MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E INVESTIMENTOS ESTRATÉGICOS
ESTUDO DA DIMENSÃO TERRITORIAL PARA O PLANEJAMENTO VOLUME VII - AVALIAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE DA CARTEIRA DE INVESTIMENTOS
Brasília 2008
Copyright ©2008 Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte. Disponível em: http://www.planejamento.gov.br/planejamentoterritorial Tiragem desta edição: 1000 exemplares Impresso no Brasil 1ª edição – 2008 MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E INVESTIMENTOS ESTRATÉGICOS Esplanada dos Ministérios, bloco K, 3º andar Telefone: 55 (61) 3429-4343 Fax: 55 (61) 3226-8122 70040-906 Brasília-DF Esta publicação é uma realização do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP) em parceria com Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) no âmbito do Contrato de Prestação de Serviços nº27/2006, em 01/09/2006; Processo nº03300.000415/2006-91, publicado no D.O.U. de 04/09/2006, seção 3, página 96; no D.O.U. de 19/9/2006, seção 3, página 85; e no D.O.U. de 27/7/2007 (Termo Aditivo). Catalogação: DIBIB/CODIN/SPOA/MP Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos - SPI. Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento: Volume VII Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos / Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos. Brasília: MP, 2008. 250 p. 1. Política econômica. 2. Planejamento territorial I. Título CDU: 338.2
Equipe Técnica responsável pela elaboração deste volume: Thereza Carvalho Santos – Coordenadora de Módulo Aline L. Santos Cláudio Antonio G. Egler Gisela Pires do Rio Ilana Marins Zulchener Margarida Mattos Mariana Egler Paulo Cesar G. Egler Paulo Gusmão Selene Herculano dos Santos
Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
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Sumário
PREFÁCIO............................................................................................................. 9 APRESENTAÇÃO.............................................................................................. 13 LISTA DE SIGLAS............................................................................................. 17 INTRODUÇÃO................................................................................................... 19 1. O QUE É SUSTENTABILIDADE ............................................................ 25 2. O QUE É AVALIAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE........................... 35 3. O QUE É UM INDICADOR....................................................................... 39 4. PARA O DESENVOLVIMENTO DO TERRITÓRIO: A AGENDA FEDERAL.................................................................................... 41 5. INSTRUMENTOS VIGENTES: PNDR e PNOT . ................................ 43 6. PARA AFERIR VANTAGENS COMPARATIVAS DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE........... 53 7. O MÉTODO PARA O DESENVOLVIMENTO DA AVALIAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE............................................ 55 8. INDICADORES PARA A AVALIAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE.............................................................................. 73 9. A FERRAMENTA PARA IDENTIFICAÇÃO DE IMPACTOS.......... 79 10. UM BREVE ROTEIRO DE APLICAÇÃO............................................. 83 11. INDICADORES E ÍNDICES COMPOSTOS APLICÁVEIS ÀS CONDIÇÕES BRASILEIRAS........................................ 89 12. DEFINIÇÃO DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE ............................................................................ 91 13. DEFINIÇÃO DA LINHA DE BASE TENDO EM CONSIDERAÇÃO O PERÍODO 2000-2004....................................... 97 14. DESCRIÇÃO E COMENTÁRIOS SOBRE A CARTEIRA PRELIMINAR DE INVESTIMENTOS........................... 103 15. AVALIAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE DA CARTEIRA PRELIMINAR DE INVESTIMENTOS 2004 – 2015............................... 105 16. ANÁLISE DAS MODIFICAÇÕES OCORRIDAS NO PERÍODO 2011 E 2015 MEDIANTE O USO DOS INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE................................. 139 17. RECOMENDAÇÕES ACERCA DA CARTEIRA PRELIMINAR..................................................................... 157 18. DESCRIÇÃO E COMENTÁRIOS DOS AJUSTES REALIZADOS NO MÉTODO DE AS PARA ANÁLISE DA CARTEIRA FINAL.................................... 159
19. IMPACTOS DA CARTEIRA FINAL DE INVESTIMENTOS................................................................................... 173 20. ANÁLISE DAS MATRIZES DE IMPACTOS E DE RESPOSTAS DA CARTEIRA FINAL.............................................. 199 21. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 207 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 209 FONTES DE DADOS..................................................................................... 223 ANEXO I – QUADRO-RESUMO DAS POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL........................................... 227 ANEXO II - ESTIMATIVA DAS DÍVIDAS EM ÁGUA E ESGOTO POR MUNICÍPIO..................................................................... 229 ANEXO III - DIRETRIZES DE SUSTENTABILIDADE...................... 233 ANEXO IV - LISTA DE VARIÁVEIS UTILIZADAS............................. 239 ANEXO V - INDICADORES AFETADOS PELA CARTEIRA PRELIMINAR ............................................................... 241 ANEXO VI - COMPARAÇÃO ENTRE AS CARTEIRAS PRELIMINAR E FINAL DE INVESTIMENTOS E DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DOS AGRUPAMENTOS DE PROJETOS.................................................................................................. 245
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PREFÁCIO A Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos – SPI, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MP, apresenta o Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento, desenvolvido em parceria com o Centro de Gestão de Estudos Estratégicos – CGEE que servirá para subsidiar a inserção da dimensão territorial no planejamento governamental. O estudo ora apresentado insere-se no esforço do Governo Federal de instrumentalizar o debate acerca da necessidade de se olhar o território como base do desenho das políticas públicas de médio prazo que dialogue com a visão de longo prazo. O estudo aborda o território de forma não-convencional com uma metodologia de planejamento governamental que incorpora a dimensão territorial como orientador da ação pública programática. O combate às desigualdades, regionais e sociais, deve estar no foco das políticas públicas. Assim, parte importante da estratégia de planejamento territorial implica a promoção do desenvolvimento das regiões menos dinâmicas do país. A Constituição Federal de 1988, que definiu o Plano Plurianual, organizou de forma regionalizada a ação pública pela primeira vez. Os instrumentos de ação pública devem considerar a necessidade da regionalização dos gastos desde a formulação da política pública, a partir das necessidades identificadas pelos cidadãos, até a avaliação dos impactos dessas políticas. Nos anos 70 e 80, o Brasil perdeu sua capacidade de planejamento com a crise da dívida e a hiperinflação. Na década de 90, o país alcançou a estabilidade da moeda com o Plano Real, mas foram necessárias fortes medidas de ajuste fiscal que tiraram do Estado brasileiro sua capacidade de investimento e afetaram fortemente o crescimento econômico, prejudicando a retomada das ações de planejamento.
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Hoje o cenário mudou e o país tem conseguido manter a estabilidade macroeconômica e crescimento, possibilitando ao governo o resgate do planejamento das ações públicas que é observado nos diversos planos nacionais, tais como o Plano Nacional de Logística e Transportes, o Plano Decenal Energético, o Plano de Desenvolvimento da Educação, Programa de Aceleração do Crescimento – PAC e Territórios da Cidadania. Inserir a dimensão territorial no planejamento significa eleger o território como plataforma de integração das políticas públicas e, assim, situar-nos no cerne do debate acerca da eficiência e qualidade dos gastos públicos. Para isso, precisamos incorporar metodologias, ferramentas e práticas modernas orientadas para resultados e foco no cidadão. O Estado brasileiro precisa de políticas públicas capazes de garantir igualdade de oportunidades, os direitos básicos de cidadania e o desenvolvimento sustentado, organizadas em planos de médio e longo prazo com estabilidade de fluxo orçamentário e financeiro a fim de garantir a conclusão do que foi iniciado. Devemos superar a visão setorial incorporando a dimensão territorial. Ao se estabelecer os territórios como base das demandas sociais, torna-se mais fácil a compreensão das causas do problema a ser enfrentado e a priorização das ações a serem implementadas. Tanto na área social, como nas políticas educacionais, de saúde, ou nas questões de infra-estrutura e segurança, os diagnósticos dos territórios deveriam ser a primeira referência para a delimitação da ação e a priorização dos gastos, garantindo que a população beneficiada com a ação pública seja a que mais necessita da ajuda do Estado e não apenas aqueles mais bem capacitados institucionalmente. Da mesma forma, o planejamento territorial favorece o diálogo federativo focado no enfrentamento das fragilidades e potencialidades de cada um dos entes, além de abrir canais de participação com a sociedade, cobrando nova postura dos movimentos sociais, agora co-responsáveis pelas políticas públicas. Para se integrar de forma competitiva no cenário internacional, o Brasil precisa aumentar o grau de coesão do desenvolvimento entre as regiões, de
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forma a potencializar a diversidade das forças produtivas, incorporando novos agentes econômicos com a formação de um mercado de massa dinamizador do mercado interno. Espera-se com a publicação dos principais resultados do “Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento”, estar contribuindo para que o Estado avance o seu olhar estratégico sobre os rumos que se deseja para o desenvolvimento nacional, ao mesmo tempo em que se municia para alcançar maior qualidade do gasto público. Paulo Bernardo Silva Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão
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APRESENTAÇÃO O presente Estudo tem por objetivo subsidiar a abordagem da dimensão territorial no planejamento nacional, procurando contribuir para responder às inquietantes indagações que desenharão o nosso futuro: Como estarão distribuídas a capacidade produtiva, a rede de oferta de serviços e a infraestrutura ao longo do território nacional daqui a vinte anos? Onde estarão as pessoas, para onde se darão os fluxos migratórios? Quais os impactos territoriais das novas tecnologias? Enfim, qual o Brasil que queremos ter em 2027? O Estudo procurou apresentar alternativas de ações para se alcançar uma organização territorial do país que promova o desenvolvimento sustentável de suas diversas regiões e a redução das desigualdades sociais e regionais. Nessa linha, sete grandes diretrizes orientaram o desenvolvimento do projeto: 1. Superação das desigualdades sociais e regionais. 2. Fortalecimento da unidade (coesão) social e territorial. 3. Promoção do potencial de desenvolvimento das regiões. 4. Valorização da inovação e da diversidade cultural e étnica da população brasileira. 5. Promoção do uso sustentável dos recursos naturais encontrados no território brasileiro. 6. Apoio à integração sul-americana. 7. Apoio à inserção competitiva e autônoma do país no mundo globalizado O Estudo estruturou-se formalmente em oito módulos, envolvendo atividades e produtos complementares e articulados entre si. Os oito módulos compreendem o marco inicial, um serviço de georreferenciamento e seis linhas principais de atividades. A organização metodológica permite dividi-las em duas partes principais: uma associada às definições de contexto e aos referenciais básicos de suporte da operação de montagem de uma carteira
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de investimentos, compreendendo as atividades e produtos relacionados aos módulos 2, 3 e 4; outra relacionada às atividades de estruturação e tratamento dos investimentos selecionados para a carteira, abordando os produtos e atividades dos módulos 5, 6 e 7. O Módulo 1 (Marco Inicial) tem como objetivo definir as bases conceituais e metodológicas do Estudo, bem como apresentar o detalhamento dos outros sete módulos, com a descrição das atividades, produtos, cronograma físico-financeiro e estrutura de gestão do Estudo. O Módulo 2 (Visão Estratégica) apresenta uma visão estratégica para o território nacional no horizonte de 2027, considerando os referenciais temporais intermediários de 2011 e 2015, que coincide com os anos de conclusão dos próximos dois Planos Plurianuais (2008/2011 e 2012/2015). Para tanto, lança novo olhar sobre o território nacional, identificando seis grandes regiões homogêneas, para as quais identifica vetores de desenvolvimento. Foram analisados os imperativos globais e determinantes nacionais que impõem obstáculos ou oferecem oportunidades ao projeto de estruturação de uma nova organização do território nacional, assim como identificados os principais fatos portadores de futuro que poderão influenciar essa trajetória. O Módulo 3 (Regiões de Referência) construiu uma regionalização em duas escalas (macrorregional e sub-regional) para o território brasileiro que permite subsidiar a escolha e localização de projetos de investimentos, bem como a articulação de políticas públicas. Foram considerados critérios econômicos, ambientais e sociopolíticos na definição das regiões, que têm em conta o papel desempenhado pelas cidades na organização do território, dada a força de polarização em sua área de influência. Ainda, a aposta na estratégia de desconcentração e desenvolvimento mais equilibrado do país levou à escolha de novos pólos, vértices de uma rede policêntrica de cidades, estrutural para a nova organização territorial pretendida. O Módulo 4 (Estudos Prospectivos - Escolhas Estratégicas) objetivou realizar análises prospectivas sobre setores – tais como transportes, energia, comunicações, infra-estrutura hídrica, saneamento, habitação – e temas – como meio-ambiente, demografia e inovação –, os quais têm repercussões importantes na dinâmica e organização territorial atual e futura do país. Adotando abordagem multidisciplinar, almejou-se explorar os futuros
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possíveis a médio e longo prazo, em exercício de antecipação para subsidiar a tomada de decisão. Ademais, buscou-se examinar as políticas públicas e apontar as estratégias que poderiam ser adotadas para aproximar o país do futuro desejado para 2027. Como resultado desse processo foram selecionadas - à luz dos imperativos globais, determinantes nacionais, elementos de futuro e gargalos (identificados pelos módulos 2 e 4) - 11 iniciativas ou grandes linhas de ação que moldam a jornada de desenvolvimento territorial do Brasil nos próximos 20 anos. O Módulo 5 (Carteira de Investimentos) lançou-se à identificação de conjunto de iniciativas estratégicas, compreendendo as dimensões econômica, social, ambiental e de informação/conhecimento. Sua elaboração considerou dois momentos distintos: um levantamento de iniciativas já existentes no âmbito do governo federal e do setor produtivo, as quais seriam objetos de análise dos módulos 6 e 7. Esses módulos, por sua vez, indicaram, como resultado de suas avaliações, o grau de distanciamento/ proximidade da carteira de investimentos proposta e os objetivos perseguidos para a organização territorial futura do país. Após essa análise, a equipe do módulo 5 procedeu a complementação da carteira, com iniciativas que aproximassem o território nacional à trajetória almejada. O Módulo 6 (Impactos Econômicos da Carteira de Investimentos) analisou os impactos socioeconômicos da carteira de investimentos nas regiões de referência identificadas no módulo 3, além de o fazer também para as unidades federativas. A metodologia para geração de cenários setoriais e regionais articula modelos de Equilíbrio Geral Computável nacional, insumo-produto interestadual e módulos de decomposição microrregionais (econometria espacial). Foram feitas simulações para o curto (período de 4 anos, fase de implantação dos projetos) e médio prazos (fase de operação dos projetos). Dadas as características do modelo, os investimentos da carteira atinentes a desenvolvimento agrário, meio-ambiente, educação e saúde não puderam ser avaliados . Vale destacar, no entanto, que tais investimentos foram avaliados sob o ponto de vista da sustentabilidade (módulo 7). Este Módulo 7 (Avaliação da Sustentabilidade da Carteira de Investimentos) compreendeu a análise de sustentabilidade da carteira de investimentos por região de referência, por meio da construção e do teste de um modelo de avaliação de sustentabilidade, como processo simplificado de Avaliação
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Ambiental Estratégica. Partiu-se da análise da situação atual de sustentabilidade de todas as unidades federativas e se estimaram os impactos provenientes da implantação e operação dos diferentes agrupamentos setoriais da carteira de investimento nos territórios. O Módulo 8 (Serviços de Georreferenciamento) contempla a sistematização das informações utilizadas nos vários módulos do Estudo em bases georreferenciadas. Com este Estudo, têm sido geradas contribuições para o aperfeiçoamento da função planejamento no país , notadamente no que se refere à consideração da dimensão territorial do desenvolvimento na formulação, gestão e implementação das políticas públicas. Os principais resultados do Estudo são agora disponibilizados em sete volumes, a saber: Volume I – Sumário Executivo Volume II – Visão Estratégica Nacional Volume III – Regiões de Referência Volume IV – Estudos Prospectivos - Escolhas Estratégicas Volume V – Carteira de Investimentos Volume VI – Impactos Econômicos da Carteira de Investimentos Volume VII – Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos As opiniões expostas no estudo refletem o trabalho técnico desenvolvido pelos pesquisadores, que certamente vêm enriquecer as discussões no âmbito do Governo Federal, dos demais entes federativos e das entidades da sociedade civil que se debruçam sobre os temas abordados. Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
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LISTA DE SIGLAS AAE – Avaliação Ambiental Estratégica ANA – Agência Nacional de Águas ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis APP – Área de Preservação Permanente AS – Avaliação de Sustentabilidade BEN – Balanço Energético Nacional BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNH – Banco Nacional de Habitação C&T – Ciência e Tecnologia CGEE – Centro de Gestão e Estudos Estratégicos CGI.br – Comitê Gestor da Internet no Brasil CGSDI – Consultative Group on Sustainable Development Indicators CHESF – Companhia Hidro Elétrica do São Francisco CMMAD – Comissão Mundial de Ambiente e Desenvolvimento CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba COMPERJ – Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente COP – Conferência das Partes da Convenção de Mudanças Climáticas e de Biodiversidade CT&I – Ciência, Tecnologia e Inovação DETER/INPE – Detecção de Desmatamento em Tempo Real DNIT – Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes EARP - Environmental Assessment and Review Process EIA-RIMA – Estudo de Impacto Ambiental – Relatório de Impactos Ambientais EPE – Empresa de Pesquisa Energética FJP – Fundação João Pinheiro IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDEA – Índice de Equidade Ambiental IDH – Índice de Desenvolvimento Humano IDS – Índice de Desenvolvimento Sustentável IISD – International Institute for Sustainability Development INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais IPAT – Impacto – Pressão –Afluência – Tecnologia
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IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPP – Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos IPPC – Intergovernmental Panel on Climate Change LT – Linha de Transmissão MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia MDL – Mecanismo de Desenvolvimento Limpo MP – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão NEPA – National Environmental Policy Act ONU/UNCED – Organização das Nações Unidas/ United Nations Conference on Environment and Development OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público OT – Ordenamento Territorial PAC – Programa de Aceleração do Crescimento PCH – Pequena Central Hidrelétrica PDE – Plano Decenal de Energia Elétrica PIB – Produto Interno Bruto PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PNDR – Política Nacional de Desenvolvimento Regional PNDRS – Política de Desenvolvimento Rural Sustentável PNDU – Política Nacional de Desenvolvimento Urbano PNLT – Plano Nacional de Logística de Transportes PNMA – Política Nacional de Meio Ambiente PNOT – Política Nacional de Ordenamento Territorial PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente PPA – Plano Plurianual PPP – Política, plano, programa PRODES/INPE – Projeto de Monitoramento do Desmatamento de Formações Florestais na Amazônia Legal RESEX – Reservas Extrativistas SISNAMA – Sistema Nacional de Meio Ambiente SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento SPIR – State-Pression-Impact-Response UC – Unidade de Conservação UHE – Usina Hidrelétricas UTE – Usina Termelétrica ZEE – Zoneamento Ecológico- Econômico
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INTRODUÇÃO A integração entre meio-ambiente e desenvolvimento nos planos político, de planejamento e de gestão requer a criação de estrutura legal e regulamentadora eficaz, a formulação e utilização eficiente de instrumentos econômicos e de incentivos do mercado. A Avaliação de Sustentabilidade - AS, com a formulação, teste e aplicação dos indicadores e bases de dados correspondentes, contribui, potencialmente, para o estabelecimento de novas rotinas de análise e aprovação de investimentos nas várias regiões, respeitadas as peculiaridades que as distinguem, e fundamenta suas respectivas identidades. O VOLUME VII – AVALIAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE DA CARTEIRA DE INVESTIMENTOS diz respeito ao desenvolvimento de um procedimento de avaliação que corresponda a uma simplificação do processo de Avaliação Ambiental Estratégica - AAE, aqui chamado de Avaliação de Sustentabilidade, estando organizado da seguinte forma: ¾¾Nas seções de 1 a 10 procura-se responder a três perguntas principais: o que é, para que serve e como se faz uma AS; ¾¾Nas seções de 11 a 17 apresenta-se o roteiro de aplicação do método de AS à Carteira de Investimentos, ainda em sua “versão preliminar”, estruturada no âmbito do Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento. Ademais, são apresentados os resultados dessa avaliação e feitas recomendações de modificação à Carteira, a fim de minimizar os impactos negativos identificados e maximizar os benefícios esperados pela sua implementação; ¾¾Nas seções de 18 a 21 faz-se um breve relato das modificações realizadas no roteiro de aplicação do método de AS com vistas a adaptá-lo às características da Carteira Final de Investimentos, bem como dos impactos esperados pela implantação dos investimentos previstos. Ainda, faz-se uma análise comparativa entre a Carteira Final e a Carteira Preliminar de Investimentos.
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Premissas das Relações entre Território e Desenvolvimento Do Ordenamento do Território (OT) espera-se que sintetize e revele, tanto no diagnóstico quanto nas diretrizes, um corte transversal das ações públicas e privadas espacializadas. Tem como propósito a harmonização das políticas públicas no território, salientando as inter-relações entre cidades e aglomerações urbanas e o campo. Duas abordagens serão aqui contempladas. A interdisciplinar e prospectiva, com ênfase no planejamento e cenarizações voltadas para a “transformação ótima do espaço regional” de Buruaga (1969); e a técnica de administração com preponderância da articulação institucional entre instâncias decisórias (Allende, 1989), com ênfase nas atividades de coordenação.
Relações entre Sustentabilidade do Desenvolvimento e Planejamento do Território O Módulo 7 do Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento compreende a análise de sustentabilidade da Carteira de Investimentos por região de referência, ou seja, o agrupamento de projetos e a base geográfica no qual serão executados. Em primeiro lugar, parte-se do que seja sustentabilidade, a rigor um conceito em construção, desde que, nas décadas finais do século passado, a questão ambiental entrou definitivamente na agenda de governos e organizações internacionais. Focaliza a relação sociedade-meio natural e a busca do equilíbrio dessa relação a partir da constatação da finitude dos recursos colocados à disposição do consumo humano. Com isso, a sustentabilidade esteve freqüentemente atrelada ao desenvolvimento e seus propósitos, conforme apontam as diferentes abordagens desde aquela discutida pela World Conservation Union, passando pela do Relatório Brundtland e, mais recentemente, aquela da Agenda 21 (Van Bellen, 2006). Em segundo lugar, ainda que seguindo caminhos diversos no que diz respeito à dimensão econômica e mesmo tendo em conta o objetivo geral e clássico - para a teoria econômica - de alocação e distribuição adequada dos recursos, é possível chegar a formas bastante distintas, todas entendidas como sustentáveis. A partir daí, é possível identificar um sem-número de perspectivas, ênfases e gradações, além de desdobramentos setoriais que resultam em critérios e indicadores próprios.
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Da mesma forma que a perspectiva setorial, a abordagem escalar serve a diferentes propósitos e guarda especificidades quando se trata de desenvolvimento sustentável. Na perspectiva do planejamento governamental, a questão escalar relaciona-se a ordenamento territorial e estratégia de desenvolvimento a ser adotada, visando à diminuição dos desequilíbrios regionais. A busca do desenvolvimento sustentável supõe objetivos e estratégias de escalas supranacionais, nacionais, regionais e locais, que se interpenetram e, por conseguinte, podem ser conflitantes.
Contexto e Desafios: A Primazia das Cidades O foco da atenção governamental na qualidade ambiental exige correspondente ecoeficiência no setor produtivo e, portanto, no território que ele ocupa, gerando impactos inquestionáveis nas dimensões sociais, econômicas e institucionais dos demais usos e ocupações instalados na mesma localidade e em suas vizinhanças. Por conseguinte, a conquista de padrões de sustentabilidade na produção do desenvolvimento do país exige diretrizes compatíveis de ocupação do solo nas aglomerações urbanas onde ocorre. Desafio 1
A requalificação ambiental das cidades torna-se determinante do pretendido equilíbrio de desenvolvimento. A afirmação de que áreas degradadas expulsam empresas e empregos tem base empírica comprovada. O desmembramento de inúmeros municípios, aliado ao fortalecimento político e financeiro das estruturas municipais de gestão, constituiu desafios à ação pública integrada, em termos verticais e temporais, demandando atuação diretiva, condutora e/ ou complementar, de outras instâncias de governo. Essas mudanças, todavia, não asseguraram, necessariamente, que onde e quando a descentralização ocorresse benefícios fossem gerados aos grupos sociais mais pobres, mais desinformados, mais desorganizados e, portanto, mais desprotegidos e necessitados do apoio do Estado. Desafio 2
O tema de inserção do país na modernidade internacional agrega relevância ainda maior ao urbano como lugar de expectativas sociais e políticas concentradoras e de maior potencial de geração de modernidade. As cidades
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passam a ser vistas como nós de uma rede de fluxos com dimensões variadas nem sempre tangíveis. O porte e a abrangência de certas firmas passam a intervir diretamente na seleção das articulações territoriais que serão operadas e essas, por sua vez, na rede de cidades que será configurada. Como focos difusores da pretendida modernidade, tornam-se locais estratégicos de conexão entre diferentes malhas de relações e, dessa forma, pontos-chave do ordenamento territorial – “locais de convergência das redes, relays das relações regionais” (p.107). Por outro lado, muitos esperam que a cidade continue a exercer o papel de amortecer e absorver a segregação do excedente de mão-de-obra expulsa do campo. Migrantes invadem as poucas áreas livres para obter, à custa da autoprovisão, habitação, água, eletricidade e tudo mais de que precisam. Nessas circunstâncias, as cidades alternam entre a nova condição de relays - das relações regionais entre “os territórios logísticos de escoamento corporativados” (PNOT, p.83) – e a condição de buffers amortecedores dos choques do modelo concentrador de progresso. Esse duplo papel exerce enorme pressão sobre os padrões vigentes de ocupação e consumo do solo e dos serviços urbanos e, conseqüentemente, sobre o meio-ambiente provedor dos recursos naturais essenciais e insubstituíveis. Desafio 3
O Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257, de 10/07/2001) recupera a importância da dimensão municipal do planejamento territorial. Todavia, os instrumentos e propósitos ali estabelecidos estão basicamente orientados para a gestão interna de cidades – e, pela sua complexidade, parecem dirigidos para as grandes cidades. A maioria dos municípios brasileiros tem população inferior a 10.000 habitantes, e as relações de vizinhança e interação com os demais municípios das regiões onde estão inseridos só se tornavam visíveis ao planejamento federal quando integravam regiões metropolitanas. Alterar essas circunstâncias históricas exige mudanças significativas nas condições de uso qualificado do solo e, portanto, no acesso aos recursos financeiros para adequação das redes de infra-estrutura e logística, se já as tiverem, às diretrizes que estão sendo traçadas pelas instâncias estaduais e federais para o pretendido desenvolvimento. Face ao exposto e objetivando a reflexão sobre as medidas necessárias que conduzam a uma significativa mudança de atitude, dois propósitos apresentam-se como fundamentais. O primeiro determina
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melhorar as condições que apóiam a qualidade de vida das populações que habitam essas áreas, em grande parte já degradadas em decorrência da sobreutilização das redes logísticas de transporte e de infra-estrutura de abastecimento, ambas demandantes dos recursos naturais (água, por exemplo) necessários para a provisão dos serviços de abastecimento imprescindíveis tanto à geração de negócios quanto à vida em todos os seus aspectos. O segundo determina garantir tanto a preservação quanto a exploração competente dos recursos naturais remanescentes, na forma de manejo sustentável desses recursos, condição para que a expansão das áreas, hoje ainda não tão densamente ocupadas, se dê de maneira mais adequada
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1. O QUE É SUSTENTABILIDADE Sustentabilidade é um conceito que diz respeito à busca da conciliação do desenvolvimento com a conservação ambiental e a construção da eqüidade social. Embora de interpretação não-consensual, tornou-se uma palavra-chave a partir da sua disseminação pelo Relatório Brundtland (CMMAD, 1987) e pela Agenda 21 (ONU/UNCED, 1992), referida como diapasão harmonizador e orientador de planos e práticas de políticas públicas integradas entre diferentes setores de atividades e diferentes esferas de poder. Após o Relatório Brundtland1 e a Agenda 21, o conceito passou a abranger, também, cuidados com os recursos minerais limitados e com os efeitos multifacetados e catastróficos da produção humana sobre as condições climáticas planetárias. A partir daí, sustentabilidade passou a significar, de um lado, a busca de um padrão de desenvolvimento que concilie, no longo prazo, benefícios econômicos, ambientais e sociais, em nome das futuras gerações, (GILPIN, 1995) e, de outro, a crítica a um equacionamento meramente quantitativo dos problemas ambientais – o tema dos recursos finitos e da escassez dos meios – para, em seu lugar, propor uma reflexão sobre a finalidade do uso desses recursos e sua apropriação monopolizada, degradadora e sem controle social (ACSELRAD, 2004). Sachs (1991) destaca cinco dimensões da sustentabilidade: a. Sustentabilidade social – entendida como processo de desenvolvimento em que o crescimento está a serviço da construção de uma sociedade com maior eqüidade na distribuição de renda e bens, de modo a reduzir as diferenças entre ricos e pobres. Promoção de processos participativos. b. Sustentabilidade econômica – considerada possível mediante alocação mais eficiente dos recursos públicos e privados, avaliada em termos macrossociais e não apenas pelo critério de rentabilidade empresarial de caráter microeconômico. Abordagem integrada de planejamento e de gerenciamento.
1 Comissão Mundial de Ambiente e Desenvolvimento – CMMAD. Nosso futuro comum. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 1988.
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c. Sustentabilidade ecológica – dada pela capacidade de suporte dos ecossistemas, pela redução do uso de recursos não-renováveis, pela redução da emissão de resíduos, pelo equilíbrio no consumo de recursos naturais entre países ricos e pobres, pela pesquisa de tecnologias menos poluidoras, de baixo custo e eficientes, tanto para o meio rural quanto para o meio urbano, e, finalmente, é dada pelas normas adequadas que visem à proteção do ambiente. Desenvolvimento e adoção de sistemas de monitoramento. d. Sustentabilidade espacial – dirigida para a obtenção de uma configuração rural-urbana mais equilibrada e melhor distribuição territorial dos assentamentos humanos e das atividades econômicas. Promoção de eqüidade entre diferentes regiões geográficas. e. Sustentabilidade cultural – inclui a procura de raízes endógenas de processos de modernização e de sistemas agrícolas integrados, processos que busquem mudanças dentro da continuidade cultural e que traduzam o conceito normativo de ecodesenvolvimento em um conjunto de soluções específicas para o local, o ecossistema, a cultura e a área. Destacamos a seguir alguns aspectos que compõem as cinco dimensões acima e que estão incorporadas às diretrizes normativas da Constituição Federal, da Agenda 21 da ONU, das Resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente, da Política Nacional de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional, da Política Urbana (Estatuto da Cidade, Lei nº 10.257, de 10/7/2001), da Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 6.938, de 31/8/1981) e do Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (Lei nº 7.661, de 16/5/1988): I.
promoção de processos participativos na determinação de necessidades e prioridades, visando alcançar maior eqüidade e melhor distribuição de riquezas (sustentabilidade social);
II.
abordagem integrada de planejamento e de gerenciamento do uso de recursos, com vistas a maior eficiência (sustentabilidade econômica);
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III. desenvolvimento e adoção de sistemas de monitoramento, o que implica melhorar e criar instâncias institucionais – públicas e privadas – para avaliar impactos de projetos de desenvolvimento, com vistas ao respeito da capacidade de suporte no tempo e no espaço (sustentabilidade ecológica); IV. promoção de eqüidade entre diferentes regiões geográficas e de qualidade de vida intra-regional em parâmetros dignos, com a promoção de desenvolvimento endógeno em áreas periféricas ao sistema de produção (sustentabilidade espacial); V.
articulação dos programas de desenvolvimento econômico e de defesa ambiental a soluções para mitigação da pobreza e inserção socioeconômica de populações periféricas, de cultura tradicional, respeitando seus modos de vida e suas culturas (sustentabilidade cultural).
Como esses cinco aspectos mencionados aparecem na base normativa com a qual trabalhamos (a partir da Constituição Federal brasileira: onde Solidariedade, Justiça Social, Bem-Estar Coletivo e Equilíbrio Ecológico constituem princípios fundadores): A Constituição Federal de 1988 tem como um de seus princípios fundadores a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, na qual a pobreza e a marginalização tenham sido erradicadas, as desigualdades sociais e regionais reduzidas e o desenvolvimento nacional garantido (Artigo 3º). Nessa sociedade, os direitos sociais estão assegurados (direito à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à segurança, à previdência e à assistência, segundo o Artigo 6º). O direito ao meio-ambiente ecologicamente equilibrado, essencial à sadia qualidade de vida e definido como bem de uso comum do povo, está garantido pelo Artigo 225, para a presente e para as futuras gerações, cabendo ao Poder Público assegurá-lo. Para tanto, os cidadãos têm, individual e coletivamente, direito a receber informações dos órgãos públicos (Artigo 5º, inciso XXXIII) e a eles peticionarem (Artigo 5º, inciso XXXIV, item a). A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão cooperar entre si, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional (Artigo 23, parágrafo único). A compatibilização do desenvolvimento econômico e social com a conservação da qualidade do meio-ambiente e
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do equilíbrio ecológico está presente também na cláusula I do Artigo 4º da Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 6.938, de 31/08/1981). No Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257, de 10/07/2001, que regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Federal, sobre Política Urbana), tal conjunto de direitos - direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações - aparece como definidor da Cidade Sustentável (Estatuto da Cidade, Artigo 2º, inciso I). Processos participativos
Os processos participativos republicanos, que dizem respeito à gestão democrática da coisa pública, aparecem de diversas formas e em diversas instâncias: ¾¾Estatuto da Cidade, artigo 2º, inciso II – “... gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano”. ¾¾CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente, de 1986, Resolução 001 –“... consagra a participação popular, por meio de audiências públicas obrigatórias, como forma de conhecer, analisar e pronunciar-se a respeito de Estudos de Impacto Ambiental e Relatórios de Impacto Ambiental (EIA-RIMA) de projetos que impactem suas comunidades e espaços de vida”. ¾¾Lei nº 8.028 de 1990 – constituição do CONAMA. ¾¾Lei Federal nº 9.433 de 1997 – Lei das Águas – Comitê de Bacias Hidrográficas –“... constituição de um fórum de debates normativo, deliberativo e consultivo, paritário, para a melhor gestão dos recursos hídricos”. ¾¾Decreto nº 4.297 de 2002 – Zoneamento Ecológico-Econômico do país. ¾¾Lei nº 9.790 de 1999 – Lei do Terceiro Setor – “... entidades (associações, sociedades civis e fundações) sem fins lucrativos, chamadas de
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Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) e dedicadas ao campo de assistência social, cultura, educação, saúde, voluntariado, desenvolvimento econômico e social, da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia, além da defesa, preservação e conservação do meio ambiente, podem firmar acordos de cooperação e de parceria com os governos federal, estadual e municipal”. ¾¾Fórum Mundial Urbano – Barcelona, 09/2004, produziu a Carta Mundial de Direito à Cidade; Habitat, diversas conferências da ONU; Fórum Social Mundial, cinco encontros; Agenda 21 (capítulo 27, sobre parceria das ONG para o desenvolvimento sustentável) – convergem recomendações e orientações para o princípio da participação popular, da gestão democrática participativa. Abordagem integrada de planejamento e de gerenciamento
A política e a gestão ambiental no Brasil são implementadas por meio dos seguintes mecanismos: ¾¾Mecanismos de implementação da política e gestão ambiental no Brasil; ¾¾Sistema de licenciamento de atividades poluidoras; ¾¾Decreto nº 4.297 de 2002 – zoneamento econômico-ecológico; ¾¾Elaboração e monitoramento de padrões de qualidade ambiental; ¾¾Estudos de impactos e relatórios de impactos ambientais (EIA-RIMA); ¾¾Lei nº 9.985 de 2000 – sistema de unidades de conservação; ¾¾Auditorias, planos de gerenciamento etc.; ¾¾Lei nº 7.661 de 16/05/1988 – Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro - ... engloba ocupação, parcelamento e uso do solo, subsolo e águas, o sistema viário e de transporte, o sistema de produção, transmissão e distribuição de energia, habitação e saneamento básico, turismo, recreação e lazer, patrimônio natural, histórico, étnico, cultural e paisagístico.
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Desenvolvimento e adoção de sistemas de monitoramento
O monitoramento implica atividades preventivas (controle sobre licenças e zoneamento de atividades) e atividades de gerenciamento de riscos, com a adoção de indicadores de níveis de qualidade ambiental (poluição aérea, das águas e dos solos: emissão de CO2, SO2 etc.; presença de partículas de metais pesados na água; de substâncias venenosas no solo) e sua coleta e análise periódicas; mapeamento de áreas específicas; programas de monitoramento sobre operações impactantes (produção industrial; destinação final de resíduos, descarte de dragagem etc.). Tal conjunto de atividades exige um sistema institucional (legislação e organismos de operação) que implica custos, por um lado, e, por outro, postos de trabalho e economias no setor da saúde. No Brasil, o monitoramento ambiental está a cargo do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) (Lei nº 8.028, de 12/04/1990, Artigo 35; Lei nº 7.735, de 22/02/1989; Lei nº 6.938, de 1981). O SISNAMA articula, em nível federal, o Ministério do Meio Ambiente (seus órgãos colegiados e suas entidades vinculadas): a. aos organismos estaduais e municipais de formulação, coordenação e execução da política ambiental nos Estados (secretarias); b. aos órgãos estaduais de licenciamento, fiscalização e monitoramento; c. aos órgãos colegiados (comissões e conselhos) de coordenação, de supervisão e de aplicação e gestão de fundos ambientais. A avaliação de impactos ambientais e o sistema de licenciamento e de revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras são instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente (Incisos III e IV de seu Artigo 9º), estando explicitadas na Resolução CONAMA nº 001, de 23/01/1986, em que se especificam quais as atividades fortemente modificadoras do meio-ambiente e com dimensões mínimas determinadas que devam apresentar estudos de impacto ambiental (EIA) e relatório de impacto ambiental (RIMA) para serem licenciadas. Dentre essas, destacam-se: estradas, ferrovias, portos e terminais, aeroportos, dutos, linhas de transmissão de eletricidade, complexos industriais e agroindustriais, distritos e zonas industriais, projetos urbanísticos acima de 100 ha, atividades que utilizem carvão vegetal, projetos agropecuários.
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O Decreto nº 88.351 de 1983, que regulamentou a Lei nº 6.938, vinculou ao processo de avaliação e monitoramento procedimentos de licenciamento até hoje adotados no país2 . O monitoramento ambiental é uma preocupação que vem da primeira conferência da ONU sobre ambiente (UNCHE, ou Estocolmo, 1972), que então recomendava a criação de instância de monitoramento ambiental global. Aprofundou-se, a partir de 1991, com os debates de cientistas do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) sobre as alterações climáticas e tornou-se, no início do século XXI, um ponto de destaque nas várias Conferência das Partes (COP), da Convenção de Mudanças Climáticas e de Biodiversidade, sobre a necessidade de monitorar e diminuir as emissões de gases que vêm elevando a temperatura da atmosfera do planeta e provocando o aquecimento global. Segundo o Protocolo de Kyoto (COP3, em 1997), os 38 países desenvolvidos enquadrados em seu Anexo I se comprometeriam a reduzir suas emissões anuais de gases de efeito estufa em 5,2% a menos do que as emissões registradas em 19903 , no período de 2008 a 2012. Segundo o Relatório Stern (2006), do economista inglês Nicholas Stern, “se não for controlado, o aquecimento global devastará a economia mundial numa escala comparável à das duas Guerras Mundiais e da Grande Depressão, e o custo final de uma mudança climática descontrolada ficará entre 5% e 20% do PIB mundial, a cada ano. Contudo, agindo agora preventivamente, reduzindo as emissões, isso custaria apenas 1% do PIB global a cada ano”. Eqüidade social, territorial e desenvolvimento econômico
O Brasil é um dos países mais desiguais em termos de distribuição de renda e riquezas e de desenvolvimento regional, com ocupação territorial desequilibrada. Segundo estudos da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) (Ministério de Integração Nacional, 2003), 53% da população do país, 76% do PIB nacional e 12% da população com mais de 12 anos de estudo concentram-se em 140 microrregiões que ocupam 12,6% do território brasileiro. As 120 microrregiões de menor renda, com 4% do PIB nacional e 9% do 2 EIA – Estudo de Impacto Ambiental (Resolução CONAMA 001, artigo 6º): compõe-se de diagnóstico ambiental, análise de impactos do projeto e de suas alternativas, definição de medidas mitigadoras e elaboração de programa de acompanhamento e de monitoramento. RIMA – Relatório de Impacto Ambiental (Resolução CONAMA 001, artigo 8º): além da descrição do projeto, objetivos, justificativas, síntese dos estudos e descrição dos impactos prováveis, deve caracterizar a qualidade ambiental futura da área de influência, descrever o efeito esperado de medidas mitigadoras e ter um programa de acompanhamento e monitoramento de impactos. 3 Suas emissões em 1990 foram 3,87 milhões de toneladas de carbono, enquanto que o resto do mundo emitiu 2, 22 tC (YU, Chang Man. Sequëstro florestal de carbono no Brasil.. São Paulo: Annablume-IEB, 2000.
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contingente populacional total, ocupam 30,3% do território, com 46,5% de sua população de 15 anos e mais com menos de 4 anos de estudo. O documento analisa que, até aqui, as políticas de desenvolvimento econômico voltaram-se, sobretudo, para as áreas mais densas e produtivas (acirrando desigualdades e, conseqüentemente, o processo migratório), enquanto deixavam de eleger como foco a variável territorial e seu necessário ordenamento. Articulação dos programas de desenvolvimento econômico e de defesa ambiental: as soluções para a mitigação da pobreza
Desde 1992, houve um amadurecimento das análises sobre causas e conseqüências da degradação ambiental, concluindo-se que toda a problemática ambiental é também social e que, portanto, as políticas ambientais, para serem efetivas, precisam ser transetoriais, intimamente agregadas a políticas de desenvolvimento econômico, políticas energética, habitacional, de transportes, de segurança alimentar, cultural etc. Os mecanismos aventados para a mitigação da pobreza e que sejam também ecologicamente sustentáveis giram predominantemente em torno de projetos extrativistas, de ecodesenvolvimento agrossilvícola e pesqueiro, para o apoio a populações tradicionais, ocupantes de áreas e ecossistemas a preservar; projetos de inclusão social de catadores de lixo, por meio de cooperativas de reciclagem4 . “O Brasil tem hoje 43 Reservas Extrativistas (Resex) que abrangem 8,6 milhões de hectares e abrigam 40 mil famílias. Esse tipo de Unidade de Conservação (UC) de uso sustentável nasceu da luta do seringueiro Chico Mendes, assassinado em Xapuri (AC), em 1988. A reserva garante legalmente a conservação dos recursos naturais e, ao mesmo tempo, as atividades econômicas e a posse coletiva da terra de várias populações tradicionais (seringueiros, castanheiros, babaçueiros, caiçaras etc). A criação de uma Resex não significa um salto imediato na qualidade de vida desses grupos historicamente excluídos, mas, com a regularização fundiária estabelecida por ela, eles podem ter acesso a financiamento agrícola, programas de segurança alimentar e investimentos na comercialização de seus produtos.” (Instituto Socioambiental, do site www.socioambiental.org.br, em 7/11/2006). 4 No que diz respeito aos catadores de lixo, foi criado, em junho de 98, o Fórum Nacional Lixo & Cidadania, que engloba órgãos governamentais, ONGs, entidades técnicas e religiosas que atuam em áreas relacionadas à gestão do lixo urbano e na área social. Sua coordenação está integrada pelo UNICEF, Ministério do Meio Ambiente, Ministério Público Federal, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano, Caixa Econômica Federal, Fundação Nacional da Saúde e ONGs. O Fórum desenvolveu o Programa Nacional Lixo & Cidadania, para atuar em rede de projetos que tem como objetivos: a erradicação do trabalho infanto-juvenil nos lixões, propiciando a inclusão social, com cidadania, das crianças que trabalham no lixo; a geração de renda para as famílias de catadores, prioritariamente na coleta seletiva; e a mudança radical da destinação final de lixo.
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Alguns desafios operacionais do desenvolvimento sustentável
Van Bellen (2006), avaliando as bases conceituais do desenvolvimento sustentável, destaca que o referido termo apresenta-se carregado de valores, indicando forte relação entre princípios, ética, crenças e valores que fundamentam uma sociedade ou comunidade e sua concepção de sustentabilidade. Dahl (1977) pondera que “a sociedade deve saber para onde quer ir, e como quer ser sustentável, para que depois se possa medir se esses objetivos ou direção estão sendo seguidos e alcançados”. A consciência do caminho escolhido constitui condição para a adequada aplicação do conceito, seja qual for a sua interpretação. Bossel (1999) lembra que a necessidade de operacionalizar o conceito de sustentabilidade exige “desenvolver indicadores que forneçam informações sobre onde se encontra a sociedade em relação à sustentabilidade”. Na mesma linha de raciocínio, Rutheford (1997) afirma que “o maior desafio do desenvolvimento sustentável é a compatibilização da análise com a síntese” e, ainda, que “o desafio de construir um desenvolvimento sustentável, juntamente com indicadores que mostrem essa tendência, é compatibilizar o nível macro com o micro”. Fazer face a esses desafios demanda abordar o problema (do desenvolvimento) sob diferentes perspectivas, dentre as quais destaca a econômica, a ambiental e a social.
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2. O QUE É AVALIAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE No desenvolvimento deste trabalho, o processo de Avaliação de Sustentabilidade-AS será utilizado quase como sinônimo de Avaliação Ambiental Estratégica- AAE. Embora para alguns especialistas em gestão ambiental essa simplificação seja uma incorreção, na prática, uma clara distinção entre os dois processos não é trivial. De fato, a grande distinção que hoje é possível fazer entre AAE e AS está na dimensão temporal. Enquanto o primeiro tem sua aparição no contexto das discussões sobre gestão ambiental na década dos 90, o segundo já é mais um produto do século XXI. Uma análise, ainda que superficial, deixa claro que a similaridade é significativa em muitos aspectos. Embora a ênfase da AAE na dimensão ambiental seja utilizada como argumento para diferenciar os dois processos, na prática, essa ênfase se expressa mais na forma (o nome do instrumento: Avaliação Ambiental Estratégica) do que no conteúdo. Tanto a AAE quanto a AS consideram as dimensões social, econômica e ambiental. Nesse sentido, em diferentes momentos deste trabalho, a exemplo da consideração sobre como vem se aplicando a AS em diferentes países, a consideração dos dois processos se dará de forma indistinta, uma vez que o que se aplica para a AAE também se aplica para a AS. Processo decisório à luz da sustentabilidade
A prática da sustentabilidade, desde a sua formulação como conceito desejável, em 1989, no Relatório Bruntland, configura um processo em evolução ao longo do qual diferentes ferramentas vêm sendo desenvolvidas para sua implementação com a precisão necessária. O desenvolvimento em bases sustentáveis deve ser concebido no sentido de realizar sua definição mais pragmática, qual seja, aquela que faz do processo de tomada de decisões um processo informado não apenas pelos valores econômicos e técnicos, como tem sido a prática, mas também pelos sociais, ambientais, culturais, políticos e institucionais. Passadas mais de três décadas desde o início do uso da avaliação de impactos ambientais, diferentes análises têm demonstrado que esse instrumento, adotado pela maioria dos países como procedimento que viabilizaria a incorporação dos valores ambientais e sociais nas decisões sobre a implementação das ações de desenvolvimento, possui uma natureza reativa. Ou seja, seria incapaz de evitar
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os impactos adversos provenientes das ações de desenvolvimento, apenas os minimizaria. O caráter reativo do instrumento seria resultado do momento em que a avaliação estaria sendo realizada: na fase de projeto. Ao ser aplicado nessa fase do processo de planejamento, o instrumento é incapaz de viabilizar o aspecto considerado fundamental para a racionalização do processo de tomada de decisão: a consideração de diferentes alternativas de desenvolvimento. A AS tem sido apontada como solução para as deficiências do estudo de impacto ambiental e, principalmente, como o instrumento que permitirá que a sustentabilidade do desenvolvimento seja viabilizada. Como prática, a AS significa a aplicação dos procedimentos de avaliação não mais em nível dos projetos, mas nas etapas iniciais do processo de planejamento, ou seja, no nível das políticas, dos planos e dos programas. Considerações iniciais sobre o processo de avaliar a sustentabilidade
O desenvolvimento de uma AS tem por objetivo principal a incorporação dos princípios de sustentabilidade na elaboração de uma Política, de um Plano ou de um Programa (PPP) ou mesmo de um Projeto de grande dimensão (que inclui também o componente institucional, o social e o econômico). Essa atividade vem sendo desenvolvida no contexto das estruturas de planejamento de alguns países desenvolvidos e em desenvolvimento sob a forma de avaliação ambiental (na dimensão mais ampla desse termo, que inclui também o componente institucional, o social e o econômico) durante o processo de elaboração de uma política, de um plano, de um programa ou de um projeto, de forma que, na construção desses documentos de planejamento, os impactos sejam antecipados e mitigados. O processo da AS, durante a elaboração das PPP, comporta dois momentos: 1º) Cenarização futura dos espaços, supondo que a PPP proposta não seja realizada; O objetivo do cenário é estimar o desempenho desses territórios no futuro, considerando: i) a perspectiva de continuidade do que vem se desenvolvendo (cenário tendencial); e ii) a participação das instituições responsáveis por esses territórios (em nível federal, estadual e municipal) no exercício das suas responsabilidades administrativas, de controle e de fiscalização, como determinado pelos diferentes instrumentos legais existentes (coesão institucional).
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2º) Realização conjunta do processo de definição da Política/Plano/Programa - PPP e sua Avaliação de Sustentabilidade. A Figura 2.1 apresenta de forma esquemática esse procedimento. Figura: 2.1 - Relações entre a formulação de PPPs e a avaliação de sustentabilidade Principais estágios da formulação de políticas, planos e programas (PPP)
Principais estágios / objetivos da avaliação de sustentabilidade
Definir os objetivos e as premissas da PPP
Identificar as restrições ambientais / sustentabilidade; assegurar que as considerações ambientais foram amplamente incorporadas aos objetivos da PPP
Considerar alternativas, estratégia territorial e documentos setoriais e temáticos
Informar a escolha das alternativas de tipo de desenvolvimento e localização
Desenvolver políticas e propostas detalhadas
Assegurar que as políticas e propostas detalhadas sejam as mais sustentáveis possíveis
Em algumas situações, o desenvolvimento de uma AS pode ter como objetivo avaliar uma PPP, mesmo após ter sido definida. Comporta, nesse caso, três momentos: 1º) Cenarização futura dos espaços, supondo que a PPP proposta não seja realizada; 2º) Avaliação da PPP já definida, sem que a ela tenha sido aplicada avaliação de sustentabilidade. Nesse exercício, serão identificados e avaliados os possíveis impactos provenientes dos empreendimentos e das ações definidas, sejam positivos ou negativos, considerando a dimensão ambiental, social, econômica e institucional; 3º) Construção de alternativas à PPP já definida, tendo em vista a minimização dos principais impactos identificados no exercício anterior. Essas diferentes
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opções serão avaliadas quanto a sua viabilidade nas dimensões consideradas (ambiental, econômica, social e institucional), de forma a comporem alternativas mais adequadas ao conceito de sustentabilidade adotado. Figura: 2.2 - Relações entre a formulação de PPPs e a Avaliação de sustentabilidade. Processo em série. Principais estágios da formulação de políticas, planos e programas (PPP)
Definir os objetivos e as premissas do PPP
Considerar alternativas, estratégia territorial e documentos setoriais e temáticos
Desenvolver políticas e propostas detalhadas
Principais estágios / objetivos da avaliação de sustentabilidade
Identificar as restrições ambientais / sustentabilidade; assegurar que as considerações ambientais foram amplamente incorporadas aos objetivos do PPP
Informar a escolha das alternativas de tipo de desenvolvimento e localização
Assegurar que as políticas e propostas detalhadas sejam as mais sustentáveis possíveis
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3. O QUE É UM INDICADOR Tem como características a relevância, aqui medida como a capacidade de sintetizar as características fundamentais do sistema, facilidade de compreensão, confiabilidade das informações e disponibilidade de dados. Por fim, deve, também, ter legitimidade e influência sobre os tomadores de decisão. O que é um indicador de sustentabilidade
Segundo Meadows (1998), “a utilização de indicadores é uma maneira intuitiva de monitorar complexos sistemas, que a sociedade considera importantes e precisa controlar”. Constituem, portanto, representações da realidade com a qual, contudo, não podem ser confundidos, sendo úteis para “simplificar informações sobre fenômenos complexos e para tornar a comunicação sobre eles mais compreensível e quantificável” (Van Bellen, p.45). Considerando as dificuldades envolvidas na construção de um sistema de avaliação semelhante ao produto esperado do Módulo 7, Van Bellen destaca que “a grande maioria dos sistemas de indicadores existentes e utilizados foi desenvolvida por razões específicas - são ambientais, econômicos, de saúde e sociais - e não podem ser considerados indicadores de sustentabilidade em si”. Segundo ele, “os problemas complexos do desenvolvimento sustentável requerem sistemas interligados, indicadores inter-relacionados ou a agregação de diferentes indicadores” (p.45). Para Jesinghaus (1999), “grande parte das dificuldades dos projetos de avaliação não se refere apenas a como medir, mas sim a como interpretar os resultados mensurados e julgar sua significância para o sistema como um todo”. O desafio consiste em como ligá-los à ação política” (p.61);
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4. PARA O DESENVOLVIMENTO DO TERRITÓRIO: A AGENDA FEDERAL A coerência entre políticas, programas e projetos de intervenção no território constitui um dos principais propósitos para a implementação de procedimentos de avaliação ambiental estratégica. Sua contribuição para esse fim já foi constatada em diferentes países onde foi aplicada ao longo das duas últimas décadas. Tradicionalmente, no Brasil, o planejamento do território, quando e onde aconteceu, tratou do zoneamento do uso do solo como distribuição segregada de múltiplas funcionalidades do espaço. Tendo por base a experiência anglosaxã de ordenamento territorial, a homogeneidade funcional de um território era tomada como padrão de adequação em detrimento de outros exemplos internacionais, igualmente consubstanciados na prática, os quais priorizam outros propósitos estratégicos como a valorização das diversidades dos subespaços regionais, na França, ou o fortalecimento da autonomia regional das associações municipais, na Alemanha (Montricher, 1995). Nesses dois casos, o ordenamento e a gestão do território estão apoiados em recortes territoriais que pressupõem a existência, e o bom funcionamento, de arranjos institucionais de decisão colegiada entre diferentes instâncias de governo e outros agentes que vivem no território e dele tiram o seu sustento. Antecedentes do planejamento do desenvolvimento territorial
A escala regional de planejamento produziu, no passado, resultados que privilegiaram distintos setores da economia, e do uso do solo, com questionáveis medidas de sucesso. Consubstanciando tal afirmação, o relatório final da Comissão Especial Mista do Congresso Nacional (Veras,1993), que tratava do desequilíbrio econômico inter-regional brasileiro, chegou às seguintes constatações, após avaliar os resultados de sucessivos planos de desenvolvimento regional: a. a persistência das desigualdades regionais; b. a situação de pobreza que continuava alarmante;
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c. os problemas urbanos que tinham se agravado; d. a correlação direta entre expansão econômica e pobreza; e. o insucesso das políticas públicas de desenvolvimento social; f. o esgotamento do modelo do Estado intervencionista. Base normativa do planejamento do desenvolvimento territorial
A Constituição Federal de 1988 já sinalizava outros caminhos como balizadores ambientais para o desenvolvimento em diversos artigos, dentre os quais os Artigos 21, 23, 24 e 30, todos voltados para o planejamento do território em diferentes escalas. Com a instituição do Plano Plurianual (PPA), como instrumento de planejamento do governo federal, para o qual deveriam convergir as políticas estaduais e municipais, assegurava-se a oportunidade para a consecução dos propósitos expostos no parágrafo anterior. As várias versões que esse instrumento assumiu, ao longo do tempo e de diferentes governos, refletem o debate clássico – ou o falso dilema – entre privilegiar o fortalecimento das regiões e das populações mais ricas e mais fortes, priorizando o propósito da maior competitividade dessas áreas, ou concentrar esforços nas regiões mais pobres, atendendo o propósito constitucional de redução das desigualdades regionais. Mais recentemente, as relações entre infra-estrutura e logística e desenvolvimento urbano e regional têm demonstrado maior complexidade e interdependência crescente, atribuídas a duas tendências. De um lado, a primazia das cidades como local de geração de riquezas e de inovações, agravada pelo crescimento acelerado de alguns centros. De outro lado, a complexidade cada vez maior dos sistemas de produção e abastecimento, exigindo a ampliação crescente de sua abrangência territorial.
