BolanoBarbante 10ª edição

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O semanário do futebol

Ed. Nº10 - Ano I - Belo Horizonte - 22 a 28 de julho de 2013

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Um acredita o outro ‘seca’ Final da Libertadores acirra ainda mais rivalidade entre atleticanos e cruzeirenses

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Foto: guilherme guimarães

Foto: bvb oficial

Nacional

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América

Foto: Gaspar Nóbrega/Vipcomm

Alto preço dos ingressos no Brasil afasta a torcida dos estádios e revela uma realidade bem diferente das arenas europeias, quase sempre lotadas

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O meia Rodriguinho chamou a atenção do Internacional durante o último confronto pela Copa do Brasil. Diretoria garante permanência do craque

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Contra-ataque Leovegildo Leal - leoleal@bolanobarbante.com

Editorial

I

Caro leitor,

C

omeçamos a semana com muita expectativa por parte dos torcedores mineiros. Enquanto os atleticanos sonham com a Taça Libertadores da América, que está exposta no Mercado Central de Belo Horizonte, os arquirrivais cruzeirenses estão com os ‘secadores’ ligados. O importante é assistir uma bela partida, com jogadores dando sangue e raça pelo título, de ambos os lados, pois a conquista sem disputa não tem graça! Os torcedores celestes estão divididos. Uns querem descontar o episódio de 2009, quando atleticanos assumiram a torcida do Estudiantes, e torcem para o Olimpia. Outros acham que não é necessário essa crença. E como é bom ver belos jogos de futebol! É inversamente proporcional à decepção causada por cenas de violência e falta de espírito esportivo dos atletas. Por isso, consideramos lamentável a entrada criminosa sofrida pelo atacante Jheimy, do Oeste, no jogo contra o Icasa dia 16 em Juazeiro do Norte. Também desnecessária foi a agressão de Fred no zagueiro Jomar, no clássico carioca de domingo (21), com clara intenção de revidar um lance anterior. Mas tenhamos esperança (sempre) de um futebol melhor e com menos violência.

Violência e mais violência

nfelizmente temos que voltar aqui ao tema da violência no futebol e certamente teremos que fazê-lo mais e mais vezes. Na última quarta-feira o armador gremista Zé Roberto provocou uma fratura de tornozelo no lateral-direito botafoguense Lucas com um carrinho, jogada há muito condenada oficialmente pela Comissão de Arbitragem da Fifa. Vejam bem: Zé Roberto, tido com toda justiça como um dos mais leais – e cordiais – jogadores em atuação no futebol brasileiro. O fato é que a violência se encontra institucionalizada em todos os nossos campos de futebol, de norte a sul, leste a oeste. E a tendência é piorar, pois o técnico da Seleção Brasileira se orgulha do número de faltas cometidas pelo time na recente Copa das Confederações, vencida pelo Brasil. A pergunta é: ganhar a todo custo? Não, o futebol tem que ser tomado por aquilo que ele indubitavelmente é enquanto inspirador de condutas e práticas no cotidiano. É indiscutível não ser o futebol o causador da violência gratuita que dilacera o dia a dia dos brasileiros, tornando-nos campeões mundiais também nesta modalidade. Aqui seria preciso falar em miséria, condições gerais quase desumanas a que é submetida a grande maioria dos brasileiros em seu cotidiano,

injustiças de toda ordem, o alucinado consumismo que dilacera o país, o estímulo da mídia etc. etc. As ruas estão gritando contra tudo isso. Mas é igualmente indiscutível que o futebol estimula, legitima e reproduz este espírito belicoso que há muito substituiu a alegada cordialidade brasileira de outros tempos. É preciso fazer alguma coisa para, pelo menos, baixar o índice de violência em nosso futebol. Por onde começar? Por onde cada um puder. Faço aqui um apelo direto aos colegas jornalistas. Por exemplo: que tal parar de chamar de “O Gladiador” ao centroavante Kléber (ex-Cruzeiro e hoje no Grêmio) pelo fato de ele entrar de forma desleal, violenta e/ou desonesta em todas jogadas de que participa? Seria um bom começo. A palavra gladiador, sabemos, tem conotação positiva de valentia, coragem e integridade. Qualidades que jamais tal atleta leva para o campo de jogo. De primeira – Ronaldinho Gaúcho precisa entender que ele é um jogador profissional de futebol, sujeito às regras do convívio respeitoso devido a seus colegas de profissão, técnicos e companheiros de elenco incluídos. Sair de campo de cara fechada para Cuca como ele fez na última quarta-feira quando substituído é, simplesmente, falta de respeito.

Expediente Diretor de Marketing, Projeto Gráfico e Diagramação Tiago Haddad

Diretor de Redação e Editor Responsável Ramon Lopes

Repórteres Guilherme Guimarães

Colaboradores Matheus Franchini Ruy Viana

14.361/MG-JP

15.374/MG-JP

16.054/MG-JP

Tiago Nagib 12.238/MG-JP

20 mil exemplares Impresso em papel jornal pela Sempre Editora

Distribuição gratuita Contatos Redação: 3262-1580 redacao@bolanobarbante.com Publicidade: 3262-1583 publicidade@bolanobarbante.com Rua Ministro Orozimbo Nonato, 102 - Torre A Sala 2204 - Vila da Serra - Nova Lima/MG

Erramos Na edição passada faltou creditar a arte e fotos da chamada para a matéria do Atlético na Capa. Crédito fotos: Bruno Cantini/CAM Oficial; Arte: Matheus Franchini Na página 3, a foto do Dante também saiu com crédito errado. Foto: Wander Roberto/ VipComm


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Rodriguinho é alvo do Inter Jogador se destacou na última partida contra o Colorado, pela Copa do Brasil, e despertou interesse do clube Foto: Pedro Vilela/VIPCOMM

