NICO design de veículo sustentável

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FAAL – FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E ARTES DE LIMEIRA CURSO DE GRADUAÇÃO EM DESIGN

NICO Design de Veículo Sustentável

ALUNO: Tiago Eduardo Izaltino ORIENTADORA: Profa. MSc. Renata La Rocca

LIMEIRA Dezembro de 2010


FAAL – FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E ARTES DE LIMEIRA CURSO DE GRADUAÇÃO EM DESIGN NICO Design de Veículo Sustentável

ALUNO: Tiago Eduardo Izaltino ORIENTADORA: Profa. MSc. Renata La Rocca Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora, como exigência parcial para a obtenção de título de Graduação do Curso de Design, Habilitação em Design de Produto, da Faculdade de Administração e Artes de Limeira, sob a orientação da Profa. MSC Renata La Rocca

LIMEIRA Dezembro de 2010


FOLHA DE JULGAMENTO

Candidato: Tiago Eduardo Izaltino Monografia defendida e julgada em: ___/___/______

perante a Comissão Julgadora:

__________________________________________ Prof.ª MSc. Renata La Rocca (orientador)

__________________________________________ (membro interno)

__________________________________________ (membro externo)

__________________________________________ Prof. MSc. Tomas Sniker (coordenador do curso)

__________________________________________________ Prof. Dr. Sebastião Orlando da Silva (diretor da Faculdade)


DEDICATÓRIA: Dedico este trabalho a todos aqueles que acreditaram em minha formação como profissional e cidadão. Dedico principalmente aos meus pais, a minha irmã, amigos, professores, coordenadores e autores que me inspiraram.


AGRADECIMENTOS Não gostaria de apenas citar uma lista enorme de nomes, mas agradecer a todas as pessoas que de alguma forma, não importando como, tornaram este trabalho possível. Agradeço primeiramente aos meus pais e irmã pelo constante incentivo, aos meus amigos de faculdade que sempre contribuíram com algo dia após dia e mais ainda durante este período. Aos professores, ex-professores, coordenadores, pessoas que sempre me ofereceram um modelo profissional de alto nível. À minha orientadora, Renata La Rocca, que além de modelo profissional a seguir, também teve seu tempo e experiência profissional aplicada á supervisão desta pesquisa, sempre me orientando. Aos profissionais e autores, que me inspiraram e direcionaram esta pesquisa. Enfim, aos leitores, por atribuírem algum valor ao ler esta pesquisa e adicionarem algum conhecimento para si, contribuindo para um todo.

Limeira, 05 de maio de 2010 .


RESUMO

ABSTRACT

A pesquisa aqui presente esta voltada para a mobilidade e sustentabilidade,

e

também

apresenta

enfoque

em

tecnologias voltadas para estas áreas. O cenário que envolve este assunto também é apresentado, trazendo fatores históricos para um melhor entendimento. Também será apresentado o resultado de pesquisas relacionadas ao processo de produção, desenvolvimento criativo por designers de produtos com enfoque no design para a mobilidade. Abordaremos também estudos de casos para uma melhor compreensão do que realmente tem sido produzido dentro destas expectativas. Essa pesquisa será

The research presented here is focused on mobility and sustainability, and also features a focus on technologies related to these areas. The scenery that surrounds this issue is also presented, bringing historical factors for the better. Also featured will be the result of research on the production process of creative development for product designers to focus on designing for mobility. We will also case studies for better understanding of what really has been produced within these expectations. This research will be used later to produce a concept of sustainable mobility.

utilizada posteriormente na produção de um conceito de Keywords: Transportation, Mobility, Design, Sustainability

mobilidade sustentável.

and Technology. Palavras chaves: Transportes, Sustentabilidade e Tecnologias.

Mobilidade,

Design,


SUMÁRIO

4.1 Tecnologias na indústria automobilística ........................... 44

Introdução ............................................................................... 09

4.2 Os carros elétricos ............................................................ 44

CAPITULO 1 – CENÁRIO...................................................... 12

4.3 O projeto da Nissan: Leaf.................................................. 45

1.1 O carro para a população ................................................. 13

4.4 O projeto da Hyundai: i10

............................. 46

1.2 O cenário atual ................................................................. 15

4.5 Tecnologias nacionais

............................. 47

CAPÍTULO 2 - TRANSPORTES E O DESIGN ...................... 18

CAPÍTULO 5 - ESTUDOS DE CASOS

............................. 51

2.1 O Ponto de partida ............................................................ 19

5.1 Bugster (FIAT) .................................................................. 51

2.2 Metodologias de Design .................................................... 19

5.2 Ye Zi (SAIC) ...................................................................... 52

2.2.1 Etapas de um projeto de design .................................... 20

5.3 3R-C (HONDA) ................................................................. 54

2.2.2 Fase de preparação ...................................................... 21

Capitulo 6 - Memorial Descritivo ......................................... 57

2.2.3 Fase de geração ........................................................... 22 2.2.4 Fase de avaliação ......................................................... 28

6.1 –Estudos de Caso Complementares ................................. 57

2.2.5 Fase de realização ........................................................ 30

6.2 - Concepção e público alvo ............................................... 64

CAPITULO 3 - TRANSPORTES E A SUSTENTABILIDADE 38

6.3 - Especificações técnicas .................................................. 70

3.1 Pré-Produção ................................................................... 39 3.2 Produção .......................................................................... 39

6.4 - Design preliminar ............................................................ 76

3.3 Distribuição ...................................................................... 39

6.5 - Pesquisa de aceitação no mercado .............................. 102

3.4 Uso................................................................................... 40

3.6 Mobilidade e sustentabilidade .......................................... 41

6.6- Apresentação da proposta final...................................... 109 6.7- Considerações finais...................................................... 117 REFERÊNCIAS .................................................................... 120

3.7 O sistema de reciclagem da FIAT (F.A.R.E.) .................... 41

ICONOGRAFIA .................................................................... 124

3.5 Descarte ........................................................................... 40

3.8 O motor GDI da Mitsubishi ............................................... 42 CAPÍTULO 4 - TRANSPORTE E TECNOLOGIAS ................ 44



9

Introdução Por conta destes problemas, esta pesquisa tem como Este trabalho de conclusão de curso tem como foco a compreensão

do

processo

produtivo

no

design

da

mobilidade sustentável, a partir do desenvolvimento de veículos ecologicamente corretos para deslocamentos urbanos, envolvendo também questões voltadas para as tecnologias

disponíveis,

conceitos

sobre

mobilidade

sustentável e conceitos sobre design.

objetivo compreender alguns aspectos deste cenário, alguns métodos produtivos do design, da sustentabilidade, tecnologias para a redução de impactos ambientais e estudando também conceitos desenvolvidos com este enfoque da mobilidade sustentável. Baseando-nos nesta pesquisa também apresentaremos uma proposta de design de um veículo pequeno voltado para público jovem de grandes metrópoles com tecnologias

O homem sempre precisou se locomover de alguma forma,

sustentáveis.

e como veremos, o carro se transformou em algo muito além de sua funcionalidade, ampliando as capacidades humanas de dentro para fora, gerando status e separando as camadas sociais nos grandes centros urbanos. Porém, atualmente estes meios de transportes estão gerando grandes preocupações para o mundo todo, pelo fato de serem movidos por motores alimentados por combustíveis fósseis, estes que por sua vez geram poluição que se reflete em uma má perspectiva para a qualidade da vida no planeta para as gerações futuras.

No capítulo 1 trataremos de uma breve introdução histórica sobre o automóvel. No capítulo 2 abordaremos as metodologias do design e como podem ser aplicadas ao design automotivo. No capítulo 3 veremos o tema sustentabilidade e como o mesmo pode ser agregado ao desenvolvimento de um veículo. No capítulo 4 vamos tratar sobre tecnologias voltadas para a construção de veículos mais eficientes. No capítulo 5 abordaremos estudos de casos, apontando pontos positivos que poderiam estar agregados em nosso


10 projeto. No capítulo 6 vamos estender mais estudos de casos complementares com análises mais específicas, principalmente do ponto de vista do design.

No capitulo 7 trataremos do Memorial Descritivo do referido projeto, onde abordaremos a concepção, a inspiração que nos

levou

a

produzir

sustentabilidade e

um

veículo

voltado

para

a

o perfil de seu público. Abordaremos

ainda as especificações técnicas que utilizaremos como base para a produção de nosso conceito de veículo sustentável. Na seqüencia apresentaremos o processo de criação através do design preliminar, apresentando as propostas

geradas e

demonstrando

o

processo

de

finalização e adaptação para a escala humana. Também apresentaremos a pesquisa de aceitação de mercado, demonstrando a opinião do público alvo sobre o modelo e, concluindo mostraremos o design final, com detalhes do veículo, tecnologias, sobre seu conceito entre outros detalhes.



12

CAPITULO 1 - CENÁRIO

primeiras impressões causadas pelo automóvel vão muito além do que imaginamos conforme o trecho abaixo:

Neste capítulo abordaremos uma introdução da mobilidade O sistema tecnológico automotriz serviu para ilustrar a tese de que a tecnologia exercia uma grande influência na mudança social. A lista de efeitos sociais realmente impressiona. Sobre a distribuição da população, os negócios, a indústria, o governo, a saúde, a morte, a família, o ócio, a sexualidade, a moral, a vida urbana e rural, os valores, a educação, a moradia, a linguagem, a percepção de tempo e espaço. (GIUCCI, 2004, p.12)

até o cenário atual do ponto de vista da sustentabilidade. Quando nos referimos a mobilidade estamos falando sobre automóveis, ou seja, veículos capazes de transportar pessoas produzidos em larga escala atualmente, ou até mesmo protótipos em estudo.

