2 minute read
Vago, Curitiba, BR. Pesquisa e Intervenção/ pág
vago
set. 2016. Pesquisa e Intervenção
Advertisement
2016. intervenção instalada em vazio urbano de Curitiba e mapeamento dos vazios no ambiente do Cora Aletier. Fotos de arquivo pessoal. deixada para trás, foi separada, abandonada, fragmentada. ” A figura de espera é o receptáculo, o corpo anfitrião, é o ser que espera a chegada do errante para que ela adquira um sentido diferente. O que está vago, o terrain vague.
Nesse contexto propomos discutir a papel da mão do arquiteto um articulador de encontros entre espaço/ser da espera e os seres errantes. Então, propomos investigar, recortar e denunciar esses vazios em Curitiba. Nós mapeamos a região central da cidade em busca desses espaços vagos e propomos como gesto de recorte/abertura a colagem de lambes de portas em escala real. A porta separa o terrain do seu contexto, denuncia os seus limites e a sua própria existência, cria uma abertura do acolhimento, um mistério, o desejo do encontro, cria a espera.
O projeto foi iniciado de forma desprentenciosa como um mapeamento dos vazios urbanos na área central da cidade de Curitiba, e se desenvovleu como um conjunto de intervenções em lambe-lambe de portas para esses vazios em escala real.
A ausência da presença humana no construído ou a própria ausência do construído são discutidos nesta ação urbana/investigação a fim de descobrir o potencial catalisador destes lugares no contexto urbano. Solà-Morales utiliza a expressão “terrain vague”, em que terrain, no termo francês, indicaria um espaço urbano que pode tanto tratar de uma extensão de solo de limites precisos, quanto extensões maiores e menos precisas, conectada à ideia física de uma porção de terra à espera e potencialmente aproveitável, e o termo vague, epistologicamente parte de duas origens latinas – vaccus, espaço não ocupado ou disponível, e vagus, impreciso ou indeterminado, - e outra germânica – vagr-wogue, com o sentido de instabilidade, movimento, oscilação e flutuação.
A interveção propõe entender esses espaços como figuras de espera, a espera de seres errantes, como em Fragmentos de um discurso amoroso de Barthes. A errância, de acordo com Barthes, “é capacidade humana de errar, vagar em busca do corpo amado”, o errante traz a possiblidade da mudança, ele traz outra linguagem, ele revela a figura em espera como ser aberto. “Se a errância existe é porque algo alguém espera. (...) é também porque alguma coisa foi