FAAL – FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E ARTES DE LIMEIRA CURSO DE GRADUAÇÃO EM DESIGN
NICO Design de Veículo Sustentável
ALUNO: Tiago Eduardo Izaltino ORIENTADORA: Profa. MSc. Renata La Rocca
LIMEIRA Dezembro de 2010
FAAL – FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E ARTES DE LIMEIRA CURSO DE GRADUAÇÃO EM DESIGN NICO Design de Veículo Sustentável
ALUNO: Tiago Eduardo Izaltino ORIENTADORA: Profa. MSc. Renata La Rocca Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora, como exigência parcial para a obtenção de título de Graduação do Curso de Design, Habilitação em Design de Produto, da Faculdade de Administração e Artes de Limeira, sob a orientação da Profa. MSC Renata La Rocca
LIMEIRA Dezembro de 2010
FOLHA DE JULGAMENTO
Candidato: Tiago Eduardo Izaltino Monografia defendida e julgada em: ___/___/______
perante a Comissão Julgadora:
__________________________________________ Prof.ª MSc. Renata La Rocca (orientador)
__________________________________________ (membro interno)
__________________________________________ (membro externo)
__________________________________________ Prof. MSc. Tomas Sniker (coordenador do curso)
__________________________________________________ Prof. Dr. Sebastião Orlando da Silva (diretor da Faculdade)
DEDICATÓRIA: Dedico este trabalho a todos aqueles que acreditaram em minha formação como profissional e cidadão. Dedico principalmente aos meus pais, a minha irmã, amigos, professores, coordenadores e autores que me inspiraram.
AGRADECIMENTOS Não gostaria de apenas citar uma lista enorme de nomes, mas agradecer a todas as pessoas que de alguma forma, não importando como, tornaram este trabalho possível. Agradeço primeiramente aos meus pais e irmã pelo constante incentivo, aos meus amigos de faculdade que sempre contribuíram com algo dia após dia e mais ainda durante este período. Aos professores, ex-professores, coordenadores, pessoas que sempre me ofereceram um modelo profissional de alto nível. À minha orientadora, Renata La Rocca, que além de modelo profissional a seguir, também teve seu tempo e experiência profissional aplicada á supervisão desta pesquisa, sempre me orientando. Aos profissionais e autores, que me inspiraram e direcionaram esta pesquisa. Enfim, aos leitores, por atribuírem algum valor ao ler esta pesquisa e adicionarem algum conhecimento para si, contribuindo para um todo.
Limeira, 05 de maio de 2010 .
RESUMO
ABSTRACT
A pesquisa aqui presente esta voltada para a mobilidade e sustentabilidade,
e
também
apresenta
enfoque
em
tecnologias voltadas para estas áreas. O cenário que envolve este assunto também é apresentado, trazendo fatores históricos para um melhor entendimento. Também será apresentado o resultado de pesquisas relacionadas ao processo de produção, desenvolvimento criativo por designers de produtos com enfoque no design para a mobilidade. Abordaremos também estudos de casos para uma melhor compreensão do que realmente tem sido produzido dentro destas expectativas. Essa pesquisa será
The research presented here is focused on mobility and sustainability, and also features a focus on technologies related to these areas. The scenery that surrounds this issue is also presented, bringing historical factors for the better. Also featured will be the result of research on the production process of creative development for product designers to focus on designing for mobility. We will also case studies for better understanding of what really has been produced within these expectations. This research will be used later to produce a concept of sustainable mobility.
utilizada posteriormente na produção de um conceito de Keywords: Transportation, Mobility, Design, Sustainability
mobilidade sustentável.
and Technology. Palavras chaves: Transportes, Sustentabilidade e Tecnologias.
Mobilidade,
Design,
SUMÁRIO
4.1 Tecnologias na indústria automobilística ........................... 44
Introdução ............................................................................... 09
4.2 Os carros elétricos ............................................................ 44
CAPITULO 1 – CENÁRIO...................................................... 12
4.3 O projeto da Nissan: Leaf.................................................. 45
1.1 O carro para a população ................................................. 13
4.4 O projeto da Hyundai: i10
............................. 46
1.2 O cenário atual ................................................................. 15
4.5 Tecnologias nacionais
............................. 47
CAPÍTULO 2 - TRANSPORTES E O DESIGN ...................... 18
CAPÍTULO 5 - ESTUDOS DE CASOS
............................. 51
2.1 O Ponto de partida ............................................................ 19
5.1 Bugster (FIAT) .................................................................. 51
2.2 Metodologias de Design .................................................... 19
5.2 Ye Zi (SAIC) ...................................................................... 52
2.2.1 Etapas de um projeto de design .................................... 20
5.3 3R-C (HONDA) ................................................................. 54
2.2.2 Fase de preparação ...................................................... 21
Capitulo 6 - Memorial Descritivo ......................................... 57
2.2.3 Fase de geração ........................................................... 22 2.2.4 Fase de avaliação ......................................................... 28
6.1 –Estudos de Caso Complementares ................................. 57
2.2.5 Fase de realização ........................................................ 30
6.2 - Concepção e público alvo ............................................... 64
CAPITULO 3 - TRANSPORTES E A SUSTENTABILIDADE 38
6.3 - Especificações técnicas .................................................. 70
3.1 Pré-Produção ................................................................... 39 3.2 Produção .......................................................................... 39
6.4 - Design preliminar ............................................................ 76
3.3 Distribuição ...................................................................... 39
6.5 - Pesquisa de aceitação no mercado .............................. 102
3.4 Uso................................................................................... 40
3.6 Mobilidade e sustentabilidade .......................................... 41
6.6- Apresentação da proposta final...................................... 109 6.7- Considerações finais...................................................... 117 REFERÊNCIAS .................................................................... 120
3.7 O sistema de reciclagem da FIAT (F.A.R.E.) .................... 41
ICONOGRAFIA .................................................................... 124
3.5 Descarte ........................................................................... 40
3.8 O motor GDI da Mitsubishi ............................................... 42 CAPÍTULO 4 - TRANSPORTE E TECNOLOGIAS ................ 44
9
Introdução Por conta destes problemas, esta pesquisa tem como Este trabalho de conclusão de curso tem como foco a compreensão
do
processo
produtivo
no
design
da
mobilidade sustentável, a partir do desenvolvimento de veículos ecologicamente corretos para deslocamentos urbanos, envolvendo também questões voltadas para as tecnologias
disponíveis,
conceitos
sobre
mobilidade
sustentável e conceitos sobre design.
objetivo compreender alguns aspectos deste cenário, alguns métodos produtivos do design, da sustentabilidade, tecnologias para a redução de impactos ambientais e estudando também conceitos desenvolvidos com este enfoque da mobilidade sustentável. Baseando-nos nesta pesquisa também apresentaremos uma proposta de design de um veículo pequeno voltado para público jovem de grandes metrópoles com tecnologias
O homem sempre precisou se locomover de alguma forma,
sustentáveis.
e como veremos, o carro se transformou em algo muito além de sua funcionalidade, ampliando as capacidades humanas de dentro para fora, gerando status e separando as camadas sociais nos grandes centros urbanos. Porém, atualmente estes meios de transportes estão gerando grandes preocupações para o mundo todo, pelo fato de serem movidos por motores alimentados por combustíveis fósseis, estes que por sua vez geram poluição que se reflete em uma má perspectiva para a qualidade da vida no planeta para as gerações futuras.
No capítulo 1 trataremos de uma breve introdução histórica sobre o automóvel. No capítulo 2 abordaremos as metodologias do design e como podem ser aplicadas ao design automotivo. No capítulo 3 veremos o tema sustentabilidade e como o mesmo pode ser agregado ao desenvolvimento de um veículo. No capítulo 4 vamos tratar sobre tecnologias voltadas para a construção de veículos mais eficientes. No capítulo 5 abordaremos estudos de casos, apontando pontos positivos que poderiam estar agregados em nosso
10 projeto. No capítulo 6 vamos estender mais estudos de casos complementares com análises mais específicas, principalmente do ponto de vista do design.
No capitulo 7 trataremos do Memorial Descritivo do referido projeto, onde abordaremos a concepção, a inspiração que nos
levou
a
produzir
sustentabilidade e
um
veículo
voltado
para
a
o perfil de seu público. Abordaremos
ainda as especificações técnicas que utilizaremos como base para a produção de nosso conceito de veículo sustentável. Na seqüencia apresentaremos o processo de criação através do design preliminar, apresentando as propostas
geradas e
demonstrando
o
processo
de
finalização e adaptação para a escala humana. Também apresentaremos a pesquisa de aceitação de mercado, demonstrando a opinião do público alvo sobre o modelo e, concluindo mostraremos o design final, com detalhes do veículo, tecnologias, sobre seu conceito entre outros detalhes.
12
CAPITULO 1 - CENÁRIO
primeiras impressões causadas pelo automóvel vão muito além do que imaginamos conforme o trecho abaixo:
Neste capítulo abordaremos uma introdução da mobilidade O sistema tecnológico automotriz serviu para ilustrar a tese de que a tecnologia exercia uma grande influência na mudança social. A lista de efeitos sociais realmente impressiona. Sobre a distribuição da população, os negócios, a indústria, o governo, a saúde, a morte, a família, o ócio, a sexualidade, a moral, a vida urbana e rural, os valores, a educação, a moradia, a linguagem, a percepção de tempo e espaço. (GIUCCI, 2004, p.12)
até o cenário atual do ponto de vista da sustentabilidade. Quando nos referimos a mobilidade estamos falando sobre automóveis, ou seja, veículos capazes de transportar pessoas produzidos em larga escala atualmente, ou até mesmo protótipos em estudo.
A partir de uma definição do dicionário Priberam, podemos entender mobilidade como,
Conforme
observamos
neste
trecho,
o
automóvel
1. Qualidade de móvel.
influenciou muito em nosso cotidiano tomando para si um
2. Agitação (do que se move com animação).
papel quase que de protagonista de nosso tempo, e como
3. Fig. Facilidade em mudar de expressão.
notamos o mesmo também está afetando a nossa
4. Fig. Volubilidade, inconstância.
qualidade de vida com vantagens e desvantagens. Ainda
(PRIBERAM, 2010).
segundo giucci a mobilidade apresentada nesta carcaça metálica se estende além da função. De acordo com
O automóvel desde sua invenção sempre causou grandes
Giucci,
impactos, afetando a sociedade como um todo; alguns autores puderam relatar estes acontecimentos. Segundo relata Giucci em seu livro "A vida cultural do automóvel" as
A utilidade é um aspecto fundamental do automóvel, mas de modo algum o único. Seus atributos de mobilidade e visibilidade o protegem da neutralidade - a via pública ainda é uma das
13 melhores formas de evidenciar a distinção. Há, ademais, uma relação histórica entre a tecnologia e a violência que se prolonga no automóvel, veículo de importância fundamental tanto para o capitalismo quanto para o fascismo, o nazismo e o consumismo. (GIUCCI, 2004, p.16)
Segundo Giucci (2004, p.19), após o advento da mobilidade, o mesmo pareceu ser algo indispensável ao
1.1 O carro para a população
Ao procurarmos na história do automobilismo percebemos que o carro sempre foi objeto de desejo, porém nunca tinha sido acessível para as grandes massas. Seu custo de aquisição era tão elevado quanto ao de uma casa.
mundo moderno de tal forma que ao mesmo tempo gerava qualidades e problemas a qualquer sociedade onde fora inserido. Gerando potências capitais e definindo as classes sociais, o carro vivia entre o amor e ódio das pessoas,
As indústrias produziam quantidades para suprir apenas as classes sociais mais altas e por conta desta relação de custo benefício, o carro sempre fora um símbolo de "status". Porém com o advento do "fordismo", e seu modelo
porém sempre como objeto de desejo. Segundo Giucci,
de integração vertical, padronizações e de produção em O automóvel era capaz de assegurar a sensação de pertencimento a uma coletividade imaginária bem como fomentar as diferenças, reafirmando as distâncias sociais. (GIUCCI, 2004, p.19).
linha criada por Henry Ford o automóvel começa a se tornar mais acessível.
Segundo Giucci [...] "Ford disseminou a idéia de alta Como
vimos
o
automóvel
gerou
mudanças
no
comportamento do homem, e também gerou avanços, porém suas influencias não se limitam por aqui, veremos adiante como o mesmo está ligado a efeitos negativos ao meio ambiente por conta de sua produção e utilização.
eficiência por baixo custo. Foi à aspiração popular de mobilidade que estimulou a projeção do público norteamericano e depois mundial" [...].(GIUCCI, 2004, p.172) Giucci afirma ainda que várias outras empresas seguiram o modelo de produção de Ford.
