Revista olhar 360

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EDIÇÃO 00 :: JANEIRO 2013 :: DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

As Várias Faces da Copa de

em Fortaleza O PRIMEIRO COLOSSO

VIOLÊNCIA DAS TORCIDAS

Pág. 4 Inauguração do Novo Castelão

Pág. 14 Vandalismo ameaça a Copa



Editorial

sumário

DOS ANOS DOURADOS AOS ANOS PREOCUPANTES Se a Copa do Mundo de 2014 fosse disputada em outro país as preocupações dos brasileiros sobre o Mundial se limitariam à escolha do técnico, elenco e as chances da seleção na disputa pelo campeonato. E ainda haveria aqueles que o assunto passaria sem despertar nenhuma importância. Porém o evento é aqui, envolve recursos públicos bilionários e trará implicações diretas na vida de muita gente, gostando ou não de futebol. Desta forma, o tema deixa de ser restrito aos amantes do esporte e atinge a todos. Escolhida como uma das cidades-sede da Copa, Fortaleza está “na ponta da tabela” quando se trata de arenas esportivas, e numa situação preocupante em relação a tantas obras de infraestrutura prometidas. O tempo passa e a torcida fica apreensiva com o resultado final. Enquanto o Castelão é literalmente algo concreto, outros projetos se limitam a paus, pedras e poeira. Outros, somente ao papel. Se o foco em torno da realização da Copa do Mundo de 1950 eram os estádios e o comportamento das pessoas em causar boa impressão aos visitantes estrangeiros, hoje os desafios são maiores. Tanto, que a capital cearense, assim como as demais sedes, precisa passar por uma série de transformações para realização de alguns jogos. Enfim, a Copa do Mundo de 2014 em Fortaleza será carregada de emoções antes mesmo da bola entrar em campo. O crescimento da economia local, as exigências absurdas da FIFA, conflitos em virtude de remoções irregulares e obras não concluídas, produzirão sentimentos que irão do amor ao ódio, da alegria à tristeza. Esta publicação recebe o nome de Olhar 360, em alusão ao ângulo de 360º, na qual é possível visualizar tudo ao redor, desta forma, sob pontos de vista distintos, apresentaremos nestas páginas um balanço do que já foi feito, o que está acontecendo e o que virá em seguida. A todos uma boa leitura e uma boa Copa.

O PRIMEIRO COLOSSO............................................................................................. 4 MUSEU DO FUTEBOL .............................................................................................. 5 AS VÁRIAS FACES DA COPA DO MUNDO DE 2014 EM FORTALEZA......... 6 BATE-PAPO & BATE-BOLA..................................................................................... 10 Copa das Confederações: Um torneio, muitos testes................. 12 AMEAÇA ORGANIZADA............................................................................................ 14 ACERTOS & ERROS................................................................................................... 17 Charges engraçadas da Copa..................................................................... 18

Expediente Redator/Editor: Cícero Ciro Pereira Projeto Gráfico Diagramação: Thiago C. Bezerra Contato: (85) 8863.5393 Twitter: @thijoey Facebook: facebook.com/thiagojoey Imagens: Arquivo pessoal / Google Tiragem: 7 exemplares Fale conosco: cicipex@gmail.com

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INÍCIO DE JOGO

O PRIMEIRO COLOSSO Castelão é a primeira arena esportiva da copa a ficar pronta

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onsiderando que o Brasil é implacável em relação à obras públicas devido a burocracia, falta de competência, suspeita de corrupção e cumprimento de prazos, a reforma do Estádio Governador Plácido Castelo foi a princípio cercada de natural incredulidade. O impasse e o atraso inicial em meados de 2010, por parte da Justiça Federal a respeito de irregularidades referentes à licitação da obra, reforçou essa imagem. A realidade atual é que problemas foram superados, promessas cumpridas e o novo espaço já está em uso.

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Idealizado em 1968 e inaugurado em 1973, a reestruturação do Castelão consumiu recursos na ordem de R$ 518,6 milhões e dois anos de obra. Entre as novas benfeitoras estão assentos sob uma cobertura que não absorve calor e protegerá o público de sol e chuva, isolamento acústico, estacionamento subterrâneo com 4.200 vagas e capacidade ampliada de 60.326 para 67.037 lugares. Com o Castelão finalizado dentro da prevista expectativa, Fortaleza levará vantagem sobre várias cidades-sede. Haverá tempo para usufruir e avaliar instalações e serviços do equipamento bem antes da primeira competição internacional de futebol que antecede o Mundial de 2014: a Copa das Confederações. 16 de dezembro foi a data de entrega da Arena Castelão. A ocasião contou com a presença da presidente Dilma Rousseff, Ítalo e Reno, Fagner e outros artistas cearenses. Milhares de pessoas compareceram ao evento. Aguarda-se ainda a primeira partida oficial envolvendo times de futebol. Especula-se uma rodada dupla envolvendo Ceará e Fortaleza durante a Copa do Nordeste. Situação do gramado e até mesmo preocupação com atos de vandalismo são levados em consideração.