A partir de uma definição do dicionário Priberam, podemos entender mobilidade como,

Conforme

observamos

neste

trecho,

o

automóvel

1. Qualidade de móvel.

influenciou muito em nosso cotidiano tomando para si um

2. Agitação (do que se move com animação).

papel quase que de protagonista de nosso tempo, e como

3. Fig. Facilidade em mudar de expressão.

notamos o mesmo também está afetando a nossa

4. Fig. Volubilidade, inconstância.

qualidade de vida com vantagens e desvantagens. Ainda

(PRIBERAM, 2010).

segundo giucci a mobilidade apresentada nesta carcaça metálica se estende além da função. De acordo com

O automóvel desde sua invenção sempre causou grandes

Giucci,

impactos, afetando a sociedade como um todo; alguns autores puderam relatar estes acontecimentos. Segundo relata Giucci em seu livro "A vida cultural do automóvel" as

A utilidade é um aspecto fundamental do automóvel, mas de modo algum o único. Seus atributos de mobilidade e visibilidade o protegem da neutralidade - a via pública ainda é uma das


13 melhores formas de evidenciar a distinção. Há, ademais, uma relação histórica entre a tecnologia e a violência que se prolonga no automóvel, veículo de importância fundamental tanto para o capitalismo quanto para o fascismo, o nazismo e o consumismo. (GIUCCI, 2004, p.16)

Segundo Giucci (2004, p.19), após o advento da mobilidade, o mesmo pareceu ser algo indispensável ao

1.1 O carro para a população

Ao procurarmos na história do automobilismo percebemos que o carro sempre foi objeto de desejo, porém nunca tinha sido acessível para as grandes massas. Seu custo de aquisição era tão elevado quanto ao de uma casa.

mundo moderno de tal forma que ao mesmo tempo gerava qualidades e problemas a qualquer sociedade onde fora inserido. Gerando potências capitais e definindo as classes sociais, o carro vivia entre o amor e ódio das pessoas,

As indústrias produziam quantidades para suprir apenas as classes sociais mais altas e por conta desta relação de custo benefício, o carro sempre fora um símbolo de "status". Porém com o advento do "fordismo", e seu modelo

porém sempre como objeto de desejo. Segundo Giucci,

de integração vertical, padronizações e de produção em O automóvel era capaz de assegurar a sensação de pertencimento a uma coletividade imaginária bem como fomentar as diferenças, reafirmando as distâncias sociais. (GIUCCI, 2004, p.19).

linha criada por Henry Ford o automóvel começa a se tornar mais acessível.

Segundo Giucci [...] "Ford disseminou a idéia de alta Como

vimos

o

automóvel

gerou

mudanças

no

comportamento do homem, e também gerou avanços, porém suas influencias não se limitam por aqui, veremos adiante como o mesmo está ligado a efeitos negativos ao meio ambiente por conta de sua produção e utilização.

eficiência por baixo custo. Foi à aspiração popular de mobilidade que estimulou a projeção do público norteamericano e depois mundial" [...].(GIUCCI, 2004, p.172) Giucci afirma ainda que várias outras empresas seguiram o modelo de produção de Ford.


14 Podemos considerar esta visão de produção de Ford como

A popularização do automóvel dentro dos Estados Unidos

um dos principais responsáveis pelo método de produção

foi bem diferente se comparado dentro da Europa. De

atual, porém muitas outras grandes montadoras atuais

acordo com Giucci, “[...] Na Europa era difícil competir

provavelmente participaram mutuamente da história deste

contra as tarifas impostas pelos governos para proteger a

processo evolutivo como um todo, por exemplo, a japonesa

indústria nacional (Fiat, Citroën, Pegeout, Renault) [...]”

Toyota, a francesa Peugeot entre outras montadoras que

(GIUCCI, 2004, p.209).

também representaram avanços. Como coloca Giucci, Concluindo, observamos que a trajetória automobilística se Henry Ford apresentou o Modelo T em 1908, prometendo um automóvel para a massa. Após um ano de produção circulavam pelos Estados Unidos 10.000 Modelos T. (GIUCCI, 2004, p.173).

desenrola de maneira complexa devido ao espaço de tempo onde a mesma está inserida. Com seus altos e baixos esta indústria parece ser tão necessária ao homem quanto qualquer outra necessidade básica, porém a continuidade da mesma esta gerando atualmente impactos negativos ao meio ambiente, o que esta afetando não somente a qualidade de nossas vidas, mas também prosperidade de vida como um todo em nosso planeta como veremos a seguir.

Figura 01: Modelo Ford T.


15 1.2 O cenário atual

Porém trazemos aqui para esta pesquisa uma visão do aquecimento global do brasileiro Oded Grajew, que é

Independentemente

do

meio

de

comunicação

que

presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos de

utilizamos hoje tais como televisão, jornal impresso,

Empresas

e

Responsabilidade

Internet ou até mesmo rádio é fato que de alguns anos

Conselho do Pacto Global, das Nações Unidas; idealizador

para cá as palavras sustentabilidade, ecologia e impacto

do Fórum Social Mundial; idealizador e ex-presidente da

ambiental entre outros termos vem tomando destaque.

Fundação

Juntamente com noticias de desastres ecológicos vemos

Conselho de Desenvolvimento Social e Econômico; ex-

inúmeros alertas sobre o modo como produzimos e

assessor do Presidente da República (2003). Vejamos um

consumimos coisas. De um modo geral, vários países

trecho citado por ele:

Abrinq

(período

Social,

1990-1998);

membro

membro

do

do

estão aderindo à sustentabilidade, mas com diferentes níveis de adesão e diferentes graus de evolução.

Existem vários pontos de vista sobre as questões ambientais, como os apresentados pelo americano Al Gore em seu documentário "Uma Verdade Inconveniente”, lançado em meados de 2006, que concedeu a Gore um Oscar

em

2007

de

melhor

documentário.

Neste

documentário, Gore enfatiza sobre o porque devemos nos preocupar com o aquecimento global.

“O derretimento das calotas polares está elevando o nível do mar, podendo, nas próximas décadas, deixar em baixo d'água a maior parte das cidades costeiras. Terras agricultáveis estão se transformando em desertos e altas temperaturas tornarão inabitáveis as áreas hoje ocupadas. A queda econômica, as intensas migrações e a escassez dos recursos naturais instalarão conflitos nunca antes imaginados. A vida humana no planeta poderá se tornar inviável. Como em qualquer situação de risco, esta é também uma grande oportunidade de refletir sobre o que nos levou a esta terrível situação, a repensar os rumos da humanidade, a nossa maneira de viver, consumir, produzir, de nos organizar em sociedade, os nossos valores.” (GRAJEW, 2010).


16 Se compararmos, tanto na visão de Gore que é

preocupação e principalmente a ação para a construção de

estrangeiro, quanto na visão de Grajew, brasileiro, o

um cenário mais sustentável na área da mobilidade já se

cenário atual no quesito sustentabilidade não anda muito

faz mais presente do que aqui em nosso país em grandes

bem e esta gerando reflexos em forma de desastres

metrópoles como São Paulo.

ambientais, os mesmos que influenciam diretamente sobre Ao analisarmos a história e cultura por traz do surgimento

nossa qualidade e prosperidade da vida.

do automóvel, suas implicações conforme espaço tempo, o No Site da Editora Abril há um espaço direcionado à

cenário

sustentabilidade,

e

notamos a evolução do homem em seu sentido mais amplo

representantes de nosso país trazem informações e

e, mais do que isso, percebemos em qual direção devemos

questões ligadas ao tema. Vejamos alguns trechos

prosseguir com nossa pesquisa a fim de prover constantes

descritos por Lincoln Paiva, formado em Comunicação

melhorias no modo de agir e pensar humano não apenas

Social, sócio da Believe Sustainability e idealizador do

para garantir nossa evolução, mas também a prosperidade

projeto MelhorAr de Mobilidade Sustentável:

da vida na terra. Concluímos que nosso modo de agir e

onde

diversos

especialistas

“As cidades européias estão trabalhando no conceito de diminuir os deslocamentos por veículos individuais, convertendo espaços públicos em espaços mais humanos. Cidades mais sustentáveis onde se potencializam a mobilidade em transporte público de qualidade e onde as caminhadas adquirem o protagonismo“(PAIVA, 2010).

Como percebemos vários fatores estão ligados ao cenário atual. Nosso foco é a mobilidade e a sustentabilidade para as grandes cidades. Percebemos que em outros países a

contemporâneo

e

os

desastres

ecológicos,

pensar não apenas precisa, mas já se encontra em estado de mudança e vão ser a partir destas novas diretrizes que daremos formas ao futuro.



18

CAPÍTULO 2 – TRANPORTES E O DESIGN

alguns países e conservador em outros, cinético e expansivo entre outras características. O resultado disso é

Neste capítulo tentaremos colher informações relativas ao

que as questões voltadas aos valores que as pessoas dão

modo de produção do design voltado para a mobilidade,

aos

seus processos e características.

velocidade acelerada dia após dia, ou seja, aqueles

Atualmente as empresas desenvolvem novos produtos

produtos super modernos e inovadores, em pouco tempo

investindo no design visando um diferencial no mercado

estarão desatualizados, o consumidor então se vê na

competitivo e acima de tudo obter lucros para que haja um

necessidade de buscar produtos novos, já que os produtos

progresso contínuo de sua estrutura e a do sistema sócio

tornam-se rapidamente obsoletos.

objetos

se

modificam

continuamente

em

uma

econômico como um todo. De acordo com Baxter, E assim os designers necessitam compreender muito bem “Recentemente, a pressão inovadora cresceu muito. Com o lançamento dos produtos globalizados, aumentou a pressão competitiva que vem do exterior. Isso ocorre não apenas com as gigantescas empresas multinacionais. Os contratos internacionais de licença e as franquias podem espalhar produtos pelo mundo, por meio de uma rede de pequenas e médias empresas. Agora se exige uma visão muito mais ampla. Para piorar as coisas, a vida média dos produtos no mercado está cada vez mais curta.” (BAXTER, 2008, p. 1)

o público alvo de seu produto, para que o mesmo não seja

Nesta era da informação, podemos interpretar o processo

Podemos observar diante dessas colocações que para o

de aculturação de forma extremamente sincrética em

desenvolvimento de um novo produto existe uma gama de

um fracasso. Como comenta Baxter, “O desenvolvimento de produtos deve ser orientado para o consumidor. O designer de produtos bem sucedido é aquele que consegue pensar com a mente do consumidor: ele consegue interpretar as necessidades, sonhos, desejos, valores e expectativas do consumidor.” (BAXTER, 2008, p. 21).