O

meia Rodriguinho é o principal jogador do América e normalmente as boas jogadas do time acabam saindo dos pés do atleta. Após a boa partida contra o Internacional, o camisa 10 do Coelho chamou a atenção da diretoria do Colorado, que através do seu diretor executivo pediu informações sobre o jogador. Meio às especulações de uma possível transferência para o Rio Grande do Sul, o Superintendente Geral do América, Alexandre Faria, tratou de rechaçar qualquer tipo de proposta oficial pelo jogador americano. “ O Rodriguinho é um atleta que está visado, mas o pensamento da diretoria é manter o jogador para a sequência da temporada”, declarou o dirigente. Apesar de negar qualquer tipo de proposta oficial para uma possível negociação, Alexandre Faria confirmou a sondagem pelo craque do Coelho. “O Internacional, através de seu diretor-executivo, nos procurou querendo saber informações do Rodriguinho. Isso prova que o trabalho da diretoria está sendo feito de forma correta”, analisou. Em seguida, o dirigente se mostrou confiante na permanência do jogador. “Hoje o América é um clube que tem uma estrutura administrativa invejável e se permite recusar propostas pelos seus atletas”, complementou. Rodriguinho é considerado uma das peças fundamentais no elenco titular montado pelo técnico Paulo Comelli, tanto, que o meia passou a ser capitão do time, após a despromoção do atacante Fábio Júnior para o banco de reservas. Na atual temporada, o camisa 10 do Alviverde marcou uma vez pela Copa do Brasil, assim como no Campeonato Mineiro, e três no Brasileirão da Série-B. O América detém 60% dos direitos econômicos de Rodriguinho, que tem contrato com o clube até 31 de dezembro de 2015. A multa por rescisão contratual gira em torno de R$ 20 milhões. Maratona Depois de deixar Belo Horizonte rumo a cidade de Chapecó, para enfrentar a Chapecoense, o Coelho acabou retornando para a cidade de Florianópolis, onde a equipe fez escala, devido a impossibilidade da aeronave pousar no município onde o confronto seria realizado.

Diante disso, primeiramente o duelo havia sido adiado e posteriormente sendo cancelado, pois o tempo não melhorou, não permitindo o desembarque da delegação na cidade. Diante da desconfortável situação, um dos que se mostraram mais irritados foi o técnico Paulo Comelli, que lamentou o ocorrido. “É muito ruim para nós. Estávamos mobilizados para esse jogo em Chapecó. Por isso nossa insistência para chegar na cidade. Mas também entendo as razões da CBF, que se pautou pela segurança de todos”, disse o treinador. De acordo com Comelli, só após a confirmação da nova data será possível ajustar a programação da equipe. Sua preocupação agora é retomar o foco para a próxima partida, pois o Alviverde faz o clássico mineiro diante do Boa Esporte, que está tentando se recuperar na competição de acesso à elite. “Fizemos uma grande apresentação contra o Internacional, apesar de nossa eliminação. O ideal seria jogar neste fim de semana, ainda que no domingo, mesmo com todo o desgaste pela viagem. Estávamos em Florianópolis, com tudo pronto para o jogo. Agora teremos que voltar em outra data que ainda nem sabemos qual será e passar tudo isso de novo”, finalizou.


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Esperança Atleticana

Foto: guilherme guimarães

Atleticanos mostram confiança e sonham com a conquista inédita da Copa Libertadores da América

U

m misto de sentimentos toma conta do coração da torcida do Atlético, que se mostra ansiosa e apreensiva para ver o Galo entrar em campo nesta quarta-feira, às 21h50, no Mineirão, para decidir o título da Copa Libertadores com o Olimpia (PAR). Depois de ser derrotado por 2 a 0 na última semana, no estádio Defensores del Chaco, em Assunção, a missão do Atlético ficou mais difícil. Para ser campeão de forma direta o time do técnico Cuca precisa vencer os paraguaios por 3 a 0. Um novo 2 a 0, desta vez favorável ao Galo, levará o jogo para a prorrogação. Força da torcida Mesmo com toda dificuldade, a equipe alvinegra contará com o forte apoio e a esperança da “massa”, que acredita com amor ao clube para conquistar o título mais importante da história. “Eu estou acreditando no título. A torcida do Galo tem um amor incondicional pelo time e vai dar show nas arquibancadas, enquanto

O Atlético tem qualidade e é superior ao Olimpia. Os paraguaios não vão segurar a pressão do Galo

Luís Sérgio - torcedor

os jogadores resolverão a parada em campo. O Atlético tem qualidade, é superior ao Olimpia, que tem um time bom, mas limitado. Os paraguaios não vão segurar a pressão do Galo”, disse o atleticano Luís Sérgio, 28 anos, técnico em automação elétrica. Cobiçado pelo Atlético, o troféu mais importante do futebol da América do Sul já está em Belo Horizonte, exposto no estacionamento do Mercado Central. Até o dia do jogo, a taça estará em um dos pontos turísticos mais tradicionais da capital mineira, à disposição do torcedor que quiser ficar mais perto do famoso “caneco”. E muita gente já passou pelo local para visitar e tirar fotos com o maior sonho de consumo preto e branco. “Essa taça será nossa. Por enquanto ela ficará no Mercado Central, mas depois do jogo o torcedor do Galo terá o tempo que for para visitá-la na sede de Lourdes. Lá poderão tirar muitas fotos da taça mais importante da história do Atlético”, afirma o animado Artur Belo, estudante de 22 anos. Tensão e sofrimento O coração preto e branco bate acelerado e os adeptos do Galo contam, minuto a minuto, o tempo para o início da partida com os paraguaios do Olimpia. Mas não só a torcida tem sofrido dias antes do decisivo duelo final da Libertadores. O técnico Cuca, bastante religioso e que cultiva superstições, também. “Se Deus quiser, a consagra-

ção virá quarta-feira. Eu sou quem mais sofro, talvez ali comigo o Kalil [presidente do Atlético]. Largo a minha vida por isso aqui, minha família, minhas filhas. Sou quem mais quer isso. Mas tem de ter equilíbrio, tem de manter a concentração, não adianta colocar a emoção na frente da razão, se não você dá um ponta pé no começo do jogo e é expulso”, avalia o comandante atleticano. O analista de sistemas Marco Aurélio da Silva, de 26 anos, também revela um nervosismo prévio para o jogo que pode colocar o Atlético em um novo patamar no futebol mundial. “Todo mundo nervoso. Essa pressão toda por um título bastante dese-

jado e sonhado. É um jogo muito importante para o clube, para os jogadores, torcida, técnico. É hora de darmos a volta por cima e comemorarmos essa Libertadores”, ressaltou. O último capítulo do Galo na Libertadores será o maior “teste para cardíaco” do torcedor. “O coração está batendo a mil, não tem jeito. É um sufoco segurar a ansiedade. O Olimpia virá aqui para sentir o que é jogar no caldeirão do Galo. Não é igual jogar no Horto, mas o Mineirão foi e sempre será a casa do Atlético. Nada melhor do que um estádio histórico para podermos sacramentar esse título”, completou Leonardo Pedroso, de 24 anos. Foto: guilherme guimarães

Torcedores pernoitaram na fila para garantir o ingresso da finalíssima no Mineirão


