Quilombos - Comunidade Mangueiras

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS ARQUITETURA E URBANISMO - TEORIA DA PRODUÇÃO HABITACIONAL

QUILOMBO COMUNIDADE MANGUEIRAs

GABRIELA LAMARCA MARIANA MORAES OTÁVIO MARTINS THAYNÁ BRAGA


s o b m o l i u q vas, nomas, vi des autô a id n u m o os são c a. "Quilomb e simbólic material o ã ç u d e pro lugares d conômico político-e a m e st si se como à Constituilternativo , que é a o sc te n de pare os religioso, terísticas as carac ss E . te n e e abrang ica sociedad ue comun io vivo, q n ô im tr a m como p identifica o adquire O territóri . ro tu fu e presente passado, rializa que mate , uma vez ia c n â rt o p grande im , no qual encimento rt e p e d to comum sentimen ões de as condiç as mesm m a ilh rt a mp todos co jetórias." vida e tra

lo mônio Cultural de Be Conhecendo o Patri

Horizonte. PBH


LOCALIZAÇÃO

A Comunidade Mangueiras fica situada em uma região urbanizada do norte da capital mineira, em uma área conhecida como Ribeirão do Izidora, fazendo limite com o município de Santa Luzia, e próximo ao bairro Aarão Reis.

Além disso, o espaço fica localizado na Bacia do Ribeirão do Onça e conta com algumas nascentes em seu território.


HIsTÓRIA Os

primeiros

moradores

da

região

eram,

provavelmente,

negros

que

trabalhavam nas regiões de Sabará e Santa Luzia, cidades vizinhas que se desenvolveram no século XVIII com a mineração do ouro.

O terreno em que vivem foi doado pela família Werneck, em 1932, à matriarca do grupo, dona Maria Bárbara. A família de Maria Bárbara trabalhava na fazenda e teve a gleba cedida pelos fazendeiros.

Em Mangueiras, a memória dos antepassados dos atuais moradores está intimamente ligada ao uso e da ocupação do território e do seu entorno. No entanto, nos últimos anos, a comunidade vem sofrendo pressão pelo crescimento da cidade e por obras de urbanização. O espaço, que até há pouco tempo era desvalorizado, tornou-se alvo de especulação após a implantação de empreendimentos imobiliários.

O território fica em uma área de preservação ambiental, com nascentes, vegetação

nativa,

fauna

e

flora.

Apesar

de

ser

considerada

uma

comunidade urbana, os moradores mantêm características rurais, como práticas agrícolas (especialmente o cultivo de hortaliças), criação de animais, o uso do fogão a lenha e o conhecimento de plantas medicinais.


linha do tempo Abolição é aprovada sem prever direito à terra.

A área da Granja Werneck, em que se localiza o Quilombo Mangueiras, foi doado á Hugo Werneck para a construção de um sanatório pelo poder público

Quilombo começa a ter seu espaço reduzido com a construção da MG-20 e de uma estrada que levava ao sanatório.

1600 - 1880

1888

1914

1920

1992

1946

1937

1930

Surgimento dos primeiros quilombos e palmares Surgimento da comunidade Mangueiras na Mata do Izidoro

Primeira comunidade quilombola é reconhecida

Presidente veta projeto de lei sobre a regularização de territórios quilombolas.

Criada a Fundação da Casa Popular: Órgão federal com função exclusiva de solucionar o problema da falta de habitação, IAPs só atendiam aos associados.

Governo Federal publica decreto que regulamenta titulação de territórios quilombolas.

Produção de conjuntos habitacionais pelo Estado com os institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs). Brasil reconhece oficialmente Mangueiras como remanescente de quilombo. Entrega à comunidade da Certidâo de Auto-reconhecimento emitida pela Fundaçâo Cultural Palmares (FCP).

Concessão de favores da República Velha à iniciativa privada para construção das vilas operárias, oferecendo casas aos funcionários.

FCP faz publicar no DOU portaria certificando que a Comunidade de Mangueiras é remanescente de quilombo.