19 identificação de uma oportunidade até a engenharia de produção.” (BAXTER, 2008, p. 51).

complexidades a serem observadas para se obter sucesso na inserção destes novos produtos no mercado. Com a produção voltada para a mobilidade também não é

Ao

diferente, é preciso metodologias do design para produzir

compreender um pouco mais do porque tantos projetos

veículos coerentes com as necessidades do mercado.

conceitos acabam por não sair do papel. Há um grande

considerarmos

esta

visão

de

Baxter

podemos

risco envolvendo custos altíssimos para os fabricantes, que 2.1 O Ponto de partida

por sua vez preferem manter certa tradição e garantir faturamento necessário para continuar no mercado.

Para a geração de um novo produto existem diversas maneiras para se obter um ponto de partida, e com o

2.2 Metodologias de Design

desenvolvimento da mobilidade também é assim. Podemos

Löbach (2001, p.141) afirma que por um processo de

partir de informações definidas pelo departamento de

design ser extremamente complexo seria melhor separá-lo

marketing dentro das empresas. Pode-se também partir da

em quatro fases distintas, as mesmas não são lineares em

idéia de uma inovação, da criação de um novo produto ou

sua forma de aplicação, ou seja, pode haver retrocessos

ainda partir de aprimoramentos dos produtos já existentes.

durante seu desenvolvimento.

Segundo Baxter,

Partindo de uma estrutura metodológica básica para o design de novos produtos poderemos obter uma tabela

“Não é necessário introduzir diferenças radicais, mesmo porque a maioria das empresas não estará disposta o correr riscos bancando essas diferenças radicais. É necessário, contudo, introduzir diferenças que os consumidores consigam perceber. E isso requer a prática da criatividade em todos os estágios de desenvolvimento de produtos, desde a

similar a esta produzida por Löbach:


20 2.2.1 Etapas de um projeto de design PROCESSO CRIATIVO

PROCESSO DE SOLUÇÃO DO PROBLEMA

PROCESSO DE DESIGN

1. Fase de Preparação

Análise do Problema

Análise do Problema de Design Análise da necessidade

Conhecimento do Problema/oportunidade

Desenvolvimento Histórico

Coleta de Informações

Análise de Mercado

Análise das Informações

Análise de Função (F Práticas) Análise Estrutural Funções Estéticas Materiais e Processos de Fabricação Distribuição, Montagem, Manutenção Descrição do Novo Produto

2. Fase de Geração

Alternativas do Problema

Alternativas de Design Conceitos do Design

Escolha

dos

métodos

de

solucionar

problemas,

Produção de Idéias e Geração de Alternativas

Alternativas de Solução Esboços de Idéias Modelos

3. Fase de Avaliação

4. Fase de Realização

Avaliação das Alternativas

Avaliação de Alternativas de Design

Exame das Alternativas, Processo de Seleção e

Escolha

Processo de Avaliação

Características do Novo Produto

Realização da Solução do Problema

Solução de Design

da

Melhor

Solução

e

Incorporação

das

Projeto Mecânico, Estrutural, Configuração dos Detalhes, Realização e Nova Avaliação da Solução

Modelos,

Desenho

Técnico,

Documentação e Relatórios

Tabela 01: Etapas de um projeto de design. Löbach, B. 2001, p.142.

de

Representação

e


21 1) Qual é exatamente o problema que você está querendo resolver? 2) Porque esse problema existe? 3) Ele é uma parte específica de um problema maior ou mais amplo? (BAXTER, 2008, p. 58).

2.2.2 Fase de preparação

Nesta fase iremos receber um conjunto de informações de forma bem ampla para a finalidade de uma melhor compreensão do problema a ser solucionado que seria traduzido na produção ou melhoramento de um produto.

Por exemplo, se estivéssemos em um setor de design de uma grande montadora e a mesma definiria alguns pontos

Segundo Baxter:

chave para o desenvolvimento de um novo meio de “A preparação é o processo pelo qual a mente fica mergulhada nessas idéias existentes. Mesmo quando não se trabalha no nível consciente, a mente continua a processar essas idéias. Então, quando menos se espera, a solução pode surgir repentinamente. Mas isso só acontece quando houver a preparação, colocando-se na mente todos os elementos essenciais para a solução de um problema.” (BAXTER, 2008, p. 53).

transporte, teríamos uma estrutura de análise parecida com esta:

Qual o problema? Ex.: Carros produzidos atualmente não atraem mais a classe A de consumidores. Possíveis causas?

Expandir o mesmo problema também faz parte desta fase,

Ex.: Mudança de comportamentos e influências externas

saber até onde este problema pode se desdobrar é

(economia do país, crises, etc.)

fundamental

Quem é o público alvo?

para

base

firme

em

Podemos

gerar

questões

Ex.: Homens de 25 a 45 anos solteiros com alto padrão de

básicas conforme Baxter apresenta em seu livro “Projeto

vida que visam à esportividade, exclusividade, potência e

de produto” tais como:

extravagância.

desenvolvimento

gerar posterior.

uma

seu

Onde este automóvel tem potencial?


22 Ex: Em grandes centros urbanos, focando a classe “A”.

2.2.3 Fase de geração

Existem concorrentes? Ex.: Sim, pois este mercado atualmente cresce por

É nesta fase onde podemos utilizar uma infinita gama de

decorrência da mudança dos hábitos do homem moderno.

ferramentas voltadas para a criatividade e geração de

Os concorrentes produzem em torno de dois a três

possíveis soluções para os problemas já bem definidos na

modelos diferentes tentando abranger mais clientes.

fase

anterior.

Entre

estas

ferramentas

temos

o

“brainstorming”, “[...] termo cunhado por Alex Osborn em Como vimos, uma preparação bem elaborada é muito

1953, autor do livro “Applied Imagination “(OSBORN apud

importante,

os

BAXTER, 2008, p.66), responsável pela grande difusão

desenvolvimentos por parte dos designers em conjunto

dos métodos de criatividade, em todos os ramos de

com as equipes de desenvolvimento de novos produtos.

atividades. Falando mais a respeito do Brainstorming,

pois

a

partir

dela

serão

traçados

Baxter coloca que, Löbach (2001, p.147) complementa em seu método produtivo que nesta fase há necessidade de uma análise estrutural

para

complexidade.

que Com

possamos base

compreender

nesta,

sua

posteriormente

poderemos decidir se o número de componentes deste produto podem ser reduzidos, racionalizados ou integrados através do avanço tecnológico.

“O brainstorming ou sessão de “agitação” de idéias é realizado em grupo, composto de um líder e cerca de cinco membros regulares e outros cinco convidados. Os membros regulares servem para dar ritmo ao processo e os membros convidados podem ser especialistas, que variam em função do problema a ser resolvido. De qualquer maneira, é importante haver também alguns não-especialistas no grupo, de modo a fugir da visão tradicional dos especialistas” (BAXTER, 2008, p.66).


23 Baxter cita neste mesmo livro que esta ferramenta pode

devem ser afastados para que haja uma liberdade maior

sim ajudar no processo criativo fazendo pontes de estimulo

para a criação. A técnica desta fase é a associação livre

entre as idéias geradas em grupo, porém a mesma pode

das idéias, se aproximando e se afastando do problema

ser atualizada para o “Brainwriting”. Vejamos como ele

afim

define esta técnica:

combinações das soluções geradas.

“Brainwriting é uma evolução do brainstorming, procurando conservar as suas vantagens e reduzir as desvantagens. Adota um procedimento semelhante ao braintorming, com um pequeno grupo de participantes. Mas, em vez de falar sobre as suas idéias, as pessoas devem escrever sobre elas. Todos escrevem as suas idéias, sem mostrar para os outros, para não influenciá-los. Isso continua por algum tempo, até que as idéias começam a esgotar-se. Então, quando alguém precisa de algum estímulo adicional, pode olhar para anotações de um outro participante.”(BAXTER, 2008, p.71).

de

que

o

cérebro

continue

trabalhando

as

Durante o desenvolvimento de novas soluções podemos nos deparar com concorrentes de uma mesma linha que já possuem sucesso no mercado. Analisá-los também é uma tarefa importante, Baxter traz consigo uma técnica intitulada de “Análise paramétrica” que “[...] serve para comparar os produtos em desenvolvimento com produtos já existentes ou àqueles dos concorrentes, baseando-se em

certas

variáveis,

chamadas

de

parâmetros

comparativos.” (BAXTER, 2008, p.72). As duas ferramentas citadas por Baxter são utilizadas atualmente na geração de soluções para novos produtos,

Neste tipo de análise, Baxter cita três tipos de parâmetros;

porém sempre acompanhadas de outras técnicas para

quantitativo, qualitativo e de classificação. Sendo o

garantir a qualidade do processo criativo.

quantitativo

relacionado

a

parâmetros

expressos

numericamente como tamanhos, peso, preço, resistência, Löbach (2001, p.153) afirma que neste processo inicial de

etc. Qualitativo é um parâmetro comparativo e ordenador

geração de idéias e alternativas as críticas ou julgamentos

de produtos, por exemplo, comparar qual cadeira é mais


24 confortável, qual faca corta melhor, que calculadora é mais

Segundo o autor podemos exemplificar estas analogias

fácil de usar e etc. Já os parâmetros de classificação são

desta forma:

indicativos de características segundo Baxter, por exemplo,

aquele carro é movido à gasolina ou álcool? Aquele

  

aparelho de som tem controle remoto? Como podemos observar, esta ferramenta de análise paramétrica pode ampliar nosso ponto de vista em relação à proposta de novas soluções no desenvolvimento de um produto. Outro princípio criativo interessante seria o de “analogias” em que Baxter diz ajudar a dilatar nossas mentes no sentido de relacionar idéias por proximidade, semelhança, contraste ou causa-efeito. Vejamos a definição do autor para esta técnica: “Analogia é uma forma de raciocínio em que as propriedades de um objeto são transferidas para um outro objeto diferente, mas com certas propriedades em comum. Assim, uma corda pode lembrar uma cascavel, quando estiver enrolada no chão, ou uma rampa de escape para emergência, quando estiver pendurada numa janela, ou uma ponte, quando estiver amarrada entre dois postes”. (BAXTER, 2008, p.80).

