TFG - Centro de Capacitação e Memorial Indígena

Page 1

TE KOAR aNI TERRA INDIGENA JARAGUA

1


2


"...Pro pensamento do índio, se é que existe algum lugar onde você pode transitar por ele, é um lugar que você tem que pisar nele suavemente, andar com cuidado nele, porque ele está cheio de outras presenças." Ailton Krenak Líder indígena, ambientalista e escritor brasileiro.


4


UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

Thiago Oliveira Leite Trabalho de conclusão de curso. Título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Universidade Cruzeiro do Sul.

SÃO PAULO 2020


UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO Autor (a): THIAGO OLIVEIRA LEITE Título: TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO MONOGRAFIA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ARQUITETURA E URBANISMO.

BANCA EXAMINADORA Presidente e Orientador: Profº Ms. Marlon Paiva

São Paulo, 30 de maio de 2020.


respiro - imagem

7


Os detalhes apresentados no rodapé desse caderno, assim como, as cores e letras iniciais dos títulos dos textos, remetem ao grafísmo indígena Guarani e a sua cultura.

8


Agradecimentos Sou especialmente grato aos Professores ; Samuel Dereste, Edivania Maria Barbosa, Anderson Costa, Luciana Vasques, Grace Vasconcellos, Tarsila Miyazato, Jardiel Oliveira, Kathia Dias, Gabriel Baião, ao professor orientador Marlon Paiva, que me proporcionou toda sua dedicação e incentivo no desenvolvimento desse trabalho, assim como, à todos aqueles que me acompanharam, e transmitiram conhecimentos durante esses cinco anos na Universidade Cruzeiro do Sul, sendo essenciais em cada momento da minha formação. Agradeço aos meus colegas de formação ; Daniel Otelac, Endrielli Roso e Vitor Spósito, por compartilharem os aprendizados e no tempo em que passamos juntos. Aos meus amigos ; Amanda Mantovani, Angela Carapeto, Beatriz Rosa, Bruno Santana, Marcos Zompero, Marta Danielle, Roger Pavão e Victor Gonçalves, pela força, união e irmandade. As minhas tias, pelo incentivo ao estudo desde a minha infância. Gratidão a todos os templos e escolas de arte que passei, que me encorajaram a atribuir à esse projeto o amor pelo estudo e a natureza englobada por sua infinitude, em especial, agradeço ao Templo Alquimíco. Ao professor orientador Marlon Paiva, por toda a dedicação e incentivo no desenvolvimento desse trabalho.

Dedicatória Dedico esse trabalho a família Nibu e todos os "Txais", que me disponibilizaram a oportunidade de vivenciar experiências incríveis e de profundos ensinamentos a respeito da cultura indígena. Ao povo Guarani pela sua luta e resistência perante ubanização efetuada aos seus arredores. Direciono também, aos meus pais, por proporcioarem o suporte devido nas necessidades existentes em minha vida ao decorrer do projeto, sem o auxílio dos mesmos, nada seria possível.


R esumo Focaliza-se um dos locais em que há forte presença de comunidades tradicionais indígenas, no Parque Estadual do Jaraguá, localizado no noroeste da Região Metropolitana de São Paulo, é um território que abriga centenas de famílias da etnia Guarani M’bya, em 6 aldeias, tornando a realidade das famílias, de certa forma, carente e distante da preservação de sua cultura tradicional. Esse projeto buscar trazer uma perspectiva ampliada, com o objetivo de solucionar uma parcela do deficit apresentado, apontando a importância da preservação cultural através da arquitetura e urbanismo, aprimorando assim, a qualidade de vida dessas pessoas. Palavras-Chave: Jaraguá, Guarani, Indígenas, Cultura


Abstract One of the places in the city of São Paulo where there is a strong presence of traditional indigenous communities is the Jaraguá State Park. Located northwest of the São Paulo Metropolitan Region, in the Jaraguá neighborhood. In the Indigenous Land, hundreds of Guarani M’bya families live in 6 villages, in a reality that leads this part of the population to an imminent need to preserve their culture and tradition. This project takes a perspective of solving a portion of this deficit, pointing out the importance of cultural preservation through architecture and urbanism and the quality of life of these people.

Keyword: Jaraguá, Guarani, Indigenous, Culture


Lista de figuras IMAGEM 01 - Mulher indígena - Etnia Guarani, Fonte: RCR Espírito Santo. Disponível em: <http://www.es.rcr.org.br>. Acesso em: 02/09/2019. IMAGEM 02- Habitação indígena, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 06/06/2019. IMAGEM 03 - Foto aérea, Fonte: Google Earth. Acesso em: 10/09/2019. IMAGEM 04 - Mapa, Fonte: Mirim. Disponível em: <http://www. mirim.org/terras-indigenas>. Acesso em: 10/09/2019. IMAGEM 05 - Mapa, Fonte: Prefeitura de SP. Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/noticias/?p=17423>. Acesso em: 22/03/2019. IMAGEM 06 - Foto aérea, Fonte: Google Earth. Acesso em: 15/09/2019. IMAGEM 07 - Planta, Fonte: Geosampa. Disponível em: <http://www.geosampa.prefeitura.sp.gov.br/>. Acesso em: 10/09/2019. IMAGEM 08 - Foto aérea, Fonte: Google Earth. Acesso em: 10/09/2019. IMAGEM 09 - Mapa, Fonte: Carta Capital. Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/revista/916>. Acesso em: 03/09/2019. IMAGEM 10 - Grafismo indígena Guarani, Fonte: Prosas. Disponível em: < https://prosas.com.br/editais/4939-exposicao-coletiva-tracos-indigenas-para-desenhistas-pintores-e-artistas-graficos>. Acesso em: 06/06/2019. IMAGEM 11 - Pedro Macena - Líder espíritual da aldeia Tekoa Itakupe, TI Jaraguá, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 06/06/2019. IMAGEM 12 - COSTA, Carlos Roberto Zibel. Habitação guarani: tradição construtiva e mitologia, Fonte: Tese de Doutourado - FAU-USP, 1989. Retirada em: 06/06/2019. IMAGEM 13 - Escola da Aldeia Tekoa Itakupe, TI Jaraguá, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 06/06/2019. IMAGEM 14 - Evento Cultural, Fonte: Fundart. Disponível em: <http://www.fundart.com.br/category/guarani-cultural/>. Acesso em: 12/09/2019. IMAGEM 15 - Estrutura Geodésica de Bambu, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 05/10/2019. IMAGEM 16 - Reunião com os indígenas Xucuru-Kariri, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 05/10/2019. IMAGEM 17 - Aldeia Xucuru-Kariri, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 05/10/2019. IMAGEM 18 - Rafael B. - Aula teórica, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 05/10/2019. IMAGEM 19 - Cacíque Thyeru Jal, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 05/10/2019. IMAGEM 20 - Desenho da estrutura, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 05/10/2019. IMAGEM 21 - Maquete Geodésica, Fonte: Acervo do autor. Acesso em: 05/10/2019. IMAGEM 22 - Materiais da estrutura, Fonte: Acervo do autor. Acesso em: 05/10/2019. IMAGEM 23 - Ninho de passáro, Fonte: Noctulachannel. Disponível em: <https://noctulachannel.com/ninho-ave-passaro/>. Acesso em: 12/09/2019. IMAGEM 24 - Materias da Estrutura, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 05/10/2019. IMAGEM 25 - Materiais da estrutura, Fonte: Acervo do autor. Acesso em: 05/10/2019. IMAGEM 26 - Montagem estrutural, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 06/10/2019. IMAGEM 27 - TI Raposa Serra do Sol, Fonte: Racismo Ambiental. Disponível em: <https://racismoambiental.net.br/2017/06/26/ti-raposa-serra-do-sol-um-mes-apos-enchente-comunidades-indigenas-constroem-casas-de-familias-atingidas/>. Acesso em: 12/10/2019.

12


IMAGEM 28 - Montagem estrutural, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 06/10/2019. IMAGEM 29 - Acabamento estrutural, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 06/10/2019. IMAGEM 30 - Estrutura pronta, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 06/06/2019. IMAGEM 31 - Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui, Fonte: ArchyDaily. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/759601/centro-de-capacitacao-indigena-kapaclajui-entre-nos-atelier/>. Acesso em: 10/10/2019. IMAGEM 32 - Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui, Fonte: ArchyDaily. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/759601/centro-de-capacitacao-indigena-kapaclajui-entre-nos-atelier/>. Acesso em: 10/10/2019. IMAGEM 33 - Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui, Fonte: ArchyDaily. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/759601/centro-de-capacitacao-indigena-kapaclajui-entre-nos-atelier/>. Acesso em: 10/10/2019. IMAGEM 34 - Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui - Planta, Fonte: ArchyDaily. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/759601/centro-de-capacitacao-indigena-kapaclajui-entre-nos-atelier/>. Acesso em: 10/10/2019. IMAGEM 35 - Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui - Planta, Fonte: ArchyDaily. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/759601/centro-de-capacitacao-indigena-kapaclajui-entre-nos-atelier/>. Acesso em: 10/10/2019. IMAGEM 36 - Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui - Elevação, Fonte: ArchyDaily. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/759601/centro-de-capacitacao-indigena-kapaclajui-entre-nos-atelier/>. Acesso em: 10/10/2019. IMAGEM 37 - Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui, Fonte: ArchyDaily. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/759601/centro-de-capacitacao-indigena-kapaclajui-entre-nos-atelier/>. Acesso em: 10/10/2019. IMAGEM 38 - Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui, Fonte: ArchyDaily. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/759601/centro-de-capacitacao-indigena-kapaclajui-entre-nos-atelier/>. Acesso em: 10/10/2019. IMAGEM 39 - Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui, Fonte: ArchyDaily. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/759601/centro-de-capacitacao-indigena-kapaclajui-entre-nos-atelier/>. Acesso em: 10/10/2019. IMAGEM 40 - Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui, Fonte: ArchyDaily. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/759601/centro-de-capacitacao-indigena-kapaclajui-entre-nos-atelier/>. Acesso em: 10/10/2019. IMAGEM 41 - Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui, Fonte: ArchyDaily. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/759601/centro-de-capacitacao-indigena-kapaclajui-entre-nos-atelier/>. Acesso em: 10/10/2019. IMAGEM 42 - Kipará Té Etno-Aldeia Turística Embera, Fonte: ArchyDaily. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/773773/kipara-de-embera-etno-vila-turistica-juan-pablo-dorado-plus-oficina-suramericana-de-arquitectura/>. Acesso em 13/10/2019. IMAGEM 43 - Kipará Té Etno-Aldeia Turística Embera, Fonte: ArchyDaily. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/773773/kipara-de-embera-etno-vila-turistica-juan-pablo-dorado-plus-oficina-suramericana-de-arquitectura/>. Acesso em 13/10/2019. IMAGEM 44 - Kipará Té Etno-Aldeia Turística Embera, Fonte: ArchyDaily. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/773773/kipara-de-embera-etno-vila-turistica-juan-pablo-dorado-plus-oficina-suramericana-de-arquitectura/>. Acesso em 13/10/2019.IMAGEM 45 IMAGEM 46 - Kipará Té Etno-Aldeia Turística Embera, Fonte: ArchyDaily. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/773773/kipara-de-embera-etno-vila-turistica-juan-pablo-dorado-plus-oficina-suramericana-de-arquitectura/>. Acesso em 13/10/2019.

13


IMAGEM 47 - Kipará Té Etno-Aldeia Turística Embera, Fonte: ArchyDaily. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/773773/kipara-de-embera-etno-vila-turistica-juan-pablo-dorado-plus-oficina-suramericana-de-arquitectura/>. Acesso em 13/10/2019. IMAGEM 48 - Kipará Té Etno-Aldeia Turística Embera, Fonte: ArchyDaily. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/773773/kipara-de-embera-etno-vila-turistica-juan-pablo-dorado-plus-oficina-suramericana-de-arquitectura/>. Acesso em 13/10/2019. IMAGEM 49 - Kipará Té Etno-Aldeia Turística Embera, Fonte: ArchyDaily. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/773773/kipara-de-embera-etno-vila-turistica-juan-pablo-dorado-plus-oficina-suramericana-de-arquitectura/>. Acesso em 13/10/2019. IMAGEM 50 - Kipará Té Etno-Aldeia Turística Embera, Fonte: ArchyDaily. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/773773/kipara-de-embera-etno-vila-turistica-juan-pablo-dorado-plus-oficina-suramericana-de-arquitectura/>. Acesso em 13/10/2019. IMAGEM 51 - Terra indígena Yawanawá, Fonte: Rosenbaum. Disponível em: <http://www.rosenbaum.com.br/projetos/yawanawa/projeto-habitacao/>. Acesso em: 12/10/2019 IMAGEM 52 - Terra indígena Yawanawá, Fonte: Rosenbaum. Disponível em: <http://www.rosenbaum.com.br/projetos/yawanawa/projeto-habitacao/>. Acesso em: 12/10/2019. IMAGEM 53 - Terra indígena Yawanawá - Implantação, Fonte: Rosenbaum. Disponível em: <http://www.rosenbaum.com.br/projetos/yawanawa/projeto-habitacao/>. Acesso em: 12/10/2019. IMAGEM 54 - Terra indígena Yawanawá - Aldeia, Fonte: Rosenbaum. Disponível em: <http://www.rosenbaum.com.br/projetos/yawanawa/projeto-habitacao/>. Acesso em: 12/10/2019. IMAGEM 55 - Terra indígena Yawanawá - Oficina, Fonte: Rosenbaum. Disponível em: <http://www.rosenbaum.com.br/projetos/yawanawa/projeto-habitacao/>. Acesso em: 12/10/2019. IMAGEM 56 - Projeto Habitação - Prancha 01, Fonte: Rosenbaum. Disponível em: <http://www.rosenbaum.com.br/projetos/yawanawa/projeto-habitacao/>. Acesso em: 12/10/2019. IMAGEM 57 - Projeto Habitação - Prancha 03, Fonte: Rosenbaum. Disponível em: <http://www.rosenbaum.com.br/projetos/yawanawa/projeto-habitacao/>. Acesso em: 12/10/2019. IMAGEM 58 - Terra indígena Yawanawá - Maquete 3D, Fonte: Rosenbaum. Disponível em: <http://www.rosenbaum.com.br/projetos/yawanawa/projeto-habitacao/>. Acesso em: 12/10/2019. IMAGEM 59 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth. Acesso em: 03/11/2019. IMAGEM 60 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth. Acesso em: 03/11/2019. IMAGEM 61 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth. Acesso em: 03/11/2019. IMAGEM 62 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth. Acesso em: 04/11/2019. IMAGEM 63 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth. Acesso em: 05/11/2019. IMAGEM 64 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth. Acesso em: 06/11/2019. IMAGEM 65 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth. Acesso em: 08/11/2019. IMAGEM 66 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth. Acesso em: 08/11/2019.

14


IMAGEM 67 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth. Acesso em: 08/11/2019. IMAGEM 68 - Rua de acesso a Terra Indígena Jaraguá, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 06/06/2019. IMAGEM 69 - Aldeia Tekoa Porã, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 06/06/2019. IMAGEM 70 - Aldeia Tekoa Ytu, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 06/06/2019. IMAGEM 71 - Aldeia Tekoa Pyau, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 06/06/2019. IMAGEM 72 - Acesso da Terra Indígena Jaraguá, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 06/06/2019. IMAGEM 73 - Aldeia Tekoa Itakupe, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 06/06/2019. IMAGEM 74 - Construção de habitação, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 07/09/2019. IMAGEM 75 - Lago da Aldeia Tekoa Itakupe, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 07/09/2019. IMAGEM 76 - Habitação, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 06/06/2019. IMAGEM 77 - Habitação com pintura na fachada, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 06/06/2019. IMAGEM 78 - Incêndio na Aldeia Tekoá Pyau, Foto por: Werá Mirim Ronildo. Retirada em: 29/09/2019. IMAGEM 79 - Venda de artesanatos na Aldeia, Foto por: Simone Garcia. Retirada em: 20/08/2019. IMAGEM 80 - Diálogo com os habitantes e voluntários, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 11/01/2020. IMAGEM 81 - Construção de habitação Guarani, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 11/01/2020. IMAGEM 82- Técnicas construtivas Guarani, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 11/01/2020. IMAGEM 83 - Habitantes e voluntários na aldeia, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 11/01/2020. IMAGEM 84 - Etapas finais de construção, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 11/01/2020. IMAGEM 85 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth. Acesso em: 07/11/2019. IMAGEM 86 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth. Acesso em: 07/11/2019. IMAGEM 87 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth. Acesso em: 07/11/2019. IMAGEM 88 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth. Acesso em: 07/11/2019. IMAGEM 89- Floresta de eucalipto, Fonte: Ciclo Vivo. Acesso em: 07/11/2019. IMAGEM 90 - Croqui, Fonte: Desenvolvido pelo autor. Em: 06/11/2019. IMAGEM 91 - Maquete explodida de uma possibilidade de habitação, Fonte: Desenvolvido pelo autor. Em: 06/11/2019. IMAGEM 92 - Croqui, Fonte: Desenvolvido pelo autor. Em: 06/11/2019. IMAGEM 93 - Perspectiva volumétrica, Fonte: Desenvolvido pelo autor. Em: 06/11/2019. IMAGEM 94- Perspectiva volumétrica, Fonte: Desenvolvido pelo autor. Em: 06/11/2019. IMAGEM 95 - Perspectiva volumétrica, Fonte: Desenvolvido pelo autor. Em: 06/11/2019. IMAGEM 96 - Croqui, Fonte: Desenvolvido pelo autor. Retirada em: 07/09/2019. IMAGEM 97- Habitação indígena, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 07/09/2019.

15


IMAGEM 98 - Pilares e fundação, Fonte: Acervo do autor. Retirada em: 06/06/2019. IMAGEM 99 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth. Acesso em: 08/11/2019. IMAGEM 100 - Planejamento, Fonte: Desenvolvido pelo autor em: 06/06/2019. IMAGEM 101 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth. Acesso em: 08/11/2019. IMAGEM 102 - Plano de Mobilidade, Fonte: Desenvolvido pelo autor em: 06/06/2019. IMAGEM 103 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth. Acesso em: 08/11/2019. IMAGEM 104 - Plano de Regeneração verde, Fonte: Desenvolvido pelo autor em: 07/06/2019. IMAGEM 105 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth. Acesso em: 08/06/2019. IMAGEM 106 - Proposta de Habitação, Fonte: Desenvolvido pelo autor em: 08/06/2019. IMAGEM 107 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth. Acesso em: 08/11/2019. IMAGEM 108 - Proposta Ambiental, Fonte: Desenvolvido pelo autor em: 08/06/2019. IMAGEM 109 - Centro de Capacitação e Memorial Guarani, Fonte: Desenvolvido pelo autor em: 19/05/2020. IMAGEM 110 - Aldeia, Fonte: Geosampa. Acesso em: 18/05/2020. IMAGEM 111 - Aldeia, Fonte: Registrada por Laura Rachid em 10/01/2020. IMAGEM 112 - Colmeia, Fonte: UOV. Disponível em: <https://www.uov.com.br/cursos-online-apicultura/artigos/curiosidades-sobre-as-abelhas-e-as-colmeias/>. Acesso em: 12/03/2020. IMAGEM 113 - Croqui, Fonte: Desenvolvido pelo autor em: 10/04/2020. IMAGEM 114 - Grafismo, Fonte: História e Cultura Guarani. Disponível em: <http://historiaeculturaguarani.org/artesanato/artesanato-transmissao-e-atualizacao-dos-saberes/simbologias-e-significados-dos-grafismos-em-cestarias/>. Acesso em: 12/03/2020. IMAGEM 115 - Croqui, Fonte: Desenvolvido pelo autor em: 10/04/2020. IMAGEM 116 - Croqui, Fonte: Desenvolvido pelo autor em: 10/04/2020. IMAGEM 117 - Onça-Pintada, Fonte: Wallpaper. Disponível em: <https://pt.best-wallpaper.net/The-carnivore-rest-in-the-shade_wallpapers.html/>. Acesso em: 12/03/2020. IMAGEM 118 - Nhamandu, Fonte: Mig Coruja. Disponível em: <http://migcuruja.blogspot.com/2013/04/deus-tupa.html/>. Acesso em: 12/03/2020. IMAGEM 119 - Jakaíra, Fonte: Nhanderykey. Disponível em: <https://nhanderykey.tumblr.com/page/2/>. Acesso em: 12/03/2020. IMAGEM 120 - Tupã, Fonte: Portal dos Mitos. Disponível em: <http://portal-dos-mitos.blogspot.com/2013/03/tupa.html/>. Acesso em: 12/03/2020. IMAGEM 121 - Maquete 3D, Fonte: Desenvolvido pelo autor em: 13/05/2020. IMAGEM 122 - Yaguareté, Fonte: Jornal do Estado do MS. Disponível em: <https://www.jornaldoestadoms.com/2015/07/ponta-pora-linha-do-tempo-causos-e.html/>. Acesso em: 12/03/2020.

16


IMAGEM 123 - Maquete 3D, Fonte: Desenvolvido pelo autor em: 08/06/2019. IMAGEM 124 - Vista aérea da rota, Fonte: Desenvolvido pelo autor em: 08/06/2019. IMAGEM 125 - Caminho para Peabiru, Fonte: Educadores. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/novembro2011/geografia_artigos/7art_geopro_caminho_peabiru.pdf/>. Acesso em: 12/03/2020. IMAGEM 126 - Elementos projetados, Fonte: Desenvolvido pelo autor em: 08/06/2019. IMAGEM 127 - Embira, Fonte: Árvores Brasil. Disponível em: <http://www.arvoresbrasil.com.br/>. Acesso em: 20/05/2020. IMAGEM 128 - Pessegueiro Bravo, Fonte: IBl Árvores. Disponível em: <http://iblarvores.org.br/>. Acesso em: 20/05/2020. IMAGEM 129 - Angico-do-Morro, Fonte: PP Mac. Disponível em: <http://www.ppmac.org.br/>. Acesso em: 20/05/2020.. IMAGEM 130 - Pau-Rainha, Fonte: Input. Disponível em: <http://www.inputbrasil.org.br/>. Acesso em: 20/05/2020. IMAGEM 131 - Maricá, Fonte: Toca do Verde. Disponível em: <http://www.tocadoverde.com.br/>. Acesso em: 20/05/2020.. IMAGEM 132 - Purpúrea, Fonte: Thjardins. Disponível em: <http://www.thjardins.com.br/>. Acesso em: 20/05/2020. IMAGEM 133 - Alfazema, Fonte: Wikipedia Brasil. Disponível em: <https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Camellia_sinensis-habito.jpg/>. Acesso em: 20/05/2020. IMAGEM 134 - Falso-Timbó, Fonte: Input. Disponível em: <http://www.inputbrasil.org.br/>. Acesso em: 20/05/2020. IMAGEM 135 - Capim Limão, Fonte: Mexido de idéias. Disponível em: <http://www.mexidodeideias.com.br/>. Acesso em: 20/05/2020.

