UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DA REGIÃO SUL - CERES CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
O HABITAR COMO AGENTE DE FORMAÇÃO: NOVA PROPOSTA DE MORADIA ESTUDANTIL PARA A UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Fonte:@universidadeufsc
THAYSE PERUZZO
LAGUNA - SC, 2017
THAYSE PERUZZO
O HABITAR COMO AGENTE DE FORMAÇÃO: NOVA PROPOSTA DE MORADIA ESTUDANTIL PARA A UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro de Educação Superior da Região Sul da Universidade do Estado de Santa Catarina como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientadora: Renata Rogowski Pozzo
LAGUNA - SC 2017.
THAYSE PERUZZO O HABITAR COMO AGENTE DE FORMAÇÃO: NOVA PROPOSTA DE MORADIA ESTUDANTIL PARA A UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro de Educação Superior da Região Sul da Universidade do Estado de Santa Catarina como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo Banca examinadora Orientadora: _________________________________________ Dra. Renata Rogowski Pozzo Universidade do Estado de Santa Catarina Membro: Membro:
_________________________________________ XXXX, Universidade do Estado de Santa Catarina _________________________________________ XXXX, Universidade do Estado de Santa Catarina
Laguna, 22/11/2017
AGRADECIMENTOS Agradeço especialmente a minha mãe, Ana, por toda paciência e comprometimento para que eu chegasse até aqui. Obrigada pelo esforço, por sempre estar presente e por propiciar, junto com meu pai Alduir, a educação e formação que tenho hoje. Ao meu irmão, Tiago por me ajudar em várias etapas da minha vida, acadêmicas ou não, por ser um exemplo e por ter me aconselhado tantas vezes. À minha orientadora Renata, por me acolher de forma tão amigável, ser paciente e motivadora. Obrigada pela contribuição não só neste trabalho, mas na minha formação profissional e pessoal. Obrigada também, por acreditar em mim e me proporcionar extensa evolução no decorrer do trabalho. Às minhas amigas Yasmine e Karin, por estarem sempre me apoiando e ajudando, pelos gestos e pelas palavras. Aos amigos de Florianópolis, pelos momentos de lazer e diversão, que também são fundamentais na vida acadêmica.
" Les choses en elles-mêmes ne sont ni grandes ni petites, et quand nous trouvons que
Aos diversos amigos que fiz em Laguna, cada um de vocês
l’univers est vaste, c’est là une idée tout
foi fundamental para meu crescimento pessoal, espero leva-los para
humaine."
sempre comigo. Aos demais professores e servidores, pela paciência.
Le Jardin d’Épicure- Anatole France
RESUMO PERUZZO, Thayse. O habitar como agente de formação: Nova proposta de moradia estudantil para a Universidade Federal de Santa Catarina. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Arquitetura e Urbanismo). Universidade do Estado de Santa Catarina. Laguna, 2017. As moradias estudantis fazem parte da formação acadêmica da grande maioria dos estudantes, elas desempenham papel de amadurecimento e aprendizagem, além de serem um abrigo para os que saem de suas cidades de origem em busca de conhecimento e formação profissional. Assim, tendo em vista a falta de vagas e as más condições da Moradia Estudantil da UFSC, na cidade de Florianópolis, objetiva-se propor uma moradia mais integrada e funcional, que ofereça não só novas vagas mais uma maior integração morador-moradia no local proposto. Para isso foram feitas analises bibliográficas e de cunho pessoal com os estudantes da moradia a que se propõe a reabilitação. Além de analises de diversas tipologias e conformações arquitetônicas no levantamento histórico/teórico, também foram feitos estudos de projetos referenciais e um estudo de caso na própria moradia da UFSC, buscando através destes estudos, configurar problemas e potencialidades. A partir destas análises surgem as diretrizes projetuais, que são o resultado deste trabalho de pesquisa e fundamentam o desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso II. Palavras-chave: Moradia Estudantil. Universidade. Estudante. UFSC. Relação morador-moradia.
SUMÁRIO 1
INTRODUÇÃO .....................................................................7
1.1 1.2 1.2.1 1.3
JUSTIFICATIVA....................................................................8 OBJETIVOS ...........................................................................9 Objetivos específicos ..............................................................9 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................10
2
UNIVERSIDADE E A ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL ..11
2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6 2.6.1
UNIVERSITAS: O GERMEN MEDIEVAL ........................11 UNIVERSIDADES DO SÉCULO XV .................................12 UNIVERSIDADES BRITÂNICAS ......................................13 O CAMPUS NA AMÉRICA DO NORTE ............................14 UNIVERSIDADES NO BRASIL .........................................15 PERMANÊNCIA ESTUDANTIL ........................................16 Políticas de assistência estudantil no Brasil ..........................17
3 MORADIA ESTUDANTIL: ANÁLISE DA FORMA ARQUITETÔNICA .....................................................................18 3.1 3.2 3.2.1 3.2.2 3.2.3 3.2.4 3.3 3.4 3.4.1 3.4.1 3.4.2 3.4.3 3.5
TIPOS DE MORADIAS .......................................................18 TIPOLOGIAS DE MORADIAS ESTUDANTIS .................19 Tipologia de blocos com escadaria .......................................19 Tipologia em lâmina com corredor .......................................19 Edifícios de apartamentos em quadra ...................................19 Casas ou apartamentos individuais .......................................19 O INDIVÍDUO NO ESPAÇO ...............................................20 ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS ......................................21 Repouso pessoal, estudo e convívio ......................................21 Refeições ...............................................................................22 Instalações sanitárias .............................................................22 Outros ....................................................................................22 CONSIDERAÇÕES ..............................................................22
4
CASO/ CORRELATOS ..................................................... 23
4.1 4.1.1 4.1.2 4.2 4.2.1 4.2.2 4.2.3 4.3 4.3.1 4.3.2 4.3.3 4.3.4 4.4
RESIDÊNCIA ESTUDANTIL DO U.L.E ........................... 23 Tipologia e organização dos espaços ................................... 23 Materiais e aspectos construtivos ......................................... 23 MORADIA ESTUDANTIL DA UNICAMP........................ 24 Implantação .......................................................................... 24 Tipologia e organização dos espaços ................................... 24 Materiais e aspectos construtivos ......................................... 24 MORADIA ESTUDANTIL DA UFSC ................................ 25 Assistência estudantil da UFSC............................................ 25 A luta .................................................................................... 26 O surgimento ........................................................................ 27 Estudo de caso ...................................................................... 28 DAS CONTRIBUIÇÕES PARA ESTE TRABALHO ......... 33
5
ANÁLISE DO TERRENO E ENTORNO IMEDIATO.. 34
5.1 5.2 5.3 5.4 5.5
UFSC: DA FORMAÇÃO A CONSOLIDAÇÃO ................. 34 LOCALIZAÇÃO, ACESSOS E USOS ................................ 35 PLANO DIRETOR ............................................................... 36 CARACTERÍSTICAS DO TERRENO ................................ 37 SÍNTESE .............................................................................. 38
6
PROCESSO DE CONCEPÇÃO DA PROPOSTA .......... 39
6.1 6.1.1 6.1.2 6.2 6.3
DIRETRIZES GERAIS ........................................................ 39 Conceito e Partido ................................................................ 39 Setorização ........................................................................... 40 PROPOSTAS ....................................................................... 41 SÍNTESE GERAL ................................................................ 41
REFERÊNCIAS ........................................................................... 44 ANEXOS E APÊNDICES ........................................................... 47
7
1
INTRODUÇÃO
moradias de uso coletivo que exercem não apenas papel de abrigo, mas também possuem finalidades sociais e de desenvolvimento do
O modelo de universidade tal qual conhecemos hoje passou por transformações físico-funcionais desde seu surgimento na virada do século XIII e posterior consolidação a partir do período Renascentista. Entretanto, segundo Fernandes (1974), somente após a Idade Média é que surgem as primeiras referências ao campus universitário como um local de uso coletivo, configurado por salas de aula, biblioteca, entre outros equipamentos. No Brasil, não só a configuração funcional da universidade se transformou, o aspecto social também. A universidade originou-se como um espaço ocupado por estudantes herdeiros de poder e status social, entretanto, ao longo da história foi se democratizando e hoje recebe cada vez mais jovens em busca de conhecimento e ascensão social. Esse processo fez com que muitos brasileiros começassem a sair de suas cidades natais em direção aos campi universitários em busca de estudo. Muitos destes, sem condições de se estabelecerem nas novas cidades, passaram a reivindicar, através de movimentos estudantis, auxílios para permanência. Surge, então, a necessidade de as universidades assumirem a responsabilidade por serviços básicos para estudantes, como por exemplo a habitação. Aparece assim o conceito de Moradia Estudantil (ME),
meio educacional. Em semelhança com as moradias multifamiliares, as ME fornecem a vivência em maior densidade, com espaços de usos coletivos e como forma de abrigo a usuários com diferentes perfis. As ME são componentes da IES (Instituições de Ensino Superior) e parte de um conjunto de ações de assistência estudantil institucional
voltado
para
um
público
com
dificuldades
socioeconômicas e pertencentes às localidades distintas daquela em que está situada a instituição a qual frequentam. Entretanto, a demanda de estudantes a procura de auxílios de permanência é cada vez maior. Muitos, inclusive, acabam por desistir do ensino superior por não conseguirem se manter financeiramente nas IES. A demanda já a bastante tempo supera a oferta, e a falta de vagas nas Moradias Estudantis é cada vez maior. Dentro desta problemática, encontra-se o caso da Moradia Estudantil da Universidade Federal de Santa Catarina (Figura 1), localizada na cidade de Florianópolis/SC. Contando com apenas 167 vagas para número de alunos no campus em torno de 20 mil, a MEUFSC não comporta de maneira eficiente nem as vagas que oferece, fazendo que os poucos moradores da mesma não vivam em condições ideais. Além disso, o auxilio permanência para os
8
estudantes que não conseguem vaga na ME, não condiz com os
1.1
JUSTIFICATIVA
valores de aluguel cobrados nas imediações do campus universitário,
O tema tem como justificativa a falta de vagas nas moradias
fazendo com que muitos estudantes morem longe da universidade ou
estudantis, não só no caso estudado, mas em todo o país. Parte da
desistam do curso por falta de condições.
necessidade de oferecer oportunidade de permanência para estudantes com vulnerabilidade social afim de que estes possam ter
Figura 1- Foto do local de proposta
direito à educação e habitação. No caso específico da Moradia Estudantil do campus UFSC Florianópolis, há uma necessidade clara de aumentar o número de vagas disponíveis de abrigo. Já que a localização da mesma é bastante favorável e lugares próximos à universidade estão fora do alcance financeiro da maioria dos estudantes (Tabela 1).
Fonte: Acervo da autora Tabela 1- Custo de moradia em Florianópolis-SC
A partir disso, colocamos a seguinte questão-problema: como requalificar o espaço da Moradia Estudantil da UFSC de forma a
Moradia
Valor médio
Aluguel kitchenette (região cara*)
R$ 1.011,11
Aluguel apartamento 2 qts (região cara)
R$ 1.700,00
propiciar uma melhor qualidade habitacional para os atuais
Aluguel apartamento 3 qts (região cara)
R$ 2.200,00
moradores e também criar novas vagas para abranger melhor a
Aluguel kitchenette (região barata*)
R$ 627,00
demanda de procura, fazendo com que os fatores sociais, de custo e deslocamento sejam os menores possíveis para estes estudantes? A problemática da pesquisa envolve o questionamento sobre qual o modelo de ME melhor responde ao contexto estudado. Além disso, a questão de como integrar a estrutura já existente com a nova.
Aluguel apartamento 2 qts (região barata)
R$ 962,50
Aluguel apartamento 3 qts (região barata)
R$ 1.271,43
*região cara- Beira Mar, praias nobres como Jurere, localidades adjacentes aos campi da UFSC e UDESC, etc *região barata- bairros periféricos, centro histórico abandonado, etc Fonte: Lucas Franco, 2017. Adaptada pela autora, 2017.
9
Segundo dados da PRAE (Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis) responsável pelas vagas na ME-UFSC “sabe-se que há
novos espaços não só de permanência, mas também atrativos de lazer e estudo para que a o local possa ser melhor aproveitado.
mais demanda do que capacidade de atendimento, em virtude de
Assim, a requalificação do espaço e a proposta de uma nova
limitações orçamentárias”. Ou seja, o número de vagas oferecidas
edificação destinada a melhorar a qualidade de vida dos moradores
não supre a demanda. Para citar um exemplo, a demanda reprimida
da ME e oportunizar novas vagas torna-se muito importante não só
do segundo semestre do ano de 2015 foi de 44 estudantes, como
do ponto de vista arquitetônico, de tornar o espaço mais atrativo e
podemos ver na Tabela 2:
convidativo, mas também social, afim de dar mais oportunidade, maior convívio e qualidade de moradia para os estudantes.
Tabela 2- Dados do processo seletivo para a Moradia Estudantil- 2015/2
1.2
OBJETIVOS
Edital
Inscritos
Chamados
Assumiram
Demanda Reprimida
025/2015- 1 ª Chamada
62
10
6
52
025/2015- 2 ª Chamada
62
2
2
50
reabilitando o espaço pré-existente e inserindo novas vagas de
025/2015- 3 ª Chamada
62
1
1
49
moradia mediante a construção de um novo edifício, áreas de
025/2015- 4 ª Chamada
62
3
2
46
permanência e lazer.
025/2015- 5 ª Chamada
62
2
1
44
1.2.1 Objetivos específicos
Total
62
18
12
44
Fonte: CoAEs/PRAE, 2015. Adaptada pela autora, 2017.
Resta acrescentar que a própria autora possui relação pessoal com o tema, pois residiu próximo à edificação existente e percebeu o abandono de uso e a falta de cuidados com a mesma. Acredita-se que, com a requalificação da residência estudantil, poderia haver
Como
objetivo
geral
o
presente
trabalho
pretende
desenvolver a requalificação da Moradia Estudantil da UFSC,
Estes serão atendidos em nível de proposta de partido neste trabalho, e como anteprojeto no Trabalho de Conclusão de Curso II:
Explorar como a arquitetura e a tipologia da edificação assim como a funcionalidade da mesma podem influenciar no rendimento acadêmico e pessoal dos moradores.
