COMO FORMA D E I N OVAÇ ÃO
TUTORIAL
MOTION
ELLEN LUPTON
GRAFFITI ART
Aprenda a fazer um efeito explosivo no photoshop com um tutorial detalhado
Conversamos com a autora de vários livros famosos de design durante sua passagem no Brasil
Um pouco da história e o porquê é uma área tão promissora!
Muito além das pichações de muro, o graffiti influencia como enxergamos a arte e o mundo
Design é a possibilidade de tornar aquilo que estava em suas ideias em algo real e tangível, é um projeto com finalidade que teve uma essência em um rascunho (manifestação gráfica e artística). Ser Designer é ir além de trabalhar com ferramentas, é poder contribuir para uma sociedade que cada vez mais precisa se comunicar de modo claro utilizando recursos visuais evitando ruídos que geram guerras, discussões e divisões. Ser Designer é poder atuar no modo social auxiliando comunidades para seu desenvolvimento sustentável. Designer é simplesmente ser você, aflorar a criatividade que te fazia desenhar nos cadernos e cadeiras da escola. Nasce agora a DC MAGZ, uma revista que pensa em você, para em cada edição abordar temáticas de nosso dia a dia e auxiliar no desdobrar de tanta informação deixando sempre cada vez mais clara e sem como diz lá no nordeste "arrodeios". Bah, uai, sô, mah, afinal, trabalhar com design também é entender a cultura local, suas expressões e mais do quê isto, é entender sobre os signos, nossa querida e temida semiótica. Depois de tudo, parar e simplesmente tomar um café ao som de uma boa música que inspira e nos faz ver exatamente o insight que faltava para começar ou finalizar o job. Sejam bem-vindos, divirtam-se e claro: viva o Design, afinal de contas, o Design está ao seu redor e ele existe por causa de você.
Iran Pontes Editor-chefe e Fundador
Livros de Design
Gramática visual Christian Leborg 18 x 21.5 cm, 96 páginas, Brochura
Design editorial. Jornais e revistas / Mídia impressa e digital Yolanda Zappaterra, Cath Caldwell 19 x 23 cm, 240 páginas, Brochura
Design é a possibilidade de tornar aquilo que estava em suas ideias em algo real e tangível, é um projeto com finalidade que teve uma essência em um rascunho (manifestação gráfica e artística). Ser Designer é ir além de trabalhar com ferramentas, é poder contribuir para uma sociedade que cada vez mais precisa se comunicar de modo claro utilizando recursos visuais evitando ruídos que geram guerras, discussões e divisões. Ser Designer é poder atuar no modo social auxiliando comunidades para seu desenvolvimento sustentável. Designer é simplesmente ser você, aflorar a criatividade que te fazia desenhar nos cadernos e cadeiras da escola. Nasce agora a DC MAGZ, uma revista que pensa em você, para em cada edição abordar temáticas de nosso dia a dia e auxiliar no desdobrar de tanta informação deixando sempre cada vez mais clara e sem como diz lá no nordeste "arrodeios". Bah, uai, sô, mah, afinal, trabalhar com design também é entender a cultura local, suas expressões e mais do quê isto, é entender sobre os signos, nossa querida e temida semiótica. Depois de tudo, parar e simplesmente tomar um café ao som de uma boa música que inspira e nos faz ver exatamente o insight que faltava para começar ou finalizar o job. Sejam bem-vindos, divirtam-se e claro: viva o Design, afinal de contas, o Design está ao seu redor e ele existe por causa de você.
Iran Pontes Editor-chefe e Fundador
Intuição, Ação, Criação. Graphic Design Thinking Ellen Lupton (ed.) 18 x 21.5 cm, 184 páginas, Brochura
facebook.com/editoragustavogilibrasil
Tipos na tela. Um guia para designers, editores, tipógrafos, blogueiros e estudantes Ellen Lupton (ed.) 17.7 x 21.5 cm, 208 páginas, Brochura
twitter.com/editoraggbrasil
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JUL/AGO/SET DE 2016 REDAÇÃO
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Editor-chefe Iran Pontes iranpontes@hotmail.com Editora-geral Raíssa Jappe rajappe@gmail.com Revisão e edição de textos Lucas Donatti Schuch donattilucas@gmail.com
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SHOWCASE
BUSINESS
PARALELO CRIATIVO
ESPECIAL
WORKSHOP
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ROCKETERIA: um projeto criativo e conceitual que mistura e une música, nostalgia, design e pós produção. BATMAN VS SUPERMAN: projeto web que conta com uma arrojada experiência de usuário. POSTERLAB 70's: um poster criado inteiramente com recortes, colagens e sobreposições de papel.
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MARKETING E ATIVISMO DIGITAL: será que essa relação dá namoro? VOCÊ É A SUA MARCA: as vantagens de posicionar sua identidade.
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GRAFFITI: entenda como o grafite é uma arte essencial à história. MOTION DESIGN: um pouco sobre essa área que está em plena ascensão.
ONE ON ONE
CAPA
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ENTREVISTA: conversamos com a designer e autora Ellen Lupton.
DESIGN: descubra a relação do design e sua relevância na inovação.
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INTERFACE: o que fez com que os smartphones se tornassem uma extensão do nosso corpo? DICAS: tudo o que você precisa saber no começo da sua carreira. CRIATIVIDADE DA FÉ: conheça exemplos de trabalhos e profissionais que unem a fé e a criatividade como forma de expressão.
TUTORIAL PHOTOSHOP: aprenda a fazer um efeito tipográfico explosivo nesse super tutorial.
DESTAQUE 56
SEANWES: conheça a trajetória e alguns trabalhos do profissional que fez carreira criando e se aperfeiçoando em hand lettering.
Colaboradores Gabriela B. Lima gabi50@gmail.com Leonardo Santtos leonardo@leonardosanttos.com Mauri Ribeiro mauri.denes@hotmail.com Lucas Benfica lucasbenfica12@gmail.com Victor Maia Mignone victor@elemento.ag Erick Frantto zerosetehome@live.com Flávio Santana flavioasantana@gmail.com Lucas Coutinho contato.lucascoutinho@gmail.com André Rocha andrerochaporto@icloud.com Danilo Cardoso mktaleluia@gmail.com CRIAÇÃO Projeto gráfico-editorial Lucas Donatti Schuch donattilucas@gmail.com Direção de criação Lucas Donatti Schuch donattilucas@gmail.com Fale conosco: dcmagz@designculture.com.br contato@designculture.com.br comercial@designculture.com.br
/designculturebr
Leonardo Fulano Santtos
SHOWCASE
ROCKETERIA CONCEPT
Inspiração z Estamos diariamente em busca dela, procurando por referências, aspirando autenticidade. Nós, os criativos, temos que nos manter inspirados, mas nos tornamos bem mais completos quando passamos a inspirar. Prezando por essa troca, por esse compartilhamento, essa cultura, estamos diariamente buscando e nos preocupando em oferecer boas referências assim como buscando ter de você o melhor referencial. Selecionamos alguns projetos inspiradores de vocês, leitores. Confira e inspire-se!
PÔSTER CONCEITO POR VINICIUS LAURIA Rocketeria é o Estúdio Criativo fundado pelo próprio autor, que também é Diretor de arte e Creative Retoucher. A partir de sua necessidade de espelhar o foco na Multidisciplinaridade, o projeto foi desenvolvido para a publicidade e posicionamento do estúdio, uma soma de música boa, nostalgia, design e pós-produção. Inspirado pelo clássico comercial da MTV que traz um astronauta segurando uma bandeira com a logo do canal de TV, Vinicius partiu do conceito de que o astronauta vive num mundo a parte de certa forma, com seus desejos, seus planos, seus objetivos, num espaço completamente diferente de onde ele é acostumado (forçando-se a se adaptar), mas sempre com a vontade de por os pés no chão ao voltar para casa. Na composição, o astronauta é envolto de vários elementos que representam segmentos do estúdio. Para a imagem e criação do ambiente em cgi, foram utilizados o Cinema 4D, para alguns objetos e modelagem e o Blender, para rendering da cena utilizando o Cycles Rendering. A pós-produção e retoques de cor e volumes, foram feitos no Photoshop CC. DC MAGZ | EDIÇÃO Nº1
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SHOWCASE
Fulano
BATMAN VS SUPERMAN
INTERFACE WEB E ILUSTRAÇÃO POR LEO NATSUME Com uma abordagem conceitual, o projeto de website desenvolvido para o jornal Zero Hora para promover o filme Batman VS Superman conta com uma arrojada experiência de usuário e ilustrações baseadas nos quadrinhos que nos imerge na rivalidade entre Batman e Superman. O projeto foi comandado por Leo Natsume, Bacharel em Design Gráfico pela Universidade Federal de Pelotas. Natsume optou por fazer uma divisão no site: do lado esquerdo o conteúdo relacionado ao Superman e o direito para o Batman. O usuário pode escolher o personagem em que mais se identifica e acessar o conteúdo que conta com as ilustrações e informações que caracterizam cada um além de contar com um histórico de cada personagem no mundo da TV e do cinema.
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SHOWCASE
Fulano
POSTERLAB 70’S
RECRIAÇÃO DO PÔSTER DO FILME TOMMY, POR RAFAEL MIQUELETO Rafael Miqueleto Muller é diretor de arte e bacharel em Design Gráfico pela Belas Artes de São Paulo. O trabalho de Rafael tem um atrativo a mais para qualquer designer gráfico, peças feitas completamente em Paper Art. Sua técnica, recortes, colagens e sobreposições em papel unida a pôsteres de filmes, e mais especificamente filmes dos anos 70, é apaixonante e de uma sensibilidade e percepção extraordinárias e únicas. O filme em questão é Tommy, de Ken Russell, baseado no álbum da banda de rock The Who em contexto com a II Guerra Mundial. Miqueleto conceituou seu belo trabalho no inspirador pano de fundo dos anos 70. Psicodelia, cenários e figurinos altamente expressivos que resultaram numa apurada paleta de cores, formas e elementos. Depois de elaborar um rascunho do projeto, o desenho é vetorizado, aplicando cores e ajustes de luz, usando Illustrator e Photoshop. A partir daí todas as formas são separadas para serem impressas individualmente no papel com suas respectivas cores. Usando papel Canson, Color Plus e Spumapaper. Chegando na parte divertida e que exige uma técnica ainda mais apurada, as formas são recortadas manualmente e coladas com seus devidos ajustes. O elemento de destaque é o rosto do personagem principal, Tommy (Roger Daltrey), muito expressivo, o que pode ser comprovado pelas inúmeras sequências de close-up do filme. Além de mais elementos da história, fechados na estrutura de um Pinball. Rafael conta com um portfólio cheio de grandes trabalhos, como a capa da WBeer Magazine, que utiliza a mesma técnica e vale a pena conferir.
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Gabriela Lima
BUSINESS
Marketing e Ativismo online:
DÁ NAMORO?
