Manual do coordenador

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MANUAL DO Coordenador

Faculdade Cearense MANUAL DO COORDENADOR | FACULDADE CEARENSE

Nossa Missão: “Contribuir para o desenvolvimento do País, especialmente do Estado do Ceará, por meio da qualidade do ensino ministrado, com base, principalmente, na qualificação de seu corpo docente, nas condições de trabalho e na infra-estrutura física, material e econômica oferecidas à comunidade acadêmica”.

Planejamento dos Cursos de Ensino de Graduação

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SUMÁRIO

Apresentação Função Política Função Institucional Função Acadêmica Função Gerencial Planejamento do Curso Ficha Técnica

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APRESENTAÇÃO

Caro Coordenador,

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O planejamento das atividades do semestre que deverá ser feito por você e sua equipe, com base nas funções e atribuições de Coordenador apresentadas a seguir, tem como objetivo estimulá-lo a reflexões e práticas que possam contribuir para a melhoria da qualidade e do desempenho do seu curso. Note que, com esse instrumento, os Coordenadores de Cursos e os Gestores terão melhores subsídios de gestão. Sugere-se que o Coordenador utilize a sua autoavaliação como referência para planejar as atividades do curso e também as suas. Ou seja, agora os Coordenadores de Cursos deverão dar ênfase ao que a IES considera como atribuições essenciais desenvolvidas por um Coordenador dentro de quatro funções: Política, Institucional, Acadêmica e Gerencial. É claro sem deixar de lado outras funções e atribuições tão importantes quanto essas. Atenciosamente, Profº. José Luiz Torres Mota Direção Profª. Cristiany Gomes Andriola Gestão de Planejamento e Avaliação


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I - FUNÇÃO POLÍTICA

b) O Coordenador de Curso deve ser um “animador” de professores e alunos do Curso. Queremos dizer com isto que, pelas características pessoais do Coordenador, deve ele ser reconhecido no exercício de seu mister por sua atitude estimuladora, proativa, congregativa, participativa, articuladora. É ele em sua ação diuturna quem faz com que os docentes e os discentes constituam um grupo entusiasmado pelo Curso. Para a “animação” dos integrantes de um Curso, é necessário que o Coordenador inspire otimismo e positividade, creia no que faz, demonstre estar a serviço daqueles que realizam o Curso. Para isto, a disponibilidade é essencial e ele não poderá ser, portanto, uma pessoa solitária, enrustida e que não sinta alegria pelo trabalho que desenvolve.

FUNÇão POLÍTICA

a) O Coordenador de Curso deve ser um líder reconhecido na área de conhecimento do Curso. É certo que essa liderança a que aludimos resultará do conceito atribuído pelos pares do Coordenador, internos ou externos. O grau de reconhecimento poderá ser local, regional, nacional ou até mesmo internacional. Ele será reconhecido como líder na medida em que se transforma em referência na área profissional do Curso que dirige. Claro que deve ser reconhecido pelos artigos que publique, pelas conferências para as quais seja convidado a proferir, pela sua ação junto ao conselho profissional de sua categoria, enfim, pela sua ação política externa, quando se pensa na área central de conhecimento do Curso. O Coordenador de Curso tem uma função de amplo espectro e alto grau de complexidade. Cabe-lhe a tarefa de favorecer a construção de uma equipe coesa, engajada e, sobretudo, convicta da viabilidade operacional das prioridades consensualmente assumidas e formalizadas na proposta de trabalho da instituição. O Coordenador irá exercer, no espaço da autonomia que lhe foi conferida, seu papel de elemento-chave no gerenciamento do Curso, o que exige ações de articulação e mobilização da equipe, tendo sempre em vista o aperfeiçoamento do fazer pedagógico na instituição.

