THYARA ANDRADE SOUZA PORTO
REQUALIFICAÇÃO DE FRENTES DE ÁGUA: INTERVENÇÃO AS MARGENS DO CANAL DE NAVEGAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Vila Velha, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientadora: Professora Cynthia Marconsini Loureiro Santos.
Vila Velha 2014
THYARA ANDRADE SOUZA PORTO
REQUALIFICAÇÃO DE FRENTES DE ÁGUA: INTERVENÇÃO AS MARGENS DO CANAL DE NAVEGAÇÃO
Projeto de pesquisa apresentado na graduação a Universidade de Vila Velha, para conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo.
DATA DE DEFESA: ___/___/______
MEMBROS COMPONENTES DA BANCA EXAMINADORA: ________________________________________ PROFESSOR ORIENTADOR: CYNTHIA MARCONSINI LOUREIRO SANTOS ________________________________________ EXAMINADOR: LIZIANE DE OLIVEIRA JORGE ________________________________________ MEMBRO EXTERNO: GISLAINE FERREIRA ZANON
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao Pai Celestial que com seu grande amor e bondade, me guiou e me sustentou nos momentos de dificuldades e me mostrou o caminho a seguir. Ao meu esposo que com muito amor e paciência me ajudou a conseguir alcançar o meu objetivo, com todo o incentivo e apoio integral nessa jornada. Ao meu filho que é a maior alegria da minha vida, que com o mais simples sorriso, me motiva a seguir em frente. A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para este trabalho.
RESUMO
O presente trabalho consiste na apresentação de propostas conceituais de requalificação de algumas áreas que margeiam o Canal de Navegação presente entre os Municípios de Vitória e Vila Velha – ES, visando à oferta de espaços e equipamentos públicos que contribuam para o aumento do potencial turístico da região, estabelecendo uma nova dinâmica para região. O trabalho tem como ponto de partida o estudo da relação da cidade com o elemento água, e como as frentes de água se torna uma área de interesse para requalificação e oferta de espaços públicos. A partir dai se faz uma análise de projetos existentes, baseado nos aspectos considerados relevantes para a elaboração de um projeto de waterfront, esses aspectos norteiam a elaboração das propostas de áreas escolhidas tendo em vista o seu potencial paisagístico e a possibilidade de conexão entre elas se apropriando do elemento água. Palavras-chave: Requalificação urbana, Waterfront, Espaços Públicos.
ABSTRACT
This paper consists of the presentation of conceptual proposals for redevelopment of some areas bordering the Canal Navigation between the present counties of Vit贸ria and Vila Velha - ES, aiming the provision of public facilities and spaces that contribute to increase the tourist potential of the region establishing a new dynamic for the region. The work has as its starting point the study of the relationship of the city with the water element, and how the waterfronts become an area of interest for rehabilitation and provision of public spaces. Thereafter follows an analysis of existing projects, based on the aspects considered relevant to the development of a waterfront project, these aspects guide the preparation of proposals for areas chosen in view of its landscape potential and the possibility of connection between them is appropriating the water element. Keywords: urban renewal, Waterfront Commons.
Lista de Figuras
Figura 1 – Waterfront Boston, EUA ..............................................................................................18 Figura 2 – Projeto waterfront Inner Harbor, Baltimore ................................................................18 Figura 3 – Projeto waterfront Port Vell, Barcelona ......................................................................19 Figura 4 – Vista de Kop Van Zuid, Roterdã .................................................................................23 Figura 5- Ponte Erasmus, Roterdã – Como elemento de conexão entre duas regiões da cidade. .............................................................................................................................................24 Figura 6 - Battery Bosque, Nova Iorque – A oferta de espaços públicos agregando valor a cidade. .............................................................................................................................................25 Figura 7– Rambla del Mar, Barcelona – Percurso contínuo, que recebem um intenso fluxo de pessoas estabelecendo conexão e continuidade nas frentes de água. ....................................25 Figura 8– Parque Tejó, Lisboa – Uma área anteriormente degradada, se tornou um grande parque urbano. ...............................................................................................................................26 Figura 9 – Oceanário Gênova, Itália – Projetos âncora, equipamentos urbanos.....................26 Figura 10 – Park South Waterfront, N.Y – EUA. .........................................................................27 Figura 11 – Rio Senna, Paris. .......................................................................................................28 Figura 12- Granville, Island ...........................................................................................................28 Figura 13 – Brooklyn ......................................................................................................................28 Figura 14 – Kop van Zuid, Roterdão ............................................................................................29 Figura 15 - Battery Bosque, Nova Iorque ....................................................................................29 Figura 16 – Vista Panorâmica Inner Harbor ................................................................................32 Figura 17 – Masterplan Inner Harbor ...........................................................................................32 Figura 18 – Acessos Inner Harbor, Baltimore. ............................................................................33 Figura 19 – Calçadão Inner Harbor ..............................................................................................34 Figura 20 – Passarela Inner Harbor .............................................................................................34 Figura 21 – VLT em Inner Harbor .................................................................................................35 Figura 22 – Water Táxi, bastante utilizado em Inner Harbor .....................................................35 Figura 23 – Espaços públicos, Inner Harbor, Baltimore. ............................................................36 Figura 24 – American Visionary Art Museum ..............................................................................36 Figura 25 –Pride of Baltimore Statue ...........................................................................................36 Figura 26 –Maryland Science Center ...........................................................................................37 Figura 27 –Landmark Theatre .......................................................................................................37 Figura 28 –Baltimore Civil War Museum......................................................................................37 Figura 29 –Seven Foot Knoll Ligthouse .......................................................................................37 Figura 30 – National Aquarium .....................................................................................................38 Figura 31 – Top of the Word .........................................................................................................38 Figura 32 – Harborplace ................................................................................................................38 Figura 33 - Shore Park West, Inner Harbor .................................................................................39 Figura 34 – Pierce's Park, em Inner Harbor ................................................................................39 Figura 35 – Rash Fied, em Inner Harbor .....................................................................................39 Figura 36 – Praça com grande fluxo de pessoas, próximo ao Harborplace .............................40 Figura 37 – Residências históricas em Otterbein........................................................................40 Figura 38 - Haborplace ..................................................................................................................41 Figura 39 – Waterfront Inner Harbor ............................................................................................42
Figura 40 - O Walter Sondheim Fountain. ...................................................................................42 Figura 41 - McKeldin Fountain ......................................................................................................43 Figura 42 – Pessoas passeando de pedalinho, em Inner Harbor. ............................................43 Figura 43 – Mapa do Victoria & Alfred Waterfront, Cidade do Cabo. ........................................45 Figura 44 – Pierhead, edifícios do projeto-piloto .........................................................................46 Figura 45 – Condomínio Residencial V&A Marina, V&A Waterfront .........................................47 Figura 46 – Museu, Ilha de Robben .............................................................................................47 Figura 47 – Resort One and Only V&A Waterfront .....................................................................48 Figura 48 – Acessos V&A Waterfront, Cidade do Cabo .............................................................48 Figura 49 – Percurso pedestre, V&A Waterfront .........................................................................49 Figura 50 – Ônibus que percorre o V&A Waterfront ...................................................................49 Figura 51 – Equipamentos V&A Waterfront, Cidade do Cabo ...................................................50 Figura 52 – Victoria Wharf Shopping Center ...............................................................................50 Figura 53 -Amphitheatre ................................................................................................................50 Figura 54 -Iziko Maritime Museum ...............................................................................................51 Figura 55 - Nelson Mandela Gateway to Robben Island ............................................................51 Figura 56 – Chavonnes Battery Museum ....................................................................................51 Figura 57 – Two Oceans Aquarium ..............................................................................................51 Figura 58 - Praça com monumentos considerados heróis sul-africanos ..................................52 Figura 59 – Big Wheel, V&A Waterfront.......................................................................................52 Figura 60 – Residência estilo vitoriano, V&A Waterfront ............................................................53 Figura 61 – Vista Anoitecer, V&A Waterfront ..............................................................................53 Figura 62 – Victoria & Alfred Waterfront ......................................................................................54 Figura 63 – Vista V&A Waterfront.................................................................................................54 Figura 64 –Barreira de proteção da onda ....................................................................................55 Figura 65 – Marina, V&A Waterfront ............................................................................................55 Figura 66 – Two Oceans Aquário .................................................................................................55 Figura 67 – Mapa Zona Oriental, Lisboa......................................................................................56 Figura 68 – PDM de Lisboa, planta de UOPGs - Área de Instalação da Expo'98 (amarelo); Área Industrial/Portuária Oriental (verde) ; Áreas Históricas Periféricas (azul) ......................57 Figura 69 – Proposta vencedora de Miguel Câncio Martins e Armand Petroussian ..............58 Figura 70 – Masterplan Parque das Nações, Lisboa ..................................................................59 Figura 71 - Acessos Parque das Nações, Lisboa .......................................................................60 Figura 72 – Estação do Oriente ....................................................................................................60 Figura 73 – Teleférico ....................................................................................................................61 Figura 74 – Vista Percurso Ribeirinho..........................................................................................61 Figura 75 – Principais Equipamentos e Praças do Parque das Nações, Lisboa .....................62 Figura 76 – Marina Parque das Nações ......................................................................................62 Figura 77 - Teatro Camões ...........................................................................................................62 Figura 78 – Museu Interativo de Ciência e Tecnologia...............................................................63 Figura 79 - Oceanário ....................................................................................................................63 Figura 80 - Cassino de Lisboa ......................................................................................................63 Figura 81 - Pavilhão de Portugal ..................................................................................................63 Figura 82 - Estação do Oriente .....................................................................................................64 Figura 83 - Centro Comercial Vasco da Gama............................................................................64 Figura 84 – Pavilhão do Atlântico .................................................................................................64
Figura 85 – Feira Internacional de Lisboa ....................................................................................64 Figura 86 – Jardim Garcia d’Orta .................................................................................................65 Figura 87 – Parque Tejo ................................................................................................................65 Figura 88 – Pavilhão do Conhecimento` ......................................................................................66 Figura 89 – Oceanário Lisboa .......................................................................................................66 Figura 90 – Vista Parque das Nações..........................................................................................66 Figura 91 – Av. Dom João II .........................................................................................................67 Figura 92 – Parque das Nações ...................................................................................................68 Figura 93 – Jardim das Águas ......................................................................................................68 Figura 94 – Rossio dos Olivais .....................................................................................................69 Figura 95 – Alamedas dos Oceanos ............................................................................................69 Figura 96- Percurso pedestre .......................................................................................................69 Figura 97 – Vista aérea da Perimetral..........................................................................................70 Figura 98 – Área de intervenção atualmente...............................................................................71 Figura 99 – Mapa Área de Intervenção do projeto ......................................................................71 Figura 100 – Mapa Acessos .........................................................................................................72 Figura 101 – Binário Porto ............................................................................................................73 Figura 102 – Perspectiva percurso VLT.......................................................................................73 Figura 103 – Mapa de Equipamentos ..........................................................................................74 Figura 104 – Perspectiva Praça Mauá .........................................................................................74 Figura 105 – Museu do Amanhã ..................................................................................................75 Figura 106 – Museu Arte do Rio de Janeiro ................................................................................75 Figura 107 – Passei Público .........................................................................................................76 Figura 108- Vista de um dos galpões...........................................................................................76 Figura 109 – Mapa Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana ...77 Figura 110 – Cais do Valongo e Imperatriz – Um dos espaços do Circuito Histórico .............77 Figura 111 – Perspectiva do Projeto ............................................................................................78 Figura 112 – AquaRio – Aquário Municipal Rio de Janeiro ........................................................79 Figura 113 – Vista Aérea - Canal de Navegação ........................................................................82 Figura 114 – Mapa – Baía de Vitória ............................................................................................83 Figura 115 – Mapa – Histórico Aterros.........................................................................................84 Figura 116 – Avenida Jerônimo Monteiro 1936 ..........................................................................85 Figura 117 – Ilha do Príncipe, 1954. ............................................................................................85 Figura 118 – Baía de Vitória,1953 ................................................................................................86 Figura 119– Mapa – Atividades Portuárias Canal de Navegação .............................................87 Figura 120 – Área 1 - Porto de Vitória – Cais Comercial ...........................................................87 Figura 121 – Área 2 - Porto de Vitória – Cais de Capuaba ........................................................87 Figura 122 – Área 3 - Porto de Vitória – Cais de Paul ................................................................88 Figura 123 – Área 4 - Porto de Vitória – Terminal da .................................................................88 Figura 124 – Área 5 - Terminal Prysmian ....................................................................................88 Figura 125 – Área 6 - Terminal de granéis líquidos de São Torquato ......................................88 Figura 126 – Vista margens do Canal de Navegação, Bairro Ilha das Flores, Vila Velha. .....89 Figura 127 – Vista margens do Canal de Navegação, Bairro Centro, Vitória ..........................89 Figura 128 – Mapa Bairros às margens do Canal de Navegação, Vitória e Vila Velha. .........90 Figura 129 – Vista Bairro Enseada do Suá, Vitória – ES ...........................................................90 Figura 130 – Vista Bairro Jesus de Nazareth, Vitória – ES........................................................91
Figura 131 – Vista Centro, Vitória – ES .......................................................................................91 Figura 132 – Mapa – Usos – atividades especiais......................................................................92 Figura 133 – Museu da Vale, Vila Velha - ES .............................................................................93 Figura 134 – Mapa Usos – Militar e Estadual ..............................................................................93 Figura 135 – Escola de Aprendizes da Marinha do Espírito Santo, Vila Velha - ES ...............94 Figura 136 – 38 Batalhão de Infantaria, Vila Velha - ES. ...........................................................94 Figura 137 – Mapa Zoneamento ..................................................................................................95 Figura 138 – Mapa – Áreas Verdes – Canal de Navegação ......................................................97 Figura 139 – Morro do Convento da Penha, Vila Velha ES .......................................................98 Figura 140 – Morro do Moreno, Vila Velha – ES .........................................................................98 Figura 141 – Morro Jaburuna, Vila Velha – ES ...........................................................................98 Figura 142 – Parque Natural Municipal Morro da Manteigueira, Vila Velha .............................99 Figura 143 – Morro do Penedo, Vila Velha ..................................................................................99 Figura 144 – Ilha das Cobras, Vitória ...........................................................................................99 Figura 145 – Reserva Ecológica Ilha do Papagaio, Vitória ......................................................100 Figura 146 – Ilha da Fumaça, Vitória .........................................................................................100 Figura 147 – Catraieiro, em Vitória - ES ....................................................................................101 Figura 148 – Catraieiro, em Vitória - ES ....................................................................................101 Figura 149 – Mapa – Balneabilidade – Canal de Navegação ..................................................102 Figura 150 – Praia do Meio, Vitória – ES ...................................................................................102 Figura 151 – Prainha, Vila Velha – ES.......................................................................................103 Figura 152 – Píer dos Pescadores, Jesus de Nazareth, Vitória – ES.....................................103 Figura 153 – Praça do Papa, Vitória – ES .................................................................................104 Figura 154 – Calçada Avenida Beira-mar, Vitória – ES............................................................104 Figura 155 – Mapa – Locais com acesso restrito – Canal de Navegação..............................105 Figura 156 – Mapa – Conexões – Canal de Navegação..........................................................106 Figura 157 – Projeto Quarta Ponte. (Ligação Vitória X Cariacica) ..........................................107 Figura 158 – Projeto BRT. (Trajeto) ...........................................................................................108 Figura 159 – Projeto Aquaviário. (Conexão Vitória X Vila Velha)............................................108 Figura 160 – Projeto aterro Ilha de Santa Maria, Vitória ..........................................................109 Figura 161 – Projeto Túnel. (Ligação Vitória X Vila Velha) ......................................................109 Figura 162 – Av. Mascarenhas de Moraes, Vitória – ES (Projeto Rua de Lazer) ..................110 Figura 163 – Mapa Potencialidades – Canal de Navegação ...................................................110 Figura 164 – Projeto Cais das Artes, Vitória. (Local de implantação) ....................................111 Figura 165 – Perspectiva Cais das Artes, Vitória ......................................................................111 Figura 166 – Vista do Canal de Navegação – Cais das Artes, Vitória ....................................112 Figura 167 – Perspectiva Projeto Prainha, Vila Velha. (dia) – Arquiteto Feu Rosa ...............112 Figura 168 – Perspectiva Projeto Prainha, Vila Velha. (noite) – Arquiteto Feu Rosa ............113 Figura 169 – Perspectiva Projeto Prainha, Vila Velha - Escritório Lindgren Arquitetos Associados....................................................................................................................................113 Figura 170 – Perspectiva Projeto Prainha, Vila Velha (marina)...............................................114 Figura 171 – Perspectiva Parque Urbano..................................................................................114 Figura 172 – Marina e Torre-Jardim ao fundo ...........................................................................115 Figura 173 – Mapa Plano Urbanístico para Baía de Vitória .....................................................116 Figura 174 – Mapa Propostas .....................................................................................................119 Figura 175 – Mapa Proposta Mobilidade ...................................................................................120
Figura 176 – Imagens de Referência, Ônibus Waterfront no Japão .......................................120 Figura 177 – Imagens de Referência, Ônibus, V&A Waterfront, Cidade do Cabo (à direita). .......................................................................................................................................................121 Figura 178 – Polígono Intervenção, Prainha, Vila Velha. .........................................................122 Figura 179 – Prainha, Vila Velha. ...............................................................................................122 Figura 180 – Prainha (espaços vazios), Vila Velha. .................................................................122 Figura 181 – Vista para Vitória, Prainha - Vila Velha................................................................123 Figura 182 – Vista para Morro do Convento, Prainha ..............................................................123 Figura 183 – Convento da Penha, Prainha - Vila Velha ...........................................................124 Figura 184 – Igreja Nossa Senhora do Rosário, Vila Velha – ES. ..........................................124 Figura 185 – Casa da Memória, Vila Velha – ES......................................................................125 Figura 186 – Museu Homero Massena, Vila Velha – ES. ........................................................125 Figura 187 – Mapa Uso do Solo, Prainha, Vila Velha – ES. ....................................................126 Figura 188 e 189 – Residências na Prainha, Vila Velha (à esq.) Edifício Poder Judiciário (à direita), Prainha, Vila Velha - ES. ...............................................................................................126 Figura 190 e 191 – Cooperativa de Pescadores (à esq.) Posto Policial (à direita), Prainha, Vila Velha - ES. ............................................................................................................................127 Figura 192 e 193 – Edificações do entorno, Prainha, Vila Velha – ES. ..................................128 Figura 194 – Mapa Gabarito, Prainha, Vila Velha – ES. ..........................................................128 Figura 195 e 196 – Rua Antônio Ataíde (à esq.), Av. Luciano das Neves (à direita), Prainha, Vila Velha – ES. ...........................................................................................................................129 Figura 197 – Mapa Hierarquia Viária, Prainha, Vila Velha – ES. ............................................130 Figura 198 – Mapa Zoneamento Prainha, Vila Velha – ES......................................................131 Figura 199 – Planta Baixa, Parque Prainha, Vila Velha – ES. .................................................132 Figura 200 – Vista Aérea, Proposta Parque Prainha, Vila Velha. ...........................................133 Figura 201 – Eixo Principal, Proposta Parque Prainha, Vila Velha. ........................................134 Figura 202 – Percursos Arborizados e com mobiliário, Proposta Parque Prainha, Vila Velha. .......................................................................................................................................................134 Figura 203 – Ampliação Equipamentos, Proposta Parque Prainha, Vila Velha. ....................135 Figura 204 – Percursos acesso ao Pavilhão e Teatro, Proposta Parque Prainha, Vila Velha. .......................................................................................................................................................136 Figura 205 – Perspectiva Pavilhão Cultural, Proposta Parque Prainha, Vila Velha. .............136 Figura 206 – Perspectiva Pavilhão Cultural - Entrada, Proposta Parque Prainha, Vila Velha. .......................................................................................................................................................136 Figura 207 – Imagem Praça de Alimentação e Café ao fundo, Proposta Parque Prainha, Vila Velha. ............................................................................................................................................137 Figura 208 – Perspectiva Teatro, Proposta Parque Prainha, Vila Velha. ...............................137 Figura 209 – Vista aérea – Pavilhão Cultural e Teatro, Proposta Parque Prainha, Vila Velha. .......................................................................................................................................................138 Figura 210 – Perspectiva Cooperativa de Pescadores, Proposta Parque Prainha, Vila Velha. .......................................................................................................................................................138 Figura 211 – Perspectiva Restaurante com Frente para o mar, Proposta Parque Prainha, Vila Velha. .....................................................................................................................................139 Figura 212 – Ampliação Espaços Públicas, Proposta Parque Prainha, Vila Velha. ..............139 Figura 213 – Perspectiva Praça Xadrez, Proposta Parque Prainha, Vila Velha. ...................140 Figura 214 – Perspectiva Percursos, Proposta Parque Prainha, Vila Velha. .........................140 Figura 215 – Perspectiva Praça Vivência, Proposta Parque Prainha, Vila Velha. .................140
Figura 216 – Praça Infantil, Proposta Parque Prainha, Vila Velha. .........................................141 Figura 217 – Praça Blocos, Proposta Parque Prainha, Vila Velha. .........................................142 Figura 218 – Praça Xadrez, Proposta Parque Prainha, Vila Velha. ........................................143 Figura 219 – Percursos com uso da água como elemento, Proposta Parque Prainha, Vila Velha. ............................................................................................................................................143 Figura 220 – Ampliação Deck e Marina, Proposta Parque Prainha, Vila Velha. ....................144 Figura 221 – Deck e Marina, Proposta Parque Prainha, Vila Velha........................................144 Figura 222 – Percursos, Parque Prainha, Vila Velha. ..............................................................145 Figura 223 – Equipamentos Urbanos, Parque Prainha, Vila Velha. ........................................145 Figura 224 – Visão do Entorno, Parque Prainha, Vila Velha. ..................................................145 Figura 225 – Praças, Parque Prainha, Vila Velha. ....................................................................146 Figura 226 – Vista aérea, Parque Prainha, Vila Velha. ............................................................146 Figura 227 – Marina, Parque Prainha, Vila Velha. ....................................................................146 Figura 228 – Polígono Intervenção, Jesus de Nazareth, Vitória. ............................................147 Figura 229 e 230 – Vistas do píer do Bairro Jesus de Nazareth, Vitória, para o Canal de Navegação e elementos paisagísticos. ......................................................................................147 Figura 231 – Mapa Uso do Solo, Jesus de Nazareth, Vitória – ES. ........................................148 Figura 232 e 233 – Edificações ao lado da área de intervenção (à esq.), Horto Mercado, edificação importante da região (à direita), Vitória – ES. .........................................................149 Figura 234 – Cruz Reverente – Praça do Papa, ao fundo edifício do Cais das Artes em construção, Vitória – ES. .............................................................................................................149 Figura 235 – Memorial da Paz, Vitória – ES..............................................................................150 Figura 236 – Rosa dos Ventos, Vitória – ES. ............................................................................150 Figura 237 – Mapa Gabarito, Jesus de Nazareth, Vitória – ES. ..............................................151 Figura 238 – Mapa Hierarquia Viária, Jesus de Nazareth, Vitória – ES. ................................152 Figura 239 – Mapa Zoneamento, Jesus de Nazareth, Vitória – ES. .......................................152 Figura 240 – Tabela índices urbanísticos ZOP 1, Vitória – ES................................................153 Figura 241 – Vista Aérea, Mercado de Pesca, Jesus de Nazareth, Vitória – ES...................153 Figura 242 – Planta Baixa Mercado de Pesca, Jesus de Nazareth, Vitória – ES. .................154 Figura 243 – Mercado de Pesca, Jesus de Nazareth, Vitória – ES. .......................................155 Figura 244 – Marina e Mercado de Pesca (fundos), Jesus de Nazareth, Vitória – ES. ........156 Figura 245 – Fachada em Vidro Mercado de Pesca, Jesus de Nazareth, Vitória – ES. .......156 Figura 246 – Praça Coberta Mercado de Pesca, Jesus de Nazareth, Vitória – ES...............157 Figura 247 – Interior Mercado de Pesca, Jesus de Nazareth, Vitória – ES. ..........................158 Figura 248 – Detalhe Fachada Mercado de Pesca (painéis em madeira), Jesus de Nazareth, Vitória – ES. ..................................................................................................................................158 Figura 249 – Acesso Mercado de Pesca, Jesus de Nazareth, Vitória – ES. ..........................159 Figura 250 – Perspectiva praça Mercado de Pesca, Jesus de Nazareth, Vitória – ES. ........159 Figura 251 – Vista para a marina, Mercado de Pesca, Jesus de Nazareth, Vitória – ES. ....159 Figura 252 – Perspectiva Mercado de Pesca, Jesus de Nazareth, Vitória – ES. ..................160 Figura 253 – Perspectiva Interior Mercado de Pesca. ..............................................................160 Figura 254 – Marina, Jesus de Nazareth, Vitória – ES.............................................................160 Figura 255 – Polígono Intervenção, Prainha da Glória, Vila Velha. ........................................161 Figura 256 e 257 – Vistas de um terreno na Prainha da Glória, Vila Velha, para o Canal de Navegação e elementos paisagísticos.......................................................................................161 Figura 258 – Entrada para o Parque da Manteigueira, Vila Velha – ES.................................162