INÍCIO DE JOGO

MUSEU DO FUTEBOL: PRESENTE AOS AMANTES DO ESPORTE, HOMENAGEIA O PASSADO E VISLUMBRA O FUTURO

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primeira impressão que o visitante tem ao chegar ao local é a de estar entrando em campo. A entrada em forma de túnel e áudio que evoca comemoração cria esta sensação. E se no museu do futebol do Pacaembu o público é recepcionado por uma imagem gravada de Pelé, no Castelão, um ícone do esporte cearense cumpre esta função ao vivo: Mirandinha. “O povo cearense vai achar muito bacana a homenagem feita a todos que fizeram parte da história do nosso futebol”, diz o eterno ídolo. Aberto à visitação desde o início de setembro, o espaço cultural funciona de terça a do-

Visitantes de escola pública

mingo das 14h às 20h. O valor da entrada é de dez reais para adultos e cinco reais para estudantes com carteirinha e idosos. Às quintas-feiras escolas públicas poderão levar seus alunos gratuitamente. Fazendo jus a temática, o museu apresenta a história do futebol cearense inclusive nas paredes, onde informações sobre o campeonato estadual e seus campeões são reveladas numa cronológica linha do tempo. Objetos como troféus, camisas autografadas, livros e entrevistas pré-gravadas com ídolos e comentaristas enriquecem a exposição.

Futebol e arte

Campeões eternizados

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AS VÁRIAS FACES DA COPA DO MUNDO DE 2014 EM FORTALEZA Proximidade do evento reacende polêmicas, apresenta transformações e gera expectativas em Fortaleza

Universo da Copa: uns ganham e outros perdem

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scolhida como uma das cidades-sede em maio de 2009 para a realização de jogos do Mundial, a capital cearense foi a princípio dominada pela euforia, mas agora, cerca de três anos após este anúncio e às vésperas da Copa das Confederações, dúvida e preocupações ocupam a cena. E nem mesmo a entrega do Castelão, a primeira arena esportiva a ficar pronta dentre as demais, ameniza a aura de ansiedade. Entre as insatisfações do povo fortalezense um dos aspectos que mais irrita é o trânsito em algumas áreas da capital, como a Avenida Raul Barbosa. “Faz tempo que prometem ajeitar isso aqui e nada até agora, é difícil acreditar

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que vai ficar pronto até 2104”, reclama Alberto Silva, morador do Tancredo Neves que durante a semana usa o carro para fazer o trajeto entre o bairro que reside e o Dionísio Torres. Remoções de famílias por causa do percurso do veículo leve sobre trilhos (VLT) também são motivo de atrito entre população e governo. Há pessoas reclamando desde a Via Expressa até a Parangaba, entre elas Dona Terezinha, da comunidade Rio Pardo, entre a Varjota e o Papicu. “Tudo que nós sabemos sobre as desocupações é o que passa na televisão, não veio ninguém do Governo do Estado negociar com agente”, afirma à moradora.


capa Ainda assim, há boas notícias. Obras interligadas com a Copa como o novo estádio Presidente Vargas, a linha sul do Metrofor, revitalização da Praia de Iracema e o novo Centro de Eventos são obras palpáveis. Espera-se também que o Governo Municipal sob a gestão de Roberto Cláudio, finde discordâncias, questões burocráticas e trabalhe em parceria com o governador Cid Gomes. Alheio a intervenções por parte do Governo, segmentos econômicos se mobilizam através de investimentos em equipamentos e na qualificação de profissionais. Setores diversificados como têxtil comércio varejista, construção civil, gastronômico e hoteleiro, preparam-se para tirar o máximo de proveito da ocasião. Além disso, existem aqueles que por iniciativa própria desejam obter algum benefício direto com a Copa, seja por meio de venda de produtos, uma negociação imobiliária ou contratação no mercado formal de trabalho.

A Copa do Mundo de 2014 pode não ser o pior dos pesadelos nem o melhor dos sonhos, mas fará história e deixará marcas e legado que serão motivo de discussão ou/e satisfação ao longo dos anos. Ser voluntário durante a Copa é uma destas possibilidades. Embora a Fifa exija muito e ofereça pouco, restringindo os ganhos tão somente a um uniforme, alimentação e transporte na cidade-sede, a chance de participar de um acontecimento deste porte poderá acrescentar um diferencial no currículo. Gizelle Fernandes, produtora de radiojornalismo da TV Jangadeiro, acredita que a iniciativa abre um leque de possibilidades, seja relacionado ao aspecto profissional ou pessoal. “Um megaevento desta natureza não acontece todo dia, é algo histórico. Vivenciar a Copa de forma ativa é uma experiência para poucos e com certeza, vai muito mais além do que ver tudo de perto. Proporciona interação com outros povos e cultura,” destaca.

