TFG | Parque Augusta: articulando um sistema de espaços livres no centro de São Paulo

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Parque Augusta Articulando Um Sistema de Espaços Livres no Centro de são Paulo

faculdade de arquitetura e urbanismo universidade de são paulo trabalho final de graduação thiago cesário gomes orientador: prof° Dr. Eugênio fernandes queiroga Dezembro de 2016



Sou gratidão e carinho ao Eugenio, pela orientação precisa e paciente durante todo esse ano; à Paula, que sempre acreditou e sempre esteve comigo; ao Luciano, por toda a experiência e aprendizado ; à Aruã, Marieta e Chodin, amigos queridos e sem os quais esse trabalho seria outro; aos bff ’s Barbara, Flávia, Anita, Cacau, Luiz, Melina e Marina; a todos os amigos que fizeram e fazem parte da minha trajetória; ao meu pai, que adoraria ter me visto chegar até aqui; aos meus avós, por serem as melhores pessoas que eu conheço; à minha mãe, sem a qual nada disso seria possível a princípio.



Sobre o Trabalho a definição do tema o lugar na cidade o terreno a história a viabilidade

8 9 10 12 13

Parque Augusta sobre o projeto ampliação 1 ampliação 2 ampliação 3 cortes e detalhes Iluminação

16 17 20 21 22 28

Calçadões gravataí joão guimarães rosa

32 34

Ruas augusta Marquês de paranaguá CAio prado

38 40 42

vegetação Vegetação acrescentada vegetação removida

46 49

Materiais PISOS E REVESTIMENTOS EQUIPAMENTOS

52 53

Considerações finais

54

Bibliografia

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Sobre o trabalho


Ao iniciar o TFG no início do ano, apresentei para o meu orientador o desejo de trabalhar com o terreno conhecido popularmente como Parque Augusta, por uma série de questões: minha vontade pessoal de fazer um TFG de projeto, a escala do terreno (nem muito grande a ponto de perder a escala do pedestre, nem muito pequeno a ponto de chegar em um detalhamento de projeto executivo), a localização importante na cidade e a exposição recente que a área recebeu, com uma série de movimentos populares articulando-se em torno da criação do parque. Nas primeiras conversas com o meu orientador, ficou claro que apenas o projeto do parque não seria satisfatório. O terreno fica localizado em uma área adensada da malha urbana, lindeira a Rua Augusta e fica perto de duas das principais vias da cidade, ambas contando com corredores de ônibus (Rua da Consolação e Avenida 9 de Julho). Além dessas importantes vias de acesso, temos mais dois equipamentos de lazer na cidade: a “recém” reformada Praça Roosevelt e o Elevado Presidente João Goulart/ Parque Minhocão, que nas noites e fins de semana se transforma em uma grande área de lazer.

Com isso em vista, ficou claro que, além do projeto do parque, uma segunda parte importante do trabalho seriam as conexões de todas essas área, criando uma unidade e, por consequência, um pequeno Sistema de Espaços Livres. Analisando a área, defini que a conexão principal entre os parques deveria ser um calçadão na Rua Gravataí, via de uma mão apenas que vai do terreno do Parque Augusta diretamente à Praça Roosevelt, e a continuação desse calçadão por uma quadra da rua João Guimarães Rosa, atualmente uma rua sem saída, em direção à Rua da Consolação, obtendo assim a ligação com o Minhocão. Por fim, optei pelo redesenho de todas as ruas lindeiras ao parque, com o alargamento de todas as calçadas das Ruas Augusta, Caio Prado e Marquês de Paranaguá, além de uma ligação cicloviária nesta até a faixa da Rua da Consolação.