10
Identificar, através de estudos referenciais e teóricos/
surgimento da universidade, do campus universitário e a partir disso
históricos, aspectos a serem adotados em projetos de
a necessidade da assistência e permanência estudantil. Já na revisão
moradias estudantis.
teórica foram analisados, primeiramente, os tipos de moradia
Compreender melhor a relação morador/moradia que
estudantil existentes, para então analisar a tipologia arquitetônica dos
os estudantes estabelecem com as unidades de
edifícios e posteriormente a conformação de cada ambiente assim
moradia estudantil na qual convivem, assim como as
como a relação do indivíduo com os mesmos.
relações interpessoais.
Posteriormente, já com embasamento teórico, foram feitas as
Explorar e abranger a localidade assim como sua
análises de referenciais projetuais, onde foram analisados três casos
inserção no campus universitário e, através da
específicos de moradia estudantil, um estrangeiro e dois brasileiros.
arquitetura, buscar uma forma de relacionar a
Sendo um deles o estudo de caso da própria moradia a qual se
proximidade da ME com os demais prédios do
pretende intervir.
campus.
Na análise da área, optou-se por focar na origem e formação do campus universitário no qual a moradia está inserida. De forma a
1.3
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Neste trabalho serão utilizados de metodologias como a
revisão histórico teórica, análises de referenciais projetuais, análise da área e do entorno e concepção de diretrizes projetuais afim de dar embasamento para a etapa seguinte de projeto arquitetônico. Tanto na revisão histórica quanto na teórica, utilizou-se de uma abordagem que parte do geral para o entendimento e compreensão do especifico. Assim, na revisão histórica, partiu-se do
perceber a evolução construtiva do campus e assim conseguir lançar diretrizes projetuais que envolvam o contexto local e considerem a evolução do mesmo. Através do estudo teórico exposto acima, assim como sua análise e compilação de dados, foi possível o estabelecimento de síntese, diretrizes e partido projetuais.
11
2
UNIVERSIDADE E A ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL O nascimento das universidades se deu na Europa, entre o
fundada por luteranos em 1694, na Alemanha, surge a Universidade de Halle. Junto à desvinculação entre ensino e religião, surgem,
final do século XI e início do século XII (PINTO; BUFFA, 2009). Assim, o modelo de Universidade surge principalmente na Itália, França e Inglaterra, durante a Idade Média (400-1450) e passa, junto com o período histórico, pela transformação de um meio rural para caráter
universitárias”. Como forma de criar uma infraestrutura urbana voltada às atividades acadêmicas, as “cidades universitárias” ou campus como foram denominadas na América, partiram da
um meio urbano. Com
especialmente nos modelos ingleses do século XIII, as “cidades
inicialmente
teológico,
as
primeiras
universidades tinham características inteiramente eclesiásticas; eram criadas pelo Papa, e todos os membros pertenciam à igreja. Neste
necessidade de estreitar as relações entre os membros da comunidade universitária. (FERNADES, 1974) 2.1
UNIVERSITAS: O GERMEN MEDIEVAL
contexto, surge a Universidade de Bolonha (1088), na Itália, que
Conforme afirma Verger (1999), a cidade é, em primeiro
aparece na história como uma das mais antigas e também, como a
lugar, resultado da divisão social do trabalho, o surgimento dos
primeira a assumir um caráter mais popular e menos elitista,
ofícios, comerciais e artesanais. Consequentemente, a cidade era
organizando um sistema de moradia e bolsa para estudantes.
também a corporação, muitas em alguns lugares chamada
(SIMÕES, 2013)
universitas, onde os que exerciam o mesmo trabalho, o mesmo
Com o decorrer do tempo as universidades foram se adequando às novas condições da sociedade e, já no séc. XV
ofício e viviam próximos uns dos outros, tendiam a se associarem, com o intuito de se protegerem.
começaram a ser impactadas pelo capitalismo e pelo humanismo
Junto com o desenvolvimento urbano há também um
literário. No século XVI, a reforma e a contrarreforma religiosa
desenvolvimento cultural e comercial, o que acarreta em um maior
serviram para romper o domínio da igreja sobre o ensino. Assim
uso da escrita. Surge então, nos anos 1000-1200 (Idade Média), a
surge a primeira universidade aberta à ciência e ao humanismo,
necessidade de locais para que os mestres possam ensinar seus alunos fora das Igrejas. Este local, em um primeiro momento, era a
12
própria casa dos professores ou uma sala alugada. Casas da Idade
2.2
UNIVERSIDADES DO SÉCULO XV
Média, que não possuíam ventilação nem iluminação adequadas,
Segundo Buffa e Pinto (2009) no final da Idade Média já
alguns poucos mobiliários e geralmente eram edifícios pequenos de
podemos perceber evidente evolução nas universidades, estas
dois andares construídos de madeira, pedra, tijolo e até barro (Figura
almejavam possuir seus próprios prédios para aulas e reuniões. Desta
2) (PINTO; BUFFA, 2009).
forma surgem, suntuosas, as universidades de Bolonha, Oxford e a
O número dessas salas de ensino ou universitas cresceu
Faculdade de Medicina de Paris.
proporcionalmente ao desenvolvimento das cidades (fins do século
Houve certa aristocratização das universidades, quem não
XII) onde mestres instalavam-se e ofereciam seus serviços. Diante
podia arcar com os gastos que a instituição proporcionava, acabava
deste crescimento surgiam também mais estudantes a procura de
por fazer cursos de curto duração e obtinha, depois, apenas cargos
ensino, passando a existir então os hospitia (hospedarias) que
subalternos.
passam a abrigar também o ensino e constituem o gérmen do colégio
majestosos e sua configuração se refletiu no ensino. Este tornou-se
medieval. O mais célebre desses colégios foi sem dúvida aquele que
mais cerimonioso, perdeu-se o gosto de compartilhar conhecimento.
As
universidades
tornaram-se
então,
ambientes
Robert, da pequena localidade de Sorbon, fundou em 1257 que, mais
“O gosto desinteressado pela ciência, o desejo de
tarde, tornou-se Sorbonne, escola de Teologia (GAL, 1969).
partilhá-la com outros, a confiança no valor fecundo da discussão desapareceram e, com eles, a ideia, pela qual haviam lutado os mestres dos séculos XII e XIII,
Figura 2- Casa medieval
Figura 3- Universidade de Sorbonne
de que todo homem que fosse capaz de fazê-lo tinha o direito
de
ensinar.
Doravante,
o
saber
será
considerado como posse e tesouro; do mesmo modo que as casas, as terras, os livros, ele se tornará um dos elementos do patrimônio familiar do doutor; Fonte: Pinto, 2009
Fonte: Google, 2007
garantirá sua situação pessoal e, por conseguinte, toda ordem social estabelecida” (VERGER, 1990, p. 147, 148)
13
2.3
UNIVERSIDADES BRITÂNICAS As universidades Inglesas surgiram nos séculos XII e XIII, -
Figura 4- Vista aérea de alguns dos colleges de Oxford (quad)
Figura 5- Vista aérea de alguns dos colleges de Cambridge (court)
Fonte: Gelson de Almeida Pinto, 2009
Fonte: Megaconstrucciones.net [20-]
entre elas Oxford e Cambridge- e foram modeladas de forma semelhante à Universidade de Paris, tanto no método de ensino quanto no conteúdo ministrado. Na Inglaterra assim como na França, surgiu a necessidade de alojamentos para os estudantes nas cidades em que se formavam as universidades. Surgiram então, os halls e hostels, que possuíam sistema semelhante aos hospitia franceses. Ou seja, eram casas
O New College em Oxford foi um dos primeiros a adotar o
alugadas aos estudantes e mestres, onde eles dormiam e faziam
quad. Os edifícios abrigavam salas de aula e de estudo, biblioteca,
refeições.
cozinhas, refeitório e os quartos dos estudantes. O internato dos
Logo após, surgem os colleges, que diferiam dos halls por
estudantes na universidade, sem o aparato familiar, era tido como
serem estabelecimentos permanentes e serem fundados por
imprescindível para a formação dos universitários, pois garantia
benfeitores. Inspirados nos claustros medievais, a planta dos colleges
mais que a aprendizagem de conhecimento, mas a formação do
adotou o quadrângulo (quadranglou quad) como espaço articulador
caráter do cidadão.
de todo edifício. Assim, há uma área central com gramado e
Em Cambridge outro modelo foi adotado, o court ou pátio,
circulação aberta ao redor, e é cercado por edifícios, usualmente de
todo calçado, aberto para o céu, sempre propício à reuniões e
dois andares (Figura 4).
encontros e permitindo livre circulação. Tanto no modelo quadrante
Muitos colleges foram implantados em edifícios religiosos medievais que, apesar de manterem seus extensos corredores, tiveram seus espaços interiores reformados e destinados à novas funções.
quanto o pátio, os edifícios que constituíam o conjunto da escola fechavam e definiam o espaço central. (PINTO; BUFFA, 2009) A esses conjuntos de prédios, que mesclam edifícios urbanos e escolares, denominou universidade (collegiate university).
14
2.4
O CAMPUS NA AMÉRICA DO NORTE
local da biblioteca; perpendicular a ela, diversos outros eixos
Como traço principal da educação superior americana temos,
definiam o local dos demais edifícios que comporiam o campus. No
desde o período colonial, a concepção de colleges e universities
modelo norte-americano desvinculou-se o ensino e Igreja, o edifício
como pequenas comunidades. Assim, o trabalho do arquiteto era
principal agora era a biblioteca. (Figura 6)
projetar comunidades inteiras com locais de permanência, estudo,
Os campi se caracterizavam por edifícios mesclados, pois do
lazer, refeições; espaços que comportassem a vida extracurricular
lado de um edifício destinado ao ensino estava um alojamento para
dos universitários.
estudantes ou professores, sempre separados por jardins. As plantas O campus deveria ser, como, de fato, foi, uma pequena cidade: possuir equipamentos, serviços e todas as facilidades possíveis que uma cidade pode oferecer. O aluno poderia viver e dedicar-se integralmente aos estudos sem preocupações nem interferências “nocivas” das cidades. O território para o ensino e o aprendizado ampliava-se do prédio para o campus, uma grande área projetada, fechada e com regras, costumes e leis próprias. (PINTO; BUFFA, 2009, p. 38)
No modelo americano buscou-se o afastamento das
destes edifícios eram geralmente quadradas, com extensa iluminação e ventilação, graças à forma e o afastamento entre eles. Com estilo definido como neoclássico, estes tinham aberturas de portas e janelas generosas, além disso era muito comum o uso de colunas e frontões. Figura 6-Vista aérea Universidade de Virginia NORTE
universidades com o meio tipicamente urbano. Idealizou-se o contato com a natureza também, na forma como os edifícios foram construídos.
SUL
Estes passaram a ser implantadas nos limites das
cidades ou até mesmo no campo e não seguiram o modelo europeu de claustros. Segundo Pinto e Buffa (2009), um eixo no sentido norte sul traçado na planta de uma antiga fazenda foi a base do projeto do campus da universidade. No final dessa linha, ao sul foi definido o
Fonte: Google imagens, 2017. Adaptada pela autora, 2017.
15
2.5
UNIVERSIDADES NO BRASIL
Quanto aos modelos adotados pela universidade brasileira,
Pode-se dizer que, o ensino superior leigo se iniciou no Brasil
Luiz Antônio Cunha afirma que até o fim do Estado Novo (1945), os
com a chegada da família real portuguesa, no início do século XIX.
principais paradigmas eram os dos países europeus. A partir daí as
Neste momento, as bases de ensino eram religiosas e tinham como
universidades
referência o modelo jesuítico de Portugal. Entre os cursos
tecnológica que deram ao esforço de guerra, tornaram-se o principal
ministrados inicialmente estavam os voltados à Igreja, ao
modelo para a universidade brasileira (CUNHA, 1983, p.151).
militarismo, às artes e a formação profissional para a burocracia do Estado, entre eles a Arquitetura. (PINTO; BUFFA, 2009)
estadunidenses,
prestigiadas
pela
contribuição
Assim, o modelo de organização espacial das universidades passou a ser o de cidade universitária ou campus universitário.
O principal a se destacar é que, desde a criação até meados
Entretanto, os campi brasileiros não passaram de uma aspiração que
do século XX, o ensino superior brasileiro foi estruturado em
não deu certo. Sendo que, ao contrário dos modelos estadunidenses,
estabelecimentos isolados. Durante o período, houve várias
eles não são autossuficientes e dependem muito da cidade em que
tentativas de instauração de universidades, entretanto, a primeira
estão localizados. Um exemplo desta deficiência são os alojamentos
universidade
estudantis, como veremos adiante.
brasileira
surgiu
somente
em
1920,
a
atual
Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, que recebeu o nome de Universidade do Rio de Janeiro, criada e organizada a partir da justaposição de escolas já existentes. Seguindo o mesmo modelo surgem a Universidade de Minas Gerais (1927) e de São Paulo (1934), sendo esta última criada a partir de um grupo de intelectuais integrantes do jornal o Estado de São Paulo. Entre as décadas de 1940 a 1950, surgiram as universidades particulares - de ordem religiosa, além das universidades federais de Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Pará e Paraíba.
Campus seria o conceito mais apropriado. Trata-se de um território fechado, com administração independente e que abriga espaços de ensino, aprendizagem e pesquisa. Reúnem alguns poucos serviços fundamentais como refeitórios, lanchonetes, farmácias, xerox, papelaria e praticamente só isso. O sonho da cidade universitária autônoma e independente, no Brasil, foi só um sonho. Por falta de verbas necessárias, este ideal foi sendo sempre postergado e nunca realizado. (PINTO; BUFFA, 2009, p. 41)
16
década de 1990 as universidades se expandiram devido ao aumento
Figura 7-Vista aérea Universidade de São Paulo. Campus da Capital
de instituições privadas. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP, em 1998, havia 153 universidades no Brasil, sendo 77 públicas e 76 privadas; porém no último censo de 2014 esse número passou para 2368 universidades, sendo 298 públicas e 2070 privadas. (Anexo A) Ainda assim, com crescente número de universidades nos Fonte: Jorge Maruta / Jornal da USP, [2010-2017]
últimos anos e a abertura de novos cursos, houve um aumento significativo no fluxo de estudantes de várias regiões do país, e
Ao longo dos anos 1950 e 1960, por conflitos políticosideológicos, surge a reforma universitária, gerando muitos movimentos estudantis promovidos pela União Nacional dos Estudantes
(UNE).