2002

2003

2005

2006

2016

2010

2009

2008

Quilombolas são reconhecidos Durante audiência pública da como beneficiários da política Comissão de Administração Pública da reforma agrária. para tratar da Operação Urbana do Isidoro, representante da Secretaria Municipal de Políticas Urbanas da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) propõe a transformação da área do Quilombo Mangueiras em Área de Diretrizes Especiais (ADE), a fim de salvaguardar a integridade do território da comunidade até o fim do processo de titulação pelo INCRA.

RTID do território do quilombo de Mangueiras é aprovado preliminarmente pelo Comitê de Decisão Regional da Superintendência Regional do INCRA/MG.

Superintendência Regional do INCRA em Minas Gerais firma convênio com a Fundaçâo de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), para pesquisas e elaboraçâo de relatório antropológico das comunidades INCRA publica edital quilombolas mineiras de Marques, reconhecendo 19,542 há como Mangueiras e Luízes. território tradicional da comunidade quilombola de Mangueiras.


PROGRAMA x POLÍTICA HABITACIONAL Até dezembro de 2005, sequer eram oficialmente reconhecidos como remanescentes

de

quilombo

e,

portanto,

não

poderiam

apresentar

reivindicações territoriais aos órgãos federais. Esta situação começou a mudar

quando

a

Fundação

Cultural

Palmares

(FCP)

lhes

entregou

Certidão de Auto reconhecimento em janeiro de 2006.

As reivindicações territoriais da comunidade de Mangueiras se iniciaram após o reconhecimento de sua ancestralidade quilombola pelo Estado brasileiro - Dezembro de 2005.

A comunidade teve uma atuação de forma mais incisiva junto ao Estado, a fim de garantir a posse de seu território tradicional e o provimento do mínimo

necessário

à

sua

sobrevivência,

além

de

acesso

a

serviços

públicos básicos.

O ponto de partida foi a organização de uma reunião pública entre os membros da comunidade e gestores públicos no seu próprio território, onde

seus

membros

puderam

externar

sua

insatisfação

diante

da

precariedade de suas condições de vida. Este momento rompeu com a situação de invisibilidade social.

A criação da Associação de Mangueiras tinha como objetivo dar mais visibilidade aos quilombolas e incentivou o espírito de iniciativa em torno de ações que visam o bem da comunidade, reivindicações por políticas de saneamento e energia, maiores oportunidades de aliança com outras entidades.


O território do quilombo fica

em

área

de

preservação

ambiental,

com

nascentes,

vegetação nativa, fauna e

flora.

devastação que

Além

da

ambiental

prejudica

atividades

as

rurais

e

religiosas, a comunidade também

tem

prejudicada poluição

das

sua

saúde

com águas

córrego Lajinha.

a do


Acesso à água tratada

Acesso à luz pelo programa Luz para Todos, 2005

Diante de um cenário de isolamento e invisibilidade da comunidade, foi só em 2005 que receberam água tratada da COPASA e começaram a participar do programa Luz para Todos.


INsERÇÃO URBANA

LAZER COMUNIDADE QUILOMBOLA DE MANGUEIRA

- 500m: Academia a céu aberto Rua Serra da Mantiqueira - 550m: Academia a céu aberto Rua Martinez Carmelo de Souza

EDUCAÇÃO - 500m: Instituto Educacional Serra Dourada

- 730m: Quadra poliesportiva Ucra - 1,2km: Campo de futebol Lajedo - 1,3km: Ginásio Jair Flosino dos Reis

- 860m: Escola municipal Loreto Ribeiro de Abreu - 1km: Instituto Educacional Anni - 1,1km: Escola Municipal Professor Paulo Freire - 1,2km: Instituto Pedagógico Mirante - 1,5km Escola Estadual Margarida de Melo Prado

SAÚDE - 500m: Centro de saúde Monte Azul - 750m: Centro de saúde Efigênia Murta Figueiredo - 7,9km: Hospital Maternidade Sofia Feldman


RELAÇÃO COM A CIDADE Quem passa pelo trânsito nervoso da

MG20,

naquele mais

não

ponto

antiga

imagina

que

uma

a

que

história

capital.