PANORAMA DAS OBRAS RELACIONADAS COM A COPA AEROPORTO: Atrasos referentes à licitação, apagões e uma conclusão: não fica totalmente pronto até 2014. Entretanto, as autoridades garantem que mesmo em obras, o Aeroporto Internacional Pinto Martins terá sua capacidade de receber passageiros ampliada o suficiente para atender a demanda causada pelo evento.

VLT: Há trechos em obras do Mucuripe até a Parangaba, porém desentendimentos entre moradores e governo estadual atrasam a obra. A conclusão da obra não está definida. Existem apenas especulações quanto à data definitiva.

PORTO DO MUCURIPE: A ordem de serviço para a construção do Terminal Marítimo de Passageiros, que atenderá os turistas que forem acompanhar os jogos da Copa do Mundo em Fortaleza, foi assinada em março. O projeto deve ser concluído em dezembro de 2013. Espera-se revitalização das áreas próximas, como o Titanzinho e o Serviluz.

MOBILIDADE URBANA: Está relacionada com o VLT, mas engloba terminais de ônibus, vias urbanas e o sistema de transporte como um todo. Até a Copa das Confederações em meados do ano que vem, somente a Avenida Alberto Craveiro e o túnel no cruzamento com a Avenida Paulino Rocha devem estar prontos. As demais vias tem estimativas para dezembro de 2013. Padronização de calçadas estão em execução. Terminais do Papicu e Parangaba serão integrados ao VLT, mas também não há data concreta para a conclusão do projeto.

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E O POVO DÁ SUA OPINIÃO SOBRE A COPA “Vai ter o lado positivo. Estou estudando e praticando atividades físicas como natação pra passar no concurso dos bombeiros, que está sendo feito por causa da Copa.” - Alinne Cardoso, estudante.

OPORTUNIDADES DA COPA

“Terrorismo. Luta de classes. Querem nos tirar daqui pro VLT passar. Quem vai ganhar com a Copa é a FIFA e os empresários. Vou ter que lutar pra não sair de um lugar que tem tudo perto e moro há 36 anos.” - João Batista, vendedor ambulante. “Acho muito bacana a Copa do Mundo aqui em Fortaleza. Vai trazer mais recursos pro pessoal da nossa terra e o Ceará vai ficar mais valorizado do que já é.” - Harley Alves, estudante “Vão gastar muito pra pouca coisa. Vai ter empregos temporários, mas depois volta tudo ao normal. E o salário vai continuar o mesmo. Talvez o aumento no número de policiais seja a única coisa que beneficie todos. A tal da mobilidade urbana é só pra alguns lugares da cidade." - Oslândia Pereira, gerente de loja. “Vai desenvolver o bairro. A maioria das coisas só resolvo na Cidade dos Funcionários. Aqui no Castelão não tem um banco, um cartório, delegacia nem um monte de coisa.” - João Belchior, chefe de manutenção de restaurante. “País muito sem moral, fazer uma Copa dessas com tanta prioridade por aí.” Francijosy Carvalho, caixa de restaurante. “O número de turistas vai aumentar. Já planejo deixar de trabalhar pro outros e ter meu próprio ponto na Rua José Avelino.” - Ana Lima, vendedora. “Muito trabalho na área da Beira-Mar. Vai ser difícil assistir os jogos, mas nessa profissão tempo é uma coisa que a gente não tem muito.” - Izaquiel Sousa, cozinheiro de restaurante. “Legal. Mais emprego e diversão para os cearenses”. - Juliane da Conceição, comerciária. “Quem trabalha no ramo vai comemorar quando a Copa chegar. Faz tempo que quem trabalha em restaurante não ganha bem.” - Onélia Cordeiro, garçonete. “Não vai melhorar nada. Talvez, talvez melhore apenas umas avenidas.” - José Sobrinho, taxista.

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Lidiane Farias, gerente do Hotel Maredomus

Várias atividades econômicas irão gerar emprego antes e durante a Copa de 2014, mas isso não é justificativa para esperar as coisas acontecerem, e sim fazer acontecer. Apesar do aumento das contratações, algumas regras permanecem as mesmas, como a qualificação profissional. Lidiane Farias, da gerência do Hotel Maredomus, traça um perfil do funcionário adequado para o setor turístico e fala sobre ações voltadas para a Copa. “Para os cargos de nível técnico/superior, como recepção, reservas e eventos, estamos exigindo no mínimo o inglês intermediário. Estamos incentivando a todos os colaboradores a participarem de treinamentos oferecidos pelo Governo, Sebrae, dentre outros. Estamos também preparando alguns treinamentos voltados ao atendimento e atividades específicas de cada setor. Alguns até já ocorreram. Essa cultura do treinamento faz parte da visão da empresa e intensificou-se pela chegada da copa do mundo”, explica a gestora. Sob essa perspectiva, o governador Cid Gomes firmou em dezembro, uma parceria com a Universidade de Fortaleza (Unifor) para capacitação de pessoas. Os cursos serão diversificados e gratuitos.


