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O semanário do futebol
Ed. Nº1 - Ano I - Belo Horizonte - 20 a 26 de maio de 2013
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não jogue este impresso em via pública
Galo
Bicampeão
3
Foto: Bruno Cantini
Edição Especial
Brasileirão 2013 Tudo sobre o campeonato mais competitivo do mundo 6
Foto: Tiago Haddad
Atlético
Entrevista: Dadá, o rei de todas as torcidas
12
Cruzeiro
Foto: Flickr oficial do Atlético
Campeão em 1971 foi comandado pelo mestre Telê Santana
Foto: Site oficial do Cruzeiro
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Campanha de 2003 mantém recordes até hoje imbatíveis
5
BolanoBarbante.com - Ed. 1 - Ano I - Belo Horizonte - 20 a 26 de maio de 2013
2 2
Contra-ataque
Adeus ao torcedor C
leoleal@ bolanobarbante.com
Editorial Caro leitor,
V
ocê está prestes a conhecer o mais novo veículo de comunicação de Belo Horizonte. A cada semana serão 12 páginas para entretê-lo e informa-lo sobre tudo que aconteceu nos gramados futebolísticos pelo mundo. Nossa proposta é inovadora e próspera, uma vez que não existem semanários de futebol voltados exclusivamente para o torcedor mineiro. Mas queremos ir além, trazer não apenas a notícia e sim o porquê da notícia. Nossas matérias são analíticas e sempre com ponto de vista crítico, feitas sob medida para quem pensa futebol, respira futebol e adora o esporte mais popular do planeta. Estaremos sempre com o olhar jornalístico para tratarmos o futebol como entretenimento, porém com seriedade e compromisso com o leitor, nossa razão de existir. Somos feitos para o torcedor e é deste lado que nos encontramos. Nosso público é você, trabalhador e torcedor mineiro, você que está passando, que está parado no sinal, que assiste ao jogo ou que nos viu num ponto de distribuição. Você que chora pelo futebol ou que apenas gosta de assistir aos jogos. Entramos em campo e reservamos uma cadeira cativa para todos que tem sede de futebol. Agradecemos a todos que contribuíram para chegarmos às ruas. Boa leitura!
construção e avanço da humanidade dos homens. Mas são poucas as vozes que se voltam contra a progressiva degradação da prática do futebol no país, como os colunistas Fernando Calazans (“O Globo”) e Tostão (“Folha de São Paulo”). Saudades de João Saldanha. Voltaremos a este tema frequentemente em edições futuras. Hoje gostaríamos de abordar uma questão mais ampla: a progressiva mercantilização do futebol brasileiro. Destaque-se que não estamos falando de profissionalização do futebol, oficializada no país em 1933 e que não causou nenhum dos males com que a vertiginosa mercantilização ameaça nosso futebol, entre os quais e o maior deles a ausência dos verdadeiros torcedores no cenário vivo do jogo, dado o preço criminoso dos ingressos. Que se entenda mercantilização em seu sentido de colocar o lucro individual, sempre egoístico, antes do legítimo interesse dos torcedores de fazer parte do jogo. Quem poderá estar nos estádios – cujos campos de jogo foram, aliás, reduzidos a campos de pelada para dar lugar a mais cadeiras vendidas a preços astronômicos – nos jogos da Copa das Confederações e na Copa do Mundo? Sim, apenas uma elite de privilegiados. De primeira – O América e o Vasco avançam céleres em busca do objetivo fixado por suas diretorias no início da temporada: a queda para a 3ª e a 2ª divisão do Brasileirão respectivamente.
om o início do campeonato nacional já no próximo dia 26 e a Copa do Brasil entrando em suas etapas realmente decisivas, o futebol brasileiro se vê diante de novos, Leovegildo Leal é e maiores, desajornalista e professor fios na linha da universitário. Exjogador de futebol recuperação de amador, desenvolve sua condição de estudos na área uma das maioda sociologia do res expressões futebol, e é colunista lúdico-culturais do BolanoBarbante do país. O primeiro destes desafios, o da reconquista do prestígio e representatividade dos campeonatos regionais, acaba de ser perdido: espremidos em um calendário que os relegou à simples condição de pré-temporadas adicionais, os regionais perderam atratividade, força, emoção. Quem ganhou com isso? Certamente não foram os torcedores. Violência, malandragens, jeitinhos e espertezas por parte de jogadores, juízes, dirigentes e equipes técnicas são sacralizadas por um jornalismo esportivo que dá as costas para seu papel e função primordiais de fazer da informação arma na
* A coluna de Opinião é de responsabilidade de seu autor e não expressa, necessariamente, a opinião do jornal.
Expediente Diretor de Redação e Editor Responsável Ramon Lopes
Projeto gráfico Diagramação Tiago Haddad
Diretor de Marketing e Redator Tiago Haddad
20 mil exemplares
14.361/ MG -JP
15.374/ MG -JP
e
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Contatos Redação: 3262-1580 redacao@bolanobarbante.com Publicidade: 3262-1583 publicidade@bolanobarbante.com Rua Ministro Orozimbo Nonato, 102 - Torre A Sala 2204 - Vila da Serra - Nova Lima/MG
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mineiro
Aqui é bicampeão!
Primeira conquista O bicampeonato atleticano foi especial não só para a torcida, mas também para o atacante Jô e o meia Ronaldinho Gaúcho, que conquistaram seu
primeiro título com a camisa alvinegra. O título vem coroar o ótimo momento do maestro Ronaldinho Gaúcho, dias depois que o meia foi preterido por Luiz Felipe Scolari na convocação da Seleção. Sua ausência ocasionou um grande estardalhaço por parte da imprensa e torcedores, justamente pelo fato do jogador estar revivendo a fase que o consagrou no futebol mundial. Jô também foi um dos principais jogadores na campanha vitoriosa do Atlético, já que o atacante balançou as redes dos adversários em seis oportunidades, sendo artilheiro do Galo na competição e com grande participação no ataque mais positivo do torneio, com 41 gols marcados.