Por

estar localizada em meio a uma rodovia

e

em

preservação,

uma

os

área

de

equipamentos

urbanos mais próximos estão em uma distância de no mínimo 500m. Houve durante muito tempo uma espécie

de

fato

eles

de

discriminação não

completamente vida

urbanos,

vivido

em

um

se

aos

por

pelo

integrarem modos

sempre

terreno

de

de

terem mata

fechada.

ESCOLHA DO ESPAÇO A

ocupação

começou

com

famílias

de

trabalhadores

negros

que

começaram a ocupar o local, oriundos das minas de Sabará e Mariana. Viviam de forma tradicional, explorando o potencial agrícola e extrativo da área.


INFRAESTRUTURA Com

o

avanço

possibilidades

do

de

processo

obtenção

de

de

urbanização

meios

de

belo-horizontino,

sobrevivência

foram

as se

reduzindo. Os moradores fazem uso tanto dos serviços públicos de saúde quanto de conhecimentos tradicionais acerca de plantas e remédios fitoterápicos. Grande parte dos moradores frequentou as escolas da região, geridas pela Prefeitura de Belo Horizonte.

TRABALHO A maior parte dos trabalhadores atua como trabalhador informal na cidade, algumas mulheres trabalham em casas de família e os homens trabalham,

em

sua

maioria,

na

construção

civil

e

no

transporte

de

materiais em carroças. Diante das pressões modernizantes: adotar o caminho na integração - a venda da "terra de herança" , a busca por empregos urbanos e pela integração em um modo de vida dominante na sociedade urbana e industrial.


EVOLUÇÃO URBANA 2002

2009

2014

2021


IMPLANTAÇÃO DA TIPOLOGIA HABITACIONAL

NÍVEL 765m

NÍVEL 705m

Terreno em aclive, destinado à

Rodovia

comunidade

Teixeira da Costa

Mangueiras

quilombola

de

Camilo


IMPLANTAÇÃO DA TIPOLOGIA HABITACIONAL QUALIDADE DE ADEQUAÇÃO À TOPOGRAFIA DO TERRENO Atualmente,

os

moradores

Mangueiras alocados

de

encontram-se

em

um

espaço

residual

de menos de 2 hectares. A maior pressão refere

sobre

os

moradores

a

habitacionais,

se

necessidades sem

prejuízo

da

manutenção de costumes e valores relacionados a terra.

A atual área de moradia à qual se encontram é precária e inadequada. Muitas casas estão construídas em áreas de risco (de grande declividade) e/ou de preservação permanente (próximas a nascentes).

As características topográficas e naturais do terreno dificultam a seleção de áreas para construção de moradias. A grande declividade do terreno, a existência de várias nascentes, a presença de um córrego e o tipo de vegetação (Mata Atlântica) impõem restrições ambientais à edificação de casas no local.

Portanto, a necessidade de transferência de parte das moradias para as áreas planas do território implica na necessidade de incorporação de uma área de desterro às margens da Estrada do Sanatório, que segundo relatos de

moradores

da

região

as

obras

de

desaterro

foram

feitas

pelo

DER

foi

uma

durante o processo de duplicação da via MG-20.

A

construção

transformação

da

rodovia

significativa

MG-20 sofrida

e

sua

pela

recente

duplicação,

comunidade.

Tal

transformação

isolou parte do terreno original situado às margens do Ribeirão Onça.


SALUBRIDADE E SEGURANÇA A comunidade sempre utilizou a água das minas, portanto, a qualidade fator

das

águas

muito

é

um

importante.

Entretanto, em decorrência da implantação Lajedo

e

ocupação

do

bairro

Tupi

recentemente do

levaram

a

águas,

que

da

Novo

Lajedo

poluição

dessas

se

tornaram

impróprias para o consumo.

O crescimento desordenado das ocupações das áreas no entorno da comunidade, esgotamento

a

construção

pluvial

que

do

bairro

desemboca

Tupi na

Lajedo

de

nascente

uma do

rede

Lajinha,

de a

passagem de uma rede de esgoto que passa por dentro da comunidade, constantemente apresenta vazamentos e, a presença de esgotos não canalizados que são jogados na direção da comunidade são alguns dos fatores de contaminação das nascentes existentes no território.

