sumário
OK, agora vamos começar com o está bem ? em primeiro, logo após este sumário da página B a G, teremos a matéria que se chama “Com ou sem Serifa ?”. Após esta, será a vez de um trabalho que foi desenvolvido por alunos de tipografia da UFSC para sintetizar letras de música em soluções gráficas/tipográficas - Música para Ver. Depois, vocé encontrará da página P a S um pouco de ajuda sobre Ferramentas Web que possam ajudar na hora de combinar e compor tipos.
Em páginas amarelas (ou gema) você encontrará a famigerada em publicações: MATÉRIA DE CAPA, onde se sintetiza a estrutura desta edição, titulada
Tipografia em Tudo
que discorre e mostra exemplos da variação do uso da tipografia em diversos produtos do nosso dia-a-dia: camisetas, embalagens, obras criativas e fala sobre como a prática de priorizar a tipografia vem crescendo.
Após a matéria de capa, é a vez de uma conversa com um pessoal sagaz em encadernação e impressão tipográfica, ex-alunos da UFSC. é a Entrevista
Corrupiola.
Ainda falando sobre impressão, temos a Imprensa UFSC, matéria que conta um pouco sobre como funciona a impressão tipográfica na nossa universidade, quem são os profissionais responsáveis e quais são seus tipos.
Para finalizar, das páginas r A v você tem uma amostragem sobre Tipografia Social, quais são suas funções, suas finalidades e
onde/como a tipografia pode atuar para nivelar os mais variados níveis de nossa sociedade.
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A
TIPO É CONTEÚDO ?(!) Tipo é conteúdo ? Tipo é conteúdo ! Falar sobre tipografia é confrontar uma incógnita explícita. É, acima de tudo, mergulhar em um lago atemporal, onde a superfície, - que representa a atualidade - e a profundidade histórica estão no mesmo nível de pressão. Se escrevem com tipos, se falam com tipos, se pensam com tipos. Em uma publicação - uma revista - se mastigam tipos, se engolem tipos e se digerem tipos. Nada é mais tipográfico do que grafar a informação (por mais que se usem imagens) Afinal, apreender tipos é inerente ao processo de percepção imagética. É no reconhecimento do símbolo, que se aprende a letra. E é no reconhecimento da letra, que se apreende o símbolo.
B
A
COM
OU
SEM
SERIFA? ig ráf o p i es t rojeto font s a mp is d lha mpor u es ma g n o c õ s o s e c s esi A ara iscu a de D soais, p d s s ca a da na áre s pes bilié um entes erência te, leg i reu f f req co. Pre da fon será ap em e i f á Gr laridad do q ue ios dev s r u a ú e p po , cont ue crité cionar e e l q dad do… ara se as? d p ta sen sados deq ua a u ser s mais e font
C
O primeiro passo é entender o briefing do projeto. Os autores Fontoura e Fukushima sugerem os seguintes questionamentos:
O que vai ser lido? São informações breves em um cartaz ou o texto de um jornal? Por que vai ser lido? Para se informar, para se divertir, apenas por curiosidade ou para executar uma tarefa? Quem vai ler? Quantos anos, qual a escolaridade, os hábitos de leitura, o repertório deste leitor? O que ele está acostumado a ler?
Onde e em que será lido? No meio impresso? Digital? Que tipo de publicação é? Quando será lido? Qual o ambiente? As circunstâncias? Boa iluminação? Em movimento? Entendendo bem o contexto do projeto será muito mais fácil tomar as decisões durante o processo de escolha da fonte.
D
LEGIBILIDADE A legibilidade está relacionada com o design de tipos, com a clareza dos caracteres e a velocidade com que podem ser reconhecidos. É claro que existe uma relação com o uso da fonte, ou seja, onde será aplicada, a diagramação da página, a organização do texto, que implica em sua leiturabilidade. É importante considerar também o público e o volume de informação. É possível usar uma fonte de pouca legibilidade em um parágrafo de revista voltada ao público jovem, mas a mesma fonte seria complemente ilegível se aplicada a uma página toda de uma publicação voltada a um público conservador.
A segunda etapa consiste em selecionar as fontes de acordo com alguns critérios como legibilidade, qualidade da fonte, família, expressão e direito de uso.
