Prêmio Sebrae Mulher de Negócios - 10 anos

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sebrae paraíba luiz alberto amorim

ricardo madruga

mário borba

superintendente do sebrae paraíba

diretor de administração e finanças do sebrae paraíba

presidente do conselho deliberativo do sebrae paraíba

Comemorar 10 anos do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios na Paraíba é reconhecer que nosso estado é rico em histórias de mulheres que têm contribuído para o crescimento da nossa economia. É compreender que a missão do Sebrae é promover, além da cultura empreendedora, a igualdade entre os sexos e a valorização da mulher. É perceber que o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios agigantou-se ao longo desses anos, pois o mesmo traduz o cenário de nossa sociedade, onde as mulheres conquistam cada vez mais espaço e lutam por seus direitos. Não há como deixar de destacar também a participação das empresárias paraibanas nas grandes finais nacionais. Cada edição em que uma paraibana sobe ao palco para receber o troféu nacional somos nós que subimos com elas também. É nosso estado que ganha com o exemplo positivo da garra e da força das nossas mulheres.

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As mulheres participam efetivamente da gestão dos negócios, são detalhistas, cautelosas e arriscam menos. Já é comprovado que isto garante um melhor índice de permanência de suas empresas no mercado, de um melhor relacionamento com colaboradores, contribuindo para a criação de um ambiente sustentável, entre outros aspectos que fortalecem a sua atividade empresarial. O reconhecimento feito pelo Prêmio Sebrae Mulher de Negócios às histórias dessas mulheres inspira a nós, que fazemos esta instituição, e outras mulheres que alimentam sonhos que também podem se tornar realidade. A cada uma delas nossa homenagem mais uma vez. E a vocês leitores: conheçam e inspirem-se!

A grande função do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios é o estímulo a outros empreendedores, não importando o gênero. Afirmo, sem sombra de dúvidas, que esta é uma das ações do Sebrae mais importantes para o incentivo e disseminação da cultura empreendedora, nossa grande missão. O universo de empreendedoras tem crescido ao longo dos anos na Paraíba, tendência que mostra a importância de destacarmos o exemplo de todas. O Prêmio Sebrae Mulher de Negócios é a ferramenta que temos para fazer com que isso funcione muito bem.


ninguém nasce mulher, torna-se mulher simone de beauvoir

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6 | prêmio sebrae mulher de negócios

maria josé marilúcia teixeira 20

38

renate de negreiros

36

18

maria de nazaré

renata de almeida

34 16

márcia gondim

karla cristina

sumário

avani pereira

introdução | 08 linha do tempo | 10 agradecimentos | 54

14

40


maysa gadelha juliana borges 32

50

thaís fernandes

48 30

maria de fátima mota

mônica pimentel

46 28

francisca feitosa

isabel ferreira

44 26

maria da paz

joseane muniz

ana maria de araújo

42 24

clair leitão

mauricéa barbosa 22

52

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introdução

O que

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dez anos significam para você?

O

que dez anos significam para você? A infância de um filho, um tempo de realizações, de conquistas, do nascimento de ideias, sonhos, projetos? Que histórias você escreveu nesses últimos 120 meses? Quantos finais felizes você protagonizou ou quantas vezes precisou recomeçar, reescrever projetos, apagar pedaços mal contados? O que você fez nesta última década que o trouxe até aqui? Pois bem, o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios completou uma década de uma história que existe por contar outras histórias tão bonitas quanto reais. Narrativas de heroínas, com finais felizes ou recomeços marcados pela superação. Seu nascimento se deu em 2004, e foi batizado de Prêmio Mulher Empreendedora. Mesmo no seu primeiro ano de vida, o Brasil conheceu a força empreendedora da paraibana. Karla Cristina Rocha, que, entre crisântemos e margaridas liderou um grupo de mulheres em torno de uma plantação de flores, foi a grande vencedora estadual, conquistando o primeiro Troféu Ouro Nacional trazido para a região Nordeste, em especial para Paraíba. Aqui estamos, em 2014, cheios de histórias de conquistas e alegrias para contar sobre esse Prêmio que o Sebrae Paraíba fez nascer, alimentou, cuidou e que agora segue firme e radiante.

Na conta dos dez anos de premiação, vimos o olhar feminino, aguçado por natureza, se lançar sobre ideias e sonhos, que nem sempre eram apoiados. Entre preconceitos, resistências e até fracassos iniciais, vimos empreendedoras de sucesso ascenderem e se destacarem ao ponto de serem vencedoras não só no próprio Estado, mas também em escala nacional. Elas floresceram os campos e deram novo colorido e perfume a suas comunidades. Multiplicaram o peixe e o sustento de sua família e vizinhança. Embelezaram a nossa Paraíba e o papel da mulher na sociedade. Na arte, fizeram nome e emblema. Do que vem da terra, produziram encantos, para os olhos e para o paladar. Tantos e em cada canto do Estado, que são também riquezas do nosso turismo. Outras empreenderam levando por aí alegria e diversão sem medida. Inovaram nos números, nas misturas ou na química, na fibra e no fio. E ainda ousaram avançar no mercado antes dominado pelos homens. Em qualquer lugar e função, venceram! E por isso comemoramos não só os dez anos do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, mas a realização de cada uma dessas 20 mulheres que fizeram parte dessa história maior. Pois, estamos certos que, celebrando um ciclo que se encerra com glória, abrimos a temporada para escrevermos novas histórias tão inspiradoras quanto as que vamos conhecer a partir de agora.

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linha do tempo

2004 Nasceu o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, para reconhecer e valorizar as histórias de empreendedorismo feminino.

Karla Rocha, representante da Cooperativa de Floricultores da Paraíba, foi a primeira vencedora estadual e, já na estreia da Paraíba no Prêmio, ganhou também o Troféu Ouro Nacional.

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Na Categoria Pequenos Negócios, a vencedora foi Marilúcia Cavalcante, empreendedora bem sucedida no ramo da Beleza, com o Salão Novo Visual.

2006

2005

Renata Ferreira, da Bless Cosmetics, se destacou como empresária de sucesso na Categoria Pequenos Negócios, tendo recebido também o Troféu Prata Nacional.

Mauricéa Aguiar, premiada na Categoria Negócios Coletivos, levou também o Troféu Prata Nacional, destacando a “Cocada na Kenga”, produzida pela Associação Mãos Que Se Ajudam.

Maria José Rodrigues, louceira do Cariri paraibano, foi vencedora estadual na Categoria Negócios Coletivos, representando a Associação dos Artesãos do Cariri Ocidental (ARCA).

Na cerimônia de premiação, finalistas e vencedoras da edição compartilharam a vitória e o reconhecimento do empreendedorismo feminino em mais um ano de história do Prêmio.

2007 Joseane Muniz, empresária da Eletricar Baterias, venceu a premiação, na Categoria Pequenos Negócios.

Também conquistou o Prêmio, na Categoria Negócios Coletivos, Isabel Ferreira, empreendedora do sertão paraibano que lidera a Associação Fibra da Terra.


Mônica Pimentel levou o Prêmio na Categoria Pequenos Negócios, com a Xamego Gold Beach, loja e fábrica de biquínis genuinamente paraibanos.

No mesmo ramo, Maysa Gadelha inovou com o algodão colorido, e ganhou não só o Prêmio na Categoria Negócios Coletivos, mas também o Troféu Ouro Nacional, estampando a CoopNatural e a Paraíba para todo o país.

Joseane Muniz, empresária da Eletricar Baterias, ganhou o Prêmio na Categoria Pequenos Negócios pela segunda vez. E, desta vez, não ficou só na Etapa Estadual. Ganhou também o Troféu Prata Nacional na Categoria.

2008 Primeiras colocadas estaduais consagraram, com suas histórias de sucesso, a sexta edição da premiação.

Na Categoria Negócios Coletivos, ganhou Márcia Gondim, representante da Associação para o Desenvolvimento Sustentável de Macacos e Furnas (Adesmaf). Na Etapa Nacional, a história rendeu ainda um Troféu Bronze para a jovem empreendedora.

2010

Cerimônia estadual, com finalistas e premiadas reunidas em prol do empreendedorismo feminino

2009 Dezenas de histórias de mulheres guerreiras e vencedoras foram contadas. Dentre elas, a de Juliana Borges, da empresa Higieniza Soluções, e a de Avani Pereira, da Coopernut, que foram agraciadas com o Prêmio nas categorias Pequenos Negócios e Negócios Coletivos, respectivamente. Ambas concorrem à Etapa Nacional e foram vencedoras do Troféu Bronze.

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Um caso de sucesso paraibano, a Casitus é a empresa fruto da história de Renate Negreiros, que venceu o Prêmio na Categoria Pequenos Negócios.

Pelo trabalho na Cooperativa de Avicultura (Copaf), Maria de Nazaré Barbosa venceu o Prêmio na Categoria Negócios Coletivos. Sua história teve merecimento também na Etapa Nacional, em que foi agraciada com o Troféu Prata.

Francisca de Almeida ganhou o Prêmio na Categoria Pequenos Negócios, com sua história e seu empreendimento: a Cesário Construções.

2011

Representando a Associação dos Pescadores de Camalaú, Maria de Fátima Barbosa venceu na Categoria Produtora Rural, na Paraíba, e levou o Troféu Ouro Nacional.

2013 2012

Este foi o ano em que as Microempreendedoras Individuais tiveram vez, com a inclusão da Categoria no Prêmio. A primeira contemplada na Categoria Microempreendedora Individual, na história do Prêmio na Paraíba, foi Ana Maria Gonçalves, que tem como negócio a diversão alheia, principal proposta da sua empresa Loke Brink.

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Quem levou o Prêmio na Categoria Pequenos Negócios, com seu escritório líder paraibano no mercado de Contabilidade Pública, foi a empresária Clair Leitão.

Maria da Paz ganhou na Categoria Negócios Coletivos, representando a Associação Comunitária dos Agropecuaristas do São João, famosa por suas polpas de frutas.