Proximidade – bule-xícara, sapato-meia, girafa-África, mesa-cadeira. Semelhança – sapato-tênis, leão-gato, TV-monitor. Contraste – gordo-magro, amargo-doce, quente-frio. Causa-efeito – chuva-inundação, crise-desemprego, açúcar-obesidade, feriado-passeio. (BAXTER, 2008, p.81).

Como vimos nesta fase de geração existem diversas ferramentas

criativas

que

podem

ser

somadas

ao

conhecimento e experiências de uma equipe para o desenvolvimento de um novo produto. Para a produção de meios de transporte, os designers possuem especificações relativas ao tipo de mobilidade a ser projetada, por exemplo, se o veículo é para uso urbano, rural, se atende uma família ou um executivo apaixonado por velocidade.

No caso específico de nossa pesquisa iremos abordar veículos para o transporte individual. Com base no livro de Larica podemos definir o conceito de veículo individual desta forma:


25 “O conceito de transporte individual é aplicado ao veículo dimensionado para apenas um passageiro e estendido aos veículos que podem levar um pequeno grupo de pessoas (cinco ou seis. Como nos automóveis ou caminhonetes), desde que a proposta seja anteder á programação do grupo ou da família. O uso do automóvel no trânsito das grandes cidades confirma esta classificação pois, apesar dos seus cinco assentos, os carros circulam predominantemente só com o motorista.” (LARICA, 2003, p. 31)

passageiros e o motor. O termo em inglês remete à idéia de uma ampla janela (escotilha) que se abre e dá acesso ao porta-malas e interior do veículo. Visualmente chamam atenção pelo desenho da traseira, que termina em uma única linha. Somando-se a porta do bagageiro, podem ser encontrados em versões de três ou cinco portas. Geralmente é o modelo de entrada das marcas. Bons exemplos são: Volkswagen Gol, Chevrolet Celta, Ford Ka,

Vamos apresentar alguns estilos de veículos (carrocerias)

Peugeot 206 e Fiat Palio. (FONSECA, 2010)

para transporte de quatro pessoas em média, produzido atualmente, trazendo suas características quanto ao estilo referente

ao

visual

e

funcional.

Como

forma

de

contextualizar nosso enfoque de pesquisa, compreender estes estilos de carrocerias auxilia no processo criativo dos designers para melhor atender os usuários dos mesmos. Em uma reportagem exclusiva para o site "G1", Ricardo Lopes da Fonseca trouxe uma resposta para os internautas que tinham dúvidas de como reconhecer os tipos de carrocerias.

Hatchback:

ou

hatch,

tem

como característica

principal dois volumes bem diferentes: habitáculo dos

Figura 02: Volkswagen Gol.


26 Fastback: É parecido com o hatchback, mas conta com a

volume

independente

como

nos

sedãs.

Exemplos:

parte traseira mais longa. O teto segue abaixando até o

Chevrolet Astra, Fiat Stilo, Citroen Xsara e Renault Laguna.

porta-malas no desenho moderadamente encurvado. A

(FONSECA, 2010)

porta traseira dá acesso ao interior. O fastback mais popular é o Ford Mustang. Outros exemplos são o Chevrolet Kadett e o Ford Escort. (FONSECA, 2010)

Figura 04: Chevrolet Astra.

Conversível: De uma forma geral, é todo carro com capota de lona ou rígida escamoteável. São os modelos com párabrisa fixo e capota dobradiça que, quando fechada, deixa o carro com as linhas de um cupê. Ou seja, "convertido" em sua versão tradicional. Bom exemplo é o Peugeot 308 CC. Figura 03: Ford Mustang.

Notchback: É um carro muito parecido com o fastback, porém, o porta-malas é menor a ponto de não formar um

(FONSECA, 2010)


27 digamos assim, com certo ar aventureiro. Bons exemplos são a Palio Adventure e o Volkswagen Crossfox. (FONSECA, 2010)

Figura 05: Peugeot 308 CC.

Crossover: É basicamente o termo a se aplicar a qualquer

Figura 06: Volkswagen Crossfox.

carro urbano com características, sejam funcionais ou decorativas, de veículos off-road. Porém, é um modelo que está

se

tornando

comum

no

mercado

brasileiro,

porém, com outro conceito. Originalmente, era para ser um veículo com carroceria enquadrada entre o utilitário

Como vimos, existem diversos tipos de carrocerias desenvolvidas atualmente, cada uma abrange um nicho específico de consumidores que aguardam as empresas com seus lançamentos ano após ano.

esportivo e a perua, como por exemplo, o Subaru Outback, o Mitsubishi AirTrek e o Nissan Murano. Porém, o termo passou a designar carros com pequenas modificações,

Em uma palestra realizada na universidade FAAP em São Paulo, no segundo semestre de 2007, Nelson Lopes,


28 gerente de design da Volkswagen sugere que, geralmente

expressões mais humanas como alegria, tristeza ou

após as pesquisas feitas dentro do mercado e definidas as

parecer carrancudo. Porém alerta para tomarmos muito

metas e objetivos do novo veículo, os designers já

cuidado e buscar conhecimentos psicológicos e sociais dos

conseguem uma pré-definição de que tipo de carroceria

simbolismos, antes de aplicá-los aos produtos. Ele coloca

será melhor utilizar como base para uma produção

que:

posterior, sendo muitas vezes estas escolhas mistas, híbridas, ou seja, a carroceria entra em um estilo para sua afirmação, porém traz consigo informações, qualidades de outros estilos para melhor atender as necessidades de mercado, aumentando assim as chances de sucesso do novo produto.

“Quando esse produto for destinado á exportação, devem-se considerar também as diferenças culturais e religiosas entre povos. As cores, por exemplo, podem ter significados diferentes a povos e outras culturas. No ocidente, a cor do luto é preta, enquanto ela é branca na China.” (BAXTER, M. 2008, p. 38)

Considerando o conteúdo deste tópico podemos considerar Após as determinações do tipo da carroceria, os designers

o quão importante é conhecer o usuário final e saber definir

das montadoras começam seus estudos sobre as formas,

a escolha da carroceria mais adequada para o mesmo, ou

texturas, cores, acabamentos e materiais que serão

até mesmo produzir um estilo novo decorrente de uma

utilizados

demanda diferenciada no mercado.

a

partir

de

conceitos

pré-estabelecidos

anteriormente. 2.2.4 Fase de Avaliação Baxter M. (2008, p. 37) cita em seu livro algumas

Nesta fase os conceitos produzidos são justificados e

advertências na definição de um estilo visual de um novo

avaliados em inúmeros aspectos que vão desde sua

produto. Ele afirma que elementos faciais adicionados ao

estética, funcionalidade até seu custo e estrutura exigida

design podem melhorar sua aceitabilidade, trazendo


29 produto, qual é a necessidade dos consumidores que ele procura preencher?” (BAXTER 2008, p.149).

para ser produzido. Löbach (2001, p.154) afirma que existem duas perguntas principais a serem feitas nesta fase:

Com o conceito já bem definido podemos fazer uma

1. Que importância tem o novo produto para o usuário, para determinados grupos de usuários, para a sociedade?

análise das falhas que o mesmo pode apresentar. Baxter defende que através desta análise é possível aprimorar, gerar mudanças prioritárias ou até mesmo adiar ou

2. Que importância tem o novo produto para o êxito financeiro da empresa?

cancelar a produção do mesmo. O autor separa estas análises a serem feitas da seguinte maneira:

Existem inúmeras ferramentas para se avaliar o conceito aplicado ao estilo do novo produto, dentre as mesmas, Baxter aponta o “Planejamento do estilo” e defende que

1. Funções do produto: quando de maneira geral o produto não atende a suas funções.

“[...]O estilo deve ser direcionado para oportunidades e isso

2. Tipo de falha potencial: aqui, função por função são

significa que há certas restrições, exatamente como

examinadas, e então descritas os tipos de falhas

acontece

possíveis.

em

outras

fases

do

desenvolvimento

do

produto.[...]” (BAXTER 2008, p.149). Ele defende duas restrições básicas ao estilo de um novo produto:

3. Causa da falha: Descrição do possível motivo que leva a ocorrência da falha. 4. Ocorrência da falha: Podemos mensurar com qual

“Primeiro, é necessário considerar o contexto do mercado, onde o produto deverá ser colocado. Cada mercado específico exige um tipo de estilo, que pode ser inadequado em outro contexto. Segundo, existem certas particularidades de estilo, intrínsecas ao produto em sim. Qual é o

freqüência as falhas ocorrem. 5. Efeitos das falhas: assim descobrimos o que esta falha pode afetar no produto e conseqüentemente no seu consumidor.