A contaminação e a poluição das minas d'água modificaram o modo de uso do território e uso dos próprios recursos, pois os moradores da região além das águas das minas utilizam a pouco tempo a água fornecida pela COPASA alternando o uso conforme o uso conforme as necessidades e condições financeiras, e agora não podem mais fazê-lo.


QUALIDADE DE OCUPAÇÃO Muitas

casas

estão

construídas

em

áreas

de

risco,

áreas

de

grande

declividade e/ou de preservação permanente, próximas a nascentes. A contaminação das minas d'água e de nascentes existentes no território por

meio

de

redes

de

esgotos

provenientes

de

ocupações

vizinhas

dificulta o acesso dos moradores à água de qualidade. Devido

à

proximidade

preservada

os

com

moradores

a

nascente

relatam

que

e a

pela

densidade

comunidade

da

mata

apresenta

um

microclima bastante frio.

ESTUDO PRÉVIO DAS CARACTERÍSTICAS DA REGIÃO É

possível

notar

que

não

houve

um

estudo

para

evitar

as

grandes

movimentações de terra, ou preocupação com a drenagem da água da chuva, as características topográficas e naturais do território dificultam a seleção de áreas para a construção de moradias, além da existência de várias nascentes, a presença de um córrego e o tipo de vegetação (Mata Atlântica) impõem restrições ambientais à edificação de casas no local.


UNIDADE HABITACIONAL

RELAÇÃO COM A RUA Na

rodovia

que

liga

BH

a

Santa

Luzia,

apenas

uma

placa

indica

a

existência da comunidade quilombola Mangueiras.

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA O

problema

começa

pela

questão

do

endereçamento.

A

área

que

abrange cerca de 19 hectares inclui três códigos postais, e ainda não está definida se é pertencente à Região Norte ou Nordeste da capital. A principal questão é a ocupação irregular e desordenada da área por terceiros. Como a maior parte do espaço é de preservação ambiental, com vegetação nativa e nascentes, e não possui cercamento apropriado, encontra-se

vulnerável

e

é

alvo

de

constantes

invasões.

Além

da

devastação ambiental que prejudica as atividades rurais e religiosas, a comunidade também tem sua saúde prejudicada com a poluição das águas do córrego Lajinha.


TIPOLOGIA As casas costumam ter, em geral, 3 cômodos. Os cômodos mais comuns são quarto, sala, cozinha interna e externa, banheiro interno e externo e varanda. A comunidade está inserida em uma região urbana, mas em uma área em que se preservam hábitos e costumes rurais, como fogão a lenha, a horta, cozinha externa.

ORGANIZAÇÃO A

localização

das

casas

indica

que

os

vínculos

de

parentescos

são

observados na construção dos agrupamentos. Hoje a comunidade possui 2 núcleos: descendentes de Cassiano José e de José Maria.


TECNOLOGIA

TIPOLOGIA

FLEXIBILIDADE INTERNA VARIAÇÃO TIPOLÓGICA

VENTILAÇÃO CRUZADA

CONFORTO

INSOLAÇÃO ADEQUADA PROTEÇÃO SOLAR

COMPATIBILIDADE COM MOBILIÁRIO MÍNIMO

DIMENSIONAMENTO

OTIMIZAÇÃO DA CIRCULAÇÃO COMPARTILHAMENTO DE USO NOS CÔMODOS

SUSTENTABILIDADE DIREITOS BÁSICOS

SE APLICA

USO DE MATERIAIS LOCAIS DE BAIXO IMPACTO PERMEABILIDADE DO SOLO

SANEAMENTO BÁSICO ENERGIA ELÉTRICA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

SE APLICA PARCIALMENTE

NÃO SE APLICA


A construção de uma escola na construções

atuais.

Mostra

o

comunidade ilustra bem a tipologia das processo

de

construção

em

alvenaria

sempre presente nas edificações, com alicerce em blocos maciços de alvenaria, telha de amianto e esquadrias populares. Apesar de serem construções em alvenaria, a maior parte das casas não estão totalmente rebocadas.

Com projetos simples, as habitações geralmente são construídas pelos próprios moradores, de maneira singular, de acordo com as necessidades particulares de cada família.