Figura 259 e 260 – Edifícios residenciais presentes no entorno da área de intervenção, Prainha da Glória, Vila Velha. .....................................................................................................162 Figura 261 – Mapa Uso do Solo, Prainha da Glória, Vila Velha. .............................................163 Figura 262 – Mapa Gabarito, Prainha da Glória, Vila Velha. ...................................................164 Figura 263 - Rua Glória, Prainha da Glória, Vila Velha. ...........................................................164 Figura 264 – Mapa Hierarquia Viária, Prainha da Glória, Vila Velha. .....................................165 Figura 265 – Mapa Zoneamento, Prainha da Glória, Vila Velha. ............................................166 Figura 266 e 267 – Entorno da área de intervenção cercada por muros e gradil, Prainha da Glória, Vila Velha. ........................................................................................................................167 Figura 268 – Perspectiva Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. ..........................................167 Figura 269 – Planta Baixa, Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. .......................................168 Figura 270 – Eixos Principais, Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. ..................................169 Figura 271 – Canteiros Curvos, Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. ...............................169 Figura 272 – Vista aérea, Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. .........................................170 Figura 273 – Deck e Marina, Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. ....................................171 Figura 274 – Percursos, Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. ...........................................171 Figura 275 – Ampliação Planta (Equipamentos), Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. ...172 Figura 276 – Praça Encontro das Águas (elementos curvos), Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. .....................................................................................................................................172 Figura 277 – Perspectiva Praça, Museu Interativo (fundos) Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. ............................................................................................................................................173 Figura 278 – Ampliação Planta setor multifuncional, Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. .......................................................................................................................................................173 Figura 279 – Percurso entre os Edifícios (uso misto), Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. .......................................................................................................................................................174 Figura 280 – Edifícios (uso Misto) Lojas no Térreo - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. .......................................................................................................................................................174 Figura 281 – Praça Central entre os Edifícios - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. ......175 Figura 282 – Ampliação Planta Skate Park - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. ..........176 Figura 283 – Percursos Skate Park - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. ......................176 Figura 284 – Vista Aérea Skate Park - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. ....................177 Figura 285 – Pessoas utilizando os quiosques - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. ....177 Figura 286 – Deck e Quiosques - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. ............................178 Figura 287 – Marina - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. ................................................179 Figura 288 – Praça Coberta Pilotis - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. .......................180 Figura 289 – Vista aérea Museu Interativo e Centro de Pesquisa- Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. ........................................................................................................................180 Figura 290 – Praça Central – Espelho D’água e Percursos Curvos - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. ........................................................................................................................181 Figura 291 – Museu Interativo - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. ...............................182 Figura 292 – Percurso entre o Museu e o Centro de Pesquisa - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. .....................................................................................................................................182 Figura 293 – Eixo Principal - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha. ....................................183 Figura 294 – Perspectiva Percursos, Waterfront Glória, Vila Velha. .......................................183 Figura 295 – Perspectiva Skate Park, Waterfront Glória, Vila Velha. .....................................184 Figura 296 – Perspectiva Edifícios, Waterfront Glória, Vila Velha...........................................184
Figura 297 – Perspectiva Praça Coberta, Waterfront Glória, Vila Velha. ...............................184 Figura 298 – Perspectiva Praça Descanso, Waterfront Glória, Vila Velha. ............................184 Figura 299 – Perspectiva Marina, Waterfront Glória, Vila Velha. ............................................185 Figura 300 – Polígono Intervenção e Propostas, Orla Monte Belo e Ilha da Fumaça, Vitória. .......................................................................................................................................................185 Figura 301 – Imagem de referência, Terminal de Cruzeiros em Sydney................................186 Figura 302 – Imagem de referência, Requalificação de uma Avenida em Oslo, Noruega: o passeio marítimo aumenta conexão interação social com o fiorde. ........................................187 Figura 303 – Imagem de referência, Requalificação de uma Avenida em Oslo, Noruega: percurso pedestre ........................................................................................................................187 Figura 304 – Imagem de referência, Requalificação de uma Avenida em Oslo, Noruega: uso noturno. .........................................................................................................................................187 Figura 305 – Imagem de referência, Percurso waterfront, Rio Cidade, China. ......................188 Figura 306 – Imagem de referência, Biblioteca na Itália, projeto estabelece relação com o entrono. .........................................................................................................................................189 Figura 307 – Imagem de referência, Praça Infantil, Iguatemi, São Paulo. .............................189 Figura 308 – Imagem de referência, Praça Infantil espaços lúdicos, Iguatemi, São Paulo. .189 Figura 309 – Polígono Intervenção e Propostas, Cais Capuaba, Vila Velha. ........................190 Figura 310 – Imagem de referência, Estufa na Holanda inseridos no contexto do local.......191 Figura 311 – Imagem de referência, Estufa na Holanda elementos sustentáveis .................191
Tabelas Tabela 1 – Aspectos relevantes para criação de Waterfront. ....................................................27 Tabela 2 – Principais Equipamentos de Lazer e Entretenimento de Baltimore. ......................36 Tabela 3 – Principais Equipamentos de Lazer e Entretenimento do V&A Waterfront .............50 Tabela 4 – Principais Equipamentos de Lazer e Entretenimento da Expo’98, Lisboa ............62 Tabela 5 – Síntese dos aspectos analisados no Estudo de Caso.............................................79 Tabela 6 – Atividades Portuárias Canal de Navegação – Baía de Vitória ................................87 Tabela 7 – Áreas Verdes – Baía de Vitória..................................................................................98 Tabela 8 – Diretrizes Elaboração da Proposta Conceitual – Parque Prainha, Vila Velha.....145 Tabela 9 – Diretrizes Elaboração da Proposta Conceitual – Mercado de Pesca, Vitória......159 Tabela 10 – Diretrizes Elaboração da Proposta Conceitual – Waterfront Glória, Vila Velha. .......................................................................................................................................................183
Sumário 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 11 1.1
Justificativa ......................................................................................................................12
1.2 Objetivos ...............................................................................................................................13 1.2.1
Objetivo Geral..........................................................................................................13
1.2.2
Objetivos Específicos..............................................................................................13
1.3 Organização do Texto .........................................................................................................13 2 CIDADES E SUA RELAÇÃO COM A ÁGUA .................................................................. 15 2.1
Um novo olhar para as frentes de água........................................................................15
2.2
Requalificação das áreas de Waterfront .......................................................................17
2.2.1
Urbanismo Sustentável e Requalificação de frentes de água ............................20
2.2.2
Parcerias Públicas X Privado .................................................................................22
2.2.3
Requalificação de Frentes Marítimas e seus impactos urbanísticos..................24
2.3
Aspectos Relevantes na Criação de Projetos Waterfront ...........................................27
3 ESTUDO DE CASO ........................................................................................................ 30 3.1
Inner Harbor, Baltimore ..................................................................................................30
3.1.1
O projeto ..................................................................................................................31
3.1.2
Análise do Projeto ...................................................................................................33
3.2
Victoria & Alfred Waterfront, Cidade do Cabo ..............................................................44
3.2.1
O projeto ..................................................................................................................45
3.2.2
Análise do Projeto ...................................................................................................48
3.3
Expo 98, Lisboa ..............................................................................................................56
3.3.1
O projeto ..................................................................................................................57
3.3.2
Análise do Projeto ...................................................................................................59
3.4
Porto Maravilha, Rio de Janeiro ....................................................................................70
3.4.1
O projeto ..................................................................................................................71
3.4.2
Análise do Projeto ...................................................................................................72
3.5
Síntese Estudo de Caso.................................................................................................79
4 PROPOSTA PROJETUAL .............................................................................................. 82 4.1
Diagnóstico Urbano ........................................................................................................82
4.2
Baía de Vitória .................................................................................................................83
4.3
Uso do Solo .....................................................................................................................86
4.4
Zoneamento ....................................................................................................................95
4.5
Aspectos Visuais e Ambientais......................................................................................97
4.6
Relações Água X Cidade .............................................................................................100
4.7
Mobilidade/Acessibilidade ............................................................................................105
4.8
Potencialidades e Projetos Existentes ........................................................................110
5 ELABORAÇÃO PROPOSTAS: UM NOVO OLHAR PARA AS MARGENS DO CANAL 118 5.1
Áreas Escolhidas ..........................................................................................................118
5.2
Soluções Mobilidade.....................................................................................................120
5.3
Parque Prainha, Vila Velha ..........................................................................................121
5.3.1.1
Analise Entorno .....................................................................................................123
5.3.1.2
Uso do solo ............................................................................................................126
5.3.1.3
Gabarito .................................................................................................................127
5.3.1.4
Fluxos .....................................................................................................................129
5.3.1.5
Hierarquia Viária ....................................................................................................130
5.3.1.6
Zoneamento ...........................................................................................................130
5.3.2 5.4
Proposta Conceitual..................................................................................................131 Mercado de Pesca, Jesus de Nazareth, Vitória .........................................................147 Analise Entorno .........................................................................................................148
5.4.1 5.4.1.1
Uso do Solo ...........................................................................................................148
5.4.1.2
Gabarito .................................................................................................................150
5.4.1.3
Fluxos .....................................................................................................................151
5.4.1.4
Hierarquia Viária ....................................................................................................151
5.4.1.5
Zoneamento ...........................................................................................................152
5.4.2 5.5
Proposta Conceitual..................................................................................................153 Waterfront Glória ...........................................................................................................161 Analise Entorno .........................................................................................................162
5.5.1 5.5.1.1
Uso do Solo ...........................................................................................................162
5.5.1.2
Gabarito .................................................................................................................163
5.5.1.3
Fluxos .....................................................................................................................164
5.5.1.4
Hierarquia Viária ....................................................................................................165
5.5.1.5
Zoneamento ...........................................................................................................165
5.5.2 5.6
Proposta Conceitual..................................................................................................167 Futuras Propostas.........................................................................................................185
6 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 192 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 193
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1 INTRODUÇÃO Este trabalho apresenta propostas conceituais de requalificação urbana de áreas às margens Canal de Navegação de Vitória, ofertando às frentes de água das cidades de Vitória e Vila Velha uma nova dinâmica. Segundo Da Costa (2009), a água é um elemento essencial na vida humana. O desenvolvimento de centros urbanos em frentes marítimas e ribeirinhas deve-se a importância da água como recurso sustentável e elemento de comunicação entre os povos. Com o passar do tempo, a partir dos avanços industriais e tecnológicos, as frentes marítimas e ribeirinhas de diversas cidades acabaram sendo marginalizadas e algumas dessas cidades se expandiram, desconsiderando a presença da água. A escolha de requalificar essas áreas se deu após as mudanças políticas e econômicas que tornaram as áreas de frente as águas degradadas e esquecidas. No inicio as cidades portuárias foram as que mais sofreram com essas mudanças, pois com o porto perdendo sua importância econômica, as pessoas passaram a deslocar para outras regiões e assim em muitas cidades o porto e o seu entorno, passou a ser considerada a parte “velha” da cidade. Mesmo em cidades onde não há a presença de um porto, as frentes de água foram às primeiras regiões a serem ocupadas e com o desenvolvimento da cidade e a descentralização das atividades, essas áreas tornaram-se obsoletas. Atualmente há uma preocupação na valorização das frentes de água das grandes cidades, devido ao interesse de melhorar urbanisticamente essas regiões e integrá-las a cidade, assim como pelo potencial que essas áreas apresentam.
A realização de projetos de
requalificação de frentes marítimas e ribeirinhas teve inicio nos Estados e Unidos na década de 50, e posteriormente se solidificou pela Europa, tornando área de interesse em diversas cidades pelo mundo. A requalificação de frentes de água impulsiona o planejamento estratégico e o potencial da cidade em criar novas centralidades, conexões, espaços públicos de qualidade, se apropriando do elemento água para compor uma nova paisagem para a cidade, não negligenciando esse elemento, mas sim se apropriando dele. De acordo com Busquets (2013), a transformação das frentes marítimas e ribeirinhas nos últimos anos produziu espaços mais interessantes e inovadores nas grandes cidades. Demonstrando como novas ideias se desenvolvem em espaços obsoletos, que teriam outras
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funções e nunca haviam sido pensados como espaços multifuncionais e de alto valor cívico e simbólico. Geralmente os projetos de requalificação das frentes marítimas e ribeirinhas são em sua estrutura de desenvolvimento áreas voltadas ao lazer e entretenimento. Trazem em sua composição diversos espaços públicos e equipamentos que auxiliam na atração de pessoas e investidores. O trabalho apresenta quatro projetos existentes, considerados bem sucedidos que foram elaborados visando à melhoria das frentes de água e o potencial turístico e econômico que essas áreas podem vir a ter. É possível observar os investimentos para equipamentos urbanos e espaços públicos que pudessem atrair uma diversidade de pessoas ao local, a preocupação em criar conexões para não tornar uma área isolada e sim integrada à cidade, planejar edifícios que se insiram ao contexto local, fazer com que comunidade, poder público, privado trabalhem em busca dos mesmos objetivos, esses e outros aspetos puderam ser observados ao longo do desenvolvimento do trabalho. A partir da analise dos projetos existentes, tornou-se possível à elaboração das propostas conceituais, escolhidas a partir das analise das potencialidades identificadas às margens do Canal, para essas áreas as propostas foram elaboradas pensando na criação de espaços públicos e equipamentos urbanos, que possibilitem a contemplação do elemento água.
1.1 Justificativa
O elemento água está presente nas cidades de Vitória e Vila Velha, compondo a paisagem das duas cidades, e fazem parte da história do local e formação do seu território. Todavia é possível observar que esse elemento não vem sendo utilizado em seu potencial máximo principalmente no que se refere a oferta de espaços púbicos. Tanto na Cidade de Vitória como em Vila Velha, as margens do Canal de Navegação apresentam poucos espaços públicos voltados para o lazer e entretenimento. As cidades se desenvolveram ao longo das margens e se torna visível que em muitas áreas o elemento água acabou sendo negligenciado, seja pelo tipo de atividade desenvolvida, ou pela presença de elementos que impossibilitaram o desenvolvimento dessas áreas, como, por exemplo, locais fechados com acesso restrito. Entretanto, mesmo com as dificuldades existentes em alguns trechos, é possível identificar áreas onde o interesse da comunidade e
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do poder público de se requalificar já faz parte do contexto, inclusive com apresentação de estudos e projetos com propostas preliminares. O intuito do trabalho é propor conceitualmente em algumas áreas ao longo das margens do canal, a requalificação urbanística e paisagística através da criação de espaços e equipamentos públicos que possam atrair um maior número de pessoas e investidores, e que possuam uma integração com a cidade e entre os equipamentos, criando alternativas de mobilidade que utilizam a água como estruturador, integrando as áreas verdes existentes as proposições do projeto, ampliando a relação da cidade com a água, e a conscientização dos usuários com esse elemento importante, criando uma nova dinâmica para a região.
1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo Geral
Elaborar uma proposta de intervenção das frentes de água nas cidades de Vila Velha e Vila Velha, as margens do Canal de Navegação, valorizando essa área através de elementos que possam atrair pessoas, integrando esse elemento água e criando uma nova dinâmica e apropriação as margens do canal.
1.2.2 Objetivos Específicos
- Analisar a relação entre cidade e água. - Levantar, através da literatura informações a respeito dos conceitos de requalificação de frentes marítimas e ribeirinhas. - Levantar, através do estudo de projetos existentes, os aspectos relevantes que irão nortear a elaboração do projeto de requalificação. - Analisar aspectos considerados importantes para intervenção, visando proposta que melhor se adequam ao local escolhido.
1.3 Organização do Texto
O documento está dividido em cinco capítulos. O primeiro capítulo apresenta uma breve contextualização do tema, justificando a escolha e apresentando os objetivos do trabalho. O segundo capítulo aborda a relação da cidade com as frentes marítimas, através de uma fundamentação acerca dos processos de requalificação de frentes de água, os aspectos
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importantes ao se intervir e os impactos urbanísticos resultantes de uma requalificação urbana. O terceiro capítulo analisa diversos aspectos considerados importantes para elaboração de um projeto de frentes marítimas e ribeirinhos já implantados e considerados como referência para elaboração desse tipo de projeto. O quarto capítulo faz uma análise do contexto local para inserção do projeto, tratando dos aspectos relacionados à Baía de Vitória, tendo como foco o Canal de Navegação analisando de forma macro, os principais condicionantes para elaboração de um projeto visando um impacto positivo para o local. O quinto capítulo apresenta a escolha das áreas a se intervir, justificativa dessa escolha, uma breve analise do seu entorno e as propostas conceituais baseadas na analise dos aspectos relevantes para requalificação urbana, que norteou as propostas voltadas para a oferta de espaços públicos e equipamentos urbanos. Por fim, o sexto capítulo apresenta as considerações finais acerca do trabalho.
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2 CIDADES E SUA RELAÇÃO COM A ÁGUA O capítulo apresenta os aspectos históricos que fez com que surgisse o interesse na requalificação urbana das frentes de água, bem como se dá processo de requalificação, seus aspectos sustentáveis, impactos urbanísticos. Também apresenta como as parcerias público X privada como agente para a efetivação desses projetos. As cidades estabelecem uma relação com a água desde as suas primeiras formações. Segundo Da Costa (2009), a maioria das cidades foi construída devido à presença da água, pois com este elemento se tornou possível o sistema de trocas comerciais. De acordo com Faber (2011), com o domínio da agricultura, o homem buscou se fixar próximo a margens dos rios onde as terras eram férteis e havia acesso à água potável. As primeiras cidades foram formadas nas regiões da Mesopotâmia e do Nilo. A partir daí muitas cidades surgiram se estabelecendo em suas frentes marítimas, possibilitando o desenvolvimento das navegações, estabelecendo relações com diversas culturas e aquecendo o mercado. Ao longo do tempo os portos se adaptaram as necessidades definidas pelo comércio e avanços tecnológicos. Com o aumento significativo da qualidade de outros meios de transporte, as mudanças econômicas e políticas levaram muitos portos a perderem a competitividade que suscetivelmente gerou abandono e degradação dos espaços das frentes ribeirinhas e marítimas. (DA COSTA, 2009).
2.1 Um novo olhar para as frentes de água
De acordo com Cardoso (2009), os crescimentos das atividades portuárias nas frentes de água das cidades fizeram com que essas cidades sejam caracterizadas por essas atividades. As atividades portuárias trouxeram o crescimento em torno dos portos e as margens da água, trazendo desenvolvimento significativo para as cidades portuárias. Após a Segunda Guerra Mundial desenvolve-se a industrialização e o modelo econômico fordista, traz mudanças políticas e urbanísticas marcada por um urbanismo racionalista caracterizado pelas divisões das funções. Cardoso (2009), afirma que as transições socioculturais alteraram o funcionamento dos portos, com a modernidade e o crescimento econômico, em especial no século XIX, onde as
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indústrias navais passaram a ser insuficientes para o volume de cargas, bem como a relação dos portos com o avanço das indústrias se tornou insustentável. Segundo Cardoso (2009), Com a queda do modelo fordista e o modelo político, surge o Estado Neoliberal que passa a definir, controlar e orientar o funcionamento da sociedade, esse modelo criou um ambiente nas cidades marcado por um urbanismo racionalista caracterizado pelas divisões das funções. [...] o ideal positivista e a lógica racional-tecnicista do modernismo orientavam políticas urbanas equivocadas, numa renovação indiscriminada da cidade existente. Projetos arrasa-quarteirão substituíam a riqueza físico-espacial e a pluralidade sociocultural das áreas centrais tradicionais, já desvalorizadas e esvaziadas de suas funções originais, com ambientes frios, monofuncionais e simplistas, e uma arquitetura distanciada de lastros históricos e dos valores da população. (DEL RIO, 2001).
De acordo com Cardoso (2009), entre 50 e 60, houve um grande investimento na expansão industrial e nas atividades portuárias, criando se uma expectativa que essas áreas ocasionassem um desenvolvimento do tecido urbano. Todavia, na maior parte dos casos, não foram esses os resultados, pelo contrário, os portos começaram a trabalhar cada vez mais independentes das cidades que pertenciam. O Estado Neoliberal passa a intervir como promotor das privatizações, abertura do mercado ao exterior e busca atrair investimentos. Com isso as grandes infraestruturas industriais e de logística entram em decadência, acarretando um “esvaziamento” dessas áreas industriais e acentuando o afastamento entre a cidade e o porto. De acordo com Del Rio (2001), o novo capitalismo neoliberal não pode ignorar, por um lado, o potencial do patrimônio instalado, a acessibilidade e o simbolismo das áreas centrais e, os vazios, as descontinuidades e os limites internos ao crescimento e à expansão da economia. Através da expansão da consciência popular, a consolidação dos movimentos comunitários e ambientalistas, inserido no conceito do desenvolvimento sustentável, levou as metrópoles de primeiro mundo a buscar a requalificação de seus centros, conferindo novos usos às áreas centrais, recuperando a arquitetura, a ambiência e valorizando a cultura local. A requalificação das frentes de água teve início nas cidades portuárias e a partir daí alavancou a elaboração de outros projetos para as frentes de água de cidades marítimas e ribeirinhas, colaborando como modelo para elaboração destas operações urbanas, assim como projetos pontuais todos visando estabelecer uma valorização da água enquanto elemento paisagístico e onipresente nas cidades.
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2.2 Requalificação das áreas de Waterfront
De acordo com Andreatta (2010), estima-se que atualmente no mundo exista quinhentas cidades portuárias, mais de trinta delas já passaram ou estão passando pelo processo de reconversão dos seus waterfronts, resultando em diversos exemplos, servindo de experiências para outras cidades. Segundo Andreatta (2010), o waterfront pode ser definido como espaço de contato entre o meio aquático e o meio urbano, apresentando características urbanísticas especiais referentes ao meio ambiente e à paisagem, requerendo planejamentos específicos. Considerados relativamente frágeis do ponto de vista ambiental, despertam interesses das pessoas e
agentes econômicos
tornando
lugares
de
grande
valor urbanístico.
Transformando os usos, com espaços de lazer, turismo e atividades comerciais, costumam gerar impacto positivo com novos espaços públicos, visuais, turismo e investimentos. Estevens (2005) afirma que o processo de revitalização das frentes de água iniciou nas áreas norte-americanas e se difundiu na Europa e na Ásia. No final dos anos 50, se deu o início da implantação desses projetos nos Estados Unidos, nas cidades de Baltimore e Boston, seguidas de cidades canadenses como Toronto e Montreal, e somente nos anos 80, implantou-se em Londres, o projeto das Docklands. Entende-se por projetos urbanos as iniciativas de renovação urbana concentradas em determinados setores da cidade, combinando agentes públicos e privados, cujos investimentos e intervenções seguem um plano urbanístico, podendo se apoiar no redesenho do espaço urbano e arquitetônico, em normas legais específicas e em novas articulações institucionais e formas de gestão. (SOMEKH; CAMPOS NETO, 2005).
Segundo Del Rio (2001), nos anos 50 foi realizado o projeto de renovação em Boston (Figura1), com equipe liderada por Kevin Lynch e John Myers, professores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). O plano de recuperação do waterfront propôs a preservação de edificações históricas e a integração da cidade com o mar, através de novas visuais, de usos públicos e das continuidades espaciais.
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Figura 1 – Waterfront Boston, EUA
Fonte: Disponível em: www.wpboston.com. Acesso em: 28 mar. 2014
Baltimore é outro projeto mundialmente conhecido, onde no final da década de 50, empresários locais se uniram para enfrentar a decadência da área central. Configurou-se o mais importante projeto para área Inner Harbor (porto interior), implantado a partir de 1973, com a retirada das velhas edificações abandonadas e a renovação da área central ribeirinha, tornando-se o waterfront Inner Harbor (Figura 2), o principal atrativo da cidade, concentrando empreendimentos de múltiplas atividades. (DEL RIO, 2001). Figura 2 – Projeto waterfront Inner Harbor, Baltimore
Fonte: Disponível em: www.vitruvius.com.br . Acesso em: 28 mar. 2014
De acordo com Mollenkapf (1983) é importante observar que a requalificação ocorreu em cidades onde houve um registro de transição econômica industrial (de indústria pesada) para pós-industrial (indústria centrada nos serviços, informação e tecnologia). Segundo Robert (2000) a reabilitação é conduzida por alguns aspectos tais como a transição económica, o interesse pelo ambiente social, a obsolescência física e novas exigências territoriais, qualidade ambiental e desenvolvimento sustentável. Estevens (2005) afirma que as desocupações das áreas portuárias fizeram com que as mesmas se tornassem prioritárias no desenvolvimento de projetos de requalificação.
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[...] o alastrar desta tendência a par da qualidade e do impacto estruturante dos projetos e ações desenvolvidos, levam muitos especialistas a falar da aproximação à água como um novo modelo de intervenção a partir da lógica de intervenção assumida na reabilitação das frentes de água. (ESTEVENS, 2005).
Del Rio (2001) considera que a liberação dessas áreas e a transposição de obstáculos geram importantes oportunidades para o desenvolvimento urbano, associado a um novo planejamento estratégico, dos modelos e operações urbanas de revitalização com a criação de novas visuais e acessos à frente de água, esses investimentos atraem e tendem a se valorizar cada vez mais. Conforme Del Rio (2001), as novas estratégias de competitividade dentro do fenômeno da globalização consideraram as áreas de frentes marítimas e ribeirinhas locais ideais para espetáculos mediáticos e eventos ocasionais. As cidades por sua vez, incorporam essas possibilidades para processo de reconversão e alavanca mento do seu planejamento estratégico, como por exemplo, através de olímpiadas, feiras internacionais, exposições mundiais e etc. Com isso, é necessário que políticas e interesses locais tenham a atenção para que após a realização destes eventos, os espaços não se tornem obsoletos, deixando de agregar valor ao local inserido. Um dos diversos exemplos de cidades que receberam uma intervenção urbanística destinada a um grande evento é a cidade de Barcelona. De acordo com Andreatta (2010), na década de 80, a cidade recebeu a missão de realizar os Jogos Olímpicos de 1992, e a partir dessa oportunidade a cidade realizou transformações em sua área portuária. O valor da área de Port Vell (Figura 3) residia no fato do porto está muito próximo ao seu centro histórico, possuindo diversos desafios para sua intervenção. Figura 3 – Projeto waterfront Port Vell, Barcelona
Fonte: Disponível em: www.vitruvius.com.br. Acesso em: 28 mar. 2014
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Segundo Estevens (2005), a redescoberta do valor paisagístico e ambiental das frentes de água, vinculado à aproximação da população converte a “água” em um novo modelo de urbanização contemporânea. Muitas têm sido as cidades que nos últimos anos desenvolveram estratégias e ordenamento territorial nestas áreas, com uma nova forma de “olhar” para o espaço se atentando a composição da paisagem. Segundo Del Rio (2001), alterações na relação entre o individuo e o seu tempo de lazer, o crescimento do turismo cultural e temático, e tendência de se construir espaços qualificados na cidade, sobressaíram às áreas de frentes marítimas e ribeirinhas por nelas haverem um potencial paisagístico, lúdico, logístico e imobiliário, transformando-as em verdadeiros cenários. Em virtude desses aspectos os projetos de requalificação urbana, devem ser pensados cuidadosamente, principalmente aqueles incentivados por algum evento, para que posterior à realização desses eventos, os projetos possam continuar recebendo um fluxo continuo de pessoas, tornando-se um importante elemento urbanístico e agregador de valores para a cidade. Atualmente, o novo papel económico destes espaços reflete-se nas novas iniciativas da sua gestão. A reabilitação ribeirinha atrai progressivamente a população, surgindo novas atividades. Através deste processo é possível satisfazer os desafios de reestruturação económica e ambiental, melhorar a qualidade da água, gerindo as ameaças colocadas pela poluição da água, implementar novas estratégias de ordenamento, melhorar a extensão do acesso público à área ribeirinha e encorajar a participação pública no processo de gestão desta áreas. (ESTEVENS, 2005, p.5).
Com a proposta de criar espaços voltados para atração de pessoas, diversos equipamentos, passaram a compor esse ordenamento territorial, como marinas, parques, aquários, museus dentre outros.
2.2.1 Urbanismo Sustentável e Requalificação de frentes de água
De acordo com Faar (2013), o urbanismo sustentável é aquele com um bom sistema de transporte público e com a possibilidade de deslocamento a pé integrado com edificações e infraestrutura de alto desempenho. Segundo o Eco Desenvolvimento, uma plataforma de comunicação on-line especializado em sustentabilidade. O urbanismo sustentável teve seu inicio nos Estados Unidos em 1980, denominado anteriormente de Novo Urbanismo. Com o objetivo de resgatar a qualidade de vida e melhorar o relacionamento do homem sustentável e o crescimento ordenado,
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minimizando os impactos sociais, ambientais e econômicos das ações urbanas. Nove conceitos principais regem o urbanismo sustentável, são eles:
Prioridade ao pedestre: busca criar ruas limpas, arborizadas, com mobiliário confortável, boa iluminação, que façam as pessoas perderem o receio de sair para as ruas, evitando o sedentarismo, reduzindo o uso do automóvel.
