Projeto de Restauro Casarão da Rua do Riachuelo

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CADERNO DE ANÁLISE E PROJETO DO CASARÃO À RUA DO RIACHUELO

FAU UFRJ Disciplina de Projeto de Execução Restauro Docente Rosina Trevisan Discentes Lucas Davidson e Thuany Coutinho 2015.1


Sumário Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Iconografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Tombamentos do entorno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Tipologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Gabarito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Mapa de Uso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Legislação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Análise Viária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Mapeamento de Danos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Memorial de projeto e Diretrizes de Restauro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Programa/Zoneamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fluxograma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plantas comerciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Perspectivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Introdução Este trabalho visa analisar o antigo Palácio de São Lourenço, um patrimônio tombado localizado na Rua dos Inválidos números 193/203 esquina com a Rua do Riachuelo, localizado no Centro do Rio de Janeiro cujo tombamento foi realizado pelo IPHAN com número de processo 0027-T-38 em 20 de abril de 1938 no livro de Belas Artes nº inscr. 034 Vol. 1 F. 007 e no livro histórico com número de inscrição 016 Vol. 1 F. 004. O prédio hoje encontra-se em estado de ruína, sofrendo com as ações do tempo e das intenpéries e tendo um uso que não o valoriza (um estacionamento gerido por um posseiro, que não é o proprietário legal do imóvel), partindo disto cabe também neste trabalho analisar o contexto urbano em que está inserido o patrimônio a fim de projetar a melhor solução de restauro para o edifício e o programa que melhor atenda às necessidades da população local.

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Histórico O prédio colonial português situado na esquina da Rua dos Inválidos com a Rua do Riachuelo, é uma das construções marcantes da cidade, por suas dimensões e aspectos característicos da época de sua construção. Sobre o imóvel diz o arquiteto Augusto Silva Telles: "Em terras que foram do Guarda-môr Pedro Dias Paes Leme, à margem da Rua de Mata Cavalos, hoje Riachuelo, onde exista um corredor de casas térreas, o Conselheiro Francisco Bento Maria Targine, Barão de São Lourenço, construiu o atual sobrado, na segunda década do século dezenove." Sua construção começou no século XVIII, para ser propriedade de Antônio da Cunha, oficial de ordenanças, ele vendeu para o mais famoso dono da edificação em 1820, quando Francisco Targine, o conselheiro de D. João VI e também Visconde de São Lourenço reformou a casa. Após a morte do Visconde a edificação abrigou o Colégio Marinho, entrando em declínio no Século XX, quando foi transformado em habitação coletiva, com lojas no térreo. No período entre os anos de 1959 e 1982 o SPHAN realizou algumas obras, como a reestruturação de telhados e alvenaria e escoramento de piso do primeiro pavimento em alguns trechos, na tentativa de se conseguir preservar o patrimônio em questão. O tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, em 1938, não o livrou da ruína, agravada por um incêndio na década de 1990 que o destruiu parcialmente. Em 2002, o IPHAN autorizou a utilização do terreno para estacionamento como forma de evitar novas invasões, mas de acordo com Teodoro Joel, chefe da Divisão Técnica do IPHAN, o município está tentando adquiri-lo para restaurá-lo e dar-lhe um novo uso. É uma edificação volumosa, com dois pavimentos ocupando o terreno todo, mais um terceiro pavimento com planta em cruz, formando volumes centrados nas fachadas, que interrompem a cimalha e o beiral dos telhados do corpo principal. Pilastras e cantaria formam os cunhais e compartimentam as fachadas, assinalando os limites do terceiro pavimento. A fachada é composta por uma sequencia de portas, que no pavimento superior tem o mesmo ritmo so que com janelas altas com sacadas que têm bacias de cantaria e grades formando malha de losangos. No centro da fachada principal a da Rua do Riachuelo, uma única sacada, de contorno ondulado, corresponde aos três vãos do sobrado e encima à porta principal, que é mais alta e larga que as demais. A rua Riachuelo A Rua dos Inválidos O antigo Caminho da Bica, e antiga Rua Mata Cavalos carrega mais de três séculos de Aberta em 1791 pelo vice-rei Conde de Resende, a antiga Rua Nova de São Lourenço foi histórias, seus quase 2 quilômetros de logradouro expõe uma diversidade tipológica enorme, endereço de muitos nobres na época. Três anos depois recebeu também um asilo para soldados ainda mais agora que essa rua se tornou o eixo da transformação pela qual passa o centro reformados, os inválidos, passando a se chamar Rua dos Inválidos. Alguns dos nobres que do Rio. São as cifras estlizadas da fachada do Business Flat pairando lado a lado com as habitaram este endereço foram a Baronesa de Bambuí e o Visconde de Uruguai, alem de janelas sem esquadrias, das quais pululam varais descarnados e odores dos mais diversos, Francisco Targine, o Visconde de São Lourenço. no condomínio de nome estrangeiro, o aluguel de um apartamento mobiliado, com direito a serviço de quarto e área de lazer, custa, em média, R$ 2 mil mensais; do outro lado da parede, na construção reduzida ao esqueleto — uma “ocupação”, como é conhecida no bairro — dezenas de famílias de sem-teto improvisam cômodos com compensados.