Cuca é tricampeão Cuca conseguiu seu terceiro Campeonato Mineiro neste domingo, já que o comandante atleticano venceu o estadual em outras duas oportunidades, com o Cruzeiro em 2010 e no ano passado com o Galo quando conquistou o torneio invicto. Ao todo, o comandante atleticano soma quatro títulos estaduais, contando com o Campeonato Carioca de 2009, quando treinou o Flamengo. Outro que comemora uma boa sequência em estaduais é o volante Leandro Donizete, que conquistou o tetracampeonato com o título deste domingo. Em 2010 e 2011 pelo Coritiba, e em 2012 e 2013 pelo Atlético.
Foto: Bruno Cantini
O
Galo é bicampeão Mineiro! Com vantagem para a grande final por ter vencido o primeiro jogo por 3 a 0, o time confirmou seu favoritismo e boa fase, mesmo com revés de 2 a 1. O resultado deu o segundo título consecutivo e o 42º estadual ao Alvinegro. Há 13 anos o Atlético não era Bicampeão. O Galo esperou o Cruzeiro no seu campo de defesa, apostando no contragolpe com Bernard e Diego Tardelli. A vantagem diminuiu depois de um pênalti apitado por Leandro Vuaden. Pela esquerda, Dagoberto gingou e foi derrubado por Gilberto Silva. O camisa 11 chutou no meio do gol e abriu o marcador no Mineirão. O Atlético começou a arrumar espaço nas costas do lateral Egídio. Em um dos lances, Tardelli até marcou o gol atleticano, mas o impedimento foi assinalado acertadamente. Antes do final do primeiro tempo, o Atlético foi novamente castigado em outro pênalti, depois que Richarlyson chutou Borges dentro da área. Dagoberto cobrou e ampliou o placar. Na etapa complementar o Atlético voltou mais ligado e corria atrás do prejuízo do primeiro tempo. De tanto pressionar, o Galo foi recompensado. Em um lance errado de Egídio, Luan acelerou e foi derrubado na área. Na cobrança, Ronaldinho deslocou Fábio e correu para o abraço. Com o tento marcado, a situação ficou ainda melhor para o Atlético. Ao final do segundo tempo Luan foi expulso por entrada violenta em Dagoberto. A jogada gerou tumulto e confusão em campo, mas logo foi controlado.
Foto: Bruno Cantini
3
Em ótima fase, Ronaldinho Gaúcho confirmou favoritismo do Galo e marcou gol de pênalti
Escalação do Galo
ATLÉTICO: Victor; Marcos Rocha, Gilberto Silva, Réver, Richarlyson; Josué, Leandro Donizete, Ronaldinho e Tardelli (L. Silva); Bernard (Luan) e Jô (Alecssandro). Técnico: Cuca
PÚBLICO PAGANTE: 42.142 RENDA: R$1.774.410,00
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Atlético
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Foto: Flickr oficial do Atlético
Foto: Reprodução/Arquivo pessoal Dadá Maravilha
Galo o 1º campeão Em pé: Renato, Humberto Monteiro, Grapete, Vanderlei, Vantuir e Oldair; Agachados: Ronaldo, Humberto Ramos, Dario, Lola e Tião. O ano de 1971 é marcante para o futebol brasileiro e para a torcida atleticana. Para o esporte mais famoso do mundo, porque era a primeira vez que a CBD (atual CBF) organizava o campeonato nacional; para a massa alvinegra, pelas glórias conquistadas naquele ano, quando o Galo sagrou-se o primeiro campeão do Campeonato Brasileiro de toda a história. O formato da competição em nada lembrava o atual Brasileirão, já que a fórmula de disputa inicialmente previa a divisão das equipes em dois grupos de 10, que jogavam entre si e posteriormente com os clubes da
outra chave, classificando os doze melhores, que eram novamente alinhados em três grupos, para que os melhores de cada chave disputassem um triangular decisivo. Para a decisão do título do primeiro Brasileirão, classificaram para o triangular decisivo, Atlético, São Paulo e Botafogo. O Tricolor Paulista contava com craques como Gérson, Toninho Guerreiro, entre outros, enquanto o Botafogo contava com nada mais nada menos que Jairzinho. Porém, o Galo tinha um timaço e o seu elenco possuia jogadores como Humberto Ramos, Grape-
te, Lola e o matador Dadá Maravilha, sem contar o inesquecível técnico Telê Santana. 12º jogador Além de uma equipe forte, o Atlético contava com a sua imensa e fanática torcida, já que no triangular decisivo, a média do Galo foi de 26.836 expectadores por partida. Ao final da campanha vitoriosa, o alvinegro obteve impressionantes 724.577 torcedores ao logo dos 27 confrontos da competição. Com a bola rolando o Atlético venceu a sua primeira partida na fase final, depois de derrotar o São Paulo em um difícil jogo por 1 a 0.
Com a vitória, os atleticanos precisavam de apenas um triunfo em cima do Botafogo, para sagra-se campeão do primeiro Brasileirão da história, e de fato, isso aconteceu no dia 19 de Dezembro de 1971, em partida realizada no Maracanã, quando cerca de 10 mil atleticanos foram ao Rio de Janeiro para acompanhar a boa jogada de Humberto Ramos, que driblou Mura, Carlos Roberto, e Marco Aurélio, ganhando a área e cruzando de forma certeira na cabeça do artilheiro Dadá Maravilha, que cabeceou no canto esquerdo de Wendell e correu para o abraço. Dadá foi o artilheiro do campeonato com 15 gols.