17


18


L ista de tabelas TABELA 01 - Aldeias do Estado de São Paulo, Fonte: https://terrasindigenas.org.br/. TABELA 02 - Diretrizes Projetuais, Fonte: desenvolvida pelo autor. TABELA 03 - Programa de necessidades, Centro de Capaciação Indígena, Fonte: desenvolvida pelo autor. TABELA 04 - Materiais utilizados, Fonte: desenvolvida pelo autor. TABELA 05 - Materiais utilizados, Fonte: desenvolvida pelo autor. TABELA 06 - Legenda de Vegetação: desenvolvida pelo autor.

19


Sumário Capítulo 2 - Estudo de Casos

Introdução Introdução.....................................................................................................25

2.1 Aldeia Xucuru-Kariri - Vivência em Bioconstrução

Metodologia.................................................................................................26

2.1.1 Projeto.................................................................................................47

Objetivo...........................................................................................................27

2.1.2 Estrutura Geodésica de bambu.......................................48

Justificativa...................................................................................................28

2.2 Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui

Apresentação do tema........................................................................29

2.2.1 Projeto................................................................................................53

Capítulo 1 - Contexto Histórico

2.2.2 Plantas...............................................................................................54

1.1 Povos indígenas do Brasil...........................................................32

2.2.3 Elevação do projeto..................................................................57

1.2 Comunidades Indígenas em São Paulo..........................33

2.2.4 Detalhes construtivos..............................................................58

1.3 Povo Guarani em São Paulo....................................................34

2.3 Kipará Té Etno-Aldeia Turística Embera

1.4 Jaraguá...................................................................................................35

2.3.1 Projeto.................................................................................................61

1.5 Linha do Tempo - Jaraguá e sua expansão..................36

2.3.2 Detalhes técnicos do projeto.............................................62

1.6 Terra Indígena Jaraguá...............................................................38

2.3.3 Plantas...............................................................................................59

1.7 Cultura Guarani................................................................................40

2.3.4 Reestruturação da Aldeia.....................................................63

1.8 Arquitetura Tradicional...............................................................42

2.4 Projeto Habitação Yawanawás

1.9 Resistência Guarani......................................................................44

2.4.1 Projeto..................................................................................................67 2.4.2 Projeto Habitação Yawanawás..........................................68 2.4.3 Plantas................................................................................................69 2.4.4 Maquete 3D do projeto...........................................................72

20


2.5 Análise comparativa dos estudos de casos..............73

4.2 Objetivos.................................................................................................................101

2.5.1 Conclusão comparativa dos estudos de casos........74

4.3 Diretrizes projetuais.......................................................................................102 4.4 Programa de necessidades.....................................................................102

Capítulo 3 - Área de implantação do projeto

4.4.1 Setor A.................................................................................................................103

3.1 Localização............................................................................................76

4.4.2 Setor B................................................................................................................105

3.2 Sistema viário e mobilidade urbana..................................78

4.4.5 Ações a serem tomadas.........................................................................106

3.3 Formas de ocupação e interesse imobiliário...............80

4.5 Habitações...........................................................................................................107

3.4 Terra indígena e a fragmentação da região..................82

4.5.1 Partido Arquitetônico................................................................................107

3.5 Sistema hidrográfico.....................................................................84

4.6 Memorial e Centro de Capacitação Indígena............................109

3.6 A topografia e o clima local.....................................................86

4.6.1 Partido Arquitetônico...............................................................................109

3.7 Acessos a área de implantação do projeto...................88

4.6.2 Programa de necessidades....................................................................111

3.8 Visita em campo.............................................................................90

4.7 Composição dos materiais empregados e das etapas con-

3.7 Conclusão da visita em campo.............................................98

trutivas..............................................................................................................................112 4.6 Conclusão...............................................................................................................114

Capítulo 4 -Tekoarani - Terra Indígena Jaraguá 4 Estudo de implantação do projeto 4.1 Metodologia.......................................................................................100

21


Capítulo 5 - Apresentação do projeto

Pranchas

5 Metodologia...........................................................................................................117

Implantação...............................................................................................................138

5.1 Programa Geral.................................................................................................118

Nível 760,761,762,763,764..................................................................................139

5.1.1 Intervenções Estratégicas.......................................................................118

Implantação Nível 767........................................................................................140

5.1.2 Dados Urbanísticos Gerais da Intervenção................................118

Cobertura......................................................................................................................141

5.1.3 Diretrizes da Intervenção.......................................................................119

Planta Nível Térreo..................................................................................................142

5.1.4 Centro de Capacitação e Memorial da Cultura Guarani..119

Planta Nível 1º Pav. .................................................................................................143

5.2 Estruturação Viária - Setor A...................................................................121

Planta Cobertura.....................................................................................................144

5.3 Plano de Regeneração ambiental - Setor A................................123

Elevação Norte..........................................................................................................145

5.4 Proposta Geral de Habitação - Setor A...........................................125

Elevação Sul................................................................................................................145

5.5 Proposta de Regeneração ambiental - Setor B........................127

Elevação Leste...........................................................................................................146 Elevação Oeste..........................................................................................................146

Capítulo 6 - O Projeto 6.1 Centro de Capacitação e Memorial da Cultura Guarani.......131

Elevação Aldeia.........................................................................................................147

6.2 Partido Arquitetônico e evolução do projeto..............................132

Corte A............................................................................................................................147

6.3 Programa de necessidades......................................................................134

Corte B............................................................................................................................148

6.4 Rota elevada e resgate de trilhas tradicionais............................136

Cortes C, D, E F...........................................................................................................148

6.5 Implantação de novos elementos.......................................................137

Detalhamentos..........................................................................................................149 Tabela de Vegetação.............................................................................................153 Perspectivas.................................................................................................................154 Considerações finais.............................................................................................162 Referências Bibliográficas.................................................................................163

22


23


IMAGEM 01 - Mulher indígena - Etnia Guarani, Fonte: RCR Espírito Santo

24


Introdução No Estado de São Paulo, vivem 41.794 índios representantes de 5% da população indígena no Brasil (IBGE, 2010). A maior parte da população indígena (91%), vive na zona urbana fora de Terras Indígenas. Nas margens da estrada turística do Jaraguá, um dos acessos ao Pico do Jaraguá, visto como o ponto mais alto da cidade de São Paulo, localiza-se a Terra Indígena Jaraguá, onde vivem atualmente cerca de 700 indígenas da etnia Guarani M’bya em 6 aldeias; Tekoá Ytu, Pyau, Itakupe, Itawerá, Itaendy e Ivy Porã. Essas comunidades estão localizadas em uma região onde passam duas importantes saídas para o interior paulista: Rodovia dos Bandeirantes e a Rodovia Anhanguera, que influenciam o choque cultural, e parte das pressões urbanas e sociais, visto que, é uma área importante para o deslocamento dos indivíduos da cidade. A autosustentabilidade e a manifestação cultural, são questões que mais necessitam de atenção estadual, visto a necessidade que os indígenas possuem para manter a preservação de suas tradições, a qualidade de vida digna e proteção, devido as questões de precariedade e urbanização introduzidas aos mesmos. Portanto, o estudo proposto abrange fatos que compõem fragilidades e potencialidades enfrentadas por uma parcela da sociedade, que símbolizam a resistência, vizando manter seus direitos, costumes e tradições perante a expansão da metrópole.

25


Metodologia Esse trabalho tem como metodologia a compreensão do modo de vida do povo indígena Guarani, bem como sua situação atual, assim como, levantar dados e informações de como a arquitetura e urbanismo pode auxiliar em nas adversidades perante os dias atuais, respeitando e preservando suas tradições étnico-culturais. Entende-se que essa parcela da população, em expecífico, na Terra Indígena Jaraguá, carece por um espaço onde sua cultura, tradição e modo de vida possam ser valorizados e mantidos. A pesquisa consiste no estudo da cultura e tradição Guarani Mbya, povo nativo brasileiro, que batalha até os dias atuais para manter viva suas tradições e costumes milenares. Utilizando como fonte de pesquisa os acervos científicos, bibliografias que remetem ao tema proposto e visitas técnicas a aldeias indígenas em no Brasil, as quais proporcionaram através das vivências, como essas pessoas constituem seus elementos arquitetônicos e dados que apontam a necessidade de uma revitalização em suas comunidades. Apontando a importância da preservação cultural através da arquitetura e urbanismo, disponibiliza-se uma solução ao problema real que atinge uma parcela da população.

26


Objetivo O objetivo dessa monografia é apontar a importância da preservação cultural através da arquitetura e urbanismo, corrigindo um problema real que atinge uma parcela da população, desenvolvendo uma requalificação urbana e criando um espaço cultural de autosustentabilidade que será inserido dentro da Terra Indígena Jaraguá, local onte existem comunidades indígenas em situações de vulnerabilidade social. Será abordado como foi constituído uma das principais zonas da cidade, seus recursos e riquezas naturais , assim como, a realidade atual das tribos. Estimular a pesquisa das técnicas construtivas de fácil realização e menor impacto ambiental, onde exige uma atenção global nos dias atuais, decorrente da necessidade de adversidades presentes nas grandes metrópoles. A realização de um projeto e do que será apresentado ao profissional ou estudante de arquitetura, desta forma, desenvolvendo uma retribuição à cultura indígena, vista com uma importância inestimável.

Compreender a história desse povo é compreender, em partes, a história do nosso pais. As necessidades indígenas serão aprofundadas para a realização de um projeto que auxilie nas espectativas abordadas, respeitando todos os seus valores e explorando o resgate e desenvolvimento das áreas da arquitetura envolvidas no processo, visto que, ainda não possuem o reconhecimento necessário de seu valor.

IMAGEM 02- Habitação indígena, Fonte: Acervo do autor

27


Justificativa O crescimento metropolitano e mistificação da necessidade de preservação do entorno do parque, tornou inviável a extração de recursos naturais da própria região, resultando no uso de materiais e técnicas diversas , divergentes da relação étnica indígena, desta forma, gerou-se a produção de habitações inadequadas, com deficiência em seus aspectos funcionais, de conforto, e segurança, impodo a carência de um saneamento básico e a descaracterização cultural pertencente aos povos que ali vivem, que replicam na aldeia a paisagem urbana periférica paulistana. As dificuldades existentes na vida dos moradores perando o desenvolvimento da agricultura de subsistência, que históricamente , está diretamente ligada ao cotidiado da cultura e que seria uma possibilidade de solução para algumas das prioridades.

A escolha desse tema foi devido a situação de precariedade e insalubridade em uma parcela da população que hoje se encontra à margem da sociedade, assim, afetivariasse o levantamento de uma reflexão, possibilitando mostrar a importância de valorizar e preservar parte da nossa história cultural. A partir das características levantadas e apontadas no decorrer desse projeto, a existência da possibilidade de como arquiteto e urbanista poder solucionar, em partes, uma das dificuldades reais que essas pessoas encontram-se inseridas. A deficiência também se amplia para os espaços necessários da reprodução cultural e espiritual do grupo, aspectos que fazem parte da identidade coletiva dessa comunidade e essencial para manter suas tradições. Os impactos evolutivos vem se tornando cada vez mais presente na atualidade e acabam se extendendo por todas as aldeias indígenas da região. Motivo no qual a luta pela permanência e manutenção de suas origens é constante, crescendo ano após ano.

28


Apresentação do tema O que? A implantação de um projeto na Terra Indígena Jaraguá. Possibilitando sanar algumas das precariedades que a população local está inserida. O desenvolvimento de um espaço de uso comunitário, onde possa ser realizado as manifestações de cunho cultural, resguardar parte da memória material e imaterial da etnia Guarani, utilizando como condição a arquitetura tradicional.

Onde? A escolha do local de implantação se dá dentro da Terra Indígena Jaraguá. Revelante por ser um aspecto potênte para um projeto de valorização social, resgate e fortalecimento cultural.

IMAGEM 03- Imagem Aérea, Fonte: Google Earth

29


Por que?

Como?

Devido a expansão desenfreada da cidade e o surgimento de dificuldades cada vez mais devastadoras perante essas comunidades que dependem de uma relação que resolve a falta de espaços púbicos e coletivos visto como de extrema necessidade aos mesmos.

Focalizando em desenvolver um projeto que possa levar uma melhor qualidade de vida para os moradores da TI Jaraguá, proporcionando um centro comunitário e cultural acessível, que possa fortalecer as tradições das populações indígenas. Melhorando a qualidade de vida através da ampliação das atividades que geram a autossustentabilidade para as famílias que habitam a região, e que encontram-se em uma situação de vulnerabilidade econômica e social. Por fim, será levantado uma possibilidade de projeto, para resolver parte das necessidades que foram apontadas como eminente. Os principais conceitos a serem empregados:

Hoje, essa população enfrenta problemas específicos, como a invisibilidade perante a sociedade em geral, o questionamento de suas identidades étnicas e a inexistência de elementos básicos de saneamento e infraestrutura. Além deo projeto visar também, uma valorização para a região, na qual está localizada uma das áreas de preservação mais importantes de São Paulo.

• Arquitetura bioclimática • Materiais sustentáveis • Aproveitamento da água • Tratamento de resíduos • Troca culturale educacional entre os indígenas, e as demais comunidades locais. • Técnicas construtivas de fácil realização e menor impacto ambiental.

30


Capitulo I Contexto histórico 31


Contexto Histórico 1.1 Povos Indígenas do Brasil Os povos indígenas do Brasil são constituídos por diferentes grupos étnicos que habitam essas terras antes da colonização portuguesa. Seu modo de vida tradicional, assim como, a maneira de sobrevivência, era interligada diretamente com o meio em que viviam. Apesar de estar protegida por muitas leis, a população indígena foi amplamente exterminada pelos colonizadores e doenças, desta forma, uma população de milhões tournou-se 150 mil em meados do século XX. Na década de 1980 houve uma inverção, sendo assim, a população indígena voltou a crescer em um ritmo sólido e oculpar cada vez mais os grandes centros urbanos. No censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2010, 817.963 brasileiros se autodeclararam indígenas, embora milhões de outros tenham algum parentesco com os povos originários. O Brasil atualmente ainda possui tribos isoladas na região da Amazônia, onde vivem sem nenhum contato com a cultura externa. As denominadas Terras Indígenas, são diretamente dependentes da área que ocupam para manter sua vida e sua cultura.

Quanto mais extensa as Terras Indígenas, maior a quantidade plantas e animais existem , assim, mais alimentos, mais remédios, mais matéria-prima para a fabricação de objetos, casas, etc. A situação do contraste das localidades pode ser explicada pelo fato da colonização do Brasil ter sido iniciada pela costa marítima, levando um confronto com as comunidades indígenas daquelas regiões, ocasionando a desocupação das terras litorâneas, deste modo, ocasionou a precariedade e a escassez desses espaços. Em São Paulo a Terra Indígena Jaraguá posssui apenas dois hectares de extensão, impossibilitando os indígenas a viverem dos recursos naturais, como tradicionalmente era feito.

Terras Indígenas no Brasil:

IMAGEM 04 - Mapa, Fonte: Mirim

O Brasil tem uma extensão territorial de 851.196.500 hectares, ou seja, 8.511.965 km2. As terras indígenas (TIs) somam 722 áreas, ocupando uma extensão total de 117.427.323 hectares (1.174.273 km2). Assim, 13.8% das terras do país são reservados aos povos indígenas. (PIB, 2019)

32


1.2 Comunidades Indígenas em São Paulo

Aldeias no Estado de São Paulo:

No Estado de São Paulo, vivem 41.794 índios, habitando 31 terras indígenas, onde a maior parte dessa população (91%) vive na zona urbana, fora do espaço que é destinado a suas aldeias e comunidades. Cerca de 4.964 índios Mby’a, Tupi Guarani, Kaingang, Krenak e Terena que habitam terras indígenas estão localizadas no Vale do Ribeira, no oeste do Estado de São Paulo e também na região metropolitana de São Paulo. Os Guarani, Mby´a e Tupi, são a maior população vivendo em terras indígenas (IBGE , SENSO 2010). Um dos locais na capital onde há uma forte presença dessas comunidades tradicionais é o Parque Estadual do Jaraguá, com uma área de 491,98 hectares, é um parque urbano localizado a noroeste da Região Metropolitana de São Paulo, no bairro do Jaraguá. A existência de índios nas cidades decorre de duas razões principais: o movimento de migração das terras de origem para as cidades ou do crescimento das cidades que acabam alcançando as terras indígenas que passam a integrar a área urbana. Essa realidade se extende em dois tipos de situações: três aldeias Guarani localizadas na zona sul e oeste de São Paulo (Terra Indígena Jaraguá, Barragem, Krukutu e Tenondé Porã). São constituídas por famílias que migraram de suas terras de origem de diversas regiões do país, mas principalmente, do nordeste.

Aldeia Renascer

Ka’agy Hovi

Amba Porã

Pakurity (Ilha do Cardoso)

Araribá

Peguaoty

Barragem

Peruíbe

Boa Vista do Sertão do Piaçaguera Promirim Djaiko-aty

Pindoty/Araçá-Mirim

Guarani de Barão de Antonina

Ribeirão Silveira

Guarani de Itaporanga Rio Branco (do Itanhaém) Guarani do Aguapeú

Takuari Eldorado

Guarani do Krukutu

Tapy’i (Rio Branquinho)

Icatu

Tekoa Guaviraty (Subaúma)

Itaóca

Tekoa Itaoka (Icapara II)

Itariri (Serra do Itatins)

Tekoa Jejyty (Toca do Bugio)

Jaraguá

Tenondé Porã

Jaraguá (reestudo)

Ka’agy Hovy

Ka´aguy Mirim TABELA 01 - Aldeias do Estado de São Paulo, Fonte: Terras indígenas.

33


1.3 Povo Guarani em São Paulo No estado de São Paulo, o povo Guarani localizam-se em grande número na zona sul e oeste ( Barragem, Terras Indígenas Jaraguá, Tenondé Porã e Krukutu). Na zona oeste, nas margens da estrada turística do Jaraguá, próximo ao Pico do Jaraguá, o ponto mais alto da cidade, está localizada a Terra Indígena Jaraguá, onde vivem atualmente cerca de 600 indígenas da etnia Guarani M’bya em 6 aldeias; Tekoá Ytu, Pyau, Itakupe, Itawerá, Itaendy e Ivy Porã. Essas comunidades estão localizadas em regiões onde as pressões urbanas e sociais são conflitantes com o modo de vida que essa população buscar preservar. O afastamento das suas características étnicas, não é único problema enfrentado por eles, pois ocorre interferência da falta de espaços coletivos onde possam praticar suas atividades e manifestações , das condições precárias de moradia, da violência e da falta de recursos básicos, caracterizando uma das principais adversidades enfrentadas pela população Guarani em São Paulo.

IMAGEM 05 - Mapa, Fonte: Prefeitura de SP

34


1.4 Jaraguá

Distrito de Jaraguá

A região do Jaraguá, é localizada na zona noroeste de São Paulo, envolvendo os distritos de Pirituba e São Domingos. Jaraguá em Tupi Guarani, significa Gruta do Senhor, historicamente explorada apartir do início do século XVI pela sua riquesa mineral e de várias fontes de recursos naturais. O bairro do Jaraguá deu origem em 1 de outubro de 1891, com a estação Taipas e da ferrovia local. Em 1961, foi criado o Parque Estadual do Jaraguá, ponto turístico que é reponsável pela conservação da região. Em 1994, o parque se tornou pela Unesco, um patrimônio da humanidade. Neste bairro, situa-se o Pico do Jaraguá, sendo o ponto mais alto da cidade de São Paulo, por onde passam rodovias que são saídas para o interior paulista: as rodovias Bandeirantes e Anhanguera. O Pico situa-se a oeste da Serra da Cantareira. Os índios tupiniquins, foram os primeiros habitantes da região, até a chegada dos europeus, que se deslocavam até o Rio Tietê, em sentido ao interior.

IMAGEM 06 - Planta, Fonte: Geosampa

O distrito Jaraguá conta possui uma população superior a 208 mil habitantes com previsão de crescimento para mais de 317 mil nos próximos 25 anos, segundo projeções da Prefeitura de São Paulo - "Os dez distritos em São Paulo que mais ganharão moradores até 2040." (2016, Jaraguá SP, site).

35


1.5 Linha do tempo - Jaraguá e sua expansão As intervenções no território, onde é localizado o Pico do Jaraguá, prevalece por meio de interesses que vão além de questões decorrentes do crescimento das atividades econômicas, que evoluem desde o período colonial. Esse processo de desenvolvimento acarretou a exploração de recursos naturais, afomentou a desvalorização e escravidão dos povos indígenas e de origem africanas, trazidos pelos colonizadores europeus justamente para realizar os trabalhos braçais. A região sofre com especulação imobiliária e constantes ameaças a biodiversidade proporcionadas por desmatamentos e ocupações irregulares em regiões de preservação.

1580

1592

BANDEIRANTE Chegada de Afonso Sardinha no território indígena Jaraguá, foi também o primeiro traficante de indígenas e negros.

EXTERMINIO DO INDÍO Foi marcado pelo inicio da exploração de minérios e extermínio dos indíos na região.

1978

1961

1960

RODOVIA BANDEIRANTES Inaugurada e reconhecida como uma das principais rodovias do país. Corta a terra indígena ao meio, gerando impacto cultural a comunidade.

PRESERVAÇÃO Pico do Jaraguá é tranformado em Parque Estadual de Preservação da Mata Atlântica.

O RETORNO DO INDÍGENAS Joaquim Augusto Martim e sua esposa Jandira Augusto Venício se estabelecem na área aos pés do Pico do Jaraguá.