Em tempos de busca por imagens mais “orgânicas” ou “humanizadas”, as marcas recorrem aos argumentos que possam se distinguir dos demais concorrentes no flerte, ultrapassando o “você é lindo(a), já te conheço?, você vem sempre aqui?” ou o inflar de peito e mexer cabelos sugerindo serem perfeitos. Sacaram que é algo que soa superficial. Convidam para papear, oferecem um drink sem soar arrogante e discorrem sobre temas socioambientais em alta para mostrar toda a profundidade da sua personalidade. O JOGO DA PAQUERA Fazer marketing é paquerar. Não é uma técnica herdada de extraterrestres, nem das nossas necessidades fisiológicas. O marketing parece ser consequência de uma necessidade de socialização de indivíduos e mercados, fruto de uma tentativa de minimizar esforços em prol de maior retorno, e o principal retorno que nossa espécie visa é o de ser amado(a) e amparada(o) em sua singularidade. Estratégia de sobrevivência, consequência de modelos socioeconômicos ou técnica gerada por distúrbio social? Provavelmente um pouco de cada fator. O marketing não surge quando Kotler escreve em algumas linhas sua definição, e muito menos morre aí. Costumo planejar o marketing comparando com o processo de uma paquera: a escolha do posicionamento (que impressão quero causar), do público alvo (quem quero conquistar e como ele(a) é), do discurso visando a meta (que papo usarei), da avaliação da concorrência (como me mostrar mais atraente que os demais), do ataque dos descontentes (como evitar vexame ou um fora), etc. Em tempos de busca por imagens mais “orgânicas” ou “humanizadas”, as marcas recorrem aos argumentos que possam nos distinguir dos demais concorrentes no flerte, ultrapassando o “você é lindo(a), já te conheço?, você vem sempre aqui?” ou o inflar o peito e mexer cabelos sugerindo serem perfeitos. Sacaram que é algo que soa superficial. Convidam
para papear, oferecem um drink sem soar arrogante e discorrem sobre temas socioambientais em alta para mostrar a profundidade da sua personalidade. Porém, assim como no flerte, as falsas promessas, tratar de temas de forma fútil ou preconceituosa pode gerar conflito. Enquanto a paquera fecha a cara, dá de ombros e solta um “te enxerga”, os usuários de internet tendem a se unir rapidamente em um repúdio coletivo. E quando essa crítica se trata de bandeiras do marketing socioambiental vemos o ativismo digital tomar fôlego. É como imaginar que após ser criticado pela paquera, a notícia não fique apenas entre dois ou três amigos, ela chega veloz até a praça pública e lá as pessoas lhe aguardam para unidas deixar bem claro seu desgosto sobre sua posição sobre um tema. Tanto o êxito como o fracasso na paquera digital, se espalham rápido e intensamente, para o bem ou para o mal. A crise na relação se instaura e as marcas, assim como o(a) sedutor(a) numa balada, recorrem a diversos contra argumentos para preservar sua imagem de bom partido, tendo como maior pavor a infidelidade coletiva.
POSICIONAMENTO Na atualidade, o clima da comunicação tem tornado difícil estar alheio aos conflitos socioambientais que nos cercam e nos exigem um posicionamento. O cidadão comum vive um processo histórico com mudanças cada vez mais velozes, cuja complexidade e abstração o
alienam da sua capacidade de dar rumo à sua vida. E ao mesmo tempo, oferecem grandes possibilidades para realizar novas escolhas para o seu futuro, tendo a tecnologia como importante aliada para conseguir parceiros para os novos anseios, necessidades e projetos. O fato é que o indivíduo moderno tem escolhas a fazer e isso inclui quais bandeiras hastear, de forma que lhe confiram uma autoimagem satisfatória e lhe amenize a angústia solitária das possíveis consequências desastrosas de suas decisões socioambientais. E como as marcas podem de fato conquistar esses indivíduos, ou ao menos evitar essa briga conjugal e levar um fora? Deixando de fingir ser o que não são. Não tratar de temas e realidades que desconhecem ou de forma deturpada. Devem se informar sobre causas socioambientais com propriedade, evitando a superficialidade em seus discursos e o falso “bom mocismo” de suas ações. Não há mistério: técnicas de mediação de conflito são valiosas, monitoramento de discursos é construtivo, um bom planejamento de SAC é fundamental. Mas a velha máxima do flerte permanece: não finja ser quem você não é, isso pode te garantir até um curto tempo de romance, mas além do pé na bunda você ficará com uma péssima fama. E se errou desculpe-se, corrija-se, aprenda sinceramente escutando o outro. Se sua proposta é pegar carona em causas socioambientais, talvez esteja na hora da marca aprender um pouco de civilidade e bons modos. Ativistas agradecem. DC MAGZ | EDIÇÃO Nº1
BUSINESS
Fulano Lucas Benfica
VOCÊ é a sua
MARCA Atualmente, grande parte dos cidadãos busca ter cada vez outras alternativas de renda, seja como forma de conseguir a liberdade financeira e ou de apenas aproveitar uma oportunidade momentânea de “levantar uma grana” para conquistar algo. Empreender é o termo da moda, e cada vez mais crescem as pessoas que querem viver dos seus próprios sonhos e levar uma vida fora dos “padrões normais” de trabalho: preso num escritório entre provavelmente 8h e 18h. Mas não pense que ser freelancer te dará a liberdade de trabalhar menos ou em outros horários. Então, prepare-se para trabalhar provavelmente muito mais horas do que estamos acostumado. Encare essa realidade, ou volte ao padrão.
Eu fui convidado para, nesta primeira edição, falar sobre a vida de freelancer, mas preferi abordar esse tema de outra forma, falando sobre como ser um profissional com marca própria. Não utilizando o termo “freelancer” porque me remete a um profissional que fará o trabalho (quebrará um galho) e depois sairá de cena. Isso ficará subentendido ao longo do texto, mas eu volto a explicar sobre porque não quero usar o termo “freelancer”. E mesmo que você seja “freelancer” nas horas vagas apenas, você deve lutar para que, em determinado momento da sua vida profissional, colocar a sua marca antes de tudo seja o seu objetivo principal, pois só assim o seu investimento (em tempo, em estudo, em computadores, em câmeras, em networking, no estudo e compartilhamento do assunto que você domina, etc.) se justificará. É claro que é importante a organização financeira, a organização de horários, a importância de um bom portfólio, as redes sociais atualizadas, o cartão de visitas, a disciplina, etc. Mas neste texto vamos falar sobre como alavancar a sua marca pessoal, pra que você seja percebido como o UNICO E MAIS PRÓXIMO especialista no que faz, a ponto de as pessoas o procurarem para contratar o seu serviço, e não que você tenha que ficar correndo atrás de clientes. Talvez esse texto possa soar difícil e denso, mas quem quer trabalhar a marca própria precisa pensar muito mais em relacionamento e conhecimento do que quando cobrar pelo job tal e quais os atalhos do photoshop para ternar o trabalho mais rápido. Seja por uma necessidade ou por uma oportunidade, criar o seu próprio caminho, explorar a sua marca e colocar suas habilidades profissionais a serviço da sociedade é, antes de tudo, a vontade de tentar fazer diferente, de mostrar que o profissional liberal, o freelancer, e que depois se tornará empreendedor, tem algo mais a oferecer.
POSTURA PROFISSIONAL Hoje, com o mundo aos nossos pés e onde em poucos cliques podemos estar em contato com qualquer outra pessoa no mundo, não faz mais sentido separar as atividades profissionais das pessoais. A vida dos profissionais do design, do marketing, da comunicação (e até outras atividades que independem disso) e de todas as outras tantas atividades cuja criatividade, o planejamento, as muitas informações a serem absorvidas diz que não se faz mais necessário estar no escritório para trabalhar. Quantas vezes estamos cozinhando, por exemplo e ideia para aquele projeto vem. E quantas vezes estamos cedinho na nossa mesa do trabalho e a ideia não vem!? Só isto já é motivo suficiente para saber que nem todas as pessoas se adaptam a essa rotina que consome muito mais horas do que aquela que está em contrato, não é mesmo? Desde que comecei a melhor formar esse conceito na minha cabeça, e a deixar de dizer que sou “freelancer”, percebi (meio que subjetivamente) que as pessoas que me convidavam para um determinado projeto me tratavam como um Designer! Sim, apenas designer - sem o freelancer (como se estivessem dizendo dentista, arquiteto, motorista, guarda de trânsito, etc), entendem? E isto se dá por causa da sua postura profissional, seja compartilhan-
do seus conhecimentos nas redes socais ou explicando aalgo go em conversas com am amigos. gos Aqu Aqui entra a importância mportânc a do “fazer um traba trabalho ho de graça” graça”, que fa falarei are láá nas d dicas cas e também me lembra embra uma passagem interessante nteressante que li em algum lugar. Essa passagem fala fa a que quando iniciamos n c amos nossa vida v da profissional, profiss ona ao entrarmos em uma empresa empresa, respondemos por e ela. a Com o tempo nessa empresa empresa, partic participando pando ativaativamente dos pro projetos etos e a partir partir do contato com os fornecedores, com os cclientes dores entes e com os parce parceiros ros dessa empresa empresa, você passa a ser conhec conhecido do como o “FULANO da empresa tal”. ta ” Ve Vejaa que você jáá é conhec conhecido do por ser representativo representativo na empresa ta tal, caso contrar contrario o você ser seriaa apenas “o jardineiro ard ne ro da empresa” (ou ou a “moça da cr criação”). ação” Sendo chamado jáá pelo pe o nome (e e se tiver tiver o sobrenome junto unto é me melhor hor aainda), nda comece a exp explorar orar e apresentar-se sempre com seu nome cada vez que encontrar pessoa pessoalmente mente essas pessoas pessoas. Aos poucos, comece a d poucos dizer zer o seu nome comp completo, eto sua profisprofissão, os pro são projetos etos em que você se envo envolve ve (usando usando a marca própria) própr a e depo depoiss a empresa em que traba trabalha ha (se se traba trabalha). ha Algo A go como como: Sou Jun Junior or Santos Santos, repórter repórter. Tenho os pro projetos etos de texto com o sorvete sorveteiro ro Santos traduz traduzindo ndo em pa palavras avras o sabor dos seus sorvetes sorvetes. Também traba trabalho ho com a fotógrafa Ju Juliana, ana onde dou voz às imagens magens de dela. a E atua atualmente mente também sou contratado da Fo Folha ha de São Pau Paulo. o E estou sempre d disponível spon ve para outros pro projetos etos interessantes. nteressantes Perceba que nesta sua nova forma de apresentar-se você está se afirmando afirmando enquanto pessoa e marca e também engrandeceu outros do doiss profiss profissionais ona s que traba trabalham ham com sua marca própr própria. a E para fechar fechar, uma grande marca o contrata por que confia confia em você e no seu traba trabalho. ho Perceba que o “atua “atualmente” mente” de deixa xa subentend subentendido do que você sempre aalmeja me a novos desafios desafios. E se e eles es forem ““interesnteressantes”, me santes” melhor hor aainda, nda jáá de deixando xando subentend subentendido: do não me chame para o seu pro projeto eto que não se sejaa legal. ega Não confunda não ser legal ega com pequeno ou que pague pouco pouco. Nem sempre o d dinheiro nhe ro é o me melhor hor pagamento pagamento, e às vezes um projeto pro eto pequeno cresce tanto a ponto de v virar rar um case de sucesso.
ANTECIPE-SE Ee eiss que eu vo volto to um pouco no texto para exp explicar car porque de deixai xa de fa falar ar que não quero ser um des designer gner freelancer ancer e ssim m um (tão tão e somente somente) Des Designer gner - Cabe Cabeleireiro, e re ro Decorador, Arqu Decorador Arquiteto, teto Fotógrafo Fotógrafo, Jard Jardineiro, ne ro Técn Técnico co em edifi ed ficação cação, Impressor, mpressor Vendedor Vendedor, C Ciclista c sta an anjo, o Doce Doceiro, ro etc. Porque a de cada um de nós carre etc carreira ra começa no momento em que buscamos o pr primeiro me ro estág estágio, o uma oportunidade n dade ou nos oferecemos para fazer um traba trabalho ho para um amigo, am go tio tio, professor professor, etc etc. Devemos começar a constru construirr nossa imagem magem na cabeça das pessoas através não do que sabemos fazer profiss profissionalmente, ona mente mas ssim m sobre como somos, como vemos a v mos vida, da como podemos aajudar udar as pessoas. E na busca pe soas pelo o estág estágios os ou empregos empregos, indiretamennd retamente ag agimos mos ass assim m também também, fazendo uma promessa de como podemos ser úte úteiss naque naquele e local, oca certo?