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Show de Luan 3x0

Nós temos a nossa

Foto: Site Oficial do Cruzeiro

Com dois títulos no currículo, cruzeirenses não escondem torcida para o Olimpia

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rivalidade no futebol mineiro coloca cruzeirenses e atleticanos com sentimentos opostos na final da Copa Libertadores. Enquanto o torcedor do Atlético cultiva esperança em prol da conquista inédita, os adeptos celestes, duas vezes campeões da América (1976 e 1997), preparam o “secador” para uma intensa corrente negativa sobre o rival. Sem negar torcer para o Olimpia (PAR), adversário do Atlético nesta quarta-feira, às 21h50, no Mineirão, os torcedores da Raposa esperam “vingar” o sofrimento vivido em 2009. Naquele ano, o Cruzeiro ficou com o vice-campeonato da Libertadores ao perder para o Estudiantes (ARG), por 2 a 1, de virada, no Gigante da Pampulha. O jogo de ida em La

É claro que a torcida do Cruzeiro está secando. Tem muita gente até comprando camisa do Olimpia

Fábio Monteiro

Plata havia terminado em 0 a 0. Derrotados, os celestes viram os argentinos fazerem festa ao lado de muitos atleticanos. Há quatro anos com cicatrizes ainda não superadas por esse revés, os cruzeirenses veem nesta semana a chance de descontar toda tristeza sofrida em 2009. Torcendo pro Olimpia Longe do Brasil, Donato Andrade, que trabalha com desenvolvimento de softwares para computadores em Santiago, no Chile, exalta essa oportunidade de ver os atleticanos amargarem uma derrota jogando na “Toca 3”. “Minha expectativa é ver o Atlético perder mesmo. Eles já gastaram toda a sorte naquele jogo com o Tijuana (MEX), com a defesa de pênalti feita pelo Victor no fim do jogo. E o Olimpia vai vencer. Será o nosso troco de 2009, já que eles secaram quando o Cruzeiro chegou à final contra o Estudiantes. Perderão no Mineirão, a casa do Cruzeiro”, alfinetou. Como aconteceu com os atleticanos, que compraram várias camisas do Estudiantes, alguns cruzeirenses mais radicais planejam uma torcida parecida a favor do Olimpia, também com o uso de adereços da equipe paraguaia. No

entanto, existe discordância em relação a essa atitude entre os próprios torcedores. “É claro que a torcida do Cruzeiro está secando. Tem muita gente até comprando camisa do Olimpia, o que acho uma grande bobagem. Mas é uma ‘vingança’ justa. Afinal de contas, 2009 foi quase ontem”, lembra o jornalista Fábio Monteiro, que mora em Governador Valadares. E o discurso de Fábio é aprovado pelo engenheiro Daniel Vecchia, mineiro que mora, atualmente, na cidade de Campo Verde, no Mato Grosso. “Comprei uma camisa que cita os anos em que fomos campeões da Libertadores. Não comprarei camisa do Olimpia. Quem gosta de vestir camisas de Estudiantes, Borussia Dortmund e Boca Juniors são eles, que igualaram o feito do São Caetano. Chegaram à final”, disse o torcedor. “O último título importante do Atlético foi em 1971. É um time sem tradição e tem uma torcida não acostumada com decisões. Vão jogar no Mineirão, onde quem manda é o Cruzeiro. A única coisa que conquistaram lá foi um título da Série B. E foram rebaixados também. Nunca serão campeões da Libertadores”, completou o publicitário Fabiano Alves.

O Cruzeiro encarou o São Paulo no Morumbi e conseguiu quebrar o tabu de nove anos sem vencer o Tricolor Paulista em Brasileirões, depois de conquistar uma excelente vitória pelo placar de 3 a 0. Os gols da Raposa foram marcados pelo atacante Luan, que está ganhando moral com o técnico Marcelo Oliveira. A partida começou sem muitas chances, com ambas as equipes trocando passes e estudando o adversário. A equipe celeste se mostrava mais bem postada em campo, enquanto o São Paulo era mais desorganizado. O primeiro gol da Raposa saiu já na segunda etapa, depois de boa jogada do jovem lateral Mayke, que levantou a bola para a área. Na conclusão, o atacante Luan pegou de primeira e fez um golaço, abrindo o marcador: 1 a 0. O segundo tento da equipe estrelada saiu depois de um ótimo contragolpe em que Vinícius Araújo ligou rápido Luan. O camisa 88 saiu na cara de Rogério Ceni e ampliou a contagem no Morumbi. Na reta final, o atacante fez mais um e deu números finais ao jogo. FICHA TÉCNICA SÃO PAULO 0 X 3 CRUZEIRO Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP) Data: 20 de julho de 2013, sábado Horário: 18h30 (de Brasília) Árbitro: Héber Roberto Lopes (SC) Assistentes: Kléber Lúcio Gil (SC) e Carlos Berkenbrock (SC) Público: 11.675 pagantes Renda: R$ 325.545,00 GOLS: CRUZEIRO: Luan, aos 6, 34 e 37 minutos do segundo tempo SÃO PAULO: Rogério Ceni; Douglas, Lúcio, Rafael Toloi e Clemente Rodríguez; Rodrigo Caio, Denilson (Roni), Jadson e Ganso; Osvaldo (Silvinho) e Luis Fabiano (Aloísio) Técnico: Paulo Autuori Cruzeiro: Fábio; Mayke (Leandrinho), Dedé, Bruno Rodrigo e Egídio; Nilton e Souza; Everton Ribeiro (Martinuccio), Ricardo Goulart (Lucca) e Luan; Vinícius Araújo Técnico: Marcelo Oliveira


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Brasileirão 2013

Botafogo é o novo líder do Brasileirão O

Campeonato Brasileiro da Série-A ganhou um novo líder após a 9ª rodada da competição, depois que o Botafogo venceu o lanterna Náutico pelo placar de 2 a 0, no estádio de São Januário. Os gols do Glorioso foram marcados por Elias e Renato.