Além disso, o conforto é um ponto a ser elogiado no local, uma vez que nas casas os fechamentos seguem a logica da insolação que o local recebe, bem diferente de propostas arquitetônicas caríssimas que não

de am o i ad

ão

to

to an

nforto

au

co

telh

em alve s e

ria na

pare d

pensam no contexto bioclimático do local.

c o nstruç


RELAÇÕEs sOCIAIs DE PRODUÇÃO PROCURA POR TERRAS Historicamente,

a

procura

por

terras

para

instauração

de

quilombos se deu pela necessidade dos negros de fugirem do regime escravocrata brasileiro. Após a abolição, os quilombos continuaram surgindo como refúgio da marginalização que os afro-brasileiros

sofriam,

como

é

o

caso

do

quilombo

de

Mangueiras.

OBTENÇÃO DE TERRAS A

área

obtida

que em

hoje 1932,

pertence por

proprietários brancos à

meio

ao de

quilombo doação

de

mangueiras,

feita

pelos

DONA MARIA BÁRBARA,

foi

antigos

considerada

matriarca e fundadora da comunidade.

POVOAMENTO Os primeiros moradores da comunidade foram negros livres que trabalhavam

na

mineração

de

ouro

em

regiões

que

hoje

pertencem à cidade de Sabará. Ao passar dos anos, outros descendentes de escravos foram se aglomerando na região.


PRODUÇÃO DO ESPAÇO A produção do espaço nas comunidades quilombolas, em geral, sempre foi feita de forma coletiva e na de Mangueiras não foi diferente. A autoconstrução sempre foi uma característica da comunidade:

os

próprios

moradores

constroem

suas

casas

e

produzem o espaço.

EVOLUÇÃO CONSTRUTIVA Ao decorrer dos anos, casas de barro e pau-a-pique foram substituídas por construções em alvenaria e coberturas de palha substituídas por telhas cerâmicas, dando maior resistência ás edificações na comunidade. Atualmente o quilombo conta com considerável variação tipológica.

RECONHECIMENTO HISTÓRICO Em 13 de Dezembro de 2017, o quilombo de Mangueiras foi reconhecido, pela prefeitura de BH, patrimônio histórico-cultural da cidade, com registro de aproximadamente 65 quilombolas, distribuídos em 17 moradias em uma área de aproximadamente 18

mil

²

m .

energia

O

reconhecimento

elétrica

e

pode,

possibilitou

ainda,

trazer

a

implantação

benefícios

comunidade, como a regularização fundiária.

futuros

de à


conflitos socioambientais Com

a

predominância

negra,

a

quilombola

sempre

foi

alvo

de

discriminação racial, mesmo com ela sendo reduzida com o passar do tempo, muitos moradores

ainda relatam essa situação. Tanto no

de trabalho quanto na rua.

local

Aliado a esse fato, a população ainda é

excluída devido a tipologia habitacional não integrar completamente ao modo de vida urbano: vivem dentro de uma mata fechada. Por muito tempo o fato foi motivo de chacota e exclusão social.

E diante desse contexto histórico de segregação, apesar de não haver focos de tensão com a vizinhança atualmente, maior parte dos conflitos na

área

está

relacionada

principalmente

a

uma

pressão

da

cidade

urbanizada sobre a região. Uma pequena parte do terreno ocupado pelo bairro

vizinho,

Novo

Lajedo,

começa

a

invadir

a

região

segundo

moradores do quilombo, sem, entretanto, grandes tensões.

Nessa situação, o Quilombo de Mangueiras mantém relações com atores governamentais e não-governamentais. Assim, o recente reconhecimento da

Fundação

quilombo

Cultural

carimba

o

Palmares

início

de

como

um

comunidade

processo

de

remanescente

mudanças

crucias

de no

interior desta comunidade. O grupo vem sendo reconhecido por diversos atores institucionais. Tal reconhecimento atesta a efetividade de uma identidade que estimula o grupo a lutar por seus direitos.


conflitos socioambientais De acordo com a

COMACON, Coordenadoria Municipal de Assuntos da

Comunidade Negra, o Quilombo de Mangueiras mantém relações com atores governamentais e não-governamentais para a ajuda na resolução de problemas relacionados aos seus direitos:

De acordo com a Emenda Constitucional nº 26, incorporada à Constituição de 1988 no ano de 2000, ela diz que: “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados”

Regional Norte da Prefeitura de Belo Horizonte Pensando no direito universal à educação, em 2008 foi inaugurada uma sala de EJA na quilombola, ao lado da casa do Sr. Valter. Além disso, o Ministério das Minas e Energia implantou o programa Luz para Todos.