1990 OCUPAÇÕES Início de grandes desmatamentos na região, ocupações tomam conta das encostas do Pico do Jaraguá.

36

1994 PATRIMONIO AMBIENTAL Jaraguá se integra ao cinturão verde de São Paulo. Se tornando uma das zonas de conservação.

2001 HISTÓRICO ANCESTRAL Artesanatos e artefatos são levantados e catálogados na região, comprovando a ancestralidade e presença do povo Guarani.


Mapa Histórico - Século XVI - XVII

1860 - 1867

1891

SÃO PAULO RAILWAY Construção da linha férrea que conectava Santos com São Paulo, desenvolvendo as fazendas de café e açucar.

ESTAÇÃO TAIPAS Ligando a cidade de São Paulo a Jundiaí, local onde eram abastecimentos de tropas militares e a forte existência de casas feitas de taipa.

1948

1940

JARAGUÁ É RECONHECIDO Um dos distritos da cidade de São Paulo, Jaraguá é reconhecido e se torna parte da sub-prefeitura de Pirituba.

RODOVIA ANHANGUERA Ligando São Paulo a região norte do estado. É implantada na lateral esquerda do Pico do Jaraguá.

2005

2014

MOVIMENTOS CULTURAIS Surgem movimentos que unem comunidades indígenas e diversas classes sociais, buscando espaço e visibilidade na sociedade.

RODOANEL Com as obras do Rodoanel Mario Covas, o meio ambiente e as comunidades ali presentes, são afetadas e os impactos são eminentes.

1898 PRIMEIRAS INDÚSTRIAS Junto com loteamentos, começam a chegar diversas indústrias, nacionais e estrangeiras, atraídas pela ferrovia.

1924 ESTRADA VELHA É costruída a Estrada Velha, conectando São Paulo a Campinas.

2017 RESISTÊNCIA CULTURAL Ocupações simbólicas, manifestações e passeatas, refletem cada vez mais a necessidade de explorar a realidade dos povos que ali vivem.

37

IMAGEM 07 - Foto aérea, Fonte: Google Earth

Analisando a história e evolução da região, é possível compreender como a cidade se desenvolve , e com isso, a exploração de recursos naturais e a intensificação das desigualdades sociais dentro dessa malha urbana.


1.6 Terra Indígena Jaraguá A terra indígena no Pico do Jaraguá, na Zona Oeste de São Paulo, está em uma área de 1,7 hectare onde existem seis aldeias: Tekoá Pyau, Tekoa Ytu, Itakupe, Ivy Porã, Itawerá e Itaendy. Constituem uma das 31 terras indígenas do Estado de São Paulo. Estas aldeias localizadas no Jaraguá, são as aldeias indígenas do Brasil com menor extensão em comparação com o número de moradores. A formação da primeira aldeia Tekoa Ytu, teve inicio nos anos 60, quando a índigena Jandira Augusto Venício e sua famíla habitaram a área nas margens do Pico do Jaraguá. Em 1990, ocorreu a divisão dessa aldeia, tornando se uma na parte em cima e outra parte em baixo da terra demarcada como TI ( Terra Indígena). Hoje, três dessas aldeias são reconhecidas pela FUNAI; Tekoa Ytu, Tekoa Pyau e Tekoa Itakupé. Com a expansão urbana da cidade de São Paulo, os indíos Guarani se isolaram no Parque Estadual do Jaraguá. A TI é constituida por aldeias dessa etnia, chamadas tekuá, e cada uma tem um grupo de lideranças responsável por organizar as comunidades.

IMAGEM 08 - Planta, Fonte: Geosampa

As estruturas viárias levaram com o tempo uma geração de impactos, constituindo barreiras que cortaram a conexão direta com a fauna e as áreas verdes da região. Essas malhas urbanas estruturaram grandes fluxos de veículos, aumentando as pressões sobre a terra indígena.

38


O zoneamento da área é caracterizada como ZEPAM (Zona Especial de Proteção Ambiental), assim como, também é demarcada como Macroárea de Redução da Vulnerabilidade e Recuperação Ambiental. Essas constituições referente as Terras Indígenas, garantem o direito constitucional de seus habitantes e protege os remanescentes de Mata Atlântica e mananciais que existentes. A presença do povo guarani, onde tradicionalmente estão ligados a floresta, garante uma segurança de proteção dessas áreas verdes. A precariedade que hoje é a realidade das pessoas e da vida no local cria uma sensação de que nada mudou no território ocupado pelo povo Guarani desde 1950. As pessoas que visitam a região, vivenciam muitos problemas, entre eles, encontrase a falta de saneamento básico, espaços de lazer e cultura, a degradação das habitações, fatores que vem se tornando cada vez mais evidentes, igualando-se a de outras regiões das cidades, onde a falta de recursos básicos predominam em suas extensões, motivo pelo qual a luta pela permanência e manutenção de suas origens é constante e progressiva.

IMAGEM 09 - Mapa, Fonte: Carta Capital

39


1.7 Cultura Guarani Os povos Guarani, possuem fundamentos culturais muito parecidos, porém, suas características se diferem na língua tradicional, nas práticas religiosas e na maneira em que se relacionam com o local onde vivem, tornando essas diferenças com um grande valor para classificar os povos em suas etnias, visto que, os cantos em suas línguas originárias, suas danças e músicas ritualisticas, mostram a riqueza e beleza da ancestralidade que permuta entre as gerações de cada tribo, organizando-se em núcleos de habitações onde existem pátios em comum, possibilitando que as famílias realizem suas atividades cotidianas e interajam entre si.

Essa cultura pode ser considerada uma fonte inesgotável para pesquisas nos diferentes campos das ciências humanas, sociais e aplicadas. Ela é composta por símbolos materiais e imateriais, valores e práticas culturais que historicamente foram sendo incorporadas pela tradição e recriadas em situações de convívio dos diferentes grupos, tanto interna quanto externamente, através do contato com outras realidades. Trata-se de uma cultura que emerge e se apresenta em um determinado espaço social, que é acima de tudo, simbólico e fundamental uma vez que, além de justificar ações, possibilita o desenvolvimento e a manutenção dos valores e das crenças dos grupos. Muitos desses grupos, foram se estendendo América, resoltado das migrações e expansões das cidades, prevalecendo até os dias atuais.

A arte guarani se caracteriza por uma variedade de desenhos geométricos, aplicados em suas pinturas corporais, em suas vestimentas, nas esculturas em madeiras e na decoração das cerâmicas. Cada grafismo possui um signficado simbólico e e está diretamente associado a mitologia e cosmologia do povo Guarani.

IMAGEM 10 - Casa Guarani, Fonte: COSTA - 1989.

"Na visão não indígena o grafismo é simplesmente entendido como uma linguagem visual, isto é, para eles representa somente a beleza e decoração. Isso por que não conhecem que neles estão uma rica e diversas sabedorias e conhecimentos dos nossos anciões..." (SILVA, 2015, p. 24) (Grifo nosso).

40


Na cultura Guarani, o líder espiritual tem a função de conduzir as cerimônias religiosas junto à casa de reza, pela qual é responsável. Pedro Macena, uma das lidranças espirituais das aldeias que constituem a TI Jaraguá, relata que “o rezador é aquele que possui os conhecimentos espirituais para proteger as pessoas que habitam as comunidades”. Através de suas rezas, estabelece comunicação com as deidades, recebendo informações para orientações de quem o procura, sendo assim, a pessoa mais importante no interior da aldeia.

IMAGEM 11 - Pedro Macena - Líder esíritual da aldeia Tekoa Itakupe, TI Jaraguá, Fonte: Acervo do autor

A casa de reza é o centro religioso da comunidade, onde são realizadas praticamente todas as cerimônias que compõem grande parte do dia e da noite do povo Guarani. O local é um suporte do mundo como via de contato entre os deuses e os indígenas, tornando-se um lugar onde se encontra o refúgio e a constante conexão com a memória e ancestralidade desse povo.

41

“ A luta pela nossa sobrevivência, não só dos adultos, mas pelas crianças e adolescentes. Então nossa luta é diária, para manter nossa cultura, a nossa tradição. A nossa resitência é isso aqui: nosso canto, nossa dança, nossa pintura. Tudo isso faz parte da nossa resitência”. (Pedro Macena - Líder esíritual da aldeia Tekoa Itakupe, TI Jaraguá). Essas representações emergem e se apresentam em um determinado espaço social que é, tanto simbólico, quanto fisíco, desta forma, torna-se fundamental uma vez que, além de justificar ações, possibilita o desenvolvimento, e a manutenção dos valores e das crenças dos indígenas.


1.8 Arquitetura Tradicional Os materiais aplicados nas construções Guarani, variam da região na qual a aldeia esta inserida, pois trata-se de uma arquitetura classificada como vernacular, ou seja, é um modo de construir que depende exclusivamennte de recursos que o próprio ambiente oferece.

A arquiteura surge como a ‘arte de construir abrigos’, essa construção de espaços, de moradias ou não, possuem traços de uma arquitetura baseada nas tradições locais de cada povo e etnia, visto que, a arquitetura é um produto cultural, resultado da sociedade que desenvolveu, levando em conta a época e os materias que eram utilizados durante o processo. As obras realizadas pelos Guarani na atualidade são resultados da ‘arquitetura tradicional’, representando os conhecimentos, valores e técnicas passados por gerações que coletivamente formam a maneira de construir e habitar. Essas obras foram adaptadas, aprimoradas e transmitidas historicamente até atingir o que se originaliza as características atuais. Os Guarani se constituiam em relação ao local onde podiam plantar e colher seus alimentos, a sua distribuição e a apropriação do espaço se mantém em variados grupos, onde a natureza e suas variações davam recursos suficientes para a estabilidade das famílias. Um dos aspectos identificados durante a pesquisa, foi que, a arquitetura carrega uma simbologia muito sagrada ,constituindo e preservando o modo de vida tradicional desses povos.

IMAGEM 12 - Casa Guarani, Fonte: COSTA - 1989.

42


No estado de São Paulo, de um total de 625 municípios, 218 têm nome inteiramente tupi-guarani, o que eqüivale a dizer que ainda hoje, cinco séculos após a colonização portuguesa, 35% das cidades paulistas mantêm denominação indígena. Isso mostra que nos assuntos ligados à terra, assim como, aqueles ligados à Arquitetura e equipamentos que acabamos de expor, são frutos da civilização tupi-guarani. Embora cada vez mais seja difícil e raro que sobreviva a Arquitetura, os equipamentos e as marcas da influência permanecerão vivas em nossa cultura material e memória coletiva ancestral.

IMAGEM 13 - Escola da Aldeia Tekoa Itakupe, TI Jaraguá, Fonte: Acervo do autor

Além das residências, os Guarani constroem e reformam as casas de reza/Opy conforme a tradição milenar Guarani, onde são os lugares que centralizam as manifestações religiosas, além de ser estação das grandes cerimônias que reunem os rituais de batismo e das sementes que serão cultivadas no próximo plantio, sendo assim, é um período que proporciona força espiritual a todas as atividades tradicionais da comunidade.

43


1.9 Resistência Guarani As dificuldades enfrentadas pela população indígena em São Paulo, em especifico na região do Pico do Jaraguá, vão além dos problemas encontrados pela população das periferias de forma geral (condições precárias de moradia, violência, falta de assistência à saúde, falta de espaços públicos para lazer), enfrentam problemas específicos, como a invisibilidade perante a sociedade em geral, o questionamento de suas identidades étnicas e a falta de um espaço coletivo para suas manifestações culturais, colocando essas pessoas em condições de vulnerabilidade nos arredores do parque. A precariedade também se amplia para os espaços necessários à reprodução cultural e espiritual do grupo que fazem parte da identidade coletiva dessa comunidade e essencial para manter suas tradições. No território localizado no Jaraguá e na Terra Indígena , a regularização foi públicada apenas em 2012, onde o Ministério da Justiça assinou a portaria que validasse os estudos de identificação e deliminação

Hoje, existem mais de 200 organizações indígenas que estão em constante luta para defender e ampliar seus direitos conquistados. Muitos grupos criam e executam seus próprios projetos, postos de saúde e escolas que ensinam as novas gerações a língua tradicional de seu povo. Em alguns estados brasileiros, onde a população indígena se mantém em maior número, esses grupos promovem projetos de criação de animais e pesca, aliando-se e preservação de bancos de sementes para a diversidade genética, a recuperação e preservação de mananciais e para garantir a autossuficiência das familías nas aldeias. Em São Paulo, as organizações reunem indígenas e não-indígenas com os propósitos citados, entretanto, a cidade carece de um espaço e resgate mais amplo para atender e mudar essas situações.

O interesse pela valorização dessa cultura é manifestada por realização e divulgação de palestras e eventos de organizações que tentam conscientizar a população de sua existência e luta. Festival Guarani Cultural - 26 de julho de 2019.

IMAGEM 14 - Evento Cultural, Fonte: Fundart

44


Capitulo II Estudo de Casos 45


46 IMAGEM 15 - Estrutura Geodésica de bambu, Fonte: Acervo do autor


Aldeia Xucuru-Kariri - Vivência em Bioconstrução 2.1.1 Projeto A aldeia Xukuru-Kariri de Minas se localiza no município de Caldas, sul do Estado de Minas Gerais, na região da cidade de Poços de Caldas. A aldeia está numa fazenda localizada cerca de 510 km de Belo Horizonte, que possui 100 hectares destinados para o grupo. Os indígenas fixaram suas habitações onde era a antiga sede da fazenda, utilizando as residências de alvenaria que já existiam e incorporando traços de seu modo de vida original. No dia 5 e 6 de outubro de 2019, realizei um estudo de caso em uma vivência em bioconstrução na aldeia, que foi um projeto realizado pelo educador e construtor Rafael Bordon, cujo já vem sendo desenvolvido nas comunidades indígenas e quilombolas, com a finalidade de documentar os desafios que enfrentam na arquitetura vernacular e o habitat desses povos. Hoje as 150 pessoas que vivem na aldeia convivem com uma realidade diferente do que viviam em sua terra natal em Alagoas.

Buscam investir na produção agrícola de subsistência e também com a fabricação e venda de artesanatos e exposições nas cidades.

IMAGEM 16 - Reunião com os indígenas Xucuru-Kariri, Fonte: Acervo do autor

O projeto que tive a participação, foi destinado a levar uma solução de bioconstrução para a aldeia, envolvendo a construção de uma casa a base farinha tradicional da cultura Xucuru-Kariri, que seria ultizada pelos indígenas para a produção de sua principal fonte de alimentação e assim solucionar um dos princiais problemas enfrentados pela comunidade.

"Então, não deixe acabar nada que eu construi! De sequência. Quando eu pendurar o cocar no seu ombro, é porque minha luta está chegando ao fim. Ele colocou o cocar, mesmo com vida, para eu dar sequência a trajetória de vida dele e a trajetória da Aldeira Xucuru-Kariri aqui de Caldas!" (Thyeru Jal - Cacíque da Aldeia Xucuru-Kariri de Caldas, Minas Gerais)

47


2.1.2 Estrutura Geodésica de bambu O projeto foi constituido em três etapas: Aula teórica, onde nos foi apresentado os materiais que são utilizados na construção dessas edificações, assim como os cálculos empregados para esse objetivo.O projeto de um protótipo auto-sustentável para a comunidade que habita a região e por fim a intervenção, instalação e montagem da cobertura geodésica para a futura casa de farinha da aldeia. Ficou sob nossa responsabilidade o acompanhamento e execução da obra. Esse estudo foi uma experiência muito enriquecedora, pois além da troca de cultura, através do diálogo com a comunidade sobre as práticas construtivas, conseguimos desenvolver conhecimentos técnicos e teóricos do grupo na qual fiz parte.

O projeto foi realizado na Aldeira indígena Xucuru-Kariri de Minas, localizada na cidade de Caldas - Minas Gerais. O grupo chegou na comunidade, dia 05 de outubro de 2019. Fomos recepcionados pelos moradores e acomodados na escola pública da aldeia.

IMAGEM 17 - Aldeia Xucuru-Kariri, Fonte: Acervo do autor

Reunião de abertura e aula teórica ministradas pelo educador e construtor Rafael Bordon, onde foram discutido as idéias e direcionamentos para iniciar o projeto junto aos moradores da aldeia, assim como, descobrir os os materiais que utilizaríamos para edificar o projeto.

IMAGEM 18 - Rafael B. - Aula teórica, Fonte: Acervo do autor

Após a roda de conversa e planejamento, o cacíque Thyeru Jal(atual liderança) nos relatou a realidade atual dos moradores, abordando como vivem hoje e como a construção da casa de farinha seria de extrema importância para a aldeia.

IMAGEM 19 - Cacíque Thyeru Jal, Fonte: Acervo do autor

48


Baseado na necessidade do projeto de cobertura, levantamos as possibilidades de solução, seguindo os padrões de formas geodésicas estipuladas anteriormente. O grupo chegou a conclusão que o formato com base formada por dez triângulos, era o ideal, assim, prosseguimos para a compreensão dos cálculos e demais detalhes técnicos.

Evento Cultural, Fonte: Fundart

IMAGEM 20 - Desenho da estrutura, Fonte: Acervo do autor

Realizamos a construção de uma maquete física como objeto investigativo da obra, sedo de extrema importância o estudo dos elementos, a análise de possibilidades e dificuldades que poderiam ter passado despercebidos no desenho, desta forma, compreendemos como a estrutura iria se comportar. IMAGEM 21 - Maquete Geodésica, Fonte: Acervo do autor

Pensamos em conjunto se a quantidade de materiais seria o sulficiente, seguindo assim, para o corte dos materiais e a realização da separação das peças por tamanho, facilitando assim, o trabalho prático no dia seguinte.

IMAGEM 22 - Materiais da estrutura, Fonte: Acervo do autor

49

IMAGEM 23 - Ninho de passáro, Fonte: Noctulachannel

O formato da cobertura do projeto, teve como inspiração o ninho de passáro. Essa forma de construir observando os elementos da natureza, é uma das características construtivas que o homem adota desde os primórdios. Grande parte das etnias indígenas do Brasil utlizam desse método e os Xucuru-Kariri de Minas acreditam que esse resgate é muito importante para a aldeia e suas tradições.


Buscamos ao máximo a utilização de matérias-primas naturais, mesclando com peças que poderiam ser reaproveitadas ou até mesmo recicladas, visando principalmente o baixo custo e a redução no impacto ambiental.

IMAGEM 24 - Materias da Estrutura, Fonte: Acervo do autor

Foi realizado o reconhecimento do terreno e seu entorno, reconhecemos a estrutura que já tinha sido iniciada e conversamos com os moradores do local sobre como a mesma estava se comportanto com o clima local.

IMAGEM 25 - Grupo em campo, Fonte: Acervo do autor

Para construir a geodésica, iniciamos unindo os bambus, montando assim, a estrutura pelo pentágono no primeiro nível. A partir do primeiro triângulo amarrado, as peças foram medidas e dispostas em sequência.

IMAGEM 26 - Montagem estrutural, Fonte: Acervo do autor

50

IMAGEM 27 - TI Raposa Serra do Sol, Fonte: Racismo Ambiental.

A farinha de mandioca é um dos componentes essenciais da dieta da população brasileira, com grande percentual nas regiões Norte e Nordeste. A partir da raiz da mandioca, são produzidas: as farinhas secas, o tucupi e a farinha de tapioca. O processamento da raiz da mandioca é, frequentemente, realizado segundo métodos tradicionais herdados dos indígenas, os primeiros cultivadores da espécie. Tradicionalmente os Xucuru-Kariri utilizam dessa, como principal fonte de alimento.


O fechamento da cúpula geodésica foi feita em diferentes etapas, primeiramente unimos as pontas soltas dos segmentos da estrutura com os que estavam dispostos horizontalmente no solo.

IMAGEM 28 - Montagem estrutural, Fonte: Acervo do autor

As paredes da casa de farinha, foram confeccionadas com a tradicional técnica construtiva de permacultura do norte e nordeste brasileiro. Usando uma terra argilosa, matéria prima local, o grupo junto com os indígenas concluiu a estrutura das paredes para a montagem da cobertura geodésica.

IMAGEM 29 - Acabamento estrutural, Fonte: Acervo do autor

O trabalho foi concluído como esperavamos, trazendo um resultado bastante satisfatório para o grupo e a comunidade. Todo o processo contou com trocas de ensinamentos que foram extremamente agregadores para a minha formação e evolução como cidadão e ser humano.

IMAGEM 30 - Estrutura pronta, Fonte: Acervo do autor

51

O grupo - composto por profissionais de distintos ramos, como estudantes de engenharia e arquitetura, arquitetos e comunicadores audiovisuais, antropólogos e historiadores - vivenciamos na comunidade nativa Xucuru-Kariri, três dias de aprendizadoa respeito de sua cultura, junto com pesquisas de suas técnicas construtivas, sistema socioeconômico, história e a relação com o seu entorno e a natureza. Como arquiteto, é importante ir ao centro do problema e propor uma solução, desta forma, esse progresso não significa começar do zero e fazer algo distinto do original, mas partir dos conhecimentos ancestrais desses povos e enfrentar os desafios atuais de subsistência e mudança climática, englonda assim, soluções inovadoras que reflitam o respeito e a relação com a natureza.


IMAGEM 31, Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui, Fonte: ArchyDaily 52


C entro de Capacitação Indígena Kapaclajui 2.2.1 Projeto Localização: Turrialba, Costa Rica Projeto estrutural: Ing. Juan Tuk Duran y Arq. Adolfo Mejía (Grupo XILO) Construtora: Central de Servicios Químicos S.A Área: 470.0m² Ano: 2014

IMAGEM 33 - Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui, Fonte: ArchyDaily

O diálogo com a comunidade e a atenção com as prioridades que as famílias necessitam para preservar seus costumes, se caracterizaram como o embasamento de todo o programa de necessidade do projeto, desta forma, obra arquitetônica interpreta tais questões utilizando de materiais sustentáveis e criando espaços que tem por finalidade reunir programas de capacitação para os moradores locais. O Centro de Capacitação Indígena Kapaclajui, vai além das barreiras físicas, pois trata de conversar com o entorno, promovendo assim, uma integração comunitária, junto com a ligação entre os elementos presentes na comunidade. Pontes e trilhas estratégicas, foram desenvolvidas para realizar essas conexões e facilitar a vida das famílias, tornando uma obra que além de trazer uma arquitetura interessante, traz uma percepção ampla de melhorias para a qualidade de vida das pessoas.