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OS 7 PECADOS CAPITAIS DA COPA senta a Copa como uma grande festa, motivo de orgulho nacional e a solução de problemas estruturais nas cidades-sede.

redenção: 5 “S” DA COPA

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o século VI o papa Gregório Magno, tomando por base as epístolas de Paulo, formalizou uma lista de sete pecados que são vícios de conduta que ferem a Deus, a própria pessoa e ao próximo. Aplicadas á Copa de 2014 teremos: Soberba: ao querer fazer a maior Copa de todos os tempos, o Brasil ignora prioridades sociais e próprias leis em busca de evidência no cenário mundial. Preguiça: burocracia, impasses e o costume de deixar as coisas pra última hora contribuem para o atraso de obras. Ira: Exigências da FIFA causam atrito com o governo brasileiro e provoca embate sobre a soberania nacional. Motivos de fúria a mais por parte dos brasileiros contrários a Copa. Inveja: o Corinthians, um clube privado, ganhará um estádio com recursos do governo federal. Desconsiderou-se o Morumbi, que precisaria de uma reforma, e a arena do Palmeiras, que está sendo construída através de parceira com uma empresa internacional. Gula: previsões orçamentárias em relação aos custos do Mundial não param de crescer e lucros estão garantidos apenas para FIFA, empreiteiras e políticos corruptos. Avareza: mão fechada para o pagamento de indenizações com desocupações a serem realizadas. Moradores questionam valores abaixo da realidade Luxúria: apesar de muitos aspectos negativos em torno do evento, uma forte campanha de marketing apre-

5 “S” é um conjunto de medidas criado pelos japoneses que propõe a otimização dos recursos e bemestar. Listamos uma versão de benefícios aplicada a Copa de 2014. Segurança pública deve receber um reforço no contingente. A Polícia Militar irá incorporar ao seu quadro 200 oficiais e mais 2 mil soldados, procedentes do concurso realizado neste ano. Mil deles já estão concluindo o curso de formação na Academia. Haverá acréscimo também de 300 bombeiros, sendo 270 praças e 30 oficiais. Setor de serviços, que corresponde à venda de produtos e aos serviços comerciais oferecidos à população, e um dos principais responsáveis pela economia brasileira, disponibilizará milhares de vagas e permitirá fluxo de capital. Seus efeitos serão sentidos antes (passagens de avião, alugueis de imóveis, cursos de capacitação), durante (estadia em hotéis, consumo em restaurantes, compra de produtos) e depois (negócios diversificados graças à visibilidade proporcionada pela Copa). Saúde receberá ações durante o período dos jogos (aumento no número de ambulâncias e planos de contenção de epidemias nos locais que receberão as seleções do Mundial de futebol, intensificação da vigilância e o controle sanitário dos portos e aeroportos). Estimativa de concurso para profissionais da área para atender a demanda atual e a crescente devido ao Mundial. Sistema viário passará por reestruturação em partes da cidade, principalmente nos trechos que compreende o Castelão e a interligação entre aeroporto e orla marítima. Intervenções necessárias para a mobilidade presente, o período da Copa de 2014 e pós-campeonato. Satisfação em vivenciar um mega evento esportivo nunca acontecido na cidade, conseguir entrar no mercado de trabalho ou obter algum tipo de lucro com a comercialização de produtos e melhorias na infraestrutura de Fortaleza. A Copa agrega valores sociais, financeiros e psicológicos na rotina do festivo povo da nossa terra.

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BATE-PAPO & BATE-BOLA

Futebol: campo aberto à

Poucos têm o talento ou a oportunidade necessária para ser um jogador d de atletas. Há espaço para aqueles que evidenciam o espetáculo esportivo A LEI E A ORDEM: ALMEIDA FILHO, ÁRBITRO DE FUTEBOL Iniciou sua carreira em 1996, ao seguir os passos do também juiz de futebol, Francisco Almeida, seu pai. É um dos mais premiados árbitros do futebol cearense na atualidade.

OLHAR 360. Quando crianças muitos sonham em serem artistas, jogadores de futebol, médicos... o que o levou a ser um árbitro de futebol? Aliás, o que é preciso para apitar dentro de campo? ALMEIDA FILHO. Venho de uma família de árbitros, meu pai foi árbitro Francisco Almeida, sempre o acompanhei onde ele ia apitar, bem como nos treinamento dos árbitros, então o convívio nesses meio me fez querer participar desse grupo. E tive o apoio de toda a família. E já são 17 anos de arbitragem. OLHAR 360. E sobre a regulamentação da profissão? ALMEIDA FILHO. Muito importante esse assunto de profissionalização do arbitro, pois é o único no futebol que não é profissional, e isso dificulta muito a vida de um árbitro, ou seja, o arbitro para exercer essa função precisa dedicar-se muito, é algo que exige muita preparação como treinamento físico, técnico, psicólogo. Hoje em dia todos os árbitros são obrigados há exercer outra função, precisa de um emprego formal, e com essa profissionalização ele poderá se dedicar totalmente a arbitragem. OLHAR 360. Ninguém está isento de errar. Como você convive com o erro quando percebe que cometeu um e não pode voltar atrás?