14 Podemos considerar esta visão de produção de Ford como
A popularização do automóvel dentro dos Estados Unidos
um dos principais responsáveis pelo método de produção
foi bem diferente se comparado dentro da Europa. De
atual, porém muitas outras grandes montadoras atuais
acordo com Giucci, “[...] Na Europa era difícil competir
provavelmente participaram mutuamente da história deste
contra as tarifas impostas pelos governos para proteger a
processo evolutivo como um todo, por exemplo, a japonesa
indústria nacional (Fiat, Citroën, Pegeout, Renault) [...]”
Toyota, a francesa Peugeot entre outras montadoras que
(GIUCCI, 2004, p.209).
também representaram avanços. Como coloca Giucci, Concluindo, observamos que a trajetória automobilística se Henry Ford apresentou o Modelo T em 1908, prometendo um automóvel para a massa. Após um ano de produção circulavam pelos Estados Unidos 10.000 Modelos T. (GIUCCI, 2004, p.173).
desenrola de maneira complexa devido ao espaço de tempo onde a mesma está inserida. Com seus altos e baixos esta indústria parece ser tão necessária ao homem quanto qualquer outra necessidade básica, porém a continuidade da mesma esta gerando atualmente impactos negativos ao meio ambiente, o que esta afetando não somente a qualidade de nossas vidas, mas também prosperidade de vida como um todo em nosso planeta como veremos a seguir.
Figura 01: Modelo Ford T.
15 1.2 O cenário atual
Porém trazemos aqui para esta pesquisa uma visão do aquecimento global do brasileiro Oded Grajew, que é
Independentemente
do
meio
de
comunicação
que
presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos de
utilizamos hoje tais como televisão, jornal impresso,
Empresas
e
Responsabilidade
Internet ou até mesmo rádio é fato que de alguns anos
Conselho do Pacto Global, das Nações Unidas; idealizador
para cá as palavras sustentabilidade, ecologia e impacto
do Fórum Social Mundial; idealizador e ex-presidente da
ambiental entre outros termos vem tomando destaque.
Fundação
Juntamente com noticias de desastres ecológicos vemos
Conselho de Desenvolvimento Social e Econômico; ex-
inúmeros alertas sobre o modo como produzimos e
assessor do Presidente da República (2003). Vejamos um
consumimos coisas. De um modo geral, vários países
trecho citado por ele:
Abrinq
(período
Social,
1990-1998);
membro
membro
do
do
estão aderindo à sustentabilidade, mas com diferentes níveis de adesão e diferentes graus de evolução.
Existem vários pontos de vista sobre as questões ambientais, como os apresentados pelo americano Al Gore em seu documentário "Uma Verdade Inconveniente”, lançado em meados de 2006, que concedeu a Gore um Oscar
em
2007
de
melhor
documentário.
Neste
documentário, Gore enfatiza sobre o porque devemos nos preocupar com o aquecimento global.
“O derretimento das calotas polares está elevando o nível do mar, podendo, nas próximas décadas, deixar em baixo d'água a maior parte das cidades costeiras. Terras agricultáveis estão se transformando em desertos e altas temperaturas tornarão inabitáveis as áreas hoje ocupadas. A queda econômica, as intensas migrações e a escassez dos recursos naturais instalarão conflitos nunca antes imaginados. A vida humana no planeta poderá se tornar inviável. Como em qualquer situação de risco, esta é também uma grande oportunidade de refletir sobre o que nos levou a esta terrível situação, a repensar os rumos da humanidade, a nossa maneira de viver, consumir, produzir, de nos organizar em sociedade, os nossos valores.” (GRAJEW, 2010).
16 Se compararmos, tanto na visão de Gore que é
preocupação e principalmente a ação para a construção de
estrangeiro, quanto na visão de Grajew, brasileiro, o
um cenário mais sustentável na área da mobilidade já se
cenário atual no quesito sustentabilidade não anda muito
faz mais presente do que aqui em nosso país em grandes
bem e esta gerando reflexos em forma de desastres
metrópoles como São Paulo.
ambientais, os mesmos que influenciam diretamente sobre Ao analisarmos a história e cultura por traz do surgimento
nossa qualidade e prosperidade da vida.
do automóvel, suas implicações conforme espaço tempo, o No Site da Editora Abril há um espaço direcionado à
cenário
sustentabilidade,
e
notamos a evolução do homem em seu sentido mais amplo
representantes de nosso país trazem informações e
e, mais do que isso, percebemos em qual direção devemos
questões ligadas ao tema. Vejamos alguns trechos
prosseguir com nossa pesquisa a fim de prover constantes
descritos por Lincoln Paiva, formado em Comunicação
melhorias no modo de agir e pensar humano não apenas
Social, sócio da Believe Sustainability e idealizador do
para garantir nossa evolução, mas também a prosperidade
projeto MelhorAr de Mobilidade Sustentável:
da vida na terra. Concluímos que nosso modo de agir e
onde
diversos
especialistas
“As cidades européias estão trabalhando no conceito de diminuir os deslocamentos por veículos individuais, convertendo espaços públicos em espaços mais humanos. Cidades mais sustentáveis onde se potencializam a mobilidade em transporte público de qualidade e onde as caminhadas adquirem o protagonismo“(PAIVA, 2010).
Como percebemos vários fatores estão ligados ao cenário atual. Nosso foco é a mobilidade e a sustentabilidade para as grandes cidades. Percebemos que em outros países a
contemporâneo
e
os
desastres
ecológicos,
pensar não apenas precisa, mas já se encontra em estado de mudança e vão ser a partir destas novas diretrizes que daremos formas ao futuro.
18
CAPÍTULO 2 – TRANPORTES E O DESIGN
alguns países e conservador em outros, cinético e expansivo entre outras características. O resultado disso é
Neste capítulo tentaremos colher informações relativas ao
que as questões voltadas aos valores que as pessoas dão
modo de produção do design voltado para a mobilidade,
aos
seus processos e características.
velocidade acelerada dia após dia, ou seja, aqueles
Atualmente as empresas desenvolvem novos produtos
produtos super modernos e inovadores, em pouco tempo
investindo no design visando um diferencial no mercado
estarão desatualizados, o consumidor então se vê na
competitivo e acima de tudo obter lucros para que haja um
necessidade de buscar produtos novos, já que os produtos
progresso contínuo de sua estrutura e a do sistema sócio
tornam-se rapidamente obsoletos.
objetos
se
modificam
continuamente
em
uma
econômico como um todo. De acordo com Baxter, E assim os designers necessitam compreender muito bem “Recentemente, a pressão inovadora cresceu muito. Com o lançamento dos produtos globalizados, aumentou a pressão competitiva que vem do exterior. Isso ocorre não apenas com as gigantescas empresas multinacionais. Os contratos internacionais de licença e as franquias podem espalhar produtos pelo mundo, por meio de uma rede de pequenas e médias empresas. Agora se exige uma visão muito mais ampla. Para piorar as coisas, a vida média dos produtos no mercado está cada vez mais curta.” (BAXTER, 2008, p. 1)
o público alvo de seu produto, para que o mesmo não seja
Nesta era da informação, podemos interpretar o processo
Podemos observar diante dessas colocações que para o
de aculturação de forma extremamente sincrética em
desenvolvimento de um novo produto existe uma gama de
um fracasso. Como comenta Baxter, “O desenvolvimento de produtos deve ser orientado para o consumidor. O designer de produtos bem sucedido é aquele que consegue pensar com a mente do consumidor: ele consegue interpretar as necessidades, sonhos, desejos, valores e expectativas do consumidor.” (BAXTER, 2008, p. 21).
19 identificação de uma oportunidade até a engenharia de produção.” (BAXTER, 2008, p. 51).
complexidades a serem observadas para se obter sucesso na inserção destes novos produtos no mercado. Com a produção voltada para a mobilidade também não é
Ao
diferente, é preciso metodologias do design para produzir
compreender um pouco mais do porque tantos projetos
veículos coerentes com as necessidades do mercado.
conceitos acabam por não sair do papel. Há um grande
considerarmos
esta
visão
de
Baxter
podemos
risco envolvendo custos altíssimos para os fabricantes, que 2.1 O Ponto de partida
por sua vez preferem manter certa tradição e garantir faturamento necessário para continuar no mercado.
Para a geração de um novo produto existem diversas maneiras para se obter um ponto de partida, e com o
2.2 Metodologias de Design
desenvolvimento da mobilidade também é assim. Podemos
Löbach (2001, p.141) afirma que por um processo de
partir de informações definidas pelo departamento de
design ser extremamente complexo seria melhor separá-lo
marketing dentro das empresas. Pode-se também partir da
em quatro fases distintas, as mesmas não são lineares em
idéia de uma inovação, da criação de um novo produto ou
sua forma de aplicação, ou seja, pode haver retrocessos
ainda partir de aprimoramentos dos produtos já existentes.
durante seu desenvolvimento.
Segundo Baxter,
Partindo de uma estrutura metodológica básica para o design de novos produtos poderemos obter uma tabela
“Não é necessário introduzir diferenças radicais, mesmo porque a maioria das empresas não estará disposta o correr riscos bancando essas diferenças radicais. É necessário, contudo, introduzir diferenças que os consumidores consigam perceber. E isso requer a prática da criatividade em todos os estágios de desenvolvimento de produtos, desde a
similar a esta produzida por Löbach:
20 2.2.1 Etapas de um projeto de design PROCESSO CRIATIVO
PROCESSO DE SOLUÇÃO DO PROBLEMA
PROCESSO DE DESIGN
1. Fase de Preparação
Análise do Problema
Análise do Problema de Design Análise da necessidade
Conhecimento do Problema/oportunidade
Desenvolvimento Histórico
Coleta de Informações
Análise de Mercado
Análise das Informações
Análise de Função (F Práticas) Análise Estrutural Funções Estéticas Materiais e Processos de Fabricação Distribuição, Montagem, Manutenção Descrição do Novo Produto
2. Fase de Geração
Alternativas do Problema
Alternativas de Design Conceitos do Design
Escolha
dos
métodos
de
solucionar
problemas,
Produção de Idéias e Geração de Alternativas
Alternativas de Solução Esboços de Idéias Modelos
3. Fase de Avaliação
4. Fase de Realização
Avaliação das Alternativas
Avaliação de Alternativas de Design
Exame das Alternativas, Processo de Seleção e
Escolha
Processo de Avaliação
Características do Novo Produto
Realização da Solução do Problema
Solução de Design
da
Melhor
Solução
e
Incorporação
das
Projeto Mecânico, Estrutural, Configuração dos Detalhes, Realização e Nova Avaliação da Solução
Modelos,
Desenho
Técnico,
Documentação e Relatórios
Tabela 01: Etapas de um projeto de design. Löbach, B. 2001, p.142.
de
Representação
e
21 1) Qual é exatamente o problema que você está querendo resolver? 2) Porque esse problema existe? 3) Ele é uma parte específica de um problema maior ou mais amplo? (BAXTER, 2008, p. 58).
2.2.2 Fase de preparação
Nesta fase iremos receber um conjunto de informações de forma bem ampla para a finalidade de uma melhor compreensão do problema a ser solucionado que seria traduzido na produção ou melhoramento de um produto.
Por exemplo, se estivéssemos em um setor de design de uma grande montadora e a mesma definiria alguns pontos
Segundo Baxter:
chave para o desenvolvimento de um novo meio de “A preparação é o processo pelo qual a mente fica mergulhada nessas idéias existentes. Mesmo quando não se trabalha no nível consciente, a mente continua a processar essas idéias. Então, quando menos se espera, a solução pode surgir repentinamente. Mas isso só acontece quando houver a preparação, colocando-se na mente todos os elementos essenciais para a solução de um problema.” (BAXTER, 2008, p. 53).
transporte, teríamos uma estrutura de análise parecida com esta:
Qual o problema? Ex.: Carros produzidos atualmente não atraem mais a classe A de consumidores. Possíveis causas?
Expandir o mesmo problema também faz parte desta fase,
Ex.: Mudança de comportamentos e influências externas
saber até onde este problema pode se desdobrar é
(economia do país, crises, etc.)
fundamental
Quem é o público alvo?
para
base
firme
em
Podemos
gerar
questões
Ex.: Homens de 25 a 45 anos solteiros com alto padrão de
básicas conforme Baxter apresenta em seu livro “Projeto
vida que visam à esportividade, exclusividade, potência e
de produto” tais como:
extravagância.
desenvolvimento
gerar posterior.
uma
seu
Onde este automóvel tem potencial?