Jovem empreendedora, Thaís Fernandes de Araújo ganhou o Prêmio na Categoria Empreendedora Individual. Foi premiada também com o Troféu Prata Nacional.


renata câmara

maria josé menezes

Gestora Estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios em 2004 e 2005

Gestora Estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios desde 2006

O Prêmio Sebrae Mulher de Negócios é uma iniciativa do Sebrae Nacional, multiplicada nas unidades federativas da Instituição. Desde 2004, a Paraíba realiza a premiação, com o objetivo de selecionar e reconhecer histórias de sucesso do empreendedorismo feminino paraibano. No início, Fernando Leal era o gerente da Unidade de Educação Empreendedora, área responsável pelo planejamento e execução do Prêmio. Como gestora estadual, estava Renata Câmara Avelino, precursora dessa iniciativa. Em 2006, Maria José Menezes assumiu o posto e, desde então, vêm trabalhando em prol dessa missão institucional, que é valorizar as mulheres empreendedoras, a partir da participação destas com suas histórias de lutas e conquistas à frente dos seus próprios negócios. Ao longo desses dez anos, houve 425 inscrições, sendo que mais de 30% concorreram mais de uma vez, o que demonstra fidelização e interesse pelo Prêmio. Foram 20 vencedoras estaduais, 11 Troféus Nacionais (três Bronzes, cinco Pratas e três Ouros). A Paraíba, nesses 10 anos, foi o único Estado a ganhar três Troféus Ouro, isso demonstra a importância do empreendedorismo feminino na nossa região. Nos próximos 10 anos, o Sebrae Paraíba espera dobrar o número de inscrições e fomentar cada vez mais a participação das mulheres de todas as regiões do Estado. E, como um sonho olímpico, espera que a Paraíba se mantenha em primeiro lugar no número de troféus nacionais, pois as mulheres paraibanas já mostraram sua força e podem conquistar muito mais.

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karla cristina cofep

Foi na tentativa de mudar a situação da comunidade chamada Avarzeado, na zona rural de Pilões, que a empreendedora paraibana Karla Cristina Rocha transformou a vida de várias famílias. Tudo começou na região do Brejo, no final da década de 90, quando ainda era adolescente. Mesmo muito nova e sem bagagem para os negócios, ela conseguiu driblar dificuldades e se destacar nacionalmente. “Resolvi reunir as mulheres para pensarmos juntas em uma alternativa de trabalho”, diz. E foi assim que nasceu a Cooperativa de Floricultores do Estado da Paraíba. O desafio foi lançado em meio a um ambiente em que havia um grupo de mulheres rurais sem perspectivas de vida. Apesar disso, o espírito empreendedor de Karla falou mais alto e ela resolveu investir no sonho. “Era um local inóspito,

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em 2004, KARLA CRISTINA FOI A PRIMEIRA VENCEDORA DO PRÊMIO NA PARAÍBA na etapa nacional, recebeu o troféu ouro

Vejo flores em você: uma plantação de flores e líder conseguiu elevar a autoestima das mulheres de sua comunidade pois quando chovia, ninguém saía, ninguém entrava. Eram mulheres semianalfabetas, com uma média de dez filhos cada. Convidamos o Sebrae para nos ajudar e foi realizado um estudo de mercado juntamente com um levantamento de informações sobre clima, qualidade da água e solo naquela comunidade”, explica. Atualmente a cooperativa conta com três unidades na região do Brejo (em Pilões, Areia e Guarabira - onde funciona a central de vendas) e beneficia uma média de 50 famílias. Para Karla, os desafios e as mudanças foram empolgantes desde que ela conseguiu se destacar como a primeira paraibana a ganhar o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios. A premiação, que aconteceu em 2004, rendeu-lhe ainda o Troféu Ouro Nacional. Desde então, ela se mantém firme no desafio de empreender e transformar vidas. “Hoje, as mulheres da Cofep não cultivam apenas flores, mas também dignidade para todas as famílias. Depois de todo esse tempo de atividade, o grupo está totalmente renovado e conta com pessoas mais jovens e a experiência dos mais antigos, com filhos de cooperadas frequentando a universidade. Tenho visto como melhorou a qualidade de vida deles, e o mais importante: como as mulheres conseguiram resgatar a autoestima e a dignidade enquanto mulher, mãe e esposa. Isso pra mim é gratificante, emociona!”, afirma. Karla começou a empreender aos 17 anos e

desde então encara o trabalho como um desafio não só pessoal, mas como uma ação que beneficia especialmente as atividades coletivas. “O empreendedorismo surgiu em mim naturalmente, foi preciso sentir na pele toda aquela situação e transformar a fome, miséria e alcoolismo da vida daquelas mulheres em uma grande oportunidade de virar o jogo”, fala. Quando o assunto é empreendedorismo, Karla Cristina Rocha enxerga o cenário como positivo. “A Paraíba está cada vez mais se revelando no empreendedorismo feminino, conseguimos transformar dificuldades em oportunidades mesmo quando não recebemos ajuda dentro de nossas próprias casas. A impressão que tenho é de que, quanto maior o desafio, melhor será o sabor da vitória. Foi assim com a Cofep. Mesmo com todos os preconceitos e dificuldades encontrados ao longo de quatro anos de tentativa, nada nem ninguém conseguiu desanimar o grupo de mulheres com sede de vitória”, comemora.

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renata almeida Bless Cosmetics

Com a benção em seu nome e em sua trajetória, a marca Bless Cosmetics alcançou, em dez anos de existência, diversas conquistas no mercado nacional com a distribuição de cosméticos e treinamento de equipe de revendedoras. Sediado em João Pessoa, o negócio começou como uma sociedade em grupo e, logo após um ano, passou a ser exclusivo do casal que idealizou a marca: Renata Almeida e seu esposo Jason Ferreira. Mesmo competindo com concorrentes tradicionais, a Bless Cosmetics se dedicou à venda direta no comércio de cosméticos, perfumaria, acessórios para presentes, maquiagem e linha corporal. Renata Almeida, formada em História, na área de Teologia, e também Missionária, era professora em diversos Colégios de João Pessoa e Campina Grande.

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em 2005, renata venceu o prêmio na categoria pequenos negócios na etapa nacional, recebeu o troféu prata

Cores e beleza de um sonho: a criação de uma marca de sucesso de cosméticos, perfumes e maquiagens Insatisfeita com sua renda mensal, a empresária passou a fazer venda direta de produtos cosméticos de uma marca apresentada por um casal de amigos, levando os catálogos de porta em porta. Assim começou a trilhar o seu caminho no mundo dos negócios, entre um intervalo e outro da sala de aula, Renata comercializava os produtos, tendo como principais clientes os outros professores e funcionários da escola. Como o lucro superou as suas expectativas, a empreendedora fez uma pesquisa de mercado e montou um ponto de distribuição daquela marca em sua casa. A partir de então, passou a trabalhar com clientes cadastradas, e assim foi conciliando a sala de aula com o negócio. “Ao decidir tirar o ponto da minha casa e alugar um local específico para o negócio, rejeitei uma oferta de trabalho em um colégio e fui demitida de outro. Assim, passei a me dedicar inteiramente aos negócios. Em um ano e meio, me tornei a maior distribuidora dessa marca no Brasil. Com isso, fiz eventos e capacitei mais de 400 mulheres. Como não cumpriram um contrato de exclusividade comigo, resolvi montar a minha própria marca, através de uma sociedade, que um ano depois se desfez. Foi assim que nasceu a Bless Cosmetics. A partir daí, captava logística para que distribuidoras capacitassem mulheres para vender os produtos da Bless. Foi um trabalho árduo e ainda é: vou a feiras em vários lugares do país apresentando nossa

marca e os nossos produtos”, afirma Renata. Para a empresária, o maior preconceito sofrido não foi por ser mulher, mas por ser paraibana, principalmente no Sudeste. Nesse ponto, em 2005, o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios ajudou bastante. “Foi de extrema importância! Eu não tinha verba para publicidade e, com o Prêmio, a Bless Cosmetics ganhou visibilidade e credibilidade. A Bless chegou a várias cidades com essa vitória”, lembra a empresária. Hoje, com 41 anos, Renata Almeida vê sua marca presente em todos os estados do Brasil e com sementes até no Japão, Austrália e Angola, fruto do investimento na qualidade dos produtos e no atendimento. Por isso, em seu aniversário de dez anos, a Bless Cosmetics ganhou um presente: inaugurou uma nova marca, a Bless Mundi. “Há sete meses com esse projeto, fizemos lojas virtuais e queremos alcançar as nações. Com mais de três mil pessoas cadastradas para fazer o marketing multinível, estamos lançando uma estratégia agressiva, com investimentos altos. Estou viajando por todo o Brasil, capacitando pessoas. Queremos expandir a empresa. Estamos investindo no nosso sonho, acreditando em nossa marca e no nosso trabalho”, assinala Renata.