Uso misto e complementaridade: quanto mais variada e concentrada a variedades de usos e pessoas, mais interessante e atraente se torna o lugar. Com isso uso combinado de comércio, residências, lazer e educação compondo um mesmo espaço.
Diversidade de moradores: uma cidade sustentável deve promover o convívio de pessoas de diferentes classes sociais, idade, cultura e etnias. Tornando um local mais solidário, e elevada qualidade social.
Senso de comunidade: busca reforçar a identidade do local, segurança e bem estar dos moradores, através da integração, do reconhecimento da cidade e dos moradores.
Densidade equilibrada: o cuidado com a densidade e a concentração de pessoas na cidade auxiliando na preservação ambiental, através da redução de gases nocivos, poluição das águas, melhor aproveitamento do transporte público e outros.
Sustentabilidade e alta performance do ambiente construído: o urbanismo sustentável incentiva o emprego de materiais e técnicas que reduzem o impacto ambiental. Além das construções visarem ambientes internos de alta qualidade, com vida longa, aptos a uma flexibilidade de usos. Também deve haver o incentivo ao uso de iluminação natural e ao conforto termo acústico.
Espaços públicos atraentes e seguros: combinar equipamentos como café, restaurante, lojas com espaços públicos como praças, parques, garante aos usuários ambientes seguros e atraentes.
Harmonia entre a natureza e amenidades urbanas: luz natural, ar fresco e limpo, água limpa e sem mau cheiro, dispostos entre ruas, jardins, praças e parques. Aproximando a vida silvestre e urbana, contribui para melhorar a qualidade de vida dos moradores, atrair biodiversidade.
Conectividade e integração regional: para ser sustentável uma cidade precisa apresentar conectividade integração, componentes que auxiliam na mobilidade urbana e estimulo ao uso de veículos não motorizados como as bicicletas.
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Analisando os conceitos que norteiam o urbanismo sustentável, é possível perceber que a requalificação de frentes marítimas e ribeirinhas, se apropria de muitos desses conceitos para criar ambientes de qualidade em seus projetos de requalificação. Partindo do pressuposto em que a água é um elemento importante ao que se refere a sustentabilidade, a preocupação em criar projetos que a utilizem de maneira consciente visando uma apropriação que reduza os danos ambientais e valorizem esse elemento, faz parte do contexto. Em algumas requalificações fez-se necessária a despoluição das águas no local de inserção do projeto, isso demonstra uma preocupação com o meio ambiente, e a relação do homem com a natureza, considerado um fator importante do urbanismo sustentável. Os projetos de requalificação de frentes de água devem estar comprometidos com o contexto social da cidade, a comunidade que está inserida no entorno, levando em conta não só os usos vigentes como os potenciais usos futuros. E a participação da comunidade, poder público e privado, podem contribuir para o projeto. E essas parcerias podem vir a ser efetivas para ofertas de serviços e equipamentos que possam atrair um público diversificado de usuários e investidores. Os aspectos relacionados no urbanismo sustentável têm sido cada vez mais presentes nos projetos urbanos, que se trabalhado de forma conjunta e integrado trazem uma aceitação do projeto pela comunidade e investidores.
2.2.2 Parcerias Públicas X Privado
Considerado um dos aspectos mais importantes para o sucesso de um projeto de requalificação, as Parcerias Público Privadas (PPPs) cada vez mais têm sido incentivadas na realização de grandes projetos urbanos. Essas parcerias possibilitam beneficio para ambas as partes acelerando processos burocráticos, o ciclo de crescimento do local, atraindo novos investimentos, serviços e usuários. Segundo Del Rio (2001), o modelo de requalificação encontra-se vinculado a um planejamento tradicional, e depende de um processo contínuo do plano estratégico e de ações integradas. A prática norte-americana gerou um modelo de referência para outros países, onde o planejamento fragmentado, com a colaboração entre o poder público (viabilizadores), o poder privado (investidores) e as comunidades (moradores e usuários), garante a identificação de planos e programas, podendo, assim nortear a implantação dos
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projetos, maximizando e compatibilizando os investimentos atraindo novos investidores, moradores e usuários. Para que esse planejamento funcionasse de uma maneira efetiva, de acordo com Del Rio (2001), as prefeituras possuíam áreas demarcadas para implantação desses projetos. Incentivo a criação de empresas ou agências de capital misto, que destinava programas especiais para recuperação de áreas degradadas. Contando com a prefeitura como coinvestidora, elas atuam como empresas do mercado, evitando oneração do custo do serviço público. Possuem independência e agilidade para colocar em prática suas estratégias. Essas agências podem comprar e vender terrenos e urbanizá-los, negociar alterações de legislação, promover projetos especiais e pacotes de incentivos diversos. Segundo Brito (2006), as parcerias público-privadas podem ser importantes instrumentos de suporte à gestão pública como um todo e à urbana, especificamente, notadamente para projetos voltados para a realização de infraestrutura, à implantação e ao gerenciamento de equipamentos públicos e à viabilização de empreendimentos urbanos. Os fatores que determinam ou não o sucesso das PPPs, são muito variáveis, controlados ou não. O que se percebe é que quanto mais inovadora a ideia, mais cuidado se requer. A análise de experiências é um bom procedimento para evitar erros cometidos em outros casos, todavia o domínio do projeto, a seriedade, clareza na condução dos processos e o comprometimento das partes envolvidas são fatores determinantes para o sucesso das PPPs. Um dos exemplos considerados de maior sucesso entre as cidades europeias na parceria pública x privado, é o projeto de revitalização Kop van Zuid em Roterdão, Holanda (Figura 5). De acordo com Raymundo (2010), algumas pessoas ligadas a administração da cidade criaram uma organização especial chamada Project Organization, com a missão de implementar o masterplan. Figura 4 – Vista de Kop Van Zuid, Roterdã
Fonte: Disponível em: www.skyscrapercity.com. Acesso em: 28 mar. 2014
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O Projeto Kop van Zuid, utilizou da participação popular no processo de desenvolvimento do projeto. De acordo com Raymundo (2010), essa organização foi capaz de acelerar a implementação dos projetos, utilizando de acordos informais evitando as burocracias usuais. Com o intuito de se estabelecer uma comunicação direta entre todos os atores interessados no projeto, criou-se um Centro de Informações. Nesse Centro aconteciam encontros com representantes da comunidade e potenciais investidores. Com o intuito de apresentar a comunidade as propostas e investimentos uma vez que a mesma enxergava no início as transformações de maneira negativa. Esse suporte político e social atraiu investimentos privados, como consequência suporte financeiros.
2.2.3 Requalificação de Frentes Marítimas e seus impactos urbanísticos
Segundo Coelho e Costa (2006), os projetos de requalificação dos waterfront alcançam dimensões urbanísticas, à escala da cidade sendo elas: ações paralelas que justificam seu tratamento singular; exemplos de espaços públicos e ações estratégicas de planejamento da cidade. Devido à sua localização especial, central e sobre a água, ou devido à alargada divulgação destas operações, o novo espaço público urbano é quase sempre uma prioridade estratégica, justificando investimentos excepcionais e a busca de soluções de desenho de qualidade superior à média – pelo menos como intensão. (COELHO; COSTA, 2006, p. 66). Figura 5- Ponte Erasmus, Roterdã – Como elemento de conexão entre duas regiões da cidade.
Fonte: Disponível em: blogs.estadao.com.br. Acesso em: 28 mar. 2014
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Em diversos casos as operações urbanas de requalificação de frentes de água se estendem além da sua área de intervenção. Infraestruturas fundamentais podem vir a ser transformada, isso se deve a uma relação de causa-efeito, onde a intervenção não só se enquadra ao existente como condiciona mudanças. Novas infraestruturas (túneis e estações) representam um tratamento especial ao desenho urbano. As operações urbanas também trazem a possibilidade da construção de sistemas de acessibilidade para criação de corredores de continuidade urbana. (COELHO; COSTA, 2006).
Figura 6 - Battery Bosque, Nova Iorque – A oferta de espaços públicos agregando valor a cidade.
Fonte: Disponível em: www.wxystudio.com. Acesso em 28 mar. 2014
Coelho e Costa (2006), afirma que muitas intervenções no espaço público são consideradas como agentes integradores da cidade renovada, buscando a não ocorrência de uma segregação espacial, permitindo que suas ações se estendam a áreas saturadas ou degradadas.
Figura 7– Rambla del Mar, Barcelona – Percurso contínuo, que recebem um intenso fluxo de pessoas estabelecendo conexão e continuidade nas frentes de água.
Fonte: Disponível em: www.stay.com. Acesso em 29 mar. 2014
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Baseado em Coelho e Costa (2006), a criação, proteção e valorização de parques urbanos ou áreas verdes compõe os projetos de revitalização urbana nas frentes marítimas e ribeirinhas, com dimensões consideráveis à dimensão da cidade, podendo ou não possuir um valor existente anterior à operação. Figura 8– Parque Tejó, Lisboa – Uma área anteriormente degradada, se tornou um grande parque urbano.
Fonte: Disponível em: www.portaldasnacoes.pt. Acesso em 29 mar. 2014 A criação de boas acessibilidades e a fixação de usos urbanos importantes, tais como, equipamentos de nível nacional e municipal, equipamentos culturais, serviços, comércio e habitação, foram medidas intencionais de criação de uma nova centralidade na cidade. (COELHO; COSTA, 2006, p. 69).
Segundo Coelho e Castro (2006), uma segunda dimensão urbana, enquanto medida de planejamento da cidade, consiste em criar uma nova imagem e dinâmica de modernidade para cidade, uma das características indiscutíveis no que tange os projetos de waterfront é a sua nova função urbana de cultura, lazer e turismo.
Figura 9 – Oceanário Gênova, Itália – Projetos âncora, equipamentos urbanos
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 29 mar. 2014
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Baseado nessa conceituação da relação da cidade com o mar, os processos de revitalização do waterfront, os seus potenciais urbanísticos, faz-se necessário o estudo de alguns dessas operações urbanas, através de uma análise dos projetos, que possibilita um maior entendimento de todo o processo de planejamento e concepção.
2.3 Aspectos Relevantes na Criação de Projetos Waterfront
Através de uma releitura do artigo intitulado 9 Steps to Creating a Great Waterfront publicado pelo Project for Public Spaces (PPS), uma organização sem fins lucrativos de planejamento, concepção e organização educacional dedicada a ajudar as pessoas a criar e manter espaços públicos. Esse artigo possibilitou compreender alguns aspectos relevantes para elaboração de um projeto de Waterfront. O quadro apresentado a seguir, originou a partir dos aspectos descritos no artigo, com as principais diretrizes para criação de um projeto Waterfront. Tabela 1 – Aspectos relevantes para criação de Waterfront.
Conexão
Figura 10 – Park South Waterfront, N.Y – EUA.
No projeto de waterfront deve ser pensado nas conexões da cidade com os espaços públicos, bem como a criação de percursos entre os espaços públicos, dando prioridade aos acessos de pedestre, com lotes de estacionamentos, visando à procura e o desenvolvimento dos espaços. Fonte: Disponível em: www.worldlandscapearchitect.com. Acesso em 1 abr. 2014
Participação Comunitária
Valorização do Contexto Local
Valorização do Espaço Público
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Figura 11 – Rio Senna, Paris.
Estabelecer a criação de espaços públicos como prioridade, pois a valorização do waterfront se dá através da oferta de espaços públicos.
Fonte: Disponível em: www.portalvitrine.com.br. Acesso em 1 abr. 2014 Figura 12- Granville, Island
Construir com recursos existentes, valoriza tanto a história o local, sua preservação e as novas construções devem contribuir para valorização de todo o entorno.
Fonte: Disponível em: en.wikipedia.org. Acesso em 1 abr. 2014 Figura 13 – Brooklyn
Considera-se bem sucedido um projeto de revitalização com a comunidade envolvida, uma vez que fazem parte do grupo de usuários dos espaços.
Fonte: Disponível em: pt.wikipedia.org. Acesso em 1 abr. 2014
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Visão Holística
Figura 14 – Kop van Zuid, Roterdão
A união de interesses público, privado, moradores fazem parte de uma composição de projeto que valoriza o todo, buscando integrar da melhor maneira os diversos interesses.
Fonte: Disponível em: en.rotterdam.info. Acesso em 1 abr. 2014
Uso da água
Figura 15 - Battery Bosque, Nova Iorque
O uso da água como elemento agregador, tanto a possibilidade de acesso à água, através de pesca, natação, como criação de elementos com água como piscinas, fontes e etc.
Fonte: Disponível em: www.baltimore.to. Acesso em 1 abr. 2014
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3 ESTUDO DE CASO Diversas cidades obtiveram sucesso com a requalificação dos seus Waterfront. O bom desempenho dessas operações serve de modelo para estudos e desenvolvimento de projetos de requalificação para o mundo. Baseado nisso, a escolha dos projetos a serem analisados, busca compreender melhor os aspectos de maior impacto desses projetos urbanos. Os projetos escolhidos ocorreram em continentes diferentes, e por diferentes motivos, sendo tratado por muitos autores como referência. Para melhor entendermos os projetos, o capítulo analisará o contexto de cada área de estudo de caso, suas principais características. O método de análise está baseado nos aspectos abordados no capítulo dois: Cidade e Relação com Água, no subtítulo Aspectos Relevantes na Criação de Projetos Waterfront, tais como: conexões, valorização do espaço público valorização do contexto local, participação comunitária, visão holística e uso da água.
3.1 Inner Harbor, Baltimore
Baltimore é uma cidade nos Estados Unidos, situada na costa leste. É a maior cidade do estado de Maryland e se encontra a apenas 45 minutos da capital federal Washington. Segundo Del Rio (2010), o desenvolvimento de Baltimore sempre esteve associado as atividades marítimas e portuárias, contribuindo para seu sucesso, como também para o surgimento de alguns problemas. No século XVIII, Baltimore se desenvolveu como entreposto comercial, principal importador de açúcar, se destacando também na construção de navios. Durante anos, o porto e Baltimore foram um dos maiores dos Estados Unidos e o segundo em chegada de imigrantes europeus. (DEL RIO, 2010). Del Rio (2010) afirma que em 1904, um grande incêndio destruiu cerca de 1.500 edificações que foram rapidamente reconstruídas, respeitando a mesma malha preexistente. Até a Segunda Guerra Mundial, a cidade se destacava por seu parque industrial, todavia após a guerra, houve uma fuga acentuada não só da população, mas de empregos e negócios da área central. Essa fuga da população para os subúrbios e a crise na economia, fez com que os preços dos imóveis centrais despencassem.
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De acordo com Del Rio (2010), nos anos de 1950, a área portuária central, conhecida por Inner Harbor, também se encontrava em péssimo estado. Devido à ausência de áreas de retro porto, as dificuldades de acesso através da antiga morfologia e a impossibilidade de atrair maiores navios, somado ao deslocamento das pessoas para o subúrbio, tornou a cidade de Baltimore um lugar a ser evitado.
3.1.1 O projeto
Segundo Del Rio (2010), com a crise que ocorria na cidade de Baltimore, e o abandono dessa área central da cidade, fez com que um grupo de empresários fundasse um comitê denominado Committe for Downtown, cujo objetivo era enfrentar a decadência da área central e arrecadar dinheiro para um plano que pudesse reverter essa situação. Ao mesmo tempo se formou o Greatter Baltimore Committe (CGB), outro grupo composto por cem empresários locais. O CGB contratou a empresa do arquiteto e urbanista David Wallace, para desenvolver um plano, mas ao se analisar percebeu que isso levaria muito tempo. Com isso resolveu-se fazer um plano de curto prazo em uma área menor que causasse um grande impacto, e foi assim que decidiu fazer o Charles Center, projeto finalizado em 1957. O plano Charles Center começou a gerar bons resultados em 1961, quando a Prefeitura promoveu uma concorrência pública de propostas imobiliárias para a construção do primeiro edifício comercial. Esse projeto chamou a atenção da mídia para o que estava acontecendo em Baltimore, o Charles Center foi concluído em meados de 1980. Esse projeto abriu caminho para novos projetos. O mais importante, foi o projeto para área do Inner Harbor, com a gestão da mesma empresa que realizou o Charles Center. (DEL RIO, 2001). A partir de 1973, iniciou-se a implantação do projeto com a retirada dos velhos edifícios abandonados e a renovação da área central da frente marítima, que tornou o waterfront Inner Harbor (Figura 16), o principal polo de atração da cidade. Houve investimentos do governo federal, municipal, mas também houve um aumento significativo na arrecadação.
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Figura 16 – Vista Panorâmica Inner Harbor
Disponível em: www.baltimore.to. Acesso em 2 abr. 2014
De acordo com Del Rio (2001), há uma grande quantidade de empreendimentos desde edifícios comerciais, hotéis, espaços de lazer e visitação. Um dos maiores sucessos do Inner Harbor, é o Haborplace, um centro comercial com dois pavilhões inspirados nos antigos mercados, com restaurantes, cafés, lojas, quiosques e carrinhos de venda. Figura 17 – Masterplan Inner Harbor
Disponível em: www.cooperrobertson.com. Acesso em 2 abr. 2014
Segundo Del Rio (2001), outra grande âncora foi o Aquário Nacional. O sucesso foi tão grande que o número de visitantes foi superado logo nos sete meses após a inauguração. A marina e os píeres concentram uma variedade de embarcações desde réplica histórica, barcos de visitação, particulares, passeios e etc. Também houve um incentivo bem sucedido para atrair novos moradores e empreendimentos habitacionais, principalmente da classe média e jovens profissionais. O sucesso do Inner Harbor induziu transformações nos waterfront em outros bairros adjacentes, como no caso de Fells Point, um tradicional bairro portuário que passou a atrair novos usos, turistas e moradores. A implantação desses projetos de requalificação permitiu
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que Baltimore mudasse a sua imagem perante o público, a continuidade administrativa foi um fator importante. Porém após a mudança na administração Baltimore regrediu. (Del Rio, 2001). Segundo a Waterfront Partnership of Baltimore, Inc., uma empresa parceira da CGB, criada para gerir, promover e defender o waterfront, em fevereiro de 2013, os comitês responsáveis pela cidade, decidiram que era hora de adicionar novos recursos para manter o porto sempre ativo, surgindo assim o Plano Inner Harbor 2.0. O intuito do Plano Inner Harbor 2.0, é a reforma de infraestruturas já deterioradas pelo uso e ação do tempo, com mais de 40 anos em uso, tornou-se necessário corrigir problemas relativos a sistema elétrico, ao calçadão e outros elementos que compõe Inner Harbor. Além das ações de reparo das infraestruturas, o plano prevê melhora no paisagismo e áreas de sombreamento e novas oportunidades de passeios de bicicleta a beira-mar.
3.1.2 Análise do Projeto a) Conexões Inner Harbor oferece diversas opções para aqueles que desejam visitar o local, com a possibilidade de percorrer boa parte da área a pé através de caminhos a beira-mar, bem como utilizando o transporte aquático, o Veículo Leve Sobre Trilho (VLT), ônibus e carro. Figura 18 – Acessos Inner Harbor, Baltimore.
Fonte: Google Earth. Acesso em 2 abr. 2014 Nota: Dados adaptados pelo autor
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Pedestre: O projeto de Inner Harbor estabeleceu como prioridade o acesso do pedestre. Para isso criou-se um calçadão (Figura 19) que margeia todo o waterfront, permitindo uma aproximação do usuário com a água, com um percurso contínuo que faz ligação entre diversos equipamentos importantes do projeto. O percurso para pedestre encontra-se em grande parte do tempo movimentado, com dimensões favoráveis e continuidade que estimulam os usuários a percorrê-lo conhecendo assim os equipamentos ofertados no espaço. Figura 19 – Calçadão Inner Harbor
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 2 abr. 2014 Figura 20 – Passarela Inner Harbor
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 2 abr. 2014
VLT: Uma das opções de conexões entre o restante da cidade e Inner Harbor, se dá através do uso de transporte público, como por exemplo, o VLT (Figura 21). Del Rio (2010), considera que a cidade de Baltimore possui um sistema bastante eficiente, permitindo boa acessibilidade da população a alguns importantes bolsões de trabalho, ao Inner Harbor, aos estádios e aeroporto.
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Figura 21 – VLT em Inner Harbor
Fonte: Disponível em: www.baltimore.shownbyphotos.com. Acesso em 3 abr. 2014
Transporte marítimo: Outra opção de locomoção e acesso ao Inner Harbor é utilizando o taxi aquático (Figura 22), onde em determinados pontos a uma estação de embarque e desembarque, servindo não só como mais meio de transporte como proporcionando uma maior relação e importância da água no contexto do projeto. Figura 22 – Water Táxi, bastante utilizado em Inner Harbor
Fonte: Disponível em: www.unitedworkers.org. Acesso em 3 abr. 2014
b) Valorização do Espaço Público: Inner Harbor oferece diversos espaços públicos principalmente equipamentos que atraem a visitação turística sejam pela curiosidade de conhecer o local e o que ele oferece, assim como para comercialização. Essa integração de espaços públicos democráticos com espaços abertos ao público atrai as pessoas para visitação, assim como oferecem maior segurança pelo fluxo de pessoas circulando.
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Figura 23 – Espaços públicos, Inner Harbor, Baltimore.
Fonte: Google Earth. Acesso em 3 abr. 2014 Nota: Dados adaptados pelo autor Tabela 2 – Principais Equipamentos de Lazer e Entretenimento de Baltimore. EQUIPAMENTOS BREVE DESCRIÇÃO Figura 24 – American Visionary Art Museum
Museu de arte, especializado na preservação e exposição da arte visionária, designado pelo Congresso como museu nacional da arte autodidata.
Fonte: Disponível em: en.wikipedia.org. Acesso em 4 abr. 2014 Figura 25 –Pride of Baltimore Statue
Fonte: Disponível em: en.wikipedia.org. Acesso em 4 abr. 2014
Monumento dedicado a embarcação The Pride, perdida no mar durante uma tempestade em 1986.
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Figura 26 –Maryland Science Center
Centro de Ciências de Maryland, uma das estruturas originais que fez parte da requalificação de Inner Harbor, conta com exposições, observatório e planetário.
Fonte: Disponível em: en.wikipedia.org. Acesso em 4 abr. 2014 Figura 27 –Landmark Theatre
Teatro em Inner Harbor, conta com salas de cinema e um bar, considerado de excelente localização e conforto.
Fonte: Disponível em: en.wikipedia.org. Acesso em 4 abr. 2014 Figura 28 –Baltimore Civil War Museum
Aberto em 1997, como Museu da Guerra Civil, o edifício considerado de importância histórica, onde vem sendo especulado outras possibilidades de uso.
Fonte: Disponível em: en.wikipedia.org. Acesso em 4 abr. 2014 Figura 29 –Seven Foot Knoll Ligthouse
Fonte: Disponível em: en.wikipedia.org. Acesso em 4 abr. 2014
Construído em 1855 é o mais antigo farol da cidade, atualmente um dos pontos de visitação.
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Figura 30 – National Aquarium
Aberto em 1981, conta com programas de educação e conservação dos habitat aquáticos, considerado uma das principais atrações de Inner Harbor.
Fonte: Disponível em: en.wikipedia.org. Acesso em 4 abr. 2014 Figura 31 – Top of the Word
Top the Word, apresenta aos visitantes uma vista panorâmica de Baltimore, com guias para localização de hotéis, restaurantes e pontos turísticos.
Fonte: Disponível em: en.wikipedia.org. Acesso em 4 abr. 2014 Figura 32 – Harborplace
Centro comercial possui dois pavilhões de dois andares, onde cada edifício contém dezenas de lojas e restaurantes.
Fonte: Disponível em: en.wikipedia.org. Acesso em 4 abr. 2014
Os parques são outro atrativo do projeto de Inner Harbor, espaços verdes utilizados para prática de esportes e atividades físicas, parques para lazer de toda família, tornando o projeto ainda mais democrático para a diversidade de público que frequenta o local.
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Figura 33 - Shore Park West, Inner Harbor
Fonte: Disponível em: http://waterfrontpartnership.org/waterfront-parks Figura 34 – Pierce's Park, em Inner Harbor
Fonte: Disponível em: http://waterfrontpartnership.org/waterfront-parks Figura 35 – Rash Fied, em Inner Harbor
Fonte: Disponível em: http://www.panoramio.com/photo/24700823
Devido às diversas ofertas de espaços comerciais que o Haborplace oferece, ele se tornou um dos grandes atrativos do projeto, essa oferta de espaços onde as pessoas possam consumir, aumenta o tempo de permanência e fluxos de visitantes, contribuindo de forma significativa para o sucesso do projeto.
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Figura 36 – Praça com grande fluxo de pessoas, próximo ao Harborplace
Fonte: Disponível em: www.huffingtonpost.com. Acesso em 5 abr. 2014
c) Valorização do Contexto Local: Foi possível observar que Inner Harbor, valorizou o contexto local de duas maneiras: recuperando edificações que fizeram parte do contexto histórico do local; e criando espaços (museus, monumentos) que remetessem a história da cidade. De acordo com Del Rio (2010), um terço da área foi demolido e reconstruído, e o restante recuperado. Figura 37 – Residências históricas em Otterbein
Fonte: Disponível em: www.baltimoreyouaremarvelous.blogspot.com.br. Acesso em 5 abr. 2014
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Uma das iniciativas do projeto para recuperação de edificações e atração de moradores ao local, através de um programa onde foi feita à venda simbólica no valor de um dólar de residências já desapropriadas devido a um antigo projeto de rodovia que haveria no local. Foram disponibilizadas para quem não possuía outro imóvel, e em troca dentro de seis meses o morador deveria mudar para o local, recuperar a casa e não poderia revender em menos de dois anos. (DEL RIO, 2010).
d) Participação da Comunidade: Houve uma participação da comunidade nas decisões referentes ao projeto. Os empresários precisavam contar com o apoio da comunidade, que normalmente era estimulado pela oferta de empregos e oportunidades de negócio. Um dos exemplos da preocupação com a comunidade foi a construção do Harborplace (Figura 38), pela Rouse Company (responsável pela construção dos primeiros centros comerciais fechados), Harborplace seguia o mesmo modelo lançado em Boston em 1976, com o dinamismo, variedades e atrações típicas do mercado urbano. Para que esse modelo fosse aprovado pela comunidade de Inner Harbor, a companhia fez uma campanha pessoal com diversos grupos minoritários e representações étnicas locais garantindo empregos e oportunidades de negócios. (DEL RIO, 2010). Figura 38 - Haborplace
Fonte: Disponível: http://www.baltimore.to/Harborplace.Acesso em 5 abr. 2014
e) Visão Holística: A integração dos diferentes interesses pensando nos benefícios do projeto como todo maior são as chances de sucesso. Em Inner Harbor, o plano-piloto realizado no Charles Center, que serviu de incentivo para toda a requalificação de Inner Harbor, foi uma das primeiras parcerias público-privadas, essas parcerias
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atraem investimentos, geram emprego e renda. Outro fator relevante para o sucesso de Inner Harbor foi à continuidade na gestão pública permitindo que o projeto avançasse, uma vez que um projeto de requalificação leva tempo para se concretizar. Figura 39 – Waterfront Inner Harbor
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 5 abr. 2014
f) Uso da água: Em todo o projeto houve uma preocupação de se reestabelecer o acesso à água, além de estabelecer esse contato visual com a água, através do calçadão ao longo do waterfront, assim como praças e monumentos com a presença de água. Figura 40 - O Walter Sondheim Fountain.