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Iconografia

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Tombamentos do Entorno TOMBAMENTO ESTADUAL TOMBAMENTO MUNICIPAL TOMBAMENTO FEDERAL AREA DE ESTUDO (TOMBAMENTO FEDERAL)

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Tombamentos do Entorno

Hospital da Cruz Vermelha Endereço: Praça da Cruz Vermelha, 12 Ano: 1923

Polícia Central (antigo DOPS) Endereço: Rua da Relação, 40 Ano: 1910 Construção neoclássica antiga sede da polícia central e na época da ditadura foi sede do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). Hoje está em reforma e se cogita transformá-lo em museu em memória das vítimas da ditadura.

Cortiço Chora Vinagre Endereço: Rua dos Inválidos, 124 Ano: 1867 Típica edificação de habitação coletiva do século XIX, com 69 cômodos dispostos em 2 pavimentos .

Centro Municipal de Saúde Oswaldo Cruz Endereço: Rua do Rezende, 128 Ano: 1914 Edifício construído para sediar a Diretoria Geral de Saude Pública. Hoje funciona uma das unidades do INCA.

Conjunto arquitetônico Endereço: Rua do Lavradio, 122 Ano: 1893 Tem destaque por ser um programa de habitação popular de baixa renda composto por 1 sobra e uma vila de 21 casas.

Grande Oriente do Brasil Endereço: Rua do Lavradio, 97 Ano: 1848 Prédio neoclássico sede da maçonaria no Rio de Janeiro.

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Tombamentos do Entorno

Painéis de Leandro Joaquim na Catedral Metropolitana Endereço: Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro Os painéis encontram-se no Museu de Arte Sacra da Catedral do Rio de Janeiro

Fundição Progresso Endereço: Rua dos Arcos, 8 Construção em estilo eclético que sediava uma fábrica de ferros, que produziu grande parte das sacadas de ferro do séc. XX e atualmente funciona como casa de shows.

Aqueduto da Carioca Endereço: Av. Mem de Sá, 48 Ano: 1750 Um marco na paisagem carioca, é considerado a maior obra urbana do período colonial, construído para trazer água das nascentes para o Centro. Passou a funcionar como acesso a linha do bonde de Santa Teresa em 1896.

Hospital do Carmo Endereço: Rua do Riachuelo, 43 Ano: 1970 Fundado em 1970, ja passou por algumas reformas e funciona até hoje, buscando constante modernização

Sobrado Endereço: Av. Gomes Freire, 773 Sobrado de uso residencial, com porão habitável, programa funcional e planta arquitetônica originais. Atualmente funciona como hotel para solteiros

Clube dos Democráticos Endereço: Rua do Riachuelo, 91 Ano: 1930 Prédio art deco, sediava o clube das grandes sociedades carnavalescas. Hoje funciona como casa noturna

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Tipologia

15. 16. 17. 18. 19. Edificações sem estilo definido

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Tipologia

13.