22 Ex: Em grandes centros urbanos, focando a classe “A”.
2.2.3 Fase de geração
Existem concorrentes? Ex.: Sim, pois este mercado atualmente cresce por
É nesta fase onde podemos utilizar uma infinita gama de
decorrência da mudança dos hábitos do homem moderno.
ferramentas voltadas para a criatividade e geração de
Os concorrentes produzem em torno de dois a três
possíveis soluções para os problemas já bem definidos na
modelos diferentes tentando abranger mais clientes.
fase
anterior.
Entre
estas
ferramentas
temos
o
“brainstorming”, “[...] termo cunhado por Alex Osborn em Como vimos, uma preparação bem elaborada é muito
1953, autor do livro “Applied Imagination “(OSBORN apud
importante,
os
BAXTER, 2008, p.66), responsável pela grande difusão
desenvolvimentos por parte dos designers em conjunto
dos métodos de criatividade, em todos os ramos de
com as equipes de desenvolvimento de novos produtos.
atividades. Falando mais a respeito do Brainstorming,
pois
a
partir
dela
serão
traçados
Baxter coloca que, Löbach (2001, p.147) complementa em seu método produtivo que nesta fase há necessidade de uma análise estrutural
para
complexidade.
que Com
possamos base
compreender
nesta,
sua
posteriormente
poderemos decidir se o número de componentes deste produto podem ser reduzidos, racionalizados ou integrados através do avanço tecnológico.
“O brainstorming ou sessão de “agitação” de idéias é realizado em grupo, composto de um líder e cerca de cinco membros regulares e outros cinco convidados. Os membros regulares servem para dar ritmo ao processo e os membros convidados podem ser especialistas, que variam em função do problema a ser resolvido. De qualquer maneira, é importante haver também alguns não-especialistas no grupo, de modo a fugir da visão tradicional dos especialistas” (BAXTER, 2008, p.66).
23 Baxter cita neste mesmo livro que esta ferramenta pode
devem ser afastados para que haja uma liberdade maior
sim ajudar no processo criativo fazendo pontes de estimulo
para a criação. A técnica desta fase é a associação livre
entre as idéias geradas em grupo, porém a mesma pode
das idéias, se aproximando e se afastando do problema
ser atualizada para o “Brainwriting”. Vejamos como ele
afim
define esta técnica:
combinações das soluções geradas.
“Brainwriting é uma evolução do brainstorming, procurando conservar as suas vantagens e reduzir as desvantagens. Adota um procedimento semelhante ao braintorming, com um pequeno grupo de participantes. Mas, em vez de falar sobre as suas idéias, as pessoas devem escrever sobre elas. Todos escrevem as suas idéias, sem mostrar para os outros, para não influenciá-los. Isso continua por algum tempo, até que as idéias começam a esgotar-se. Então, quando alguém precisa de algum estímulo adicional, pode olhar para anotações de um outro participante.”(BAXTER, 2008, p.71).
de
que
o
cérebro
continue
trabalhando
as
Durante o desenvolvimento de novas soluções podemos nos deparar com concorrentes de uma mesma linha que já possuem sucesso no mercado. Analisá-los também é uma tarefa importante, Baxter traz consigo uma técnica intitulada de “Análise paramétrica” que “[...] serve para comparar os produtos em desenvolvimento com produtos já existentes ou àqueles dos concorrentes, baseando-se em
certas
variáveis,
chamadas
de
parâmetros
comparativos.” (BAXTER, 2008, p.72). As duas ferramentas citadas por Baxter são utilizadas atualmente na geração de soluções para novos produtos,
Neste tipo de análise, Baxter cita três tipos de parâmetros;
porém sempre acompanhadas de outras técnicas para
quantitativo, qualitativo e de classificação. Sendo o
garantir a qualidade do processo criativo.
quantitativo
relacionado
a
parâmetros
expressos
numericamente como tamanhos, peso, preço, resistência, Löbach (2001, p.153) afirma que neste processo inicial de
etc. Qualitativo é um parâmetro comparativo e ordenador
geração de idéias e alternativas as críticas ou julgamentos
de produtos, por exemplo, comparar qual cadeira é mais
24 confortável, qual faca corta melhor, que calculadora é mais
Segundo o autor podemos exemplificar estas analogias
fácil de usar e etc. Já os parâmetros de classificação são
desta forma:
indicativos de características segundo Baxter, por exemplo,
aquele carro é movido à gasolina ou álcool? Aquele
aparelho de som tem controle remoto? Como podemos observar, esta ferramenta de análise paramétrica pode ampliar nosso ponto de vista em relação à proposta de novas soluções no desenvolvimento de um produto. Outro princípio criativo interessante seria o de “analogias” em que Baxter diz ajudar a dilatar nossas mentes no sentido de relacionar idéias por proximidade, semelhança, contraste ou causa-efeito. Vejamos a definição do autor para esta técnica: “Analogia é uma forma de raciocínio em que as propriedades de um objeto são transferidas para um outro objeto diferente, mas com certas propriedades em comum. Assim, uma corda pode lembrar uma cascavel, quando estiver enrolada no chão, ou uma rampa de escape para emergência, quando estiver pendurada numa janela, ou uma ponte, quando estiver amarrada entre dois postes”. (BAXTER, 2008, p.80).
Proximidade – bule-xícara, sapato-meia, girafa-África, mesa-cadeira. Semelhança – sapato-tênis, leão-gato, TV-monitor. Contraste – gordo-magro, amargo-doce, quente-frio. Causa-efeito – chuva-inundação, crise-desemprego, açúcar-obesidade, feriado-passeio. (BAXTER, 2008, p.81).
Como vimos nesta fase de geração existem diversas ferramentas
criativas
que
podem
ser
somadas
ao
conhecimento e experiências de uma equipe para o desenvolvimento de um novo produto. Para a produção de meios de transporte, os designers possuem especificações relativas ao tipo de mobilidade a ser projetada, por exemplo, se o veículo é para uso urbano, rural, se atende uma família ou um executivo apaixonado por velocidade.
No caso específico de nossa pesquisa iremos abordar veículos para o transporte individual. Com base no livro de Larica podemos definir o conceito de veículo individual desta forma:
25 “O conceito de transporte individual é aplicado ao veículo dimensionado para apenas um passageiro e estendido aos veículos que podem levar um pequeno grupo de pessoas (cinco ou seis. Como nos automóveis ou caminhonetes), desde que a proposta seja anteder á programação do grupo ou da família. O uso do automóvel no trânsito das grandes cidades confirma esta classificação pois, apesar dos seus cinco assentos, os carros circulam predominantemente só com o motorista.” (LARICA, 2003, p. 31)
passageiros e o motor. O termo em inglês remete à idéia de uma ampla janela (escotilha) que se abre e dá acesso ao porta-malas e interior do veículo. Visualmente chamam atenção pelo desenho da traseira, que termina em uma única linha. Somando-se a porta do bagageiro, podem ser encontrados em versões de três ou cinco portas. Geralmente é o modelo de entrada das marcas. Bons exemplos são: Volkswagen Gol, Chevrolet Celta, Ford Ka,
Vamos apresentar alguns estilos de veículos (carrocerias)
Peugeot 206 e Fiat Palio. (FONSECA, 2010)
para transporte de quatro pessoas em média, produzido atualmente, trazendo suas características quanto ao estilo referente
ao
visual
e
funcional.
Como
forma
de
contextualizar nosso enfoque de pesquisa, compreender estes estilos de carrocerias auxilia no processo criativo dos designers para melhor atender os usuários dos mesmos. Em uma reportagem exclusiva para o site "G1", Ricardo Lopes da Fonseca trouxe uma resposta para os internautas que tinham dúvidas de como reconhecer os tipos de carrocerias.
Hatchback:
ou
hatch,
tem
como característica
principal dois volumes bem diferentes: habitáculo dos
Figura 02: Volkswagen Gol.
26 Fastback: É parecido com o hatchback, mas conta com a
volume
independente
como
nos
sedãs.
Exemplos:
parte traseira mais longa. O teto segue abaixando até o
Chevrolet Astra, Fiat Stilo, Citroen Xsara e Renault Laguna.
porta-malas no desenho moderadamente encurvado. A
(FONSECA, 2010)
porta traseira dá acesso ao interior. O fastback mais popular é o Ford Mustang. Outros exemplos são o Chevrolet Kadett e o Ford Escort. (FONSECA, 2010)
Figura 04: Chevrolet Astra.
Conversível: De uma forma geral, é todo carro com capota de lona ou rígida escamoteável. São os modelos com párabrisa fixo e capota dobradiça que, quando fechada, deixa o carro com as linhas de um cupê. Ou seja, "convertido" em sua versão tradicional. Bom exemplo é o Peugeot 308 CC. Figura 03: Ford Mustang.
Notchback: É um carro muito parecido com o fastback, porém, o porta-malas é menor a ponto de não formar um
(FONSECA, 2010)
27 digamos assim, com certo ar aventureiro. Bons exemplos são a Palio Adventure e o Volkswagen Crossfox. (FONSECA, 2010)
Figura 05: Peugeot 308 CC.
Crossover: É basicamente o termo a se aplicar a qualquer
Figura 06: Volkswagen Crossfox.
carro urbano com características, sejam funcionais ou decorativas, de veículos off-road. Porém, é um modelo que está
se
tornando
comum
no
mercado
brasileiro,
porém, com outro conceito. Originalmente, era para ser um veículo com carroceria enquadrada entre o utilitário
Como vimos, existem diversos tipos de carrocerias desenvolvidas atualmente, cada uma abrange um nicho específico de consumidores que aguardam as empresas com seus lançamentos ano após ano.
esportivo e a perua, como por exemplo, o Subaru Outback, o Mitsubishi AirTrek e o Nissan Murano. Porém, o termo passou a designar carros com pequenas modificações,
Em uma palestra realizada na universidade FAAP em São Paulo, no segundo semestre de 2007, Nelson Lopes,
28 gerente de design da Volkswagen sugere que, geralmente
expressões mais humanas como alegria, tristeza ou
após as pesquisas feitas dentro do mercado e definidas as
parecer carrancudo. Porém alerta para tomarmos muito
metas e objetivos do novo veículo, os designers já
cuidado e buscar conhecimentos psicológicos e sociais dos
conseguem uma pré-definição de que tipo de carroceria
simbolismos, antes de aplicá-los aos produtos. Ele coloca
será melhor utilizar como base para uma produção
que:
posterior, sendo muitas vezes estas escolhas mistas, híbridas, ou seja, a carroceria entra em um estilo para sua afirmação, porém traz consigo informações, qualidades de outros estilos para melhor atender as necessidades de mercado, aumentando assim as chances de sucesso do novo produto.
“Quando esse produto for destinado á exportação, devem-se considerar também as diferenças culturais e religiosas entre povos. As cores, por exemplo, podem ter significados diferentes a povos e outras culturas. No ocidente, a cor do luto é preta, enquanto ela é branca na China.” (BAXTER, M. 2008, p. 38)
Considerando o conteúdo deste tópico podemos considerar Após as determinações do tipo da carroceria, os designers
o quão importante é conhecer o usuário final e saber definir
das montadoras começam seus estudos sobre as formas,
a escolha da carroceria mais adequada para o mesmo, ou
texturas, cores, acabamentos e materiais que serão
até mesmo produzir um estilo novo decorrente de uma
utilizados
demanda diferenciada no mercado.
a
partir
de
conceitos
pré-estabelecidos
anteriormente. 2.2.4 Fase de Avaliação Baxter M. (2008, p. 37) cita em seu livro algumas
Nesta fase os conceitos produzidos são justificados e
advertências na definição de um estilo visual de um novo
avaliados em inúmeros aspectos que vão desde sua
produto. Ele afirma que elementos faciais adicionados ao
estética, funcionalidade até seu custo e estrutura exigida
design podem melhorar sua aceitabilidade, trazendo
29 produto, qual é a necessidade dos consumidores que ele procura preencher?” (BAXTER 2008, p.149).
para ser produzido. Löbach (2001, p.154) afirma que existem duas perguntas principais a serem feitas nesta fase:
Com o conceito já bem definido podemos fazer uma
1. Que importância tem o novo produto para o usuário, para determinados grupos de usuários, para a sociedade?
análise das falhas que o mesmo pode apresentar. Baxter defende que através desta análise é possível aprimorar, gerar mudanças prioritárias ou até mesmo adiar ou
2. Que importância tem o novo produto para o êxito financeiro da empresa?
cancelar a produção do mesmo. O autor separa estas análises a serem feitas da seguinte maneira:
Existem inúmeras ferramentas para se avaliar o conceito aplicado ao estilo do novo produto, dentre as mesmas, Baxter aponta o “Planejamento do estilo” e defende que
1. Funções do produto: quando de maneira geral o produto não atende a suas funções.
“[...]O estilo deve ser direcionado para oportunidades e isso
2. Tipo de falha potencial: aqui, função por função são
significa que há certas restrições, exatamente como
examinadas, e então descritas os tipos de falhas
acontece
possíveis.
em
outras
fases
do
desenvolvimento
do
produto.[...]” (BAXTER 2008, p.149). Ele defende duas restrições básicas ao estilo de um novo produto:
3. Causa da falha: Descrição do possível motivo que leva a ocorrência da falha. 4. Ocorrência da falha: Podemos mensurar com qual
“Primeiro, é necessário considerar o contexto do mercado, onde o produto deverá ser colocado. Cada mercado específico exige um tipo de estilo, que pode ser inadequado em outro contexto. Segundo, existem certas particularidades de estilo, intrínsecas ao produto em sim. Qual é o
freqüência as falhas ocorrem. 5. Efeitos das falhas: assim descobrimos o que esta falha pode afetar no produto e conseqüentemente no seu consumidor.