DC MAGZ ED ÇÃO N 1
PAIXÃO TAMBÉM Fulano
Pensando nisso, comecei a refletir sobre por que já não investimos na nossa marca visual antes mesmo de sair da faculdade (ou de qualquer curso que dê parte da habilidade necessária para exercer a profissão)? Imagine chegar para uma entrevista de estágio ou emprego já com o seu cartão de visitas e entregá-lo ao contrante naquele momento do: muito obrigado, faremos a seleção e qualquer coisa entramos em contato. Certamente isso já seria um ponto positivo, demonstrando pró-atividade e também que somos a nossa profissão independente de trabalhar em uma empresa ou não. Tudo bem você pensar que isto pode soar mal, e que o entrevistador vai pensar que, pelo fato de você já ter um cartão de visitas e se apresentar não como alguém que procura um emprego, mas como um novo profissional do mercado, não se “sujeitará” as regras da empresa e etc. Nada disso! Ninguém nasceu preso e nem com a obrigação de trabalhar para um empresário. Todos somos sim uma marca, e exploramos ela da maneira que acharmos melhor, trabalhando COM pessoas e não PARA pessoas. Isso também mudará a sua visão de marcado, e você começará a tratar diferente os seus “jobs”, que chamaremos de projetos a partir de agora. Jobs passam, projetos vem e voltam. Jobs te dão um pagamento em dinheiro e só. Projetos permitem que você esteja sempre em contato e trabalhando com diferentes profissionais, onde cada um tem seus outros projetos e que por um acaso, você pode ser convidado. Jobs aparecem, dão trabalho e vão embora. Projetos aparecem, nos envolvemos neles e, de acordo com o tamanho que ele tomar, cresceremos junto e estaremos com nossa visibilidade sempre garantida, para clientes que entrem em contato com aquele projeto, para outras pesEsteja disponível e mostre isso Uma vez li uma frase que mexeu comigo: “Se o Obama tem tempo e sempre o vemos em diversos lugares, você é obrigado a ter tempo também.”. A única verdade universal do mundo é a de que todos nascemos com 24 horas, e saber o que fazer com elas é primordial para nos organizarmos. Acorde cedo, faça um esporte (isso te dará energia e bom humor para enfrentar o dia) e você se sentirá mais produtivo. Acordando cedo o dia ficará maior (obviamente), e você terá tempo de fazer tudo o que quer. Dê uma prova do seu trabalho, grátis! Já aconteceu muito comigo de alguém chegar com um projeto incrível para eu me envolver, mas dizer que o orçamento estava bem curto. Eu busco saber mais sobre o projeto, faço questão de participar e sim, digo que o dinheiro a gente pode ver depois. Quando as pessoas são gratas ao que você fez por elas, o pagamento virá com certeza, não se preocupe. DC MAGZ | EDIÇÃO Nº1
soas envolvidas (o que vai gerar, no mínimo, novos contatos), para a sua rede social (já que você estará divulgando e marcando todos os envolvidos no Facebook), etc.
NINGUÉM VAI FAZER POR VOCÊ
SHOWCASE
PODE SER CARREIRA
Perceba que nada que eu falei acima teve a ver com forças universais ou que “é dificil se divulgar e conseguir oportunidades”. Veja que tudo que escrevi até agora tem a ver com pró-atividade, com segurança, com força de vontade e com “faça você mesmo”. O Emicida, um dos meu empreendedores (cantor, designer, empresário) preferidos diz em uma música que: “Irmão, você não percebeu que você é o único representante do seu sonho na face da terra? Se isso não fizer você correr, chapa, eu não sei o que vai.” E se você não percebeu, o Emicida é um cara que circula por vários círculos musicais, convidando artistas que o inspiraram, misturando seu som com artistas de outros gêneros, descobrindo e ajudando novos cantores (ajudar quem está entrando na área também é importante, pois provavelmente eles pagarão pra vê-lo caso você vire um palestrante ou professor daqui um tempo) dá palpite (e desenha) estampas das sua marca de roupas, etc. Ele se envolve nos projetos e faz com que sua marca esteja ligada à vários pontos de contato. Hoje, sua música é vestida, ouvida e sentida. Porque não podemos também trabalhar dessa forma, deixando nosso legado por onde passarmos? Pra que isso aconteça, precisamos estar sempre sendo vistos. E para ajudar vocês a organizarem-se melhor, deixo algumas coisas que estou aprendendo observando a vida de quem quer trabalhar com a marca própria.
Se você tem um objetivo, trabalhe nele todos os dias até completá-lo! Não importa o tempo, você deve fazer de tudo para atingí-lo, um pouquinho todos os dias. É uma marca de roupa e precisa fazer o plano de negócios? Trabalhe nele pelo menos de 30 a 60 minutos por dia. Sim! Almoce mais rápido e dedique um tempo legal para construir seu castelo. Você poderá contar para as pessoas sobre essa construção e já ir criando um público, despertando a curiosidade para quando ficar pronto. Você deve escolher se vai ser especialista ou generalista. Eu prefiro ser especialista, trabalhando, falando e escrevendo sobre design de marcas onde eu tiver oportunidade (seja em casa ou nos grupos de Facebook). Claro que faço outros trabalhos, mas quando optei buscar esse foco, voltei no tempo e percebi que quando criança eu gostava de desenhar marcas de roupa, de carro, de time, etc. Com o tempo, esse discurso vai ser afirmar na cabeça das pessoas e quando elas precisarem desse trabalho, misteriosamente elas lembrarão de você.
Esteja sempre atento. Sim, você deve estar sempre ligado no que está acontecendo com os seus amigos e até com os amigos dos deles. Nunca se sabe quando alguém precisará de um profissional com as nossas habilidades e não sabe, né? Então, converse, pergunte sobre os planos profissionais e diga que pode ajudar caso precise. As oportunidades só aparecem pra quem as cria e as aproveita. Leituras. São dois os livros que vem mudando a minha vida nos últimos tempos. Um deles é o “Segunda-feira nunca mais, do Dan Miller”. Basicamente ele ensina como encontrar o trabalho da sua vida, não sofrer aquela depressão do domingo à noite e ficar ansioso pela segunda-feira para trabalhar no seu projeto maior. O segundo (e o terceiro) são os dois livros de Arthur Bender, chamados de “Personal Branding” e “Paixão e Significado da Marca”. Eles ensinam como construir sua imagem na cabeça das pessoas e também como trabalhar com um propósito, criando um valor para si e sua profissão, e não trabalhar apenas pela satisfação financeira.
NOSSAS UNIDADES: RIO DE JANEIRO
SÃO PAULO
CAMPO GRANDE
LAPA
COPACABANA
TATUAPÉ
DUQUE DE CAXIAS MADUREIRA NITERÓI
DC MAGZ | EDIÇÃO Nº1
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Fulano
SHOWCASE
Fulano
André Rocha
ELLEN LUPTON DC MAGZ entrevista
Acesse o vídeo que Ellen gravou para nossos leitores abaixo!
DC MAGZ: O que o representa na sua vida?
Ellen Lupton nasceu na Filadélfia, Pensilvânia. É designer gráfica, professora e curadora de design contemporâneo do CooperHewitt National Design Museum, em Nova York. Além disso, é diretora do programa de pós-graduação em Design Gráfico do Center for Design Thinking, um núcleo do Maryland Institute College of Art de Baltimore. É autora de uma numerosa coleção de obras de divulgação sobre design, e dentre seus livros mais recentes está Intuição, ação, criação. Graphic Design Thinking e Tipos na tela. No Brasil para ministrar três palestras (Design for Mind and Body) em universidades do sudeste (Mackenzie - São Paulo) e do Sul (PUC PR - Paraná, UFRGS - Rio Grande do Sul), tivemos a oportunidade de sentar e ter uma breve conversa com ela. Conheça um pouco mais sobre Ellen, um dos grandes expoentes quando o assunto é design.
DC MAGZ | EDIÇÃO Nº1
design
Ellen Lupton: Para mim, Design está em cada parte da vida. Então, é como você organiza o seu tempo, sua casa, sua cama, como você arruma o seu prato, mas também é algo público, eu diria uma prática, uma profissão, em que você consegue moldar a forma de se comunicar ao mundo.
DC MAGZ: Sobre ser mulher e designer. Você sofreu ou ainda sofre algum tipo de preconceito no meio profissional? Ellen Lupton: Acredito que nunca tive nenhum tipo de problema, mas é muito importante para mim mostrar a outras mulheres que é possível ter sucesso na área de Design. Então, quando vou discursar em conferências, eu sei que é importante que as mulheres da plateia vejam alguém que não tem medo de levantar e falar, ou fazer os outros rirem. Isso é muito importante para mim, eu já
tive boas oportunidades na vida, mas também sou inspirada por outras mulheres que fizeram sucesso, como Lina Bobardi, etc. Como um grupo nós precisamos apoiar umas as outras, procurando visibilidade, porque ainda há muitos homens bem reconhecidos e poucas as que são bem reconhecidas. Desta forma, sim, é importante para mim vir ao Brasil, sim, é importante para mim falar sobre Design, e eu faço isso também para que as jovens vejam uma mulher fazendo esse tipo de coisa.
Ellen Lupton: Sim, é verdade. Meus livros são “apenas as minhas anotações organizadas”. Hoje em dia eu quase não faço mais design. Eu falo sobre design, escrevo sobre design. E esse é um caminho por onde muitos designers podem seguir. Um dos maiores trabalhos dos designers é educar as pessoas sobre o valor e representatividade do trabalho. Escrever também é design, falar também é design.
DC MAGZ: Hoje em dia, sempre surgem aplicativos e softwares novos. Muitos designers profissionais têm certo receio dessas “facilidades” chegando para os “não designers”. A partir disso, o que você pensa sobre o futuro dessa profissão?
Design. Agora, pessoas conhecem mais sobre fontes, marcas e logotipos, se interessam mais como a marca de uma cafeteria foi planejada. Assim, se tornando no fim das contas bom, já que eles se tornam mais exigentes por Design. Desta forma, ter um pouco de conhecimento não é perigoso para nós. Seria o mesmo em dizer que aprender a tocar um instrumento irá prejudicar o andamento de uma orquestra. Nós nos beneficiamos com mais publicidade, revistas, conhecimento e atenção ao que designers fazem e produzem.
DC MAGZ: Essa é uma forma interessante de olhar para o tema. Além disso, o mundo vai ficar mais bonito e atraente...
Ellen Lupton: Eu não tenho medo, pois quanto mais o público em geral tiver conhecimento de como “tratar uma imagem no Photoshop”, ou “fazer um simples site”, mais eles criam um gosto sofisticado sobre o tema
DC MAGZ: E além de designer, você também é educadora e escritora, já escreveu e publicou vários livros... Como faz para conciliar tudo?
Ellen Lupton: Estou escrevendo “Design is story telling”. É um livro que traz a importância da criação contar uma história. Pois nos centro de cada história existe a ação. Narrativas estimulam emoção, narrativas resolvem conflitos, narrativas engajam sentidos...
Ellen Lupton: Talvez... (risos)
DC MAGZ: Para a gente encerrar, pode falar um pouco sobre o seu próximo livro?
DC MAGZ | EDIÇÃO Nº1
PARALELO CRIATIVO
Erick Frantto
MUITO ALÉM DA PICHAÇÃO Pouca gente sabe, mas a arte do graffiti (palavra inglesa que deriva de “graphic”, tendo como equivalente português, nosso “gráfico”) vai além das pichações em muros e muros e paredes do centro ou periferia da cidade. Essa arte, que na verdade é milenar, vai além de credo, status, vai até mesmo além do material utilizado, em sua composição. Além do conhecido spray, pode-se desenvolver um graffiti usando materiais diversos, como pincel, canetas especiais, rolinho, pigmentos orgânicos, guache, tinta aquarelada, tinta comum e diversos outros materiais. Esse formato de escrita muito comum e inerente a nosso cotidiano não existe apenas há poucas décadas, como a grande maioria imagina. A popularização dessa arte a partir do movimento poético-político de maio de 1968, sob o visual inovador das inscrições nos muros de Paris, faz com que a maior parte de sua história como contribuinte para a Arte como um todo seja ligeiramente apagada. É importante notar que esse tipo de habilidade manual não está ligada apenas à cultura Hip-Hop ou elementos de transgressão e protesto meramente fundamentados numa situação especifica e cultural.