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5. INSTRUMENTOS VIGENTES: PNDR e PNOT A atual Política Nacional de Desenvolvimento Regional5 - PNDR (MI, 2005) contempla iniciativas complementares para impulsionar maior agregação de valor em cada região, maior conexão com as estruturas de produção pré-existentes e com a criação de empregos diretos e indiretos (PNDR, p.9). É consistente com a tendência atual, inspirada no exemplo da União Européia -UE, de revalorização da dimensão regional e das políticas públicas correspondentes6. A mencionada política afirma-se como estratégia de redução das desigualdades na medida em que objetiva atuar nos territórios que interessam menos aos agentes de mercado, valorizando suas diversidades. A caracterização desses territórios apresenta alguns contornos de interesse particular para o tema da sustentabilidade. Contrapõe à tensão litoral versus interior, extremos de um continuum de modernidade, o contraste norte/sul, com diferenças regionais marcantes de níveis educacionais refletidos nas percentagens de pessoas com até 4 anos de estudo e com mais de 12 anos de estudo. O padrão bipartido assim configurado espelha, ao revés, no território, as relações entre os hemisférios norte e sul, além de indicar a necessidade de maior atenção e esforço concentrado ao tema da educação. Uma constatação do diagnóstico preliminar do plano mostra que os territórios que apresentam maior dinâmica econômica - em termos de variação positiva do PIB microrregional ao longo da década de 1990 - estão localizados, predominantemente, em áreas rurais. Pela mesma relação de simetria apontada, manifesta-se “o baixo, ausente ou, em alguns casos, o negativo incremento nas taxas de crescimento do PIB” nos maiores centros urbanos do país, núcleos de extensas regiões metropolitanas, tais como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre e Manaus. A prioridade dada ao agronegócio, associada à diminuição do potencial de atratividade dos grandes centros, em parte decorrente da significativa redução dos investimentos públicos em infra-estrutura de saneamento e habitação, que se seguiu à extinção do Banco Nacional da Habitação - BNH, em 1986, explicariam a simetria. 5 A proposta de elaboração de uma Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), desenvolvida pelo Ministério de Integração Nacional, em 2003, tem como objetivo submeter à discussão pública um conjunto de idéias voltadas à redução das desigualdades regionais e ativar as potencialidades de desenvolvimento das regiões brasileiras, valorizadas suas diversidades. 6 A globalização teria proporcionado, a firmas de portes variados, a possibilidade de se beneficiar da “flexibilidade da organização produtiva e da mobilidade locacional na exploração das potencialidades regionais e dos meios socioculturais mais adequados aos seus anseios de expansão e lucro”
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Os critérios básicos da política
As propostas da PNDR estão fundamentadas nas conclusões do diagnóstico que apontam para a necessidade de regulação das “ações mobilizadas para o desenvolvimento regional”, por meio de diretrizes no plano macrorregional, tratando, estrategicamente, escalas específicas e procurando valorizar a grande diversidade sub-regional observada. Procura contemplar as instâncias de articulação, formulação e operação, de acordo com as escalas de intervenção. Tais escalas foram definidas pelas desigualdades regionais de renda e as oportunidades de desenvolvimento entre as unidades territoriais do país. Enfatizam-se duas variáveis: rendimento domiciliar médio e variação do PIB, definindo quatro conjuntos territoriais distintos, que formam o espaço prioritário para ação: a) alta renda: regiões Sul e Sudeste e também no CentroOeste. 12,6% do território brasileiro, concentrando 53,7% da população; b) renda média e pouco dinâmica: dispersas no território, em áreas com alguma dinâmica, mas que se encontram estagnadas, correspondendo a 33,9% do território e 28,9% da população; c) renda baixa e pouco dinâmica: regiões Norte e Nordeste, 25% do território nacional e 8,4% da população; d) renda baixa/ média e dinâmica: predominantemente regiões Centro-Oeste e Nordeste, correspondendo a 30,3% do território e 9% da população. O espaço preferencial de atuação da PNDR é formado pelas rendas média, baixa e baixa/média. As bases da PNOT
Na ausência de uma política de ordenamento territorial federal, optou-se pela utilização dos resultados obtidos pela iniciativa conduzida pelo Ministério de Integração Nacional de submeter o tema à discussão pública. O documento-base para a definição da Política Nacional de Ordenamento Territorial (PNOT) objetiva delinear a interface territorial de ações selecionadas, desenvolvidas pelo atual governo, e por grandes corporações, por meio de suas redes particulares de logística. Fornece, ainda, subsídios para a definição da PNOT pretendida.
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Um quadro-resumo das políticas públicas com maior ênfase territorial – Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), Política Nacional de Desenvolvimento Urbano (PNDU), Política de Desenvolvimento Rural Sustentável (PDRS) e Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) – foi elaborado e anexado ao final do presente relatório como ilustração deste tópico (Anexo I). A capacidade de suporte do solo qualificado das Regiões Metropolitanas e aglomerações urbanas
Entenda-se como solo qualificado o território, na sua maior parte urbano, dotado do conjunto total, ou parcial, de infra-estruturas de saneamento, abastecimento de energia e transporte, de comunicação e de equipamentos sociais básicos. Definem-se ‘déficit de cidadania’ as significativas desigualdades sociais, econômicas e ambientais, que marcam as disparidades intra e inter-regionais em nosso país, decorrentes em grande parte da deficiência ou ausência daquelas redes de infra-estrutura e conjuntos de equipamentos. Essas são ampliadas pela concentração continuada de investimentos em áreas que já apresentam altos níveis de centralidade, privilegiando locais em detrimento de regiões, fragmentando territórios, prejudicando populações e ameaçando a integridade do conjunto da nação. Os limites da concentração continuada
O relatório conhecido como “o Homem e a Biosfera”, da década de oitenta, já apontava, apoiado nas constatações de Miles (1979, p.24), as conseqüências da concentração continuada de investimentos em áreas urbanas polarizadas, as quais se manifestavam, freqüentemente, como decorrência do rebatimento territorial de políticas e planos de desenvolvimento, nas escalas nacional e regional, conducentes à concentração de atividades e pessoas em áreas específicas no país. Essa concentração, com diferentes perspectivas de distribuição inter-regional, está relacionada a algum tipo de crescimento econômico e de acumulação de capital, inovações, informações e de novas articulações com o mercado. Quando não devidamente regulada, essa concentração determina demandas exponencialmente crescentes sobre os patrimônios locais em termos ambientais (recursos naturais), econômicos (sobre o solo qualificado, dotado de infra-estrutura econômica e social)
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e institucionais (sobre a capacidade das instituições locais de prover e/ ou regular serviços essenciais). Os efeitos acumulados dessas demandas crescentes, segundo o referido relatório da Organização das Nações Unidas - ONU, exercem pressões, igualmente crescentes, sobre esses patrimônios com impactos previsíveis, progressivamente devastadores, conforme ilustra o quadro-resumo transcrito da mencionada publicação. O quadro 5.1 apresenta o resumo dos limites da concentração continuada de investimentos e demandas: Fenômeno
Conseqüências manifestas
Quebra do desenvolvimento territorial
Sobrecarga da capacidade de autorecuperação do meio-ambiente em regiões polarizadas.
Poluição crescente Ruptura do equilíbrio ecológico; Qualidades ambientais decrescentes; nas relações de acesso à natureza Empobrecimento das relações de vizinhança; Ruptura em regiões polarizadas. Degradação ambiental.
Sobrecarga no uso do solo em certas regiões.
Densidades mais elevadas; Preços da terra inflacionados; Evasão dos usos menos competitivos; Subutilização, abandono e invasão de terras e imóveis.
Excessiva segregação entre usos da terra e conseqüente ruptura das relações de interação entre funcionalidades.
Sobrecarga de tecnologias de infra-estrutura urbana.
Congestionamento crescente; Qualidade decrescente; Acessibilidade decrescente; Usos decrescentes.
Qualidade ambiental piora; Acessos pioram; Ruptura das dos elos de ligação entre funcionalidades.
Sobrecarga das estruturas institucionais em regiões polarizadas.
Redução drástica na capacidade de resposta; Indiferença e alienação; Ação institucional setorial e fragmentada.
Ruptura das comunicações, com e entre instituições, setores e cidadãos.
Sobrecarga de atividades econômicas.
Esgotamento de recursos naturais; Aumento significativo nos preços; Alocação de recursos pautada por quem pode pagar; Aumento das disparidades.
Ruptura do processo produtivo.
Áreas rurais e pequenas cidades abandonadas.
Depredação de recursos humanos; Impossibilidade de manter a infra-estrutura instalada; Colapso da estrutura social; Mais abandono.
Ruptura nos serviços de provisão às áreas rurais e pequenas cidades.
As diferenças territoriais e as dívidas ambientais
Procurou-se, nesta etapa do Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento, construir um indicador que contribuísse para o diagnóstico preliminar necessário à aplicação do modelo de Avaliação de Sustentabilidade a ser detalhado nas partes subseqüentes deste relatório. Considerou-se a água, nas duas condições, água tratada para consumo humano e água bruta para a diluição de rejeitos, elemento estratégico em termos econômicos, ambientais e sociais. Considerou-se, portanto, a sua provisão nas regiões polarizadas condição fundamental de viabilidade para a concentração continuada de novas intervenções nesses territórios. Com o propósito de realizar uma análise dessa provisão para o diagnóstico preliminar e considerando as regiões
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polarizadas alvo certo para possíveis futuros investimentos, elaborou-se estimativa preliminar da dívida urbano-ambiental por município integrante dessas regiões, tendo em vista a construção de um futuro indicador de solo qualificado. Entenda-se como dívida urbano-ambiental o valor estimado dos recursos necessários para eliminar o déficit de saneamento, seja ele gerado por carência ou congestionamento de redes. O recorte territorial adotado na análise baseou-se na Classificação Geral da Rede Urbana do Brasil elaborada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2001). A referida classificação considera a existência, no território nacional, de 111 centros urbanos, compreendendo 119 municípios. Os municípios em questão são agrupados, segundo o IPEA, da seguinte maneira: 2 metrópoles globais, 7 metrópoles nacionais, 4 metrópoles regionais, 16 centros regionais, 37 centros sub-regionais 1 e 53 centros sub-regionais 2. A base de dados utilizada no levantamento das redes de água e de esgoto e sua distribuição no território municipal foi a do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), datada de 2000. Os dados referentes ao valor gasto com serviços de abastecimento foram extraídos da base do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), de 20017 . Assim sendo, construiu-se estimativa da quantidade de economias desprovidas de acesso às redes públicas de água e esgotamento sanitário e do custo para a efetivação de seu abastecimento, chegando-se a um valor estimado de dívida total por município, para atendimento às referidas demandas. A tabela que resume esses resultados foi anexada ao final deste relatório (Anexo II). A Região Nordeste, considerados os 29 municípios nela analisados, tem a maior dívida nacional referente ao abastecimento de água e coleta de esgoto. A Região Norte, considerados os 10 municípios analisados, tem o menor PIB e a menor dívida total se comparada às demais regiões nacionais. A Região Sudeste, considerados os 47 municípios analisados, apresenta o maior PIB se comparada às demais regiões. Sua dívida total só é menor se comparada à dívida da Região Nordeste. A Região Sul, considerados os 23 municípios analisados, se apresenta na média em relação às demais regiões, no que tange ao valor de PIB e à dívida. A Região Centro-Oeste, considerados os 10 7 Não foi considerada a base de dados do SNIS para referência à população e às economias servidas por rede de água e esgoto, uma vez que tal base de dados, até o ano de 2005, não dissociava abastecimento de unidades habitacionais de abastecimento de unidades de comércio, indústria, etc, o que causaria distorções no cálculo da dívida total.
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municípios analisados, apresenta a segunda menor dívida e o segundo menor PIB se comparada às demais regiões. A título de considerações finais, ressalta-se que as maiores dívidas para atendimento às demandas municipais referentes às redes públicas de água e esgotamento sanitário situam-se nas regiões mais desenvolvidas do país. Destacam-se as duas metrópoles globais - São Paulo e Rio de Janeiro - como as maiores devedoras, corroborando a afirmação de que, quanto maior a concentração, maior o congestionamento das demandas e percursos das redes e, independente da riqueza gerada por esses aglomerados, maiores também são as situações de pobreza econômica e ambiental dela decorrentes. Os desafios da integração: a necessidade de arenas de entendimento
É prevista e necessária, mas não suficiente, a participação da sociedade civil para a conquista da sustentabilidade e da eqüidade de acesso aos serviços urbanos. A luta pelos direitos é, ao mesmo tempo, indicador da sua ausência e da sua possibilidade de conquista. A instituição de arenas de atendimento entre os dirigentes das empresas públicas e concessionárias, prestadoras de diversos serviços setoriais, que integram as redes de infra-estrutura econômica e social distribuídas no território nacional, será de valor estratégico para o desenvolvimento do país e da sociedade e para a adequada utilização do patrimônio ambiental. A constituição dos diversos conselhos municipais e estaduais, além dos inúmeros comitês e consórcios de gestão, parecem responder a essas pressões sociais. A AAE, da mesma forma, surge como método incorporado ao processo decisório em distintos países, em resposta a pressões acumuladas de igual teor. O relatório da conferência internacional de assentamentos humanos, Habitat, de 1996, já apontava o déficit de modernidade normativa (normas que regulamentem as novas relações sociais), mais do que de modernidade material, como problema principal a partir do qual todas as carências constatadas deveriam começar a ser resolvidas. A repolitização da questão urbana pela expansão acelerada das áreas faveladas e da atuação das Associações de Moradores, e de outras formas de mobilização social, juntamente com a crescente concentração do grande capital nas mesmas áreas-polo compõem o cenário atual. O urbano aparece como palco, ao mesmo tempo, de investimentos privados de alta concentração de capital e do
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investimento popular crescente. Essas duas tendências repercutem diretamente na construção de territórios tensionados. Uma das principais dificuldades da gestão territorial consiste, portanto, na orquestração social desses diversos atores e dos “dirigentes de boa vontade” nas várias instituições gestoras correlatas e nas várias instâncias de governo. Essa dificuldade não é trivial. Esses fatos apontam para a necessidade de compatibilizar a promoção do desenvolvimento com os processos de modernização da gestão e de ampliação da participação além da esfera local. O risco de fragmentação pela desterritorialização do espaço nacional, tanto urbano quanto regional, decorrente de certos usos, torna ainda mais complexo o desafio da integração. O conceito de “territórios corporativos”, associados a cadeias logísticas particulares, exposto no documento base para a PNOT (2006, p.81), ilustra o ponto que se quer aqui demonstrar sobre as fragmentações. Essas rupturas tendem a criar novas complexidades na gestão do território e a se agravarem com o tempo, se nada for feito para recuperar um nível de coesão sustentável. Integração em termos sociais, econômicos e territoriais se opõe à periferização da pobreza e à deterioração das relações de trabalho. A vinculação das políticas econômica, social e ambiental tem se consolidado como caminho de superação dos desperdícios do passado. Nessas circunstâncias, as experiências de países como Canadá e Austrália, que serão apresentadas posteriormente neste relatório, demonstraram que a implementação de método e modelo de Avaliação de Sustentabilidade aponta interfaces entre intervenções setoriais, contribuindo para o aperfeiçoamento do planejamento e da gestão do território (Geo-Brasil, 2002). A busca da coerência das políticas públicas no território
A coerência nas políticas envolve “a promoção sistemática de ações que se reforcem mutuamente, realizadas pelo governo e pelos atores não-governamentais interessados, de forma a criar, e manter, sinergias para a realização dos objetivos definidos” (BNDE, 2003). É vista como pré-condição para que a coordenação da formulação de políticas conduzida por instituição designada pelo governo garanta que seus objetivos não sejam contraditórios e que sejam efetivados, da melhor forma, no território e para a sociedade que nele habita e dele vive.
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A experiência da União Européia na busca do aperfeiçoamento das suas estruturas de gestão mostra, nas reformas realizadas nas décadas de 1980 e 1990, efeitos até certo ponto semelhantes aos que se observam no Brasil – alto nível de fragmentação decorrente da descentralização e da privatização. O pretendido estado, mais enxuto e mais simples, não correspondeu totalmente à realidade esperada naquele continente. Se, por um lado, essas reformas trouxeram alguns benefícios econômicos, também causaram a multiplicação de novos atores e de novas institucionalidades que ainda não conseguiram atingir um patamar de equilíbrio em suas relações. Essa pluralidade de órgãos com atribuições, freqüentemente, semelhantes e com campos de atuação conflitando ou sobrepostos desarticulados tem gerado significativos desperdícios, seguidos da descontinuidade de programas de desenvolvimento como solução de descontinuidade. A necessidade de melhorar a gestão do território aponta a coerência como caminho e condição para a integração dos interesses setoriais: a. há uma lacuna entre a necessidade de coerência e a capacidade de alcançá-la; b. governar num sistema democrático necessariamente envolve um certo grau de incoerência; c. não existe um sistema de formulação único que possa garantir melhor coerência; d. a coerência plena nunca é resultado realista; e. existem, no entanto, boas práticas e ferramentas de coerência; f. a principal ferramenta da coerência é a tomada de decisão informada.
O método e o modelo de avaliação de sustentabilidade, em desenvolvimento neste módulo, são consistentes com a última conclusão citada - a tomada de decisão informada - e têm demonstrado contribuir para o aperfeiçoamento do processo decisório nos países em que estão implantados.
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Sobre os impasses
a. Os processos participativos, de controle democrático e de conselhos paritários, são, freqüentemente, apontados como espaços de oligarquização; b. A desejada integração entre planejamento e gerenciamento não se dá: planeja-se mais e gerencia-se pouco; c. Nos sistemas de controle e de licenciamento tem-se identificado a ocorrência de significativos problemas metodológicos; d. Os sistemas de monitoramento são raros e descontínuos; e. A busca da eqüidade geográfica e de desenvolvimento regional tem se mostrado até aqui, em vários casos, a realização de interesses oligárquicos regionais; f. Os projetos de ecodesenvolvimento se limitam a populações tradicionais e tendem por vezes a romantizá-las.
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6. PARA AFERIR VANTAGENS COMPARATIVAS DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE Para o contexto brasileiro
Três aspectos podem ser apontados para reforçar a oportunidade e a relevância do processo de AAE (Avaliação Ambiental Estratégica –> anos 90 = AS, Avaliação da Sustentabilidade –> século XXI) para o Brasil: O primeiro é a natureza significativamente diferente das intervenções feitas no território brasileiro, quando comparadas com aquelas feitas em outros países. O segundo aspecto são os esforços que já foram feitos, seja em nível federal como estadual, para pôr em prática o Programa de Zoneamento Ecológico-Econômico – ZEE. O terceiro aspecto é a evidência de que, no que diz respeito à arena ambiental, a aplicação do ditado ‘o pequeno é bonito’ (small is beautiful) nem sempre se aplica. Situação da avaliação de sustentabilidade em nível internacional
A seguir, breve descrição de como a AS vem sendo implementada em alguns países. Estados Unidos O National Environmental Policy Act (NEPA) pode ser considerado a primeira iniciativa formal de Avaliação de Sustentabilidade (1970). Canadá Em junho de 1990, o Ministério do Meio Ambiente do Canadá anunciou um conjunto de reformas ao Processo de Estudo de Avaliação Ambiental (Environmental Assessment and Review Process – EARP), Ato Canadense para Avaliação Ambiental, que requer avaliação ambiental para projetos de desenvolvimento que requeiram apoio ou aprovação governamental.
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Nova Zelândia O Ato de Gestão de Recursos (Resource Management Act) aprovado em 1991 é o atual documento legal que integra, sob um modelo consistente de planejamento e gestão do território (incluindo as áreas urbanas), ar, água (de superfície e subterrânea), ruídos, áreas costeiras, energia geotérmica e poluição.
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7. O MÉTODO PARA O DESENVOLVIMENTO DA AVALIAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE A AS tem por objetivo atuar como procedimento pró-ativo, que busca antecipar, na formulação de políticas, planos, programas e projetos de grande dimensão, os impactos que essas ações de intervenção8 possam vir a provocar em diferentes domínios9. O primeiro aspecto a considerar sobre a AS diz respeito a quem deve desenvolver a avaliação e quem deve ser consultado. Uma vez que o objeto principal da avaliação são políticas, planos e programas, mais precisamente documentos elaborados na esfera governamental, os primeiros atores a serem envolvidos na AS, e aqueles que deverão conduzi-la durante seu processo integral, são os tomadores de decisão das diferentes instituições públicas que têm como atribuição a formulação de documentos de planejamento. Embora esse aspecto seja considerado pouco importante por alguns, na medida em que advogam ser idêntico o fato da avaliação ser desenvolvida pelas organizações públicas ou por consultores contratados para esse fim, para outros, entre os quais se incluem a equipe de elaboração do presente documento, a responsabilidade pelo fazer da AS é aspecto relevante. O principal argumento em favor da segunda opinião refere-se ao que se entende por situação ideal para o processo de formulação de documentos de planejamento. Como observado, essa situação ideal acontecerá quando a realização da AS ocorrer de forma simultânea à formulação dos documentos de planejamento, não existindo nenhuma distinção/separação entre essas duas ações, isso como indicativo de que a preocupação com o ambiental, com o social, com o econômico e com o institucional é parte integrante e indissociável do processo de planejamento. Contudo, para que isso aconteça, o objeto do processo de aprendizado de como elaborar documentos de planejamento que, na sua concepção, já incorporem os princípios da sustentabilidade são os funcionários das organizações 8 O termo ação de intervenção no contexto desse trabalho compreende ações em um nível mais geral (políticas) até ações em um nível mais específico (projetos). 9 No contexto da presente proposta de Avaliação de Sustentabilidade, os domínios a serem considerados serão: ambiental, social, econômico e institucional.
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públicas e não os consultores. Esses últimos deverão ser contratados para o desenvolvimento de estudos e análises específicas, sempre que as necessidades indicarem, mas não deverão assumir a responsabilidade integral pelo desenvolvimento da AS. Além desses atores, devem ser envolvidos no processo de AS representações da sociedade, que podem aportar informações relevantes ao processo e propiciar a necessária transparência para a avaliação. O arranjo institucional que atenderá de forma mais eficaz à implementação desse instrumento no contexto da estrutura da administração federal deve ser objeto de discussão durante a escolha do método a ser utilizado para a AS do PPA. Tendo como referência a avaliação das experiências internacionais de AS, que apontam a atividade de coordenação como a de maior dificuldade para a efetiva implementação da avaliação, é importante que esse aspecto mereça também a necessária atenção na experiência brasileira. Nesse sentido, como o PPA é um documento que envolve diferentes ministérios setoriais e outras instâncias do Governo Federal, é importante que o MP assuma papel de coordenação do processo, articulando as diferentes instituições que deverão ser envolvidas no exercício de planejamento. Nesse processo, e no que diz respeito à aplicação da AS, a maior responsabilidade do MP será definir o método a ser utilizado. Nesse sentido, o que foi trabalhado no contexto do presente Estudo é um passo significativo na consecução desse objetivo. Definido o método, o segundo momento será o repasse desse método aos demais órgãos da administração pública federal envolvidos no processo de construção do PPA, de forma a que seja aplicado na formulação das propostas de investimentos que cada área setorial vier a preparar. A relevância do papel de coordenação se dará quando da organização das carteiras de investimentos, considerando dois componentes. O primeiro diz respeito aos recortes territoriais que serão utilizados como referência para a montagem das carteiras de investimento. É importante que tais recortes sejam adotados de forma semelhante pelos diferentes setores da administração pública federal no que tange a obedecer às mesmas diretrizes estratégicas e aos mesmos indicadores que caracterizarão o estado atual do território (baseline) e os níveis de sustentabilidade no curto, médio e longo prazo. O segundo componente refere-se à importância de que essas carteiras tenham, em primeiro lugar, consistência interna nos
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diferentes recortes territoriais adotados e, em segundo lugar, compatibilidade entre esses recortes. Se esse exercício de consistência e de compatibilização não for desempenhado pelo MP, o resultado pode ser o desenvolvimento e a proposição de carteiras de investimento que não convirjam em objetivos e metas e que, conseqüentemente, venham a ter sua sustentabilidade comprometida. Por fim, o terceiro e fundamental papel da ação de coordenação a ser exercida pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão diz respeito à definição de um conjunto de diretrizes de sustentabilidade que deverão nortear a construção das carteiras de investimento e seus agrupamentos de projetos. Se a sustentabilidade é um objetivo a se alcançar e não mera retórica, é necessário que a carteira de investimentos tenha por orientação diretrizes e critérios que garantam uma visão de futuro distinta daquela que vem sendo a referência para o desenvolvimento. O conjunto de etapas que segue representa um modelo ideal da AS e, nesse sentido, nem todas serão desenvolvidas na aplicação do método de AS no contexto do Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento, tendo em vista as condições de exeqüibilidade em função da disponibilidade de tempo e da complexidade da etapa, vis-à-vis o atual estágio de implementação da AS. Identificação dos objetivos da ação de intervenção, das diretrizes e dos indicadores que serão utilizados na AS A identificação dos objetivos define o quadro de referência para todo o processo de desenvolvimento territorial. Estabelece, também, a forma como será conduzida, por exemplo, no que se refere à realização de consultas aos atores locais. Objetivos da ação de intervenção
O objetivo da ação de intervenção é seu propósito, ou seja, o que ela visa atingir; define uma direção desejada de mudança. Uma clara identificação dos objetivos é aspecto fundamental para assegurar que a ação de intervenção seja implementada na direção em que ela foi pensada e de forma que seja compatível com outras ações sobre o território em questão. Todas as intervenções devem ter seus objetivos claramente identificados. No entanto, isso nem sempre ocorre na prática. Se os objetivos não estão claros ou se são considerados implícitos em uma intervenção ou em seu processo
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de planejamento, é papel da avaliação torná-los explícitos. Essa atividade assume papel relevante por tornar possível que a ação de intervenção seja examinada quanto ao que se quer alcançar com sua implementação no domínio econômico, no social, no ambiental e no institucional. Diretrizes e indicadores da AS
A escolha das diretrizes representa aspecto de fundamental relevância para a identificação da ação de intervenção a ser implementada (e as alternativas a serem consideradas), pois estabelecem os elementos e critérios que diferenciarão, por exemplo, um mero crescimento de um desenvolvimento em bases sustentáveis. As escolhas são influenciadas em primeira instância pelos seguintes fatores: a. leis, regulamentos e padrões ambientais; b. objetivos das políticas ambiental, social e econômica; c. consulta ao público; d. decisões anteriores ou posicionamento de grupos relevantes. As diretrizes podem adotar uma visão socioeconômica para o território ou assumir uma visão mais ampla, que incorpore aspectos ambientais, políticos, culturais e institucionais. Podem, ainda, ser orientadas por assuntos setoriais (energia, transporte, cultura), disciplinares (demografia, biologia ou geografia) ou podem ser cross cutting, de forma a ter uma perspectiva mais abrangente na identificação da ação de intervenção a ser implementada. É ilustrativa a apresentação das diretrizes adotadas pelo UK Local Government Management Board, listadas a seguir: ¾¾os recursos são utilizados de forma eficiente e os resíduos são minimizados por ciclos fechados; ¾¾a poluição é limitada em níveis em que os sistemas naturais podem suportar sem danos; ¾¾a diversidade da natureza é valorada e protegida;
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¾¾as necessidades locais são atendidas localmente; ¾¾todos têm acesso à boa alimentação, água, abrigo e combustíveis a custos aceitáveis e suportáveis; ¾¾todos têm oportunidade de acesso a empregos em uma economia diversificada; ¾¾a saúde das pessoas é protegida mediante a criação de um ambiente seguro, limpo e agradável e por serviços de saúde; ¾¾o acesso a serviços, bens e outras pessoas não é alcançado às expensas do ambiente ou limitado àqueles que possuem carro; ¾¾as pessoas vivem sem medo de violência, crimes ou perseguições; ¾¾todos têm acesso aos instrumentos, conhecimentos e informações necessárias para poderem exercer plenamente seus papéis na sociedade; ¾¾a comunidade pode participar do processo de tomada de decisão; ¾¾oportunidades para cultura, diversão e recreação estão disponíveis para todos; ¾¾locais, espaços e objetos combinam sentido e beleza com utilidade. Os assentamentos são humanos em escala e forma. Diversidade e distintividade local são valorizadas e protegidas. A título de oferecer visão mais detalhada de um conjunto de diretrizes de sustentabilidade, com a especificação dos critérios que balizam a tomada de decisão e dos indicadores utilizados, foi apresentada como Anexo uma tabela que mostra como esse item do procedimento de AS é tratado pelo governo inglês (Anexo III)10 . Para a mensuração dos impactos relativos às diferentes ações de intervenção a serem avaliadas, utilizam-se indicadores - ambientais ou de sustentabilidade (que inclui os econômicos e os sociais). Como é impossível medir e prever todos os impactos de uma ação de intervenção, indicadores são usados para representar o estado do e os impactos sobre os diferentes aspectos 10 Sustainability Appraisal of Regional Spatial Strategies and Local Development Documents – Guidance for Regional Planning Bodies and Local Planning Authorities. Office of the Deputy Prime Minister: London, November 2005.
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do ambiente. Por exemplo, podem ser usados para medir as condições do ambiente inicial, sem nenhuma intervenção, prever impactos, comparar alternativas e monitorar a implementação da ação de intervenção. Alguns aspectos relevantes surgem no processo de escolha de indicadores. Primeiro: não existe acordo sobre quais são os indicadores aceitáveis. Diferentes organizações adotam diferentes indicadores. Segundo: indicadores podem ser de três tipos, tendo em vista o método SPIR: i) de estado, que descrevem o estado do ambiente (níveis de poluição de um determinado corpo hídrico); ii) de pressão, que descrevem pressões sobre o ambiente (despejo de poluentes); e iii) de resposta, que medem as respostas às pressões ambientais (percentagem de automóveis com conversores catalíticos). Terceiro: o número de indicadores é importante, pois quanto mais indicadores forem utilizados, mais completa será a Avaliação Estratégica. Da mesma forma, maior será o tempo e o volume de recursos necessários para sua realização. Quarto: alguns indicadores podem ser medidos facilmente, enquanto outros não. A discussão detalhada sobre os indicadores a serem adotados pelo método de AS como instrumento de caracterização do estado do ambiente e como elemento de aferição da sustentabilidade será feita adiante, ao serem discutidos os indicadores de sustentabilidade. Elaboração do baseline
Esta etapa tem por objetivo fazer uma caracterização da situação do território. É importante que os problemas existentes no território sob intervenção sejam identificados11 nos diferentes domínios: ambiental, social, econômico e institucional. Deverão ser verificados elementos e/ou ações que estão provocando problemas e quais são as possíveis soluções, tendo por objetivo a sustentabilidade12 . Outro aspecto incluído nesta etapa é a identificação dos objetivos da ação de intervenção e as diretrizes e indicadores correspondentes que servirão de referência para a AS. Por fim, deve ser realizada, sempre que possível, consulta à população residente no território, a fim de identificar suas demandas e expectativas, e coletar as informações que detêm em função da vivência naquele território. 11 No contexto do método SPIR (State, Pressure, Impact and Response), desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente(PNUMA), esse momento corresponde ao S (State), ou seja, um diagnóstico do que existe no território que sofrerá ação de intervenção. É importante ter presente que o método SPIR se aplica à AS, aspecto a ser identificado no desenvolvimento deste capítulo e também nos que o seguem. 12 O P do método SPIR
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Essa caracterização tem por propósito servir como base para as etapas subseqüentes da AS. Definição de âmbito
Tal ação tem por objetivo definir a dimensão territorial a ser considerada no processo de AS. A boa prática sugere que seja respeitada a hierarquia adotada em processos de planejamento: inicia-se nos níveis mais gerais e vai, progressivamente, descendo para os níveis mais específicos. Ou seja, do nível nacional para o local, passando pelas dimensões regional, mesorregional e estadual. Identificação e consulta a atores sociais relevantes
Esta etapa atende a dois propósitos. Objetiva, primeiramente, obter informações que são do conhecimento das populações e dos indivíduos que habitam os locais onde as ações de intervenção serão implantadas. São conhecimentos adquiridos no decorrer da vida desses indivíduos e que têm a propriedade de agregar as diferentes dimensões que traduzem o comportamento e a dinâmica socioeconômica e ambiental em nível regional, mesorregional ou local. Integram as diferentes dimensões do ambiente de maneira que as pesquisas de natureza disciplinar, limitadas ao curto prazo, não têm possibilidade de apropriar. O segundo propósito, que reforça a importância da consulta à sociedade na definição de uma estratégia de desenvolvimento territorial, é a natureza de transparência e de participação que essa consulta introduz ao processo de tomada de decisão. Isso é fundamental, uma vez que a participação da sociedade na elaboração de uma ação de intervenção em um dado território representará, no futuro, elemento fortemente facilitador para seu processo de implementação. Em resumo, a consulta a atores relevantes na elaboração de uma estratégia de desenvolvimento territorial é elemento que oferece as seguintes oportunidades: ¾¾permite a revisão da ação de intervenção pela sociedade; ¾¾identifica preocupações do público; ¾¾solicita novas idéias para alternativas e para medidas mitigadoras;
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¾¾checa a acuidade da ação de intervenção; ¾¾partilha expertise; ¾¾busca alcançar aceitabilidade para a ação de intervenção antes que ela seja adotada; e ¾¾cria condições para que a ação de intervenção seja implementada. Coleta de informações de base
A etapa do baseline refere-se à coleta de todas as informações disponíveis e que possam ser relevantes para a compreensão da estrutura do sistema territorial e seu funcionamento. Nos casos mais comuns, consideram-se quatro subsistemas: a. o território e seus recursos naturais; b. a população e suas atividades de produção, consumo e relações sociais; c. os assentamentos urbanos e sua infra-estrutura; d. o marco legal que rege e administra as regras de funcionamento das dimensões econômica, social,ambiental, política e institucional. No que diz respeito às fontes de dados, as coletas devem incluir os seguintes documentos: ¾¾relatórios do estado do ambiente disponíveis; ¾¾políticas, planos, programas e projetos de âmbito federal, estadual e municipal (públicos e privados) na área de influência da ação de intervenção; ¾¾estudos, diagnósticos e levantamentos desenvolvidos sobre o território de influência da ação de intervenção; ¾¾projetos já implantados no território de influência da ação de intervenção;
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Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
¾¾auditorias e Estudos de Impactos Ambientais realizados no território de influência da ação de intervenção; ¾¾informações sobre Agendas Ambientais Locais; e ¾¾indicadores e metas ambientais – local, regional, nacional. Descrevendo o ambiente: restrições e potencialidades
Esta atividade tem por objetivo descrever o ambiente onde a ação de intervenção será implantada, com o propósito de identificar as restrições que podem afetá-lo e contribuir para o processo de escolha dos objetivos do processo de desenvolvimento territorial, bem como as diretrizes e indicadores que serão adotados na AS. O propósito é identificar um baseline ambiental e de sustentabilidade a partir do qual os impactos futuros podem ser medidos. Envolve a descrição do ambiente hoje e o desenvolvimento de um cenário tendencial para o futuro, sem a ação de intervenção. O nível de detalhamento e quantificação do baseline vai depender da dimensão do território em consideração – nacional, regional, mesorregional ou local -, do nível da ação de intervenção – o que se está considerando é uma política, um plano, um programa ou um projeto - e da disponibilidade de dados adequados. No que se refere ao cenário de futuro, sem considerar a implantação da ação de intervenção – o cenário tendencial –, é importante ter em conta que as condições ambientais, sociais e econômicas estão constantemente mudando, de forma que a descrição do baseline deve igualmente indicar tendências e fazer projeções sobre as futuras condições ambientais. Isso permitirá que a avaliação inclua uma comparação dos impactos futuros, tendo em vista um cenário de não-intervenção. Geração de Alternativas
Identificação de alternativas que atendam a todos os objetivos previstos, mas que sejam as mais sustentáveis possíveis. Na medida em que uma ação de intervenção é avaliada, as alternativas a serem desenvolvidas podem incluir modificações nelas mesmas e em outras ações de intervenção já implantadas e/ou propostas para a mesma área, ou a proposição de novas alternativas. Deve existir uma articulação/ complementaridade entre as possíveis alternativas. Por exemplo, uma proposta de
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Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
atender certa demanda – por energia, água, transporte – pode ser resolvida com uma redução do consumo e não apenas com o aumento da oferta. Em alguns casos, uma alternativa será claramente melhor que as outras, mas, em muitos casos, grande número de alternativas poderá ser considerado, inclusive a não-intervenção. Uma fonte para a identificação de alternativas é a realização de consulta ao público. Em particular, isso identificará a opção local mais favorável e/ou desejável do ponto de vista da população que reside no território sob intervenção. Análise de compatibilidade e de consistência
Essa etapa compreenderá duas atividades: a. verificar se a ação de intervenção e suas alternativas são compatíveis com outras ações existentes ou previstas; b. assegurar que elas sejam internamente consistentes. Análise de compatibilidade
As alternativas para a ação de intervenção devem ser testadas/verificadas vis-à-vis outros fatores para assegurar compatibilidade. Esses outros fatores podem incluir legislações e normas relativas à questão ambiental, uso da terra, questões sociais, econômicas, de saúde e de eqüidade. Embora esse processo não represente exatamente uma avaliação ambiental, tem o propósito de assegurar que nenhuma ou poucas contradições existam entre a ação proposta e aspectos de natureza social, legal, ambiental, político, dentre outros, e que uma perspectiva cross cutting será mantida. A etapa começa com a listagem de outras ações implantadas ou previstas, testando se são compatíveis com a ação em análise/avaliação. Um exemplo parcial de uma análise de compatibilidade é mostrado na Tabela 7.1. O nível de compatibilidade é mensurado a partir de uma escala que varia de +3 a -3, sendo +3 quando ações de um determinado setor dão suporte ao desenvolvimento da ação de intervenção proposta; 0, quando há relação de indiferença entre as ações; e -3, quando ações de um determinado setor limitam o desenvolvimento da ação de intervenção proposta.
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Tabela 7.1 – Matriz de Análise de Compatibilidade OUTRAS AÇÕES (Considerando uma perspectiva setorial) Elementos da ação de intervenção proposta
Energia
Transporte
Agricultura
Extração e Processamento Mineral
Gestão do Lixo
Recreação e Turismo
Construção de uma hidrelétrica
+3
+1
-2
0
+2
+2
Construção de uma linha de transmissão
+3
-2
+1
0
+2
0
Implantação de um polo de turismo
0
+3
+2
-2
-3
+3
Esse exercício, porém, é apenas o primeiro da etapa de análise de compatibilidade. Muito mais importante será a mudança da ação de intervenção, quando forem identificadas incompatibilidades. Em muitos casos, a ação de intervenção que está sendo avaliada precisa ser mudada. Por exemplo, um plano local pode não estar de acordo com uma recente política governamental de âmbito nacional e precisa, portanto, ser alterado. No contexto da maioria das avaliações, o método utilizado para a análise de compatibilidade é o do julgamento por especialistas. Essa análise compreende a realização de reuniões com as autoridades responsáveis pelas outras ações de forma a assegurar que elas estão sendo interpretadas corretamente. Quando não for possível a realização dessas reuniões, uma forma mais rápida, contudo menos abrangente, de se desenvolver essa análise será mediante a realização de mesas redondas com atores relevantes. Análise de consistência
A análise de consistência visa assegurar que todas as partes da ação de intervenção conduzam a uma mesma direção e que seus subcomponentes estão todos direcionados, visando ao alcance dos objetivos previstos. Para a análise de consistência, as seguintes técnicas são utilizadas: 1. Matrizes contendo o(s) objetivo(s) da ação de intervenção versus seus subcomponentes; ou os subcomponentes da ação de intervenção versus eles mesmos, o que permite identificar subcomponentes que não estão compatíveis com os objetivos bem como as inconsistências entre os subcomponentes.
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Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
2. Tabelas apresentando os objetivos da ação de intervenção versus as diferentes ações (políticas específicas, planos e programas) estabelecidas com o propósito de atingir esses objetivos. Avaliação e seleção da(s) alternativa(s)
Nesta etapa, avalia-se o comportamento de cada uma das alternativas geradas em relação às diretrizes e indicadores adotados, tendo por propósito selecionar a melhor. Compreende dois exercícios: a identificação e a avaliação dos impactos. O primeiro envolve o procedimento de prever que diferença existirá no futuro entre uma situação em que a ação de intervenção não é implementada (o baseline projetado para o futuro – o comportamento tendencial) e a outra situação com a implementação da referida ação, tendo por referência as diretrizes e os indicadores estabelecidos anteriormente. O segundo exercício tem por propósito determinar se as mudanças introduzidas no território com a implementação da ação de intervenção são aceitáveis e, caso diferentes alternativas estejam sendo consideradas, qual delas é a melhor, sob uma perspectiva de sustentabilidade. Identificação de impactos
O principal objetivo dessa etapa é apontar problemas com a ação de intervenção proposta de forma a mapear quais as mudanças acontecerão no território. Na dimensão ambiental, uma vantagem particular da identificação de impactos em um processo de desenvolvimento territorial é a possibilidade de considerar questões que não podem ser cobertas de forma efetiva nos estudos de impacto ambiental no âmbito de projetos, como os impactos cumulativos e indiretos. A técnica usualmente utilizada para a identificação de impactos é uma matriz que liste os componentes da ação de intervenção proposta em um eixo e os indicadores ambientais e de sustentabilidade no outro eixo; a célula da matriz descreve o impacto do componente, considerando os indicadores adotados e utilizando símbolos, cores, números ou texto. De maneira semelhante, diferentes alternativas podem ser comparadas por meio de uma matriz onde as alternativas são dispostas em um eixo, os indicadores ambientais no outro eixo e os impactos das diferentes alternativas sobre os indicadores escolhidos são apontados nas células da matriz. Caso exista disponibilidade de dados, métodos mais quantitativos podem ser utilizados, como os sistemas
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especialistas (modelagem)13. Dentre outras técnicas que também podem ser utilizadas para a identificação de impactos, está o sistema de informação geográfica e mapas. Avaliação de impactos
Avaliação de impactos consiste em considerar se os possíveis futuros impactos da ação são aceitáveis, com base em fatores como compatibilidade com normas e regulações existentes, os objetivos da própria ação, questões como sustentabilidade ou capacidade de suporte, eqüidade, opinião pública e outras. A avaliação de impactos é normalmente realizada mediante julgamento de especialistas, como parte integrante do processo político de tomada de decisão. Contudo, pode igualmente envolver métodos mais (pseudo) quantitativos, tais como análise multicritério, avaliação de vulnerabilidade, índices agregados, análise custo-benefício e outras técnicas de valoração econômica. No entanto, dada a complexidade dessas técnicas, ausência de transparência e uso bastante limitado, elas são consideradas úteis em um número limitado de situações. Análise de informação
Identificados os impactos das diferentes alternativas, essa informação deve ser usada para a escolha das opções construídas na avaliação. Compreende processo complexo de negociação e de compromisso entre opções ambientais, sociais, custos etc. Envolve incertezas, visto que a precisão entre o nível estratégico e o nível de realização (o nível do projeto) é parcialmente previsível. É fundamental que a avaliação inclua em seu relatório uma análise de decisão como elemento de auxílio para o processo de tomada de decisão a ser desenvolvido no futuro. Instrumentalização da alternativa selecionada
Compreende a atividade de expressar a alternativa selecionada de forma que permita sua implementação. Trata-se de descrever o que deve ser evitado, o que deve ser feito, por quem, como e quando. Significa apresentar as propostas em formato de instrumentos, considerando: 13 Mais adiante, será considerada a utilização de uma ferramenta de modelagem para a identificação e a avaliação de impactos.
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Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
a. normas reguladoras do uso do solo, regulamentos e procedimentos; b. planos; c. programas ou conjunto de projetos orientados para um mesmo objetivo; d. projetos; e. ações não-territoriais; f. programa para implementação; g. procedimentos para monitorar a implementação. Execução, Fiscalização e Monitoramento
Esta etapa consiste na passagem para uma fase executiva, em que se materializam as propostas feitas nas etapas anteriores e são estabelecidos mecanismos para controlar a execução. A atividade de monitoramento divide-se em duas: a. monitoramento da implementação: aferir se a ação de intervenção foi implementada de acordo com o que foi aprovado; b. monitoramento dos impactos: comparar os resultados da implementação da ação e de seus impactos. Método de AS para o Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Tendo em vista restrições decorrentes principalmente da disponibilidade de tempo, somente algumas das oito etapas da AS incluídas no modelo apresentado serão implementadas no âmbito deste Estudo. A Figura 7.1 explicita que etapas serão realizadas, bem como informa sobre atores envolvidos e suas responsabilidades. A disposição das etapas da AS em duas colunas segue a mesma lógica apresentada pelas Figuras 2.1 e 2.2 que relacionam a formulação de PPP e AS. Nesse sentido, o Módulo 7 (Avaliação de Sustentabilidade dos Agrupamentos de Projetos) do Estudo assumiu responsabilidades sobre a execução de algumas das etapas da
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Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
coluna Equipe de AS (em amarelo). A participação do Módulo 3 (Regiões de Referência) na etapa 1.2 decorre da caracterização que este Módulo fez das sub-regiões de planejamento. Essa caracterização contribuiu para a descrição das restrições e potencialidades do território em análise. Figura 7.1 – Etapas da Avaliação de Sustentabilidade
Equipe de Planejamento
Equipe de Avaliação de Sustentabilidade
1.1 Objetivos da ação de intervenção
1.2 Diretrizes e indicadores da AS 2.1 Definição do âmbito 2.2 Identificação e consulta a atores sociais relevantes 2.3 Coleta das informações de base 2.4 Descrevendo o ambiente: restrições e potencialidades
3a Geração de alternativas
3b Identificação de mais alternativas 4.1 Análise de compatibilidade 4.2 Análise de Consistência 5.1 Identificação de impactos 5.2 Avaliação de impactos
6 Análise da informação 7 Instrumentalização da alternativa selecionada 8a Execução, fiscalização e monitoramento
8b Monitoramento
Legenda de responsabilidades Módulo 7
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Módulo 5
Etapa não implementada no âmbito deste Estudo
Módulo 3
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Por outro lado, as etapas referentes à Equipe de Planejamento estão sob responsabilidade do Módulo 5 – Carteira de Investimentos (em alaranjado), bem como do MP (em verde). As etapas cuja implementação está limitada, no âmbito deste Estudo, estão apresentadas e alocadas às equipes responsáveis. Desta forma, a implementação futura de processos de AS de PPP poderão ser orientadas pela Figura 7.1. Apropriação institucional do método de AS
Após a conclusão deste Estudo, é de fundamental importância a forma como se dará a apropriação da AS pelas instituições governamentais que deverão ser envolvidas em sua realização. É importante, também, ter em conta que, no processo de implementação da AS, os diferentes níveis da Federação deverão ser considerados e integrados. Outro ator a ser envolvido é a sociedade, mediante processo de consulta, que deverá ser desenvolvido considerando dois aspectos. O primeiro diz respeito à identificação das representações da sociedade a serem consideradas nas consultas, de forma a alcançar maior legitimidade e representatividade. O segundo refere-se aos métodos e procedimentos que deverão ser utilizados para a realização das consultas, de maneira a evitar manipulações e bias. A Figura a seguir fornece uma orientação nesse sentido, realçando o papel central de coordenação do processo a ser desenvolvido pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP).
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Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Figura 7.2 - Esquema de implementação da Avaliação de Sustentabilidade
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8. INDICADORES PARA A AVALIAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE É importante construir um número de indicadores de sustentabilidade com informação suficiente para prover um quadro claro sobre a contribuição de uma dada dimensão para a sustentabilidade de per se e na performance das demais dimensões (CSD, 1995). Existe uma dificuldade/limitação operacional no uso de indicadores para a AS relacionada basicamente à disponibilidade de informações na escala desejável. Ainda não está sendo produzido para o Brasil em todas as escalas quadro de indicadores que refletissem, por exemplo, a base econômica de um determinado território, seu nível de dependência, o potencial e consumo energético, os padrões de produção e consumo, inclusive intermediário, a produtividade do setor industrial, o nível de capacitação e estruturação do sistema de pesquisa e desenvolvimento, a infra-estrutura de comunicações e de transportes etc. Na medida em que a regionalização proposta no contexto do trabalho desenvolvido pelo CGEE para o Ministério do Planejamento adota a escala da microrregião, os indicadores deveriam estar disponíveis para a escala municipal e contemplar pelo menos dois pontos distintos no tempo, com intervalo mínimo de cinco anos, de maneira a estabelecer uma tendência. Entretanto, o fato é que no Brasil o conjunto de variáveis disponíveis para construção de indicadores diminui na medida em que diminuem as escalas. Assim, para utilizar dos indicadores hoje existentes no país, é interessante preservar a escala estadual na AS, seja pela importância das informações disponíveis apenas nessa escala, seja pela necessária consideração das implicações de política governamental, nas quais os estados detêm prerrogativas de decisão. Para outros recortes, macro ou micro, o que deverá ser utilizado são procedimentos de natureza qualitativa, em que o comportamento das variáveis econômica, social, ambiental e institucional deverá ser trabalhado por parâmetros qualitativos, a exemplo de reuniões de especialistas com o uso da análise multicritério. A Dimensão Ambiental
A escolha dos indicadores que comporão o subíndice ambiental baseou-se em uma série de questões pertinentes ao cenário brasileiro. Existe no país
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Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
grande lacuna na coleta e sistematização de dados ambientais, tanto por parte das instituições tradicionais de pesquisa, como o IBGE, quanto por parte dos órgãos ambientais em nível federal e estadual. Ao mesmo tempo, com suas proporções continentais, o país apresenta diversidade física, biológica e socioeconômica que resulta em diversidade ímpar de ecossistemas com diferentes graus de preservação ambiental. O conjunto de indicadores escolhidos deve refletir a condição ambiental das diferentes regiões e seus mosaicos ambientais. Na primeira etapa do Estudo, optou-se por indicadores de natureza simples e generalista que pudessem representar aspectos fundamentais da qualidade do meio-ambiente, aplicáveis a todo o território brasileiro. A escolha recaiu sobre três indicadores de estado: cobertura vegetal remanescente, quantidade de água na bacia e biodiversidade (ecorregião). Dois indicadores de pressão, na forma de grau de antropismo e qualidade da água. E por fim um indicador de qualidade ambiental que agrega parâmetros relativos à poluição do ar e da água, na forma de incidência de doenças de veiculação hídrica e doenças respiratórias. Um importante critério para definição desses parâmetros foi a disponibilidade de dados. Antecedentes
A seleção dos indicadores baseou-se em experiências de construção de índices já bem consolidados no cenário internacional e na atual proposta de indicadores de sustentabilidade do IBGE. Tabela 8.1 - Indicadores ambientais selecionados Parâmetro
Indicador
Indicador Suplementar
Cobertura Vegetal
Área remanescente de cobertura vegetal/ área total
Uso da terra
Grau de antropismo. Área antropizada/ área total
desertificação
Recursos Hídricos
Vazão de água na região de foz da bacia hidrográfica
qualidade de água nas principais bacias classe 3
Biodiversidade
Ecorregião dominante e criticidade de sua conservação
Saúde Ambiental
Incidência de doenças de veiculação hídrica e doenças respiratórias
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Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
A Dimensão Econômica
Indicadores econômicos de sustentabilidade: quadro de referência Os indicadores, nesta dimensão mais do que em outras, deveriam refletir tendências a fim de possibilitar a previsão do seu comportamento no tempo e, no caso dos projetos, avaliarem a sustentabilidade no horizonte programado. Por conseguinte, privilegiaram-se os indicadores de fluxo e de estoque referentes ao desempenho econômico, comércio, estado financeiro, consumo de materiais, consumo de energia, geração e gestão de lixo e transporte. Tabela 8.2 - Indicadores econômicos selecionados Tema
Indicador
Renda
PIB per capita
Emprego
Número de assalariados em relação à PEA
Uso de Energia
Consumo anual de energia per capita
Transporte
Densidade da rede de transportes
Capacitação
Percentual de pessoal de nível médio na Força de Trabalho
A Dimensão Social
O debate sobre as dimensões ecológicas e sociais do crescimento econômico e do processo de desenvolvimento – tendo como alguns dos seus marcos principais as contribuições de IGNACY SACHS, a partir do conceito do ecodesenvolvimento, e da Conferência de Cocoyoc (México, 1974), desenvolvido na década de 1970 – colocou a temática da qualidade de vida em evidência. Até então, prevaleciam correntes economicistas que analisavam o desenvolvimento das nações pela evolução do PIB. Questões decisivas como a desigualdade na distribuição da riqueza produzida, o grau de satisfação das necessidades básicas das populações e o nível de bem-estar deflagraram a necessidade de outros instrumentos de análise que pudessem direcionar com maior precisão o planejamento e a gestão territorial. É necessário considerar indicadores que expressem as condições presentes, resultantes de esforços realizados no passado, mas, sobretudo, privilegiar aqueles que indiquem a vigência de pré-condições que favoreçam um desenvolvimento futuro mais eqüitativo do ponto de vista social e menos desigual do ponto de vista regional, sobretudo face ao objetivo de construir um sistema de avaliação da capacidade de certos conjuntos de projetos contribuírem para
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Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
a sustentabilidade do desenvolvimento de determinadas formações sociais (especialmente municípios e regiões). Antecedentes
Para a seleção de indicadores para AS, no que se refere à dimensão social, foram selecionadas e pesquisadas iniciativas nesse campo, visando à construção de sistemas de indicadores. Esses antecedentes envolveram duas experiências realizadas no país e duas internacionais, a saber: a. Organização das Nações Unidas (ONU), disponível no site www.un.org/esa/sustedev/publications/indisd-mg2001.pdf; b. International Institute for Sustainability Development (IISD), disponível no site www.iisd.org; c. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em Indicadores de Desenvolvimento Sustentável: Brasil 2004; d. Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP), em Indicadores Ambientais da Cidade do Rio de Janeiro: Brasil 2005. Dentre os critérios de seleção adotados, considerou-se que não se tratava necessariamente de construir novos indicadores. Mais importante seria garantir a operacionalização da metodologia que se pretendia construir, extraindo o que fosse possível da logística, base de dados e indicadores já disponíveis. Adicionalmente, consideraram-se também alguns dos critérios que JANNUZI (2002) recomenda em seu checklist para escolha do indicador social na pesquisa acadêmica ou na formulação de políticas. Ou seja, os indicadores selecionados deveriam ser: (I) confiáveis como parâmetro para comparações inter-regionais; (II) sensíveis em relação a esforços de políticas sociais; (III) adequados quanto à periodicidade com que é produzido; (IV) desagregáveis em relação a segmentos espaciais e sociais; (V) comparáveis no tempo; e (VI) comunicáveis e relevantes.