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FUNÇão POLÍTICA

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c) O Coordenador de Curso deve ser o representante de seu Curso. Quando assim nos referimos, imaginamos que, dirigindo o Curso, o Coordenador realmente represente-o “interna corporis” na IES e “externa corporis” fora dela. A representatividade é conseqüência da liderança que o Coordenador exerce em sua área de atuação profissional. Dir-se-á: somente poderá ser Coordenador de um Curso quem detiver passaporte profissional na área? Cremos que a resposta nem sempre terá de ser positiva, mas tanto quanto possível a profissão do Coordenador deve estar afeita ao Curso que dirige, sob pena de ser “um estranho no ninho”. d) O Coordenador de Curso deve ser o “fazedor” do Marketing do Curso. Em outras palavras, dominando por inteiro as “diferenças” essenciais de seu Curso, diferenças que ele procurará sempre ressaltar em relação aos cursos concorrentes, o Coordenador deve ser um promotor permanente do desenvolvimento do Curso. Não significa dizer que tenha de ser pregador de “outdoor”, nem que tenha que produzir uma campanha publicitária para a difusão do Curso. Todavia, conhecendo a clientela existente e seu potencial, ele deve saber chegar positivamente perante ambas, a fim de divulgar o Curso, conquistar e manter clientes. Isto é da essência do Marketing. Deve ser, portanto, um “descobridor” e conquistador de nichos de clientes. Estimulador da demanda do Curso, ele deve estabelecer com clareza e objetividade as “diferenças” que identificam o Curso que dirige e tais “diferenças” hão de ser reais, hão de ser facilmente comunicáveis e comunicadas e hão de refletir os anseios e gostos da clientela demandante. Em suma, ele deve ser um “cativador” de talentos e um “descobridor” de oportunidades.


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Claro está que o Coordenador de Curso nunca alcançará o pleno exercício de todas estas atribuições na função política, mas deverá procurar abrangê-las ao máximo, de sorte que seja reconhecido na nossa comunidade acadêmica e fora dela, na função que exerce. Entendemos que estas atribuições políticas, pelo seu pleno exercício, farão com que o Coordenador assuma a responsabilidade política relativa ao Curso que coordena.

FUNÇão POLÍTICA

e) O Coordenador de Curso deve ser responsável pela vinculação do Curso com os anseios e desejos do mercado. Em vista disto, haverá de manter articulação com empresas e organizações de toda natureza que possam contribuir para o desenvolvimento do Curso, para o desenvolvimento da prática profissional, através dos estágios, para o desenvolvimento do próprio currículo do Curso. Neste sentido, terá de ser uma pessoa que proporcione visibilidade plena do Curso diante do mercado. Como não há de se preparar o alunado simplesmente para o emprego mas também para o empreendedorismo, é fundamental que o Coordenador de Curso tenha presente esta linha de trabalho, proporcionando aos alunos idéias de nichos de mercado em que poderiam atuar profissionalmente na condição de empreendedores. Vale dizer também que, ao cogitar da vinculação do Curso com os anseios e desejos do mercado, deve o Coordenador do Curso sintonizar-se, através dos professores, com as atividades de iniciação científica ou de pesquisa e as atividades de extensão e especialmente com as peculiaridades do Estado, sob pena de sermos uma IES sem identidade regional e cultural.

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FUNÇão INSTITUCIONAL

II - FUNÇÃO INSTITUCIONAL

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O conjunto de atribuições da função institucional e a sua explicitação demonstram que poderíamos, em estudo mais aprofundado, distribuí-las entre as outras funções, todavia, cremos que as atribuições da função institucional revelam um caráter mais interno da conduta e do desempenho do Coordenador de Curso, enquanto que as atribuições da função política retratam a relação do Coordenador de Curso e, por causa delas, com a sociedade. Então, o que esperamos de um Coordenador de Curso no campo da função institucional? a) O Coordenador de Curso é responsável pelo sucesso dos alunos de seu Curso no Exame Nacional de Desempenho do Estudante (ENADE). Sabemos que o ENADE veio para ficar. Sabemos que o sucesso de um curso, conforme vem acentuando o MEC e a mídia, depende dos resultados do ENADE e dos outros índices. Claro que todos os professores e todos os alunos são responsáveis pelo sucesso do Curso no ENADE. Essa responsabilidade coletiva precisa encontrar no Coordenador de Curso a função catalisadora para o sucesso no exame. Daí que analisar as provas realizadas e os relatórios institucionais apresentados é de significativa importância para o Coordenador de Curso, levando-o, por certo, a propor alterações e modificações no Projeto Pedagógico do Curso - PPC (realizando, na prática, a plenificação curricular) naquilo que já se sabe que poderá conduzir ao insucesso dos alunos no ENADE. O que não convence é a atitude de tentar justificar o insucesso nos resultados do Exame, cuja prova, na essência, retrata o mínimo nacional exigido de um curso. b) O Coordenador de Curso é responsável pelo acompanhamento dos antigos alunos do Curso. É certo que o sucesso ou insucesso dos graduados não mede, necessariamente, a qualidade do Curso oferecido. Contudo, é fundamental que o Coordenador de Curso acompanhe os egressos no sentido de constatar o acerto do ministrado no curso, das competências e das habilidades alcançadas pelos alunos durante o Curso. Muitas são as formas de acompanhar os egressos que vão desde o uso da Internet até mesmo aos encontros