O ESTIGMA
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O MEIO URBANO Apesar de sua existência bastante antiga, datada de quando Roma Imperial ditava as vivencias no planeta (e assumindo visual diferente do qual é propagado atualmente), foi com a amplitude da conhecida
REFERÊNCIAS: www.eduardokobra.com.br www.osgemeos.com.br www.izolagarmeidah.com www.obrunomota.com www.instagram.com/jotazer0ff www.zezaoarts.com.br www.alexsenna.com.br www.binhoribeiro.com.br www.facebook.com/Speto.Art www.cranioartes.com
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ARTE ESSENCIAL À HISTÓRIA
Grandes acontecimentos históricos e movimentos culturais do século XX, de teor protestante e político contribuíram muito para que o Graffiti como conhecemos hoje se tornasse algo ainda marginalizado em algumas situações e locais, mas ao mesmo tempo vangloriado e bem quisto do ponto de vista de quem realmente aprecia a Arte em sua totalidade. Mas a verdadeira história a respeito vigora desde muitos anos atrás, na época do Império Romano, já que o que se é considerado graffiti, na verdade, é compreendido por inscrições caligrafadas ou desenhos pintados em suportes / superfícies diversas e, na maioria, não desenvolvidos para tal ação. O que faz com que essa arte seja tão inusitada e apreciada quando bem desenvolvida. Geralmente, o graffiti é visto como uma mera forma de contravenção e protesto, tendo ficado sem receber grande importância por bastante tempo. No entanto, foi justamente com as ativações inconscientes envolvendo protestos, denúncias sociais, comportamento de dadas comunidades e movimentos de clamor popular, como a cultura hip-hop e os manifestos artísticos do famoso Basquiat, que se tornou uma forma de expressão também artística e incontestavelmente relevante para a história do graffiti.
street art ou arte urbana que o graffiti ganhou nome realmente. Nesse contexto de aplicação artística lançando mão do espaço urbano, o artista aproveita os espaços públicos para interagir com a cidade, seja transferindo ideia meramente artística e/ou também reflexiva, na grande maioria das situações, levando o espectador à uma postura não rotineira em relação à vivencia com seu habitat naturalmente projetado e previsível. Certamente o movimento cultural Hip-hop, com sua abordagem inusitada , recheada de MC’s, Deejays, Bboys, skate, poesia urbana e músicas que estabelecem uma mensagem com batidas repetidas seja o grande responsável por trazer à tona também o graffiti para o cenário artístico atual. No entanto, foi através das mãos habilidosas do artista Jean-Michel Basquiat, que a fama estética e técnica dessa arte se apresentou como relevante ao seu meio. Finalizando a década de 1970, Basquiat despertou a atenção dos periódicos e da imprensa novaiorquina, ao estabelecer um conceito inovador de mensagens poéticas, usando como superfície as paredes dos prédios abandonados de Manhattan. Isso contribuiu para o graffiti e para ele, que ficou conhecido como artista neo-expressionista e um dos grandes artistas do século XX. No mundo hoje, Banksi é facilmente reconhecido como um grande artista de intervenção que usa o graffiti como arma poderosa em suas denúncias sociais. Já no Brasil, entre os grandes renomes atuais da área estão artistas como Os gêmeos, Bruno Mota, Rodrigo Izolag, JohnyC, Jota ZerOff, Eduardo Kobra, Zezão, Alex Senna, Binho Ribeiro, Nunca (Francisco Rodrigues), Speto e Crânio (na verdade, a lista ainda é um pouco mais extensa). Atualmente, o graffiti é visto e apreciado como um tipo de arte direcionado a determinados espaços urbanos (embora não seja ainda um pensamento unanime numa sociedade com bem menos teor reflexivo que épocas anteriores ) e muito utilizado na arquitetura moderna e design de interiores. Essa expressão artística que assume papel importante no Design quando remetida às tendências conhecidas e em alta, como os Lettering e Alltype manuais, acabam por preencher seu espaço mais que merecido: o cenário estético a que pertence por essência e alcançando cada vez mais espaços publicitários e midiáticos em geral.
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OSGEMEOS
EDUARDO KOBRA
Os gêmeos Gustavo e Antônio Pandolfo sempre trabalharam juntos. Quando crianças, nas ruas do tradicional bairro do Cambuci (SP), desenvolveram um modo distinto de brincar e se comunicar através da arte. Com o apoio da família, e a chegada da cultura Hip Hop no Brasil nos anos 80, OSGEMEOS encontraram uma conexão direta com seu universo mágico e dinâmico e um modo de se comunicar com o público. Exploravam com dedicação e cuidado as diversas técnicas de pintura, desenho e escultura, e tinham as ruas como seu lugar de estudo
Kobra começou sua carreira artística em 1987, com 11 anos de idade. Após o desenvolvimento que a arte urbana teve em São Paulo, ele convergiu – com o Studio Kobra, criado na década de 1990 – para uma forma original de muralismo, aproveitando suas características como artista experimental, bom designer e grande pintor realista. Ele também desenvolveu o projeto “Muro de Memórias”, com o objetivo de transformar a paisagem urbana através da arte e trazer de volta memórias da cidade em que ele se encontra. Para suas obras, que remontam ao passado, o artista se utiliza de imagens históricas e tradicionais para produzir murais de cores vibrantes, visualmente detalhados, em que ele pinta, mas também faz sobreposições e interfere com cenas e personagens das primeiras décadas do século XX.
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ZEZÃO
RODRIGO IZOLAG
Zezão começou na década de 90 a conquistar com os seus grafitti espaços subterrâneos da cidade de São Paulo. Inspirado e motivado pela arte de Jean-Michel Basquiat, Zezão sentiuse reforçado no impulso de, com sua arte, abandonar as vias tradicionais e percorrer novos caminhos. Passou a trabalhar em paredes de canais de esgoto e de galerias de águas pluviais, entre dejetos acumulados em casas abandonadas, em becos desertos e em vãos debaixo de viadutos. Desse modo, atraiu a atenção para paisagens urbanas insólitas, das quais muita gente nem quer saber. A seguir, expandiu sua produção artística retirando objetos cotidianos do lixo e da sucata, reformando e montando-os de modo diferente e lhes dando cor, criando-lhes assim uma nova identidade.
Nasceu no Rio de Janeiro em 1983 mas se mudou para Itacaré, na Bahia, aos 7 anos. Estudou artes em Salvador na Universidade Federal da Bahia e em 2004 começou a definir seu próprio estilo aprimorando o uso da técnica de Stencil (uma grande referência no assunto com aplicações em casas abandonadas, prisões, corporações e várias galerias pelo mundo.) Durante o curso de Artes, Izolag começou a pintar murais nas ruas de Salvador e logo tornou sua produção para o desenvolvimento do Stencil. Ele se destacou pelo uso dessa técnica em diversas e variadas cores, algo que não é visto comumente no Brasil e ao redor do mundo.
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Lucas Coutinho
ORIGEM
D E S I G N Motion design, design de animação, videografismo, motion graphics ou simplesmente motion, é uma vertente do design gráfico que mescla princípios de design e cinema. Esse recurso audiovisual é uma das maiores tendências da atualidade em todo o mundo. Conhecido por ser atrativo e eficaz, está presente em comerciais de tv, youtube, video clipes, cinema, shows, propagandas, treinamentos, vinhetas animadas e muito mais! Além do objetivo mercadológico, é também uma forma de expressão artística. Iremos falar um pouco da história e entender porque é algo tão promissor. Então se prepare, porque esse artigo está todo recheado de conteúdo e referências legais!
No final do século XIX, com o surgimento do cinema, o parisiense Georges Méliès, considerado pai dos efeitos especiais, já usava técnicas de stop motion, com cortes de câmera criativos que futuramente originaria o motion design. A partir de disso, sentindo a necessidade de aprimorar “a sétima arte”, com efeitos, aberturas e créditos, diversos outros artistas se esforçaram para produzir movimentos de texto, gráficos, formas e objetos. Naquela época produzir certos tipos de efeitos exigia extrema paciência e um trabalho demorado e todo artesanal. Dentre os grandes nomes e pioneiros, podemos destacar o animador Norman McLaren, considerado por muitos o maior e mais importante criador de animações artísticas de todos os tempos, e o designer industrial Saul Bass. Normam, fez verdadeiras obras de arte, pois desenvolveu suas próprias técnicas. Uma delas foi a de fazer animações direto na película de filme, rabiscando ao som de músicas, como Jazz. Algumas criações ficaram muito famosas, como Dots (1940), A Phantasy in Colors e Boogie Doodle. Saul Bass fez grandes criações como a introdução de “Deu a Louca no Mundo” (1963) e Onze Homens e um Segredo (1960) - Extremamente moderna para a época. Outras aberturas muito conhecidas, são de Um corpo que Cai (1958), Anatomia de um crime (1959) e Psicose (1960).
11 Homens e um segredo
George Méliès
Saul Bass
Norman McLaren
Norman McLaren
Boogie Doogie
Deu a Louca no Mundo
Anatomia de um crime
Vertigo
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PARALELO CRIATIVO
MOTION E A MÚSICA O motion graphics é uma solução também usada em video clipes, e existe uma infinidade de exemplos, separei alguns separei alguns como este de 2003, onde o motion graphics ainda não era forte como hoje nesse estilo de game (mas é bastante atual).
Vinheta MTV
Junior Senior - Move Your Feet
MOTION NA TV
Vinheta Globeleza
Vinheta Jornal Nacional
MOTION E A COMPUTAÇÃO Com o passar dos anos, o design em movimento foi evoluído juntamente com a tecnologia e hoje está diretamente ligado à computação gráfica. Diferente da animação convencional, feita quadro a quadro em 2d com diversos desenhos, como os da Disney, o motion (movimento no espaço da tela e no tempo) usa de diagramas, gráficos, formas, textos e cores, marcados por pontos chaves em intervalos específicos, conhecidos como
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Hans Donner
keyframes. Um dos softwares usados no início da década de 2000, era o Flash MX, da Macromedia (responsável também pelo Fireworks e Dreamweaver), antes da Adobe comprá-los. Na época, os banners animados tomaram a internet, e ainda são vistos em alguns sites de notícias, lojas virtuais e sites adultos. Houveram criações que viralizaram como o vídeo Xiao Xiao. Atualmente o Flash se chama Animate e despõe de recursos mais avançados. Um dos softwares mais utilizados em animações e motion graphics na atualidade são o Cinema 4D e After Effetcs.
Na TV, podemos ver a forte presença do design em movimento em vinhetas e aberturas de programas, jornais e séries. No Brasil, um grande nome foi o alemão Hans Donner, designer da TV Globo responsável pela criação das vinhetas do “Fantástico”, “Globeleza”, “Jornal Nacional” décadas de 1970 e 1980 e “Os Trapalhões”. Se vermos hoje a abertura do Jornal Nacional ou Fantástico, podemos achar estanho e até brega, mas foi um marco para a época. Hoje a Globo se rendeu ao flat design, com vinhetas muito mais leves e limpas. Outra grande referência que não podia faltar nessa coletânea são as vinhetas malucas da MTV. Conhecida pelo design cambiante, a emissora abria espaço para artistas independentes, que produziam montagens, lustrações, colagens e formas abstratas com o logotipo. Foi um sucesso e fez escola. Canais de música como MultiShow e MixTv possuem vinhetas com forte presença do motion na mesma pegada.
Esse é um exemplo de design! Com fotomontagens, colagens, ângulos que lembram o design vanguardista, grids, efeitos de que simulam o moiré (impressão) formas e grids, esse clipe é pura inspiração!
Franz Ferdinand - Take Me Out
Agora um clipe de uma banda que tem fortes influências do design gráfico: Kraftwerk. O grupo alemão, pioneiro na música eletrônica, carrega a tecnologia no sangue. Além das músicas modernas mesmo sendo de 1970 e ainda fazendo turnês mundiais, seus clipes possuem motion graphcis incríveis. Além disso, os shows são marcados por grafismos 3d animados nos telões, proporcionando uma experiência interativa ao público. Kraftewerk - Tour de France
Para fechar a parte de música, um clipe que virou viral recentemente com milhões de acessos e é muito bem produzido. A cantora interage com vários tipos de animação dediversas cores que se misturam com o ambiente e se incorporam de acordo com a movimentação.