30 6. Gravidade da falha: Outro fator que pode ser medido para fins de se manter uma qualidade do produto. 7. Verificação do projeto: Através de falhas no produto podemos identificar falhas em seu projeto, como
tridimensionais reais e virtuais e então gerando os desenhos técnicos que serão encaminhados para um setor especializado que transformará este projeto em uma linha de montagem.
especificações diversas. 8. Detecção de falhas: Relativo a possibilidade de se perceber ou não tal falha no produto e também pode ser
Löbach (2001, p. 155) afirma que nesta fase os designers têm de cuidar de todo o detalhamento quanto aos
classificada. 9. Indicador de risco: É um resumo sobre todas as
materiais, acabamentos, especificações estilísticas entre
características levadas em conta sobre as falhas do
outros
produto,
apresentações por outros meios.
determinando
assim
medidas
preventivas.
detalhes
como
desenhos
explicativos
ou
(BAXTER 2008, p.149)
O desenho conceitual Concluímos que nesta fase faremos questionamentos
Após tantas etapas chegou a hora de o designer expressar
sobre o estilo e a funcionalidade do novo produto
todos estes conceitos através de desenhos, buscando as
garantindo sua qualidade para ser produzido em larga
formas tridimensionais. No design da mobilidade esta
escala.
etapa é extremamente importante, pois somente através de algo visual que os conceitos apresentarão suas qualidades.
2.2.5 Fase de Realização
Nesta fase já não há mais dúvidas em qual direção os designers irão seguir, cabendo apenas para a finalização do projeto como um todo, gerando-se desenhos, modelos
De acordo com Alvaro, “O processo de construção de estratégias começa pelo desenho conceitual do diagnóstico de situação e termina com o desenho conceitual da estratégia desenvolvida. A metodologia unicista de desenho conceitual
31 está baseada no processo natural de conceituação que utiliza o homem. Começa com a idéia do conceito, inclui seus aspectos sistêmicos, seus aspectos funcionais (analíticos) e termina com a descrição dos processos operacionais.” (ALVARO, 2010).
O Rendering
O Rendering é uma técnica de acabamento para desenhos conceituais muito utilizados por designers da mobilidade, é seu meio de expressão, são através dos renderings que vários conceitos podem ser aprovados, já que as formas em conjunto, as cores e texturas têm apelo visual muito mais forte.
Figura 07: Exemplo de desenho conceitual.
Figura 08 : Exemplo de Render 01.
32 por conta do órgão regulamentador, aqui no Brasil, temos a “ABNT” Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Figura 09 : Exemplo de Render 02.
Figura 10: Exemplo de desenho técnico. Desenhos Técnicos Modelos tridimensionais É através destes desenhos que a engenharia poderá interpretar e posteriormente produzir este produto. Na
Na indústria da mobilidade modelos em escala real ou
mobilidade não é diferente, os desenhos técnicos tem que
reduzida também são utilizados para melhor avaliação dos
estar adequadamente desenvolvidos dentro das normas
volumes gerados nos desenhos conceito. Há vários tipos
industriais. Cada fabricante pode exigir normas diferentes
de modelagem um dos mais conhecidos é a modelagem em massa plástica ou “Clay”, a técnica chama-se “Clay-
33 modeling” e está presente dentro de qualquer montadora. Esta técnica consiste em produzir uma base solida em madeira, que será recoberta por clay. Com o auxílio de moldes tridimensionais os modeladores começam a esculpir a forma básica a qual poderá ser ajustada por auxílio de robôs escultores que ajudarão na precisão obtida no modelo.
Figura 11: Modelagem em Clay 01.
34
Figura 12: Modelagem em Clay 02. Figura 13: Modelagem em Clay 03.
35 Modelos tridimensionais virtuais Por meio de softwares, produtos e ambientes são gerados Este tipo de ferramenta vem sendo amplamente utilizado na indústria automobilística, pois protótipos reais podem ter seu processo de desenvolvimento mais demorado e de custo mais elevado dependendo da quantidade de revisões e
alterações
do
próprio
projeto.
Estes
modelos
tridimensionais virtuais também podem auxiliar em diversos aspectos do projeto, como no desenvolvimento da ergonomia, estética, aerodinâmica entre outros. Falando a respeito dos moldelos virtuais, Netto coloca que, “Esta nova tecnologia tem como um dos seus objetivos, minimizar os problemas que seriam apenas detectados após a construção do protótipo físico do produto. Hoje, com um software de desenvolvimento de ambientes virtuais e dispositivos adequados de interação, pode-se modelar maquinários, veículos terrestres, navios e aviões visando simular o comportamento real do equipamento. Isto economiza dinheiro e ciclos de desenvolvimento, e permite que se realizem sessões de treinamento e validação com o protótipo virtual, além de possibilitar a realização de um trabalho de apresentação e venda do produto final, antes mesmo dele existir por completo no mundo real.” (NETTO 2010).
e depois visualizados em salas especiais que oferecem um melhor suporte através de equipamentos tecnológicos que possibilitam a simulação. Assim podendo gerar uma melhor qualidade no resultado final destes produtos, neste caso, de automóveis. Vejamos algumas imagens destas salas:
36
Figura 14: Sala virtual A.
Figura 15: Sala virtual B.
38 mesmo tempo, não devem empobrecer seu capital natural, que será transmitido ás gerações futuras.” (MANZINI; VEZZOLI, 2008, p. 27).
CAPITULO 3 - TRANSPORTES E A SUSTENTABILIDADE
Segundo os autores, todo produto tem em sua estrutura Neste
capítulo
iremos
abordar
questões
sobre
um ciclo de vida onde sua trama se desenvolve de acordo
sustentabilidade e a mobilidade, trazendo exemplos das
com
próprias montadoras.
Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis” (MANZINI,
suas
características.
Conforme
o
livro
“O
VEZZOLI, 2008, p.91) podemos dividir o ciclo de vida de Com o advento da modernidade e de seus meios de produção industrial o homem se viu então preso em um
um produto nos seguintes processos: Pré-produção;
novo cenário problemático, percebendo que ao longo dos anos suas metas também geraram um lado negativo e de
Produção;
grande impacto ambiental.
Distribuição
O termo sustentabilidade está ligado ao “ecodesign”, que
Uso;
diz respeito há uma metodologia criativa voltada para a
Descarte.
ecologia. No livro de Ezio Manzini e Carlo Vezzoli, eles trazem uma definição sobre o termo sustentabilidade:
Baseado no que os autores definiram sobre estes tópicos podemos afirmar que:
“Com esta expressão, referimo-nos ás condições sistêmicas segundo as quais, em nível regional e planetário, as atividades humanas não devem interferir nos ciclos naturais em que se baseiam tudo o que a resiliência do planeta permite e, ao
39 A montagem;
3.1 Pré-Produção
Nesta fase, segundo os autores, encontramos as matérias
Acabamento.
primas que serão utilizadas posteriormente na produção de
Os materiais geralmente são armazenados e distribuídos
novos produtos. Porém nem toda matéria prima tem seu
dentro do setor produtivo para as máquinas e mão de obra
uso ligado de forma direta. A mesma tem que ser
especializada. Após a produção das partes, as mesmas
transportada para outros lugares, ser manuseada e
são agrupadas no processo de montagem. Com a
processada de várias formas. Neste processamento de
montagem dos produtos acabados, os mesmos vão para o
matéria prima são utilizadas várias fontes de energia como
processo de acabamento onde rebarbas serão tiradas,
recursos, tais como energia elétrica, a mesma que
superfícies serão lixadas e pintadas. Estes processos
demanda
a
geram resíduos que terão de ser descartados muitas vezes
hidroelétricas que por sua vez também geram impacto
por não conseguirem um bom reaproveitamento dos
ambiental por sua atuação.
mesmos. Podem ocorrer também falhas na produção de
o
uso
de
grandes
geradores
ligados
partes deste produto, porém dependendo do tipo de 3.2 Produção
material utilizado este poderá ser reutilizado no processo.
Como o título já sugere, é aqui onde os materiais básicos para a produção de um novo produto se encontram para
3.3 Distribuição
realizar tal processo. Segundo os autores podemos separar esta fase em três momentos fundamentais:
Segundo os autores, três momentos definem esta etapa: A embalagem;
A transformação dos materiais;
40 O transporte; A armazenagem.
3.5 Descarte Manzini e Vezzoli (2008) afirmam que nesta fase teoricamente estaria ligada a quando o produto já não mais
Manzini e Vezzoli (2008) citam que, quando o produto
atende os propósitos para qual foi adquirido, onde iremos
acabado chega nesta fase o mesmo recebe uma
descartá-lo de várias formas, podendo ser um aterro, um
embalagem para que seja protegido, entre outras funções.
incinerador ou até mesmo uma reciclagem. Na reciclagem
Após ser embalado o mesmo tem que ser despachado
podemos poupar muita energia gasta no ciclo de vida de
para um armazenamento posterior, podendo ser este
um produto; que segundo os autores, podemos dividir em:
transporte de qualquer espécie. Nesta etapa podemos somar a energia gasta até aqui, mais os recursos usados para o transporte, embalagem e inclusive no processo de
Reciclagem de anel aberto; Reciclagem de anel fechado. “Por reciclagem em anel fechado, entende-se um sistema em que os materiais recuperados são utilizados em lugar de materiais virgens. Isto é, são usados na confecção dos mesmos produtos ou componentes de onde foram derivados. Na reciclagem em anel aberto, por sua vez, os materiais são encaminhados para um sistema-produto diferente dos de origem.” (MANZINI, VEZZOLI, 2008, p.97)
produção destes mesmos intens.
3.4 Uso Segundo os autores, nesta fase podemos observar que independentemente do tipo de uso, este produto poderá necessitar de reparação, onde entram vários recursos e são gastos mais energia para a produção de novas partes
Agora
que serão substituídas, porém desta forma o impacto
sustentabilidade
ambiental seria menor se comparado a troca total do
utilizados por montadoras.
mesmo aparelho.
que
conhecemos vamos
alguns explorar
conceitos alguns
sobre
conceitos
41 3.6 Mobilidade e sustentabilidade
soubermos utilizar eficientemente os meios de transportes conseguiríamos uma redução muito considerável na
John Thackara, um designer industrial e gráfico produziu
emissão de poluentes na biosfera.
um livro chamado “Plano B”, em que ele aponta questões relativas à sustentabilidade atual de maneira mais ampla,
3.7 O sistema de reciclagem da FIAT (F.A.R.E.)
abordando questões que vão desde atitudes pessoais, atitudes políticas e industriais. Dentro deste, Thackara
Aqui traremos um trecho do livro de Manzini (2008), onde
(2008, p.77) aponta que a mobilidade, ou seja, os meios de
ele relata este sistema de reciclagem desenvolvido pela
transportes de forma mais ampla utilizados atualmente são
montadora FIAT.
prejudiciais
a
biosfera,
porém
são
essenciais
ao
crescimento econômico. Thackara complementa dizendo que,
“A FIAT construí o chamado sistema FARE (FIAT Auto Recycling), um programa que leva á reciclagem com efeito em cascata aplicada a alguns componentes do carro que antes não estavam sendo recuperados. O material dos párachoques em PP, depois de seu primeiro ciclo de vida, são reciclados e aplicados nos canalizadores de ar que, não estando visíveis, apresentam menor exigências estéticas.” (MANZINI; VEZZOLI, 2008, p.224)
“Os carros também não oferecem nenhuma esperança. Eles causam mais danos ambientais e sociais do que o transporte aéreo e ferroviário combinado. Tirando as enormes quantidades de recursos utilizados para fabricar os veículos, eles também consomem enormes quantidades de espaço.” (THACKARA, 2008, p.80).