Candidato ao título
Time base do Galo
á muito tempo o Galo não tem uma equipe tão coesa e de encher os olhos da massa atleticana. Mantendo a base da excelente campanha do ano passado no Brasileirão, a equipe continua sendo comandada em campo pelo craque Ronaldinho Gaúcho, que está jogando cada vez mais e pode ser um dos nomes de Felipão para a Copa de 2014. O elenco mantido por Alexandre Kalil conta ainda com uma zaga de dar inveja a qualquer clube, como o goleiro Victor e os zagueiros Leonardo Silva e Réver, apelidados carinhosamente de “Torres Gêmeas”. Como se não bastasse, a revelação do campeonato do ano passado, Bernard continua a evoluir seu futebol sendo junto com R10, uma das peças mais importantes que o treinador Cuca tem em mãos. Para o equilíbrio do time, Leandro Donizete e Pierre fecham o meio atleticano, tornado o Galo um dos candidatos ao título deste ano.
Jô
Tardelli Bernard Ronaldinho Pierre Leandro Donizete Richarlyson
Marcos Rocha
Leonardo Silva
Réver
Victor
Fonte: Galo Digital
H
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CruzeirO
Foto divulgação
Máquina Azul o 1º campeão dos pontos corridos Equipe celeste mantém recordes até hoje não superados desde o Brasileirão 2003
O primeiro campeão da era dos pontos corridos é um dos times com maior experiência na disputa do Brasileiro. A Raposa esteve presente em todas as edições na divisão de elite da competição e até hoje soma impressionantes 1.629 gols. Números que colocam o clube na segunda posição das equipes que mais marcaram no campeonato nacional, perdendo apenas para o São Paulo com 1.764 gols. Ao todo, o Cruzeiro disputou 1.119 jogos com 478 vitórias, 307 empates e 334 derrotas. O Brasileirão mudou várias vezes sua fórmula de disputa, e apenas em 2003 a CBF resolveu seguir o formato dos campeonatos nacionais mais
famosos do mundo, e a competição passou a ser disputada em pontos corridos. A alteração no regulamento provocou um fenômeno organizacional nos clubes e quem se deu bem foi o Cruzeiro. Em 2003 fez a participação mais memorável de toda sua história, tornando-se campeão nacional com impressionantes 100 pontos na classificação, 13 a mais que o segundo colocado Santos. Nesse ano, o elenco celeste era comandado pelo especialista em Brasileirões, Vanderlei Luxemburgo, enquanto em campo o time era orquestrado pelo meia Alex, que encantava a torcida com seu futebol de classe. Além do “Talento Azul”,
como era conhecido o camisa 10, a equipe tinha o colombiano Aristzábal, autor de belos gols, o chileno Maldonado e o goleiro Gomes passando segurança, além dos laterais Maurinho e Leandro que faziam boas investidas no ataque. Recorde CELESTE A Raposa de 2003 foi uma máquina nos gramados. Em 46 jogos, saiu vencedora 31 vezes, empatou sete e sofreu apenas oito derrotas. Nesse ano, o Cruzeiro além de levantar a taça, conseguiu sua maior vitória na história do Brasileirão ao golear o Bahia na Fonte Nova pelo placar de 7 a 0, sendo que o maestro
Alex, ao final da competição, consagrou-se artilheiro do time com 23 gols. Até hoje é o maior goleador do Cruzeiro na era dos pontos corridos. Quem chegou mais perto foi o atacante Guilherme, com 18 gols, e que hoje pertence ao arquirrival Atlético. A superioridade era tanta, que muitas estatísticas entraram para a história por esta fantástica equipe. Ao todo, em 2003, o Cruzeiro conseguiu uma média de 2,45 gols, permanecendo uma das mais altas do clube na era Mineirão, sendo que apenas no Brasileirão, a média de gols da Raposa foi de 2,21. O feito coloca a equipe no segundo melhor ataque do na era dos pontos corridos.
Esperança Renovada P
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Dagoberto
Borges
Diego Souza Everton Ribeiro Leandro Guerreiro Everton
Nilton Ceará Dedé
Leo Fábio
Time base do Cruzeiro
Fonte: Futpédia
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ara o Brasileirão deste ano o Cruzeiro vem de esperança renovada, já que a torcida celeste espera que a equipe faça campanhas mais dignas que nos dois últimos anos, para não passar pela vexatória situação de quase ser rebaixado(2011) ou apresentar um futebol tão medíocre quanto no ano passado, quando a Raposa disputou o Brasileirão apenas para permanecer na divisão de elite. Para agradar o torcedor e colocar o time de novo em destaque, a diretoria do Cruzeiro fez uma limpa no elenco. Ao todo, foram 16 atletas que deixaram a equipe, para a entrada de 13 novas caras. Na atual temporada, foram contratados os zagueiros Nirley, Paulão, Dedé e Bruno Rodrigo; o lateral Egídio; os volantes Uelliton, Nilton e Henrique; os meias Diego Souza, Ricardo Goulart e Everton Ribeiro, além dos atacantes Dagoberto e Lucca.
