FLESHION
[aparências]
Fleshion [aparências] Política e poética das aparências: uma mediação entre corpo e moda. Fleshion [aparências] é resultado da pesquisa artística Arqueologia do Desejo. Especula noções de tempo, corpo, moda e desejo e suas implicações éticas e políticas presentificadas em escolhas estéticas, idealização de corpo e beleza. E neste recorte específico, evidencia as formulações do conceito de feminino, suas arbitrariedades e evoluções. O título de uma obra traz nele junções ou associações de ideias que levam a compor uma outra nova ideia, e esta passa a ser uma via de entrada ao universo simbólico na qual o público irá navegar. Assim, a palavra fleshion vem da junção de partes de duas palavras inglesas Flesh - carne e Fashion - moda. Foi inventada para descrever a mediação entre corpo e moda (como aquilo que está mais próximo da pele), e os resultados dessa fricção: códigos estéticos, políticos e sociais, tendências de comportamento, agrupamentos sociais, ativismo, projeções de ideais ou incorporações de concepções de corpo e beleza, e imensa produção de imagens e auto-imagens. Nesse sentido, entende o corpo como agente ativador e transmissor de visões filosóficas e estéticas, é corpoemente, tudo junto mesmo. Compoe-se com os conhecimentos, matérias, materiais, técnicas e tecnologias disponíveis. Opera via sentidos, entre contenções e liberações faz da carne sua matéria prima. É eletro-químico, sensível a radiação, temperatura e impacto, co-dependente do ambiente, inconstante. A palavra aparência tem três significados que aqui se articulam de modo a sustentar o eixo dramatúrgico da peça: o aspecto exterior de uma figura ou coisa, o aspecto enganador de uma figura ou coisa e, o vestígio de. Neste sistema comunicacional o corpo passa a ser um manifesto em si, que dá pistas sobre como pensa ou deseja. Portanto, Fleshion [aparências] é um dispositivo coreográfico que discute o impacto visual em nossa compreensão das diferentes concepções de mundo. De como estética e política estão “desfilam” juntas e afetam como percebemos diferença, igualdade, gênero e classe. E de como o intenso trânsito imagético online e offline aponta para novos processos de alfabetização simbólica, noções de gênero e futuro. A performance adotou o sentido do toque como sua operação de base, isto é, o gatilho para a composição coreográfica de um universo tátil, erótico, sem gênero definido e em estado constante de meditação e mediação; gerado a cada encontro entre materialiades diversas – pele, tecido, objetos, som, ar e outros. Nesse caminho, Fleshion [aparências] dança entre espaços desconhecidos de vibrações utópicas e distópicas. Produz sentimentos; atração, repulsão, medo e desejos. Mostra como a carne dócil e a pele macia escolhe entre roteiros plurais, nem sempre em evidência. Apresenta uma performance-desfile-de-moda meditativo, onde os efeitos da aparência não são tão superficiais como assim parecem.
Uma dança-coleção que se articula entre corpo, moda e temporalidades irregulares. Uma dança-meditação com aparência de desfile de moda. Uma moda-meditativa em aparente performance.
peformance na Casa Miani - foto: Carol Fig
performance na Casa Miani - foto: Sandro Miano
performance no CCSP - print do vĂdeo por Dani Spadotto
performance no CCSP - print do vĂdeo por Carol Fig
Fleshion [aparências] foi originalmente criada em Berlim e teve a colaboração e performance de Marcela Reichelt, design de som da canadense, Katrina Burch. Sua remontagem é consequência da colaboração com os artistas da dança, Ana Dupas, Juliana França e Pedro Galiza, o músico Piero Bonavita e a fotógrafa Carol Fig. Apresentações em São Paulo: 2017 estréia mundial Bienal de dança do Sesc, Campinas, SP https://bienaldedanca2017.sescsp.org.br/programacao/fleshion-aparencias/ 2019 remontagem CASA MIANI, Fevereiro. CCSP, Centro Cultural São Paulo, Mostra do Avesso, Abril Virada Cultural, CCSP, Maio. https://ffw.uol.com.br/noticias/arte/ccsp-olha-para-a-moda-como-manifestacao-cultural-com-nova-curadoria-veja-a-programacao/ FICHA TÉCNICA conceito, coreografia, vestimenta e stylist: THELMA BONAVITA performance e colaboração: JULIANA FRANÇA e PEDRO GALIZA design de som e guitarra ao vivo: PIERO BONAVITA fotografia e vídeo: CAROL FIG, SANDRO MIANO, PAULO CÉSAR LIMA e DANI SPADOTTO vídeo-arte: CAROL FIG colaboração: Ana Dupas e Marcela Reichelt produção: PLATÔ produções/ Dora Leão
Fleshion [aparências] duração: 55 minutos Necessidades técnicas: Espaço expositivo de 15m x 07m (aproximado). Linóleo cinza passarela 10m comprimento x 05m largura Fundo Vermelho dimensão 05m largura x 03m altura. Som: mesa de som básica para plugar computador e guitarra. caixas de som com sub-grave.
performance no CCSP - foto:Paulo César Lima
Luz: a definir. Vídeo: Projetor de alta definição. Objetos: Mesa e cadeira.