Ao iniciar o TFG no início apresentei para o meu orie o desejo de trabalhar com no conhecido popularment Parque Augusta, por uma s questões: minha vontade de fazer um TFG de projet cala do terreno (nem muito a ponto de perder a escala destre, nem muito pequeno de chegar em um deta-lham projeto executivo), a loca importante na cidade e a ex recente que a área recebe uma série de movimentos lares articulando-se em to criação do parque. Nas primeiras conversas meu orientador, ficou claro enas o projeto do parque nã satisfatório. O terreno fica l do em uma área adensada ha urbana, lindeira a Rua A e fica perto de duas das pri vias da cidade, ambas co com corredores de ônibus ( Consolação e Avenida 9 de Além dessas importantes acesso, temos mais dois mentos de lazer na cidade: cém” reformada Praça Roo o Elevado Presidente João G Parque Minhocão, que nas fins de semana se transfor

SOBRE A DEFINIÇ DO TEMA

a definição do tema

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Croqui inicial, desenhado no primeiro encontro com o Professor Eugênio Queiroga


o lugar na cidade

O terreno do parque fica localizado em um lote praticamente sem construções e com um grande bosque tombado, ocupando metade da área total da quadra entre as ruas Caio Prado, Augusta e Marquês de Paranaguá. Em uma posição central na cidade, ele faz divisa com um campus da PUC-SP, e fica a distância de uma caminhada da Universidade Mackenzie. Fica a distância de uma caminhada dos corredores de ônibus da Rua da Consolação e da Avenida 9 de Julho. E a cerca de 1 quilometro das Estações República e Anhangabaú do Metro. Mais notavel ainda, é a sua proximidade com a Praça Roosevelt, que fica a apenas uma quadra, e também com o Elevado Presidente João Goulard, o Minhocão, ambas importantes áreas de lazer do centro da capital.

Área de Projeto

Rua Caio Prado

Rua da Consolação

Praça Roosevelt

Estação República

Estação Anhangabaú

Rua Augusta Rua Marques de Paranaguá

Estação Paulista

Ligação Leste-Oeste Avenida 9 de Julho

SOBRE O TRABALHO

Rua Caio Prado

11


10

O TERRENO

O terreno, como visto na imagem ao lado , pode ser divido em duas partes bem definidas: o bosque, na parte norte, onde fica a parte mais acidentada e de maior declive, e o descampado plano, na parte sul, onde ficava o antigo prédio do colégio. Esta parte foi, durenta muito tempo, ocupada por um estacionamento, que ali construiu construiu ali algumas coberturas metálicas precárias. Por último, existe um talude forte na esquina das ruas Marquês de Paranaguá x Augusta, que define a parte plana do terreno. As fotos a seguir foram tiradas durante visita no dia 4 de abril de 2013.


O TERRENO

13


14

A História

Embora hoje não existam construções de grande porte e seu uso atual seja um estacionamento, ali funcionou entre 1907 e 1967 o Colégio Des Oiseaux, instituto de ensino para mulheres dirigido pelas Cônegas de Santo Agostinho. A sede do colégio, um palacete em estilo art noveau construído em 1902 para a família Ushoa, foi demolido em 1974, restando apenas o portão de entrada na Rua Caio Prado. Apesar da demolição, ainda é possível encontrar vestígios de antigos passeios pelo bosque. Em 1970, as freiras venderam o terreno e mudaram o colégio para a nova sede, construída no bairro do Morumbi. No mesmo ano, a prefeitura declarou o terreno como de utilidade pública, mas logo em seguida a proprietária, que desejava construir um empreendimento imobiliário ali, conseguiu revogar o decreto na Câmara de Vereadores. Desde então a área já trocou de mãos algumas vezes: -vendido em 1977, para a construtora Tenjin, que tentou, sem sucesso, instalar um complexo hoteleiro no local;