Nestes
movimentos
era
reivindicada
a
democratização da educação, abertura da universidade através da extensão universitária e serviços comunitários e a criação de um sistema eficiente de assistência ao estudante. A reforma universitária transformou o sistema universitário no ano de 1968, através da modernização dos cursos, das carreiras, e a valorização dos professores, no aumento de vagas e na estruturação e apoio estudantil. A partir da década de 1980 a expansão do ensino superior é contida devido a contensão de recursos públicos. Portanto, desde a
consequentemente gerou a necessidade de infraestrutura aos universitários, principalmente a assistência habitacional. 2.6
PERMANÊNCIA ESTUDANTIL Como explica Le Goff (apud SOUZA, 2005, p. 10), os
estudantes deixam suas cidades para estudar e habitar espaços como as moradias desde o surgimento das universidades, na Europa do século XIII. Entretanto, era pequeno o número de alunos que uma instituição poderia auxiliar. Na Renascença italiana, a formação acadêmica era um privilégio de quem pudesse pagar (GRENDLER, 2002). É com a fundação de universidades, na França do Século XIX, após a Revolução Francesa, que se inicia um processo de relação mais próxima entre Estado e o ensino superior na Europa.
17
No Brasil este processo acontece na segunda metade do século XX, quando se criam ou se institucionalizam uma série de universidades federais e, com elas, políticas de permanência
de condições de acesso à escola e de permanência nela (BRASIL, 1988). O
Ministério
da
Educação,
por
meio
da
Portaria
estudantil entram em discussão com mais força (MENDONÇA,
Normativa n. 39, de 12 de dezembro de 2007, institui no
2000). Classes menos favorecidas financeiramente passam a ter
âmbito da Secretaria de Educação Superior (SESu) o Programa
acesso à universidade graças à assistência estudantil oferecida,
Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), sendo implementado a
tornando-se incluídas no ensino superior. (SOUZA, 2005).
partir de 2008.
Como citado, a reforma universitária acarretou em um
Finalmente, o Governo Federal editou o Decreto n. 7.234, de
aumento de estudantes durante a década de 1970. Houve então, a
19 de julho de 2010, instituindo o Programa Nacional de
necessidade da construção de novas moradias estudantis. Hoje,
Assistência Estudantil (PNAES), no âmbito do Ministério da
existem diversas casas de estudantes espalhadas pelo Brasil, públicas
Educação, com a finalidade de ampliar as condições de permanência
e privadas, que contribuem não só para a formação acadêmica, mas
dos jovens na educação superior pública federal. Os objetivos do
para um aprendizado que vai além salas e laboratórios das
PNAES são:
universidades. 2.6.1 Políticas de assistência estudantil no Brasil Com o advento da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, a educação passou a ser concebida como um direito
a) democratizar as condições de permanência dos jovens na educação superior pública federal; b) minimizar os efeitos das desigualdades sociais e regionais na permanência e conclusão da educação superior;
fundamental, universal, inalienável e um instrumento de formação
c) reduzir as taxas de retenção e evasão; e
ampla na luta pelos direitos da cidadania. Essa Constituição garantiu
d) contribuir para a promoção da inclusão social pela
autonomia universitária às Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), e a educação passou a ser dever do Estado e da Família (BRASIL, 1988, art. 205, caput) tendo como princípio à igualdade
educação.
18
3
MORADIA ESTUDANTIL: ARQUITETÔNICA
ANÁLISE
DA
FORMA
3.1
TIPOS DE MORADIAS Seguindo as relações políticas e de convivência estabelecidas
“A forma pode ser investida de significado, mas também pode ser privada dele em virtude do uso que a forma recebe e pelos valores que lhe são atribuídos e acrescentados, ou até removidos - tudo depende da maneira como os usuários e as formas interagirem.” (HERTZBERGER, 1999, p. 150).
pelos moradores, Machado (apud SOUZA, 2005) classifica: Tipos de moradias- política e convivência
Alojamento: residência construída no interior de uma universidade onde, não há participação política de seus moradores;
Neste capítulo trataremos de como a forma, enquanto
República: residência gerenciada pelos próprios
determinante de espaço colabora com o uso do mesmo e o qualifica.
moradores, o que requer certo grau de coletividade e participação política dos mesmos;
Assim, através da análise de diferentes tipologias de residências
Casa do estudante: mais complexa, é sustentada pela
estudantis, propõem-se um estudo de como o espaço interfere na percepção, utilização e consequentemente no grau de apropriação dos espaços de uma ME. Ao se projetar um espaço que funcione como moradia estudantil, deve-se ter cuidado para que o local não seja um
organização coletiva e política.
De acordo com a forma e manutenção a Secretária Nacional de Casas de Estudantes (SENSE, 1993 apud SOUZA 2005), classifica: Tipos de moradia- forma e manutenção
ambiente meramente institucional e resulte em monotonia. Assim, trabalhar com unidades habitacionais distintas nos direciona a um resultado que agrada a diferentes tipos de usuários. Para isso, avaliaremos
algumas
tipologias
arquitetônicas
de
Casa autônoma: possui independência financeira e gerenciamento dos próprios moradores;
unidades
Moradia vinculada ou alojamento: existe vínculo
habitacionais, afim de sintetizar qual melhor se encaixa no local de
com entidade externa, onde espera-se que a mesma deva manter a moradia;
proposta de trabalho. Residência ou habitação: é um termo genérico que pode se tratar a qualquer um dos anteriores.
19
3.2
TIPOLOGIAS DE MORADIAS ESTUDANTIS Uma ME pode ser composta por dormitórios individuais ou coletivos, suítes ou banheiros compartilhados, apartamentos conjugados com cozinha e apartamentos convencionais, individual ou compartilhado. Conforme o livro The Metric Handbook – Planning and Design Data (1999), de David Littlefield, citado por Nawate (2014) e com complementações da autora as unidades habitacionais podem ser distribuídas da seguinte forma: 3.2.1 Tipologia de blocos com escadaria Nesta forma construtiva há um conjunto de edificações que oferecem pouca ou nenhuma separação entre os espaços internos e externos. Esses edifícios são formados por vários blocos, cada um com um número limitado de dormitórios por pavimento atendidos por uma única escada. Esta disposição é propícia a formação de grupos sociais, porém, inviabiliza a colocação de elevadores, uma vez que teriam que seriam necessários muitos para atender a separação dos blocos. Como exemplo desta tipologia, temos a Moradia Estudantil da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), em São Carlos (SP), inaugurada em 2003. Dormitórios distribuídos ao longo de um corredor Pouca ventilação/ iluminação nos espaços de circulação
Único núcleo de elevador
8 blocos (vários) 2 em desuso
1
Pouca distinção interior com exterior
2
9 dormitórios por pavimento (poucos)
interno 3
Única escada 4
5
interno 5
7
interno x externo
8
Sem elevador Espaço de lazer
9
Figuras 8 à 10- Moradia Estudantil da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) Fonte: Fernando Amorim de Souza, 2010 (adaptada pela autora)
3.2.2 Tipologia em lâmina com corredor Com edifício verticalizado normalmente de grande extensão, nesta tipologia os dormitórios são distribuídos ao longo de um corredor. Várias unidades habitacionais podem ser atendidas por um único núcleo de elevadores devido aos arranjos com corredores, por isso é a disposição mais comumente encontrada. Entretanto, arranjos com corredores tendem a aumentar a área de circulação e deve-se ter a preocupação de trazer iluminação e ventilação para estes espaçosos corredores. Um exemplo de moradia com esta tipologia é a Residência de Estudantes Roebuck Castle da UCD Belfield Campus Dublin Irlanda, ano de obra 2010, dos arquitetos Kavanagh Tuite Architects.
Figuras 11 à 13 - Residência de Estudantes Roebuck Castle Fonte: Archdaily, 2012. Adaptadas pela autora, 2017.
3.2.3
Edifício de apartamentos em quadra Formato que possibilita grande adensamento, sua conformação evidencia uma clara separação entre espaços interiores e exteriores, proveniente do enfileiramento de edifícios individuais. Nesta configuração tem-se apartamentos independentes compostos por cômodos, que formam unidades habitacionais distintas e demais equipamentos compartilhados. De exemplo pode-se citar a Moradia Estudantil e Conselho Boeselburg, localizado na Alemanha do ano de 2014, dos arquitetos Kresings GmbH.
Exterior Interior
Unidades habitacionais distintas
Figuras 14 à 16 - Moradia Estudantil e Conselho Boeselburg Fonte: Archdaily, 2014. Adaptadas pela autora, 2017.
individual familias
Equipamentos mínimos individuais porém ás vezes com dimensões improprias
Figuras 17 à 19 - Moradia Estudantil Grønneviksøren Fonte: Archdaily, 2015. Adaptadas pela autora, 2017.
Edifícios individuais
3.2.4
Casas ou apartamentos individuais Apartamentos ou casas convencionais utilizados para acomodação. Geralmente há uma maior procura por estudantes mais velhos neste tipo de residência. Temos a Moradia Estudantil Grønneviksøren na Noruega como exemplo, projetada em 2013, obra dos arquitetos 3RW Arkitekter.
20
3.3
O INDIVÍDUO NO ESPAÇO
moradores, uma falta de zelo com a moradia, está pode ser atribuída
Ao longo da história evolutiva, o ser humano vem
à ausência de vínculo do morador com o espaço em que mora. Isso
desenvolvendo seu apego aos lugares, transformando o espaço físico
decorre de o fato deste espaço apresentar caráter altamente
em um importante fator de sobrevivência. Como citado por Martins
institucional, como podemos perceber na padronização, frieza, falta
(2014, p. 21), segundo Pyatok (apud CROSBIE, 2003), o apego ao
de personificação da maioria das ME’s brasileiras.
espaço pode se mostrar de duas formas: o apego ao local em que se
Neste cenário, uma das atribuições do arquiteto é propor
vive no momento e a dificuldade de adaptação devido ao apego ao
soluções criativas na busca da desinstitucionalização das moradias
lar de origem. Por isso torna-se importante, para os moradores
universitárias, para que através da configuração do espaço o
estudantes, que a moradia estudantil proporcione o apego ao lugar
estudante possa ter seus momentos de interação, de lazer, de estudo e
presente, para que ocorra certa desvinculação emocional com o seu
individuas. Uma boa forma de haver esta interação é dimensionando
espaço de origem. Ainda segundo Pyatok (apud CROSBIE, 2003, p.
adequadamente os espaços e os articulando da maneira correta, afim
21):
de se evitar espaços ociosos e propiciar o máximo de interação entre A organização espacial do projeto pode proporcionar maior envolvimento dos usuários no arranjo e no mobiliamento de uma área, despertando um maior senso de responsabilidade, e tornando-os mais que apenas usuários, moradores de fato.
os moradores. É importante ressaltar que esta questão deve levar em conta não só o aspecto funcional da edificação, mas principalmente deve atender a aspectos psicológicos dos usuários, tais como suas
Assim, para que o morador desenvolva apego à moradia
diferenças culturais, seu modo de socialização e sua percepção do
universitária é necessário que haja, nos espaços públicos e privados,
ambiente. Deve-se levar em conta que diferentes grupos têm
elementos que os remetam à sensação de responsabilidade e
necessidades e padrões de usos diferentes, e compreendem o espaço
pertencimento ao lugar. Deste modo, o indivíduo apropria-se do
de vivido de formas diversas. Cabe ao arquiteto estudar o ponto de
espaço, e o torna seu, o que o configura como um dos responsáveis
vista dos usuários, afim de entende-los e propor a melhor solução
pelo funcionamento da moradia. Muitas vezes há, entre os estudantes
que atenda os anseios dos mesmos.
21
3.4
ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS Segundo Pride (1999), diferente do que acontece em outras práticas de habitação, onde o uso coletivo dos espaços comuns é cada vez mais restritivo e pouco estimulante em virtude da alocação de estruturas privativas de lazer, a arquitetura do alojamento estudantil, ao menos em tese, é elaborada a partir de uma ideia de agrupamento social que não apenas justapõe as unidades individuais mas, por meio de estratégias projetuais, condiciona e propicia o encontro, casual ou presumido dos moradores próximos. Através desta premissa, são relatadas a seguir algumas conformações espaciais de qualificação dos ambientes de uma ME. Por meio de abordagem arquitetônica semelhante a utilizada por Pride (1999) e reproduzida por Scoaris (2012), analisa-se o potencial de sociabilidade e o grau de institucionalização dos arranjos espaciais das moradias estudantis. Para isso dividiremos os ambientes nos seguintes critérios retirados de Scoaris (2012), tabela III:
Sendo assim, além das condições de conforto térmico e acústico adequadas, os dormitórios devem ser planejados de maneira que os estudantes possam realizar estas atividades. Dispondo de dimensões, mobiliários e equipamentos necessários para as mesmas. Segundo Pride (1999) os dormitórios podem ser divididos em três tipos de acordo com a sua função:
Também segundo Pride, independentemente do estilo projetual escolhido, deve existir uma largura mínima de 2,40 m para que se possa dispor os mobiliários necessários nos dormitórios e as dimensões mínimas de circulação para os estudantes.
dormitório
dormitório
I.S
dormitório
cozinha I.S
Tabela 3- Funções e atividades Fonte: SCOARIS, 2012. Adaptada pela autora, 2017.
3.4.1
Repouso pessoal, estudo e convívio Ao se projetar uma moradia estudantil, um dos maiores problemas a ser considerado na elaboração do projeto é o dormitório, assim como o número de estudantes, equipamentos e serviços que o mesmo vai abrigar. É comum se imaginar que quanto maior o número de estudantes compartilhando um mesmo compartimento maior é a economia de área que o mesmo possibilita. Ponderase também que esta economia de área se reverteria em menor custo construtivo e possibilitaria a oferta de um maior número de leitos na moradia. Entretanto, através de análises de espaços individuais e compartilhados, é possível perceber que muitas vezes o acréscimo de um ou dois estudantes em um mesmo dormitório, acarreta em uma projeção de mobiliário e espaço para serviços que é o dobro ou até mais que a área necessária para abrigar apenas um estudante. Outro fator determinante para a escolha do compartilhamento ou não do ambiente de repouso é a preferência dos próprios estudantes, que sentem maior intimidade e liberdade quando possuem quartos individuais. Sendo que, os dormitórios são o espaço em que os estudantes mais permanecem e realizam suas atividades como, por exemplo, o estudo.