LINK PARA PERFORMANCE REALIZADA NO CCSP< ABRIL< 2019 https://drive.google.com/file/d/1o9W3ixDOPKpiRLtk9-8ULO441GZSL_7L/ view?usp=sharing
THELMA BONAVITA é uma artista da dança que atualmente vive entre São Paulo e Berlim. Seu trabalho se dá no trânsito entre coreografia, artes visuais e moda. Seu modo de produção artística é orientado por colaborações e parcerias. Atua como coreógrafa, performer e professora de arte. Estudou Ballet Clássico com Nice Leite e Liliane Benevento. Dança contemporânea com Graziela Rodrigues, Carmen Paternostro, Ruth Rachou e Sônia Mota. Especializou-se no Método Laban na USP (Universidade de São Paulo) 1989/1990 e Nova Dança como estudante convidada na SNDO ( School for New Dance Development) em Amsterdã, Holanda, 1998/1999. Estudou com Steve Paxton, Katie Duck, Donald Flaming, Eilein Stanley, Ria Rigler, Julian Hamilton, entre outros. Foi co-fundadora do estúdio Nova Dança, 1995-2000, Plataforma Desaba, 2007-10 e Como clube 2010-14. O Como clube* foi um ambiente para encontros e estudo de metodologias experimentais, festas, rituais conceituais, cozinha e apresentaçõe e realizou sua última performance como mediação estética do simpósio Trans_ religião, na 31º Bienal de São Paulo, em 2014. Bonavita ensina e ministra oficinas de práticas criativas interdisciplinares tendo o corpo como ignição de processos híbridos em arte. Recentemente realizou workshops no Brasil, na Noruega na Tomsø Academy of Contemporary Arts, na Inglaterra, na Royal College of Art, em Londres e em Berlim no Agora Collective. O trabalho de Bonavita especula noções de ficção, performatividade, memória e libido. Em suas produções joga com os diferentes formatos, desde tradicionais usos do palco até instalações, festas e rituais conceituais, editoriais fotográficos e trabalhos inacabados que se reorganizam a cada exposição. *sobre COMO Clube https://terremoto.mx/article/comoclube/
JULIANA FRANÇA é uma artista interessada em dança e seus cruzamentos. Sua formação é continuada e se dá especialmente a partir do encontro com outros artistas e contextos como nos casos de intercâmbio junto ao Núcleo do Dirceu, COMO Clube, Alejandro Ahmed, Angela Nagai, Joana Lopes, Leticia Nabuco, Ana Dupas e Thelma Bonavita. É também graduada em dança pela UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) e especialista pela UFBA (Universidade Federal da Bahia) em Estudos Contemporâneos em Dança. Como coreógrafa é convidada em 2018 para ocupar o Teatro do Centro da Terra e se dedica a criar a peça TOTAL (em processo). Criou o espetáculo ■ co-dirigido por Alejandro Ahmed e co- produzido pelo SESC- São Paulo. Em 2016 o espetáculo estreia no Festival MIRADA (Santos) posteriormente integra a programação do JUNTA Festival Internacional de Dança (Teresina) e a programação do Centro de Referência da Dança em São Paulo. Realiza desde 2013 a pesquisa DARK ROOM no formato de residências artísticas seguidas de mostras públicas nas cidades de Santos, São Paulo e Juiz de Fora. É ganhadora do Prêmio Interações Estéticas_residências artísticas em Pontos de Cultura em 2011 com o projeto ORDINÁRIO, realizado junto ao Núcleo do Dirceu (Teresina/PI) e de duas edições do Concurso de Apoio a Projetos Culturais Independentes do Munícipio de Santos, 2015 (DARK ROOM) e 2017 (OFÍCIO). Durante seu percurso esteve em situações de trabalho artístico colaborativo, como no caso do coletivo Núcleo do Dirceu e de atuações junto à plataforma COMO CLUBE. É idealizadora do Festival CAUSA <ações artísticas> em colaboração com Leticia Nabuco onde desenvolveu projetos de crítica artística e coordenou residências artísticas de criação. Como intérprete colaborou com o projeto 1000 casas (Núcleo do Dirceu). Foi também intérprete-criadora de Touch it de Gabriela Maiorino, realizado em cooperação entre Dansmakers, Amsterdã /Holanda e Núcleo do Dirceu, Teresina/PI. Ainda em 2010 foi intérprete criadora de Uma Família de Julia Bardsley (Londres), 2011.