Na zona de classificação para a Copa Libertadores da América, o Cruzeiro viajou até a capital paulista para encarar o São Paulo no estádio do Morumbi. Em noite de muita inspiração do atacante Luan – autor dos três gols do duelo – a Raposa não tomou conhecimento

TABELA BRASILEIRÃO - SÉRIE A 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

TIMES Botafogo Coritiba Cruzeiro Internacional Vitória Bahia Santos Grêmio Goiás Atlético Vasco Criciúma Corinthians Fluminense Flamengo São Paulo Ponte Preta Atlético-PR Portuguesa Náutico

P 16 16 15 15 14 13 12 12 12 10 10 10 10 9 9 8 7 7 7 4

J 8 8 8 8 8 9 8 8 8 7 8 8 8 8 8 9 7 8 8 8

V 5 4 4 4 4 3 3 3 3 3 3 3 2 3 2 2 2 1 1 1

P Pontos J Jogos V Vitórias E Empates D Derrotas

E D 2 1 0 4 1 3 1 3 2 2 2 4 2 3 2 3 2 3 3 1 1 4 1 4 4 2 0 5 3 3 2 5 1 4 4 3 4 3 6 1 Libertadores Rebaixamento

do Tricolor e venceu pelo placar de 3 a 0. O resultado deixou a equipe celeste na terceira posição da competição nacional. Já o Internacional recebeu o Flamengo no estádio Centenário, na cidade de Caxias do Sul e conseguiu marcar um gol já na reta final do confronto, depois de bobeada do setor defensivo Rubro-Negro que o experiente zagueiro Juan aproveitou e mandou a bola para o fundo das redes do goleiro Felipe. Agora vice-líder da competição, o Coritiba viajou até a cidade de Santos, para encarar o Peixe na Vila Belmiro. Depois de estar perdendo por 2 a 1, o Coxa não se deu por vencido e conseguiu arrancar o empate. Os gols da equipe praiana foram marcados por Neílton e Cícero. Já pelo lado dos paranaenses, Alex foi o autor dos dois gols, fazendo jus ao título de ídolo da torcida coritibana. Visando o G4 Candidatos a uma vaga na próxima Libertadores, o Grêmio se deu mal ao encarar o Criciúma no estádio Heriberto Hülse e perdeu por 2 a 1. O gol do Tigre catarinense foi marcado pelo atacante Wellington Paulista e o zagueiro

Matheus Ferraz, enquanto o Tricolor diminuiu o prejuízo com o meia Zé Roberto. Enquanto isso, o Corinthians encarou o Atlético-PR no estádio Durival de Britto e depois de sair perdendo com o gol dos anfitriões marcado por Marcelo, o Timão arrancou a igualdade no marcador com o badalado atacante Alexandre Pato. O resultado deixou a equipe dirigida pelo técnico Tite em uma situação não muito agradável no Brasileirão. Já Bahia e Vitória empataram sem gols na Fonte Nova. Clássico carioca No dérbi que marcou a volta dos times do Rio de Janeiro ao Maracanã, o Vasco levou a melhor e acabou vencendo o Fluminense pelo placar de 3 a 1. O Tricolor Carioca jogou com dois atletas a menos, depois da expulsão infantil do atacante Fred e do zagueiro Digão. Os gols do Cruzmaltino foram marcados por Juninho, André e Tenório, enquanto a equipe de Abelão diminuiu com Carlinhos. No outro jogo das 18h30, o Goiás venceu a Portuguesa por 2 a 1 com gols de Renan Oliveira. Bruno Moraes fez para a Lusa.

Jogos pela 9ª rodada da Série-A 27/07

27/07

27/07

28/07

28/07

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18h30

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21h00

16h00

16h00

Local: São Januário, Rio de Janeiro - RJ

Local: Canindé, São Paulo - SP

Local: Moisés Lucarelli, Campinas - SP

Local: Pacaembu, São Paulo - SP

Local: Arena Pernambuco, São Lourenço da Mata - PE

Transmissão

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28/07

fornecidos Transmissão (Dados pelo site da CBF)

28/07

TV aberta

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TV fechada

Pay-per-view

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16h00

16h00

18h30

18h30

18h30

Local: Arena do Grêmio, Porto Alegre - RS

Local: Mineirão, Belo Horizonte MG

Local: Maracanã, Rio de Janeiro - RJ

Local: Fonte Nova, Salvador - BA

Local: Couto Pereira, Curitiba PR

Transmissão

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Brasileirão 2013

Palmeiras assume a ponta da tabela A

rodada do Campeonato Brasileiro da Série-B teve mudança no topo da tabela, depois da vitória do Palmeiras por 3 a 2 sobre o Figueirense, em pleno estádio Orlando Scarpelli. O resultado colocou o Verdão na primeira colocação, pois a partida entre Cha-

pecoense e América foi adiada. Os gols da equipe paulista foram marcados por Vinícius, André Luiz e Valdívia – que foi o nome do jogo – enquanto o Figueira balançou as redes com Rafael Costa e Ricardo Bueno. O Alviverde ainda perdeu um pênalti com Leandro.

TABELA BRASILEIRÃO - SÉRIE B 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

TIMES Palmeiras Chapecoense Sport Joinville Figueirense Paraná Bragantino América Atlético-GO Oeste Boa Esporte Guaratinguetá Icasa São Caetano Ceará Paysandu Avaí ASA América-RN ABC

P 21 20 18 17 16 15 14 14 13 12 12 10 10 10 10 9 9 7 6 3

J 9 8 9 9 9 9 9 8 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9

V 7 6 6 5 5 4 4 4 4 3 3 3 3 2 2 2 2 2 1 0

P Pontos J Jogos V Vitórias E Empates D Derrotas

E D 2 0 0 2 3 0 2 2 3 1 2 3 3 2 2 2 1 4 3 3 3 3 5 1 5 1 3 4 3 4 4 3 4 3 6 1 5 3 6 3 Série-A Rebaixamento

Quem também ganhou posições na parte de cima da classificação foi o Sport, após bater o Avaí, na Ilha do Retiro. Os gols do triunfo foram marcados por Marcos Aurélio e Lucas Lima. Desta forma, os pernambucanos estacionaram na terceira posição. Já o Joinville viajou até o Rio Grande do Norte para enfrentar o ABC e saiu do Frasqueirão com um empate de 0 a 0. O resultado fez com que os catarinenses perdessem uma colocação, caindo para quarto lugar. Zona intermediária Na disputa para chegar perto do G4, o Paraná recebeu o América-RN e não tomou conhecimento do adversário. O placar final apontou 4 a 0 para os paranistas, com gols marcados por Moacir, Felipe Amorim, Paulo Sérgio e Reinaldo. Outro que se deu bem jogando em casa foi o Bragantino, após vitória por 2 a 0 com gols de Lincom e Álvaro, assumindo a sétima colocação na competição. O Atlético-GO também venceu na nona rodada da Série-B e bateu o ASA, mesmo jogando em Arapiraca. O único tento da partida realizada no estádio Municipal foi

marcado por Diego Giaretta. O placar de 1 a 0 também se repetiu em Varginha, na vitória do Boa Esporte sobre o Paysandu. O gol do triunfo foi marcado por Fernando Karanga. Zona da Degola Com a derrota de todos os clubes que ocupam o rebaixamento, quem se beneficiou foi o Guaratinguetá, que visitou o São Caetano no estádio Anacleto Campanella e venceu pelo placar de 1 a 0. O responsável pelo Guará somar mais três pontos na tabela foi o lateral Renato Peixe. Com o resultado, a equipe comandada por Marcelo Veiga respirou e conseguiu chegar à 12ª posição, com dez pontos ganhos. O Oeste foi outro clube que saiu vitorioso na rodada do Campeonato Brasileiro da Série-B, após visitar o Icasa, na cidade de Juazeiro do Norte e vencer o duelo pelo placar de 3 a 0. Mesmo jogando no Romeirão, a equipe cearense não conseguiu apresentar um bom futebol. Os algozes dos anfitriões foram o zagueiro Adriano Alves, autor de dois gols, e o atacante Bruno Nunes. Com os três pontos do triunfo, o Rubro-Negro do interior paulista deu um salto na tabela de classificação, aparecendo no 10º lugar.