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ALMEIDA FILHO. Para um arbitro é uma sensação muito ruim, pois trabalhamos, treinamos muito, para chegar em uma partida e fazer o melhor. Quando ainda estamos em campo e percebemos que houve um erro, podemos voltar e corrigi-lo na maioria das vezes. Porém quando chegamos em casa e vemos o erro pela TV, por exemplo, é uma sensação horrível, uma vez que com esse erro prejudicamos

“É um prazer apitar no melhor futebol do mundo e ainda receber por isso, e conhecer todo o Brasil então é melhor ainda, afinal nem toda profissão proporciona algo assim hoje em dia.” o trabalho de uma comissão de arbitragem e claro uma equipe de futebol, e consequentemente o nosso trabalho. OLHAR 360. O que é mais prazeroso na arbitragem? ALMEIDA FILHO. Apitar é uma sensação muito boa para um árbitro, imagine você

apitar no Maracanã, já tive a oportunidade de apitar um jogo do flamengo no Maracanã. Você estar ali perto de jogadores que você só ver na telinha é muito bom, prazeroso. Apitei um jogo do Ronaldo quando ele estava no Corinthians, já arbitrei jogos do São Paulo no Morumbi. É um prazer apitar o melhor futebol do mundo e ainda receber por isso, e conhecer todo o Brasil então é melhor ainda, afinal nem toda profissão proporciona algo assim hoje em dia. As amizades conquistadas também é algo que fica para sempre. OLHAR 360. Alguma dica para aqueles que desejam entrar no ramo? ALMEIDA FILHO. É uma função muito difícil, umas das maiores, pois trabalhamos com algo complicado do ser humano, que é a emoção. Para quem escolhe ser arbitro é importante lembrar que no momento que você estar em campo você é a lei, não interessa quem vai ser punido, você é o juiz pra julgar e decidir em um segundo algo que pode transformar tudo uma partida. Deixo dica: não existe cor, time, você não tem sentimento de torcedor, deverá ser imparcial nas decisões. Assim, você começa a colher frutos, como por exemplo, ser reconhecido como o melhor árbitro do seu estado, prêmio este que já recebi seis vezes. É difícil, mas não impossível ser um árbitro.


às paixões e realizações

de futebol. Contudo, o esporte mais popular do mundo, não é feito apenas o, com prazer e dedicação. Conheça a história de dois destes personagens VISÃO PRIVELEGIADA: ANTERO NETO, JORNALISTA ESPORTIVO Natural de Aracati, é um jornalista esportivo de grande destaque na imprensa cearense. Comentarista e narrador optou pela carreira graças à influência de seu pai, o radialista Jussiê Cunha, e seu irmão Jussiê Cunha Filho, que também atua na área de esportes.

OLHAR 360. O jornalismo apresenta muitas ramificações, o que o motivou a optar pela área esportiva? ANTERO NETO. O gosto por esportes foi o primeiro. Meu pai é narrador esportivo e o meu irmão, mais velho, já fazia jornalismo esportivo. Então, foi o caminho mais “natural”. OLHAR 360. Quais as dificuldades da profissão neste segmento? ANTERO NETO. Poucas. É muito mais diversão do que um trabalho. Evidentemente que existe o cansaço, a fadiga, a concentração... é preciso estar sempre muito inteirado sobre todos os esportes, mas vejo como uma diversão. OLHAR 360. É preciso algum diferencial ou especialização para fazer a cobertura esportiva? ANTERO NETO. De cara é preciso gostar de esportes, mas não existe nada específico. É preciso conhecimento, aliás, para todas as áreas. OLHAR 360. Muitos criticam a relação entre esporte e entretenimento. De que forma você

analisa essa questão? ANTERO NETO. Eu acho que esporte é entretenimento. Esporte é diversão! Bom, pelo menos eu sempre vi o esporte assim. Você ao estádio, ginásio, arena para se divertir, sorrir,

“Quem acha que esporte não é entretenimento não sabe o que é esporte. A cobertura não precisa ser “seca”, chata, óbvia. Afinal, isso não tira o básico do jornalismo: a informação.” ver vitórias, ver coisas boas. Quem acha que esporte não é entretenimento não sabe o que é esporte. A cobertura não precisa ser “seca”, chata, óbvia. Afinal, isso não tira o básico do jornalismo: a informação. OLHAR 360. A maior participação das mulheres no jornalismo esportivo se deve ao marketing ou o interesse do público feminino pelo esporte vem crescendo?