IMAGEM 32 - Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui, Fonte: ArchyDaily

A proposta do projeto é a criação de um centro de capacitação indígena, com alojamento e desenvolvimento de projetos sustentáveis em integração com as comunidades locais.

53


2.2.2 Plantas

Planta Primeiro Pavimento IMAGEM 34 - Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui - Planta, Fonte: ArchyDaily

54


Planta Segundo Pavimento IMAGEM 35 - Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui - Planta, Fonte: ArchyDaily

55


Planta Primeiro Pavimento IMAGEM 36 - Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui - Planta, Fonte: ArchyDaily

56


2.2.3 Elevação do projeto

IMAGEM 37 - Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui - Elevação, Fonte: ArchyDaily

IMAGEM 38 - Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui - Fonte: ArchyDaily

O projeto possui uma área de 470 m² , onde os ambientes são distribuídos de acordo com o estudo estabelecido com os indígenas e demais moradores da região onde se localiza o projeto. No pé-direito duplo, um espaço onde estão os dormitórios, sendo responsável por unir funções de abrigo temporário e também de constituir um centro de capacitação.

A partir desse processo participativo da comunidade, a análise e aprovação das idéias, a forma da edificação foi adaptada para solucionar também algumas adversidades que a região possui , elevando a estrutura e trabalhando com a topografia do terreno, tornando-se um diferencial do projeto.

57


2.2.4 Detalhes construtivos

IMAGEM 39 - Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui, Fonte: ArchyDaily

IMAGEM 40 - Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui, Fonte: ArchyDaily

O Centro possui um sistema de integração que fortalece o modo de vida comunitário, incluindo tabém, soluções que proporcionam uma ligação entre as pessoas e o meio ambiente. Trilhas e elementos anexados resgatam funções de importância para a comunidade local, assim como, uma rede de pontes que auxiliam na acessibilidade das pessoas, sendo de extrema importância na época em que as chuvas tornam a região um local com constantes alagamentos.

Para aprimorar a qualidade do projeto e incorporar elementos que transmitissem uma sensação maior de conexão com o externo, a transição entre os ambientes é constituida por espaços mais abertos, fazendo com que a interação entre o usuário e a natureza seja um potencial a ser explorado. A arquitetura interna carrega efeitos visuais que constantemente são encontrados nos espaços, proporcionando uma experiência diferenciada e atribuindo características culturais a obra.

58


O projeto foi coordenado por uma equipe especializada, responsável por interpretar as idéias de espaços e necessidades que os usuários necessitavam para a utilização do espaço. Esse trabalho em equipe possibilitou uma obra arquietônica que estabelecesse padrões tradicionais e englobados por materiais de qualidade, visando proporcionar uma melhor qualidade de vida e com um investimento menos impactante, tanto financeiramente, quanto para o meio ambiente. O Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui se torna um exemplo de projeto que consegue integrar uma edificação que possui uma proximidade com o meio ambiente como uma de suas principais características, proporcionando uma difusão de conhecimentos em projetos com a comunidade local.

IMAGEM 41 - Centro de Capacitação Indígena Käpäcläjui, Fonte: ArchyDaily

59


60 IMAGEM 42 - Kipará Té Etno-Aldeia Turística Embera, Fonte: Fonte: ArchyDaily


K ipará Té Etno-Aldeia Turística Embera 2.3.1 Projeto Localização: Nuquí, Nuquí, Choco, Colômbia Projeto Estrutural: Jorge Obed Gomez Construtora: Dorado Asociados SAS (Juan Pablo Dorado Martinez), Grupo Conservacion Conguadua (Arq. Jaime Botero Medina) Ano: 2014

IMAGEM 44 - Kipará Té Etno-Aldeia Turística Embera, Fonte: Fonte: ArchyDaily

Os moradores da aldeia são conhecidos como Emberá Cobida, o que significa "gente de rio". É uma aldeia que surgiu e se desenvolveu em torno dos rios da região que são fontes fundamentais de recursos naturais para a sobrevivência das famílias, assim como utilizados como principais vias de transporte, e considerados símbolos da espiritualidade e tradições culturais desse povo. A proposta do projeto é levar elementos de requalificação e reestruturação para essa comunidade indígena, partindo do objetivo de compreender e resgatar o desenvolvimento tradicionail da vida nas tribos, fazendo assim, uma análise de elementos físicos e socioculturais, com o objetivo de interpretar a cultura e o cotidiano indígena. IMAGEM 43 - Kipará Té Etno-Aldeia Turística Embera, Fonte: Fonte: ArchyDaily

61


2.3.2 Detalhes técnicos do projeto

Planta Primeiro Pavimento IMAGEM 45 - Kipará Té Etno-Aldeia Turística Embera, Fonte: Fonte: ArchyDaily

62


2.3.4 Reestruturação da aldeia

IMAGEM 46 - Kipará Té Etno-Aldeia Turística Embera, Fonte: Fonte: ArchyDaily

IMAGEM 47 - Kipará Té Etno-Aldeia Turística Embera, Fonte: Fonte: ArchyDaily

A proposta do projeto foi desenvolvida com a interação dos povos tradicionais que vivem na comunidade, compreeendendo como as atividades tradicionais eram desenvolvidas e a importância de resgatar essas tradições para esse povo, sendo uma maneira de constituir a tipologia que foi adotada. Por estar inserido em uma zona florestal, compreendeu-se como essas habitações conversavam com o meio ambiente, tornando-se um desafio para os arquitetos e engenheiros.

O ambiente é utilizado para realizar as atividades diárias dos habitantes, que incluem as alimentações, o local de descanço e reuniões que ocorrem entre as famílias, que são realizadas em espaços que ganharam características tradicionais. A conexão que une esses núcleos são realizadas por plataformas que se elevam do solo, protegendo as pessoas das inundações que ocorrem em determinados períodos do ano, assim como, utilizando materiais que minimizam o impacto com o ambiente e possibilita que a vegetação se desenvolva ao redor dapassarela elevada.

63


IMAGEM 48 - Kipará Té Etno-Aldeia Turística Embera, Fonte: Fonte: ArchyDaily

IMAGEM 49 - Kipará Té Etno-Aldeia Turística Embera, Fonte: Fonte: ArchyDaily

A estrutura une elementos encontrados na própria região, resgatando uma técnica tradicional dos Emberá Cobida. Para eles, o fator de trabalhar diretamente nesse desenvolvimento é de suma importância para que esses locais possam ser habitados por suas famílias. Técnicos especializados em trabalhos que envolvem o meio ambiente acompanharam as contruções, auxiliando em etapas onde a troca de conhecimentos foi essencial para a conclusão das coberturas, projetadas para que resistissem a intempéries da natureza.

A valorização e a preservação se funde com elementos da globalização que hoje já faz parte da vida dessas pessoas. O projeto buscou ao máximo integrar essas características em espaços de grande escala, até mesmo em detalhes micros. Suprindo as necessidades que a geração atual possui, os móveis também constituem-se do trabalho manual desenvolvidos por eles, levando uma possibilidade de autossustentabilidade para a comunidade.

64


O objetivo de desenvolver um projeto de comunidade onde a forma de vida e a cultura das pessoas que ali vivem não fossem esquecidas, mas aprimoradas, foi estabelecido como base principal do projeto, proporcionando assim, diversos benefícios para os habitantes locais e turistas que chegam buscando conhecer um pouco mais da cultura local. Além de toda a estrutura que foi constituída com ação direta dos indígenas, juntamente com técnicos, os novos espaços criados e dedicados para oficinas e atividades, alavancarão a propagação da preservação para as próximas gerações. A possibilidade de solucionar diversas necessidades, envolvendo tanto as habitações quanto a segurança dessas pessoas, torna o projeto da Aldeia Kipará Té Etno um exemplo de que um resgate étnico-cultural é de extrema importância e resulta muitos pontos positivos, podendo se expandir para diversos setores diferentes.

IMAGEM 50 - Kipará Té Etno-Aldeia Turística Embera, Fonte: Fonte: ArchyDaily

65


IMAGEM 51 - Terra indígena Yawanawá, Fonte: Rosenbaum

66


Projeto Habitação Yawanawás 2.4.1 Projeto

Habitação Yawanawás O território indígena da etnia Yawanawá está localizado na margem do Rio Gregório, no município de Tarauacá, no Oeste do Estado do Acre. O Projeto Habitação Yawanawás, surge como uma alternativa para sanar uma das principais dificuldades que a população indígena vive nos dias atuais, devido ao grande interesse pelos seus territórios e a contínua desconstrução de suas formas de vida tradicional, junto com suas manifestações culturais, deste modo, surge o projeto para alavancar a idéia de preservar, reconstruir e manter parte das raízes desses povos que convivem com a evolução urbana e aproximação da cultura externa. A idéia é a reconstrução da aldeia tradicional Yawanawa em um trabalho onde os próprios indígenas edificam suas moradias e os espaços comunitários, sendo essa uma das práticas tradicionais que são caracteristícas desses povos da Amazônia. A construção das casas tradicionais será feita com madeira e palha, utilizando os materiais do próprio ambiente. Um sistema de saneamento ecológico leva uma solução sustentável e auxilia na diminuição do impacto ambiental, assim como, produção de alimentos através do sistema de agrofloresta é incorporada nessa restruturação, sendo outro fator que notavelmente resolve uma questão de precariedade dessas comunidades . O foco do projeto é autonomia, envolvendo técnicas que englobam os princípios da permacultura e que possam servir para as gerações futuras, trazendo esse resgate cultural e promovendo assim, a autossuficiência através do desenvolvimento e preservação do meio ambiente.

Localização: Terra Indígena Yawanawá, Tarauacá - Acre, Brasil Equipe do Projeto: Paulo Alves da Silva Filho – Arquiteto Urbanista. Marcelo Rosenbaum – Designer e diretor da Rosenbaum, escritório de design onde a memória cultural, a tradição e a inclusão do ser humano desempenham um importante papel no processo criativo. Seu trabalho tem como inspiração principal os valores de brasilidade. Felipe Milanez – Pesquisador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Marcelo Pereira dos Santos – Permacultor, lidera um grupo de bioconstrutores, arquitetos, historiadores e educadores. Anderson Amaro Lopes de Almeida – Engenheiro civil e arquiteto urbanista.

IMAGEM 52 - Terra indígena Yawanawá - Implantação, Fonte: Rosenbaum

67


2.4.2 Projeto Habitação Yawanawá

IMAGEM 53 - Terra indígena Yawanawá - Aldeia, Fonte: Rosenbaum

IMAGEM 54 - Terra indígena Yawanawá - Oficina, Fonte: Rosenbaum

Novas áreas em comum que conectarão as famílias e as manifestações culturais serão construídas, deste modo, resgatartá a forma de vida comunitária e igualitária dos Yawanawás. Esse projeto traz idéias sustentáveis, fotalecendo as tecnologias menos impactantes ao meio ambiente, juntamente com a prática do cultivo e manejo de agroflorestas e a redução de lixo, aspectos que são essenciais para esse resgate. A reconstituição da aldeia será conduzida por uma equipe de arquitetos, com auxílio dos habitantes da comunidade para utilizar seus conhecimentos tradicionais e resgatar essas práticas que hoje aproximam-se dodesaparecimento.

Uma das características destacadas como um diferencial é o recurso de autoconstrução, onde os próprios indígenas realizam a construção das aldeias e de suas habitações. Os materiais utilizados são coletados pelos indígenas, onde os mesmos são orientados por uma equipe técnica que realiza a troca de conhecimentos cientifícos e auxilia no cuidado com as espécies nativas e da estrutura do projeto. Essa troca de experiências possibilita um subsídio para futuros projetos da aldeia, assim, possibilita-se deixar um legado para as próximas gerações e consequentemente perpetuando as tradições originárias desse povo.

68


2.4.3 Plantas

Planta Primeiro Pavimento IMAGEM 55 - Projeto Habitação - Prancha 01, Fonte: Rosenbaum

69


Planta Primeiro Pavimento IMAGEM 56 - Projeto Habitação - Prancha 03, Fonte: Rosenbaum

70


Planta Primeiro Pavimento IMAGEM 57 - Projeto Habitação - Prancha 07, Fonte: Rosenbaum

71


2.4.4 Maquete 3D do projeto O projeto notou que esses povos querem resgatar suas tradiçõe buscando nos dias atuais serem cada vez mais livres e autônomos, podendo assim, gerar um futuro seguro para as próximas gerações. O modo de vida dos Yawanawás diferencia-se da sociedade não indígena, visto que, a cultura envolve mitos, histórias, perspectivas e conceitos espirituais diferentes do mundo externo, decorre disto, a reconstituição da aldeia buscando nvos padrões ligados a história do povo junto ao resgate da autossustentabilidade, definitivamente é um fator fundamental para solucionar algumas das necessidades em destaque das práticas sociais, culturais e econômicas dos mesmos.

IMAGEM 58 - Terra indígena Yawanawá - Maquete 3D, Fonte: Rosenbaum

72


2.5 Análise comparativa dos estudos de casos Os critérios adotados para a escolha das referências projetuais foram selecionados a partir das necessidades e conceitos que possibilitam enriquecer o projeto, tornando-o mais eficaz perando as soluções que foram consideradas. Devido ao contexto histórico e cultural, envolvendo como público alvo, a etnia indígena Guarani, da Terra Indígena Jaraguá, os estudos buscou envovler comunidades e aldeias indígenas do Brasil, assim como, do exterior, buscando compreender como esses povos trabalham em relação a Arquitetura nos dias atuais e quais são suas perspectivas para as próximas gerações. Com a tecnologia e os recursos cada vez mais próximo da tribo e interferindo diretamente no modo de vida que elas adotam, viu-se a necessidade de buscar tecnologias sustentáveis que pudessem integrar com o que já existe e é preservado pelo seu valor e memória étnico-cultural. Além disso, questões como saneamento básico, redução de impacto ambiental, autossustentabilidade e a geração de renda para a comunidade, foram explorados e comparados com projetos existentes, que de alguma maneira, levaram para essas comunidades uma nova perspectiva de vida.

Para a elaboração do programa de necessidades, essas análises foram essênciais para compreender como utilizar essas práticas no local selecionado para o estudo; - Modulação e uso das técnicas arquitetônicas tradicionais; - A transição e integração da cidade para a natureza; - Espaços coletivos e de uso livre; - Relações geométricas e matemáticas; - Arquitetura bioclimática; - Utilização de materiais sustentáveis; - Aproveitamento da água; - Tratamento de resíduos; - Troca cultural e educacional entre os indígenas e as demais comunidades locais. - Técnicas construtivas de facil realização e menor impacto ambiental.

73


O primeiro estudo foi uma vivência em bioconstrução na Aldeia Indígena Xucuru-Kariri de Caldas. Os programas implantados nessa aldeia se destacaram por suprir necessidades essênciais, como a produção do próprio alimento. Já por um outro lado, a carência no saneamento básico e no esgoto da comunidade, é um problema grave comparado aos demais estudos, decorrente de uma falta da atenção necessária do Estado. O segundo estudo foi o projeto o Centro de Capacitação Indígena Kapaclajui. A obra foi selecionada pelo seu projeto arquitetônico que se destaca dos demais estudos, por seguir as necessidades dos povos tradicionais que vivem na região, mantendo assim, uma arquitetura leve e com tecnologias modernas que auxiliam o conforto e segurança dos habitantes. Analisando junto aos demais projetos estudados, o mesmo focou mais em uma única edificação, visto que, o entorno não foi muito explorado. A reestruturação da Kipará Té Etno-Aldeia Turística Embera se diferencia por solucionar problemas causados por intempéries climáticos que atingem a região, assim como, por reconstituir as habitações tradicionais. Um elemento positivo é a possibilidade que o projeto apresenta de criar espaços para pessoas visitarem a aldeia. O Projeto Habitação Yawanawás foi escolhido pelo fato de ser um projeto local que carrega muitas semelhanças com as necessidades da Terra Indígena Jaraguá. De acordo com a integração entre a comunidade local e os profissionais técnicos, esse projeto se destaca dos demais levantados.

2.5.1 Conclusão comparativa dos estudos de casos O estudo comparativo dos quatro projetos foi de extrema importância para a configuração da idéia proposta para o projeto desse caderno. Foi possível observar características significativas no desenho das aldeias, adentrando-se na disposição das habitações em relação aos locais de manifestações culturais e espaços de uso comum. Os contextos abordados aproximaram-se quando comparados aos programas de necessidades e as condições das regiões que antecederam os projetos analisados. Uma das conclusões importantes foi compreender que o resgate cultural está ligado diretamente com as intervenções urbanísticas e com os projetos arquitetônicos presentes nos estudo de casos. A relação entre as edificações das estruturas evidência uma recursividade para construir habitações, gerando menor impacto ambiental. As vivências em campo possibilitaram, através das trocars de informações, conhecer e se aprofundar nas questões relacionadas as pesquisas teóricas, gernado assim, um material mais produtivo, sendo de gande valia para a compreenção de como as aldeias e comunidades lidam diferentemente com os mesmos problemas, e como os projetos arquitetônicos podem ser eficazes, obtendo resultados muitas vezes semelhantes.

74


Capitulo III Área de implantação 75


IMAGEM 59 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth 76


ZONEAMENTO Zona: ZEPAM/25 Zonas Especiais de Proteção Ambiental são partes do território do Município que são destinadas à preservação e proteção do patrimônio ambiental. Art. 32 – Para a ZEPAM/25: I. manutenção do grupo indígena e a preservação de sua cultura; II. realização de gestões junto à FUNAI (Fundação Nacional do Índio) e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente para revisão de limites área Indígena Guarani, buscando sua ampliação; III. desenvolvimento de programas de apoio e assistência técnica aos guaranis, que deverão ser implantados em conjunto por equipes técnicas da Subprefeitura de Pirituba e Organizações Não Governamentais – ONGs, que atuam junto a populações indígenas, integrando as atividades turísticas do Parque Jaraguá. Fonte: ZEPAM

Area de implantação do projeto 3.1 Localização Endereço: Rua Comendador José de Matos, 386 - Jaraguá / SP - Vila Jaraguá, São Paulo - SP Área: 20.000,00 m² O local escolhido para a implantação do projeto está localizado na Terra Indígena Jaraguá, na região do distrito de Jaraguá, Zona noroeste do município de São Paulo. O crescimento do bairro se intensificou com as indústrias e o deslocamento das pessoas que migraram para a região a trabalho e em busca de moradia, contribuindo para a formação da malha urbana atual. Há grandes áreas de preservação ambiental, e de alto indíce de interesse imobiliário e industrial. O desenvolvimento do projeto expecificadamente na região, se torna pertinente decorrente de seu contexto histórico cultural, adentrando na possibilidade apresentar possibilidades de minimizar problemas que a população local está inserida.

IMAGEM 60 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth

77


IMAGEM 61 - 61, - Imagem Planta, Fonte: Aérea,Geosampa Fonte: Google modificado Earth pelo Autor 78


VIAS LEGENDA RODOVIAS ESTRADAS RODOANEL ESTRADA TURÍSTICA FERROVIA PARQUES

3.2 Sistema viário e mobilidade urbana Fatores importantes foram levantados para a compreender melhor da área de intervenção, considerando características territoriais e como é gerado o impacto nas ocupações da região. As grandes estruturas viárias também fragmentam a natureza na relação da conexão da fauna e flora reseultado em impactos na malha urbana, uma vez que as vias cortam longitudinalmente a região e tornam-se barreiras. O distrito é composto por grandes estruturas metropolitanas de mobilidade: a linha 7 da CPTM, o Rodoanel Mário Covas e as Rodovias Bandeirantes e Anhanguera. As principais linhas de ônibus, que chegam ou passam pelo distrito, saem do bairro da Lapa, do centro da cidade de São Paulo e do terminal Pirituba. As vias apresentam falta de investimento, desta forma, encontram-se precárias por conta da falta de manutenções. A fragmentação urbana da região tem importante relação com essas vias e os impactos ocasionados com o passar do tempo.

79

O trecho norte do Rodoanel, o último ainda a ser entregue do anel viário Mario Covas, tinha previsão de conclusão em 2016, mas não foi terminado, resultando alto indíce de violência na região que interfere os moradores dos arredores. É possível notar a escassez de conexões e transposições que contemplam não apenas os veículos, mas também pedestres e ciclistas, sendo que, a estrada turística do Jaraguá é de extrema importância, pois conecta os territórios e vence essas barreiras.


IMAGEM 62 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth 80


MAPA DE OCUPAÇÃO E VULNERABILIDADE SOCIAL

LEGENDA VULNERABILIDADE SOCIAL MUITO BAIXA BAIXA MÉDIA ALTA MUITO ALTA

3.3 Formas de ocupação e interesse imobiliário A região é, quase em sua totalidade, formada por habitações irregulares, que envolvem conjuntos habitacionais e favelas. Essa realidade é causada por fatores que incluem questões sociais alarmantes, em e grupos que mostram sua luta por moradia através das ocupações. O interesse imobiliário no Jaraguá é proveniente do fato de que há uma área mais valorizada em torno do shopping Cantareira Norte, onde existem condomínios fechados de médio padrão e grandes empreendimentos residenciais, com edifícios de alto padrão. Essa região levantou o interesse de grandes empreendedores por ser inserida próximo ao Pico do Jaraguá, ponto turístico importante e com grande quantidade de elementos naturais de São Paulo. Apesar do bairro possuir uma característica periférica , a busca de projetos para valorização dessa área cresce a cada ano.

81

A favela de Taipas é a maior favela do distrito, possui desigualdade extrema, envolvendo a carência de equipamentos urbanos e um agrupamento de problemas há serem estudados e resolvidos.


IMAGEM 63 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth 82


TERRA INDÍGENA

LEGENDA

TI JARAGUÁ

c

ALDEIAS INDÍGENAS PARQUES RODOVIAS ESTRADAS RODOANEL

3.4 Terra indígena e a fragmentação da região Os indígenas da etnia Guarani que vivem na região, estão isolados em uma área dentro do Parque Estadual Jaraguá. Essa Terra Indígena é composta atualmente por 6 aldeias, sendo considerada a menor da América Latina. A área está entre duas Rodovias que atuam como elo entre os dois dos maiores pólos de importação e exportação do país: o Aeroporto Internacional de Viracopos e o Porto de Santos. A Rodovia dos Bandeirantes, junto com a Rodovia Anhanguera, são importantes fluxos de contribuição para o crescimento financeiro do país, pois liga as duas regiões metropolitanas mais ricas do Brasil, perante este cenário, esta comunidade indígena enontra-se inserida em uma realidade onde estão muito próxima a grandes fluxos e pressões urbanas decorrente do processo de desenvolvimento da cidade de São Paulo.