30 6. Gravidade da falha: Outro fator que pode ser medido para fins de se manter uma qualidade do produto. 7. Verificação do projeto: Através de falhas no produto podemos identificar falhas em seu projeto, como

tridimensionais reais e virtuais e então gerando os desenhos técnicos que serão encaminhados para um setor especializado que transformará este projeto em uma linha de montagem.

especificações diversas. 8. Detecção de falhas: Relativo a possibilidade de se perceber ou não tal falha no produto e também pode ser

Löbach (2001, p. 155) afirma que nesta fase os designers têm de cuidar de todo o detalhamento quanto aos

classificada. 9. Indicador de risco: É um resumo sobre todas as

materiais, acabamentos, especificações estilísticas entre

características levadas em conta sobre as falhas do

outros

produto,

apresentações por outros meios.

determinando

assim

medidas

preventivas.

detalhes

como

desenhos

explicativos

ou

(BAXTER 2008, p.149)

O desenho conceitual Concluímos que nesta fase faremos questionamentos

Após tantas etapas chegou a hora de o designer expressar

sobre o estilo e a funcionalidade do novo produto

todos estes conceitos através de desenhos, buscando as

garantindo sua qualidade para ser produzido em larga

formas tridimensionais. No design da mobilidade esta

escala.

etapa é extremamente importante, pois somente através de algo visual que os conceitos apresentarão suas qualidades.

2.2.5 Fase de Realização

Nesta fase já não há mais dúvidas em qual direção os designers irão seguir, cabendo apenas para a finalização do projeto como um todo, gerando-se desenhos, modelos

De acordo com Alvaro, “O processo de construção de estratégias começa pelo desenho conceitual do diagnóstico de situação e termina com o desenho conceitual da estratégia desenvolvida. A metodologia unicista de desenho conceitual


31 está baseada no processo natural de conceituação que utiliza o homem. Começa com a idéia do conceito, inclui seus aspectos sistêmicos, seus aspectos funcionais (analíticos) e termina com a descrição dos processos operacionais.” (ALVARO, 2010).

O Rendering

O Rendering é uma técnica de acabamento para desenhos conceituais muito utilizados por designers da mobilidade, é seu meio de expressão, são através dos renderings que vários conceitos podem ser aprovados, já que as formas em conjunto, as cores e texturas têm apelo visual muito mais forte.

Figura 07: Exemplo de desenho conceitual.

Figura 08 : Exemplo de Render 01.


32 por conta do órgão regulamentador, aqui no Brasil, temos a “ABNT” Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Figura 09 : Exemplo de Render 02.

Figura 10: Exemplo de desenho técnico. Desenhos Técnicos Modelos tridimensionais É através destes desenhos que a engenharia poderá interpretar e posteriormente produzir este produto. Na

Na indústria da mobilidade modelos em escala real ou

mobilidade não é diferente, os desenhos técnicos tem que

reduzida também são utilizados para melhor avaliação dos

estar adequadamente desenvolvidos dentro das normas

volumes gerados nos desenhos conceito. Há vários tipos

industriais. Cada fabricante pode exigir normas diferentes

de modelagem um dos mais conhecidos é a modelagem em massa plástica ou “Clay”, a técnica chama-se “Clay-


33 modeling” e está presente dentro de qualquer montadora. Esta técnica consiste em produzir uma base solida em madeira, que será recoberta por clay. Com o auxílio de moldes tridimensionais os modeladores começam a esculpir a forma básica a qual poderá ser ajustada por auxílio de robôs escultores que ajudarão na precisão obtida no modelo.

Figura 11: Modelagem em Clay 01.


34

Figura 12: Modelagem em Clay 02. Figura 13: Modelagem em Clay 03.


35 Modelos tridimensionais virtuais Por meio de softwares, produtos e ambientes são gerados Este tipo de ferramenta vem sendo amplamente utilizado na indústria automobilística, pois protótipos reais podem ter seu processo de desenvolvimento mais demorado e de custo mais elevado dependendo da quantidade de revisões e

alterações

do

próprio

projeto.

Estes

modelos

tridimensionais virtuais também podem auxiliar em diversos aspectos do projeto, como no desenvolvimento da ergonomia, estética, aerodinâmica entre outros. Falando a respeito dos moldelos virtuais, Netto coloca que, “Esta nova tecnologia tem como um dos seus objetivos, minimizar os problemas que seriam apenas detectados após a construção do protótipo físico do produto. Hoje, com um software de desenvolvimento de ambientes virtuais e dispositivos adequados de interação, pode-se modelar maquinários, veículos terrestres, navios e aviões visando simular o comportamento real do equipamento. Isto economiza dinheiro e ciclos de desenvolvimento, e permite que se realizem sessões de treinamento e validação com o protótipo virtual, além de possibilitar a realização de um trabalho de apresentação e venda do produto final, antes mesmo dele existir por completo no mundo real.” (NETTO 2010).

e depois visualizados em salas especiais que oferecem um melhor suporte através de equipamentos tecnológicos que possibilitam a simulação. Assim podendo gerar uma melhor qualidade no resultado final destes produtos, neste caso, de automóveis. Vejamos algumas imagens destas salas:


36

Figura 14: Sala virtual A.

Figura 15: Sala virtual B.



38 mesmo tempo, não devem empobrecer seu capital natural, que será transmitido ás gerações futuras.” (MANZINI; VEZZOLI, 2008, p. 27).

CAPITULO 3 - TRANSPORTES E A SUSTENTABILIDADE

Segundo os autores, todo produto tem em sua estrutura Neste

capítulo

iremos

abordar

questões

sobre

um ciclo de vida onde sua trama se desenvolve de acordo

sustentabilidade e a mobilidade, trazendo exemplos das

com

próprias montadoras.

Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis” (MANZINI,

suas

características.

Conforme

o

livro

“O

VEZZOLI, 2008, p.91) podemos dividir o ciclo de vida de Com o advento da modernidade e de seus meios de produção industrial o homem se viu então preso em um

um produto nos seguintes processos:  Pré-produção;

novo cenário problemático, percebendo que ao longo dos anos suas metas também geraram um lado negativo e de

 Produção;

grande impacto ambiental.

 Distribuição

O termo sustentabilidade está ligado ao “ecodesign”, que

 Uso;

diz respeito há uma metodologia criativa voltada para a

 Descarte.

ecologia. No livro de Ezio Manzini e Carlo Vezzoli, eles trazem uma definição sobre o termo sustentabilidade:

Baseado no que os autores definiram sobre estes tópicos podemos afirmar que:

“Com esta expressão, referimo-nos ás condições sistêmicas segundo as quais, em nível regional e planetário, as atividades humanas não devem interferir nos ciclos naturais em que se baseiam tudo o que a resiliência do planeta permite e, ao


39  A montagem;

3.1 Pré-Produção

Nesta fase, segundo os autores, encontramos as matérias

 Acabamento.

primas que serão utilizadas posteriormente na produção de

Os materiais geralmente são armazenados e distribuídos

novos produtos. Porém nem toda matéria prima tem seu

dentro do setor produtivo para as máquinas e mão de obra

uso ligado de forma direta. A mesma tem que ser

especializada. Após a produção das partes, as mesmas

transportada para outros lugares, ser manuseada e

são agrupadas no processo de montagem. Com a

processada de várias formas. Neste processamento de

montagem dos produtos acabados, os mesmos vão para o

matéria prima são utilizadas várias fontes de energia como

processo de acabamento onde rebarbas serão tiradas,

recursos, tais como energia elétrica, a mesma que

superfícies serão lixadas e pintadas. Estes processos

demanda

a

geram resíduos que terão de ser descartados muitas vezes

hidroelétricas que por sua vez também geram impacto

por não conseguirem um bom reaproveitamento dos

ambiental por sua atuação.

mesmos. Podem ocorrer também falhas na produção de

o

uso

de

grandes

geradores

ligados

partes deste produto, porém dependendo do tipo de 3.2 Produção

material utilizado este poderá ser reutilizado no processo.

Como o título já sugere, é aqui onde os materiais básicos para a produção de um novo produto se encontram para

3.3 Distribuição

realizar tal processo. Segundo os autores podemos separar esta fase em três momentos fundamentais:

Segundo os autores, três momentos definem esta etapa:  A embalagem;

 A transformação dos materiais;


40  O transporte;  A armazenagem.

3.5 Descarte Manzini e Vezzoli (2008) afirmam que nesta fase teoricamente estaria ligada a quando o produto já não mais

Manzini e Vezzoli (2008) citam que, quando o produto

atende os propósitos para qual foi adquirido, onde iremos

acabado chega nesta fase o mesmo recebe uma

descartá-lo de várias formas, podendo ser um aterro, um

embalagem para que seja protegido, entre outras funções.

incinerador ou até mesmo uma reciclagem. Na reciclagem

Após ser embalado o mesmo tem que ser despachado

podemos poupar muita energia gasta no ciclo de vida de

para um armazenamento posterior, podendo ser este

um produto; que segundo os autores, podemos dividir em:

transporte de qualquer espécie. Nesta etapa podemos somar a energia gasta até aqui, mais os recursos usados para o transporte, embalagem e inclusive no processo de

 Reciclagem de anel aberto;  Reciclagem de anel fechado. “Por reciclagem em anel fechado, entende-se um sistema em que os materiais recuperados são utilizados em lugar de materiais virgens. Isto é, são usados na confecção dos mesmos produtos ou componentes de onde foram derivados. Na reciclagem em anel aberto, por sua vez, os materiais são encaminhados para um sistema-produto diferente dos de origem.” (MANZINI, VEZZOLI, 2008, p.97)

produção destes mesmos intens.