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maria josé ARCA

A artesã Maria José Rodrigues Pereira é natural da cidade de Serra Branca, no Cariri da Paraíba. Ela foi uma das principais ativistas na Associação dos Artesãos do Cariri Ocidental (ARCA), criada há 14 anos. Foi através da organização que ela conseguiu destaque no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios: é que das mãos dessa paraibana surgem produtos que encantam e levam a arte ‘made in PB’ para todo o país. Não foi à toa que no ano de 2004 ela e outras duas artesãs do Estado conquistaram os prêmios do 1º Salão Paranaense de Cerâmica Popular. Mas, afinal, de onde veio tanto talento? “O meu trajeto foi de luta. Nasci vendo minha mãe sendo ‘paneleira’. Eu conheci a arte das louceiras, que era o nome dado a essas artesãs que faziam panelas de barro. Ela criou os filhos fazendo isso, e foi assim que eu aprendi, ajudando ela em tudo. Desde os

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em 2005, maria josé venceu o prêmio na categoria negócios coletivos

Mãos de talento e arte: a artesã do cariri que leva a arte da Paraíba para o mundo 7 anos, eu já sabia fazer muita coisa com barro”, contou. Depois disso ela resolveu continuar. Casou aos 17 anos, e foi essa arte que a ajudou na criação dos seus filhos. “Era uma renda para ajudar meu marido. Tenho orgulho disso!”, fala. Maria José faz variados modelos de bonecas: as noivinhas, as beatas, além de presépios e peças decorativas, como bandejas, bolas vazadas e as tão famosas panelas, com fortes influências do que aprendeu quando ainda era criança. As peças, que têm características passadas de geração em geração, são feitas de cerâmica terracota, e as bonecas possuem detalhes em flores coloridas. Apesar do talento e potencial do produto, no início foi difícil comercializar as peças. “Estávamos abandonados lá pelos sítios, mas um grupo de estudantes de uma universidade acabou achando nosso trabalho. Eles ficaram surpresos por nossa arte não ser valorizada e, a partir daí, um grupo que trabalhava com cerâmica e barro foi se unindo e formando a associação”, diz. O cenário mudou em 2004, quando uma das peças feitas por ela se destacou. “Eu criei uma boneca que ninguém nunca tinha feito, e essa peça foi para o Salão Paraibano de cerâmica, em Campina Grande. Essa boneca chegou a ser a marca do evento e foi um sucesso total. Cheguei a fazer até 100 bonecas por mês!”, fala. A obra recebeu o nome de ‘Simplesmente Mulher’, foi premiada e é produzida pela artesã desde então. Outra peça de

destaque foi a chamada ‘Mulher de Sabores’. “Pensei em fazer uma boneca que tivesse uma serventia. Além de decorar, que fosse utilitária. E assim eu reproduzi esse outro modelo. Fui incentivada pela associação a fazer, e deu certo”, explica. Segundo ela, o apoio das companheiras da ARCA foi fundamental para elevar sua autoestima e para sua independência. Atualmente, a Associação é composta por 18 membros. As peças produzidas pelos associados estão disponíveis para apreciação turística e cultural na cidade de Serra Branca e, frequentemente, são postas à venda durante eventos. “Tanto a associação quanto o reconhecimento através do prêmio do Sebrae foram importantíssimos, especialmente em relação ao conhecimento e ao reconhecimento. Pessoas do mundo todo conhecem o meu trabalho e isso me dá uma alegria muito grande! É muito gratificante. Sem falar que meu poder aquisitivo melhorou muito. Tenho a minha independência, e isso me ajudou bastante”, finaliza.

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marilúcia teixeira Salão Novo Visual

Quem olha hoje para Marilúcia Teixeira, proprietária do Salão Novo Visual, localizado no bairro de Jardim de Luna, em João Pessoa, não imagina a trajetória de superação que a empresária percorreu para conseguir estabelecer o seu próprio negócio. Filha mais velha, entre sete irmãos, Marilúcia trabalhou, ainda criança, como empregada doméstica para ajudar os pais no sustento da casa. Com 10 anos, ela e a irmã, Marilene, já haviam sido sócias em um fiteiro, vendedoras de coentro na feira e até trabalhado em chão de fábrica. Foi quando, já adolescente, a empresária se inscreveu para o curso de manicure no Senac e foi convidada a trabalhar em um salão. Começava, então, a trilhar o caminho para a realização do seu sonho. Como morava em Bayeux, Marilúcia fazia todos os dias, a pé, o trajeto até o salão em João

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em 2006, marilúcia venceu o prêmio na categoria pequenos negócios

Caminho de superação e conquistas: a luta árdua para tornar-se dona de um salão de sucesso Pessoa, andando cerca de quatro quilômetros. Ela não tinha outra opção, pois não tinha dinheiro para a passagem de ônibus. Com desejo de ter seu próprio negócio, logo depois, começou a trabalhar como autônoma em meio aos camelôs, acompanhada de sua irmã, que havia se especializado em corte de cabelo. O incentivo dos seus clientes, satisfeitos com os serviços, motivaram a empresária a abrir o seu salão. “Senti a necessidade de montar minha própria empresa porque não vi oportunidade de crescer dentro do local onde trabalhava. Eu tinha o sonho, mas esbarrei em várias dificuldades. Tinha conhecimento da minha profissão, da minha atividade, mas a questão financeira foi uma grande barreira. Com ajuda de algumas pessoas, na época, eu consegui um empréstimo e aluguei um espaço para abrir meu negócio”, relembra Marilúcia. Com seis alicates, um secador de cabelo e vinte vidros de esmalte, nasceu o Salão Novo Visual. Os clientes ajudaram por meio de doações de revistas, sofá, televisão e, principalmente, com a propaganda boca a boca. Em um ano, Marilúcia conseguiu aumentar o faturamento, qualificar mais duas irmãs e empregar seis pessoas, além de ter buscado aperfeiçoamento quanto à administração da sua empresa, através do Sebrae. “Sofri preconceito por ser mulher, principalmente na hora de fechar um negócio. As pessoas sempre perguntavam se tinha um homem

ajudando, seja um pai, um irmão ou marido. E eu não tinha. Era apenas eu e minha irmã. O Sebrae, nessa trajetória, foi um grande parceiro. O Prêmio Sebrae Mulher de Negócios deu uma visibilidade enorme ao Salão Novo Visual. Hoje, somos uma referência no mundo da beleza em João Pessoa. Ganhei em 2006, e até hoje as pessoas me apontam e comentam”, destaca a empresária. Atualmente, com 16 anos de existência, o Salão Novo Visual permanece ainda no Jardim Luna, porém com um espaço maior, com diversos tipos de atendimento, loja informatizada e mais de 1.500 clientes cadastrados no sistema. Além disso, aliado ao salão, Marilúcia Teixeira, hoje com 42 anos, abriu uma distribuidora de cosméticos e anseia realizar outro sonho: ter um centro técnico de formação para profissionais da área de beleza.

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mauricéa barbosa mãos que se ajudam

Quando conheceu Lucena, município no litoral paraibano, há uns trinta anos, a campinense Mauricéa Barbosa visitou a comunidade de Ilha do Carmo e sentiu, ao ver as casinhas de palha, as mulheres sentadas nos batentes e os coqueirais, que tinha uma missão: transformar a vida daquelas pessoas. Mesmo com o passar dos anos, Mauricéa não esqueceu o seu sonho e, com a aposentadoria do marido, decidiu se mudar para Lucena e construir uma pousada. Próxima da comunidade e com o desejo de proporcionar uma ocupação e complemento de renda para aquelas mulheres, a empreendedora criou a Associação Mãos Que Se Ajudam. O trabalho inicial consistia em aproveitar os recursos da natureza, por isso a ideia foi investir na produção de cocada. Com a excelente qualidade do doce e utilização de uma embalagem

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em 2006, mauricéa venceu o prêmio na categoria negócios coletivos na etapa nacional, recebeu o troféu prata

O doce sabor de uma missão: a inovação de um produto tradicional que trouxe renda para um grupo de mulheres ecológica e reciclável – a própria quenga do coco – a Associação, que também fazia material de limpeza e artesanato, começou as atividades conquistando de imediato os consumidores. Contudo, Mauricéa ressalta que, mesmo com força de vontade por parte das mulheres, o início foi bastante difícil, por questões financeiras e principalmente pelo preconceito sofrido dentro de casa e na comunidade, que pejorativamente as chamava de quengas, em razão do nome do produto: Cocada na Kenga. “No início, tivemos muitos problemas de dinheiro, e também com os maridos, que eram machistas. Eles queriam as mulheres em casa. E eu sempre dizia que quando o marido brigasse, ficasse em casa, quando o marido esquecesse, elas fossem para a Associação, elas não deixassem os seus sonhos. A persistência foi a nossa arma. O preconceito foi muito grande, mas procuramos parceiros. Começamos com um fogão bem velho, com duas panelas da pousada e sem sede. Revezávamos entre a cozinha da pousada e das próprias associadas. Até que conseguimos o quintal de uma das mulheres e entramos num projeto para adquirir equipamentos. O Sebrae ajudou bastante”, comenta Mauricéa. Segundo ela, a Associação recebeu consultorias especializadas do Sebrae, em especial do programa SebraeTec, e toda a assistência necessária da instituição para chegar onde está hoje.

A empreendedora é uma defensora da força feminina para os negócios. Como conta em sua história, o preconceito ainda existe, mas ela acredita que as mulheres estão mostrando do que são capazes. Um importante aliado nesse processo foi o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, que a Associação venceu em 2006. “Nos achávamos uma formiguinha para o Prêmio Sebrae, nos achávamos muito simples. A inscrição foi feita quase no final do prazo. Para nós, foi uma surpresa, um marco, uma oportunidade de levar o nosso trabalho a diversas pessoas. O prêmio nos ajudou a decolar e a crescer. Houve uma visibilidade muito grande, o negócio sem dúvida cresceu”, admite Mauricéa Barbosa. Com 12 anos, a Associação Mãos Que Se Ajudam atualmente possui uma sede bem estruturada, com equipamentos adequados à produção das cocadas, material de limpeza e artesanato, e vende para toda a Paraíba, já tendo realizado inclusive alguns negócios fora do Estado. Mauricéa, hoje com 60 anos e inteiramente dedicada a essa atividade, assinala que o desejo para o futuro é expandir o mercado, deixando mais contínua as transações nacionais, além de dobrar a atual produção.