Figura 21- Tipos de dormitórios Fonte: SCOARIS, 2012. Adaptada pela autora, 2017.
Figura 22- Tipologias integradas e alternadas Fonte: Habitar- Arquitetas associadas, 2015
y
x
x=y
Figura 20 - Dormitórios individuais e compartilhados Fonte: Archdaily, 2015. Adaptada pela autora, 2017.
Tabela 4- Mobiliário mínimo- dimensões Fonte: SCOARIS, 2012. Adaptada pela autora, 2017.
22
Deve-se considerar também, que há certa heterogeneidade entre os estudantes residentes das ME's. Está variedade se reflete não só de forma cultural, mas em questão familiar e física também. Por isso, deve-se pensar nos estudantes com composições familiares distintas e nos portadores de necessidades especiais no momento de projetar uma moradia estudantil. Para os estudantes com cônjuges é necessário mobiliários com dimensões superiores ao apresentado na tabela IV. Com a inserção de um leito matrimonial, armários de dimensões maiores e áreas adicionais para as atividades e convívio. Já para os estudantes com capacidade motora reduzida é necessário respeitar as adaptações impostas pela norma NBR 9050 (ABNT, 2015). Também é importante que não ocorra a segregação destes estudantes em detrimento dos outros, sendo que os dormitórios adaptados devem estar próximos aos demais dormitórios. Além disso, estes estudantes devem poder circular livremente e sem esforço excessivo por todas as áreas comuns dos edifícios.
3.4.3 Instalações sanitárias O ideal seria que as instalações sanitárias, assim como os quartos, fossem individuais. Porém, o orçamento muitas vezes impossibilita esta decisão projetual. Segundo Pride (1999) são necessários uma pia, um vaso sanitário e um chuveiro para cada três pessoas no mínimo e no máximo a cada cinco pessoas. É necessário prever o número de armários para armazenar objetos pessoais de acordo com o número de ocupantes da instalação sanitária. Assim como, iluminação adequada e pontos de energia próximos a bancada para que possam ser realizadas atividades que exijam o uso de equipamentos elétricos. Uma decisão de projeto interessante para este ambiente é dividi-lo em subespaços (Figura 26). Esta estratégia é muito importante em casos em que se deseja que os estudantes possam utilizar as instalações sanitária simultaneamente. Assim, o ambiente pode ser dividido em: espaço de ducha, vaso sanitário e pias. Sendo que o espaço de ducha deve ter uma área molhada com ducha e prateleira para utensílios pré-dimensionada e uma área seca para a troca de roupas que deve conter ganchos/ cabideiros e banco de apoio.
mobiliário para familia espaços adaptados
Figura 26- Banheiro Fonte: SCOARIS, 2012. Adaptada pela autora, 2017.
Figura 23- Dormitórios família e adaptados Fonte: Archdaily, 2015 (adaptada pela autora)
3.4.2 Refeições O local para preparo do alimento ou cozinha é um dos ambientes que possui maior convívio entre os estudantes nas residências universitárias. Para que isto possa acontecer é necessário que o ambiente possua os equipamentos e dimensões mínimas pensando no número de estudantes ao qual vai se propor. Ou seja, os mobiliários e a área tem que ser pensados de forma em que possam ser utilizados simultaneamente por um número estimado de pessoas, para preparo e execução de refeições. Além disso, a fácil manutenção e higienização devem ser pensados na hora da escolha dos materiais no projeto.
3.4.4
Outros Além dos espaços necessários descritos até agora e de obrigatoriedade em uma residência estudantil, podemos também ter outros ambientes de convívio, serviço, estudo e lazer nas ME's. Estes espaços devem ser pensados e dimensionados de acordo com o possível número de potenciais usuários e de forma a estimular os estudantes a frequentarem os mesmos. Entre os possíveis espaços a serem projetados em uma ME destacam-se:
Figura 27- Lavanderia coletiva da ARCA Fonte:ARCA- [20-]
Figura 28- Sala de estudos da ME UFF Fonte:ARCA- [20-]
Tabela 5- Mobiliário mínimo- indicado para áreas de refeições Fonte: SCOARIS, 2012. Adaptada pela autora, 2017.
É necessário prever assentos para possíveis convidados e armários dimensionados de acordo com a demanda, para que estes possam armazenar seus pertences pessoais.
3.5
individual compartilhado
Figura 24- Cozinhas individuais Fonte: Archdaily, 2014 (adaptado)
Figura 25- Cozinhas compartilhadas Fonte: Aflalo Gasperini Arquitetos, 2013
CONSIDERAÇÕES Vale salientar que a base teórica pode variar conforme a localização do projeto proposto e o perfil dos usuários a quem se destina projetar a moradia estudantil. Portanto, buscou-se apresentar de forma genérica, diversos tipos de moradias e suas implicações para os estudantes que residem nas mesmas, afim de fundamentar-se uma base projetual para a proposta deste trabalho.
23
CASO/ CORRELATOS O estudo de casos/ correlatos complementa o estudo teórico, auxiliando na compreensão arquitetônica do tema proposto. Para melhor analisar os projetos foram utilizadas metodologia de analises projetuais de Clarke e Pause, onde há um estudo gráfico do projeto a partir da forma e concepção do projeto. Outra metodologia utilizada foi a de Eisenman, que se utiliza não só da forma como ponto de partida, mas também da temporalidade do projeto, interpretando-a de uma forma mais textual.
Acesso veículos (subsolo) NÃO HÁ NORTE POIS NÃO HÁ LOCAL DEFINIDO
4
RESIDÊNCIA ESTUDANTIL DO U.L.E A proposta de projeto para a residência do estudante no campus ULE pelo MACA Estudio + VIRAI Arquitectos é concebida como um sistema e não como um edifício. Projetada para a Universidade de Léon, na Espanha, o campus encontra-se a cerca de 2km do centro da cidade. Entretanto, a localização certa do sistema dentro do campus não foi definida no edital, tornando o projeto em questão um projeto genérico que poderia ser aplicado em vários contextos (FURUTO, 2012).
Área Verde
Piscina
Acesso pedestres e serviço
4.1
Quadra poliesportiva
Quartos individuais Quartos duplos
Praça de acesso
Circulação vertical Administração
Acesso pedestres Banheiros Área de convívio do bloco Lavanderia Bicicletário
Figura 32- Implantação da moradia do U.L.E Fonte: FURUTO, 2012. Adapatada pela autora, 2017.
Átrio central Área comum Pé direito duplo
Figura 33- Corte da moradia do U.L.E Fonte: FURUTO, 2012. Adapatada pela autora, 2017. Figura 29- Localização da moradia; Figura 30- Perspectiva da moradia para o U.L.E Fonte: Universiadad de León, 2017. Adaptada pela autora, 2017. FURUTO, 2012
4.1.1 Tipologia e organização dos espaços O projeto do sistema baseia-se na fragmentação do programa necessário (7000 m²) em grupos menores, em vez de um bloco maciço. Assim, a moradia estudantil foi dividido em quatro blocos iguais de quatro pavimentos cada, com capacidade para 68 moradores por blocos, totalizando 272 moradores no sistema todo. A proposta da conformação da residência em blocos garante uma maior flexibilidade de implantação do projeto (Figura 29) e abre a possibilidade do projeto ser implantado em fases, além de permitir que a solução se encaixe em qualquer distribuição que a trama futura possa ter, independentemente da sua forma, já que os cubos se adaptarão facilmente a ela.
Todos os quartos, de acordo com sua função, são classificados como dormitórios com I.S e cozinha. Entretanto, ao longo dos pavimentos estão distribuídos quartos individuais ou compartilhados entre duas ou três pessoas. NÃO HÁ NORTE POIS NÃO HÁ LOCAL DEFINIDO
Átrio
Pé direito duplo
Proposto
Pé direito duplo
Átrio
Várias disposições
Átrio
Pé direito duplo
Possíveis expansões
Figuras 31- Análise formal da moradia Fonte: FURUTO, 2012. Adapatada pela autora, 2017.
Pela implantação, pode-se perceber que os blocos foram dispostos de forma intercalada, de forma a voltar sua entrada e hall para o centro do terreno, por onde passa uma cobertura ao nível térreo interligando-os (Figura 30). Os espaços foram organizados de forma a atender o programa de necessidades proposto. Assim cada bloco conta com áreas comuns com pé direito duplo (Figura 31) e distribuídas em seus pavimentos da seguinte forma: no segundo pavimento fica a cozinha coletiva, no terceiro a sala de estudos e no quarto a sala de TV. Além disso o terraço e o hall também podem ser utilizados como pontos de encontro nos blocos. Há ainda uma quadra poliesportiva, uma piscina, várias praças e áreas verdes, equipamento que são comuns aos quatro blocos. De forma a conectar todos os andares e interligar os espaços comuns foi proposto um vazio central em todos os blocos (Figura 31).
Quartos individuais Quartos duplos Quartos triplos
Circulação vertical Administração Cozinha coletiva
Banheiros Lavanderia Sala de estudo
Área de convívio do bloco Bicicletário Sala de estar/TV
Figura 34- Ambientes da moradia do U.L.E Fonte: FURUTO, 2012. Adapatada pela autora, 2017.
4.1.2
Materiais e aspectos construtivos Cada bloco possui uma malha baseada na modulação do quarto individual. Os fechamentos são feitos de painéis pré-fabricados de madeira (KLH), que possibilitam a rápida construção.
Figura 35- Aspectos construtivos da moradia do U.L.E Fonte: FURUTO, 2012. Adapatada pela autora, 2017.
24
4.3
MORADIA ESTUDANTIL DA UNICAMP A residência estudantil da Unicamp, Universidade de Campinas (1992), foi construída sobre um terreno com ligeira inclinação e com grandes possibilidades ambientais. Ao mesmo tempo, se levou a termo um processo de participação com os estudantes que, em meados dos anos oitenta, haviam ocupado a universidade para reforçar suas reivindicações. O arquiteto responsável Joan Villà conseguiu unir os desejos que tinham os estudantes para as suas residências com a sua vontade como um arquiteto social de criar uma comunidade ao ar livre. (MONTANER; MUXI, 2013). Localizada na área periférica da cidade de Campinas, a moradia encontra-se a cerca de 2,5 km da Unicamp. ÁREA PERIFÉRICA
4.2.2
Tipologia e organização dos espaços O desenho triangular é formado por quadrados (modulação 4,05x4,05 m) dos três ambientes internos de cada unidade. Estes quadrados modulares reafirmam a implantação modular. Na base são quinze módulos térreos quadrados, com o seguinte ritmo: um cheio (alvenaria), um aberto (pátio da unidade), um cheio e um pátio maior para circulação vertical. Na segunda fileira são treze módulos, sendo os da extremidade térreos e os onze restante assobradados. Na terceira fileira de nove módulos estão o encontro entre as unidades assobradas que estão de frente para a base. Este encontro se dá alternando um módulo que tem frente pra base, um pátio e um módulo das unidades que tem frente para o vértice. O pátio faz ligação entre as duas frentes, tendo acesso por ambos os lados, estabelecendo a conexão entre ambas configurando assim um jogo de cheios e vazios, com caimentos das coberturas de uma água sempre para o lado de fora da unidade.(DUALIBI,2013)
UNICAMP Uso predominante da forma TRIÂNGULAR
MORADIA ESTUDANTIL DA UNICAMP
Modulação
Vázio pátio Assobrada
Terceira fileira Segunda fileira Primeira fileira
Térreo Vázio pátio
CAMPINAS
Figura 36- Localização da moradia Fonte: Google Maps, 2017. Adaptada pela autora, 2017.
Figura 41- Esquema da forma Fonte: Dualibi, 2013. Adaptada pela autora, 2017.
4.2.1
Implantação Já durante a implantação através da definição dos traçados das ruas Villá divide o ‘pátio interno’ em duas partes, estabelecendo ja duas praças: uma superior e outra inferior, de 20 x 40 m cada. E, aproveitando a declividade natural do terreno de cerca de um pavimento, propoe a criação de um salão de usos múltiplos semienterrado.
Uso predominante da forma TRIÂNGULAR
Social Serviço Intimo Sala
Banheiro Dormitório Cozinha Acesso
Acesso
RUA PEDESTRES
Figura 42- Unidade habitacional; Figura 43- Pátio interno da unidade Fonte: Dualibi, 2013. Adaptada pela autora, 2017. RUA VEÍCULOS E PEDESTRES
PRAÇA
DEVIDO AO TERRENO ALGUM,AS QUADRAS FICARAM TRIÂNGULARES
Uso predominante da forma TRIÂNGULAR
SALÃO MULTIPLO USO
4.2.3 Materiais e aspectos construtivos Joan Villà buscou, através da cerâmica em painéis fabricados, estabelecer um diálogo com a periferia existente, porém mantendo o modelo da arquitetura erudita. Proporções do bloco cerâmico Vazios Cheios
UNICAMP
Figura 37- Implantação da moradia Fonte: Dualibi, 2013. Adaptada pela autora, 2017.
A quadra é formada por três agrupamentos, o lado em que deveria estar o quarto foi deixado propositalmente vazio, para privilegiar a vista do Campus, e também por que Villá pensou na produção do material ( painel cerâmico pré moldado no local), o que requer bastante espaço de produção e circulação. Projetado mas não utilizado
Modulação cerâmica
Os outros detalhes construtivos seguem a modulação cerâmica
Figuras 44 á 46-Desenhos dos blocos cerâmicos Fonte: Dualibi, 2013. Adaptada pela autora, 2017.
Átrio pensado também para a produção
Figuras 47á 49-Fabricação e montagem dos painéis cerâmicos, Figura 1- Moradia Unicamp Fonte: Montaner e Muxi, 2013. Acesso dos materiais para a produção in loco Vazio pensado para se aproveitar a vista do campus
Desnível da praça
Figura 38- Quadra da moradia, Figura 39- Esquema de Villa e Figura 40- Corte AA Fonte: Dualibi, 2013. Adaptada pela autora, 2017.