Jogos pela 10ª rodada da Série-B 23/07

23/07

26/07

26/07

27/07

X

X

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21h00

21h00

21h00

21h00

16h20

Local: Coaracy Fonseca, Arapiraca - AL

Local: Mauro Sampaio, Juazeiro do Norte - CE

Local: Ilha do Retiro, Recife - PE

Local: Serra Dourada, Goiania - GO

Local: Dario Leite, Guaratinguetá - SP

Transmissão

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Transmissão

Transmissão

Transmissão

27/07

fornecidos Transmissão (Dados pelo site da CBF)

27/07

TV aberta

27/07

TV fechada

Pay-per-view

27/07

27/07

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16h20

16h20

16h20

21h00

21h00

Local: Arena Condá, Chapecó - SC

Local: Dilzon Melo, Varginha - MG

Local: Durival Britto, Curitiba - PR

Local: Orlando Scarpelli, Florianópolis - SC

Local: Frasqueirão, Natal - RN

Transmissão

Transmissão

Transmissão

Transmissão

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nacional

Craques continuam indo para a Europa Levantamento mostra que apesar do aumento das receitas, clubes brasileiros ainda são exportadores de jogadores Foto: Wander Roberto/VipComm

I

ndiscutivelmente o Brasil é um país que tem um grande poderio na criação de novos craques para o futebol. Porém, corriqueiramente acompanhamos as nossas estrelas se transferirem principalmente para a Europa, devido aos altos salários pagos no Velho Continente e os valores exorbitantes nas negociações. O assédio a jogadores brasileiros são advindos principalmente da Espanha, principal compradora de atletas tupiniquins. Exemplo claro disso pode ser visto na badalada transação de Neymar para o Barcelona. No total, o Barça desembolsou para a contratação do atacante cerca de 57 milhões de EUR, aproximadamente R$ 166 milhões. Segundo a Pluriconsultoria, a transação do principal atacante brasileiro perde apenas para a negociação que envolveu o meia Kaká. Em 2009, o Milan negociou o atleta com o Real Madrid por um montante de 65 milhões de EUR (R$ 190 milhões). Quando analisamos as 100 transferências mais caras da história, as agremiações estrangeiras que mais gastaram em negociações envolvendo atletas do país pentacampeão do mundo foram o Barcelona, que totaliza dez negociações e um montante de 238 milhões de EUR (R$ 697 milhões), seguido pelo arquirrival Real Madrid, que levou seis dos jogadores mais caros do mundo, gastando o equivalente a 191 milhões de EUR (R$ 559 milhões). Em seguida aparece o inglês Manchester City, que já investiu cerca de 120 milhões de EUR (R$

“Não temos condições de competir na compra das maiores estrelas, nem quando eles são brasileiros, o que teoricamente nos favoreceria. A forma de reverter esse quadro é fortalecer financeiramente os clubes, criando condições para que sejam mais saudáveis e responsáveis. Ocorreu um forte aumento de receitas nos últimos anos, mas as despesas subiram ainda mais, e o endividamento dos clubes permaneceu muito alto, o que nos manteve numa posição de fragilidade frente aos clubes estrangeiros”, explicou ao BolanoBarbante o Economista, Especialista em Gestão e Marketing do Esporte e Pesquisa de Mercado, Fernando Ferreira, da Pluriconsultoria. Ferreira ainda é enfático ao dizer que não acredita que este panorama se reverta em pouco tempo, justamente pelos clubes do Brasil permanecerem deficitários, apesar dele admitir que existe algumas agremiações que saem desta regra. “Há exceções, mas são poucas. Esse é o panorama geral”, conclui. Neymar foi comprado pelo Barcelona por aproximadamente 57 milhões de EUR

351 milhões), assim como o francês PSG, que tirou dos cofres 103 milhões de EUR (R$ 301 milhões). Exportador Apesar dos jogadores brasileiros sempre estarem em alta no mercado futebolístico mundial, percebe-se que mesmo com o aumento das receitas dos clubes do Brasil, existe ainda uma grande disparidade em relação aos gigan-

tes da Europa. E por isso, mesmo quando pegamos de amostragem apenas os atletas tupiniquins envolvidos nas negociações mais caras, observamos que uma pequena parcela – um total de 2% do que foi transacionado – foi movimentado por clubes do Brasil, o que daria cerca de 44 milhões de EUR (R$ 128 milhões), valor bem abaixo ao investido por Barcelona e Real Madrid.

Brasileiros Apenas três clubes do Brasil aparecem na lista entre os maiores compradores, caso do Corinthians, que aparece na 23ª posição, com as transferências de Carlos Alberto junto ao Porto por 10 milhões de EUR, atualmente R$ 30 milhões, e o atacante Alexandre Pato, repatriado após a negociação com o Milan, que resultou em um montante de 15 milhões de EUR (R$ 43 milhões). Em seguida temos o Flamengo em 38º e o São Paulo, que ocupa a 42ª posição.

Atletas negociados

238

Valor total das negociações em milhões de euros

190 119 10

6

Barcelona Real Madrid

4 M. City

103

4 PSG

95 4 Chelsea

90 5 Milan

80 3 Juventus

79

79 6 Shakhtar

53 5 Lyon

4 Bayern

Fonte: Pluriconsultoria

MAIORES TRANSFERÊNCIAS DE BRASILEIROS


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nacional

Ingresso caro espanta o torcedor O país vive um dilema entre o aumento exorbitante dos preços dos ingressos e a baixa ocupação dos estádios Foto: BVB oficial

bol, pois nota-se que na última temporada, o Brasil caiu do 13º lugar, para o 18º no ranking de público, ficando atrás de países que não possuem quase nenhuma tradição futebolística, como EUA, China e Austrália. Para piorar, estamos atrás de campeonatos de menos expressão, como a segunda divisão da Inglaterra e da Alemanha, por exemplo.