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joseane muniz Eletricar Baterias

Transformar o empreendimento, que já é consolidado no mercado, em referência em solução automotiva. Esse é o sonho que a empresária Joseane Muniz Brandão vem alimentando desde que iniciou os negócios, no ano de 1999. A empresa, localizada em Campina Grande, no Agreste da Paraíba, conta com quatro funcionários e uma líder que, por duas vezes, foi vencedora no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios. A caminhada até o reconhecimento incluiu investimentos, riscos e muito esforço. Para Joseane, o reconhecimento é combustível para enfrentar desafios ainda maiores. “Quando penso na loja daqui a dez anos, imagino que a Eletricar Baterias seja a de maior qualidade, que seja a ‘número um’ em solucionadora de problemas. Com muita credibilidade e honestidade, quero ampliar meus serviços de

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por duas vezes, em 2007 e 2010, joseane venceu o prêmio na categoria pequenos negócios em 2010, na etapa nacional, recebeu o troféu prata

Entre eles, ela na oficina: a dona do negócio que desvendou os segredos da mecânica automobilística consultoria. Quando temos um sonho como esse, não pensamos só na questão financeira, mas na realização de ver um negócio se tornar uma marca de confiança”, explica. Foi em meio às dúvidas de muita gente que Joseane ergueu um sonho e lutou por ele. “A ousadia e a necessidade de possuir meu próprio negócio me fizeram enxergar muito mais do que havia no momento”, diz. Liderar uma empresa num ramo dominado por homens foi o primeiro desafio. “Senti na pele o preconceito por ser mulher, até mesmo os clientes me olhavam desconfiados, como se eu não fosse capaz de entender de baterias e carros”, fala Joseane. Mas para ela, as dúvidas se transformaram em confiança depois de muita persistência e trabalho, caracerísticas que para a empresária são os diferenciais encontrados nas mulheres. “Quando falamos em empreendedorismo, eu acredito que as mulheres são até mais determinadas que os homens, mais comprometidas. Com tantas histórias de luta, às vezes temos até mais vontade de vencer. Na minha empresa, por exemplo, sou administradora, vendedora e técnica. Sei fazer de tudo”, frisa. A trajetória de Joseane enquanto empresária também sofreu influência da sua vida pessoal. Apesar disso, criar dois filhos e lidar com um divórcio não a fizeram descuidar dos negócios. “Desde o início, eu sempre me preocupei em me capacitar. Me formei em economia,

fiz especializações e cursos técnicos. Além disso, capacitei meus colaboradores através de cursos oferecidos pelo Sebrae”, explica. Desde a conquista dos prêmios até hoje, a vontade de ir mais longe continuou motivando a empreendedora. “Os prêmios me trouxeram destaque, visibilidade e novos parceiros”, diz. O empreendedorismo geralmente vem acompanhado de um olhar curioso em relação a serviço ou situação, e com Joseane não foi diferente. Além de comercializar baterias, a empresa também tem uma preocupação ambiental e social. A proposta da líder é oferecer mais que serviços competitivos. “Entrega em domicílio, consultorias no-break, palestras de capacitação e atenção ao cliente são alguns dos diferenciais. Todas as reclamações dos clientes são anotadas em uma prancheta e verificadas caso a caso. Não tem nada mais gratificante do que saber que um cliente saiu da nossa loja satisfeito, que fizemos o nosso melhor”, explica.

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isabel ferreira Associação Fibra da Terra

Foi no Sertão da Paraíba que a empreendedora Isabel Ferreira Muniz encontrou a matéria-prima que seria a base criativa para uma ação que modificaria a vida dela e de mais sete mulheres. A cidade de Sousa é o cenário que abriga essa paraibana, responsável por liderar a Associação Fibra da Terra. A união de mãos habilidosas e a vontade de materializar sonhos foram elementos que deram o tom ao trabalho que tem como matéria-prima a palha da bananeira. Foi através de uma capacitação realizada no município que a ideia surgiu e acabou se tornando realidade. “No começo, o intuito era mostrar a importância do desenvolvimento desta atividade como arte e também como uma janela para uma fonte de emprego. A autoestima dessas mulheres melhorou muito. Com toda disposição,

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em 2007, isabel venceu o prêmio na categoria negócios coletivos

Entrelaçando histórias e sonhos: fibras de bananeira garantem sustento de famílias no Sertão vigor e planejamento, fomos nos qualificando e aumentando nossas habilidades no trato com a palha de bananeira, um material abundante na nossa região”, explica. A parceria com o Sebrae surgiu logo depois e motivou ainda mais as associadas lideradas por Isabel. Porta-retratos, porta-lápis, abajures, bolsas, sandálias, luminárias, bonecas, velas, peças de jogo americano, cestas e arranjos vão tomando forma nas mãos habilidosas dessas mulheres que se inserem em um cotidiano de sonhos e desafios. “O manuseio com a fibra começa desde a retirada da palha dos troncos das árvores até a fabricação das peças. Apesar de ser um processo cansativo e dificultoso, o fato de dedicarmos tanto empenho e atenção para fazer cada peça torna todo o trabalho muito gratificante”, fala Isabel. Mas, passados sete anos após o reconhecimento do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, os desafios continuam. “Ainda é difícil ter capital de giro e apesar de ser abundante, o acesso à matéria-prima às vezes é complicado. As condições financeiras dessas pessoas são mínimas e muitas delas moram distantes dos centros urbanos. O que ganham como fruto do seu trabalho é muito pouco para sustentar uma família inteira. A luta é grande e continuamos firmes”, explica. Isabel, atualmente, gerencia as vendas dos produtos em feiras livres da região e eventos com

mostra de artesanato, e já planeja os próximos passos da associação. “Nos próximos anos queremos aumentar a comercialização, queremos que os nossos produtos tenha uma visibilidade maior. Vamos lutar por uma divulgação maior, pois é emocionante quando as pessoas conhecem o nosso produto e elogiam, sentimos que todo o trabalho que fizemos com tanta dedicação se converte em uma grandiosa satisfação”, diz. Segundo a empreendedora, a força das mulheres nos negócios vem se consolidando a cada dia. E foi justamente uma mulher que inspirou a criação do grupo. “A nossa amiga Hozana Carvalho chegou a falecer antes da realização do sonho, que era a associação, mas ela é uma fonte de inspiração. Eu persisto e não desisto das coisas. Acho que quando falamos de negócios as mulheres são muito artistas, especialmente as paraibanas, que são guerreiras”, finaliza Isabel.

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mônica pimentel xamego gold beach

Ao fazer uma retrospectiva, desde quando começou, aos 13 anos, a fazer reformas de roupas em casa e pequenas costuras para amigas e vizinhas, Mônica Pimentel estampa em sua trajetória de três décadas a vocação para o mercado de biquínis. O que começou como uma necessidade de ajudar financeiramente a mãe, que trabalhava sozinha para sustentar as três filhas, resultou na bem sucedida marca Xamego Gold Beach, que conta com fábrica e loja. Atualmente com vinte e cinco anos de existência, a marca é destaque no mercado paraibano, atendendo a uma clientela ampla, com expansão empresarial, produzindo biquínis próprios e investindo também em multimarcas. “Com 15 anos, consegui um estágio na Caixa Econômica e, mesmo sem formação profissional e apenas com uma máquina de costura em casa,

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em 2008, mônica venceu o prêmio na categoria pequenos negócios

Na onda da moda: a história da empreendedora que saiu da máquina de costura para o mercado da moda praia passei a fazer biquínis e vender às funcionárias do banco. Percebi que poderia profissionalizar o meu negócio quando estava terminando o estágio, através da dica valiosa do meu chefe para que eu continuasse no ramo dos biquínis. Até então não havia pensando nisso como uma profissão. Nesse momento, despertei e fui atrás de me capacitar. Fiz o curso de Administração de Empresas e alguns cursos do Sebrae”, lembra Mônica. No início, todo dinheiro lucrado era investido nas despesas da família e da própria produção. Em seu pequeno ateliê na casa da mãe, com uma máquina de costura caseira e uma overlock semi-industrial e usada, Mônica deu o primeiro grande passo para o seu sonho: a Xamego Gold Beach. Ao conseguir um ponto fixo para a loja, em 1995, o caminho seguido foi o da capacitação e investimento no mix de produção, nas instalações físicas, no treinamento das funcionárias e no atendimento em domicílio para pessoas idosas ou que necessitassem de atendimentos especiais. Para Mônica, ganhar o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, em 2008, foi um divisor de águas. “Foi o reconhecimento do meu trabalho, o que é muito gratificante, e foi uma apresentação maior da Xamego às pessoas. Nessa trajetória, ser mulher não me trouxe barreiras, até porque eu lido diretamente com o público feminino, já que meu produto é biquíni. Acredito que as mulheres estão se capacitando cada vez mais, e hoje são donas de casa

e empreendedoras”, complementa a empresária. Com o exemplo da mãe e o apoio do marido, sempre acordando cedo e trabalhando muito, Mônica Pimentel prova que investimento pessoal e visão estratégica para os negócios são essenciais para quem quer empreender. Hoje, a empresária almeja realizar uma grande reforma na sua loja, buscando a modernização, e ainda deseja expandir a Xamego Gold Beach através da criação de franquia. “Atualmente, a inovação, a tecnologia que está envolvida no produto, a durabilidade, o atendimento, e o conforto que a loja oferece são os diferenciais de um negócio com qualidade”, finaliza.

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maysa gadelha coopnatural

Natural de Belo Horizonte (MG), Maysa Gadelha se mudou para a cidade de Sousa, no Sertão paraibano, após se casar. Anos depois, as circunstâncias a levaram para um novo lar, o município de Campina Grande, na região Agreste. Foi na Paraíba que ela fortaleceu a veia empreendedora e ficou conhecida em todo o Brasil após a liderança de um negócio de sucesso: a Coopnatural, com foco na venda e exportação de tecidos e produtos feitos com algodão colorido. “Trabalhamos e plantamos o algodão nas cores verde, marrom, rubi, safira e topázio, além do branco. É o novo arco-íris nos céus da Paraíba, o nosso ouro colorido”, fala. Maysa utilizou a formação em Desenho Industrial para agregar valores ao negócio, e lançou um novo olhar ao que seria o início de tudo. “Vimos a lacuna que existia no segmento de estamparia em tecidos e confecções, e criamos

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em 2008, maysa venceu o prêmio na categoria pequenos negócios na etapa nacional, recebeu o troféu ouro