Este sistema parece ser uma solução viável e teoricamente
Segundo Thackara (2008, p.89), devemos nos preocupar
sustentável, atualmente várias montadoras estão migrando
não com combustíveis alternativos, como motores movidos
para este tipo de fabricação de componentes mais
a hidrogênio ou eletricidade, mas sim focarmos no espaço
conscientes do reuso de materiais. A Renault vem
e no tempo utilizado pelos mesmos. Ele afirma que se
produzindo alguns modelos em que grande parte da
42 composição plástica do veículo vem da reciclagem de
empresas que investem em premiações que incentivam
garrafas “PET”.
qualquer pessoa a produzir tecnologias melhores.
3.8 O motor GDI da Mitsubishi
Na revista da “Época Negócios” (p.66, n.º37, 2010), John
A montadora Mitsubishi conseguiu desenvolver uma
Elkington traz informações da “X Pize”, uma fundação que
tecnologia de motores muito mais eficiente, a partir de um
esta premiando pessoas por seus inventos, dentre estes
melhor controle do sistema de injeção de combustível. De
cabe o destaque para um automóvel que segundo John,
acordo com Manzini e Vezzoli,
faz um consumo de mais de 50 Km por litro de combustível e que nenhuma montadora atual tenha conseguido tal feito.
“A Mitsubishi desenvolveu o motor GDI (Gasoline Direct Injection), com um sistema muito eficaz para controlar a quantidade de combustível e a injeção. Comparando motores de dimenssões idênticas, as emissões de NO são reduzidas em 90% e aquelas de CO, em 20%. Além do mais, foi aumentada a potência em 10% e o consumo de combustível reduzido em 20%.” (MANZINI; VEZZOLI, 2008, p.224)
Este motor apesar de eficiente, ainda não resolve boa parte dos problemas encontrados com a emissão de poluentes gerados pelos automóveis. Atualmente existem
44
CAPÍTULO 4 - TRANSPORTE E TECNOLOGIAS
Então podemos concluir que a tecnologia está ligada diretamente ao modo de fazer algo, e está diretamente
Neste capítulo abordaremos o tema tecnologia voltado pra
ligada à evolução do homem. É algo que evolui baseado
a mobilidade e a sustentabilidade. Mas afinal, o que é
em necessidades de transpor alguma dificuldade, de
tecnologia? Se procurarmos no dicionário, teremos algo
produzir algo de alguma forma.
similar a esta definição: 4.1 Tecnologias na indústria automobilística 1
teoria geral e/ou estudo sistemático sobre técnicas,
processos, métodos, meios e instrumentos de um ou mais
A indústria automobilística tem como um de seus principais
ofícios ou domínios da atividade humana (p.ex., indústria,
pilares a tecnologia. Para esta pesquisa abordaremos
ciência
tecnologias
2
etc.)
técnica ou conjunto de técnicas de um domínio
particular 3
qualquer
contidas
em
conceitos
automotivos
da
atualidade, como os carros elétricos e alguns projetos conceito em desenvolvimento.
técnica
moderna
e
complexa
Etimologia:
4.2 Os carros elétricos
gr. tekhnología,as 'tratado ou dissertação sobre uma arte,
Atualmente há uma corrida para uma mobilidade mais
exposição das regras de uma arte', formado a partir do rad.
sustentável, e uma das soluções encontradas pelas
gr.tekhno- (de tékhné 'arte, artesanato, indústria, ciência') e
montadoras é a produção do carro elétrico. Porém, solução
do rad. gr. -logía (de lógos,ou 'linguagem, proposição');
já fora tentada anteriormente, porém sem êxito como
vertecn(o)- e -logia;
podemos observar no documentário “Quem matou o carro
f.hist.
1783 technologia,
1858 technología (Fonte: Dicionário Houaiss, 2010).
elétrico (2006)”. No site de notícias da Veja encontramos uma matéria voltada para este tema e na mesma constam
45 críticas para esta sustentabilidade trazida pelos automóveis
4.3 O projeto da Nissan: Leaf
elétricos. A matéria chama a atenção para os prejuízos que esta tecnologia pode trazer.
Segundo informações divulgadas no site Icarros, a Nissan está desenvolvendo um projeto conceito de um carro
“Em outras palavras: as emissões de dióxido de carbono pelo carburador inexistem nos carros elétricos, e no entanto eles só poderão circular porque recebem eletricidade produzida em muitos países por usinas movidas a combustível fóssil. De nada adianta usar um automóvel elétrico na China, por exemplo, se as usinas geradoras são alimentadas por carvão. Estimativas americanas indicam que, se eventualmente 250000 carros elétricos fossem plugados para recarga ao mesmo tempo em um início de noite, seria necessário erguer outras 160 usinas de energia nos Estados Unidos apenas para alimentá-los.” (VEJA, 2010).
Como observamos o carro elétrico não necessariamente reduziria a emissão de poluentes de alguns países, pelo contrário, traria problemas de infra-estrutura na geração de eletricidade necessária para que este sistema funcione adequadamente. Este impasse acompanhado por outras características poderiam fazer com que estes veículos acabem por ser híbridos, ou seja, utilizando energia elétrica em conjunto a combustíveis fósseis para se locomoverem.
compacto visando diminuir o impacto ambiental. A tecnologia a ser explorada nesse projeto vai desde um motor elétrico equivalente a um carro comum, passando por engenharia aerodinâmica e tecnologias de informação. De acordo com o site, “O compacto é movido por um motor de 80 kw, equivalente a 109 cv de potência e é abastecido por baterias de ion-lítio. A autonomia prometida é de 160 quilômetros. Além do motor elétrico, o Leaf conta com um trabalho aerodinâmico que reduz o atrito e reduz o consumo de energia. Há também um sistema que informa o posto de abastecimento mais próximo e o custo cobrado. A carga em tomada demora 8h e nos postos 30 minutos para ter 80% da autonomia. O Nissan Leaf será fabricado no Japão e nos Estados Unidos.” (ICARROS, 2010).
Este modelo parece solucionar de maneira satisfatória o propósito para qual foi desenvolvido, resta agora aguardar seu uso por algum tempo para podermos ponderar se esta solução realmente funcionaria em grandes centros urbanos
46 ou se geraria uma demanda maior de consumo das indústrias geradoras de eletricidade.
eficiência. Em termos de segurança, a nova tecnologia também apresentou avanços, uma vez que é mais resistente a impactos". (ICARROS, 2010)
Estas características poderiam fazer diferença em um modelo conceito cujo a relação potência do motor e peso do veículo seja de alta importância. "O motor produz 62,5 cv a 11 500 rpm e 26,5 kgfm de torque a 2 670 rpm. Nessa configuração, o modelo, que pesa 1 000 kg, de acordo com a marca, acelera de 0 a 100 km/h em 15s0 e atinge a velocidade máxima de 130 km/h”. (ICARROS, 2010)
Figura 16: Nissan Leaf. 4.4 O projeto da Hyundai: i10 A Hyundai está focada no desempenho e confiabilidade de seus sistemas e o i10 é um modelo com tecnologias de ponta, utilizando baterias mais leves e potentes. Segundo o site icarros, “O i10 Elecytic faz uso de novas baterias, chamadas pela marca de LiPoly. Segundo a empresa, estas são mais leves e possuem a capacidade de armazenar mais energia que as convencionais, além de poderem ser carregadas e descarregadas mais vezes antes de perder
Figura 17: Hyunday i10. Apesar das tecnologias empregadas, este modelo se comparado ao anterior perde em potência, o que pode
47 acarretar em problemas quanto à agilidade deste veículo
como tetos, tampões de porta mala, forros laterais entre
utilizado em intervias (estradas), porém para grandes
outras partes. Segundo o site,
centros urbanos o mesmo parece ser outra boa opção.
4.5 Tecnologias nacionais Diante das inovações tecnológicas geradas no exterior, várias indústrias automobilísticas nacionais estão adotando cada vez mais tecnologias ecológicas no processo de produção dos veículos. Veremos agora algumas das tecnologias desenvolvidas aqui no Brasil.
“Nove modelos de quatro montadoras automobilísticas já utilizam o componente no processo de fabricação, como uma forma de reduzir o impacto no meio ambiente, uma vez que a fibra natural substitui parte da sintética, oriunda de fontes não renováveis. “As vantagens são as mais variadas. Além de ser biodegradável, o curauá não tem cheiro, gera maior leveza e resistência às peças”, diz Alberico Pasquetto Jr., diretor da Pematec Triangel, empresa pioneira no processamento da planta, com faturamento anual de R$ 120 milhões.”(ÉPOCA NEGÓCIOS, 2010).
Esta fibra já esta incorporada dentro de algumas das Curauá, fibra natural na mobilidade.
grandes montadoras existentes atualmente, mas podemos considerar outras tecnologias que também vem sendo
Algumas
montadoras
fornecedores
matérias
andam
exigindo
primas
com
a
de
seus
lógica
da
sustentabilidade embutida e o curauá é um destes resultados. O curauá é uma fibra natural que vem da Amazônia e está sendo amplamente utilizada. E dentre suas utilizações estão alguns componentes de veículos. Segundo o site de notícias da editora Globo, o “curauá”, uma vegetação típica da Amazônia, vem sendo utilizado no processo de fabricação de componentes para automóveis,
usadas como a fibra de coco para a produção de bancos e assentos de automóveis.
48 material não esteja contaminado segundo laudos técnicos. Pode ser utilizado amplamente no interior de veículos por conta de suas características. Segundo o fabricante,
Figura18: Cultivo do curauá Wood-stock, laminado reciclável
Vamos tratar agora de uma tecnologia de material sintético que pode ser reutilizado várias vezes. O Wood-stock é um laminado produzido a partir de compostos de polipropileno desenvolvido aqui no Brasil. segundo seu fabricante, a empresa ARTEGOR, ele pode ser totalmente reciclado durante o processo. A empresa também compra os restos produzidos pelas indústrias automotivas desde que o
“O Wood-Stock® é composto por polipropileno, farinha de madeira e outros aditivos, que são dosados em função de sua aplicação final. Oferece diversas vantagens, tais como, a simplicidade de processo e baixo custo final, uma grande flexibilidade de aplicações, facilidade de moldagem, estabilidade dimensional, resistência a impactos, resistência à umidade, pode receber revestimentos de tecidos, PVC, couro e outros materiais.Além disso, outro ponto muito importante sobre o nosso material é o fato dele ser ecologicamente correto e totalmente reciclável, podendo ser reaproveitado no seu próprio processo de fabricação”. (ARTEGOR, 2010)
49
Figura 19: Material Wood-stock e aplicação. Vejamos alguns locais onde este tipo de laminado é
Figura 20: Locais para aplicações do Wood-stock.
empregado na construção de um veículo segundo seu fabricante:
Apesar de ser um produto sintético, o mesmo pode ser reutilizado várias vezes por conta de ser aplicado em locais onde o usuário não enxerga ou consegue ter acesso. Outro fato interessante seria o fato do fabricante receber de volta restos perdidos pelas montadoras durante o processo. Mas ainda há a questão deste material não ter um tempo de decomposição aceitável após seu descarte, o mesmo teria de ser identificado, avaliado e se possível reutilizado.
51
CAPÍTULO 5 - ESTUDOS DE CASOS Neste capítulo traremos diversos conceitos da mobilidade
Algumas imagens do conceito:
produzidos atualmente baseados em sustentabilidade e tecnologias inovadoras. Em sua maioria são projetos-conceito onde iremos observar as soluções propostas.
5.1 Bugster (FIAT) Este primeiro estudo de caso é referente a um modelo desenvolvido aqui mesmo no Brasil através da montadora FIAT. Segundo o site Auto Esporte, este veículo conhecido como “Bugster” ou “FCCII” é desenvolvido com base em tecnologias sustentáveis. Falando a respeito do projeto, Vinholes coloca que, O Fiat Bugster, ao menos no projeto, se utiliza da nanotecnologia para obter peças mais leves e resistentes. A montadora ainda conta que o jipe futurista segue uma tendência que a marca chama de Environment & Fun (Ambiente e Diversão), que prima pela adoção de uma condução de baixo impacto ambiental com diversão ao dirigir”. (VINHOLES, 2010).