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 5 abr. 2014
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Figura 41 - McKeldin Fountain
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 5 abr. 2014
O projeto de Inner Harbor teve a preocupação em estabelecer o contato dos usuários com a água, através de equipamentos de lazer como as embarcações abertas a visitação, os passeios de barco, pedalinho elétrico, que aproximam ainda mais o usuário da água. Figura 42 – Pessoas passeando de pedalinho, em Inner Harbor.
Fonte: Disponível em: www.lisalance.com. Acesso em 6 abr. 2014
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3.2 Victoria & Alfred Waterfront, Cidade do Cabo
De acordo com Cavallieri (2010), a Cidade do Cabo, situada na península do Cabo, sudeste da África do Sul, possui cerca de 3,4 milhões de habitantes. Refletindo uma história de contrastes, onde a política de segregação racial foi abolida dando origem a um modelo democrático. A Cidade do Cabo teve o seu início nas grandes navegações, quando segundo Cavallieri (2010), em 1488 o navegante português Bartolomeu Dias, com uma frota de três embarcações foi pego por uma tormenta enquanto tentava descobrir uma rota marítima para o oriente, quando a tormenta passou, ele havia conseguido contorná-la pelo Sul da África, abrindo a rota marítima para as Índias. De acordo com Cavallieri (2010), o holandês Jan van Riebeesk aportou com a tarefa de estabelecer uma estação marítima para os navios e a Companhia que seguia rumo ao oriente. Com clima favorável e terra fértil, a região se tornou uma prospera colônia holandesa, detendo a maior concentração de europeus em terras africanas. Em 1859, foi elaborado e aprovado o projeto da construção de um porto na parte mais protegida da doca, recebendo nome de Alfred e Victória em homenagem ao príncipe Alfred e a rainha Victória. Em 1940, construiu um novo porto, por meio de aterros e remoção de terras, com o objetivo de criar um “novo portão de entrada para África”, incluindo a construção da doca retangular Duncan. Com esse novo porto, o antigo situado paralelamente a este conectado ao mar foi destruído. A construção da doca Duncan, permitiu a entrada na concorrência mundial. (CAVALLIERI, 2010). Segundo Cavallieri (2010), em 1970, com o sistema de containers foi criada a nova doca Schoeman. Foi então que aconteceu um isolamento da economia sul-africana, diminuindo consideravelmente o sistema de transporte marítimo. O porto da Cidade do Cabo iniciou como porto-empório, até chegar a um moderno porto comercial e industrial, e em decorrência das mudanças econômicas e tecnológicas, tornou-se degradadas, como em diversas cidades.
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3.2.1 O projeto
Ao final de 1988, foi fundada a Companhia Victoria & Alfred Waterfront (V&AW), criada por uma empresa de trasportes públicos para administrar e desenvolver o projeto de requalificação do waterfront, concluído em um período de quinze anos. Figura 43 – Mapa do Victoria & Alfred Waterfront, Cidade do Cabo.
Fonte: Disponível em: www.waterfront.co.za. Acesso em 8 abr. 2014
Apesar do potencial de atração das áreas de porto da Cidade do Cabo e outros portos, a região estava despreparada em termos de infraestruturas, acentuando os problemas de falta de água, energia, déficit de habitação e aumento da poluição ambiental, além do aumento da criminalidade, urbanização ineficiente e fluxos migratórios de forma descontrolada. Para conter esses problemas as autoridades investiram em uma descentralização industrial. Com o plano houve um crescimento na indústria que levou a melhoria na infraestrutura dessas regiões. (CAVALLIERI, 2010). De acordo com Cavallieri (2010), a separação da cidade e o mar eram considerados pela população um aspecto negativo. Vários planos e estudos foram elaborados, mas somente o plano definitivo do V&AW de 1988 se consolidou. Após cerca de um ano de consulta e negociações a Cidade do Cabo aprovou-se o projeto urbano e as obras iniciaram em no final de 1989, com a instalação de novas infraestruturas de serviços públicos. Segundo Cavallieri (2010), o conceito estratégico do projeto era a permanência dos elementos da atividade portuária, produzindo vitalidade e um cenário atraente. Para o planejamento inicial, V&AW adotou os seguintes objetivos específicos:
Criar um ambiente diversificado e rico;
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Promover turismo e lazer;
Criar oportunidade de lançamentos imobiliários residenciais;
Criar uma base viável de negócios;
Conservar e revigorar os aspectos com significado cultural;
Melhorar o acesso público à orla marítima.
Cavallieri (2010) afirma que, para realização dos primeiros projetos foram colocados fundos provenientes de investimentos dos sócios da empresa, porém os maiores recursos foram obtidos através de investimentos no projeto global. Dividido em seis fases, o projeto teve inicio com a proposta de um plano-piloto iniciado no Pierhead Precinct (Figura 44), o setor portuário principal, formado por um conjunto de prédios históricos. O objetivo era demonstrar a partir de um projeto concreto, a geração de fluxos imediatos, e a necessidade de coordenação e controle para preservação de monumentos, aumentando a confiança da população e empresários no projeto. Figura 44 – Pierhead, edifícios do projeto-piloto
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 9 abr. 2014
Segundo Cavallieri (2010), a segunda fase consistiu na conclusão do centro de entretenimento e na abertura de diversas lojas do Shopping Victoria Wharf, em outubro de 1992, tornando o mais importante destino de compras e entretenimento. A terceira fase se iniciou em 1994, com a inauguração do pavilhão BMW, o aquário Two Oceans e a primeira etapa da proteção da onda da baía Granger. Em 1996 a antiga área de tanques de petróleo foi convertida em doca para pequenos barcos, atraindo um número maior de hotéis pra região.
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Figura 45 – Condomínio Residencial V&A Marina, V&A Waterfront
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 9 abr. 2014
A construção do condomínio residencial de luxo V&A Marina (Figura 45), marca a quarta fase. A quinta fase ocorreu na área da Torre do Relógio com a integração da indústria pesqueira e das novas atividades. O terminal de barcas foi outro marco dessa etapa do projeto, com a função de conectar duas das principais atrações sul-africanas: o V&A Waterfront e a histórica Ilha de Robben (Figura 46) (que durante 18 anos, Nelson Mandela, cumpriu parte de sua pena, atualmente foi reformada e declarada patrimônio mundial, abrigando um museu). (CAVALLIERI, 2010). Figura 46 – Museu, Ilha de Robben
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 9 abr. 2014
Na fase final é construído um luxuoso resort urbano One and Only V&A Waterfront Hotel (Figura 47), além de compreender a última etapa da construção do VBA Marina, a implantação de 1.250 vagas de estacionamento e outros projetos.
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Figura 47 – Resort One and Only V&A Waterfront
Fonte: Disponível em: www.cape-town-guide.com. Acesso em 9 abr. 2014
3.2.2 Análise do Projeto
a) Conexões: O V&AW possui conexões bem definidas. Todo o projeto contempla o acesso de pedestre permitindo que o mesmo transite entre as atrações do waterfront. Em determinados trechos esses percursos de pedestre formam uma área maior em pontos estratégicos onde se é possível encontrar lugares para se alimentar, comprar e descansar. Figura 48 – Acessos V&A Waterfront, Cidade do Cabo
Fonte: Google Earth. Acesso em 10 abr. 2014 Nota: Dados adaptados pelo autor
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Figura 49 – Percurso pedestre, V&A Waterfront
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 9 abr. 2014
A presença do transporte público também faz parte do projeto. A linha de ônibus (Figura 50) circula por alguns pontos do waterfront, onde há presença dos principais equipamentos. Figura 50 – Ônibus que percorre o V&A Waterfront
Fonte: Disponível em: www.capetown.travel.com. Acesso em 10 abr. 2014
Com a presença das atividades portuárias em funcionamento no local, a área do waterfront possui vias largas que em determinados pontos chegam bem próximos à beira-mar facilitando o transporte de cargas. b) Valorização do Espaço Público: O projeto contempla muitos equipamentos de lazer e entretenimento. Em contrapartida a maioria desses equipamentos são espaços abertos ao público, que estão relacionados a atividades de consumo onde não há um acesso total a todos. Isso torna o projeto menos democrático, almejando
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um público específico. Foi possível observar que há uma quantidade reduzida de parques e praças, o que diminui a democratização de acesso aos espaços. Figura 51 – Equipamentos V&A Waterfront, Cidade do Cabo
Fonte: Google Earth. Acesso em 10 abr. 2014 Nota: Dados adaptados pelo autor Tabela 3 – Principais Equipamentos de Lazer e Entretenimento do V&A Waterfront EQUIPAMENTOS BREVE DESCRIÇÃO Figura 52 – Victoria Wharf Shopping Center
Principal equipamento do projeto, conta com mais de 400 lojas.
Fonte: Disponível em: www.expatcapetown.com. Acesso em 11 abr. 2014 Figura 53 -Amphitheatre Espaço público onde são realizados diversos eventos culturais da região.
Fonte: Disponível em: www.tripadvisor.com. Acesso em 11 abr. 2014
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Figura 54 -Iziko Maritime Museum
Museu de história dedicado a todos aqueles que ajudaram a construir a Cidade do Cabo, mas não foram autorizados a gozar os frutos do seu trabalho.
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 11 abr. 2014 Figura 55 - Nelson Mandela Gateway to Robben Island
Local de partida para os passeios até a Ilha Robben, abriga também uma exposição sobre presos políticos, os abusos do apartheid e da luta pelos direitos humanos na África do Sul.
Fonte: Disponível em: www.bluewaters.co.za. Acesso em 11 abr. 2014 Figura 56 – Chavonnes Battery Museum
O museu abriga às ruínas escavadas de canhões a beira-mar da Cidade do Cabo, construída para proteger as portas da cidade contra ataques de piratas franceses e ingleses.
Fonte: Disponível em: www.modernoverland.com. Acesso em 11 abr. 2014 Figura 57 – Two Oceans Aquarium
Fonte: Disponível em: www.tajcapetown.co.za. Acesso em 11 abr. 2014
Com inúmeras exposições e mergulhos com os tubarões o aquário é uma das principais atrações do V&A Waterfront.
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Figura 58 - Praça com monumentos considerados heróis sul-africanos
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 12 abr. 2014 Figura 59 – Big Wheel, V&A Waterfront
Fonte: Disponível em: www.capewheel.co.za. Acesso em 12 abr. 2014
Apesar da quantidade reduzida de parques e praças não há uma diminuição na frequência de pessoas atraída pelos espaços de compras, restaurantes e hotéis de qualidade, V&A Waterfront recebe visitantes de diversos lugares do mundo. c) Valorização do Contexto Local: A valorização do contexto local foi uma preocupação estratégica inicial do projeto, principalmente relacionados aos aspectos históricos do local. Os edifícios históricos foram preservados, e até edificações de estilo vitoriano existentes em outros locais fossem trazidas para a área do projeto, sendo desmontadas e reconstruídas.
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Figura 60 – Residência estilo vitoriano, V&A Waterfront
Fonte: Disponível em: www.capeletting.com. Acesso em 12 abr. 2014
A valorização das edificações históricas e sua arquitetura são nítidas em todo o waterfront. Mesmo nas edificações construídas mais recentes, é possível perceber uma harmonia com as edificações antigas. Figura 61 – Vista Anoitecer, V&A Waterfront
Fonte: Disponível em: www.rhinoafrica.com. Acesso em 12 abr. 2014
d) Participação da Comunidade: A comunidade foi bem participativa na concepção do projeto, principalmente pelo desejo comum que havia em estabelecer uma relação mais próxima da cidade com o mar. As próprias inciativas da V&AW, como a conclusão de um plano-piloto, para fortalecer a confiança da comunidade no sucesso do projeto foi uma delas. O reflexo do apoio da comunidade - não só dos moradores da região, mas da população da cidade como um todo – reflete-se na caracterização do público, onde 60% dos visitantes são naturais da Cidade do Cabo. (CAVALIERI, 2010).
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Figura 62 – Victoria & Alfred Waterfront
Fonte: Disponível em: www.decolar.com. Acesso em 12 abr. 2014
e) Visão Holística: Segundo Van Zyl (2005), importante executivo da companhia administradora do waterfront, a atuação de uma equipe multidisciplinar e de especialista em projeto adotou um projeto holístico de desenho e execução. Figura 63 – Vista V&A Waterfront
Fonte: Disponível em: www.africanbusinessreview.co.za. Acesso em 12 abr. 2014
Pensar no projeto como um todo, fez com que investidores, autoridades públicas e comunidade também conseguissem visualizar o potencial de crescimento da área, que se tornou conhecida como um dos sucessos mundiais em requalificação. f) Uso da água: Mesmo após uma maior aproximação da cidade com o mar, barreiras físicas, impostas pelas condições geográficas da região produzem ainda um afastamento da água, não permitindo em muitas áreas o contato das pessoas com o mar.
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Figura 64 –Barreira de proteção da onda
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 13 abr. 2014
Essa relação com a água se dá através da possibilidade de percursos próximos a orla e passeios marítimos, além da presença do aquário público (Figura 66) que estabelece uma relação das pessoas com o ambiente marítimo. Figura 65 – Marina, V&A Waterfront
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 13 abr. 2014 Figura 66 – Two Oceans Aquário
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 13 abr. 2014
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3.3 Expo 98, Lisboa A Expo’98 foi uma exposição mundial realizada em 1998 na frente ribeirinha de Lisboa, para a comemoração do quinto centenário das viagens dos navegadores portugueses, com o tema “Os oceanos: um patrimônio para o futuro”, trazendo visitantes de todo o mundo. Segundo Sherer (2003), o projeto da Expo’98 foi realizado na zona oriental de Lisboa (Figura 67), considerada uma região pobre e degrada consequência do "esvaziamento". Com instalações industriais, edifícios abandonados, cercas e muros degradados, habitações antigas (onde antes eram as Vilas Operárias) e poucas conexões que ligavam a região aos demais bairros, contribuindo para um isolamento da região com o resto da cidade. Havia uma urgência em intervir nessa área, por haver um desequilíbrio na estrutura urbana comparada à zona ocidental e central. Figura 67 – Mapa Zona Oriental, Lisboa
Fonte: Disponível em: www.anmpn.pt. Acesso em 28 abr. 2014 “Os planos urbanos que estavam a ser realizados no início dos anos 90 consideram que esta é uma zona estratégica prioritária, uma vez que tinha disponibilidade de terrenos municipais e privados, para além de ser uma das portas da cidade e de possuir também patrimônio edificado de valor histórico e cultural.” (COSTA, 2009, p.77).
De acordo com Costa (2009), foi criado um estudo para a zona oriental, onde uma das propostas era a ligação entre a cidade e o rio através da Doca de Olivais, construída nos anos 40 para pouso de hidroaviões, já degradada sendo necessária uma renovação. Ao mesmo tempo em que se elaboravam planos para a cidade, Lisboa se candidatou ao Bureau International des Expositions (BIE), devendo efetuar estudos para a escolha do local, potencial motivador para requalificação da zona urbana. Foi escolhida em 1991 a zona
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oriental, não só pelos problemas mencionados, como por ser uma área plana e próxima ao aeroporto.
3.3.1 O projeto Após o anúncio de Lisboa como sendo a vencedora para receber a Expo’98, decidiu-se que uma empresa pública deveria cuidar da execução dos estudos urbanísticos, criada em 1993 a Parque Expo’98, S.A., sociedade anônima de capitais públicos, com poderes legislativos capazes de ultrapassar possíveis dificuldades na gestão e planejamento. (Costa, 2009). Segundo Costa (2009), o plano de urbanização foi dividido em dois planos: a Zona de Intervenção de responsabilidade do Parque Expo’98; e a Área Envolvente a cargo da Câmara Municipal. A área envolvente à Expo’98 engloba uma totalidade de área industrial existente na zona oriental, e foi requalificada para evitar que a zona da Exposição se isolasse do resto da cidade, fazendo a ligação com o tecido urbano. Figura 68 – PDM de Lisboa, planta de UOPGs - Área de Instalação da Expo'98 (amarelo); Área Industrial/Portuária Oriental (verde) ; Áreas Históricas Periféricas (azul)
Fonte: DA COSTA (2009), p. 80
Em 1993 a Parque Expo’98 lançou o Concurso de Ideias para o Recinto da Expo’98, com o objetivo de selecionar projetista que gerassem ideias de ordenamento. Foram abordados os seguintes aspectos:
As soluções arquitetônicas como linguagem e símbolo;
As relações de escala no interior e na paisagem, incluindo a nova ponte sobre o Tejo;
A Exposição enquanto unidade/diversidade;
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A relação com o rio;
O que acontecerá depois do encerramento da Exposição.
Com uma proposta (Figura 69) mais simples e geometrizada os arquitetos Miguel Câncio Martins e Armand Petroussian, venceram o concurso. Entretanto, o concurso não cumpriu os objetivos iniciais, pois diversos projetos foram entregues a arquitetos que não participaram do concurso, como Santiago Calatrava, Peter Chermayeff e outros, que desenvolveram os projetos concluídos da Expo’98. (COSTA, 2009). Figura 69 – Proposta vencedora de Miguel Câncio Martins e Armand Petroussian
Fonte: DA COSTA (2009), p. 82.
É possível observar que destinar edifícios emblemáticos nos projetos de requalificação a arquitetos famosos, faz parte de uma estratégia de marketing das operações urbanas. De acordo com Costa (2009), os conceitos do Plano Urbanístico para área de intervenção se baseia na integração do tecido urbano envolvente; a articulação de uma rede de acessibilidade com a rede metropolitana; e o espaço público como elemento estruturante. Segundo José Anselmo Vaz, uma das preocupações do plano era fazer com que a fronteira entre a área de intervenção e o entorno desaparecesse, através de ligações físicas e visuais. A área de intervenção foi dividida em setores, denominados Plano Pormenor, que definem e caracterizam as regras para parcelamento do solo. Essa divisão facilitava a seleção das equipes que foram feitas através de concurso. O projeto optou por malhas de quarteirões regulares, as avenidas cruzadas por eixos perpendiculares ao rio e que atravessam a linha ferroviária, considerada o maior obstáculo físico da Zona de Intervenção. Na área mais a Norte foi planejado um novo parque urbano,
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na zona Oeste edifícios de habitação, comércio e equipamentos e na zona leste os edifícios da exposição que permaneceriam. (COSTA, 2009). A exposição esteve aberta de maio a setembro atraindo 12 milhões de visitantes. O recinto da Exposição ficou fechado durante os quinze dias seguintes, voltando a abrir como Parque das Nações. Alguns dos pavilhões permaneceram com as exposições até o final de 1998. Segundo Costa (2009), após a exposição deu-se inicio ao processo de venda de terreno e outros elementos da Exposição para habitação e escritórios. Manteve-se o Plano de Monitorização Ambiental, de forma a garantir qualidade ambiental no Parque das Nações, e diversas tecnologias que proporcionasse aos residentes uma excelente qualidade de vida no novo bairro, o Parque das Nações. Figura 70 – Masterplan Parque das Nações, Lisboa
Fonte: Disponível em: www.anmpn.pt. Acesso em 27 abr. 2014
3.3.2 Análise do Projeto
a) Conexões: O projeto de Lisboa procurou desde o início de a concepção aproximar o restante da cidade a área de intervenção, a criação de novas estruturas viárias como a construção da Ponte Vasco da Gama1 e Estação Oriente desenhada pelo arquiteto Santiago Calatrava, inclui a estação metropolitana, um espaço comercial e uma
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A maior da Europa e a quarta mais extensa do mundo.
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estação rodoviária, e a extensão da rede de metro, que contribui para conexão do Parque das Nações com o restante da cidade. Figura 71 - Acessos Parque das Nações, Lisboa
Fonte: Google Earth. Acesso em 28 abr. 2014 Nota: Dados adaptados pelo autor Figura 72 – Estação do Oriente
Fonte: Disponível em: www.refer.pt. Acesso em 18 abr. 2014
O projeto possui percursos para pedestre em diversos pontos, ligando os diversos equipamentos existentes, com a presença de passarelas próximas a frente marítima, possibilitando a aproximação das pessoas com a água.
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Figura 73 – Teleférico
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 18 abr. 2014
Foi instalado um teleférico (Figura 73), opção de locomoção que proporciona ao usuário contemplar uma diversidade de visuais de toda área de intervenção. Figura 74 – Vista Percurso Ribeirinho
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 18 abr. 2014
b) Valorização do Espaço Público: O projeto possui diversos espaços públicos, locais projetados para permanência das pessoas que visitam e moradores do local, espaços como praças e até mesmo áreas de estar ao longo dos percursos do pedestre. Esses espaços públicos, localizados próximos a equipamentos de lazer e entretenimento fazem com que o fluxo de pessoas que transitam no local seja maior, com isso as pessoas permanecem e se sentem mais seguras nesses espaços.
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Figura 75 – Principais Equipamentos e Praças do Parque das Nações, Lisboa
Fonte: Google Earth. Acesso em 28 abr. 2014. Nota: Dados adaptados pelo autor Tabela 4 – Principais Equipamentos de Lazer e Entretenimento da Expo’98, Lisboa EQUIPAMENTOS BREVE DESCRIÇÃO Figura 76 – Marina Parque das Nações
A marina possui 400 postos de amarração, recebendo embarcações de 25 m até cruzeiros ou mega iates até 230 m.
Fonte: Disponível em: www.marinaparquedasnacoes.pt. Acesso em 21 abr. 2014 Figura 77 - Teatro Camões
Fonte: Disponível em: www.portaldasnacoes.pt. Acesso em 21 abr. 2014
Com uma fachada de vidro aberta para o rio, é um espaço cultural de referência da dança na cidade.
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Figura 78 – Museu Interativo de Ciência e Tecnologia
Museu interativo de Ciência e tecnologia, com exposições e atividades lúdicas que exploram variados temas científicos.
Fonte: Disponível em: www.portaldasnacoes.pt. Acesso em 21 abr. 2014 Figura 79 - Oceanário
Desenhado pelo arquiteto americano Peter Chermayeff, com o objetivo de chamar atenção aos problemas da poluição nos oceanos, o aquário reforça a relação da cidade com os oceanos.
Fonte: Disponível em: www.portaldasnacoes.pt. Acesso em 21 abr. 2014 Figura 80 - Cassino de Lisboa
É o maior cassino de Lisboa, localizado onde no período da Expo’98, era o Pavilhão do Futuro.
Fonte: Disponível em: pt.wikipedia.org. Acesso em 21 abr. 2014 Figura 81 - Pavilhão de Portugal
Fonte: Disponível em: www.portaldasnacoes.pt. Acesso em 21 abr. 2014
Edifício projetado pelo arquiteto Álvaro Siza, conhecido pela praça coberta que se assemelha a uma folha de papel, atualmente o local recebe exposições.
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Figura 82 - Estação do Oriente
Projeto de Santiago Calatrava, o complexo inclui um espaço comercial e uma estação rodoviária.
Fonte: Disponível em: www.portaldasnacoes.pt. Acesso em 21 abr. 2014 Figura 83 - Centro Comercial Vasco da Gama
Centro comercial, que recebe o nome do Vasco da Gama, navegador descobridor do caminho marítimo da Índia, com seu interior inspirado no mar.
Fonte: Disponível em: www.olhares.sapo.pt. Acesso em 22 abr. 2014 Figura 84 – Pavilhão do Atlântico
O maior recinto fechado de eventos e espetáculo de Portugal, o edifício lembra uma nave espacial, mas também tem a forma do caranguejo-ferradura, espécie que surgiu há 200 milhões de anos.
Fonte: Disponível em: www.portaldasnacoes.pt. Acesso em 22 abr. 2014 Figura 85 – Feira Internacional de Lisboa
Fonte: Disponível em: www.portaldasnacoes.pt. Acesso em 22 abr. 2014
A Feira Internacional de Lisboa vão desde organizações de feiras, até o aluguel dos espaços para eventos para os diversos setores econômicos.
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O paisagismo possui um valor urbanístico fundamental para a oferta de espaços verdes e de estar e convivência torna o percurso do Parque das Nações um ambiente mais agradável. Um dos mais visitados é o Jardim Garcia d’Orta (Figura 86) que possui diversos setores onde a composição paisagística de cada setor está associada a uma nação. Figura 86 – Jardim Garcia d’Orta
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 22 abr. 2014
Segundo Castro e Coelho (2006), os espaços públicos existentes no Parque das Nações se tornou referência para a cidade de Lisboa, abrindo perspectivas e exigências para futuras intervenções. Figura 87 – Parque Tejo
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 22 abr. 2014
De acordo com Castro e Coelho (2006), o parque Tejo (Figura 87), construído na ligação entre os rios Tejo e Trancão, além de ser um grande espaço público exemplifica a reconversão de zonas contaminadas em zonas verdes integrando o projeto de revalorização da área. Já os equipamentos a se visitar no local são diversos desde teatro, a pavilhões, centro comercial e oceanário.
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Figura 88 – Pavilhão do Conhecimento`
Fonte: Disponível em: www.portaldasnacoes.pt. Acesso em 22 abr. 2014 Figura 89 – Oceanário Lisboa
Fonte: Disponível em: www.portaldasnacoes.pt. Acesso em 22 abr. 2014
c) Valorização do Contexto local: O projeto buscou estabelecer uma integração com o centro da cidade, com a integração social dos bairros vizinhos e a eliminação das barreiras físicas com a criação de espaços públicos, contribuindo na identidade da cidade trazendo uma maior infraestrutura e riqueza de espaços, tornando essa área uma nova centralidade. Figura 90 – Vista Parque das Nações
Fonte: Disponível em: www.parqueexpo.pt. Acesso em 22 abr. 2014
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Segundo Scherer (2003), uma das preocupações do projeto era de que as novas edificações não se sobressaíssem, mas que fizesse parte de um conjunto harmônico com o restante da cidade.
d) Participação da Comunidade: O Parque das Nações foi um local requalificado através da intervenção de uma área que além de um interesse político em um planejamento urbanístico, recebeu uma exposição mundial. Com isso a participação da comunidade esteve mais presente Pós Expo`98, onde a relação da empresa responsável pela administração dos projetos existentes e novos projetos, necessitaram de uma maior aprovação da comunidade e dos investidores. Figura 91 – Av. Dom João II
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 22 abr. 2014
De acordo com Scherer (2003), o bairro Parque das Nações foi estruturado para um público alvo que tivesse as condições financeiras para residir e aproveitar a área.
e) Visão Holística: O projeto ParqueExpo98 (uma empresa de capital misto administrando os investimentos no Parque das Nações), além de administrar cumpre ainda o papel de apresentar os resultados do projeto a comunidade, empresas e o poder público. Esses diferentes agentes trabalhando de forma integrada e em busca de um mesmo objetivo possibilitou o sucesso de muitos investimentos do projeto.