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Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Tabela 8.3 - Indicadores sociais selecionados Tema
Indicador
Eqüidade
Índice de Gini de desigualdade de renda
Saúde
Esperança de vida ao nascer
Educação
Taxa de conclusão do primeiro grau
Habitação
Porcentagem de domicílios com banheiro e água encanada
População
Taxa de crescimento populacional
A Dimensão Institucional
O papel das instituições no desenvolvimento vem sendo valorizado desde o fim da década de 1990. Vários trabalhos podem ser citados (Banco Mundial, 1998; North, 1990, 1994; Aron, 2000). De modo geral, a literatura examina o papel das organizações públicas e privadas, assim como o desempenho das instituições no desenvolvimento dos países. Desde o final da década de 1980, a ONU produz reflexões e recomendações que relacionam o desenvolvimento efetivo a aspectos institucionais como: democracia, cidadania, direitos humanos, transparência nas ações de governo, participação continuada dos governados nos processos decisórios sobre seus locais de vida etc. Na literatura da Ciência Política, tais aspectos estão referidos em estudos sobre desenvolvimento institucional, capital social e cultura cívica, sobre governança, alternativas para o desenvolvimento e bom governo e sobre capacitação e empowerment (R. PUTNAM et al; J.FRIEDMANN, A. KAPLAN, E. TEIXEIRA. M.G. GOHN, M.C. ARAÚJO, dentre outros). Nesse contexto, a fragilidade institucional pode ser causa geradora de insustentabilidade, acarretando degradação ambiental e humana, com perdas de capital natural, elevados custos de transação e reduzida valorização do capital humano. Por outro lado, densidade institucional e diversidade de instrumentos como ordenamento territorial, de articulação institucional, regulação ambiental e descentralização/participação indicam o potencial de interações entre os cidadãos, suas instituições e suas implicações no presente e para o futuro. Quanto maiores a densidade e a diversidade, maiores as chances de coesão institucional. A idéia geral é contemplar as diferenças potenciais de organização interna dos municípios e sua capacidade associativa na solução de problemas.
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Coesão institucional: definição
É a capacidade político-organizacional das populações de criar e mobilizar esforços coletivos para realizar, participar ou mesmo obstar projetos de desenvolvimento. Todo plano ou programa se realiza no território e é do território que partem as reações, resistências, cooperações, coalizões temporárias ou estáveis que os viabilizam. Elementos de coesão institucional
a. vida associativa: número e espécie de associações e quantidade de associados; b. existência de conselhos, comitês e correlatos; c. alianças e consórcios entre associações civis e instâncias de governo e entre ambas; d. coerência entre objetivos e diretrizes institucionais propostos e a situação real de qualidade de vida. Tabela 8.4 - Indicadores institucionais selecionados Tema
Indicador
Acesso à Informação
Número de rádios, jornais ou acesso à internet por 1000 habitantes
Infra-Estrutura de Comunicação
Telefones fixos ou celulares por 1000 habitantes
Vida Associativa
Número e diversidade de associações civis
Articulação para a qualidade de vida
Consórcios intermunicipais em educação, saúde e meio-ambiente
Instâncias efetivas de negociação de conflitos
Judiciário local; Ministério Público; ocorrências policiais?
Parcerias público-privadas
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9. A FERRAMENTA PARA IDENTIFICAÇÃO DE IMPACTOS Há importantes experiências de desenvolvimento de ferramentas para AS: Ecological Footprint Method (Wackernagel & Rees, 1996); Dashboard of Sustainability (Hardi, 2000); Barometer of Sustainability (Prescott-Allen, 1999). O Dashboard of Sustainability, ou Painel de Controle da Sustentabilidade, foi desenvolvido pelo Consultative Group on Sustainable Development Indicators (CGSDI), grupo de trabalho formado por diversas instituições na internet e cuja coordenação está sob a responsabilidade do International Institute for Sustainable Development (IISD), localizado no Canadá. Esse instituto é a principal fonte de informações atuais sobre o Dashboard of Sustainability e coordena o desenvolvimento do sistema. O sistema utilizava três das dimensões do desenvolvimento sustentável - meio-ambiente, sociedade e economia - para calcular um índice final de sustentabilidade. Sua principal vantagem é a apresentação visual, em que cada uma dessas dimensões tem seu desempenho individualmente avaliado por meio de mostradores, como em um painel de um veículo. A ferramenta funciona com uma escala de cores, que vai do vermelho ao verde, e utiliza nove faixas de sustentabilidade. O índice é calculado em um sistema informatizado em que o usuário entra com os dados quantitativos e o sistema calcula o grau de sustentabilidade daquela dimensão. Além disso, se um indicador excede um ponto considerado crítico, o sistema aciona um alerta, indicando necessidade de maior atenção para aquele parâmetro. Recentemente, por recomendação da Comissão de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, a ferramenta passou a incluir, também, a dimensão institucional, compondo quatro dimensões de indicadores. O Dashboard é, atualmente, aplicado na avaliação de mais de 200 países, tendo sido apresentado na conferência Rio +10, em Johanesburgo. Segundo seus autores, a ferramenta tem a vantagem de ser de fácil cálculo (médias aritméticas e ponderadas simples) e de permitir ao usuário definir os pesos da análise, sendo aplicável em situações diversas. Outras vantagens dizem respeito à maior sensibilidade para identificar mudanças ao longo do tempo e simplicidade na apresentação dos resultados. Devido à apresentação
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Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
visual e relativa facilidade de cálculo, a ferramenta Dashboard of Sustainability (http://esl.jrc.it/envind/dashbords.htm) foi utilizada na avaliação preliminar de sustentabilidade, neste Estudo. O Painel de Controle da Sustentabilidade
Existe um consenso de que é preferível medir a sustentabilidade a partir de suas dimensões. Os agrupamentos mais discutidos são (Hardi, 2000): a. Duas dimensões – bem-estar humano e bem-estar ecológico; b. Três dimensões – bem-estar humano, ecológico e econômico; c. Quatro dimensões – riqueza material e desenvolvimento econômico, eqüidade e aspectos sociais, meio-ambiente e natureza, democracia e direitos humanos. Figura 7.3: Exemplo Hipotético do Índice de Desenvolvimento Sustentável Mato Grosso do Sul Cenário pessimista
Instituições
Natureza
Índice de Equidade Ambiental
Sociedade
Economia
Espírito Santo Cenário pessimista
Instituições
Natureza
Índice de Equidade Ambiental
Sociedade
Economia
Excelente Muito bom Bom Razoável Médio Ruim Muito Ruim Séria Crítica
Cada um dos indicadores dentro dos escopos ou dimensões da sustentabilidade propostos pelo sistema pode ser avaliado tanto em termos de sustentabilidade quanto no nível do processo decisório a partir de dois elementos principais: importância e performance. A importância de um indicador é revelada pelo tamanho que ele assume frente a outros na representação visual do sistema correspondente. Já a performance do indicador é mensurada por uma escala de cores que varia do verde até o vermelho. O agrupamento dos indicadores dentro
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Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
de cada um dos escopos ou dimensões fornece a resultante ou o índice relativo da dimensão. O Painel de Controle apresenta índices agregados, mas preserva a possibilidade de analisar comparativamente cada indicador selecionado. A performance do sistema é apresentada por uma escala de cores que varia do vermelho escuro (crítico), passando pelo amarelo (médio), até o verde escuro (excelente). Inicialmente, o sistema foi operacionalizado para a comparação de países a partir de 46 indicadores que compunham as três dimensões utilizadas. Tais indicadores formam a base de dados do Consultative Group on Sustainable Development Indicators (CGSDI), que cobre aproximadamente 100 nações. Para transformar esses dados em informações, foi construído um algoritmo de agregação e de apresentação gráfica. Esse software livre14 foi desenvolvido pelo grupo consultivo e utiliza um sistema de pontos que varia entre 0 a 1.000, com os piores indicadores próximos a zero e os melhores na vizinhança do mil. Para o cálculo das cores, o programa estabelece uma escala de pontos. A distribuição dos pontos é calculada a partir da seguinte fórmula:
1000 * (x-x0)/(xn-x0) onde x é o valor a ser calculado, xn é o melhor valor e x0 o pior valor da distribuição considerada. Todos os outros valores são calculados pela interpolação linear entre esses extremos e, em alguns casos, onde não existam dados suficientes, utilizam-se esquemas de correção para garantir um número suficiente de países dentro de cada categoria de cor. Os dados referentes a cada um dos indicadores, dentro de cada uma das diferentes dimensões, são agregados, e o índice geral de sustentabilidade das três dimensões mínimas é calculado pelo algoritmo. Informações da base de dados de cada um dos países podem ser comparadas por meio de seus indicadores ou índices.
14 http://esl.jrc.it/envind/dashbrds.htm
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10. UM BREVE ROTEIRO DE APLICAÇÃO ETAPA 1: BASELINE Fazendo a coleta das informações de base
Para este Estudo, a atividade de identificação e consulta a atores sociais relevantes não foi realizada. Dentre as informações de base mais relevantes coletadas, além das estatísticas oficiais que alimentam os indicadores das quatro dimensões de sustentabilidade, vale ressaltar as diretrizes, políticas, planos e programas que integram a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR, 2005), a análise das dinâmicas territoriais que o fundamenta e as análises e diagnósticos do território, reunidas no documento Subsídios para uma Política Nacional de Ordenamento territorial (PNOT, 2007). Considerado o âmbito nacional como premissa deste trabalho, a PNDR e a PNOT são os documentos de conteúdo territorial mais relevante para a coleta de base no que tange ao item PPP – políticas, planos e programas de âmbito nacional. A caracterização dos assentamentos urbanos e sua infra-estrutura é outro aspecto relevante da atividade “Coleta das Informações de Base”, que exigiu tratamento específico dos dados disponíveis, de demanda e custos de provisão, realizados para este Estudo. Foram consideradas as cidades-pólo identificadas, preliminarmente, pela pesquisa conduzida pelo IPEA (2001), posteriormente complementadas com outras indicações apresentadas pelo Módulo de Regiões de Referência do Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento. Aplicando o Painel de Controle
No Painel de Controle, os indicadores são agrupados segundo as dimensões ambiental, econômica, social e institucional, e calculados índices para cada uma das dimensões. Tais índices são relativos à posição de cada entidade, país, região, estado ou projeto, no conjunto da distribuição. Na representação gráfica do Painel, os indicadores são representados nos setores que envolvem o círculo central do painel. Este, por sua vez, expressa o índice calculado a partir dos indicadores. A síntese dos quatro índices é o Índice de Eqüidade Ambiental (IDEA), assim batizado, pela nossa equipe, visando atender a dois propósitos. Primeiramente, para distingui-lo do índice de desenvolvimento
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Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
sustentável (IDS) já existente. Em segundo lugar, e não menos importante, para realçar o conteúdo constitucional de reduzir as desigualdades em nosso país (Art. 3o), que permeia os objetivos e diretrizes do Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento, no qual se integra a nossa contribuição. Tanto o IDEA quanto os quatro índices apontados, como também qualquer indicador levantado, serão utilizados para a análise de sustentabilidade nas unidades territoriais e nos efeitos dos agrupamentos de projetos sobre essas unidades. O indicador de sustentabilidade, denominado IDEA no presente relatório, é um indicador não-monetário composto de quatro dimensões, a saber: ambiental, econômica, social e institucional, e pode ser aplicado na avaliação de situações que requerem o uso compartilhado de recursos, assim como naquelas que envolvem a exploração de recursos na ausência de qualquer cooperação internacional ou de solidariedade federativa, fornecendo, portanto, um quadro para formular políticas em situações não-cooperativas. De fácil visualização, é compreensível para o público, pois fornece visão global da situação atual e não tem função prescritiva. Trata-se de um método operacional adequado quando se trabalha com gestão do território. Há controvérsias sobre as vantagens da agregação de indicadores. De um lado, estão aqueles que acreditam que os índices agregados ajudam a visualizar a situação geral e definir as metas para serem atingidas para o desenvolvimento sustentável. Outros acreditam que a visualização dos indicadores isolados permite maior compreensão das peculiaridades de cada região ou nação. O Painel de Controle apresenta índices agregados, mas preserva a possibilidade de analisar comparativamente cada indicador selecionado. Fazendo projeções
O programa Dashboard of Sustainabilty está integrado a outra ferramenta computacional: o IPAT-Studio15 , linguagem computacional flexível destinada à construção de cenários (prognósticos a partir de projeções do estado atual) - Scenario Scripting Language - para o desenvolvimento sustentável. Essa integração permite que os dados que compõem o Dashboard sejam trabalhados no IPAT-S e vice-versa, facilitando a análise prospectiva do território. Dessa 15 http://ipat-s.kb-creative.net/
84
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
maneira, os indicadores utilizados para a construção do Dashboard podem ser utilizados para construir projeções e permitir avaliações prospectivas. A facilidade com que é possível realizar essas operações confunde o observador leigo, acostumado a encontrar longos cenários narrativos, muitas vezes elaborados com custosas pesquisas, tais como grandes consultas Delphi. Não é esse o caso da integração Dashboard – IPAT. A análise de cenários é realizada a partir de formulações simples da lógica subjacente ao IPAT, que se baseia na equação simplificada de que: IMPACTO = PRESSÃO x AFLUÊNCIA x TECNOLOGIA
ETAPA 2: Avaliando Impactos dos Agrupamentos de Projetos Construindo a matriz de AS
A Matriz de Sustentabilidade, como foi denominada neste Estudo, procura aplicar o método SPIR (State-Pression-Impact-Response), previamente utilizado no GEOBrasil 200616 . Assim, a matriz de pressão será representada pelo Painel de Controle, enquanto a matriz de resposta o será pela Matriz de Sustentabilidade. Considerando as especificidades deste Estudo, que procura territorializar os impactos dos agrupamentos de projetos, segundo macro e sub-regiões definidas no âmbito do módulo de Regiões de Referência, bem como a intenção de utilizar o Painel de Controle como instrumento de avaliação, optou-se por sintetizar os resultados das avaliações de impacto dos agrupamentos de projetos em um conjunto de matrizes, uma para cada macrorregião. Fica, portanto, visível a incidência de cada agrupamento de projetos sobre as sub-regiões que compõem cada uma das macrorregiões. Ao final, teremos um conjunto de matrizes de fácil visualização que terá a seguinte configuração-tipo:
16 Brasil, IBAMA/PNUMA. GEOBrasil 2002. Perspectivas do Meio Ambiente no Brasil. Brasília: Ed IBAMA, 447 p.
85
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Tabela 10.1 - Matriz de Avaliação de Sustentabilidade Macrorregião “A” Agrupamento de Projetos
Agrupamento A
Agrupamento B
Indicadores de Sustentabilidade
Sub-regiões 1
2
Capacidade de Suporte
9
Qualidade de Vida
7
Potencial Econômico
9
Coesão Institucional
7
IDEA
8 1
Qualidade de Vida
1
Potencial Econômico
1 3
IDEA
1,5 3
Qualidade de Vida
1
Potencial Econômico
7 7
IDEA
4,5
4,5
Capacidade de Suporte
3
Qualidade de Vida
5
Potencial Econômico
1
Coesão Institucional
1
IDEA
Muito Alto (8 - 10)
1,5
Capacidade de Suporte
Coesão Institucional
Agrupamento D
Macrorregião
4
8
Capacidade de Suporte
Coesão Institucional
Agrupamento C
3
Alto (6 - <8)
Médio (4 - <6)
2,5
2,5
Baixo (2 - <4)
Muito Baixo (0 - <2)
A Matriz adota a mesma escala de cores do Painel de Controle, variando do verde escuro (muito alta sustentabilidade) até o vermelho escuro (muito baixa sustentabilidade). As matrizes teriam a única finalidade de permitir uma avaliação sumária e uma visualização rápida da abrangência e dos impactos prováveis dos agrupamentos de projetos sobre as macro e sub-regiões, não substituindo, portanto, o Painel de Controle, que seria realizado considerando as macrorregiões. A avaliação de impactos dos agrupamentos de projetos será realizada mediante julgamento de especialistas. A Matriz estabelece uma hierarquia entre os agrupamentos de projetos, o que facilita a tomada de decisão. Para a confecção da Matriz, é necessária a existência de informações disponíveis sobre a localização dos agrupamentos de projetos por macrorregião, bem como das suas principais características, tais como nível de investimento, insumos necessários, população envolvida, dentre outros.
86
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Analisando a Informação
Nesta etapa, a hierarquia dos agrupamentos de projetos, apresentada na Matriz de Sustentabilidade, cumpre seu papel de subsídio à tomada de decisão. A tomada de decisão pode ainda considerar os resultados da Matriz de Sustentabilidade frente ao cenário em que nenhuma ação de intervenção é realizada (cenário tendencial). A comparação entre a Matriz e o Painel de Controle permite uma avaliação conjunta das respostas dadas pelas políticas públicas frente ao baseline e ao cenário tendencial. A Figura 10.1 mostra um caso hipotético da comparação entre os resultados da Matriz e o Painel. Figura 10.1 - Diagrama de Análise da Informação
Agrupamento “A” IDEA
IDEA
TENDENCIAL IDEA BASELINE
87
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
11. INDICADORES E ÍNDICES COMPOSTOS APLICÁVEIS ÀS CONDIÇÕES BRASILEIRAS A ferramenta escolhida para a AS da Carteira Preliminar de Investimentos pressupõe a construção de um índice sintético das quatro dimensões consideradas, que, por sua vez, condensam um conjunto de 28 indicadores disponíveis para as Unidades da Federação (UF) brasileiras. Estão disponíveis no Brasil, dentre várias iniciativas isoladas, dois índices agregados reconhecidos por sua capacidade de informar a situação do desenvolvimento humano e social. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), do IBGE, IPEA, Fundação João Pinheiro e o PNUD, é medido com periodicidade decenal e se baseia nos dados do Censo Demográfico para calcular indicadores de condições de vida, renda e educação para todos os municípios. É publicado na forma do Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil e tem reconhecida importância para a formulação de políticas públicas (IBGE/IPEA/FJP/PNUD, 1998 e 2003). O Índice de Desenvolvimento Social (IDS) foi criado recentemente pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como índice apurado a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), o que lhe permite periodicidade anual. Seus dados são disponibilizados a partir de 1995, para diversos graus de desagregação geográfica: as 5 macrorregiões oficiais (N, NE, S, SE e CO); os 26 Estados e o Distrito Federal; e 9 Regiões Metropolitanas. Seu objetivo é tornar mais nítidas as diferenças sociais entre as várias Regiões e estados brasileiros, bem como sua evolução ao longo do tempo. Há uma preocupação em manter correspondência com o IDH no que diz respeito a sua simplicidade e à natureza dos elementos que o constituem (Ferreira e Norris, 2007). No que diz respeito ao desenvolvimento sustentável, o IBGE publicou, em 2002 e 2004, os IDS, reunidos nas dimensões social, econômica, ambiental e institucional. Os IDS divulgados pelo IBGE não estão orientados para a construção de índices agregados e não apresentam base territorial homogênea, podendo aparecer nos recortes nacional, macrorregional ou estadual (IBGE, 2002 e 2004).
89
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Neste trabalho, a proposta é construir um índice agregado, o Índice de Eqüidade Ambiental (IDEA), tendo como ponto de partida a metodologia proposta por NARDO et alii (2005) para a construção de índices compostos, utilizando o Painel de Sustentabilidade como instrumento de agregação e visualização dos indicadores e índices agregados. Para a construção dos indicadores, foram selecionadas 45 variáveis e 28 indicadores (Anexo IV).
90
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
12. DEFINIÇÃO DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE A caracterização possível da situação atual dos usos e ocupações do território brasileiro, exigida para a etapa de baseline do Método de AS, foi feita à luz dos indicadores selecionados para compor as Dimensões Ambiental, Econômica, Social e Institucional, aqui chamado IDEA e representado pelo esquema abaixo. Seus resultados foram analisados tendo em consideração elementos advindos do Módulo 2, que define as diretrizes estratégicas e as visões de futuro, e do Módulo 4, em função dos estudos setoriais e temáticos elaborados que identificam questões relevantes para a situação atual e futura do país. Figura 12.1 - Indicadores selecionados para compor o IDEA ÍNDICE DE EQUIDADE AMBIENTAL
1. NATUREZA
2. ECONOMIA
3. SOCIEDADE
4. INSTITUIÇÕES
PARTICIPAÇÃO DA HIDRELETRICIDADE E NA OFERTA ESTADUAL DE ENERGIA
PIB PER CAPITA
ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER
DOMICÍLIOS COM TELEFONE FIXO
MÉDICOS POR MIL HABITANTES
INTERNET
ÁREA FLORESTA / ÁREA TOTAL
DENSIDADE DA MALHA VIÁRIA
CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA
TAXA MORTALIDADE INFANTIL
RELAÇÃO PIB / CONSUMO ÁGUA
CONSUMO DE AGROTÓXICOS
RENDIMENTO MÉDIO MENSAL
TAXA DE ANALFABETISMO
FOCOS DE CALOR
RAZÃO ENTRE RENDIMENTO URBANO / RURAL
ÁREA UCS’S FEDERAIS E TERRAS INDÍGENAS
TAXA DESEMPREGO
BIOCOMBUSTÍVEIS / DERIVADOS DE PETRÓLEO
PARTICIPAÇÃO DO SETOR PÚBLICO NO EMPREGO
MÉDIA DOS ANOS DE ESCOLARIDADE
PESSOAS VIVENDO EM DOMICÍLIOS COM ESGOTO
91
COEFICIENTE DE GINI
ÓBITOS POR HOMICÍDIO
RELAÇÃO RECEITA / DESPESA ORÇAMENTÁRIAS
PORCENTAGEM DO ORÇAMENTO COM EDUCAÇÃO & CULTURA
TAXA DE TRABALHO INFANTIL
RELAÇÃO ENTRE RENDIMENTO MASCULINO E FEMININO
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
A seguir apresenta-se a listagem com a descrição de cada indicador utilizado no trabalho. A tabela divide-se na identificação da dimensão a que se refere o indicador (controle, ambiental, social, econômica e institucional), qual o indicador, qual o seu descritor, o seu tipo (pressão, estado ou resposta), seu efeito no Painel de Controle, sua importância e qual a fonte do indicador e a metodologia empregada na sua projeção. Observe-se que, quando o indicador não é afetado pela Carteira Preliminar, adotou-se o valor mais recente disponível (geralmente 2005) para 2011 e 201517. Além disso, a metodologia usada para projeção baseia-se no ajuste de curvas pelo método dos mínimos quadrados. Dimensão
Codigo
Indicador
Descritor
Tipo
Efeito no Painel
Importância
Fonte
Controle
XV_1
Densidade da População
População total pela área da UF
Pressão
Neutro
Indica o grau de ocupação do território
Até 2004 estimativas do IBGE; entre 2008 e 2015 estimativas da EPE
Controle
XV_2
Índice de Urbanização
Percentual da População Urbana sobre a População Total
Estado
Neutro
Indica o grau de urbanização da Unidade Federativa.
Até 2004 estimativas do IBGE; entre 2008 e 2015 estimativas da EPE
Indica o crescimento da base econômica. Representa um indicador de pressão sobre os recursos naturais.
Até 2004, calculado com base nos dados do IpeaData; de 2004 a 2008, projetado conforme a taxa observada entre 2000 e 2004, a partir de 2008 projetado conforme as estimativas dos Produtos 6.3 e 6.4 do Estudo
Positivo
Indica o grau de preservação dos remanescentes de vegetação
Em 2000 obtido a partir do Atlas Digital do Brasil; entre 2000 e 2005, calculado com base nas taxas de desflorestamento obtidas junto ao INPE e Probio; a partir de 2008, projetado utilizando o IPAT-S
Positivo
Indica a superfície territorial submetida a regimes especiais de preservação e manejo.
Em 2000, obtida pelo Atlas Digital do IBGE, e complementado até 2005 pelos dados do IBAMA e da FUNAI
Negativo
Indica a pressão exercida por queimadas e desmatamento
Dados ate 2005 obtidos no INPE divididos pela área da Unidade Federativa. Estimativas para 2011 e 2015 em função da expansão da área cultivada com biocombustíveis.
Negativo
Indica o estado da dependência econômica do consumo de recursos hídricos
Dados de consumo de recursos hídricos até 2004 obtidos através do SNIS e segundo estimativas de Christofidis e da ANA. Projetados pelo IPAT-S para 2008 até 2015
Controle
Ambiental
Ambiental
Ambiental
Ambiental
XV_3
N01
N02
N03
NO4
Crescimento do PIB Estadual
Taxa Geométrica Anual de Crescimento do PIB
Cobertura Vegetal
Percentual de área de vegetação remanescente sobre área total
Área Protegida
Percentual de áreas protegidas federais, incluindo Unidades de Conservação e Terras Indígenas
Focos de Calor
Intensidade Hídrica
Número de focos de calor por 100 km²
Relação entre o consumo total de água e o PIB da Unidade Federativa
Pressão
Estado
Resposta
Pressão
Estado
Neutro
17 Os indicadores que não sofreram influência da Carteira Preliminar foram: Participação do emprego público no total do emprego estadual, Esperança de Vida ao Nascer, Taxa de Analfabetismo, Média dos Anos de Escolaridade, Distribuição de Renda, Violência Social, Autonomia financeira da UF, Taxa de Mortalidade Infantil, Número de médicos por mil habitantes, Taxa de trabalho infantil e Eqüidade de Gênero.
92
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Dimensão Ambiental
Ambiental
Ambiental
Econômica
Econômica
Econômica
Código N05
NO6
N07
Indicador
Descritor
Consumo de Agrotóxicos
Relação entre o consumo de agrotóxicos e a área total de lavouras
Participação de Biocombustíveis
Porcentagem de biocombustíveis no consumo total de combustíveis
Geração de Energia por Fontes Renováveis
Participação das fontes hidrelétricas sobre o total de energia elétrica gerado na UF
Tipo
Importância
Fonte
Negativo
Indica o consumo de agrotóxico e o potencial de contaminação dos recursos hídricos e edáficos
Dados de 2000 a 2005 obtidos junto ao IBAMA e projetados pelo método de ajuste de curvas até 2015
Positivo
A substituição de derivados de petróleo por biocombustíveis é um fator de redução da emissão de gases de estufa
Até 2005, dados sobre consumo de combustíveis obtidos na ANP. Para 2011 e 2015, dados projetados de acordo com o agrupamento de biocombustíveis
Positivo
O aumento da participação de fontes renováveis na geração de energia elétrica é um fator importante de Dados obtidos no Balanço sustentabilidade. Não foi Energético Nacional e na utilizado como indicador ANEEL de resposta porque a distribuição das fontes renováveis depende de condições naturais
Positivo
O efeito do aumento do PIB per capita é benéfico para a melhoria das condições sociais, embora possa representar um aumento da afluência e do consumo, o que exerce pressão sobre os recursos naturais
Até 2004, dados obtidos no Ipeadata e no IBGE. Dados projetados para 2011, com base nas estimativas de crescimento do PIB fornecidas pelos produtos 6.2, 6.3
Positivo
A densidade da malha viária facilita a circulação de mercadorias e pessoas, porém aumenta a pressão sobre os recursos da área servida por ela
Dados obtido na ANTT. Dados para 2011 e 2015, projetados com base no agrupamento de rodovias
Positivo
Considerando a importância da energia na composição da carteira de investimentos, considerouse o consumo de energia elétrica como resposta
Até 2005, Balanço Energético Nacional. Até 2015, projetado utilizando o IPAT-S
Pressão
Positivo
O aumento do rendimento médio é favorável ao desenvolvimento sustentável, embora possa significar aumento do consumo de recursos.
Até 2005, IBGE-PNAD. Para 2011 e 2015, projetados utilizando ajuste de curvas
Estado
negativo
Altos valores indicam desigualdade na distribuição de renda e alta propensão para migrar da campo para a cidade
Até 2005, IBGE-PNAD. Para 2011 e 2015, projetados utilizando ajuste de curvas
negativo
O desemprego é um fator social negativo e responde as políticas públicas de estímulo emprego.
Até 2005, IBGE-PNAD; a seguir, projetado com base nas tendências observadas e estimativas com base nos dados do Produto 6.3
Pressão
Resposta
Estado
PIB per capita
PIB a preços correntes dividido pela população total da UF
E02
Densidade da Malha Viária
Extensão das malhas rodoviária, ferroviária e hidroviária dividida pela área da UF.
Pressão/ Afluência
E03
Consumo per capita de Energia Elétrica
Consumo de Energia Elétrica Residencial dividido pela população total
Estado/ Resposta
E01
Econômica
E04
Rendimento Médio per capita
Econômica
E05
entre o Relação entre o rendimento Coeficiente rendimento da população urbano e o rural urbana e o da rural
Rendimento médio da população
Efeito no Painel
Pressão/ Afluência
E06
Taxa de Desemprego
Percentual da população residente economicamente ativa que se encontra sem Resposta trabalho na semana de referência.
Econômica
E07
Participação do emprego público no total do emprego estadual
Percentual dos empregados que atuam na administração pública sobre o total de emprego estadual
Estado
negativo
Indica a dependência da economia estadual da administração pública
Até 2005, obtido pela Relação Anual de Informações Sociais (RAIS-MTE)
Social
S01
Esperança de Vida ao Nascer
Anos de vida esperados, por ano, segundo a UF
Estado
positivo
Indicador obtido a partir das tábuas de vida, sintetiza as condições sociais da população
Até 2005, obtido a partir de dados do IBGE
Social
S02
Numero de médicos por mil habitantes
Número de médicos atuantes na UF vezes mil divididos pela população total
Estado
Positivo
O número de médicos por habitantes é um indicador de cobertura dos serviços de saúde
Até 2005, dados obtidos no Datasus (http:// tabnet.datasus.gov.br/ cgi/idb2006/matriz. htm#demog)
Econômica
93
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Dimensão
Social
Social
Social
Social
Social
Social
Social
Institucional
Código
S03
S04
S05
SO6
S07
S07
S07
I01
Indicador
Descritor
Número de óbitos infantis Taxa de Mortalidade Infantil (menores de 1 ano) por 1.000 nascidos vivos
Tipo
Estado
Taxa de Analfabetismo
Percentual de pessoas com 15 e mais anos de idade que não sabem ler e Pressão escrever na população total residente da mesma faixa etária
Média dos Anos de Escolaridade
Média dos anos de Escolaridade da População de mais de 25 anos
Acesso aos serviços de saneamento
Porcentagem das Pessoas vivendo em domicílios com Resposta esgoto sobre a população total
Distribuição de Renda
Distribuição de Renda
Coeficiente de Gini
Coeficiente de Gini
Resposta
Pressão
Pressão
Distribuição de Renda
Coeficiente de Gini
Pressão
Acesso a telefone fixo
Porcentagem de domicílios com terminais de telefonia Estado fixa sobre o total de domicílios
Institucional
I02
Acesso à Internet
Porcentagem dos domicílios que possuem acesso à internet
Institucional
I03
Violência Social
Porcentagem de óbitos por homicídio em relação à Pressão população total
Autonomia financeira da UF
Porcentagem das transferências correntes sobre o total das receitas estaduais
Institucional
I04
Resposta
Estado
94
Efeito no Painel
Importância
Fonte
Negativo
Até 2005, dados obtidos no Datasus (http:// A mortalidade infantil é um tabnet.datasus.gov.br/ cgi/idb2006/matriz. indicador das condições htm#demog. O indicador de saneamento e de foi projetado para o atendimento perinatal Brasil no agrupamento de saneamento usando regressão múltipla.
Negativo
O analfabetismo dificulta o acesso e a difusão de informações, bem como a qualificação do trabalhador
Até 2005, dados obtidos no Datasus (http:// tabnet.datasus.gov.br/ cgi/idb2006/matriz. htm#demog
Positivo
O grau de escolaridade é um indicador de qualificação da população. Responde a políticas públicas de estimulo à educação
Até 2005, dados obtidos no IPEADATA
Positivo
O acesso ao saneamento é de fundamental importância para o desenvolvimento sustentável
Até 2005, dados obtidos na PNAD-IBGE. Projeções realizadas para 2011 e 2015, com base no agrupamento de investimentos em saneamento
Negativo
A distribuição de renda é fator decisivo para a sustentabilidade e a pobreza é fator de pressão sobre a base os recursos ecológicos
Até 2005, dados obtidos no IPEADATA
Negativo
A distribuição de renda é fator decisivo para a sustentabilidade e a pobreza é fator de pressão sobre a base os recursos ecológicos
Até 2005, dados obtidos no IPEADATA
Negativo
A distribuição de renda é fator decisivo para a sustentabilidade e a pobreza é fator de pressão sobre a base os recursos ecológicos
Até 2005, dados obtidos no IPEADATA
Positivo
O acesso ao telefone fixo significa a possibilidade de informação
Até 2005, PNAD IBGE, para 2011 e 2015 projetados pelos dados do agrupamento de investimentos em telecomunicações
Positivo
O acesso à internet é decisivo, nos dias atuais, para o acesso à informação. Considerouse como vinculado à disponibi-lidade de linha telefônica e responde às políticas públicas de inclusão digital
Até 2005, PNAD IBGE, para 2011 e 2015 projetados pelos dados do agrupamento de investimentos em telecomunicações
Negativo
O número de óbitos por homicídio é um indicador do grau de institucionalidade social
Até 2005, dados obtidos no DATASUS
Negativo
A dependência dos governos estaduais das transferências da União revela a autonomia de gastos dos poderes públicos das UFs
Até 2005, dados obtidos no IPEADATA
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Dimensão
Institucional
Institucional
Código
I05
I01
Indicador
Descritor
Tipo
Gastos Estaduais com Educação e Cultura
Porcentagem do Orçamento estadual alocado para educação e cultura
Acesso a telefone fixo
Porcentagem de domicílios com terminais de telefonia Estado fixa sobre o total de domicílios
Resposta
Institucional
I02
Acesso à Internet
Porcentagem dos domicílios que possuem acesso à internet
Institucional
I03
Violência Social
Porcentagem de óbitos por homicídio em relação à Pressão população total
Autonomia financeira da UF
Porcentagem das transferências correntes sobre o total das receitas estaduais
Gastos Estaduais com Educação e Cultura
Porcentagem do Orçamento estadual alocado para educação e cultura
Acesso a telefone fixo
Porcentagem de domicílios com terminais de telefonia Estado fixa sobre o total de domicílios
Institucional
Institucional
Institucional
I04
I05
I01
Resposta
Estado
Resposta
Institucional
I02
Acesso à Internet
Porcentagem dos domicílios que possuem acesso à internet
Institucional
I03
Violência Social
Porcentagem de óbitos por homicídio em relação à Pressão população total
Autonomia financeira da UF
Porcentagem das transferências correntes sobre o total das receitas estaduais
Gastos Estaduais com Educação e Cultura
Porcentagem do Orçamento estadual alocado para educação e cultura
Institucional
Institucional
I04
I05
95
Resposta
Estado
Resposta
Efeito no Painel
Importância
Fonte
Positivo
A importância da educação no orçamento estadual é uma resposta institucional importante para o desenvolvimento sustentável
Até 2005, dados obtidos no IPEADATA. Após 2005, foi estimado, considerando a influência do Agrupamento de investimentos em Ciência & Tecnologia
Positivo
O acesso ao telefone fixo significa a possibilidade de informação
Até 2005, PNAD IBGE, para 2011 e 2015 projetados pelos dados do agrupamento de investimentos em telecomunicações
Positivo
O acesso à internet é decisivo, nos dias atuais, para o acesso à informação. Considerouse como vinculado à disponibi-lidade de linha telefônica e responde às políticas públicas de inclusão digital
Até 2005, PNAD IBGE, para 2011 e 2015 projetados pelos dados do agrupamento de investimentos em telecomunicações
Negativo
O número de óbitos por homicídio é um indicador do grau de institucionalidade social
Até 2005, dados obtidos no DATASUS
Negativo
A dependência dos governos estaduais das transferências da União revela a autonomia de gastos dos poderes públicos das UFs
Até 2005, dados obtidos no IPEADATA
Positivo
A importância da educação no orçamento estadual é uma resposta institucional importante para o desenvolvimento sustentável
Até 2005, dados obtidos no IPEADATA. Após 2005, foi estimado, considerando a influência do Agrupamento de investimentos em Ciência & Tecnologia
Positivo
O acesso ao telefone fixo significa a possibilidade de informação
Até 2005, PNAD IBGE, para 2011 e 2015 projetados pelos dados do agrupamento de investimentos em telecomunicações
Positivo
O acesso à internet é decisivo, nos dias atuais, para o acesso à informação. Considerouse como vinculado à disponibi-lidade de linha telefônica e responde às políticas públicas de inclusão digital
Até 2005, PNAD IBGE, para 2011 e 2015 projetados pelos dados do agrupamento de investimentos em telecomunicações
Negativo
O número de óbitos por homicídio é um indicador do grau de institucionalidade social
Até 2005, dados obtidos no DATASUS
Negativo
A dependência dos governos estaduais das transferências da União revela a autonomia de gastos dos poderes públicos das UFs
Até 2005, dados obtidos no IPEADATA
Positivo
A importância da educação no orçamento estadual é uma resposta institucional importante para o desenvolvimento sustentável
Até 2005, dados obtidos no IPEADATA. Após 2005, foi estimado, considerando a influência do Agrupamento de investimentos em Ciência & Tecnologia
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Dimensão Institucional
Código I06
Indicador
Descritor
Tipo
Efeito no Painel
Importância
Negativo
Até 2005, dados obtidos no DATASUS
Até 2005, dados da PNAD-IBGE
Taxa de trabalho infantil
Percentual da população de 10 a 14 anos ocupada, segundo UF
Estado
Negativo
A eqüidade de gênero é um dos objetivos do milênio e peça- chave para o desenvolvimento sustentável
Pressão
Fonte
A entrada precoce no mercado de trabalho é um fator que dificulta o desenvolvimento
Institucional
I07
Equidade de Gênero
Razão entre o rendimento masculino e feminino
Institucional
I06
Taxa de trabalho infantil
Percentual da população de 10 a 14 anos ocupada, segundo UF
Pressão
Negativo
A entrada precoce no mercado de trabalho é um fator que dificulta o desenvolvimento
Até 2005, dados obtidos no DATASUS
Institucional
I07
Equidade de Gênero
Razão entre o rendimento masculino e feminino
Estado
Negativo
A eqüidade de gênero é um dos objetivos do milênio e peça- chave para o desenvolvimento sustentável
Até 2005, dados da PNAD-IBGE
Institucional
I06
Taxa de trabalho infantil
Percentual da população de 10 a 14 anos ocupada, segundo UF
Pressão
Negativo
A entrada precoce no mercado de trabalho é um fator que dificulta o desenvolvimento
Até 2005, dados obtidos no DATASUS
Equidade de Gênero
Razão entre o rendimento masculino e feminino
Negativo
A eqüidade de gênero é um dos objetivos do milênio e peça- chave para o desenvolvimento sustentável
Até 2005, dados da PNAD-IBGE
Institucional
I07
Estado
96
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
13. DEFINIÇÃO DA LINHA DE BASE TENDO EM CONSIDERAÇÃO O PERÍODO 2000-2004 Como dito anteriormente, a linha de base foi construída a partir dos indicadores correspondentes a cada uma das quatro dimensões: Natureza, Econômica, Social e Institucional. Contudo, vale ressaltar que os indicadores utilizados para a análise da Carteira Preliminar de Investimentos não correspondem integralmente ao conjunto de indicadores originalmente propostos. A lista de indicadores foi reformulada com o propósito de oferecer maior sensibilidade aos impactos dos investimentos que compõem a carteira preliminar apresentada pelo Módulo 5. A reformulação do conjunto de indicadores buscou também facilitar a comparabilidade dos resultados da AS. Comentários Gerais
Considerações iniciais sobre os resultados do baseline 2004 anunciam algumas concentrações, carências e potenciais dos territórios estaduais, apontando para existência de áreas dinâmicas, competitivas e com elevados rendimentos relativos médios, contrastando com precárias condições de vida e traços de estagnação em outras regiões do país. Contrastam estados com taxas significativas do Produto Interno Bruto (PIB) em um contexto de baixo crescimento econômico regional e de elevada concentração. A persistência de um padrão expressivo de diferenciação dos principais indicadores está expresso na distância que divide o Norte e o Nordeste do Sul e do Sudeste, com o Centro-Oeste, aproximando-se dessas últimas macrorregiões. A distância dos níveis de rendimento entre estados de uma mesma região fisiográfica confirmam a concentração do crescimento em pontos específicos do território, com baixa ou nenhuma repercussão constatável sobre estados vizinhos. Em muitas áreas com baixa porcentagem de rendimento domiciliar médio por habitante também se associam taxas negativas de crescimento do PIB. O nível de escolaridade, atestado pelo indicador “Tempo de Permanência na Escola”, convergindo com vários indicadores de pobreza, confirma, inequivocamente, a convicção de que o país precisa investir na educação.
97
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Do baseline de 2004, emerge um padrão territorial tripartido, configurando o predomínio da maior distribuição territorial de valores medianos para o IDEA nas regiões Centro-Oeste/Norte, acrescidas dos estados da Região Sudeste Minas Gerais e Espírito Santo. Os valores mais baixos do IDEA convergem para o grande e histórico enclave de pobreza da região Nordeste, acrescidos dos estados da região Norte - Acre e Rondônia. Os valores mais elevados de Eqüidade Ambiental são encontrados na Região Sul, acrescida dos estados da Região Sudeste – São Paulo e Rio de Janeiro -, confirmando impactos acumulados da concentração de investimentos nas várias dimensões. O Índice de Eqüidade Ambiental
O Índice de Eqüidade Ambiental – IDEA, resultante da aplicação do Painel de Controle, com os novos indicadores reformulados, selecionados em função de uma maior sensibilidade aos impactos estimados dos investimentos que integram a Carteira apresentada pelo Estudo, aponta, curiosamente, para uma correlação positiva entre riqueza e sustentabilidade. Excelente
Distrito Federal
excellent very good good fair average bad very bad serious critical
Sao Paulo Santa Catarina Rio de Janeiro
Roraima
Amapá
Bom Razoável Médio
Rio Grande do Sul Parana Goias
Pará
Amazo nas
Ruim
Ceará
Maranhão
Rio Grande do Norte Piauí
Paraíba
Muito Ruim
Minas Gerais Roraima Mato Grosso do Sul Espirito Santo
Muito bom
Pernambuco Acre
Séria
Alagoas Sergipe
Rondônia
Crítica
Amazonas
Toca ntins
Mato Grosso
Mato Grosso Para Bahia Amapa Sergipe Rio Grande do Norte Rondonia Acre Tocantins Ceara
Bahia
Goias
Distrito Federal
Minas G er ais Espírito Santo Mato Grosso
Piaui Paraiba Pernambuco Alagoas
São Paulo
Maranhao
Rio de Janeiro
Paraná
Santa Catarina
Rio Grande do Sul
No terço superior da curva de distribuição do IDEA, observam-se o Distrito Federal e os estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná. À exceção do primeiro, os resultados privilegiam as Regiões Sul e Sudeste, as mais beneficiadas historicamente por investimentos públicos em infra-estrutura de abastecimento e logística. A ação cumulativa do Estado repercute positivamente sobre o desempenho dos indicadores elencados, mostrando, ao mesmo tempo, o viés da concentração nos agrupamentos de investimentos analisados.
98
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
No terço médio do IDEA, onde as quatro dimensões empatam ou se compensam na média, está a maior parte dos estados das Regiões Norte – Amazonas, Pará, Roraima, Amapá - e Centro-Oeste – Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás -, acrescidos dos dois estados remanescentes da Região Sudeste – Minas Gerais e Espírito Santo. O crescimento econômico decorrente da expansão da agroindústria no Centro-Oeste explica, em parte, o desempenho. Os dados da Região Norte, no entanto, devem ser interpretados com cautela, graças à baixa densidade populacional predominante e à maior extensão das áreas municipais, fatores que podem causar uma ilusão de ótica nos resultados do dashboard. A baixa densidade populacional da região também causa maior sensibilidade dos dados frente a pequenas variações. No terço inferior da curva, estão todos os estados do Nordeste, além de três estados do Norte – Rondônia, Acre e Tocantins. Esses estados têm como denominador comum a pobreza nem sempre apenas econômica, mas também ambiental, institucional e política, reforçando, mais uma vez, o papel histórico das relações de poder na utilização do território e dos seus recursos. A Dimensão Natureza
A Dimensão Natureza é composta por sete indicadores: 1. Relação entre Área Florestada e Área Total; 2. Área das Unidades de Conservação Federais e Terras Indígenas; 3. Número de focos de calor; 4. Relação entre Consumo de água e PIB; 5. Consumo de Agrotóxicos; 6. Razão Biocombustíveis e Derivados de Petróleo; 7. Participação da Geração Hidroelétrica na Oferta Estadual de Energia. Nessa dimensão, o Distrito Federal apresenta o melhor desempenho, enquanto o Ceará, o pior. O primeiro mostra resultados, em sua maioria, acima da média nacional, com índices que vão de excelentes a médios, o que pode ser
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Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
explicado pela pequena extensão do território do Distrito Federal, comparado ao restante das UF, assim como pela natureza dos usos predominantes que caracterizam sua condição de capital do país. O Ceará, além de dispor de extensão territorial bem maior, apresenta características morfoclimáticas peculiares que agravam as dificuldades a serem superadas para atingir a mudança de paradigma e a qualidade desejada de crescimento. Trata-se, portanto, de um estado pobre ambientalmente e que sofre com a seca desde o século XIX. Assim sendo, os incentivos e investimentos do governo no estado ainda não conseguiram impactar suficientemente o caminho escolhido de desenvolvimento para alterar sua péssima posição na dimensão Natureza. A Dimensão Econômica
Integram a Dimensão Econômica os indicadores: 1. PIB per capita; 2. Densidade da malha viária; 3. Consumo de energia elétrica; 4. Rendimento médio mensal; 5. Razão entre o rendimento urbano e rendimento rural; 6. Taxa de desemprego; 7. Participação do setor público no emprego. O estado com o melhor desempenho nesta dimensão foi Santa Catarina, e o pior foi o Maranhão. Os novos indicadores escolhidos mostraram-se consistentes com a eqüidade de acesso a oportunidades de desenvolvimento como pressuposto da sustentabilidade. Apoiada na rede de cidades, descentralizada, de porte pequeno para médio, com distribuição quase uniforme em todo o território de Santa Catarina, a eqüidade de acesso e a vitalidade econômica mostram convergência com a descentralização institucional que caracteriza o sistema de gestão do seu território.
100
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
A maior dinâmica econômica (considerada a variação do PIB positiva ao longo da década de 1990) nas áreas de vocação rural explica, em parte, o desempenho dos estados da Região Centro-Oeste. Por outro lado, o baixo, ausente ou negativo aumento nas taxas de crescimento do PIB nos maiores centros urbanos do país revelam a estagnação da atividade industrial urbana, decorrente, em grande parte, das políticas recessivas macroeconômicas implantadas em períodos anteriores ao estudado. Nessa dimensão, praticamente inexistem baixos índices nas Regiões Sul e Sudeste. Os menores índices de rendimento encontram-se no sertão nordestino, no Amazonas e na porção norte de Minas Gerais, impactando negativamente a posição deste último estado no índice geral IDEA. A Dimensão Social
A Dimensão Social é caracterizada, nesta etapa dos trabalhos, pelos indicadores: 1. Esperança de vida ao nascer; 2. Médicos por mil habitantes; 3. Taxa de mortalidade infantil; 4. Taxa de analfabetismo; 5. Média dos anos de escolaridade; 6. Pessoas vivendo em domicílios com esgoto; 7. Coeficiente de Gini. O melhor desempenho nesta dimensão foi obtido pelo Distrito Federal e o pior, pelo Ceará. As áreas com baixos níveis educacionais coincidem com as áreas de baixo grau de urbanização, indicando que o desafio do desenvolvimento do país passa por uma nova abordagem do meio rural. Grande parte da população se estabelece nas áreas próximas ao litoral, no entorno 18 . Concentração de maiores taxas de urbanização nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, exceto a parte central do Paraná e algumas áreas em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. 18 Por exemplo: Manaus, Goiânia e Brasília.
101
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
As áreas caracterizadas por maiores taxas de urbanização coincidem com as regiões mais desenvolvidas do país, o que reafirma a importância da rede de cidades como relevante suporte ao desenvolvimento regional. Alterações no processo de crescimento e de distribuição populacional nas últimas décadas revelam lento processo de interiorização de população associada ao aumento da população no entorno de pólos de desenvolvimento (áreas que sofreram, direta ou indiretamente, intervenção do poder público). Áreas com níveis de densidades muito baixos - menos de 11 hab/km² estão distribuídas nas Regiões Norte e Centro-Oeste, parte do Semi-Árido nordestino, metade norte de Minas Gerais e algumas sub-regiões do Rio Grande do Sul. A Dimensão Institucional
A Dimensão Institucional é formada pelos seguintes indicadores: 1. Domicílios com Telefone Fixo; 2. Internet; 3. Óbitos por Homicídio; 4. Relação Receita e Despesa Orçamentárias; 5. Percentual do orçamento com educação e cultura; 6. Taxa de Trabalho Infantil; 7. Relação entre o rendimento masculino e feminino. O Distrito Federal apresenta o melhor índice e Pernambuco, o pior. Isso ocorre pela presença maciça do Estado no Distrito Federal, explicitada em investimentos sucessivos, e no exercício do monitoramento e do controle sobre usos do território, desde a sua criação, como capital do país. Pernambuco, em contraposição, apresenta situação muito ruim na maioria dos indicadores dessa dimensão, o que demonstra o distanciamento do governo e a necessidade da sua presença, principalmente nos setores de educação, trabalho, comunicação e segurança. 102
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
14. DESCRIÇÃO E COMENTÁRIOS SOBRE A CARTEIRA PRELIMINAR DE INVESTIMENTOS A Carteira Preliminar adotou dez segmentos para os quais foram estimados os investimentos futuros. Esses segmentos foram classificados segundo a composição: a. infra-estrutura de telecomunicações, b. infra-estrutura de transportes, c. infra-estrutura de energia, d. infra-estrutura hídrica, e. investimentos voltados para o desenvolvimento urbano (considerando habitação, saneamento e transportes urbanos), f. investimentos para o desenvolvimento rural, g. investimentos para o desenvolvimento industrial, h. investimentos para o desenvolvimento social (considerando saúde e educação), i. infra-estrutura de C&T; e j. investimentos associados ao uso racional, preservação e recuperação de passivos do meio-ambiente. A observação dos grandes números da Carteira Preliminar faz ressaltar alguns destaques, como: a. o peso dos investimentos em energia, que se situam num patamar de R$ 58 bilhões por ano, ao longo dos próximos 20 anos; b. o peso ainda elevado do esforço previsto para iniciativas da infra-estrutura dos transportes (R$ 140 bilhões, até 2023), com destaque para a importância da retomada dos investimentos no modal ferroviário, que apresenta previsões de investimento em montante próximo ao do que será feito em rodovias;
103
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
c. a possibilidade de zerar os déficits de habitação e saneamento, uma vez que seriam necessários cerca de R$ 20 bilhões/ano para habitação e R$ 9 bilhões/ano para saneamento. As previsões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no entanto, ficam aquém dessa meta no seu período de vigência; d. a modéstia dos números projetados para investimentos estratégicos em educação e saúde.
104
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
15. AVALIAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE DA CARTEIRA PRELIMINAR DE INVESTIMENTOS 2004 – 2015 Nesta fase, foram realizadas as avaliações dos seguintes agrupamentos de projetos: 1. Rodovias; 2. Infra-estrutura Hídrica; 3. Energia Elétrica; 4. Petróleo e gás; 5. Biocombustíveis; 6. Luz para Todos; 7. Telecomunicações; 8. Saneamento; 9. Habitação; 10. Logística; 11. Transporte Urbano; e 12. Ciência e Tecnologia. Aplicaram-se as projeções do PIB e dos impactos da Carteira aos dados do painel de controle com a finalidade de projetar as variáveis de contexto, tais como PIB per capita e taxa de desemprego, que serão afetadas pelo desempenho geral dos investimentos. Os resultados dos cálculos do PIB per capita serão apresentados mais adiante. Uma visão geral do IDEA em 2000, 2004 e 2011 será aqui apresentada, permitindo a identificação de tendências do comportamento do índice no período considerado e a indicação dos efeitos mais abrangentes dos agrupamentos de investimentos avaliados.
105
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
O IDEA mostra que a melhor posição em todos os três cortes temporais é ocupado pelo Distrito Federal, seguido por São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro, que se alternam nas posições imediatamente abaixo do DF. Nesse conjunto, destaca-se a importância de Santa Catarina, quando considerada nas quatro dimensões do desenvolvimento sustentável. No outro extremo da distribuição, portanto nos piores desempenhos, encontram-se Alagoas e Maranhão, sendo que o último será beneficiado pelos investimentos da carteira, galgando posições em 2011. Destaca-se a tendência observada na distribuição de formar clusters de unidades federativas. Considerando a distribuição quase linear de 2000, nota-se a ampliação das lacunas entre aqueles que apresentam o índice mais elevado, a seguir os médios, médio-inferiores e, por fim, os inferiores. À primeira vista, esse processo pode ser explicado pelo aumento da convergência interna aos clusters, ao mesmo tempo em que se acentua a divergência entre eles, reforçando uma nova versão dicotômica, como a que caracterizou os dois brasis. É prematuro tirar conclusões dessa tendência, entretanto, ela aponta para um novo padrão espacial, que não responde aos modelos clássicos de desenvolvimento polarizado, onde a hierarquia é o fator principal de estruturação do espaço e de definição de políticas de desenvolvimento regional. Considerações como a distribuição da renda entre o urbano e o rural, bem como novas formas de estruturação do espaço, como o rurbano, territórios produtivos e as cidades-regiões, devem servir de sinalização para a busca de novas orientações no processo de organização do território, que já não respondem mais univocamente aos padrões vigentes durante os últimos 30 anos. Os dados utilizados para o cálculo do PIB per capita, segundo projeções do próprio Estudo, tendem a corroborar essa tendência, indicando que os principais pólos de atração estão se deslocando para o Norte e o CentroOeste, muitos deles no agronegócio, o que fica patente no desempenho recente de Mato Grosso, Amazonas e Goiás. Com a finalidade de avaliar o impacto geral da Carteira Preliminar sobre a estrutura econômica e social do Brasil nos períodos considerados (2011
106
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
e 2015), calculou-se o PIB per capita utilizando-se a previsão constante no Módulo 6 do Estudo para o PIB Estadual. 2000 Distrito Federal
Índice Total - Índice de Equidade Ambiental
2000
Instituições
Ordem Pontos
Estado
Ordem Pontos
Estado
Natureza
Índice de Equidade Ambiental
Economia
Sociedade
Maranhão 2000
Instituições
Excelente
Natureza
Muito bom Bom
Índice de Equidade Ambiental
Razoável Médio Ruim
Economia
Sociedade
Muito Ruim Séria Crítica
2004 Distrito Federal
Índice Total - Índice de Equidade Ambiental
2004
Instituições
Natureza
Índice de Equidade Ambiental
Economia
Sociedade
Maranhão 2004
Instituições
Excelente
Natureza
Muito bom Bom
Índice de Equidade Ambiental
Sociedade
Economia
Razoável Médio Ruim Muito Ruim Séria Crítica
107
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
2011 Distrito Federal
Índice Total - Índice de Equidade Ambiental
2011
Instituições
Ordem Pontos
Estado
Natureza
Índice de Equidade Ambiental
Economia
Sociedade
Alagoas 2011
Instituições
Excelente
Natureza
Muito bom Bom
Índice de Equidade Ambiental
Economia
Sociedade
Razoável Médio Ruim Muito Ruim Séria Crítica
2015 Distrito Federal
Índice Total - Índice de Equidade Ambiental
2015
Instituições
Natureza
Índice de Equidade Ambiental
Economia
Sociedade
Alagoas 2015
Instituições
Excelente
Natureza
Muito bom Bom
Índice de Equidade Ambiental
Sociedade
Economia
Razoável Médio Ruim Muito Ruim Séria Crítica
108
Ordem Pontos
Estado
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Observou-se que os estados mais favoravelmente impactados pela Carteira preliminar, do ponto de vista do PIB per capita, são: Tocantins, Mato Grosso, Sergipe, Amazonas, Tocantins e Goiás. No outro extremo, observa-se que as UF com elevado PIB per capita, como o Distrito Federal e São Paulo, serão pouco afetados pelos investimentos da carteira. Destaque especial deve ser dado a casos que fogem ao padrão esperado. Tal é o caso do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, que devido à concentração dos investimentos no setor petróleo e gás natural terão forte efeito positivo sobre o PIB per capita. No outro extremo, encontram-se Roraima, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte. O primeiro estado encontra-se à margem dos investimentos previstos e os demais apresentam reduzidos efeitos, pelo menos em curto prazo, para as inversões previstas.