Figura 21 : Vista frontal do FCCII da FIAT.
52 pontos; sua frente foi inspirada em uma gaivota com as asas abertas e possui um pára-brisa baixo para aumentar a sensação de liberdade e velocidade.
5.2 Ye Zi (SAIC) Neste estudo de caso, iremos abordar um veículo conceito da montadora SAIC, localizada em Shanghai. Este veículo denominado
Ye
Zi
(folha)
possui
uma
proposta
diferenciada em relação a outras propostas estudadas, pois promete retirar poluentes da atmosfera. O diferencial Figura 22 : Vista perspectiva do FCCII da FIAT.
está na tecnologia de metal empregada em seu chassi, este metal segundo seu fabricante, faz o mesmo papel de
Considerações
uma planta em fotossíntese, retirando assim quantidades
Este ainda é um protótipo conceito, ou seja, não há
de dióxido de carbono e liberando oxigênio. No site
intenção
“SOBRE RODAS”, algumas informações mais detalhadas
de
ser
produzido,
porém
suas
inovações
tecnológicas agregadas podem permanecer em fase de
sobre este projeto. São colocadas como,
testes até haver uma confiabilidade das mesmas para que possam chegar ao mercado. Quanto ao design, seus criadores dizem que este modelo é verde nas idéias e na sua própria carroceria, fazendo uma ligação com a sustentabilidade. Possui apelo esportivo Off Road por conta das rodas grandes, do banco concha e cinto de três
“[...] seu chassi, feito de um novo composto de "metal orgânico" chamado de MOF, responsável por absorver dióxido de carbono e água para liberar oxigênio, do mesmo modo como uma planta realiza o processo de fotossíntese. Embora nenhuma informação oficial do modelo tenha sido divulgada é possível entender pelas imagens reveladas que ele utiliza células
53 fotovoltaicas em seu teto e geradores eólicos nas rodas para recarregar as baterias.� (SOBRE RODAS, 2010).
Abaixo temos algumas imagens deste conceito:
Figura 24: Conceito Ye Zi (folha) da SAIC, outra perspectiva.
Figura 23: Conceito Ye Zi (folha) da SAIC.
Figura 25: Conceito Ye Zi (folha) da SAIC, conceito.
54 Considerações
5.3 3R-C (HONDA)
Este modelo poderia representar um grande marco por conta de sua lógica de combate aos poluentes. Porém
Agora trataremos de um conceito de veículo urbano para
ainda é apenas um conceito de veículo aliado a tecnologias
uso individual produzido pelo centro de pesquisa e design
ecológicas de ponta. No site pesquisado, eles indicam que
da Honda em Milão, e trata se de um triciclo conceito
ainda está distante da realidade no quesito produção e
movido a energia elétrica. De acordo com Temperini,
linha de montagem, porém vale a demonstração do que virá ao mercado no futuro. Além deste diferencial, este modelo consegue captar energia solar e eólica (por vento) e transformá-las em energia elétrica, o que gera uma
“ [...] o 3R-C é alimentado por baterias de íons de lítio, que estão posicionadas estrategicamente no chassis para manter o centro de gravidade baixo, para assim melhorar a estabilidade do veículo de três rodas. (TEMPERINI, 2010).
autonomia que auxilia na redução de recursos produzidos por indústrias geradoras de eletricidade. Quanto ao seu
Algumas imagens deste conceito:
design, podemos observar que se trata mesmo de um modelo conceito e que o mesmo não poderia ser aplicado no uso diário por conta de não atender normas básicas de segurança exigidas. E até mesmo por não produzir um estilo estético que agradaria vários nichos de mercado. Sua estética está ligada diretamente ao conceito e o próprio nome, com o teto em formato de uma folha (Ye Zi).
Figura 26: Protótipo 3R-C da Honda.
55 poderia ser melhor aproveitado havendo a possibilidade de transporte de duas pessoas ao invés de uma.
Por meio desta pesquisa que realizamos, podemos considerar a indústria automobilística como uma das grandes geradoras de problemas ao meio ambiente. Mesmo com soluções tais como carros elétricos, ainda não temos uma solução totalmente eficaz. Nossa intenção é produzir um veículo conceito baseado nesta pesquisa que Figura 27: Protótipo 3R-C da Honda em uso.
Considerações
O interessante deste projeto é que o veículo foi projetado para deslocamentos urbanos, e como vemos nesta pesquisa, a maior parte dos deslocamentos deste tipo levam apenas o próprio condutor. Outro fator interessante seria o conceito de triciclo para áreas urbanas, já que atualmente este tipo de veículo é pouco utilizado em geral. Seu design tem apelo futurista e um ponto a ser observado é que, do ponto de vista da sustentabilidade este modelo
nos traz informações variadas sobre o tema.
57 6.1 Estudos de caso complementares
Neste capítulo abordaremos estudos complementares que auxiliarão o desenvolvimento do conceito para mobilidade sustentável posteriormente.
FCCIII (Fiat Mio)
Neste estudo de caso vamos observar o modelo conceito produzido pela montadora FIAT. O FCCIII, ou Fiat concept car III é um modelo produzido em parceria às opiniões de
Figura 28: Vista lateral do MIO (FCC3).
mais de um milhão de pessoas através de um fórum virtual na internet. Desta forma a montadora se propôs a produzir
Segundo informações do site, seu design foi desenvolvido
um veículo conceito que atendesse especificações como
para redução do atrito com o ar, resultando em consumo
emissão zero de poluentes, para andar em grandes
mais baixo de energia. Um bom exemplo disso são as
cidades, fácil de estacionar e tecnologia de ponta.
calotas que cobrem boa parte da roda. É um carro bem compacto,
que
não
somente
reduz
o
peso
e
conseqüentemente a quantidade de materiais para ser produzido, mas também ocupa menos espaço e acaba tendo um motor menor, o que pouparia mais energia.
58 Vamos observar agora questões ligadas ao design deste
Conceito proposto pela Fiat (FCCIII):
veículo. Podemos notar que suas proporções são bem diferentes se comparados ao de um carro compacto atualmente vendido no mercado. Exemplo de carro compacto popular nacional:
Figura 30 : Proporções de um "FCC3".
Agora vamos observar as linhas empregadas no design do veículo, notamos que estas linhas possuem terminologias curvadas como a imagem sugere. Figura 29 : Proporções de um "GOL".
59 Figura 32: Mio linhas.
Vamos observar outras fotos deste conceito:
Figura 31: Mio linhas sobrepostas.
Então obtemos este padrão de linhas em seu design:
Figura 33: Fiat mio perspectiva 01.
Na perspectiva dianteira notamos que boa parte da carroceria é feita de vidro ou outro material transparente e suas colunas de sustentação são da mesma cor conferindo ao modelo um design futurista, em conjunto aos faróis que também são diferenciados por não apresentar um volume sólido, mas sim representado por um contorno luminoso.
60
Figura 34: Fiat mio perspectiva 02.
Figura 35: Interior do Mio.
Na visão da perspectiva traseira notamos outro diferencial:
Na vista perspectiva do interior do veículo temos um visual
sua lanterna ao invés de uma forma sólida e separada é
limpo com formas e linhas suaves e cantos arredondados
composta por linhas que acompanham as curvas do carro
com estilo futurístico e várias propostas de tecnologias
na parte traseira em conjunto as colunas de sustentação.
empregadas no painel do veículo. Notamos que o banco do
Outro detalhe que chama a atenção é o fato de a
carro é para duas pessoas e possui um único volume
carroceria deste veículo ser bicolor com vincos bem
integrado separando o piloto e o passageiro por meio de
marcados enfatizando esta característica.
depressões. O volante também é diferenciado, lembrando mais um manche de avião por não ser uma circunferência completa.
61 BB1
Este veículo conceito desenvolvido pela Peugeot possui seu foco voltado para um público alvo urbano de grandes metrópoles e também oferece soluções para minimizar problemas com a emissão de poluentes. Segundo informações do site "Auto Esporte" seu motor é elétrico, tem um tamanho pequeno, porém comporta até quatro pessoas por conta de algumas soluções propostas por designers como a ausência de pedais o que libera espaço por conta da dirigibilidade ocorrer de maneira mais vertical lembrando algo similar a um guidão de moto.
Figura 36: BB1 proporções.
Suas proporções são parecidas com o do modelo da Fiat analisado anteriormente, veja na figura:
Do ponto de vista do design externo empregado no veículo notamos um padrão de linhas bem orgânico e complexo, seus faróis e lanternas estão em volumes externos ao volume da carroceria. Outro diferencial em seu design seria a ausência do teto do veículo em metal, o mesmo que está representado por vidro e placas solares que captam a energia do sol para recarregar algumas partes elétricas do veículo.
62
Vejamos suas linhas na carroceria:
Mais imagens do BB1:
Figura 37: BB1 linhas.
Figura 38: BB1 vista frontal.
Como podemos observar, suas portas abrem de forma contrária ao convencional, e esta foi a solução que os designers encontraram para melhorar o acesso dos passageiros para dentro do veículo.
63
Figura 39: BB1 vista perspectiva traseira.
Figura 40: Vista interior do BB1 em pleno uso.
Na traseira apesar da lanterna ser um terceiro volume e ter
Como podemos observar o interior deste veículo é
formato orgânico, a tecnologia empregada em materiais e
compacto com visual limpo que tende ao tecnológico.
para sua produção ainda se mantém convencional se
Como especificado acima seu modo de condução lembra o
comparada aos faróis e lanternas do estudo anterior o Fiat
de uma moto e possui entrada para objetos tecnológicos
Mio.
tais como “Ipod”.
64 6.2 Concepção e público alvo
Abordaremos o conceito que será empregado para o desenvolvimento do veículo, e a definição do público alvo.
Sobre a inspiração Figura 41: Peixe Cascudo. Tomando como base o objetivo de redução de poluentes na
atmosfera,
pesquisamos
exemplos
similares
Sobre o conceito
na
natureza de forma ampla. Acabamos por observar a relação de um peixe com seu ecossistema. O peixe do qual estamos falando recebe o nome de "cascudo" ou "peixe gato", segundo informações do site "UOL", este peixe é tido atualmente como um ativista ambiental, pois ao mesmo tempo em que se alimenta, limpa o meio em que vive. Este peixe é um importante biomarcador, ou seja, um indicador da qualidade do ecossistema em que vive. Por
Tomando como base para nossa inspiração a relação deste peixe com seu ecossistema, chegamos mais próximos de nossos objetivos para o desenvolvimento deste conceito que será utilizado posteriormente. Então nosso conceito será definido por um automóvel conceito pequeno, que minimize as emissões de poluentes ajudando seu "ecossistema". Objetivos
causa desta relação e somados a sua beleza exótica que aquaristas utilizam muito este peixe. Outra curiosidade é que
este
peixe
deve
respirar
diferentemente dos outros peixes.
ar
na
superfície
Nosso objetivo final com este veículo será desenvolver um conceito de automóvel que reduza a emissão de poluentes na atmosfera, que seja de tamanho reduzido e que seu design exterior seja pensado a partir do peixe.
65 Palavras chave para definir o peixe Cascudo:
aquisitivo, bom nível intelectual que está atualizado em
Pequeno> Sustentável>Exótico.
questões
tecnológicas,
que
se
preocupa
com
a
sustentabilidade como um todo e que valorize o design nos Público alvo
produtos que adquire.
Neste trecho definiremos o público alvo para melhor
A partir desta definição vamos produzir então um painel
compreender
semântico para melhor representar e melhor compreender
suas
necessidades
e
assim
melhor
desenvolver o conceito do veículo.
este público alvo.
Como este conceito trata de um veículo que ajude seu eco
Painéis semânticos
sistema poderíamos então projetar o mesmo para as grandes massas de grandes cidades, já que o objetivo
Neste trecho de nosso projeto iremos produzir painéis
seria reduzir consideravelmente a emissão de poluentes
semânticos que representem três aspectos fundamentais,
produzidos pelos veículos atuais. Porém, como se trata de
painel de produtos (similares), painel do público alvo e
um modelo conceito com inovações diferenciadas nós
painel sobre o conceito.
teremos que restringir o público alvo para haver uma
Painel do produto
coerência conceitual no todo. Buscamos referências na internet pelo do site de pesquisa Definimos então nosso público alvo como sendo os
denominado "Google" através da palavra chave "City Car".
mesmos jovens que atualmente adquirem carros populares
Selecionamos imagens que mais se assimilam ao nosso
nas agências automotivas. Porém vamos nos focar
conceito.
especificamente
para
um
público
com
bom
poder
66
Painel do público alvo
Para este painel utilizamos outra técnica; após definirmos nosso público alvo buscamos imagens para realizar uma foto composição que remeta ao tema do conceito conectando se ao público alvo.