A mulher do ouro colorido: a empreendedora que acreditou no algodão colorido da Paraíba a primeira empresa deste segmento na Paraíba, em 1985. Em 1986, através de uma consultoria do Sebrae, criamos uma pequena fábrica de camisetas de malha de nome Mix, e começamos no setor de confecções”, explica. O algodão colorido foi, segundo a empreendedora, o grande trunfo para que o setor de confecções se erguesse no Estado da Paraíba. “Em 2000, criamos o Consórcio de Exportação Natural Fashion, e em 2003 ele foi transformado em Coopnatural. O nosso desafio desde então é promover e divulgar o algodão colorido e a Paraíba. Somos pioneiros em várias ações, não só em Campina Grande, mas no Brasil e no mundo!”, comemora. As ações de sucesso e desafios em série renderam a Maysa, em 2008, a premiação na categoria Negócios Coletivos do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios. Desde o início da trajetória, ela considera a cooperativa uma referência na Paraíba. “Criamos uma identidade e uma cara para o Estado. Todas as oportunidades de trabalho são trazidas para Campina Grande e arredores. O nosso projeto tem vários pilares de sustentação, entre eles o respeito ao meio ambiente, e para isso temos um produto orgânico certificado. Para validar o respeito às pessoas, temos o selo EcoSocial. A Cultura também é um dos pilares, pois vendemos um produto com conceito e muita personalidade, respeitando as técnicas artesanais

que vêm passando por gerações”, diz. Segundo Maysa, mesmo com muita confiança em empreender, os desafios foram intensos. “As dificuldades eram muitas, a partir do momento que tivemos de construir toda uma cadeia produtiva e criar o desejo nas pessoas de possuírem um produto que até então não existia. ‘Camisa de algodão colorido? O que é isso? É mentira!’. Era o que diziam quando explicávamos do que se tratava o produto”, conta. Mas, segundo ela, o fato de ser mulher nunca dificultou as ações do projeto. Para ela, o empreendedorismo precisa ser acompanhado de motivação. “Nossos colaboradores são motivados com cursos, palestras e workshops. Existem reuniões frequentes para troca de ideias e sugestões. Sinto que os cooperados, os agricultores, os artesãos e os clientes confiam em mim, o que faz aumentar ainda mais a responsabilidade. Sinto muitos destinos nas mãos. Isso, ao mesmo tempo que me assusta, me dá forças para trabalhar”, diz.

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juliana borges higieniza soluções

Jovem, solteira, com pouco dinheiro e sem conhecer ninguém em João Pessoa. Foi assim que a administradora de empresas, a baiana Juliana Borges, vencedora do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, em 2009, começou a trilhar seu caminho de sucesso no mundo do empreendedorismo. Hoje, com 37 anos, a empresária recorda com orgulho os onze anos de atuação da Higieniza Soluções. “Trabalhava dentro de uma indústria e sempre quis ter meu negócio próprio. Surgiu uma oportunidade de abrir na Paraíba uma distribuidora dessa indústria em que eu trabalhava. Tinha uma visão diferenciada do mercado e aceitei o desafio”, comenta. Com dinheiro contado, curto prazo para iniciar o negócio, a necessidade de contratação de uma pequena equipe, as questões burocráticas e a realidade do mercado local, além de ter que fazer

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em 2009, juliana venceu o prêmio na categoria pequenos negócios na etapa nacional, recebeu o troféu bronze

Limpando o preconceito: dona de um negócio de produtos para higienização, empresária superou a desconfiança do mercado mudança e encontrar um local para morar. Foram essas as dificuldades encontradas pela empresária ao abrir sua distribuidora de domissanitários, produtos químicos para higienização profissional. Juliana Borges ainda destaca o preconceito que sofreu por ser mulher e de fora do estado, à frente de um negócio bem sucedido, o que gerava desconfiança e assédio por parte de alguns homens. Sem nunca desistir, a empresária acredita que as oportunidades existem tanto para homens quanto para mulheres. “É uma questão de motivação interna, porém estamos em uma sociedade machista. Então, nós, mulheres, vamos conviver com isso, sendo empresárias ou não. Mas as empresárias precisam ter uma dose maior de coragem e autoconfiança”, defende. E, sendo assim, Juliana aproveita para afirmar o importante papel que o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios desenvolve na carreira e autoestima das empreendedoras. “O Prêmio vem crescendo a cada ano. Percebo que a mídia está cada vez mais interessada nele, e acredito que isso acontece devido às próprias personalidades que participam. O reconhecimento ajuda a reforçar sua imagem, mas as mulheres ganhadoras ajudaram a fortalecer a imagem do Prêmio também. Sou uma entusiasta dessa iniciativa! Para mim, o ganho foi menos midiático e mais de automotivação. Eu convenci pessoas de que minha trajetória é interessante.

Foi uma autoafirmação como mulher e como empreendedora. A minha história faz diferença, a minha história influencia outras pessoas. Então, foi importante para mim, para os meus funcionários e para minha empresa”, assinala. Com o tempo, a Higieniza Soluções expandiu os negócios abarcando o mercado de João Pessoa e Paraíba, e agregando ao seu mix de soluções produtos descartáveis e serviços. Porém, por questões de mudança no mercado externo e de mudanças na vida pessoal, em especial a maternidade, Juliana Borges alterou suas prioridades e passou a ser somente representante da marca, estabelecendo uma cooperativa com sua equipe. Atualmente, a empresária se declara apaixonada pelo terceiro setor e, por isso, vendeu sua empresa para se dedicar à formação de um instituto, onde irá estimular outras pessoas a empreenderem, auxiliando na elaboração de projetos para a captação de recursos e com consultoria de negócios.

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avani pereira CooperNut

Trabalho em equipe, vontade de mudar e sede de independência. Esses foram os ingredientes que Avani de Araújo Pereira utilizou para começar a CooperNut, uma cooperativa de produção de suplementos naturais, que hoje também oferece serviços de buffet. A empresária de Campina Grande, no Agreste da Paraíba, integrava, em 1999, um grupo de animadores da Pastoral da Criança. Na época, era sacoleira e, no grupo religioso em que atuava, era animadora. Mas algo a incomodava: o desemprego que dificultava o trabalho das pessoas que precisavam de renda para custear as visitas em 17 comunidades. Optou por fabricar e comercializar a multimistura na tentativa de melhorar a autoestima do grupo e gerar-lhe renda. “O começo foi difícil. Compramos ‘fiado’ na feira para dar início à

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em 2010, avani venceu o prêmio na categoria negócios coletivos na etapa nacional, recebeu o troféu bronze

Multimistura de sucesso: o negócio que nutre a esperança de famílias de Campina Grande produção, mas conseguimos fazer tudo certo e desde então não paramos. No primeiro mês, a produção foi improvisada. Foram 80 pacotes, depois subiu para 200 pacotes, e chegamos a produzir 2000 pacotes de multimistura por mês”, explica. A formação da Cooperativa veio no ano 2000, quando a comercialização da farinha que misturava linhaça, gergelim e trigo já mudava a vida de 28 famílias. O produto era vendido diretamente aos moradores dos bairros onde a pastoral atuava, e também revendido em farmácias. Mas, passados catorze anos, o perfil da CooperNut mudou. “No começo sofri preconceito até da minha família. Pouca gente acreditava que daria certo. Mas o trabalho em equipe deu ótimos resultados, e eu acabei me apaixonando. Crescemos muito! Além de produzir outros tipos de farinhas, a demanda dos clientes nos mostrou outra alternativa, que era o buffet”, explica. Hoje, Avani lidera uma equipe de 20 associados e, em períodos de evento, chega a contratar 50 funcionários a mais, de forma temporária. A produção de farinhas é responsável por até 20% do faturamento da Cooperativa, que hoje tem como principal foco a realização de eventos. “O nosso buffet agradou o mercado. É competitivo, e por isso resolvemos investir nele também”, explica. A empresária diz que é importante não perder a oportunidade de expandir o campo de atuação dos negócios, e sonha mais alto. “Hoje produzimos

farinhas diversas, temos o buffet e queremos mais. Quero que a CooperNut cresça, que possamos ter sede em outras cidades. Estamos investindo em novos prédios para a empresa, e queremos continuar o nosso sonho. Não temos medo de inovar!”, enfatiza. Para ela, as mulheres paraibanas são ousadas e se destacam no campo do empreendedorismo na Paraíba, mas a falta de linhas de crédito específicas ainda é um entrave. “Começamos de maneira muito informal. E isso pode ser difícil para mulheres que estão querendo empreender. As mulheres precisam de linhas especiais de crédito, pois elas têm hoje uma vida muito mais dinâmica, com jornada tripla. Necessitaria de mais incentivo para iniciar um negócio”, fala. Emocionada, Avani explica que o empreendedorismo rendeu-lhe a oportunidade de assistir a transformações na vida dos cooperados. “Hoje vejo os cooperados com uma vida diferente. Os filhos estudam em boas escolas, conseguem reformar as casas e levar uma vida digna. A nossa cooperativa não gera só renda, gera dignidade e autoestima”, diz.

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márcia gondim Adesmaf

O cultivo informal das flores, antes expostas em saquinhos e latas, ganhou novos cenários depois do olhar criativo de Márcia Maria de Souza Gondim. Foi no município de Areia, no Brejo paraibano, que ela decidiu fazer do sonho um empreendimento de sucesso. A Associação para o Desenvolvimento Sustentável de Macacos e Furnas (Adesmaf) surgia em 2005 com a proposta de gerar renda e profissionalizar o cultivo de begônias, crisântemos e minirrosas. Em paralelo, nascia o projeto Flores da Vila Real. “Éramos donas de casa e agricultoras. Muitas vezes, fizemos as reuniões sob a sombra das árvores de onde moramos, e a partir daí começamos a consultar os membros da comunidade. Nesse processo, sempre surgiam dúvidas sobre o que fazermos para dar sustentabilidade à nossa gente”, explica Márcia. A zona rural acabou ganhando um colorido

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em 2010, marcia venceu o prêmio na categoria negócios coletivos na etapa nacional, recebeu o troféu bronze