1 – Rodovias No Brasil, a opção pelo sistema de transporte rodoviário tem levado a ampliação constante da densidade rodoviária. Esse aumento não é uniforme e apresenta efeitos diferenciados segundo os distintos estados do país. A avaliação de sustentabilidade do ritmo de crescimento desse tipo de infra-estrutura assume, para o caso brasileiro, que a abertura de rodovias apresenta correlação elevada com o desmatamento e os efeitos são defasados no tempo, isto é, a abertura de rodovias implica, em futuro próximo, abertura de áreas para ocupação e alteração do uso do solo. Tal como desenhado no agrupamento de transportes, os investimentos previstos concentram-se na construção e pavimentação de rodovias. Os indicadores utilizados para a AS no agrupamento de rodovias foram os efeitos positivos sobre a Densidade da Malha Viária e negativos sobre a cobertura vegetal, considerando o desmatamento ao longo das rodovias e o “efeito espinha de peixe” resultante da pavimentação dos eixos rodoviários, principalmente no Bioma Amazônico. Os parâmetros de estimação foram baseados nos estudos realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) sobre a expansão do desmatamento em uma faixa de 100 km ao longo das rodovias na Amazônia. Para os demais estados, esse parâmetro não foi considerado pelo fato de as ações serem de adequação, conservação ou restauração de rodovias já existentes. Esses indicadores apresentam forte correlação negativa (r=-0,719), o que indica que seus efeitos devem ser analisados conjuntamente. A AS indica que:
109
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
a. O bioma Amazônia receberá a maior parte dos investimentos previstos; b. As tendências observadas nos horizontes 2011 e 2015 sugerem que as pressões decorrentes da expansão da rede rodoviária serão sentidas principalmente nos biomas de transição e no cerrado; c. Com efeitos defasados no tempo, áreas de cerrado que estão nas cabeceiras dos rios que integram o Pantanal Mato-grossense, principalmente na bacia do Taquari, contribuirão para o aumento da pressão no Bioma Pantanal e, conseqüentemente, a sua vulnerabilidade aos eventos extremos; d. A acessibilidade ampliada no eixo Sul-Sudeste pressionará ainda mais os remanescentes dos biomas Mata Atlântica e Floresta de Araucária que asseguram em grande medida a biodiversidade nessas regiões; e. No horizonte considerado, a correlação entre densidade rodoviária e desmatamento deverá trazer efeitos sobre a zona costeira, principalmente em sua fachada atlântica, pela ampliação do acesso a novos espaços que terão aumento na densidade populacional. Este último implica igualmente demandas por cobertura da rede de água e esgoto nessas áreas, que já apresentam déficit considerável na taxa de cobertura da rede de esgoto e na taxa de cobertura de recolhimento do lixo. f. Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá e Tocantins serão os estados mais afetados pela dotação de infra-estrutura em termos de perdas de suas respectivas coberturas vegetais (Tabela 15.1); g. Justamente nessas áreas de expansão de fronteira agropecuária, o aumento da densidade de rodovias pode acarretar maior mobilidade da população, ampliando as áreas desmatadas; h. Especial atenção deve ser dada ao Amapá pela construção de 468 km de rodovias pavimentadas, o que amplia sua abertura na fronteira norte. É importante destacar que o Amapá tem a mais importante, em termos relativos, área sob regime de preservação permanente dentre as unidades federativas brasileiras. Finalmente, a ampliação da rede rodoviária deve levar em consideração os custos indiretos, ou melhor, a perda de oportunidade, compreendendo melhor as vantagens econômicas ligadas à manutenção da biodiversidade e sua exploração. 110
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Tabela 15.1 - Agrupamento de Investimentos em Rodovias Efeito Desmatamento sobre o Bioma Amazônia Área desmatada (km²/a)
Unidade Federativa 2005 Rondônia
2011
Desmatamento cumulativo desde 2005 (km²) 2015
2005_2011
2011_2015
2005_2015
3.233,0
3.651,4
4.163,1
20.654,2
15.628,9
36.283,1
Acre
541,0
637,6
787,7
3.536,8
2.850,6
6.387,4
Amazonas
752,0
879,2
1.002,4
4.894,0
3.763,3
8.657,0
Roraima
133,0
134,8
153,7
778,9
540,6
1.319,6
5.763,0
6.956,2
7.931,0
38158,6
29.774,5
67.933,1
Pará Amapá
33,0
68,9
78,6
306,7
294,9
601,6
271,0
266,7
304,1
1.586,1
1.073,5
2.687,7
922,0
888,2
1.012,7
5.431,7
3.801,8
9.233,5
7.145,0
7.172,2
8.177,3
42.952,7
30.699,2
73.651,9
Tocantins Maranhão Mato Grosso
Fonte: Até 2005, PRODES-INPE; de 2005 ate 2015, estimado usando IPAT S.
2 – Logística Consideraram-se, no agrupamento de investimentos em Logística, os investimentos em ferrovia, hidrovias, portos e aeroportos, utilizando-se a mesma metodologia empregada para avaliação de impactos econômicos no âmbito do Estudo (volume VI). Os impactos foram avaliados de modo quantitativo para as ferrovias, considerando o desmatamento ao longo do leito e o adensamento da malha viária nos estados objeto de investimentos nesse modal. Os dados referentes a hidrovias, portos e aeroportos não puderam ser medidos quantitativamente devido à carência de dados mais precisos sobre a natureza e extensão das obras. Para a avaliação qualitativa, consideraram-se os seguintes tipos de obras: ¾¾Hidrovia: Construção de Eclusas e Derrocamento/Dragagem; ¾¾Portos: Derrocamento/Dragagem, Construção e Ampliação/ Recuperação; ¾¾Aeroportos: Construção e Ampliação/Reforma. Quanto às ferrovias, os parâmetros de estimação consideram o desmatamento em uma faixa de 100 metros ao longo do leito, independente da área onde estivesse localizada, o que aponta para especial impacto nos estados do Tocantins, Piauí, Bahia e Santa Catarina. (Tabela 15.2).
111
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Quanto aos efeitos das obras de hidrovias, portos e aeroportos, estão previstas 57 intervenções, aparecendo em primeiro lugar reformas e ampliações de aeroportos, com impactos bem localizados em suas vizinhanças, predominantemente urbanas. Dentre as intervenções com maior impacto ambiental, destacam-se 13 obras de derrocamento e dragagem em diversos portos no litoral brasileiro, em especial no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, onde são reconhecidas as áreas de biodiversidade marinha, que podem ser afetadas pelas obras de dragagem e deposição do material retirado. No que diz respeito ao derrocamento para hidrovia, especial atenção deve ser dada às obras no rio Paraguai, considerando seus efeitos sobre o Pantanal Mato-Grossense. Tabela 15.2 - Agrupamento de Investimentos em Ferrovias - Extensão Projetada e Desmatamento Unidade Federativa
Ferrovia (km)
Desmatamento (km²)
Rondônia
0
0
Acre
0
0
Amazonas
0
0
Roraima
0
0
Pará
0
0
Amapá
0
0
357,5
35,75
Tocantins Maranhão
0
0
Piauí
305
30,5
Ceará
300
30
Rio Grande do Norte
0
0
Paraíba
0
0
300
30
Alagoas
0
0
Sergipe
0
0
Bahia
612
61,2
Minas Gerais
62,4
6,24
Espírito Santo
0
0
Rio de Janeiro
4
0,4
São Paulo
122
12,2
Paraná
130
13
260,4
26,04
Rio Grande do Sul
0
0
Mato Grosso do Sul
0
0
170
17
52
5,2
Pernambuco
Santa Catarina
Mato Grosso Goiás Distrito Federal Total
0
0
2675,3
267,53
112
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
3 - Infra-estrutura Hídrica O indicador utilizado para a avaliação do agrupamento de investimentos em Infra-estrutura Hídrica foi a Intensidade Hídrica, avaliada pela relação entre consumo total de água e PIB estadual. Os parâmetros de estimação baseiam-se nos dados de Christofidis (2005) para o consumo de água para irrigação e do SNIS para o consumo médio de água por UF. Foi tomado o consumo médio de água estadual por hectare irrigado e aplicado sobre as novas áreas de irrigação previstas com a implantação da carteira. Para o consumo urbano, foi considerado o consumo médio estadual, tendo por base a água captada, de modo a incorporar as perdas do sistema. O agrupamento de investimentos em infra-estrutura hídrica indica que os investimentos mais significativos estão direcionados para a integração e revitalização de bacias e irrigação. Devido à disponibilidade de dados detalhados para os investimentos previstos, foi possível realizar projeções para 2011 e 2015. Outro aspecto a ser considerado é que, no período 2008-2011, a maioria das obras previstas estará em execução e seus impactos sobre o consumo de água somente se fará sensível após 2012. A agricultura representa o setor de maior consumo de água. Os dados da Agência Nacional de Águas (ANA) indicam que a irrigação representa aproximadamente 46% das vazões de retirada. a. Em escala de importância, os investimentos em irrigação terão impactos significativamente importantes na bacia do rio São Francisco, principalmente no Ceará, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais e no Tocantins; b. A concentração da irrigação no Rio Grande do Sul e nos estados do Nordeste se expressa no consumo de água por unidade de PIB. A intensidade de água por unidade de PIB indica que, no horizonte 2011, Tocantins, Piauí, Rio Grande do Norte e Alagoas apresentarão intensidade de água por unidade de produto superior aos demais, indicando que a viabilidade da irrigação por unidade de PIB é crítica; c. O crescimento em número de perímetros e o aumento da superfície irrigada nas áreas de cerrado, dependendo de sua localização, poderão limitar a disponibilidade para outros usos. Em áreas onde a irrigação existente localiza-se à montante de usinas hidrelétricas, os conflitos de uso são bastante acirrados;
113
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
d. Os arranjos institucionais para a gestão do setor variam, entretanto, de região para região. Enquanto no Rio Grande do Sul o papel das cooperativas de irrigantes é importante, no São Francisco, a presença da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF) é marcante. Deve-se agregar a Companhia Hidro-Elétrica do São Francisco (CHESF) como a gestora da operação do complexo destinado a integrar as bacias do Nordeste Setentrional, o que pode significar conflitos futuros pelo uso da água; e. Os impactos ambientais decorrentes da ampliação de áreas irrigadas indicam que podem ser severos, na medida em que os estados que terão maior intensidade de água por unidade de PIB estão situados em regiões de forte pressão sobre os recursos naturais; f. A sobreexploração de águas superficiais é, no entanto, crítica em algumas sub-bacias. No Tocantins, ela acontece especialmente nas bacias dos rios Jaburu e Formoso, afluentes do Araguaia. No Maranhão, o vale do Mearim, onde se expande a cultura de soja irrigada, é especialmente crítica em termos de disponibilidade. O nível de criticidade da bacia do São Francisco já é bastante conhecido. Se a atual relação demanda/ disponibilidade hídrica é preocupante, as projeções reforçam o sinal de alerta para um consumo sustentável dos recursos hídricos; g. A recuperação de bacias com reflorestamento e recomposição da cobertura vegetal nas nascentes e matas ciliares pode minimizar as pressões oriundas das demandas de água e viabilizar o cumprimento das determinações do Código Florestal quanto às áreas de preservação permanente (APP), regulamentadas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) em 2004; h. A maioria dos estados tem, com a carteira, significativo aumento no PIB, quando visto isoladamente. A relação entre PIB e consumo de água demonstra o impacto significativo desses investimentos sobre o recurso natural já considerado estratégico na geopolítica mundial: a água. Sob esse aspecto, Acre, Roraima, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, Alagoas, Bahia, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul são os estados mais impactados.
114
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
i. Uma possível relação pode ser verificada entre a maior pressão sobre os recursos hídricos, seus impactos já indicados e o agravamento da relação receita-despesa na maioria dos estados do Nordeste, além de Goiás e Mato Grosso, sinalizando a necessidade de maior participação compensatória do setor público. Tabela 15.3 - Integração de Bacias Demanda Agregada de Água População Urbana 2005
Unidade Federativa
Demanda m³/s
Demanda 1000 m³/a
Ceará
4.272.936
7,35
Rio Grande do Norte
1.231.526
2,30
7.253,28
Paraíba
2.480.562
5,20
16.398,72
Pernambuco
2.942.568
5,40
17.029,44
10.927.592
20,25
63.860,40
Total
23.178,96
Fonte: Calculado com base nos dados do Ministério da Integração Nacional, conforme dados disponíveis na página http://www.mi.gov.br/ saofrancisco/integracao/beneficios.asp, onde não constava nenhuma vazão disponibilizada para o estado de Alagoas.
Tabela 15.4 - Integração de Bacias Desmatamento Total no Bioma Caatinga Unidade da Federação
ha
km²
Pernambuco
230
2,3
Ceará
200
2,0
Total
430
4,3
Estimado com base nos dados do Ministério da Integração Nacional (EIA-RIMA do Projeto, pág 85), disponível em http://www.mi.gov.br/pdf/ ministerio/rima.zip) e considerando o traçado dos eixos do projeto.
Tabela 15.5 - Revitalização de Bacias Área Reflorestadas Bacia São Francisco
Parnaíba
Reflorestamento (1% da Bacia) km²
Área Bacia Km² 638.576
333.056
Calculado a partir de dados da ANA.
115
638,68
333,06
Área Reflorestada Estimada 2008-2015 km² Minas Gerais
447,01
Bahia
191,57
Piauí
266,44
Maranhão
66,62
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Tabela 15.6 - Projetos de Irrigação Consumo de água para irrigação 2002-2003 Unidade Federativa Rondônia Acre
Área Irrigada (ha)
Água Captada (1000 m³/a)
4.600
41.602,15
Carteira 2015 Consumo médio (1000 m³/ha)
Água Captada (1000 m³/a)
Área Irrigada (ha)
9.04
0
41.602,2
680
6.322,97
9.30
0
6.323,0
Amazonas
1.820
22.846,9
12.55
0
22.846,9
Roraima
8.960
104.586,7
11.67
0
104.586,7
Pará
6.980
88.101, 69
12.62
0
88.101,9
Amapá
1.910
19.514,2
10.22
0
19.514,2
Tocantins
66.085
603421,6
9.13
9.511
690.266,4
Maranhão
44.200
815446
18.45
0
815.446,0
Piauí
24.193
443.965,4
18.35
16.485
746481,5
Ceará
72.613
125.6640,2
17.31
16.733
289.581,22
Rio Grande do Norte
17.783
279.566,2
15.72
0
279.566,2
Paraíba
47.602
686.611,9
14.42
5.100
760.174,4
Pernambuco
91.980
1.673.576,1
18.20
25.700
2.141.188,0
Alagoas
70.082
1.213.820,2
17.32
5.500
1.309.080,0
Sergipe
45.332
750.153,4
16.55
13.150
967.759,4
Bahia
279.887
4.064.519,6
14.52
95.659
5.453.680,0
Minas Gerais
313.956
3.669.832,1
11.69
30.000
4.020.502,0
Espírito Santo
91.250
861.217,5
9.44
0
861.217,5
Rio de Janeiro
36.033
525.973,9
14.60
0
525.973,9
468.400
4.553.316,4
9.72
0
4.553.316,0
São Paulo Paraná
51.750
510.927,8
9.87
0
510.927,8
137.300
1.696.615,7
12.36
0
1.696.616,0
1.086.000
12.418.410,0
11.44
0
12.418.410,0
Mato Grosso do Sul
81.480
670.580,4
8.23
0
670.580,4
Mato Grosso
14.650
107.794,2
7.36
0
107.794,2
198.100
1.555.085,0
7.85
11.148
87.511,80
10.998
87.302,3
7.94
0
87.302,3
3.274.624
38.464.290,1
228.986
44.763.080,90
Santa Catarina Rio Grande do Sul
Goiás Distrito Federal Total
Fonte: Calculado com base nos dados de Christofidis (2005) e da Carteira.
4 - Energia Elétrica Os indicadores utilizados para avaliação de impactos do agrupamento de investimentos em Energia Elétrica foram o desmatamento, a relação entre a geração hidrelétrica e a oferta estadual de energia e o consumo domiciliar de energia elétrica. Consideraram-se a vantagem da geração hídrica sobre a térmica e o aumento da oferta de energia como fatores positivos, e o desmatamento nas áreas de reservatório e ao longo das linhas de transmissão são considerados negativos. Os dados foram convertidos para toneladas
116
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
equivalentes de petróleo, segundo fatores de conversão constante no Balanço Energético Nacional e projetados conforme os investimentos previstos no agrupamento de projetos em energia elétrica. Dois vetores de expansão da oferta de energia elétrica foram identificados: as Usinas Hidrelétricas (UHE) e as Usinas Termelétricas (UTE), com predominância das primeiras (Tabela 15.7). Esses vetores correspondem a opções estratégicas que ainda configurarão o sistema energético do país. Para a avaliação de impactos sobre o consumo de energia elétrica, foi tomada como hipótese a universalização do acesso à energia na área urbana e, como parâmetro, o consumo médio estadual. Dessa forma, o acréscimo do consumo dá-se pela inclusão dos domicílios que passarão a ser atendidos pela oferta de energia elétrica. Na AS, essas opções têm as seguintes implicações: a. A expansão da oferta de hidroeletricidade está concentrada em aproveitamentos localizados, principalmente no bioma Amazônico. Entretanto, é importante salientar que essa fonte constitui uma das maiores vantagens competitivas do país, por se tratar de recurso renovável e passível de ser implementada e atendida pelo parque industrial brasileiro com mais de 90% de bens e serviços nacionais. Ademais, ao dispor de uma das mais exigentes legislações ambientais do mundo para esses empreendimentos, é possível para o Brasil garantir que as hidrelétricas sejam construídas atendendo aos princípios do desenvolvimento sustentável. b. Essa expansão vai exercer influência na taxa de desmatamento, quer pela construção da barragem, quer na construção das linhas de transmissão para interligação do sistema (Tabela 15.9); c. Os projetos propostos pelo Plano Decenal de Energia Elétrica (PDE 2006-2015) para a expansão da oferta de energia elétrica no país continuam privilegiando opções mais concentradas em detrimento das desconcentradas. Isso se deve, sobretudo, à disponibilidade de potenciais hidroelétricos a serem explorados, principalmente na Amazônia. Contudo, é importante mencionar que o PDE 2006-2015 considera o acréscimo de 3.150 MW de potência instalada até 2008 provenientes de 139 empreendimentos entre Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), usinas termelétricas à biomassa e usinas eólicas;
117
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
d. Outra possibilidade considerada no PDE 2006-2015 é a repotenciação e a modernização das usinas hidrelétricas existentes. Embora essa atividade agregue pouco em termos de garantia física ao sistema, podem contribuir muito para o atendimento da demanda máxima de energia. Outro importante benefício dessa possibilidade é o menor impacto ambiental relacionado a esse acréscimo de energia ao Sistema; e e. Um arranjo institucional mais eficiente deverá ser considerado de modo a estruturar um programa de gestão de energia a ser coordenado por empresas concessionárias e agências de desenvolvimento, associado aos programas de geração de emprego e renda. Em síntese, os efeitos do agrupamento de investimentos em energia elétrica na redução de desigualdades de acesso a esse serviço não são relevantes.
118
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Tabela 15.7 - Geração de Energia Elétrica Em milhões de toneladas equivalentes de petróleo – tep 2005 UHE
Rondônia
2008-2011 Carteira UTE
UHE
2011 Total
UTE
UHE
UTE
90.11
234.65
2,309.27
0.00
2,399.38
234.65
0.00
70.63
0.00
0.00
0.00
70.63
99.76
394.61
0.00
0.00
99.76
394.61
1.77
49.27
0.00
0.00
1.77
49.27
2,370.44
72.45
2,904.86
0.00
5,275.30
72.45
24.07
50.79
0.00
0.00
24.07
50.79
Tocantins
342.95
0.46
1,386.94
0.00
1,729.89
0.46
Maranhão
39.88
6.28
0.00
0.00
39.88
6.28
Piauí
39.88
18.44
0.00
0.00
39.88
18.44
Ceará
1.42
370.45
0.00
49.56
1.42
420.01
Rio Grande do Norte
0.00
52.21
0.00
143.72
0.00
195.93
Paraíba
1.25
19.60
0.00
0.00
1.25
19.60
267.25
284.34
99.12
83.61
366.37
367.96
Alagoas
1,314.02
106.95
0.00
0.00
1,314.02
106.95
Sergipe
531.12
34.55
0.00
0.00
531.12
34.55
Bahia
1,510.18
581.74
99.12
104.78
1,609.30
686.52
Minas Gerais
4,237.60
343.98
269.46
0.00
4,507.06
343.98
Espírito Santo
125.65
250.88
0.00
0.00
125.65
250.88
Acre Amazonas Roraima Pará Amapá
Pernambuco
Rio de Janeiro
403.61
1,524.60
59.82
330.59
463.43
1,855.19
São Paulo
3,621.11
1,038.35
0.00
100.22
3,621.11
1,138.57
Paraná
5,231.89
241.07
616.30
0.00
5,848.19
241.07
591.99
342.87
797.83
123.90
1,389.81
466.76
1,010.78
595.21
301.81
279.65
1,312.59
874.86
937.64
169.13
9.92
38.94
947.56
208.07
Santa Catarina Rio Grande do Sul Mato Grosso do Sul Mato Grosso Goiás Distrito Federal Total
507.07
240.85
92.39
0.00
599.46
240.85
1,772.51
85.56
445.15
63.72
2,217.66
149.28
9.20
3.54
0.00
0.00
9.20
3.54
25,083.12
7,183.48
9,391.99
1,318.69
34,475.12
8,502.18
Fonte: BEN 2006 e estimativas com base na carteira.
119
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Tabela 15.8 - Agrupamento de Investimentos em Energia Elétrica Aumento no Consumo de Energia Residencial 2005 Unidade Federativa
Carteira 2011
Domicílios sem iluminação
Consumo Médio
(1000)
(GW/h)
Acréscimo no Consumo
Consumo Total
(GW/h)
(GW/h)
Rondônia
28
1,23
34,33
Acre
23
1,24
28,60
231,25
Amazonas
61
1,20
73,15
1.062,47
6
1,63
9,77
167,77
171
0,98
167,05
1.830,73
2
1,82
3,64
249,64
Tocantins
53
0,97
51,27
395,64
Maranhão
231
0,78
180,62
1.308,11
Piauí
91
0,85
77,71
740,36
Ceará
93
1,02
94,94
2.272,45
Rio Grande do Norte
20
1,18
23,69
974,68
Paraíba
19
1,09
20,74
1.045,78
Pernambuco
45
1,24
55,84
2.850,45
Alagoas
28
0,90
25,28
711,45
Sergipe
18
1,02
18,33
580,54
Bahia
323
0,95
305,94
3.799,12
Minas Gerais
104
1,31
135,73
7.478,18
Espírito Santo
4
1,46
5,84
1.477,00
Rio de Janeiro
4
2,07
8,29
10.254,71
São Paulo
21
2,17
45,51
26.475,49
Paraná
38
1,53
58,27
4.830,59
4
2,00
8,00
3.610,00
Rio Grande do Sul
38
1,60
60,69
5.594,56
Mato Grosso do Sul
3
1,45
4,35
990,78
Mato Grosso
45
1,62
72,91
1.356,08
Goiás
16
1,47
23,50
2.516,95
1
2,10
2,10
1.421,60
Roraima Pará Amapá
Santa Catarina
Distrito Federal Fonte: PNAD (2006) e Carteira Preliminar
120
562,70
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Tabela 15.9 - Geração de Energia Elétrica Desmatamento na Área de iInfluência Direta dos Reservatórios e Linhas de Transmissão Carteira Unidade Federativa Rondônia
Desmatamento
UHE MW
LT Km 6.523,5
UHE (1) Km² 666
LT (2) Km²
1.818,64
Total Km² 66,6
1,885,24
42,68
42,68
51,4
2,339,09
Acre
0,00
Amazonas
426,8
Roraima
0,00
Pará
8.206
514
Amapá
2.287,69
244
24,4
24,40
69
1,161,27
100
10
10,00
Piauí
542,5
54,25
54,25
Ceará
224,3
22,43
22,43
Rio Grande do Norte
179,3
17,93
17,93
Tocantins
3.918
690
Maranhão
1.092,27
Paraíba
0,00
Pernambuco
280
78,06
78,06
Alagoas
200
20
Sergipe
276,2
27,62
27,62
Bahia Minas Gerais
280
303,7
78,06
30,37
108,43
761,2
1610
212,21
161
373,21
19
19,00
47,11
38
85,11
Espírito Santo
190
Rio de Janeiro
169
380
40
40,00
1.741
630,3
485,36
63,03
548,39
São Paulo
400
Paraná Santa Catarina
20,00
2.253,8
742,7
628,32
74,27
702,59
Rio Grande do Sul
852,6
432
237,69
43,2
280,89
Mato Grosso do Sul
28,03
500
7,81
50
57,81
261
654,9
72,76
65,49
138,25
1.257,5
408
350,57
40,8
391,37
Mato Grosso Goiás Distrito Federal Total
50 6.393,9
6.777,8
13.171,70
5
5,00
677,78
3.053,41
Fonte : BEN (2006) e Carteira de Energia (1) Estimado com base na média nacional de 0,2787 km² por MW. (2) Estimado com base em uma faixa de 100 m ao longo da Linha de Transmissão, estimadas por geoprocessamento com os mapas apresentados no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2007-2010).
121
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
5 - Petróleo e Gás Natural O indicador utilizado para avaliação do agrupamento de investimentos em petróleo, gás natural e refino foi a Razão entre o Consumo de Derivados de Petróleo e de Biocombustíveis. Os dados foram convertidos para toneladas equivalentes de petróleo, segundo fatores de conversão constantes no Balanço Energético Nacional e projetados conforme os investimentos previstos no agrupamento de projetos em Petróleo e Gás Natural. Para avaliação dos impactos, foi estimado aumento de oferta de derivados de petróleo em função dos investimentos da carteira, rateados de acordo com a atual demanda estadual desses produtos. Os principais investimentos do agrupamento de Petróleo e Gás Natural destinam-se a aumentar sua oferta mediante aumento significativo da exploração e produção nas Bacias de Campos, Santos e Espírito Santo. É prevista a construção de duas novas Unidades de Processamento de Gás Natural, sendo uma em Caraguatatuba (SP) e a outra em Linhares (ES). É igualmente considerada a importação de Gás Natural Liquefeito e a construção de duas unidades de regaseificação, uma no Rio de Janeiro (Baía da Guanabara) e outra no Ceará. (Tabela 15.10) A expansão da oferta de gás natural tende a reforçar a redução do consumo de óleo combustível nas caldeiras de termelétricas e fábricas, o que representa melhora na emissão de gases de efeito estufa e poluentes atmosféricos (Tabela 15.11).
122
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Tabela 15.10 – Principais Metas do Agrupamento de Investimentos em Petróleo e Gás para 2011 Carteira Unidade Federativa Rondônia
UHE MW
Desmatamento LT km
6.523,5
UHE (1) km² 666
LT (2) km²
1.818,64
Total km² 66,6
1,885,24
42,68
42,68
51,4
2,339,09
Acre
0,00
Amazonas
426,8
Roraima Pará
0,00 8.206
514
Amapá
2.287,69
24,4
24,40
69
1,161,27
100
10
10,00
Piauí
542,5
54,25
54,25
Ceará
224,3
22,43
22,43
Rio Grande do Norte
179,3
17,93
17,93
Tocantins
244 3.918
690
Maranhão
1.092,27
Paraíba Pernambuco
0,00 280
78,06
78,06
Alagoas
200
20
Sergipe
276,2
27,62
27,62
Bahia Minas Gerais
280
303,7
78,06
30,37
108,43
761,2
1610
212,21
161
373,21
19
19,00
47,11
38
85,11
Espírito Santo Rio de Janeiro
190 169
380
40
40,00
1.741
630,3
485,36
63,03
548,39
São Paulo Paraná Santa Catarina
20,00
400
2.253,8
742,7
628,32
74,27
702,59
Rio Grande do Sul
852,6
432
237,69
43,2
280,89
Mato Grosso do Sul
28,03
500
7,81
50
57,81
261
654,9
72,76
65,49
138,25
1.257,5
408
350,57
40,8
391,37
Mato Grosso Goiás Distrito Federal Total
50 6.393,9
6.777,8
13.171,70
5
5,00
677,78
3.053,41
Fonte: Carteira Preliminar, Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2007-2010) e PLANGAS da Petrobrás.
O agrupamento de investimentos prevê expansão significativa da capacidade de refino, o que aumentará a oferta de derivados de petróleo para o setor de transportes (gasolina e óleo diesel) (Tabela 15.12). Entretanto, quando combinado com o agrupamento de investimentos em biocombustíveis, os efeitos são positivos no que diz respeito à relação entre biocombustíveis e derivados de petróleo, como pode ser observado nos mapas elaborados a partir do Painel de Sustentabilidade, onde se destaca a difusão do consumo de biocombustíveis a partir de São Paulo, avançando para o Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
123
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Tabela 15.11 - Evolução do Consumo de Óleo Combustível e de Gás Natural (Em mil toneladas equivalentes de petróleo – tep) Unidade Federativa
Consumo de Óleo Combustível (mil tep) 2003
Rondônia Acre Amazonas Roraima Pará Amapá
2004 0,03
Consumo de Gás Natural (mil tep)
2005 0,00
2003
2004
2005
0,07
0,00
0,00
0,00
0,16
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
428,86
441,79
382,30
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
604,62
605,46
612,09
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Tocantins
0,41
0,33
0,27
0,00
0,00
0,00
Maranhão
170,54
198,78
195,84
0,00
0,00
0,00
Piauí
5,54
5,53
1,01
0,00
0,00
0,00
Ceará
9,34
9,23
5,87
224,42
475,65
264,14
Rio Grande do Norte
1,72
1,23
2,70
97,31
111,22
124,13
Paraíba
7,81
9,08
7,12
86,39
92,35
98,31
40,56
40,54
27,49
277,05
774,54
657,37
Alagoas
4,78
3,38
2,62
134,06
143,99
153,92
Sergipe
5,87
4,01
3,12
452,81
439,90
509,41
Bahia
368,10
345,83
369,00
2.237,23
1.956,21
1.706,97
Minas Gerais
804,22
734,67
765,24
479,62
720,92
642,47
Espírito Santo
370,82
222,23
430,53
392,24
406,14
382,31
Rio de Janeiro
204,33
125,78
124,80
2.620,53
3.180,58
3.584,73
Pernambuco
São Paulo
1.800,80
1.477,68
1.156,90
3.518,20
4.081,23
4.745,55
Paraná
277,18
182,26
159,90
184,70
217,47
247,26
Santa Catarina
180,90
168,50
174,84
308,82
386,28
470,68
Rio Grande do Sul
301,84
268,04
250,65
689,14
942,36
1.018,82
Mato Grosso do Sul Mato Grosso Goiás Distrito Federal Total
9,67
4,63
4,65
284,99
648,43
472,67
31,39
13,55
7,31
413,09
313,79
238,32
303,93
314,59
323,26
0,00
0,00
0,00
12,74
13,62
14,92
0,00
0,00
0,00
5.946,14
5.190,76
5.022,50
12.400,58
14.892,02
15.318,02
Fonte: Anuário da ANP 2006, tabela 5.3 – Evolução do Consumo Estimado de Derivados de Petróleo.
124
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Tabela 15.12 – Evolução do Consumo Estimado de Derivados de Petróleo (Em mil toneladas equivalentes de petróleo – tep) Unidade Federativa
Observado 2000
Estimado - Carteira 2004
2011
2015
Rondônia
502,46
447,28
681,56
Acre
149,06
126,56
183,01
171,58
Amazonas
664,26
953,06
1.365,37
1.616,57
Roraima
717,90
93,24
60,82
80,20
67,45
1.219,90
1.463,09
2.073,09
2.324,52
Amapá
102,79
148,19
228,68
280,40
Tocantins
255,66
334,20
470,84
541,97
Maranhão
585,18
713,32
1.029,06
1.164,23
Piauí
250,21
310,49
434,97
479,04
Ceará
699,76
739,64
1.056,85
1.119,47
Rio Grande do Norte
368,55
424,54
587,33
640,96
Paraíba
332,85
398,49
542,29
596,56
1.023,93
1.040,89
1.450,95
1.503,22
Alagoas
290,68
328,26
447,03
478,31
Sergipe
248,47
255,70
359,01
377,34
Bahia
2.033,94
2.285,58
3.169,42
3.421,17
Minas Gerais
4.681,07
5.112,72
7.277,61
9.051,47
Espírito Santo
983,48
842,01
1.390,46
1.436,72
Rio de Janeiro
3.096,12
2.865,03
3.969,92
3.888,42
12.162,42
11.779,64
16.151,84
16.155,82
Paraná
2.952,90
3.284,24
4.588,83
4.969,75
Santa Catarina
1.717,73
1.945,27
2.742,99
3.003,93
Rio Grande do Sul
2.839,58
3.041,92
3.943,76
4.087,83
705,17
811,62
1.019,01
1.081,48
Mato Grosso
1.079,81
1.406,52
1.702,27
1.889,00
Goiás
1.504,85
1.684,90
2.350,75
2.546,18
637,66
740,16
1.025,40
1.113,44
41.181,73
43.544,13
60.322,50
64.724,73
Pará
Pernambuco
São Paulo
Mato Grosso do Sul
Distrito Federal Total
Fonte ANP – Anuário 2006 e Agrupamento de Investimentos em Petróleo e Gás Natural.
125
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
6 - Biocombustíveis Os indicadores selecionados para avaliação do agrupamento de investimentos em biocombustíveis foram a relação entre o consumo de derivados de petróleo e biocombustíveis, o incremento no consumo de agrotóxicos associados às culturas de cana e soja e o incremento de focos de calor associado ao plantio de cana. Os parâmetros de estimação para o consumo de agrotóxicos e de expansão dos focos de calor baseiam-se nos dados observados para o cultivo de cana-de-açúcar entre 2000 e 2005 para cada UF onde o cultivo esteja presente. As mudanças climáticas indicam a necessidade de diversificação da matriz energética. Embora a posição do país seja relativamente confortável em termos da reduzida participação das energias fósseis na geração de energia elétrica, o setor de transportes constitui problema importante em relação à dependência desse tipo de combustível. Os investimentos previstos pelo agrupamento de investimentos em biocombustíveis sugerem que: a. Os investimentos na produção de biocombustíveis está fortemente condicionado à expansão da cultura de cana-de-açúcar; b. A expansão da cultura de cana-de-açúcar em grande escala, como indica a carteira, implicará uso intensivo de agrotóxicos; c. A produção intensiva de álcool poderá agravar os problemas de acidificação dos solos uma vez que o vinhoto produzido pelas usinas de etanol (em média, cada litro de etanol produz treze litros de vinhoto) vem sendo aplicado nas terras de cultivo de cana-deaçúcar como fertilizante; d. A concentração da produção de etanol em áreas de planalto e cerrado sugere a formação de círculos a partir de São Paulo, que já apresenta níveis muito elevados e uso de agrotóxicos. Esses círculos estão se expandindo em direção a Goiás, Minas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; e. A competição por solos agricultáveis poderá resultar na competição entre soja e cana;
126
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
f. O deslocamento progressivo das culturas em grande escala apresenta limites, seja no que diz respeito às restrições de aptidão agrícola dos solos, seja nas restrições de outorgas para irrigação e abertura de novas áreas que impliquem desmatamento. Tabela 15.13 - Consumo de Biocombustíveis (Em toneladas equivalentes de petróleo – tep) Consumo de Biocombustíveis (Em tep)
Unidade Federativa 2004 Rondônia
2005 20,03
Acre Amazonas Roraima Pará Amapá
2011 21,82
26,10
5,90
6,40
7,66
21,28
30,44
36,42
0,91
1,18
1,41
16,53
17,30
20,70
1,21
1,43
1,71
Tocantins
20,59
21,77
26,05
Maranhão
12,98
18,04
21,59
Piauí
25,50
23,96
28,66
Ceará
56,02
64,83
77,57
Rio Grande do Norte
36,73
42,42
50,75
Paraíba
50,41
54,46
65,17
108,86
149,71
179,13 51,51
Pernambuco Alagoas
36,99
43,05
Sergipe
23,22
21,63
25,88
Bahia
93,66
107,42
128,53
Minas Gerais
661,95
626,61
749,75
Espírito Santo
57,75
80,90
96,80
Rio de Janeiro
172,71
288,95
345,74
3.658,91
3.842,65
4.597,81
Paraná
847,30
829,49
992,50
Santa Catarina
273,45
280,55
335,68
Rio Grande do Sul
301,97
303,95
363,68
Mato Grosso do Sul
112,00
114,58
137,10
93,18
113,61
135,93
Goiás
267,51
239,09
286,08
Distrito Federal
119,84
124,14
148,54
7.097,39
7.470,38
8.938,46
São Paulo
Mato Grosso
Total
Fonte: 2004 e 2005 – Balanço Energético Nacional; 2006 – 2011 Estimado com base na expansão da oferta pelo Agrupamento de Investimentos em Biocombustíveis e Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2007-2010).
127
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Tabela 15.14 - Consumo de Agrotóxicos Consumo de Agrotóxicos (t) Unidade Federativa Rondônia Acre Amazonas
Consumo de Agrotóxicos (t) 2005
Carteira
2011
983,95
983,95
40,42
40,42
31,60
31,60
Roraima
164,30
164,30
Pará
749,81
749,81
Amapá
4,58
4,58
Tocantins
959,33
412,14
1.371,47
Maranhão
2.211,63
51,25
2.262,88
963,68
1.411,90
Piauí
641,26
Ceará
448,22
Rio Grande do Norte
278,09
Paraíba
313,75
313,75
Pernambuco
1.733,26
1.733,26
Alagoas
1.064,36
1.064,36
Sergipe
154,97
Bahia
641,26
278,09
154,97
9.974,84
175,18
10.150,02
Minas Gerais
15.704,73
6.476,07
22.180,79
Espírito Santo
3.977,23
Rio de Janeiro
3.977,23
549,88
539,45
1.089,33
São Paulo
54.916,84
10.032,04
64.948,88
Paraná
25.809,96
9.765,94
35.575,90
6.337,88
126,69
6.464,57
Rio Grande do Sul
23.130,65
406,41
23.537,05
Mato Grosso do Sul
10.767,47
1.675,89
12.443,36
Mato Grosso
32.112,51
3.579,70
35.692,20
Goiás
14.807,58
1.998,37
16.805,95
36.202,80
244.570,03
Santa Catarina
Distrito Federal Total
498,15 208.367,24
Fonte: IBAMA (2007) e Estimativa com base nos dados da carteira para 2011.
128
498,15
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
7– Luz para Todos O programa Luz para Todos baseia-se no princípio da eqüidade no acesso à energia elétrica, principalmente em áreas rurais. O acesso à energia é componente essencial para a melhoria das condições de vida da população. O aumento do rendimento da população rural nas áreas a serem beneficiadas pelo programa foi considerado resultante do impacto do agrupamento de investimentos Luz para Todos. Esse aumento vai alterar a relação entre rendimento urbano e rural no Painel de Sustentabilidade. Como parâmetro de impacto, foi adotado um indicador proxy que espelha o impacto regional dos investimentos a partir do aumento da renda rural com a implantação da energia elétrica. Por falta de parâmetro específico, adotou-se o percentual de domicílios rurais não-atendidos por energia elétrica sobre o total de domicílios rurais como multiplicador da renda média rural estadual. No horizonte adotado, considera-se que: a. Fracas densidades populacionais nas áreas rurais explicam as dificuldades em ampliar a capilaridade da rede de distribuição, uma vez que limitam as economias de escala e tornam a infra-estrutura de rede bastante onerosa; b. O acesso à energia favorece, potencialmente, a circulação de informação e pode, portanto, ter um impacto positivo na ampliação da participação política, permitindo maior democratização da sociedade brasileira; c. Os impactos positivos esperados do maior acesso à eletricidade sobre a melhor relação entre o rendimento urbano/rural, todavia, não se comprovam na projeção para 2011, ocorrendo decréscimo nessa relação nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco e Amapá; d. Com a demanda reprimida, o acesso à rede de energia ainda será precário e insuficiente nas regiões Norte e Nordeste, no horizonte considerado; e. A ampliação do acesso à rede de energia elétrica promovido por programas sociais não será suficiente para alterar as disparidades
129
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
no consumo de energia elétrica entre essas duas regiões e as demais regiões do país; Tabela 15.15 – Impactos do Agrupamento de Investimentos Luz para Todos sobre o Rendimento Rural 2005 Unidade Federativa
Domicílios Totais
Carteira
Relação entre domicílios sem iluminação e domicílios totais
Domicílios sem iluminação
Rendimento Rural
Rendimento Rural Estimado
Rondônia
431
28
0.065
287.00
305.65
Acre
163
23
0.141
181.00
206.54
Amazonas
825
61
0.074
240.00
257.75
97
6
0.062
243.00
258.03
1703
171
0.100
254.00
279.50
Amapá
135
2
0.015
291.00
295.31
Tocantins
356
53
0.149
221.00
253.90
Maranhão
Roraima Pará
1442
231
0.160
160.00
185.63
Piauí
776
91
0.117
136.00
151.95
Ceará
2133
93
0.044
156.00
162.80
Rio Grande do Norte
803
20
0.025
204.00
209.08
Paraíba
939
19
0.020
181.00
184.66
Pernambuco
2252
45
0.020
151.00
154.02
Alagoas
760
28
0.037
139.00
144.12
Sergipe
552
18
0.033
170.00
175.54
Bahia
3688
323
0.088
170.00
184.89
Minas Gerais
5626
104
0.018
263.00
267.86
Espírito Santo
1007
4
0.004
293.00
294.16
Rio de Janeiro
4944
4
0.001
344.00
344.28
12196
21
0.002
396.00
396.68
Paraná
3112
38
0.012
315.00
318.85
Santa Catarina
1802
4
0.002
435.00
435.97
Rio Grande do Sul
3465
38
0.011
359.00
362.94
Mato Grosso do Sul
680
3
0.004
316.00
317.39
Mato Grosso
792
45
0.057
305.00
322.33
1698
16
0.009
371.00
374.50
676
1
0.001
645.00
645.95
São Paulo
Goiás Distrito Federal
Fonte: PNAD (2005) e Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2007-2010) e Produto 6.3.
130
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
8 - Telecomunicações O agrupamento de investimentos em telecomunicações foi avaliado a partir da expansão da oferta de telefones fixos, cuja projeção de atendimento consta da carteira preliminar. Os indicadores utilizados para avaliar o impacto do agrupamento de investimentos em Telecomunicações foram o acesso domiciliar ao telefone e à Internet. Para estimar a porcentagem de domicílios que têm acesso à Internet, utilizou-se como parâmetro sua distribuição conforme a PNAD de 2005. No que diz respeito à telefonia, o agrupamento responde às tendências observadas, seja no que diz respeito à telefonia fixa, seja quanto à telefonia celular. Devido à disponibilidade de dados detalhados para os investimentos previstos, foi possível realizar projeções para 2011 e 2015. A oferta desses serviços é fundamental para a melhoria dos indicadores institucionais. Entretanto, conforme aponta pesquisa recente da PNAD, a maioria dos acessos à Internet são realizados no domicílio, aproximadamente 16% do total. Tal constatação reforça a importância de promover, em conjunto com a expansão da rede física, um processo de Inclusão Digital com vista a ampliar o acesso à rede mundial de computadores. Os mapas do acesso à Internet mostram progressos importantes nos estados da Região Sul e em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; entretanto, o Norte e, principalmente, o Nordeste ainda estão digitalmente excluídos e os efeitos da carteira não alteram significativamente essa situação. A avaliação dos investimentos em telefonia fixa mostra efeitos negativos na distribuição dos domicílios com telefone fixo em 13 estados - Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia. Isso indica possível falta de investimentos nesses estados, quando se leva em consideração a demanda real.
131
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Tabela 15.16 - Expansão do Acesso à Internet Unidade Federativa Estado Rondônia Acre Amazonas Roraima Pará Amapá
Telefone Fixos (Carteira) (Número de Terminais Fixos, em mil terminais) Carteira 2011 190,5
Carteira 2015
% de Acesso a Internet 2005
Estimativa de Domicílios com acesso à Internet 2011
Carteira 2015
198,2
10,92
2.081
2.165
76,4
79,5
12,24
936
973
420,1
437,2
9,41
3.954
4.115
52,2
54,3
9,96
520
541
610,1
634,9
10,75
6.557
6.823
65,8
68,5
15,82
1.041
1.084
Tocantins
141,7
147,4
11,76
1.666
1.733
Maranhão
444,7
462,7
7,02
3.122
3.249
Piauí
253,5
263,8
13,96
3.538
3.682
Ceará
801,5
834,1
12,46
9.990
10.396
Rio Grande do Norte
360,1
374,7
16,76
6.035
6.279
Paraíba
358,1
372,6
18,89
6.764
7.038
Pernambuco
1.027,10
1.068,80
14,99
15.400
16.025
Alagoas
260,9
271,5
14,76
3.851
4.007
Sergipe
216,1
224,9
15,90
3.435
3.575
Bahia
1.795,80
1.868,70
12,40
22.269
23.173
Minas Gerais
3.968,40
4.129,50
16,91
67.120
69.845
Espírito Santo
781,2
812,9
19,31
15.087
15.699
Rio de Janeiro
5.368,30
5.586,30
18,24
97.921
101.898
São Paulo
14.223,70
14.801,20
20,16
286.790
298.434
Paraná
2.608,70
2.687,70
21,86
57.025
58.752
Santa Catarina
1.554,20
1.601,30
23,77
36.943
38.062
Rio Grande do Sul
2.563,40
2.641,10
20,78
53.278
54.893
Mato Grosso do Sul
434,1
451,7
17,50
7.598
7.906
Mato Grosso
456,9
475,4
15,71
7.180
7.470
1.137,70
1.183,90
11,98
13.632
14.186
846,8
881,2
23,84
20.189
21.009
Goiás Distrito Federal
Fonte: Agrupamento de Investimentos em Telecomunicações (Produto 5.1) e PNAD.
132
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
9 – Saneamento O agrupamento de investimentos em saneamento foi considerado a partir da expansão da oferta dos serviços de água encanada e esgotamento de resíduos. A ampliação da oferta de água bruta foi avaliada no agrupamento de investimentos em Infra-estrutura Hídrica. Para definir as metas a serem atingidas, foram utilizadas as projeções de abrangência do PAC e supôs-se que o atendimento seria igualmente distribuído pelas UF. A estimativa das pessoas atendidas baseia-se nos dados da PNAD de 2005 e do SNIS, projetados segundo as metas explícitas do PAC 2007-2010 de atender, com esgoto, 7,3 milhões de domicílios e 25,4 milhões de pessoas. O rateio dos valores foi realizado pelo total da população atendida, que é a variável utilizada no Painel de Sustentabilidade, segundo a distribuição vigente em 2005. Mato Grosso e Rondônia são os estados que apresentam ganhos significativos, tendência que já vem se manifestando desde a primeira metade da década atual. Entretanto, observa-se a perda relativa do Amazonas e a permanência do Acre, Tocantins, Alagoas e Mato Grosso do Sul como aqueles que se apresentam na parte inferior da distribuição. O Distrito Federal apresenta o melhor nível de cobertura. Independente do problema social que essa carência acarreta, deve-se destacar a importância do Bioma Pantanal, no caso do Mato Grosso do Sul, que compreende uma das maiores planícies inundáveis do planeta e extremamente sensível à contaminação por dejetos sem tratamento. Adicionalmente, buscando apresentar sugestões para a melhoria da carteira de investimentos, procurou-se avaliar o impacto do agrupamento de investimentos em saneamento sobre a mortalidade infantil, utilizando-se regressão múltipla para avaliar o peso dos fatores combinados. Dada a diversidade de situações existentes no Brasil, o coeficiente é baixo (20,6), conforme pode ser observado nos resultados das regressões. Entretanto, ao se testar o aumento da oferta de saneamento com outros indicadores sociais e econômicos, observou-se que a oferta é diretamente relacionada ao índice de alfabetização (96,1), o que significa que a ampliação dos resultados efetivos na melhoria das condições de saúde está condicionada pela ampliação, também, da oferta de educação básica. A reta de regressão não permite projetar o indicador por estados devido à grande diversidade de situações encontradas. Entretanto, realizou-se um teste para o Brasil que indica, caso sejam integrados programas de educação sanitária às ações de saneamento, a possibilidade de haver ligeira redução da mortalidade infantil no
133
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
período (22,58 para 21,49 óbitos por mil), o que é significativo, considerando que a expansão da oferta só estará completa no final do período considerado. Tabela 15.17 - Expansão da Oferta de Saneamento – Esgoto (pessoas atendidas) População residindo em domicílios com esgoto Unidade Federativa
PNAD
Estimado pela Carteira
2005
2011
2015
Rondônia
745.288
1.076.912
Acre
264.398
430.552
636.006
1.679.323
2.335.960
3.345.910
Amazonas Roraima Pará
1.503.453
293.064
334.345
446.830
3.884.662
5.181.202
7.032.065
Amapá
340.564
447.291
664.115
Tocantins
299.172
722.073
1.189.240
Maranhão
2.918.725
4.256.724
5.722.495
Piauí
1.578.952
2.178.893
2.789.521
Ceara
3.216.480
5.267.129
7.472.418
Rio Grande do Norte
1.627.981
2.205.727
2.879.635
Paraíba
1.817.396
2.564.622
3.259.101
Pernambuco
3.264.207
5.427.703
7.497.851
Alagoas
861.005
1.766.381
2.619.070
Sergipe
1.402.206
1.639.834
2.030.274
Bahia
6.091.753
9.336.787
12.488.506
Minas Gerais
14.122.747
16.271.671
19.401.886
Espírito Santo
2.505.270
2.884.702
3.530.910
Rio de Janeiro
13.394.805
14.230.309
16.032.375
São Paulo
37.285.993
38.612.312
43.813.203
Paraná
7.010.072
8.376.297
10.156.703
Santa Catarina
4.767.510
5.229.275
6.181.093
Rio Grande do Sul
8.610.493
9.549.349
11.010.093
Mato Grosso do Sul
339.405
1.148.213
1.924.899
Mato Grosso
1.241.686
1.897.781
2.722.246
Goiás
1.975.090
3.506.451
5.299.972
Distrito Federal Brasil
2.190.891
2.250.643
2.644.100
123.729.138
149.129.138
184.293.970
Fonte: PNAD (2006) e Carteira de Saneamento.
Tabela 15.18 - Estimativa de Redução da Taxa de Mortalidade Infantil Brasil
Óbito de menores de 5 anos
Taxa de mortalidade infantil (por 1.000 nascidos vivos)
Observada - 2005
368.111
22.58
Estimada - 2011
350.314
21.49
Fonte: PNAD (2006) e estimativas com base na carteira.
134
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
10 – Habitação O agrupamento de investimentos em Habitação afeta diretamente o Rendimento Médio da população, calculado a partir do Déficit Habitacional e da meta de atingir 4 milhões de famílias. O parâmetro de estimação considerou o aumento de rendimento a partir do valor obtido na Pesquisa de Orçamento Familiar do IBGE, que atribuiu ao item habitação o equivalente a 29,26% da renda familiar, incidindo diretamente sobre o indicador de rendimento médio no Painel de Sustentabilidade. Utilizou-se, como critério de rateio dos investimentos, a distribuição atual do déficit de domicílios por estado. Tabela 15.19- Carteira de Habitação Estimativa de Aumento do Rendimento Médio UF
Déficit Total Domicílios
Meta Famílias
Aumento do Rendimento
Rondônia
59.959
30.349
2,060326
Acre
30.051
15.210
2,730425
212.487
107.552
3,814497
Amazonas Roraima
22.874
11.578
3,492442
427.327
216.294
3,716247
Amapá
15.546
7.869
1,705469
Tocantins
82.111
41.561
3,41594
Maranhão
539.571
273.107
5,54169
Piauí
165.177
83.605
3,152439
Ceará
424.321
214.773
2,946202
Rio Grande do Norte
143.319
72.542
2,643304
Paraíba
153.320
77.604
2,418199
Pernambuco
427.923
216.596
2,814207
Alagoas
131.963
66.794
2,571565
Sergipe
99.998
50.615
2,682941
Bahia
657.555
332.826
2,640584
Minas Gerais
682.432
345.417
1,796464
Espírito Santo
125.412
63.478
1,844457
Rio de Janeiro
580.621
293.885
1,739295
Pará
São Paulo
1.510.463
764.530
1,834221
Paraná
325.681
164.845
1,549929
Santa Catarina
179.794
91.004
1,477676
Rio Grande do Sul
368.233
186.383
1,573904
Mato Grosso do Sul
87.182
44.128
1,898789 2,022985
Mato Grosso
108.183
54.757
Goiás
220.198
111.455
1,92059
Distrito Federal
120.998
61.244
2,650882
135
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
11 - Transporte Urbano O agrupamento de investimentos em Transporte Urbano afeta diretamente as áreas metropolitanas de Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte e São Paulo. Com base na Pesquisa do Orçamento Familiar do IBGE, estimou-se um ganho real de 15% para os residentes nessas áreas metropolitanas, que incidiu diretamente sobre o indicador de relação entre rendimento urbano e rural nas UF contempladas com projetos do agrupamento. Tabela 15.20 - Carteira de Transporte Urbano Obras previstas UF
R$ Milhões
Investimento
Ceará
de Fortaleza: Conclusão de trecho da Linha Sul e Recuperação e 300.000,00 Metrô melhoramento de trecho na Linha Oeste.