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nacional
6
Brasileir
Primeiro campeão brasileiro em 1971, o Galo é um dos candidatos ao título da edição deste ano. No ano passado, a equipe comandada por Cuca foi vice-campeã da competição nacional, depois de dois anos péssimos em que o Alvinegro ficou na 19ª e 20ª posição, correndo risco de ser rebaixado para a segunda divisão. O elenco conta com Ronaldinho Gaúcho como maestro. O Atlético-PR vai ser uma verdadeira incógnita para o Brasileirão deste ano. Vindo da Série-B, depois de ficar em terceiro na competição, o Furacão deverá ter como meta permanecer na elite do futebol brasileiro. O Rubro-Negro conta com o experiente Paulo Baier para organizar o meio campo da equipe e como uma das principais atrações do elenco. O Bahia aposta na reformulação do elenco depois do fiasco no estadual e no apoio de sua torcida para disputar o Brasileirão de 2013. Com menos recursos que muitas outras equipes do Sudeste, o Tricolor Baiano vive um momento de instabilidade e procura reforços para aumentar o nível do elenco, que na última edição do campeonato nacional ocupou a modesta 15ª posição. O Botafogo é uma equipe que a crítica esportiva espera muito no Brasileirão deste ano, já que no comando do alvinegro, está a frente o experiente e sereno Oswaldo de Oliveira. O elenco do Glorioso conta com jogadores de nível mundial, como é o caso do holandês Seedorf. Outra peça chave para o time é o meia uruguaio Lodeiro e o goleiro Jefferson. A equipe do Corinthians é uma das principais candidatas ao título do Brasileirão 2013, já que o time comandado pelo técnico Tite é o mesmo que foi campeão da Libertadores no ano passado, além de conseguir conquistar o título do Mundial Interclubes. O experiente elenco conta com excelentes jogadores como Ralf, Paulinho, Emerson, Cássio, Renato Augusto e Danilo. O Coritiba é uma equipe que perdeu vários jogadores que disputaram o Campeonato Brasileiro, como é o caso de Everton Ribeiro, que foi negociado com o Cruzeiro. Porém, o Coxa Branca repatriou o meia Alex, que estava no futebol da Turquia, e também conta com o experiente goleador Deivid, além do goleiro Vanderlei e o meia Rafinha. O Criciúma deve ser uma equipe que vai brigar para não cair no Campeonato Brasileiro. Depois de ter disputado a Série-B do Brasileirão e ter conseguido o acesso após ser vicecampeão da competição. O elenco perdeu alguns jogadores como o zagueiro Nirley e o atacante Lucca, porém, um dos trunfos do Tigre é o estádio Heriberto Hulse, seu caldeirão. A equipe do Cruzeiro sofreu uma intensa reformulação, depois de fazer uma temporada mediana no ano passado, quando terminou em 7º no Campeonato Brasileiro. Pensando em uma campanha vitoriosa, a Raposa conta com o goleiro Fábio, os atacantes Dagoberto e Borges, o meia Everton Ribeiro e o experiente Diego Souza, além do próspero técnico Marcelo Oliveira.
O Flamengo deste ano parece que vai disputar o campeonato apenas para permanecer na elite do futebol brasileiro, já que colocando ordem na casa, o objetivo da diretoria flamenguista é sanar as dívidas, para depois começar a montar uma equipe competitiva. Com o fracasso no Campeonato Carioca, o Rubro-Negro terá um elenco modificado para o Brasileirão.
18h30 Local: São Januário, Rio de Janeiro - RJ
Transmissão
X
18h30 Local: Fonte Nova, Salvador - BA
21h00 Local: Pacaembú, São Paulo - SP
Transmissão
Transmissão
X
16h00 Local: Alfredo Jaconi, Caxias do Sul - RS Transmissão
1993
Palmeiras
Flamengo
26/05
1ª Rodada - Domingo
X
1992
1991
São Paulo
Corinthians
1990
Vasco
1988
1989
Bahia
*1987
Flamengo e Sport
São Paulo
1986
Coritiba
1985
1984
Fluminense
Flamengo
1983
1982
Flamengo
Grêmio
1981
Flamengo
1980
1979
Internacional
25/05
1ª Rodada - Sábado
X
Guarani
1978
1977
São Paulo
Internacional
1976
Internacional
1975
1974
Vasco
Palmeiras
1973
1972
Palmeiras
Atlético
Quem já levou...
1971
Apesar do último levantamento da IFFHS (Federação Internacional de História e EsO Fluminense defende o título do Brasileirão e é um sério candidato a levantar o caneco da tatística do Futebol) apontar o Campeonato competição mais uma vez, já que o elenco do Tricolor continua forte, com os mesmos jogado- Brasileiro como o segundo mais difícil do res do ano passado. O goleador Fred, o atacante Wellington Nem e Rafael Sóbis, e também o mundo, em campo, ele é primeiro, já que não existe um campeonato nacional no planeta goleiro Diego Cavalieri, são os principais nomes do Flu para triunfar mais uma vez.
X
16h00 Local: Moisés Lucarelli, Campinas - SP Transmissão
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rão 2013
O Goiás será uma equipe que deve fazer uma competição modesta, já que como todas as outras que subiram da Série-B do Brasileirão, o elenco esmeraldino não conta com jogadores de destaque e perdeu no início da temporada atletas importantes como o meia Ricardo Goulart e o lateral Egídio. Porém, jogando em casa, o Goiás costuma fazer valer seu mando. Pela primeira vez na história, o Grêmio não vai disputar o Brasileirão no Olímpico. Com a Arena Grêmio, os comandados por Vanderlei Luxemburgo tem boas chances de fazer uma ótima competição, já que o Tricolor Gaúcho tem um elenco de grande potencial, que possui jogadores como o volante Elano, o lateral André Santos, o matador Barcos e o chileno Vargas. Sempre existe uma boa expectativa para o Internacional em Campeonato Brasileiro. Contudo, o Colorado nas últimas edições deixou um pouco a desejar, principalmente pela qualidade de seu elenco. O time do Beira-Rio conta com o técnico disciplinador Dunga e jogadores de renome, como é o caso do atacante Leandro Damião e o uruguaio Forlán, e o meia D’alessandro. A equipe do Náutico não tem muitas chances de ficar na parte de cima da tabela do Brasileirão 2013. Com um elenco limitado, o time alvirrubro deve figurar do meio para baixo da classificação da competição nacional, sendo um fortíssimo candidato ao descenso no torneio. Um dos principais trunfos da equipe é jogar no Aflitos, onde costuma complicar a vida dos visitantes. A Ponte Preta é uma equipe sempre perigosa no Campeonato Brasileiro e costuma tirar pontos dos grandes clubes. A perspectiva para a Macaca é ficar na zona intermediária da tabela de classificação. O elenco do time de Campinas conta com a segurança do experiente goleiro Edson Bastos, além do meio de campo Ramírez que se destacou no Campeonato Paulista. A Portuguesa é uma equipe modesta quando se fala em Campeonato Brasileiro, já que o clube vive passeando nas divisões de acesso da competição nacional. Sem jogadores conhecidos no elenco, a Lusa tem como principal trunfo os jogos como anfitriã, já que costuma fazer partidas apertadas no Canindé. Os goleiros Glédson e Lauro são os destaques. A equipe do Santos é uma das que podem conseguir conquistar o título da competição esse ano, já que o elenco conta com jogadores de renome, como o atacante Neymar, sempre visado em campo, como também o meia argentino Montillo, que tem uma técnica apurada e costuma ser bastante agudo nos jogos. O time também conta com o experiente Léo, e o técnico Muricy Ramalho. O São Paulo é o clube que mais se adaptou ao Brasileirão de pontos corridos, desde que o sistema de disputa foi criado em 2003. O Tricolor Paulista já conseguiu conquistar a competição por 3 vezes. O elenco comandado por Ney Franco conta com estrelas como o goleiro Rogério Ceni e o atacante Luis Fabiano, além do zagueiro pentacampeão do mundo Lúcio.