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Figura 92 – Parque das Nações
Fonte: Disponível em: www.portaldasnacoes.pt. Acesso em 23 abr. 2014
f) Uso da Água: O tema da Expo’98 foi "Os Oceanos, Um Património para o Futuro". Essa relação da água com a valorização dos bens físicos e culturais dos oceanos possibilitou explorar o uso da água em diversos projetos ao longo do Parque das Nações, além da aproximação com a água através das passarelas e percursos com eixos visuais para frente marítima. Alguns exemplos de maior impacto do uso da água estão presentes no Jardim das Águas (Figura 93) com um traçado que acompanha o curso da água e mostra a sua relação com o homem desde a antiguidade até os nossos dias. Figura 93 – Jardim das Águas
Fonte: Disponível em: www.portaldasnacoes.pt. Acesso em 23 abr. 2014
O Rossio dos Olivais (Figura 94) é o centro do Parque das Nações possuindo um imenso espelho d’água. A Alameda dos Oceanos (Figura 95) possui um sistema de jogo de águas, um lugar de passeio e contemplação. O projeto conta com uma marina que proporciona uma relação do usuário com o rio através das embarcações e cruzeiros que utilizam a marina.
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Figura 94 – Rossio dos Olivais
Fonte: Disponível em: www.portaldasnacoes.pt. Acesso em 23 abr. 2014 Figura 95 – Alamedas dos Oceanos
Fonte: Disponível em: www.portaldasnacoes.pt. Acesso em 23 abr. 2014 Figura 96- Percurso pedestre
Fonte: Disponível em: www.portaldasnacoes.pt. Acesso em 23 abr. 2014
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3.4 Porto Maravilha, Rio de Janeiro
Segundo Dias (2010), a cidade do Rio de Janeiro fundada em 1565, chamada São Sebastião do Rio de Janeiro, pelo português Estácio de Sá, e sua história tem vinculo direto com o porto. O porto constituía um dos fundos da cidade, e devido a algumas dificuldades nos percursos para o interior devido às áreas pantanosas, a cidade se viu levada em direção ao mar. De acordo com Dias (2010), com o ouro e o café a cidade fortaleceu sua função comercial, e o porto crescia e ampliava sua oferta de serviços. Quando a capital da colônia foi transferida de Salvador para o Rio, confirmou-se o poder econômico da cidade. Em 1808, a chegada da corte consolidou esse cenário, tanto pela quantidade de pessoas que chegaram como pelo crescimento das atividades portuárias. Segundo Dias (2010), com a ligação por ferrovias, o fluxo de importações e exportações cresceu de maneira expressiva, já submetendo o porto a melhorias e firmando parcerias internacionais. No final do século XIX, a cidade passou por uma reforma urbana, que garantiu abertura de ruas e avenidas a beira-mar, tornando o litoral da cidade uma área mais nobre. Simultaneamente o governo federal intervinha na região do porto, com objetivo de firmá-lo no comércio marítimo mundial. Dias (2010) afirma que durante os anos o porto recebeu várias intervenções e em 1950 operava a plena carga. Porém os anos seguintes foram marcados pela decadência da força do porto associado a aspectos históricos e econômicos. A construção da via elevada, a Perimetral (Figura 97), que ajudou a melhorar o tráfego, criou uma barreira em relação à frente marítima, deixando de ser uma região atrativa. Na década de 80, se iniciam as primeiras discursões para recuperação do waterfront, primeiramente pela iniciativa privada. Por não haver um acordo entre os diferentes setores os planos eram pouco realistas. Em 1987, o governo federal transferiu a iniciativa privada a responsabilidade pelo movimento de cargas, definindo uma nova configuração ao porto carioca. Figura 97 – Vista aérea da Perimetral
Fonte: Disponível em: www.historiadorio.wordpress.com. Acesso em 24 abr. 2014
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3.4.1 O projeto
De acordo com Dias (2010), para o projeto Porto Maravilha, fez-se necessário a inserção de novos instrumentos urbanísticos. Foi criada a Companhia de Desenvolvimento Urbano Regional do Porto do Rio (CDURP) uma sociedade de economia mista, controlada pela prefeitura, tendo como principais funções programar e gerir a concessão das obras e dos serviços públicos além de administrar os recursos patrimoniais e financeiros referentes ao projeto Porto Maravilha. Figura 98 – Área de intervenção atualmente
Fonte: Disponível em: www.portomaravilha.com.br. Acesso em 24 abr. 2014
O Porto Maravilha tem como objetivo, a intenção de fazer a cidade retornar ao próprio eixo com a revalorização do centro e da região portuária. A ideia é possibilitar edificações não só residenciais, mas com diversas funções. Mudanças e melhorias podem ser inseridas em parceria com as atividades estritamente portuárias. (DIAS, 2010).
Figura 99 – Mapa Área de Intervenção do projeto
Fonte: Disponível em: www.portomaravilha.com.br. Acesso em 24 abr. 2014
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Segundo Dias (2010), para que o processo de desenvolvimento do Porto Maravilha tivesse inicio, foi transferido ao munícipio inúmeras propriedades do governo federal. A fase inicial da intervenção urbana foi integralmente assumida pela prefeitura, que desejava atrair investidores. Segundo a CDURP, já estão finalizadas as obras da primeira fase que incluem a construção de novas redes de água, esgoto e drenagem nas avenidas Barão de Tefé e Venezuela e a urbanização do Morro da Conceição, além da restauração dos Jardins Suspensos do Valongo. Em 2012, iniciou a segunda fase onde toda a região será reurbanizada até 2016 e um novo padrão de qualidade dos serviços urbanos serão introduzidos.
3.4.2 Análise do Projeto
a) Conexões: O projeto em sua concepção demonstrou uma preocupação não só em estabelecer conexões, como em melhorar a infraestrutura viária e oferecer uma maior gama de opções para o deslocamento tanto na área de projeto como no entorno, permitindo uma maior integração entre o centro e a região portuária. Figura 100 – Mapa Acessos
Fonte: Disponível em: www.portomaravilha.com.br. Acesso em 24 abr. 2014
Pedestre e Ciclistas: A preocupação em ofertar circuitos para que o ciclista e pedestre pudessem percorrer, fez parte das preocupações do projeto, com
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isso a criação de percursos para pedestre através de passeios públicos, e a inserção da ciclovia.
Veículos: Um dos grandes impactos do projeto Porto Maravilha são as alterações na mobilidade urbana da cidade, com a demolição da Elevada Perimetral, a transformação da Avenida Rodrigues Alves em via expressa, a criação de uma nova e rota, chamada provisoriamente de Binário do Porto (Figura 101). Figura 101 – Binário Porto
Fonte: Disponível em: www.portomaravilha.com.br. Acesso em 24 abr. 2014
Outros modais: O projeto buscou valorizar o sistema viário através da implantação de diversos equipamentos até então não existentes na cidade, como a inserção de circuito do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) (Figura 102) que circulará no Centro e na região portuária. As vias para circulação do BRT, além da instalação do teleférico em um trecho da orla marítima. Figura 102 – Perspectiva percurso VLT
Fonte: Disponível em: www.portomaravilha.com.br. Acesso em 24 abr. 2014
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b) Valorização do Espaço Público: No projeto Porto Maravilha, assim como em outros processos de requalificação urbana, a integração de espaços públicos com equipamentos de lazer e entretenimento visa atrair um maior número de pessoas.
Figura 103 – Mapa de Equipamentos
Fonte: Disponível em: www.portomaravilha.com.br. Acesso em 25 abr. 2014
No Projeto Porto Maravilha um dos principais espaços públicos a ser requalificado é a Praça Mauá (Figura 104). No píer Mauá, considerado um dos principais ícones do projeto, será construído o Museu do Amanhã (Figura 105), um museu interativo projetado pelo arquiteto Santiago Calatrava, com jardins, espelho d’água, ciclovias e áreas de lazer. Figura 104 – Perspectiva Praça Mauá
Fonte: Disponível em: www.portomaravilha.com.br. Acesso em 25 abr. 2014
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Figura 105 – Museu do Amanhã
Fonte: Disponível em: www.portomaravilha.com.br. Acesso em 25 abr. 2014
Outro ícone do projeto, o Museu de Arte do Rio (MAR) (Figura 106), já está concluído, juntamente com a escola artística, a Escola do Olhar, os dois prédios unidos por uma praça, uma passarela e a cobertura em forma de onda. O passeio púbico um espaço democrático localizado entre o antigo armazém e a Praça Mauá.
Figura 106 – Museu Arte do Rio de Janeiro
Fonte: Disponível em: www.portomaravilha.com.br. Acesso em 25 abr. 2014
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Figura 107 – Passei Público
Fonte: Disponível em: www.portomaravilha.com.br. Acesso em 25 abr. 2014
c) Valorização do Contexto Local: O projeto adotou diretrizes para recuperação e valorização do patrimônio histórico e cultural na região portuária, como exemplo, a recuperação dos galpões Gamboa (Figura 108) tornando centro de referência social e cultural da região. Figura 108- Vista de um dos galpões
Fonte: Disponível em: www.portomaravilha.com.br. Acesso em 25 abr. 2014
Outro exemplo foi à criação de um Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana (Figura 109), com inicio das obras na região foram realizados escavações e estudos arqueológicos revelando elementos de importância histórica e cultural. A proposta conta com visitas guiadas, publicações e atividades de divulgação.
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Figura 109 – Mapa Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana
Fonte: Disponível em: www.portomaravilha.com.br. Acesso em 25 abr. 2014 Figura 110 – Cais do Valongo e Imperatriz – Um dos espaços do Circuito Histórico
Fonte: Disponível em: www.portomaravilha.com.br. Acesso em 25 abr. 2014
d) Participação da Comunidade: Para um maior envolvimento da comunidade, o projeto criou o Programa Porto Maravilha Cidadão, que visa à inclusão e participação social dos moradores nas atividades desenvolvidas na região portuária. As principais linhas de ação do programa são:
Diálogo com a população;
Ações de apoio ao micro e pequeno empresário;
Geração de empregos;
Educação para a cidadania.
e) Visão Holística: O projeto do Porto Maravilha seguiu diretrizes semelhantes à de outras operações urbanas para assegurar a participação de diversos agentes do
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poder público, comunidade e investidores. A criação de uma sociedade mista ajudou a mesclar os diversos interesses e dinamizar o processo de planejamento e desenvolvimento do projeto. Figura 111 – Perspectiva do Projeto
Fonte: Disponível em: www.portomaravilha.com.br. Acesso em 25 abr. 2014
f) Uso da água: Ao analisar o projeto foi possível perceber que o uso d’água não foi tão explorado como em outros projetos. A relação do usuário com a água se deu através do percurso de pedestre a beira-mar, assim como o espelho e queda d’água entorno do Museu do Amanhã (Figura 112) e na presença do Aquário Público do Rio de Janeiro (Figura 113) equipamento relacionado diretamente a água e a vida marinha, ainda a ser construído. Figura 112 – Museu do Amanhã – Vista Espelho d’água
Fonte: Disponível em: www.portomaravilha.com.br. Acesso em 25 abr. 2014
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Figura 112 – AquaRio – Aquário Municipal Rio de Janeiro
Fonte: Disponível em: www.oglobo.globo.com. Acesso em 25 abr. 2014
3.5 Síntese Estudo de Caso
A tabela a seguir, apresenta uma síntese dos pontos analisados, através do qual foi possível perceber uma preocupação com o atendimento desses aspectos, tornando o projeto uma operação urbana de grande impacto nos locais inseridos, configurando novas centralidades na cidade e dando ênfase a valorização do planejamento e urbanização.
Conexão
Análise
Tabela 5 – Síntese dos aspectos analisados no Estudo de Caso
Inner Harbor, Baltimore.
V&A Waterfront, Cidade do Cabo.
Expo’98, Lisboa.
Porto Maravilha, Rio de Janeiro.
Valorizou os aspectos de mobilidade e conexões, principalmente no incentivo ao uso do transporte marítimo e no percurso de pedestre.
O V&A Waterfront buscou estabelecer conexões que priorizassem os acessos a importantes equipamentos contemplados pelo projeto.
A criação de estruturas viárias que conectassem o restante da cidade com a área de intervenção foi uma das prioridades do projeto.
A principal preocupação e intervenções de projeto está associado as questões de mobilidade e conexões, na busca de integrar o centro a região portuária.
Valorização do Espaço Público
O projeto é composto por diversos equipamentos ligados ao comércio e turismo, os espaços públicos ofertados servem como auxiliador na permanência das pessoas que visitam o local.
Com uma diversidade de espaços públicos desde parques, jardins, e espaços de estar, o projeto buscou oferecer espaços agradáveis aos visitantes.
A reforma da Praça Mauá é uma das principais atrações do projeto, associado a criação de equipamentos que contribuísse no aumento do público na região.
Valorizar a história e o contexto local, também fez parte do projeto uma vez que a região tem marcos histórico não só para a cidade como para o país, associados principalmente às embarcações marítimas do período de guerra.
O contexto local foi valorizado principalmente no que diz respeito aos aspectos históricos sociais do local, bem como na arquitetura, através da preservação de edificações históricas.
Integrar o centro da cidade com a área de intervenção de forma harmoniosa contribuindo com a identidade da cidade.
A adoção de diretrizes para recuperação e valorização do patrimônio histórico e cultural presente na região portuária, demonstra a preocupação com o contexto do local.
A participação comunitária fez parte do projeto principalmente no que diz respeito à aprovação dos principais equipamentos, interessados nas oportunidades de negócios.
A participação da comunidade esteve totalmente atrelada ao desejo que se tinha de estabelecer uma relação mais próxima com o mar. O reflexo desse apoio são os números de visitantes da própria cidade.
Em virtude, da área de intervenção haver recebido uma exposição mundial, a participação da comunidade foi mais presente Pós Expo’98, através da aprovação de novos projetos e administração dos existentes.
A comunidade está envolvida no projeto, principalmente através das ações desenvolvidas pelo programa Porto Maravilha Cidadão que estabelece os diálogos com a comunidade.
Participação Comunitária
A oferta de equipamentos de lazer e entretenimento atrai um grande número de visitantes ao local e é um dos fatores de sucesso do projeto.
Valorização do Contexto Local
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Uso da água
Visão Holística
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Servindo de exemplo para as primeiras parcerias público-privada o projeto contemplou a participação dos diversos interesses para a elaboração e conclusão do projeto.
A formação de uma equipe multidisciplinar que buscasse atender aos diversos interesses pensando no projeto com uma ação global, garantiu a rapidez de execução e sucesso no planejamento.
A administração dos recursos e bens por uma empresa de capital misto, com o compromisso de apresentar a todos os interessados os resultados do projeto, faz com que o mesmo atenda a um desejo comum.
A criação de uma sociedade mista que auxilia na administração dos diversos interesses, contribui para melhores ações de planejamento.
O uso da água foi uma das preocupações principalmente no que se refere a estabelecer uma relação do usuário com a água.
Com as dificuldades de uma maior aproximação do mar relacionado a aspectos geográficos, o uso da água foi reforçado pela criação de percursos a beiramar e passeios marítimos.
Com o tema da exposição relacionado aos oceanos, o uso da água foi bastante explorado em todo o projeto, destacado pela presença na composição de jardins e espaços públicos.
Mesmo com a presença de percursos a beira-mar, o teleférico. Foi possível observar que o uso da água poderia ter sido maior explorado pelo projeto.
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4 PROPOSTA PROJETUAL Com a proposta de requalificar as margens do canal, com a escolha de algumas áreas com maior potencial para intervenção, o capítulo apresenta um diagnostico urbano da região analisando desde os aspectos relacionados a uso, mobilidade, meio ambiente, relação com a água e potencialidades, de forma a auxiliar uma melhor compreensão da região prevendo as áreas com maiores potencialidades, os desafios do local.
4.1 Diagnóstico Urbano
O diagnóstico foi elaborado, visando compreender e analisar a dinâmica da baía de Vitória, bem como os fatos históricos marcantes relacionados aos aterros, enfatizando de forma macro o contexto presente no Canal de Navegação (Figura 113) local onde se insere a área de intervenção. Figura 113 – Vista Aérea - Canal de Navegação
Fonte: Disponível em: www.skyscrapercity.com. Acesso em 14 mai. 2014
Por se tratar de um projeto que estabelece uma intensa relação com a água, viu se a necessidade de ampliar o diagnostico urbano para todo o canal de Navegação.
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4.2 Baía de Vitória
A baía de Vitória é um sistema aquático de transição entre o rio e mar no Estado do Espírito Santo, que apresenta grande importância econômica e diferentes características, contemplando áreas distintas que vão desde a área de praias, manguezal e o Canal de Navegação. Figura 114 – Mapa – Baía de Vitória
Fonte: Google Earth. Acesso em 20 mai. 2014 Nota: Dados adaptados pelo autor
A história do Estado do Espírito Santo iniciou-se na baía de Vitória. Segundo Miranda (2000) a baía de Vitória é precedida pela Baía do Espírito Santo, situada entre o Porto de Tubarão (na parte continental de Vitória, ao norte) e o Morro de Santa Luzia (ao sul, no município de Vila Velha). A partir do Morro do Moreno tem início a entrada da barra extensa da Baía que segue no sentido Leste-Oeste. De acordo com Miranda (2000), o canal constitui um porto natural, onde se situam os Portos de Vitória e de Capuaba. A parte posterior da baía é denominada Lameirão, manguezal localizado na desembocadura do Rio Santa Maria. A Baía de Vitória tem uma forma irregular, apesar dos constantes aterros e da descaracterização das restingas e mangues. Os aterros na cidade de Vitória alteraram o espaço físico e o contorno da cidade, com a ocupação de áreas de mar e mangue, transformando a paisagem e transformando diretamente a baía de Vitória.
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De acordo com Farias (2010), os surgimentos dos aterros tiveram inicio na área central da Cidade, como expansão da primeira área de ocupação, a Cidade Alta. Sendo a região onde atualmente se encontra a Praça Costa Pereira, as primeiras áreas a serem aterrada, ainda no século XVIII. Na área do Centro, próximo ao Canal de Navegação está presente os aterros do Porto, Ilha do Príncipe, a Ilha de Santa Maria, Monte Belo e Enseada do Suá. Figura 115 – Mapa – Histórico Aterros
Fonte: Disponível em: deolhonailha-vix.blogspot.com.br. Acesso em 21 mai. 2014
Segundo Farias (2010), um marco para os aterros da cidade de Vitória foi à construção do porto na ilha de Vitória justificada do ponto de vista político como um impulso socioeconômico para desenvolvimento da capital além da ampliação do sítio urbano. As obras do porto foram iniciadas com o fechamento da lateral avançando ao mar, até encontrar profundidade. A área formada por esse enrocamento recebeu aterros com areia retirada da dragagem do canal de acesso, originando a plataforma que ganharia os armazéns do porto.
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Figura 116 – Avenida Jerônimo Monteiro 1936
Fonte: Disponível em: deolhonailha-vix.blogspot.com.br. Acesso em 21 mai. 2014
O bairro Ilha do Príncipe (Figura 117), hoje anexada à Ilha de Vitória, antes era mesmo uma ilha. Para viabilizar a construção das pontes, para ampliar os acessos do porto com as demais regiões, foram realizados pequenos aterros até 1960. Em 1957 foi aprovada uma Lei Municipal 664, que autorizava aterrar área do mar localizada entre a Ponte “Florentino Avidos” e o Cais Schimidt, sendo loteada e vendida em concorrência pública, sendo realizada grande área de aterro, incorporando a Vitória utilizando o produto da dragagem de aprofundamento do canal. (FARIAS, 2010). Figura 117 – Ilha do Príncipe, 1954.
Fonte: Disponível em: deolhonailha-vix.blogspot.com.br. Acesso em 21 mai. 2014
Segundo Farias (2010), foi a partir do Plano de Valorização Econômica, no período de 1951 a 1955, que a área entre o Forte São João e Bento Ferreira recebeu obras de aterro, tendo como objetivo a recuperação de áreas de manguezais. Nesse mesmo período foi construído o enrocamento, desde as proximidades do Suá até o porto de Vitória, com intenção de isolar mangues e aterrá-los com desmontes de morros e área retirada pela dragagem do canal.
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Figura 118 – Baía de Vitória,1953
Fonte: Disponível em: deolhonailha-vix.blogspot.com.br. Acesso em 21 mai. 2014
Em 1971, anunciou-se um projeto de urbanização para a Praia do Suá e em 1972 foi assinado o contrato de execução do aterro das áreas limitadas Praias do Suá, Santa Helena, Comprida e Praia do Canto, e pelos enrocamentos ligando as ilhas do Sururu, do Bode e do Boi às pontas do Suá, de Cima e Formosa. O projeto tinha por objetivo o aproveitamento racional de grande área de localização privilegiada. (FARIAS, 2010).
4.3 Uso do Solo
O Canal apresenta uma diversidade de usos ao longo de sua extensão, com diversas edificações, áreas verdes de preservação ambiental, atividades relacionadas à economia local. Essas atividades econômicas estão relacionadas ao complexo portuário de Vitória que é composto por dez unidades, estando seis delas presentes no canal da baía de Vitória. Conforme fig. 119:
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Figura 119– Mapa – Atividades Portuárias Canal de Navegação
Fonte: Google Earth. Acesso em 20 abr. 2014 Nota: Dados adaptados pelo autor Tabela 6 – Atividades Portuárias Canal de Navegação – Baía de Vitória ATIVIDADES PORTUÁRIAS – CANAL DE NAVEGAÇÃO Opera carga geral e Figura 120 – Área 1 - Porto de Vitória – Cais Comercial produtos siderúrgicos.
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 26 abr. 2014 Figura 121 – Área 2 - Porto de Vitória – Cais de Capuaba
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 26 abr. 2014
Composto pelo Terminal Portuário de Vila Velha (TVV), que operam containers, navios rollon roll-off, mármore e granito e carga geral. Dispondo de um acesso rodoferroviário.
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Figura 122 – Área 3 - Porto de Vitória – Cais de Paul
Opera a movimentação de granel sólido e ferro gusa.
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 26 abr. 2014 Figura 123 – Área 4 - Porto de Vitória – Terminal da Flexibras
Para movimentação de embarcações de apoio a plataforma de petróleo. Tem condições de atracar navios de até 140 metros de comprimentos.
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 26 abr. 2014 Figura 124 – Área 5 - Terminal Prysmian
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 26 abr. 2014 Figura 125 – Área 6 - Terminal de granéis líquidos de São Torquato
Fonte: Disponível em: www.vilavelha.es.gov.br. Acesso em 26 abr. 2014
Fabricação e embarque de cabos umbilicais.
Destinado à movimentação de derivados de petróleo e álcool, recebe navios de até 145 m.
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Além das atividades portuárias, o Canal de Navegação possui uma parte das suas margens ocupadas por edificações residenciais e comerciais em alguns pontos com distinções na sua morfologia, fortemente relacionada aos aspectos econômicos. Figura 126 – Vista margens do Canal de Navegação, Bairro Ilha das Flores, Vila Velha.
Figura 127 – Vista margens do Canal de Navegação, Bairro Centro, Vitória
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Figura 128 – Mapa Bairros às margens do Canal de Navegação, Vitória e Vila Velha.
Fonte: Prefeitura Municipal de Vitória e Prefeitura Municipal de Vila Velha Nota: Dados adaptados pelo autor
No Munícipio de Vitória áreas urbanizadas próximas ao Canal de Navegação ocorrem em parte da Enseada do Suá (Figura 129), bairro composto por parte de aterro, que fez parte do Plano de Embelezamento da Cidade de Vitória, hoje considerado de classe média e alta sendo um dos m² mais caros da cidade. Figura 129 – Vista Bairro Enseada do Suá, Vitória – ES
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 3 mai. 2014
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O bairro Jesus de Nazareth (Figura 130) localizado ao lado da Praça do Papa em Vitória foi ocupado de forma desordenada e nas encostas do morro pela necessidade de moradia, pela carência das famílias e pela abundância da pesca. Mais próximo ao mar encontra-se a vila de pescadores Jesus de Nazareth, que conta com um número significativo de comércios relacionados a pesca. A Ilha de Santa Maria surgiu da execução de pequenos aterros possui uma diversidade de usos tendo como predominância o uso residencial e comercial. Figura 130 – Vista Bairro Jesus de Nazareth, Vitória – ES
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 3 mai. 2014
A parte do Centro (Figura 131) próxima ao Canal é composta por edifícios de predominância comercial. A Ilha do Príncipe teve em sua formação invasões dos trabalhadores da construção da Ponte Florentinos Ávidos, com diversos problemas de saneamento é considerado uma das favelas da Cidade de Vitória, com predominância de residências e pequenos comércios. Um equipamento importante presente no local é a Rodoviária da cidade. Figura 131 – Vista Centro, Vitória – ES
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 3 mai. 2014
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Em Vila Velha, parte do bairro Paul, considerado de grande importância para o crescimento do Município de Vila Velha, devido às embarcações que atracavam no cais Paul, com mercadorias e pessoas. Margeia também parte do bairro da Glória, que teve seu crescimento relacionado às instalações da fábrica de chocolates Garoto, sendo atualmente o principal polo de confecções de roupas do município, e o bairro Prainha que possui um contexto histórico importante para a cidade, além de ser importante para o comércio da pesca.
Figura 132 – Mapa – Usos – atividades especiais
Fonte: Google Earth. Acesso em 28 mai. 2014 Nota: Dados adaptados pelo autor
Em um menor número há também a presença de áreas voltadas ao lazer e entretenimento, contando em Vila Velha com o Museu da Vale (Figura 133), e espaços de eventos esporádicos como o Parque da Prainha também em Vila Velha. E em Vitória temos duas praças que fazem parte do entorno do Canal de Navegação, a Praça Getúlio Vargas, no Centro de Vitória, e a Praça do Papa local na Enseda do Suá. Outro edifício importante localizado no Canal de Navegação que está relacionado à religiosidade, e é também o maior cartão-postal da cidade de Vila Velha, é o Convento Nossa Senhora da Penha, que recebe milhares de visitantes durante todo ano, localizado no alto do morro, possui uma vista privilegiada da cidade de Vitória e Vila Velha.
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Figura 133 – Museu da Vale, Vila Velha - ES
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 5 mai. 2014
Além das atividades de importância militar e estadual, como a presença da Capitania dos Portos, a Escola de Aprendizes da Marinha do Espírito Santo (Figura 134), o 38 Batalhão de Infantaria em Vila Velha (Figura 135). Figura 134 – Mapa Usos – Militar e Estadual
Fonte: Google Earth. Acesso em 28 mai. 2014 Nota: Dados adaptados pelo autor
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Figura 135 – Escola de Aprendizes da Marinha do Espírito Santo, Vila Velha - ES
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 8 mai. 2014
Figura 136 – 38 Batalhão de Infantaria, Vila Velha - ES.