Pernambuco
de Recife: Recuperação, duplicação e conclusão de trecho na Linha 300.000,00 Metrô Sul e Recuperação e Ampliação de trecho na Linha Centro.
Bahia
de Salvador: Conclusão de trecho da Linha Lapa -Pirajá e 300.000,00 Metrô recuperação e conclusão de trecho da Linha Calçada - Paripe (Trem);
Minas Gerais
Metrô de Belo Horizonte: Conclusão, Sinalização, Modernização da frota 300.000,00 e construção de terminal da Linha I e conclusão, desapropriações e implantação da plataforma ferroviária da Linha II.
São Paulo
Expresso de Transporte Coletivo Urbano: Conclusão do Trecho 300.000,00 Corredor Parque D.Pedro - Cidade Tiradentes.
Total
1.500.000,00
12 – Ciência e Tecnologia Embora o agrupamento de investimentos em Ciência e Tecnologia (C&T) tenha impacto indireto sobre o conjunto da vida social, consideraram-se seus efeitos mais diretos sobre a participação das despesas com educação e cultura pelos governos estaduais, na medida em que o desenvolvimento tecnológico aumenta a demanda por qualificação técnica. Entretanto, como as despesas de C&T são as mais concentradas de todos os agrupamentos, com 75,2% dos investimentos do período 2007-11, aplicados em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, verificouse que os impactos mais importantes da carteira ficarão restritos a essas UF, com reduzido efeito multiplicador sobre o restante da economia nacional. O agrupamento de investimentos em C&T poderia ter maior importância no Painel de Sustentabilidade caso fossem considerados seus impactos indiretos em outros indicadores como, por exemplo, a escolaridade da população e o número de médicos por mil habitantes, considerando, entretanto, que os
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Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
efeitos dos investimentos em C&T só se manifestariam a médio e longo prazo, e considerando o período de qualificação do pessoal técnico do setor de saúde ou mudanças sensíveis no nível de escolaridade, que somente se manifestariam concretamente após 2015. As mudanças nos gastos estaduais em Educação e Cultura foram consideradas em função do rateio dos investimentos federais em Ciência e Tecnologia pelas UF.
137
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
16. ANÁLISE DAS MODIFICAÇÕES OCORRIDAS NO PERÍODO 2011 E 2015 MEDIANTE O USO DOS INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE O objetivo aqui é discutir as modificações ocorridas nos indicadores utilizados para a AS nas quatro dimensões. Como os resultados do Painel de Controle para os anos de 2004, 2011 e 2015 são apresentados considerando-se o comportamento desses indicadores nesses três anos, apresenta-se como necessária a discussão das razões que alteram o comportamento de tais indicadores. Nesse sentido e já antecipando os comentários que seguem, é importante registrar que o comportamento dos indicadores não é modificado apenas pela ação dos diferentes agrupamentos de projetos relativos à Carteira Preliminar de Investimentos. Outro fator que altera o desempenho dos indicadores é a sua tendência verificada no período considerado como o baseline – 2000 a 2004. Para permitir o acompanhamento dos indicadores, anexou-se a listagem daqueles afetados pelos agrupamentos de investimentos da Carteira Preliminar, já que, devido à própria metodologia do Painel de Sustentabilidade – que atribui a escala de cores de acordo com a posição relativa da UF -, pode acontecer de um estado perder posição relativa na escala de cores em função de mudanças de maior magnitude em outros estados, embora tenha obtido ganhos absolutos no indicador. Aspecto relevante é o uso, em alguns casos, de dados de 2005 para a definição das tendências. É o caso, por exemplo, dos valores relativos a consumo de agrotóxicos, para os quais foi possível a obtenção de dados para o período 2000-2005, organizados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Cabe também destacar o uso de todos os indicadores selecionados na avaliação da Carteira Preliminar. De fato, nem todos os 28 indicadores escolhidos para a AS foram utilizados na análise da Carteira pelo Painel de Controle. Identificou-se, quando da análise da Carteira Preliminar, que alguns indicadores não seriam modificados. Contudo, em vez de retirar esses indicadores da proposta do método de AS, optou-se por mantê-los, tendo em vista que a discussão sobre que indicadores deverão ser utilizados ainda é questão em aberto. Ademais, como essa é uma discussão que está na agenda de várias instituições, sejam nacionais ou internacionais, entende-se que esse assunto ainda merece maiores reflexões e,
139
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
sobretudo, discussão mais ampliada com a inclusão de outros atores mediante, por exemplo, a realização de workshop que tenha por objeto o avanço desse assunto no sentido de se chegar a um primeiro acordo sobre os indicadores a serem utilizados e/ou desenvolvidos. Dimensão Natureza
Os indicadores ambientais afetados pela carteira preliminar de investimentos são: a Cobertura Vegetal, a Intensidade Hídrica, o Número de Focos de Calor, o Consumo de Agrotóxicos, a Participação de Biocombustíveis e a Participação da Geração Hidráulica na Oferta Estadual de Energia, indicadores que tiveram alteração em função dos investimentos previstos na Carteira Preliminar. Em se tratando de índice agregado, composto por sete indicadores, as respostas aos investimentos da Carteira Preliminar são interativas e apontam para a acentuação das disparidades regionais nas condições ambientais. De modo geral, considerando os investimentos em hidreletricidade nos estados da Amazônia, há tendência de redução da queima de combustíveis fósseis na geração termoelétrica, embora sejam patentes seus impactos, bem como da construção de linhas de transmissão sobre a cobertura vegetal, principalmente em Tocantins e Rondônia. As obras de infra-estrutura hídrica, que afetarão principalmente os estados do Nordeste, embora venham a mitigar os efeitos das estiagens periódicas sobre a população urbana regional, tendem a contribuir para o aumento da Intensidade Hídrica do PIB regional, o que tende a aumentar a dependência da economia nordestina de um fator escasso na região: água. Esse efeito é particularmente sensível no Piauí, Ceará, Paraíba e Alagoas. A expansão das obras rodoviárias e ferroviárias tende a contribuir para o desmatamento, principalmente em dois biomas: as rodovias no Amazônico e as ferrovias na Caatinga. Os impactos das obras rodoviárias serão particularmente intensos no Pará, Rondônia, Amazonas e Amapá, sendo que, no último, a construção da rodovia que liga Macapá a Oiapoque, conectando com a Guiana Francesa, pode vir a inverter o eixo de desenvolvimento do estado de leste-oeste para sul-norte, com impactos sobre terras indígenas e áreas protegidas.
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Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
O agrupamento de biocombustíveis e de petróleo e gás natural tendem a alterar, de modo contraditório, a relação entre combustíveis renováveis e não-renováveis, considerando que ainda há forte dependência do transporte de carga e de passageiros do óleo diesel, o que não deverá ser significativamente alterado no período considerado. Por outro lado, o aumento da emissão de gases de efeito estufa em conseqüência da expansão das atividades de exploração e refino de petróleo e gás deve ser considerado, e os impactos do agrupamento de biocombustíveis sobre o aumento no consumo de agrotóxicos e no número de focos de calor é relevante em São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Considerando o índice agregado e a distribuição relativa das ponderações, entre 2004 e 2011, observa-se melhoria na situação relativa às classes dos estados de Santa Catarina, Sergipe, Pernambuco e Goiás, que passam da situação média para satisfatória, e do Rio Grande do Sul, Paraíba e Ceará, que passam da situação deficitária para média. Os indicadores que ajudam a explicar essa mudança são a geração de energia hidrelétrica e a disseminação dos biocombustíveis. No sentido contrário, perde posição o estado de Minas Gerais, caindo de satisfatório para ruim. No caso de Minas Gerais, a mudança pode ser explicada pelo aumento de consumo de agrotóxicos em função da expansão do cultivo de biocombustíveis. Entre 2011 e 2015, observa-se a piora das condições ambientais no Ceará, explicada pelo aumento da intensidade hídrica em conseqüência da implantação de projetos de irrigação. Por outro lado, Tocantins apresenta melhora, passando de médio para satisfatório, em conseqüência da melhoria no indicador de intensidade hídrica – considerando a tendência de redução de perdas na captação e distribuição de água para consumo urbano, bem como a entrada em operação das unidades de geração hidrelétrica previstas para o estado. 1. Relação entre Área Florestada e Área Total
Este indicador da dimensão ambiental é afetado pelo agrupamento de projetos de Rodovias, Energia Elétrica e Logística. Considerando a situação existente no baseline em 2004, a principal modificação em 2011 ocorre em Rondônia. Essa modificação deve-se aos investimentos feitos no estado para
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Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
a construção de hidrelétricas, a exemplo das do Rio Madeira e suas linhas de transmissão. A Tabela 4.3 mostra os efeitos dos projetos de Energia Elétrica sobre a área desmatada, onde Rondônia apresenta índice expressivo. No período subseqüente, de 2012 a 2015, a situação praticamente não se altera em relação a 2011, com exceção de Rondônia, Acre, Piauí, Pará e Mato Grosso, conforme também pode ser observado na tabela sobre o comportamento dos indicadores. A explicação para a mudança na situação relativa desses estados está nos investimentos feitos em energia e nas rodovias, que, graças ao “efeito espinha de peixe”, tendem a ampliar a área desmatada. 2. Número de Focos de Calor
Esse indicador é influenciado pelo agrupamento de projetos em Biocombustíveis e pela própria tendência decrescente que vêm assumindo as taxas de desmatamento no país. Como pode ser observado para esse indicador e considerando o período 2004-2011, os estados que pioram sua situação são Rondônia, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Acre, e os estados que têm sua situação melhorada são Mato Grosso, Ceará, Paraíba, Alagoas, Tocantins e Distrito Federal. De fato, o principal fator a responder pelas alterações verificadas nesse indicador são as mudanças na tendência do número de focos de calor ocorridas no período de 2000 a 2005, embora uma expansão mais acelerada do crescimento da economia nacional possa inverter essa tendência. Enquanto há redução dessas taxas para aqueles estados onde o desempenho é positivo, naqueles onde ocorre o contrário há aumento dos focos de calor, medidos pela relação número de focos/100 km2. No período de 2012 a 2015, não há alterações na situação dos estados. Como apontado, as melhoras observadas no período de 2008 a 2011 são resultado das políticas públicas que vêm sendo implementadas pelas diferentes esferas governamentais no sentido da redução do uso das queimadas. 3. Intensidade Hídrica
Esse indicador da dimensão ambiental é impactado pelo agrupamento de Infraestrutura Hídrica. O Painel de Sustentabilidade utiliza como indicador a relação entre o total de água produzida para consumo predominantemente urbano
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Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
(SNIS) e a água para irrigação, segundo dados de Christofidis (2005), sobre o PIB de cada estado. Considerou-se a tendência observada entre 2004 e 2005 para projetar o indicador para 2011 e 2015. Deve-se considerar também a elevada perda na distribuição da água nos centros urbanos, que eleva a participação do indicador, caso do Rio de Janeiro e de alguns estados da Amazônia. Conforme pode ser observado na tabela sobre o comportamento dos indicadores, os impactos do agrupamento são sensíveis sobre o indicador nos estados da Região Nordeste, inclusive aqueles situados fora da zona semi-árida, como o Maranhão. Tocantins é também afetado pela expansão do consumo de água, embora o crescimento previsto para o PIB pelo impacto geral da carteira seja um fator de amortecimento desse impacto. O Rio Grande do Sul apresenta grande intensidade hídrica devido à importância da lavoura irrigada de arroz e, embora não seja afetado diretamente pela carteira, apresenta tendência a acentuar essa intensidade, o que deve ser considerado a longo prazo, inclusive pela previsão de expansão da silvicultura na Campanha Gaúcha, que demanda grande quantidade de água do solo. Não está prevista nos investimentos do agrupamento de Infra-estrutura Hídrica nenhuma intervenção mais direta no controle das perdas de água no abastecimento urbano. Muito da variação desse indicador nos estados do Sudeste deve-se às projeções de perdas entre a captação e a distribuição de água, o que deve ser considerado pelos órgãos responsáveis pela gestão desse recurso estratégico. Os estados que perdem na escala de cores no período entre 2008 e 2011 são Roraima, Tocantins, Piauí, Ceará, Paraíba, Bahia, Alagoas, Minas Gerais, Espírito Santo, Roraima, Mato Grosso do Sul, Goiás e Rio Grande do Sul. Por outro lado, apresentam variação positiva no indicador os estados do Amazonas, Amapá, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina. A melhora na posição relativa desses estados deve-se, em parte, à tendência observada de maior eficácia na gestão dos recursos hídricos para abastecimento urbano. Entre 2012 e 2015, a tendência acentua-se no Piauí, Ceará e Paraíba e há piora relativa também em Roraima, Bahia e Sergipe, acentuando a situação na Região Nordeste. Na Amazônia, Roraima e Amapá apresentam melhoras no indicador, em grande parte em conseqüência da melhor gestão dos recursos hídricos. É importante considerar que esse indicador é formado por três variáveis impactadas
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Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
pela carteira: o PIB, o Consumo de Água Urbano e o Consumo de Água para Irrigação. Assim, um crescimento mais expressivo do PIB sem que haja mudanças significativas no consumo de água – respeitando algumas tendências atuais já explicadas - pode indicar melhoras relativas nesse indicador. 4. Consumo de Agrotóxicos
O agrupamento de projetos a influenciar esse indicador é o de Biocombustíveis. Entende-se que, com a expansão do plantio das espécies que produzem biocombustíveis, principalmente o plantio da cana-de-açúcar, haverá necessariamente aumento do uso de agrotóxicos nos estados onde essas expansões de produção agrícola acontecerem. Os estados onde a expansão do cultivo de cana-de-açúcar será estimulada tenderão a aumentar o consumo de agrotóxicos, já que esse cultivo é um dos principais consumidores de herbicidas. Quanto à situação no período 2008-2011, os estados que têm sua posição relativa melhorada na escala de cores são Roraima, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e Alagoas. Isso pode ser explicado pela tendência à redução no consumo de agrotóxicos observada entre 2004 e 2005. Rondônia, Ceará, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Tocantins, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Distrito Federal têm seu desempenho agravado. No caso de Rondônia, o que explica a piora é a tendência de aumento do consumo de agrotóxicos em relação à área plantada, verificada entre 2000 e 2005. A mesma razão justifica a modificação verificada no Distrito Federal. No Espírito Santo, a justificativa para a piora relaciona-se à redução da área plantada no estado, no período de 2000-2005, sem a equivalente redução do consumo de agrotóxicos. Para Mato Grosso, Bahia e Ceará, a perda de posição relativa deve-se ao aumento no cultivo de oleaginosas, principalmente para os dois primeiros. Para o período 2012-2015, o quadro não se altera, tendo em vista a inexistência de informações da Carteira para investimentos nesse agrupamento de projetos. 5. Razão entre Biocombustíveis e Derivados de Petróleo
Esse indicador é afetado pelos agrupamentos de projetos de Biocombustíveis e Petróleo e Gás Natural. Para o período de 2008 a 2011, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Ceará, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Tocantins, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul apresentam melhoras de desempenho. Há mudanças para pior no desempenho do Distrito Federal, Goiás, Sergipe
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Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
e Piauí, sendo que, para este último, a explicação é a distância dos centros produtores. Na avaliação dos impactos da produção de biocombustíveis, considerou-se que os estados beneficiados teriam aumento diferencial no consumo desses produtos, assim a piora relativa de alguns estados também pode ser explicada pela ausência de investimentos diretos para a promoção do uso de biocombustíveis em seus territórios. É flagrante que os impactos serão maiores no Centro-Sul, onde São Paulo funciona como centro irradiador da oferta de biocombustíveis, cuja produção se expande para Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná. Da mesma maneira, a expansão dos cultivos de cana-de-açúcar no Nordeste explica a melhora de Alagoas. No período entre 2012-2015, a situação permanece relativamente estável, conforme pode ser observado na tabela sobre o comportamento dos indicadores, com ligeira melhora para o Estado do Rio de Janeiro e piora para Minas Gerais e Santa Catarina, em função de pequenas mudanças na participação relativa das três UF. 6. Relação entre a Geração Hidrelétrica e a Oferta Estadual de Energia Elétrica
Esse indicador é afetado pelos Agrupamentos de Investimentos de Energia Elétrica. Na Amazônia Ocidental, principalmente Acre, Rondônia e Roraima, junto com as unidades federativas do Nordeste Setentrional e do Extremo Sul, são os que apresentam a menor participação da hidroeletricidade na geração estadual. Considerando os impactos da Carteira Preliminar, no período 2008-2011, Rondônia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul serão os estados mais beneficiados com os investimentos do agrupamento energia no que diz respeito a esse indicador, já que atualmente a oferta estadual de energia é dominantemente térmica, devendo alterar esse perfil à medida que os investimentos em hidroeletricidade venham a maturar. No período entre 2012-2015, essa tendência é reforçada para Rondônia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, em função da maturação dos investimentos previstos no agrupamento de energia elétrica. Os dados da tabela sobre o comportamento dos indicadores ajudam a confirmar essa análise.
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Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Dimensão Econômica
Os indicadores econômicos afetados pela Carteira Preliminar de Investimentos foram PIB per capita, Taxa de Desemprego; Densidade da Malha Viária, Consumo Residencial de Energia Elétrica, Rendimento Médio Mensal e Razão entre o Rendimento Urbano e Rural. Devido à orientação para a solução de gargalos de infra-estrutura energética e logística, bem como para investimentos em generalização do acesso à energia elétrica, os impactos da Carteira Preliminar de Investimentos sobre a Dimensão Econômica afetarão as economias estaduais no longo prazo, embora estejam muito longe de enfrentar os problemas das desigualdades regionais no Brasil. No período de 2004-2011, há melhoras para Maranhão, Paraíba, Sergipe, Santa Catarina, Distrito Federal e Mato Grosso, e piora relativa para Acre e Roraima, que foram pouco contemplados com os investimentos da Carteira. Excetuando o caso de Mato Grosso, cujo dinamismo do agronegócio é o grande responsável pela dinâmica econômica, no caso do Maranhão e da Paraíba, trata-se de uma aproximação à situação vigente na Região Nordeste, onde esses estados – junto com o Piauí -, apresentavam os piores indicadores em 2004. Deve-se observar que os estados que absorvem de modo positivo os impactos da Carteira Preliminar são aqueles que, dentro de suas respectivas regiões, apresentam menores graus de concentração de renda. Isso é importante, pois os efeitos econômicos dos investimentos previstos têm maior permeabilidade social onde um mínimo de eqüidade garante sua apropriação pelo tecido social. No caso específico do Distrito Federal, uma ligeira melhora nos indicadores de emprego e um reposicionamento de São Paulo e Rio de Janeiro determinam a passagem para bom em lugar de aceitável, porque o Distrito Federal ocupava o limite superior da classe. No período entre 2012-2015, observa-se a melhora das condições econômicas no Tocantins, que recebeu investimentos vultosos e uma ligeira perda de posição relativa em Santa Catarina, Mato Grosso, Acre, Rio Grande do Norte e Sergipe. Em grande parte, a explicação para essas mudanças está no indicador PIB per capita, que apesar de não ter havido redução absoluta em seus valores, conforme pode ser observado na tabela de indicadores em anexo, os ganhos relativos de alguns estados, em função dos investimentos a serem realizados, tendem a alterar sua posição relativa no conjunto da distribuição nacional, que ainda é extremamente concentrada em alguns estados.
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Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
1. PIB Per Capita
Antes de analisar o comportamento do indicador no período, é importante assinalar a extrema desigualdade na distribuição do produto interno entre as UF. Essa desigualdade faz que os estados mais ricos tenham um PIB per capita cinco vezes superior a alguns estados mais pobres. Dados recentes confirmam essa desigualdade, como as Contas Regionais no nível Municipal para 2005, divulgada pelo IBGE, que mostram que apenas cinco municípios detêm 25% do PIB nacional. Essa consideração é importante para que se tenha em mente que os investimentos da carteira, que em algumas UF atingem cerca de 30% do PIB estadual, certamente vão afetar a distribuição relativa do indicador entre as demais UF. O indicador PIB per capita é influenciado pelo conjunto dos investimentos da Carteira Preliminar, considerando a expansão dos PIB estaduais, conforme estimativa realizada pelo Módulo de Avaliação de Impactos Econômicos do Estudo. De modo geral, entre 2008 e 2011, o comportamento do indicador é positivo para a maioria das UF, exceto Rondônia, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, Alagoas, Minas Gerais, Distrito Federal e São Paulo. Conforme pode ser observado na tabela sobre o comportamento dos indicadores, em anexo, excetuando São Paulo, onde há uma pequena redução entre 2004 e 2011, todos os demais estados apresentam variação positiva no indicador. Nesse aspecto, é importante considerar, do ponto de vista metodológico, que o Painel de Sustentabilidade registra não apenas a variação positiva ou negativa do indicador, mas as mudanças nas posições relativas, isto é, quanto a variação do indicador repercute na distribuição como um todo. Considerando essas observações, a análise do período 2012-2015 mostra que as melhoras significativas no indicador tendem a ocorrer no Acre, Ceará, Tocantins e Pará, devido ao efeito dos investimentos da carteira. Roraima, Rio Grande do Norte, Sergipe, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande dos Sul, embora tenham sido contemplados com investimentos pela carteira, tendem a apresentar perda de posição relativa, em função dos ganhos – também relativos, apresentados pelos demais estados. 2. Taxa de Desemprego
Esse indicador foi estimado em função dos impactos gerais da carteira preliminar, considerando as indicações do Módulo de Avaliação de Impactos Econômicos do Estudo. Avaliando os efeitos no período 2004-2011, observa-se melhora
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Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
na posição relativa dos estados de São Paulo e Amazonas, que são aqueles que poderiam se beneficiar de uma expansão do consumo em escala nacional, considerando o parque industrial paulista e a Zona Franca de Manaus. Para 2015, há perdas nas posições relativas de Rondônia, Pará e Maranhão, que podem ser explicadas pela conclusão de alguns investimentos previstos nesses estados. 3. Densidade da Malha Viária
Esse indicador é alterado em função dos agrupamentos de projetos de Rodovia e de Logística. Para o período de 2004 a 2011, Sergipe e Paraíba são os únicos estados com situação agravada. Isso se explica pela ausência de investimentos em transportes nesses dois estados. Os investimentos nos estados da Amazônia, embora significativos, não são suficientes para melhorar a circulação. Para o período de 2012-2015, não há alterações desse indicador, o que se explica pela inexistência de qualquer atividade nesse período para os agrupamentos de Rodovia e Logística, a não ser a realização de duplicações ou pavimentação de vias já existentes, além de investimentos em conservação e restauração de vias, muitas delas já pavimentadas. 4. Consumo de Energia Elétrica
Esse indicador é alterado pelo agrupamento de projetos de Energia Elétrica. Para o período de 2004 a 2011, há melhora para Acre, Santa Catarina, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Ceará e Paraíba e piora na posição relativa para Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima Rio Grande do Sul e Paraná. Como esse indicador reflete a generalização do fornecimento aos domicílios que atualmente não dispõem de energia elétrica, as mudanças relativas ocorrerão nos estados com maior déficit. Esse indicador deve ser observado com cuidado, já que a redução no consumo doméstico pode representar também maior eficiência energética domiciliar. Os dados brutos dos indicadores, constantes no Anexo V, mostram que houve crescimento generalizado do consumo doméstico domiciliar entre 2004 e 2011, com exceção de Roraima, que é a UF mais isolada do ponto de vista das redes de transmissão de energia elétrica.
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Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
No caso do Espírito Santo, embora o Dashboard mostre melhora para esse estado, na prática, a variação ocorrida na sua situação é bastante reduzida (o estado está no limite entre uma faixa e outra). No caso dos estados onde ocorre piora, a explicação está na tendência observada no período de 2000 a 2004 de redução no consumo de energia elétrica. A Tabela a seguir 16.1 explicita essa redução. Entre 2012 e 2015, apresentam variação positiva na escala de cores Acre, Tocantins, Piauí, Ceará, Paraíba, Sergipe e Bahia. Em direção contrária, estão Amapá, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Essas mudanças são resultado das projeções lineares das tendências observadas e projetadas no período entre 2004 e 2011 e refletem não apenas os investimentos da Carteira, mas também mudanças complexas e de difícil explicação nos hábitos de consumo. Devese ter sempre em mente que as projeções dos indicadores são meramente indicativas dos possíveis comportamentos futuros. O cálculo da variação desse indicador foi feito pela extensão da rede de energia elétrica para todos os domicílios.
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Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Tabela 16.1 - Consumo de Energia Elétrica em Gw por Domicílio UF
2003
2004
2005
Rondônia
1,92
1,19
1,23
Acre
1,56
1,15
1,24
Amazonas
1,80
1,30
1,20
Roraima
2,39
1,82
1,63
Pará
1,38
0,99
0,98
Amapá
2,13
2,00
1,82
Tocantins
0,92
0,93
0,97
Maranhão
0,74
0,74
0,78
Piauí
0,82
0,83
0,85
Ceará
0,90
0,93
1,02
Rio Grande do Norte
1,11
1,16
1,18
Paraíba
0,88
0,93
1,09
Pernambuco
1,21
1,17
1,24
Alagoas
0,88
0,86
0,90
Sergipe
0,97
0,99
1,02
Bahia
0,85
0,90
0,95
Minas Gerais
1,29
1,29
1,31
Espírito Santo
1,33
1,29
1,46
Rio de Janeiro
1,99
1,99
2,07
São Paulo
2,07
2,11
2,17
Paraná
1,51
1,52
1,53
Santa Catarina
1,87
1,85
2,00
Rio Grande do Sul
1,59
1,57
1,60
Mato Grosso do Sul
1,33
1,42
1,45
Mato Grosso
1,58
1,54
1,62
Goiás
1,38
1,41
1,47
Distrito Federal
2,13
2,21
2,10
5.
Rendimento Médio Mensal
Esse indicador é afetado pelo agrupamento de projetos de Habitação. Para o período 2004-2011, há melhora para Amapá, Paraíba, Rio Grande do Norte e Roraima, e piora para Mato Grosso e Rio de Janeiro. A explicação para esse comportamento é que os dados considerados para o déficit habitacional e o atendimento da população foram baseados em estatística divulgada pelo Ministério das Cidades, que estima para 2005 o déficit habitacional em 7.902.000 e a população a ser atendida em 4,0 milhões de pessoas. Considerando a relação entre o déficit e o atendimento, os impactos serão mais expressivos nos estados de baixa renda, caso do Rio Grande do Norte e da Paraíba.
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Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
A tendência de piora no estado do Rio de Janeiro pode ser explicada pela forte favelização em sua área metropolitana, que dificilmente será revertida no período considerado. Nos dias atuais, enquanto a população da cidade do Rio de Janeiro cresce a 1,5% ao ano, a população que habita os complexos de baixa renda cresce a 3,5% ao ano. Apenas registra-se a perda de posição relativa de Mato Grosso, onde, conforme a tabela de evolução dos indicadores em anexo, houve ganhos absolutos no rendimento, embora menos do que o observado para outros estados da federação. Para o período 2012-2015, apresentam piora Roraima e São Paulo. Para esse período, foi feita apenas a projeção da tendência com os impactos do agrupamento de projetos de habitação. O caso de Roraima é explicado pela forte queda no rendimento do estado no período 2000-2004, o que repercutiu na projeção para 2015. No caso de São Paulo, a piora é explicada pela pouca influência que o agrupamento de projetos de Habitação exerce sobre o rendimento desse estado. Entre 2012 e 2015, apenas registra-se perda de posição relativa de São Paulo, em parte devido aos ganhos nos demais estados da federação e à posição ocupada pelo Distrito Federal, muito acima da média nacional. 6.
Razão entre Rendimento Urbano/Rural
Esse indicador é impactado pelos agrupamentos de projetos de Transportes Urbanos e Luz para Todos. Para o período 2004-2011, apresentaram melhora Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Roraima, Sergipe, Tocantins, Goiás e Distrito Federal. Os estados de Amapá, Paraná, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul apresentam piora. O maior impacto para esse indicador é dado pelos agrupamentos de projetos de Luz para Todos. Conforme pode ser observado na tabela dos valores absolutos dos indicadores em anexo, é importante destacar que os ganhos efetivos de renda para a população rural tendem a ocorrer em Tocantins e no Maranhão. Esses estados ainda contam com população rural expressiva, justamente onde o Programa Luz para Todos deve produzir maior impacto.
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Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Para o período 2012-2015, não há mudanças na situação dos estados, exceto para São Paulo, que apresenta ligeira melhora em função da generalização do abastecimento de energia elétrica no campo e dos investimentos em transportes metropolitanos. Dimensão Social e Institucional
O único indicador social diretamente afetado pela Carteira Preliminar de Investimentos é o de Pessoas Vivendo em Domicílios com Esgoto. No período 2004-2011, há melhora no Amazonas, Amapá, Maranhão e Paraná e agravamento da situação do Acre, Rondônia, Espírito Santo, Piauí e Rio Grande do Norte. Já para o período 2012-2015, Mato Grosso apresenta melhora de sua posição. Como se trata apenas de um indicador, cuja estimativa reflete o atendimento ao déficit atual, as mudanças se devem a dois fatores: primeiro, a dimensão do déficit atual, já que os que apresentam maiores carências serão os mais beneficiados; segundo, a projeção futura da tendência, que explica o caso de Mato Grosso, onde a urbanização é acentuada e tende a continuar crescendo, contando já com a oferta generalizada de serviços de saneamento. Em se tratando de um índice agregado, composto por sete indicadores, as respostas aos investimentos da Carteira Preliminar são interativas e apontam para a acentuação das disparidades regionais nas condições sociais. Para a avaliação da dimensão institucional, foram considerados os indicadores de Domicílios com Telefones Fixos, Acesso à Internet e Percentual do Orçamento para Educação e Cultura. Para o período 2004-2011, Pará, Rio de Janeiro e Distrito Federal apresentam melhora e Amapá, Rondônia, Acre, Piauí, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul têm piora em sua situação de sustentabilidade. O que explica essas alterações são os gastos previstos na Carteira Preliminar de Investimentos para os agrupamentos de projetos de Telecomunicações e Ciência e Tecnologia, sendo que o primeiro afeta os indicadores de Telefones Fixos e de Acesso à Internet e o segundo, relativo ao Percentual do Orçamento para Educação e Cultura. No período 2012-2015, apenas Piauí, Alagoas, Pernambuco, Sergipe e Paraná têm sua situação melhorada. A melhora é explicada pela projeção
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Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
dos indicadores selecionados para esses estados, bem como pela ampliação dos serviços, o que afeta particularmente o Piauí, já que os outros estados têm ligeira melhora em função de ajustes na posição relativa no conjunto da distribuição. Os demais estados não sofrem alteração em relação à situação de 2011. Para o Paraná, deve-se considerar também os investimentos feitos em C&T nesse estado. 1. Pessoas Vivendo em Domicílios com Esgoto
Esse indicador é afetado pelo agrupamento de projetos de Saneamento da Carteira Preliminar. Para o período 2004-2011, apresentam melhora Rondônia, Amapá, Mato Grosso e Paraná. Para o mesmo período, apresentam piora Acre, Roraima, Alagoas e Paraíba. O que explica as modificações ocorridas nesse período é a projeção da tendência de ampliação da rede de esgotos, tendo como base o déficit atual. Para o período 2012-2015, Roraima e Acre apresentam melhora. Conforme apontado anteriormente, isso pode explicar como estados que apresentam déficit atual elevado podem apresentar melhoras relativas sensíveis em relação ao demais, caso do Acre e de Roraima. Já para o Paraná, há perda de posição relativa na escala de cores. Isso se deve à projeção da tendência que privilegia os estados com maior déficit atual. Conforme pode ser observado na Tabela a seguir, onde são apresentados os valores absolutos do indicador para os estados da Região Norte, todos os estados apresentam ganhos significativos entre 2004-2011 e entre 20122015. Ressaltamos mais uma vez que o Painel de Sustentabilidade mostra as posições relativas em uma distribuição, podendo ocorrer pequenas variações nas posições na estrutura de classes. Assim, uma variação positiva pode ser acompanhada por uma variação negativa, considerando que a distribuição se altera de acordo com a variação relativa das 27 UF.
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Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Tabela 16.2 - Região Norte - Comportamento do Indicador População Atendida por Esgoto Estado
% de População Atendida de Esgoto 2004
2011
2015
Rondônia
36,66
71,93
86,40
Acre
39,84
67,89
84,29
Amazonas
56,03
74,84
87,72
Roraima
78,21
87,08
93,82
Pará
53,22
76,31
88,37
Amapá
16,53
78,65
89,71
Tocantins
27,65
59,01
79,76
2.
Domicílios com Telefone Fixo
Esse indicador é afetado pelo agrupamento de projetos de Telecomunicações. No período 2004-2011, os estados a terem sua situação melhorada são apenas São Paulo e Rio de Janeiro. Já os estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Pará, Amapá, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo, Tocantins, Ceará e Rio Grande do Sul tiveram sua situação agravada. A explicação para esse quadro é a falta de investimentos nesses estados, quando se leva em consideração a demanda real. Nesse sentido, o que se verifica na tendência verificada no período 2004-2005 é uma variação negativa no número de domicílios atendidos por telefonia fixa em diferentes estados da Federação. Para o período 2012-2015, apresentam melhora Tocantins, Amapá, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. O indicador tem comportamento inverso para Roraima, Acre e Amazonas. Essa tendência se explica pela projeção de demanda realizada para o agrupamento de projetos de telecomunicações, considerando que se baseia no comportamento do setor, que é distinto da dinâmica populacional projetada para os estados. 3.
Acesso à Internet
Esse indicador também é afetado pelo agrupamento de projetos de Telecomunicações. Para o período 2004-2011, apresentam melhora Acre, Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Paraíba, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Os demais estados mantêm sua posição inalterada no período. Como a Carteira Preliminar
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Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
não incluiu investimentos específicos para o item relativo ao acesso à Internet, adotou-se como parâmetro para calcular as variações desse indicador aquele do acesso à telefonia fixa. No período 2012-2015, não acontecem modificações significativas, exceto melhora relativa de Alagoas e o inverso para o Acre. Como a oferta de Internet foi estimada a partir da expansão da telefonia fixa, os motivos expostos acima são válidos para explicar essa pequena variação. 4.
Percentual do Orçamento para Educação e Cultura
Esse indicador é afetado pelo agrupamento de projetos de Ciência e Tecnologia. Para o período 2004-2011, apenas Maranhão, Pernambuco, Rio de Janeiro e Distrito Federal apresentam melhora. Já os estados do Acre, Amazônia, Rondônia, Roraima, Amapá, Tocantins, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e Santa Catarina têm sua situação agravada. Esse quadro tem por explicação a proposta que vem sendo implementada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) em desconcentrar os recursos de apoio à ciência, tecnologia e inovação (CT&I) que hoje se apresentam excessivamente concentrados nos estados do Sudeste, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Nesse período – 2005-2011 –, a desconcentração não será capaz de mudar a realidade da maioria dos estados da federação quanto a um investimento adequado em CT&I e provocará piora para os estados que hoje são os maiores beneficiados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Já no período 2012-2015, apresentam melhora Acre, Rondônia, Maranhão, Alagoas, Sergipe, Bahia, São Paulo, Distrito Federal, Goiás, Paraná e Santa Catarina. A explicação para esse quadro se dá pela projeção da tendência de desconcentração proposta pelo MCT, que no período de dez anos já apresenta melhora no quadro geral de um número significativo de estados, embora ainda com ausências expressivas, a exemplo de estados do Nordeste e do Norte.
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Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
17. RECOMENDAÇÕES ACERCA DA CARTEIRA PRELIMINAR A avaliação preliminar aqui apresentada servirá para sinalizar a possibilidade efetiva de apropriação da Carteira preliminar apresentada para a aplicação do Método e do Modelo de AS. Contudo, o exercício de avaliar a sustentabilidade da Carteira Preliminar também trouxe aspectos relevantes que devem ser registrados, principalmente no que diz respeito ao avanço do uso do método de AS. O primeiro aspecto a ser considerado diz respeito à estruturação da própria Carteira de Investimentos. Como em um primeiro momento a Carteira Preliminar estava configurada, majoritariamente, em termos de investimentos financeiros, essa forma de apresentação impôs sérias dificuldades para o uso da ferramenta do Dashboard. Como o modelo trabalha com indicadores que expressam aspectos relativos às dimensões ambiental, social, econômica e institucional, para que esses indicadores fossem analisados quanto a suas alterações futuras em decorrência das ações que fossem empreendidas como resultado da Carteira - os agrupamentos de projetos -, colocou-se como fundamental que essas ações fossem descritas em termos de projetos. Ou seja, para que o modelo avaliasse a sustentabilidade de um dado investimento, não bastava que fosse expresso em termos monetários. Apontar que um dado investimento em energia se expressa em x montante de reais é significativamente distinto de indicar que se está construindo uma hidrelétrica ou uma termo-elétrica. Para a aferição da sustentabilidade, as duas formas são completamente distintas e a segunda é a que viabiliza o uso do método e do modelo de avaliação de sustentabilidade proposto. Nessa direção, para o Módulo 7, foi necessário esforço adicional no sentido de proceder a um maior detalhamento da Carteira Preliminar, com o objetivo de detalhar cada agrupamento de projetos em termos de elementos físicos, tais como construção de estradas, construção de hidrelétricas, construção de laboratórios de pesquisa, formação de x número de doutores e y de mestres, dentre outros. Com essas informações, foi possível trabalhar no Dashboard com o objetivo de identificar como esses projetos influenciariam a sustentabilidade do território, mediante a verificação da alteração dos indicadores adotados. O segundo aspecto refere-se à dimensão temporal para a qual se considera como pertinente o uso de uma AS. A Carteira Preliminar foi estruturada
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Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
para abranger o período 2007-2011, o que inclui o ano de 2007, do PPA atual, mais o período de vigência do próximo PPA, 2008-2011. Na prática, contém o PAC e o PPA 2008-2011. A característica importante de se adotar esse período para a avaliação da sustentabilidade refere-se à possibilidade de essa temporalidade permitir ter mais definidas em detalhes as ações que estão sendo implementadas, em termos dos projetos. Ademais, nesse período de tempo, alguns aspectos que assumem papel relevante para a perspectiva da sustentabilidade são factíveis de mensuração/estimativa preliminar, a exemplo de fatores como produtividade da economia, índices de eficiência energética na geração e no uso da energia, dentre outros. Por fim, um aspecto que também merece menção são referências na literatura internacional sobre AS para períodos de longo prazo. Não há citações que possam ser indicadas com relação a experiências com essa característica. Assim, se para o período 2007-2011 a aplicação do método de AS se defrontou com as dificuldades anteriormente apontadas, sua aplicação para um período que alcança o ano de 2027, ou seja, de 20 anos, é tarefa para a qual se torna necessária uma avaliação de exeqüibilidade, antes da de sustentabilidade.
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Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
18. DESCRIÇÃO E COMENTÁRIOS DOS AJUSTES REALIZADOS NO MÉTODO DE AS PARA ANÁLISE DA CARTEIRA FINAL A ferramenta de AS baseia-se em um sistema de índices e indicadores construídos de modo a comparar duas situações: a tendencial e aquela resultante da aplicação de uma carteira de investimentos. Como no Estudo foram desenvolvidas duas carteiras de investimentos, uma Preliminar e outra Final, a AS foi realizada em três situações: 1. a linha de base (baseline) e suas tendências, projetadas a partir do período 2000-2004, expressa por duas matrizes, sendo uma para impactos em 2004 e outra para respostas também em 2004; 2. os efeitos da Carteira Preliminar de Investimentos, diretamente marcada pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2007-2010), que integra, pelo menos nos anos iniciais, o Plano Plurianual (PPA 2008-2011) e que serão expressos por quatro matrizes, sendo duas de impactos (2011 e 2015) e duas de respostas (2011 e 2015); 3. os efeitos da Carteira Final de Investimentos, que cobre o período entre 2008 a 2027 e que foram expressos por quatro matrizes, sendo duas de impactos (2011 e 2015) e duas de respostas (2011 e 2015). Dessa forma, no exercício desenvolvido no âmbito do Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento, comparou-se a Carteira Preliminar com a Carteira Final de Investimentos, tendo por referência o contexto territorial das 11 macrorregiões propostas. O método de avaliação nesse caso foi qualitativo, tendo por procedimento a reunião de especialistas. Importante observar que tanto a Carteira Preliminar quanto a Final não se constituíram efetivamente em carteiras de projetos, pelo menos em sua acepção plena, mas sim em carteiras de intenções de investimentos. E isso devido ao fato de que, excetuando o PAC 2007-2010, em que um conjunto de projetos é explicitado e descrito quanto à sua configuração física, os agrupamentos de investimentos que compõem a Carteira Final, em sua maioria, são expressos apenas em termos monetários.
159
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Estrutura do Índice de Eqüidade Ambiental
Para a elaboração das matrizes de impactos e respostas, optou-se por agrupar os indicadores em duas categorias, conforme adotado pela Organização das Nações Unidas, no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (ONU-PNUMA). Essas categorias são compatíveis com o sistema Pressão– Estado–Resposta, bem como com o modelo da equação IPAT (Impacto = Pressão x Afluência x Tecnologia). Ajustes na divisão macrorregional
Para efeito das análises de sustentabilidade, fundadas em um sistema de indicadores e em índices agregados, foi necessário ajustar a divisão macrorregional elaborada no escopo do Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento aos limites das UF. Dessa maneira, a composição das macrorregiões é a seguinte: Tabela 18.1 - Correspondência das Macrorregiões do Estudo com as Unidades Federativas Macrorregião
Unidade Federativa
Sul
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul
São Paulo
São Paulo
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro e Espírito Santo
Belo Horizonte
Minas Gerais
Salvador
Bahia e Sergipe
Recife
Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte
Fortaleza
Ceará e Piauí
Belém - São Luís
Amapá, Pará e Maranhão
Manaus
Acre, Amazonas e Roraima
Central (1)
Distrito Federal, Goiás e Tocantins
Ocidental (1)
Mato Grosso de Sul, Mato Grosso e Rondônia
1) Optou-se por usar a denominação simplificada para evitar confusões entre Brasil Central e Brasil Central-Ocidental
160
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Figura 18.1- Macrorregiões Adaptadas aos Limites das Unidades Federativas
Manaus
Belém-São Luíz
Fortaleza Recife Salvador
Ocidental
Central
Belo Horizonte São Paulo
Rio de Janeiro
Sul
A opção por adotar as UF como base da construção das macrorregiões deveu-se aos seguintes aspectos: a) a metodologia utilizada historicamente no Brasil para regionalização, desde Guimarães (1941), tem como base os limites político-administrativos; b) a necessidade constitucional de os estados também elaborarem seus PPA, que, a exemplo do federal, definem os distintos planos de governo; c) a possibilidade de estabelecer um sistema de acompanhamento da aplicação do PPA por meio de ferramentas de monitoramento, como pode vir a ser o caso do uso do Painel de Sustentabilidade.
161
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
De outra feita, a adaptação nas macrorregiões, adequando-as aos recortes territoriais das UF, fundamenta-se na disponibilidade de dados em séries históricas empregadas nas projeções de tendências e na formulação de cenários que deverão ser desenvolvidos tendo em consideração o método de AS. Observações sobre a Carteira Final de Investimentos
O primeiro procedimento adotado para a avaliação da Carteira Final de Investimentos foi a comparação com a estrutura da Carteira Preliminar. O cotejamento entre elas permite dimensionar as principais mudanças quantitativas e explicitar suas orientações estratégicas centrais. A primeira grande distinção entre as duas Carteiras está no volume total das inversões: na Preliminar está em R$3,6 trilhões e na Final atinge R$6,1 trilhões, isto é, praticamente dobra seu valor. Evidentemente, a explicação para tal diferença está nos levantamentos mais detalhados e na própria mudança no levantamento de dados realizados por ocasião da montagem da Carteira Final de Investimentos. Quanto ao período em que ocorrem essas mudanças, é patente a concordância nos valores referentes a 2008-2011, embora sua estrutura setorial tenha se alterado significativamente no que diz respeito aos valores referentes a Desenvolvimento Industrial, Agrário e Social. Essas alterações dizem respeito à significativa redução nos valores relativos aos agrupamentos econômicos e substancial elevação na participação dos agrupamentos sociais. A explicação para as mudanças está no reescalonamento dos investimentos produtivos entre os períodos 2008-2011 e 2012-2015 e na inclusão dos gastos de custeio nos valores sociais. Quanto aos investimentos em infra-estrutura, observa-se que não houve qualquer alteração nos investimentos do agrupamento de telecomunicações, pois nas duas carteiras os valores dos investimentos são idênticos. A AS da Carteira Final considera as orientações dos investimentos dos agrupamentos selecionados. O crescimento potencial dos investimentos e o desempenho da economia como um todo foram apresentados no módulo de avaliação de impactos econômicos do Estudo (volume VI) . O cenário considerado é de crescimento do PIB com taxa anual de 5% entre 2008 e 2015 e de 4,5% a partir de 2016 até 2027, portanto um ritmo compatível com taxa de inflação reduzida e estável.
162
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
A intensificação do ritmo de crescimento do PIB ocorre, no entanto, em contexto caracterizado por expectativas implícitas de aumento da oferta de energia a partir de combustíveis fósseis, oscilações em termos da estabilidade da oferta interna de energia de fontes renováveis, pressões ambientais em função da degradação das condições dos biomas e aumento das emissões de gases de efeito estufa, demandas sociais por bens e serviços e desigualdades internas nas respostas das distintas regiões face aos investimentos previstos. A distribuição dos investimentos per capita por região, calculados segundo as médias anuais no início do período (2008, 2012 e 2016), divididos pela população estimada para os mesmos anos, revela alguns aspectos importantes. Primeiro, existem discrepâncias acentuadas quanto a sua distribuição espacial. As posições extremas são ocupadas por Belo Horizonte, que foi a macrorregião menos contemplada com inversões em todos os períodos e, de outro lado, o Brasil Central, que ficou com os melhores indicadores desde 2008 até 2016. À primeira vista, poder-se-ia supor que o objetivo seria corrigir as desigualdades entre centro e periferia, porém, considerando a relevância dos valores apresentados por São Paulo e Rio de Janeiro, nota-se que Belo Horizonte está muito distante do eixo Rio-São Paulo e mesmo do Extremo Sul. De outro lado, observa-se que Manaus, Brasil Central e Brasil Ocidental destacam-se em relação às macrorregiões da fachada oriental e atlântica, como Belém-São Luís, Fortaleza, Recife e Salvador quanto ao investimento per capita. De modo geral, pode-se dizer que os investimentos dirigem-se para as áreas mais dinâmicas do complexo agroindustrial e para a Amazônia Ocidental, confirmando algumas tendências já observadas nas inversões do setor privado, e que a Carteira Final segue a dinâmica espacial da economia brasileira em seu avanço em direção a áreas de maior rentabilidade, mesmo considerando que o Nordeste tenha apresentado desempenho bastante positivo do ponto vista dos indicadores econômicos nos últimos anos. A grande discrepância apresentada pela macrorregião de Belo Horizonte deve ser avaliada com cuidado, já que se trata de uma região de transição entre o centro nacional e as periferias mais integradas do Centro-Oeste e o Nordeste, onde os problemas de integração econômica e social são cruciais. No que diz respeito ao Nordeste, deve-se destacar a situação da macrorregião de Fortaleza, que, quando comparada às demais, apresenta o indicador de investimento per capita crescente em todos os períodos, suplantando todas as demais macrorregiões nordestinas a partir de 2012. São conhecidos os graves
163
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
problemas do Nordeste Setentrional, entretanto há de se evitar a reprodução, na escala das grandes áreas geoeconômicas, das desigualdades observadas no território nacional. Gráfico 18.1 - Carteira Final Investimento Total per Capita por Região 3500 3000
(em reai s)
2500 2000
2008 2012
1500
2016
1000 500
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Para a análise da estrutura setorial dos investimentos por macrorregião, optouse por reunir os agrupamentos em três grandes categorias: Infra-estrutura (Telecomunicações, Energia, Transportes e Hídrica), Economia e C&T (Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento Industrial e C&T) e Social e Meio-Ambiente (Desenvolvimento Urbano, Meio Ambiente, Saúde e Educação). Considerando-se o total de investimentos no período 2008-2027, o resultado pode ser observado no Figura 18.2.
164
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Figura 18.2 - Estrutura Setorial dos Investimentos por Macrorregião
Manaus Fortaleza Belém-São Luis Recife
Salvador Ocidental
Central
Belo Horizonte
Rio de Janeiro
São Paulo
Investimentos Infra-estrutura
Sul
Economia e C & T Social e Meio Ambiente
O volume total dos investimentos mostra a importância da área geoeconômica do Centro-Sul (São Paulo, Rio de Janeiro e Sul), que, agregada ao Brasil Central, onde se situa o Distrito Federal, receberá mais da metade do total dos investimentos (55,5%), conforme pode ser observado no Quadro 7b, no Anexo 2. O mapa mostra que São Paulo apresenta a estrutura de investimentos mais equânime quanto às três categorias, o que espelha seu desenvolvimento e uma demanda equilibrada do portfólio de investimentos. Essa situação é acompanhada pelo Sul, com um pequeno viés para o setor econômico em relação à infra-estrutura. Já o Rio de Janeiro apresenta a maior parcela dos investimentos em infra-estrutura, em grande parte devido ao segmento de E&P de petróleo e gás natural. Chama a atenção que, apesar dos grandes investimentos produtivos previstos para a macrorregião, como o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ), sua participação é reduzida em relação às demais categorias. Já o Brasil Central apresenta elevada participação das inversões sociais, em grande parte devido à elevada concentração dos investimentos em educação nessa região, talvez explicada pela impossibilidade de localizar mais precisamente o agrupamento de Educação, que apresenta 35,6% de seus investimentos nessa macrorregião, isto é, principalmente no Distrito Federal.
165
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Os problemas apontados anteriormente quanto à macrorregião de Belo Horizonte também se manifestam quanto a sua estrutura, que de certa maneira a coloca em conjunto com as macrorregiões da área geoeconômica do Nordeste, isto é, baixa participação dos investimentos produtivos e em C&T. O Brasil Ocidental apresenta a mesma estrutura que São Paulo e o Sul, o que aponta para a tese do extravasamento do complexo paulista em direção ao oeste. Manaus apresenta forte participação da categoria infra-estrutura, que não é acompanhada pelo investimento produtivo, o que, apesar da Zona Franca, a coloca como típica área de fronteira. No conjunto da Carteira Final, a significativa participação relativa dos agrupamentos de saúde e educação confere um caráter diferenciado à Carteira Final, em relação à versão Preliminar. Deve-se observar que a participação relativa dos agrupamentos de C&T, Desenvolvimento Agrário, Meio-Ambiente, Saúde e Educação por macrorregião permanece praticamente inalterada nos três períodos considerados. (Anexo II). Os agrupamentos de C&T, Meio-ambiente, Educação e Saúde são propostas orçamentárias, na medida em que incluem todos os gastos federais nas respectivas funções. Para uma avaliação mais precisa das dimensões e tendências desses agrupamentos, levantaram-se os valores realmente empenhados pelo Governo Federal nos orçamentos de 2002 a 2007 e projetou-se a tendência para 2008, 2012 e 2016, visando verificar o ajuste da Carteira Final à estrutura e à tendência do Orçamento da União. No Gráfico 5, verifica-se o comportamento do gasto federal nas funções de C&T, Meio-ambiente, Educação e Saúde e fica patente o comportamento diferenciado entre os gastos sociais mais imediatos (saúde e educação) e os de resultados de mais longo prazo (C&T e Meio-ambiente). Observa-se que houve inflexão positiva dos gastos em saúde, a partir de 2003, e de educação, a partir de 2005, enquanto os gastos em C&T e Meio-ambiente permanecem com comportamento relativamente estável, com pequenas oscilações, em todo o período, com valores bastante próximos entre si. O comportamento favorável do gasto público em favor da educação e saúde, embora represente louvável iniciativa da atual orientação política do governo federal, ainda não foi capaz de inverter a situação de carência – principalmente
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Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
nas regiões periféricas, conforme poderá ser observado a seguir na análise dos principais indicadores que compõem as matrizes de avaliação, tendo em mente que as mudanças no campo social envolvem um prazo maior para sua efetiva incorporação pelo tecido social. Gráfico 18.2 - Evolução dos Gastos Federais com C & T, Meio-Ambiente, Saúde e Educação 50.000,00
Milhões de reais
45.000,00 40.000,00 35.000,00
C&T
30.000,00
Educação
25.000,00
M Ambiente
20.000,00
Saúde
15.000,00 10.000,00 5.000,00 0,00 2002
2003
2004
2005
2006
2007
Anos
Fonte: Execução Orçamentária de 2002 a 2007 (http://www9.senado.gov.br/portal/page/portal/orcamento_senado/LOA/Execucao:EDFS).
Para avaliar a aderência dos agrupamentos da Carteira Final à evolução do gasto público federal nas funções de C&T, Meio-ambiente, Educação e Saúde, o orçamento federal foi projetado para os anos de 2008, 2012 e 2016 e comparado com os valores médios anuais previstos nos respectivos agrupamentos da Carteira Final. Os resultados podem ser visualizados no Gráfico 6. Gráfico 18.3 - Tendência dos Gastos Federais e Carteira Final 90.000,00 Milhões de reais
80.000,00
C&T (Carteira)
70.000,00
C&T (Projeção)
60.000,00
Educação (Carteira)
50.000,00
Educação (Projeção)
40.000,00
M Ambiente (Carteira)
30.000,00
M Ambiente (Projeção)
20.000,00
Saúde (Carteira) Saúde (Projeção)
10.000,00 0,00 2008
2012
2016
Anos
Fonte: Calculado com base nos dados da execução orçamentária 2002 a 2007 e Carteira Final de Investimentos.
167
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
De imediato, é flagrante que o agrupamento de Saúde está descolado da tendência de gasto do governo federal e está fortemente subestimado. Para comprovar isso, basta observar o valor proposto pelo Orçamento Federal para 2008 para a saúde, que é de R$ 48.778,64 milhões, bastante próximo do valor projetado de R$ 49.244,20 milhões, porém muito distante dos R$ 37.074,08 milhões de gasto médio anual previsto pela Carteira Final para o agrupamento Saúde no período entre 2008 e 2011. Observa-se, também, que, apesar da inflexão positiva a partir de 2012, os dados da Carteira Final ainda estão muito distantes da tendência do Orçamento Federal, o que sem dúvida pode vir a ter implicações sérias para a melhoria das condições de saúde da população. No que diz respeito à Educação, observa-se forte aderência da Carteira com as tendências do Orçamento Federal no período entre 2008 e 2011. A partir daí ocorre uma inflexão positiva para o agrupamento da Carteira, o que demonstra prioridade explícita pelos gastos em educação, que impactará positivamente os indicadores, embora somente no longo prazo. No que diz respeito ao agrupamento de C&T, há também inflexão positiva no longo prazo, embora esteja ligeiramente inferior à tendência em 2012. Já o agrupamento Meio-ambiente apresenta-se ligeiramente inferior à tendência do Orçamento Federal em todo o período, o que significa que não há viés positivo nesse agrupamento de investimentos quanto às demandas da questão ambiental no Brasil. No que tange ao agrupamento de Energia, os investimentos considerados foram distribuídos em três subsetores a) petróleo e gás e refino; b) eletricidade; e c) biocombustíveis. Os investimentos em energia são apresentados na Tabela 6. Tabela 18.2 - Participação Relativa dos Investimentos em Energia Investimentos
2008-11
2012-15
2016-27
Participação Relativa (%) 2008-11
2012-15
2016-27
Eletricidade
83.765,73
52.240,16
220.260,83
32,91
26,75
Petróleo Gás
112.890,58
98.344,00
285.886,67
44,36
50,35
46,59
45.657,00
36.936,00
91.200,00
17,94
18,91
14,86
Refino e Proc. de GN Biocombustíveis Total
35,89
12.185,27
7.802,16
16.336,09
4,79
3,99
2,66
254.498,58
195.322,32
613.683,58
100,00
100,00
100,00
Fonte: Carteira de Investimentos - Anexo II Tabelas Consolidadas Produto 2 Módulo 5.