-vendido em 1996 para o ex-banqueiro Armando Conde, dono da Acisa Incorporadora. Mais uma vez, são propostas uma série de empreendimentos no local, desde um supermercado, até um conjunto de torres residenciais e comerciais; -vendido em 2013 para as incorporadoras Cyrela e Setin, atuais donas e que tem proposta para a construção de um conjunto de torres, ocupando apenas 20% da área total do terreno. Apesar das inúmeras tentativas de ocupação, o terreno permanece vazio até hoje, sendo ocupado atualmente por um estacionamento. Todas essas tentativas foram barradas em parte por dois fatores: pressão popular, que reivindica a transformação da área em um parque; e a existência de um denso bosque que ocupa metade do terreno, tombado em 2004 pelo CONPRESP. Em 2008, durante a gestão do então prefeito Gilberto Kassab, a área foi novamente decretada como de utilidade pública, mas foi apenas em 2011 que a Câmara de Vereadores aprovou a criação do parque. Desde então nada mais foi feito, o decreto de utilidade pública

perdeu a validade e mais uma vez as incorporadoras donas do terreno se articularam para aprovar um novo projeto para o terreno, levando a reação de diversos grupos populares. No fim de 2013, aconteceram diversas manifestações populares que organizaram uma série de eventos no local como festas, shows, passeatas e petições pela criação do parque, lei essa que foi sancionada neste ano pelo prefeito Fernando Haddad.

Foto do Colégio Des Oiseaux Fonte: Wikipédia


a Viabilidade

Uma das principais preocupações no início do processo era saber qual a real possibilidade do projeto ser viável, principalmente porque o terreno onde se pretende o parque, como visto, é particular, com preço pedido pelos atuais donos, o grupo Cyrela e Setin, de 240 milhões de reais. A primeira parte do trabalho foi olhar os novos Plano Diretor Estratégico do Município e Lei de Zoneamento e Ocupação do Solo, aprovados em 2015. Lá podemos ver que o terreno foi definido como uma ZEPAM (Zona Especial de Proteção Ambiental). As características principais da ZEPAM são as fortes restrições para construções, com um Coeficiente de Aproveitamento máximo de .1, e uma Taxa de Ocupação também de .1, o que inviabiliza qualquer tipo de empreendimento de grande porte no local e, portanto, diminui muito o valor do terreno, tornando a aquisição viável para o poder público. O novo Plano Diretor da cidade prevê, nos Artigos 122 e 123, a transferência do potencial construtivo de uma área para viabilizar, entre outros, “a preservação de áreas de propriedade particular, de interesse ambiental, localizadas em ZEPAM” (Artigo 123, inciso

IV). No Artigo 127, que trata sobre a desapropriação amigável ou doação, encontramos a seguinte fórmula para o calculo do potencial construtivo passível de transferência do terreno:

milhões de reais, valor esse que subsidiaria, se não abateria totalmente o valor da compra do terreno.

PCpt = Atc x CAmax x Fi PCpt – Potencial Construtivo Passível de Transferência Atc – Área do Terreno Doado CAmax – Coeficiente de Aproveitamento Máximo do Terreno Doado (vigente na data de doação) Fi – Fator de Incentivo à Doação (vigente na data de doação) No caso do terreno do parque: Atc - 25.000m² / CAmax - .1 / Fi -1.4 (Fator de incentivo à doação para implantação de parques) PCpt = 3500m² Considerando 8.000 reais o valor médio do metro quadrado da região no ano de 2016, o valor conseguido com a transferência do potencial construtivo da área seria de aproximadamente 28

15



Parque Augusta



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sobre o projeto

Desde os primeiros contatos com o terreno, já pude perceber que o projeto teria duas partes distintas, com seus desafios particulares: a parte sul, voltada para a Rua Augusta, aberta e mais urbana; e a parte norte, onde fica o bosque, com um caráter mais bucólico. Além do desafio de integrar os dois setores, o terreno ainda tem com um forte desnível em sua porção oeste, junto à Rua Marquês de Paranaguá, onde um corte foi feito para nivela-lo. As primeiras diretrizes do projeto foram, portanto, resolver o acesso das Ruas Augusta e Marquês de Paranaguá para o interior do parque, lugar com o maior desnível entre o parque e a calçada, e criar um caminho possível pelo bosque, adequando-se à topografia e aos troncos das árvores. A solução adotada para o desnível foi modular o terreno com patamares gramados e construir um grande elemento escultórico na esquina do parque, com água e plantas pendentes, utilizando o desnível para criar um um mirante para quem vem chegando descendo pela Rua Augusta. Esses patamares também ajudam a configurar uma série de espaços no parque, dando uma dinâmica de usos.