QUALIDADE Atualmente é possível ter acesso a grande número de fontes digitais, pagas ou gratuitas, desenvolvidas por profissionais ou amadores. Portanto é cada vez mais importante testar a fonte antes de optar por ela. Verificar se a fonte possui todos os acentos e caracteres especiais, se o kerning (ajuste entre pares de letras) é adequado e se as curvas são bem desenhadas é fundamental principalmente se você pretende usar esta fonte em textos mais extensos.
E
FAMÍLIA
Uma família tipográfica é composta por várias fontes que seguem o mesmo estilo porém com variações de peso, espessura e inclinação. Por exemplo a família Arial, composta pela Arial Black, Arial Narrow, entre outras. Se você estiver selecionando fontes para um projeto editorial, por exemplo, é fundamental que estas fontes pertençam a famílias completas, que ofereçam as variações necessárias para garantir uma hierarquia harmônica no projeto.
DIREITO DE USO
A licença de uma fonte digital para um computador não representa um custo elevado, porém se for preciso adquirir várias fontes para serem instaladas em muitos computadores o valor total pode interferir no orçamento de um projeto. Ao selecionar as fontes para um projeto é importante definir junto ao cliente se haverá verba para a compra de fontes ou se você deve usar apenas fontes de sistema ou outras fontes gratuitas. A importância destes critérios varia de acordo com cada projeto, a legibilidade, a família e o direito de uso podem ser fundamentais quando se escolhe as fontes para uma grande editora e pouco relevantes quando o projeto consiste em um cartaz sobre uma exposição de artes plásticas.
F
EXPRESSÃO
G
O conceito de Cálice de Cristal, definido por Beatrice Warde na década de 1930 norteou a Tipografia por muito tempo. Acreditava-se que as fontes deveriam ser neutras, transparentes, não interferindo na interpretação do texto. Porém esta não é mais uma verdade absoluta. Para alguns projetos é muito importante que a tipografia tenha expressão, ou seja, que expresse a mensagem por meio do seu desenho, da sua textura e do contexto histórico. É preciso saber equilibrar o uso de fontes mais ou menos expressivas, buscando tornar o projeto interessante para despertar a atenção do leitor e oportunizar uma leitura agradável.
Voltando ao título deste artigo: com ou sem serifa? Depende, não só da serifa mas de muitos outros fatores. Bringhurst (se você ainda não leu Elementos do Estilo Tipográfico está perdendo uma grande oportunidade de entender a essência da tipografia) define muito bem a dificuldade de escolher as fontes para um projeto. Em um mundo repleto de mensagens que ninguém pediu para receber, a tipografia precisa freqüentemente chamar a atenção para si própria para ser lida. Para que ela seja lida, precisa contudo abdicar da mesma atenção que despertou. Pense nisso sempre que for fazer suas escolhas!
12
a
“ 2 andares ”
Letra “a” serifada; classificada como Old Style.
a
13
“fechado”
Letra “a” sem serifa; classificada como Modernista Geométrica.
J
MÚSICA PARA
VER
K
C
ompor uma música requer criatividade, harmonia, ritmo… E para compor uma página, um cartaz ou outro material gráfico? Da mesma forma é preciso buscar a harmonia entre os elementos, dar ritmo a composição. Partindo desta combinação foi proposto aos alunos diagramar uma letra de música, buscando na tipografia uma forma de expressar a melodia e os significados da canção.
Veja alguns dos resultados e experimente fazer este exercício com as suas músicas preferidas.
L
“Dead in the water” - Ellie Goulding Aluno: Thiago Janning
M
“The sound of silence” - Version by Bobaflex Aluna: Cristiane Wartha
N
“Home� - Edward Sharpe and the Magnetic Zeros Aluna: Thais Sprada
O
“Her Morning Elegance” - Oren Lavie Aluna: Rafaela de Conto
03
P Em 2006 Oliver Reichenstein, designer e fundador da iA (Information Architects) disse que “web design é 95% tipografia”. De 2006 até hoje muita coisa mudou; o uso de imagens em web design se tornou mais forte, bem como o uso de efeitos baseados em programação, ao contrário do Adobe Flash, que perdeu força. Mesmo com tantas mudanças, a tipografia ainda tem um grande valor (quem sabe até maior) em web design. Por um tempo, os web designers passaram a exigir mais opções, mais fontes para usarem em seus projetos, e chegaram a criar meios para burlar os procedimentos e usar fontes TTF (True Type Font) e OTF (Open Type Font) online, mas isso tornava os arquivos das fontes vulneráveis, fáceis de serem baixados como uma imagem qualquer.