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 8 mai. 2014
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4.4 Zoneamento Figura 137 – Mapa Zoneamento
Fonte: PDM de Vitória e PDM de Vila Velha Nota: Dados adaptados pelo autor
Para apresentar o Zoneamento ao longo do Canal de Navegação (Figura 137) é necessário considerar o fato de que o Canal margeia Municipios diferentes, onde a legislação está relacionada as necessidades e diretrizes de cada um. No Plano Diretor Municipal de Vitória, temos ao longo do Canal, quatro Zoneamentos diferentes: Zona de Proteção Ambiental, Zona de Ocupação Preferencial, Zona de Interesse Social, Zona de Equipamentos Especiais e Zona Arterial.
Zona de Proteção Ambiental: Segundo os artigos 74 e 76, da Lei 6.705, a Zona de Proteção Ambiental é definida de acordo com as necessidades de proteção, compostos por ecossistemas de interesse para a preservação, conservação e atividades sustentáveis.
Zona de Ocupação Preferencial: De acordo com os artigos 82,83, 84 e 85 da Lei 6.705, a Zona de Ocupação Preferencial segundo a legislação é composta por áreas em transformação urbana acelerada e por grandes áreas desocupadas. O intuito dessa zona é induzir, sob a Coordenação do Poder Público, os processos de transformações urbanas, preservar visuais de marcos significativos da paisagem e estimular o uso múltiplo, com interação dos usos residenciais e não residenciais.
Zona de Interesse Social: Os artigos 92 e 93, da Lei 6.705, Zona Especial de Interesse Social são as porções do território onde deverá ser promovida a
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regularização fundiária e urbanística dos assentamentos habitacionais de baixa renda existentes e consolidados e o desenvolvimentos de programas habitacionais de interesse social nas áreas não utilizadas ou subutilizadas.
Zona de Equipamentos Especiais: De acordo com o artigo 109, da Lei 6.705, as Zonas de Equipamentos Especiais são compostas por áreas que englobam atividades com características especiais, que exercem ou possam exercer impactos econômicos, urbanísticos, ambientais e funcionais, no Município de Vitória.
O Zoneamento as margens do Canal no Município de Vitória, foram definidas de acordo com a configuração de ocupação que as mesmas foram sendo definidas. Além da preocupação na preservação de alguns elementos paisagísticos e visuais importantes. Quanto ao Plano Diretor Municipal de Vila Velha, temos Zona Especial de Interesse Ambiental, Zona de Equipamento Especial, Zona de Especial Interesse Econômico e a Zona de Proteção Ambiental e Cultural.
Zona Especial de Interesse Ambiental: De acordo com os artigos 103, da Lei 4.575, a Zona Especial de Interesse Ambiental são parcelas do território municipal, de domínio público ou privado, onde é fundamental a proteção e a conservação dos recursos naturais, com sua adequada utilização visando à preservação do meio ambiente.
Zona de Equipamento Especial: Segundo o artigo 84, Lei 4.575, a Zona de Equipamentos Especiais é composta por áreas do território municipal de Vila Velha, destinadas a abrigar atividades econômicas e funcionais, especialmente às de natureza portuária, que gerem impactos urbanos e ambientas.
Zona de Especial Interesse Econômico: De acordo com os artigos 110, da Lei 4.575, as Zonas de Especial Interesse Econômico, são parcelas do território municipal, de domínio público ou privado, destinadas à implantação de atividades econômicas, funcionais ou industriais de grande e médio porte, visando ao fortalecimento econômico do Município nas suas várias especializações.
Zona de Proteção Ambiental e Cultural: O artigo 81, Lei 4.575 define a Zona de Proteção do Ambiente Cultural - ZPAC constitui -se de áreas centrais destinadas à proteção do patrimônio ambiental, histórico e cultural, com o objetivo de garanti r a preservação e proteção dos bens existentes.
O Zoneamento do Município de Vila Velha apresenta além do interesse na preservação de áreas ambientais e de impacto paisagístico e visuais importantes, uma forte tendência ao interesse de ocupações de atividades econômicas na região, atreladas as atividades
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portuárias existentes. Todavia é possível perceber que em alguns locais a infraestrutura e a própria configuração do entorno não se enquadra em atividades econômicas intensas, além da desvalorização da paisagem que algumas dessas atividades poderiam acarretar.
4.5 Aspectos Visuais e Ambientais
Com uma diversidade de elementos construídos assim como naturais, o Canal possui em sua composição uma parcela relevante de áreas ambientais. Essas áreas ambientais oferecem uma riqueza na composição da paisagem da cidade. Todavia apesar do seu destaque visual e beleza paisagística, essas áreas poderiam ser mais bem exploradas de forma consciente e com usos apropriados, agregando um maior valor. Destacam-se as principais áreas verdes, conforme figura138: Figura 138 – Mapa – Áreas Verdes – Canal de Navegação
Fonte: Google Earth. Acesso em 25 mai. 2014 Nota: Dados adaptados pelo autor
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Tabela 7 – Áreas Verdes – Baía de Vitória ÁREAS VERDES
Figura 139 – Morro do Convento da Penha, Vila Velha ES
Local, onde está construído o Convento da Penha, um dos maiores pontos de referência religiosa e turística da Cidade de Vila Velha.
Fonte: Disponível em: www.soarquitetura.com.br. Acesso em 12 mai. 2014 Figura 140 – Morro do Moreno, Vila Velha – ES
Encontra-se ao lado do Morro do Convento da Penha, e juntos compõe a entrada do Munícipio de Vila Velha, daqueles que chegam a Cidade pela terceira ponte. Possui locais para pesca, rapel, trilhas (trekking), bicicleta de montanha, rampa para voo livre, fonte com água mineral, e possui uma das mais belas visuais para Cidade de Vitória e Vila Velha.
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 12 mai. 2014 Figura 141 – Morro Jaburuna, Vila Velha – ES
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 12 mai. 2014
Localizado no bairro Olaria, Vila Velha e é disposto por um complexo de três maciços rochosos litorâneos. Apresenta diversas espécies de animais e remanescentes de Mata Atlântica.
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Figura 142 – Parque Natural Municipal Morro da Manteigueira, Vila Velha
O Parque Natural Municipal Morro da Manteigueira foi criado através da Lei Municipal Nº 4105. Ele está localizado no bairro Glória, às margens do canal da baía de Vitória, na foz do rio Aribiri. Destaca-se o morro da Manteigueira onde, no início do século XX, existia uma casa com a arquitetura semelhante a uma manteigueira, dando origem ao nome atual do Parque.
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 12 mai. 2014 Figura 143 – Morro do Penedo, Vila Velha
Localizado nas proximidades do Porto de Capuaba, massa granítica de 135 metros de altitude, seu nome significa rochedo, penha, porque vem de penhasco. Com proposta para criação de um parque tornando uma unidade de conservação.
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 12 mai. 2014 Figura 144 – Ilha das Cobras, Vitória Localizada no centro do canal acesso ao porto e centro da cidade Vitória, capital do Estado do Espírito Santo, de Vitória, se destaca pela deslumbrante cobertura vegetal, composta de exemplares típicos da mata atlântica.
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 12 mai. 2014
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Figura 145 – Reserva Ecológica Ilha do Papagaio, Vitória
Localizado nas proximidades da Praça do Papa, a Reserva Ecológica Ilha do Papagaio, possui um mirante e onde está localizado o Projeto Tamar.
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 12 mai. 2014 Figura 146 – Ilha da Fumaça, Vitória
A ilha da Fumaça localizada nas proximidades do bairro Ilha de Santa Maria em Vitória é uma das Ilhas da Baía de Vitória, sendo de propriedade de Antenor Guimarães. Em 1922, instalou-se energia elétrica, posteriormente se construiu armazéns em diversos pontos da ilha, para desenvolver os negócios de logística marítima.
Fonte: Disponível em: www.gazetaonline.globo.com. Acesso em 12 mai. 2014
4.6 Relações Água X Cidade
Uma presença notável ao longo do Canal de Navegação e por toda a Baia de Vitória é a presença dos Catraieiros, os catraieiros (Figura 147) fazem travessia entre as cidades de Vitória e Vila Velha, com o deck localizado no Centro da Capital, há uma movimentação de pessoas que fazem uso das catraias para atravessar a cidade pelo mar. Segundo Sodré (2013), as catraias fazem parte da paisagem há mais de 80 anos e até hoje elas se apresentam como um excelente transporte alternativo para a população que precisa sair ou chegar ao centro de Vitória. Em Vila Velha, o cais dos catraieiros fica no bairro Paul, mas está completamente destruindo, parecido com uma obra abandonada.
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Figura 147 – Catraieiro, em Vitória - ES
Fonte: Disponível em: www.vitoria.es.gov.br. Acesso em 20 out. 2014
Ao longo do Canal, também são realizadas a pratica de algumas modalidades de esportes náuticos, principalmente do remo (Figura 148) ocorrem na região. Com a presença do Clube de Natação e Regatas Alvares Cabral nas proximidades do Canal que oferta a pratica desse esporte e a realização de campeonatos. Figura 148 – Catraieiro, em Vitória - ES
Fonte: Disponível em: globoesporte.globo.com. Acesso em em 20 out. 2014
Na região do Canal, a quantidade de praias localizadas no Canal de Navegação é menor se comparada às demais faixas litorâneas da região, e segundo o Instituto Estadual do Meio Ambiente (IEMA), as praias localizadas na região do Canal, encontram-se imprópria para uso de banhistas ou interditada.
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Figura 149 – Mapa – Balneabilidade – Canal de Navegação
Fonte: Google Earth. IEMA. Acesso em 25 mai. 2014 Nota: Dados adaptados pelo autor
Figura 150 – Praia do Meio, Vitória – ES
Fonte: Disponível em: www.terracapixaba.com. Acesso em 18 mai. 2014
Em áreas como a Prainha (Figura 151), as pessoas conseguem ter contato com a água, mesmo sendo uma região de movimentação intensa de pequenas embarcações. A Vila de pescadores em Jesus de Nazareth em Vitória é outro ponto com a presença de pequenas embarcações pertencentes a pescadores.
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Figura 151 – Prainha, Vila Velha – ES
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 18 mai. 2014
A pesca também é uma atividade presente ao longo de todo o Canal, regiões como o píer de Jesus de Nazareth (Figura 152), a Ilha da Fumaça, a Prainha tem em sua configuração a presença constante dos pescadores. Figura 152 – Píer dos Pescadores, Jesus de Nazareth, Vitória – ES.
Na Praça do Papa (Figura 153) na Enseada do Suá existe uma área de grama e a divisão com água acontece através de uma barreira com pedras, possibilitando um contato mais próximo com água. Há uma praia denominada Praia do Suá, porém a mesma é considerada imprópria para banho.
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Figura 153 – Praça do Papa, Vitória – ES
Fonte: Disponível em: www.panoramio.com. Acesso em 18 mai. 2014
Nas áreas próximas à região portuária e as Grandes Avenidas como a Avenida beira-mar (Figura 154), essa aproximação com a água se dá através da presença de um percurso para pedestre, a presença de uma parede de alvenaria, uma barreira física divisora entre a cidade e água. Figura 154 – Calçada Avenida Beira-mar, Vitória – ES
Fonte: Disponível em: www.vitoria.es.gov.br. Acesso em 18 mai. 2014
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Figura 155 – Mapa – Locais com acesso restrito – Canal de Navegação
Fonte: Google Earth. Acesso em 27 mai. 2014 Nota: Dados adaptados pelo autor
Há também áreas que por serem privadas há uma dificuldade nos acessos, não se há a possibilidade de serem contempladas e com usos voltados para as pessoas, e espaços que possam atrair convívio como o caso da Ilha da Fumaça em Vitória.
4.7 Mobilidade/Acessibilidade
O Canal estabelece uma faixa de divisão entre os munícipios de Vitória x Vila Velha e Vitória x Cariacica. Há presença das pontes que estabelecem a ligação das regiões. As conexões apresentadas (Figura 156) são os principais elementos de ligação entre os munícipios e eles recebem um fluxo intenso de veículos todos os dias.
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Figura 156 – Mapa – Conexões – Canal de Navegação
Além das conexões existentes, o interesse do poder público Estadual e Municipal em trazer novas soluções que visam a melhoria no aspecto da mobilidade, principalmente no que se refere as ligações entre os munícipios que beiram o Canal, faz com que algumas soluções venham sendo estudadas e implantadas para melhoria da locomoção. Um dos projetos em andamento para estabelecer uma nova conexão entre os munícipios de Vitória e Cariacica é a quarta ponte. Segundo Mendonça (2012), a Quarta Ponte (Figura 157) prevê oito pistas, sendo duas exclusivas para ônibus, a via ainda irá contar com espaço destinado a ciclistas e pedestres. Com saída região do antigo cais de Santo Antônio, em Vitória, fazendo ligação com a Rodovia Serafim Derenzi. E em Cariacica do bairro de Porto de Santana com ligações às rodovias José Sette e do Contorno (BR 101). Possuíra altura semelhante a segunda ponte, uma vez que não há a presença de grandes embarcações no local, e terá a maior largura na Região Metropolitana.
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Figura 157 – Projeto Quarta Ponte. (Ligação Vitória X Cariacica)
Fonte: Disponível em: www.gazetaonline.globo.com. Acesso em 26 mai. 2014
Há estudos de outros projetos que visam novas formas de mobilidade para a região, alguns já em andamento. É o caso do BRT, que será um projeto de grande impacto na mobilidade da região, sendo um corredor exclusivo para ônibus implantados em algumas cidades do Brasil. O BRT (Figura 158), no Espírito Santo atenderá os munícipios de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica, com quarenta e três estações atenderá as regiões onde há maior número de viagens de ônibus. Para evitar congestionamento nas principais avenidas que o projeto contempla serão realizadas algumas obras, tais como a implantação de quatro viadutos, três túneis, duas passarelas, uma ponte, um novo Terminal de Carapina e reformando demais terminais. O projeto ainda prevê uma integração com o aquaviário. (BORGES, 2013).
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Figura 158 – Projeto BRT. (Trajeto)
Fonte: Disponível em: www.g1.globo.com. Acesso em 26 mai. 2014
De acordo com A GAZETA (2013), o sistema do aquaviário (Figura 159) será reativado prevendo ligação entre Vitória e Vila Velha, com estações no Centro, Dom Bosco, Enseada do Suá, em Vitória e Prainha em Vila Velha, o projeto que irá ser interligado ao sistema de ônibus (existente) e ao BRT (em andamento), visando uma nova opção de locomoção para as pessoas. Figura 159 – Projeto Aquaviário. (Conexão Vitória X Vila Velha)
Fonte: Disponível em: www.gazetaonline.globo.com. Acesso em 26 mai. 2014
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Outro estudo proposto como forma de solucionar as questões de mobilidade, foi o da construção de um túnel subaquático (Figura 161) ligando Vitória e Vila Velha. De acordo com Farias (2011), é considerado como uma solução limpa, pela redução de impacto na paisagem que o projeto poderia causar, uma vez que o mesmo aconteceria de maneira submersa. Contudo houve muitas controvérsias em relação ao projeto, devido aos custos e o prejuízo ambiental que um projeto como esse poderia causar. Além do túnel o estudo prevê um aterro (Figura 160) na Ilha de Santa Maria, em Vitória, incorporando a Ilha da Fumaça. O projeto foi interrompido.
Figura 160 – Projeto aterro Ilha de Santa Maria, Vitória
Fonte: Disponível em: deolhonailha-vix.blogspot.com.br. Acesso em 26 mai. 2014 Figura 161 – Projeto Túnel. (Ligação Vitória X Vila Velha)
Fonte: Disponível em: deolhonailha-vix.blogspot.com.br. Acesso em 26 mai. 2014
Uma solução aparentemente simples implantada recentemente, que além de auxiliar na locomoção das pessoas tem proporcionado oportunidade de lazer e o incentivo do uso da
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bicicleta como meio de locomoção e atividade física foi à implantação do projeto Rua de Lazer (Figura 162), organizado pela Prefeitura do Munícipio de Vitória, estabelece que aos domingos e feriados em um determinado período do dia, trechos de vias movimentadas da cidade se tornam um espaço livre para a prática de esportes e brincadeiras. Pedestres podem caminhar, correr, pedalar, andar de patins, skate e outros equipamentos esportivos. Figura 162 – Av. Mascarenhas de Moraes, Vitória – ES (Projeto Rua de Lazer)
Fonte: Disponível em: www.vitoria.es.gov.br. Acesso em 27 mai. 2014
4.8 Potencialidades e Projetos Existentes
Por se tratar de uma área de extremo interesse tanto dos munícipios, como também do estado, há uma diversidade de projetos que se insere no Canal de Navegação, que vão desde os projetos para melhoria da mobilidade citados anteriormente, até projetos e estudos voltados a economia, lazer e entretenimento da região. Figura 163 – Mapa Potencialidades – Canal de Navegação
Fonte: Google Earth. Acesso em 27 mai. 2014 Nota: Dados adaptados pelo autor
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Um dos projetos existentes, já em andamento é o Cais das Artes (Figura 164), desenvolvido pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha. De acordo com Corullon e Cedroni (2008). O projeto Cais das Artes, conta com um Museu e um Teatro, está localizado no Bairro Enseada do Suá em Vitória. Possui uma esplanada como uma praça aberta, um passeio público junto ao mar. Os edifícios foram elevados de forma a permitir visuais livres e desimpedidas desde a praça para todo o entorno. Figura 164 – Projeto Cais das Artes, Vitória. (Local de implantação)
Fonte: Disponível em: www.metroo.com.br. Acesso em 27 mai. 2014
Possui diversos equipamentos como cafés, livrarias e espaços para espetáculos cênicos e exposições ao ar livre. O Museu conta com uma área expositiva de 3.000 m², e o Teatro com capacidade para 1.300 espectadores. (CORULLON E CEDRONI, 2008). Figura 165 – Perspectiva Cais das Artes, Vitória
Fonte: Disponível em: www.metroo.com.br. Acesso em 27 mai. 2014
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Figura 166 – Vista do Canal de Navegação – Cais das Artes, Vitória
Fonte: Disponível em: www.metroo.com.br. Acesso em 27 mai. 2014
Outra área com grande potencial para implantação de equipamentos voltados para lazer e turismo é a área da Prainha em Vila Velha, alguns projetos foram desenvolvidos para a região, contudo nenhum foi implantado até o presente momento. Um dos projetos desenvolvidos foi realizado pelo Governo do Estado do Espírito Santo, por meio das Secretarias de Estado de Transportes e Obras Públicas e da Cultura, com a participação das empresas Garoto. O projeto elaborado pelo arquiteto Alexandre Feu Rosa (Figura 167) possui plataformas elevadas e duas torres de vidro paralelas, a dois metros do chão. (AU, 2007). “[...] a plataforma divide o parque em dois espaços: acima, uma esplanada plana com fontes interativas que brotam do chão, pistas de patinação, espelho d'água e as duas torres de vidro. Quando desligadas as fontes, o espaço torna-se disponível para grandes eventos, abrigando cerca de 80 mil pessoas. Na parte inferior será construído um memorial para contar a história do Estado, camarins, e uma galeria para exposições itinerantes.” (AU,2007). Figura 167 – Perspectiva Projeto Prainha, Vila Velha. (dia) – Arquiteto Feu Rosa
Fonte: Disponível em: www.au.pini.com.br. Acesso em 27 mai. 2014
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Figura 168 – Perspectiva Projeto Prainha, Vila Velha. (noite) – Arquiteto Feu Rosa
Fonte: Disponível em: www.au.pini.com.br. Acesso em 27 mai. 2014
O local que possui importância histórica para região, com alguns prédios históricos, fez com que o projeto gerasse polêmica entre os moradores e algumas autoridades da região, pois apesar da necessidade de reforma da região, a comunidade acredita que o projeto deve seguir os padrões de preservação do sítio histórico. (AU, 2007). Um segundo projeto foi elaborado para região. Segundo Louzas (2013), o projeto foi elaborado pela parceria do escritório Lindgren Arquitetos Associados e do arquiteto Sandro Pretti (Figura 169). Figura 169 – Perspectiva Projeto Prainha, Vila Velha - Escritório Lindgren Arquitetos Associados
Fonte: Disponível em: www.pretti.com.br. Acesso em 28 mai. 2014
O projeto prevê a construção de uma praça cívica, um memorial para abrigar o acervo da Casa da Memória e um Centro de Apoio ao turista. Além da construção de uma marina
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pública, estaleiro, oficina de manutenção, cooperativa, carga e descarga, colônia de pesca, lojas, restaurantes ainda um suporte para a instalação do terminal aquaviário esse conjunto de equipamentos foi denominado Pavilhão Mar. (LOUZAS, 2013). Figura 170 – Perspectiva Projeto Prainha, Vila Velha (marina)
Fonte: Disponível em: www.pretti.com.br. Acesso em 28 mai. 2014
Outro projeto na região do Canal foi desenvolvido em 2007, por uma equipe de arquitetos do escritório do Willy Müller, um arquiteto argentino residente em Barcelona na Espanha. O projeto elaborado para região da Ilha de Santa Maria, em Vitoria – ES baseou-se em um aprofundado estudo sobre a problemática da cidade de Vitória e tem como objetivo apresentar uma solução eficiente para a questão do reconhecimento da cidade por seus habitantes. A área escolhida é toda a zona compreendida entre a ilha da fumaça e a curva do clube Saldanha da Gama, adentrando na baía, até as ilhas do Urubu e das Tendas. Será necessário realizar um aterro nesta região, de aproximadamente 160.000 m 2, que abrigará um parque público, uma marina pública, uma torre com diversos usos – identidade do projeto – além de restaurantes, bares e espaços de lazer. (MULLER, 2007) Figura 171 – Perspectiva Parque Urbano
Fonte: Disponível em: www.mellozanon.com.br. Acesso em 28 mai. 2014
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A proposta possui a criação de um Parque Urbano (Figura 171), o Parque Saldanha da Gama, um parque de lazer, para receber um público de diversas faixas etárias. Ao lado da Ilha da Fumaça, uma marina pública, além da marina uma série de instalações também foi prevista como berço de atracação para navios de turismo (cruzeiros). Para completar o projeto a criação de um edifício torre-jardim que englobará auditório, hotel, residências, lojas, cinemas e casa de espetáculo, atendendo à demanda do setor turístico e da população em geral, além de contribuir para o desenvolvimento da região. (MULLER, 2007). Figura 172 – Marina e Torre-Jardim ao fundo
Fonte: Disponível em: www.mellozanon.com.br. Acesso em 28 mai. 2014
Além dos projetos pontuais mencionados, foi elaborado um plano urbanístico para a Baía de Vitória (Figura 173) elaborado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha. De acordo com Braga (2011), o arquiteto contratado em 1992 e 1993 para coordenar a concepção arquitetônica e urbanística do projeto. O objetivo do projeto era a recuperação e preservação do patrimônio cultural e ambiental, junto a novas atividades urbanas e sociais, para promoção de desenvolvimento socioeconômico. “A diversidade de vertentes propostas por Paulo Mendes explicita o desejo de integração de disciplinas, associando profissionais para fazer brilhar o que é peculiar ao lugar. As intervenções em vias fluviais têm função estruturadora no plano, junto ao desejo de despoluição e navegabilidade dos rios e mares, e a construção de novas conexões metropolitanas.” (BRAGA, 2011, p. 4-5).
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Figura 173 – Mapa Plano Urbanístico para Baía de Vitória
Fonte: Disponível em: www.docomomo.org.br. Acesso em 28 mai. 2014
De acordo com Braga (2011), o plano pretende fazer do porto uma parte ativa da cidade, o projeto prevê um grande pavilhão, com um auditório independente na cobertura, a criação de uma nova esplanada no Suá, com estacionamento subterrâneo. O térreo abriga um continuo espaço público, com comércios e serviços. Em frente ao novo aterro, três torres sobre as águas e conectadas a nova esplanada formam o Centro Empresarial. E a construção de uma praça/edifício, com cais de bordas atracáveis, envolvendo a Ilha da Fumaça. Está praça seria um centro de serviço e comércio, com uma pedra no centro, remanescente do desmonte da ilha. Com o crescimento das cidades o plano propõe a criação de novas conexões. Tendo sido estudado a proposta da ponte com ligação entre Vitória e Cariacica, o túnel submerso para Vila Velha, e o túnel para Centro de Vitória. (BRAGA, 2011) Além das áreas que possuem projetos e estudos em andamento, foi possível pontuar alguns outros locais (Figura 163) onde com algumas mudanças na dinâmica da cidade, tornaria possível e viável uma requalificação. Tais, como a Prainha da Glória, em Vila Velha que possui uma bela paisagem, entre áreas consideradas de interesse na Preservação
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Ambiental, que não tem sido utilizada de acordo com o potencial que possui. A Ilha da Fumaça e a orla da Ilha de Santa Maria, em Vitória que possui características que podem agregar valor a região. A área do Parque da Mantegueira em Vila Velha, que pode ser explorado de maneira consciente em seus recursos ambientais, como uma opção de lazer na região. As áreas atualmente portuárias, como o Cais Paul em Vila Velha, e o Terminal da Flexibras em Vitória, que com as novas propostas da criação de um Superporto em Vila Velha, podendo impactar diretamente no fluxo de atividades dessas áreas e até mesmo no deslocamento das suas atividades para o novo porto, o que tornaria essas áreas obsoletas, podendo ser apropriados para criação de espaços públicos e equipamentos de lazer de qualidade.
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5 ELABORAÇÃO PROPOSTAS: UM NOVO OLHAR PARA AS MARGENS DO CANAL Com base na analise do mapa de potencialidade (fig.157), foram feitas a escolha das áreas para se trabalhar as propostas conceituais de requalificação. As áreas escolhidas foram baseadas na potencialidade de renovar a dinâmica atual e a possibilidade de interligação pelo modal marítimo. As propostas foram elaboradas a partir dos aspectos estudados ao longo do trabalho. O capítulo apresenta as áreas escolhidas, as propostas de integração dessas áreas através da mobilidade, e as propostas conceituais para cada área escolhida.
5.1 Áreas Escolhidas
Um dos grandes desafios dos projetos de requalificação é ofertar espaços que agreguem valor ao local inserido e que se adequem as atividades que irão permanecer no seu entorno. A intenção dos projetos de requalificação às margens do Canal é a criação de espaços públicos de qualidade, trazendo uma nova dinâmica à região. Após analisar alguns aspectos importantes do contexto urbano e identificar áreas com potencial para elaboração de um projeto de requalificação, foi realizada a escolha das áreas para intervenção baseada principalmente no seu potencial paisagístico, localização, possibilidade de uso e interligação através do mar. Na elaboração dos estudos foi possível perceber a complexidade de se criar um projeto que atenda todos os requisitos apresentados ao longo do trabalho.