Com esses patamares, também consegui escalonar o terreno e permitir um acesso total pela calçada da Rua Augusta, que foi aumentada de 2.25m para 10m. Em ambas as esquinas foram criados largos: na mais alta com o mirante, e na mais baixa com alguns bancos que, além de criarem uma área de estar, também guiam o pedestre para os dois caminhos de acesso. Na porção norte, mais do que um desenho meu, o caminho foi o imposto pelo terreno, como o único que consegui possibilitando a criação de um percurso pela mata com uma declividade razoável, desviando de todas as árvores. Apesar do caminho, ele é apenas uma sugestão, e os grandes bancos de concreto distribuídos na mata são um incentivo ao usuário para percorrê-la. O desejo de que o parque fosse, na realidade uma praça, pela sua escala e pelo meu desejo que fosse aberta, conflitou com algumas preocupações em relação à segurança, principalmente na mata. Optei então por manter o parque aberto mas com a opção de fechar durante a noite os acessos da Rua Marquês de Paranaguá , que é mais pacata e onde a mata é mais densa, e colocar gradis nessa parte. Por fim, o acesso pela Rua Caio Prado é uma

praça de intertravado, com aberturas para as árvores, englobando a casinha existente, que será transformada em apoio para o parque, com banheiros e administrativos. Uma das preocupaçoes que tive no projeto foi a conflitancia de usos entre skatistas e os outros usuários, um problema existente na vizinha Praça Roosevelt. Essa analise foi uma das diretrizes para a escolha de pisos rugosos, como o mosaico e o intertravado em todas as área do parque, com excessão da grande alameda central, de cimentado desempenado, propícia ali a pratica de esportes.

A folha com o projeto completo encontra-se no envelope no fim deste caderno. todos os desenhos indicados a partir daqui fazem referência a ela.


AMPLIAÇÃO 2

9

PÁGINA 20

77

0

78

7

78

7 IN G

C

A

7 77 776

MURETAS DE PEDRA RACHÃO ALTURA 90cm (CONTENÇÃO DA TERRA E CORRIMÃO)

26

CURCULIGO (Curculigo capitulata) NO CANTEIRO ENTRE O GRADIL E A CALÇADA

MARQUÊS DE PARANGUÁ

GRADIL

PÁGINA 40

PISO DE BLOCOS INTERTRAVADOS COR CINZA, COM ABERTURAS PARA ACOMODAR AS ÁRVORES EXISTENTES

76

776.00

5

77

5

QUARESMEIRA (Tibouchina granulosa)

AMPLIAÇÃO 1

3

77

TRECHO DO CAMINHO COM DECLIVIDADE 10%

7 77

77

4

77

A

2

77

A

22

IN

G

PÁGINA 17

BANCOS DE CONCRETO APARENTE ACOMODAND À TOPOGRAFIA

BOSQUE

32

4.

77

RAMPA

CAMINHOS COM LARGURA MÍNIMA 2.5m

4

77

A

IN

G

B

CA AD DO

24

TALUDES EXISTENTES

IPÊ AMARELO (Tabebuia chrysotricha) CICLOVIA PROJETADA, LIGADA À CICLOVIA DA RUA DA CONSOLAÇÃO

5

77

TRECHO DO CAMINHO COM DECLIVIDADE 8% RELVADOS EXISTENTES. FORRAÇÃO PERMEÁVEL A CAMINHADAS

20

9.