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Tipologia

Através da observação das tipologias das edificações do entorno, nota-se a presença de muitos edifícios ecléticos, possivelmente do fim do século XIX, início do séc XX; alguns em estilo Art Deco, uma grande quantidade de edifícios sem um estilo arquitetônico definido, com inspirações modernistas (características dos anos 70 e 90). Quanto aos gabaritos desses edifícios de estilos distintos, os do séc XIX/XX possuem alturas bem menores, com no máximo 5 pavimentos, já os mais recentes (1970/90) geraram uma verticalização grande, por conta da valorização imobiliária dessa área do Rio. No terreno em análise, falta o interesse de manter o patrimônio edificado justamente para fazer uso dessa verticalização, gerando assim uma gentrificação do solo.

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Gabarito

Nota-se com este mapa a heterogeneidade das edificações do entorno do prédio a sofrer a intervenção Na rua dos Inválidos, os gabaritos dos edifícios proximos ao casarão vai ccrescendo gradualmente no sentido do entroncamento entre as ruas Mem de Sá e do Resende, já no lado oposto ao da edificação, nota-se que as alturas variam de um prédio a outro, criando um skyline de zig zag, ou seja, é um sequencia praticamente alternada e prédios baixo e altos. O mesmo acontece na Rua do Riachuelo, no trecho entre as ruas Gomes Freire e André Cavalcanti. As edificações a volta do casarão que contam com alturas muito superiores ao resto mostra uma tendencia à verticalização da re~ião que está tendo um enfoque grande por parte do mercado imobiliário.

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Rua

os válid n I s do

Mapas de Uso

uelo

Rua

Terreno de Estudo Residencial Institucional Misto Comercial Serviços

do

ch Ria

Atualmente as proximidades das Ruas dos Inválidos e do Riachuelo caracterizam-se pelo uso misto das edificações. Entre as quais encontramos diversos tipos de lojas, de pequeno a grande porte, hospedarias, lanchonetes, restaurantes, edificações residenciais, religiosas, boates, clubes, bares, bancos, supermercados e vários outros tipos de edificações que prestam serviços à população. E desses vários prédios, um número considerável é caracterizado por ser de uso misto, ou seja, tem seu pavimento térreo de entrada para os apartamentos, mas também possui lojas, e os andares superiores são todos voltados para o uso residencial. A área de estudo hoje funciona como estacionamento privativo de veículos, visto que a edificação não existe mais, apenas as paredes externas. Apesar de hoje dar lugar a um estacionamento, inicialmente este espaço era uma residência, o Palacete do Visconde de São Lourenço. Depois contou com outros usos, como residencial coletivo com térreo comercial (que já abrigou mercearia, barbearia, salão de bilhar e até casa de pasto), instituição educacional (funcionou por um tempo como o Colégio Marinho), já ficou por uns tempos fechado, sem nenhum uso e agora conta com esse uso, para evitar invasões de moradores de rua.

EDIFICAÇÕES IMPORTANTES DO ENTORNO: 1- SEDE DO CONSELHO ESPÍRITA DO RIO DE JANEIRO 2- CAPELA DO MENINO JESUS - INSTITUIÇÃO CRISTÃ 3- TERRENO DE ESTUDO 4- SEDE DA FOLHA DIRIGIDA 5- HOTEL 5 ESTRELAS VILA GALÊ, CONCEITUADO NO SETOR EXECUTIVO 6- SINDICATO DOS POLICIAIS CIVIS DO RIO DE JANEIRO

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Legislação

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Legislação

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Análise Viária

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Mapeamento de Danos Legenda:

Fachada Rua dos Inválidos

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Mapeamento de Danos Legenda:

Fachada Rua do Riachuelo

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Memorial de Projeto e Diretrizes de Restauro O projeto de Restauro visa e dar um novo uso a uma edificação tombada em estado de ruína que hoje funciona como estacionamento localizada na Rua dos Inválidos 192/202 Centro Rio de Janeiro. Entendendo a importancia da conservação do patrimônio e baseados no que diz a carta de Veneza, no artigo 5º, onde ressalta a necessidade do patrimônio atender às necessidades atuais da sociedade a sua volta, propomos um complexo cultural com teatro, escola de teatro e bistrô. Diante do cenário do bairro da Lapa, que como quase toda a região central do Rio de Janeiro, possui uma vocação para a cultura e comércio, propomos essa variedade de funções no edifício, fazendo com que este tenha um uso prolongado ao longo do dia, dando vida a esta esquina que antes se encontrava em um estado de total abandono. Para esse programa propomos que o terreo fosse ocupado com a escola de teatro (salas de aula, recepção, secretaria, sala da direção, sanitários, estar e apoio); bistrô (salão, caixa/balcão, cozinha, sanitario para o público, sanitário para os funcionários, despensa e apoio), um apoio para o teatro (de apoio entende-se DML, depósito de lixo, etc), alem de uma area de jardim para foyer e contemplação do público do teatro. No primeiro pavimento consta o teatro com camarins, salas de som e iluminação. No segundo pavimento, o mezanino e um pavimento acima deste com a passarela tecnica para o grid de iluminação. Diretrizes de Restauro Adotamos o princípio de trabalhar a parte nova contrastando com a parte antiga, assumindo que existe ali uma história contada através do edifício que deve ser preservada, pois foi um prédio de grande importancia para a cidade. Esta postura de projeto foi tomada baseado na Carta de Veneza artigos 12º e 13º, onde é esclarecido que qualquer acrescimo à edificação deve respeitar o existente e deve ser facilmente distinguido para que não se crie uma falsificação da arte e história do elemento em questão. Deste modo, conservamos o que sobrou da fachada do edifício, tratando-a (abrindo os vãos que foram emparedados, recuperando seu emboço, limpando-a para remoção de pixações e cartazes colados, etc) de maneira que esta possa abrigar e valorizar o novo projeto. O que será criado não tocará a ruína, terá uma parede interna afastada 10cm da parede da ruína com aberturas nos mesmos lugares que as originais, para que os dois projetos dialoguem e tambem para facilitar a execução da fundação. Quanto a materialidade, serão usados materiais contemporâneos, como concreto armado, concreto, aço, vidro, aliados a estrutura em aço afim de dar maior sustentação ao que sobrou do casarão e para melhor atender às necessidades estruturais do complexo cultural, pois o aço possui esbeltez e alta resistência. As alvenarias variam de acordo com a necessidade do espaço, pois o teatro pede uma alvenaria dotada de revestimento acústico, já os demais espaços não têm essa mesma necessidade. Com isso os materiais também acabam sendo bem atuais, pois tendem a ter uma tecnologia que favoreça os espaços criados, como um piso flutuante para melhor absorver impactos nas salas de aulas. As intervenções feitas no edifício visam criar essa estrutura para abrigar as atividades que ali propomos, visto que não são atividades que devem acontecer ao ar livre e, como do edifício restou apenas a fachada, não seria possível criar ambiências propícias sme o mínimo de intervenção estrutural além de fechamentos.

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Referências Centro de Movimento Deborah Colker, Glória RJ

O Centro de Movimento Deborah Colker, um sobrado eclético oitocentista, teve a fachada e a parede central preservados. Da construção original as paredes do meio e da fachada são estruturais, por isso foram mantidas, já o telhado, os caixilhos e até a laje tiveram de ser trocados, mas foi recriado o mesmo caixilho. O interior que teve uma mudança muito grande para atender ao programa de uma academia e uma cia de dança, mas tudo que é novo foi feito em material diferente para evidenciar que existem duas épocas da história do mesmo prédio. Os espaços ganharam características bem distintas do original, hierarquias diferentes, por conta da mudança de programa. E a proposta do Archi5 (escritório responsável pelo projeto) era de criar um espaço contemporâneo como é a cia, mas sem esquecer da importância do sobrado pra cidade, ideia essa que é almejada por nós também com o nosso projeto, de criar algo que preserve a história, mas que conte com soluções arquitetônicas contemporâneas, que atendam de modo sustentável e satisfatório às necessidades do projeto.