ANTERO NETO. Acho que é pelo interesse mesmo. Isso é até mais uma prova do avanço da mulher em todos os setores. Não tinha como ser diferente no jornalismo esportivo. OLHAR 360. Quais as expectativas para o Mundial de 2014 em relação à seleção brasileira? ANTERO NETO. Boas! A seleção sempre vai ser favorita. Em casa esse favoritismo vai se potencializar. Não vai ser fácil... mas eu acredito. OLHAR 360. A Copa das Confederações está bem próxima, já existe um planejamento envolvendo logística, contatos e profissionais para cobrir o evento? ANTERO NETO. Sim. A Copa já começou e faz tempo! A logística já está pronta. Agora é só esperar a bola rolar. OLHAR 360. O que você tem a dizer para os estudantes que pretendem seguir carreira profissional no jornalismo esportivo? ANTERO NETO. Acreditem nos seus sonhos, mas faça acontecer. Estude, estude e estude. Só assim é possível se realizar profissionalmente.

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PRELIMINAR

Copa das Confederações: um torneio, muitos testes O

torneio acontece entre 15 e 30 de junho, em seis cidades-sede: Fortaleza, Brasília, Belo horizonte, Recife, Rio de Janeiro e Salvador. Brasil, Itália, Japão, México, Espanha, Uruguai, Taiti e um país africano vão disputar o título. Embora seja uma competição curta, a Copa das Confederações tem seus méritos, pois reúne equipes que passam por um bom momento, cria expectativas no torcedor em relação à chegada do Mundial, cidades e equipamentos são testados e promove lucro a diversos setores. Aliás, a capacidade de agregar diversos interesses é a razão de sua existência. Considerada uma prévia de luxo do espetáculo principal, falhas ocorridas agora poderão ser evitadas futuramente, como a venda tumultuada de ingressos on-line e trapalhadas acontecidas durante o sorteio das seleções para a competição. Há também experiências envolvendo jogos em horário de grande concentração de calor, e chip em carteira de estudante para combater falsificações. ELES ESTÃO DE VOLTA: SELEÇÃO SOB NOVA DIREÇÃO

Torcedores, comentaristas esportivos... parece que nunca estão satisfeitos com escolha de técnico e mudanças. Tempos atrás uns achavam que a escolha de Mano Menezes, por seu trabalho no Corinthians, era a escolha ideal no comando da seleção. Outros olhavam com desconfiança. E foi seguindo assim, entre derrotas, vitórias e indicação de jogadores e expectativas. Após a saída dele, o ciclo se repete. Enquanto uns ansiavam e terminaram por ficar satisfeitos pela volta de Felipe Sco-

lari, existe outra corrente dizendo que o momento não é dele devido à queda do Palmeiras para a série B do campeonato brasileiro. E Parreira como auxiliar técnico provocou um alvoroço ainda maior. A CBF acabou tomando a decisão mais conveniente diante das circunstâncias, afinal Felipão estava sem clube e era um nome muito ouvido no meio do povo. O currículo também ajudou, além disso, outro treinador iria implicar em rescisão contratual. Enfim, esta dupla campeã está de volta para aplicar sua filosofia de jogo. A Copa das Confederações será um duro teste, pois haverá poucos amistosos para disputar e analisar jogadores. Ciro Câmara, conhecido jornalista esportivo de Fortaleza, fez algumas colocações. • Felipão não deve experimentar muito - até porque o tempo é curto. Vejo que nomes da Copa de 2010 como Maicon, Robinho e até R. Gaúcho ganham força. Será uma equipe mais experiente. • Felipão pegou o trabalho em andamento em 2001 e foi penta. A CBF pensa em repetir a dose. Acredito que ele vai tentar arrumar a casa a partir da defesa; não devemos ter uma equipe muito arrojada, deve ser mais para atuar nos contra ataques e depender de lampejos de individualidade de um Neymar, um Oscar... pelo menos para a Copa das Confederações. • Haverá certo contraste em jogar em casa. A pressão vai ser seguramente a maior da história de seleção: por jogar em casa, por causa de 1950, pela Argentina que vem forte e etc. Penso que a torcida vai ajudar e nem vai exigir um futebol tão bonito na Copa. O que vão exigir é a taça. E essa vai ser a pressão maior.

ACRÉSCIMOS • O valor dos ingressos da Copa das Confederações irá variar entre R$ 28,50 (meia entrada para partidas a fase de grupos) e R$ 418 (ingresso mais caro para a final). • Grandes empresas farão sorteios de ingressos. É só ficar ligado. • Possibilidade de feriado em Fortaleza ou “pausa” para assistir o jogo caso o Brasil avance para a semifinal.

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PRELIMINAR

Tabela da Copa da Confederações

HISTÓRICO DA COPA DAS CONFEDERAÇÕES ANO 2009 2005 2003 2001 1999 1997 1995 1992

PAÍS SEDE África do Sul Alemanha França Japão / Coreia México Arábia Saudita Arábia Saudita Arábia Saudita

CAMPEÃO BRASIL BRASIL FRANÇA FRANÇA MÉXICO BRASIL DINAMARCA ARGENTINA

VICE CAMPEÃO EUA ARGENTINA CAMARÕES JAPÃO BRASIL AUSTRÁLIA ARGENTINA ARÁBIA SAUDITA

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COMPORTAMENTO

AMEAÇA ORGANIZADA Usando o futebol como pretexto, arruaceiros promovem baderna em dias de jogos