D

esde que se falou que a Copa do Mundo seria no Brasil, o país sofreu uma transformação econômica e cultural no futebol. Uma das principais mudanças após as reformas nos estádios foi a elevação do preço do ingresso, que influiu diretamente na porcentagem de ocupação das novas arenas esportivas. Contudo, o processo de elitização do futebol parece não ter futuro no país pentacampeão do mundo. Um dos principais fatores para o fracasso desta prática é a desconsideração da estrutura socioeconômica do país, que obriga o torcedor a acompanhar um ritmo financeiro que não cabe no bolso. É contraditório querer passar o padrão de vida europeu para o brasileiro. “É um verdadeiro desafio à lei da ofer-

ta e demanda, que fica evidente na relação direta entre o aumento de preços e a queda de público nos estádios ao longo dos últimos anos”, afirma o economista especialista em esporte, Fernando Ferreira. Vale ressaltar que quando analisamos especificamente eventos como a Copa do Mundo, Copa das Confederações, ou até mesmo os jogos do Flamengo em Brasília, esta teoria não se aplica devido a grande procura para o jogo, principalmente em uma praça de esportes que não é costumeira desta agremiação. Público da temporada Quando abrimos o leque para a comparação em jogos por toda a temporada, vemos que a queda no público é vertiginosa, principalmen-

te se considerarmos os estaduais, que a cada ano ficam menos interessante para o espectador. É quase impossível que se encha sempre um estádio cujo o campeonato possui problemas estruturais como, por exemplo, um calendário mal definido e a escassez de estrelas em campo para chamar os torcedores. Aprofundando um pouco mais no assunto, vemos que partidas sem grande expectativa estão fadadas cada vez mais a ficar com menor público e isto não chega a surpreender, se observarmos que nos últimos dez anos os ingressos mais baratos aumentaram cerca de 300%, segundo levantamento da Pluriconsultoria. A situação é preocupante, principalmente para quem gosta de fute-

OCUPAÇÃO DOS ESTÁDIOS PELO MUNDO 83% 69%

68%

68%

68% 38,4% *31º Brasil (1ª Divisão)

6º Alemanha (2ª Divisão)

5º Espanha (1ª Divisão)

4º Holanda (1ª Divisão)

3º EUA (1ª Divisão)

2º Inglaterra (1ª Divisão)

1º Alemanha (1ª Divisão)

70%

10º Inglaterra (2ª divisão)

90%

9º França (1ª Divisão)

91%

8º Suécia (1ª Divisão)

94%

7º Chipre (1ª Divisão)

95%

Fonte: Pluriconsultoria

O estádio do Borussia Dortmund (ALE) tem ocupação máxima de 80 mil torcedores em quase todos os jogos

Brasil em queda Se formos analisar todas as competições do mundo, observamos que a ocupação média dos estádios na última temporada foi de 66% dos assentos disponíveis. No topo da lista aparece a sempre organizada Alemanha, com 95% de ocupação dos estádios na Bundesliga (Campeonato Alemão). Em seguida temos a Inglaterra, com 94%, seguido pelos Estados Unidos, que cada vez mais investe na sua liga profissional de futebol. Vale lembrar, que na terra do Tio Sam, a liga profissional não permite a construção de estádios com mais de 25 mil lugares, justamente para não ficarem vazios. No ranking de ocupação dos estádios, onde se faz uma média das partidas para saber a porcentagem de lugares que foram utilizados, vemos de saída uma nova queda do Brasil, que agora está na 31ª posição no levantamento mundial. Observamos também, que na temporada passada, 61,6% dos assentos dos estádios brasileiros não foram utilizados, o que representa um montante de R$ 7,9 milhões de ingressos encalhados durante as competições, o que daria uma receita bruta em torno de R$ 300 milhões aos clubes do país e que atualmente é ignorada por quem faz o futebol brasileiro.


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internacional

Ortega se despede do futebol O polêmico ídolo argentino “El Burrito”, algumas vezes comparado a Maradona, fez seu último jogo dia 13

N

o último dia 13 de junho, o futebol mundial se despediu formalmente em campo de um dos mais conturbados e polêmicos ídolos das últimas décadas. O argentino Ariel Ortega, ex-craque de equipes como River Plate, Newell´s Old Boys, Valencia, Parma, Sampdoria entre outros, El Burrito como era chamado de forma carinhosa pela torcida argentina chegou a ser considerado o novo Maradona do futebol argentino. Dono de uma habilidade incrível e dribles desconcertantes, Ortega substituiu nada mais nada menos que Don Diego Armando Maradona na seleção argentina, ainda com 19 anos, no mundial dos Estados Unidos em 1994, logo após a crise do dopping do maior craque de sempre da Argentina e que o afastou definitivamente de sua seleção. Durante anos, Ortega foi o dono da camisa 10 que pertenceu a Maradona, tendo disputado ainda as Copas do Mundo da França em 1998 e da Coréia do Sul e Japão de 2002. No mundial da França, Ortega protagonizou uma cena ainda um tanto curiosa, quando com seu 1,69m de altura deu uma cabeçada no queixo do goleiro holandês Edwin Van der Sar de 1,97m que veio abaixo em seguida. Lamentavelmente para a Argentina, isso fez com que Ortega - que vinha fazendo um grande mundial - fosse expulso e a Holanda acabou por eliminar a Argentina nas quartas de final daquela Copa. Alcoolismo Para o craque argentino no entanto, nem tudo foram flores ao longo de sua carreira. Assim como aconteceu com Garrincha, que para muitos foi o maior craque da história do futebol brasileiro, Ortega também teve problemas com o álcool além de diversos proble-

fotos: carp oficial

mas disciplinares, principalmente quando jogou fora da Argentina. Em 2003, Ortega jogava pelo Fenerbahçe da Turquia, quando subitamente no meio da temporada voltou a Buenos Aires e não retornou ao clube. Em seguida a equipe turca conseguiu frente à FIFA proibir que o astro argentino jogasse em qualquer time. Ortega foi suspenso por cerca de um ano até que o Newell´s Old Boys fizesse uma oferta ao Fenerbahçe e destravasse o conflito. Após regressar ao seu país natal, El Burrito também teve problemas com alcoolismo e chegou inclusive a ser afastado de seu clube de coração, o River Plate, em 2011, após seguidas faltas nos treinos por problemas relacionados a sua adição ao álcool. Após o afastamento do River, Ortega foi