83

Essas grandes estruturas urbanas fragmentam a natureza, que interfere diretamente na ligação que essa população considera, da mesma, como seu princíl elemento em sua cultura e estilo de vida.


IMAGEM 64 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth 84


HIDROGRAFIA

LEGENDA

PARQUES DRENAGEM

3.5 Sistema hidrográfico O sistema de hidrografia da região estudada, está inclusa na UGRHI 06 , sigla correspodente á área que é drenada pelo rio Tietê, integrando 34 municípios. Essas redes de drenagem possuem diversos fluxos e direções diferentes, grande parte com condições ruins de qualidade das aguás. O histórico de degradação das nascentes vem se intensificando com o tempo, atingindo a qualidade de vida das pessoas e todo o ecossistema do local. Essa realidade é proveniente da ocupação urbana e por possuir pólos industriais de grande porte. As remanescentes da Mata Atlântica são essênciais para regular a preservação dos mananciais e de toda a diversidade dos elementos naturais. Assim como na Terra Indígena Jaraguá, outras comunidades constituem suas próprias formas de abastecer e armazenar água.

85

Na visita realizada em campo, foi constatado o esforço dos moradores das aldeias indígenas,para a recuperação de nascentes e a criação de olhos-d'água. É entendido que essa condição de estudar o funcionamento e como solucionar os problemas relacionados a água, é de extrema importância.


PICO DO JARAGUÁ 1.135 M

IMAGEM 65 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth 86


TOPOGRAFIA MAPA DE ALTITUDE LEGENDA

Dados: Topographic Map

3.6 A topografia e o clima local A área é formada por diferentes níveis topográficos, caracterizando os terrenos em colinas, planícies e o pico do Jaraguá, ponto mais alto do município de São Paulo. Devido a essas condições, a altitude influência para que em determinadas épocas do ano, a região tenha formações de nevoeiros. As temperaturas e as condições de iluminação natural, também sofrem variações consideráveis. Outros efeitos relacionados a declividade dos terrenos contribuem para que as edificações necessitem de estruturas e fundações elaboradas para região. Analisando o local onde a Terra Indígena está inserida, é de interesseelaborar um projeto que possa valorizar as condições topográficas.

87


3.7 Acessos a área de implantação do projeto Mapa de acesso 1 A Terra Indígena Jaraguá está localizada em frente a Rodovia dos Bandeirantes - SP. Existem dois acessos ao local e com isso, as possibilidades de chegar utilizando o transporte público se tornam variadas. O tempo de viagem é estimado de 30 a 40 minutos ao partir com o ônibus Sol Nascente, saindo do Terminal Lapa - SP ( Mapa de acesso-1). A estação Vila Clarice da Linha 7 - Rubi da CPTM, está localizada a 1,5 KM da Aldeia Tekoa Ytu (Mapa de acesso-2), concluíndo o acesso com cerca de 15 minutos de caminhada . Os ônibus que fazem esse trajeto, tem como destino o Centro de São Paulo e outros bairros da Zona Oeste do município.

IMAGEM 66 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth 88


ACESSOS Mapa de acesso 2

LEGENDA

v u

PONTOS DE ÔNIBUS

ESTAÇÕES FERROVIÁRIAS VIAS DE ACESSOS LINHA FÉRREA TRAJETO A PÉ TERRA INDÍGENA

IMAGEM 67 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth 89


3.8 Visita em Campo

IMAGEM 68 - Rua de acesso a Terra Indígena Jaraguá, Fonte: Acervo do autor

IMAGEM 69 - Aldeia Tekoa Porã, Fonte: Acervo do autor

O acesso a aldeia Tekoa Pyau está localizado entre a Rodovia dos Bandeirantes e a Estrada Turística do Jaraguá. É possível notar que o entorno encontra-se bastante degradado e que os moradores tentam reforçar a identidade cultural do local através de pinturas e elementos que remetem as características indígenas no local.

O terreno das comunidades é bastante irregular, onde muitas vezes são de grandes proporções os desníveis do solo. Entretanto, os próprios moradores se esforçam para introduzir suas habitações e espaços comunitários de acordo com as declividades naturais.

IMAGEM - 63, Planta, Fonte: Geosampa modificado pelo autor 90


IMAGEM 70 - Aldeia Tekoa Ytu, Fonte: Acervo do autor

IMAGEM 71 - Aldeia Tekoa Pyau, Fonte: Acervo do autor

Conhecida como " Aldeia de baixo", a Tekoa Ytu abriga diversas construções de alvenaria que contrastam com os elementos da vida tradicional indígena Guarani. Nota-se que as trilhas e rotas, quando existem, estão bastante degradadas e sem arborização, desta forma, descaracteriza-se o real sentido da existência desses percursos.

Os poucos espaços de uso comum são muitas vezes utilizados como depósito e descarte de materiais, sedo que, são espaços de permanência e de uso coletivo, essenciais para que os moradores possam realizar suas manifestações culturais e praticar as atividades diárias para a manutenção de suas famílias.

91


IMAGEM 72 - Acesso da Terra Indígena Jaraguá, Fonte: Acervo do autor

IMAGEM 73 - Aldeia Tekoa Itakupe, Fonte: Acervo do autor

Um dos acessos para a Aldeia Tekoa Itakupe, está localizada na Av. Chica Luiza, próximo a entrada principal do Parque Estadual do Jaraguá (Pico do Jaraguá). Ao chegar, caminha-se alguns metros até encontrar a portaria, Logo se percebe uma transportadora no local, ao seguir reto, é identificado uma placa da FUNAI (Fundação Nacional do Índio);

O espaço aberto central da aldeia é um dos ambientes mais importantes para os habitantes, ali é onde acontecem suas principais manifestações culturais e religiosas. Hoje o local se encontra bastante degradado, sendo apontado pelos moradores a falta de estruturas consideradas importantes para o desenvolvimento da comunidade.

IMAGEM - 63, Planta, Fonte: Geosampa modificado pelo autor 92


IMAGEM 74 - Construção de habitação, Fonte: Acervo do autor

IMAGEM 75 - Lago da Aldeia Tekoa Itakupe, Fonte: Acervo do autor

Os materiais que são utilizados na construção das habitações variam de família para família. Ao longo da visita, nota-se a existência de algumas casas de alvenaria e outras construídas com madeiras e plástico, devido a falta de recursos e até mesmo de materiais locais, que contribuem para que muitas dessas obras não se concluem.

Já existiu na região nascentes e lagos que além de serem elementos extremamentes necessários para a fauna e ecossistema local, serviam de fonte de alimentação para a população indígena. Atualmente são realizados projetos para a recuperação e criação de novos lagos. Os moradores locais relataram que a presença de eucaliptos, espécie não nativa da região provenientes de madereiros, cotribuiram para a extinção dos lagos, consequentimente, a degradação do ßsolo para o plantio de alimentos.

93


IMAGEM 76 - Habitação, Fonte: Acervo do autor

IMAGEM 77 - Habitação com pinturas na fachada, Fonte: Acervo do autor

As habitações são simples, possuem formas e tamanhos distintos, são construídas de forma intuitiva e espalhadas aleatoriamente pela comunidade. Recursos básicos como energia elétrica, água potável e saneamento básico são elementos precários. As divisões internas são raras em algumas construções e por consequência à dimensão reduzida das habitações, sendo que os banheiros são comunitários. A ausência de tratamento e direcionamento correto do esgoto, contribui para que o mesmo local onde são realizadas as tarefas diárias, dividam espaço com o escremeto e o lixo produzido.

As fachadas de algumas das habitações carregam pinturas que colaboram, em parte, com a arte indígena, através da decoração de suas casas, identificando assim, suas origens. Entretanto, as poucas casas que possuem essas características, não incorporam as formas e contornos que se relacionam com o grafísmo indígena da cultura Guarani.

IMAGEM - 63, Planta, Fonte: Geosampa modificado pelo autor 94


IMAGEM 78 - Incêndio na Aldeia Tekoá Pyau, Foto por: Werá Mirim Ronildo

IMAGEM 79 - Venda de artesanatos na Aldeia, Foto por: Simone Garcia

Em setembro de 2019, um incêndio tomou conta da Aldeia Tekoa Pyau, na terra indígena Jaraguá. O ocorrido deixou dezenas de famílias desabrigadas e impactou ainda mais a situação que a comunidade enfrenta. Foi possível observar como a vulnerabilidade do local é evidente e trouxe mais perspectivas para levantar possibilidades de intercâmbio de conhecimentos, visando tornar essas habitações mais seguras, sem perder as características da cultura local.

A comercialização de artesanatos é uma das formas que os indígenas buscam manter o sustento de suas famílias, porém, a falta de investimento para que essa arte milenar possa ser difundida e se tornar mais evidente e rentável,em busca de torna-la de fato uma das principais fontes de renda da comunidade, contribuindo assim, para o incentivo e preservação cultural, torna-se extremamente influente no cenário atual, indagando a possivilidade de projetar um levantado um espaço dedicado para esse fim, devido a necessidade destacada.

IMAGEM - 63, Planta, Fonte: Geosampa modificado pelo autor 95


IMAGEM 80 - Diálogo com os habitantes e voluntários, Fonte: Acervo do autor

IMAGEM 81 - Construção de habitação Guarani, Fonte: Acervo do autor

Nas visitas realizadas ao local, buscando compreender as necessidades e como as pessoas externas as comunidades indígenas poderiam auxiliar na solução de problemas reais, vividas pelos habitantes, foram realizadas reuniões e encontros juntamente com oficinas de construção. Arquitetos, engenheiros e estudantes de diversas áreas, tiveram participação e levantaram discussões juntamente com os moradores, permitindo que essa articulação unisse conhecimentos para que as necessidades fossem resolvidas.

A oficina de construção das habitações tradicionais foi realizada na aldeia Tekoa Yvy Porã. Grande parte dos materiais utilizados são encontrados no próprio local, já as técnicas construtivas, são passadas por gerações, apresentando uma excelente durabilidade, desta forma, me foi possibilitado o estudo, através da prática, de como funcionam as estruturas e as etapas de projeto.

IMAGEM - 63, Planta, Fonte: Geosampa modificado pelo autor 96


IMAGEM 82 - Técnicas construtivas Guarani, Fonte: Acervo do autor

IMAGEM 83 - Habitantes e voluntários na aldeia, Fonte: Acervo do autor

Técnicas de construção de taipa de pilão, pau a pique, adobe, entre outras, são expandidas para as demais comunidades locais, desta forma, reune-se voluntários externos de diferentes áreas de estudo, campanhas e programas de vivência, que aos poucos, são inseridas nas aldeias e mesmo com a carência a respeito do planejamento para acolher e difundir essas práticas, questão que colocada em destaque para seja possivel resolver junto à comunidade.

Além de ser essencial e muito eficaz para solucionar a questão de moradia para os Guarani, as oficinas e vivências também são importantes formas de arrecadação de fundos para a sobrevivência dessas comunidades. Investir em um espaço onde essas técnicas possam ser melhor organizadas pelos próprios indígenas e para receber visitantes, foi uma das questões abordadas nas reuniões e encontros.

IMAGEM - 63, Planta, Fonte: Geosampa modificado pelo autor 97


3.9 Conclusão da visita em campo Analisando essa comunidade indígena e conhecendo sua realidade com a visita em campo, a impressão que se evidência é a de uma comunidade que muito se asemelha as das periferias em grandes cidades, carentes de infraestruturas e de condições básicas para sobrevivência. As habitações das aldeias, assim como, seu espaço de lazer e manifestações culturais, perderam muito das caracteristícas tradicionais. Os indígenas se relacionam com a vida fora da reserva e com a sociedade em geral, considerado importante para eles como um processo natural de integração, evolução e troca de culturas. A grande preocupação dessas pessoas é a preservação de suas tradições e do modo de vida indígena Guarani, além da proteção e manutenção do ecossistema e seus elementos naturais. Ficou em destaque a necessidade de um projeto que auxiliasse a solução dessas demandas, visto que, poderia aumentar a qualidade de vida das famílias nas aldeias. Através das pesquisas realizadas, foi levantado como muitoas dessas técnicas construtivas utilizadas por culturas indígenas em geral, se tornam eficaz e contribuem efetivamente para o meio que é implantada.

IMAGEM 84 - Etapas finais de construção , Fonte: Acervo do autor

98


Capitulo IV Tekoarani Terra Indígena Jaraguá 99


Estudo de implantação do projeto 4.1 Metodologia Analisando os mapas e compreendendo como funciona a área em estudo, foi levantado possibilidades de introduzir elementos eficazes para melhorar a qualidade de vida, a preservação cultural e a relação que a comunidade possuí em relação a metrópole que lhe cerca. Um fator que torna-se determinante é a implantação de projetos que cuscam contribuir com a preservação do ecossistema presente. Será empregado o sistema de agroflorestas, atribuindo uma valorização dos recursos hídricos predominantes na região, bem como, a forma que a água é destinada e reutilizada. Como base fundamental para o projeto da região, sem intervir na cultura e tradição predominante, a leitura dos elementos que já estão implantados na aldeia são priorizados, visto que, em sua maioria necessitam de intervenções e foram apontadas pelos próprios moradores.

IMAGEM 85 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth

100

O projeto abrigará um centro de capacitação indígena, onde o programa de atividades será elaborado pelos habitantes, assim como, a realização de oficinas de artesanato tradicional e manifestações culturais. O ideal é que essa intervenção seja toda pensada de maneira articulada, evlvendo os diálogos e troca de saberes junto com os habitantes da região. As obras serão realizadas com materiais ecológicos, demonstrando de forma prática como essas técnicas são empregadas, desta forma, permitirá a aproximação entre as pessoas que visitam a comunidade ás práticas culturais do povo Guarani.


4.2 Objetivos O projeto proposto tem como objetivo refletir sobre problemáticas apontadas no caderno de estudos, solucionando de maneira prática essas carências. Essa análise levou a propor um programa de necessidades que promovesse soluções a respeito das condições habitacionais, econômica, sociais, culturais e ambientais. Os objetivos gerais são: MELHORAR AS CONDIÇÕES DOS ESPAÇOS

REFORÇAR A IDENTIDADE CULTURAL

PROMOVER A ECONOMIA LOCAL

Propor soluções para a infraestrutura das habitações e espaços em comum, utilizando técnicas de arquitetura vernacular e sistemas de redução do possivel impacto ao ecossistema que esses elementos estão introduzidos.

A criação de centralidades que possam promover culturalmente essas comunidades, reforçando sua identidade perante a sociedade em geral. O foco principal dessa ação, no projeto, é enaltecer o sentimento de pertencimento total ao local que vivem e constituem suas famílias.

Ampliar a economia local, desta forma, construindo espaços que possam prover a autossuficiência, consequentemente, minimizando a dependência total de políticas assistencialistas para a sobrevivência.

101

RETOMAR A RELAÇÃO DOS INDÍGENAS COM A ÁGUA E O ECOSSISTEMA Promover propostas de resgate e utilização das nascentes e reservatórios naturais de água, podendo assim, servir como fonte de alimentação e lazer, gerando criação de um sistema que vise a propogação desse efeito através das oficinas e atividades realizadas pela


4.3 Diretrizes projetuais As diretrizes e ações tomadas são baseadas em todos os estudos e análises efetuadas no decorrer desse trabalho. Foi levantado lacunas na região estudada, que ao serem analisadas minuciosamente através de pesquisas e visitas, apontam dados relevantes, elaborando um projeto destinado a essas áreas carentes de uma preservação e resgate de valores culturais, englobando assim, o meio ambiente e melhora na qualidade de vida dos habitantes. As ações foram classificadas em categorias, levando em consideração o tempo e a disponibilidade de recursos do próprio local e os fatores que envolvem elementos externos.

4.4 Programa de necessidades DIRETRIZES PROJETUAIS CONJUNTO DE USOS Vias

Unidades habitacionais

Sistema Agroflorestal

PROGRAMA IMPLANTADO Melhoria da infraestrutura da via e a implantação de corredores verdes, envolvendo o resgate de trilhas tradicionais. Levantamento de soluções de reestruturação de elementos existentes. Manejo e gestão de agroflorestas e similares .

Centro de cultura

Áreas coletivas para a propagação da cultura local e fortalecimento da comunidade.

Espaço para comércio de produtos feitos pela comunidade

Área de comércio de produtos feitos pela comunidade.

Ambiental

Regeneração ambiental e possibilidade de recuperação das nascentes

Reciclagem

Oficinas de técnicas de reciclagem

TABELA 02 - Diretrizes Projetuais, Fonte: desenvolvida pelo autor.

102


4.4.1 SETOR - A

Aldeia Tekoa Pyau

O Setor A é onde estão localizadas as aldeias Tekoa Pyau e Tekoa Ytu.

Aldeia Tekoa Pyau

As comunidades estão ao lado da Rodovia dos Bandeirantes, sendo assim, as que sofrem maior influência dos aspectos externos. A intervenção se torna necessária, devido a condição atual que envolve uma ausência de espaços em comum e habitações. A área se torna um potencial para a localização de um espaço que possa abrigar um centro de atividades voltadas para o desenvolvimento de cursos de capacitação, ministradas pelos próprios habitantes da região. Essas atividades serão voltadas para promover a integração comunitária e propagar as técnicas de bioconstrução. A materialização desse projeto será feita com materiais sustentáveis, considerando que os próprios habitantes irão participar efetivamente do planejamento e execução dessa obra, conectados com uma equipe técnica.

N

0

50

100

IMAGEM 86 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth

103


Aldeia Tekoa Ytu O crescimento desordenado dessa região junto da falta de espaços de lazer e cultivo de alimentos, são as principais carências apontadas na área onde está localizada a aldeia Tekoa Ytu, assim como, na aldeia vizinha , as habitações que possam melhorar a qualidade de vida e resguardar características que se colocam como fundamentais para os indígenas, necessitam ser implantadas, levando em consideração a necessidade local.

Aldeia Tekoa Ytu

O projeto pretende corresponder essas conexões e recuperar o reflorestamento da região, visto que, o resgate dessa área é fundamental para que a mobilidade dos pedrestres torne-se de fácil acesso para as pessoas que vivem e transitam por ali. A intervenção também irá influenciar diretamente na economia das comunidades locais.

N

0

50

100

IMAGEM 87 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth

104


4.4.2 SETOR - B

Aldeia Tekoa Pyau

A fauna presente nas terras indígenas e as demais que envolver o terreno, são essênciais para o modo e qualidade de vida das comunidades. A preocupação com o meio-ambiente nas proximidades das aldeias é um outro fator que atinge atualmente a região estudada.

Terra Indígena Jaraguá

Nas proximidades da T.I Jaraguá, engloba extensa área de mata atlântica que carece de reflorestamento adequado e recuperação de elementos hídricos. Pesquisas realizadas direcionaram um planejamento adequado que pode auxiliar nessa recuperação, utilizando soluções sustentáveis. Ribeirão Vermelho

Esse projeto entra como uma proposta de solução para que essa realidade seja incluida no planejamento. N

0

Região desmatada em 2019

Córrego Ferrão

50

100

IMAGEM 88 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth

105


Á area apontada na imagem ao lado, revela uma vasta quantidade de árvores da espécie eucalipto, que não caracterizam-se como espécie nativa da Mata Atlântica. Através de pesquisas com os moradores do local, essas árvores foram plantadas por empresas do setor da construção civil a várias décadas, contribuindo negativamente para as nascentes e lagos da região, em decorrência da drenagem do lençol freático. Como premissa para um período de médio a longo prazo, um projeto que engloba o reflorestamento dessa região com árvores nativas, será implantado. O objetivo é reflorestar e utilizar os eucaliptos retirados para a continuidade da construção de futuras habitações, contribuindo assim, efetivamente com o ecossistema. Essas espécies já são utilizadas pelos habitantes para algumas dessas finalidades, porém, com a ausência de um acompanhamento técnico e reflorestamento adequado, sendo apontado como necessidade para a realização de um retorno correto para a região.

Árvores da espécie eucalipto IMAGEM 89 - Floresta de eucalipto, Fonte: Ciclo Vivo

Assim como os eucaliptos, o bambu é uma outra espécie que tem potencial para ser utilizado para a construção de habitações e demais fins que possam gerar benefícios para as comunidades locais. Nessa etapa, as espécies que já são aproveitadas para esses meios serão análisadas, juntamente com profissionais qualificados, para que haja a substituição da mesmas por árvores nativas, reaproveitando os elementos como matéria prima para as construções.

106


4.5 Habitações

4.5.1 Partido arquitetônico

A tipologia das casas indígenas pertencem a um contexto simbólico baseado em seus mitos, assim como, nas necessidades de cada grupo no local que está inserido. A arquitetura Mbyá-Guarani possuí características que se entendem como uma arquitetura sustentável, devido ao fato de conter sistemas que empregam baixo impacto ambiental e métodos que carregam valores culturais e econômicos. Baseando em dimensões de sustentabilidade e no método dessa etnia indígena em específico, foram realizados estudos que pudessem compreender como esses espaços são reproduzidos. Essa intervenção não altera as características das aldeias, sendo levantadas possibilidades para as famílias que não possuem suas próprias habitações, adequando-se também, aos novos habitantes que chegarem ao local, visto que, muitos possuem parentes que não estão vivendo ali pela ausência de recursos básicos.

Para chegar a compreensão da tipologia, foi considerado alguns aspectos: recursos naturais, organização sociocultural, recursos externos a comunidade e o padrão original das casas tradicionais Mbyá-Guarani. As casas possuem formato retangular e a cobertura é formada por duas águas, sendo que, as dimensões são baseadas no tamanho das famílias que vão abrigar o local. É importante destacar que as construções levam aspectos simbólicos que devem ser levadas em consideração. A orientação solar tem referência com a localização da porta de entrada, assim como, a ventilação natural e a captação das águas da chuva que constituem aspectos referênciais com a dimensão espacial da visão construtiva das habitações. A utilização interna é basicamente para o descanso, as demais atividades diárias são realizadas na área externa das habitações, como a preparação dos alimentos. Um detalhe importante é o uso do fogo-de-chão, presente nas habitações, visto como o "coração" da casa Guarani.