76

MURETAS DE PEDRA RACHÃO ALTURA 90cm (CONTENÇÃO DA TERRA E CORRIMÃO)

772.53

74

7

0

.2

9 76

7

GRAMADO 5 1.4

77

10

0.

77

ARQUIBANCADAS REVESTIDAS DE GRANITO VERMELHO

CIMENTADO DESEMPENADO

3 9.

76

77

2

77

65

PARALELEPÍPEDOS COM JUNTAS ALINHADAS

PAU-FERRO (Caesalpinia ferrea)

A

DIANELA (Dianella ens

BARBA DE SERPENTE (Liriope muscari)

AUGUSTA PÁGINA 38

50

6.

76

AGAPANTOS (Agapanthus africanus)

LÍRIO AMARELO (Hemerocalis flava) PAU-MULATO (Calycophyllum spruceanum)

58

9.

76

PAU-FERRO (Caesalpinia ferrea)

GRUPO DE ÁRVORES EXISTENTES

FAIXAS DE GRANITO VERMELHO NO PISO

768.65

B

8

76

0 77

7

1 77

76

PÓRTICO EXISTENTE

MOSAICO PORTUGUÊS SALMÃO

PALMEIRA DE LEQUE DO MÉXICO (Washingtonia robusta)

BANCOS REVESTIDOS DE GRANITO VERMELHO FRADES

8

9

76

76

ESQUINA REBAIXADA

RAMPA

8

76

7 76

7

76


5

76

4

76

3

76

2

76

1

77

DO-SE

1

76

PORTÃO CONTROLANDO O ACESSO DE CARROS OU PEDESTRES, DEPENDENDO DO HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO DO MINHOCÃO

0 77 69 7

ASA EXISTENTE NO TERRENO. DMINISTRAÇÃO E BANHEIROS O PARQUE

CICLOVIA EXISTENTE

RU A

8

D

76

A

7 6 76 65 7

SO

N

CO

76

LA

0

ÇÃ

76

O

O

CAIO PRADO

E

EL

PÁGINA 42

RAMPAS

GRADIL

TRAVESSIA PROJETADA

CURCULIGO (Curculigo capitulata) NO CANTEIRO ENTRE O GRADIL E A CALÇADA

76

PASSAGEM EM NÍVEL

ESQUINA REBAIXADA

10

5.

766.00

D VA

LOMBOFAIXA

AMPLIAÇÃO 3

JOÃO GUIMARÃES ROSA

PÁGINA 21

4 76 63 7 LÍRIO DA PAZ GIGANTE (Spathiphyllum ortgiesii)

ALELUIA (Senna macranthera)

FRADES

PÁGINA 34 RAMPA

1

76 2 76

C RELVADOS EXISTENTES. FORRAÇÃO PERMEÁVEL A CAMINHADAS

FAIXAS DE GRANITO VERMELHO NO PISO

sifolia)

IPÊ AMARELO (Tabebuia chrysotricha)

765

PAU-FERRO (Caesalpinia ferrea)

PAU-MULATO (Calycophyllum spruceanum)

76

GRAVATAÍ

6

PAU-MULATO (Calycophyllum spruceanum)

PÁGINA 32

PARQUE AUGUSTA ARTICULANDO UM SISTEMA DE ESPAÇOS LIVRES NO CENTR DE SÃO PAULO

MOSAICO PORTUGUÊS SALMÃO

T

L E V

RAMPAS

SE

O

CUL-DE-SAC

ÇA

P

RA

RO

FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO FOLHA ANEXA - 1:500 THIAGO CESÁRIO GOMES ORIENTADOR: PROF° DR. EUGÊNIO FERNANDES QUEIROGA