16h00 Local: Heriberto Hulse, Criciúma SC Transmissão
26/05
X
16h00 Local: Estádio Nacional, Brasília - DF Transmissão
Transmissão
X
18h30 Local: Cláudio Moacyr de Azevedo, Macaé - RJ Transmissão
Fluminense
2012
Corinthians
2011
2010
Fluminense
Flamengo
2009
2008
São Paulo
São Paulo
2007
São Paulo
2006
2005
Corinthians
Santos
2004
2003
Santos
Cruzeiro
2002
Atlético-PR
2000
1ª Rodada - Domingo
X
O Vitória, assim como o seu arquirrival Bahia não tem grandes chances de surpreender no Brasileirão, principalmente pelo seu elenco modesto. Vindo da divisão de acesso,o RubroNegro baiano tem como principal objetivo permanecer na elite do futebol brasileiro, usando de sua torcida para conseguir fazer pressão e sobressair na competição.
2001
Vasco
Corinthians
1999
1998
Corinthians
Vasco
1997
Grêmio
1996
1995
Botafogo
Palmeiras
1994
que se inicie com tantos candidatos ao título. Competitividade, maior estruturação dos clubes, além da facilidade na formação de atletas, são algumas das principais características, que fazem o Brasileirão ser imprevisível.
A perspectiva para o Vasco não é das melhores, pois a equipe da Colina, dirigida pelo treinador Paulo Autuori, tem sérios problemas fora de campo. O time perdeu importantes peças do elenco, como o atacante Alecssandro, o volante Nilton e também o zagueiro Dedé. Para não brigar na zona da degola, o Cruz-Maltino contará com a pressão da torcida em São Januário.
TV aberta
*O campeonato de 1987 foi batizado de Copa União, com dois módulos. O Flamengo venceu o módulo verde e o Sport o amarelo e não houve o jogo decisivo.
TV fechada
X
18h30 Local: Independência, Belo Horizonte - MG Transmissão
Pay-per-view
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18h30 Local: Couto Pereira, Curitiba - PR Transmissão
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américa
!
Avante Coelho América começa a luta para voltar à elite do futebol brasileiro
C
om o status de terceira força de Minas, o América vai para a 19ª disputa da segunda divisão do Brasileirão, desde que foi rebaixado pela primeira vez no ano de 1979. Ano passado, apesar de todos os esforços para se manter na elite do Brasileirão, com um orçamento bem mais baixo que de outras equipes, o Coelho acabou voltando para a divisão de acesso da competição nacional, justamente no ano em que foram completados os seus 100 anos de história no futebol. Quando o assunto é o Brasileiro, o América está mais que calejado, já que o clube também disputou a Série-C do campeonato pela primeira vez em 1986, quando a equipe foi rebaixada no ano de 1986, voltando no ano seguinte novamente a disputar a divisão de acesso para a elite do futebol brasileiro. Desde o final da década de 80 e no início da década de 90, o Coelho viveu uma fase instável na competição, tanto, que são registrados neste período diversas idas e vindas do América pelas divisões do Brasileirão, como aconteceu dois anos mais tarde, quando o América retornou para a terceirona do Brasileirão Já nos anos 90, o Coelho ficou outra vez em evidência no Brasileiro. O sonho de retornar à elite do futebol finalmente se realizou no ano de 1992, quando o América terminou em 6º a segundona e conseguiu o acesso para disputar o Campeonato Brasileiro da Série-A, onde foi rebaixado posteriormente após terminar a competição em 16º .
América comemora ascensão para a Série-B do Brasileirão em 2009 Foto: Site oficial do América
Depois de uma nova queda, o Coelho voltou a fazer bonito em 1997, quando retornou à elite do futebol em grande estilo, depois de ter vencido a Série-B do Brasileirão, em um jogo contra o Vila Nova-GO, onde Celso fez o gol da vitória, para a alegria dos 12 mil torcedores presentes no Independência. Naquele ano o América teve o artilheiro da competição, já que Tupãzinho deixou sua marca 13 vezes.