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c) O Coordenador de Curso é responsável pela empregabilidade dos alunos. Se já é difícil obter emprego para egressos, em muito maior monta é difícil a empregabilidade dos alunos. Ocorre que bons estágios realizados em empresas bem constituídas, normalmente, resultam no emprego dos estagiários. Assim, cuidar do sucesso dos estágios - responsabilidade acadêmica do Coordenador de Curso - poderá proporcionar sucesso no emprego desses jovens. Quando se pensa que isto é impossível, vêm exemplos de toda ordem desmistificar esta versão. É possível que o Coordenador de Curso negocie uma pesquisa na qual os alunos possam receber salários ou recompensas. É possível que o Coordenador de Curso consiga a inserção de seus alunos em programas remunerados de extensão universitária. Tantas são as formas de buscar essa empregabilidade que seria fastidioso apresentar sucessivos exemplos. Bastará que o Coordenador de Curso se sinta responsável por esta atribuição para poder dar asas à sua imaginação e deixar fruir a sua criatividade.

FUNÇão INSTITUCIONAL

informais de comemoração das datas de conclusão de curso e/ou outras efemérides marcantes para os antigos alunos. Com absoluta segurança, diversamente de muitas nações, o brasileiro não se sente obrigado a realizar ou a sugerir a melhoria de qualidade do curso que realizou depois que migrou da instituição educacional. A quebra desse “mito” é fundamental que seja buscada. Se não há como exigir a colaboração financeira para melhoria do curso, com certeza há possibilidade de uma excelente avaliação do curso por quem já não tem mais o receio de ser justiçado em provas e exames porque já migrou do sistema. Experiências isoladas podem ser feitas, até mesmo para saber o que dá certo neste campo e, sem descurar da Internet, é possível conseguir disponibilizar um sistema de comunicação efetiva com os antigos alunos. Sabe-se que, hoje em dia, há imensas dificuldades de obtenção de emprego. A empregabilidade é uma esfinge a ser decifrada, posto que a redução da empregabilidade resulta do próprio processo de automação e de globalização reinante. A responsabilidade do Coordenador de Curso não pode ser restritiva por este fato. Um só sucesso poderá estimular a que o Coordenador de Curso busque outros mais, estabelecendo um vínculo maior com os antigos alunos.

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FUNÇão INSTITUCIONAL

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d) O Coordenador de Curso é responsável pela busca de fontes alternativas de recursos para o seu Curso e para a IES. Uma Instituição de Ensino Superior que se basta com os recursos das mensalidades dos alunos está fadada a ser uma “instituição de ensino”, mas jamais uma instituição de educação no pleno sentido da expressão. Contra os serviços prestados, fixados em contrato, recebe dos alunos as mensalidades, mas elas não bastam. Fontes alternativas de recursos podem ser oriundas das mais diversas esferas da sociedade. Nunca como forma de doação, pois isto atenta contra a índole do brasileiro. Portanto, terá de ser sempre com a prestação de algum serviço que proporcione um “overhead” para a IES e, com isto, contribua para que a mesma possa alcançar outros objetivos que não meramente o ensino. Laboratórios, Escritórios Modelos, Agências, realização de Programas de Extensão e Programas Culturais etc, tudo isto pode ser fonte alternativa de recursos para além da receita tradicional da IES e também como forma de remuneração complementar aos salários docentes. Na maioria das vezes, os Coordenadores de Cursos têm se esmerado na realização de atividades de plenitude curricular, quando o importante, além disto, é partir para as atividades de extensão ou de pesquisa na sociedade que contribuam para o aumento de receita, com algum resultado efetivo para a instituição educacional. e) O Coordenador de Curso é responsável pelo reconhecimento de seu Curso e pela renovação periódica desse reconhecimento por parte do MEC. Já dissemos aqui da importância do ENADE e de outros índices no sentido do reconhecimento social dos cursos. Ocorre que, periodicamente, conforme estabelecido pelo MEC, o Governo fará não apenas o reconhecimento do curso, mas também a sua renovação. Para tanto, há padrões estabelecidos de avaliação. Os Coordenadores de Cursos conhecem esses padrões. O importante é que, na realização da análise das Condições de Oferta, o Curso obtenha o conceito 5 nas três áreas avaliadas. Ora, é da responsabilidade do Coordenador de Curso cuidar para preencher os requisitos que levem a esse conceito. Um dos pontos que sempre aparece é o relativo ao tempo integral. Ora, se tivermos buscado fontes alternativas de recursos, será possível ampliar o volume de docentes no Curso, com tempo integral.