DEZEMBRO DE 2016


ampliação 1 planta

22

17


folha abre

18

ampliação 1 corteS


ampliação 1 corteS

24



26

ampliação 2 planta e corte


ampliação 3 planta e corte

27


28

cortes e detalhes


29


30

cortes e detalhes


31


32

cortes e detalhes



28

iluminação planta


iluminação detalhes

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calçadões


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gravataí situação atual A Rua Gravataí é uma via de 140m de extensão, ligando a Rua João Guimarães Rosa à Rua Caio Prado. Apesar de ter apenas uma quadra, apresenta diversos usos, reflexo do zoneamento da região. Temos escolas, um teatro, edifícios residenciais e de uso misto, uma pequena gráfica e um estacionamento na esquina com a Rua Caio Prado. Este estacionamento e um dos prédios de uso misto, localizado na esquina com a Rua João Guimarães Rosa, são os dois únicos pontos onde existem entradas de garagens na rua. No restante das construções, há apenas entradas de pedestres. Por ser a ligação direta entre o Parque e a Praça Roosevelt e ter tão poucos acessos de veículos, escolhi transformar essa rua em calçadão, com acesso restrito de veículos.

Rua Gravataí olhando para a Praça Roosevelt


gravataĂ­ proposta

39


40

João guimarães rosa situação atual Rua estreita, com apenas 12 metros de largura, perimetral da Praça Roosevelt, a Rua João Guimarães Rosa liga a Augusta à Consolação, apesar da passagem de carros estar fechada ali por conta da entrada da Radial Leste sob a praça, que fica bem ao lado. Escolhi, então, transformar esse trecho da rua em calçadão, ligado ao calçadão da Rua Gravataí. Ao chegar à Rua da Consolação, a travessia será por faixa de pedestres, dando acesso ao Minhocão. O outro trecho da rua, entre a Rua Augusta e a Rua Gravataí continua com passagem de veículos, terminando em um cul-de-sac.

Rua Gravataí olhando para a Praça Roosevelt


JoĂŁo guimarĂŁes rosa proposta

41



ruas


44

augusta situação atual A Rua Augusta, importante ligação do Centro ao Jardins, é rua predominantemente comercial e de serviços. Nela coexistem lojas diversas, galerias, bares, restaurantes e diversas casas noturnas. Por conta dessa variedade de usos, a rua tem um alto fluxo de pedestres por toda a sua extensão. Infelizmente, a caixa da rua não comporta esse grande fluxo de pessoas. A rua possui largura variando entre 15 e 17 metros, de fachada a fachada, com quatro faixas de rolamento, duas em cada direção (sendo duas delas faixas de ônibus) e calçadas muito estreitas, chegando, em algumas situações, a ter 1.80 metros. Essa escassez de passeios gera situações perigosas, com pessoas invadindo o asfalto nos fins de semana por conta da lotação dessas calçadas.

Rua Augusta a noite, com a calçada estreita cheia, impossibiltando a passagem. Fonte: Folha de São Paulo


augusta proposta O primeiro passo do projeto foi então redesenhar as calçadas da rua, estabelecendo largura mínima de 3 metros. Para fazer isso, removi uma das faixas no sentido Centro, ficando dessa maneira com apenas três faixas. A escolha de deixar apenas uma faixa no sentido centro foi definida pela existência rotas alternativas paralelas (Rua Frei Caneca e Rua Bela Cintra). Durante os fins de semana a noite, momentos em que a rua é cheia de pedestres, a faixa junto à calçada, no sentido da Av. Paulista, também poderia ser fechada para o trânsito de pedestres pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), institucionalizando uma realidade da rua.

45


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marquês de paranaguá situação atual Rua de mão única, predominantemente de prédios residenciais, relativamente calma e bem arborizada, liga a Rua da Consolação à Rua Frei Caneca. Atualmente tem calçadas variando entre 2.75 e 3.5 metros, e uma faixa de rodagem apenas. O restante da rua é ocupado com faixas para estacionamento e vagas a 45º.

Rua Marquês de Paranaguá, em frente ao Parque Fonte: Google Maps


marquês de paranaguá proposta Rua de mão única, predominantemente de prédios residenciais, relativamente calma e bem arborizada, liga a Rua da Consolação à Rua Frei Caneca. Atualmente tem calçadas variando entre 2.75 e 3.5 metros, e uma faixa de rodagem apenas. O restante da rua é ocupado com faixas para estacionamento e vagas a 45º.