cedido para o All Boys, equipe da segunda divisão do campeonato argentino por onde jogou apenas 12 vezes em função de uma lesão. Seu último clube profissional foi o modesto Defensores de Belgrano por onde disputou toda a temporada 2011/2012 com 23 jogos e 4 gols marcados. Despedida Parado há um ano, Ortega se despediu na semana passada no estádio Monumental de Nuñez, casa do River Plate e da seleção argentina, diante de um público de 70 mil pessoas que queriam ver pela última vez os dribles desconcertantes e o talento daquele que um dia foi considerado o herdeiro natural de Maradona. Participaram grandes nomes do passado do River Plate como o uruguaio Enzo Francesco-

li, Gallardo, o atual técnico e ex-jogador Ramón Díaz, o antigo ídolo cruzeirense Sorín, o ex-gremista Astrada e os ainda profissionais Javier Saviola e Ignacio Scocco, atual craque do Newell´s e desta Copa Libertadores de 2013. Num jogo entre amigos do Ortega e amigos do River Plate, os últimos golearam os primeiros por 8x2 e Ortega jogou pelos dois lados. Ídolo em diversos clubes, na última semana Ortega foi reverenciado até pela torcida do Boca Juniors, arquirrival do River, quando a torcida xeneize espalhou cartazes pelas ruas de Buenos Aires agradecendo ao Burrito pelo seu futebol e pela passagem na seleção argentina. Sem dúvida alguma um ídolo dos gramados que aos 39 anos se aposenta de vez após uma carreira de mais altos que baixos.

84 JOGOS 17 GOLS

7

353 JOGOS 78 GOLS TÍTULOS

35 JOGOS 9 GOLS

1

26 JOGOS 3 GOLS TÍTULO

fonte: olé

OS NÚMEROS DE ORTEGA 31 JOGOS 9 GOLS

1

61 JOGOS 11 GOLS TÍTULO


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história

63 anos da maior tragédia do Brasil Há mais de seis décadas o Brasil perdia para o vizinho Uruguai a final da Copa de 1950, no Maracanã

N

a última terça-feira, dia 16 de julho, completaram 63 anos do maior revés da história do futebol brasileiro: a derrota para o Uruguai por 2x1, na final da Copa do Mundo de 1950, realizada justamente no Brasil. Naquela tarde de domingo, cerca de 200 mil pessoas que lotaram o então recém-construído Maracanã, simplesmente emudeceram após o gol de Alcides Ghiggia, craque do Peñarol na época, que representou a virada uruguaia sobre o Brasil. Ao lembrar-se daquele gol, Ghiggia, que é o único jogador ainda vivo daquela façanha conhecida também como “Maracanazo”, diz que apenas três pessoas calaram o Maracanã: “eu, Frank Sinatra e o Papa [João Paulo II quando esteve no Rio de Janeiro]”. Conta-se que após o final do jogo, apesar do imenso público, somente se ouvia o choro dos jogadores brasileiros, logo amparados pelos uruguaios, que mesclavam um sentimento de felicidade pelo vitória e de tristeza e compaixão pelos brasileiros. Salto Alto O excesso de confiança contribui em cheio para que aquilo acontecesse e que foi chamado pela crônica esportiva da época de “a pior tragédia da história do Brasil”. Na Copa de 1950, a final era na verdade um quadrangular disputado entre Uruguai, Brasil, Suécia e Espanha. Contra a Celeste, o “screth” brasileiro, que ainda jogava de branco, precisava de apenas um empate, pois já havia goleado a Suécia por 7x1 e a Espanha por 6x1, sendo que neste último jogo, a torcida embalada pelos tentos brasileiros cantava a marchinha “touradas de Madrid”. Já os uruguaios haviam apenas empatado contra a Espanha por 2x2 e ganho o jogo contra a Suécia por um apertado 3x2. Com estes antecedentes, o Brasil era favoritíssimo. Num clima de confiança quase cega e absoluta, o jornal O Mundo, do Rio de

foto: Cbf

Seleção do Uruguai foi campeã em cima do Brasil na Copa do Mundo de 1950 após vencer de virada pelo placar de 2 a 1

Janeiro, publicou em sua capa a foto do time brasileiro com a seguinte manchete: “Estes são os campeões do Mundo”. Para motivar a equipe Celeste, seu capitão Obdulio Varela levou um exemplar deste jornal para cada jogador uruguaio nos vestiários antes da final e os perguntou se o Brasil já era o campeão do mundo. Minutos antes do início da decisão, o então prefeito do Rio, Ângelo Perez, fez um discurso pelos alto-falantes do estádio, onde já dava o Brasil como campeão ao dizer: “Vós, brasileiros, que daqui a alguns minutos sagrados como campeões do mundo. Vós que não tens rivais no mundo inteiro. Vós a quem já saúdo como vencedores. Cumpri minha palavra construindo este estádio. Cumpram agora seu dever ganhando a Copa do Mundo”. Para piorar a situação, durante os dias que antecederam o jogo houve um desfile de políticos, que fizeram questão de ser fotografado junto aos jogadores. Além disso, o técnico da seleção, Flávio Costa, fez com que no dia do jogo os atletas participas-

PÚBLICO PAGANTE 172.772 ESTIMATIVA TOTAL 200 MIL DE PÚBLICO

sem de uma missa pela manhã, onde eles permaneceram duas horas de pé. O jogo Na finalíssima, o equilibrado confronto no 1º tempo terminou em 0x0. Já no primeiro minuto do etapa derradeira, Friaça enlouquece a torcida brasileira abrindo o placar: 1x0 para o Brasil. A essa altura a vitória parecia certa. No entanto, do outro lado haviam jogadores talentosos, capitaneados pelo célebre meio campista Obdulio Varela. Aos 21 minutos, o craque celeste Schiaffino empatou o jogo, assustando o Maracanã. No entanto, o silêncio sepulcral se deu aos 34 minutos, quando Ghiggia arrancou pelo canto direito – em uma troca de passes com Julio Pérez diante do zagueiro brasileiro Juvenal, que não conseguiu roubar a bola – resultando no chute preciso entre as costas do arqueiro brasileiro Barbosa e a trave, morrendo no fundo do gol, no tento que decretou o segundo título da Celeste. Após a tragédia Ainda desconcertados com o desfecho do mundial, os organi-

zadores não conseguiram furar o cerco dos jornalistas dentro do campo e o então presidente da Fifa, Jules Rimet, custou para achar o capitão uruguaio Varela e lhe entregar a taça. “Me vi só com a taça nos meu braços. Terminei descobrindo o Obdulio Varela e a entreguei quase escondido. Lhe dei a mão sem dizer uma palavra” disse Rimet após o encontro. Com a derrota brasileira, o célebre compositor Ary Barroso, que também era locutor de futebol, se aposentou da profissão e nunca mais narrou um jogo. Naquele 16 de julho, o Brasil inteiro sofreu, mas ninguém sofreu tanto como o pobre goleiro brasileiro Barbosa, que foi injustamente acusado pela imprensa e pelos torcedores de ser o responsável direto pelo revés da Seleção. Barbosa faleceu em 2000 aos 79 anos, carregando a culpa eterna daquela derrota. Seus críticos preferiram fazê-lo de bode expiatório, que reconhecer a qualidade uruguaia e a desorganização brasileira.