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f) O Coordenador de Curso é responsável pelo sucesso de seus alunos nos Exames de Ordem, Testes Profissionais e assemelhados. Lembremos que a LDB deixa claro que o diploma é, tão-somente, a comprovação dos estudos realizados pelos alunos. O sucesso profissional, com o ingresso na categoria própria, depende muitas vezes desses exames para os quais os concluintes devem estar preparados. Assim, além do conhecimento sobre o ENADE, dos estudos sobre os Questionários do ENADE, deve o Coordenador de Curso conhecer, em profundidade, o que está sendo solicitado nesses exames profissionais de tal sorte a obter cem por cento de aprovação dos concluintes do Curso. g) O Coordenador de Curso é responsável pela personalização do seu Curso. Ela não se faz somente pelo fato da inclusão de uma disciplina do tipo Cultura do Estado. Ela se faz pela consciência que se inocule nos alunos quanto ao compromisso profissional dos formados para com a localidade do curso, para solução dos problemas existentes em nosso Estado e Região. O Estado necessita estar presente nesta Instituição de Ensino Superior. Temos que discutir se somos uma IES cearense, já que nossa missão é “Contribuir para o desenvolvimento do País, especialmente do Estado do Ceará, por meio da qualidade do ensino ministrado, com base, principalmente, na qualificação de seu corpo docente, nas condições de trabalho e na infra-estrutura física, material e econômica oferecidas à comunidade acadêmica”.

FUNÇão INSTITUCIONAL

Caso contrário, ficaremos sempre num conceito inferior. Se tivermos o Coordenador do Curso com mestrado/ doutorado, contaremos com um conceito favorável. Se atentarmos para a bibliografia, para as instalações e tudo o mais que dispõe o MEC, conseguiremos resultados positivos. Isto é da responsabilidade do Coordenador de Curso.

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FUNÇão Acadêmica

III - FUNÇÃO ACADÊMICA

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Certamente em número muito maior, as atribuições da função acadêmica sempre estiveram mais próximas das atenções do Coordenador de Curso, porém as funções de Coordenação não se bastam com tais atribuições. Elencamos oito atribuições da função acadêmica da Coordenação de Cursos. a) O Coordenador de Curso é o responsável pela elaboração e execução do Projeto Pedagógico do Curso - PPC. Como gerente de produto, o Coordenador de Curso deve ser o concebedor do curso que gerencia e, ao mesmo tempo, o responsável pela execução do Projeto Pedagógico. Como já acentuado, o Projeto de um curso deve estabelecer, com clareza, as diferenças reais do Curso, diferenças que lhe devem dar identidade. Em primeiro lugar, o PPC deve guardar vínculo com a missão, com os objetivos, com a vocação e com os princípios de nossa IES. Ora, nada mais lógico do que o Coordenador de Curso dominar, plenamente, o sentido da missão, visão e os objetivos a que a IES se propõe, a vocação que tem e os princípios que se autoestabeleceu. Sem estes cuidados, o Projeto Pedagógico estatuído poderá ser ministrado por qualquer Instituição de Ensino Superior, mas não deverá ser o Projeto Pedagógico do Curso da FaC. Claro que esta não é uma tarefa solitária. Antes, tarefa solidária e compartilhada com o Núcleo Docente Estruturante, professores e alunos, de tal maneira que seja, na sua execução, devidamente vivenciado nesses segmentos. Todo Projeto Pedagógico é passível de revisão, desde que amplamente compartilhada. Projeto Pedagógico não é matriz curricular. Deve-se, de plano, estabelecer as diferenças que marcarão o Curso e como tal podem e devem ser resumidas e explicitadas para quem quer que seja. Quando se cogita de diferenças, lógico está que as diferenças adotadas devem poder ser expressas de uma forma simples e compreensiva. Discursos não cabem em Projetos Pedagógicos. É da limpidez e da clareza de enunciação das diferenças estabelecidas que resultará a comunicação do projeto, assim poderá o Coordenador avaliar se realmente acertou com aquilo que a clientela desejava. Não há alunos que não reclamem das aulas tradicio-


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nais, das repetividades do conhecimento, da ausência do para que serve cada componente curricular. Parece-nos que o problema central é o do acompanhamento da execução do Projeto Pedagógico, sob pena do discurso do Coordenador ser um e a prática exercitada no Curso ser outra.