As áreas verdes permanecem e o senso de comunidade também
Houve revestimento devido a permeabilidade do material já que com os blocos aparentes havia maior infiltração de água.
Figuras 50 e 51-Moradia atualmente, com revestimento de argamassa e pintura Fonte: Dualibi, 2013. Adaptada pela autora, 2017.
25
4.3
MORADIA ESTUDANTIL DA UFSC
transporte (apoio a participação em eventos); assistência à saúde;
Escolheu-se realizar o estudo de caso na própria moradia a
inclusão digital; cultura, esporte e lazer; apoio pedagógico;
que se propõe a reabilitação neste trabalho. Por tratar-se do mesmo
mobilidade acadêmica; movimentos estudantis; interiorização da
terreno e localização, algumas informações serão dispostas também
UFSC; políticas sociais e gestão de contratos (Apêndice A). Esse
no capitulo 5, sendo um complementar ao outro.
conjunto de atividades empreendidas no âmbito da Universidade
4.3.1 Assistência estudantil da UFSC
Federal de Santa Catarina adquire caráter de política compensatória além
para ampliar a inclusão social e permitir o acesso ao ensino superior.
da implantação de políticas públicas de Assistência Estudantil, como
O Programa de Moradia Estudantil da UFSC, propriamente
“Assistência à saúde; alimentação; apoio pedagógico, etc.,” já havia
dito, foi regulamentado pela Resolução CUn n. 006, de 29 de abril
implantado o seu Programa de Moradia Estudantil, mesmo antes do
de 2003, do Conselho Universitário, com a finalidade de alojar os
PNAES.
estudantes do sexo masculino e feminino, regularmente matriculados
A
Universidade
Federal
de
Santa
Catarina,
A UFSC dispõe na sua estrutura organizacional de Pró-
nos cursos de graduação presencial da Universidade Federal de
Reitorias (ANEXO B) para auxiliar o Reitor no exercício de suas
Santa
tarefas executivas, de acordo com a sua área de atuação. Para o
comprovadamente apresentam dificuldades socioeconômicas, exceto
desenvolvimento
aos alunos de intercâmbio. Até então, o programa já existia, porém
das
ações
institucionais,
pedagógicas
e
acadêmicas, direcionadas ao acesso, à permanência e à conclusão de
Catarina,
provenientes
de
outros
municípios,
que
não havia regras bem definidas.
cursos de graduação presencial da UFSC, em articulação com as
A partir de então, o ingresso na moradia estudantil passou a
demais estruturas universitárias, foi criada a Pró-Reitoria de
obedecer ao rigoroso processo de seleção, em observância ao
Assuntos Estudantis (PRAE).
disposto na referida resolução. Os alunos, candidatos às vagas,
Compete à PRAE, dentre as suas diversas ações, propor e
precisam comprovar a situação de vulnerabilidade socioeconômica,
acompanhar a execução da política de assuntos estudantis da
mediante cadastro analisado anualmente pela Coordenadoria de
universidade, nas seguintes áreas: moradia estudantil; alimentação;
Assuntos Estudantis (CoAEs), segundo os critérios estabelecidos por
26
meio de edital, expedido pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, amplamente divulgado na comunidade universitária e inserido no portal da UFSC.
4.3.2 A luta Em 1960, inaugurou-se a Universidade Federal de Santa Catarina. Após sua criação, tornou-se emergente a necessidade de
No ato do ingresso na moradia, o aluno é obrigado a assinar
conformação desse campus. Em 1962, o então reitor, João David
um Termo de Ocupação na Morada Estudantil, juntamente com a
Ferreira Lima juntamente com Conselho Universitário decide pela
Coordenação de Apoio à Política Estudantil, da Pró-Reitoria de
instalação do campus na no bairro da Trindade.
Assuntos Estudantis, que disciplina a utilização das vagas e
Ali estariam os prédios das Faculdades, a
estabelece condições, responsabilidades e compromissos, tanto dos
Biblioteca Central, laboratórios, restaurante,
usuários quanto da Universidade. Na mesma ocasião, o aluno recebe
auditório para festas e colações de grau,
uma cópia da Resolução n. 006/2003, na qual constam os seus
servindo também para projeções de caráter
direitos e deveres, além das normas do programa.
científico e cultural, e ainda, à noite,
Importante ressaltar que os investimentos na Moradia
funcionaria como cinema de bairro, dando
Estudantil para reformas, manutenção do prédio, compra de
receita
equipamentos e outras despesas, como água, luz, segurança e gás,
haveria, é claro, uma casa dos estudantes,
são integralmente custeados pela UFSC, não existindo qualquer
destinada apenas aos estudantes pobres e que
coparticipação dos alunos.
não tem família residente em Florianópolis.
Existe também, nas políticas de permanência da UFSC, o
à
Informativo.
CoAEs, onde o aluno comprova vulnerabilidade socioeconômica, e
1962,p.103)
custear os valores gastos com moradia.
Neste
Centro,
(UFSC, 2010, pg. 21 – UFSC Boletim
auxílio moradia. Que consiste em uma seleção realizada pela recebe um valor de R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais) para
Universidade.
Florianópolis,
v.1,n.1,
Junto com a criação da universidade nasce a necessidade de abrigo para os estudantes vindos de outras cidades. Surge assim, em 1962, a Casa da Estudante da Juventude Católica de Florianópolis
27
(CEJCF), cujo aluguel era pago pelo então governador Celso Ramos.
utilizado pelos estudantes como moradia.
Foi criada por iniciativa de um grupo de senhoras (professoras e
O restante do projeto foi abandonado e um novo prédio para
profissionais liberais) e abrigava apenas estudantes do sexo
moradia estudantil foi encomendado ao Arquiteto Wilson de Jesus
feminino. A oficialização da casa deu-se no ano de 1968 quando o
da Cunha Silveira que, juntamente com estudantes de arquitetura da
Estatuto foi publicado no Diário Oficial. Nesta mesma década, a
UFSC realizou o projeto e a execução da obra no ano de 2003. O
casa foi desvinculada parcialmente da intervenção da igreja,
primeiro bloco de apartamentos (Bloca A) também chamado de
passando a se chamar “Casa da Estudante Universitária (CEU)”
módulo IV, que abrigava incialmente 96 alunos, divididos em 16
(UFSC, História da Moradia Estudantil, 2011).
apartamentos
de
dois
quartos
com
cozinha
e
banheiro
Situava-se na Rua Esteves Júnior no centro de Florianópolis e
compartilhados. No projeto, assim como por muito tempo foi, cada
apesar das péssimas condições de conservação, funcionou por mais
quarto contava com três camas de solteiro, totalizando seis
de 32 anos. A partir dessa época surgiu uma movimentação de
estudantes por apartamento.
estudantes com demanda expressiva em prol da construção de uma
Com a implantação do segundo bloco de apartamentos
moradia estudantil, lançando a campanha catarinense: Pró-
(Bloco B/ Módulo V), em 2013, foram construídos 21 novos
Construção da Moradia Estudantil por meio de um projeto
apartamentos. Apesar de no projeto serem previstos três estudantes
arquitetônico, que previa a construção de 276 apartamentos com
por dormitório, tanto o bloco A quanto o B passaram a ser de
capacidade para abrigar 1400 alunos.
dormitórios duplos. Assim, o novo bloco passou a abrigar 80 novos
4.3.3 O surgimento
estudantes, enquanto o Bloco A passou a abrigar 72.
O primeiro projeto para a ME UFSC foi do Arquiteto André
Ainda hoje funcionam como moradia estudantil também a
Schmidt, vencedor do Concurso Público realizado em 1984. No
casa feminina (bloco social do primeiro projeto, que está
projeto eram previstos dois blocos, um social e um de apartamentos.
teoricamente interditada), a chamada casa do bosque (edificação da
Inicialmente apenas o bloco social do projeto foi implantado, no ano
antiga fazenda que foi reformada) e a casa do zelador.
de 1996, após nove anos do início da obra. Este passou a ser
28
dívida em duas metodologias distintas: Walkthrough e Questionário.
Figura 52-Distribuição das edificações no terreno
4.3.4.1 Walkthrough com entrevista estruturada Trata-se de uma analise pós ocupação onde, simultaneamente, são realizados uma observação e uma entrevista. Possibilita o identificação descritiva dos aspectos positivos e negativos dos ambientes analisados, além de possibilitar que se avalie as reações dos usuários em relação ao ambiente. Para se realizar esta avaliação é necessario “fazer um passeio” nos ambientes a serem analisados e a partir de fichas elaboradas
LEGENDA Bloco de apartamentos 2003 Bloco de apartamentos 2013 CEU- Bloco Social Administração da ME Casa do Estudante Universitário Edificações- área invadida Deposito de lixo Vegetação Limites do terreno Es c a l a Gr á f ic a 0
10
50
10 0
Fonte: DPAE, 2017. Adaptada pela autora, 2017.
4.3.4 Estudo de caso Aqui, apresentaremos análises feitas na moradia, afim de determinar seus aspectos positivos e negativos relevantes. Assim, para melhor avaliar o projeto em questão adotou-se a avaliação pós ocupação (APO) como forma de realizar o estudo de caso, esta foi
(Apêndice C), marcar aspectos relevantes encontrados nos mesmos. Neste caso foram elaboradas fichas e a visita foi feita no dia oito de outubro de 2017, acompanhada de moradores da casa de estudantes. Foram visitados os Blocos A e B e o Bloco Social, sendo que do Bloco Social não tive acesso ao projeto arquitetonico. As plantas dos Blocos A e B foram impressas na escala 1/50 afim de se avaliar melhor cada ambiente separado. Além disso, os ambientes foram divididos entre comuns e intimos/compartilhados (Apêndice B), para melhor se avaliar a relação público/privada dos moradores com a moradia. A seguir, são apresentadas as análises:
29
AVALIAÇÕES WALKTRHOUGH
CIRCULAÇÃO VERTICAL Há apenas um elevador que, segundo relatos, está sempre em manutenção. As escadas do prédio de 2003 não seguem a norma dos bombeiros, porém estão bem conservadas. As escadas não possuem janelas.
Hoje
CORREDORES São compridos e relativamente largos (1,50m), utilizados basicamente para circulação. Porém, por falta de espaço em outros lugares constatou-se não só visualmente mas por relatos que são utilizados para deixar pertences como bicicletas, plantas, etc.
Espaço de convivência Sala de informática
Foto 5
Bloco B 2013 (MOR08) Thayse 08 10 2017 16 47 Sala estudo Poucos Subsolo
SALA DE ESTUDOS No projeto era para ser um quarto adaptado, tanto que os banheiros ainda permanecem, mas não são utilizados. Os moradores relataram que preferem estudar no quarto ou na biblioteca da universidades, pois é dificil se concentrar nesta sala.
Estudo Mesas de estudo conjuntas e individuais, cadeiras Cerâmico Bege Bom
Pintura Branca Ruim
Pintura Branca Ruim
N Acesso
A porta é aqui
Caminho percorrido
Foto 1
N 15,00
1,50 x 1,80
Foto 1
15,00
Tanque decantação Volume 2730 Litros
Aqui tem um elevador Está sala é fechada Aqui tem uma escada
Cisterna reciclagem Volume 4.500 Litros
1,20 x 2,00
SALA DE ESTUDO A = 15,00 m2
Entrada de ar para os shafts
Veneziana para ventilação natural tipo túnel 1,50 x 1,50
Entrada de ar para os shafts
190,00
Foto 3
Entrada de ar para os shafts
Entrada de ar para os shafts
ESPAÇO DE CONVIVÊNCIA A= 36,10m²
Sala de Informática A= 36,10m²
5,00
Foto 2
5,00
1,00 x 2,10
Caixa de Areia
5,00
Portas dos shafts com venezianas Portas dos shafts com venezianas
0,00
5,00
5,00 BWC 3,70m²
Lavanderia A =23,20m²
Administração A = 48,15m²
Copa A=5,00m²
Banheiro Adaptado A= 4,76m²
5,00
5,00
Cozinha Adaptada A= 9,50m²
Hall de Entrada Existente A= 40,00m²
1,40 x 2,70
6,90
1,20 X 1,70
Caminho percorrido
Foto 2
Virou sala de estudos Não existe está parede Quarto Adaptado A=18,10m²
5,00
1,20 X 1,70
5,00
ESCALA GRÁFICA 0
ACESSO:
20
5
40
Guarita: percebe-se que o segurança não possui uma visão adequada do visitante, além disso em uma das visitas o mesmo não estava presente.
N Outras áreas análisadas
ESCALA GRÁFICA 0
1
Foto 3
5
2
ESPAÇO DE CONVIVÊNCIA
Foto 3
N
Caminho percorrido Foto 1 Foto 2 Foto 4 Acesso Foto 1
Foto 1
Acessibilidade: segundo pesquisas o acesso a edificação possui inclinação superior ao recomendado na norma, na visita percebeu-se que uma pessoa com mobilidade especial teria dificuldade de chegar as edificações.
Caminho percorrido
Foto 2
Foto 3
Foto 2 Foto 1
Foto 4
ESCALA GRÁFICA 0
10
50
100
Foto 3
Foto 2
Lazer ao ar livre: não existem muitos espaços de lazer ao ar livre na moradia, apesar de ter bastante espaço potencial com áreas verdes no terreno, na entrevista podese perceber que é um dos maiores anseios dos mesmos.
Estacionamentos: não existe lugar adequado para estacionar bicicletas, percebeu-se que muitas estão abandonadas no bicicletário ou estão nos corredores da edificação. Não há vagas suficientes de carros e motocicletas também.
Aqui é fechado Foto 5
Caminho percorrido
Aqui é aberto e da pra acessar pelo Bloco A de 2003
ESCALA GRÁFICA 0
1
Foto 4 5
2
Bloco B 2013 (MOR08) Thayse 08 10 2017 Convivio Médio Subsolo
16 36
Estar- Lazer
Foto 3
Foto 4
HALL:
N
Bloco A 2003 (MOR05) Thayse 08 10 2017 16 23 Hall Poucos Subsolo Estar- Lazer- Bazar 3 sofás, caixa de correio, arara, mesa Cerâmico Marrom Bom
Foto 3
Pintura Branca Ruim
Pintura Branca Bom
Foto 4 Foto 1 Foto 2
Caminho percorrido Acesso
Foto 1
Foto 3
Sofá, TV, mesa
Os sofás são poucos e não são confortáveis. O espaço poderia ser melhor aproveitado pois é grande e no geral confortável. Em conversas com os moradores eles disseram que o local é basicamente uma circulação. Também reclamaram da porta de acesso ser pesada.