Confrontada com as dimensões de sustentabilidade, o agrupamento de Investimentos de Energia oferece poucas oportunidades de crescimento para combustíveis alternativos que atuem na redução dos gases de efeito estufa e de energias renováveis capazes de oferecer serviços energéticos mais modernos,
168
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
limpos e seguros. Nesse sentido, não foram nem consideradas, de forma mais expressiva, as oportunidades de diversificação da matriz energética com a introdução de fontes renováveis de energia, nem medidas de conservação que podem reduzir de forma expressiva a demanda. Associada à carteira de transportes, que enfatiza os investimentos em ampliação na malha rodoviária, a substituição parcial de combustíveis fósseis por biocombustíveis não é contemplada no longo prazo, considerando que a concentração dos investimentos na filière Petróleo e Gás permanece como elemento dominante. Com essa configuração da carteira de energia, tudo indica que serão reduzidas as oportunidades de mobilização de financiamentos vinculados ao Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e aos certificados de seqüestro de carbono. Por outro lado, os riscos de uma rápida expansão de biocombustíveis podem representar competição predatória em termos de terras agricultáveis e aumentar a pressão sobre os recursos hídricos em regiões onde os riscos de desertificação já são bastante evidentes, particularmente na região de expansão da soja no extremo sul do Piauí, divisa com Maranhão e Tocantins, cujo entorno na porção oriental, no oeste baiano, apresenta-se como área cuja vulnerabilidade à desertificação é moderada, segundo o mapa de núcleos de desertificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Não há informações sobre o nível de investimentos destinados à agricultura familiar na participação de culturas para fins de geração de energia, o que poderia atenuar os efeitos polarizadores da renda urbana. As restrições de localização para os investimentos na exploração de petróleo e gás explicam a elevada concentração na carteira para Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. Os efeitos desses investimentos tendem a gerar concentração de renda nos locais onde são implantados os serviços para a produção e distribuição de petróleo e seus derivados e pelo potencial de crescimento das receitas municipais e estaduais pelo recebimento de royalties. O potencial de ampliação da receita oriunda dos royalties esbate-se na fraca coesão institucional que se observa nas regiões que receberão esses investimentos. Merece maior atenção a capacidade de expressão dos interesses regionais e locais (voice, no sentido atribuído por Hirchman), que constitui contraponto necessário à atuação de atores globais que lideram
169
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
os investimentos no setor, assim como as lideranças locais e regionais cuja atuação pode reduzir a capacidade de proposições de maior eqüidade no tratamento dos indivíduos e diversificação da base produtiva. A participação do agrupamento Telecomunicações pode atenuar esse último efeito se os investimentos forem, em parte, direcionados para ampliar os canais de acesso a informações mais precisas. No que diz respeito aos Biocombustíveis, a maior parte dos investimentos é direcionada para quatro estados: Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás, pressupondo que esses investimentos sejam acompanhados na mesma proporção por investimentos em logística, principalmente em transporte e armazenamento. Os investimentos no segmento de Infra-estrutura Hídrica priorizaram, em termos de número de projetos, iniciativas em duas categorias programáticas: sistemas de desenvolvimento hidroagrícola (40 iniciativas) e sistemas de oferta de água bruta (34 iniciativas) num total de 109 iniciativas. Contudo, em termos de investimentos, o maior percentual é alocado para os segmentos de integração de bacias e irrigação. Com reduzida participação na carteira, o segmento de Infra-estrutura Hídrica assume o potencial de expansão em áreas já vulneráveis em termos de disponibilidade e de instâncias para mediação de conflitos. A integração dos segmentos de Energia, Transportes, Logística e Desenvolvimento Urbano para atender aos objetivos de redução de gases de efeito estufa não foi diretamente considerada pela Carteira Final de Investimentos. Programas transversais orientados para metas mais explícitas de redução das emissões de gases de estufa ainda não foram considerados na elaboração da Carteira Final. Tabela 18.3 - Participação Relativa dos Investimentos em Infra-Estrutura Urbana (percentual) Desenvolvimento Urbano
2008-2011
2012-2015
2016-2027
Habitação
57,03
59,35
44,77
Saneamento
42,97
40,65
55,23
100
100
100
Total
Fonte: Carteira de Investimentos - Sumário Executivo. Produto 2 Módulo 5.
170
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
No que diz respeito aos investimentos em Saneamento, foram direcionados prioritariamente para as áreas urbanas. Em áreas rurais, ainda predominam as formas alternativas de esgotamento, como fossas negras, que em geral contaminam os corpos hídricos adjacentes. Áreas como Mato Grosso tiveram redução percentual da população com acesso à rede geral de esgoto, sendo que, entre 1992 e 2006, esse percentual caiu de 13% para 12%. Esse exemplo indica a pressão que áreas de atração de população enfrentam em relação a déficits de oferta de serviços públicos devido ao crescimento da população e a deficiências das concessionárias em acompanhar o crescimento urbano e o controle de vetores de doenças contagiosas. A incidência de dengue, por exemplo, reflete, nessas áreas, o déficit da cobertura da rede de esgoto. Tabela 18.4 - Participação Relativa dos Investimentos em Meio-Ambiente (percentual) MEIO-AMBIENTE
2008-2011
2012-2015
2016-2027
Promoção ao desenvolvimento sustentável
50
50
50
Gestão e Desenvolvimento Institucional
15
15
15
Preservação ambiental
15
15
15
Mitigação dos passivos ambientais Total de investimentos em meio-ambiente
20
20
20
100
100
100
Fonte: Carteira de Investimentos - Sumário Executivo Produto 2 Módulo 5.
O problema no conjunto da carteira reside na reduzida participação dos investimentos em meio-ambiente e na distribuição constante desses investimentos no horizonte considerado. Não há como capturar a influência do volume dos investimentos nem a eficiência desses investimentos na recuperação de passivos ambientais, sua contribuição para a consolidação de coesão institucional, principalmente nas áreas sujeitas à forte pressão do agronegócio no sentido da redução do tamanho das terras indígenas e de Unidades de Conservação, simplificação dos ecossistemas e infra-estrutura hídrica. Nessas áreas, o reforço da dimensão institucional no sentido da universalização dos serviços de telefonia e a ampliação do acesso a redes digitais de computadores, facilitando a conexão de unidades de justiça e segurança pública, atuaria no sentido de conferir maior sustentabilidade aos investimentos.
171
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
19. IMPACTOS DA CARTEIRA FINAL DE INVESTIMENTOS A avaliação dos impactos da Carteira Final de investimentos foi realizada em dois níveis. Primeiro, quanto aos impactos gerais da Carteira Final sobre o conjunto da economia, considerando as projeções realizadas pelo módulo de avaliação dos impactos econômicos do Estudo. O segundo nível diz respeito à avaliação dos impactos dos agrupamentos de projetos, segundo a classificação adotada pelo Módulo da Carteira de Investimentos. O objetivo desse item é construir as matrizes de impactos e respostas da Carteira Final (2011 e 2015), tendo por referência a discussão do item anterior, onde as 11 macrorregiões foram analisadas quanto às modificações que nelas são introduzidas com a implementação da Carteira Final, e também tendo por base o item que avalia os resultados dos agrupamentos de investimentos. Impacto Geral da Carteira Final
A avaliação do impacto geral da Carteira Final de Investimentos considerou prioritariamente aquele sobre o PIB per capita. A utilização desse indicador deve-se à disponibilidade de projeções quanto ao PIB realizada pela equipe do Módulo 6. Todavia, para a projeção dos impactos da carteira de investimentos sobre o PIB, os agrupamentos Desenvolvimento Agrário, Meio-ambiente, Educação e Saúde não foram considerados por restrição metodológica, já que a estrutura do TERM-BR classifica seus dispêndios como despesas do setor público e não investimentos. Além disso, deve-se esclarecer dois outros pontos referentes à consideração da carteira final pelo Módulo 6 em procedimentos que a diferenciam do modo como foi tratado pelo Módulo 7. O primeiro diz respeito ao critério de investimento líquido, segundo o qual são considerados apenas os valores referentes a investimentos que ultrapassem a tendência com a qual os investimentos vinham sendo feitos nos últimos anos na economia brasileira. O segundo refere-se a ajustes feitos para o período 20082011, os quais, para compatibilizar os valores da carteira com a consistência macroeconômica do modelo, implicaram corte linear de 6,5% nos valores previstos na carteira para o período19 .
19 Para maior detalhamento, ver Produto 6.4 - Aplicação do modelo de simulação em agrupamentos – carteira final
173
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Não obstante essas considerações, o Módulo 6 apresenta boa referência para analisar os impactos econômicos da aplicação da carteira de investimentos em termos de crescimento incremental do PIB. Mesmo com tratamentos diferenciados que submetem a carteira de investimentos, a base de partida é sempre a mesma, os valores fornecidos pelo Módulo 5, o que garante a consistência do Estudo no que diz respeito às avaliações dos impactos dos investimentos, seja em termos econômicos ou em termos de sustentabilidade. Dessa forma, para avaliação do impacto sobre o PIB per capita, utilizaram-se as projeções constantes no Produto 4 do Módulo 6 e das projeções demográficas elaboradas pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para os anos de 2011 e 2015. Deve-se observar que as projeções realizadas incorporam as tendências de crescimento já observadas no período entre 2000 e 2004, a que foram adicionadas as projeções da Carteira Final de Investimentos. Tabela 19.1 - Impactos da Carteira de Investimentos po Macrorregião Macrorregião
PIB per capita (em reais)
Taxa de crescimento no período (% a/a)
2004
2011
2015
2000-2004
2004-2011
2011-2015
2004-2015
Sul
8.185,90
9.818,23
11.133,02
1,52
2,63
3,19
2,84
São Paulo
9.295,28
8.921,72
8.892,86
-1,84
-0,58
-0,08
-0,40
Rio de Janeiro
9.386,75
10.651,28
11.597,32
0,74
1,82
2,15
1,94
Belo Horizonte
5.942,65
6.442,15
6.894,68
0,04
1,16
1,71
1,36
Salvador
4.341,04
6.341,97
8.073,23
4,54
5,57
6,22
5,80
Recife
3.421,47
4.123,92
4.604,88
1,54
2,70
2,80
2,74
Fortaleza
2.589,57
2.964,64
3.334,76
0,45
1,95
2,99
2,33
Belém - São Luis
2.745,94
3.812,01
4.698,91
2,98
4,80
5,37
5,01
Manaus
6.622,90
9.544,82
12.456,09
3,06
5,36
6,88
5,91
Central
6.684,82
8.063,23
9.489,57
0,55
2,71
4,16
3,24
Ocidental
6.015,60
8.808,76
11.339,13
3,78
5,60
6,52
5,93
Fontes: IBGE, Contas Nacionais e Produto 5.2 e 6.4 do Estudo.
A observação da tabela mostra que as macrorregiões que mais se beneficiarão dos investimentos previstos serão a do Brasil Ocidental, Manaus, Salvador e Belém-São Luís, todas com taxas de crescimento do PIB per capita superior a 5% ao ano no período entre 2004 (baseline) e 2015. Dentre as áreas já consolidadas, destaca-se o crescimento do Sul, superior a São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Do ponto de vista das áreas com os níveis de PIB per capita mais baixos na economia nacional, como é o caso das
174
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
macrorregiões de Recife e Fortaleza, observa-se que o ritmo de crescimento previsto é insuficiente para romper o círculo vicioso da pobreza regional e que as disparidades internas de renda permanecerão, principalmente quanto a essas duas macrorregiões. Impactos dos Agrupamentos de Investimentos da Carteira Final sobre as Macrorregiões
A seguir, analisam-se os impactos que os diferentes agrupamentos de investimentos da Carteira Final produzem nas 11 macrorregiões. Foram principalmente analisados aqueles agrupamentos que influenciam os indicadores incluídos nas matrizes de impactos e respostas adotadas para a AS da Carteira Final. Infra-Estrutura de Transportes
O agrupamento em Transportes da carteira final de investimentos baseou-se no Plano Nacional de Logística de Transportes (PNLT) e os recursos alocados, considerados quanto à média anual das inversões no agrupamento, francamente declinantes entre 2008 e 2027, conforme pode ser observado na Tabela 19.2: Tabela 19.2 - Investimento Médio Anual do Agrupamento em Transportes – 2008-2027 Período
Investimento Total (Em Mil R$)
Investimento Médio Anual (Em Mil R$)
Anos
2008-2011
66.996.822
4
16.749.205,50
2012-2015
30.971.463
4
7.742.865,75
2016-2027
69.581.559
12
5.798.463,25
Fonte: Carteira Final de Investimentos
Isso permite verificar que os impactos mais acentuados do agrupamento ocorrerão no período entre 2008-2011, cujas inversões médias anuais correspondem a cerca de duas vezes aquelas previstas para o período 20122015 e três vezes para o período entre 2016-2027. É evidente que, considerando as previsões de crescimento do PIB, com taxas próximas a 5% ao ano, devem acentuar-se os gargalos estruturais do setor logístico nacional, sobretudo as prováveis necessidades de integração em escala sul-americana. Conforme reconhece o texto explicativo do Relatório da Carteira Final “cerca de 27% dos investimentos se concentram nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia e outros 25% nos estados de São Paulo e os demais
175
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
da Região Sul. Quanto à distribuição por macrorregiões, observa-se que cerca de 50% das aplicações previstas se localizam em unidades do Extremo Sul, Belo Horizonte, São Paulo e Salvador.”, o que revela que os efeitos do agrupamento sobre a distribuição regional da renda serão incipientes e não afetarão significativamente o indicador de Densidade da Malha Viária adotado para avaliar o agrupamento. O indicador diretamente afetado pela carteira na Matriz de Impactos foi Extensão da Malha Viária, e seu comportamento foi semelhante ao da Carteira Preliminar, considerando que os efeitos do agrupamento já haviam sido incorporados ao Produto 7.2. Rodovias
Do ponto de vista da extensão da malha viária, as obras previstas são modestas, considerando o conjunto das regiões brasileiras e o extenso período. Boa parte das intervenções é de pavimentação e recuperação, o que revela um reconhecimento do precário estado atual da malha rodoviária brasileira. Do ponto de vista da sustentabilidade, tal situação apresenta aspectos contraditórios. De um lado, pode servir de estímulo indireto para a adoção de outros modais, seja hidroviário ou ferroviário, de modo a reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Entretanto, poucas são as iniciativas de eletrificação do modal ferroviário, embora exista clara intenção de privilegiá-lo no período entre 2016 e 2027, quando suplantaria os investimentos rodoviários, representando cerca de 44% do total de investimentos em transportes, contra 27% para rodovias, que tradicionalmente predominam no padrão de investimentos no sistema logístico nacional.
176
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Tabela 19.3 - Extensão da Rede Rodoviária Total e Pavimentada 2004-2011
Macrorregião
Malha Rodoviária Total ( em km) 2004
Aumento da Participação da Rede Pavimentada (%)
Rodovias Pavimentadas (em km)
2011
2004
2011
2011-2004
Sul
336.617
336.679
40.527
40.589
0,02
São Paulo
198.881
198.881
31.227
31.227
0,00
Rio de Janeiro
52.932
52.932
9.381
9.381
0,00
Belo Horizonte
272.026
272.091
22.911
23.181
0,10
Salvador
130.169
130.500
16.277
16.608
0,22
Recife
118.552
118.552
16.967
17.023
0,05
Fortaleza
109.316
109.456
12.845
13.262
0,37
Belém- São Luís
93.131
94.128
11.443
13.360
1,91
Manaus
20.903
21.188
3.674
4.338
2,90
Central
84.368
84.368
17.605
17.792
0,22
197.180
197.180
13.238
14.500
0,64
Ocidental
Fonte: DNIT e estimativa com base na Carteira Final.
Os impactos dos investimentos sobre a rede são modestos e as macrorregiões que mais se beneficiarão das obras de construção e pavimentação são as de Manaus e Belém–São Luís, ambas situadas predominantemente no Bioma Amazônico, onde os impactos da pavimentação são conhecidos sobre o desflorestamento, no processo conhecido como expansão em espinha de peixe, na medida em que se multiplicam rodovias vicinais, a partir do eixo principal, que penetram na floresta. O desflorestamento não ocorre no momento da pavimentação, mas se propaga com o decorrer do tempo. Para avaliar seus efeitos, construiu-se um cenário, utilizando a linguagem IPAT-S, para os estados do Bioma Amazônico, onde existe o monitoramento por satélite pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), por meio dos programas PRODES e DETER.
177
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Tabela 19.4 - Agrupamento de Investimentos Rodovias Efeito Desmatamento Sobre o Bioma Amazônia
Macrorregião
Malha Rodoviária Total ( em km) 2004
Aumento da Participação da Rede Pavimentada (%)
Rodovias Pavimentadas (em km)
2011
2004
2011
2011-2004
Sul
336.617
336.679
40.527
40.589
0,02
São Paulo
198.881
198.881
31.227
31.227
0,00
Rio de Janeiro
52.932
52.932
9.381
9.381
0,00
Belo Horizonte
272.026
272.091
22.911
23.181
0,10
Salvador
130.169
130.500
16.277
16.608
0,22
Recife
118.552
118.552
16.967
17.023
0,05
Fortaleza
109.316
109.456
12.845
13.262
0,37
Belém- São Luís
93.131
94.128
11.443
13.360
1,91
Manaus
20.903
21.188
3.674
4.338
2,90
Central
84.368
84.368
17.605
17.792
0,22
197.180
197.180
13.238
14.500
0,64
Ocidental
Fonte: Até 2005 PRODES-INPE; de 2005 ate 2015, estimado usando IPAT S.
Caso não sejam tomadas medidas especiais, o crescimento da taxa de desmatamento no Bioma Amazônico será significativo, o que implicará valores inaceitáveis, considerando seus efeitos sobre a biodiversidade regional e o aumento da emissão de gases de efeito estufa. Esses efeitos incidirão diretamente sobre as macrorregiões de Manaus, Belém–São Luís e, principalmente, Brasil Ocidental, onde se situa a principal área de expansão do agronegócio, que será beneficiado pela pavimentação da BR-163 e a da BR-319. As recomendações constantes na AS da Carteira Preliminar foram consideradas pela equipe do Módulo 5, que incorporou as recomendações quanto à Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) dos possíveis projetos a serem desenvolvidos no futuro. A questão é que a AAE já deveria alimentar as decisões a serem tomadas para o próximo PPA (2012-2015), que deveria oferecer alternativas que permitissem comparar os impactos futuros dos investimentos nos diversos tipos de modais e favorecer a intermodalidade como alternativa mais consistente com os objetivos de desenvolvimento sustentável. Logística
No que se refere ao modal ferroviário, as obras de maior impacto estão concentradas no período 2008-2011, quando estão previstas a construção de 2.675 km de ferrovias, principalmente nas macrorregiões de Fortaleza
178
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
(Transnordestina), Salvador (Leste-Oeste) e Brasil Central (Ferronorte). Os impactos das ferrovias foram considerados como o desmatamento em uma faixa de 100 metros ao longo do leito, independente da área onde estivesse localizada, conforme mostra a Tabela 19.5: Tabela 19.5 - Agrupamento de Investimentos Ferrovias Extensão Projetada e Desmatamento Ferrovia (km)
Macrorregião Sul
Desmatamento (km²) 390,4
39,04
122
12,2
Rio de Janeiro
4
0,4
Belo Horizonte
62,4
6,24
Salvador
612
61,2
Recife
300
30
Fortaleza
605
60,5
0
0
São Paulo
Belém- São Luís Manaus Brasil Central Brasil Ocidental Total
0
0
409,5
40,95
170
17
2.675,3
267,53
Fonte: Calculado com base em uma faixa de 100 m ao longo do leito ferroviário.
Para o período 2012-2015, estão previstas as seguintes obras ferroviárias, que não terão maiores impactos diretos, pois se trata de obras de remodelação ou reativação de trechos já existentes. ¾¾Sul - Aumento da Capacidade de Tráfego na Ligação Ferroviária Ponta Grossa–Guarapuava ¾¾São Paulo - Reativação de Tráfego no Trecho Ferroviário Araraquara– Colômbia ¾¾Salvador - Revitalização do Trecho Ferroviário Alagoinhas-Juazeiro (Linha Centro) ¾¾Implantação do Trecho Ferroviário Camaçari-Alagoinhas ¾¾Belém–São Luís - Remodelação da Ferrovia entre Ibiá e Arcos
179
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Tabela 19.6 - Obras de Logística Hidroviária, Portuária e Aeroportuária Unidade Federativa
Hidrovia
Portos
Aeroportos
Derroca/ Derroca/ Dragagem Dragagem Construção
Eclusa
Recuperação/ Ampliação
Total
Construção Ampliação/ Reforma
2007-2011 Sul
0
0
4
2
5
0
3
São Paulo
0
1
1
1
0
0
2
14 5
Rio de Janeiro
0
0
3
2
1
0
3
9
Belo Horizonte
0
0
0
0
0
0
1
1
Salvador
0
1
1
1
2
0
1
6
Recife
0
0
2
1
0
2
1
6
Fortaleza
0
0
1
0
0
1
0
2
Belém - São Luis
1
1
1
2
1
0
1
7
Manaus
0
0
0
0
0
0
1
1
Central
1
0
0
0
0
0
2
3
Ocidental
1
1
0
0
0
0
1
3
Total
3
4
13
9
9
3
16
57
3
3
2012-2015 Sul
1
1
7
9
São Paulo Rio de Janeiro
8
1
1
10
3
4
1
16
2
4
4
1
2
8
Belo Horizonte
0
Salvador
8
Recife Fortaleza
1 1
7
Belém- São Luís
0
Manaus
2
2
Central
1
1
Ocidental
1
Total
5
1
2 10
23
5 2
17
0
1
4
9
64
A observação da Tabela 19.6 revela que as obras previstas pelo Agrupamento de Transportes, segmento Logística, estão orientadas preferencialmente para o setor portuário e aeroportuário, sendo que, para o último, estão previstas intervenções importantes em praticamente todas as macrorregiões, exceto Fortaleza, no período entre 2007 e 2011, incluindo as obras previstas no PAC. Os impactos dos investimentos do segmento logístico são pontuais, excetuando as obras de construção de eclusas e de derrocamento de hidrovias, que afetam a rede fluvial, com efeitos a montante e a jusante do local da intervenção. Dentre os rios que serão impactados pelas obras, devido às suas dimensões, destacam-se o Madeira, nas macrorregiões Ocidental e de Manaus, o Paraguai, na Ocidental e o Araguaia-Tocantins, no Brasil Central.
180
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Infra-estrutura hídrica
O agrupamento de Infra-estrutura Hídrica não influencia diretamente nenhum indicador nas matrizes de impactos e respostas e os investimentos previstos na Carteira Final já haviam sido integralmente considerados, para o período entre 2008 e 2015 no Produto 7.2. O agrupamento de Investimentos de Infra-estrutura Hídrica indica que os investimentos mais significativos estão direcionados para a integração e revitalização de bacias e irrigação. A agricultura representa o setor de maior consumo de água. Os dados da Agência Nacional de Águas (ANA) indicam que a irrigação representa aproximadamente 46% das vazões de retirada. Os investimentos são concentrados nas macrorregiões de Belo Horizonte (Norte de Minas Gerais), Salvador, Recife e Fortaleza na Região Semi-Árida do Nordeste e destinam-se basicamente à captação e distribuição de água para consumo humano, dessedentação de animais e irrigação. Fora do semi-árido, destacam-se os investimentos em irrigação na macrorregião do Brasil Central. A importância da irrigação para o semi-árido é inquestionável, entretanto devem ser adotadas medidas mais eficazes para regulação do uso da água, evitando futuros conflitos de uso. A seguir, apresenta-se a área irrigada e as obras de produção de água bruta, estimando a provável demanda de água por macrorregião e considerando os investimentos previstos pelo agrupamento. Tabela 19.7 - Projetos de Irrigação Consumo de Água para Irrigação 2002-2003 Unidade Federativa Sul
Área Irrigada (ha)
Água Captada (1000 m³/a)
1.275.050,00
14.625.953,50
São Paulo
468.400,00
Rio de Janeiro
127.283,00
Belo Horizonte
Carteira 2015 Consumo médio (1000 m³/ha)
Área Irrigada (ha)
Água Captada (1000 m³/a)
33,67
0,00
14.625.953,80
4.553.316,40
9,72
0,00
4.553.316,00
1.387.191,40
24,04
0,00
1.387.191,40
313.956,00
3.669.832,10
11,69
30.000,00
4.020.502,00
Salvador
325.219,00
4.814.673,00
31,07
108.809,00
6.421.439,40
Recife
227.447,00
3.853.574,40
65,66
36.300,00
4.490.008,60
Fortaleza
96.806,00
1.700.605,60
35,66
33.218,00
1.036.062,72
Belém - São Luís
53.090,00
923.061,89
41,29
0,00
923.062,10
Manaus
11.460,00
133.756,57
33,52
0,00
133.756,60
Brasil Central
275.183,00
2.245.808,90
24,92
20.659,00
865.080,50
Brasil Ocidental
100.730,00
819.976,75
24,63
0,00
819.976,80
Total
11,75
Fonte: Calculado com base nos dados de Christofidis (2005) e da Carteira.
181
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Tabela 19.8 - Produção de Água Bruta 2004 Macrorregião
Água Produzida (1000 m³/a)
Carteira 2015
População atendida (hab)
Consumo médio (m³/ hab/a)
População Atendida
Água Produzida (1000 m³/a)
Sul
1.698.604
13.345.500
400
0
1.698.604
São Paulo
3.266.912
27.232.704
120
0
3.266.912
Rio de Janeiro
2.208.156
13.639.030
294
0
2.208.156
Belo Horizonte
1.032.300
9.330.452
111
0
1.032.300
Salvador
695.863
6.008.978
220
1.084.159
805.697
Recife
899.448
7.824.578
461
3.403.513
1.281.731
Fortaleza
449.375
4.250.120
224
440.181
499.266
Belém - São Luis
536.681
3.619.628
569
1.500.000
800.356
Manaus
285.535
645.052
1.372
0
285.535
Brasil Central
517.874
4.939.319
302
2.500.000
792.165
Brasil Ocidental
419.625
1.827.273
682
0
419.625
Fonte: SNIS e Carteira Hídrica.
Infra-estrutura de Energia
Na composição das matrizes de impactos e respostas foram considerados quatro indicadores afetados pelo agrupamento de infra-estrutura energética, dois de impactos: Consumo de Agrotóxicos e Focos de Calor; e dois de resposta: Participação de Biocombustíveis e Consumo de Energia Elétrica Domiciliar. Os três primeiros foram considerados na dimensão ambiental e o último, na econômica. No Agrupamento de Infra-estrutura de Energia, os segmentos de maior impacto foram o de Energia Elétrica, Petróleo e Gás Natural e Biocombustíveis. Energia Elétrica
Em grande parte, a expansão da oferta de energia elétrica está concentrada em aproveitamentos localizados no Bioma Amazônico e na Mata Atlântica (Planalto Meridional), afetando as macrorregiões de Belém-São Luís, Brasil Ocidental, Brasil Central e Sul. Para o período 2016-2027, a Carteira Final prevê grandes investimentos na macrorregião de Manaus, embora sem especificar a localização precisa do empreendimento e sua natureza. De forma geral, a orientação da carteira é favorável à geração hidrelétrica, o que contribui para a redução das emissões dos gases de efeito estufa, embora estudos recentes mostrem a importância das emissões de metano resultantes da decomposição de biomassa nos lagos amazônicos, quando a área a ser alagada não é adequadamente limpa. Tais investimentos certamente afetarão
182
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
a taxa de desmatamento, quer pela área inundada, quer pela extensão das linhas de transmissão para interligação do sistema. Tabela 19.9 - Brasil - Geração de Energia Elétrica (Em milhões de tep) Macrorregião
2005 UHE
2008-2011 Carteira UTE
UHE
Sul
6.834,7
1.179,2
São Paulo
2011 Total
UTE
UHE
UTE
1.715,9
403,6
8.550,6
1.582,7
3.621,1
1.038,4
0,0
100,2
3.621,1
1.138,6
Rio de Janeiro
529,3
1.775,5
59,8
330,6
589,1
2.106,1
Belo Horizonte
4.237,6
344,0
269,5
0,0
4.507,1
344,0
Salvador
2.041,3
616,3
99,1
104,8
2.140,4
721,1
Recife
1.582,5
463,1
99,1
227,3
1.681,6
690,4
Fortaleza
41,3
388,9
0,0
49,6
41,3
438,5
2.434,4
129,5
2.904,9
0,0
5.339,3
129,5
101,5
514,5
0,0
0,0
101,5
514,5
Brasil Central
2.124,7
89,6
1.832,1
63,7
3.956,8
153,3
Brasil Ocidental
1.534,8
644,6
2.411,6
38,9
3.946,4
683,6
25083,12
7183,48
9391,99
1318,69
34475,12
8502,18
Belém - São Luís Manaus
Total
Fonte: BEN 2006 e estimativas com base na Carteira Final.
O desmatamento incidirá predominantemente sobre a macrorregião de Belém-São Luís, principalmente no Pará, na macrorregião do Brasil Ocidental, particularmente em Rondônia, na macrorregião Brasil Central (Tocantins) e na macrorregião Sul (Rio Grande do Sul). Há de se considerar também os problemas associados à população desalojada pelas barragens, que será expressiva nas macrorregiões Sul e Brasil Central, bem como os impactos das linhas de transmissão sobre áreas de preservação e terras indígenas.
183
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Tabela 19.10 - Brasil - Geração de Energia Elétrica Desmatamento na Área de Influência Direta dos Reservatórios e Linhas de Transmissão Carteira Macrorregião
UHE MW
Sul
Desmatamento LT km
UHE (1) km2
LT (2) km²
Total km²
4.847,4
1.805,0
1.351,4
180,5
0,0
400,0
0,0
40,0
40,0
Rio de Janeiro
169,0
570,0
47,1
57,0
104,1
Belo Horizonte
761,2
1.610,0
212,2
161,0
373,2
Salvador
280,0
579,9
78,1
58,0
136,1
Recife
280,0
379,3
78,1
37,9
116,0
0,0
766,8
0,0
76,7
76,7
8.206,0
858,0
2.287,7
85,8
2.373,5
São Paulo
Fortaleza Belém - São Luís Manaus Brasil Central Brasil Ocidental Total
1.531,9
0,0
426,8
0,0
42,7
42,7
5.175,5
1.148,0
1.442,8
114,8
1.557,6
6.812,5
1.820,9
1.899,2
182,1
2.081,3
26.531,6
10.364,7
7.396,6
1.036,5
8.433,1
Fonte : BEN (2006) e Carteira de Energia. (1) Estimado com base na média nacional de 0,2787 km² por MW. (2) Estimado com base em uma faixa de 100 m ao longo da Linha de Transmissão.
A resposta positiva da expansão da oferta de energia é o aumento de consumo doméstico de energia elétrica, embora para sua disseminação contribua efetivamente o Programa Luz para Todos, que não consta da Carteira Final. Tabela 19.11 - Carteira Final de Energia Elétrica Aumento no Consumo de Energia Residencial 2005 Macrorregião
Carteira 2011
Domicílios sem iluminação
Consumo Médio
Acréscimo no Consumo
Consumo Total
(1000)
(GW/h)
(GW/h)
(GW/h)
Sul
80,0
5,1
127,0
14.035,2
São Paulo
21,0
2,2
45,5
26.475,5
Rio de Janeiro
8,0
3,5
14,1
11.731,7
Belo Horizonte
104,0
1,3
135,7
7.478,2
Salvador
341,0
2,0
324,3
4.379,7
Recife
112,0
4,4
125,6
5.582,4
Fortaleza
184,0
1,9
172,7
3.012,8
Belém - São Luís
404,0
3,6
351,3
3.388,5
Manaus
90,0
4,1
111,5
1.461,5
Brasil Central
70,0
4,5
76,9
4.334,2
Brasil Ocidental
76,0
4,3
111,6
2.909,6
Fonte: PNAD (2006) e Carteira de Energia.
184
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
As macrorregiões mais beneficiadas pelo aumento do consumo doméstico de energia elétrica são justamente aquelas onde o déficit atual é mais elevado, considerando as metas do programa de universalização do atendimento. Nesse contexto, destacam-se as macrorregiões de Belém-São Luís, Salvador, Fortaleza, Recife e Belo Horizonte, nas quais a presença de população rural é expressiva. Petróleo e Gás Natural
O agrupamento de petróleo, gás natural e refino da Carteira Final incide indiretamente sobre o indicador de Participação de Biocombustíveis. Os principais investimentos do agrupamento de Petróleo e Gás Natural destinam-se a incrementar sua oferta pelo aumento significativo da exploração e produção nas Bacias de Campos, Santos e Espírito Santo. É prevista a construção de duas novas Unidades de Processamento de Gás Natural, sendo uma em Caraguatatuba (SP) e a outra em Linhares (ES). É igualmente considerada a importação de Gás Natural Liquefeito e a construção de duas unidades de regaseificação, uma no Estado do Rio de Janeiro (Baía da Guanabara) e outra no Ceará. Tabela 19.12 - Principais Metas da Carteira de Petróleo e Gás para 2011 Macrorregião
Produção de Gás Natural (m³/d)
Produção de Petróleo (b/d)
Sul
Gasoduto (km)
Refino (b/d)
Gás Distribuição (m³/d)
GNL (m³/d)
0
0
0
66.000
212.000
0
132.000
14.600.000
419
132.000
4.472.667
4.666.667
Rio de Janeiro
2.600.001
24.600.000
838
183.000
873.334
9.333.334
Belo Horizonte
0
0
0
53.000
106.000
0
Salvador
0
0
848
33.000
6.550.000
1.714.286
Recife
0
0
848
200.000
6.550.000
3.428.572
Fortaleza
0
0
0
33.000
0
857.143
Belém - São Luís
0
0
0
0
0
0
Manaus
0
0
662
0
13.100.000
0
Brasil Central
0
0
0
0
0
0
Brasil Ocidental
0
0
0
0
0
0
2.732.001
39.200.000
3.614
700.000
31.864.000
20.000.000
São Paulo
Total
Fonte: Carteira de Petróleo e Gás Natural.
Esse agrupamento prevê expansão significativa da capacidade de refino nacional, o que aumentará a oferta de derivados de petróleo para o setor de transportes (gasolina e óleo diesel). Se de um lado a expansão da oferta garante que não faltarão combustíveis, caso se confirmem as previsões de crescimento do PIB a taxas próximas a 5% ao ano, de outro deve-se avaliar
185
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
os efeitos combinados com a expansão da oferta de biocombustíveis, que, articulados com os derivados de petróleo, podem transformar o Brasil em exportador de energia na forma de combustíveis líquidos. Tabela 19.13 - Evolução do Consumo de Óleo Combustível e de Gás Natural (em mil toneladas equivalentes de petróleo – tep) Consumo de Óleo Combustível (mil tep)
Macrorregião
2003 Sul
2004
Consumo de Gás Natural (mil tep)
2005
2003
2004
2005
759,92
618,80
585,39
1.182,66
1.546,11
1.736,76
1.800,80
1.477,68
1.156,90
3.518,20
4.081,23
4.745,55
Rio de Janeiro
575,15
348,01
555,33
3.012,77
3.586,72
3.967,04
Belo Horizonte
804,22
734,67
765,24
479,62
720,92
642,47
Salvador
373,97
349,84
372,12
2.690,04
2.396,11
2.216,38
Recife
54,87
54,23
39,93
594,81
1.122,10
1.033,73
Fortaleza
14,88
14,76
6,88
224,42
475,65
264,14
Belém - São Luís
775,16
804,24
807,93
0,00
0,00
0,00
Manaus
429,02
441,79
382,30
0,00
0,00
0,00
Brasil Central
317,08
328,54
338,45
0,00
0,00
0,00
41,09
18,18
12,03
698,08
962,22
710,99
5.946,14
5.190,76
5.022,50
12.400,58
14.892,02
15.318,02
São Paulo
Brasil Ocidental Total Fonte: Anuário da ANP 2006.
Tabela 19.14 - Evolução do Consumo Estimado de Derivados de Petróleo (Em mil toneladas equivalentes de petróleo) Macrorregião Sul São Paulo
Observado 2000
Estimado - Carteira 2004
2011
2015
7.510,2
8.271,4
11.275,6
12.061,5
12.162,4
11.779,6
16.151,8
16.155,8
Rio de Janeiro
4.079,6
3.707,0
5.360,4
5.325,1
Belo Horizonte
4.681,1
5.112,7
7.277,6
9.051,5
Salvador
2.282,4
2.541,3
3.528,4
3.798,5
Recife
2.016,0
2.192,2
3.027,6
3.219,1
Fortaleza
950,0
1.050,1
1.491,8
1.598,5
1.907,9
2.324,6
3.330,8
3.769,2
906,6
1.140,4
1.628,6
1.855,6
Brasil Central
2.398,2
2.759,3
3.847,0
4.201,6
Brasil Ocidental
2.287,4
2.665,4
3.402,8
3.688,4
41.181,73
43.544,13
60.322,50
64.724,73
Belém - São Luís Manaus
Total
Fonte ANP – Anuário 2006 e Carteira de Petróleo e Gás Natural.
186
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Biocombustíveis
Estimou-se que os investimentos no agrupamento de Biocombustíveis afetarão diretamente os indicadores de Consumo de Agrotóxicos e Participação de Biocombustíveis nas matrizes de impactos e respostas. A expansão dos cultivos energéticos de cana-de-açúcar e oleaginosas tende a aumentar o consumo de agrotóxicos, principalmente herbicidas, que podem degradar a qualidade dos solos e das águas superficiais e subterrâneas. A macrorregião de São Paulo é a maior consumidora nacional de agrotóxicos, seguida pela do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, justamente onde há cultivos comerciais de maior composição tecnológica. Tendo em vista a questão das mudanças climáticas globais, que cada vez e de forma mais expressiva pressiona os governos, uma das soluções seria maior diversificação da matriz energética brasileira. Embora a posição do país seja relativamente confortável em termos da reduzida participação das energias fósseis na geração de energia elétrica, o setor de transportes constitui problema importante devido à predominância do modal rodoviário e sua grande dependência de combustíveis líquidos, principalmente óleo diesel. Existe forte relação locacional entre a produção e o consumo de biocombustíveis, o que confere à macrorregião de São Paulo a primazia no emprego de biocombustíveis, seguida pelo Sul, onde se destaca o Paraná. As macrorregiões de Belo Horizonte, do Brasil Central e do Rio de Janeiro seguem em ordem de importância, embora a uma distância considerável das primeiras. Deve-se observar que o Rio de Janeiro conta com uma importante frota de veículos movida a gás natural, devido à disponibilidade relativa do insumo e aos estímulos do governo estadual para a disseminação desse combustível.
187
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Tabela 19.15 - Consumo de Biocombustíveis (em tep) Consumo de Biocombustíveis (Em tep)
Macrorregião 2004
2005
2011
Sul
1.422,7
1.414,0
1.691,9
São Paulo
3.658,9
3.842,7
4.597,8
Rio de Janeiro
230,5
369,9
442,5
Belo Horizonte
662,0
626,6
749,8
Salvador
116,9
129,1
154,4
Recife
233,0
289,6
346,6
Fortaleza
81,5
88,8
106,2
Belém - São Luís
30,7
36,8
44,0
Manaus
28,1
38,0
45,5
407,9
385,0
460,7
Brasil Central Brasil Ocidental Total
225,2
250,0
299,1
7.097,39
7.470,38
8.938,46
Fonte: 2004 e 2005 – Balanço Energético Nacional – 2006; 2011 – Estimado com base na expansão da oferta pela Carteira de Biocombustíveis.
A expansão estimada do consumo de agrotóxicos em função dos investimentos previstos para a produção de bicombustível deverá incidir diretamente sobre as macrorregiões de São Paulo, Sul, Belo Horizonte, Brasil Ocidental e Brasil Central. A situação pode tomar dimensões críticas no Sul e em São Paulo, indicando que deverão ser tomadas medidas rigorosas para monitorar o uso e o descarte de embalagens de agrotóxicos. Tabela 19.6 - Consumo de Agrotóxicos (t) Macrorregião
Consumo de Agrotóxicos (t) 2005
Carteira
2011
Sul
51.171,6
9.905,4
61.076,9
São Paulo
46.000,3
10.032,0
56.032,4
Rio de Janeiro
1.985,0
539,5
2.524,4
Belo Horizonte
11.520,6
5.193,3
16.713,9
Salvador
4.074,7
175,2
4.249,9
Recife
3.186,0
0,0
3.186,0
429,0
963,7
1.392,7
1.389,5
51,3
1.440,7
111,8
0,0
111,8
Brasil Central
13.904,5
2.410,5
16.315,0
Brasil Ocidental
24.964,2
3.938,1
28.902,3
158.737,24
33.208,81
191.946,05
Fortaleza Belém - São Luís Manaus
Total
Fonte: IBAMA (2007) e Estimativa com base nos dados da carteira para 2011.
188
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Infra-estrutura de Telecomunicações
O agrupamento de telecomunicações não sofreu modificações entre a Carteira Preliminar e a Final e foi avaliado a partir da expansão da oferta de telefones fixos, cuja projeção de atendimento consta da Carteira. O indicador utilizado na matriz de resposta afetado diretamente por esse agrupamento foi Acesso à Internet. O Acesso à Internet, considerado do ponto de vista macrorregional, mostra progressos importantes apenas na macrorregião de Belo Horizonte; entretanto, as macrorregiões do Norte e, principalmente, do Nordeste ainda estão digitalmente excluídas e a configuração da Carteira não altera significativamente essa situação. Em 2005, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) investigou, como tema suplementar, o acesso à Internet e a posse de telefone móvel celular para uso pessoal, resultante de convênio entre o IBGE e o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), objetivando ampliar o conhecimento sobre a utilização das tecnologias da informação e das comunicações no país. E isso não só com vistas à necessidade de indicadores para o atendimento no contexto nacional, como também para fins de comparação internacional de estatísticas sobre a sociedade da informação. Tabela 19.7 - Expansão do Acesso à Internet
Macrorregião
Carteira Telefone Fixos (em mil pontos de acesso) 2011
Sul
Domicílios com acesso à Internet (pontos)
2015
2011
2015
6.726,3
6.930,1
147.246
151.707
14.223,7
14.801,2
286.790
298.434
Rio de Janeiro
6.149,5
6.399,2
113.008
117.597
Belo Horizonte
3.968,4
4.129,5
67.120
69.845
Salvador
2.011,9
2.093,6
25.704
26.748
Recife
2.006,2
2.087,6
32.050
33.349
Fortaleza
1.055,0
1.097,9
13.528
14.078
Belém - São Luís
1.120,6
1.166,1
10.720
11.156
548,7
571,0
5.410
5.629
Brasil Central
2.126,2
2.212,5
35.487
36.928
Brasil Ocidental
1.081,5
1.125,3
16.859
17.541
São Paulo
Manaus
Fonte: Carteira de Telecomunicações e PNAD.
A pesquisa revelou que, em 2005, 50% dos entrevistados acessavam a Internet do próprio domicílio, o que revela a importância do terminal fixo
189
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
de telefonia. Esse acesso é bastante diferenciado regionalmente, refletindo a disponibilidade do serviço, que varia entre 55,7% no Sudeste, onde a cobertura de telefonia fixa é mais ampla, até 28,6% no Norte, onde é rarefeita. A Carteira não contempla, de forma explícita, no Agrupamento de Infraestrutura Telecomunicações, nenhum programa de expansão de redes para intercâmbio de dados, seja no setor público, seja no privado. Infra-estrutura de Desenvolvimento Urbano
O agrupamento de Infra-estrutura de Desenvolvimento Urbano compreende os segmentos de Saneamento, Habitação e Transportes Urbanos. Na matriz de respostas foi considerado o indicador Acesso a Saneamento, diretamente afetado por esse agrupamento. As diferenças entre a Carteira Preliminar e a Final quanto ao agrupamento de Infra-estrutura de Desenvolvimento Urbano dizem respeito aos quantitativos referentes ao PAC e à projeção de investimentos com base na eliminação do déficit de habitação e saneamento para 2027. Essa proposta reforça substancialmente os valores monetários para o agrupamento que atingem R$ 26.300 milhões ao ano no período entre 2008-2011, subindo para R$ 27.800 milhões entre 2012-2015 e permanecendo em R$ 20.458,33 milhões, muito acima dos valores orçamentários previstos para 2008 para as funções de Urbanismo (R$ 2.371,98 milhões) e Saneamento (R$ 1.661,34 milhões). Saneamento
Os dados resultantes da projeção da universalização do saneamento revelam outro país em 2015, com efeitos bastante sensíveis sobre as macrorregiões com menor nível de renda, principalmente o Nordeste. Indubitavelmente, a generalização do acesso ao esgoto tratado para a quase-totalidade da população brasileira seria de importância decisiva para o desenvolvimento sustentável, tanto do ponto de vista social, como ambiental.
190
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Tabela 19.18 - Expansão da Oferta de Saneamento - Esgoto População residindo em domicílios com esgoto Macrorregião
PNAD
Estimado pela Carteira
2005
2011
2015
Sul
20.388.075
23.154.921
27.347.889
São Paulo
37.285.993
38.612.312
43.813.203
Rio de Janeiro
15.900.075
17.115.011
19.563.285
Belo Horizonte
14.122.747
16.271.671
19.401.886
Salvador
7.493.959
10.976.621
14.518.780
Recife
7.570.589
11.964.433
16.255.657
Fortaleza
4.795.432
7.446.022
10.261.939
Belém - São Luís
7.143.951
9.885.217
13.418.675
Manaus
2.236.785
3.100.857
4.428.746
Brasil Central
4.465.153
6.479.167
9.133.312
Brasil Ocidental
2.326.379
4.122.906
6.150.598
123.729.138
149.129.138
184.293.970
Brasil Fonte: PNAD (2006) e Carteira de Saneamento.
Não há especificações claras na Carteira Final quanto às formas de atendimento aos domicílios urbanos, entretanto deve-se considerar que a extensão da rede de coleta implica garantia de tratamento adequado, caso contrário a contaminação dos corpos de água pode se agravar pela deposição inadequada de esgotos urbanos, assim como deve ser considerado também o aumento da demanda de água bruta para diluição, transporte e tratamento no sistema canalizado. Ciência e Tecnologia
Embora a Carteira de Ciência e Tecnologia tenha impacto indireto sobre o conjunto da vida social, consideraram-se seus efeitos mais diretos sobre as despesas com educação e cultura pelos governos estaduais, na medida em que o desenvolvimento tecnológico aumenta a demanda por qualificação técnica da mão-de-obra. Entretanto, como as despesas de C&T são as mais concentradas de todas as carteiras, com 75,2% dos investimentos do período 2007/2011 aplicados em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, verificou-se que os impactos mais importantes dessa carteira ficarão restritos a esses estados, com reduzido efeito multiplicador sobre o restante da economia nacional.
191
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Desenvolvimento Social
O Agrupamento de Desenvolvimento Social, composto pelos segmentos de Saúde e Educação, apresenta diferenças significativas entre a Carteira Preliminar e a Final. A primeira delas é a inclusão da previsão de gastos de custeio para os períodos considerados. A segunda diz respeito à adoção de um critério distributivo para a alocação dos investimentos nas macrorregiões segundo três variáveis: a participação da macrorregião no total da população (à qual se atribuiu peso 2), a proporção de sub-regiões existentes na macrorregião e a proporção da área da macrorregião. Para a análise de sustentabilidade, consideraram-se esses dois componentes do Agrupamento de forma diferenciada. Primeiro, a projeção de gastos orçamentários, que reflete a tendência do Orçamento Federal para as duas funções. Segundo, considerou-se o critério de distribuição, tendo em vista as demandas sociais das macrorregiões. Nas Matrizes de Impactos e Respostas, o agrupamento de Desenvolvimento Social afetou diretamente os indicadores de Analfabetismo, Escolaridade e Gastos com Educação, todos referentes ao segmento Educação. Saúde
Os investimentos de Saúde, embora considerados em conjunto com os de Educação, no Agrupamento de Desenvolvimento Social, não afetam diretamente nenhum indicador considerado, embora possa produzir impactos indiretos sobre eles, considerando a importância que os investimentos em saúde representam para a qualidade de vida da população. Observou-se que o agrupamento de Saúde, considerado dentro da perspectiva de projeção dos gastos públicos para a função, encontra-se subestimado quando comparado com as projeções orçamentárias em todo o período considerado.
192
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Gráfico 19.1 - Estrutura dos Investimentos em Saúde por Macrorregião, 2008-2011 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10%
Gestão
Vigilância Epidemiológica
Rede Resolutiva
al
l ci de nt
Br as
il O
en tr a
l il C
Su
Br as
te or iz
on
ul o H
Pa
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Sã o
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Re c
za
Fo r ta le
Lu ís ão
Be
lé m -S
M
an au
s
0%
Rede Insumos
Inovação
Fonte: Carteira de Investimento Anexo I Tabelas Consolidadas Produto 2 Módulo 5.
No que diz respeito à estrutura de investimentos por macrorregião, a prioridade é para a implantação de Redes Resolutivas. O padrão apresentado no período 2008-2011 é o mesmo para os demais períodos. Em todas as macrorregiões, os investimentos para viabilizar essa iniciativa representam entre 60% e 70% do montante previsto para esse segmento. No entanto, deve-se levar em conta a extrema diversidade de situações em termos da oferta de equipamentos, serviços, profissionais de saúde e capacidade institucional em cada uma das macrorregiões. Mesmo considerando o potencial de descentralização que a proposta de redes resolutivas contempla, as deficiências na base municipal de saúde são enormes, o que pode comprometer a eficiência das redes em áreas nas quais encontramos sérias deficiências em termos de atendimento aos serviços básicos de saúde. O próprio Ministério da Saúde, Portaria 399 GM 2006, prevê a adoção de regiões de saúde com vistas a orientar a realização de planos diretores de investimento. Essas regiões devem ser estabelecidas a partir da contigüidade das áreas dos municípios e condições de acesso. Admitindo níveis hierárquicos
193
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
e de complexidade crescente, os municípios deverão estar aptos a prestar assistência em reduzido grau de complexidade, passando às regiões de saúde para atendimento em níveis médios de complexidade e finalmente os serviços de elevado grau de complexidade para macrorregiões. Nessa base espacial, a implantação de redes resolutivas (http://dtr2001.saude.gov.br/ sas/PORTARIAS/Port2006/GM/GM-399.htm) implica que os municípios assumam integralmente a gerência de toda a rede pública de serviços de atenção básica, englobando as unidades próprias e as transferidas pelos estados ou pela União (idem ibidem). A ênfase na implantação de redes resolutivas e gestão contrastam com a menor participação dos investimentos na qualificação da rede de vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental em saúde, na medida em que a precariedade de habitações e de sistemas de controle de epidemias em várias macrorregiões são condicionantes importantes das condições de vida. Ainda são pouco satisfatórios os indicadores sobre mortalidade infantil e materna. Esses problemas podem permanecer se os objetivos de universalização de acesso ao tratamento de esgotamento sanitário não forem atingidos. Essa equação merece mais atenção, na medida em que a ampliação da rede coletora de esgoto implica elevado consumo de água. Ao priorizar a construção de redes resolutivas, há que considerar os recursos existentes e as relações estáveis entre participantes, o que implica a possibilidade para alguns municípios de que sua inserção em redes mais densas não melhore efetivamente sua situação inicial. Um elemento importante para o estabelecimento dessas redes é, portanto, a disponibilidade de acesso de modo equânime a todos os níveis de complexidade dos serviços de saúde. Educação
O agrupamento de investimento de Educação é aquele que afeta mais diretamente as matrizes de impactos e respostas da Carteira Final. No que diz respeito à projeção de gastos, considerou-se que as estimativas da Carteira Final acompanham as tendências do Orçamento Federal, com um viés positivo a partir de 2016, cujos efeitos seriam efetivos no longo prazo. Na análise da distribuição regional dos gastos, observou-se forte concentração dos gastos na macrorregião Brasil Central, o que foi atribuído à inclusão nessa macrorregião das despesas de caráter nacional, sendo necessário retirar esse valor para uma correta avaliação dos efeitos regionais do segmento Educação.
194
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Esse procedimento permitiu estimar que não existem modificações substantivas na distribuição regional dos gastos em todos os períodos considerados pela Carteira Final entre 2008 e 2027, conforme Tabela 19.19: Tabela 19.19 - Carteira Final de Investimentos - Agrupamento de Educação - Gastos Ajustados por período (em %) Macrorregião
2008-2011
2012-2015
2016-2027
2008-2027
Manaus
4,02
4,74
4,74
4,66
Belém-São Luís
4,33
4,85
4,85
4,79
Fortaleza
4,75
4,97
4,97
4,95
Recife
6,78
6,89
6,89
6,87
Salvador
4,44
4,75
4,75
4,71
Belo Horizonte
5,80
5,85
5,85
5,84
Rio de Janeiro
11,10
10,79
10,79
10,83
5,51
6,13
6,13
6,06
Extremo Sul
12,13
12,20
12,20
12,19
Brasil-Central
5,46
5,46
5,46
5,46
Brasil-Ocidental
3,06
3,53
3,53
3,47
Subtotal
67,37
70,16
70,16
69,82
Nacional
32,63
29,84
29,84
30,18
100,00
100,00
100,00
100,00
São Paulo
Total
Duas macrorregiões são particularmente beneficiadas pela previsão do montante do segmento Educação: Sul e Rio de Janeiro. Esse quadro, contudo, reflete a situação atual das despesas do Governo Federal com a educação superior, que são concentradas nas grandes universidades dessas regiões. Dessa forma, pode-se concluir que, do ponto de vista da alocação regional dos gastos projetados, a Carteira Final não induzirá alteração significativa com relação ao quadro atual. Quanto à distribuição interregional dos investimentos, a equipe responsável pelo segmento Educação realizou um ajuste na estrutura dos investimentos, que resultou no viés apresentado na Tabela 19.20, que revela que o critério orienta o investimento para as macrorregiões de maior extensão territorial, como é o caso de Manaus, Brasil Ocidental e Belém-São Luís, penalizando diretamente as macrorregiões de São Paulo, Rio de Janeiro, Sul e as do Nordeste, como Recife e Salvador.