Flores em vasos e espécies exóticas: com nova forma de apresentar produto, líder garante a competitividade do negócio diferente no espaço de meio hectare onde as flores foram plantadas. Cinco anos depois, a ação rendeu o primeiro lugar na Categoria Negócios Coletivos do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios. Mas até lá o caminho foi árduo. “Não tínhamos dinheiro para investir, mas mesmo assim participamos de uma capacitação e fomos em frente. Chegamos a enviar vários e-mails e fazer telefonemas para empresas para conseguir a doação de vasos e de sementes. O começo foi bem difícil, mas tínhamos esse sonho de conseguir a nossa independência financeira. A nossa vontade de crescer era muito grande”, diz Márcia. Um dos resultados dos esforços repetidos chegou em 2009, durante a visita do embaixador dos Países Baixos. “Entregamos em mãos um projeto mostrando que o nosso objetivo era ampliar a área de produção. Após varias tentativas, a secretária do embaixador nos ligou informando que a Embaixada teria interesse em apoiar nosso projeto. Recebemos 80% do valor solicitado”, fala. A partir daí a produção ganhou força. “As oportunidades de comercialização foram surgindo através de vários convites, de exposições e eventos em shoppings até mostras em salão de artesanato”, conta. A associação chegou ao ano de 2013 com um total de 53 sócios, sendo 12 apenas na área de floricultura. Sobre o que sonha e planeja para a associação, Márcia é enfática: ganhar mercado! “Nós já temos certo número de compradores,

mas queremos ser mais competitivos. Queremos estar no páreo de São Paulo e Pernambuco, pois sabemos que os nossos produtos têm as mesmas características. Em alguns casos, são até melhores. Queremos ampliar a nossa produção para entrar nesse circuito de vendas”, declarou. A iniciativa, baseada no potencial preexistente das comunidades, fez com que essas mulheres, encorajadas por Márcia, fossem pioneiras e únicas na Paraíba, no que diz respeito à produção de flores em vasos e espécies exóticas. “Começamos comprando fiado e pedindo prazo, o que não foi fácil, mas com muita fé em Deus, trabalho duro e a união de todos, nunca atrasamos nenhum dos compromissos, e adquirimos credibilidade e respeito dos nossos fornecedores”, comemora.

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maria de nazaré copaf

A Paraíba ganhou, em 2014, um abatedouro de frango caipira, um dos maiores do Nordeste. Um passo importante para o fortalecimento da microeconomia, por modificar a vida de várias famílias que antes faziam trabalho informal. A ampliação da produção foi uma das vantagens e, nesse cenário, a atuação de uma mulher paraibana foi peça fundamental: Maria de Nazaré dos Santos Barbosa. Ela decidiu investir tempo em aprender e compartilhar novas perspectivas de negócios. Tudo começou dez anos antes, depois de participar de um minicurso de avicultura, no Sebrae. Em seguida, com ações conjuntas de cinco pessoas, Maria de Nazaré deu início à Cooperativa de Avicultura (Copaf), baseada na agricultura familiar e com foco direto na criação de aves e produção de ovos caipiras. “Não senti medo de

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em 2011, maria venceu o prêmio na categoria negócios coletivos na etapa nacional, recebeu o troféu prata

Ovos de ouro: criação de aves caipiras garante parcerias com grandes marcas e gera ocupação para cooperados começar a empreender. Sempre recebi apoio da família. Comecei o negócio com recursos próprios e hoje sonho em ampliar a nossa atuação. Não transformo só a minha vida, mas a realidade de muita gente que trabalha conosco, que acreditou no sonho e seguiu em frente”, diz. O olhar aguçado para o mercado abriu oportunidades para que ela e os demais cooperados pudessem chegar a grandes marcas e fechar parcerias com importantes clientes, incluindo uma rede multinacional de supermercados que atua na Paraíba. Não foi fácil consolidar o trabalho da Copaf, mas o sabor da vitória veio em 2011, através da conquista estadual e do Troféu Prata Nacional, na categoria Negócios Coletivos, entrando para a galeria do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios. Atualmente, 82 famílias produzem para a Copaf, na região da Borborema, congregando treze cidades. A previsão é de que outros municípios paraibanos entrem no planejamento. Os produtos são vendidos para os setores público e privado. “Até o ano de 2016 queremos crescer mais. A meta é estar com mais 300 cooperados”, planeja. Com o novo abatedouro, a cooperativa espera se consolidar ainda mais no mercado. “O nosso desafio é profissionalizar cada vez mais o nosso trabalho. Antes, os avicultores trabalhavam de forma precária e terceirizavam o serviço de abate. Com o abatedouro, eles passam a organizar outro

ciclo da cadeia produtiva, agregando ao produto mais higiene e rentabilidade”, explicou. Mas as ações de empreendedorismo não acabam por aí. Ela já planeja novos campos de atuação. “A Copaf irá desenvolver em paralelo um projeto de uma fábrica de bolos. A ideia é gerar mais emprego e renda para as mulheres do campo e, principalmente, manter firme sua autoestima, tirando elas da dependência dos maridos”, explica. Como líder e mulher, disse ter superado a descrença. “Nunca dei importância a preconceitos”, afirma. Além disso, aponta a atuação feminina no empreendedorismo como importante para driblar os preconceitos e diferenças sociais. “As mulheres cada dia estão se abrindo mais para o empreendedorismo, até mesmo a mulher do campo, que está indo em busca de empreender”.

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renate de negreiros casitus

Proveniente de uma família de comerciantes, Renate de Negreiros herdou a veia para os negócios. Nas praias ou nos supermercados paraibanos, a sua marca de picolé e sorvete Casitus é sinônimo de qualidade e delicioso sabor. Com 42 anos, sendo 15 deles na condução do negócio, a empresária, partindo de uma memória afetiva, provou que com garra e inovação é possível entrar no mercado e competir de igual com outros fabricantes. “Sou de uma família de comerciantes. Quando terminei minha formação acadêmica em Nutrição, trabalhei durante dez anos na área clínica. Mas, sentia que me faltava algo, por ser de uma família de vendedores. Certa vez, indo à praia, me veio a ideia. Tomava aqueles picolés e me lembrava dos picolés que minha mãe fazia lá em Picuí, quando eu era criança. Eles tinham os pedacinhos das

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em 2011, renate venceu o prêmio na categoria pequenos negócios

O sabor gelado da infância: picolés de frutas conquistaram o gosto do consumidor, e empresária consagra marca frutas. Meu esposo já tinha um pequeno negócio de picolés, então comecei a ajudá-lo. Modificamos a receita, deixamos os picolés mais naturais”, narra Renate sobre o despertar da Casitus. Ao unir seus conhecimentos em nutrição com o gosto da sua infância, a empresária desenvolveu um produto único e genuinamente paraibano, que conquistou o paladar dos consumidores. No entanto, o sucesso veio com o rompimento de barreiras. Renate deixa claro que, por ser mulher, sofreu desconfiança dos homens ao iniciar no mundo do empreendedorismo. Porém, com o tempo e empenho, a empresária provou a sua capacidade e vontade de crescer, e os desconfiados passaram a ser seus admiradores. “O campo empreendedor na Paraíba é favorável, sim, às mulheres. Principalmente porque nós mulheres vemos oportunidades onde às vezes os homens veem dificuldades”, defende. Em 2011, Renate foi a vencedora do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, o que proporcionou uma maior visibilidade a Casitus. “O Prêmio é um coroamento de todo um trabalho, e deixa a gente com uma grande responsabilidade e uma vontade de querer mais. Eu acho que a premiação foi uma excelente ideia para motivar todas as empreendedoras e também nos instigar a querer sempre mais. Acho de suma importância, afinal proporciona credibilidade ao negócio”, comenta. Atualmente, bem estruturada e com um

parque industrial maior, a Casitus cresce 20% a cada ano, atuando na Paraíba e em algumas cidades de Pernambuco. Segundo a empresária, os planos são expandir o mercado de alcance para todo o Estado de Pernambuco e ainda para o Rio Grande do Norte. Com determinação e os conhecimentos que adquiriu de sua família, Renate Cristine de Negreiros garante seu espaço no empreendedorismo paraibano.

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ana maria de araújo loke brinke

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Com o desejo de abrir seu próprio negócio, a professora de Educação Física, Ana Maria de Araújo, não deixou a oportunidade escapar quando ela surgiu a sua frente. Um convite para entrar em uma sociedade levou a microempreendedora individual a embarcar no mundo dos brinquedos infláveis. “Umas amigas estavam abrindo uma loja de decoração de balões e elas viram que em Brasília tinha um mercado de brinquedos infláveis. Dessa forma, me chamaram para fazer parte do negócio, onde eu entraria com essa parte dos brinquedos. Comprei alguns e, aliado a isso, passei a trabalhar também com recreação, pintura. Enfim, animação de festas infantis. Como eu estava crescendo muito, acabou que a sociedade se desfez, mas isso não me impediu de continuar”, relembra Ana Maria.


em 2012, ana maria venceu o prêmio na categoria microempreendedora individual

Diversão é o seu negócio: especialista em recreação de festas infantis, dona de negócio aposta nas novidades Assim, há doze anos nasceu a Loke Brinke, que hoje é uma referência no universo de recreação em João Pessoa. Ao investir no seu próprio negócio e trabalhar incansavelmente, sem finais de semana, feriados ou licença maternidade, a empresária chamou a atenção da clientela e expandiu o número de festas e eventos para alugar os seus brinquedos. “Aumentei o leque de opções, comecei a trazer brinquedos que as pessoas não sabiam que existiam. Ampliando o meu negócio, os clientes sabiam que eu sempre estava à frente do mercado pessoense, e sempre me procuravam atrás de novidades. Conquistei a confiança deles”, comenta a empreendedora. Ana Maria investiu não apenas nos brinquedos infláveis tradicionais, como o pula-pula e a piscina de bolinhas, mas trouxe inovações nesse ramo, como o touro mecânico, fazendinha, bosque encantado, tobogã, futebol de sabão, surf mecâncio, dentre outros. Esse foi o grande motivo da discriminação que sofreu no campo do empreendedorismo. “Sofri preconceito por ser inovadora, por ser visionária e por sempre investir no meu próprio negócio, acreditando no meu trabalho. Muitas vezes, me tachavam de precipitada por causa de alguns brinquedos que adquiria, mas depois percebiam que o mercado aceitava muito bem as novidades que trazia. Como mulher, tive que conquistar a confiança dos homens que trabalham comigo.