Acesso
Cerâmico Marrom Bom
Pintura Branca Ruim
Pintura Branca Ruim
É o ambiente comum mais utilizado, e os moradores relataram gostar bastante dele. Faltam alguns equipamentos e espaço por ser um dos poucos ambientes de convívio da moradia, o único que os moradores costumam frequentar. No projeto era um ambiente maior, porém não tinha acesso pelo bloco A de 2003.
Um dos ambientes mais utilizados, porém falta computadores para o numero de usuários. ESCALA GRÁFICA N0
1
2
5
Foto 2
Foto 4
5
2
Foto 1 Foto 1 Foto 2 Thayse Informatica Subsolo
Foto 2
Bloco B 2013 (MOR08) 08 10 2017
16 41
Médio
Estudo- Lazer
Caminho percorrido
Mesas, cadeiras, computadores Cerâmico Marrom Bom
ESCALA GRÁFICA 0
1
Acesso
Acesso
Pintura Branca Ruim
Pintura Branca Ruim
30
Do subsolo subiu-se pra terraço, onde fica a lavanderia. E depois visitou-se os apartamentos. Percebe-se muitas mudanças do projeto em relação a obra construída, algumas percebidas foram marcadas na cor laranja. A ordem de visita está numerada na cor vermelha, nas plantas e em algumas fotos. O caminho percorrido está em azul nos ambientes internos e verde na edificação como um todo. Utilizou-se a própria ficha elaborada para visita para demonstrar as característica de cada ambiente, que estão separados por cores conforme quadro de áreas comuns x intimas e compartilhadas (Página 29).
N
N
15,00
1,50 x 1,80
Layout da lavanderia (GOETTEMS, 2012) 15,00
Calçada existente
Tanque decantação Volume 2730 Litros
Cisterna reciclagem Volume 4.500 Litros
Aqui tem um elevador i = 10%
Quarto adaptado Baú
BWC A=3,70m²
BWC A=3,70m²
Quarto A=19,40m²
Baú
Quarto A=19,40m²
Cama
Baú
Cama
Baú
Cama
Baú
Cama
Cama
Baú
Quarto A=19,40m²
Baú
BWC A=3,70m²
Cama
BWC A=3,70m²
Cama
Baú
Baú
Cama
Baú
Quarto A=19,40m²
Saída de emergência, com tubos de ferro galvanizado, de 80mm, para deslizar de um pavimento para o outro.
1,00 x 2,10
7,80 7,80
Portas dos shafts com venezianas
Portas dos shafts com venezianas
Baú
Cama
Baú
Cama
Baú
Baú
Cama
Portas dos shafts com venezianas
TERRAÇO A= 288,00m²
Cama
Portas dos shafts com venezianas
Bloco A 2003 (MOR05)
Cama
Cama
190,00
Este Bloco tem quartos pois tem 8 pavimentos
Cama
Cozinha A=9,50m²
Cozinha A=9,50m²
Baú
3 reguladores de gás
Poço de ventilação da escada
Cama
1,20 x 2,00
Veneziana para ventilação natural tipo túnel 1,50 x 1,50
Baú
SALA DE ESTUDO A = 15,00 m2
Aqui tem um elevador
23,55
BWC A=3,70m²
Quarto A=19,40m²
Baú
BWC A=3,70m²
Cama
Quarto A=19,40m²
Baú
Baú
Cozinha A=9,50m²
Cama
Cama
Baú
Quarto A=19,40m²
Cama
BWC A=3,70m²
Baú
BWC A=3,70m²
Cama
Baú
Quarto A=19,40m²
Baú
Cama
Baú
A
Cama
5,00
Caminho percorrido
Caminho percorrido
Cama
Churrasqueira
Cozinha A=9,50m²
6,90
Bloco B 2013 (MOR08) 20
5
0
1,20 X 1,70
1,20 X 1,70
ESCALA GRÁFICA
1,40 x 2,70
Hall de entrada A = 40,00 m2
Dois e não três camas
ESCALA GRÁFICA
40
0
5
20
40
LAVANDERIA:
N
Bloco A 2003 (MOR05) Thayse 08 10 2017 17 06 Lavanderia Muitos Terraço
Layout da lavanderia (GOETTEMS, 2012)
Lavar roupa 5 maquinas funcionando- 8 estragadas, tanques, prateleiras Pintura Branca Ruim
Concreto Cinza Ruim
Foto 1
Pintura Branco Ruim
Foto 2
Foto 6
Foto 5 Tem partes que o piso é cerâmico, com aparência boa
Churrasqueira
Foto 4
Foto 3 Foto 7
Foto 3
Caminho percorrido
Foto 1
Foto 4 Foto 2
Foto 5
ESCALA GRÁFICA 0
1
5
2
Temos como pontos positivos a ventilação e insolação na área de estender roupas da lavanderia, entretanto, por não ser nada coberta, quando chove as roupas tem que ser recolhidas. O piso de concreto esto está se soltando. Há poucas maquinas de lavar funcionando para o número de estudantes. Não há armários individuais com chaves e os moradores reclamaram de roubos na área. N Compartilhada COZINHA: QUARTOS: Bloco B 2013 (MOR08) Bloco B 2013 (MOR08) entre quatro Thayse Thayse 08 10 2017 08 10 2017 17 51 17 22 Cozinha Quarto estudantes, o Caminho percorrido Quatro Dois Tipo Tipo Foto 3 espaço torna-se Foto 1 Preparo de comidas, realização de refeições, receber amigos Dormir, estudar, lazer, permanência pequeno se Mesas, cadeiras, fogão, geladeira, pia, microondas, armarios Duas camas, dois armários, duas mesas de estudo Foto 2 utilizado Pintura Azulejo Pintura Pintura Cerâmico Cerâmico simultaneamente. Amarelo Amarelo Branco Branco Branca Branca Ruim Ruim Bom Bom Ruim Bom Pouco lugar para ESCALA GRÁFICA preparo de 0 1 5 2 refeições.
Foto 7
Foto 6
N
Foto 2
Foto 1 Foto 3
Tem partes que a parede é revestida com argamassa, com aparência ruim
ESCALA GRÁFICA
BLOCO A 2003 0
Foto 1
BANHEIRO:
N
Bloco B 2013 (MOR08) Thayse 08 10 2017 Banheiro Dois Tipo
17 47
Higiene pessoal- Necessidades Vaso, chuveiro, pia Cerâmico Amarelo Bom
Ajulejo Branco Bom
Plástico Branco Ruim
O material plástico do teto do banheiro são furados para ventilar 0
Foto 1
Foto 1
Foto 3
Foto 2
Foto 2
Compartilhado entre dois estudantes, com compartimento de Foto 4 áreas, pode ser utilizado pelos dois Foto 2 Foto 3 em simultâneo. A ventilação é um ESCALA GRÁFICA ponto negativo, pois não há janelas 1 5 2 e a mesma é feita por saídas de ar.
Foto 3
Foto 4
ÁREAS EXTERNAS/ OUTROS BLOCOS DA MORADIA:
Foto 2
Foto 3
O quarto visitado está no oitava pavimento, assim pode-se enxergar a proximidade da moradia com a universidade.
1
Compartilhado entre dois estudantes, separados por divisório. A ventilação é um ponto positivo, pois não a janela é bem grande. APARTAMENTO ADAPTADO
2
5
BLOCO A 2003
31
4.3.4.1.1 Resultados
Espaço grande para estender roupas
Através da análise Walkthrough foi possível identificar pontos positivos e negativos dos ambientes e do conjunto habitacional como um todo. Para melhor compreende-los elaborou-se um quadro:
Janelas grandes possibilitam boa iluminação e ventilação Dormitórios
Tabela 6- Pontos positivos e negativos da moradia através de análise Walkthroug Espaço
Ambiente
Positivos
Negativos
Guarita do vigia- traz segurança aos moradores
Acessibilidade foge a norma NBR-9050
Espaços verdes
Falta de equipamentos ao ar livre e de estacionamentos
Bastante amplo
Pouco mobiliário de permanência
Acesso
Hall
Serve como espaço de venda e troca
Escada/ circulação vertical
Iluminação artificial por sensores de movimento diminui os gastos de energia elétrica Possui elevadores o que gera acessibilidade a todos os pavimentos
Corredores
Bastante largos (1,5m), facilitam a passagem de pessoas e móveis/materiais
Sala de estudos
-
Espaço de convivência
Possui equipamentos bastante utilizados pelos moradores como uma TV
Sala de informática
Grande, com bastante mesas individuais
Lavanderia
Boa iluminação e ventilação
COMUM
Pouco utilizado pelos moradores, os quadros de informativos não são utilizados Não possuem janelas, logo o conforto térmico e lumínico são bastante ruins Segundo relatos os elevadores deixam de funcionar com frequência Sua extensão impossibilita a iluminação natural pelas janelas Pequena e pouco privativa Poderia ser maior e ter mais equipamentos afim de atender a demanda O número de computadores não atende ao número de moradores O espaço de estender roupas poderia ser mais coberto
Possui a grande maioria do mobiliário mínimo estudado em analise teórica. Faltando apenas uma poltrona de leitura
COMPARTILH ADO/INTIMO Cozinha
Possui todos os equipamentos necessários
Banheiros
O compartimento de ambiente em vaso, chuveiro e pia possibilita o uso simultâneo dos dois moradores Possui bastante áreas de convívio
Geral
-
Verificou-se que o material do piso se encontra em bom estado, fora o piso de concreto da área aberta da lavanderia Num geral o conforto térmico e lumínico podem ser considerados regular, já que a maioria dos ambientes tem grandes janelas
Falta de maquinas e de manutenção, falta de armários gera furtos Segundo relatos o conforto térmico no verão é bem ruim, não dispõem de ventiladores Espaço por pessoa é menor que o mínimo estudado em analise teórica. No projeto são 9,60 m² por pessoa e o mínimo são 10 m² A manutenção dos eletrodomésticos não é efetiva, os moradores são obrigados muitas vezes a arcar com as despesas dos concertos que deveria ser obrigação da instituição Não possui janela o que torna o ambiente bastante úmido As áreas de lazer não dispõem de equipamentos necessários para que se incite o uso das mesmas As paredes e tetos estão com infiltrações graves, sendo que muitas estão em estado de desprendimento de reboco Os moradores relataram em vários momentos o incômodo com os ruídos provenientes da rua e da própria moradia
Fonte: Elaborada pela autora
Através da disposição e da sintetização dos resultados da análise Walkthrough pode-se observar os problemas e as
32
potencialidades da moradia analisada. Porém, para melhor
principal fonte de renda dos moradores, que advém das bolsas da
compreender a perspectiva do usuário optou-se por utilizar também a
universidade.
analise através de questionários. 4.3.4.2 Questionário Neste método
O questionário abordou principalmente a satisfação do morador com a moradia, com os outros moradores e os desejos dos
de
análise
são
elaboradas
perguntas
relacionadas ao assunto ou problema a que se pretende avaliar, estas devem ser respondidas por escrito sem a presença do avaliador. Os questionários (Anexo E) foram então elaborados a partir de estudos já pré-estabelecidos da moradia estudantil da UFSC, assim como de referências de relação morador-moradia a que se pretendia avaliar. Para isso foram formuladas perguntas descritivas, de atribuições de notas e de seleção visual, afim de se entender melhor os desejos por parte dos usuários da moradia. No dia da visita guiada (walkthrough) foram entregues dez questionários para o morador que guiou a visita. Sete deles foram devolvidos e os resultados foram sintetizados para serem aqui expostos. 4.3.4.2.1 Resultados Sobre os questionários respondidos, apesar de poucos, é interessante ressaltar que a única resposta unanime foi em relação a
mesmos em relação ao que consideram o ambiente mais adequado para determinada função. Em relação a satisfação do morador com a moradia cinco responderam estar satisfeitos, mas apenas um justificou falando que a mesma “atendia os requisitos mínimos de moradia”. Já os dois que responderam não justificaram sua resposta, um a atribuindo a negligencia e a falta de respeito e outro apenas dizendo que se sentiria à vontade se os apartamentos tivessem sala. Um ponto relevante percebido nos questionários foi a insatisfação dos moradores com o quarto compartilhado, atribuindo esta insatisfação a falta de privacidade. Na seleção visual apenas um dos moradores assinalou o quarto compartilhado como o mais adequado. Pode-se então inferir que a moradia tem diferente percepções para os usuários, porém a falta de privacidade se destaca como ponto negativo, isto vai de encontro ao que um morador respondeu sobre o lar “ser um local onde o indivíduo possa exercer sua liberdade dentro dos limites e onde os espaços individuais sejam respeitados.”
33
4.4
DAS CONTRIBUIÇÕES PARA ESTE TRABALHO Nos referenciais o método de abordagem de analise levou a
desejos dos moradores na hora de projetar, e soube inserir o projeto muito bem no contexto local, através do uso da cerâmica.
crer que existe uma tipologia de edificação “ideal” que vai atender o
Já o estudo de caso, onde se propõe a reabilitação e inserção
público tanto de forma funcional como de maneira pessoal. A
de novas unidades, fez ressaltar a ideia de que há falta de relação dos
moradia da Unicamp foi pensada dessa forma, como um espaço de
moradores para com a moradia. Isso se atribui a ausência de espaços
comunidade, a da U.L.E como um sistema que poderia ser aplicado
de interação, a dificuldade de vagas e a constante disputa pela falta
em qualquer espaço devido a sua concepção formal.
de privacidade.
