dentro da Saacthi & Saatchi como em relação a todas
as pessoas. Havia uma pressão para que eu resstruturasse a empresa. Estamos falando de 1997, quando as consultorias de gestão ainda estavam em ascensão, com sua receita pronta para lidar com qualquer processo de mudança. Fui aconselhado a buscar gente de minha confiança: meu profissional de RH, mu profissional de marketing, meu profissional do financeiro. Ao contrário, não busquei nem remanejei ninguém durante dois anos. Meu instinto me mandava fazer o oposto do concenso dominante. Disse ao pessoal da Saatchi & Saatchi: “Esse é nosso sonho inspirador.
Vamos empenhar nossos esforços para permanecer entre os melhores nos próximos 24 meses. Depois pensaremos em mudanças, trazendo novas pessoas e remanejando outras. Acho que conseguem, e vamos fazer isso todos juntos”. Eles conseguiram. E nós fizemos. Em minha experiência, quando você examina a maioria das copanhias, descobre pessoas boas e má administração. Você pode reverter o quadro rapidamente começando com um sonho inspirador, definindo alguns desafios e fazendo com que todos mantenham o foco. No final, nossa iniciativa se concretizou em apenas um ano, não em dez, como um especialista havia previsto. E na mesma época conseguimos deslanchar três grandes ideias.
FONTE: PIXBAY CC
1. Transformar a Saacthi e Saacthi, de uma agência de publicidade, em uma companhia de ideias. Na verdade, a melhor Companhia de ideias do planeta. 2. Começar a mostrar não apenas uma ótima performace de ponta. A Saatchi & Saatchi tinha de ser a número um. 3. A mais excitante de todas. Combinava tudo o que havia aprendido. Era a resposta para a pergunta crítica:
“ o que vem depois da Marca? “ Uso o mesmo shampoo há tantos anos, que nem lembro mais: Head & Shoulders. Ridículo, não? Quero dizer, é um shampoo anticaspa que funciona. Mas eu não tenho cabelo, quanto mais caspa! Mesmo assim, amo Head & Shouders. Não compraria nenhum outro.
é uma lovemark minha
TIME CHANGE EVERYTHING O TEMPO MUDA TUDO
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AGRADECIMENTOS Este livro reúne uma grande quantidade de colaboradores para divulgar e modelar a evolução da história e um futuro além das marcas. Começando os agradecimentos, meu primeiro e maior crédito vai para minha família. Compartilhamos uma jornada contínua, de nossa casa na Nova Zelândia, para várias partes do mundo, sempre sustentada pelo amor. Obrigado Ro, Nikki, Ben, Bex e Dan Os mais sete mil talentos da Saatchi & Saatchi distribuídos ao redor do mundo também são família. Trabalham comigo para dar vida às Lovemarks, e conto essa história por eles e para eles. Agradeço pelo desenvolvimento de conceitos e design do livro Derek Lockwood, diretor mundial de design Saatchi & Saathi. Derek ofereceu sua empatia e energia para conferir um estímulo visual a cada página. Obrigado aos meus amigos da SVL na Nova Zelândia, que estiveram comigo a cada passo do caminho. Brian, Jane, Jim, Mary, Carla, Simone, Richard e equipe... Chapeau, chapeau! A equipe da powerHouse Books é empreendora, apaixonada e energizante. Percebi que são uma lovemark para seu público. E o melhor é que estão a um quarterão de meu escritório. Pelos insignhts proporcionados por aqueles com quem falei sobre lovemarks, e pelo apoio generoso que recebi das pessoas que conheci, e que continuo conhecendo, sou grato. Muitos amigos me ajudaram ao longo dessa jornada. Me inspiraram. Me abriram. Me tocaram. Vocês sabem quem são. Obrigado. Kevin Roberts
Como CEO Mundial da companhia de ideias Saatchi & Saatchi, Kevin Roberts supervisiona uma equipe internacional que reúne mais de 7 mil pessoas de criação em 82 países. Viajante inspirador de ideias e palestrantes requisitado, é fonte constante de inspiração para milhares de pessoas por sua visão, pela clareza de propósiitos e pela objetividade singular do seu discurso. Roberts também é CEO in Residence no Judge Institute of Management da Universidade de Cambridge e professor de empresa sustentável na univerdade de limerick, Irlanda e na escola de administração da Universidade de Waikato, Nova Zelândia. Tem residência em Nova York, Saint Tropez e Auckland. Lovemarks compartilha a visão global de um líder empresarial, dinâmico que acredita ardentemente que conexões emocionais e individuais inspiradores podem transformar o mundo.
kevin roberts
AS MARCAS DA PAIXÃO
“ O idealismo do amor é o novo realismo da empresa. construindo respeito e inspirando amor, a empresa pode transformar o mundo “ KEVIN ROBERTS