Sempre impus respeito”, defende a empresária. Ao lembrar a sua trajetória, Ana Maria destaca o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, que recebeu em 2012, como o auge para sua empresa, gerando confiança para o seu negócio e novos clientes. Dentre os planos para o futuro, está o desejo em deixar de ser uma microempreendedora individual e transformar a Loke Brinke em uma microempresa. Atualmente, com 47 anos, Ana Maria anseia aumentar suas opções, investindo nos brinquedos eletrônicos que atraem bastante as crianças. “Os pais gostam dos brinquedos infláveis porque as crianças gastam energia, mas os pequenos também gostam dos eletrônicos. Quero investir nessa área também”, comenta.

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clair leitão Clair & Leitão Contabilidade pública

Ela é pós-graduada em Gerência Estratégica de Negócios, Contabilidade Pública, Gestão Pública, Direito Administrativo e Gestão Previdenciária. Estamos falando de Clair Leitão, uma sertaneja da cidade de Patos, no interior da Paraíba, que através do seu empreendedorismo e força de vontade se destacou no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios. A assessoria em contabilidade pública é a tônica do negócio liderado por ela, e seus principais clientes são as prefeituras. É assim que Clair vive o que ela classifica como a materialização de um sonho: o de ter uma das maiores empresas de contabilidade pública do Estado. Para isso, ela começou muito cedo, aos 17 anos. Somente depois de vários começos e recomeços ao longo da trajetória profissional, o que incluiu muito investimento pessoal e financeiro, ela conseguiu se

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em 2013, clair venceu o prêmio na categoria pequenos negócios

A dona dos números: empreendedora conseguiu transformar seu sonho na maior empresa de contabilidade pública do estado consolidar no mercado. Hoje, a empresa tem um faturamento robusto e uma carteira de cerca de 30 clientes. “Sempre tive apoio da minha família, do meu marido. Ele nunca me impediu de buscar conhecimento. Eu fiz quatro especializações, e todos os cursos que tinham disponíveis eu procurei fazer. Li muitos livros e nunca deixei de lado minha força motivacional”, diz. A empresa, que rendeu à contadora pública e economista a premiação, foi criada oficialmente em 2009, mas antes disso ela já atuava na área como profissional liberal. “Foi em 1998 que eu decidi abrir a primeira empresa. Convidei uma amiga para ser sócia e começamos a participar de vários treinamentos e capacitações. Fui crescendo, buscando informações, e o que realmente me deu projeção foi quando eu decidi abrir a minha própria empresa, como pessoa jurídica. Nessa fase, eu resolvi formalizar o negócio e sabia que tinha que correr atrás. Fui nos gabinetes de deputados e senadores, tracei muitas metas, pois eu tinha que conseguir novos clientes. Depois de investir eu sabia que era ou tudo ou nada”, relata. Logo no primeiro ano ela conseguiu duplicar o número de clientes, o que a motivou ainda mais. “Se eu fizer um bom papel, sei que fidelizarei o cliente. Tem prefeituras em que eu sou contadora há mais de vinte anos, mas para isso tem que ter uma história, uma demonstração de ética, aprovações e responsabilidade”, explica. O ato de

empreender significou também inovar, arriscar e questionar paradigmas já existentes no mercado. “Quando abrimos o escritório, as empresas que existiam na área eram lideradas por homens. Éramos acostumadas a ver aqueles escritórios com estantes de ferro, cheias de pastas e papeis. Nós queríamos outra coisa, um escritório organizado. Nossa ideia era um escritório moderno. Nisso, somos pioneiras no Estado”, afirma. Clair conta que chegou a sofrer preconceitos no trabalho. “Eu completei 30 anos de carreira, foi trabalho sem parar. Eu sofri preconceitos quando eu ainda não era proprietária do negócio. Como gerente contratada em outro escritório para liderar os homens, eu encontrei muita resistência deles. Eu pedia para executarem tarefas e eles não faziam, por exemplo. Mas, graças a Deus, as portas sempre se abriram pra mim”, fala. Ao avaliar o mercado e a força da mulher paraibana para empreender, Clair deixa um alerta: “É preciso persistência! Em tudo na vida da gente, em qualquer área, seja pessoal ou profissional, a gente tem que acreditar e vencer os desafios, porque nada vem de mão beijada. Nada vem sem desafios e sem dor. Passamos muitos momentos difíceis, mas o que faz a gente continuar é saber que, se a gente persistir, a gente consegue, seja o que for”, diz Clair.

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maria da paz Associação Comunitária dos Agropecuaristas do São João

A necessidade por uma atividade de geração de renda motivou Maria da Paz Nascimento a criar a Associação Comunitária dos Agropecuaristas do São João. Localizada na área rural de Pombal, em um assentamento com 15 famílias, um grupo de mulheres se uniu e começou a desenvolver uma produção de polpa de frutas que era comercializada no município. “Éramos conhecidas como as mulheres do isopor, de porta em porta vendendo. Hoje, temos um carro para o transporte do produto e somos referência na região”, lembra Maria da Paz. Todas as famílias assentadas contribuíram no processo de constituição do negócio. Existente desde 2006, a Associação Comunitária dos Agropecuaristas do São João começou com a ajuda do Projeto Cooperar e com auxílio dos cursos de capacitação do Sebrae. Atualmente, gera renda

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em 2012, maria da paz venceu o prêmio na categoria negócios coletivos

Frutas e associativismo: produção de polpas reúne assentados do Sertão em torno de um objetivo comum para as famílias da comunidade, com uma produção proveniente de frutas da própria localidade e também de outras cidades da Paraíba. Os resultados melhoraram a autoestima das mulheres produtoras, mudando a visão dos homens em relação ao trabalho desenvolvido por elas. “Enquanto mulher, sabemos como é difícil conquistar o nosso espaço. Fui a primeira mulher a trabalhar com Associação dentro do nosso município. No início, não deram muita credibilidade, por sermos mulheres e por sermos da roça”, comenta Maria da Paz. Sem desistir e com muita persistência, a Associação prosperou, aumentando sua produção e conquistando a confiança da própria comunidade. Maria da Paz destaca o papel do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios nesse contexto, quando venceu em 2012. “O Prêmio abriu os nossos olhos para gerenciamento e gestão, pois participamos três vezes até ganhá-lo. Com a divulgação que o Prêmio proporcionou, ganhamos novos clientes, e o principal: o registro do Ministério da Agricultura. Toda a nossa produção era vendida apenas para os programas institucionais do Governo. Agora, com o registro, podemos colocar em supermercados e restaurantes. Por isso, foi um divisor de águas em nossa trajetória. Deixamos de ser apenas agricultores, e agora somos empresários”, comemora. Maria da Paz, hoje com 41 anos, planeja

transformar a Associação Comunitária dos Agropecuaristas do São João em uma Cooperativa. Os planos também são de diversificar a linha de produção, aumentando a quantidade das polpas de frutas, e investindo no seu beneficiamento, com a criação de sucos concentrados e iogurtes. Com isso, almeja maior geração de renda para as famílias da Associação e mais benefícios para a comunidade. Esses são os sonhos dessa mulher vitoriosa.

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francisca feitosa Cesário Construções

Como mulher, Francisca Feitosa enfrentou preconceito por entrar no mundo do empreendedorismo e, principalmente, por seu negócio ser de um ramo com forte tradição masculina: material de construção. Vencedora do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, em 2013, a empresária conquistou os clientes da sua cidade, Pombal, e dos municípios vizinhos. Hoje, a Cesário Construções é uma referência pelo seu excelente atendimento e pela qualidade dos produtos e serviços. A primeira experiência de negócios de Francisca aconteceu no comércio, como sacoleira, vendendo bijuterias e artigos para presentes. Posteriormente, abriu um ponto de comercialização desses artigos. Despertando o interesse por outras oportunidades, a empresária fez uma pesquisa de mercado e notou que não havia lojas de pré-moldados em Pombal, por isso

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em 2013, francisca venceu o prêmio na categoria pequenos negócios

Construindo sonhos inovadores: tradição masculina quebrada pela força de uma empresária resolveu investir na área. “Comecei meu negócio por uma necessidade, tinha uma experiência no comércio, mas surgiu uma oportunidade no ramo de material de construção e decidi trabalhar com isso”, comentou a empreendedora. Com o tempo, a loja foi crescendo e ampliando as possibilidades. Atualmente, com treze anos de atividade, a Cesário Construções, além de oferecer os pré-moldados, abarca todo o material de acabamento, como cerâmicas, tintas, louças sanitárias, instalações elétricas e hidráulicas. A loja também participa de projetos como Minha Casa, Minha Vida, construindo e comercializando casas populares. Para ganhar eficiência, adquiriu recentemente um caminhão, que realiza o transporte do cimento da fábrica para o cliente. “Sempre tive apoio da minha família e principalmente do meu marido. Ele me ajudou muito no início. É o meu suporte, e ainda hoje nos ajuda. Sofri preconceito por ser mulher e porque o produto que eu vendo é considerado masculino. É o homem que vem procurar o material: o pedreiro, o dono da casa. E sempre querem tratar com um homem. Mas nunca desisti, e provei que entendo do negócio! Sempre me capacitei para atuar no meu ramo. Quando ganhei o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios tive uma receptividade muito boa das pessoas da minha cidade, um respeito maior. A inovação foi um ponto forte na minha história, no meu negócio. É

isso que busco”, declara Francisca. Com 48 anos, a empresária acredita que hoje as mulheres estão mais atuantes no mercado, estão reconhecendo o seu potencial, as suas necessidades, e procurando capacitação. Por isso, Francisca destaca o papel do Sebrae nesse trabalho, incentivando e oferecendo cursos e prêmios de reconhecimento pela trajetória de luta e esforço das mulheres. Como uma empreendedora de visão, Francisca pretende continuar avançando na sua área, ampliando sua loja, e fazendo com que a Cesário Construções alcance outros municípios da Paraíba.