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CAio prado situação atual Rua paralela à Marquês de Paranaguá, liga a Rua Frei Caneca à Consolação. Também uma rua de prédios residenciais altos, a Caio Prado diferencia-se da sua paralela por ser muito mais movimentada. Com quatro faixas, sendo uma delas faixa de ônibus e calçadas medindo em média 3 metros, ela é, de certa maneira, a continuação da Rua Frei Caneca. A rua também se conecta à Avenida 9 de Julho por uma escada, sendo portanto uma conexão quase direta entre as duas principais avenidas da região, além de também cruzar a Augusta. Apesar de ter calçadas com tamanho bom para o fluxo da rua, escolhi suprimir uma das faixas de rodagem para aumentar os passeios, evidenciando a característica de ligação desejada pelo trabalho.

Rua Caio Prado. Foto tirada na esquina da Rua Gravataí, olhando para o Parque


caio prado proposta As calçadas tem agora 4 metros de largura, em ambos os lados, deixando a rua com duas faixas normais e uma faixa de ônibus. Além disso, na travessia da Rua Gravataí para o futuro Parque Augusta, foi implantada uma lombofaixa.

49



vegetação


52

Vegetação acrescentada A terreno do Parque, como visto, é densamente arborizado em sua metade norte, e possui alguns grupos densos também em sua outra parte. Procurei entrar com poucas vegetações: algumas árvores altas contornando o parque e árvores com bastante flores para para emoldurar a vista atrás dos jardins escalonados, e canteiros com vegetações medias e baixas de maneira a organizar o espaço e orientar o pedestre.

TREPADEIRAS 1 Bela Emilia Plumbago capensis

3 Guaimbé Philodendron undulatum

Fonte: www.alpinenurseries.

Fonte: André Cardoso in Flickr

com.au/plant-library

2 Flor Coral Russelia equisetiformis Fonte: Acervo LF Paisagismo

1

2

3


Vegetação acrescentada PORTE MÉDIO 1 Agapanto Agapanthus africanus

4 Curculigo Curculigo capitulata

Fonte: Acervo LF Paisagismo

Fonte: Acervo LF Paisagismo

2 Dianela Dianella ensifolia

5 Lírio da Paz Gigante Spathiphyllum ortgiesii

Fonte: Acervo LF Paisagismo

Fonte: Acervo LF Paisagismo

3 Inhame Colocasia esculenta

Pena de Pavão Maranta leuconera

1

2

3

4

5

6

Fonte: Acervo LF Paisagismo

Fonte: Acervo LF Paisagismo

53


54

Vegetação acrescentada PORTE ALTO 1 Palmeira do México Washingtonia robusta

4 Ipê-amarelo Tabebuia chrysotricha

Fonte: Wikimedia Commons

Fonte: Acervo LF Paisagismo

2 Pau Ferro Caesalpinea Ferrea

5 Quaresmeira Tibouchina granulosa

Fonte:www. plantandovida.

Fonte: webadger3.com/

wordpress.com

wordpress/tag/tibouchina/

3 Pau Mulato Calycophyllum spruceanum

6 Aleluia Senna macranthera

1

2

3

4

5

6

Fonte: Wikipédia

Fonte: www. sobasombradasarvores. wordpress.com


Vegetação removida Mesmo que a premissa do projeto tenha sido de conservar e se adequar à vegetação existente no terreno, por uma escolha projetual, algumas árvores que não formam um maciço significativo e estão fora do bosque foram removidas ou transplantadas para outra parte do projeto, o que for mais adequado à espécie e ao seu tamanho. Num total, seram removidas 58 unidades de um total de 667. Os X vermelhos na planta ao lado indicam essas árvores.