Logotipo clássico do Flash
Anitta - Bang
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Fulano
REFERÊNCIAS Para encerrar essa enxurrada de informação, deixo algumas referências de belos trabalhos de empresas e profissionais (animadores, ilustradores, estúdios, agências) que sigo e admiro, para você se inspirar de todo o mundo: Jarbas Agnelli Emanuele Colombo James Curran Ryan Rumbolt Cub Studio Vincenzo lodigiani RADIO Tony Babel Eran Mendel Markus Magnusson Valentin Kirilov Boutaib Yassine Estúdios, agências e produtoras: Ideia Clara Combo Estúdio Bäcker Design & Motion Vetor Zero Março Produções Le Cube Lighght Studio
O PROFISSIONAL Causa impacto visual; As pessoas preferem ver/assistir a ler como textos; Usa linguagens lúdicas que conquistam pessoas de todas as idades; Cerca de 90% das pessoas se recordam de vídeos, mesmo depois de terem visto há algum tempo. Contar histórias é extremamente atrativo e persuasivo. O homem conta história desde que é homem, e as pessoas se interessam por isso. O custo de produção de um vídeo em motion graphics é financeiramente viável em relação à outras produções audiovisuais, como filmagens em locações, atores, equipamentos, etc. Com o motion é possível explicar processos complexos de forma simples e divertida; É possível mesclar linguagens de cinema, games, quadrinhos, design gráfico e diversas outras.
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O motion designer possui conhecimentos de design gráfico, cinema e produção multimídia. Ele pensa não somente as composições mas como tudo isso se movimentará na tela, de forma estratégica e inteligente, para além de informar, chamar atenção do expectador. É um amador de cinema e artes visuais, pois são as principais formas inspirações.
MERCADO DE TRABALHO No Brasil, o motion graphics é produzido por empresas de publicidade, estúdios, escritórios de design e também freelancers. É um mercado grande, pois podem ser criadas peças simples como painéis e letreiros à vídeos com qualidade cinematográfica que contam a história de uma empresa e expõe seu negócio.
DIFERENÇA ENTRE ANIMAÇÃO E MOTION A animação possui personagens e apresenta uma história de forma linear, assim como vemos os filmes da Pixar, Universal, etc... Já o motion, mesmo seguindo em alguns casos storyboard, usa de elementos visuais, grafismos e formas para comunicações diversas. Seja para informar ou contar um história. Tendo sentindo ou não, como animações aleatórias em clipes, vinhetas, etc.
Por fim, deixo aqui o trabalho de conclusão de curso de Rafael Lima, que explica de forma simples o que é Motion Graphics. Confira no link: www.vimeo.com/54689225 Espero que tenha gostado e agradeço por chegar até aqui! O texto é longo, mas é válido conferir cada referência! Peço que compartilhe com amigos se gostou e deixe seu like! Foram muitas horas de pesquisa para produzir um artigo legal pensando em você, leitor, que é nossa inspiração! Grande abraço! =D DC MAGZ | EDIÇÃO Nº1
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DESIGN Fulano
COMO
SHOWCASE
FORMA
D E I N OVAÇ ÃO
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SHOWCASE
Victor Mignone
O design é um disciplina que não é tão antiga assim, na verdade sua primeira escola (Bauhaus) ainda não completou um centenário. Mas nos últimos anos temos visto o quanto essa disciplina vem ganhando espaço, seja no mercado, na academia e até mesmo em conversas aleatórias do dia-a-dia. Todos querem ser designer de algo. Mas está errado? Bem, digamos que não. Quando pensamos no quanto o design já se envolveu com grandes mudanças e quebras de paradigmas no mundo, sem sequer termos um real designer envolvido, chega a ser muito estranho; não é mesmo?! Eu digo que não. O que para muitos o design se resume em realizar algo belo, quase estado da arte; para quem tem o entendimento que o design é uma ciência social que namora com as ciências exatas, percebe o quanto design se distancia da arte. A forma e a função, o design é sobre projeto, exatidão, solução de problemas; e isso é o que irá nos diferenciar de toda e qualquer ciência: a solução de problemas. Como podemos tornar o mundo um lugar melhor?
Simultaneamente, vemos um assunto surgir como um trovão num céu nublado: Inovação. A palavra mais quente do momento, surge no vocabulário de empresas e consultores como o grande fator de relevância e diferenciação que podemos explorar. Mas estariam corretos? INOVAÇÃO: O ASSUNTO DO MOMENTO Nós designers temos a inovação em nosso DNA. Não acredita? Então vamos analisar: a inovação trata-se de resolver um problema de alguém de um forma que não havia sido feita antes, então a inovação pode ser incremental - aquela que ajuda a realizar tarefas de forma mais ágil - ou pode ser disruptiva - aquela que transforma totalmente uma cadeia de produção e quebra paradigmas. Por exemplo, quando você trabalha numa empresa que não possui um sistema eficaz de gerenciamento de tarefas, e você como o designer estudado que é ajuda a implementar um gerenciador de tarefas por equipe e demanda. Ensina todos a utilizarem algum aplicativo como Trello ou Wunderlist; com o tempo a produtividade melhora. Isso è um claro exemplo de inovação incremental. Aplicativos como Easy Taxi e 99Taxis mudaram a forma como chamamos taxis, e mais, ajudaram e melhoraram a for-
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ma de taxistas conseguirem passageiros. Mas a inovação não parou por ai. Em São Francisco, um empreendedor teve a ideia de automatizar e sistematizar a busca por carros executivos, criou-se então o Uber. Alem de criar um novo mercado - táxis executivos - o Uber aumentou uma concorrência, que num livre mercado e uma coisa linda de se ver, criou mais demanda e principalmente resolveu três problemas: • Pessoas que preferem taxis executivos com atendimento VIP agora possuem um recurso; • Oportunidade de diversificação de negócios para taxistas; • Distribuicão de renda através da possibilidade de ter um carro, e no seu tempo livre ofertar o espaco para corridas fretadas. Viu o quanto de paradigmas essas inovações quebraram? Sim, se você ainda se pergunta, esses são belos exemplos de inovações disruptivas. Mas então você se pergunta:
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CAPA
A partir do momento que entendemos que para se ter inovação precisa-se entender as carências dos usuários, então temos design envolvido.
Seus guidelines para cores, símbolos, layout de interface da plataforma, exigências mínimas de qualidade das fotos dos imóveis e daí em diante tem relação com o design. Outra curiosidade em relação ao Airbnb: quando expandiram para a cidade de Nova Iorque, seus fundadores bancaram fotos profissionais de diversos imóveis, por acreditar que fotos espetaculares fariam uma diferença significativa na experiência de uso da plataforma. Isso também é design, amigos!
Posso lhe mostrar alguns pontos onde o design se envolve, mas uma coisa é clara, esteve presente desde a concepção inicial do serviço ou produto. A visão holística que é desenvolvida pelo designer ajuda desde o início da elaboração do projeto, à entendermos os possíveis comportamentos de usuários, o que pode agradar e o que não pode, o que pode vir a ser utilizado ou não. A partir do momento que entendemos que para se ter inovação precisa-se entender o que os usuários anseiam assim como suas carências e necessidades, daí então temos design envolvido. Novamente, design é sobre processos bem estabelecidos e projetos bem construídos, o velho lema “Forma & Função” nunca sairá de moda. Agora faça um esforço e pense em outra startup que se debruçou numa ideia diferenciada e promoveu sua diferenciação através do design para alcançar o sucesso. Pensou? Eu ajudo, pense na Airbnb. A história da Airbnb é fantástica, e durante a árdua fase de desenvolvimento do produto, seus fundadores - que possuem background em design - passaram por diversas situações que a visão holística que um estudioso do design desenvolve, ou como gostam de chamar agora: o Design Thinking, fez diferença. Gosto de lembrar da situação quando o site já havia ganhado algum tração nos Estados Unidos, e então clientes começaram a cadastrar seus imóveis na plataforma. Com o intuito de saber como o usuário da Airbnb se sentia ao alugar um quarto ou um apartamento, toda a equipe da empresa trabalhava de forma itinerante. Como assim? De tempos em tempos, a equipe da Airbnb alugava um imóvel através da plataforma, para trabalhar e dormir neste imóvel. Viver de verdade como um usuário da plataforma, enfim, realmente ir para as “trincheiras” e entender como o usuário se sentiria. Bem, você entende o que é isso? É o design fazendo seu serviço de forma implacável. Esse tipo de dinâmica ajudou a Airbnb se tornar o que é hoje, e isso seria inevitável e aconteceria mais cedo ou mais tarde. Mas até agora só falamos da relação do design com a parte projetual, e envolvendo-se digamos que apenas de forma empírica. Mas o design da Airbnb também tem envolvimento crucial quando pensamos em sua relação estética.
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CAPA
DESIGN TEM COMO RAIZ DE SUA DISCIPLINA A INOVAÇÃO Sabemos que o design bebe direto da fonte da inovação. O cerne de todo bom design está uma ótima experiência do usuário, durante todo o processo. Vejamos o caso da Apple, quando em 1997 Jobs retorna a presidência da empresa e algum tempo depois lança os famosos iMacs G. Se você é novo de mais para se lembrar desse modelo, são os famosos iMacs coloridos que ganharam o coração de 98% dos usuários naquela época; afinal quem não iria querer trocar aquele Desktop de cor Bege, por um computador de formas arredondadas e cores vibrantes?! Para Jobs design era tudo, e ele entendia muito bem que o design não era apenas o visual bonito de uma interface ou as cores diferenciadas no novo computador. A Apple, foi uma das primeiras empresas a adotar a cultura do design.
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Você pode lançar produtos e serviços, em que um ou outro tenha um bom design, mas se sua empresa não for focada completamente em design; você já perdeu. Um caso curioso, o da Motorola quando lançou seus celulares Razr V3; foram um tremendo sucesso mundo afora, todos queria aquele modelo. Era diferente, prático, usual ; talvez sua experiência não fosse a melhor, mas o produto em si superava essas falhas. Agora pense, porque não falamos de mais cases de sucesso da Motorola? Simples, a empresa apostou suas fichas em apenas um produto com design de qualidade, e não absorveu esses valores para o dia-a-dia da marca, já a Apple conseguiu embarcar tudo no que diz respeito do processo de design, respeitando o branding da empresa. A experiência fantástica com a Apple não se dá apenas na interface de seus sistemas operacionais; mas também está refletida em seus produtos, logística, atendimento, embalagem…bem, se você já adquiriu algum produto da Apple, sabe do que eu estou falando.
DESIGN THINKING NÃO É NOVIDADE
OBSERVAR E PROJETAR
Agora, algo curioso vem acontecendo nos últimos tempos. Alguns estudiosos pegaram a forma de pensar e projetar dos designers, “empacotaram” e venderam ao mercado no formato conhecido como design thinking. Para nós que somos designers, formados e estudados, não existe tal coisa como Design Thinking. Pode até ser um nome pomposo dado a forma com que projetamos, mas a realidade é que nossa abordagem projetual, garante uma visão holística e relevante para todos os âmbitos de um projeto que, profissionais que também se envolvem em projetos vendo o sucesso de empresas orientadas ao design, resolveram tentar se “apoderar” e tirar algum proveito dessa vantagem. Mas para que o bom design exista, deve antes de mais nada, existir processo, cautela e método. Sem isso, de nada adianta a aplicação da metodologia do design thinking.
No fundo, design é realmente sobre Observar e Projetar. Quanto mais observador o designer for, melhor para ele e seus projetos e trabalhos. Seu repertório e conhecimento aumentam, suas referências se solidificam e assim o seu processo criativo acaba ganhando recursos importantes para o desenvolvimento do partido final adotado. Entender qual o problema, pensar e conjeturar na solução, entender como os usuários se comportariam e receberiam tal solução, testar, adaptar, lançar, revisitar. Enfim, em todas essas etapas temos a observação como fator importante e relevante para o que chamamos de Product Market Fit, ou seja, a adaptação do produto/serviço para o mercado alvo. E é aí que reside a real inovação, attender uma demanda real, solucionando um problema de fato existente de um usuário ou grupo de usuários.