n e a Ferr m
Q Por muito tempo soluções foram pensadas, mas a maioria não era aceita pelos criadores de fontes, principalmente por não serem seguras o suficiente. As webfonts vieram como uma solução viável e inovadora, o novo formato garantia segurança por conter a fonte e seus dados de uso e permissão comprimidos e codificados em um mesmo arquivo.
Atualmente existem centenas de opções de fontes para usar online, mas a boa tipografia na web vai muito além de escolher uma boa fonte, ou usar muitas fontes no site. Com conhecimento de tipografia e web design aliados é possível criar uma hierarquia de informação equilibrada, harmoniosa e dinâmica, e a partir disso, fazer o design ganhar vida através da tipografia.
Existem muitas ferramentas e sites que podem ajudar a entender mais e usar melhor a tipografia, dentro e fora da web. Experimente!
na
web sobre tipografia
R
Mais informações: http://tinyurl.com/c4hyx2b
Tiff
Um site que te permite comparar duas fontes, sobrepondo as duas e evidenciando as diferenças de traço. O site te deixa escolher quais caracteres você deseja usar para compará-las.
Mais informações : http://tiff.herokuapp.com/
The Web Font Combinator
Uma ferramenta que te permite testar o uso de diferentes fontes, para título, corpo, subtítulo.. e visualizar como elas ficariam combinadas em um site. Te permite alterar a cor, tamanho, entrelinha e o fundo da página.
Mais informações: http://font-combinator.com/
Referência REICHENSTEIN, Oliver. Web Design is 95% Typography. Disponível em http://tinyurl.com/kx2qu5h
WhatFont Tool
Uma extensão para o navegador Google Chrome que mostra, com um clique no texto de um site, qual é a sua fonte, a família, o tamanho, e o fornecedor. Esqueça aquela coisa de olhar o código fonte, esse é com certeza o jeito mais fácil de descobrir tudo o que você precisa.
S
Colour Contrast Check Tool
Esse site permite que você teste a legibilidade da cor da fonte junto da cor de fundo, escolhendo duas cores e comparando o contraste. Ele ainda te dá informações técnicas, como diferença de brilho e matiz, em números.
Mais informações : http://tinyurl.com/nltnry2
FFFFALLBack
Nem todos os browsers ou pessoas têm instaladas as fontes que você escolheu para o seu layout, por isso é bom sempre escolher uma boa fonte para substituir a original. Essa extensão é muito útil, de fácil instalação, e garante bons resultados para tornar seu design à prova de balas.
Typewolf
O Typewolf faz um apanhado de uso de tipografia na web, ao mesmo tempo identificando quais as fontes usadas em cada site e servindo de recomendação e inspiração.
Mais informações : http://www.typewolf.com/
Mais informações: http://ffffallback.com/
Typewonder
O typewonder te ajuda a testar fontes usando sites que já existem. Como? Criando uma cópia do layout do site que você escolher, você pode editar a fonte principal, escolhendo uma nova da lista que ele te oferece. Mais informações : http://typewonder.com/
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26 V
entrevista corrupiola
W
em português,
Corrupio,
significa brincadeira. “Corrupiola” é uma palavra inventada por Aleph Ozuas, que pode significar divertimento, fazer brincadeiras ou o que for relacionado. A partir dessa ideia foi criada a Corrupiola, empresa que trabalha confeccionando caderninhos exclusivos – chamados Corrupios – feitos sob encomenda, à mão, com o máximo de qualidade e personalização.