Entretanto, um projeto deve levar em conta muito mais que
Portanto os referenciais serviram como modelo de como
os aspectos funcionais. Assim, foi através do estudo de caso que se
melhorar estes aspectos e ainda assim considerar o existente no
percebeu a real necessidade que os usuários de moradia estudantil
local, otimizando-o.
procuram. Dessa forma, os referenciais foram levados em conta devido a sua proposição, de um espaço comunitário modulado, onde a forma e a materialidade ditam boa parte do processo construtivo. Onde as unidades habitacionais interagem entre si em meio a espaços verdes, ao ar livre com equipamentos de lazer e convívio. Como contribuição importante, no referencial da moradia da U.L.E, existem os diferentes tipos de layouts para os ambientes, sendo que na proposta há quartos individuais, duplos e triplos. Na moradia da Unicamp o mais interessante a ser considerado foi a concepção projetual, que partiu do bloco cerâmico e se estendeu até o traçado das ruas. O arquiteto levou em conta os
34
5
ANÁLISE DO TERRENO E ENTORNO IMEDIATO Neste capitulo apresentaremos as condicionantes do entorno
e terreno no qual se pretende projetar. Por tratar-se de uma edificação que vai ser inserida dentro de um campus universitário, que possui seu próprio Plano Diretor Integrado, o enfoque será dado a formação e contexto do campus em questão. 5.1
UFSC: DA FORMAÇÃO A CONSOLIDAÇÃO
de campus universitário, com configuração nitidamente modernista. Assim, Duarte e Mange (autores do projeto), consideraram que todo o campus seria um parque contínuo, passível de ser edificado, interceptado por ruas para automóveis e pedestres, que interligariam as edificações. Entretanto do projeto urbanístico, implementou-se, em parte, apenas o núcleo central do campus – o traçado viário, as principais
Em 1962, aprovou-se a implantação do Campus da UFSC no
edificações (a Reitoria e o antigo Ciclo Básico, atual Centro de
Bairro da Trindade, em Florianópolis, Santa Catarina. Inicialmente,
Comunicação e Expressão – CCE) e a praça central. O fato de o
a universidade foi denominada Conjunto Universitário da Trindade,
projeto não ter sido executado totalmente, impossibilitou a
configurando um território com administração independente, que
independência do campus em relação ao entorno urbano e as
abrigava setores de ensino, pesquisa e extensão (UFSC, 1964).
edificações construídas a partir deste período não mantiveram, a
Os autores do projeto urbanístico (1° Plano Diretor da
unidade, pretendida inicialmente. (ECKER; VAZ, 2016)
UFSC), elaborado em 1956, o arquiteto Hélio de Queiroz Duarte e o engenheiro Ernesto Roberto de Carvalho Mange, foram favoráveis à
Figura 53-Fazenda Assis Brasil
sua localização afora do centro urbano, a fim de preservar o resguardo necessário ao cumprimento das atividades acadêmicas. A partir destas considerações, o campus foi implantado em uma área distante 8 km do centro urbano, pouco populosa e nitidamente rural (UFSC, 1964). Esta área correspondia à Fazenda Assis Brasil, antiga freguesia do século XIX. O projeto urbanístico inspirou-se no padrão norte-americano
Fonte: PDF-DG, 1998
35
5.2
LOCALIZAÇÃO, ACESSOS E USOS O campus, localizado na área central da cidade, tem sua integração ao entorno urbano dado por diversas vias. Já ao atravessar a Pedro Ivo Campos (sentido continente-ilha) a via se bifurca a norte (Av. Gov. Irineu Bornhausen e SC-401) e a sul (Av. Gov. Gustavo Richard), configurando dois trechos periféricos ao centro histórico urbano. A partir destes trajetos, as Av. Prof. Henrique da Silva Fontes e R. Dep. Antônio Edu Vieira conformam um anel viário limítrofe ao campus, configurando vias de fluxo intenso e constante. Na Av. Madre Benvenuta, concentram-se equipamentos de maior porte, tais como shopping center, igreja, escolas e centro de ensino. As Av. João Pio Duarte da Silva e Desembargador Vitor Lima, possuem uma série de serviços voltados ao público universitário (que residem em número considerável nos bairros da Carvoeira, Serrinha e Córrego Grande), tais como restaurantes, bares, padarias, minimercados. Ao longo da Av. Lauro Linhares, concentra-se uma diversidade de atividades e serviços que atendem, principalmente, ao público universitário residente no bairro da Trindade. De uso predominante residencial ou institucional, a área adjacente a moradia é formada especialmente pelos equipamentos e residências dos estudantes da universidade. A maioria dos comércios tem como público alvo os estudantes, sendo que muitos são de serviços de impressão, papelaria, lugares para comer e bares. Percebe-se que a oeste da moradia, no bairro serrinha, há muitas edificações sem lote definido, várias destas são irregulares e encontram-se em encosta de moro. Localização N
Terreno destinado a Moradia Estudantil da UFSC
ESCALA GRÁFICA
Campus da UFSC Trindade
0
500
1500
3500
LEGENDA
Arterial
Coletora
Coletora
Local
Figura 54- Mapa de localização na cidade com os bairros Fonte: Prefeitura de Florianópolis, 2017. Adaptada pela autora, 2017.
Figura 55- Mapa hierarquização de vias Fonte: Ecker e Vaz, 2016. Adaptada pela autora, 2017.
N
LEGENDA Terrenos/uso Residencial Comercial Prestação de serviço Serviço público Industrial Religioso Mista Praça ESCALA GRÁFICA 0
ESCALA GRÁFICA 0
125
500
Figura 56- Mapa de uso do solo Fonte: Elaborado pela autora, 2017.
500
1500
3500
36
5.3
PLANO DIRETOR O primeiro Plano Diretor próprio da UFSC foi concebido em duas etapas. A primeira se tratava de um Diagnóstico do Campus da UFSC que foi elaborado para analisar a evolução do Campus Universitário, sua população (estudantes, técnico-administrativos e professores); das relações de trabalho, assim como dos espaços construídos. Além disso, nesta etapa foram feitos diagnósticos de áreas necessárias por setor de atividade (ensino, laboratório, etc) e lançados pareceres dos projetos a serem implantados. Na segunda etapa partiu-se para a definição de diretrizes gerais do Plano e sua setorização. Assim. o Plano Diretor organiza e hierarquiza as atividades e os seus espaços em 11 setores de planejamento. Onde, cada setor recebe um centro de convivência, no sentido de integrar os membros da comunidade universitária. Os edifícios são, então, organizados de forma a compor as unidades setoriais. Os setores são pensados como integrantes da totalidade do espaço do Campus, mantendo relação entre si a partir de um sistema de vias, caminhos e espaços abertos. (PD-CT, 2005) Setor 00- Eixo Central Estruturaram-se as grandes funções centrais da Universidade: Reitoria, edifício do antigo Ciclo Básico, Restaurante Universitário, Biblioteca Universitária, Centro de Convivência, Imprensa Universitária. Contém também a Praça da Cidadania, planejada por Burle Marx e a Praça de Convivência.
Setor 02- Saúde Composto pelo Hospital Universitário (HU) e o Centro de Ciências da Saúde (CCS).
Figuras 62- HU Fonte: Acervo da autora. Figuras 57 á 59- Vista aérea do eixo central; Reitoria; Centro de convivência Fonte: PD-CT,2005; Acervo da autora.
Setor 01- Prefeitura Contempla Funções Administrativas, tais como Prefeitura Universitária (PU), Escritório Técnico da UFSC (ETUSC); Segurança do Campus e Biotério Centra. Ensino, com edifícios pertencentes ao Centro Tecnológico (CTC) e ao Centro de Ciências Biológicas (CCB). Sindical e Convivência, com a sede do Sindicato dos Trabalhadores da UFSC (SINTUFSC). E de Pesquisa e Extensão, abrigando o Centro de Orientação às Atividades Físicas e de Esportes; o Centro de Compostagem e o Instituto Larus. N
Figura 60- Departamento de Engenharia Civil; Figura 61- Prédio de Engenharia Química Fonte: Acervo da autora.
Setor 03- Tecnológico O Setor Tecnológico é relativamente homogêneo, abrigando atividades de ensino, pesquisa e extensão do Centro Tecnológico.
Setor 00 - Eixo Central Setor 01 - Prefeitura Setor 02 - Saúde Setor 03 - Tecnológico Setor 04 - Desportivo Setor 05 - Humanindades Setor 06 - Econômico - Jurídico Setor 07 - Exatas Setor 08 - Colégio de Aplicação
Figura 63- Departamento de Engenharia Civil; Fonte: Acervo da autora.
Setor 09 - Renovação
ESCALA GRÁFICA
Setor 10 - Moradia Estudantil 0
Figura 64- Mapa de setores Fonte: PD-CT,2005. Adaptada pela autora, 2017.
125
500
37
Setor 04- Desportivo Neste Setor encontra-se equipamentos para práticas esportivas como ginásios, quadras, campo de futebol e piscina olímpica. Conta também com um Centro de Desportos.
Figura 65- Vista aérea Setor Desportivo; Figura 66- Piscina Olímpica coberta Fonte: PD-CT,2005
Setor 05- Humanidades Aqui temos algumas das edificações históricas mais importantes; o Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), o Centro de Educação (CED) e o Parque do Planetário.
Figura67- Planetário; Figura 68- Centro de Filosofia e Ciências Humanas Fonte: Acervo da autora.
Setor 06- Econômico/Jurídico Neste Setor encontra-se o Centro Sócio- Econômico (CSE), o Fórum e a FAPESE.
Setor 07- Exatas Contém edifícios pertencentes ao Centro de Ciências Físicas e Matemáticas (CFM).
Figura 71 - Departamento de Química; Figura72- Departamento de Física Fonte: Acervo da autora. PD-CT,2005
Setor 08- Colégio de Aplicação Além dos prédios do Colégio de Aplicação o Setor conta com um playground.
Figura 73- Colégio de Aplicação; Figura74- Playground Fonte: PD-CT,2005.
Setor 09- Renovação Localizado na área central, é um excelente espaço de articulação entre setores. Setor 10- Moradia Estudantil Neste setor encontra-se a área de intervenção deste trabalho, onde se encontra os prédios da ME UFSC.
Figura 69- CSE; Figura 70- FAPESE Fonte: Acervo da autora; PD-CT,2005.
5.4
CARACTERÍSTICAS DO TERRENO O terreno trata-se do Setor Moradia Estudantil do Plano Diretor Participativo da UFSC e está situado a oeste e em área descontínua em relação ao campus universitário da Trindade, sendo separado do restante do Campus pela Rua Desembargador Vitor Lima, no bairro da Serrinha. A área do terreno, sem considerar a parcela invadida, é de aproximadamente 58.000,00 m². Parcela dessa área foi ocupada, na sua lateral oeste, por moradores que ali vieram habitar. Com declividade de aproximadamente 67,50 metros (Figura 80) é importante salientar que, por estar em área de encosta, é necessário a preservação da vegetação existente no terreno, sendo assim boa parcela do mesmo está em Área de Preservação Permanente (APP). Na Figura 79 pontuou-se características físicas e climáticas do terreno, sendo que os ventos predominantes em Florianópolis são do quadrante Norte (Norte e Nordeste), que são quentes e secos, já o vento sul, segundo mais frequente, é frio e úmido.
Figura 75 á 80- ME- UFSC Fonte: Acervo da autora.
38
Terreno Parcela ocupada do terreno Caminho do sol Ventos quadrante Norte Vento Sul N
ESCALA GRÁFICA 0
10
50
100
Figura 81 - Terreno de estudo Fonte: Elaborado pela autora
Figura 82 - Corte do terreno de estudo Fonte: Goettems, 2017.
Figura 83 á 86- Fotos do local Fonte: Acervo da autora
5.5
SÍNTESE O terreno foi escolhido devido a sua privilegiada localização, por já fazer parte do Plano Diretor Integrado da UFSC e principalmente afim de reabilitar o já existente no local, propondo sua requalificação e expansão através de novos módulos e propondo novos usos que integrem o espaço da moradia por si só e com o Campus da UFSC. Para isso foi necessário analisar afundo o surgimento e expansão do Campus, como forma de entender a concepção não só da moradia, mas de todo o contexto no qual ela foi inserida. Onde, desde o início, pretendia-se dar uma concepção de unidade para todo o campus, através da Arquitetura e do Urbanismo. Assim, foi possível entender melhor as tipologias arquitetônicas, as condicionantes topográficas e climáticas, e principalmente a evolução do Campus em questão. Além disso, através do levantamento da área de estudo, foi possível diagnosticar os problemas e potencialidades do local, assim como da edificação já inserida no mesmo.
39
PROGRAMA DE NECESSIDADES PROCESSO DE CONCEPÇÃO DA PROPOSTA Através de todo o estudo da área e de caso da moradia e todo o Cozinha Quartos duplos conhecimento adquirido, foi elaborada uma tabela (Tabela 7) onde foram Quartos triplos pontuados problemas (a ser propostas melhorias) e potencialidades (formas de Quartos familiares propor melhorias). Banheiros A partir deste quadro que se pode elaborar as diretrizes do projeto, Sala de estudos assim como o conceito, partido e zoneamento do local. Neste capitulo Sala de estar trataremos das diretrizes e das propostas, que serão aprofundadas no TCC II. 6
Lavanderia Áreas verdes de lazer
Jardim Sala de jogos
6.1.1
Conceito e Partido O conceito parte do objetivo de transformar a moradia em lar, desvinculando parcialmente o caráter institucional da ME, trazendo um maior senso comunitário para os estudantes que ali vivem. Segundo Jorge Marão Carnielo Miguel (2002) a palavra lar é uma corruptela de lareira. A lareira primitiva que faz do seu fogo o elemento inseparável da cabana rústica. O fogo que reúne ao seu redor todos os integrantes de um laço familiar, sendo, de um modo figurativo, um manto que aquece e une a todos num mesmo instante. Sendo assim, nas casas primitivas, o conceito de lar vinha do fogo da lareira, espaço central onde todos se reuniam, se protegiam. Assim, o partido fundamenta-se na origem do lar, onde há um ou mais espaços centralizados, em que os estudantes possam se reunir, trocar experiências, formar um grande grupo, uma comunidade, um lar. Permanência
Abrigo
Funcionalidade
Segurança Personalidade
Cultura
HABITAR
Trocas Identidade
Tabela 7- Problemas e potencialidades Fonte: Elaborada pela autora.