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maria de fátima mota Associação dos Pescadores de Camalaú

Ela é filha de pescador e a mais velha de onze irmãos. A história de Maria de Fátima Mota Barbosa é marcada por humildade, persistência e vontade de manter viva uma tradição que gera renda para uma colônia inteira de pescadores na cidade de Camalaú, no Cariri da Paraíba. Mas o espírito empreendedor dessa paraibana foi longe: além de liderar um grupo de 12 mulheres na cidade onde mora, ela capacitou líderes de outras 20 famílias nas cidades do Congo e em Sumé, na mesma região. Sua infância e adolescência foram vividas em meio à pesca. “Me criei na beira de um açude, vendo meu pai pescar”, diz. Mas, apenas anos depois, em 2010, foi quando surgiu a necessidade de modificar a rotina da comunidade. Ela já era funcionária pública quando resolveu empreender. Ao observar as dificuldades de

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em 2013, maria de fátima venceu o prêmio na categoria produtora rural na etapa nacional, recebeu o troféu ouro

A pescadora de realizações: da dificuldade à oportunidade, líder de associação inova na forma de vender peixe parentes e amigos em comercializar a traíra, um peixe de água doce, Maria de Fátima resolveu desenvolver uma técnica especial de extração de espinhas da espécie. Foram seis meses de tentativa até que ela conseguisse finalizar um produto desfiado, garantindo a retirada de até 95% dos ossos finos e pontiagudos que estavam desvalorizando o produto. “As pessoas não queriam mais comprar o peixe por causa da dificuldade em tirar as espinhas, e eu ficava triste vendo que toda a produção da minha família e amigos estava perdida. Teve tempo em que as traíras eram jogadas no lixo. Eu via o trabalho da colônia de pescadores morrendo, e eu queria mudar essa história. Também queria uma renda extra, aí comecei a fazer esse trabalho. Errei muito até conseguir deixar o processo do jeito certo, mas consegui!”, comemora. Foi em 2011 que a ideia tomou força junto à Associação de Pescadores de Camalaú. “Reuni a família, e disse que eu estava disposta a ter mais uma alternativa de renda. Foi aí que eu comecei a dar aulas para as mulheres da comunidade. Ouvimos piadas e muita gente disse que não íamos conseguir”, diz Maria. Nas primeiras quatro horas de trabaho, quatro mulheres lideradas por Maria de Fátima conseguiram finalizar o total de 2,7 kg de traíra desfiada. Era pouco. “Ficávamos horas testando, aprendendo juntas. Foi quando, nesse

mesmo ano, conseguimos produzir mais de 800 kg, que foram todos comercializados”, fala. A produção bateu recorde em 2012, com 2,7 mil kg de traíra desfiada e comercializada ao longo do ano. Por causa da seca, a produção de 2013 não ultrapassou os 700 kg, mas Maria diz ter planos alternativos para lidar com situações assim. “Esse é um trabalho para mostrar a força que a mulher rural tem para vencer na vida. Para o futuro, queremos aproveitar melhor as escamas, ossos e as peles dos peixes para o artesanato. Queremos transformar isso em produto de comércio, justamente pra ser uma renda a mais nesses períodos de seca”, explica. Para essa paraibana, as memórias da infância, a paixão e a curiosidade moveram o sonho. “Eu observava minha avó cozinhando, e achava isso muito bonito. Além de criar cinco filhos, considero o trabalho com a traíra o meu maior desafio, minha maior realização. Hoje, temos parcerias para um trabalho coletivo, de respeito e ressocialização, que elevou a autoestima de várias mulheres. Inclusive a minha!”, afirma.

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thais fernandes presentes especiais

A idade nunca foi uma barreira para a microempreendedora individual Thais Fernandes. Com 15 anos, ela iniciou sua própria empresa, a Presentes Especiais, com o intuito de confeccionar produtos personalizados. Ao abrir o seu negócio, em 2005, Thais não colocou nenhum investimento financeiro inicial. Pelo contrário, criou uma página nas redes sociais e, com o pagamento adiantado de metade do valor de cada pedido, comprava o material necessário e preparava os produtos. Em três anos de existência, a Presentes Especiais já havia vendido para todos os estados brasileiros e ainda para o exterior: Ilha de Madeira, em Portugal; Miami, nos Estados Unidos; e Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Diante do crescimento da empresa, se fez necessária a abertura de uma loja virtual, e assim nasceu a presentesespeciais.com.

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em 2013, thais venceu o prêmio na categoria microempreendedora individual na etapa nacional, recebeu o troféu prata

A arte de presentear: mimos feitos sob medida conquistam fidelidade e satisfação de clientes “Eu cursava o primeiro ano do Ensino Médio quando uma amiga comentou sobre a dificuldade de encontrar presentes criativos para o seu namorado, uma vez que ela estava à procura de um produto diferente, que lembrasse a relação deles. Então, ela me disse umas ideias e, como não havia nenhuma empresa que fizesse esse tipo de serviço e nem ela sabia executar, eu a ajudei a desenvolver o presente. Logo depois, fiz uma pesquisa de mercado, e constatei que muitas pessoas queriam produtos criativos, daí surgiu a Presentes Especiais, através da rede social chamada Orkut”, explicou a empresária. No início, Thais buscou a Casa do Artesão, estabelecendo parcerias com os artistas, de forma que ela desenvolvia os esboços dos produtos, os artesãos fabricavam e, por fim, ela customizava. Até hoje, o site funciona da mesma forma: os clientes podem escolher um dos produtos do mostruário, entre canecas, caixas, porta-joias, porta-retratos, DVDs e bandejas personalizados, ou ainda outros produtos sob encomenda, idealizados pelos próprios clientes. A empresária ainda oferece consultoria online gratuita para as pessoas que estão em dúvida sobre o que presentear. Em 2010, Thais já era formalizada como MEI (Microempreendedora Individual) e cursava a graduação de Design de Produtos na Universidade Federal da Paraíba, no campus de Rio Tinto. Formada desde 2013, Thais está reformulando seu

plano de negócios para que, até 2020, a Presentes Especiais seja a maior loja virtual no segmento de presentes personalizados do Brasil. Nessa trajetória de nove anos com sua própria empresa, a empreendedora destaca o preconceito sofrido por ter entrado no mundo dos negócios muito jovem. “A internet foi até um refúgio pra mim. Nem fazia questão de me expor muito. As pessoas quando me encontravam ficavam meio chocadas porque eu era muito jovem”, ressalta. Até que, com o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, que ganhou na décima edição (ano 2013), Thais viu sua imagem propagada em diversas mídias, alcançando respeito e admiração pelo seu empreendedorismo precoce. “Não tenho palavras para descrever o Prêmio. Ele representa uma nova fase da minha vida, me deu mais vontade de crescer, me deu perseverança. Está sendo um divisor de águas”, finaliza.

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agradecimentos

Anilza Medeiros, Jacy Viana, Cláudia Pereira e Bera Wilson, primeiras avaliadoras do Prêmio, em 2006, em torno de Fernando Leal, gerente da Unidade de Educação Empreendedora à época.

E

m 2006, com o número de candidatas ao Prêmio aumentando, o Sebrae buscou a parceria da FNQ – Fundação Nacional da Qualidade, e juntos implantaram um processo de avaliação informatizado, a partir de critérios baseados nos Fundamentos de Excelência da Gestão. Mas, mesmo com esse novo processo, a emoção contida nas histórias marcou a primeira comissão de avaliadoras. Para o trabalho fluir mais rápido, sempre valorizando os aspectos éticos, em que a imparcialidade tinha que falar mais alto, as analistas do Sebrae, Anilza Medeiros, Jacy Viana, Cláudia Pereira e Bera Wilson, ficaram confinadas em um ambiente calmo, e dali rolaram lágrimas e 11 empresas finalista. Após a definição das finalistas, com trabalho de verificação in loco, coube à Comissão Julgadora definir as duas vencedoras do Estado naquela edição, uma de cada categoria. Uma delas foi a Mauricéa Barbosa, ganhadora do Troféu Prata Nacional 2006. Hoje, em nome das primeiras quatro avaliadoras, agradecemos aos 42 avaliadores voluntários que, em algum momento, integraram a Comissão Avaliadora desse Prêmio. Um detalhe: mais de 90% são mulheres. Agradecemos também às instituições que compõem, através de seus representantes, as Comissões Julgadoras de cada edição: Secretaria da Mulher e Diversidade Humana (Governo do Estado da Paraíba), Centro da Mulher 8 de Março, Cunhã Coletivo Feminista, Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres (Prefeitura Municipal de João Pessoa), Câmara dos Dirigentes Lojistas de João Pessoa (CDL/ JP), Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre o Gênero e Direito (CCJ/UFPB) e os meios de comunicação, tendo já participado a TV Tambaú, a TV Clube e a Rede Paraíba de Televisão.

Reunião da Comissão Julgadora da Edição 2013, composta por sete entidades representativas do poder público e do terceiro setor que defendem os Direitos da Mulher, sendo uma cadeira reservada à Imprensa.


expediente Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho Diretor-Presidente do Sebrae Mário Antônio Pereira Borba Presidente do Conselho Deliberativo Estadual Luiz Alberto Gonçalves de Amorim Superintendente do Sebrae na Paraíba Ricardo Jorge Castro Madruga Diretor de Administração e Finanças João Alberto Miranda Leite Diretor Técnico Renata Câmara Avelino Gerente da Unidade de Marketing e Comunicação Maria José Menezes Pereira Gestora Estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios

redação: Douglas Xavier | DRT-PB 3272 Érica Chianca | DRT-PB 2853 Vanessa Queiroga | DRT-PB 2936 Lígia Coeli | DRT-PB 3011

revisão: Douglas Xavier

design e ilustração: Thiago Castor Jessica Kianne

fotos: Dayse Euzébio Rayane Ferreira Acervo do Sebrae Paraíba

serviços editoriais: Communicare Soluções em Comunicação CNPJ 11.935.924/0001-04


O Sebrae quer contar sua história para todo mundo. Participe! Além de poder ser uma das vencedoras, a sua trajetória pode inspirar novas mulheres de negócio e mudar a vida de muita gente. Faça a sua inscrição, por meio do site abaixo. INSCRIÇÕES DE 08 DE MARÇO A 31 DE JULHO

mais informações: www.mulherdenegocios.sebrae.com.br 0800 570 0800 sebrae paraíba av. maranhão, 983 - bairro dos estados joão pessoa/pb | cep 58030-261 telefone: (83) 2108-1100


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