Criada por dois alunos da UFSC, eles utilizam a tipografia em seus Corrupios, possuindo até máquina própria para a impressão. Criada em 2008 por Leila Lampe, mestranda em Literatura na UFSC e designer gráfica, e Aleph Ozuas, doutorando em Literatura e webdesigner, ambos com a vontade de ter uma empresa própria, com produtos legais e que os fizesse felizes, a Corrupiola surgiu na mesma época em que o craft veio com tudo dos EUA, divulgado em lojas online como Conversamos com os donos da empresa sobre a Etsy.com. Os sócios o craft, tipografia, design e a própria empresa. aproveitaram-se desse movimento de forma sustentável e handmade, como contam:
X
“
O Craft é também uma escolha de vida, pensamos o orgânico e a reciclagem na nossa maneira de viver, desde o que comemos, procurando sempre o produto feito em casa, até os fornecedores do nosso trabalho, que estão perto de nós. Pra quê comprar uma embalagem que acondiciona o nosso produto mais barato e proveniente da China se uma embalagem pode vir aqui de São José? Custa mais caro pra nós? Sim, mas e para o meio ambiente, quanto custa?
Y
Apesar dessa cultura sustentável e manual, em alta nos dias atuais, os produtos da Corrupiola ainda são mais bem aceitos no exterior do que no Brasil, mas aos poucos o brasileiro está modificando sua forma de comprar conscientemente. A empresa está sempre em contato com os clientes, que, pelo processo diferente, estão sempre interessados em aprender sobre as técnicas dos dois, autodidatas. Assim, a empresa já ofereceu algumas oficinas para os interessados.
Z
30 A Corrupiola possui máquinas próprias para a impressão, utilizando em seus produtos principalmente as técnicas de Tipografia e a Serigrafia. Perguntamos sobre a impressão em Letterpress e o que os levou a escolher esse processo e adquirir máquinas próprias.
Foi bem difícil (conseguir as máquinas), desde a máquina e os tipos. Demoramos 5 anos para montar o que temos hoje. E ainda precisamos desempastelar muitos tipos! A motivação foi o Cleber, sem dúvida, e também a vontade de não terceirizar, de ter à mão todas as etapas do processo. Seria muito fácil mandar imprimir os trabalhos em gráfica, mas e qual seria a diversão? O processo é a parte legal do negócio. A mão na tinta, o cheiro, os acertos e os erros, os trabalhos ganhando forma na impressão.
a Mais sobre a Corrupiola www.corrupiola.com.br www.facebook.com/corrupios www.instagram.com/corrupiola
Com os Currupios como carro chefe, a Corrupiola busca trabalhar com ideias em papel. Assim, vendem também outros produtos e ferramentas autorais para a produção dos caderninhos em casa, buscando fazer as pessoas felizes com os seus próprios cadernos, inspirando e incentivando a criatividade de cada um, vendendo não apenas produtos, mas experiências, como o nome já diz. Como inspiração, Leila e Aleph citaram o estúdio Zoopress, do Rio de Janeiro, cuja relação é de admiração e afeto. Outra referência é o trabalho da ilustradora e designer brasileira/ inglesa Thereza Rowe, que desenhou uma coleção exclusiva para a Corrupiola e trabalha com colagens. Ela também ilustrou o primeiro livro infantil da Fernanda Takai e recentemente publicou seu primeiro livro autoral por uma editora norte-americana. Definindo-se como uma empresa adepta aos trabalhos manuais, ao craft, contam que não pretendem virar uma grande empresa – gostam de como são hoje. Vôos precisos e dentro de suas possibildades.
b
i T
o p
Nos últimos anos houve um grande interesse por parte do mercado na Tipografia e suas aplicações, o que resultou numa exploração maior da área e suas possibilidades na cultura popular. O causador dessa febre por tipografia é desconhecido; alguns responsabilizam a produção de mídias sobre o assunto, como o filme Helvetica de 2007, ou até as publicações online anti Comic Sans; mas o fato é que tanto entre os profissionais de design quanto leigos, a tipografia ganhou espaço, basta observar a presença constante de trabalhos em plataformas como Tumblr, Pinterest e Facebook. Mas esse espaço não se limita a redes sociais, ilustrações e trabalhos pessoais. No começo de 2014. O site The Dieline, especialista em design de embalagens, havia elegido três tendências para o design de embalagens e a primeira delas era o uso de fontes feitas à mão livre (a segunda, “hipsterismo”, também incentivava o uso de múltiplas fontes para criar um efeito vintage e sofisticado).