195
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Tabela 19.20 - Distribuição Interregional dos Investimentos Macrorregião
Distribuição segundo a População
Distribuição segundo População, Área e Subregiões
Viés
Manaus
2,7
11,1
8,4
Belém-São Luís
6,5
9,4
2,9
Fortaleza
7,0
7,1
0,1
Recife
9,3
8,0
-1,3
Salvador
8,7
7,7
-1,0
Belo Horizonte
7,2
6,1
-1,1
Rio de Janeiro
11,3
7,2
-4,1
São Paulo
23,0
15,0
-8,0
Sul
14,8
12,8
-2,0
Brasil Central
6,2
8,0
1,8
Brasil Ocidental
3,4
7,6
4,2
Total
100
100
Fonte: Carteira Final.
As macrorregiões de Recife e Salvador, conforme Tabela 19.21, concentram o maior contingente de população analfabeta do Brasil, bem como fracos indicadores de escolaridade fundamental e pequena participação dos gastos estaduais com educação no contexto nacional. Da mesma maneira, apesar do significativo gasto estadual em educação nas macrorregiões de São Paulo, Sul, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, ainda há, nessas macrorregiões, expressiva parcela da população analfabeta e de baixa escolaridade do país, o que reafirma a certeza de que a questão educacional é um problema nacional, que deve ser enfrentado em todo o território brasileiro.
196
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Tabela 19.21 - Participação da População Analfabeta, com Ensino Fundamental Incompleto e dos Gastos Estaduais com Educação, por Macrorregião Macrorregião
(A) 2006 População Analfabeta (mil hab.)
Manaus
(B) 2006 População < 7 anos de estudo (mil hab.)
(C) 2004 Gastos Estaduais com Educação (R$ milhões)
(A) %
(B) %
(C) %
476
1.829
1.180,77
2,23
2,15
2,81
Belém-São Luís
2.512
7.070
1.963,49
11,78
8,31
4,68
Fortaleza
2.414
5.950
2.270,33
11,32
6,99
5,41
Recife
3.716
9.884
2.400,39
17,43
11,62
5,72
Salvador
2.897
8.448
2.161,19
13,59
9,93
5,15
Belo Horizonte
1.934
9.302
3.945,44
9,07
10,94
9,40
Rio de Janeiro
1.203
7.598
4.309,68
5,64
8,93
10,27
São Paulo
2.673
15.663
13.321,33
12,54
18,41
31,73
Sul
1.940
11.947
6.198,97
9,10
14,04
14,77
Brasil Central
904
4.071
2.677,98
4,24
4,79
6,38
Brasil Ocidental
654
3.304
1.547,97
3,07
3,88
3,69
2.1323
85.066
41.977,54
100,00
100,00
100,00
Brasil
Fonte: (A) e (B) PNAD 2006; (C) IPEADATA.
O segmento Educação assume como linhas prioritárias de ação a) melhoria e expansão do ensino básico de modo a modificar positivamente os índices de cobertura da rede escolar, a defasagem da relação série/idade, a qualificação dos professores; b) expansão do ensino profissional e técnico; c) expansão e melhoria do ensino superior pela interiorização de campi, principalmente aqueles de universidades públicas; e d) inclusão digital. As alterações mais importantes no que concerne a Analfabetismo, Escolaridade e Gastos com educação são mais evidentes nas macrorregiões de Manaus, Belém-São Luís, Brasil Ocidental e, embora com intensidade menor, Brasil Central. A distribuição por população, área e sub-região exerce efeitos positivos em relação ao quadro atual dessas macrorregiões. Porém, no longo prazo, as diferenças inter-regionais vão pressionar no sentido do aumento das desigualdades regionais. Meio-ambiente
A partir da Carteira Final de Meio-ambiente, utilizaram-se os gastos previstos com a preservação ambiental para estimar a eficácia das respostas institucionais à expansão dos investimentos em infra-estrutura e produtivos. A Tabela 19.22 mostra que a distribuição dos recursos por macrorregião é
197
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
heterogênea, se considerada por Unidade de Conservação, observando-se desproporção entre as necessidades efetivas de manutenção e expansão das áreas preservadas federais e os recursos alocados para tanto. Tabela 19.22 - Recursos Disponíveis para Preservação por Área de UCs Federais
Macrorregião Sul
Área das UCs Federais (Em km²) 2005
Recursos para Preservação (Em mil reais) 2008-11
Recursos para Preservação (Em mil reais) 2012-15
Recursos por km² Recursos por km² (Em mil reais) (Em mil reais) 2008-11 2012-15
17.551,42
154.692.340
184.826.408
8.813,67
10.530,57
São Paulo
6.149,27
52.885.532
63.187.634
8.600,29
10.275,63
Rio de Janeiro
5.149,65
31.874.765
38.083.970
6.189,70
7.395,45
Belo Horizonte
17.038,09
49.761.095
59.454.556
2.920,58
3.489,51
7.831,71
112.901.401
134.894.594
14.415,93
17.224,16
Salvador Recife
5.749,68
47.556.862
56.820.938
8.271,22
9.882,45
45.090,62
99.307.796
118.652.955
2.202,40
2.631,43
Belém - São Luís
216.992,87
71.331.869
85.227.317
328,73
392,77
Manaus
296.437,47
103.459.120
123.612.957
349,01
417,00
Brasil Central
44.046,98
56.191.004
67.137.012
1.275,71
1.524,21
Brasil Ocidental
49.990,14
184.214.576
220.099.575
3.685,02
4.402,86
Fortaleza
Fonte: IBAMA e Carteira Final de Investimentos
Com base nesses valores, estimou-se a possibilidade de expansão das áreas das Unidades de Conservação na razão de 1 km2 por dez mil reais, o que teria impacto principalmente nos Biomas Amazônico, Cerrados e Caatinga, onde medidas mitigadoras se fazem urgentes, considerando a orientação preferencial dos investimentos em infra-estrutura para as macrorregiões onde esses biomas estão situados.
198
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
20. ANÁLISE DAS MATRIZES DE IMPACTOS E DE RESPOSTAS DA CARTEIRA FINAL Nesta seção, serão apresentadas análises resultantes da aplicação das matrizes de avaliação para a carteira final de investimentos nos períodos 2011 e 2015. Avaliação das Matrizes de Impactos para 2011 e 2015
A primeira constatação feita sobre os efeitos da Carteira Final na matriz de impactos com relação ao baseline de 2004 é que as mudanças são poucas. Tomando-se os valores médios para cada uma das macrorregiões consideradas, constata-se que em 2011 as únicas a alterarem suas posições são as de BelémSão Luís, Sul e Brasil Ocidental. A primeira sai da escala de valor 6 para 5; a segunda, de 3 para 2; e a última, de 6 para 5. Para 2015, duas macrorregiões mudam sua posição: Manaus e Salvador. A primeira avança da posição 4 para 3 e a segunda de 5 para 4. Avaliação das Matrizes de Respostas para 2011 e 2015
A primeira constatação feita sobre os efeitos da Carteira Final na matriz de resposta é a modificação discreta que ocorre. No período de 2008 a 2011, apenas acontecem mudanças nas macrorregiões de Belém–São Luís, Fortaleza e Rio de Janeiro. A primeira avança da posição 7 para 6; a segunda, igualmente de 7 para 6; e a última, de 5 para 4. No período subseqüente, de 2012 a 2015, as mudanças ocorrem nas macrorregiões de Manaus, Recife, Salvador e Brasil Ocidental. A primeira avança da posição 6 para 5; a segunda e terceira de 8 para 7; e a última, de 6 para 5. Entretanto, as mudanças são todas no sentido de melhoras, o que indica, numa primeira avaliação, que a Carteira Final tem ação favorável à sustentabilidade, ao menos em algumas macrorregiões.
199
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
20.1 - Matrizes de Impactos da Carteira Final - Situação em 2004 Macrorregiões Dimensão
Ambiental Econômica
Indicadores
Manaus
BelémSão Luís
Fortaleza
Recife
Rio de Janeiro
Salvador
São Paulo
Belo Horizonte
Sul
Brasil Central
Brasil Ocidental
São Paulo
Belo Horizonte
Sul
Brasil Central
Brasil Ocidental
São Paulo
Belo Horizonte
Sul
Brasil Central
Brasil Ocidental
Consumo Agrotóxico Focos de Calor PIB per capita Densidade Malha Viária
Sociedade
Institucional Síntese
Distribuição renda Analfabetismo Trabalho Infantil Violência Social Média
20.2 - Situação em 2011 Macrorregiões Dimensão
Ambiental
Econômica
Sociedade
Institucional Síntese
Indicadores
Manaus
BelémSão Luís
Fortaleza
Recife
Rio de Janeiro
Salvador
Consumo Agrotóxico Focos de Calor PIB per capita Densidade Malha Viária Distribuição renda Analfabetismo Trabalho Infantil Violência Social Média
20.3 - Situação em 2015 Macrorregiões Dimensão
Ambiental
Econômica
Sociedade
Institucional Síntese
Indicadores
Manaus
BelémSão Luís
Fortaleza
Recife
Rio de Janeiro
Salvador
Consumo Agrotóxico Focos de Calor PIB per capita Densidade Malha Viária Distribuição renda Analfabetismo Trabalho Infantil Violência Social Média
Escala de Valores 9
8
7
6
5
4
200
3
2
1
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
20.4 - Matrizes de Respostas da Carteira Final - Situação em 2004 Macrorregiões Dimensão
Indicadores
Manaus
BelémSão Luís
Fortaleza
Recife
Rio de Janeiro
Salvador
São Paulo
Belo Horizonte
Sul
Brasil Central
Brasil Ocidental
São Paulo
Belo Horizonte
Sul
Brasil Central
Brasil Ocidental
São Paulo
Belo Horizonte
Sul
Brasil Central
Brasil Ocidental
Área Protegida
Ambiental
Participação dos Biocombustíveis Taxa de Desemprego
Economia
Sociedade Instituições Síntese
Consumo Energia Elétrica Escolaridade Saneamento Gastos Educação Acesso Internet Média
20.5 - Situação em 2011 Macrorregiões Dimensão
Indicadores
Manaus
Belém São Luís
Fortaleza
Recife
Rio de Janeiro
Salvador
Área Protegida
Ambiental
Participação dos Biocombustíveis Taxa de Desemprego
Economia
Sociedade Instituições Síntese
Consumo Energia Elétrica Escolaridade Saneamento Gastos Educação Acesso Internet Média
20.6 - Situação em 2015 Macrorregiões Dimensão
Indicadores
Ambiental
Participação Biocombustíveis
Manaus
BelémSão Luís
Fortaleza
Recife
Rio de Janeiro
Salvador
Área Protegida
Taxa de Desemprego Economia
Sociedade
Instituições Síntese
Consumo Energia Elétrica Escolaridade Saneamento Gastos Educação Acesso Internet Média
Escala de Valores 9
8
7
6
5
201
4
3
2
1
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Comparação entre a Carteira Final e a Preliminar
Um exercício importante de se desenvolver no contexto do Produto 7.3 é a comparação entre a Carteira Preliminar e a Carteira Final em termos da sustentabilidade. Antes de levar adiante esse exercício, é importante mencionar que a construção das matrizes de impactos e de respostas da Carteira Preliminar foi desenvolvida mediante o uso do Dashboard of Sustainability. Para isso, os indicadores utilizados no Produto 7.2 foram agregados por macrorregião, mantendo a integridade das UF, conforme descrito no presente relatório. A escala de cores utilizada foi a mesma do Dashboard apresentado no Produto 7.2. Considerando esse procedimento de construção das matrizes de impactos e de respostas da Carteira Preliminar, cabe apontar a coincidência que existe entre as matrizes utilizadas para a caracterização do baseline de 2004, seja a de impactos, seja a de Respostas, para a Carteira Preliminar e para a Carteira Final. Tendo por referência esses baselines comuns, a sistemática adotada nesse trabalho para comparação entre as duas Carteiras se fará mediante a comparação das linhas-síntese das matrizes de impactos para 2011 e para 2015 e das matrizes de respostas também para 2011 e 2015. Matrizes de Impactos
A primeira observação que se pode fazer ao se comparar as duas matrizes de impactos para o período de 2008 a 2011 é a pouca diferença existente entre elas. De fato, a única mudança que acontece entre a matriz de impactos da Carteira Preliminar e a da Carteira Final é relativa à macrorregião de Manaus, que na Carteira Final tem sua posição melhorada, passando da escala 4 para a 3. O mesmo não se repete quando se faz a comparação para o período de 2012 a 2015. Nesse caso, pode-se verificar que a Carteira Final avança mais em relação a uma maior sustentabilidade do país, uma vez que mudanças ocorrem nas macrorregiões de Manaus (do valor 4 para 3), Salvador (do valor 5 para 4), Brasil Central (do valor 5 para 4) e Brasil Ocidental (do valor 6 para 5). No que diz respeito à matriz de impactos, os agrupamentos que mais influenciam as mudanças ocorridas entre a Carteira Preliminar e a Final foram Educação e projeções feitas no crescimento do PIB per capita.
202
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Matrizes de Respostas
Com respeito às matrizes de resposta, as mudanças ocorridas entre a Carteira Preliminar e a Final são bem mais expressivas. No período de 2008 a 2011, as macrorregiões que avançam em relação a uma posição mais favorável quanto a sua sustentabilidade são as de Manaus (do valor 7 para 6), Belém-São Luís (do valor 7 para 6), Fortaleza (do valor 7 para 6) e Rio de Janeiro (do valor 5 para 4). Para o período de 2012 a 2015, mudanças acontecem nas macrorregiões de Recife (do valor 8 para 7), Belo Horizonte (do valor 6 para 5) e Brasil Ocidental (do valor 6 para 5). No caso das matrizes de respostas, os agrupamentos de investimentos que mais influenciam as mudanças favoráveis expressos na Carteira Final são Biocombustíveis, Energia Elétrica, Saneamento e Educação. O resultado da comparação entre a Carteira Preliminar e a Carteira Final, tendo em consideração os recortes das 11 macrorregiões, é que a segunda direciona o país para uma posição de maior sustentabilidade. Embora o procedimento empregado no Produto 7.3 para o desenvolvimento da AS se utilize de procedimentos mais qualitativos do que aquele do Produto 7.2 e que a precisão das mudanças identificadas pela escala de cores das células das matrizes de impactos e respostas seja mais grosseira do que aquela proporcionada pelo Dashboard of Sustainability, o que se pode verificar é que a Carteira Final é mais sustentável do que a Preliminar, em se considerando as ações previstas para os períodos de 2008-2011 e de 2012/2015. A seguir são apresentadas as matrizes de impactos e de respostas da Carteira Preliminar (baseline de 2004, posição em 2011 e posição em 2015) e como foram construídas, utilizando o Dashboard of Sustainability.
203
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
20.7 - Matrizes de Impactos da Carteira Preliminar Situação em 2011 Macrorregiões Dimensão
Indicadores Manaus
Ambiental Econômica
BelémSão Luís Fortaleza
Recife
Salvador
Rio de Janeiro
São Paulo
Belo Horizonte
Sul
Brasil Central
Brasil Ocidental
São Paulo
Belo Horizonte
Sul
Brasil Central
Brasil Ocidental
Consumo de Agrotóxicos Focos de Calor PIB per capita Densidade Malha Viária
Sociedade
Institucional Síntese
Distribuição renda Analfabetismo Trabalho Infantil Violência Social Média
20.8 - Situação em 2015 Macrorregiões Dimensão
Indicadores Manaus
Ambiental
Econômica
Sociedade
Institucional Síntese
BelémSão Luís Fortaleza
Recife
Salvador
Rio de Janeiro
Consumo Agrotóxico Focos de Calor PIB per capita Densidade Malha Viária Distribuição renda Analfabetismo Trabalho Infantil Violência Social Média
Escala de Valores 9
8
7
6
5
4
204
3
2
1
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
20.9 - Matrizes de Respostas da Carteira Preliminar Situação em 2011 Macrorregiões Dimensão
Indicadores Manaus
BelémSão Luís
Fortaleza
Recife
Rio de Janeiro
Salvador
São Paulo
Belo Horizonte
Sul
Brasil Central
Brasil Ocidental
São Paulo
Belo Horizonte
Sul
Brasil Central
Brasil Ocidental
Área Protegida
Ambiental
Participação Biocombustíveis Taxa de Desemprego
Economia
Sociedade
Instituições Síntese
Consumo Energia Elétrica Escolaridade Saneamento Gastos Educação Acesso Internet Média
20.10 - Situação em 2015 Macrorregiões Dimensão
Indicadores Manaus
BelémSão Luís
Fortaleza
Recife
Rio de Janeiro
Salvador
Área Protegida
Ambiental
Participação Biocombustíveis Taxa de Desemprego
Economia
Sociedade
Instituições Síntese
Consumo Energia Elétrica Escolaridade Saneamento Gastos Educação Acesso Internet Média
Escala de Valores 9
8
7
6
5
205
4
3
2
1
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
21. CONSIDERAÇÕES FINAIS O primeiro aspecto a comentar diz respeito ao método de avaliação dos impactos adotado e implementado para a análise da Carteira Final de Investimentos. Devido ao recorte territorial adotado pela Carteira Final, não foi possível a utilização do Dashboard of Sustainability como instrumento de AS, uma vez que os indicadores utilizados pelo Dashboard no exercício de avaliação da Carteira Preliminar de Investimentos só puderam ser apropriados e utilizados no contexto da dimensão territorial dos Estados da Federação Brasileira. Como a Carteira Final adotou como recortes territoriais as 11 macrorregiões propostas pelo Estudo, novos procedimentos tiveram de ser utilizados. Tendo em vista essa situação, o que se apresentou como opção para a equipe do Módulo de avaliação de sustentabilidade foi a utilização de um procedimento de avaliação que empregasse procedimentos qualitativos para a análise dos resultados dos diferentes agrupamentos de investimentos incluídos na Carteira Final. Essa avaliação, tendo em consideração a impossibilidade de adoção da ferramenta do Dashboard, foi feita mediante o uso de matrizes. Essas matrizes, divididas em matrizes de impactos e matrizes de respostas, tendo em vista o sistema proposto pela ONU-PNUMA, adotaram para cada dimensão da AS – Econômica, Social, Ambiental e Institucional – dois indicadores, perfazendo então um total de 16 indicadores – 8 para a matriz de impactos e 8 para a matriz de respostas. No desenvolvimento do trabalho, algumas observações puderam ser adiantadas com respeito ao método adotado para a avaliação da Carteira Final. A primeira foi o número limitado de indicadores utilizados, o que levou a avaliação a assumir uma natureza significativamente limitada. Como inclusive para alguns desses indicadores não foi possível estabelecer uma vinculação direta ou indireta com os impactos/efeitos dos diferentes agrupamentos de investimento da Carteira Final, não foi igualmente possível identificar como esses indicadores eram alterados. Assim, o resultado foi a não-modificação desses indicadores nas diferentes macrorregiões e nos diferentes períodos da Carteira Final. Outra observação necessária é o reconhecimento de que tanto a Carteira Preliminar quanto a Final não se constituem efetivamente em carteiras de projetos, pelo menos em sua acepção plena. Diferentemente dessa configuração, são carteiras de intenções de investimentos devido ao fato
207
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
de que, excetuando o PAC 2007-2010, em que um conjunto de projetos foi explicitado e descrito na Carteira Preliminar quanto à sua configuração física, na Carteira Final, os investimentos tiveram somente a configuração de investimentos financeiros. Os agrupamentos de investimentos que compõem a Carteira Final representam mais programas, em sua maioria apresentados de forma genérica e expressos em uma configuração monetária. Essa configuração da Carteira Final fez com que o método AS desenvolvido e utilizado tivesse maior complexidade e maior imprecisão. Para que essas limitações venham a ser contornadas, será fundamental, em um exercício futuro de AS de uma proposta, de uma política, plano ou programa como, por exemplo, de um Plano Plurianual, que os agrupamentos de investimentos sejam mais bem descritos quanto a seus aspectos físicos de planos, programas e/ou projetos. Outro aspecto a ser revisto em exercícios futuros é a escolha dos indicadores para aferição da sustentabilidade das políticas, planos e programas, de forma a que esses indicadores tenham relação mais direta com os investimentos que os documentos de planejamento venham a propor. Por fim, mas não menos importante, outra providência que também deverá ser tomada em posteriores exercícios de AS que venham a adotar o método proposto para avaliação da Carteira Final é o uso do procedimento das reuniões de especialistas como forma de proceder à montagem das matrizes de impactos e respostas de maneira multi e interdisciplinar.
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ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2002/ default.shtm, Acessado em 10/02/2007 . IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2004). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD 2003 , Rio de Janeiro: IBGE http://www. ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2003/ default.shtm, Acessado em 10/02/2007 . IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2005). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD 2004 , Rio de Janeiro: IBGE http://www. ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2004/ default.shtm, Acessado em 10/02/2007 . IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2006). Área Territorial Oficial , Rio de Janeiro: IBGE http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/ areaterritorial/principal.shtm, Acessado em 10/02/2007 . IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2006). Contas Regionais do Brasil - 2004 , Rio de Janeiro: IBGE http://www.ibge.gov.br/home/ estatistica/economia/contasregionais/2004/default.shtm, Acessado em 10/02/2007 . IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2006). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD 2005 , Rio de Janeiro: IBGE http://www. ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2005/ default.shtm, Acessado em 10/02/2007 . IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2006). Produto Interno Bruto dos Municipios 2004 , Rio de Janeiro: IBGE http://www.ibge.gov.br/ home/estatistica/economia/pibmunicipios/2004/default.shtm, Acessado em 10/02/2007 . IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2007). Contagem da População 2007 , Rio de Janeiro: IBGE ftp://ftp.ibge.gov.br/Contagem_da_ Populacao_2007/UF2007.zip, Acessado em 10/10/2007 . IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2007). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD 2006 , Rio de Janeiro: IBGE http://www.
224
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2006/ default.shtm, Acessado em 10/08/2007 . IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2007). Sistema IBGE de Recuperação Automática - SIDRA , Rio de Janeiro: IBGE http://www. sidra.ibge.gov.br/, Acessado em 10/02/2007 . INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (2007). Projeto PRODES Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite INPE , http:// www.obt.inpe.br/prodes/index.html, Acessado em 15/07/2007 . INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (2007). Queimadas Monitoramento dos Focos de Calor INPE , http://paraguay.cptec.inpe.br/ produto/queimadas/, Acessado em 15/07/2007 . INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (2007). Sistema DETER Detecção do desmatamento em tempo real INPE , http://www.obt.inpe.br/ deter/, Acessado em 15/07/2007 . IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (2007). IpeaData , Rio de Janeiro: IBGE http://www.ipeadata.gov.br/, Acessado em 10/02/2007 . MCIDADES, Ministério das Cidades (2007). SNIS, Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento MCidades , http://www.snis.gov.br/, Acessado em 10/02/2007 . MCT, Ministério da Ciência e Tecnologia (2007). Indicadores Estaduais de Ciência e Tecnologia MCT , http://200.130.9.7/estat/ascavpp/estados/ abertura_menu_01.htm, Acessado em 10/10/2007 . MPS, Ministério da Previdência Social (2007). Base de Dados do Anuário Estatístico da Previdência Social MPS , http://creme.dataprev.gov.br/ infologo2005/inicio.htm, Acessado em 10/02/2007 . MS, Ministério da Saúde (2007). DATASUS MS , http://w3.datasus.gov.br/ datasus/datasus.php, Acessado em 10/02/2007 .
225
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
MT, Ministério dos Transportes (2007). Banco de Informações e Mapas de Transportes MT , http://www.transportes.gov.br/Bit/bit.htm, Acessado em 10/02/2007 . MTE, Ministério do Trabalho e Emprego (2006). Relação Anual de Informações Sociais - 2005 MTE , CD-ROM .
226
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
ANEXO I – QUADRO-RESUMO DAS POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL POLÍTICA
PNDR
PNDR
PDRS
PLANO
OBJETIVO
ÁREA DE APLICAÇÃO
INSTITUIÇÕES GESTORAS / FUNDOS
PLANO AMAZÔNIA SUSTENTÁVEL (PAS)
Delineamento do uso, ocupação e desenvolvimento da Amazônia. Implementar um novo modelo de desenvolvimento pautado na valorização das potencialidades de seu enorme patrimônio natural e sociocultural, voltado para: geração de emprego e renda, redução das desigualdades sociais, viabilização de atividades econômicas dinâmicas e inovadoras com inserção em mercados regionais, nacionais e internacionais; e o uso sustentável dos recursos naturais com a manutenção do equilíbrio ecológico.
Amazônia Legal
Ministério da Integração Nacional e Ministério do Meio Ambiente / FNO, FNMA, FDA.
PROGRAMA DE PROMOÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE ESPAÇOS SUB-REGIONAIS (PROMESO)
Aumentar a autonomia e a sustentabilidade de espaços sub-regionais, por meio da organização social, do desenvolvimento do seu potencial endógeno e do fortalecimento da sua base produtiva, com vistas à redução das desigualdades inter e intra-regionais.
Alto Solimões, Chapada do Araripe, Vale do Jequitinhonha / Murici, Grande Fronteira do Mercosul e Metade Sul do Rio Grande do Sul
Ministério da Integração Nacional / FCO, FNE, FNO.
PROGRAMA DE PROMOÇÃO E IN-SERÇÃO ECONÔMI-CA DE SUB-REGI-ÕES (PROMOVER)
Inserção competitiva de atividades econômicas potenciais nas economias local, regional, nacional e internacional, em espaços sub-regionais dinâmicos.
Sub-regiões
Ministério da Integração Nacional / FCO, FNE, FNO.
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO E SUS-TENTÁVEL DO SEMIÁRIDO (CONVIVER)
Redução das vulnerabilidades socioeconômicas da população das áreas com maior incidência de seca.
Região Semi-árida
Ministério da Integração Nacional / FNO, FNE, FCO.
PROGRAMA DE ORGANIZAÇÃO PRO-DUTIVA DE COMU-NIDADES POBRES (NOVO PRONAGER)
Promover a capacitação e organização produtiva de comunidades pobres, visando sua inserção competitiva no mercado de trabalho e a potencialização dos recursos Comunidades Pobres e vocações econômicas. Prioriza, ainda, o apoio à organização dos arranjos produtivos locais, concorrendo, assim, para o desenvolvimento local e regional.
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DA FAIXA DE FRONTEIRA (PDFF)
Promover a estruturação física, social e econômica das áreas situadas na Faixa de Fronteira, com ênfase na ativação das potencialidades locais e na articulação com outros países da América do Sul.
6 áreas homogêneas no arco norte, 8 áreas homogêneas no arco central e 3 áreas homogêneas no arco sul.
Ministério da Integração Nacional / FCO, FNE, FNO.
Ministério da Integração Nacional / FCO, FNO.
Elaborar e implementar um plano de desenvolvimento sustentável, baseado num conjunto de políticas públicas PLANO BR-163 SUSTENTÁVEL estruturantes, com destaque para a pavimentação da BR-163, buscando a inclusão social e a conservação dos recursos naturais.
BR-163 – 68 municípios Casa Civil da Presidência localizados nos estados República / FNO, FNMA, do Amazonas, Pará e Mato da FDA. Grosso.
PROGRAMA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DOS TERRITÓRIOS RURAIS (PRONAT)
Promover o planejamento, a implementação e a autogestão do processo de desenvolvimento com vistas à gestão social dos territórios; o fortalecimento do Capital Social; a dinamização das economias territoriais; e articulação inter-institucional.
Município (densidade demográfica até 80 hab/ km² e população total até 50.000 hab.); microrregião geográfica (até 80 hab./ km²)
CONSÓRCIO DE SEGURANÇA ALIMENTAR E DESENVOLVIMENTO LOCAL (CONSAD)
Promover o fortalecimento e a ampliação das ações de segurança alimentar e nutricional, e de desenvolvimento local, nas áreas de maior necessidade do país. Promover e consolidar a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional; garantir o acesso à alimentação, com 66 microrregiões. dignidade, com qualidade e regularidade adequadas a todos; implementar e apoiar ações em articulação com as três esferas de Governo e a sociedade civil; respeitar as especificidades regionais, culturais e a autonomia do ser humano; estimular a participação democrática.
Convergir todas as políticas de desenvolvimento regional, Três níveis do governo e PACTOS DE CONCERTAMENTO urbana, rural e ambiental, tendo como foco as ações da sociedade civil existentes dentro do PPA.
227
Ministério do Desenvolvimento Agrário. Conselhos Estaduais de Desenvolvimento Rural Sustentável / PRONAF
Ministério do Desenvolvimento Sustentável
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos.
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
POLÍTICA
PLANO
OBJETIVO
ÁREA DE APLICAÇÃO
INSTITUIÇÕES GESTORAS / FUNDOS
83 municípios brasileiros, detentores de 101 Sítios
Ministério da Cultura – Equipe MONUMENTA / BID, Governo Federal, Governo Estadual, Governo Municipal, ONG, Iniciativa Privada.
PNDU
PROGRAMA MONUMENTA
Recuperação sustentável do patrimônio histórico urbano brasileiro tombado pelo IPHAN e sob tutela federal. Propõe-se a reverter as causas da degradação do patrimônio histórico, localizado em geral em áreas com baixo nível de atividade econômica e de reduzida participação da sociedade, e elevar a qualidade de vida das comunidades envolvidas.
PNDU
PLANOS DIRETORES
Reforçar a capacidade de gestão territorial e urbana, de forma a reduzir as desigualdades territoriais e promover a inclusão social.
Municípios
Ministério das Cidades – Conselho Municipal da Política Urbana
PROGRAMA NACIONAL DE ECOTURISMO
Minimizar os impactos da Atividade de turismo sobre o meio ambiente. Neste sentido, busca orientar o planejamento ambiental turístico, a partir da elaboração, revi-são e aperfeiçoamento dos marcos normativos, de monitoramento e controle, e de fomento da atividade.
45 pólos de ecoturismo em todo o Brasil.
Ministério do Meio Ambiente – Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável / FNE, FNO.
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE ECOTURSIMO NA AMAZÔNIA LEGAL (PROECOTUR)
Realizar o desenvolvimento sustentável do ecoturismo na região amazônica brasileira por meio do planejamento e da execução de estratégias regionais, da formulação de projetos de infra-estrutura e do estímulo às atividades Amazônia Legal produtivas por meio da adoção de um sis-tema descentralizado de gestão participativa, proporcionando um cenário favorável aos investimentos privados.
Ministério do Meio Ambiente – Secretaria de Coordenação da Amazônia.
PROJETO DE GESTÃO AMBIENTAL RURAL (GESTAR)
Promover a gestão ambiental em áreas de assentamentos humanos rurais, incluindo os assentamentos de reforma agrária, mediante o uso de instrumentos econômicos e de gestão ambiental, visando melhorar a qualidade ambiental e de vida da população rural.
Unidades de Gestão Ambiental Rural (UARs)
Ministério do Meio Ambiente – Secretaria de Desenvolvimento Sustentável.
ÁREAS ESPECIAIS E CORREDORES ECOLÓGICOS
Estabelecer as áreas protegidas e as terras indígenas no Brasil, sendo um dos principais instrumentos para a conservação e o manejo da biodiversidade e manutenção das populações indígenas.
Unidades de Conservação; terras indígenas; quilombos; reservas da biosfera; corredores ecológicos; sítios do patrimônio natural; sítios RAMSAR; e, os mosaicos de unidades de conservação.
Ministério do Meio Ambiente, Fundação Nacional de Amparo ao Índio / FNMA.
AGENDA 21 LOCAL
Debate sobre soluções para os problemas sociais, econômicos e ambientais por meio da identificação e implementação de ações concretas que visem o desenvolvimento local sustentável.
Municípios
Ministério do Meio Ambiente – Secretaria de Desenvolvimento Sustentável.
Pólos de produções familiares (agricultores familiares, pescadores artesanais, extrativistas, indígenas, quebradeiras de coco, quilombolas, ribeirinhos e populações tradicionais).
Ministério do Meio Ambiente – Secretaria de Desenvolvimento Sustentável.
PNMA
PROAMBIENTE
Promover o desenvolvimento rural integrado, por meio do controle social, gestão participativa, ordenamento territorial, mudanças qualitativas de uso da terra e prestação de serviços ambientais.
Implementar o ZEE no território nacional, executar o ZEE Brasil e gerenciar, em diversas escalas de trata-mento, as informações necessárias, integrando-o aos sistemas de planejamento em todos os níveis da administração É um instrumento que deve subsidiar a PROGRAMA DE ZONEAMENTO pública. formulação de políticas territoriais da União, Estados e – ECOLÓGICO – ECONÔMICO Municípios, orientando os diversos níveis decisórios na (ZEE) adoção de políticas convergentes com as diretrizes de planejamento estratégico do país, propondo soluções de proteção ambiental que considerem a melhoria das condições de vida da população e a redução dos riscos de perda de capital natural. PROGRAMA DE REGIONALIZAÇÃO DO TURISMO
Dar qualidade ao produto turístico; diversificar a oferta turística; estruturar os destinos turísticos; ampliar e qualificar o mercado de trabalho; aumentar a inserção competitiva do produto turístico no mercado internacional; ampliar o consumo do produto turístico no mercado nacional; aumentar a taxa de permanência e gasto médio do turista.
228
União, Estados e Municípios
219 regiões, que correspondem a 3.233 municípios brasileiros.
Ministério do Turismo
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
ANEXO II - ESTIMATIVA DAS DÍVIDAS EM ÁGUA E ESGOTO POR MUNICÍPIO UF
Município REGIÃO NORTE
PA
Belém
AP
Macapá
A
B
C
D
E
F
G
POP.TOTAL IBGE (HAB.)
POP.URB. IBGE (HAB.)
ÁREA (km²)
PIB (R$)
DÍVIDA ÁGUA (R$)
DÍVIDA ESGOTO (R$)
DÍVIDA TOTAL (R$)
4.524,417
4.154,125
121,565
30.785.709,23
62.086.593.15
70.893.544,97
132.980.138,11
1.280,614
1.268,382
1.064.92
5.977.316,18
22.39.579,53
17.504.288,17
39.853.867,70
283.308
271.343
6.407,12
1.444.239,84
8.788.453,00
26.663.181,17
35.451.634,16
RO Porto Velho
334.661
272.686
34.082,37
1.715.010,60
14.141.934,94
4.574.750,32
18.716.685,27
RR
Boa Vista
200.568
196.239
5.687,06
862.729,64
278.835,08
16.913.772,57
17.192.607,64
AC
Rio Branco
253.059
225.580
9.222,58
1.259.968,81
6.577.959,64
5.237.552,74
11.815.512,38
PA
Marabá
262.538
133.971
22.887,08
690.501,08
5.526.175,11
0,00
5.526.175,11
PA
Castanhal
134.496
120.608
1.029,19
338.681,96
2.709.646,73
0,00
2.709.646,73
PA
Santarém
262.538
185.403
22.887,08
523.61,56
1.714.009,12
0,00
1.714.009,12
1.405.835
1.389.751
11.401,06
17.437.463,24
0,00
0,00
0,00
RO Ji-Paraná
106.800
90.162
6.896,78
536.146,31
0,00
0,00
0,00
TO Palmas
137.355
132.214
2.218,93
588.478,38
598.192,11
3.694.195,94
4.292.388,04
AM Manaus
TO Araguaiana REGIÃO NORDESTE
113.143 14.209.765
105.416 13.554.200,00
4.000,40 49.233,53
433.200,10 63.407.770,88
699.083,09 59.145.902,56
977.369,23 361.656.214,53
1.676.452,32 420.80.117,08
CE
Fortaleza
2.141.402
2.132.077
313,14
9.784.283,37
12.856.706,71
77.626.311,17
90.483.017,88
PE
Recife
1.422.905
1.413.351
217,49
10.039.899,21
7.253.105,55
49.672.028,20
56.925.133,75
RN Natal
712.317
708.644
170,30
3.516.269,64
1.715.803,95
42.123.211,55
43.839.015,50
PI
Teresina
715.360
675.645
1.755,70
2.538.893,67
2.416.110,21
39.830.178,39
42.246.288,60
AL
Maceió
797.759
784.388
510,66
3.501.799,31
6.873.18,13
34.697.512,42
41.570.694,55
MA São Luis
870.028
834.705
827,14
4.170.681,91
7.545.090,65
24.933.768,07
32.478.858,72
PB
João Pessoa
597.934
593.204
210,55
2.760.220,56
962.571,59
30.462.250,81
31.424.822,40
BA
Salvador
2.443.107
2.427.482
706,80
10.127.135,80
4.735.43,52
14.662.328,60
19.397.472,12
MA Imperatriz
230.566
217.882
1.367,90
441.789,94
839.192,22
10.566.773,85
11.405.966,07
SE
Aracaju
461.534
459.590
174,05
3.083.078,98
1.856.098,98
7.746.358,84
9.602.457,82
BA
Feira de Santana
480.949
428.252
1.362,88
1.772.637,93
3.327.879,89
5.563.695,30
8.891.575,19
RN Mossoró
213.841
198.674
2.110,21
896.994,77
942.713,13
6.324.348,69
7.267.061,82
PA
Vitória da Conquista
262.494
224.609
3.204,26
752.695,40
856.133,43
5.415.052,11
6.271.185,54
PB
Campina Grande
355.331
335.878
620,63
1.381.044,34
668.345,41
4.277.366,75
4.945.712,16
BA
Ilhéus
222.127
159.776
1.840,99
1.105.674,33
1.099.146,87
1.474.042,81
2.573.189,68
BA
Itabuna
196.675
189.282
443,20
878.773,00
525.551,29
995.744,42
1.521.295,71
BA
Jequié
147.202
129.140
3.035,42
443.43,78
432.447,84
975.913,98
1.408.361,82
BA
Juzeiro
174.567
132.742
6.389,62
668.562,25
166.078,46
1.226.162,76
1.392.241,22
BA
Barreiras
113,92
114.604
7.895,24
588.496,16
174.780,82
1.215.989,79
1.390.770,61
AL
Arapiraca
186.466
151.574
351,48
379.490,26
1.338.922,62
0,00
1.338.922,62
PE
Caruaru
253.634
216.715
920,61
796.560,45
675.815,52
571.677,60
1.247.493,11
CE
Sobral
155.276
133.941
2.122,99
742.995,30
257.600,25
666.16,26
924.516,52
CE
Juazeiro do Norte
212.133
201.221
248,56
473.832,23
160.476,55
628.582,17
789.058,71
PE
Garanhuns
117.749
102.926
472,46
402.639,79
369.442,98
0,00
369.442,98
PI
Parnaíba
132.282
124.190
435,56
248.913,91
360.343,21
0,00
360.343,21
BA
Alegoinhas
130.095
112.111
733,97
551.641,29
294.112,99
0,00
294.12,99
MA Caxias
139.756
103.270
5.223,98
133.520,10
273.245,75
0,00
273.245,75
PE
Petrolina
218.538
164.803
4.558,54
958.234,01
169.860,03
0,00
16.860,03
CE
Crato
104.646
83.524
1.009,20
267.369,20
0,00
0,00
0,00
229
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
UF
Município REGIÃO SUDESTE
A
B
C
D
E
F
G
POP.TOTAL IBGE (HAB.)
POP.URB. IBGE (HAB.)
ÁREA (km²)
PIB (R$)
DÍVIDA ÁGUA (R$)
DÍVIDA ESGOTO (R$)
DÍVIDA TOTAL (R$)
29.571.652
28.295.552
54.419
328.064.752,69
50.198.081,27
345.679.311,85
395.877.393,11
5.857.904
5.807.229
1.182,30
59.636.031,42
13.110.885,34
148.834.848,97
161.945.734,31
SP São Paulo
10.435.546
9.723.541
1.522,99
134.306.168,55
6.987.942,77
136.103.233,95
143.091.176,72
SP Campinas
969.396
943.503
795,70
10.616.569,2
2.599.420,50
13.726.135,18
16.325.555,68
RJ Campo dos Goitacazes
407.168
362.648
4.031,91
8.258.244,22
5.948.610,66
10.144.112,77
16.092.723,44
2.238.526
2.226.076
330,95
17.047.615,01
1.240.252,75
13.565.697,01
14.805.949,76
RJ Cabo Frio
126.828
105.727
400,69
2.331.663,40
7.994.171,55
0,00
7.994.171,55
SP São José dos Campos
539.313
529.275
1.099,61
13.424.094,36
1.424.597,13
2.952.506,31
4.377.103,44
SP Santos
417.983
413.614
280,30
3.314.186,56
208.631,68
3.176.732,58
3.385.364,26
MG Ipatinga
212.496
210.215
165,51
2.963.828,67
1.671.365,98
780.072,46
2.451.438,43
RJ Nova Friburgo
173.418
150.724
932,64
1.276.910,70
1.311.341,85
1.120.741,49
2.432.083,34
SP Ribeirão Preto
504.923
500.346
650,37
3.868.266,80
729.926,51
1.413.856,99
2.143.783,50
MG Juíz de Fora
456.796
450.036
1.436,85
3.276.577,57
893.791,49
1.212.668,57
2.106.460,07
RJ Barra Mansa
170.753
164.716
547,44
1.725.731,00
958.053,46
1.083.579,32
2.041.632,77
MG Montes Claros
306.947
287.589
3.582,03
1.613.901,72
385.329,68
1.104.567,36
1.489.897,03
SP Bragança Paulista
125.031
110.319
513,59
994.247,03
511.624,85
972.948,21
1.484.573,06
SP Jundiaí
323.397
297.779
431,97
5.193.096,21
493.360,30
889.18,63
1.382.547,93
ES Vitória
292.304
290.900
93,38
6.510.972,45
275.570,47
897.763,57
1.173.334,05
MG Governador Valadares
247.131
234.614
2.348,10
1.120.066,71
157.583,22
802.734,53
960.317,75
SP Sorocaba
493.468
482.306
449,12
4.873.330,06
177.468,82
63.954,29
817.423,11
ES Linhares
112.617
92.343
3.501,60
574.080,51
130.145,25
678.852,82
808.998,07
ES Cachoeiro de Itapemirim
174.879
154.649
876,79
967.551,52
242.266,92
557.113,86
799.380,77
MG Teófilo Otoni
129.424
102.400
3.242,82
460.282,37
149.675,17
571.691,75
721.366,92
SP Piracicaba
329.158
316.248
1.369,51
3.377.559,43
118.940,10
492.08,83
611.448,93
RJ Volta Redonda
242.063
241.492
182,32
4.405.830,89
259.083,06
341.401,87
600.484,93
SP Presidente Prudente
189.186
184.567
562,11
1.147.105,98
210.169,20
377.518,11
587.687,31
SP Bauru
316.064
309.088
673,49
2.040.233,47
178.727,06
371.532,33
550.259,39
SP Botucatu
108.306
103.435
1.482,87
857.897,43
125.453,77
363.086,55
488.540,31
MG Sete Lagoas
184.871
179.833
537,48
1.496.866,22
62.204,91
414.867,60
477.072,51
101.893.459,96
140.303.179,29
RJ Rio de Janeiro
MG Belo Horizonte
REGIÃO CENTRO-OESTE MS Campo Grande
5.256.480
5.063.088
41.953
52.371.165,67
38.409.719,33
663.621
651.988
8.096,05
3.847.087,00
6.106.780,68
39.429.262,65
45.536.043,33
DF Brasília
2.051.146
1.947.741
5.801,94
33.051.370,60
14.291.540,97
20.840.039,57
35.131.580,54
GP Goiânia
1.093.007
1.080.485
739,49
6.390.547,87
10.405.912,47
18.679.658,29
29.085.570,76
GO Anápolis
283.134
278.550
918,38
1.538.707,88
2.618.299,52
6.122.351,44
8.740.650,96
MT Cuiabá
483.346
473.010
3.538,17
3.629.511,83
2.107.244,75
4.796.773,05
6.904.017,79
MT Rondonópolis
150.227
139.458
4.165,23
815.497,22
214.759,55
5.049.627,53
5.264.387,08
GO Rio Verde
116.552
105.270
8.388,30
996.015,15
1.367.906,20
2.304.182,25
3.672.088,45
MS Dourados
164.949
148.956
4.086,39
1.080.749,64
0,00
0,00
0,00
230
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
UF
Município REGIÃO SUL
A
B
C
D
E
F
G
POP.TOTAL IBGE (HAB.)
POP.URB. IBGE (HAB.)
ÁREA (km²)
PIB (R$)
DÍVIDA ÁGUA (R$)
DÍVIDA ESGOTO (R$)
DÍVIDA TOTAL (R$)
477.072,51
7.580.922
31.751
73.151.151,90
21.624.442,86
183.450.124,04
205.074.566,91
RS Porto Alegre
1.360.590
1.306.830
496,83
12.315.982,62
1.668.393,76
34.949.948,49
36.618.342,25
PR Curitiba
1.587.315
1.576.200
434,97
13.672.693,93
2.028.940,88
23.365.247,69
25.394.188,57
PR Florianópolis
342.315
328.922
433,32
2.933.877,71
4.340.096,07
14.440.784,27
18.780.880,34
SC Joinville
429.604
413.559
1.130,88
5.050.075,62
1.396.785,51
15.535.671,61
16.932.457,12
PR Foz do Iguaçu
258.543
254.744
617,70
3.536.683,25
909.101,97
14.044.921,86
14.954.023,84
PR Londrina
447.065
431.326
1.650,81
3.236.671,96
1.058.836,95
13.671.090,81
14.729.927,76
PR Maringá
288.653
282.517
487,93
2.361.557,06
1.449.285,87
10.980.423,78
12.429.709,65
PR Cascavel
245.369
226.626
2.100,11
1.474.396,85
975.981,71
10.479.063,91
11.455.045,63
RS Pelotas
320.850
299.537
1.608,77
1.813.570,75
367.740,68
7.943.405,10
8.311.145,78
PR Ponta Grossa
273.616
265.466
2.067,55
2.348.112,46
428.719,65
7.786.170,60
8.214.890,25
RS Rio Grande
186.544
178.394
1.813,91
2.386.709,00
356.298,23
5.699.650,52
6.055.948,75
PR Guarapuava
155.161
140.859
3.115,33
996.955,76
245.618,02
4.929.522,06
5.175.140,08
SC Chapecó
146.967
133.671
624,31
1.722.223,28
1.060.112,01
3.208.635,39
4.268.747,40
SC Blumenal
261.808
241.030
519,84
3.240.033,89
1.923.623,82
2.300.465,41
4.224.089,23
RS Santa Maria
243.611
228.804
1.779,56
1.290.217,80
844.981,58
3.341.145,27
4.186.126,85
RS Santa Cruz do Sul
107.632
93.066
733,47
1.882.852,03
317.917,83
3.275.179,91
3.593.097,73
RS Passo Fundo
168.458
162.423
780,36
1.278.109,63
281.795,85
2.694.182,33
2.694.182,33
RS Uruguaiana
126.936
117.868
5.715,78
748.448,45
254.041,01
2.676.734,89
2.930.775,90
SC Lages
157.682
152.905
2.644,31
958.733,98
323.577,78
1.557.363,30
1.880.941,08
PR Paranaguá
127.339
121.652
826,65
2.426.913,63
753.371,44
503.549,49
1.256.920,93
RS Caxias do Sul
360.419
331.107
1.643,91
5.047.240,63
639.222,24
66.967,35
706.189,59
SC Criciúma
170.420
152.366
235,63
1.265.761,87
0,00
0,00
0,00
SC Itajaí
147.494
141.050
289,26
1.163.329,74
0,00
0,00
0,00
Obs: A classificação da rede urbana do Brasil, conforme dados do IPEA, é estruturada em 111 centros urbanos, dos quais participam 119 municípios. Para o presente trabalho, então, foram considerados os referidos municípios classificados, ainda segundo o IPEA, em 6 categorias: metrópole global (representada na cor verde), metrópole nacional (representada na cor laranja), metrópole regional (representada na cor azul), centro regional (representado na cor rosa), centro sub-regional1(representado na cor vermelha) e centro sub-regional2 (representado na cor cinza). A população total dos 119 municípios considerados é de 61.476.705 habitantes, segundo dados do IBGE, 2000, enquanto a população urbana dos mesmos, ainda segundo dados do IBGE, 2000, é de 58.647.887 habitantes. (A) Número total de habitantes do município. Fonte: IBGE, 2000. (B) Número de habitantes na área urbana do município. Fonte: IBGE, 2000. (C) Área do território municipal. Fonte: IBGE, 2000. (D) PIB total municipal no ano de referência. Fonte: IBGE, 2000. (E) Dívida - Custo total para abastecimento das economias municipais que não têm acesso à rede de abastecimento de água. (F) Dívida - Custo total para abastecimento das economias municipais que não têm acesso à rede coletora de esgoto. (G) Dívida total municipal. Cálculo: E + F (custo total para abastecimento das economias municipais que não têm acesso à rede de abastecimento de água + custo total para abastecimento das economias municipais que não têm acesso à rede coletora de esgoto). * A tabela acima apresenta uma estimativa da quantidade de economias desprovidas de acesso às redes públicas de água e esgotamento sanitário, e do custo para a efetivação de seu abastecimento, chegando-se a um valor estimado de dívida total por município, para atendimento às referidas demandas.
231
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
ANEXO III - DIRETRIZES DE SUSTENTABILIDADE Diretriz de Sustentabilidade
Indicador Principal
Critério para a Tomada de Decisão
Indicador Detalhado
Objetivos Sociais Expectativa de vida para homens e mulheres Redução da pobreza, da exclusão social e das desigualdades em saúde
Indicadores de sucesso para a redução da pobreza A pobreza e a exclusão social serão e da exclusão social reduzidas nas áreas mais afetadas? (crianças em residências de baixa renda, adultos sem qualificação profissional e sem emprego e idosos em pobreza total) Serviços essenciais para as moradias serão aprimorados?
Percentagem da população economicamente ativa que demanda benefícios sociais Proporção de jovens com menos de 16 anos vivendo em residências de baixa renda Proporção de jovens (18 a 24 anos) com educação em tempo integral ou com emprego Pobreza total Acesso à água encanada Causas de mortalidade Taxas de mortalidade advindas de câncer, doenças cardiocirculatórias, doenças respiratórias, acidentes e suicídios
As taxas de mortalidade serão reduzidas?
Mortes e acidentes de trabalho e dias de trabalho perdidos por motivos de saúde Taxa de mortalidade por tipo de doenças Mortalidade infantil Doenças respiratórias Listas de espera nos hospitais
Melhoria da saúde da população
Expectativa de vida
O acesso a serviços de saúde de alta qualidade serão melhorados?
Acesso a um médico Lista de espera do INSS Participação em atividades esportivas e culturais Proporção de jornadas a pé e por bicicletas
Estilos de vida mais saudáveis serão encorajados?
Acesso às áreas verdes Alcance de ‘Padrões de acessibilidade natural às áreas verdes’ Como os alunos se deslocam para as escolas? Formas de acesso às áreas rurais
As desigualdades de saúde serão reduzidas?
Melhoria da educação e dos recursos da população
A qualificação e os recursos dos jovens serão aumentados? Qualificação dos jovens A qualificação dos adultos será melhorada? O número de sem-tetos será reduzido?
Permitir a todos a oportunidade de viverem em uma residência decente
O acesso às residências será aumentado para todas as classes sociais? O número de casas inadequadas será reduzido?
Desigualdades de saúde Qualificação na idade de 19 anos Jovens de 16 anos sem qualquer qualificação Jovens com acesso a educação de nível médio Educação para adultos Participação nos processos de aprendizado Qualificação da população adulta Número de sem-tetos Número de acomodações temporárias Residências acessíveis (preço das residências/percentual do salário acessível) Número de casas concluídas Número de unidade de residências por 1000 imóveis construídos Residências consideradas inadequadas para residir Residências modificadas para melhor eficiência energética Níveis de criminalidade
Redução de atividades antisociais
Crimes registrados por 1000 habitantes
Os atuais índices de criminalidade serão reduzidos?
Roubos de residências por 1000 habitantes Ofensas violentas cometidas por 1000 habitantes Roubo de veículos por 1000 habitantes
233
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Diretriz de Sustentabilidade
Indicador Principal
Critério para a Tomada de Decisão
Indicador Detalhado
O medo por crimes será reduzido?
Medo de crimes (a) Percentagem de residentes pesquisados que se consideram ‘razoavelmente seguros’ ou ‘muito seguros’ depois do anoitecer, enquanto fora de sua área de jurisdição; e (b) Percentagem de residentes pesquisados que se consideram ‘razoavelmente seguros’ ou ‘muito seguros’ durante o dia, enquanto fora de sua área de jurisdição.
O nível de ruído será reduzido?
Níveis de ruído Preocupação do público com ruídos
A preocupação com ruídos será reduzida?
Percentagem dos residentes consultados que estão preocupados com diferentes tipos de ruídos em suas áreas de moradia Participação social Bem estar da comunidade
Encorajamento do sentido comunitário, Espírito comunitário de identidade e de bem-estar
Inquilinos/satisfação/participação O engajamento em atividades comunitárias Atividades voluntárias será encorajado? Porcentagem de voluntários/organizações comunitárias em localidade específica por 1000 que atuaram bem ou muito bem no passado Extensão de voluntariado informal. A habilidade das pessoas para influenciar as decisões será aumentada?
Porcentagem dos adultos consultados e que identificam que podem influenciar as decisões que afetam sua própria área local.
A relação entre diferentes etnias será melhorada?
Porcentagem das pessoas que identificam que suas áreas de moradia é um local em que pessoas de diferentes formações e comunidades podem viver juntos e forma harmoniosa. Desemprego Proporção das pessoas em idade de trabalho que estão trabalhando.
O nível de desemprego será reduzido?
Oferecimento a todos de oportunidades de empregos satisfatórios e de boa remuneração
Emprego
Proporção de pessoas em idade de trabalho habitando em residências para desempregados. Proporção das pessoas em idade de trabalho desempregados por mais de dois anos
O desemprego por longo prazo será reduzido?
Proporção de pessoas desempregadas que demandam benefícios e que estão desempregadas por mais de um ano
Proporção de pais separados, pessoas doentes e deficientes que são Oportunidades de trabalho serão oferecidas para aqueles mais necessitados economicamente ativas de emprego? Emprego e desemprego de minorias étnicas Subsalários Haverá melhoria de salários?
Melhoria da qualidade do local onde as pessoas vivem
Qualidade da vizinhança
Salários médios – média do valor da hora de trabalho (incluindo trabalho extra e prêmios) para empregados em tempo integral
Será melhorada a satisfação das pessoas com a vizinhança como local para viver?
Porcentagem das pessoas com a vizinhança como local para viver Porcentagem das pessoas entrevistadas e que consideram que a qualidade de sua vizinhança vem piorando (a) Porcentagem dos residentes entrevistados e que consideram fácil o acesso a serviços locais essenciais;
Melhoria da acessibilidade a serviços e facilidades essenciais.
Acesso a serviços essenciais
(b) Porcentagem dos residentes identificados como distantes mais de 500 metros (15 minutos de caminhada) dos serviços locais essenciais.
A acessibilidade a serviços locais essenciais será melhorada?
Acesso a um posto de correio Acesso a um mercado de alimentos. Acesso a um médico ou a outra facilidade primária de saúde. Acesso a uma escola primária.
A acessibilidade à shoppings será melhorada?
Novos espaços para shoppings no centro da cidade e na sua periferia. Investimentos sociais em relação ao PIB
O nível de investimentos em serviços comunitários essenciais será aumentado?
Facilidades para jovens Número de vagas disponíveis em creches para uma população de 1000 crianças com idade inferior a cinco anos, não -matriculadas em escolas primárias Mudanças efetivas no custo do transporte
Melhoria da acessibilidade para os mais necessitados
Pessoas que consideram o acesso como difícil
O acesso será melhorado? O acesso será melhorado para aqueles que não possuem automóveis?