Baseado na necessidade da região análisada, esse estudo considera-se como uma proposta de solução efetiva para esse problema, torna-se prioridade para o projeto de uma maneira geral, envolvendo diretamente a qualidade de vida dessas famílias.

Nas visitas técnicas em grupo, tipologias foram pensadas para que fossem incorporadas e mescladas nos projetos o tradicional e as tecnologias de origem externa a comunidade. A necessidade dessa ação é eminente, devido ao fato dessas adaptações já serem uma das realidades na vida dos moradores. Esses estudos geraram croquis e esboços elaborados pelo próprio autor que serão apresentadas a comunidade, como possibilidade de solução.

As oficinas de bioconstrução, administradas pelos próprios habitantes construtores e profissionais externos, se torna uma ampliação das técnicas de melhor adaptação dessas futuras moradias.

107


IMAGEM 90 - Croqui, Fonte: Desenvolvido pelo autor

A definição dos materiais empregados, em grande parte dos aspectos seguiu a construção tradicional Guarani Myba – através de pesquisa em campo com os moradores das aldeias – adaptou-se novas demandas de formas de morar, visando sempre a maior durabilidade da construção e a facilidade na manutenção da moradia em relação a região. Os reforços estruturais e sua durabilidade, são elementos a serem considerados como prioridade, para compreender como podem tornar-se mais eficazes com as adaptações que a forma de vida dessa população se enquadra. O estudo inclui a instalação de Cisternas Modulares interligadas, gerando um sistema com capacidade de armazenamento de água da chuva. A água captada poderá ser destinada ás hortas, e a limpeza das habitações e espaços coletivos.

IMAGEM 91 - Maquete explodida de uma possibilidade de habitação, Fonte: Desenvolvido pelo autor

108


4.6 Memorial e Centro de Capacitação Indígena Guarani

4.6.1 Partido arquitetônico

Entre os aspectos preservados pelos indígenas, a língua tupi-guarani, as danças, o artesanato e seus modos de construção, são considerados de extrema importância para essa população, sendo assim, necessário destacar que mesmo preservando esses costumes, a troca de cultura com a sociedade externa as aldeias faz parte dessa realidade. Essa etapa do projeto visa a construção de um Centro de Capacitação, com o intuíto de promover a cultura, receber convidados indígenas e não-indígenas e propagar as técnicas de artesanato e construções tradicionais da etnia.

É necessário que os ambientes internos sejam projetados de forma que se tornassem amplos e com o mínimo de separações possíveis, englobando um espaço para que as atividades sejam realizadas independentemente das intercorrências climáticas. O conforto térmico, a utilização máxima da iluminação natural e a capacitação da água da chuva, são elementos que são considerados importantes para o projeto. Para esse fim, a idéia principal é constituir um elemento que possa possibilitar uma visão geral das manifestações que ocorrem no solo, através de passarelas. A obra remete a técnicas tradicionais e recebem tecnologias atuais, conectando essas duas realidades que já são incorporadas pelos indígenas e se tornam importantes para manter a qualidade e o conforto que eles consideram relevantes.

Construir e manter um espaço para resguardar elementos materiais e imateriais é levado como prioridade nessa etapa do projeto, buscando a reinterpretação da arquitetura indígena tradicional, tornando-se assim, um elemento que compõem o entorno e que também possa se estender.

A obra possuí sistemas construtivos e espaciais leves, as transições e os espaços interligados de uma relação direta com o exterior ao edifício trazem a sensação de integração total com a natureza. A visão do projeto foi inspirada por uma série de vivências participativas pelo autor, assim como a discussão com os próprios habitantes da região sobre como iria impactar na vida da comunidade.

Para planejar esse projeto, foi necessário compreender como se desenvolve as formas tradicionais de vida da comunidade e os impactos externos, realizar a análise dos elementos físicos, biológicos e socioculturais da comunidade, deste modo, como podreria colaborar para que essa intervenção pudesse se tornar parte integrante da propagação e preservação da cultura local.

Como inspiração para a forma fisíca adotada, o grafísmo Guarani foi estudado e usado como base para conversar com o programa de necessidades préviamente implantado.

109


IMAGEM 93 - Perscpectiva volumétrica, Fonte: Desenvolvido pelo autor

IMAGEM 92 - Croqui, Fonte: Desenvolvido pelo autor

O grafísmo Guarani Mbya, enquanto objeto de estudo e inspiração para o projeto, se torna a expressão de um código natural que carrega profundos símbolismos de proteção, espiritualidade e união entre as pessoas. "Na arquitetura a mandala também ocupa um lugar relevante — embora às vezes passe despercebida. Constitui o plano básico das construções seculares e sagradas de quase todas as civilizações, como a figura no traçado das cidades antigas, medievais e mesmo modernas."

IMAGEM 94- Perscpectiva volumétrica, Fonte: Desenvolvido pelo autor

( 1964, O Homem e seus símbolos, C.G. Jung, p.242)

110


4.6.2 Programa de necessidades

CENTRO DE CAPACITAÇÃO INDÍGENA AMBIENTE

IMAGEM 95 - Perspectiva volumétrica, Fonte: Desenvolvido pelo autor

ÁREA APROXIMADA

Palco de manifestação cultural

30m²

Sala de acervo cultural

40m²

Banheiro masculino

10m²

Banheiro feminino

10m²

Horta medicinal comunitária

20m²

Ateliês

50m²

Oficinas de arte

40m²

Memorial

50m²

Sala de aula

40m²

TABELA 03 - Programa de necessidades, Fonte: desenvolvida pelo autor.

Considerando todos esses aspectos apontados, o projeto faz a conexão direta entre as atividades que ocorrem no interior, com a necessidade real das aldeias. Constituído por elementos presentes na região e provomendo a cultura local, assim como, um elemento vivo e autossustentável, que se torna uma extensão da natureza do entorno.

111


4.7 Composição dos materiais empregados e das etapas construtivas

As etapas construtivas seguem uma linha cronológica específica, com elementos atemporais, sendo um fator considerado como determinante para que esses projetos possam existir, pela própria cultural local. A leveza entre essas conexões foram levadas em consideração para priorizar o sentido de pertencimento ao local.

IMAGEM 96 - Croqui, Fonte: Desenvolvido pelo autor

ELEMENTOS TRADICIONAIS

Grande parte das estruturas recebem amarrações e ligações com técnicas vernaculares, juntamente com elementos interculturais, proveniente da necessidade física exigida pela realidade da comunidade e dos seus habitantes. Os materiais podem ser produzidos no próprio local, como os tijolos de solo-cimento e as estruturas de madeira.

SISTEMA

MATERIAL UTILIZADO

Fundação

Estacas de madeira

Estrutura

Eucalipto , Bambú

Cobertura

Telha de fibra vegetal

Fachada

Solo-cimento

Paredes Externas

Tijolos, blocos de solo-cimento

Paredes internas

Tijolos, blocos de solo-cimento

Esquadrias

Madeira

Pisos - Áreas secas

Solo apilonado

Pisos - Áreas molhadas

Solo-cimento

TABELA 04 - Materiais utilizados, Fonte: desenvolvida pelo autor.

A madeira utilizada nas obras, serão provenientes do reflorestamento . Utilizando em grande parte a espécie eucalipto.

112


A utilização de materias e técnicas locais são adaptadas as realidades da região que as aldeias estão inseridas. A taipa-de-mão preenchem a estrutura das construções e será empregada no projeto.

MEMORIAL E CENTRO DE CAPACITAÇÃO INDÍGENA

IMAGEM 97 - Habitação indígena, Fonte: Acervo do autor

Toras de madeira serão utilizadas nas fundações. O tratamento técnico vai promover durabilidade e proteção para as habitações.

SISTEMA

MATERIAL UTILIZADO

Fundação

Estacas de madeira

Estrutura

Eucalipto, Bambú

Cobertura

Telha ecológica, cobertura vegetal

Fachada

Solo-cimento

Paredes Externas

Tijolos ecológicos

Paredes internas

Tijolos ecológicos

Esquadrias

Madeira

Pisos - Áreas secas

Solo apilonado

Pisos - Áreas molhadas

Solo-cimento

TABELA 05 - Materiais utilizados, Fonte: Desenvolvido pelo autor.

A madeira utilizada nas obras, serão provenientes do reflorestamento, assim, utilizando basicamente a espécie eucalipto.

IMAGEM 98 - Pilares e fundação, Fonte: Acervo do autor

A fundação se torna a mais adequada em relação a resistência, por ser inexistente o tráfico intenso próximo ao projeto, evitando o solapamento das fundações. Esse tipo de sistema, não ocasiona a retirada de solo do local, além de ser considerado como um dos métodos construtivos que menos agridem o meio ambiente.

113


C onclusão O trabalho forneceu um reconhecimento e reprodução de uma linha específica da arquitetura, resgatando valores culturais e de integração social. Os processos construtivos levantados e o dator de onde esses materiais são aplicados nos projetos propostos, foi encarado como possibilidades de gesticular ações reais que podem solucionar lacunas na região estudada. Notou-se a existência de um vasto coteúdo material e imaterial que faz conexão direta com os mitos e práticas ancestrais de uma etnia presente na história do Brasil.

De acordo com as análises efetuadas nesse caderno, foram estipulados projetos estratégicos para cada região, assim como o impacto que essas intervenções pretendem atingir: - Produção e difusão de técnicas de autoconstrução das habitações; - Melhoria das autoconstruções já existentes; - Remoção de elementos que apresentam riscos para os habitantes e ecossistema; - Captação das águas pluviais; - Consolidar um projeto que promova a autossuficiência da região; - Possibilidade de recuperação das nascentes e lagos, provindas do reflorestamento da espécie eucalipto por árvores nativas da região; - Possibilidade de futuros projetos construtivos nas aldeias da região, utilizando matérias primas que serão cultivadas pelos próprios habitantes e desenvolvidas em aulas; - Consolidar as práticas e projetos para a permanência por tempo indeterminado.

As técnicas de construção e de visão arquitetônica tradicional Guarani é uma realidade dentro da comunidade, entretanto, as adaptações que surgiram com o passar dos anos se tornaram extremamente necessárias, se integrando com o modo de vida dos habitantes locais. Foi possível também, abordar e explorar estratégias de sustentabilidade, tanto no aspecto ambiental, quanto no aspecto econômico. Para traçar a linha de raciocínio, foi necessário conviver um período nas aldeias indígenas, realizando pesquisas e diálogos com os moradores. A oportunidade de explorar a fonte de estudo, bem como o papel da arquitetura e o seu processo natural de evolução adotadas pela decorrência do tempo, possibilitou conhecer as necessidades reais das comunidades que ali estão inseridas.

Foi uma experiência essencial para inúmeros aprendizados pessoais e uma fonte de estudos para explorar uma área da arquitetura e do urbanismo que pode contribuir efetivamente com a qualidade de vida das pessoas e da preservação do meio-ambiente.

114


Capitulo V Apresentação do Projeto 115


N Esc: 1:3500

IMAGEM 99 - Imagem aérea, Terra Indígena Jaraguá, Fonte: Google Earth

116


METODOLOGIA

Considerando os estudos desenvolvidos em campo aliado com as pesquisas externas em aldeias, asssim como, projetos que assemelham-se com as necessidade locais apontadas para a realização desse projeto, a metodologia aplicada passa a ser estabelecida com a implantação de um centro onde possa se estabelecer e agregar conhecimentos e ações que envolvam as comunidades locais, assim como, quem busca conhecer a cultura e o modo de vida Guarani, desta forma, demais equipamentos tradicionais, também foram implantados para esse fim O estudo de uma reconfiguração em uma região delimitada dentro de uma das aldeias, baseando na realidade atual que a T.I Jaraguá está inserida, as etapas são descritas para curto e médio prazo , deste modo as propostas são geradas visando a conscientização e técnicas aplicadas, sendo assim, fundamental a implantação de um espaço que se torne um núcleo, possibilitando expandir a visão do projeto por completo, direcionando deste modo, a efetuação das propostas levantadas.

117


Apresentação do projeto 5.1 Programa Geral

5.1.2 Dados Urbanísticos Gerais da Intervenção

Serão considerados como premissas as ações direcionadas aos recursos dispostos nas comunidades e que adequam-se a realidade que se encontram inseridas. O projeto busca uma harmonia entre os elementos que serão implantados, considerando como base a cultura local e a preservação do meio-ambiente: 1º Conferir ao espaço um modo de que a intervenção possa ser vista como um elemento integrado e contínuo no território. 2ª Adequar os programas já existentes, que carecem de um espaço para a propagação das atividades. 3ª Traçar uma linha de raciocínio junto a comunidade, visando atingir os objetivos propostos e expandir para as demais localidades.

5.1.1 Intervenções Estratégicas As intervenções estratégicas traçadas seguem pela análise em campo e pesquisas realizadas nas aldeias da T.I Jaraguá. A conclusão se deu a um planejamento onde fossem desenvolvidos elementos que pudessem ser dispostos no assentamento indígena. Um centro de capacitação e memorial indígena Guarani, oficinas de bioconstrução, casas tradicionais para a venda de artesanatos, banheiro seco, espaço para a criação e manejo de abelhas sem ferrão, assim como, a produção tradicional de mel. O resgate da trilha tradicional e a implantação de uma rota elevada, é empregada como solução para que os habitantes e visitantes da aldeia, possam acessar os elementos dispostos e também promover uma conexão com a regeneração ambiental.

118

Terra Indígena Jaraguá 20.000,00 m² Aldeia Tekoa Pyau 15.100,00 m² Terreno delimitado para intervenção 4.631,27 m²

Memorial e Centro de Capacitação Área Construída Total Taxa de ocupação Coeficiente de aproveitamento Taxa de permeabilidade

1.565,96 m² 1.912,51 m² 4,66% 0,098% 95,33%


Centro de Capacitação e de Memória da Cultura Guarani Projeto

5.1.3 Diretrizes da Intervenção

TEKOARANI

- Centro de Capacitação e de Memória da CulturaGuarani - Regeneração ambiental - Reestruturação viária (Estudo para proposta de habitações e recuperação ambiental, possibilitada pela implantação do Centro de Capacitação.)

Regeneração ambiental

5.1.4 Centro de Capacitação e de Memória da Cultura Guarani A criação do Centro de Capacitação e de Memória da Cultura Guarani está proposta em uma área na Aldeia Tekoa Pyau. Em seu entorno vivem cerca de 700 indígenas da etnia Guarani Mbya, somando seis aldeias, que terão sua cultura, hábitos e modo de vida preservados. O espaço segue traços e métodos construtivos que carregam uma profunda simbologia considerada essencial para a cultura presente no local.

Reestruturação viária

Através do estudo em campo e diálogo com as comunidades, essas propostas levantadas servem como justificativa para a materialização do Centro de Capacitação e do Memorial, como um primeiro passo para futuramente explorar esses levantamentos.

Plano de habitação Estudo de proposta

A visão dos Guarani sobre o tempo de realização de seus objetivos, se diferenciam da cronologia da sociedade não-indígena. IMAGEM 100 - Planejamento Fonte: Desenvolvido pelo autor

119


2

Extensão da Aldeia Tekoá Ytu

Acesso à Aldeia Tekoá Pyau

1 Linhas de Ônibus Existentes Pontos de Ônibus Existentes Novas Linhas de Ônibus

Acesso à Aldeia Tekoá Ytu

Novos Pontos de Ônibus Novas Trilhas de Conexão 3

1 - Estrada Turística do Jaraguá - Linha: Jaraguá

2 - Rua Comendador José de Matos - Linha: Lapa / Sol Nascente

Acesso à Aldeia Tekoá Porã

3 - Rua Antônio Cardoso Nogueira - Linha: Jaraguá

PLANO DE MOBILIDADE URBANA Esc: 1:3500

IMAGEM 101 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth

120

N


PLANO GERAL DE MOBILIDADE 5.2 Estruturação Viária - Setor A Uma nova linha de ônibus turístico tem como objetivo reativar a antiga estrada turística do Jaraguá, trazendo uma proposta que oferece uma alternativa para os turistas que visitam as aldeias, servindo como um dos principais meio de locomoção para as comunidades locais. REVITALIZAÇÃO DAS TRILHAS

Como parte do projeto de urbanização, o resgate de trilhas tradicionais faz a conexão entre as aldeias e aos elementos já existentes, assim como as novas instalações. Os percusos contam com atividades realizadas pela comunidade, como hortas e pontos de reciclagem.

CORREDOR LINHA TURÍSTICA

A T.I Jaraguá fica localizada a 10 minutos a pé da Estação Vila Clarice da CPTM. Uma linha turística servirá como suporte para as pessoas chegarem até as aldeias e retornarem para a estação de trem, assim como, para auxiliar quem possui mobilidade reduzida.

TRAVESSIA DE PEDESTRES IMAGEM 102- Plano de Mobilidade Dados: Topographic Map

121


Corredores ecológicos Fauna para estabilização do solo Agrofloresta Horta comunitária Recuperação ambiental

PLANO DE REGERAÇÃO AMBIENTAL Esc: 1:3500

IMAGEM 103 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth

122

N


PLANO GERAL DE REGENERAÇÃO VERDE 5.3 Plano de Regeneração ambiental - Setor A Áreas onde foram propostas medidas socioambientais específicas como o incentivo ao turismo sustentável, desta forma, o uso sustentável dos recursos naturais e/ou controle de possíveis fatores de agressão ambiental.

INSTALAÇÃO DE FAUNA PARA ESTABILIZAÇÃO DO SOLO

A prevenção de risco de deslizamento com espécies próprias para áreas de taludes, propiciam a contenção da terra na área.

AGROFLORESTA

Exemplares Arbóreos:

- Capim-limão (Cymbopogon citratus) - Citronela (Cymbopogon nardus)

CORREDORES ECOLÓGICOS MATA ATLÂNTICA

Criação e formação de corredores ecológicos utilizando plantas nativas, que são ideais para a sobrevivência de polinizadores e animais dispersores

Área onde foi proposto medidas relacionadas a recuperação ambiental, como recuperação de áreas degradadas e/ou restauração de áreas de preservação das reservas presentes no local.

Exemplares Arbóreos:

- Purpúrea (Echinacea purpurea) - Alfazema (Lavandula latifólia)

Exemplares Arbóreos: - Capixingui (Croton floribundus) - Pessegueiro Bravo (Prunus sellowii) - Maricá (Mimosa bimucronata)

HORTA COMUNITÁRIA IMAGEM 104 - Plano de Regeneração Verde

Dados: Topographic Map

123


Elementos existentes 1- Escola Indígena 2- UBS 3- Cozinha Comunitária 4- Casa de Reza (Opy)

4

3

1

2

Regiões possíveis de implantação de novas habitações PROPOSTA DE HABITAÇÃO Esc: 1:3500

IMAGEM 65 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth IMAGEM 105 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth

124

N


PROPOSTA GERAL DE HABITAÇÃO 5.4 Proposta Geral de Habitação - Setor A A região em destaque recebe a proposta da implantação de 20 novas habitações para suprir a necessidade das famílias, visto que, no ano de 2019 tiveram suas casas destruídas por um incêndio na comunidade. Atualmente, os Guarani necessitam de um espaço para unir técnicas construtivas e promover recursos para suprir essa demanda. As habitações são constituídas por materiais de baixo custo e muitos dos quais podem ser fabricados no local pelos próprios moradores. Essa técnica de auto-construção é essencial para o sentimento de pertencimento para os indígenas.

PRINCIPAL REGIÃO PARA IMPLANTAÇÃO DAS HABITAÇÕES

A distribuição foi planejada levando em consideração o local onde as famílias possuiam suas moradias anteriormente, sendo que, algumas foram remanejadas para as proximidades, decorrente de parte das pessoas acreditarem ser importante não habitar exatamente o mesmo local onde moravam.

Esse planejamento se integra a necessidade da comunidade, assim como, as práticas construtivas desenvolvidas no Projeto do Centro de capacitação que será elaborado. IMAGEM 106 - Proposta de habitação

Dados: Topographic Map

125


Terra Indígena Jaraguá

Região desmatada em 2019 Ribeirão Vermelho Córrego Ferrão PROPOSTA DE REGENERAÇÃO AMBIENTAL Esc: 1:4000

IMAGEM 107 - Imagem Aérea, Fonte: Google Earth

126

N


PROPOSTA DE REGENERAÇÃO AMBIENTAL - SETOR B 5.5 Proposta de regeneração ambiental - Setor B

FITORREMEDIAÇÃO

A recomposição da mata atlântica local tem como objetivo resguardar o avanço de novas áreas construídas, proteger as nascentes e ajudar na qualidade de vida, assim como, do clima.

REFLORESTAMENTO Exemplares Arbóreos: - Capixingui (Croton floribundus) - Pessegueiro Bravo (Prunus sellowii) - Maricá (Mimosa bimucronata)

Essas ferramentas de regeneração possibilitam a contribuição com o tratamentos dos cursos d´água existentes. A relação das aldeias com a aguá é extremamente importante, desta forma, a proposta foi levantada como um fator essencial para desenvolvimento com as comunidades locais.

A utilização da tecnologia que utiliza plantas e comunidades microbianas para extrair e conter contaminantes do solo e da água. Exemplares Arbóreos: - Phragmites australis - Helianthus - Typha

TRATAMENTO DE EFLUENTES

A região possuí unidades industriais em suas proximidades, por tanto, soluções como a Fitorremediação podem contribuir com a diminuição do impacto causado nos corpos hídricos.

IMAGEM 108 - Proposta Ambiental, Fonte: Desenvolvido pelo autor

127


"Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender." Paulo Freire Educador e filósofo brasileiro.