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c
r
No fim do ano, o site elegeu os 100 melhores artigos sobre a área do ano e, em conformação com o que haviam previsto, mostrou diversas embalagens com uso forte de tipografia e até mesmo alltype (peças constituídas apenas por texto, sem ilustrações). Também se tornou comum ver a tipografia marcando espaço nas campanhas publicitárias, principalmente na forma de letterings. Exemplos bons disso são as novas campanhas do canal GNT e da marca Hering, que usaram textos feitos à mão em toda a comunicação do verão de 2015. A Batavo chamou atenção ao produzir uma campanha que contava com um lindo lettering em que a tinta era feita da própria fruta dos sabores do iogurte. O estúdio Maquinário, de São Paulo, é famoso por seus trabalhos com letterings para clientes famosos, como a emissora Globo.
d
a fi
a
e
f Outro recurso que caiu no gosto popular foi o chamado Lyric Video, um tipo de vídeo produzido pelo artista que quer divulgar a música e a letra antes de lançar um clipe oficial.
Se no começo esses vídeos eram simples, hoje chegam a ser mais elaborados que os clipes em si; tanto que a premiação da MTV americana, o VMA, agora conta com um prêmio para melhor Lyric Video.
O mais interessante dos Lyric Videos é que a plataforma não é tão pé-no-chão ou séria quanto os clipes, a única exigência é tenha relação com a música, dando mais liberdade ao artista gráfico de criar algo interessante; como é o caso do vídeo de Want it Back, da cantora Amanda Palmer, em que a letra da música foi escrita em seu corpo, em lençóis, móveis pisos e paredes e animada por meio de stop-motion; já Katy Perry usou doces e coberturas de bolos para animar a letra da música Birthday. Mesmo quando são muito complexos, os vídeos acabam saindo bem mais baratos do que os clipes convencionais, uma das razões de sua crescente popularidade.
g
h A tipografia também entrou com força na área de branding. É muito comum ver identidades visuais inteiras focadas nos elementos textuais. Com novas tecnologias de edição, transmissão e impressão o texto escrito pode ser trabalhado, colorido, texturizado e até deformado para ganhar novo sentido e gerar uma marca forte sem a necessidade de um símbolo. Nesses casos as fontes são fortes e comunicativas, e os grafismos e efeitos contribuem para o sentido sem interferir na legibilidade.
i Identidades assim se tornaram comuns agora principalmente em canais de televisão e mídias com forte atuação no meio digital, pela possibilidade desses meios de trabalhar com animações e marcas cambiantes, quando comparados com meios impressos. Em empresas do camIsso está relacionado à necessidade de imprimir a marpo da moda, porém, a ca em diversas texturas de tecidos e etiquetas, mantenpresença da tipografia do-as simples e minimalistas, e ao mesmo tempo com não é nem sequer estilo sofisticado. Com a valorização dessas empresas recente; é só observar e o reconhecimento dessas marcas gráficas veio tamcomo a maior parte bém a oportunidade de imprimí-las nas próprias peças das marcas de grifes como ponto chave da estampa, uma prática que perma- e maisons são nece comum até hoje. all-type.
O que é um pouco mais recente é o emprego de textos complexos nas estampas de camiseta. O uso de frases em camisetas tem origem no início do século XX, em que se tornou comum o uso de peças e adereços políticos fosse para defender candidatos ou causas, como o sufrágio feminino. Hoje é muito comum encontrar peças com frases estampadas, do fast-fashion ao high-fashion, com humor sutil ou irônico, letras de músicas e, assim como foi lá no começo, máximas políticas.
j É importante notar que apesar de alguns já serem muito comuns, vários desses cenários são novos e às vezes até raros. No Brasil a situação é ainda mais recente, e tanto a tipografia quanto o design gráfico (e o design de modo geral), ainda precisa de uma visibilidade maior e melhor; ainda assim está claro que a tipografia vem se inserindo e mostrando sua importância em espaços mais diversos e, por que não, inusitados.
em
TU D Ainda há um bom caminho a ser trilhado, mas parece que o grande mercado e o grande público estão começando a entender a mensagem de Bringhurst, escrita a mais de uma década, ao dizer que “palavras bem escolhidas merecem letras bem escolhidas”.