Painel sobre o conceito Para este painel também utilizamos a técnica de foto montagem após a definição de nosso conceito. Trazendo imagens, objetos e abstrações relativas ao conceito.
67
Figura 42: Painel de similares.
68
Figura 43: Painel do pĂşblico alvo.
69
Figura 44: Painel do conceito.
70 6.3 Especificações técnicas
Agora abordaremos as especificações técnicas para o desenvolvimento posterior do conceito elaborado.
Tipo de carroceria
Para este projeto utilizaremos um tipo de carroceria denominado “Microcar”. Os Microcars são veículos de proporções muito pequenas, em torno de dois a três metros de comprimento e um metro e meio de largura. Geralmente são projetados para duas pessoas e possuem uma estrutura simples e de baixo custo.
Dimensões
Para este veículo conceito as limitações volumétricas ficam da seguinte maneira: Largura 1,57m x Comprimento 2,57m x Altura 1,50m.
Figura 45: Escala humana.
71 Figura 46: Medidas externas 1.
Um dos principais desafios para um carro tão pequeno é a acessibilidade do condutor e passageiro para entrar no mesmo sem muitas dificuldades. Alguns projetos de micro cars inverteram a forma de abrir as portas do veículo alegando uma otimização de acessibilidade tal como pode ser vista neste veículo abaixo.
Figura 46: Medidas externas 2.
Ergonomia
Aqui trataremos dos estudos ergonômicos aplicados ao Figura 47: BB1 vista frontal.
exterior do veículo. Existem atualmente alguns parâmetros a serem exigidos no desenvolvimento de um veículo para que o mesmo atenda de maneira satisfatória seu usuário sem prejudicá-lo.
Outro
modelo
interessante
para
se
observar
sua
acessibilidade seria o de uma porta que desliza como mostra a figura abaixo:
72 também pela dificuldade maior para fechar já que o veículo tem um tamanho reduzido de espaço interno. Ilustração sobre como as portas de nosso modelo poderão abrir:
Figura 48: modelo conceito para abertura de porta em micro car.
Entre as duas propostas, para nosso conceito iremos definir como opção o sistema de abertura com as portas abrindo de forma contrária como mostra o veículo conceito
Figura 49: Funcionamento das portas do modelo.
BB1 (figura 47). O motivo pelo qual escolhemos esta opção seria a confiabilidade do sistema e melhor acessibilidade,
Motor
já que a primeira opção apesar de incomum para nosso mercado oferece melhor acessibilidade com pouco esforço
Para este projeto definiremos como motores elétricos para
se comparado a porta deslizante, não somente pelo fato de
que os mesmos ajudem na redução de poluentes na
como a força será aplicada na hora de abrir o veículo mas
atmosfera. Como se trata de um veículo para andar em grandes cidades o mesmo deverá contar com facilidades,
73 com locais para abastecimento. Outra vantagem de o
único problema de alguns modelos seria que um veículo
motor ser elétrico será a redução de espaço para a
médio em altas velocidades demoraria mais tempo (cerca
instalação
da
de 10%) para parar completamente, porém segundo
carroceria ser um Micro Car. Este motor elétrico seria
informações do site “quatro rodas e um volante” a
utilizado especificamente aqui no Brasil já que outras
comissão européia quer fazer o uso destes pneus
nações ainda possuem problemas em gerar energia
obrigatórios até o ano de 2012. Como o veículo que
elétrica de fontes renováveis (hidrelétrica).
estamos
Algumas limitações para o desempenho destes motores:
velocidade final mais baixa talvez estes pneus sejam bem
Velocidade final: Aprox. 140 Km/h para que o veículo
aceitos pelas normas de segurança atuais.
do
mesmo,
possibilitando
a
escolha
projetando
possui
dimensões
reduzidas
possa fazer trajetos interurbanos.
Aceleração de 0 há 100 Km/h: Algo parecido com carros populares atuais, o que já é possível com estes motores elétricos atuais.
Tecnologias empregadas
Pneus ecológicos
Estes pneus desenvolvidos, fabricados e alguns já comercializados por várias empresas prometem não apenas durar mais, mas contribuir para o meio ambiente. O
Figura 50: Pneus com redução de atrito.
e
74 O tamanho dos pneus que serão utilizados também foi
estão alguns componentes de veículos. Em nossa
definido seguindo um padrão já bastante utilizado nos
pesquisa demonstramos suas vantagens
carros populares nacionais. As especificações do modelo
estamos agregando esta tecnologia em várias partes deste
de pneu utilizado ficaram:
veículo conceito.
e por isso
165/70/R13 Alguns possíveis locais de utilização: Sistema GPS integrado Bancos Para que o desempenho destes veículos sejam otimizados
Forros/acabamentos das portas
a utilização de um bom modelo GPS acaba sendo
Acabamento do teto
fundamental, pois reduz erros em trajetos desconhecidos
Porta pacotes
pelo condutor o que automaticamente contribui para a autonomia,
economia
e
consequentemente
para
a
Painel de células solares
sustentabilidade. Outra vantagem destes sistemas de GPS atuais seria sua integração a serviços prestados dentro das
Para aperfeiçoar sua autonomia seria interessante a
cidades tais como informar onde se localizam postos de
instalação de painéis solares no teto do veículo para que o
combustível e quais os preços.
mesmo gere energia para pequenos detalhes tais como luzes do console, faróis, luzes da lanterna traseira e se
Fibras Naturais (curauá)
O curauá é uma fibra natural que vêem da Amazônia e está sendo amplamente utilizada e, dentre suas utilizações
possível ajudar a carregar também as baterias do motor.
75 Wood-Stock laminado reciclável
Como vimos em nossa pesquisa, este tipo de material é reciclável e suas sobras sempre podem ser reaproveitadas desde
que
respeitados alguns parâmetros
técnicos.
Existem várias aplicações conjuntas com as fibras do curauá, outra tecnologia voltada para sustentabilidade que utilizaremos nesse veículo conceito. Os locais para aplicação desta tecnologia seriam as modelagens das formas interiores do veículo como mostra a figura: Figura 51: Locais para aplicações do Wood-stock.
76 6.4 Design preliminar
Cores: Tons de amarelo, verde, marrom e outros como branco e preto.
Para produzir nosso micro car conceito, teremos que abstrair idéias relativas a toda pesquisa realizada até o
A partir destas abstrações podemos seguir em frente
momento, levando em consideração vários detalhes e
definindo a forma básica para o corpo da carroceria de
limitações técnicas por conta do número de passageiros,
nosso micro car. Existem vários estilos de carroceria
tipo de motor, público alvo, conceito do peixe cascudo
atualmente, cada estilo remete a seu público alvo e ao seu
agregado ao projeto entre outros fatores.
uso final. Por exemplo, uma caminhonete tem sua carroceria projetada para ser robusta, carregar peso e
O peixe cascudo e sua interação com o meio em que vive
comportar um motor grande.
será a base conceitual estética e funcional de nosso veículo, a partir desta definição podemos traçar algumas
Como estamos projetando um micro car, um detalhe a ser
palavras chaves que definem o mesmo assim como já
levado em consideração seria o espaço interno para os
fizemos anteriormente durante a pesquisa.
ocupantes. Acabamos por definir um estilo que mistura um volume único que se assemelha ao de uma micro van a um
Abstrações sobre o peixe cascudo: Pequeno>Exótico>Sustentável
estilo de carro compacto convencional em que existe um volume na frente do veículo em destaque, no caso o capô. A partir desta mistura iremos produzir nosso micro car
Outras abstrações sobre sua aparência:
conceito.
Linhas: Esguias>Fluídas>Hidrodinâmicas
Nosso conceito de micro car agora possui diretrizes para que possamos produzir as primeiras idéias e croquis.
Texturas: Pintas>Estrias>Manchas
77 Croquis Vamos apresentar agora uma seqüência lógica de croquis gerados a partir de nossas especificações. O primeiro croqui foi desenvolvido a fim de nos familiarizarmos com a inspiração de nosso conceito, o peixe cascudo:
78
Figura 52: Croqui do peixe cascudo.
79 Logo após percebermos a volumetria e a linguagem das formas do peixe podemos começar a gerar idéias possíveis tais como:
Figura 53: Croqui para estudos volumétricos.
80 A partir dos primeiros esboços criamos então variações:
Figura 54: Croqui para estudos conceituais.
81 Aqui temos esboços conceituais sobre um pequeno veĂculo baseado nas linhas do cascudo.
Figura 55: Croqui para estudos conceituais 2.
82 Estudos sobre proporções e faróis dianteiros.
Figura 56: Croqui para estudos conceituais 3.
83 Estudo de linhas e formas na lateral.
Figura 57: Croqui para estudos conceituais 4.
84 Perspectiva para estudos conjuntos a croqui anterior.
Figura 58: Croqui para estudos conceituais 4B.
85 Abstrações sobre um modelo mais curvado e possível maçaneta.
Figura 59: Croqui para estudos conceituais 5.
86 Nestas variações trabalhamos com proporções de um volume único e linhas esguias remetendo ao peixe cascudo.
87
Figuras 60: Croquis para estudos conceituais 6.
88
Aqui o modelo jรก comeรงa a tomar algumas diretrizes de que linhas e formas seguir.
89
Figuras 61: Croquis para estudos conceituais 7.
90
Figuras 62: Croqui para estudos conceituais 8.
91
Figuras 63: Croqui para estudos conceituais 8B.
92
Figuras 64: Croqui para estudos conceituais 8C.
93 Definições da estética A partir deste volume de croquis gerados escolhemos elementos que agradaram mais para gerar a nossa proposta. O modelo foi denominado "NICO", que seria uma abstração da palavra "nanico", que significa pequeno. Após
definirmos
que
padrões
estéticos
a
seguir,
produzimos um modelo simples em escala reduzida baseado em um croqui selecionado para que possamos melhor observar sua volumetria e definir detalhes para o
Figura 66: 2º passo - Recorte das placas.
conceito final do veículo. Abaixo seguem fotos seqüenciais deste processo de modelagem.
Figura 67: 3º passo - Colagem das placas. Figura 65: 1º passo - Dimensionamento das placas.
94
Figura 68: 4º passo - Lapidação do contorno.
Figura 69: 5º passo - Abaulamento de arestas.
95
Figura 70: 6º passo - Recorte para rodas.
Figura 71: 7º passo - Massa acrílica.
96
Figura 72: 8º passo - Linchamento da superfície.
Figura 73: 10º passo - Estudos sobre superfícies, formas e volumes.
97
Figura 74: 11º passo - Estudos sobre superfícies, formas e
Figura 75: 12º passo - Estudos sobre separação das
volumes.
superfícies.