ESCALAÇÃO DAS SELEÇÕES DE 1950 BRASIL

Barbosa; Augusto, Juvenal e Bigode; Bauer, Danilo, Zizinho e Jair; Friaça, Ademir e Chico Técnico: Flávio Costa URUGUAI

Maspoli; González e Tejera; Andrade, Gambetta, J. Pérez e O. Varela; Ghiggia, Schiaffino, Míguez e Morán Técnico: J. L. Fontana


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Notasno

Barbante Ciclismo

Tour de France

O

britânico Chris Froome conquistou o título da centésima edição da Volta da França, neste sábado, ao chegar em terceiro na penúltima etapa da competição. Com 80h49m33s e pouco mais de cinco minutos de vantagem para o segundo colocado no geral, o colombiano Nairo Quintana Rojas, o ciclista assegurou o título geral, já que a chegada até Paris tem por característica um simples desfile protocolar.

Tênis

Para assegurar o seu primeiro título da Volta da França, o britânico assumiu a liderança da prova na oitava etapa, ao vencer a subida para a estação de esqui Ax-3 Domaines, nos Pirineus. Desde então, não perdeu mais a primeira colocação e ainda ganhou outras duas etapas - a 15ª e a 17ª. Único representante do Brasil na competição, Murilo Fischer, com uma desvantagem de 20 minutos e 42 segundos, terminou em 133º.

ealizando ótima temporada juntos, Bruno Soares e Alexander Peya disputaram neste domingo (21) a decisão do ATP 500 de Hamburgo, na Alemanha. Após bom primeiro set, os dois foram superados na parcial seguinte e acabaram derrotados no super tie-break pelos poloneses Marcin Matkowski e Mariusz Fyrstenberg, em parciais de 3/6, 6/1 e 10/8. Mesmo com o vice-campeonato, Soares e Peya seguem como a segunda melhor dupla do circuito na temporada. Com os 300 pontos somados após o resultado deste domingo, os dois acumulam 3.850 pontos no ranking de 2013 e abrem vantagem para os espanhóis Marcel Granollers e Marc Ló-

A

S

em Leandrinho, Anderson Varejão e Tiago Splitter, o Brasil disputa a Copa América da Venezuela a partir do próximo mês de agosto em busca da classificação para o Mundial-2014. Contudo, apesar do desfalque, Marcelinho Huertas nega a dependência destes atletas para conseguir a vaga olímpica. “Sabemos que tiveram problemas físicos e realmente é difícil contar com eles, mas já disputamos algumas competi-

ções sem esses jogadores, até mesmo em Mar del Plata-2011, quando conseguimos a classificação para as Olimpíadas. Não podemos ficar dependendo da disponibilidade deles”, declarou Huertas. Tiago Splitter, único do grupo de astros presente em Mar del Plata-2011, alegou necessidade de descansar para pedir dispensa da Copa América, enquanto os demais atletas da Seleção sofrem com problemas físicos.

Bruno Soares e Alexander Peya ficam com vice campeonato em Hamburgo R

Judô

Sem astros da NBA

Basquete

pez, ficando cada vez mais próximos do ATP Finals. Campeão em Hamburgo Fabio Fognini conseguiu superar o azarão argentino Federico Delbonis para sagrar-se campeão do ATP 500 de Hamburgo, na Alemanha. O italiano precisou salvar três match-points no segundo set antes de conseguir a virada em parciais de 4/6, 7/6 (10-8) e 6/2, após 2h28 de partida, para conquistar seu segundo título na carreira. Na última semana, o italiano levantou seu primeiro troféu no ATP 250 de Stuttgart, também na Alemanha. Com o resultado, o atleta de 26 anos entrará no top 20 do ranking mundial pela primeira vez, subindo seis posições e assumindo

o 19º posto na atualização desta segunda-feira. No feminino, a norte-americana Serena Williams conquistou neste domingo o título do Premier de Bastad, na Suécia. Na decisão, a número 1 do mundo bateu a local Johanna Larsson por 6/4 e 6/1 e terminou o torneio sem perder um set sequer nas cinco partidas que disputou. Apesar do desempenho arrasador, Serena esteve ameaçada no primeiro set. Após sofrer duas quebras de saque, a norte-americana chegou a estar perdendo por 1/3, mas reagiu para virar em 6/4. Motivada, a número 1 do mundo dominou a segunda parcial e abriu 5/0 sem dificuldades, permitindo que Larsson confirmasse seu saque apenas uma vez. Este foi o quinto troféu consecutivo conquistado por Serena no saibro.

Brasil leva mais Brasileiras três medalhas ficam em 13º

pós um bom início no sábado, o Brasil encerrou sua participação no Grand Slam de judô de Moscou com mais três medalhas. Em duas finais, os representantes nacionais que entraram no tatame neste domingo garantiram um ouro, uma prata e um bronze. Com ippon, Maria Suele Altheman superou a japonesa Kanae Yamabe para subir no lugar

mais alto do pódio da categoria acima de 78 kg. Já Mayra Aguiar sofreu yuko a 20 segundos do final de sua luta contra a húngara Abigel Joo e ficou com a prata na categoria até 78 kg. Enquanto isso, o judoca Luciano Correa foi beneficiado pelas quatro advertências recebidas pelo cazaque Maxim Rakov e foi o terceiro colocado entre os atletas até 100 kg.

N

a final do Mundial de nado sincronizado, neste domingo (21), em Barcelona, Giovana Stephan e Lorena Molinos caíram uma posição e ficaram em 13º lugar entre as 16 duplas finalistas da prova técnica na piscina do Palau Sant Jordi. Com o tema ‘Gótico’, as brasileiras marcaram 82.500 pontos, atrás da dupla mexicana de Blanca Plancarte e Nuria Garcia,

Nado sincronizado

que somou 83.800 e ‘roubou’ o 12º lugar de Giovana e Lorena, mas ficaram à frente das suíças Pamela Fischer e Anja Nyffeler, 14º lugar com 82.200 pontos. “Uma coisa boa é que não cansamos, então agora é trabalhar muita marcação e sincronização. Na nossa avaliação, nadamos melhor do que de manhã, mas o resultado não foi o que queríamos”, lamentou Lorena.


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