FUNÇão acadêmica

b) O Coordenador de Curso é responsável pelo desenvolvimento atrativo das atividades acadêmicas. Neste sentido, a utilização da tecnologia educacional é indispensável em sala de aula. A Associação Brasileira de Tecnologia Educacional - ABT definiu luminarmente que a utilização da tecnologia educacional não é algo que somente se tenha de fazer com o uso de equipamentos, ou seja, com os “hardware’s” mais ou menos sofisticados. A maioria dos problemas da inatratividade das aulas repousa na débil concepção dos “software’s” utilizados pelos docentes, na ofuscação da curiosidade dos alunos, na falta de vivência daquilo que o aluno estuda. Questionaríamos se é válido que o Coordenador de Curso, algumas vezes, assistisse uma aula de algum professor? Cremos que sim, posto que muitos professores chegam mesmo a convidar estranhos para assistirem boas aulas ministradas. Pela atratividade da aula, podem os alunos vir a se tornar defensores intransigentes da qualidade do Curso. Oportunizar a junção entre teoria e prática na sala de aula é caminho seguro para a consciente presença discente. Por mais árida que seja a disciplina, é sempre possível criar atratividade na sua ministração. É preciso que os alunos “gostem” do professor e gostem da disciplina (as duas coisas são importantes), pois que, se gostarem do professor e da forma de ministrar a disciplina, gostarão da IES. Com o intuito de tornar realidade esta atribuição, seria oportuno que, na contratação do docente, se procurasse incutir, de logo, no professor como desejaríamos que sua aula fosse ministrada. O resumo da aula na Internet pode resultar em bom instrumento de revisão da matéria lecionada. A junção entre teoria e prática é de responsabilidade do professor e, para que isto seja estimulado por ocasião da discussão do desenvolvimento do conteúdo programático entre o Coordenador e o professor, é fundamental que aquele procure convencer o professor da necessidade de trazer para o campo prático o conhecimento ministrado. Os reclamos dos alunos quanto à mi-

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FUNÇão Acadêmica

nistração de algumas disciplinas instrumentais é demais consistente e precisam ser evitados. Aula atrativa é aquela em que o aluno participa e tem cada vez mais aguçada a sua curiosidade. Além de que, nossos laboratórios são os melhores de Fortaleza e quiçá da região Nordeste. c) O Coordenador de Curso é responsável pela Qualidade e pela Regularidade das Avaliações desenvolvidas em seu Curso. Sabe-se que muitos são os docentes que têm preconceitos e/ou dificuldades para realizar as avaliações alusivas à disciplina que ministram. Preconceitos quando imaginam que as avaliações são o momento propício para a “desforra” sobre os alunos e quando atemorizam os alunos dizendo, de logo, que a nota máxima somente quem a pode obter é o próprio professor. Dificuldades quando não chegam a explicitar, com clareza, o que desejam dos alunos nas avaliações. “Fale tudo o que sabe sobre...”, com certeza, não é a melhor forma de medir o conhecimento dos estudantes. Dificuldades visíveis, por exemplo, quando fazem questões que somam mais ou menos do que a nota máxima ou mínima possível. Dificuldades também quando demoram mais do que o tempo devido para atribuir as notas e as entregar à Coordenação. Um fator positivo na FaC é que o Coordenador de Curso toma conhecimento antecipado das provas e faz a análise dessas, faltando apenas dar retorno dos comentários aos docentes, o que é, sem dúvida, atribuição do Coordenador de Curso. O que não vale, por certo, é analisar, ainda que a posteriori, as provas e não proporcionar retorno ao docente. A simples constatação não resulta em articulação entre o Coordenador e o professor. A questão da regularidade do desenvolvimento das avaliações é outro ponto a destacar. Realizar as avaliações nos prazos fixados é dever do professor, que necessita ser acompanhado pelo Coordenador, da mesma forma com que deve o Coordenador estar atento para que o professor realize a revisão automática das provas e entregue os resultados nos prazos estabelecidos. d) O Coordenador de Curso deve cuidar do desenvolvimento das atividades complementares em seu Curso. Claro que não é o Coordenador de Curso o responsável direto pelo desenvolvimento das atividades complementares do Curso junto ao alunado. No entanto,