*Os anos presentes no gráfico correspondem apenas à participação na Série-B
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Liga dos campeões
Seleção alemã decide final Foto: Site oficial do Bayern de Munique
Times realizam a primeira final alemã da história após derrotar grandes favoritos
N
o próximo dia 25 o mundo vai parar para mais uma decisão da Liga dos Campeões, em Wembley. Juntos, Bayern e Borussia formam a base da seleção alemã para a Copa do Mundo e Copa das Confederações. Pela primeira vez na história, dois times alemães se enfrentam na grande final, depois de atropelarem dois favoritos ao título. Isso talvez explique a vitória avassaladora do Bayern de Munique sobre o Barcelona, vencendo por 4 a 0 na Allianz Arena e por 3 a 0 no Camp Nou. E também o triunfo do Borussia Dortmund por 4 a 1 contra o Real Madri no Westfalenstadion, assegurando a classificação mesmo com um revés de 2 a 0 no Santiago Bernabéu. Os dois clubes desfrutam de elencos de grande qualidade. Se pelo lado dos bávaros o técnico Heynckes conta com jogadores como Schweinsteiger, Thomas Müller, Ribéry, Robben e Mandžukić, a equipe aurinegra dirigida por Jürgen Kloop não fica atrás e possui
atletas como Mario Götze, Marco Reus, o goleiro Weidenfeller e o vice-artilheiro da competição Lewandowski, que vem sendo a sensação desta Liga dos Campeões. Histórico na Liga Até o momento, o Bayern de Munique já disputou 268 jogos pela competição continental e saiu vitorioso em 148 oportunidades, empatou por 61 vezes e obteve 59 derrotas. Ao todo, os bávaros já disputaram nove finais, foram tetra campeões do torneio (74,75,76 e 2001) e foram vice-campeões em cinco decisões (82,87,99,2010,2012). Já o Borussia Dortmund disputou 89 jogos, vencendo 42, empatando 21 e perdendo em 26 partidas. Até o momento, a equipe aurinegra disputou apenas uma final e conseguiu conquistar seu único título na Copa dos Campeões depois de triunfar em cima da Juventus pelo placar de 3 a 1, em 1997, com um time que tinha como principal estrela
Andreas Möller. No único confronto da história pela Liga dos Campeões, o Borussia Dortmund levou a melhor em cima do Bayern de Munique, justamente no ano em que a equipe do Westfalenstadion sustentava o título da torneio. O jogo foi válido pelas quartas de finais da competição continental e depois de um empate sem gols na partida de ida, no Olympiastadion München (hoje conhecido como Allianz Arena), os Aurinegros em seus domínios acabaram conseguindo a vitória em um jogo apertado, decidido no último instante, depois do gol de Stéphane Chapuisat, aos quatro minutos do segundo tempo da prorrogação. Histórico no Alemão No Campeonato Alemão (Bundesliga), como não podia ser diferente, as equipes possuem um maior registro de duelos, sendo que o Bayern de Munique leva uma enorme vantagem sobre o
rival. De 88 jogos disputados, os bávaros saíram vencedores por 38 vezes, empataram em 28 ocasiões e perderam em 22 oportunidades para os Aurinegros. A média de gols no confronto da equipe de Heynckes é de 1,86, enquanto a do time de Kloop é de 1,3. Confronto Brasileiro O Brasil também estará na decisão da final da Liga dos Campeões, já que ambas as equipes possuem atletas brasileiros. O Borussia Dortmund conta com o zagueiro Felipe Santana, que veio do Figueirense, enquanto o Bayern de Munique tem em seu elenco o defensor Dante, o lateral Rafinha e o meio campista Luiz Gustavo, além do preparador físico, Marcelo Martins. O defensor Dante, é um dos jogadores brasileiros de maior destaque na decisão, assim como Felipe Santana, porém, o zagueiro bávaro é também cotado para defender a Seleção na Copa de 2014.
Jogadores do Bayern e Borussia que jogam na seleção Neuer Goleiro Bayern de Munique
Badstuber Zagueiro Bayern de Munique
Boateng Lateral Bayern de Munique
Hummels Zagueiro Borussia Dortmund
Schmelzer Lateral Borussia Dortmund
Götze Meio-campo Borussia Dortmund
Gündoğan Meio-campo Borussia Dortmund
Kroos Meio-campo Bayern de Munique
Müller Atacante Bayern de Munique
Reus Meio-campo Borussia Dortmund
Schweinsteiger Meio-campo Bayern de Munique
Gómez Atacante Bayern de Munique
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Internacional
Futebol milionário Clubes brasileiros se inspiram no modelo europeu para fortalecer o caixa O futebol brasileiro vive uma expansão vertiginosa, no entanto, está longe de ser comparado com o futebol europeu. Uma das questões principais é em relação aos serviços ofe-
Os 5 mais rico$ do mundo
1º
recidos para o torcedor, envolvendo todo o caminho até o estádio, além das diversas atividades no entorno e dentro do mesmo, como bares, restaurantes, museus e acessibilidade.
Real Madri
€512,6 milhões
2º Barcelona €483 milhões
Fonte: Football Money League (receita da temporada 2011/12)
Fatores como estes são de suma importância para que haja uma maior frequência de torcedores em jogos, assim como na Bundesliga, que a maioria do público compra
United Bayern M. Chelsea 3º M. 4º 5º €395,9 milhões €368,4 milhões €322,6 milhões
O
A
Brasileirão tem a menor média de público dos campeonatos analisados. A falta de segurança e má organização, afasta o público dos estádios. O Brasileirão carece de melhor organização.
ocupação dos estádios está diretamente ligada ao conforto e outras atividades realizadas no pós e no pré jogo, como acessibilidade a sanitários, bares, restaurantes, museus e não apenas realizar a partida.
Fonte: BDO Consultoria
Fonte: BDO Consultoria
A
O
lém da paixão clubística de cada torcedor, o público total é uma mescla de fatores que influenciam as pessoas frequentarem os estádios, bem como acessibilidade e a variação na programação.
preço médio dos ingressos do Brasil e no exterior variam de acordo com os serviços oferecidos, como lugares, conforto, acesso ao estádio, segurança e a fidelização do torcedor ao clube preferido.
Fonte: BDO Consultoria
Fonte: BDO Consultoria
A
ingressos antecipados e conseguem fortalecer o caixa do clube, além de tornar um hábito a ida aos jogos, não acompanhando o time em todos os momentos.
A
maior presença do público nos jogos europeus em relação aos brasileiros é a falta de investimento em ações de marketing, muito utilizadas no Velho Continente, ainda em fase inicial no Brasil.
receita bruta dos clubes é influenciada pela venda de atletas ao exterior e a maior fidelização da torcida aos programas de sócio torcedor, uma renda essencial às cifras do futebol moderno.