Ações da polícia contra o vandalismo de torcidas organizadas

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ais um dia de jogo no estádio Presidente Vargas. Enquanto muitos vestem a camisa de seu time e preparam-se para assistir a partida, outros se armam de paus, pedras, bombas caseiras e partem para o mesmo local. Enquanto muitos estão ansiosos durante o percurso e mal veem a hora de começar a disputa, outros começam um festival de quebra-quebra pela cidade. Seja dirigido a rivais, veículos ou patrimônio público. E mesmo com aumento do contingente policial e uma delegacia funcionando no PV eles ousadamente desafiam as autoridades. Este é o panorama em dias de jogos envolvendo Fortaleza e Ceará. E se em outros tempos a violência promovida pelos delinquentes dependia do resultado dos clubes, hoje a baderna independe de hora, lugar, resultado da disputa ou time adversário. Acompanhar a partida não é prioridade dos autores da desordem. Com a proximidade da Copa, cresce a preocupação com o que poderá acontecer durante o evento.

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A MESMA HISTÓRIA TANTAS VEZES VISTA

O ano de 2012 não trouxe muitas alegrias ao torcedor cearense. O Ceará não conseguiu acesso a série A, o Fortaleza segue na série C, Guarany de Sobral foi parar na 4ª divisão do campeonato brasileiro. Apenas o Icasa garantiu acesso à série B. Por outro lado, brigas entre torcidas ganharam destaque nos noticiários. Guardas municipais agredidos, moradores assustados, assassinatos e depredação do PV em várias ocasiões, tudo aconteceu ao longo do ano. Ainda há indefinição sobre quem pagará a destruição causada durante o jogo de Fortaleza contra Oeste no dia 11 de novembro. Enquanto a direção do clube diz que deve pagar a conta são os torcedores presos e identificados, a administração municipal quer cobrar os custos de quem locou o estádio, no caso o Fortaleza. A Justiça dará o parecer final.


COMPORTAMENTO

CONTRA-ATAQUE I

niciativas do Ministério Público como cadastra- teligência da polícia, inclusive para prever as ações, mento de integrantes de torcidas organizadas as brigas marcadas, as rixas combinadas pelas e até banimento de algumas delas, espalham-se redes sociais, na internet. e o principal: o judiciário pelo Brasil. Em setembro, a entidade no Ceará em deve agir no sentido de aplicar punições exemplacomum acordo com a Federação Cearense de Fute- res. no todo, a educação é sempre a melhor saída”, bol, decidiu suspender por 90 dias declarou o deputado estadual a Torcida Uniformizada do FortaleRonaldo Martins (PRB). "... o judiciário deve agir za (TUF) e por dois jogos, a Torcida Já o parlamentar Fernando Jovem Garra Tricolor (TJGT), por Hugo (PSDB) apresentou no no sentido de aplicar atos ocorridos em duas partidas. dia 29 de novembro um projeto punições exemplares, Neste período, ninguém entraria de lei que facilita identificação no todo, a educação é no estádio vestindo camisas ou de torcedores tanto na entrada algo que identificasse tais agre- sempre a melhor saída.” dos estádios quanto na compra miações. Além disso, o Fortaleza do ingresso. A medida também não poderia liberar nenhum tipo enumera bilhetes, fazendo com de cortesia para as mesmas. Algo que não mostrou que o torcedor sente no acento indicado no ingresmuita eficácia. “Uma ação mais efetiva contra as so. O que dificultaria a formação de grupos dentro torcidas organizadas; o uso dos organismos de in- da arena esportiva como ocorre atualmente.

ACRÉSCIMOS Adler Pinheiro, ex-presidente da Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF), falou um pouco desse universo através de uma entrevista concedida a nossa equipe. Olhar 360. Para fazer parte da TUF? Adler Pinheiro. Ser realmente “Fortaleza”. Não pedimos antecedentes, mas o interessado deve se cadastrar. Deve aceitar a hierarquia e as normas da torcida, que tem presidente e diretoria. Cobramos também respeito ao próximo. Olhar 360. Relação entre torcida e diretoria do clube? Adler Pinheiro. Respeitamos a instituição, mas sempre cobramos da diretoria e principalmente dos jogadores. Historicamente não somos violentos em protestos, o que inclusive facilitou a vinda de jogadores que não gostam de uniformizadas. Olhar 360. Aumento de confronto entre torcedores? Adler Pinheiro. Evolução da violência, que atinge todos os setores da sociedade e a impunidade. Além disso, a presença de jovens que gostam mesmo é de adrenalina e não de torcer. Drogas. Olhar 360. Mudar a imagem de que em torcida organizada só tem vândalos? Adler Pinheiro. Mudança do foco da mídia, que vibra com a violência, que dá ibope e vende jornal. Combater a impunidade. Entrada do Ministério Público no meio da torcida em parceria com diretoria e presidente da TUF.