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e) O Coordenador de Curso deve estimular a iniciação científica e a pesquisa entre professores e alunos. Algo que mais reclamam os estudantes ao responderem ao questionário do ENADE é que inexiste pesquisa nas instituições educacionais nas quais se encontram matriculados. Em muitas instituições, e estamos caminhando nesta mesma linha, a Pesquisa tem ficado mais no campo de “iluminados” do que perpassada nos cursos de graduação. A FaC está criando seu Programa de Iniciação Científica e deve contar com a pesquisa em seus cursos de graduação. Pelo desenvolvimento de atividades simples de pesquisa, poderemos alcançar a culminância da aprendizagem de muitas verdades que ensinamos aos nossos alunos. O rol do que pode ser feito depende imensamente da criatividade do Coordenador de Curso junto aos seus professores. Aliás, a atribuição do Coordenador de Curso como “animador” pode muito bem ser exercitada pela sua capacidade criativa. Claro que é necessário contarmos com programas especiais de Iniciação Científica, mas é também fundamental, com rigor científico, estudarmos situações da realidade que nos cerca, fazendo assim com que a curiosidade dos nossos alunos seja aguçada e não enrustida. Destarte, temos um núcleo específico para este assunto. Discutir em reunião de Colegiado de Curso um rol de iniciativas desta natureza é da responsabilidade do Coordenador de Curso e, por mais que os nossos alunos sejam demais ocupados, sempre encontrarão algum tempo para pesquisar e para adquirir o gosto pelo aprofundamento do aprendizado que recebem.

FUNÇão acadêmica

precisa o Coordenador estimular o desenvolvimento das mesmas, precisa conhecer a programação estabelecida e/ou planejá-la e necessita favorecer os estudantes com atividades que realmente os entusiasmem ao aprendizado. As atividades complementares, com absoluta certeza, conduzem a um aprendizado da realidade, muito maior as vezes do que o conhecimento oferecido em sala de aula, especialmente quando destituído da prática.

f) O Coordenador de Curso é responsável, em seu Curso, pela orientação e pelo acompanhamento dos Monitores. O exercício da Monitoria na FAC existe e deve, a partir de agora, ser intensificado com

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FUNÇão Acadêmica

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concursos a que os candidatos à Monitoria se submeterem. A consecução dos trabalhos dos monitores deve ser acompanhada pelos Coordenadores de Curso e isto é tarefa indelegável. Afinal, sabemos que os monitores são alunos que poderão vir a ser professores e que a Monitoria é um patamar de base para a docência. Da qualidade do trabalho dos monitores pode depender um bom sucesso no Curso que o Coordenador dirige. g) O Coordenador de Curso é responsável pelo engajamento de professores e alunos em programas e projetos de extensão universitária. A Lei 5.540/68, que promoveu a Reforma Universitária e, mais recentemente, a LDB deram pouca atenção às atividades de extensão nas Instituições de Ensino Superior. É a extensão que vira a face da IES para a sociedade, seja por meio de cursos, seja por meio de programas especiais, seja através da prestação de serviços. O Coordenador de Curso não pode passar ao largo desta atribuição. Constata-se alguma pobreza nossa no sentido de saber o que a sociedade carece em termos de cursos específicos que procurem se voltar para a solução dos problemas existentes. Sabe-se, por outro lado, que internamente, quando desejamos fazer alguma plenificação curricular ou complementação de estudos não vistos suficientemente na graduação, por algumas vezes não sabemos “vender” esse “plus” para os nossos alunos, imaginando eles que não devem contribuir para tal. É, por outro lado, ainda muito desafiante para nós fazermos com que nossos Laboratórios, Agências etc... se tornem em fonte de efetiva prestação de serviços à sociedade e com adoção de um sistema de auto-suficiência. Pela extensão, a FaC mostra a sua face perante a sociedade. Se temos tido razoável êxito no campo cultural com eventos como a Responsabilidade Social, por exemplo, percebe-se que as reações da sociedade e da mídia algumas vezes vão além das nossas próprias expectativas, demonstrando que é necessário e possível quebrar muros entre nossa IES e a sociedade.


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FUNÇão acadêmica

h) O Coordenador de Curso é responsável pelos estágios supervisionados e não-supervisionados. Claro que deve haver supervisores de estágio, devidamente contratados. No entanto, a realização dos estágios, o acompanhamento de seu desenvolvimento, o recrutamento de novas oportunidades de estágio têm de ser objeto de séria preocupação do Coordenador de Curso. Criando-se um Núcleo especial de apoio a esta atividade, deve o Coordenador de Curso esmerar-se por recolher das empresas e organizações os juízos que fazem a respeito dos nossos alunos, do seu desempenho nos estágios, resultando daí, por exemplo, que se possa até mesmo rever o Projeto Pedagógico do Curso. O controle sobre esta matéria é de responsabilidade do Coordenador de Curso, até mesmo para demonstrar que domina completamente o desenvolvimento do Curso que dirige.