Fonte: BDO Consultoria
Fonte: BDO Consultoria
Os 10 jogadores mais bem pagos do mundo 1º
2º
3º
4º
5º
6º
7º
8º
9º
10º
Beckham PSG 37 anos Renda: 36 milhões de EUR
Messi Barcelona 25 anos Renda: 35 milhões de EUR
C. Ronaldo Real Madri 28 anos Renda: 30 milhões de EUR
Eto’o Anzhi 32 anos Renda: 24 milhões de EUR
Neymar Santos 21 anos Renda: 20 milhões de EUR
Agüero M. City 24 anos Renda: 19 milhões de EUR
Rooney M. United 27 anos Renda: 18 milhões de EUR
Ibrahimovic PSG 31 anos Renda: 17,5 milhões de EUR
Yaya Touré M. City 27 anos Renda: 16,6 milhões de EUR
F. Torres Chelsea 28 anos Renda: 16,3 milhões de EUR
Fonte: France Football
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história
Futebol no Brasil O Brasil foi o último país com tradição no futebol a organizar um campeonato nacional. Até então, os clubes disputavam apenas seus campeonatos estaduais, sendo o paulista o mais antigo, realizado desde 1902.
E
m 1920, no Estádio das Laranjeiras, o Fluminense organizou um Triangular de Campeões dos principais estados e o Paulistano foi proclamado o primeiro campeão do Brasil pela extinta Confederação Brasileira de Desportos, substituída pela atual CBF em 1979 por exigências da Fifa. Até nascer o Campeonato Brasileiro, os clubes disputavam competições interclubísticas, com realizações muitas vezes irregulares e algumas edições inacabadas. O
Torneio Rio-São Paulo surgiu em 1933 e é considerado o embrião do Brasileirão. Em 1960, com a criação da Copa Libertadores da América, foi criada a Taça Brasil para indicar um representante brasileiro, que seria o vitorioso dos jogos eliminatórios dos campeões de todos os estados. O Bahia foi o primeiro campeão, em 1959. Ao mesmo tempo, o Torneio Rio-São Paulo continuava a ser disputado. Até que em 1966, com a vitória do Cruzeiro na Taça Brasil
em cima do Santos de Pelé, ficou claro que o torneio não podia mais se restringir aos dois estados. Então, em 1967, foi rebatizado como Roberto Gomes Pedrosa e ampliado. Com a extinção da Taça Brasil em 1968, o Robertão – como ficou conhecido – passou a ser o campeonato brasileiro e ampliado novamente. O Rio-São Paulo voltou a ser disputado em 1993, porém restrito aos dois estados, e acabou novamente em 2001. Somente em 1971, com a inclu-
são do Ceará Sporting, foi oficializado o primeiro Campeonato Brasileiro, com a vitória do Atlético. O campeonato passaria ainda por várias alterações em nome, fórmula de disputa e divisões. Foi Campeonato Nacional até 1974; depois Copa Brasil, de 1975 a 1980; e Campeonato Brasileiro, de 1981 até hoje. Com exceção nos anos de 1987 e 88, quando chamou Copa União, e em 2000, quando por proibição judicial o campeonato foi batizado de Copa João Havelange.
Como tudo começou O futebol não chegou no Brasil com Charles Miller. Apesar da história mais aceita atribuir a ele a paternidade, alguns documentos dão conta que o escocês Thomas Donohoe teria levado a novidade à Fábrica de Tecidos Bangu, no Rio de Janeiro. Existem ainda relatos de partidas realizadas no Brasil e Argentina por volta de 1864 por integrantes das marinhas holandesa, francesa Reprodução da internet e, claro, os ingleses. Além disso, um padre e professor do colégio São Luiz, de Itu, usou a bola como forma de recreção entre 1872 e 73. Outras aparições da bola ocorreram em 1875, 76 e 78 no Rio de Janeiro, e 1882 em Jundiaí. O Bangu Atlético Clube reinvindica pra si o pioneirismo do futebol no país. A história de Thomas Donohoe, é defendida pelo jornalista e historiador Carlos Molinari. O biógrafo de Charles Miller, Jonh Mills, alega que as partidas anteriores não estavam dentro da regra e não passavam de divertimento.
O pai do futebol
1894 1895
Há controvérsias
Reprodução da internet
Outros estados
Linha do tempo do futebol no Brasil
Reprodução da internet
1903 1904
Bola modelo inglês, utilizada no Brasil entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX. Era feita de capotão e tinha uma costura externa, eliminada com a invenção do bico.
1908
A bola
A história oficial do início do futebol no Brasil aponta Charles Miller como a primeira pessoa a introduzir o esporte no país. Após retornar dos estudos na Inglaterra, ele reuniu os amigos e os convidou a jogar football. A primeira partida foi realizada na Várzea do Carmo, em São Paulo, em abril de 1895, entre os times dos funcionários da Companhia de Gás e da Estrada de Ferro São Paulo Railway. O time de Miller, São Paulo Railway, venceu por 4 a 2. O brasileiro, filho de pai escocês e mãe com ascendência inglesa, foi um exímio jogador tanto na Inglaterra quanto no Brasil. Aqui, atuou como jogador, dirigente e árbitro de futebol.
O papel que Miller desempenhou em São Paulo teve correspondentes em outros estados brasileiros. Aos poucos o futebol alcançou todo a nação e o Brasil tornou-se o país do futebol.