3.4 Uso Segundo os autores, nesta fase podemos observar que independentemente do tipo de uso, este produto poderá necessitar de reparação, onde entram vários recursos e são gastos mais energia para a produção de novas partes

Agora

que serão substituídas, porém desta forma o impacto

sustentabilidade

ambiental seria menor se comparado a troca total do

utilizados por montadoras.

mesmo aparelho.

que

conhecemos vamos

alguns explorar

conceitos alguns

sobre

conceitos


41 3.6 Mobilidade e sustentabilidade

soubermos utilizar eficientemente os meios de transportes conseguiríamos uma redução muito considerável na

John Thackara, um designer industrial e gráfico produziu

emissão de poluentes na biosfera.

um livro chamado “Plano B”, em que ele aponta questões relativas à sustentabilidade atual de maneira mais ampla,

3.7 O sistema de reciclagem da FIAT (F.A.R.E.)

abordando questões que vão desde atitudes pessoais, atitudes políticas e industriais. Dentro deste, Thackara

Aqui traremos um trecho do livro de Manzini (2008), onde

(2008, p.77) aponta que a mobilidade, ou seja, os meios de

ele relata este sistema de reciclagem desenvolvido pela

transportes de forma mais ampla utilizados atualmente são

montadora FIAT.

prejudiciais

a

biosfera,

porém

são

essenciais

ao

crescimento econômico. Thackara complementa dizendo que,

“A FIAT construí o chamado sistema FARE (FIAT Auto Recycling), um programa que leva á reciclagem com efeito em cascata aplicada a alguns componentes do carro que antes não estavam sendo recuperados. O material dos párachoques em PP, depois de seu primeiro ciclo de vida, são reciclados e aplicados nos canalizadores de ar que, não estando visíveis, apresentam menor exigências estéticas.” (MANZINI; VEZZOLI, 2008, p.224)

“Os carros também não oferecem nenhuma esperança. Eles causam mais danos ambientais e sociais do que o transporte aéreo e ferroviário combinado. Tirando as enormes quantidades de recursos utilizados para fabricar os veículos, eles também consomem enormes quantidades de espaço.” (THACKARA, 2008, p.80).

Este sistema parece ser uma solução viável e teoricamente

Segundo Thackara (2008, p.89), devemos nos preocupar

sustentável, atualmente várias montadoras estão migrando

não com combustíveis alternativos, como motores movidos

para este tipo de fabricação de componentes mais

a hidrogênio ou eletricidade, mas sim focarmos no espaço

conscientes do reuso de materiais. A Renault vem

e no tempo utilizado pelos mesmos. Ele afirma que se

produzindo alguns modelos em que grande parte da


42 composição plástica do veículo vem da reciclagem de

empresas que investem em premiações que incentivam

garrafas “PET”.

qualquer pessoa a produzir tecnologias melhores.

3.8 O motor GDI da Mitsubishi

Na revista da “Época Negócios” (p.66, n.º37, 2010), John

A montadora Mitsubishi conseguiu desenvolver uma

Elkington traz informações da “X Pize”, uma fundação que

tecnologia de motores muito mais eficiente, a partir de um

esta premiando pessoas por seus inventos, dentre estes

melhor controle do sistema de injeção de combustível. De

cabe o destaque para um automóvel que segundo John,

acordo com Manzini e Vezzoli,

faz um consumo de mais de 50 Km por litro de combustível e que nenhuma montadora atual tenha conseguido tal feito.

“A Mitsubishi desenvolveu o motor GDI (Gasoline Direct Injection), com um sistema muito eficaz para controlar a quantidade de combustível e a injeção. Comparando motores de dimenssões idênticas, as emissões de NO são reduzidas em 90% e aquelas de CO, em 20%. Além do mais, foi aumentada a potência em 10% e o consumo de combustível reduzido em 20%.” (MANZINI; VEZZOLI, 2008, p.224)

Este motor apesar de eficiente, ainda não resolve boa parte dos problemas encontrados com a emissão de poluentes gerados pelos automóveis. Atualmente existem



44

CAPÍTULO 4 - TRANSPORTE E TECNOLOGIAS

Então podemos concluir que a tecnologia está ligada diretamente ao modo de fazer algo, e está diretamente

Neste capítulo abordaremos o tema tecnologia voltado pra

ligada à evolução do homem. É algo que evolui baseado

a mobilidade e a sustentabilidade. Mas afinal, o que é

em necessidades de transpor alguma dificuldade, de

tecnologia? Se procurarmos no dicionário, teremos algo

produzir algo de alguma forma.

similar a esta definição: 4.1 Tecnologias na indústria automobilística 1

teoria geral e/ou estudo sistemático sobre técnicas,

processos, métodos, meios e instrumentos de um ou mais

A indústria automobilística tem como um de seus principais

ofícios ou domínios da atividade humana (p.ex., indústria,

pilares a tecnologia. Para esta pesquisa abordaremos

ciência

tecnologias

2

etc.)

técnica ou conjunto de técnicas de um domínio

particular 3

qualquer

contidas

em

conceitos

automotivos

da

atualidade, como os carros elétricos e alguns projetos conceito em desenvolvimento.

técnica

moderna

e

complexa

Etimologia:

4.2 Os carros elétricos

gr. tekhnología,as 'tratado ou dissertação sobre uma arte,

Atualmente há uma corrida para uma mobilidade mais

exposição das regras de uma arte', formado a partir do rad.

sustentável, e uma das soluções encontradas pelas

gr.tekhno- (de tékhné 'arte, artesanato, indústria, ciência') e

montadoras é a produção do carro elétrico. Porém, solução

do rad. gr. -logía (de lógos,ou 'linguagem, proposição');

já fora tentada anteriormente, porém sem êxito como

vertecn(o)- e -logia;

podemos observar no documentário “Quem matou o carro

f.hist.

1783 technologia,

1858 technología (Fonte: Dicionário Houaiss, 2010).

elétrico (2006)”. No site de notícias da Veja encontramos uma matéria voltada para este tema e na mesma constam


45 críticas para esta sustentabilidade trazida pelos automóveis

4.3 O projeto da Nissan: Leaf

elétricos. A matéria chama a atenção para os prejuízos que esta tecnologia pode trazer.

Segundo informações divulgadas no site Icarros, a Nissan está desenvolvendo um projeto conceito de um carro

“Em outras palavras: as emissões de dióxido de carbono pelo carburador inexistem nos carros elétricos, e no entanto eles só poderão circular porque recebem eletricidade produzida em muitos países por usinas movidas a combustível fóssil. De nada adianta usar um automóvel elétrico na China, por exemplo, se as usinas geradoras são alimentadas por carvão. Estimativas americanas indicam que, se eventualmente 250000 carros elétricos fossem plugados para recarga ao mesmo tempo em um início de noite, seria necessário erguer outras 160 usinas de energia nos Estados Unidos apenas para alimentá-los.” (VEJA, 2010).

Como observamos o carro elétrico não necessariamente reduziria a emissão de poluentes de alguns países, pelo contrário, traria problemas de infra-estrutura na geração de eletricidade necessária para que este sistema funcione adequadamente. Este impasse acompanhado por outras características poderiam fazer com que estes veículos acabem por ser híbridos, ou seja, utilizando energia elétrica em conjunto a combustíveis fósseis para se locomoverem.

compacto visando diminuir o impacto ambiental. A tecnologia a ser explorada nesse projeto vai desde um motor elétrico equivalente a um carro comum, passando por engenharia aerodinâmica e tecnologias de informação. De acordo com o site, “O compacto é movido por um motor de 80 kw, equivalente a 109 cv de potência e é abastecido por baterias de ion-lítio. A autonomia prometida é de 160 quilômetros. Além do motor elétrico, o Leaf conta com um trabalho aerodinâmico que reduz o atrito e reduz o consumo de energia. Há também um sistema que informa o posto de abastecimento mais próximo e o custo cobrado. A carga em tomada demora 8h e nos postos 30 minutos para ter 80% da autonomia. O Nissan Leaf será fabricado no Japão e nos Estados Unidos.” (ICARROS, 2010).

Este modelo parece solucionar de maneira satisfatória o propósito para qual foi desenvolvido, resta agora aguardar seu uso por algum tempo para podermos ponderar se esta solução realmente funcionaria em grandes centros urbanos


46 ou se geraria uma demanda maior de consumo das indústrias geradoras de eletricidade.

eficiência. Em termos de segurança, a nova tecnologia também apresentou avanços, uma vez que é mais resistente a impactos". (ICARROS, 2010)

Estas características poderiam fazer diferença em um modelo conceito cujo a relação potência do motor e peso do veículo seja de alta importância. "O motor produz 62,5 cv a 11 500 rpm e 26,5 kgfm de torque a 2 670 rpm. Nessa configuração, o modelo, que pesa 1 000 kg, de acordo com a marca, acelera de 0 a 100 km/h em 15s0 e atinge a velocidade máxima de 130 km/h”. (ICARROS, 2010)

Figura 16: Nissan Leaf. 4.4 O projeto da Hyundai: i10 A Hyundai está focada no desempenho e confiabilidade de seus sistemas e o i10 é um modelo com tecnologias de ponta, utilizando baterias mais leves e potentes. Segundo o site icarros, “O i10 Elecytic faz uso de novas baterias, chamadas pela marca de LiPoly. Segundo a empresa, estas são mais leves e possuem a capacidade de armazenar mais energia que as convencionais, além de poderem ser carregadas e descarregadas mais vezes antes de perder

Figura 17: Hyunday i10. Apesar das tecnologias empregadas, este modelo se comparado ao anterior perde em potência, o que pode


47 acarretar em problemas quanto à agilidade deste veículo

como tetos, tampões de porta mala, forros laterais entre

utilizado em intervias (estradas), porém para grandes

outras partes. Segundo o site,

centros urbanos o mesmo parece ser outra boa opção.

4.5 Tecnologias nacionais Diante das inovações tecnológicas geradas no exterior, várias indústrias automobilísticas nacionais estão adotando cada vez mais tecnologias ecológicas no processo de produção dos veículos. Veremos agora algumas das tecnologias desenvolvidas aqui no Brasil.

“Nove modelos de quatro montadoras automobilísticas já utilizam o componente no processo de fabricação, como uma forma de reduzir o impacto no meio ambiente, uma vez que a fibra natural substitui parte da sintética, oriunda de fontes não renováveis. “As vantagens são as mais variadas. Além de ser biodegradável, o curauá não tem cheiro, gera maior leveza e resistência às peças”, diz Alberico Pasquetto Jr., diretor da Pematec Triangel, empresa pioneira no processamento da planta, com faturamento anual de R$ 120 milhões.”(ÉPOCA NEGÓCIOS, 2010).