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FUNÇão gerencial

IV – FUNÇÃO GERENCIAL

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Elencamos e identificamos sete atribuições da função gerencial, por revelarem a competência do Coordenador na gestão intrínseca do Curso que dirige. Certo que é tênue, muitas vezes, a distinção entre a função política e a função gerencial e as demais indicadas neste projeto. Tudo, porém, é uma questão de gradação, de interpretação e reflexão. a) O Coordenador de Curso é responsável pela supervisão das instalações físicas, laboratórios e equipamentos do Curso. Os alunos (e os professores também) sentem prazer por contar com condições adequadas para o estudo presencial. Assim, instalações acadêmicas, compreendendo salas de aula, laboratórios, auditórios e equipamentos em bom estado de funcionamento, são considerados essenciais à boa aceitação do Curso. Portanto, supervisionar sistematicamente as instalações, laboratórios e equipamentos disponíveis para o funcionamento do Curso é tarefa gerencial essencial da qual não pode descurar o Coordenador de Curso. Não é que tenha de trocar lâmpadas ou consertar aparelhos e equipamentos. Nada disto. No entanto, ele precisará testar ou mandar testar tudo antecipadamente e providenciar a solução de eventuais pendências constatadas. Às vezes, um simples ranger de porta é suficiente para dificultar a concentração de alunos e professores numa sala de aula. É certo que, se contássemos com espaços exclusivos, disponíveis para cada Curso, seria muito melhor do que nas condições atuais. Todavia, é possível, pela supervisão sistemática, promover a melhor ocupação dos espaços e equipamentos. b) O Coordenador de Curso é responsável pela indicação da aquisição de livros, materiais especiais e assinatura de periódicos necessários ao desenvolvimento do Curso. Neste aspecto, não há o que duvidar. A biblioteca de uma instituição educacional pode auxiliar o Coordenador nas indicações que devam ser feitas para aquisição. Todavia, é da responsabilidade do Coordenador recrutar indicações dos professores, selecioná-las nos limites dos recursos disponíveis e cuidar para que ocorram, em realidade, as aquisições pretendidas devidamen-


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te planejadas e programadas, com base nos melhores indicadores bibliométricos, sendo feitas as renovações de assinaturas. Ao fazer as indicações para aquisição, deverá cuidar o Coordenador de Curso para que elas sejam absolutamente explícitas e sigam as normas técnicas vigentes. Caso contrário, tais indicações resultarão em maior desperdício de tempo de parte dos bibliotecários.

d) O Coordenador de Curso é responsável pelo estímulo e controle da frequência discente. Dir-se-á que o controle da frequência discente é, regimentalmente, de competência do professor e é mesmo. Ocorre que as sistemáticas ausências dos discentes às aulas poderão expressar muitas situações que estão a exigir reflexão e posicionamento de parte do Coordenador de Curso. Imaginemos, por exemplo, que as sistemáticas ausências dos discentes decorram da não-realização da chamada, registrada no Diário de Classe do professor. Imaginemos que os alunos, em função das aulas ministradas, não sentem o menor atrativo pelas mesmas. Imaginemos que a ausência sistemática dos discentes decorre de liberalidades do professor embora recorra ao sistema de fazer chamadas, ao depois corrigindo eventuais faltas atribuídas. Estas e outras situações diversas podem ocorrer e podem conduzir o aluno à evasão, à reprovação ou ao simples abandono.

FUNÇão gerencial

c) O Coordenador de Curso é responsável pelo estímulo e controle da frequência docente. Podemos imaginar que esta atribuição é menos gerencial e mais acadêmica. Mas não é bem assim. Ela é gerencial no estrito sentido, pois que não se pode oferecer “dúzia de onze” na concretização de um Curso, ou seja, há que se cumprir - inclusive por reposições - a totalidade das cargas horárias previstas para o Curso. Caso contrário, o docente é passível de punição regimental a qual poderá culminar, inclusive, pena de demissão. A atenção, o estímulo e o controle da frequência docente são responsabilidades gerenciais do Coordenador de Curso. No sistema presencial, o aluno reclama da direção do Curso pelo fato de haver se deslocado para a Instituição de Ensino e não ter como resposta ao seu esforço a presença do professor. Negociar antecipações de possíveis faltas às aulas é tarefa do Coordenador de Curso, assim como negociar reposições.