55

49



materiais


58

Pisos e revestimentos

1 Faixas de granito vermelho cruzando piso de mosaico português (Vale do Anhangabaú)

4 Caminho de intertravado cinza com barra de intretravado grafite

Fonte: Melina Kuroiva

Fonte: www.gai.com.br

2 Muro inclinado revestido de paralelepípedos (Centro Controle Operacional Metrô)

5 Paralelepípedos com juntas gramadas (Paranapiacaba - SP) Fonte: Acervo Pessoal

1

2

3

4

5

6

Fonte: Google Maps

3 Concreto aparente ripado (SESC Pompéia)

6 Muro de pedra rachão

Fonte: www.archdaily.com

www.dicasconstrucoes.com

Fonte:


Equipamentos

1 Banco gola de รกrvore

3 Banco de concreto

Fonte: www.archiproducts.com

Fonte: Acervo LF Paisagismo

2 Banco simples de madeira

4 Frades de concreto

Fonte: www.archiproducts.com

com

Fonte: www.newurbanstreets.

1

2

3

4 59


60

considerações finais Certa vez ouvi do professor Fábio Mariz que o TFG deveria ser um processo prazeroso, e que, ao final do curso, deveríamos fazer o projeto que queremos, não o projeto que deveríamos querer. Levei em conta este conselho durante todo o decorrer do TFG. Do começo ao fim, com todas as dúvidas, croquis, ideias abandonadas, frustrações, regozijos, sempre tive em mente onde eu gostaria de chegar: o projeto de um parque, e qual o lugar desse parque no contexto urbano. Fiquei muito satisfeito com o resultado final, e posso dizer que fiz tudo que queria ter feito. Apesar disso, na reta final comecei a me questionar sobre o que foi deixado de lado na minha abordagem introspectiva e focada em projeto. Principalmente na falta de diálogo com os aspectos sociais, como os coletivos e movimentos sociais em defesa do parque, e, apesar de ser um contumaz frequentador, de uma análise mais aprofundada do público que frequenta a região. Sinto não ter aproximado essas vozes do processo. Posto isso, espero que esse projeto possa ser uma referência não de arquitetura, mas de uma possível, dentre tantas, abordagem para o lugar e para o pensamento do espaço público da cidade.


bibliografia

PROJETOS

LIVROS E REVISTAS

TRABALHOS ACADÊMICOS

Vale do Anhangabaú São Paulo, SP, Brasil Arquiteta Rosa Kliass

JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2007

QUEIROGA, Eugenio Fernandes. Sistema de espaços livres. In_____ Dimensões públicas do espaço contemporâneo: resistências e transformações de territórios, paisagens e lugares urbanos brasileiros. Tese (Livre Docência - Área de Concentração: Paisagem e Ambiente) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo. Capítulo 5

PERSHING SQUARE PARK Washington, DC, Estados Unidos Arquiteto M. Paul Friedberg LEVI’S PLAZA São Franciso, CA, Estados Unidos Arquiteto Lawrence Halprin

LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. São Paulo: Centauro, 2001 SANTOS, Milton. A força do lugar. In______ A natureza do espaço. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006. parte 4 KLIASS, Rosa Grenna. Rosa Kliass. Desenhando paisagens, moldando uma profissão. São Paulo: Senac São Paulo, 2006. PROCESS ARCHITECTURE. Japão, 1985, Benji Murotani, n°15 Paul Friedberg PROCESS ARCHITECTURE. Japão, 1984, Benji Murotani, n°4 Lawrence Halprin

NINOMIA, Alex de Brito. Augusta Lado B: a rua, o espaço público e suas apropriações. Trabalho final de graduação - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo. COLUCCI, Marieta. A criança no espaço público: caminhos escolares. Trabalho final de graduação - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo

61


obrigado à RAdio Cultura Brasil AM pela companhia nas infinitas horas do trabalho. nenhum grão de café foi ferido na confecção desse projeto. That’s all, folks!


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