98 Com todas as idéias de linhas e formas já bem definidas em mente podemos passar para a produção de um modelo virtual em escala real tridimensional. O software utilizado para a modelagem foi o “3D Studio Max” e a técnica se chama
modelagem
basicamente
na
“poly-by-poly”,
geração de
que
consiste
volumetria através de
polígonos interconectados de forma a gerar uma superfície virtual
que
Novamente
poderá
ser
utilizaremos
retrabalhada como
posteriormente.
referência
para
modelagem um croqui de uma vista lateral do conceito. Exemplificação da modelagem: Figura 76: 13º passo - Estudos sobre separação das superfícies. Após a modelagem de um modelo simples em escala podemos repensar as linhas e formas que
serão
destacadas no produto final. O estudo deste modelo através de simples riscos sob o modelo em escala possibilitou o entendimento necessário para sua produção virtual em três dimensões.
esta
99 tamanho de portas, tamanho do para brisas, altura do veículo em relação ao solo, medidas totais do veículo para comportar dois passageiros (sendo um condutor e outro passageiro) entre outros detalhes como tamanho de páralamas para comportar adequadamente as rodas em escala real inseridas neste modelo virtual. Para garantir uma aproximação do nosso modelo a um modelo real já existente medimos estes detalhes citados acima em carros já vendidos no mercado. Os carros utilizados como referências de medidas e proporções foram o modelo “KA (2010)” da fabricante FORD e um modelo antigo do “UNO” produzido pela fabricante FIAT. Tamanho da porta: Nosso modelo teve as dimensões de suas portas baseadas nas dimensões das portas de um FIAT UNO. Então para Figuras 77: Seqüência de uma modelagem poly-by-poly. Após a volumetria básica ter sido definida começamos então a retrabalhar toda a superfície a fim de garantir medidas e especificações técnicas ou ergonômicas como
nosso modelo essas medidas ficaram aproximado de 1mx1m.
com o tamanho
100 Altura relativa ao chão:
Basicamente
a
estrutura
que
criamos
possui
amplitudes de visualização: Para que nosso modelo possa trafegar por vias urbanas nacionais será necessário definir uma boa altura entre sua carroceria e o solo. Temos que levar em consideração a estética do modelo e problemas técnicos tais como o centro de gravidade do veículo que influencia diretamente em sua estabilidade. Como não possuímos dados técnicos para nos aproximarmos de algo mais real, utilizaremos uma média comparando à altura de um veículo pequeno, neste caso a altura de um FIAT Uno modelo antigo (1995). Este modelo possui uma altura relativa ao solo de 29 cm. Para nosso modelo Nico esta medida será um pouco menor cerca de 24 cm em relação ao solo. Ângulos de visão: Figura 78: Amplitudes de visualização A. Para nosso modelo definimos uma grande amplitude de visualização por criarmos uma estrutura de janelas que circundam todo o veículo, procurando minimizar os pontos cegos que existem em todos os veículos por conta das colunas estruturais internas que sustentarão o teto do veículo.
tais
101 para comparação de escala humana com cerca de 1,80m cada, representando um perfil mediano adulto. Chegamos então ao seguinte posicionamento:
Figura 79: Amplitudes de visualização B.
Posicionamento do motorista e passageiro: O posicionamento para o motorista e seu passageiro foi definido até o presente momento baseado nas limitações externas
e
campo
de
visualização.
Levamos
em
consideração também espaçamentos baseando-nos em médias retiradas de outros veículos com esta problemática já resolvida. Para nosso modelo utilizamos dois bonecos
Figura 80: Altura do assento.
102 que foram interconectados através da indicação de links, sendo um com o formulário para que o público possa responder as perguntas referentes ao modelo e outro com as imagens da proposta contendo informações sobre o nosso modelo (NICO). Nosso modelo de formulário com as perguntas relativas à primeira proposta ficou da seguinte maneira: Pesquisa de aceitação do modelo NICO / trabalho de Figura 81: Posicionamento de ocupantes. 6.5 Pesquisa de aceitação no mercado
conclusão de curso - FAAL – SP
Olá a todos vocês que estão aqui para me ajudar! Peço
Neste capítulo iremos abordar uma pesquisa realizada
que acessem o link abaixo antes de responderem as
dentro do perfil de público alvo já definido anteriormente.
questões do formulário! Para ver as fotos do modelo NICO clique no link abaixo:
Para que nosso modelo possa prosseguir com o estilo
http://www.flickr.com/photos/izaltinodesign/5123283332/in/set-
proposto produzimos uma pesquisa do tipo quantitativa
72157625259259032/
para averiguar sua aceitação no mercado pelo perfil do
Ao entrar no site acima procure o botão "Próximo" para
público alvo definido.
navegar pelo álbum do projeto!
Para esta pesquisa foram definidas algumas perguntas com respostas de múltipla escolha através de dois sites
*Obrigatório
103 Não Qual sua Idade? * Às vezes Sexo * Masculino Feminino
Você compraria o modelo NICO? * Sim Não
Gosta de produtos com design? * ex.: Ipod, mac e etc. Sim Não
O que mais gostou do modelo? * O design As tecnologias
Você se preocupa com o meio ambiente? * ex.: faz reciclagem?
A sustentabilidade
Sim O que você mudaria? *
104 Farol dianteiro Lanterna traseira Grade frontal O design não me agradou Não mudaria nada
Qual cor gostaria de ver o modelo NICO? *
Já para o outro site onde indicamos o link no cabeçalho de nosso primeiro formulário para que as pessoas conheçam o modelo NICO, apresentamos as seguintes imagens:
105
Figuras 82: Conjunto de imagens da proposta.
106 Após realizarmos o formulário e as imagens conceito utilizamos a rede social "Twiter" para divulgarmos o conceito e pedir pelo preenchimento de nosso formulário. Um fator que facilitou bastante a divulgação de nosso formulário foi que boa parte de nossos contatos na rede social se encaixavam no perfil de nosso público alvo.
Após uma semana de divulgação e coleta de dados possuímos uma base de dados que foram preenchidas por 57 pessoas. A partir destes dados pudemos quantificar e modelar os gráficos com as informações quantitativas.
Figura 83 : Gráfico de escolha pessoal 1.
Gráficos gerados a partir dos dados coletados na pesquisa:
Figura 84 : Gráfico de escolha pessoal 2.
107
Figura 85 : Grรกfico de escolha pessoal 3.
Figura 87 : Grรกfico de escolha pessoal 5.
Figura 88 : Grรกfico de escolha pessoal 6. Figura 86 : Grรกfico de escolha pessoal 4.
108 Considerações Outra questão levantada seria em relação a paleta de Após analisarmos estes dados, podemos constatar que,
cores. A maior parte dos entrevistados responderam cores
mesmo havendo algumas controversas, nosso modelo foi
que já estão no mercado como um padrão. Estas cores
bem aceito tanto pelo público feminino quanto masculino.
variam entre preto, cinza, prata, amarelo, vermelho,verde e azul; mas uma minoria, cerca de 5 (10%) pessoas
A média de idade dos participantes é de 23 anos de idade
apresentaram
escolhas
e se encaixam no perfil de público alvo escolhido, exceto
acabamento
pelo fato de não residirem em uma grande metrópole e sim
perolizadas/metálicas.
fosco,
diferenciadas
cores
vibrantes
tais
como
ou
tintas
no interior do estado de São Paulo. É interessante salientar que nosso público avaliador não Podemos constatar também que ao compararmos o estilo
reside em uma grande metrópole, e desta forma seu
do farol dianteiro que segue uma linha mais conhecida e
repertório possui características diferentes, o que gera
tradicional com a laterna traseira e a grade frontal que são
escolhas relativas a estética de modo diferente também.
incomuns ao repertório do público alvo, sendo algo diferente do convencional, percebemos que a aceitação destes itens no modelo fica dividida. Um exemplo de comportamento similar de consumidores frente a soluções inovadoras é o modelo da Ford, o "KA", que foi reprovado por muitos por seu estilo futurista mas, mesmo assim ainda é produzido e atualizado anualmente e tem um público consumidor cativo.
109
6.6 Apresentação da proposta final
poucos que respiram ar na superfície, sua aparência exótica também chama muito a atenção de aquaristas que
Nesta última parte mostraremos o resultado final de nosso
utilizam o peixe por sua estética e funcionalidade.
conceito de veículo sustentável. Abordaremos o design, as tecnologias e as opções de cores entre outros detalhes.
Partindo do entendimento deste peixe produzimos um conceito
Sobre o conceito
de
veículo
que
possuísse
características
semelhantes. Outro fator muito importante foi nossa pesquisa gerada, que serviu de base para a estrutura da
Nosso conceito de veículo, "Nico", nasceu a partir de
conceituação do veículo.
pensamentos voltados para a sustentabilidade, seu nome, "Nico" foi abstraído posteriormente por uma de suas
Ao conseguirmos abstrair as qualidades do peixe, e as
características, o seu tamanho! Nico seria uma abstração
diretrizes da pesquisa, produzimos o seguinte conceito:
da
palavra
nanico,
que
quer
dizer
pequeno.
Ao
pesquisarmos sustentabilidade em meio a natureza nos
"Produzir
um
veículo
pequeno,
deparamos com o peixe cascudo, ou também conhecido
sustentáveis e de aparência exótica".
com
tecnologias
como peixe gato. Sobre o design e tecnologias Este peixe possui uma interação com seu meio de forma sustentável, pois ajuda a manter o equilíbrio limpando o
Após abstrairmos as formas, linhas e cores do peixe
fundo de rios de detritos e restos de outros animais e
produzimos uma versão final de croqui, que foi modelado
plantas. Outro fator interessante é que este peixe é um dos
em
escala
reduzida
para
melhor
entendimento
e
110 posteriormente modelado virtualmente para que sua linhas
Detalhes sobre a condução
finais fossem definidas. Durante a pesquisa abordamos várias tecnologias possíveis de serem utilizadas em nosso
O modelo foi projetado para duas pessoas, e pode carregar
modelo para que ele se torne um veículo mais sustentável.
pequenas bagagens atrás dos bancos do condutor e passageiro. Suas portas se abrem ao contrário conferindo
Chegamos ao seguinte resultado:
melhor acessibilidade. A posição dos condutores também foi definida para garantir espaço adequado e boa visibilidade
aos
ocupantes.
Estas
dimensões
foram
baseadas nas dimensões de veículos reais tais como um Fiat Uno e um Ford Ka.
Figura 89: Design e tecnologias. Figura 90: modelo com porta aberta.
111
Figura 91: Altura do assento.
Figura 93: Amplitudes de visualização A.
Figura 92: Posicionamento de ocupantes. Figura 94: Amplitudes de visualização B.
112 Dimensões do modelo
O modelo Nico possui dimensões reduzidas para melhor desempenho em grandes metrópoles. Ao compararmos com uma escala humana e com um dos menores modelos de carros atuais percebemos melhor suas dimensões. O tamanho das rodas, pára-lamas e altura relativa ao solo são idênticas ao do modelo Fiat Uno. As rodas são de liga leve aro 13 para reduzir o peso e aumentar sua autonomia. Figuras 96: Medidas externas 2
Figura 95: Medidas externas 1.
Figura 97: Comparação com modelo Ford Ka.
113 Paleta de cores
Para o modelo Nico foram definidas duas paletas de cores, sendo uma mais convencional e outra acompanhando as novas tendĂŞncias de mercado.
Figura 99: Azul
Figura 98: Amarelo
Figura 100: Branco fosco.
114
Figura 103: Verde Figura 101: Preto fosco.
Figura 102: prata.
Figura 104: Vermelho.
115 Faróis dianteiros
O farol dianteiro possui conjunto óptico convencional, porém com detalhes em led. Outro diferencial seria o formato alongado dos faróis de milha acompanhando a cor dos leds do conjunto óptico.
Figura 106: Farol ligado.
Lanternas traseiras
Para lanterna traseira traçamos um modelo diferente do convencional, porém seguindo algumas diretrizes de normas nacionais.
Figura 105: Farol desligado.
116
Figura 107: Lanterna desligada.
Figura 109: Freio acionado.
Figura 110: RĂŠ acionada. Figura 108: Lanterna ligada.
117 econômicos das grandes metrópoles. Os carros também podem ser grandes marcadores do nível de evolução humana, pois a medida em que avançamos no modo de agir e pensar os mesmos são projetados para suprirem as novas
demandas.
Falando
sobre
sustentabilidade
e
tecnologias, os carros elétricos ainda se encontrão em fase de adaptação a uma estrutura que não esta apta a recebêlo momentaneamente, porém estamos vivendo o período desta adaptação, pois segundo vários fabricantes, em cerca Figura 111: Seta acionada.
de mais dez anos os carros elétricos serão bastante comuns em alguns países que o suportam, ou se
6.7 Considerações finais
adaptaram
Com esta pesquisa podemos aprender um pouco mais
problemas estruturais exigem grande demanda de tempo e
sobre como o carro modificou a estrutura da sociedade a
investimento para que realmente funcione, e assim sendo,
medida em que a mesma vai evoluindo, em seu modo de
cada país, ou metrópole terá de traçar sua estratégia.
agir e pensar. Como estes modos de agir e pensar geram
Existem
novas técnicas, tecnologias, e processos que novamente
construção, talvez ali a realidade dos carros elétricos, ou
modificam a estrutura da sociedade exigindo novas
transportes públicos mais eficientes possam se concretizar
adaptações e assim por diante. O curioso é que o carro
de maneira plena. O homem então encontra se como
acaba tendo outras funções além da qual para que foi
medida neste espaço tempo que depende do mesmo para
projetado, estendendo-se para um papel de divisor na
prosseguir cada vez melhor.
hierarquia, destacando ainda mais os problemas sócio
para
cidades
recebê-los
auto
gradativamente.
sustentáveis
já
em
Estes
fase
de
119
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Tabela 01: Etapas de um projeto de design. Fonte: Adaptado de “Design industrial”. LÖBACH, B. 2001. 1º Edição.