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Flávio Santana
ESPECIAL
Fulano
80%
ALÉM DA
Com a ascenção dos smartphones no mundo moderno, a soecidade como um todo transformou a forma como ela se comunica. Desde o lançamento do iPhone em 2007, os dispositivos móveis assumiram uma importante função de realizar as tarefas do dia-a-dia, nas redes sociais e nos negócios. Hoje temos escritórios de bolso onde podemos trabalhar praticamente de qualquer lugar através da internet e com ajuda de milhares de apps para uma infinidade de coisas diferentes. Isso também muda o comportamento de como nós utilizamos os dispositivos. Segundo uma pesquisa recente da Google, olhamos nossos smartphones cerca de 150 vezes por dia e o seu crescente uso, fez com que ultrapassasse o número de computadores. Se olharmos um pouco mais a fundo, cerca de 76 milhões de brasileiros possuem smartphone. Mas o que faz que este objeto pessoal se torne uma extensão do nosso corpo? Aplicativos como centro de negócio, tornam a vida das pessoas mais prática e organizada. Desde aqueles 144 caracteres do Twitter ou pedir um taxi com o 99Taxis, se focam em como o produto ou serviço aproximem ideias e causas para trazer uma solução para um problema específico da sociedade. Atualmente, os sistemas operacionais como Android, iOS e Windows Phone tem focado seus esforços para construírem bibliotecas de interface para se
tornarem padrões para que os designers criem seus aplicativos com o objetivo de manter uma única linguagem e padrões de interações. O Material Design, por exemplo, popularizou milhares de novos aplicativos com sua interface flat e com percepção de profundidade enquanto o iOS abandonou a partir da versão 7, o design skewmorphic para focar em interfaces mais limpas e simples.
O PORÉM O grande problema é o fato de que os aplicativos começaram a perder autenticidade a fim de ter uma certeza maior em suas interações, diminuindo a carga cognitiva dos usuários para se utilizar a interface. É muito comum ver vários aplicativos com estruturas parecidas e funcionalidades diferentes, mas é difícil ver um aplicativo que se destaque além de uma interface bonita. O Slack que é um aplicativo de comunicação entre times quebrou esse paradigma de seguir padrões e desenvolveu sua própria interface baseada nas necessidades do usuário e não em questões visuais, onde o valor é percebido em seu uso e não em sua interface. Por outro lado, a padronização se torna um fator para garantir a usabilidade com um padrão já existente, fazendo que usuários comuns dessas plataformas reconheçam padrões e tenham mais facilidade de uso.
FOCO NO USUÁRIO Startups são um ótimas fábricas de ideias e conseguem traduzir a necessidade do usuário em seus produtos digitais. O processo extenso e intenso de UX para entender as necessidades de projeto permite que esses produtos se destaquem mais do que muitos projetos já existentes no mercado. Um ótimo exemplo é o Nubank que traduziu a simplicidade de se usar um cartão de crédito utilizando em um aplicativo como meio de gerenciar a fatura via smartphone. O processo de experiência de uso começa desde o cartão que chega na casa do usuário. A linguagem, o envelope apenas com o cartão, o aplicativo para smartwatch e até o uso do aplicativo fazem que não seja apenas um meio de pagamento físico mas também uma inovação na forma que ele é utilizado. Pensar no usuário como centro é essencial para o sucesso de qualquer produto digital. Os processos envolvidos de UX possibilitam que problemas sejam identificados antes mesmo de existirem. Sabendo quem é o público e como ele consome determinado serviço ou produto faz que as chances de fracasso caiam significativamente.
INTERFACE Com a ascenção dos smartphones no mundo moderno a sociedade como um todo transformou a forma como ela se comunica. Desde o lançamento do iPhone em 2007, os dispositivos móveis assumiram uma importante função de realizar as tarefas do dia-a- dia, nas redes sociais e nos negócios. Hoje temos escritórios de bolso onde podemos trabalhar praticamente de qualquer lugar através da internet e com ajuda de milhares de apps para uma infinidade de coisas diferentes. Isso também muda todo o comportamento de como nós utilizamos e interagimos com esses dispositivos.
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Fulano
SHOWCASE
O UX E OS PROCESSOS O processo de criação de produtos digitais é pensado antes de sua concepção. Vamos imaginar um cenário onde está sendo desenvolvido um aplicativo mobile que gerencie cartões de crédito, como uma carteira virtual. Antes de tudo é preciso pensar quem é o público que será atendido e o diferencial deste produto. User Experience ou experiência do usuário em inglês é o termo que define como um usuário se sente utilizando um serviço ou um produto e ele está diretamente relacionado à questões funcionais e emocionais. Cada processo de UX aborda uma necessidade específica para cada momento de desenvolvimento do produto. Temos processos que trabalham diretamente com estratégia, concepção e entrega. Segundo o blog Arquitetura de informação, podemos dividir estes processos em 5 tipos: Estratégias de Design, Métodos de concepção, Planejamento do produto, Pesquisa do usuário e validação e Design de Interface. Alguns são mais utilizados como testes de usabilidade, personas, teste A/B, entrevistas com stakeholders, wireframes. Todos
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tem seu papel importante no desenvolvimento do produto. Nem sempre um processo é usado da mesma forma em diferentes produtos e por isso é necessário conhecer cada um para saber como e em qual momento utilizar para se chegar em um resultado satisfatório.
ONDE TERMINA? Validar a interface com testes de usabilidade é vital para desenhar as interações que existem no produto. Seja um web app ou um app mobile, o projeto nunca termina quando ele está rodando. Análise de performance, testes e feedbacks para melhoria são como alimentos para saber para onde está indo produto digital. Manter uma relação saudável com os usuários também fazem parte da experiência do usuário. Não existe receita pronta para ter sucesso, mas boas práticas ajudam a manter as coisas no eixo e explora-las agregará valor a longo prazo para todos os envolvidos com o produto.
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ESPECIAL
André Rocha
A IMPORTÂNCIA DA GRAMÁTICA Desde sempre eu fui fascinado por leitura. Lembro-me de quando era bem pequeno ainda e saía com meus pais para algum lugar, eu gostava de ficar lendo as placas dos comércios enquanto passávamos pelas ruas. Também tive a felicidade de ter uma mãe que sempre lia histórias pra mim (apesar de não ter muita paciência pra me ensinar matemática). Eu fui crescendo e a leitura já era algo natural na minha vida. Não tive dificuldades em “ter que ler” livros para vestibulares e nem mesmo na faculdade. Hoje, atuo na área de criação. Como criativo, o hábito da leitura é um parte natural e de extrema importância em meu trabalho. Leio muitos livros, sites, blogs, etc… Entretanto, tenho visto muitos erros de gramática que chegam a ser grosseiros. Não tenho uma postura radical e entendo que muitas pessoas não tiveram a oportunidade de estudar, pois no tempo em que tinham que estar na escola, estavam, obrigatoriamente trabalhando e isso é muito corriqueiro em nosso país. Mas a partir do momento que você precisa se expor com algum texto (seja na internet ou não), a escrita passa a ser uma chave que pode lhe abrir muitas portas. E uma coisa é certa: quanto mais você ler (conteúdos confiáveis), menor será a possibilidade de você errar. E como supracitado, não estou falando de uma postura radical, pois só erra quem se arrisca. Estou falando de você estar preparado para uma redação de vestibular ou de alguma entrevista de emprego para que no momento chave, você não escreva coisas do tipo: “conserteza”, “AGENTE VER você através do vidro”, “ENpressora”, “VOU ESTAR MOSTRANDO” e por aí vai… Talvez alguém fale que a educação do nosso país é uma tristeza, as escolas são cheias de mazelas e… Enfim… Tudo isso tem alguma verdade. Mas isso, sinceramente, não é desculpa. Sempre estudei em escola pública, morando em bairro de periferia (morei até em lugares com esgoto a céu aberto, sem iluminação “nas ruas”, também conhecido como favela).
Mas em um dado ponto da minha vida eu cheguei ao entendimento de que o único caminho para que eu crescesse, era o caminho dos estudos. Só dessa forma eu teria condições de receber propostas além das que eram oferecidas por “amigos” com a intenção de me “ajudar” a obter crescimento rápido e fácil. Enfim, vocês entendem o que quero dizer… (E vejam onde estou: colunista do maior blog sobre design e inspiração do país!) Sei que é difícil para muitos acompanhar as reformas gramaticais que se renovam de tempos em tempos por meios oficiais e por nosso jeitinho brasileiro (vide Vossa Mercê -> Vossemecê -> Vosmecê -> você -> cê -> vc – só pra citar um exemplo). Porém, não nos enganemos: em nossa área de atuação, se dispor de uma gramática razoável não é um diferencial. Será apenas um diferencial se “nivelarmos por baixo” a conversa. Uma gramática boa é uma premissa. Pode muito bem nos abrir ou fechar portas. É bem certo de que o seu entrevistador sabe ler e escrever muito bem. A galera do RH também e muito provavelmente seu chefe, portanto tire um tempo e dedique um pouco da sua atenção à nossa língua que é tão rica. Com certeza fará toda a diferença tanto na sua vida pessoal quanto profissional.
Você tem em suas mãos um riquíssimo material. Tenho plena certeza de que ao menos uma matéria nessa revista, vai ser – ou está sendo – de grande utilidade pra você. Já eu, estou escrevendo para o blog uma série de posts com dicas valiosíssimas para quem está começando. É bem provável que no inicio de nossa caminhada não saibamos os termos técnicos que são usados em nosso dia a dia de criação. Ou mesmo os variados tipos de impressões direcionadas para cada tiragem, material, etc. Muitos de nós, infelizmente não nos atentamos a gramática – que é de suma importância para o nosso trabalho. Pois bem, começar nunca é fácil. E nada como uma ajuda extra pra inspirar e informar. Pensando nisso, nessa matéria você vai ver um compilado de algumas das dicas que já postei no blog e algumas que escrevi exclusivamente para a revista. Vamos a elas? DC MAGZ | EDIÇÃO Nº1
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ESPECIAL
Fulano
Impressão Offset
Para altas tiragens. Oferece excelente definição e aceita cores especiais. É o tipo de impressão mais comum na indústria gráfica. Utiliza matriz de chapa de alumínio para reprodução, tintas pastosas à base de óleo, imprime em todos os tipos de substratos e demanda algum tempo de secagem. Aplicações: Revistas, livros, papelaria em geral, materiais promocionais diversos.
Isso acontece com todos nós: Você está viajando, vendo blogs, compartilhando fotos, quando, de repente, sua conexão com a internet desaparece!!! E aí você se encontra com o olhar perdido sem entender o que fazer com a sua vida sem internet… Eu sei, não é fácil… Porém, good news!!! Existem uma infinidade de coisas que você pode fazer sem internet. Vamos a elas:
Impressão digital
Trabalhe sem distrações
Baixa tiragem (inclusive uma única cópia). Possui excelente definição e oferece prazos curtos. É um sistema de impressão moderno reproduzido diretamente a partir de um arquivo digital. Utiliza tintas ou tonners, imprime em variados tipos de papeis e proporciona secagem rápida. Sim, também conhecida como a impressora que temos em casa. Aplicações: Materiais promocionais em geral, impressos personalizados, bonecos (por exemplo: você precisa imprimir 1.000 cardápios/panfletos. Antes de mandar pra gráfica, é interessante que você imprima um “boneco” – um exemplar do arquivo).
Plotagem
Para grandes formatos, adesivos para recorte. A plotter é um tipo de impressora digital destinada a grandes formatos e diversos tipos de mídias, como tecidos especiais, lonas, adesivos e plásticos. Também utilizada para recortes de adesivo vinil e até placas de PVC. Utiliza tintas à base de solvente e látex. Algumas mídias exigem maior tempo de secagem. Aplicações: Banners, faixas, placas, decoração de ambientes, sinalização, adesivos.
Rotogravura
Para altíssimas tiragens (geralmente editoriais e industriais). Tem uma boa definição. Sistema de impressão com alta capacidade de reprodução por matriz. Utiliza tinta líquida a base de água ou solvente. Impressão em papéis e plásticos. Aplicações: Embalagens, rótulos, revistas editoriais.