PEDRO GALIZA é artista transmídia residente na zona norte de São Paulo. Pedro é uma pessoa não binária, e seu trabalho como artista do corpo engatilha propostas de criações que se estendem em diversos fenômenos artísticos - seja na arte da ação, performance arte, música, cinema, dança, nas demais realidades audiovisuais, no teatro, na moda. Suas pesquisas têm como foco de investigação a autonomia; a cultura do remix; a pulsão de morte; e essencialmente a transfiguração (acessar e permitir ser aquilo que não sou, ou que desconheço). Seus trabalhos já foram acionados, exibidos e publicados nos seguintes projetos: Festival La Plataformance, Mostra Todos os Gêneros (Itaú Cultural), Festival Performatus (SESC Santos), Galeria Transparente (CCJF Rio de Janeiro), projeto Fricções: Negritudes (SESC Ipiranga), Festival Corpus Urbis (UNIFAP, Macapá), Mostra Solos e Monólogos, In Loqus: Mostra de Apresentações (SESC Santo Amaro), Projeto Flexões Performáticas (Centro Cultural Banco do Brasil) e etc. Está sempre disponível a colaborar com artistas de todos os lugares – assim como já colaborou no projeto ‘’Situações de Atrito # Variação Nula’’ (SESC Paulista e Funarte SP) com o Núcleo Entre_Tanto, coordenado pelo bailarino e coreógrafo Wellington Duarte. Também colaborou com a artista Vera Sala durante um período de residência na Casa das Caldeiras, e alguns projetos com os artistas Mirella Brandi x MuepEtmo nos projetos ‘’Setup To Fail’’ (Centro da Terra), FFOBIA SETOR (CCBB São Paulo e SESC Pompéia) e ‘’OUTRO’’ (Museu da Imagem e do Som).
PIERO BONAVITA é Guitarrista e Compositor. Está cursando bacharelado em Composição no departamento de Música da USP. Formado em Fundamentos de Áudio e Acústica, e Pro Tools pelo Instituto de Áudio e Vídeo (2014). Estágio pelo estúdio Ambulante em produção de trilhas sonoras para filmes com os compositores Antônio Pinto e Beto Villares (2010), assim como a produção do álbum “Caixa Preta” dedicado a Itamar Assumpção. Participou como guitarrista na performance de Fabiano Marques, Mostra Verbo 2006 na Galeria Vermelho. Também na 31º Bienal de São Paulo com o Como Clube em “Mediação estética do simpósio Transreligião”, em 2014. Guitarrista e compositor na banda Krakar de 2015-2017. Recentemente compôs trilha original para a performance solo “Arqueologia do Desejo” de Thelma Bonavita, apresentada na Galeria Casanova, 2017. Compôs a base musical para performance do artista visual Bruno Mendonça, apresentada na mostra Campos de Invisibilidade, SESC Belenzinho, 2019. E também para Fleshion [aparências], peça de dança contemporânea apresentada na Casa Miani, em 2019. Atualmente trabalha no estúdio Ambulante de Beto Villares.
DORA LEÃO é economista, gestora e produtora cultural. Sócia-diretora da PLATÔproduções - produtora cultural independente, fundada em 1999/São Paulo. Especialista em planejamento, produção, comercialização e gerenciamento administrativo-financeiro de projetos artísticos-culturais e acadêmicos em dança, performance, teatro, visuais, música e outros, desde 1995. Coordena a produção de diversos projetos e núcleos artísticos independentes. Atua também na difusão de artistas, espetáculos e projetos nacionais e internacionais no Brasil e no exterior. Doutora e Mestre em Comunicação e Semiótica/PUC-SP com estudos realizados nas áreas de políticas culturais e economia da cultura. Autora do livro: O Papel da Mídia Impressa no Embate Marketing Cultural X Marketing Social (Editora CRV, 2012). Avaliadora e parecerista de projetos inscritos no Programa de Apoio a Festivais de Teatro e Dança e Programa de Ocupação dos Espaços da Caixa Cultural (2016/17) e da Lei de Incentivo a Cultura do Distrito Federal LIC DF (2017). Diretora de Difusão da Unidade de Fomento e Difusão da Produção Cultural – Secretaria da Cultura do Estado SP – 2014/2015. Membro da Comissão de Avaliação de Projetos - ProAC-ICMS – 2014/2015. Coordenadora Geral da Virada Cultural Paulista – 2012/2013/2014. Em 2007 recebeu o Prêmio APCA de produção em dança.
performance no CCSP - print do vĂdeo e efeito por Carol Fig
performance no CCSP - print do vídeo por Carol Fig
CONTATO: DORA LEÃO _ PLATÔ produções TELEFONES: (+5511) 23849430 / (+5511) 98365-9760 EMAIL: platobrasil@gmail.com www.fleshion.org