Esta fibra já esta incorporada dentro de algumas das Curauá, fibra natural na mobilidade.

grandes montadoras existentes atualmente, mas podemos considerar outras tecnologias que também vem sendo

Algumas

montadoras

fornecedores

matérias

andam

exigindo

primas

com

a

de

seus

lógica

da

sustentabilidade embutida e o curauá é um destes resultados. O curauá é uma fibra natural que vem da Amazônia e está sendo amplamente utilizada. E dentre suas utilizações estão alguns componentes de veículos. Segundo o site de notícias da editora Globo, o “curauá”, uma vegetação típica da Amazônia, vem sendo utilizado no processo de fabricação de componentes para automóveis,

usadas como a fibra de coco para a produção de bancos e assentos de automóveis.


48 material não esteja contaminado segundo laudos técnicos. Pode ser utilizado amplamente no interior de veículos por conta de suas características. Segundo o fabricante,

Figura18: Cultivo do curauá Wood-stock, laminado reciclável

Vamos tratar agora de uma tecnologia de material sintético que pode ser reutilizado várias vezes. O Wood-stock é um laminado produzido a partir de compostos de polipropileno desenvolvido aqui no Brasil. segundo seu fabricante, a empresa ARTEGOR, ele pode ser totalmente reciclado durante o processo. A empresa também compra os restos produzidos pelas indústrias automotivas desde que o

“O Wood-Stock® é composto por polipropileno, farinha de madeira e outros aditivos, que são dosados em função de sua aplicação final. Oferece diversas vantagens, tais como, a simplicidade de processo e baixo custo final, uma grande flexibilidade de aplicações, facilidade de moldagem, estabilidade dimensional, resistência a impactos, resistência à umidade, pode receber revestimentos de tecidos, PVC, couro e outros materiais.Além disso, outro ponto muito importante sobre o nosso material é o fato dele ser ecologicamente correto e totalmente reciclável, podendo ser reaproveitado no seu próprio processo de fabricação”. (ARTEGOR, 2010)


49

Figura 19: Material Wood-stock e aplicação. Vejamos alguns locais onde este tipo de laminado é

Figura 20: Locais para aplicações do Wood-stock.

empregado na construção de um veículo segundo seu fabricante:

Apesar de ser um produto sintético, o mesmo pode ser reutilizado várias vezes por conta de ser aplicado em locais onde o usuário não enxerga ou consegue ter acesso. Outro fato interessante seria o fato do fabricante receber de volta restos perdidos pelas montadoras durante o processo. Mas ainda há a questão deste material não ter um tempo de decomposição aceitável após seu descarte, o mesmo teria de ser identificado, avaliado e se possível reutilizado.



51

CAPÍTULO 5 - ESTUDOS DE CASOS Neste capítulo traremos diversos conceitos da mobilidade

Algumas imagens do conceito:

produzidos atualmente baseados em sustentabilidade e tecnologias inovadoras. Em sua maioria são projetos-conceito onde iremos observar as soluções propostas.

5.1 Bugster (FIAT) Este primeiro estudo de caso é referente a um modelo desenvolvido aqui mesmo no Brasil através da montadora FIAT. Segundo o site Auto Esporte, este veículo conhecido como “Bugster” ou “FCCII” é desenvolvido com base em tecnologias sustentáveis. Falando a respeito do projeto, Vinholes coloca que, O Fiat Bugster, ao menos no projeto, se utiliza da nanotecnologia para obter peças mais leves e resistentes. A montadora ainda conta que o jipe futurista segue uma tendência que a marca chama de Environment & Fun (Ambiente e Diversão), que prima pela adoção de uma condução de baixo impacto ambiental com diversão ao dirigir”. (VINHOLES, 2010).

Figura 21 : Vista frontal do FCCII da FIAT.


52 pontos; sua frente foi inspirada em uma gaivota com as asas abertas e possui um pára-brisa baixo para aumentar a sensação de liberdade e velocidade.

5.2 Ye Zi (SAIC) Neste estudo de caso, iremos abordar um veículo conceito da montadora SAIC, localizada em Shanghai. Este veículo denominado

Ye

Zi

(folha)

possui

uma

proposta

diferenciada em relação a outras propostas estudadas, pois promete retirar poluentes da atmosfera. O diferencial Figura 22 : Vista perspectiva do FCCII da FIAT.

está na tecnologia de metal empregada em seu chassi, este metal segundo seu fabricante, faz o mesmo papel de

Considerações

uma planta em fotossíntese, retirando assim quantidades

Este ainda é um protótipo conceito, ou seja, não há

de dióxido de carbono e liberando oxigênio. No site

intenção

“SOBRE RODAS”, algumas informações mais detalhadas

de

ser

produzido,

porém

suas

inovações

tecnológicas agregadas podem permanecer em fase de

sobre este projeto. São colocadas como,

testes até haver uma confiabilidade das mesmas para que possam chegar ao mercado. Quanto ao design, seus criadores dizem que este modelo é verde nas idéias e na sua própria carroceria, fazendo uma ligação com a sustentabilidade. Possui apelo esportivo Off Road por conta das rodas grandes, do banco concha e cinto de três

“[...] seu chassi, feito de um novo composto de "metal orgânico" chamado de MOF, responsável por absorver dióxido de carbono e água para liberar oxigênio, do mesmo modo como uma planta realiza o processo de fotossíntese. Embora nenhuma informação oficial do modelo tenha sido divulgada é possível entender pelas imagens reveladas que ele utiliza células


53 fotovoltaicas em seu teto e geradores eólicos nas rodas para recarregar as baterias.� (SOBRE RODAS, 2010).

Abaixo temos algumas imagens deste conceito:

Figura 24: Conceito Ye Zi (folha) da SAIC, outra perspectiva.

Figura 23: Conceito Ye Zi (folha) da SAIC.

Figura 25: Conceito Ye Zi (folha) da SAIC, conceito.


54 Considerações

5.3 3R-C (HONDA)

Este modelo poderia representar um grande marco por conta de sua lógica de combate aos poluentes. Porém

Agora trataremos de um conceito de veículo urbano para

ainda é apenas um conceito de veículo aliado a tecnologias

uso individual produzido pelo centro de pesquisa e design

ecológicas de ponta. No site pesquisado, eles indicam que

da Honda em Milão, e trata se de um triciclo conceito

ainda está distante da realidade no quesito produção e

movido a energia elétrica. De acordo com Temperini,

linha de montagem, porém vale a demonstração do que virá ao mercado no futuro. Além deste diferencial, este modelo consegue captar energia solar e eólica (por vento) e transformá-las em energia elétrica, o que gera uma

“ [...] o 3R-C é alimentado por baterias de íons de lítio, que estão posicionadas estrategicamente no chassis para manter o centro de gravidade baixo, para assim melhorar a estabilidade do veículo de três rodas. (TEMPERINI, 2010).

autonomia que auxilia na redução de recursos produzidos por indústrias geradoras de eletricidade. Quanto ao seu

Algumas imagens deste conceito:

design, podemos observar que se trata mesmo de um modelo conceito e que o mesmo não poderia ser aplicado no uso diário por conta de não atender normas básicas de segurança exigidas. E até mesmo por não produzir um estilo estético que agradaria vários nichos de mercado. Sua estética está ligada diretamente ao conceito e o próprio nome, com o teto em formato de uma folha (Ye Zi).

Figura 26: Protótipo 3R-C da Honda.


55 poderia ser melhor aproveitado havendo a possibilidade de transporte de duas pessoas ao invés de uma.

Por meio desta pesquisa que realizamos, podemos considerar a indústria automobilística como uma das grandes geradoras de problemas ao meio ambiente. Mesmo com soluções tais como carros elétricos, ainda não temos uma solução totalmente eficaz. Nossa intenção é produzir um veículo conceito baseado nesta pesquisa que Figura 27: Protótipo 3R-C da Honda em uso.

Considerações

O interessante deste projeto é que o veículo foi projetado para deslocamentos urbanos, e como vemos nesta pesquisa, a maior parte dos deslocamentos deste tipo levam apenas o próprio condutor. Outro fator interessante seria o conceito de triciclo para áreas urbanas, já que atualmente este tipo de veículo é pouco utilizado em geral. Seu design tem apelo futurista e um ponto a ser observado é que, do ponto de vista da sustentabilidade este modelo

nos traz informações variadas sobre o tema.



57 6.1 Estudos de caso complementares

Neste capítulo abordaremos estudos complementares que auxiliarão o desenvolvimento do conceito para mobilidade sustentável posteriormente.

FCCIII (Fiat Mio)

Neste estudo de caso vamos observar o modelo conceito produzido pela montadora FIAT. O FCCIII, ou Fiat concept car III é um modelo produzido em parceria às opiniões de

Figura 28: Vista lateral do MIO (FCC3).

mais de um milhão de pessoas através de um fórum virtual na internet. Desta forma a montadora se propôs a produzir

Segundo informações do site, seu design foi desenvolvido

um veículo conceito que atendesse especificações como

para redução do atrito com o ar, resultando em consumo

emissão zero de poluentes, para andar em grandes

mais baixo de energia. Um bom exemplo disso são as

cidades, fácil de estacionar e tecnologia de ponta.

calotas que cobrem boa parte da roda. É um carro bem compacto,

que

não

somente

reduz

o

peso

e

conseqüentemente a quantidade de materiais para ser produzido, mas também ocupa menos espaço e acaba tendo um motor menor, o que pouparia mais energia.


58 Vamos observar agora questões ligadas ao design deste

Conceito proposto pela Fiat (FCCIII):

veículo. Podemos notar que suas proporções são bem diferentes se comparados ao de um carro compacto atualmente vendido no mercado. Exemplo de carro compacto popular nacional:

Figura 30 : Proporções de um "FCC3".

Agora vamos observar as linhas empregadas no design do veículo, notamos que estas linhas possuem terminologias curvadas como a imagem sugere. Figura 29 : Proporções de um "GOL".


59 Figura 32: Mio linhas.

Vamos observar outras fotos deste conceito:

Figura 31: Mio linhas sobrepostas.

Então obtemos este padrão de linhas em seu design:

Figura 33: Fiat mio perspectiva 01.