INDIVIDUO
FORMAÇÃO INDIVIDUO Conhecimento
Privacidade
6.1
LAR
DIRETRIZES GERAIS
Localização Lazer
Transformar a moradia em um verdadeiro lar para os estudantes
Garantir que o estudante possa concluir a faculdade oferencendo conforto na moradia
Garantir o máximo de privacidade aos moradores
Oferecer lugares de estudo individuais e em grupo
Promover diversidade de usos através de flexibidade de ambientes
Requalificar a paisagem e as edificações existentes no local
Criar novos módulos para atender mais estudantes e novos usos propostos
Oferecer a possibilidade de maior interação moradormorador, criando um clima mais comunitário e harmonico
Relacionar o Campus e o contexto local com a moradia Relacionar os modulos novos com as edificações já existentes TIPOS DE RELAÇÕES: HABITACIONAL
Promover o uso ao ar livre para lazer e convivio
INDIVIDUAL
Criar espaços em que os estudantes possam interagir através de diversas atividades de recreação
INTERPESSOAL ACADÊMICA CONTEXTO MORADOR/MORADIA
INTERAÇÃO
CONTEXTO INDIVIDUO
PERTENCER
Convivio
Lugar
Condicionantes
Apropriação Refúgio
ABRIGO Local para permanência dos estudantes com disponibilidade de novas vagas. PRIVACIDADE Garantir o máximo de espaço individual para que os estudantes possam realizar suas atividades. CONFORTO Deve-se oferecer ambientes com o máximo de conforto, especialmente para que os moradores possam estudar. SOCIABILIDADE Espaços que ofereçam interação entre os moradores. TROCA Relacão da moradia com o Campu s, através da Arquitetura e das atividades propostas ATIVO Espaços que ofereçam interação entre os moradores.
40
6.1.2 Setorização Como boa parte do terreno encontra-se em Área de Preservação Permanente optou-se por remover as edificações que foram invadidas e estão com um estado de conservação ruim (edificações da Fazenda Assis Brasil). A partir disso o zoneamento e o pré dimensionamento foram feitos já conforme a área disponível no terreno. Como forma de interligar os espaços do terreno foram propostas novas edificações em dois espaços distintos (1 e 2), e um caminho interligando-as. Assim como a abertura de um novo acesso no conjunto de blocos 1. Em relação com os referenciais se propõe a diversidade de usos, como quartos de diferentes tipos, espaços livres de lazer e integração entre os edifícios. Além da possibilidade de inserção de novos módulos no futuro. Assim, a partir do pré dimensionamento, se prevê a inserção de 270 novas vagas nos novos módulos propostos, além disso o projeto conta com áreas de uso coletivo afim de integrar os moradores dos novos blocos com os antigos. Parques verdes para lazer ao ar livre também foram pensados como forma de proporcionar maior integração a moradia. Tabela 8- Pré- dimensionamento Fonte: Elaborada pela autora.
2
LEGENDA Bloco de apartamentos 2003
1 Bloco de apartamentos 2013 CEU- Bloco Social Administração da ME
ZONEAMENTO APP
Casa do Estudante Universitário
Novos blocos
Deposito de lixo
Áreas verdes de Lazer
Vegetação
Caminho proposto
Limites do terreno N ESCALA GRÁFICA 0
Figura 87- Zoneamento Fonte: Elaborada pela autora.
10
50
100
41
6.2
PROPOSTAS Os novos blocos foram pensados, através das diretrizes e do partido, como blocos modulares que possuíssem espaços centrais que remetessem a ideia de lar. Para isso foram criados esquemas que exemplificassem a ideia da proposta:
Figura 88-Croqui esquemático disposição dos ambientes Fonte: Elaborada pela autora.
Figura 89-Croqui esquemático disposição dos blocos Fonte: Elaborada pela autora.
Figura 90-Croqui esquemático disposição dos blocos com conceito Fonte: Elaborada pela autora.
Figura 91-Esquemas forma/conceito/ambiente Fonte: Elaborada pela autora.
A tipologia arquitetônica escolhida para a proposta é a de blocos com escadaria, por possuir menor distinção interior e exterior como foi visto na analise das tipologias. Além disso outros fatores que influenciaram na decisão tipologica foi a possibilidade de maior integração social, especialmente ao ar livre, uma maior ventilação e insolação nos ambientes, a possibilidade de menor numero de pavimentos (relação com o contexto) e a possibilidade de utilizar a mesma forma para inserção de blocos futuros. Além disso, o processo evolutivo do partido teve como ideia inicial a modulação dos ambientes através do pré dimensionamento dos mesmos. Como podemos ver nos croquis da Figura 92:
Figura 92-Croquis módulos ambientes Fonte: Elaborada pela autora.
42
Através da modulação dos ambientes foi possível dispor os mesmos criando apartamentos para quatro ou cinco pessoas. Estes possuem cozinha, banheiro, quarto triplo ou familiar, quarto duplo ou adaptado e uma sala a ser divida com mias um apartamento. Os ambientes foram dispostos de forma a se garantir iluminação e ventilação natural para todos, formando um tipo de átrio central onde ocorre a circulação e volta a ideia do partido de espaço compartilhado (lar). A sala também pode ser vista como um desmembramento da ideia conceitual, pois também trata-se de um espaço central que reúne pessoas. Quanto a implantação, propõe-se, inicialmente, a inserção nos espaços já aterrados do terreno (devido as edificação existentes no local), assim o projeto conta com quatro blocos, cada um com quatro prédios, totalizando dezesseis prédios ( 64 apartamentos). Além disso há uma lavanderia e uma sala de estudos para cada bloco e uma sala de jogos para todos. Além disso se propõe espaços verdes e ao ar livre e a inserção futura de mais blocos.
Figura 93-Croquis plantas baixas apartamento Fonte: Elaborada pela autora.
Figura 94-Implantação Fonte: Elaborada pela autora.
43
A partir da modulação e disposição dos ambientes já se foi propondo também a forma dos edifícios. Com quatro andares, uma das principais preocupações é com o contexto, o terreno acidentado e o visual do morro, por isso se propõe um edifico baixo que se relacione com o local e com a escala humana. além disso a tipologia escolhida inviabiliza a inserção de poucos elevadores, assim o projeto conta com apartamentos térreo e espaços conjuntos acessíveis , sendo que os demais apartamentos são acessados por escada. Quanto ao sistema construtivo, a proposta é que seja em painéis pré fabricados de blocos cerâmicos, a modulação foi proposta através da modulação dos ambientes, e a fundação deve ser do tipo radier (devido a instabilidade do terreno).
Figura 95-Croqui dos blocos Fonte: Elaborada pela autora.
Figura 96-Esquemas sistema construtivo Fonte: Elaborada pela autora.
Figura 97-Perspectiva Fonte: Elaborada pela autora.
6.2
SÍNTESE GERAL Este trabalho teve como principal objetivo reunir informação que irão basear a criação do projeto de uma nova proposta para a Moradia Estudantil da UFSC. Desta forma, o partido visou compilar todas as condicionantes, os problemas e as potencialidades apresentados. Além de, utilizar os conhecimentos adquiridos com a parte teórica, através da história e das análises projetuais, para gerar a proposta a nivel de partido que será aprofundada e detalhada no TCC II.
44
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47
ANEXO A – NÚMERO DE IES NO BRASIL Figura 98- Tabela com o número de instituições de educação superior no Brasil
ANEXO C – MAPA DE ZONEMENTO Figura 100- Mapa de Zoneamento Florianópolis
Fonte: Dead/Inep, 2014
ANEXO B – ORGANOGRAMA PRÓ REITORIA Figura 99- Organograma PRAE
Fonte: PD-CT, 2010
Fonte: PRAE, 2015. Adaptada pela Autora.
48
ANEXO D – MAPA DO CAMPUS Figura 101- Mapa do Campus
ANEXO E – MAPA CHEIOS E VAZIOS Figura 102- Mapa de cheios e vazios
Fonte: PD-CT, 2010
Fonte: UFSC, 2014
49
ANEXO F – MAPA NÚMERO MÁXIMO DE PAVIMENTOS Figura 103- Mapa número máximo de pavimentos
ANEXO D – MAPA HIPSOMETRIA Figura 104- Mapa de hipsometria
Fonte: PD-CT, 2010 Fonte: PD-CT, 2010
50
APÊNDICE A – TABELA DE COMPÊTENCIAS DA PRAE Figura 105- Tabela de atribuições da Pró- Reitoria de Assuntos Estudantis
APÊNDICE B – FICHAS WALKTRHOUGH GERAL 1 Figura 106- Fichas Walktrhoug
Competências da PRAE Propor e acompanhar a execução de ações da política de assuntos estudantis da universidade, principalmente no que se refere ao acesso, à permanência e a conclusão do curso de graduação presencial, nas seguintes áreas: moradia estudantil; alimentação; transporte; assistência à saúde; inclusão digital; cultura, esporte e lazer; apoio pedagógico; movimentos estudantis e políticas sociais; Desenvolver estudos e projetos visando à melhoria administrativa, o desenvolvimento organizacional e o aprimoramento de gestão, relacionados à política de assuntos estudantis; Planejar, coordenar e avaliar a execução das atividades inerentes aos planos, programas e projetos vinculados à política de assuntos estudantis; Estimular a implementação de planos, programas e projetos junto à comunidade estudantil; Manter intercâmbio com outras entidades, visando ao desenvolvimento de atividades e serviços de interesse da comunidade estudantil; Propor e desenvolver políticas de benefícios da Universidade, dirigida à comunidade estudantil; Propor à autoridade competente a formalização de convênios a serem celebrados com outros organismos, quando relacionados à sua área de atuação, procedendo ao seu acompanhamento; Apoiar e divulgar a realização de eventos de interesse da comunidade estudantil; Emitir portarias e outros atos administrativos que se façam necessários à consecução das atividades da respectiva área; Executar outras atividades inerentes à área ou que venham a ser delegadas pelo Reitor.
Fonte: PRAE, 2015. Adaptada pela Autora
Fonte: Elaboradas pela Autora.
51 Figura 107- Fichas Walktrhoug
APÊNDICE C– FICHAS WALKTRHOUGH AMBIENTES Figura 108- Ficha Walktrhoug
Fonte: Elaboradas pela Autora.
Fonte: Elaboradas pela Autora.
52
APÊNDICE D– QUESTIONÁRIO Figura 110- Questionário pagina 2 Figura 109- Questionário pagina 1
Fonte: Elaboradas pela Autora.
Fonte: Elaboradas pela Autora.
53 Figura 111- Questionรกrio pagina 3
Figura 112- Questionรกrio pagina 4
Fonte: Elaboradas pela Autora.
Fonte: Elaboradas pela Autora.
54 Figura 113- Questionรกrio pagina 5
Fonte: Elaboradas pela Autora.
55
APÊNDICE E– QUESTIONÁRIO (Síntese) Tabela 9- Síntese respostas questionário
Respondente
Curso
Cidade de origem
Mora a quanto tempo na moradia ?
Está satisfeito com a moradia? Não. Reclamou de negligencia, falta de segurança, péssimas condições Sim. Justificativa: gratuita
Ponto positivo mais relevante
Ponto negativo mais relevante
Considera um lar?
Convívio com outros moradores
Suporte para lavar e acesso à internet
Segurança, cumprimento das regras e normas de convivência, estrutura e falta de aparato educativo
Não. Acredito que lar é um lugar de acolhimento, de exercer nossa liberdade dentro dos limites, podendo ser respeitado todo e qualquer espaço seu no qual faz uso
Alguns moradores são verdadeiros moradores atendendo as normas e as regras, 25%. Ao contrário, 75% não mantem boas relações.
Conhecer pessoas novas
Falta de privacidade
Sim, porque aqui é bem acolhedor
Bom
1
Letras- Francês
Caxias/MA
1 ano e meio
2
Odontologia
Januária/MG
2 meses
3
Serviço Social
Natal/RN
2 meses
Sim
Conhecer pessoas
Desorganização
Sim, é onde posso trazer meus amigos para conversar e onde passo uma boa parte do tempo
Bom
4
Ciências Biológicas
Rubiataba-GO
4 anos
Sim
Ter onde morar e segurança
Saber que são poucas vagas e do descaso para com os problemas
Sim
Complexo
5
Administração
Diamantina/MG
3 anos
Localização
Quarto coletivo
Sim, sempre tive em mente morar em uma ME
Normal
6
Serviço Social
Fortaleza/CE
10 meses
Não pagar aluguel
Ter um clima pesado que não me sinto confortável
Não. A moradia tem ar depressivo. Se eu pudesse alugaria um quarto numa republica
Com meu primeiro colega de quarto era ruim, com o atual e os vizinhos é bom
7
Agronomia
Guaxupé/MG
3 anos
Não pagar aluguel
Dividir quarto
Sim
Bom
Sim. Atende aos requisitos mínimos de moradia Não. Não me sinto bem na ME, gostaria que fossem apartamentos com sala. Sim
Fonte: Elaborada pela autora, 2017
56 Tabela 10- Síntese respostas questionário 2 Lugares
Notas (média dos respondentes)
Edificação
Notas (média dos respondentes)
Guarita
5
Localização
5
Acesso
5
Aparência externa da moradia
3
Área de Lazer (livre)
4
Aparência interna da moradia
4
Hall
4
Equipamentos de segurança
2
Escadas
4
Manutenção
2
Corredores
4
Dimensão dos ambientes
4
Lavanderia
3
Flexibilidade de espaços
3
Sala de estudo
4
Iluminação natural
3
Cozinhas
4
Acessibilidade
2
Quartos
3
Conforto
2
Banheiros
4
Privacidade
2
Adequação ao uso
3
1- Muito ruim
Quartos escolhidos
Edifícios escolhidos
Espaços de convívio escolhidos
Apenas o respondente número 4 respondeu o quarto 2, os demais assinalaram 1. A principal justificativa de escolha foi a privacidade.
Três assinalaram a alternativa 4, dois a alternativa 2, um a alternativa 1 e um a alternativa 3. Principais justificativas foram a aparência e a segurança que o edifício transmite
Quatro assinalaram a alternativa 1. Dois a 2. E um a 3. Principal justificativa foi o espaço ser ao ar livre.
2- Ruim 3- Relativamente ruim 4- Relativamente bom 5- Bom 6- Muito ruim Fonte: Elaborada pela autora, 2017