k REFERร NCIAS Sites Adobe Typekit Blog http://blog.typekit.com/2011/10/26/type-is-indispensible-an-interview-with-christopher-slye-from-the-adobe-type-team/ Communication Arts http://www.commarts.com/columns/how-explain-typography The Dieline thedieline.com/blog/2014/12/17/the-dielines-top-100-posts-of-2014 www.thedieline.com/blog/2014/1/16/latest-trends-in-packaging-design-aesthetic-trends-effective.html SpeckyBoy http://speckyboy.com/2011/04/06/50-simplistic-minimal-and-inspirational-fashion-labels/
DO Slate http://www.slate.com/articles/news_and_politics/explainer/2011/11/occupy_ wall_street_when_did_we_start_using_t_shirts_to_send_messages_.html CocaCola Journey http://www.coca-colacompany.com/coca-cola-music/less-is-more-lyric-videos-gain-popularity Tom Scott http://www.tomscott.com/lyric/ Livros Elementos do Estilo Tipogrรกfico, Robert Bringhurst
l
a
tipografia está presente na UFSC desde o início, pois após 03 anos de fundação da universidade foi criada a Imprensa Universitária com o objetivo de “executar todos os serviços de tipografia, impressão e encadernação, bem como editar livros didáticos, técnicos e científicos, teses, trabalhos de pesquisa, além de boletins informativos e publicações de divulgação da Universidade.”
Quase 50 anos depois as máquinas de impressão tipográfica continuam fazendo parte da imprensa, que agora conta também com impressoras offset e digitais. E o que essas “senhoras”, com bem mais de 50 anos (a Linotype mais velha já está com 100) fazem no meio dessas novas tecnologias? O Mauro César de Souza e o Carlos (Carlinhos) Antônio de Lima contam um pouco dessa história e de sua paixão pela tipografia. Os dois amigos começaram juntos a carreira de tipógrafo, fazendo um curso profissionalizante no antigo Educandário de Menores no início dos anos 80. Depois disso trabalharam alguns anos em diversas gráficas até ingressarem na UFSC. O Carlinhos ainda lembra certinho a data da sua nomeação, 10 de março de 1987. Atualmente ele é coordenador da Imprensa Universitária – IU, mas sempre que pode está lá, no meio das caixas de tipos móveis. No dia-a-dia quem tem a honra de operar, e com maestria, as impressoras tipográficas é o Mauro. Com a maior agilidade e precisão ele separa rapidamente os tipos móveis, organiza no componedor, prepara a bandolera (forma) e voilà… mais uma chapa tipográfica pronta.
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n
Claro que o número de fontes disponível é infinitamente menor do que se tem em qualquer computador hoje em dia.
A
lgumas variações da Arial, Times New Roman, Bodoni, Impact, Universit e uma Script, em corpos que vão do 06 ao 72; além é claro de vários fios e alguns clichês.
o A demanda atual da tipografia é a produção de material gráfico para o Hospital Universitário como fichas de cadastro, receituários, cartões de consulta, etc. E também materiais como pastas e crachás usados nos Departamentos de Ensino da UFSC.
Mas o Mauro não reclama não e consegue fazer muita coisa com essas “poucas” opções. Só sente falta da @, um caractere pouco presente nas fontes de antigamente.
p Infelizmente não existe uma produção mais artística ou conceitual, como o trabalho feito, por exemplo, na Oficina Tipográfica em São Paulo ou pelo saudoso Cleber Teixeira da Editora Noa Noa aqui em Floripa. Mas quem sabe um dia… O Carlinhos defende a ideia e pretende futuramente oferecer cursos para os alunos e para a comunidade em geral, principalmente jovens aprendizes. Ele acredita que o conhecimento sobre Tipografia é fundamental para a formação de qualquer profissional ligado as Artes Gráficas. E tem toda razão. O contato com essa parte da história da indústria gráfica com certeza é fundamental para que futuros profissionais – designers, impressores ou tipógrafos – entendam melhor a trajetória deste mercado e as tecnologias atuais. Além é claro de aprender a valorizar pessoas como o Mauro e o Carlinhos, que tratam com muito respeito e dedicação a profissão que escolheram.
q
Fotos da matĂŠria por: Thiago Martins
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TIPO GRA FIA SO CIAL ?