"Nhambo'e jarova hagua he'y arandu, nhamoi vea oikuave hagua ha'egui ojapo haguã. Nhombo'e va'e oikuaa havi nhombo'e vy ha'egui oikuaa va'ema ombo'eju onhembo'e va'epe. " Citação de Paulo Freire, traduzida para o Guarani por:

Fabiano Ijapyre Indígena Guarani, estudante de Pedagogia. 128


Capitulo VI O Projeto 129


IMAGEM 109 - Centro de Capacitação e Memorial da Cultura Guarani 130


O PROJETO 6.1 Centro de Capacitação e Memorial da Cultura Guarani Localização: T.I. Jaraguá, São Paulo, Brasil Aldeia Tekoa Pyau Terra Indígena Jaraguá: 20.000,00 m² Aldeia Tekoa Pyau: 15.100,00 m² Área Construída Total: 1.964,00 m² Ano: 2020

IMAGEM 111 - Aldeia, Fonte: Laura Rachid

As aldeias surgiram e se desenvolveram na região do Jaraguá, dividindo-se entre fontes de recursos naturais e vias de transportes. Foi considerado em todo o projeto símbolos da espiritualidade e tradições culturais desse povo, que estão ligados intrinsicamente com a arquitetura e os equipamentos urbanos instalados. A proposta do projeto é levar elementos de requalificação e reestruturação para essa comunidade indígena, com o objetivo de compreender e resgatar o desenvolvimento de suas formas tradicionais de vida e condiçõe sociais. O principal objetivo levantado através de pesquisas e diálogo com os moradores locais, é de materializar esse espaço para abrigar seus elementos que promoveram o avanço dos objetivos gerais podendo se expandir e auxiliar o futuro da T.I. Jaraguá.

IMAGEM 110 - Aldeia, Fonte: Geosampa

Parte dos elementos atualmente (2020) são inexistentes na aldeia, utilizando á area para descarte de materiais. 131


6.2 Partido arquitetônico e evolução do projeto A criação e manejo de abelhas nativas, faz parte da tradição do povo Guarani- Mbyá. Além da produção de mel, os aspectos de comportamento das abelhas com a colmeia, como a forma de organização e divisão de trabalho, estão enraízadas em muitos mitos e histórias dessa cultura. A base do projeto segue um estudo hexagonal, lembrando a características das colmeias. A forma se destacou por ser mais rigída que a triangular e também por ter uma maior adaptação as curvas naturais do terreno.

IMAGEM 112 - Colmeia, Fonte: UOV

IMAGEM 113 - Croqui, Fonte: Desenvolvido pelo autor

A contribuição do grafismo indígena, vai além da concepção de diferentes formas geométricas, possuí em essência um vasto conteúdo simbólico e representa uma linguagem espiritual e de resistência para cada etnia específica. Após ter estudado diversos simbolos que constituem a etimologia dessa pesquisa, foi escolhido uma forma padrão para conectar os ambientes e assim materializar no projeto, unindo os módulos.

IMAGEM 115 - Croqui, Fonte: Desenvolvido pelo autor IMAGEM 114 - Grafismo, Fonte: História e Cultura Guarani

132


Compreende-se que o pensamento mitíco Guarani é levado com extrema relevância em seu cotidiano. Esse aspecto extende-se também na forma tradicional de se pensar nos elementos construtivos nas aldeias e comunidades. Portanto, realizar suas atividades diárias bem como suas manifestações culturais em um complexo onde o mito leva a sua forma, foi essencial para que o projeto fosse elaborado. Uma das lendas que compõem a mitologia, refere-se a Onça Yaguareté-abá, simbolo de força, resistência e conhecimento. Além de resgatar esse elemento cultural, o projeto pretende materilizar para a comunidade, um símbolo de um maior bem-estar e sentimento de proteção.

"[...] Primeiramente estudou-se a lenda Guarani de Iauretê, de autoria de Kaká Werá Jecupé, na qual uma onça, totem da tribo, pede ao Deus Tupã que lhe transforme em um guerreiro para conseguir participar das festividades que aconteciam na tribo, a transformação foi feita, mas com a condição de que durante o dia seria onça e durante a noite homem. Kamaiurá – a onça – apaixona-se pela índia Kamakuã e depois de várias adversidades casa-se com ela, gerando Iauaretê-mirim – metade homem, metade onça." SOUZA, A. K. M. B. S. Contação de Lenda Guarani na X Semana dos Povos Indígenas, UNISUL, ano 15

SETORIZAÇÃO Complexo de aulas Exposições temporárias/ Convivio Setor Técnico/ Administrativo Exposição permanente

IMAGEM 116 - Croqui, Fonte: Desenvolvido pelo autor

Subdivido em setores que unem as funções próximas, os módulos concentram as atividades que remetem ao desenvolvimento das capacitações, as exposições, e os setores técnicos. O dorso e cabeça da representação da Onça, as patas dianteiras e a calda, dão espaço para abrigar o programa de setorização.

IMAGEM 117 - Onça-Pintada, Fonte: Wallpaper

133


6.3 Programa de necessidades A marquise abrigará as atividades desenvolvidas, que necessitam de proteção contra os intempéries climáticos. Para os Guarani, o fogo é um elemento que deve ser aceso para as suas práticas e contações de histórias, assim como, abrigará a exposição de seus artesanatos e uma área reservada para acampamento e convívio coletivo.

IMAGEM 119 - Jakairá, Fonte: Nhanderykey

JAKAIRÁ

Cada elemento foi projetado para que suas funções se aproximassem dos símbolos da cosmologia Guarani, voltado para as direções cardeais correspondentes, desta forma, carregando seus nomes e concentrando as atividades.

Deidade Guarani representativa das neblinas.

IMAGEM 120 - Tupã, Fonte: Portal dos mitos

TUPÃ

Deidade Guarani representativa das águas.

IMAGEM 118 - Nhamandu, Fonte: Mig

NHAMANDU

Deidade Guarani representativa do Sol.

IMAGEM 122 - Yaguareté, Fonte: JEMS

YAGUARETÉ

AMBIENTE

Apresentações e manifestações culturais Exposição e venda de artesanatos Espaço para camping Circulação

Mito Guarani, símbolo de força, conhecimento e resistência.

ÁREA

129,17 m² 36,41 m² 66,78 m² 56,20 m²

IMAGEM 121 - Maquete 3D, Fonte: Desenvolvido pelo autor

134


EDUCAÇÃO SUSTENTÁVEL GUARANI

AMBIENTE

O projeto se torna como um núcleo de ensino voltado para a difusão e aperfeiçoamento das técnicas de sustentabilidade que os indígenas Guarani possuem em sua cultura. As aulas e oficinas serão ministradas pelos próprios moradores locais, sendo direcionadas a própria comunidade e visitantes que buscam conhecer e aplicar essas técnicas fora da aldeia.

Exposição permanente Exposições temporárias Cozinha Dispensa Almoxarifado Aulas D.M.L. Arquivo Almoxarifado Geral Secretaria Reunião Restauro Convivência Atendimento Refeitório Aulas de pintura Aulas de dança Aulas de língua Guarani Vestiário M. Vestiário F. W.C. M. W.C. F. Circulação

Brizes nas aberturas voltadas para o norte.

N

O memorial abriga artesanatos e pinturas Guarani, com o objetivo de resguardar parte de sua cultura e memória milenar.

CICLO DA ÁGUA

A águal pluvial é captada pelas coberturas e direcionadas aos reservatórios de recepção. Onde passam por filtros de separação de sujeira grossa, assim, é utilizada para fins não potáveis, como a limpeza dos espaços e para a irrigação das hortas.

ÁREA

106,00 m² 36,41 m² 12,56 m² 3,00 m² 9,52 m² 7,96 m² 9,51 m² 12,71 m² 14,21 m² 27,12 m² 17,77 m² 17,65 m² 11,25 m² 33,43 m² 29,80 m² 37,08 m² 37,03 m² 8,78 m² 7,96 m² 14,46 m² 14,46 m² 70,00 m²

IMAGEM 123 - Maquete 3D, Fonte: Desenvolvido pelo autor

A cobertura natural será utilizada como técnica da arquitetura indígena tradicional.

135


6.4 Rota elevada e resgate de trilhas tradicionais Entre os muitos relatos contados pelos Guaranis Mbyá, a milenar rota indígena que cortava a América do Sul de leste a oeste, conhecida no Brasil como "Peabiru" ("pe": caminho; "abiru"; gramado amassado), foi responsável por conectar os povos guarani aos incas do Perú. Essa conexão possibilitou o intercâmbio das diversas culturas indígenas, trocas comerciais e o estabelecimento de cidades. Considerando parte da história dos Guarani e também o motivo da estudos arqueológicos até os dias atuais, o desenho do projeto da rota elevada segue em escala reduzida ao comparada com a "Peabiru", remetendo essa ligação com os pontos da América do Sul onde os guarani possuem conexão. O madeiramento desse elemento, é provinda da espécie eucalipto, projetando a possibilidade de um futuro resgate das nascentes da região e o reflorestamento por espécies nativas da Mata Atlântica.

IMAGEM 124 - Vista aérea da rota, Fonte: Desenvolvido pelo autor IMAGEM 125 -Caminho para Peabiru, Fonte: Educadores

136


6.5 Implantação de novos elementos A rota projetada de forma elevada, segue o formato do caminho “Peabiru”, onde cada patamar se posiciona na altura de um elemento inserido na aldeia ( conforme NBR 9050), chegando até a rampa de acesso ao Memorial e Centro de Capacitação. O terreno possui em parte uma morfologia bastante irregular e essa rota busca auxiliar os morado-

ELEMENTOS PROJETADOS

1-

6

5

1

3 4

2

Rota Elevada

224,97 m²

2- Loja de Artesanato

20,16 m²

3- Espaço de Culinária Guarani

16,57 m²

4- Oficina de Bioconstrução

20,16 m²

5- Meliponicultura

16,57 m²

6- Banheiro Seco

22,08 m²

O solo é importante para a comunidade manisfestar-se culturalmente e práticar suas atividades diárias. O local possui um terreno que varia bastante entre vegetação rasteira e solo aparente. A rota elevada foi posicionada respeitando esses limites e proporciona uma altura sulficiente para que os moradores possam cultivar suas plantas medicinais que não podem ficar expostas diretamente a grandes intempéries climáticos.

IMAGEM 126 - Elementos projetados, Fonte: Desenvolvido pelo autor

Elementos foram projetados para compor o programa proposto e desenvolver a integração das comunidades da Terra Indígena Jaraguá. Um espaço para a criação e manejo de abelhas nativas da região, espaço para confecção e venda de artesanato,venda de comida típica Guarani e pontos para o desenvolvimento de técnicas de bioconstrução, podendo assim, contribuir para o fortalecimento cultural das aldeias. 137

ÁREA


Estrada Turística do Jaraguá 759,00

Rua Antonio Cardoso Nogueira

Acesso a Aldeia

2,27

Acima

759.00

Acesso a Rota Elevada 760.50

759.50

760,00

F

761,00

Fl: 08

Fl: 08

Fl: 08 Fl:

D

08

C

F

Fl: 08

C

762,00 Telhado de Cobertura Natural

5

763,00 764,00

RAMPA DE ACESSO AO MEMORIAL

Fl:

763.00

D

08

N

764.00

762.50

E

Fl: 08

765.50

763.50

Fl:

762.00

764.00

08

B

ACESSO A ÁREA DE CAMPING E BANHEIROS

762.00

763.00

764.75

E

766.25

,4

15

ACESSO MEMORIAL E CENTRO DE CAPACITAÇÃO

4

RAMPA DE ACESSO AO MEMORIAL

Fl: 08

762.50

765,00

ACESSO AO TÉRREO NÍVEL 764

765.50

1

767.00 Fl:

i:3

764.00

0%

764.00

Escala 1:250

767.00

2

3

4

08

A

766,00 5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

i:30%

1

ica

ológ

15

i:30% al Ec loni

767,00

a Co

Telh ica

ológ

a Telh

766.25

i:10% al Ec loni

i:30%

Co

i:30%

764.75

i:30%

o Ruf

i:30%

i:30%

i:30% ógica

i:3

0%

08

B

ógica

ol al Ec loni Co i:30% lha

768,00 Reservatório de água

i:30%

i:30%

Te

(A=12,56 m³)

6

769,00 08

A

i:30%

Fl:

i:30%

3

ol al Ec loni Co i:30%

3

6 Implantação Humanizada 0

a Telh

i:30%

Fl:

770,00 i:3

0%

i:30%

2 771,00

138


Estrada Turística do Jaraguá 759,00

Rua Antonio Cardoso Nogueira

Acesso a Aldeia

Acima

2

759.00

9

759.50

Muro H= 2.5

2

Rota Elevada I=8,33%

S

760,00

TRILHA REVITALIZADA 9

F

J4

08

2,54

4

P2

J7

4

762,00

Meliponicultura

2,53

2

12

HORTA MEDICINAL

5

(A=16,57 m²) P.D = 2.80 m

763.00

P3

2,53

763,00 12

6

2,53

2,53

P2

2,53

Fl:

764,00

2

763.00

2,53

2

Fl:

760.50

2,5 5,6

D

(A=16,57 m²) P.D = 3.00 m

2,54

3,6

C

12

C

(A=20,16 m²) P.D = 3.00 m

Fl: 08

761,00

Fl: 08

Espaço de Culinária Guarani

Fl: 08

Fl: 08

J7

Loja de Artesanato 760.50

760.50

F

D

08

N

RAMPA DE ACESSO AO MEMORIAL S

761.50

764.00

762.50

ro

2

Mu

E

2

Fl: 08

765.50

6

pa Ram 33% I=8,

6

2 H=

2 2,78

Fl:

0 762.00

Banheiro seco Femin.

08

(A=7,63 m²) P.D = 3.00 m

B

2

3,60

6

ACESSO A ÁREA DE CAMPING E BANHEIROS

6

3.0

762.00

Oficinas de Bioconstrução

0

S

764.75

P2

766.25

5,6

S 12

5,99

ACESSO AO TÉRREO

767.00

NÍVEL 764

765.50

O

T

3

9

O2 : 08 Fl

Q

764.00

764.00

765,00 U

M

S

1

2

3

4

5

6

7

5,78

F

8

766,00

Espaço para camping

9 9

10

11

12

13

14

(A=66,78 m²) P.D = 3.00 m

L

764.00

15

1

A 5,2

pa Ram 33% I=8,

I

767.00

V

9

6,04

1,5

P

9

G J

6,01

24

9

J9

764.00

5,2

RAMPA DE ACESSO AO MEMORIAL

R

4

(A=7,63 m²) P.D = 2.80 m

E

762.50

Fl: 08

760.50

2

Banheiro seco Masc.

2

2

(A=20,16 m²) P.D = 3.00 m

J7

5,2

76

2,75

P2

1,5

0

J9

764.00

P2

N

6

4.0

pa m 3% Ra 8,3 I=

76

.5

2

2

3.5

9

76

767,00

CIRCULAÇÃO

5,7

8

K D

Z

13 O2 10

MURO VEGETADO PARA CONTENÇÃO E ESTABILIZAÇÃO DE TALUDE

9

C

5 5,78

0

3

6

1

6

2

3

8

A 12

B

15 6

(A=12,56 m³)

Fl:

E2

B2

H2

08

5,98

6,0

1

9

769,00

G2

A

C2

7

PROJEÇÃO DO PAVIMENTO SUPERIOR

Reservatório de água

22 A2

F2 5,98

5,2

4 Planta Nivel 760/ 761/ 762/ 763/ 764

3 6,0

D2

6,01

3

9

12,01 12,04

1

4

5,2

08

B

768,00

6,07

11

Fl:

23

Y

764.00

5,77

5,98

764.00

764.00

(A=129,17 m²) P.D = 3.00 m 5,77

1,5

3,2

X

(A=129,17 m²) P.D = 3.00 m

(A=36,41 m²) P.D = 3.00 m

Área de apresentações e manifestações culturais

W

Área livre para convivência

Exposição e venda de artesanatos

H

3

5,2

E

766.25 764.75

14

21

9

770,00

N2 20

16

I2

M2

J2

5,9

5,23

9

9

2 771,00

5,98

19 L2

17

K2

6,01

A

6,01

18

772,00

A

770

773,00

139


Estrada Turística do Jaraguá

Rua Antonio Cardoso Nogueira

Acesso a Aldeia

Acima

759.00

759.50

Rota Elevada I=8,33%

Muro H= 2.5

760,00

F

761,00

Fl: 08

F

Fl: 08

Fl: 08

Fl:

C

D

08

760.50 Fl: 08

C

762,00 HORTA MEDICINAL

5

763,00 Fl:

764,00

763.00

D

08

N

RAMPA DE ACESSO AO MEMORIAL 764.00

762.50

761.50

Mu ro

E

Fl: 08

765.50

H=

3.5

Fl:

0

ACESSO A ÁREA DE CAMPING E BANHEIROS

762.00

N

3.0

0

764.75

12

13

14 D

3

Refeitório

8,87

H

Exposição temporária

2,92

5,27

4,4

12,04

08

Reunião

(A=27,12 m²) P.D = 3.00 m

2

2,88

21

9

770,00

3,83

12

767.00

(A=9,51 m²) P.D = 3.00 m

767.00

5,74

J7

3,83

3,28

Arquivo

J4 9

(A=12,56 m³)

9

P2

(A=12,71 m²) P.D = 3.00 m

5,9

Reservatório de água

A2

769,00

J598 5,

5,8

1

1,91

P2

5,87

6,32

1

Almoxarifado Geral

M2

120°

J5

C2

J2

1,9

5,92

D2

P2 3,83

16

767.00

6,0

23

768,00

22

(A=37,08 m²) P.D = 3.00 m

B2

H2

767,00

5,98

J4

Aulas de dança

2,0

767.00

14 N2

P1

E2

J6

G2

3,25

5,85

F2

8

(A=17,77 m²) P.D = 3.00 m

J8

767.00

5,98

2,87

767.00

P2

Restauro

A

(A=14,46 m²) P.D = 3.00 m

J6

767.00

5,08

767.00

Banheiro Masc.

6,01

6

Fl:

5,2

3

3,32

D.M.L

(A=7,96 m²) P.D = 3.00 m

2,04

15

7

767.00

4,35

12

B 6

6

(A=14,46 m²) P.D = 3.00 m

767.00

0,92

5,74

A

Banheiro Fem.

(A=17,65 m²) P.D = 3.00 m

120°

5,78

3

8

J8

Convivência

767.00

2,56

1

2

0

P2

Secretaria

(A=14,21 m²) P.D = 3.00 m

12,03

5,77

5,77 5,74

6,0

9

3

120°

2,45

5

3

J2

9

5,05

11,5

767.00

5,2

1

4

2,48

4,9

Planta Nivel 767,00 Primeiro Pavimento Memorial

C

08

B

3

W

Z

Y

(A=20,17 m²) P.D = 3.00 m

12 P2

P2 3,8

X

3

767.00

P2

10

J8

11

7

(A=106,00 m²) P.D = 3.00 m

Fl:

5,96

120° 5,8

Aula de escultura

P2

(A=7,96 m²) P.D = 3.00 m P2

2,45

P1

Exposição permanente

4,3

P2

Vestiário Fem.

13 O2

24

J4

5,91

767.00

1

120°

767.00

3

(A=8,78 m²) P.D = 3.00 m

4,62

2,9

(A=36,41 m²) P.D = 3.00 m

5,8

766,00

767.00

Vestiário Masc.

60°

K 5,74

(A=37,03 m²) P.D = 3.00 m

5,85

CIRCULAÇÃO

767.00

A

5,2

3

767.00

Cozinha

(A=12,56 m²) P.D = 3.00 m

2,88

E D

Aulas de língua Guarani

(A=3,00 m²) P.D = 3.00 m

J3

120°

766.25 764.75

P

767.00

5,78

120°

P2

Dispensa

(A=33,43 m²) P.D = 3.00 m

9

J

5,1

1,25

5,87

G

6,01

767.00

P1

Fl

J2

L

5,8

2,4

F

15

1

O2: 08 V

J4

2,88

11

767.00

P2

60°

10

P2 1,52

6,04

9 9

2,91

8

767.00

(A=29,80 m²) P.D = 3.00 m

5,2

7

(A=11,25 m²) P.D = 3.00 m

Aulas de pintura

3,73

120°

6

(A=9,52 m²) P.D = 3.00 m

5,18

5

5,78

9

J8

Almoxarifado Aulas

2,55

4

D

5,9

3

U

J1

7,57

Atendimento

5,1

I

3

765,00

T 6,0

2,82

J4

9

J2

Q 9 2

J4

5,2

767.00

M 764.00

767.00

6

R

NÍVEL 764

1

O

S

3

ACESSO MEMORIAL E CENTRO DE CAPACITAÇÃO

ACESSO AO TÉRREO

765.50 764.00

E

766.25

4

ACESSO MEMORIAL E CENTRO DE CAPACITAÇÃO

Fl: 08

762.50

2,88

76

0

6,07

4.0

08

B

5,19

76

2.5

76

20

1,85

2

I2 J2

9

771,00

5,23

5,98

19 L2 17

K2

6,01

A

6,01

18

A

772,00

770

773,00

140


Estrada Turística do Jaraguá 759,00

Rua Antonio Cardoso Nogueira

Acesso a Aldeia Acima

759.00

Muro H= 2.5

760,00

F

Tubo de queda 0%

i:30%

D

08

i:3

ão de

aç Capt

vial

ua plu

de ág

i:30%

762,00 Tubo de queda

Telhado de Cobertura Natural

Telha Colonial Ecológica i:30%

5

0%

ação

Capt

vial

plu água

i:3 0%

C

oló ial Ec Coloni:30%

i:3

Telha

Fl: 08

i:30%

0%

gica

760.50

Fl:

C

i:30%

i:3

i:30%

Fl: 08

Fl: 08

Tubo de queda

761,00

Fl: 08

i:30%

F

763,00

i:30%

i:3 0%

759.50

Fl:

764,00

763.00

D

08

N

RAMPA DE ACESSO AO MEMORIAL 761.50

764.00

762.50

Mu ro

E

Fl: 08

765.50

H=

0

Fl:

ACESSO A ÁREA DE CAMPING E BANHEIROS

762.00

08

B

Telha Colonial Ecológica i:30%

Tubo de queda

76

0

i:30%

3.0

762.00

0

764.75 762.50

Tubo de queda

E

i:30%

Fl: 08

Telha Colonial Ecológica

766.25

7,13

Tubo de queda

765,00

Captação de água pluvial 4

21,3

ACESSO AO TÉRREO NÍVEL 764

a

o de

qued

15,8

o de

3

4

5

Projeção de cobertura natural 6

7

8

9

10

11

13

14

l

15

0,10

2,61

Ca

3

0,75

çã

od

qued

o de

água

0,20

al Ec loni 0% a Co i:3

Reservatório de água

i:30%

i:30%

ap

(A=12,56 m³)

luv

ial Fl:

ial

4,99

08

A

Cap

i:3

0%

água

769,00

7,01

6

6

o de

pluv

taçã

i:30%

gu

11,8

770,00

6

3

768,00 6

ol al Ec loni a Co i:30%

Telh

0%

0

6

0% i:3

od

8

4

Tubo de queda

Tubo de queda

çã

12,4

6,8

4,57

i:30%

Tubo de queda

Telh

ógica

i:3

6 Planta Cobertura

ica ológ

0%

pta

o de

Tub

ira mee

i:3

Ca

nato

bo licar te a Po aren Telh Transp

a

qued

Cu

Tubo de queda

3

3,14

taçã

Cap

767,00

i:30%

0%

B

água

Cobertura Abertura em Shed

i:3

08

o de

ia pluv

i:30%

Fl:

i:30%

6,92

5

1,7

o Ruf

5

Ø0,

i:30%

766,00

0,28

Cumeeira

l

ial

i:30% i:30%

Telh

Tubo de queda ica

i:10% al Ec loni

a Co

Telh

luv

Tubo refletor de iluminação natural

ológ i:30% al Ec loni a Co

ológ

Tub

ap

A

2,6

gu

o de

Fl:

0%

ica

ia pluv

taçã

Cap

a

5,8

pta

766.25 764.75

12

Tubo 08 de queda

i:3

%

2

pluv

6,35

1

767.00

água

taçã

Cap

6,84

1

ial

Tub

6

764.00

i:3 0

764.00

7,01

765.50

Projeção da Edificação

767.00

i:30%

RAMPA DE ACESSO AO MEMORIAL

4

0%

4.0

i:3

76

i:30%

3.5

2.5

76

i:30%

2 771,00

0,75

7,01

Tubo de queda 7,01

772,00

770

773,00

141


PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

1- Área de apresentações e manifestações culturais - 129,17 m² 2- Exposição e venda de artesanatos - 36,41m² 3- Espaço para camping - 66,78 m²

RAMPA DE ACESSO AO MEMORIAL 1,5 S

764.00

765.50

9

N

I

767.00

766.25

1

2 3

4

3,2

S

765.50

764.00

5

6,01

7

8 9

10

8

G

3

Rampa I=8,33%

D

6

F

5,7

E

11 12 13 14 15

7

B

K

B

H

764.00

4

N

1

5 8

767.00

P

764.00

13 11

A

PROJEÇÃO DO PAVIMENTO SUPERIOR

O

9

9

S

10

3

CIRCULAÇÃO

9

3

3

T

5,2

8 B

R

9

5,9

7

3

Q

9

O2

764.00

U

,01 12 ,04

6

764.75

15

12

6

766.25

5,2

1

6,0

2

2

3

Fl: 02

M

9

5,2

C

1

L

9

1,5

5,7

5,7

8

7

5,7

Fl: 02

9

ACESSO A ÁREA DE CAMPING E BANHEIROS

J

12

Fl: 02

O2

A

14 16

N2

E2

Y

F2

6,0

Z

X

5,2

W

6,0 7

1

9

1

6,0

6,0

6

5,9

3

H2

24

5,98

5,98

G2

4

MURO VEGETADO PARA CONTENÇÃO E ESTABILIZAÇÃO DE TALUDE

M2

0

5,2

5,2

Planta Nivel 764,00 Térreo

5,23

1

V

23 5,98

5,98 6,01

19

J2

I2

D2

9

B2

9

20

6,01

C2

2

142

A2 9

21

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

1,5

764.75

4

22

1 Fl: 02

A

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

NÍVEL 764

5,7

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

Rampa I=8,33%

ACESSO AO TÉRREO


Atendimento - 11,25 m² Almoxarifado aulas - 9,52 m² Aulas de pintura - 29,80 m² Aulas de língua Guarani - 37,03 m² Vestiário M. - 8,78 m²

19- W.C. F. - 14,46 m² 20- Reunião - 27,12 m² 21- Arquivo - 9,51 m² 22- Almoxarifado Geral - 12,71 m² 23- Restauro - 17,77 m² 24- Secretaria - 14,21 m²

14- Aulas de escultura - 20,17 m² 15- Aulas de dança - 37,08 m² 16- Vestiário F. - 7,96 m² 17- D.M.L. - 7,96 m² 18- W.C. M. - 14,46 m²

25- Convivência - 17,65 m²

765.50

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES 4

N

I

767.00

766.25

D

1 2

3 4

765.50

764.00

5 6 7

8

F

G

10

8

3

5,7

6,01

E

D

9

11 12 13 14 D

15

5,8

5,74

3

12

5,7

P1

J

5,7

8

7

5,7

7

1.20 x 1.50 x 1.00

J8

5.00 x 0.40 x 2.10

J9

2.15 X 0.50 X 2.00

21

3,28

12

12

1,85

K2 6,01

6,01

19

I2

J2

D2

9

20

9

C2

5,92

5,98 21

143

8

4 6,0

2,8

W

23 A2 B2

9

2

A

2,8 8

120°

8

15 J5

5,98

2,55

5,18 0°

3,83

24

X

8

2,8

6,0 1

J5

Z

J4

5,0

767.00

J2

Y

J4

5,91

5,98

6,0

1,91

P2

767.00

5,1

12

12

14

P1

J7

L2

2,48

0,9 2 2,0 4 3

3,8

2,45

5,05

4,4

2 6,3

2,45

7

,04

5,2

,03

2.00 x 1.00 x 1.50

J7

12

12

4.00 x 1.50 x 1.00

J6

F2

4,3

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

J5

E2

767.00

22

Fl: 02

A

J4

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

2.00 x 1.50 x 1.00

1.20 x 2.10

5,98 H2

O2

V

5,2

J4

P3

J6

1

U

5,2

2.00 x 1.00 x 0.50

P2

5,85

767.00

P2

3 5,8

J3

17

P2

13 0° 12

1.00 x 2.10

P2

2 5,8

P2

17

P2

1 6,0

3.00 x 2.00 x 0.50

8 2,0

J2

4

2.00 x 2.50

16

3,25 J6

5,85

767.00

O

J8

11 P2

2,88

2,87 G2

767.00

5,7

P1

22

J4

Medidas

4.00 x 2.00 x 0.50

767.00

P2

9

Simbologia

J1

20

5,9

Medidas

1

Portas

P2

767.00

4,35

P2

P2 3,83

M2

5,23

Simbologia

N2

Legenda de Portas

Janelas

P2

19 18

23 767.00

T

3,73

3 3,8

2

16

6

25

3,3

J8

10

P2

CIRCULAÇÃO 767.00

P2

1,9

Legenda de Janelas

3

24

12

14

0

1,52

5,2

15

5,2

2

Planta Nivel 767,00 Primeiro Pavimento Memorial

A

9

767.00

2,82

767.00

5,2

4,62

767.00

Fl: 02

8

7

10 J2

2,4

9 A

7,57

767.00

S

9 5,9

3

P1

J4

3

8 B

3

R J4

J2 1,25

J8

9

9

Q

J3

6,0

7

3

9

P

6

1

6

O2

2,9

4

J8

6

5,1

2,9

4,9

5,7

11

764.75 5,19

1

6,0

3

767.00

12

13

5,96

766.25

J2

2,56

8

767.00

0° 11,57

B

N

767.00

5

12

2

5,87

1

8,87

120°

2,92

4

7

4

J1

3

5

Fl: 02

ACESSO MEMORIAL E CENTRO DE CAPACITAÇÃO

M

H 5,8

4

9

L

60 °

767.00 5,7

1

9

K C

5,8

B

7

Fl: 02

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

764.75

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

764.00

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

910111213-

Exposição permanente - 106,00 m² Exposições temporárias - 36,41 m² Refeitório - 33,43 m² Cozinha - 12,56 m² Dispensa - 3,00 m²

5,7

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

45678-


PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

RAMPA DE ACESSO AO MEMORIAL

765.50

NÍVEL 764

4

N

6,84

764.75

767.00

766.25

1 2 3 4

5

0,10

6

765.50

764.00

7

8 9

10

0,75

11

12 13

Projeção de cobertura natural

14

ACESSO A ÁREA DE CAMPING E BANHEIROS

15,86

3

6,9

i:30%

2,61

5,8

eá od çã pta Ca

2

15

gu

i:30

%

1,75

Cumeeira

Fl: 02

B

Tubo de queda

Tubo de queda

ial

Tubo de queda

luv

%

Ø0,5

i:30

B

ap

Fl: 02

Captação de água pluvial

Tubo refletor de iluminação natural

0%

pta

i:3

Ca

21,34

i:30%

764.75

6,35

Rufo

766.25

Projeção da Edificação

Telha Colonial Ecológica i:30%

0,20

Tubo de queda

ial

luv

ap

gu

od

çã

767.00

i:10%

Telha Colonial Ecológica

4

Tubo de queda

Tubo de queda Captação de água pluvial

Captação de água pluvial

3 7,1

3 i:30%

Tubo de queda

Telha Colonial Ecológica

%

0,2

8

Cumeeira

11 ,8

0% i:3

Cobertura Abertura em Shed

i:30

12,48

Tubo de queda

3,14

Fl: 02

Fl: 02

A

i:30%

Cobertura 2 Planta Escala 1:200

Telha Policarbonato Transparente

Telha Colonial Ecológica

i:30 %

2,6

A

i:30

%

4,57

i:3

0%

7,0

1

i:30%

6

Tubo de queda

0%

i:30

i:3

%

4,99

%

Tubo de queda

i:30%

i:30%

6

6 1 7,0

0,75

6

6

Captação de água pluvial

Tubo de queda 7,01

2

7,01

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

3

i:30

0

144

1

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

ACESSO AO TÉRREO

6,8

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

764.00


PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

PILAR PARCIALMENTE APARENTE COM GRAFISMO INDÍGENA

1

Elevação Norte 0

3

6

3 Elevação Sul 3

6

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

0

145

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

DET.07


PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

2 Elevação Leste 0

3

6

MIRANTE JAKAIRÁ ( Guarani: Origem dos bons ventos) Com vista para o Pico do Jaraguá, o mirante promove uma contemplação da natureza e resgata a tradição milenar de estudar a cosmologia Guarani.

DET.06

4

DET.04

Elevação Oeste 0

3

6

MURO VEGETADO PARA CONTENÇÃO

146

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

RAMPA PEABIRU ( Guarani: Terra sem males) A rampa leva a uma caminhada próximo as copas das árvores, que possibilita um passeio de observação de aves, folhas e insetos.


5 Elevação Aldeia 3

6

4,45

0

Altura de viga até cumeeira 3,00 0,4

767,00

2,1

767,00

1,5

1,5

767,00

0,2

766,90

0,72

1

2,1

3

3

3

1,5

1

viga aparente

1

0,4

DET.01

0,4 0,5

Forro de madeira tratada

0,2

3,00

viga de sustentação do telhado

DET.02

01 Corte A 3

6 PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

0

147

767,00

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES


PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

0,12

DET.05

Estrutura interna do telhado aparente

2,1

2,1

1,46

764,00

0,5

0,54

1,5

2,7

Pilar de sustentação da passarela externa

2,7

2,7

Viga estrutural da passarela externa

DET.03

02 Corte B 6

Cumeeira

D 04 Corte Meliponicultura

0,75

6

148

760,00

1

764,00

E 05 Corte Banheiro Seco

Forno artesanal tradicional Guarani

0,2

Cuba cerâmica artesanal Guarani

2,8

2,8 2,1 0,7

0,2

0,1

C 03 Corte Loja de Artesanatos 3

763,00

0,2

0,10

1,2

2,1

3

2,8

1,5 1

760,00

Estrutura interna do telhado aparente

0,57

0,4

0,1

1 0,4

0

Callha para captação de aguá pluvial

0,9

0,2

0,2

1 0,15

Viga de sustentação do telhado

Cumeeira Estrutura interna do telhado aparente

0,2

Callha para captação de aguá pluvial

Cumeeira

0,1

Estrutura interna do telhado aparente

0,8

3

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

0

F 06 Corte Espaço de Culinária Guarani

2,9

0,1

1

767,00

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

767,00

5,84

45º

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES

2,17

3

3,5

Estrutura de cobertura vegetal


PILAR APARENTE PILARES APARENTES DE MADEIRA DE EUCALIPTO TRATADO

TELHA COLONIAL ECOLÓGICA

PINTURA INDÍGENA GUARANI

10 X 5 X30 cm

PINTURA DE GRAFISMO INDÍGENA, CONFECCIONADO POR MORADORES DAS ALDEIAS

CAIBRO INCLIN. 30% PEÇAS DE MADEIRA 15 X 10 cm

ELEVAÇÃO DA ALVENARIA

BLOCOS DE TIJOLOS DE SOLO-CIMENTO COM FERRAGEM DE 10 MM (MALHA DE AÇO E TRILHO)

BLOCOS DE SOLO-CIMENTO 15 X 30 cm

VIGAS DE MADEIRA

CALHA

20 X 30 cm

13 X 10 cm

LAJE DE TIJOLO ECOLÓGICO

DETALHE 01 TELHADO

15 X 30 cm

SOLO

ESC: 1:20

FUNDAÇÃO EM BLOCO DE CONCRETO SIMPLES BASE DE CONCRETO 90 X 50 cm

DETALHE 02 PILAR APARENTE, VIGA E FUNDAÇÃO ESC: 1:20

149


VIGA DE MADEIRA EM V VIGA DE MADEIRA COM FIXAÇÃO METÁLICA EM BLOCO DE CONCRETO 3.90 X 20 cm

GUARDA CORPO GUARDA CORPO EM MADEIRA 1,10 X 0,025 cm

1,5

BLOCO DE CONCRETO FUNDAÇÃO RASA PARA PILAR 80 X 50 cm

ESTRUTURA DE RAMPA EM MADEIRA RAMPA ESTRUTURADA EM MADEIRA, COM ALTURA DOS PILARES RESPEITANDO A INCLINAÇÃO CONFORME NBR 1,50 X 0,10 M

FIXAÇÃO METÁLICA

FUNDAÇÃO RAMPA BLOCOS DE CONCRETO 15 X 30 cm

DETALHE 04 FIXAÇÃO DE PILAR DE SUSTENTAÇÃO

DETALHE 03 RAMPA DE ACESSO AO MEMORIAL

ESC: 1:20

ESC: 1:20

150


COBERTURA SUPERIOR COBERTURA LOCALIZADA NA EXTREMIDADE SUPERIOR DO BRISE, NA CUMEEIRA DO TELHADO

ANGULO E CORES INSPIRADAS NAS CONSTRUÇÕES INDÍGENAS

BRISE VERTICAL DE MADEIRA SISTEMA TRILHO COM ACIONAMENTO POR CORDA COM CANALETA DIMENSÕES RESPEITANDO AS BASES DA ABERTURA

DETALHE 06 BRISE SUPERIOR ESC: 1:20

151

PRODUZIDO POR UMA VERSÃO DO AUTODESK PARA ESTUDANTES


DOMO DOMO PROTETOR E RECEPTOR DE LUZ NATURAL 40 CM DE DIÂMETRO

TUBO DE ALUMINIO 1.60 CM

TRANSFERÊNCIA DA LUZ SOLAR

DIFUSOR LENTE TRANSFERIDORA DE LUZ NATURAL, COM PROTEÇÃO DE RAIOS ULTRA VIOLETA 15 X 30 cm

TELHADO DO PRÉDIO DE CAPACITAÇÃO

DETALHE 05 SISTEMA DE ILUMINAÇÃO NATURAL TUBULAR - MODELO 750 DS

BEIRAL DO TELHADO SEGUE O RECORTE CONFORME INDICADO NA PLANTA DE COBERTURA

ESC: 1:20

EXTENSÃO DE LAJE DO PRÉDIO MEMORIAL

RUFO

EXTENSÃO DE PÉ DIREITO DO PRÉDIO MEMORIAL

EXTENSÃO DE LAJE PARA APOIO DE CALHA CALHA

DETALHE 07 CAPTAÇÃO DE AGUÁ PLUVIAL

CALHA METÁLICA APOIADA SOB A EXTENSÃO DA LAJE DO PRÉDIO FRONTAL

ESC: 1:20

152


EMBIRA

PESSEGUEIRO BRAVO

Legenda de Vegetação Árvores Simbologia Nome Popular

Nome Científico Medidas

Embira

Maricá

Pessegueiro Bravo

Prunus myrtifol 8 a 12m

Angico-do-Morro

Anadenanthera 8 a 12m

Pau - Rainha

Brosimum-Taub 8 a 12m

8 a 12m IMAGEM 127 - Embira, Fonte: Arvores Brasil

ANGICO-DO-MORRO

IMAGEM 128 - Pessegueiro, Fonte: IBL

PAU-RAINHA

Arbustos Maricá

Mimosa

0,5 a 1m

Purpúrea

Echinacea

0,5 a 1m

Alfazema

Lavandula

0,5 a 1m

Falso Timbó

Lonchocarpus

0,5 a 1m

Capim Limão

Cymbopogon

0,5 a 1m

IMAGEM 129 - Angico, Fonte: PP MAC

MARICÁ

IMAGEM 130 - Pau-Rainha, Fonte: Input

PÚRPUREA

TABELA 06 - Legenda de vegetação, Fonte: Desenvolvido pelo autor.

IMAGEM 131 - Maricá, Fonte: Toca do verde

ALFAZEMA

IMAGEM 133 - Alfazema, Fonte: Wikipedia

FALSO TIMBÓ

IMAGEM 134 - F. Timbó, Fonte: Imputbrasil

CAPIM LIMÃO

IMAGEM 135 - C. Limão, Fonte: M. de ideias

153

IMAGEM 132 - Purpúrea, Fonte: Thjardins


154


Dados: Topographic Map

155


156


Dados: Topographic Map

157


158


Dados: Topographic Map

159


160


Dados: Topographic Map

161


C onsiderações Finais Consideram que todos esses elementos podem expressar como é a cultura Guarani. A importância do resgate de aspectos históricos a partir da memória dos habitantes das aldeias, na qual necessitou de um envolvimento e vivência junto às comunidades, foram fundamentais para reconhecer e promover discussões com os indígenas construtores, influênciando na decisão de como solucionar seus problemas de escassez de recursos e questões de recuperação de suas áreas. Ficou bastante claro como as gestões de políticas públicas são essenciais para que haja maior eficiência nas intervenções externas às áreas indígenas.

A arquitetura dos Mbyá-Guarani em São Paulo, contribui para a reprodução e continuidade de sua originalidade. A tipologia arquitetônica da casa tradicional, assim como, os materiais e processos construtivos, são apropriadas ao conceito de desenvolvimento tradicional desse povo, contribuindo com sua memória e com o fortalecimento da resistência. O uso de recursos existentes no local em que vivem, a incorporação de tecnologias externas, bem como a visão em relação à durabilidade dos elementos e às necessidades transitórias estão interligadas, sendo consideradas como essenciais no projeto desenvolvido. Essa arquitetura promove uma dinâmica de construção que se caracterizam-se por ritos coletivos, envolvendo toda a comunidade local, asssim, estabelecendo a organização sociocultural dos indígenas.

A experiência de poder trabalhar juntamente com as aldeias da Terra Indígena Jaraguá, proporcionou um estudo profundo em uma arquitetura complexa de símbolos imateriais, que com muito cuidado e estudo, disponibilizou um resgate em idéias e soluções que podem ser materializadas, contribuindo para as comunidades indígenas do Brasil.

A tipologia arquitetônica culturalmente diferenciada colabora para a construção e a reconstrução dos elementos das suas aldeias, resgatando questões de intercâmbio entre civilizações e de reestruturando o modo de como são observadas pela sociedade externa, estabelecendo assim, um respeito com as tradições nativas desse povo, aspectos que devem ser compreendidospela sociedade não-indígena, pois contitui-se por uma arquitetura diferenciada baseada em referências específicas de cada cultura, seguindo assim, uma cosmologia específica.

Aguyjevete! (Gratidão em Guarani)

162


R eferências Bibliográficas Brasil de Fato. Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/2017/09/14/comunidades-indigenas-guarani-ocupam-parque-estadual-do-jaragua/>. Acesso em: 02/09/2019. Pirituba Web. Disponível em: <http://www.piritubaweb.com.br/>. Acesso em: 01/09/2019. Ambiente Legal. Disponível em: <http://www.ambientelegal.com.br/indios-de-sao-paulo/>. Acesso em: 10/09/2019. Socio Ambiental. Disponível em: <https://www.socioambiental.org/pt-br/tags/guarani>. Acesso em: 02/09/2019. Campanha Guarani SP. Disponível em: <http://campanhaguaranisp.yvyrupa.org.br/>. Acesso em: 22/08/2019. Terra Indígena Jaraguá. Disponível em: <https://terrasindigenas.org.br/pt-br/terras-indigenas/3707>. Acesso em: 01/09/2019. Tekoa na Web. Disponível em: <https://tekoanaweb.wordpress.com/historias-das-aldeias/>. Acesso em: 01/09/2019. ArchDaily. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/search/br/projects?ad_name=main-menu/>. Acesso em: 10/10/2019. Projeto Habitação. Disponível em: <http://rosenbaum.com.br/projetos/yawanawa/projeto-habitacao/>. Acesso em: 12/10/2019. Indígenas do Brasil. Disponível em: <https://brasil.antropos.org.uk/ethnic-profiles/profiles-x/262-325-xukuru-kariri.html/>. Acesso em 15/10/2019. Zona Especial de Proteção Ambiental - ZEPAM. Disponível em: <https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br>. Acesso em: 02/10/2019. Topographic Map. Disponível em: <https://pt-br.topographic-map.com/maps/dfov/Pico-do-Jaragu%C3%A1/>. Acesso em: 07/11/2019. Ofá Design. Disponível em: <https://www.ofadesign.com.br/piv-taruma/>. Acesso em: 27/11/2019. O homem e seus símbolos, Carl Gustav Jung, apresentação: Editora Nova Fronteira Edição 1964. Contação de Lenda Guarani. Disponível em: < http://hoje.unisul.br/12-semana-dos-povos-indigenas/>. SOUZA, A. K. M. B. S. Contação de Lenda Guarani na X Semana dos Povos Indígenas, UNISUL, ano 15. Acesso em: 10/04/2020/>. Projete. Disponível em: <http://projeteee.mma.gov.br/implementacao/efeito-chamine/>. Acesso em: 12/01/2020.

163


164


165


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.