Flexografia
TIPOS DE IMPRESSÃO São muitos os tipos de impressões e é sempre importante saber o tipo adequado de impressão para cada tiragem (alta ou baixa, ou seja, muitas ou poucas unidades), tamanhos, prazos, qualidade, etc. Lembro-me de meu começo na área da criação. Por vezes eu ficava vendo a galera falar sobre as impressões e seus termos técnicos. No começo eu ficava meio que boiando. Mas nada como estudar e praticar pra aprender. Saber sobre as formas adequadas de impressão vai fazer com que você ganhe tempo com o seu cliente e também com a gráfica que não vai precisar te devolver o arquivo ou cobrar de você pra “refazer” o trabalho. Então, sem mais delongas, vamos aos tipos de impressão: DC MAGZ | EDIÇÃO Nº1
O QUE FAZER SEM INTERNET
Para altas tiragens. Oferece uma definição média. Aceita suportes flexíveis além de papéis. Sistema de impressão especializado em embalagens. Matriz de borracha flexível, tinta fluída a base de água ou solvente. Impressão em plásticos e papéis. Aplicações: Sacolas plásticas, rótulos, etiquetas, embalagens cartonadas.
Serigrafia ou silkscreen
Geralmente para pequenas e médias tiragens. Oferece grande variedade de suportes e aplicações bem como em superfícies irregulares. Possível aplicação de verniz localizado. Matriz gravada em tela a partir de fotolito. Recebe tintas diversas de acordo com o suporte. Atinge melhores resultados com traços e vetores, porém baixa definição para retículas. Aplicações: Camisetas, substratos diversos.
Acredite ou não, os criativos estavam usando computadores sem internet muito antes do Facebook, Twitter, Instagram e até mesmo e-mail se tornarem onipresentes. Você pode descobrir que você é muito mais produtivo sem uma conexão constante. Muitos de nós criativos que todos os dias nos sentamos em frente ao computador temos desenvolvido DDA (Distúrbio de Déficit de Atenção) grave quando se trata da web. Muitos pensam e acham comum a cada quinze minutos de trabalho, merecer pelo menos, 10 minutos de meios de comunicação social e/ou tempo de blog. A primeira coisa que você pode fazer como um criativo sem conexão à Internet é voltar ao trabalho.
Planeje
Muitos freelancers têm um fluxo de trabalho que é tão ligado à Internet que legitimamente não pode continuar sem ela. Nestas circunstâncias, procurar atividades de trabalho secundários que podem ser executados offline. O planejamento é uma necessidade enorme para freelancers e colaboradores. Às vezes ficamos tão ocupados fazendo malabarismo com dez projetos que nós não temos o tempo que precisamos para sentar e efetivamente planejar como as etapas de cada projeto vão progredir ou mesmo estabelecer qual projeto tem prioridade sobre os outros. Use o tempo offline para programar adequadamente projetos que você está trabalhando atualmente e os que estão chegando.
Faça esboços
Se você tem algum projeto em andamento ou em mente, começar a esboçar possíveis layouts de site, logotipo, etc. É perfeitamente possível você ter cinco, dez, vinte ideias para uma única peça. Isto pode soar como muito, mas lembre-se que eles não são feitos para serem desenhos detalhados, mas esboços rápidos. Tendo tantas versões exclusivas você se verá “obrigado” a realmente expandir sua bolha criativa e pensar fora de qualquer concepção óbvia.
Visite o mundo real
Ocasionalmente, essa tática vem a calhar quando estou trabalhando em um projeto de design. O ponto é: não importa o tipo de projeto. Se aventurar fora de seu escritório pode fornecer uma rica experiência inspiradora para complementar a costumeira busca por referencias na internet. Por exemplo: se o seu cliente é do ramo da moda, experimente visitar algumas lojas correlatas e mergulhe num mundo de texturas, cores e emoções! Além de visitar uma loja específica para a indústria que você está trabalhando, existem vários outros locais que você frequentar como museus de arte, livrarias, shoppings, parques, etc.
Fotografe
Já que você vai fazer aquela visita ao mundo real, aproveite e leve uma câmera fotográfica. Mesmo não sendo um fotógrafo, com uma câmera você pode passar a ver o mundo de forma diferente. A fotografia vai lhe permitir perceber representações mais atraentes dos objetos. Faça fotos aleatórias de objetos e paisagens e pense em como você pode usar cores naturais e texturas em seus projetos. Além de inspiração você pode abrir caminho para um hobby que pode até se tornar uma habilidade comercial. E mesmo que não se torne comercial, você vai ter a satisfação de poder quebrar a rotina do dia a dia sempre que quiser.
Use o Photoshop para diversão ao invés de trabalho
Lembra quando você descobriu pela primeira vez que você poderia fazer coisas legais com o Photoshop? Naquela época era tudo diversão: instalar brushes, patterns, actions, novas fontes, etc. Bons tempos hein… Mas agora que você é um designer profissional e abrindo um programa Adobe provavelmente significa que você está fazendo algo para um cliente (e, portanto, tem muito menos liberdade para brincar). O Photoshop CS6 e CC trouxeram uma tonelada de novas funcionalidades úteis que muitos de nós provavelmente ignoramos simplesmente porque não temos tempo para aprendê-las. Particularmente, eu adoro descobrir novidades do Photoshop e usá-las para me divertir. É uma de minhas terapias. Na próxima vez que você estiver no seu computador ou tablet em um ambiente offline considere fazer um “absurdo”: abra o Photoshop e brinque um pouco. Faça algo aleatório com todas as características que você não conhece. Tente reproduzir algumas técnicas que você viu recentemente quando estava online. E o mais importante: pratique as coisas que talvez sejam difíceis pra você (como recortar o cabelo ou a ferramenta caneta). Como criativo, melhorar suas habilidades no Photoshop certamente não será tempo perdido!
Leia
A leitura é uma excelente maneira de investir em tempo offline de forma produtiva. São tantas e tantas publicações (a Bíblia, romances, livros sobre design) que fica até difícil indicar títulos. Enfim, leia e seja feliz!
Escreva
Escrever é mais um campo onde os criativos podem florescer. A expansão de blogs tem levado uma grande quantidade de criativos para se realizarem escrevendo um tutorial ou artigo sobre design, moda, fotografia, etc. Como o Photoshop, a escrita me proporciona não só uma outra maneira de me realizar, mas também uma motivação para que eu aprenda mais, crie mais. Espero sinceramente que essa matéria tenha lhe ajudado de alguma forma ou lhe inspirado nesse início de jornada. O mundo da criação é fascinante na maior parte do tempo. Os percalços são apenas degraus para subirmos e crescermos cada vez mais. Não deixe que nada e nem ninguém abale sua criatividade. Grande abraço e bons estudos! DC MAGZ | EDIÇÃO Nº1
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Danilo Cardoso
Q
uando falamos de criatividade e design, dificilmente pensamos em religião, principalmente no cristianismo, afinal, parece ser tudo muito chato e teológico demais, mas partindo do ponto de vista bíblico, a visão criativa deveria ser natural para os cristãos, uma vez que nos primeiros capítulos de gênesis vemos a história do Deus que criou as coisas mais belas e fascinantes do nosso mundo, incluindo o homem à sua imagem e semelhança. Mesmo que você não acredite nisso, há de concordar pelo menos que a bíblia é um belo exemplo de storytelling, sem falar que foi fonte de inspiração para grandes artistas da nossa história. Sabendo disso, não entendo porque tem gente que acha que a fé mata a criatividade quando na verdade alimenta. Te convido a conhecer comigo alguns trabalhos de igrejas, agências e profissionais que usam a fé como fonte de inspiração para os seus trabalhos criativos. Esse não é um texto sobre religião, aliás, talvez até seja um pouco, mas com certeza é bem diferente do que se lê por aí na maioria das vezes, o objetivo até a última letra desse artigo é mostrar como a fé pode ser criativa, como ela pode ser pensada fora da caixa e como o seu conteúdo pode ser apresentado de forma muito mais atraente e inteligente do que estamos acostumados a ver.
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ESPECIAL
Fulano
IGREJA COM IDENTIDADE Estamos acostumados com o estilo tradicional das igrejas, sejam elas evangélicas ou católicas, o padrão de comunicação visual é, na maioria das vezes, muito sóbrio por se tratar de algo sacro ou, em alguns casos, de muito mal gosto mesmo. É até compreensível que isso aconteça nas igrejas talvez porque o foco é o ensino, mas imagine como seria interessante se pudéssemos manter a teologia e a apresentássemos com uma nova roupagem, mais criativa e contextualizada com a nossa realidade, da identidade visual da igreja ao slide com letras de música durante o período de louvor, design impresso de qualidade e vídeos bem produzidos. Lá fora já conhecemos o portfólio da Hillsong, mas por aqui nós também já temos algumas igrejas como a Gravidade Zero de Arujá-SP, a Ponte em Recife e a Igreja no Cinema em Curitiba (INC) que estão fazendo um trabalho maravilhoso. Essas igrejas exploram com excelência os conceitos de identidade, comunicação visual e mídia, sem falar na forte presença em redes sociais como Facebook e Instagram.
EVENTOS Algumas igrejas também desenvolvem eventos e conferências que acabam ganhando identidade e vida própria. Nesse sentido são criados sites, páginas no facebook, materiais impressos e todo tipo de ferramenta de comunicação. É o caso da Conferência Oxigênio, Dunamis Moviment, Onda Dura, Vocare, Rock no Vale e muitos outros que não me lembro agora.
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Já no meio católico, ao fazer a pesquisa para esse artigo, me deparei com algo bem inusitado, um padre designer, quem diria. Cleber Faria Silva, que atua na paróquia Santo Antônio Catedral da Diocese de Patos de Minas em Minas Gerais, desenvolve alguns trabalhos visuais de muito bom gosto para comunicar as atividades da igreja e a fé que prega.
CRIATIVOS DA FÉ Se as igrejas estão descobrindo o poder da criatividade visual na comunicação da fé, é porque tem gente lá dentro que domina essa área, afinal as igrejas são feitas de pessoas. É cada vez maior o número de cristãos se dedicando a áreas da publicidade como planejamento, redação, marketing digital, criação e tantas outras posições. Muitos desses profissionais criativos usam a internet para divulgar o seu portfólio, mas eles vão um pouco além porque há também um ideal, uma mensagem sendo transmitida por trás da arte, texto ou vídeo, basta dar uma volta pelo Facebook para começar a descobrir coisas inspiradoras como as publicações do Bento Design, página católica que usa principalmente tipografia 3D, ou então a Holy Creation do designer Andrey Galloso que investe em tipografia manual de muito bom gosto, e o que dizer da Brother Bíblia Arte, do ilustrador Marcos Nati, que tem um talento fora do comum para ensinar temas difíceis da bíblia por meio de desenhos incríveis feitos a mão ou com ilustrações feitas com café, isso mesmo, café.
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ESPECIAL
VESTINDO A FÉ De olho nas demandas das igrejas, eventos e artistas do meio cristão, algumas agências passaram a investir no segmento e oferecem serviços de criação, identidade visual, produção de campanhas em vídeo e até gravação de DVD`s. Um dos melhores exemplos é a Quartel Design de Belo Horizonte-MG, a agência se especializou nesse segmento e vem apresentando um trabalho muito bom. Claro que eles não atendem só igrejas e artistas do gospel, mas se destacam bastante nisso. A agência GBA é um pouco mais específica, atendendo artistas, eventos e igrejas católicas.