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Figura 174 – Mapa Propostas
Para definição dos setores de intervenção (Figura 174), foram analisadas questões como paisagem, uso e mobilidade. Essas áreas estão inseridas em locais consolidados que apresentam um contexto diferenciado. Os setores escolhidos localizam-se nas cidades de Vitória e Vila Velha. Em Vila Velha foi selecionado o Sítio Histórico da Prainha, a Prainha da Glória e uma área do Porto Capuaba. E em Vitória uma pequena porção às margens do Canal no Bairro Jesus de Nazareth e a Orla Monte Belo e Ilha da Fumaça. Pela extensão e particularidades de cada uma das áreas, a elaboração de estudos se limitou a área do Sitio Histórico da Prainha, a área denominada Prainha da Glória em Vila Velha e a área no bairro Jesus de Nazareth em Vitória, as demais áreas serão apresentadas algumas diretrizes para futuras propostas. Esse capítulo objetiva apresentar as áreas escolhidas e as propostas conceituais para cada uma, norteadas a partir das diretrizes apresentadas na fundamentação teórica e adequação do contexto de cada local.
120
5.2 Soluções Mobilidade Figura 175 – Mapa Proposta Mobilidade
Ao propor uma intervenção de impacto no contexto urbano, a mobilidade deve ser uma das prioridades na conceituação da proposta. A partir desse principio propõem-se elementos modais (Figura 175) que irão interligar as áreas a se requalificar, através da criação de pontos para embarque e desembarque do transporte aquaviário e a conexão desses pontos e da criação de uma linha de ônibus integrada ao projeto do sistema BRT, circulando nas principais vias de acesso dos municípios e facilitando o acesso aos equipamentos e espaços públicos propostos. Figura 176 – Imagens de Referência, Ônibus Waterfront no Japão
Fonte: Disponível em: en.japantravel.com. Acesso em 15 nov. 2014
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Figura 177 – Imagens de Referência, Ônibus, V&A Waterfront, Cidade do Cabo (à direita).
Fonte: Disponível em: citysightseeing-blog.co.za. Acesso em 15 nov. 2014
A proposta para as linhas de ônibus de passeio tem como suas principais vias de trajeto em Vila Velha pela: Terceira Ponte, Av. Ailson Simões, Rua Antônio Ataíde, Av. Luciano das Neves, Av. Jerônimo Monteiro, Rua Glória e Av. Agenor Barbato. Em Vitória: Av. Nossa Senhora dos Navegantes, Av. Marechal Mascarenhas de Moraes, Av. Presidente Florentino Ávido e Segunda Ponte. O aquavário irá estabelecer conexão com algumas áreas de intervenção e com áreas que possuem infraestrutura e fazem parte do interesse público, sendo propostos os seguintes trechos: 1) Ligação entre a Orla de Monte Belo, Vitória (Terminal Aquaviário) e a Prainha, em Vila Velha; 2) Prainha, Vila Velha até o Cais das Artes em Vitória; 3) Prainha, Vila Velha e o Terminal Aquaviário em Vitória; 4) Terminal Aquaviário, Vitória e a Prainha da Glória em Vila Velha; 5) Terminal Aquaviário, Vitória e Parque do Penedo, Vila Velha.
5.3 Parque Prainha, Vila Velha
Atualmente a área denominada Prainha (Figura 178) é uma extensa área em sua maioria sem a presença de edificações, onde são realizados alguns eventos esporádicos, possui duas quadras esportivas e um campo de bocha atualmente desativado.
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Figura 178 – Polígono Intervenção, Prainha, Vila Velha.
Figura 179 – Prainha, Vila Velha.
Figura 180 – Prainha (espaços vazios), Vila Velha.
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O lugar não possui um tratamento paisagístico adequado que permita a permanência de pessoas. Com um grande potencial paisagístico, uma bela frente de mar (Figura 181) e localização privilegiada, esta área possui um grande potencial de intervenção e faz parte do interesse público requalificá-la. Baseado nesses aspectos iniciou-se elaboração de uma proposta conceitual de requalificação visando de forma prioritária: espaços públicos, comunidade, equipamentos urbanos democráticos. Figura 181 – Vista para Vitória, Prainha - Vila Velha
Figura 182 – Vista para Morro do Convento, Prainha
5.3.1.1
Analise Entorno
Localizada no Munícipio de Vila Velha, a prainha é um local com visuais privilegiadas para a beira-mar e para cidade de Vitória. Com uma importância histórica para a cidade é uma área de interesse do poder público, conta com estudo para a construção de um terminal aquaviário de passageiros para a região.
124
Segundo informações da Prefeitura do Munícipio de Vila Velha, a Prainha é uma das praias do município de Vila Velha. Onde o primeiro donatário da Capitania do Espírito Santo, Vasco Fernandes Coutinho, deu inicio à colonização portuguesa do Espírito Santo. Recebeu o nome de Prainha pelo gosto popular, uma vez que Vila Velha é privilegiada por praias de grande extensão, as pessoas se referiam a pequena praia da enseada como Prainha. Agrega alguns das importantes construções históricas do Munícipio de Vila Velha, tais como:
Convento da Penha: maior cartão-postal do Munícipio de Vila Velha, o Convento da Penha é o principal monumento religioso do Estado. A pequena capela construída em 1560, pelo frei Pedro Palácios, tendo sua primeira reforma em 1561. Desde então o convento, já recebeu inúmeros reformas. Para possibilitar aos fiéis e visitantes conhecer as obras existentes no convento, foi criado o Museu do Convento Nossa Senhora da Penha, que possui diversos objetos relacionados a história religiosa do local. Figura 183 – Convento da Penha, Prainha - Vila Velha
Fonte: Disponível em: www.litoraltextil.com.br. Acesso em 15 mai. 2014
Igreja Nossa Senhora do Rosário: é a mais antiga do Estado, construída como capela em 1535. Imóvel tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Com uma praça em frente a Igreja tem palmeiras imperiais e obeliscos em homenagem à Vasco Fernandes Coutinho e a Nossa Senhora dos Prazeres. Figura 184 – Igreja Nossa Senhora do Rosário, Vila Velha – ES.
Fonte: Disponível em: capixabacult.com.br. Acesso em 15 mai. 2014
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Casa da Memória: Imóvel tombado pelo Governo do Estado com mais de 100 anos de fundação. Promovendo exposições sobre o Convento da Penha, cerimônia comemorativa do término da Senda Guerra Mundial, fotos e objetos sobre o sítio histórico da Prainha e adjacências. Figura 185 – Casa da Memória, Vila Velha – ES.
Fonte: Disponível em: www.folhavitoria.com.br. Acesso em 15 mai. 2014
Museu Homero Massena: Casa onde o artista passou os últimos 20 anos da sua vida, considerado um dos mais importantes artistas do Estado, fundador da Escola de Belas Artes do Espírito Santo, que passou o Centro de Artes da UFES. Com objetos pessoais, o interior da casa procura reconstituir o ambiente do artista, além de possuir 20 quadros deixados pelo pintor. Transformado no primeiro Museu de Artes Plásticas do Espírito Santo. Figura 186 – Museu Homero Massena, Vila Velha – ES.
Fonte: Disponível em: www.folhavitoria.com.br. Acesso em 15 mai. 2014
126
5.3.1.2
Uso do solo
Figura 187 – Mapa Uso do Solo, Prainha, Vila Velha – ES.
O entorno do Sitio Histórico da Prainha tem como predominância edificações residenciais. Há também alguns edifícios institucionais associados ao patrimônio histórico do local, além dos edifícios relacionados ao poder judiciário (Figura 189). Esse uso residencial predominante (Figura 188) direciona a intervenção a ofertar espaços de consumo que atraem pessoas e façam com que as mesmas permaneçam e retornem ao local. Figura 188 e 189 – Residências na Prainha, Vila Velha (à esq.) Edifício Poder Judiciário (à direita), Prainha, Vila Velha - ES.
127
Na área de intervenção temos algumas edificações como posto policial (Figura 191) e a cooperativa de pescadores (Figura 190) (parte está abandonada), essas edificações serão transferidas para outros locais, pela necessidade de uma adequação do uso do Parque. Figura 190 e 191 – Cooperativa de Pescadores (à esq.) Posto Policial (à direita), Prainha, Vila Velha - ES.
5.3.1.3
Gabarito
Quanto ao gabarito, predominam edificações 1 a 3 pavimentos, esse gabarito está relacionado à predominância do uso residencial unifamiliar predominante. Com a análise do gabarito é possível perceber que uma edificação com gabarito muito elevado poderá criar um grande contraste com o entorno, além de obstruir a visão para o mar que as edificações próximas possuem.
128
Figura 192 e 193 – Edificações do entorno, Prainha, Vila Velha – ES.
Figura 194 – Mapa Gabarito, Prainha, Vila Velha – ES.
De acordo com o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), com o intuito de preservar a paisagem do Convento da Penha em Vila Velha – ES e garantir que o monumento se mantenha visível dentro do chamado cone de visão, algumas áreas de regiões do entorno, como a Prainha deverão respeitar padrões de altura máxima para as construções. A Portaria Nº 176, de 7 de abril de 2014, estabelece que parte da Prainha
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poderá ter edificações de no máximo 8 metros, enquanto que a outra parte as edificações não poderão ter altura maior que 3 metros. O estabelecimento das alturas máximas permite um controle da construção de edificações que possam vir a prejudicar a paisagem do Convento da Penha, todavia uma análise individual dos projetos para essa região seria mais adequado, pois em alguns casos as apresentações de soluções arquitetônicas que valorizariam essa paisagem sem obstruir seriam mais adequadas do que uma ocupação maior do solo para construção de edifícios baixos.
5.3.1.4
Fluxos
Através da análise do mapa de hierarquia Viária, constante no Plano Diretor Municipal de Vila Velha, é possível perceber que as vias de maior fluxo nas proximidades da Prainha, são aquelas consideradas pelo PDM como vias arteriais, sendo a Rua Antônio Ataíde (Figura 195), Av. Luciano das Neves (Figura 196), pois, são consideradas as principais vias de acesso na região e estabelece conexão ao Centro de Vila Velha. Figura 195 e 196 – Rua Antônio Ataíde (à esq.), Av. Luciano das Neves (à direita), Prainha, Vila Velha – ES.
Já as Ruas Castelo Branco e Rua Quinze de Novembro são as vias coletoras que recebem o fluxo dos bairros da proximidade e levam esse fluxo para as vias artérias. As demais vias consideradas como via local são mais estreitas e na maioria das vezes com um único sentido, com isso são vias mais estreitas.
130
5.3.1.5
Hierarquia Viária
O Plano Diretor Municipal de Vila Velha divide as vias em categorias, segundo sua localização, fluxo e dimensionamento, sendo assim na região encontramos os seguintes tipos de vias:
Via Arterial: Rua Antônio Ataíde, Av. Luciano das Neves;
Via Coletora: Ruas Castelo Branco e Rua Quinze de Novembro
Via Local: Todas as demais vias do entorno.
Figura 197 – Mapa Hierarquia Viária, Prainha, Vila Velha – ES.
Fonte: Plano Diretor Municipal de Vila Velha Nota: Dados adaptados pelo autor
5.3.1.6
Zoneamento
A região da Prainha está contemplada no Zoneamento denominado Zonas de Especial Interesse Ambiental (ZEIA), sendo declaradas como monumentos naturais de interesse de
131
preservação, as ZEIAS são parcelas do território municipal, de domínio público ou privado, onde é fundamental a proteção e a conservação dos recursos naturais, com sua adequada utilização visando a preservação do meio ambiente. Figura 198 – Mapa Zoneamento Prainha, Vila Velha – ES.
Fonte: Plano Diretor Municipal de Vila Velha Nota: Dados adaptados pelo autor
A ZEIA é classificada em três grupos, sendo que a Prainha faz parte da ZEIA B, consideradas áreas verdes e paisagísticas públicas, praças, mirantes e parques urbanos situados nas zonas urbanas, cujas funções são proteger as características ambientais existentes e oferecer espaços públicos adequados e qualificados ao lazer da população. A legislação não permite a realização de atividades enquadradas como Grau de Impacto III, seja realizado na ZEIA. Essas atividades em sua maioria estão relacionadas a produção e atividades industriais. Sendo permitidas na ZEIA B, apenas as atividades relacionadas a lazer público e equipamentos de educação ambiental e de turismo ecológico, sendo seu uso ainda condicionado a estudos técnicos e um plano de manejo regulamentado, com aprovação em lei municipal específica.
5.3.2 Proposta Conceitual
O Projeto Parque da Prainha tem como objetivo oferecer a comunidade local e aos visitantes, espaços de lazer e entretenimento através da oferta de atividades culturais que
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valorizem e divulguem a cultura local. Esses espaços buscam agregar um público de diferentes faixas etárias tanto durante o dia como a noite. Figura 199 – Planta Baixa, Parque Prainha, Vila Velha – ES.
133
Figura 200 – Vista Aérea, Proposta Parque Prainha, Vila Velha.
134
O projeto tem como partido a criação de um eixo de percurso (Figura 201) que leva as pessoas a olhar para uma das principais edificações da Prainha, a Igreja do Rosário, uma edificação considerada patrimônio histórico. A partir desse eixo, foram criados outros perpendiculares inclinados que levam o olhar ao Convento da Penha e estabelecem ligação entre os diversos elementos, demarcando previamente essas áreas. Figura 201 – Eixo Principal, Proposta Parque Prainha, Vila Velha.
Figura 202 – Percursos Arborizados e com mobiliário, Proposta Parque Prainha, Vila Velha.
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Programa
Como principais equipamentos que compõe a proposta para o Parque da Prainha estão o Pavilhão Cultural e o Teatro, onde diversas atividades culturais serão ofertadas, atendendo a comunidade local e a vizinhança, que poderá servir de ferramenta para inserção social em atividades artísticas e profissionais. Figura 203 – Ampliação Equipamentos, Proposta Parque Prainha, Vila Velha.
O Pavilhão Cultural (Figura 205) tem como objetivo oferecer escola artística com atividades de música, dança, atuação, pintura entre outras. Com dois pavimentos, o pavimento térreo contempla em seu programa recepção, administração, lojas, auditório, restaurante, cafés e algumas salas de aula. O primeiro pavimento traz salas de aula, banheiros e vestiário.
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Figura 204 – Percursos acesso ao Pavilhão e Teatro, Proposta Parque Prainha, Vila Velha.
Figura 205 – Perspectiva Pavilhão Cultural, Proposta Parque Prainha, Vila Velha.
Figura 206 – Perspectiva Pavilhão Cultural - Entrada, Proposta Parque Prainha, Vila Velha.
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Além das atividades e oficinas do Pavilhão, o mesmo contará com lojas, e locais de exposição e apresentação, onde os alunos poderão expor seus trabalhos, além de comerciantes interessados em expor os produtos característicos da região, visando uma valorização dos aspectos culturais do Estado. O pavilhão também possuirá bar/café (Figura 207), restaurante que funcionarão durante o dia e a noite trazendo uma dinâmica para o local em todos os dias da semana. Figura 207 – Imagem Praça de Alimentação e Café ao fundo, Proposta Parque Prainha, Vila Velha.
O Teatro Prainha (Figura 208), o segundo teatro da cidade de Vila Velha, com a possibilidade de se realizarem atividades integradas as do Pavilhão Cultural, podendo ser utilizado para diversas apresentações culturais. Com um pé direito duplo, o projeto contém foyer, bilheteria, banheiros e administração. Figura 208 – Perspectiva Teatro, Proposta Parque Prainha, Vila Velha.
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Figura 209 – Vista aérea – Pavilhão Cultural e Teatro, Proposta Parque Prainha, Vila Velha.
O Parque ainda apresenta outras edificações de menor porte, como a cooperativa de pescadores (Figura 210), construída em um novo local do parque substituindo a anteriormente existente, que trabalhará para auxiliar os pescadores da região e terá parceria com as atividades oferecidas no mercado de pesca (uma das propostas de requalificação as margens do Canal). Há também outro restaurante localizado próximo ao deck e com frente para o mar (Figura 211). Figura 210 – Perspectiva Cooperativa de Pescadores, Proposta Parque Prainha, Vila Velha.
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Figura 211 – Perspectiva Restaurante com Frente para o mar, Proposta Parque Prainha, Vila Velha.
Espaços Públicos
O parque conta com diversas praças. A criação de diferentes praças, com diversos elementos valorizam e diversificam os espaços públicos, proporcionando ao usuário conhecer e explorar diferentes elementos do projeto. Figura 212 – Ampliação Espaços Públicas, Proposta Parque Prainha, Vila Velha.
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As praças oferecem áreas infantis (Figura 216) com elementos lúdicos que despertam a imaginação e curiosidade de todas as idades, com um tratamento paisagístico e locais agradáveis para permanência. E privilegia-se o contato com a água, através de grandes espelhos. E as praças oferecem mobiliário para aqueles que desejam socializar e contemplar o parque. Figura 213 – Perspectiva Praça Xadrez, Proposta Parque Prainha, Vila Velha.
Figura 214 – Perspectiva Percursos, Proposta Parque Prainha, Vila Velha.
Figura 215 – Perspectiva Praça Vivência, Proposta Parque Prainha, Vila Velha.
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Figura 216 – Praça Infantil, Proposta Parque Prainha, Vila Velha.
Utilizando elementos lúdicos, a proposta prevê esse labirinto com blocos coloridos para a diversão das crianças.
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Figura 217 – Praça Blocos, Proposta Parque Prainha, Vila Velha.
O parque oferece diversos espaços públicos e atividades para todas as idades.
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Outra área criada para lazer e entretenimento e conectado ao Pavilhão Cultural é a praça coberta com uma estrutura metálica e diversas mesas, podendo receber pequenas apresentações de música ao vivo e utilizada como área de alimentação por estar próximos ao restaurante e cafés. Existem muitas áreas de passeio e ao longo delas espaços para descanso e convívio. Essa diversidade de elementos demonstra a preocupação em se criar espaços onde as pessoas queiram estar, permanecer e retornar em futuras visitas. Figura 218 – Praça Xadrez, Proposta Parque Prainha, Vila Velha.
Figura 219 – Percursos com uso da água como elemento, Proposta Parque Prainha, Vila Velha.
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Outro elemento criado foi um deck (Figura 221) com áreas de contemplação. O deck está conectado à marina que irá receber ancoragem de embarcações de pesca e lazer, assim como as embarcações de transporte de passageiros. Figura 220 – Ampliação Deck e Marina, Proposta Parque Prainha, Vila Velha.
Figura 221 – Deck e Marina, Proposta Parque Prainha, Vila Velha.
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Diretrizes para a Elaboração da Proposta Conceitual
Baseado nos aspectos analisados no capítulo 2 intitulado Aspectos Relevantes na Criação de Projetos Waterfront (pág. 26), as propostas foram elaboradas visando atender a esses aspectos, dessa forma a tabela a seguir apresenta a síntese desses elementos para a proposta da Prainha, em Vila Velha.
Valorização do Espaço Público
No parque os percursos se encontram e levam o visitante para as atrações que compõe o projeto, com os percursos amplos e que se conectam entre si. Além da reativação do transporte aquaviário, e a linha de ônibus que irá percorrer o trajeto que conecta as principais atrações às margens do Canal. Criar espaços associados a equipamentos urbanos democrático atraem pessoas ao local trazendo visibilidade, segurança, interação e aprovação da comunidade. Esse foi um dos elementos valorizados no projeto, através da inserção de equipamentos urbanos, vinculado a espaços públicos com diversidade em seus elementos tornando possível um maior sucesso e receptividade do projeto.
Valorização do Contexto Local
Conexão
Tabela 8 – Diretrizes Elaboração da Proposta Conceitual – Parque Prainha, Vila Velha
O Sítio Histórico da Prainha possui um contexto relacionado à história do Município de Vila Velha muito presente e em alguns pontos em torno do Parque, a existência de edificações compõe o projeto. Com isso além da criação do eixo que conecta o olhar do usuário ao entorno, o Pavilhão Cultural contará com um Centro de Informações que irá apresentar as principais atrações do Munícipio.
Figura 222 – Percursos, Parque Prainha, Vila Velha.
Figura 223 – Equipamentos Urbanos, Parque Prainha, Vila Velha.
Figura 224 – Visão do Entorno, Parque Prainha, Vila Velha.
146
Participação Comunitária
Figura 225 – Praças, Parque Prainha, Vila Velha.
Para o sucesso da requalificação a participação e aceitação são fundamentais. O projeto visa acolher anseios da comunidade e não apenas dos turistas. A aceitação por parte da comunidade trará como consequência o cuidado da manutenção e segurança para que o local permaneça e seja reconhecido na região.
Uso da água
Visão Holística
Figura 226 – Vista aérea, Parque Prainha, Vila Velha.
Para que um grande projeto seja implantado a união dos interesses públicos e privado agregam valor. No caso do projeto do Parque da Prainha, essa parceria se torna importante, principalmente na manutenção e ofertas de atividades que serão tanto de interesse privado como público. O projeto traz em sua composição praça das águas, onde é possível caminhar entre as águas. Ao longo dos percursos há alguns esguichos de água que mudam de posição de acordo com os horários ao longo do dia. Além da marina e reativação do transporte aquaviário que servirá de incentivo para o uso da água como meio de locomoção e incentivo a valorização do canal.
Figura 227 – Marina, Parque Prainha, Vila Velha.
147
5.4 Mercado de Pesca, Jesus de Nazareth, Vitória
A área escolhida para proposta conceitual do Mercado de Pesca encontra-se numa região onde as atividades econômicas do local estão fortemente atreladas à pesca, pretende-se requalificar uma área com potencial paisagístico e uma localização privilegiada, que possui elementos urbanos importantes para a Cidade de Vitória como a Praça do Papa e o Cais das Artes. Figura 228 – Polígono Intervenção, Jesus de Nazareth, Vitória.
Figura 229 e 230 – Vistas do píer do Bairro Jesus de Nazareth, Vitória, para o Canal de Navegação e elementos paisagísticos.
O intuito da proposta é aproveitar o potencial paisagístico da região, através da criação de um equipamento que tenha uma ligação com as atividades do local, podendo valorizar e agregar interesses de investimentos futuros de requalificação para outras áreas as margens do Canal presentes no Bairro Jesus de Nazareth.
148
5.4.1 Analise Entorno
Segundo informações da Prefeitura de Vitória, o bairro Jesus de Nazareth teve inicio com a ocupação da área do Morro Jesus de Nazareth, na década de 50, por famílias que residiam em bairros próximos ao morro e que viviam em casas alugadas. A ocupação se deu de forma desordenada, espontânea, gradual e conflituosa. Os novos moradores que chegavam, construíam seus barracos na área de baixada e na orla da praia; especificamente a de Castanheira, denominada “Prainha”, e que segundo os moradores mais antigos era uma praia limpa com águas transparente, muito boa para a pesca. Nos anos 60, os moradores definiram e fizeram a abertura da maioria dos acessos existentes. As construções eram de madeira. A intensificação dos assentamentos ocorreu na década de 70, agravando-se a forma desordenada da ocupação do morro. Nesse período foi concretizada uma política de expulsão das famílias, onde “barracos” foram derrubados e incendiados.
Em 1998, o
Projeto Terra passou a ser desenvolvido neste bairro, o que provocou uma mudança estrutural no local.
5.4.1.1
Uso do Solo
Figura 231 – Mapa Uso do Solo, Jesus de Nazareth, Vitória – ES.
149
A área em torno do local escolhido para implantação do mercado de pesca faz parte de uma área comercial do Bairro Jesus de Nazareth, que tem como principais atividades comerciais o reparo de embarcações e equipamentos náuticos. Há também edificações institucionais importantes como a Capitania dos Portos e comerciais consideradas pontos de referência como o Horto Mercado, além da Praça do Papa que fazem parte do Bairro vizinho Enseada do Suá. Figura 232 e 233 – Edificações ao lado da área de intervenção (à esq.), Horto Mercado, edificação importante da região (à direita), Vitória – ES.
A Praça do Papa possui uma vista panorâmica da Baía de Vitória. Possui restaurantes, um parque infantil e áreas para eventos. Outra opção de passeio é uma trilha que leva a Reserva Ecológica Ilha do Papagaio, onde existe um mirante. A praça conta com três monumentos marcantes:
Cruz Reverente: criada em 1991, em homenagem a visita do Papa ao espírito Santo, dando origem ao nome da praça. Figura 234 – Cruz Reverente – Praça do Papa, ao fundo edifício do Cais das Artes em construção, Vitória – ES.
150
Memorial da Paz: espaço onde está escrito “paz” em todos os idiomas. Figura 235 – Memorial da Paz, Vitória – ES.
Fonte: Disponível em: www.terracapixaba.com. Acesso em 15 mai. 2014.
Rosa dos Ventos: coincide com a posição geográfica da ilha e traz uma esfera de inox no centro.
Figura 236 – Rosa dos Ventos, Vitória – ES. Fonte: Disponível em: www.vitoria.es.gov.br Acesso em 15 mai. 2014.
5.4.1.2
Gabarito
A região do entorno da área escolhida para a proposta é uma região bem adensada. As edificações localizadas mais próximas possui um gabarito mais baixo de 1 a 3 pavimentos. Já as edificações localizadas em uma das principais avenidas da cidade de Vitória, estão presentes as edificações mais verticalizadas com edifícios acima de 7 pavimentos.
151
Figura 237 – Mapa Gabarito, Jesus de Nazareth, Vitória – ES.
5.4.1.3
Fluxos
Localizada próxima a uma das principais vias do Munícipio de Vitória, a Av. Nossa Senhora dos Navegantes faz a ligação pela beira-mar de Vitória com outros municípios como Cariacica e Serra, com fluxo intenso de veículos e será uma das vias que receberá corredor que integram o projeto BRT. As demais vias das proximidades são consideradas vias locais, estabelecendo a conexão entre as vias e conduzindo o fluxo para as vias principais.
5.4.1.4
Hierarquia Viária
O Plano Diretor Municipal de Vitória dividem as vias em categorias, segundo sua localização, fluxo e dimensionamento, sendo assim na região encontramos os seguintes tipos de vias no entorno:
Via Arterial Metropolitana: Av. Nossa Senhora dos Navegantes
Via Local: Todas as demais vias do entorno.
152
Figura 238 – Mapa Hierarquia Viária, Jesus de Nazareth, Vitória – ES.
Fonte: Plano Diretor Municipal de Vitória Nota: Dados adaptados pelo autor
5.4.1.5
Zoneamento
Figura 239 – Mapa Zoneamento, Jesus de Nazareth, Vitória – ES.
Fonte: Plano Diretor Municipal de Vitória Nota: Dados adaptados pelo autor
153
A região localiza-se em uma zona de ocupação Prioritária, que tem como principais objetivos: induzir, sob a coordenação do Poder Público, os processos de transformações urbanas; preservar visuais de marcos significativos da paisagem urbana; estimular o uso múltiplo, com interação de usos residenciais e usos não residenciais. Os seguintes índices urbanísticos são estabelecidos pelo Plano Diretor Urbano: Figura 240 – Tabela índices urbanísticos ZOP 1, Vitória – ES.
Fonte: Plano Diretor Municipal, Vitória – ES.