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COMPORTAMENTO

AS FACES DA VERDADEIRA TORCIDA Muito amor pelo time de coração! A estudante Dominique vai ao estádio desde criança. Toda sua família torce pelo Fortaleza. Assim, assistir jogos é realmente um programa em família. Participa de grupos de torcidas do Leão. Segundo ela, o Fortaleza só fica pequeno diante de Deus e de seus familiares. Sobre o que tem acontecido, a jovem deixa sua mensagem. “A bagunça infelizmente tem em todas as torcidas. É lamentável, pois quem se esforça de verdade pra fazer uma festa linda, realmente organizada e que incentiva o elenco do clube, acaba tendo o seu trabalho menosprezado e reprimido por aqueles que fazem badernas, que não respeitam o time, nem o nosso patrimônio. Todo mundo sente raiva, tristeza, ódio e decepção quando o que a gente mais quer não acontece, mas temos que ter controle, pois quebrando as coisas, agredindo os outros, o problema não será solucionado. Isso vem de respeito e educação”.

Trabalhador pai de família e alguém apaixonado pelo Ceará. Este é o perfil de Ricardo Firmeza, alguém que faz seus sacrifícios para acompanhar o Vovô em partidas decisivas e até longe de casa. O amor pelo Alvinegro do Porangabussu é uma das coisas mais prazerosas para este torcedor. Ele também deixa sua mensagem. “É chato o que esse pessoal anda fazendo. Em dia de jogo se a gente andar vestido com alguma camisa que lembre o time as pessoas ficam olhando feio. E não é só aqui. Uma vez fui pra Natal e foi do mesmo jeito. Esses caras não assistem o jogo e ainda fazem confusão. Minha esposa muitas vezes fica preocupada quando vou ao estádio. A lei tem que pegar os bagunceiros. Fica melhor pra pessoas em dias de jogo e também para os torcedores de verdade”.

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INTERNACIONAL

ACERTOS & ERROS Grandes eventos esportivos realizados ao redor do mundo deixam legados e lições

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confirmação do Brasil como país-sede da Copa de 2014 em 2007 gerou euforia entre a maioria dos brasileiros, pois além da festividade envolvendo o evento, investimentos em infraestrutura, criação de empregos e grandes parte das obras executadas pela iniciativa privada, como afirmaram Lula e Ricardo Teixeira na época, garantiriam alegria e avanços econômicos e sociais. O tempo passou e agora, a menos de dois anos da competição, a euforia cede espaço à preocupação. A nossa Copa do Mundo terá um custo exorbitante proveniente dos cofres públicos e um legado repleto de dúvidas. Paralelo a isso, o governo britânico e o comitê organizador das Olimpíadas de Londres, anunciaram em outubro que os custos com os Jogos Olímpicos foram menores que o previsto. Além de haver uma redução em torno de 1,2 bilhões de reais em despesas, áreas da cidade foram revitalizadas e os britânicos tiveram espetacular desempenho na competição com grande número de medalhas. Um custo-benefício inquestionável. Pessoas que vivenciaram competições de grande porte em seus países relatam suas experiências e conclusões. Olimpíadas de 1992: Barcelona, Espanha. Comentá-

rios de Federico Penãlver, espanhol proprietário de pousada, atualmente residindo no Brasil. Barcelona mudou muito após as Olimpíadas de 1992. Realmente aconteceram grandes transformações. Praias que antes eram impróprias para banho por causa do lixo, foram despoluídas. Ruas, avenidas e foram alargadas. Houve melhorias no aeroporto e em estradas. Gastou-se mais na reforma da cidade que em instalações esportivas. Apesar de desapropriações e o aumento do preço de imóveis em algumas áreas da cidade, o investimento valeu a pena. Hoje, Barcelona é muito mais bonita. Copa do Mundo de 2010: África do Sul. Comentários de Andile Madlala, sul-africano que trabalha com logística de alimentos. Residente em Impendle, cerca de430 km de Johannesburgo. A Copa foi muito divertida. Assisti dois jogos no Ellis Park e mesmo não morando em Johannesburgo, vi turistas circulando por todo lugar. Foram feitas muitas obras, tanto que vieram muitos trabalhadores de fora. O lado ruim é que depois da Copa não teve a mesma quantidade de turistas e muitos estádios não estão servindo para jogar futebol nem outro tipo de esporte.

ACRÉSCIMOS Palmeiras: um bom exemplo dentro de casa... Embora ignorado pelas autoridades responsáveis pela Copa no Brasil Empreendimento garantido através de capital privado, conclusão prevista antes mesmo da Copa das Confederações e promissor retorno financeiro. Realmente estas características não fazem parte do perfil dos estádios idealizados para a Copa de 2014, e sim, iniciativa bem planejada da Sociedade Esportiva Palmeiras. Apesar de todas estas qualidades, este espaço que atende as exigências d a FIFA, não será palco de jogos do Mundial em São Paulo, e sim o estádio do Corinthians, um dos mais caros e polêmicos da competição.

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FIM DE JOGO

Charges engraçadas da Copa É ou não é verdade?

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