s
H
oje, mais do que nunca, fala-se em Design Social, a importância de inserir o processo do design em ações do dia a dia de modo a mudar hábitos, situações e comunidades. Nas palavras de Bonsiepe (2011), “O designer que trabalha profissionalmente, aplicando as ferramentas disponíveis, acha-se frente ao desafio de traduzir sua postura contra o status quo em uma proposta projetual viável. Em outras palavras, cabe ao designer intervir na realidade com atos projetuais, superando as dificuldades e não se contentando apenas com uma postura crítica frente à realidade e persistindo nessa posição. Afinal, projetar, introduzindo as mudanças necessárias, significa ter a predisposição para mudar a realidade sem se distanciar dela.”
t
Dentro da tipografia já se falava há muito tempo em mudar a realidade:
“Me dê 26 soldados de chumbo e eu conquistarei o mundo”
disse Gutenberg sobre sua invenção, e desde então ninguém pôde negar que ele estava certo. As tentativas e casos de censura de imprensa e o seu uso na defesa da liberdade são provas de que as palavras tem realmente o poder de mudar o mundo. Se temos duas ferramentas capazes de mudar o mundo em nossas mãos, o que pode surgir da combinação das duas? Nesta matéria trazemos uma coleção de projetos que respondem justamente a essa pergunta.
FONTYOU.
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Com a chamada“Vamos imaginar tipografia social” e “Espíritos criativos criam coisas boas” o FONTYOU convida você a criar e co-criar fontes. O site é a primeira ferramenta de criação colaborativa de typefaces, e surge na tentativa de unir aqueles que têm interesse e habilidade para desenhar tipos, mas não têm a técnica para transformá-las em fontes, e aqueles que tem o conhecimento, a técnica e o interesse para ajudar. O grupo já conta com mais de 50 famílias tipográficas feitas e 70 países envolvidos no processo.
Homeless Fonts
O projeto Homeless Fonts (Fontes sem teto) foi criado pela fundação Arrels, cujo lema se traduz como : “Ninguém dormindo nas ruas” e que busca auxiliar moradores de rua. A ideia do projeto foi de juntar designers e tipógrafos para transformar a caligrafia dos moradores de rua em fontes que pudessem ser comercializadas. O projeto conta com cinco fontes já feitas, que são vendidas com licenças pessoais e comerciais. O valor da venda das fontes volta para a fundação Arrels.
v
Anna
Anna é uma tipografia desenhada por Anna Vives, uma estudante de 27 anos com Síndrome de Down, junto de um grupo de colaboradores. A ideia da fonte inicialmente era replicar a maneira de escrever da Anna, que mistura letras maiúsculas e minúsculas, mas acabou se tornando o símbolo de um trabalho em equipe que pôde superar barreiras do capacitismo. A fonte está disponível para download gratuito no site http://www.annavives.com/tipografia/
Dislexie A fonte Dislexie surgiu com o intuito de facilitar a vida das pessoas que sofrem de dislexia, potencializando o poder deleitura dessas pessoas por meio da tipografia. A fonte se baseia em uma grotesque comum, com pequenas alterações que impediriam os leitores de confundir as letras e juntar frases. O projeto também acabou atingindo um objetivo maior, e serve para conscientizar e evitar a disseminação de preconceitos sobre a dislexia.
w
Tipo com serifa. Descanse sua vista aqui.
x
Especificações Fontes Utilizadas
Dekar Fenix Garamond Impact Jura Latha Minion Pro Mohave Rockwell VNF Strangelove Vijaya Futura
Nilland
criada por Manfred Klein
Papéis Utilizados Sahara 120g Gema 120g Kraft 200g
Colaboradores Impressão
Imprensa UFSC
y
Expediente Editora Editora-Chefe Editor Colunistas
Designers
Impresa UFSC Profa. Mary Me端rer Prof. Carlos Righi Jo達o Gabriel Oliveira Betina Bugnotto
Angela Carolina Mansim Entrevista Corrupiola / Ferramentas Web
Leonardo Saconatto Musica para ver / Tipografia Social
Thiago Martins Com ou sem Serifa? / Imprensa UFSC /angelamansim / thiagogmartins / leosaconatto
Sugest探es s達o bem-vindas
tiposetextos@gmail.com
z