COMACON A Coordenadoria Municipal de Assuntos da Comunidade Negra é um dos principais agentes de mediação entre as demandas da comunidade e as secretarias da prefeitura. Em parceria com outras secretarias, está em vias de apresentar um projeto para a solução de problemas emergentes e que contemplem as comunidades quilombolas de Belo Horizonte.


CEDEFES Foi a ONG responsável por oferecer apoio logístico necessário para o auto reconhecimento da comunidade. O CEDEFES, também tem o papel de mediar a relação entre o Quilombo de Mangueiras e os demais quilombos do Estado. Foi a instituição que apresentou Mangueiras à Federação Quilombola de Minas Gerais além de divulagr sua existência para todo o Brasil.

DER - MG O Departamento Estadual de Estradas e Rodagens foi a primeira instituição a reconhecer a comunidade Mangueiras como um quilombo. A recente duplicação da MG-20 fez com que a comunidade perdesse parte de seu território sem ser indenizada


Fontes O

Quilombo

de

Mangueiras.

Issuu.

Disponível

em:

<https://issuu.com/instituto-

socioambiental/docs/relatorio-antro-mangueiras-ufmg>. Acesso em: 1 Dec. 2021.

Quilombo

Mangueiras

reivindica

definição

CMBH.

sobre

regularização

territorial.

Portal

Disponível

em:

<https://www.cmbh.mg.gov.br/comunica%C3%A7%C3%A3o/not%C3%ADcias/2018 /12/quilombo-mangueiras-reivindica-defini%C3%A7%C3%A3o-sobreregulariza%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 1 Dec. 2021.

GLAUCIA TEIXEIRA CHAVES. Políticas públicas de educação para quilombas em Minas

Gerais:

uma

análise

a

partir

das

comunidades

de

Sapé

(Brumadinho),

Mangueiras (Belo Horizonte), São Domingos e Amaros (Paracatu). Ufmg.br, 2018. Disponível

em:

<https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/BUOS-9DPF85>.

Acesso

em: 1 Dec. 2021.

MG - Comunidade de Mangueiras reivindica sua ancestralidade quilombola e a garantia da integridade de seu território tradicional - Mapa de Conflitos Envolvendo Injustiça

Ambiental

e

Saúde

no

Brasil.

Disponível

em:

<http://mapadeconflitos.ensp.fiocruz.br/conflito/mg-comunidade-de-mangueirasreivindica-sua-ancestralidade-quilombola-e-a-garantia-da-integridade-de-seuterritorio-tradicional/>. Acesso em: 1 Dec. 2021.

Comunidades quilombolas de Belo Horizonte viram patrimônio cultural municipal. Cedefes.org.br.

Disponível

em:

<https://www.cedefes.org.br/comunidades-

quilombolas-de-belo-horizonte-viram-patrimonio-cultural-municipal/>. Acesso em: 1 Dec. 2021.

Quilombo Mangueiras e a luta pela preservação de seu território na bacia do Rio das

Velhas

-

CBH

Rio

das

Velhas.

CBH

Rio

das

Velhas.

Disponível

em:

<https://cbhvelhas.org.br/noticias-internas/quilombo-mangueiras-e-a-luta-pelapreservacao-de-seu-territorio-na-bacia-do-rio-das-velhas/>.

Acesso

em:

1

Dec.

2021.

TERRA DE DIREITOS. A partir de marcos históricos, linha do tempo ilustra conquistas do

movimento

quilombola.

Terradedireitos.org.br.

Disponível

em:

<https://terradedireitos.org.br/noticias/noticias/a-partir-de-marcos-historicoslinha-do-tempo-ilustra-conquistas-do-movimento-quilombola/22712>. Acesso em: 1 Dec. 2021.


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