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FUNÇão gerencial

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e) O Coordenador de Curso é responsável pela indicação da contratação de docentes e, logicamente, pela indicação da demissão de docentes. Não é o Coordenador de Curso que contrata o professor e nem é a Direção. É a entidade mantenedora. Entretanto, a contratação, tal como a demissão, devem constituir passos importante na vida de uma instituição. A questão mais importante neste aspecto é a do recrutamento e da seleção de novos docentes (e isto é algo que fazemos bem). Há também a apresentação da FaC ao docente, a explicitação dos ganhos que o novo docente terá ao ser contratado, a documentação completa que deverá apresentar para efeito da contratação, a apresentação do docente à Direção, às Gestões e a IES como um todo e sua apresentação nas turmas de alunos que deverá assumir. É óbvio que nosso Manual do Professor, o Manual do Estudante e agora também o Manual do Coordenador ajudarão no conhecimento da FaC. f) O Coordenador de Curso é o responsável pelo processo decisório de seu Curso. Ao expressar assim esta atribuição, o intuito é de que o Coordenador de Curso tome a si a responsabilidade do despacho célere dos processos que lhe chegam às mãos, tratando com a Direção e a Gestão Acadêmica quanto às dúvidas que os pleitos apresentarem. Toda decisão deve ser explicitada e a autorização final deve ser efetuada no nível superior ao do Coordenador de Curso. Maior explicitação da proposta de decisão deverá ser feita para não haver dúvidas por parte da autoridade superior. Temos muitas vezes o receio de informar mas a informação adequada embasa a boa decisão.


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FUNÇão gerencial

g) O Coordenador de Curso é o responsável pela adimplência contratual dos alunos de seu Curso. Sabemos que esta matéria sempre é encarada com alguma reserva em todas as IES particulares, especialmente pelos integrantes das áreas acadêmicas, todavia, necessitamos caminhar para que esta atribuição não-acadêmica resulte em benefício para a organização institucional. Afinal, são os alunos que nos mantém a todos contratados e recebendo regularmente nossos salários. Quando nos referimos da necessidade de conhecer o alunado no sentido macro e no sentido micro, estamos cogitando da aplicação deste princípio funcional. Isto evitará dificuldades na confirmação semestral de estudos, hoje feita condicionada a uma avaliação da IES pelo aluno, via Internet. Evitará a frequência de pessoas não matriculadas em sala de aula. Os casos cruentos merecem ser do conhecimento da Administração Financeira da FaC, mediante relatórios preparados pelo Coordenador de Curso. Conhecer os critérios de negociação é fundamental e saber explicitá-los é mais importante ainda, pois sempre há formas de negociar e o Coordenador de Curso pode encaminhar a negociação com maior conhecimento de causa.

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planejamento do curso

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Planejamento do Curso Curso: Coordenador: Especifique as atividades que planeja executar no semestre, conforme as funções e atribuições do coordenador. 01 – FUNÇÃO POLÍTICA – Atividades no.

Atividades do coordenador a serem desenvolvidas no semestre relacionadas com as atribuições da função.


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no.

Atividades do coordenador a serem desenvolvidas no semestre relacionadas com as atribuições da função.

planejamento do curso

02 – FUNÇÃO INSTITUCIONAL - Atividades

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planejamento do curso

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03 – FUNÇÃO ACADÊMICA - Atividades no.

Atividades do coordenador a serem desenvolvidas no semestre relacionadas com as atribuições da função.


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no.

Atividades do coordenador a serem desenvolvidas no semestre relacionadas com as atribuições da função.

planejamento do curso

04 – FUNÇÃO GERENCIAL - Atividades

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FICHA TÉCNICA

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Direção Profº. José Luiz Torres Mota Gestão Acadêmica Profº. Marco Antônio Castro Costa Gestão de Planejamento e Avaliação Institucional Profª. Cristiany Gomes Andriola Gestão Administrativa Antonia Eliane Pessoa Gestão Financeira Dora Kohashi PROJETO GRÁFICO / ARTE Profª. Liduina Figueiredo PRODUÇÃO Núcleo Integrado de Comunicação ARTE Thiago Cordeiro designer

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CAMPUS SEDE: Av. João Pessoa, 3884 - Fone: (85) 3201.7000 UNIDADE II: Av. João Pessoa, 4005 - Fone: (85) 3453.9000 www.faculdadescearenses.edu.br


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