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Referências Capela Nsa Senhora da Conceição, Recife

Projeto de Paulo Mendes da Rocha, o antigo casarão do século XIX que hoje abriga a capela de Nossa Senhora da Conceição manteve a ruína em que se encontrava o prédio, sem reconstruir parte alguma, e tudo o que foi acrescido ao prédio teve uma estrutura nova e não toca a ruína, nem mesmo o telhado.

Sustentado por dois pilares robustos, o teto novo da igreja fica afastado da borda da ruína poucos centímetros, o suficiente para permitir entrada de luz natural e permitir a leitura de que o arquiteto manteve intocável o existente. O projeto contempla também um mezanino, que é sustentado pelos mesmos dois pilares robustos que sustentam o teto. No exterior, circundando a ruína, restaram algumas partes de paredes com aberturas em arcos, que serviram de inspiração para Paulo Mendes que «revestiu» as paredes em alvenaria aparente com uma outra parede bem fina em pintura branca, para fazer o encontro com o coroamento do prédio. Por essas decisões sutis é que escolhemos o projeto como referência, por que também não pretendemos tocar o projeto antigo com o novo, para evidenciar ainda mais a diferença de épocas presente na edificação.

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Programa/Zoneamento Café/Bistrô

BISTRÔ

SERVIÇO BISTRÔ

ESCOLA DE TEATRO

RECEPÇÃO ESPERA

BANHEIROS

Pavimento Térreo

CIRC VERTICAL

CAMARINS CIRC VERTICAL

1º Pavimento idos nvál I s do Rua

BILHETERIA

PATIO/FOYER CIRC. VERTICAL

CIRCULAÇÃO ADM.

PALCO

os válid n I dos Rua

CIRCULAÇÃO

CABINE SOM E LUZ

CIRC VERTICAL

o erviç so S Aces

ESCOLA DE TEATRO

PLATEIA

SERVIÇO

Rua do Riachuelo

Áreas Público Salas de aula Sanitários Fem. Mas. Recepção/Secretaria Áreas Administrativas Sala Professores Direção Apoio DML Depósito/Acervo

Rua do Riachuelo

Acesso Escola

Escola de Teatro

Espaço Publico Salão Sanitários Fem. Mas. Espaço Preparo Alimentos Cozinha Despensa Sanitário Funcionários Apoio DML Administração

Rua do Riachuelo

Espaço Cênico Palco Coxias laterais Coxia Fundos Sanitário Atores Plateia Sala de Dimmers Sala de Som Acesso ao Grid Iluminação Grid iluminação Elevador Carga Sanitário Fem. Masc. Público Camarins Elevador Carga Foyer Bilheteria Administração Apoio Depósito Cenário e Figurino Depósito Equipamentos DML

CIRCULAÇAO

Teatro

Acesso teatro

idos nvál I s do Rua

PLATEIA

CIRC VERTICAL

APOIO TEATRO CIRC VERTICAL

2º Pavimento

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Fluxograma/Organograma

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Plantas Planta Pavimento Térreo

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Plantas Planta 1º Pavimento Escala 1/250

Planta 2º Pavimento

Escala 1/250

Planta Passarela Técnica

Escala 1/250

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Perspectivas

Vista Lateral do Teatro

Perspectiva da esquina das ruas dos Inválidos e do Riachuelo Vista da Platéia a partir do Palco

Vista do Palco a partir da Platéia

Perspectiva da circulação vertical de acesso ao teatro Vista da Platéia a partir da escada para o mezanino

Perspectiva da Rua dos Inválidos

Salão do Bistrô

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