Distância percorrida relativamente à renda Acesso a serviços nas áreas rurais Acesso para pessoas com deficiências físicas.
234
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Diretriz de Sustentabilidade
Indicador Principal
Critério para a Tomada de Decisão
Indicador Detalhado
Objetivos Ambientais O volume de tráfego será reduzido? O número de acidentes nas estradas será reduzido?
Redução dos efeitos Distância média da jornada do tráfego no por objetivo ambiente
Os efeitos no ambiente resultantes do tráfego de cargas pesadas serão diminuídos?
Tráfego nas estradas Fluxo médio anual por 1000 Km de estradas principais Densidade do desenvolvimento Intensidade de quilometragem no tráfego de cargas pesadas. Número de passageiros viajando por diferentes modais, bicicleta e andando
A proporção de jornadas usando outros modos de transporte,diferente do automóvel, será incrementada?
Porcentagem de residentes entrevistados usando diferentes modos de transporte, as razões para esse uso e as distâncias percorridas Porcentagem de crianças viajando para (a) escola primária e (b) escola secundária por diferentes modos de transporte Viagens de lazer por modos de transporte.
Melhoria da qualidade da água
Rios com a qualidade da água boa ou adequada
A qualidade das águas interiores irá melhorar?
Porcentagem dos principais rios e canais com boa ou justa qualidade da água Substâncias perigosas na água Nutrientes na água
A qualidade das águas na zona costeira irá melhorar
Qualidade da água nos estuários Conformidade com os padrões de qualidade da água Número de dias com poluição do ar
Melhoria da qualidade do ar
Dias em que a poluição é moderada ou alta
A qualidade do ar irá melhorar?
(a) Número de dias em que a poluição do ar é moderada ou alta, segundo os padrões existentes; (b) Taxa anual de concentração de dióxido de nitrogênio; e (c) Para as áreas rurais número de dias por ano em que a poluição do ar é moderada ou alta para ozônio. Concentração de poluentes do ar selecionados Emissões de dióxido de enxofre e dióxido de nitrogênio Acidificação Atingimento de limites nos valores das emissões
Os habitats naturais e seminaturais serão conservados?
Mudanças nos habitats naturais e seminaturais Mudanças na população de espécies características selecionadas
Manter e melhorar a biodiversidade, a fauna e a flora
Taxa de desmatamento
A diversidade das espécies será conservada ou aumentada, e, em particular, a proteção das espécies será melhorada?
A cobertura florestal será mantida ou ampliada? A quantidade de terras abandonadas, degradadas e subutilizadas será reduzida?
Manter e melhorar a qualidade das paisagens urbanas e rurais
Biodiversidade em áreas marinhas e costeiras Espécies nativas em risco, especialmente espécies protegidas Alcance das metas da Política Nacional de Biodiversidade
Os locais designados como de interesse para a conservação serão mantidos e ampliados?
Manter e melhorar a qualidade das paisagens urbanas e rurais
Tendências em biodiversidade de plantas
Extensão e gestão de Estações Ecológicas As Estações Ecológicas que estejam sendo classificadas como sob ameaça Locais ameaçados por exploração Área de floresta nativa Gestão sustentável das florestas Novas residências construídas em terras previamente utilizadas Terras e propriedades não-ocupadas e terras abandonadas. Recuperação de áreas degradadas Áreas sob a regulamentação do SNUC
A qualidade e características das áreas rurais, assim como das paisagens serão melhoradas?
Áreas convertidas para a produção orgânica Concentração de poluentes orgânicos Resíduos de pesticidas nos alimentos Elementos da paisagem – lagos, muros, rochas etc.
A quantidade de lixo será reduzida nas cidades e nas áreas rurais?
235
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Diretriz de Sustentabilidade
Indicador Principal
Critério para a Tomada de Decisão
Indicador Detalhado Emissão de CO2 por uso final Emissão de CO2 por setor e por emissão per capita (toneladas por ano)
Redução das contribuições para mudanças climáticas
A emissão de gases de efeito estufa será reduzida pela diminuição do consumo de energia?
Uso da energia (petróleo e eletricidade) Uso da energia por residência Eficiência energética da economia
Emissão de gases de efeito estufa
Consumo médio dos novos carros As necessidades de energia serão atendidas por maiores percentuais de energia renovável?
Proporção de energia suprida por fontes renováveis
A emissão de substâncias depletoras de Ozônio será reduzida?
Depleção de Ozônio
Depleção de combustíveis fósseis
Número de pessoas e propriedades afetadas por eventos de inundações Os riscos de inundações de propriedades provenientes de rios e cursos de água serão reduzidos?
Freqüência de eventos de inundações Desenvolvimentos nas margens dos rios Desenvolvimentos em áreas sob risco de inundações
Evitar, reduzir e gerenciar riscos de inundação
Provisão de fontes sustentáveis de suprimento de água
Propriedades sob risco de inundação
Os riscos de inundações de propriedades nas zonas costeiras serão minimizados?
Numero de pessoas e propriedades afetadas por eventos de inundações nas áreas costeiras Freqüência de eventos de inundação nas zonas costeiras Proporção da linha costeira sujeitas a realinhamento, quando requerido.
Uso doméstico da água, picos de demanda e disponibilidade
Os riscos de desmoronamentos serão reduzidos?
Número de propriedades afetadas por desmoronamentos
Os riscos de danos às propriedades devido a tormentas e tempestades serão reduzidos?
Danos às propriedades devido a eventos de tempestades Vazamentos de água
O consumo de água será reduzido?
Outorgas por finalidades
O consumo de materiais e recursos será reduzido?
Consumo de materiais per capita
O lixo doméstico será reduzido?
Crescimento do lixo doméstico
Taxas de vazamentos pelo sistema da concessionária e pelas redes dos consumidores
Reciclagem do lixo doméstico A recuperação e a reciclagem do lixo será ampliada? Redução da produção de lixo
Lixo doméstico e reciclagem
Reciclagem de materiais Porcentagem do lixo doméstico que foi (a) reciclado; (b) compostado; (c) utilizado para a produção de energia e calor; e (d) aterrado Estoque de lixo radioativo
O lixo perigoso será reduzido?
Descargas da indústria nuclear Lixo perigoso Agregado primário por unidade de valor da construção
O lixo da construção civil será reduzido?
Lixo da construção da demolição entregue em aterros sanitários Quantidade de agregados secundários/reciclados utilizados em relação a agregados primários Perda líquida de solo em função de desenvolvimentos
A perda de solo será minimizada?
Perda dos solos mais adequados para a agricultura em função do desenvolvimento
A qualidade do solo será mantida e melhorada?
Concentração de matérias orgânicas no solo
Conservação do solo
Área de solo contaminada
236
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Diretriz de Sustentabilidade
Indicador Principal
Critério para a Tomada de Decisão
Indicador Detalhado
Objetivos Econômicos Porcentagem de crescimento do recolhimento de ICMS por área O desenvolvimento dos negócios e a competitividade serão melhorados?
Produtividade do trabalho Contribuição para as importações, exportações e o balanço do comércio Indicadores de competitividade
Encorajamento do crescimento econômico sustentável
Taxas aceitáveis para negócios registrados Resultado total da economia (PIB/VAB e PIB/ VAB per capita)
A resiliência dos negócios e da economia será aumentada?
Setores- chaves da economia serão desenvolvidos? Clusters-chave serão desenvolvidos?
Redução de disparidades no desempenho econômico
Variação regional/local do PIB e da relação emprego/ desemprego
O desempenho econômico será melhorado, tanto em áreas desenvolvidas como em áreas deprimidas? A diversificação das atividades rurais será aumentada?
Diversidade de setores econômicos presentes na área. Relação entre emprego relativo/crescimento dos resultados para diferentes setores econômicos presentes na área Produtividade do trabalho na manufatura e em outros serviços Pesquisa e desenvolvimento e emprego em indústrias de alta e de médiaalta tecnológias Taxas de crescimento e de conexões entre clusters Crescimento da oferta de emprego em negócios locais Variação regional/local da relação PIB/VAB per capita. Custos comparativos entre aluguéis para setor industrial e de serviços. Redução das desigualdades em saúde Registro de atividades econômicas na área rural com encargos fiscais Número de solicitações de licença para empreendimentos econômicos em áreas rurais Taxas de criação e extinção de empreendimentos
O encorajamento e acomodação de investimentos internos e externos
Investimento total como porcentagem do PIB
Os investimentos internos serão incentivados?
Número de consultas para assessoramento na área empresarial
Os investimentos externos serão incentivados?
Investimentos e resultados de empresas nacionais
Taxa de crescimento dos empreendimentos locais, por número de empregados e por volume de negócios Investimentos e resultados de empresas de empresas estrangeiras
Propostas de desenvolvimento em locais econômicos relevantes Terras e propriedades serão disponibilizadas para o desenvolvimento de Disponibilidade de ‘employment land’ novos empreendimentos? Número de solicitações de abertura de novos empreendimentos As baldeações serão reduzidas?
O encorajamento de padrões eficientes de mobilidade/ Transporte de cargas por transporte em modalidade suporte ao crescimento econômico
A acessibilidade ao trabalho por meio de transporte público, bicicleta e caminhada será melhorada? Os efeitos do congestionamento de trânsito na economia serão reduzidos?
Visões de consenso das organizações de negócio
Melhoria do desempenho social e ambiental da economia
Companhias com sistemas de gestão ambiental
A localização dos trabalhos em relação as moradias dos trabalhadores Propostas de desenvolvimento/melhoria de serviços/infra-estruturas relevantes Deslocamento para o trabalho por meios alternativos de transporte (bicicleta, caminhada, esquemas de transporte das empresas, transporte solidário) Congestionamento de trânsito
Os tempos da jornada de transporte entre Tempo da jornada entre os lugares de trabalho e de intercâmbio de os lugares de trabalho e de intercâmbio de transporte transporte serão reduzidos? A eficiência na distribuição de cargas será melhorada
Melhora da imagem da área como um local de negócios
Deslocamentos para o trabalho
Intensidade de quilometragem de veículos de carga pesada
Novos investimentos e novos trabalhadores Atração de pessoas de áreas deprimidas especializados serão atraídos para a área? O comércio ético será incentivado?
Empreendimentos comunitários e sociais Empresas implementando códigos de conduta de negócios éticos.
As práticas de gestão e de boas relações entre os trabalhadores serão encorajadas? Empreendimentos reconhecidos como investindo nas pessoas
237
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
ANEXO IV - LISTA DE VARIÁVEIS UTILIZADAS Nº
Variáveis
Descrição
Fonte
Consumo de Agrotóxicos em toneladas
IBAMA, Instituto Nacional de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
Disponibilidade de água m3 por habitante
ANA, Agência Nacional de Águas
Agua_Irrig_10_3m
Consumo de água para irrigação em mil m³
MMA, Ministério do Meio Ambiente Secretaria de Recursos Hídricos
4
Agua_Pop_at_SNIS
População atendida por abastecimento de água
MCidades - SNIS
5
Agua_Prod_SNIS_10_3m3 Agua Produzida para Consumo em mil m³
MCidades - SNIS
6
AREA_ANTROP
Área antropizada das Unidades Federativas em km²
IBGE, Atlas Nacional do Brasil Digital
7
Area_CulturasHa
Área de Culturas Temporárias e Permanentes
IBGE - SIDRA
8
AREA_CVEG_km2
Área coberta de vegetação
Calculada a partir de IBGE, Atlas Nacional do Brasil Digital
9
AREA_DESMT_km2
Área de desmatamento anual
INPE, PRODES
10
AREA_Tindig_km
Área das Terras Indígenas
Calculada a partir de IBGE, Atlas Nacional do Brasil Digital
11
AREA_UC_km2
Área das Unidades de Conservação Federais em km²
IBAMA, Instituto Nacional de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
12
C_EE_GWh
Consumo Residencial de Energia Elétrica
EPE - Balanço Energético Nacional
13
ConDerPet_1000tep
Consumo de Derivados de Petróleo em mil tep
Calculado com base nos dados da ANP e do BEN
14
ConsAlcoHid_1000tep
Consumo de Álcool Hidratado em mil tep
Calculado com base nos dados da ANP e do BEN
15
DespEC_UF
Despesa Orçamentária em Educação e Cultura por UF
IpeaData
16
DespTot_UF
Despesa Orçamentária Total por UF
IpeaData
17
Dom_Perm_int10_3
Domicílios Permanentes com Internet (mil)
IBGE - PNAD - SIDRA
18
Dom_Perm_tel10_3
Domicílios Permanentes com Telefone (mil)
IBGE - PNAD - SIDRA
19
Dom_Perm10_3
Total de Domicílios Permanentes (mil)
IBGE - PNAD - SIDRA
20
EE_Ger_Hid_1000tep
Geração de Energia Hidroelétrica em mil tep
BEN, Balanço Energético Nacional
21
EE_Ger_Ter_1000tep
Geração de Energia Termoelétrica em mil tep
BEN, Balanço Energético Nacional
22
EmpRAIS_AP
Emprego Formal na Administração Pública
MTE - RAIS/CAGED
23
EmpRAIS_Tot
Emprego Formal Total
MTE - RAIS/CAGED
24
Ferrovia_km
Extensão da Rede Hidroviária em km
Ministério dos Transportes - Banco de Informações e Mapas de Transportes
25
Focos_Calor
Queimadas - Focos de Calor
INPE - Queimadas
26
Hidrovia_km
Extensão da Rede Hidroviária em km
Ministério dos Transportes - Banco de Informações e Mapas de Transportes
27
Obitos_homicid
Total de óbitos por causas externas - homicídios
Ministério da Saúde - Datasus
28
PIBPCorr_10_3R
PIB a preços constantes de 2000 em mil reais
2000-2004 - IpeaData
29
Pop_esgoto
População servida por esgoto por UF e Ano
Ministério da Saúde - Datasus
30
Prod_Biocomb_1000l
Produção de Biocombustíveis em 1000 litros
Calculado com base em ANP, Anuário Estatístico do Petróleo e Gás Natural
31
PTOT_10_3H
População Total da UF em mil habitantes
2000- 2005 - IBGE - SIDRA
32
PTOT_10_3H
População Total da UF em mil habitantes
2008--2016 - EPE - Apêndice B. Brasil e unidades da Federação. Projeção da população e do número de domicílios
Nº
Variáveis
Descrição
Fonte
1
Agrotox_t
2
AGUA_Disp_m3
3
3
2
239
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Nº
Variáveis
Descrição
Fonte
33
PURB_10_3H
População Urbana da UF em mil habitantes
2000- 2005 - IBGE - SIDRA
34
PURB_10_3H
População Urbana da UF em mil habitantes
2008--2016 - EPE - Apêndice B. Brasil e unidades da Federação. Projeção da população e do número de domicílios
35
PURB_10_3H
População Rural da UF em mil habitantes
2000- 2005 - IBGE - SIDRA
36
PURB_10_3H
População Rural da UF em mil habitantes
2008--2016 - EPE - Apêndice B. Brasil e unidades da Federação. Projeção da população e do número de domicílios
37
RecCorr_UF
Receitas Correntes por UF
IpeaData
38
Rend_T_R$
Rendimento Médio Total (em reais)
IBGE - PNAD - SIDRA
39
Rend_UR$
Rendimento Médio Urbano (em reais)
IBGE - PNAD - SIDRA
40
RendH_R$
Rendimento Médio Homem (em reais)
IBGE - PNAD - SIDRA
41
RendM_R$
Rendimento Médio Homem (em reais)
IBGE - PNAD - SIDRA
42
RenR_R$
Rendimento Médio Rural (em reais)
IBGE - PNAD - SIDRA
43
ROD_KM
Extensão da Rede Rodoviária Total em km
ANTT
44
RODPAV_KM
Extensão da Rede Rodoviária Pavimentada em km
ANTT
45
TranfCorr_UF
Transferências Correntes por UF
IpeaData
240
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
ANEXO V - INDICADORES AFETADOS PELA CARTEIRA PRELIMINAR DIMENSÃO NATUREZA Unidades Federativas
Focos de Calor
Intensidade Hídrica
Consumo de Agrotóxicos
Participação de Biocombustíveis
Energia Hidrelétrica 2011
2004
2011
2015
2004
2011
2015
2004 2011 2015 2004
2011
2015
2004
Rondônia
6,29
7,64
7,64
18,84
13,11
10,70
0,75
1,61
1,61
4,48
3,75
3,90
27,78 76,94 91,09 52,76 41,66 35,08
Acre
0,59
3,11
3,11
20,71
12,66
8,65
0,02
0,30
0,30
4,66
4,09
4,79
0,00
Amazonas
0,12
0,31
0,31
11,04
6,45
5,51
0,11
0,15
0,15
2,23
2,61
2,42
20,19 20,18 20,18 97,33 96,94 96,70
Roraima
0,72
0,42
0,42
114,20
91,63
77,19
2,57
2,53
2,53
1,49
1,72
2,24
3,47
Pará
3,32
3,63
3,63
12,61
8,29
5,88
0,43
0,58
0,58
1,13
0,98
0,96
97,03 97,81 98,65 81,10 77,18 74,79
Amapá
0,92
0,39
0,39
31,10
21,55
17,05
0,45
0,28
0,28
0,82
0,73
0,65
32,23 32,15 32,15 96,10 95,83 95,63
Tocantins
4,77
4,69
4,69
215,10
128,23
75,24
0,68
1,98
1,98
6,16
7,19
7,74
99,90 99,94 99,97 73,89 72,82 72,43
Maranhão
6,74
9,07
9,07
102,03
72,99
75,04
0,69
1,38
1,38
1,82
2,26
2,29
86,26 86,39 86,39 44,86 42,99 41,87
Piauí
4,48
4,65
4,65
106,66
85,08
119,24
0,21
0,55
0,55
8,21
6,44
6,42
68,48 68,38 68,38 80,38 80,27 80,34
Ceará
7,87
5,45
5,45
73,56
59,90
122,36
0,13
0,81
0,81
7,57
7,38
7,75
0,38
0,34
0,34
67,82 67,72 67,63
Rio Grande do Norte
0,60
0,59
0,59
46,47
33,69
32,74
0,44
0,61
0,61
8,65
8,45
8,50
0,00
0,00
0,00
57,22 57,13 57,04
Paraíba
3,62
2,39
2,39
82,46
73,95
81,47
0,32
0,52
0,52
12,65 11,75 11,72 6,78
5,98
5,98
46,48 46,43 46,39
Pernambuco
1,68
1,27
1,27
66,71
54,67
60,75
1,43
1,53
1,53
10,46 12,22 13,02 48,46 44,66 49,89 46,10 45,94 45,81
Alagoas
1,18
1,12
1,12
173,71
141,34
138,02
1,84
1,63
1,63
11,27 11,27 11,56 92,48 92,47 92,47 15,77 15,68 15,59
Sergipe
0,48
0,73
0,73
99,23
52,30
76,26
0,56
0,42
0,42
9,08
7,05
7,36
93,87 93,89 93,89 25,10 24,95 24,80
Bahia
1,88
2,11
2,11
86,26
57,22
72,18
0,96
2,10
2,10
4,10
4,03
4,13
72,19 69,17 70,10 49,63 49,55 49,55
Minas Gerais
0,00
3,47
2015
Área Florestada
0,00
3,47
2004
2011
2015
90,76 87,94 86,07
97,08 96,60 96,36
1,02
1,26
1,26
43,85
36,90
38,82
2,84
4,60
4,60
12,95 10,53 9,50
92,49 92,62 92,91 37,23 37,13 37,14
Espírito Santo 0,34
0,28
0,28
53,25
41,08
28,88
1,71
5,04
5,04
6,86
6,81
7,23
33,36 33,37 33,37 5,79
Rio de Janeiro
0,36
0,35
0,35
17,27
14,11
11,32
2,61
4,12
4,12
6,03
8,57
9,63
20,93 18,52 19,99 20,79 20,59 20,39
São Paulo
1,31
1,96
1,96
15,92
20,57
19,72
7,88
9,77
9,77
31,06 28,05 30,89 77,72 76,08 76,08 7,70
7,68
7,66
Paraná
1,31
1,81
1,81
14,07
12,72
12,12
3,40
3,70
3,70
25,80 22,55 23,60 95,60 95,74 96,04 8,91
8,60
8,30
Santa Catarina
0,47
0,22
0,22
43,19
34,28
32,96
2,99
3,54
3,54
14,06 12,05 12,11 63,31 64,04 74,86 31,60 30,74 29,91
Rio Grande do Sul
0,18
0,15
0,15
140,04
109,61
103,07
2,57
2,86
2,86
9,93
Mato Grosso do Sul
1,49
2,46
2,46
59,50
49,91
47,76
4,01
3,99
3,99
13,80 15,61 17,46 84,71 81,89 82,00 54,22 54,21 54,19
Mato Grosso
8,36
5,56
5,56
16,49
9,07
8,04
3,30
3,94
3,94
6,63
Goiás
1,81
1,30
1,30
66,55
43,39
38,88
4,19
3,88
3,88
15,88 11,90 12,06 95,39 92,74 93,69 35,91 35,80 35,68
Distrito Federal
1,60
1,03
1,03
9,81
9,33
9,19
0,56
3,98
3,98
16,19 14,17 14,32 72,22 72,22 72,22 60,44 60,32 60,21
241
9,54
9,27
10,40 0,00
9,93
5,75
5,70
55,73 60,01 45,51 45,40 45,30
67,80 68,95 71,34 74,02 67,94 64,55
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
DIMENSÃO ECONÔMICA Unidades Federativas
PIB per capita (1000 reais)
Densidade da Malha Viária (km/km²)
Consumo Residencial de Energia Elétrica (kW/a)
2011
2015
2004
2011
2015
2004
2011
2015
2004 2011 2015 2004
2011
2015
4,38
5,33
6,12
12,35
13,80
13,80
336,67 387,75 403,20 405,00
464,37
530,98
1,80
1,75
1,75
5,82
5,73
5,67
Acre
3,48
4,55
6,31
18,27
19,64
19,64
292,15 469,03 560,84 371,00
404,76
452,53
2,39
2,33
2,33
8,72
8,72
8,72
Amazonas
7,64
10,23 11,32 8,41
8,65
8,65
304,38 303,21 304,36 342,00
402,80
440,98
1,70
1,67
1,67
11,99 11,45
11,14
Roraima
3,32
3,47
3,82
6,72
7,05
7,05
445,21 302,97 246,52 295,00
357,05
349,71
1,61
1,43
1,43
10,16 10,15
10,14
Pará
3,39
4,30
5,75
7,30
8,38
8,38
241,87 270,93 289,26 331,00
358,86
410,30
1,28
1,35
1,35
8,40
8,12
Amapá
4,38
5,40
6,36
4,36
7,64
7,64
419,64 392,19 387,53 353,00
469,88
520,68
1,33
1,60
1,60
14,23 14,14
14,09
Tocantins
2,52
3,64
7,47
24,18
27,12
27,12
251,25 366,98 430,14 352,00
380,57
459,67
2,15
1,68
1,68
4,23
4,14
4,09
Maranhão
1,86
2,36
2,74
32,16
32,46
32,46
173,23 250,28 289,74 249,00
249,08
295,47
2,38
1,48
1,48
6,83
6,83
6,83
Piauí
1,96
2,19
3,17
24,02
26,89
26,89
209,63 288,55 329,41 261,00
297,08
359,98
2,59
2,49
2,49
3,95
3,86
3,81
Ceará
2,82
3,04
4,49
63,79
65,81
65,81
239,59 390,40 464,60 270,00
309,87
378,17
2,46
2,14
2,13
7,82
7,73
7,68
Rio Grande do Norte
3,64
4,32
4,76
95,12
96,18
96,18
302,41 402,98 453,89 306,00
392,10
468,17
2,03
2,15
2,15
8,62
8,44
8,34
Paraíba
2,83
3,15
3,64
78,57
78,57
78,57
241,97 428,01 516,21 296,00
348,22
432,55
2,61
2,08
2,08
8,80
8,71
8,66
Pernambuco
3,88
4,39
5,80
74,19
77,24
77,24
311,75 391,94 428,61 307,00
338,26
398,29
2,28
2,49
2,47
11,26 11,17
11,12
Alagoas
2,63
2,96
3,51
105,59 105,59
105,59 215,91 268,74 292,28 235,00
268,74
318,64
2,25
2,26
2,26
9,52
9,38
Sergipe
4,59
7,79
8,32
114,85 114,85
114,85 272,60 363,98 410,35 343,00
356,31
443,59
2,51
2,20
2,20
10,42 10,42
10,42
Bahia
4,31
5,67
6,96
30,43
32,10
32,10
240,23 367,58 435,85 274,00
319,21
391,02
2,16
2,06
2,05
10,61 10,43
10,33
Minas Gerais
5,94
6,29
6,65
48,44
49,01
49,01
372,30 432,90 464,56 437,00
494,73
576,93
1,91
1,98
1,97
8,78
8,33
8,07
Espírito Santo 6,97
7,47
10,18 82,45
82,45
82,45
375,94 562,92 641,30 475,00
542,83
640,37
1,95
1,98
1,98
7,32
7,23
7,18
Rio de Janeiro
9,92
10,87 13,16 169,15 169,24
169,24 638,45 747,50 799,48 624,00
681,65
771,87
1,85
1,98
1,98
11,34 11,25
11,19
São Paulo
9,30
8,84
8,86
151,41 151,90
151,90 623,70 786,27 865,62 618,00
728,11
797,70
1,83
1,86
1,85
11,12 10,58
10,27
Paraná
7,27
8,24
8,41
122,78 123,43
123,43 456,69 525,03 564,67 572,00
619,45
724,58
1,97
2,09
2,09
6,08
5,54
5,23
Santa Catarina
8,23
9,31
9,30
87,94
91,32
91,32
553,39 782,29 883,76 577,00
678,89
769,65
1,54
1,65
1,65
4,44
3,63
3,17
Rio Grande do Sul
9,03
10,62 10,96 65,18
65,18
65,18
499,66 549,11 572,22 589,00
638,90
743,34
1,80
1,91
1,91
5,97
5,52
5,26
Mato Grosso do Sul
6,06
6,96
26,26
26,26
407,66 553,06 622,01 463,00
525,80
620,88
1,59
1,73
1,73
6,86
6,68
6,58
Mato Grosso
6,88
10,68 11,36 9,22
10,29
10,29
438,74 563,70 618,16 488,00
503,99
573,63
1,80
1,71
1,71
5,58
5,40
5,29
Goiás
5,08
6,88
36,76
36,76
426,73 551,27 616,91 476,00
535,08
636,14
1,61
1,46
1,46
7,24
7,06
6,96
Distrito Federal
12,90 11,66 11,25 161,15 161,15
1.056,28 1.232,28 1,98
1,63
1,63
14,19 13,47
7,80
36,61
2004
Taxa de Desemprego (%)
2004
25,93
2015
Relação rendimento urbano/rural
Rondônia
6,98
2011
Rendimento médio mensal (Reais)
161,15 619,60 722,24 791,36 907,00
242
8,22
9,43
13,06
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
DIMENSÃO SOCIAL E INSTITUCIONAL Unidades Federativas
População com Esgoto
Domicílios com Telefone Fixo
Domicílios com Internet
Despesas Estaduais com Educação e Cultura
2004
2011
2015
2004
2011
2015
2004
2011
2015
2004
2011
2015
Rondônia
36,66
71,93
86,40
52,82
40,44
39,43
5,16
4,42
4,31
17,19
17,07
16,71
Acre
39,84
67,89
84,29
53,75
41,91
41,28
4,38
5,13
5,05
21,52
22,47
22,24
Amazonas
56,03
74,84
87,72
52,07
45,49
44,71
4,82
4,28
4,21
17,46
22,45
21,84
Roraima
78,21
87,08
93,82
49,46
46,70
45,00
4,30
4,65
4,48
25,23
26,75
27,01
Pará
53,22
76,31
88,37
44,48
32,61
32,22
3,54
3,50
3,46
14,77
19,46
18,71
Amapá
16,53
78,65
89,71
62,81
41,61
40,37
4,96
6,58
6,39
24,42
24,08
23,73
Tocantins
27,65
59,01
79,76
43,64
36,23
35,99
4,05
4,26
4,23
16,67
15,78
15,31
Maranhao
45,77
71,32
85,70
34,46
28,95
29,06
2,68
2,03
2,04
17,94
28,65
29,38
Piauí
50,37
73,48
86,70
32,27
31,16
31,47
4,00
4,35
4,39
19,10
21,82
21,78
Ceará
37,25
67,13
83,63
41,65
35,06
35,16
4,38
4,37
4,38
19,98
26,78
26,83
Rio Grande do Norte
51,93
74,84
87,48
48,06
42,05
42,11
5,94
7,05
7,06
16,31
18,83
17,68
Paraíba
52,00
72,14
85,94
45,25
36,76
37,34
5,18
6,94
7,05
15,79
18,43
17,25
Pernambuco
36,61
66,01
82,93
48,13
43,37
43,85
5,90
6,50
6,57
9,69
15,26
15,29
Alagoas
13,16
60,36
80,22
34,27
32,48
32,63
4,40
4,79
4,82
17,59
14,37
13,84
Sergipe
73,39
84,43
92,29
48,32
36,19
36,05
6,72
5,75
5,73
13,90
14,45
13,99
Bahia
47,16
68,75
84,36
39,60
46,43
46,78
5,18
5,76
5,80
13,98
16,98
16,20
Minas Gerais
75,34
85,36
92,68
65,21
66,47
80,26
10,07
11,24
12,23
13,06
11,74
9,95
Espírito Santo
72,90
85,63
92,88
67,72
71,82
71,64
12,56
13,87
13,84
12,70
14,79
15,24
Rio de Janeiro
87,76
92,86
96,42
79,04
102,82
103,94
17,45
18,75
18,96
13,37
38,61
36,76
Sao Paulo
90,84
95,74
97,89
80,11
108,59
108,58
19,97
21,89
21,89
21,12
28,06
28,55
Paraná
65,89
82,57
91,24
73,17
79,17
79,28
15,77
17,31
17,33
17,17
23,42
24,73
Santa Catarina
80,16
89,81
94,94
78,91
80,14
79,33
16,06
19,05
18,86
17,93
23,23
23,95
Rio Grande do Sul
80,03
88,57
94,27
82,50
70,24
70,23
13,75
14,60
14,60
14,75
19,02
17,48
Mato Grosso do Sul
10,63
53,52
76,94
75,16
59,51
59,45
8,70
10,42
10,40
13,53
12,60
12,09
Mato Grosso
36,90
69,91
85,33
60,28
52,64
51,67
6,98
8,27
8,12
12,75
11,93
11,26
Goiás
31,31
65,36
82,91
70,69
61,15
60,74
7,72
7,33
7,28
15,75
17,24
17,01
Distrito Federal
96,13
96,77
98,41
90,97
108,92
112,02
27,57
27,01
26,71
13,39
30,76
31,46
243
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
ANEXO VI - COMPARAÇÃO ENTRE AS CARTEIRAS PRELIMINAR E FINAL DE INVESTIMENTOS E DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DOS AGRUPAMENTOS DE PROJETOS Carteira Preliminar de Investimentos (18/07/2007) INVESTIMENTOS PREVISTOS
2008-2011 (R$ Milhões)
2012-2015 %
(R$ Milhões)
2016-2027 %
2008-2027
(R$ Milhões)
%
(R$ Milhões)
%
Infra-estrutura de Telecomunicações
110.742,70
8,80
143.558,60
14,63
625.105,00
37,14
879.406,30
22,42
Infra-Estrutura de Energia
286.327,91
22,76
215.882,56
21,99
686.541,85
40,79
1.188.752,32
30,31
38.597,98
3,07
102.096,60
10,40
140.694,58
3,59
126.747,00
10,08
155.681,00
46,42
178.400,00
10,60
460.828,00
19,40
Infra-estrutura Hídrica
11.003,72
0,87
1.141,00
0,12
2.148,00
0,13
14.292,72
0,36
Ciência e Tecnologia
17.108,95
1,36
17.108,95
0,44
Desenvolvimento Econômico: Base Produtiva Industrial
599.367,16
47,65
599.367,16
15,28
Desenvolvimento Econômico: Base Produtiva Rural
48.177,90
3,83
56.054,72
5,71
164.928,03
9,80
269.160,65
6,86
Meio-Ambiente
6.496,77
0,52
7.146,38
0,73
26.019,97
1,55
39.663,12
1,01
Saúde
3.792,83
0,30
3.792,83
0,10
Educação
9.557,39
0,76
9.557,39
0,24
Infra-estrutura de Transportes Infra-estrutura de Desenvolvimento Urbano
1.257.920,31
100,00
681.560,86
100,00
1.683.142,85
100,00
3.622.624,02
100,00
Carteira Final de Investimentos (18/09/2007) INVESTIMENTOS PREVISTOS
2008-2011 (R$ Milhões)
2012-2015 %
(R$ Milhões)
2016-2027 %
(R$ Milhões)
2008-2027 %
(R$ Milhões)
%
Infra-estrutura de Telecomunicações
110.742,80
9,08
143.559,00
12,33
625.427,50
17,13
879.729,30
14,58
Infra-Estrutura de Energia
254.498,58
20,86
195.322,32
16,77
613.683,58
16,81
1.063.504,47
17,62
66.996,82
5,49
30.971,46
2,66
69.581,56
1,91
167.549,84
2,78
105.200,00
8,62
111.200,00
9,55
245.500,00
6,72
461.900,00
7,65
Infra-estrutura Hídrica
14.037,91
1,15
8.415,40
0,72
22.632,60
0,62
45.085,91
0,75
Ciência e Tecnologia
17.138,85
1,40
23.621,72
2,03
144.276,23
3,95
185.036,79
3,07
Desenvolvimento Econômico: Base Produtiva Industrial
257.647,04
21,11
154.089,92
13,23
39.116,00
1,07
450.852,96
7,47
Desenvolvimento Econômico: Base Produtiva Rural
137.687,47
11,28
174.285,01
14,96
508.046,13
13,92
820.018,61
13,59
Infra-estrutura de Transportes Infra-estrutura de Desenvolvimento Urbano
Meio-Ambiente Saúde Educação
11.509,83
0,94
13.751,95
1,18
57.970,41
1,59
83.232,20
1,38
148.296,30
12,15
180.506,19
15,50
766.930,76
21,01
1.095.733,31
18,15
96.504,93
7,91
128.946,83
11,07
557.711,92
15,28
783.163,72
12,98
1.164.669,80
100,00
3.650.876,69
100,00
6.035.807,11
100,00
1.220.260,53
100,00
245
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Distribuição dos Agrupamentos de Investimentos por Macrorregião 2008-2011 Valores Absolutos (R$ milhões) Macrorregião
Total
Telecomunicações
Energia
Transporte
Desenvolvimento Urbano
Infra Hídrica
C&T
Desenvolvimento Desenvolvimento Industrial Agrário
Meio -Ambiente
Saúde
Educação
Manaus
31.709
1.760
6.824
4.460
5.427
8
488
0
2.464
912
5.483
3.883
Belém-São Luís
58.879
3.375
11.597
4.663
7.784
689
411
10.684
8.205
709
6.589
4.174
Fortaleza
52.363
4.444
13.529
4.151
7.983
3.388
488
0
2.786
935
10.078
4.582
Recife
61.842
6.860
10.122
3.530
6.637
3.675
474
7.113
5.599
471
10.824
6.539
Salvador
66.628
5.855
14.383
4.402
9.395
3.502
639
2.287
8.444
1.158
12.275
4.289
Rio de Janeiro
197.099
12.788
95.061
6.276
10.412
65
7.376
28.300
1.876
346
23.888
10.710
São Paulo
174.461
26.023
36.924
7.151
22.192
25
3.330
2.341
38.818
567
31.770
5.321
47.476
6.901
5.374
5.491
6.066
1.192
513
3.075
4.762
514
7.994
5.594
Sul
138.592
15.053
18.075
11.091
15.026
197
2.042
1.100
39.637
2.517
22.152
11.702
Brasil Central
112.191
6.863
20.053
6.139
9.679
356
1.261
4.580
13.408
627
12.464
36.759
75.220
3.025
22.557
9.643
4.600
15
117
14.416
11.342
1.773
4.779
2.953
92.947 254.499
66.997
105.200
13.112 17.139
73.898
137.339
10.529 148.296
96.505
0
0
0
0
183.749
0
110.743 254.499
66.997
105.200
14.038 17.139
257.647
137.339
Belo Horizonte
Brasil Ocidental Subtotal
1.016.460
Nacional
203.452
Total
1.219.912
17.796
926
980
0
0
11.510 148.296
96.505
Distribuição dos Agrupamentos de Investimentos por Macrorregião 2008-2011 Valores Relativos (%) Macrorregião Manaus
Total
Telecomunicações
Energia
Transporte
Desenvolvimento Urbano
Infra Hídrica
C&T
Desenvolvimento Desenvolvimento Industrial Agrário
Meio -Ambiente
Saúde
Educação
100,0
5,6
21,5
14,1
17,1
0,0
1,5
0,0
7,8
2,9
17,3
12,2
Belém-São Luís
99,9
5,7
19,7
7,9
13,2
1,2
0,7
18,1
13,9
1,2
11,2
7,1
Fortaleza
99,8
8,5
25,8
7,9
15,2
6,5
0,9
0,0
5,3
1,8
19,2
8,7
Recife
100,1
11,1
16,4
5,7
10,7
5,9
0,8
11,5
9,1
0,8
17,5
10,6
Salvador
100,0
8,8
21,6
6,6
14,1
5,3
1,0
3,4
12,7
1,7
18,4
6,4
Rio de Janeiro
100,0
6,5
48,2
3,2
5,3
0,0
3,7
14,4
1,0
0,2
12,1
5,4
São Paulo Belo Horizonte Sul
99,8
14,9
21,2
4,1
12,7
0,0
1,9
1,3
22,2
0,3
18,2
3,0
100,0
14,5
11,3
11,6
12,8
2,5
1,1
6,5
10,0
1,1
16,8
11,8
99,9
10,9
13,0
8,0
10,8
0,1
1,5
0,8
28,6
1,8
16,0
8,4
Brasil Central
100,1
6,1
17,9
5,5
8,6
0,3
1,1
4,1
12,0
0,6
11,1
32,8
Brasil Ocidental
100,1
4,0
30,0
12,8
6,1
0,0
0,2
19,2
15,1
2,4
6,4
3,9
Subtotal
99,9
9,1
25,0
6,6
10,3
1,3
1,7
7,3
13,5
1,0
14,6
9,5
Nacional
100,0
8,7
0,0
0,0
0,0
0,5
0,0
90,3
0,0
0,5
0,0
0,0
Total
100,1
9,1
20,9
5,5
8,6
1,2
1,4
21,1
11,3
0,9
12,2
7,9
246
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Distribuição dos Agrupamentos de Investimentos por Macrorregião 2012-2015 Valores Absolutos (R$ milhões) Telecomunicações
Energia
Transportes
Desenvolvimento Urbano
Infra Hídrica
42.173
2.284
14.993
1.037
5.763
0
691
0
3.121
50.377
4.489
8.182
2.914
8.354
56
571
0
10.396
63.892
5.894
23.010
2.137
8.535
414
693
0
3.526
Recife
56.991
8.939
9.561
1.112
7.081
184
673
0
7.086
Salvador
70.630
7.690
13.082
4.475
10.008
1.437
913
0
10.701
Rio de Janeiro
143.136
16.506
54.573
3.278
10.976
0
9.803
2.739
2.375
São Paulo
193.642
33.550
32.521
2.927
23.387
0
4.677
0
49.193
Belo Horizonte
48.812
9.090
4.438
3.614
6.395
817
733
0
Sul
148.195
19.293
9.119
3.709
15.691
0
2.914
Brasil Central
115.824
8.847
15.599
882
10.139
48
1.788
Brasil Ocidental
51.120
3.907
10.244
4.888
4.871
0
165
Subtotal
984.791
120.489 195.322
Nacional
179.512
Macrorregião
Total
Manaus Belém-São Luís Fortaleza
Total
Desenvolvimento Desenvolvimento Industrial Agrário
Meio -Ambiente
Educação 6.117
847
8.312
6.256
1.117
12.151
6.415
563
12.913
8.880
1.383
14.820
6.121
414
28.562
13.911
678
38.799
7.910
6.027
614
9.543
7.541
1.540
50.169
3.007
27.021
15.732
0
16.967
749
15.286
45.518
0
14.357
2.119
6.024
4.546
12.581 180.506
128.947
30.971
111.200
2.955
23.622
4.279
173.918
0
0
5.460
0
149.811
0
143.559 195.322
30.971
111.200
8.415
23.622
154.090
173.918
1.090
Saúde 7.075
0
23.070
1.164.303
C&T
1.171
0
0
13.752 180.506
128.947
Distribuição dos Agrupamentos de Investimentos por Macrorregião 2012-2015 Valores Absolutos (R$ milhões) Macrorregião Manaus
Total
Telecomunicações
Energia
Transporte
Desenvolvimento Urbano
Infra Hídrica
C&T
Desenvolvimento Industrial
Desenvolvimento Agrário
Meio -Ambiente
Saúde
Educação
100,1
5,4
35,6
2,5
13,7
0,0
1,6
0,0
7,4
2,6
16,8
14,5
Belém-São Luís
99,9
8,9
16,2
5,8
16,6
0,1
1,1
0,0
20,6
1,7
16,5
12,4
Fortaleza
99,8
9,2
36,0
3,3
13,4
0,6
1,1
0,0
5,5
1,7
19,0
10,0
Recife
100,1
15,7
16,8
2,0
12,4
0,3
1,2
0,0
12,4
1,0
22,7
15,6
Salvador
100,1
10,9
18,5
6,3
14,2
2,0
1,3
0,0
15,2
2,0
21,0
8,7
Rio de Janeiro
100,0
11,5
38,1
2,3
7,7
0,0
6,8
1,9
1,7
0,3
20,0
9,7
São Paulo
100,0
17,3
16,8
1,5
12,1
0,0
2,4
0,0
25,4
0,4
20,0
4,1
Belo Horizonte
100,1
18,6
9,1
7,4
13,1
1,7
1,5
0,0
12,3
1,3
19,6
15,5
Sul
100,0
13,0
6,2
2,5
10,6
0,0
2,0
1,0
33,9
2,0
18,2
10,6
Brasil Central
99,9
7,6
13,5
0,8
8,8
0,0
1,5
0,0
14,6
0,6
13,2
39,3
Brasil Ocidental
99,9
7,6
20,0
9,6
9,5
0,0
0,3
0,0
28,1
4,1
11,8
8,9
Subtotal
99,9
12,2
19,8
3,1
11,3
0,3
2,4
0,4
17,7
1,3
18,3
13,1
Nacional
100,1
12,9
0,0
0,0
0,0
3,0
0,0
83,5
0,0
0,7
0,0
0,0
Total
100,0
12,3
16,8
2,7
9,6
0,7
2,0
13,2
14,9
1,2
15,5
11,1
247
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Distribuição dos Agrupamentos de Investimentos por Macrorregião 2016-2027 Valores Absolutos (R$ milhões) Telecomunicações
Energia
Transportes
Desenvolvimento Urbano
197.246
9.969
98.559
2.649
12.356
167.477
19.581
25.225
5.725
214.769
25.726
68.201
3.528
Recife
202.055
39.017
23.017
4.585
Salvador
230.699
33.575
34.860
6.315
71.970 142.094
Macrorregião
Total
Manaus Belém-São Luís Fortaleza
Infra Hídrica
Desenvolvimento Desenvolvimento Industrial Agrário
C&T
Meio -Ambiente
Saúde
Educação
0
4.296
0
9.107
4.596
29.258
26.457
16.687
84
4.445
0
30.328
3.569
34.774
27.058
17.493
966
4.539
0
10.279
4.711
51.582
27.744
14.720
276
4.238
0
20.656
2.372
54.765
38.407
21.019
2.614
5.803
0
31.188
5.831
63.022
26.473
Rio de Janeiro
487.237
4.405
24.650
0
52.931
0
6.924
1.743 122.351
60.169
São Paulo
683.381
146.243
99.678
6.176
52.614
0
32.666
0
143.368
2.857 165.565
34.212
Belo Horizonte
175.532
39.659
13.905
7.400
14.351
2.234
4.759
0
17.568
2.587
32.618
40.452
Sul
531.818
84.491
29.091
20.539
37.307
0
18.383
0
146.245
Brasil Central
425.256
38.600
31.592
5.660
23.664
72
11.215
0
49.421
3.159
65.002
196.870
Brasil Ocidental
174.307
17.047
47.461
2.598
10.639
0
999
0
41.853
8.930
25.118
19.661
525.877 613.684
53.033 766.931
557.712
Subtotal
3.489.778
Nacional
159.992
Total
3.649.770
69.582
245.500
0
0
0
625.428 613.684
69.582
245.500
99.551
6.245 144.276
0
506.939
0
39.116
0
22.633 144.276
39.116
506.939
16.388
12.677 115.042
4.938
68.043
0
0
57.970 766.931
557.712
Distribuição dos Agrupamentos de Investimentos por Macrorregião 2016-2027 Valores Relativos (%) Macrorregião
Total
Telecom.
Energia
Transp.
Des. Urbano
Infra Hídrica
C&T
Des. Industrial
Des. Agrário
Meio Ambiente
Saúde
Educação
Manaus
100,0
5,1
50,0
1,3
6,3
0,0
2,2
0,0
4,6
2,3
14,8
13,4
Belém-São Luís
100,2
11,7
15,1
3,4
10,0
0,1
2,7
0,0
18,1
2,1
20,8
16,2
99,9
12,0
31,8
1,6
8,1
0,4
2,1
0,0
4,8
2,2
24,0
12,9
100,0
19,3
11,4
2,3
7,3
0,1
2,1
0,0
10,2
1,2
27,1
19,0
Fortaleza Recife Salvador
99,9
14,6
15,1
2,7
9,1
1,1
2,5
0,0
13,5
2,5
27,3
11,5
Rio de Janeiro
100,1
14,8
29,2
0,9
5,1
0,0
10,9
0,0
1,4
0,4
25,1
12,3
São Paulo
100,0
21,4
14,6
0,9
7,7
0,0
4,8
0,0
21,0
0,4
24,2
5,0
Belo Horizonte
100,0
22,6
7,9
4,2
8,2
1,3
2,7
0,0
10,0
1,5
23,0
18,6
Sul
100,1
15,9
5,5
3,9
7,0
0,0
3,5
0,0
27,5
2,4
21,6
12,8
Brasil Central
99,9
9,1
7,4
1,3
5,6
0,0
2,6
0,0
11,6
0,7
15,3
46,3
Brasil Ocidental
100,0
9,8
27,2
1,5
6,1
0,0
0,6
0,0
24,0
5,1
14,4
11,3
Subtotal
100,0
15,1
17,6
2,0
7,0
0,2
4,1
0,0
14,5
1,5
22,0
16,0
Nacional
99,9
62,2
0,0
0,0
0,0
10,2
0,0
24,4
0,0
3,1
0,0
0,0
100,0
17,1
16,8
1,9
6,7
0,6
4,0
1,1
13,9
1,6
21,0
15,3
Total
248
Volume VII - Avaliação de Sustentabilidade da Carteira de Investimentos
Distribuição dos Investimentos por Agrupamentos Segundo as Macrorregiões 2008-2011 Macrorregião
Total
Telecomunicações
Energia
Transporte
Desenvolvimento Urbano
Infra Hídrica
C&T
Desenvolvimento Desenvolvimento Industrial Agrário
MeioAmbiente
Saúde
Educação
Manaus
2,6
1,6
2,7
6,7
5,2
0,1
2,9
0,0
1,8
7,9
3,7
4,0
Belém-São Luís
4,8
3,1
4,6
7,0
7,4
4,9
2,4
4,2
6,0
6,2
4,4
4,3
Fortaleza
4,3
4,0
5,3
6,2
7,6
24,1
2,9
0,0
2,0
8,1
6,8
4,8
Recife
5,1
6,2
4,0
5,3
6,3
26,2
2,8
2,8
4,1
4,1
7,3
6,8
Salvador
5,5
5,3
5,7
6,6
8,9
24,9
3,7
0,9
6,2
10,1
8,3
4,4
Rio de Janeiro
16,2
11,6
37,4
9,4
9,9
0,5
43,0
11,0
1,4
3,0
16,1
11,1
São Paulo
14,3
23,5
14,5
10,7
21,1
0,2
19,4
0,9
28,3
4,9
21,4
5,5
Belo Horizonte
3,9
6,2
2,1
8,2
5,8
8,5
3,0
1,2
3,5
4,5
5,4
5,8
11,4
13,6
7,1
16,6
14,3
1,4
11,9
0,4
28,9
21,9
14,9
12,1
Brasil Central
9,2
6,2
7,9
9,2
9,2
2,5
7,4
1,8
9,8
5,5
8,4
38,1
Brasil Ocidental
6,2
2,7
8,9
14,4
4,4
0,1
0,7
5,6
8,3
15,4
3,2
3,1
Subtotal
83,3
83,9
100,0
100,0
100,0
93,4
100,0
28,7
100,0
91,5
100,0
100,0
Nacional
16,7
16,1
0,0
0,0
0,0
6,6
0,0
71,3
0,0
8,5
0,0
0,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
Desenvolvimento Desenvolvimento Industrial Agrário
MeioAmbiente
Sul
Total
Distribuição dos Investimentos por Agrupamentos Segundo as Macrorregiões 2012-2015 Macrorregião
Total
Telecomunicações
Energia
Transporte
Desenvolvimento Urbano
Infra Hídrica
C&T
Saúde
Educação
Manaus
3,6
1,6
7,7
3,4
5,2
0,0
2,9
0,0
1,8
7,9
3,9
4,7
Belém-São Luís
4,3
3,1
4,2
9,4
7,5
0,7
2,4
0,0
6,0
6,2
4,6
4,9
Fortaleza
5,5
4,1
11,8
6,9
7,7
4,9
2,9
0,0
2,0
8,1
6,7
5,0
Recife
4,9
6,2
4,9
3,6
6,4
2,2
2,9
0,0
4,1
4,1
7,2
6,9
Salvador
6,1
5,4
6,7
14,5
9,0
17,1
3,9
0,0
6,2
10,1
8,2
4,8
Rio de Janeiro
12,3
11,5
27,9
10,6
9,9
0,0
41,5
1,8
1,4
3,0
15,8
10,8
São Paulo
16,6
23,4
16,7
9,5
21,0
0,0
19,8
0,0
28,3
4,9
21,5
6,1
Belo Horizonte
4,2
6,3
2,3
11,7
5,8
9,7
3,1
0,0
3,5
4,5
5,3
5,9
Sul
12,7
13,4
4,7
12,0
14,1
0,0
12,3
1,0
28,9
21,9
15,0
12,2
Brasil Central
10,0
6,2
8,0
2,9
9,1
0,6
7,6
0,0
9,8
5,5
8,5
35,3
Brasil Ocidental
4,4
2,7
5,2
15,8
4,4
0,0
0,7
0,0
8,3
15,4
3,3
3,5
Subtotal
84,6
83,9
100,0
100,0
100,0
35,1
100,0
2,8
100,0
91,5
100,0
100,0
Nacional
15,4
16,1
0,0
0,0
0,0
64,9
0,0
97,2
0,0
8,5
0,0
0,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
Total
249
Estudo da Dimensão Territorial para o Planejamento
Distribuição dos Investimentos por Agrupamentos Segundo as Macrorregiões 2016-2027 Macrorregião
Total
Telecomunicações
Energia
Transporte
Desenvolvimento Urbano
Infra Hídrica
C&T
Desenvolvimento Desenvolvimento Industrial Agrário
MeioAmbiente
Saúde
Educação
Manaus
5,4
1,6
16,1
3,8
5,0
0,0
3,0
0,0
1,8
7,9
3,8
4,7
Belém-São Luís
4,6
3,1
4,1
8,2
6,8
0,4
3,1
0,0
6,0
6,2
4,5
4,9
Fortaleza
5,9
4,1
11,1
5,1
7,1
4,3
3,2
0,0
2,0
8,1
6,7
5,0
Recife
5,5
6,2
3,8
6,6
6,0
1,2
2,9
0,0
4,1
4,1
7,1
6,9
Salvador
6,3
5,4
5,7
9,1
8,6
11,6
4,0
0,0
6,2
10,1
8,2
4,8
Rio de Janeiro
13,4
11,5
23,2
6,3
10,0
0,0
36,7
0,0
1,4
3,0
16,0
10,8
São Paulo
18,7
23,4
16,2
8,9
21,4
0,0
22,6
0,0
28,3
4,9
21,6
6,1
Belo Horizonte
4,8
6,3
2,3
10,6
5,9
9,9
3,3
0,0
3,5
4,5
5,3
5,9
Sul
14,6
13,5
4,7
29,5
15,2
0,0
12,7
0,0
28,9
21,9
15,0
12,2
Brasil Central
11,7
6,2
5,2
8,1
9,6
0,3
7,8
0,0
9,8
5,5
8,5
35,3
Brasil Ocidental
4,8
2,7
7,7
3,7
4,3
0,0
0,7
0,0
8,3
15,4
3,3
3,5
Subtotal
95,6
84,1
100,0
100,0
100,0
27,6
100,0
0,0
100,0
91,5
100,0
100,0
Nacional
4,4
15,9
0,0
0,0
0,0
72,4
0,0
100,0
0,0
8,5
0,0
0,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
Desenvolvimento Desenvolvimento Industrial Agrário
MeioAmbiente
Total
Distribuição dos Investimentos por Agrupamentos Segundo as Macrorregiões 2008-2027 Macrorregião
Total
Telecomunicações
Energia
Transporte
Desenvolvimento Urbano
Infra Hídrica
C&T
Saúde
Educação
Manaus
4,5
1,6
11,3
4,9
5,1
0,0
3,0
0,0
1,8
7,9
3,8
4,7
Belém-São Luís
4,6
3,1
4,2
7,9
7,1
1,8
2,9
2,4
6,0
6,2
4,5
4,8
Fortaleza
5,5
4,1
9,9
5,9
7,4
10,6
3,1
0,0
2,0
8,1
6,7
5,0
Recife
5,3
6,2
4,0
5,5
6,2
9,2
2,9
1,6
4,1
4,1
7,2
6,9
Salvador
6,1
5,4
5,9
9,1
8,8
16,8
4,0
0,5
6,2
10,1
8,2
4,7
Rio de Janeiro
13,7
11,5
27,4
8,3
10,0
0,1
37,9
6,9
1,4
3,0
16,0
10,8
São Paulo
17,4
23,4
15,9
9,7
21,3
0,1
22,0
0,5
28,3
4,9
21,6
6,1
Belo Horizonte
4,5
6,3
2,2
9,9
5,8
9,4
3,3
0,7
3,5
4,5
5,3
5,8
Sul
13,6
13,5
5,3
21,1
14,7
0,4
12,6
0,6
28,9
21,9
15,0
12,2
Brasil Central
10,8
6,2
6,3
7,6
9,4
1,1
7,7
1,0
9,8
5,5
8,5
35,6
Brasil Ocidental
5,0
2,7
7,6
10,2
4,4
0,0
0,7
3,2
8,3
15,4
3,3
3,5
Subtotal
91,0
84,0
100,0
100,0
100,0
49,5
100,0
17,3
100,0
91,5
100,0
100,0
Nacional Total
9,0
16,0
0,0
0,0
0,0
50,5
0,0
82,7
0,0
8,5
0,0
0,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
250