5.4.2 Proposta Conceitual
A proposta conceitual do Mercado de Pesca (Figura 243) tem como principal elemento ofertar um equipamento urbano relacionado às atividades comerciais do local, por isso a escolha do mercado de pesca. A proposta do edifício apresenta dois blocos e uma praça central entre eles, com dois pavimentos se adequando aos índices urbanísticos da região. Figura 241 – Vista Aérea, Mercado de Pesca, Jesus de Nazareth, Vitória – ES.
154
Figura 242 – Planta Baixa Mercado de Pesca, Jesus de Nazareth, Vitória – ES.
155
Figura 243 – Mercado de Pesca, Jesus de Nazareth, Vitória – ES.
156
Com o objetivo de valorizar e estruturar as atividades pesqueiras da região associado à atração de turismo e visitação para a região, a proposta contempla além do mercado uma marina para pequenas embarcações (Figura 244) e uma praça interna (Figura 246) em que os visitantes podem comtemplar a paisagem do local. Figura 244 – Marina e Mercado de Pesca (fundos), Jesus de Nazareth, Vitória – ES.
Figura 245 – Fachada em Vidro Mercado de Pesca, Jesus de Nazareth, Vitória – ES.
157
Figura 246 – Praça Coberta Mercado de Pesca, Jesus de Nazareth, Vitória – ES.
158
Pensando em preservar e vislumbrar a paisagem do Canal, o estudo prevê uma edificação em vidro conectando visualmente com o entorno e com o interior do mercado. A fachada pode ser aberta em diversos pontos estabelecendo uma conexão com as atividades externas. O segundo pavimento apresenta uma composição com fachada composta por painéis de madeira que juntos rementem ao formato de uma onda (Figura 248). Figura 247 – Interior Mercado de Pesca, Jesus de Nazareth, Vitória – ES.
Figura 248 – Detalhe Fachada Mercado de Pesca (painéis em madeira), Jesus de Nazareth, Vitória – ES.
159
Diretrizes para a Elaboração da Proposta Conceitual
Baseado nos aspectos analisados no capítulo 2 intitulado Aspectos Relevantes na Criação de Projetos Waterfront (pág. 26), as propostas foram elaboradas visando atender a esses aspectos, dessa forma a tabela a seguir apresenta a síntese desses elementos para a proposta do Mercado de Pesca, Bairro Jesus de Nazareth, em Vitória. Tabela 9 – Diretrizes Elaboração da Proposta Conceitual – Mercado de Pesca, Vitória. Figura 249 – Acesso Mercado de Pesca, Jesus de Nazareth, Vitória – ES.
Conexão
Por se tratar de um projeto de menor
porte,
as
conexões
acontecem no mercado através dos percursos em torno do mercado que permite o acesso
Valorização do Contexto Local
Valorização do Espaço Público
em diversos pontos.
Figura 250 – Perspectiva praça Mercado de Pesca, Jesus de Nazareth, Vitória – ES. Com um equipamento urbano como atração principal o espaço público presente na proposta está associado ao Mercado. Trata-se de uma praça coberta com área de estar e uma área verde em seu entorno.
Uma das principais diretrizes dessa proposta foi a valorização do contexto local, uma vez que o Mercado de Pesca serve como
elemento
de
reconhecimento para a atividade econômica possibilita dessa
da o
região
exercida.
região
e
reconhecimento pela
atividade
Figura 251 – Vista para a marina, Mercado de Pesca, Jesus de Nazareth, Vitória – ES.
160
Por se tratar de uma região consolidada,
onde
a
Participação Comunitária
comunidade local tem um menor poder aquisitivo, conquistar o
Figura 252 – Perspectiva Mercado de Pesca, Jesus de Nazareth, Vitória – ES.
apoio dessa comunidade tornase essencial, demonstrando que através
de
uma
ação
de
melhoria para uma parte da região, isso possibilitaria atração de
novos
investidores
que
contribuir
com
poderiam melhorias
eficientes
para
o
local.
A criação de uma proposta que
Visão Holística
pode se relacionar com outros projetos
existentes
em
andamento
como
das
Artes,
atraindo
Cais turismo
e
consequentemente
novos
investimentos,
trazer
podem
Figura 253 – Perspectiva Interior Mercado de Pesca.
para região um olhar do poder público visando estabelecimento de melhores infraestruturas e novas propostas para a região.
Com as embarcações de pesca Uso da água
presentes na região, a proposta de
uma
marina
com
infraestrutura para atender as embarcações de pescadores da região
e
outras
embarcações.
pequenas
Figura 254 – Marina, Jesus de Nazareth, Vitória – ES.
161
5.5 Waterfront Glória
A proposta na Prainha da Glória tem como principal objetivo valorizar o potencial urbanístico e paisagístico que a mesma possui, de forma que seja reconhecido. A proposta conceitual contempla diversas atividades em um mesmo local. Figura 255 – Polígono Intervenção, Prainha da Glória, Vila Velha.
Figura 256 e 257 – Vistas de um terreno na Prainha da Glória, Vila Velha, para o Canal de Navegação e elementos paisagísticos.
A região denominada Prainha da Glória é uma região de grande potencial paisagístico (Figura 256), que vem sendo subutilizado e privatizado uma vez que o seu entorno está cercado por muros e residências obstruindo a visão para frente de mar. O objetivo é ofertar espaços de lazer,
162
vivência, moradia e consumo todos interligados. Esse incentivo trará uma renovação na dinâmica do local.
5.5.1 Analise Entorno
Localizado no bairro Glória, região conhecida pelo Polo de Moda da Glória (região de intenso comércio, com mais de 800 lojas), próximo à Fábrica de Chocolate Garoto, essa região é bem conhecida e de fácil acesso. Todavia, além da forte vocação econômica que a região apresenta a mesma também possui uma bela relação paisagística pouco conhecida e explorada. Essa região mais próxima à beira mar tem belas visuais para o Canal de Navegação, e se encontra ao lado do principal acesso para o Parque da Manteigueira (Figura 258). Figura 258 – Entrada para o Parque da Manteigueira, Vila Velha – ES.
5.5.1.1
Uso do Solo
Diferente da área predominantemente comercial da região Central do Bairro Glória, o local de intervenção é composto principalmente por edifícios residenciais, alguns edifícios mistos e poucos de uso comercial. Com a predominância de edifícios residenciais na região, o local possui possibilidade de oferecer diversas atividades. Figura 259 e 260 – Edifícios residenciais presentes no entorno da área de intervenção, Prainha da Glória, Vila Velha.
163
A maior parte do local da proposta encontra-se vazio, todavia existe uma área residencial que após a analise do contexto percebe-se que há a possibilidade de renovação em algumas áreas da região. O entorno do projeto é cercada por muros o que impede que as pessoas tenham acesso à orla marítima, privando as visuais a algumas edificações. Figura 261 – Mapa Uso do Solo, Prainha da Glória, Vila Velha.
5.5.1.2
Gabarito
Com a predominância de edifícios residenciais, o gabarito da região é de edificações de 1 a 3 pavimentos. Esse gabarito demonstra a preocupação que se faz necessária ao se intervir para que não sejam construídos edifícios altos se opondo ao contexto existente no local.
164
Figura 262 – Mapa Gabarito, Prainha da Glória, Vila Velha.
5.5.1.3
Fluxos
Essa região tem um fluxo baixo de veículos, por se tratar de uma região residencial, onde as vias são vias locais de bairro. A Rua Glória (Figura 263) é considerada a via de fluxo mais intenso da região, e ela se conectam a Av. Jerônimo Monteiro uma via coletora com um fluxo mais intenso de veículos. Figura 263 - Rua Glória, Prainha da Glória, Vila Velha.
165
5.5.1.4
Hierarquia Viária
O Plano Diretor Municipal de Vila Velha divide as vias em categorias, segundo sua localização, fluxo e dimensionamento, sendo assim na região encontramos os seguintes tipos de vias:
Via Coletora: Av. Jeronimo Monteiro e Rua Henrique Moscoso.
Via Local: Todas as demais vias do entorno.
Figura 264 – Mapa Hierarquia Viária, Prainha da Glória, Vila Velha.
Fonte: Plano Diretor Municipal de Vila Velha Nota: Dados adaptados pelo autor
5.5.1.5
Zoneamento
O Plano Diretor Municipal de Vila Velha estabelece a área de intervenção como sendo uma Zona de Equipamento Especial, destinada a abrigar atividades econômicas e funcionais, especialmente à de natureza portuária, que gerem impactos urbanos e ambientas. Dividida em três categorias, a região denominada Prainha da Glória, está classificada como ZEE 3, que estabelecem que a região terá Coeficiente de Aproveitamento do terreno e os demais
166
índices urbanísticos definidos após estudo da Administração Municipal, em conjunto com os responsáveis
pelos
equipamentos,
submetidos
ao
CONSELHO
MUNICIPAL
DE
DESENVOLVIMENTO URBANO - COMDUR e aprovação em Lei específica. Os responsáveis pelos equipamentos implantados nas ZEE 1 e 3 poderão elaborar planos específicos para a ordenação de uso e ocupação do solo das áreas e apresentá-los ao Poder Executivo. De acordo o Art. 87 Paragrafo três, Os planos específicos de que trata o caput deste artigo devem ter como objetivos básicos: a) permitir acessibilidade à área; b) promover a integração dos equipamentos com a cidade; c) elaborar plano de ocupação da zona com futuras expansões; d) compatibilizar a ocupação urbana com as características do sistema viário e com a disponibilidade futura de infraestrutura urbana; e) garantir a preservação das áreas de interesse histórico, ambiental e paisagístico, garantindo na inserção dos equipamentos/edificações uma integração harmoniosa destes com o entorno e a manutenção de visuais de marcos da paisagem natural; f) promover o melhor aproveitamento das áreas sem prejuízo do interesse paisagístico; g) otimizar a infraestrutura instalada para atendimento do empreendimento; h) assegurar o direito ao uso dos espaços livres de uso público e, nos casos em que couber, a vivência da orla marítima. Figura 265 – Mapa Zoneamento, Prainha da Glória, Vila Velha.
Fonte: Plano Diretor Municipal de Vila Velha Nota: Dados adaptados pelo autor
167
Com a analise do Plano Diretor Municipal é possível perceber que esses requisitos não vem sendo atendidos atualmente, uma vez que a área demarcada não possui espaços públicos, nem todos possuem acesso a orla marítima, e esses edifícios não integram de forma harmoniosa com o entorno paisagístico.
5.5.2 Proposta Conceitual
A proposta apresentada propõe uma nova dinâmica à região e estabelecer, tanto para os moradores como pros visitantes uma relação com a visual para o mar, praticamente inexistente, atualmente. Figura 266 e 267 – Entorno da área de intervenção cercada por muros e gradil, Prainha da Glória, Vila Velha.
Apresentando elementos curvos, e canteiros circulares associado com percursos retos, o Waterfront Glória (Figura 268), possui uma diversidade de equipamentos e espaços que podem agregar pessoas diversas em um mesmo espaço, ofertando áreas residenciais, comerciais, lazer e entretenimento, educação e trabalho. Figura 268 – Perspectiva Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
168
Tendo como um dos objetivos do trabalho estabelecer o acesso das pessoas à orla marítima, fazse necessário a retirada do muro que cerca o terreno e a demolição de algumas edificações do entorno que servem de obstáculo obstruindo o acesso livre das pessoas a orla. Figura 269 – Planta Baixa, Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
Foram demarcados os eixos principais do projeto (Figura 270) que estabelecem conexão entre si, e levam o visitante a apreciar o visual paisagístico marcado pelo mar. Esses eixos demarcam os diferentes equipamento e espaços públicos contemplados na proposta.
169
Figura 270 – Eixos Principais, Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
Figura 271 – Canteiros Curvos, Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
Nesses espaços públicos foram criadas pequenas praças com canteiros circulares (Figura 271) remetendo a sinuosidade dos cursos d’água, além disso, os locais de estar possuem demarcação e piso diferente, criando uma dinâmica e diagramação dos espaços. Nessas áreas estão presentes os locais de vivência.
170 Figura 272 – Vista aérea, Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
171
Figura 273 – Deck e Marina, Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
Figura 274 – Percursos, Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
A proposta é marcada por duas principais praças que são a “porta de entrada” (Figura 276) para os principais equipamentos do estudo. Essas praças possuem grande espelho d’água curva o que remete ao “encontro das águas” e ele leva o visitante até as edificações passando por baixo delas, com algumas passagens de travessia em seu percurso, o mobiliário presente com formato curvo acompanha o desenho do percurso.
172
Figura 275 – Ampliação Planta (Equipamentos), Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
Figura 276 – Praça Encontro das Águas (elementos curvos), Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
173
Figura 277 – Perspectiva Praça, Museu Interativo (fundos) Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
Visando agregar em um mesmo espaço diversos tipos de atividade, contribuindo assim para a valorização dos espaços, foram propostos alguns edifícios de uso misto (Figura 280). O objetivo é que esses edifícios possam receber as famílias que terão suas casas retiradas, pois as mesmas se encontram em uma área que pode ser potencializada, e os demais apartamentos estarão recebendo investidores, com apartamentos de 2 a 3 quartos, com média de 60 a 75 m². O térreo será composto por galerias de loja, atraindo também consumidores e movimentando a economia na região, com uma praça central e percursos em torno dos edifícios. Figura 278 – Ampliação Planta setor multifuncional, Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
174
Figura 279 – Percurso entre os Edifícios (uso misto), Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
Figura 280 – Edifícios (uso Misto) Lojas no Térreo - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
175
Figura 281 – Praça Central entre os Edifícios - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
176
A proposta conta com um skate park (Figura 284), visando atrair um público jovem para o local e incentivar de maneira organizada a pratica do esporte, através de um local com boa infraestrutura. Figura 282 – Ampliação Planta Skate Park - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
Figura 283 – Percursos Skate Park - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
177
Figura 284 – Vista Aérea Skate Park - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
O deck (Figura 286) margeando a frente de mar do projeto convida o visitante à caminhada e contemplação, os quiosques ofertam lugares de consumo e permanência para o visitante. Figura 285 – Pessoas utilizando os quiosques - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
178
Figura 286 – Deck e Quiosques - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
179
A proposta prevê uma marina (Figura 287), que irá integrar o sistema de transporte aquaviário, e receberá embarcações de pescadores. Figura 287 – Marina - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
Programa
O Museu Interativo e o Centro de Pesquisa (Figura 289) são as principais atrações da proposta para a Prainha da Glória. O Museu Interativo tem como foco a interação infantil, e o Centro de Pesquisa e voltado para pesquisa tecnológica com a presença de espaços associados às atividades profissionalizantes. Uma das principais diretrizes para a concepção dos dois principais equipamentos da proposta foi à minimização do impacto dos edifícios no contexto urbano e a não obstrução desses edifícios aos visuais paisagísticos do entorno. Para atender essas diretrizes os edifícios possuem entre dois e quatro pavimentos e estão suspensos por pilotis, que recebem uma praça para vivência e contemplação (Figura 288).
180
Figura 288 – Praça Coberta Pilotis - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
Figura 289 – Vista aérea Museu Interativo e Centro de Pesquisa- Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
181
Figura 290 – Praça Central – Espelho D’água e Percursos Curvos - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
182
O Museu Interativo (Figura 291) tem como objetivo apresentar para crianças e adolescentes, assim como para adultos, conhecimentos científicos e culturais transmitidos de forma lúdica, por meio de exposições e outros ambientes interativos. Figura 291 – Museu Interativo - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
Divididos em três seções que tratam diversos temas. A primeira seção chamada Galáxia trazem instalações que falam um pouco dos planetas, estrelas de forma interativa e educativa. A outra seção chamada Terra, traz elementos da natureza, paisagem, água. A última seção Nações trazem diferentes povos e aspectos culturais ao redor do mundo. Possui três pavimentos, sendo um deles pilotis com praça de espaços de vivência e estar. Figura 292 – Percurso entre o Museu e o Centro de Pesquisa - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
183
O Centro de Pesquisa apresenta diversos espaços para a elaboração de pesquisas relacionadas à inovação tecnológica. Além de salas para cursos, palestras e criação de incubadoras de empresas: projeto ou uma empresa que tem como objetivo a criação ou o desenvolvimento de pequena ou microempresas, apoiando-as nas primeiras etapas de suas vidas. Figura 293 – Eixo Principal - Proposta Waterfront Glória, Vila Velha.
Diretrizes para a Elaboração da Proposta Conceitual
Baseado nos aspectos analisados no capítulo 2 intitulado Aspectos Relevantes na Criação de Projetos Waterfront (pág. 26), as propostas foram elaboradas visando atender esses aspectos. Dessa forma a tabela a seguir, apresenta a síntese desses elementos para a proposta do Waterfront, bairro Glória, em Vila Velha. Tabela 10 – Diretrizes Elaboração da Proposta Conceitual – Waterfront Glória, Vila Velha.
Conexão
A conexão na proposta da Prainha se dá através dos eixos principais, que
levam
marítima
o e
equipamentos projeto.
usuário aos
a
orla
demais
importantes
do
Figura 294 – Perspectiva Percursos, Waterfront Glória, Vila Velha.
Com uma diversidade de espaços públicos para vivência, pratica de Público
Valorização do Espaço
184
esportes proposta
e
busca
elemento diversas
interatividade,
e
valorizar
a esse
apresenta-la
maneiras
ao
Figura 295 – Perspectiva Skate Park, Waterfront Glória, Vila Velha.
de
usuário
visando uma maior permanência e
Com o objetivo de valorizar o contexto local e estabelecer uma nova Local
Valorização do Contexto
uso do local.
dinâmica
na
região.
Figura 296 – Perspectiva Edifícios, Waterfront Glória, Vila Velha.
A
proposta do projeto visa a oferta de atividades de lazer, entretenimento, moradia e consumo que possam tornar o local um referencial para a cidade. Como parte da proposta é criar
Comunitária
Participação
uma nova dinâmica a região, o
Figura 297 – Perspectiva Waterfront Glória, Vila Velha.
Praça
Coberta,
apoio da comunidade torna-se uma parte importante do projeto tendo em vista que esse apoio é que tornará possível o sucesso da proposta.
Uma proposta que propõe uma diversidade
Visão Holística
necessita
de do
equipamentos
apoio
público
e
privado para ser implantada, essa parceria na região seria essencial tendo em vista que a Legislação estabelece que a concretização dos projetos para a região só será possível com a aprovação do poder público, o que poderia contribuir na união de interesses visando o beneficio da comunidade.
Figura 298 – Perspectiva Praça Descanso, Waterfront Glória, Vila Velha.
185
Uma
das
características
da
Figura 299 – Perspectiva Marina, Waterfront Glória, Vila Velha.
Uso da água
implantação desse projeto seria o de
permitir
acessem
que a
as
orla
pessoas marítima
atualmente obstruída por muros e edificações.
5.6 Futuras Propostas
Pra as demais áreas destacadas como passiveis de intervenção, propõe-se diretrizes. Essas áreas possuem um potencial paisagístico e uma requalificação traria impactos positivos para a região.
Orla Monte Belo e Ilha da Fumaça
Figura 300 – Polígono Intervenção e Propostas, Orla Monte Belo e Ilha da Fumaça, Vitória.
186
Apesar do investimento de infraestrutura na orla na região de Monte Belo (Figura 300), a orla não conta com elementos atrativos e um maior conforto para permanência das pessoas tornando um espaço de transição. A região possui uma relação com a pesca. Os pescadores usam o píer e pequenas embarcações que se localizam entre a ilha da Fumaça e a orla. Algumas pessoas utilizam a orla para caminhar e pedalar, pois é um trecho com presença de ciclovia. As vias dão acesso ao mar sem barreiras, entretanto na divisão entre o calçadão e a orla, há um elemento vertical em quase toda ela, sendo uma barreira entre as pessoas e o mar. Um dos equipamentos principais da orla é o terminal aquaviário. A proposta prevê a reativação e a construção de um novo terminal aquaviário na região que pode beneficiar a comunidade local e as demais regiões através de uma nova opção de modal. Com inspiração nas estruturas curvas presentadas pelo projeto do Terminal de Cruzeiros em Sydney (Figura 301). Figura 301 – Imagem de referência, Terminal de Cruzeiros em Sydney
Fonte: www.archdaily.com.br. Acesso em 10 nov. 2014
A proposta conceitual de requalificação da Orla tem como aspecto principal oferecer equipamentos para que as pessoas se sintam convidadas a utilizar o espaço estabelecendo uma maior interação com o mar e a paisagem, trazendo uma dinâmica ao local, como é possível observar no projeto na cidade de Oslo, na Noruega (Figura 302), onde o projeto de waterfront transformou a paisagem e incentivou a interação social.
187
Figura 302 – Imagem de referência, Requalificação de uma Avenida em Oslo, Noruega: o passeio marítimo aumenta conexão interação social com o fiorde.
Fonte: www.designboom.com. Acesso em 10 nov. 2014
Figura 303 – Imagem de referência, Requalificação de uma Avenida em Oslo, Noruega: percurso pedestre
Fonte: www.designboom.com. Acesso em 10 nov. 2014 Figura 304 – Imagem de referência, Requalificação de uma Avenida em Oslo, Noruega: uso noturno.
Fonte: www.designboom.com. Acesso em 10 nov. 2014
188
Pensando nisso, a criação de percursos e acessos do usuário ao mar faz parte da conceituação do projeto, além da oferta de mobiliário adequado e criativo, a criação de quiosques elementos que possam tornar o local mais atrativo, como no apresentado no projeto Rio Cidade, na China (Figura 305). Figura 305 – Imagem de referência, Percurso waterfront, Rio Cidade, China.
Fonte: www.archdaily.com.br. Acesso em 10 nov. 2014
A Ilha da Fumaça é uma área considerada pelo Plano Diretor Municipal como área de Preservação ambiental, e atualmente funciona uma empresa particular com armazéns e o acesso à mesma vem sendo controlado. Pela potencialidade paisagística e de localização da área uma possibilidade de intervenção que poderia agregar valor a área e beneficiar a toda a comunidade e visitante, seria a criação de uma biblioteca pública que permitisse o contato com a paisagem urbana do exterior. Como exemplo, a biblioteca na Cidade de Maranello, Itália (Figura 306) que em sua proposta projetual estabelece uma relação com o exterior através da fachada em vidro.
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Figura 306 – Imagem de referência, Biblioteca na Itália, projeto estabelece relação com o entrono.
Fonte: www.archdaily.com.br. Acesso em 10 nov. 2014
E outra proposta interessante e que poderia estabelecer relação com a biblioteca seria a criação de uma praça infantil com elementos lúdicos e que pudessem oferecer as famílias da região um lugar interessante para o uso democrático. Como o projeto da Praça Infantil, em Iguatemi, São Paulo (Figura 307 e 308). Figura 307 – Imagem de referência, Praça Infantil, Iguatemi, São Paulo.
Fonte: www.archdaily.com.br. Acesso em 10 nov. 2014 Figura 308 – Imagem de referência, Praça Infantil espaços lúdicos, Iguatemi, São Paulo.
Fonte: www.archdaily.com.br. Acesso em 10 nov. 2014
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Região Portuária - Cais de Capuaba
Segundo a Companhia Docas do Espírito Santo (CODESA), o Cais Capuaba possui 01 Terminal Arrendado, o TVV - Terminal de Vila Velha, com 02 (dois) Berços: 203 e 204, com 447,41 metros de comprimento, especializados na movimentação de Contêineres, operando também navios roll-on roll-off (veículos), granito e cargas gerais, e um Terminal Público, com 02 (dois) Berços: 201 e 202, com 407,13 metros, que operam produtos agrícolas, carga geral, granéis sólidos, produtos siderúrgicos, automóveis, máquinas e equipamentos, granito em blocos e também equipamentos e acessórios para prospecção de petróleo e gás. Ambos têm acesso ao sistema rodo-ferroviário. Figura 309 – Polígono Intervenção e Propostas, Cais Capuaba, Vila Velha.
A intenção da proposta para região é ocupar uma pequena parte com o intuito de criar um elemento que valorizem e atraia o público para visitar o Parque do Penedo, em Vila Velha. A proposta constitui a construção de uma estufa com plantas ornamentais e que apresentem as principais atrações do Parque. Inspirado no projeto Roble (Figura 310 e 311), onde o mesmo foi incorporado ao contexto local, e apresenta uma arquitetura limpa remetendo as características da região.
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Figura 310 – Imagem de referência, Estufa na Holanda inseridos no contexto do local
Fonte: www.archdaily.com.br. Acesso em 10 nov. 2014 Figura 311 – Imagem de referência, Estufa na Holanda elementos sustentáveis
Fonte: www.archdaily.com.br. Acesso em 10 nov. 2014
Através das diretrizes projetuais voltadas para a oferta de espaços públicos, torna se possível perceber o potencial que diversas regiões às margens do Canal de Navegação possui, demonstrando as múltiplas potencialidades de se transformar um espaço, permitindo assim uma transformação na dinâmica do local, e traria uma valorização de regiões onde a relação das pessoas com a paisagem é menor.
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6 CONCLUSÃO A relação da cidade com água se deu desde o período de formação das primeiras civilizações, sejam cidades margeadas por rio ou mar. A importância da água para composição da passagem e desenvolvimento socioeconômico das cidades é inquestionável. Todavia, muitas cidades acabaram depois de um tempo, com os avanços industriais e tecnológicos negligenciando esse elemento importante da cidade. A iniciativa de algumas cidades norte-americanas de valorização dessas áreas de waterfronts, tornando um modelo de requalificação urbana para as cidades com frentes marítimas e ribeirinhas. Essas operações tornaram as cidades mais atrativas para o turismo e novos investimentos, trazendo uma nova dinâmica para as regiões implantadas e em algumas cidades se tornando novas centralidades. A fundamentação teórica serviu de norteador para a elaboração das propostas às margens do Canal de Navegação, em algumas áreas na cidade de Vitória e Vila Velha, que possui a água como um elemento onipresente em diversos pontos da cidade. Dessa forma foram apresentadas propostas conceituais voltadas para a oferta de espaços públicos e equipamentos urbanos democráticos, visando agregar um público bem eclético. As propostas foram adequadas ao contexto local de cada região, visando estabelecer uma relação com as atividades existentes e receber o apoio da comunidade local. A requalificação urbana proporciona a criação de atrativos turísticos, melhora a qualidade de vida, gera emprego e renda e atrai novos empreendimentos para o local. Foram apresentadas diretrizes para a mobilidade urbana, estabelecendo uma interligação modal das áreas a se intervir. Ao longo do trabalho, se tornou possível perceber outras possibilidades que não foram desenvolvidas, por tornar o trabalho muito extenso. Uma delas é o desenvolvimento detalhado das propostas conceituais, que irá trazer uma riqueza de detalhes as propostas, permitindo assim que as mesmas possam vir a ser implantadas. Outra possibilidade, é uma maior harmonização das propostas através de elementos que se repetem, permitindo uma sensação continuidade do projeto, além da elaboração de uma proposta flexibilizada visando as transformações urbanas futuras das cidades. Mesmo, esses conceitos não tendo sido acoplados ao trabalho, as propostas foram pensadas baseadas nessas possibilidades.
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