1897 1900
1901
Johannes Minerman e Richard Woelckers, no Rio Grande do Sul
José Ferreira Filho, na Bahia Guilherme de Aquino Fonseca, em Pernambuco
Vitor Serpa, em Minas Gerais Charles Wright, no Paraná
Oscar Cox levou o futebol para o Rio de Janeiro
São Paulo Atlethic Club, time de Charles Miller, que está no centro da foto Reprodução da internet
2 12
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Entrevista
Foto: Tiago Haddad
“Duas coisas que não sei fazer é jogar futebol e perder gol”
Como o futebol mudou sua vida? O futebol entrou na minha vida me tirando da marginalidade, porque até os 18 anos eu fui ladrão, bandido, passei pela Febem, não tinha nenhuma perspectiva, pois não era formado em nada. Tentei ser alfaiate, sapateiro, barbeiro, mil profissões, mas ficava tudo pela metade. Então, um dia fui fazer o último assalto da minha vida e com o que consegui comprei uma bola e comecei a jogar futebol com 18 para 19 anos. Com a velocidade incrível que eu tinha de correr da polícia e a impulsão fenomenal para subir em árvore e pular muro acabei fazendo 499 gols de cabeça nessa brincadeira. Depois de alguns desencontros, o que te motivou a apostar suas chances no futebol? Tentei abrir várias portas pois tinha de ir atrás, porque nada ia cair do céu pra mim. Foi quando eu fui ao Campo Grande [clube carioca fundado em 1940] pela 7ª vez pedir para treinar, depois de ser dispensado seis vezes. Um diretor me reconheceu e falou “esse cara não pode treinar não”. O Gradim [Francisco de Souza Ferreira, ex-jogador e técnico carioca], na época treinador do Campo Grande, me perguntou por que insistia. Disse que ia até lá sem café e sem almoço e por isso tropeçava na bola. Ele gostou da minha sinceridade e disse que se o problema era o prato de comida, seria resolvido. No outro dia, tomei café e fui treinar, mas eu era muito ruim, porém ele gostou da minha velocidade e da minha impulsão, mas principalmente da minha sinceridade, então pediu que o presidente assinasse um contrato comigo de um salário mínimo. Quais foram as principais dificuldades do o início da sua carreira, até ser consagrado Dadá Maravilha? A principal dificuldade é que era muito pobre e depois porque não tinha moral de homem e
Dadá, o único rei do futebol admirado por cruzeirenses e atleticanos, gremistas e colorados, crianças e velhos, nasceu no Rio de Janeiro em 4 de março de 1946. Viveu uma infância conturbada e uma vida difícil. Dando a volta por cima, o Peito de Aço hoje é querido e cumprimentado por onde passa. Antes da entrevista, saindo da Alterosa, um jovem o aborda e pede uma foto. Dario atende prontamente, e logo mais à frente, uma turma de crianças que saiam da escola gritam para Dadá: “Mamão com açúcar!”, imitando o gesto do ídolo. Por tudo isso, podemos dizer estar diante de um dos maiores nomes do futebol mundial. sim uma moral de bandido, desqualificado, que ninguém ia abrir a porta. Tudo foi difícil para mim, até encontrar essa pessoa boníssima que é o Gradim, que acreditou em mim e me deu uma chance. Não poderia perder essa chance, então o que o Gradim falava para mim era lei. Como foi ser artilheiro do Brasileirão? Quando entrava eu queria fazer gol. Tinha mania de brincar e dizer que duas coisas que não sei fazer “é jogar futebol e perder gol”. Se eu não fizesse gol, como ia ficar minha frase? Uma vez, jogando pelo Atlético contra o Valério prometi dois gols de nome Cosme e Damião. Depois de fazer o gol Cosme, Serginho fez um cruzamento, mas a bola pegou curva e eu vi que ia bater na trave. Quando senti isso mergulhei e trombei com a trave e a bola. Fiz o gol e ganhei oito pontos no surpercílio. Depois do jogo o pessoal veio me falar “Dadá, você é louco” e eu disse “Louco não, sou escravo da minha palavra”. Onde passei cumpri o que prometi. Deus fez com que eu cumprisse, porque quero dizer que sou fã de Deus, mas, modestamente, Deus também é fã do Dadá. Ainda existe amor à camisa no futebol? Olha, na minha época se jogava com amor à camisa, porque aquilo era meu pão de cada dia. Eu cansei de ir à pé para o campo do Atlético porque não tinha dinheiro para pegar ônibus. Talvez, a extrema necessidade de correr atrás do bicho [premiação paga em dinheiro após as partidas], se fazia loucuras. Portanto, não sei se ganhando o tanto que os jogadores ganham hoje, se eu teria feito as mesmas coisas que fiz. Porque se Neymar ganha 3,5 milhões eu tinha que ganhar no mínimo 4 milhões pela minha capacidade de fazer gols. Eu sei que ele é muito mais brilhante do que eu, mas eu fazia muito mais gols que ele, e por onde passei fui campeão e artilheiro.
Qual dos jogadores que jogaram ao seu lado, tirando o Pelé, que você considera mais habilidoso? Eu tive a honra de jogar com Tostão, um jogador extraordinário, que sabe o que a gente quer. Parece que ele consegue adivinhar o que estamos pensando, um jogador fantástico, inteligentíssimo. Depois joguei com Zico, Lola, Falcão – maior volante que vi na minha vida –, Figueroa, Valdomiro, um ponta direita que fazia cruzamentos que era mamão com açúcar, era só botar o queixo no ombro que era gol. Tanto que quando Valdomiro pegava a bola e corria, a torcida do Inter levantava, porque sabia que seria gol. Você acha que o jogador tem obrigações fora do campo ou se resume apenas dentro do campo? A obrigação no campo dele é maior, porque ele tem que dar satisfação ao patrão. O patrão para mim é o torcedor. O atleta tem obrigação com ele mesmo, não a vaidade de se consagrar como grande atleta, mas a consciência de saber que deve satisfação ao torcedor que está pagando o ingresso. Por que você acha que no Brasil não temos mais bons cabeceadores? É a preguiça. Na minha época tinha a forquilha, hoje em dia eu não vejo isso em nenhum time. A bola vinha e você tentava cabecear e acertar lá dentro. Os jogadores não treinam isso. Eu dava 100 cabeçadas por dia, não tinha como errar. Eu tinha certas manias e imaginava um triângulo olhando para o espelho [marcando com a caneta em sua própria testa para demonstrar] e era esse triângulo que era o segredo. É o triângulo do gol. Eu falava com os jogadores, pegou aqui é gol.