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Se tem uma coisa que fala muito sobre a sua personalidade e estilo de vida é como você se veste e o cristão de hoje não precisa mais estar de gravata ou saião até o pé para mostrar que é “crente”, ele pode e deve se vestir como qualquer outra pessoa, sem exageros é claro, mas quem disse que o cristão tem que ficar fora da moda? A criatividade no desenvolvimento de ilustrações, foto e tipografia aliados à fé, agora também estão presentes nas roupas e nas estampas, e não me refiro àquelas camisetas de evento ou de baixa qualidade que só se usa uma vez e depois vira pijama, estou falando verdadeiras grifes que foram ou estão sendo construídas com bases na fé cristã. Sou suspeito na hora de tratar dessa parte porque hoje, além de publicitário, sou empresário e designer da marca Aleluya Bells, mas gostaria de citar outras marcas que vão além da moda como a WAD que simplesmente é fantástica com seu apelo jovem hipster ou a Vila 316 que é um pouco de empresa e agência missionária ajudando várias
pessoas com o lucro das vendas. Temos também a kingdom, Start, a Louder e muitas outras que estão nessa tentativa promissora de mesclar criatividade, fé e negócio. Gostaria muito de citar vários outros exemplos que exploram a fé criativa, ainda há trabalhos com fotografia, cinema, vídeos para Youtube, artes cênicas e tantas outras coisas, mas fica para uma próxima oportunidade. Como eu disse no início do texto, a fé pode e deve ser pensada fora da caixa, dentro e fora das quatro paredes de uma igreja, ela também pode alimentar a nossa criatividade, afinal o que mata são os preconceitos e os dogmas que enchem a nossa mente e não nos deixam ver além do nosso próprio nariz, isso vale para quem não acredita e muito mais para quem acredita. Enquanto cristão, acredito que somos criativos porque temos um Deus criativo, mas toda vez que apresentamos isso de forma chata, preconceituosa, sem conteúdo, pouco atraente, sem relevância e sem conexão com a realidade das pessoas, estamos dizendo nas entrelinhas que não vale a pena, mas vale, vale muito a pena. DC MAGZ | EDIÇÃO Nº1
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WORKSHOP
Mauri Ribeiro
INSTALANDO BRUSHES
T U T O R I A L NO PHOTOSHOP Antes de tudo gostaria de dizer que é um prazer estar escrevendo pra essa nova fase do Design Culture. É realmente uma satisfação enorme poder contribuir de alguma forma para o aprendizado de vocês. Hoje, mostrarei uma técnica bastante simples, mas muito útil para projetos: a técnica EXPLODE. Trata-se da composição de uma imagem a partir de fragmentos/ estilhaços. Essa técnica está sendo muito utilizada na concepção de cartazes de filmes e trabalhos com uma ênfase mais “radical”. Os processos são bastante simples e fáceis. Para as dicas de hoje, serão usados apenas tipografia e os famosos brushes.
Após baixar os brushes, vamos iniciar a instalação dos mesmos. Com o Photoshop aberto, clique no ícone do Brush ou clique no atalho do teclado (Letra “B”). Agora clique com o botão direito do mouse em cima da tela. Localize o ícone de configuração no canto superior direito, dê um clique procure a opção “Load Brush/Carregar Pincéis.
CRIANDO E CONFIGURANDO O ARQUIVO Dê um clique no menu File/Arquivo e depois na opção New/Novo ou utilize o atalho (CTRL + N). Use a configuração acima. Com o arquivo criado, selecione a ferramenta Type/Texto, atalho (Letra “T”). Escreva a palavra “EXPLODE” ou outra de sua preferência. No menu superior, com a ferramenta de texto selecionada, utilize a seguinte configuração para a tipografia: - Fonte Calibri Bold (já vem instalada no pack de fontes do Photoshop); - Tamanho 230 pt (mas pode ser maior ou menor, depende do que você está pretendendo atingir com o efeito); - Cor Branca ou outra, se for sua intenção.
APLICANDO MÁSCARA Após esse processo, adicione uma máscara ao texto clicando no ícone “ Add Mask Vector/Adicionar Máscara de Vetor”, no final da paleta flutuante Layer/Camadas (F7). Após a configuração, o resultado será parecido com esse:
Vocês podem baixar os brushes utilizados para esse tutorial através do seguinte link: www.brusheezy.com/brushes/17364-free-explosion-brushes
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WORKSHOP
CONSTRUÇÃO DO EFEITO Agora, selecione os Brushes/Pincéis (B) e clique com o botão direito do mouse em cima do documento. Escolha o brush de número 1860 num tamanho de mais ou menos 180. Certifique-se que a máscara esteja selecionada e o foreground com a cor preta. Após isso, passe o brush pela parte superior do texto, depois nos lados e parte inferior. Certifique-se que passará o brush apenas nas pontas. O resultado será algo parecido com a foto acima. Clique com o botão direito e escolha o Brush 2048 e passe-o pelas letras. Utilize tamanhos diferentes para cada letra e como a máscara está ativa, ela vai permitir que você faça a interação do fundo da imagem com o texto. Certifique-se que o foreground esteja na cor preta. Não existe um limite nessa parte, você pode fazer até o ponto que achar melhor.
ADICIONANDO ELEMENTOS
Não esqueça que a seleção de cor deve estar disposta dessa maneira para que a aplicação na máscara funcione. Aplique com a cor preta no foreground (quadrado à frente) com a máscara selecionada.
Agora, escolha outro pincel (recomendo o 2030), pinte a tipografia nas extremidades. Use os colchetes – [] - próximos do Enter para aumentar e diminuir o tamanho do brush. Trabalhe com brushes e tamanhos diferentes para ter um efeito melhor. Encontre uma forma que melhor se ajuste a você, a ideia é fazer a desconstrução do texto, veja os exemplos e detalhes aqui dispostos. Você também pode trabalhar aumentando os brushes de tamanho, e os aplicando ao redor da tipografia, fazendo assim com que fique mais realista o resultado final. Mudar de Brush pode ser uma boa ideia também, você pode até usar um brush diferente para cada letra. Fique à vontade.
TEXTURA E FINALIZAÇÃO Pra finalizar, você ainda pode aplicar uma textura para ser usada como parte do material. Baixe uma textura de sua preferência, clique no menu File/Arquivo, depois em Place Embedded/Inserir Incorporado. Dessa forma, você colocará uma imagem no arquivo já existente. Após colocar a textura, clique em ENTER para confirmar. Agora, clique na paleta flutuante de Layer/Camada (F7), faça duas cópias dessa textura clicando em CTRL + J 2 vezes. Coloque uma imagem acima da camada “em branco”, e uma acima da camada com texto. Depois disso, clique em cima das texturas com o botão direito e procure por Create Clipping Mask/Criar Máscara de Corte. Repita o processo com as duas texturas e o resultado será como o exposto na capa da matéria. Bem galera, espero que o tutorial possa ter contribuído para a formação de vocês, muito bom estar nesse espaço. Abraços e um suco de maracujá!
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DESTAQUE
Victor Mignone
A TRAJETÓRIA DE
H A N D
SEAN WES
LETTERING
Bem, quando fui convidado para escrever um artigo para essa sessão fiquei durante alguns dias matutando sobre quem iria escrever. Pensei em diversos designers já consagrados como Carson, Brody e Sagmeister; mas depois me perguntei: Para que falar desses caras que todo mundo já conhece? Sim, acredito que a intenção dessa sessão seja mais envolvente, mais interativa e muito, mas muito mais sobre descoberta. Muitas vezes nós criativos nos sentimos carregando o peso do mundo nas costas, querendo sempre inovar, fazer um trabalho diferente, ajudar o cliente alcançar o sucesso e vez ou outra, ganhar um prêmio; mas nesse interim esquecemos que podemos ter em outro lugar do globo alguém desenvolvendo um trabalho primoroso, de qualidade e que vem mudando muitas rotinas. Foi assim que conheci o trabalho do designer norte-americano, Sean McCabe, a.k.a Seanwes.
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A história de Sean é bastante divulgada por ele, inclusive muito comentada em seu podcast, que hoje já passou dos 200 episódios e que vai ao ar todas as quartas e sextas.
Se você curte hand lettering, esse designer conseguiu viver inteiramente dessa atividade, vendendo produtos, ensinando e também produzindo conteúdo.
Sean não possui formação em design, ele é um auto-didata que iniciou sua trajetória com uma empresa de manutenção de computadores, em sua cidade natal, San Antonio no estado do Texas. Foram alguns anos focado em prestar manutenção em computadores, até que conheceu um web-designer que viria a ser seu sócio para-time numa empreitada focada em desenvolvimento de websites. Com o tempo o negócio foi evoluindo, mas seu tempo continuava dividido entre manutenção de computadores e sua empresa de desenvolvimento web. Como bem sabemos, atenção dividida é o mesmo que produtividade dividida. Observando os resultados da empresa de desenvolvimento web, Sean e seu sócio abriram mão da empresa de manutenção de computadores e resolveram focar em desenvolvimento web. Mas Sean é uma mente criativa, e como sabemos, mente criativas raramente consegue se sentir “assentados”. Mesmo trabalhando uma média de 10h/ dia na sua empresa de desenvolvimento
web, Sean ainda encontrava tempo para praticar sua grande paixão, lettering. Eram sessões de 6–8h, todas as noites, os 7 dias da semana. Uma verdadeira obsessão, realizada ininterruptamente durante 2 anos. Em seu processo de crescimento, sempre buscou compartilhar seu trabalho, que era pouco notado. Até que um dia, passou a ser. Por que? Sean acredita ser por conta da consistência. Estar presente criativamente em redes durante dois anos, todos os dias da semana, construiu um grande repositório de trabalhos, que aos poucos sua audiência ia descobrindo seu trabalho. Após essa descoberta seus estoques foram
a zero, seu nome ganhou alguma notoriedade e Sean aproveitou para assumir 100% do seu tempo com o desenvolvimento de hand lettering. Ele produzia lettering para clientes, grandes e pequenos, locais e globais. Ele chegou a cobrar seis dígitos por um projeto de lettering. Já pensou isso ocorrendo aqui no Brasil? Pois é, qualidade e consistência o levaram a isso. DC MAGZ | EDIÇÃO Nº1
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Fulano
Após esse sucesso em projetos para clientes, Sean ainda queria mais, e passou a dedicar mais um pouco do seu tempo em compartilhar. Criou um podcast ensinando sua audiência a viver do que amam, afinal, designer não se alimenta papel. Além disso ele criou uma série de cursos via web. O primeiro deles, LearnLettering.com faturou mais de seis dígitos no lançamento; sendo relançado em 2015 e faturando sete dígitos. Além do curso learnlettering.com, Sean transformou sua empresa de design numa empresa de mídia, com podcasts sobre variados temas que podem ajudar os designers e criativos; ensina em cursos de como valorizar seu trabalho e receber valores justos por ele e ainda mostra semanalmente como o conteúdo pode mudar a história da sua carreira. Sean tem se destacado no mercado lá de fora, e isso é bom, pois mostra para nós que com paixão, dedicação e consistência conseguimos alcançar excelentes resultados.
RELAÇÃO COM DESIGN Apesar de não ter uma formação formal na área de Design, Sean nos mostra em seu blog sobre lettering como que a prática o ensinou. Claro, não apenas a práti-
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ca de mercado, mas a prática deliberada, aquela que aproveitamos nosso tempo para estudar o que realmente desejamos. Sean aproveitou o sistema americano de ensino, o fácil acesso à informações e sua determinação diferenciada para aprender o máximo que pôde sobre design, e pelo jeito, foi muito bem aprendido. Entender sobre tipos não é fácil. Saber termos como olho, altura-x, contra-forma, peso, pontos, haste…enfim uma infinidade de termos técnicos que muitas vezes vemos estudantes de design se confundirem. Seus estudos de caso são riquíssimos e demonstram passo-a-passo como o processo de design está intrinsecamente ligada a cada projeto que ele realiza. Seus artigos ajudam a entendermos sobre composição e escolha ideal de estilo dos tipos, entendermos o poder comercial de uma peça que utiliza o lettering, passando pela construção de seu estilo próprio até chegarmos no desenvolvimento estruturado de um processo criativo. Se você ainda se perguntar se isso é design, tire algumas horas para ler o conteúdo de Sean. Compare com o que você sabe que é design - metodo-
SHOWCASE
logia documentada de um processo que resolve um problema - e me responda se acredita realmente que o trabalho de Sean não é design. Espero que tenham gostado do perfil deste incrível artista, aproveito para lembrar à vocês que no blog do Design Culture você encontrará diversas matérias com conteúdo complementar a essa.
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Realização
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www.designculture.com.br DC MAGZ | EDIÇÃO Nº1