Na perspectiva dianteira notamos que boa parte da carroceria é feita de vidro ou outro material transparente e suas colunas de sustentação são da mesma cor conferindo ao modelo um design futurista, em conjunto aos faróis que também são diferenciados por não apresentar um volume sólido, mas sim representado por um contorno luminoso.


60

Figura 34: Fiat mio perspectiva 02.

Figura 35: Interior do Mio.

Na visão da perspectiva traseira notamos outro diferencial:

Na vista perspectiva do interior do veículo temos um visual

sua lanterna ao invés de uma forma sólida e separada é

limpo com formas e linhas suaves e cantos arredondados

composta por linhas que acompanham as curvas do carro

com estilo futurístico e várias propostas de tecnologias

na parte traseira em conjunto as colunas de sustentação.

empregadas no painel do veículo. Notamos que o banco do

Outro detalhe que chama a atenção é o fato de a

carro é para duas pessoas e possui um único volume

carroceria deste veículo ser bicolor com vincos bem

integrado separando o piloto e o passageiro por meio de

marcados enfatizando esta característica.

depressões. O volante também é diferenciado, lembrando mais um manche de avião por não ser uma circunferência completa.


61 BB1

Este veículo conceito desenvolvido pela Peugeot possui seu foco voltado para um público alvo urbano de grandes metrópoles e também oferece soluções para minimizar problemas com a emissão de poluentes. Segundo informações do site "Auto Esporte" seu motor é elétrico, tem um tamanho pequeno, porém comporta até quatro pessoas por conta de algumas soluções propostas por designers como a ausência de pedais o que libera espaço por conta da dirigibilidade ocorrer de maneira mais vertical lembrando algo similar a um guidão de moto.

Figura 36: BB1 proporções.

Suas proporções são parecidas com o do modelo da Fiat analisado anteriormente, veja na figura:

Do ponto de vista do design externo empregado no veículo notamos um padrão de linhas bem orgânico e complexo, seus faróis e lanternas estão em volumes externos ao volume da carroceria. Outro diferencial em seu design seria a ausência do teto do veículo em metal, o mesmo que está representado por vidro e placas solares que captam a energia do sol para recarregar algumas partes elétricas do veículo.


62

Vejamos suas linhas na carroceria:

Mais imagens do BB1:

Figura 37: BB1 linhas.

Figura 38: BB1 vista frontal.

Como podemos observar, suas portas abrem de forma contrária ao convencional, e esta foi a solução que os designers encontraram para melhorar o acesso dos passageiros para dentro do veículo.


63

Figura 39: BB1 vista perspectiva traseira.

Figura 40: Vista interior do BB1 em pleno uso.

Na traseira apesar da lanterna ser um terceiro volume e ter

Como podemos observar o interior deste veículo é

formato orgânico, a tecnologia empregada em materiais e

compacto com visual limpo que tende ao tecnológico.

para sua produção ainda se mantém convencional se

Como especificado acima seu modo de condução lembra o

comparada aos faróis e lanternas do estudo anterior o Fiat

de uma moto e possui entrada para objetos tecnológicos

Mio.

tais como “Ipod”.


64 6.2 Concepção e público alvo

Abordaremos o conceito que será empregado para o desenvolvimento do veículo, e a definição do público alvo.

Sobre a inspiração Figura 41: Peixe Cascudo. Tomando como base o objetivo de redução de poluentes na

atmosfera,

pesquisamos

exemplos

similares

Sobre o conceito

na

natureza de forma ampla. Acabamos por observar a relação de um peixe com seu ecossistema. O peixe do qual estamos falando recebe o nome de "cascudo" ou "peixe gato", segundo informações do site "UOL", este peixe é tido atualmente como um ativista ambiental, pois ao mesmo tempo em que se alimenta, limpa o meio em que vive. Este peixe é um importante biomarcador, ou seja, um indicador da qualidade do ecossistema em que vive. Por

Tomando como base para nossa inspiração a relação deste peixe com seu ecossistema, chegamos mais próximos de nossos objetivos para o desenvolvimento deste conceito que será utilizado posteriormente. Então nosso conceito será definido por um automóvel conceito pequeno, que minimize as emissões de poluentes ajudando seu "ecossistema". Objetivos

causa desta relação e somados a sua beleza exótica que aquaristas utilizam muito este peixe. Outra curiosidade é que

este

peixe

deve

respirar

diferentemente dos outros peixes.

ar

na

superfície

Nosso objetivo final com este veículo será desenvolver um conceito de automóvel que reduza a emissão de poluentes na atmosfera, que seja de tamanho reduzido e que seu design exterior seja pensado a partir do peixe.


65 Palavras chave para definir o peixe Cascudo:

aquisitivo, bom nível intelectual que está atualizado em

Pequeno> Sustentável>Exótico.

questões

tecnológicas,

que

se

preocupa

com

a

sustentabilidade como um todo e que valorize o design nos Público alvo

produtos que adquire.

Neste trecho definiremos o público alvo para melhor

A partir desta definição vamos produzir então um painel

compreender

semântico para melhor representar e melhor compreender

suas

necessidades

e

assim

melhor

desenvolver o conceito do veículo.

este público alvo.

Como este conceito trata de um veículo que ajude seu eco

Painéis semânticos

sistema poderíamos então projetar o mesmo para as grandes massas de grandes cidades, já que o objetivo

Neste trecho de nosso projeto iremos produzir painéis

seria reduzir consideravelmente a emissão de poluentes

semânticos que representem três aspectos fundamentais,

produzidos pelos veículos atuais. Porém, como se trata de

painel de produtos (similares), painel do público alvo e

um modelo conceito com inovações diferenciadas nós

painel sobre o conceito.

teremos que restringir o público alvo para haver uma

Painel do produto

coerência conceitual no todo. Buscamos referências na internet pelo do site de pesquisa Definimos então nosso público alvo como sendo os

denominado "Google" através da palavra chave "City Car".

mesmos jovens que atualmente adquirem carros populares

Selecionamos imagens que mais se assimilam ao nosso

nas agências automotivas. Porém vamos nos focar

conceito.

especificamente

para

um

público

com

bom

poder


66

Painel do público alvo

Para este painel utilizamos outra técnica; após definirmos nosso público alvo buscamos imagens para realizar uma foto composição que remeta ao tema do conceito conectando se ao público alvo.

Painel sobre o conceito Para este painel também utilizamos a técnica de foto montagem após a definição de nosso conceito. Trazendo imagens, objetos e abstrações relativas ao conceito.


67

Figura 42: Painel de similares.


68

Figura 43: Painel do pĂşblico alvo.


69

Figura 44: Painel do conceito.


70 6.3 Especificações técnicas

Agora abordaremos as especificações técnicas para o desenvolvimento posterior do conceito elaborado.

Tipo de carroceria

Para este projeto utilizaremos um tipo de carroceria denominado “Microcar”. Os Microcars são veículos de proporções muito pequenas, em torno de dois a três metros de comprimento e um metro e meio de largura. Geralmente são projetados para duas pessoas e possuem uma estrutura simples e de baixo custo.

Dimensões

Para este veículo conceito as limitações volumétricas ficam da seguinte maneira: Largura 1,57m x Comprimento 2,57m x Altura 1,50m.

Figura 45: Escala humana.


71 Figura 46: Medidas externas 1.

Um dos principais desafios para um carro tão pequeno é a acessibilidade do condutor e passageiro para entrar no mesmo sem muitas dificuldades. Alguns projetos de micro cars inverteram a forma de abrir as portas do veículo alegando uma otimização de acessibilidade tal como pode ser vista neste veículo abaixo.

Figura 46: Medidas externas 2.

Ergonomia

Aqui trataremos dos estudos ergonômicos aplicados ao Figura 47: BB1 vista frontal.

exterior do veículo. Existem atualmente alguns parâmetros a serem exigidos no desenvolvimento de um veículo para que o mesmo atenda de maneira satisfatória seu usuário sem prejudicá-lo.

Outro

modelo

interessante

para

se

observar

sua

acessibilidade seria o de uma porta que desliza como mostra a figura abaixo:


72 também pela dificuldade maior para fechar já que o veículo tem um tamanho reduzido de espaço interno. Ilustração sobre como as portas de nosso modelo poderão abrir:

Figura 48: modelo conceito para abertura de porta em micro car.

Entre as duas propostas, para nosso conceito iremos definir como opção o sistema de abertura com as portas abrindo de forma contrária como mostra o veículo conceito

Figura 49: Funcionamento das portas do modelo.

BB1 (figura 47). O motivo pelo qual escolhemos esta opção seria a confiabilidade do sistema e melhor acessibilidade,

Motor

já que a primeira opção apesar de incomum para nosso mercado oferece melhor acessibilidade com pouco esforço

Para este projeto definiremos como motores elétricos para

se comparado a porta deslizante, não somente pelo fato de

que os mesmos ajudem na redução de poluentes na

como a força será aplicada na hora de abrir o veículo mas

atmosfera. Como se trata de um veículo para andar em grandes cidades o mesmo deverá contar com facilidades,


73 com locais para abastecimento. Outra vantagem de o

único problema de alguns modelos seria que um veículo

motor ser elétrico será a redução de espaço para a

médio em altas velocidades demoraria mais tempo (cerca

instalação

da

de 10%) para parar completamente, porém segundo

carroceria ser um Micro Car. Este motor elétrico seria

informações do site “quatro rodas e um volante” a

utilizado especificamente aqui no Brasil já que outras

comissão européia quer fazer o uso destes pneus

nações ainda possuem problemas em gerar energia

obrigatórios até o ano de 2012. Como o veículo que

elétrica de fontes renováveis (hidrelétrica).

estamos

Algumas limitações para o desempenho destes motores:

velocidade final mais baixa talvez estes pneus sejam bem

Velocidade final: Aprox. 140 Km/h para que o veículo

aceitos pelas normas de segurança atuais.

do

mesmo,

possibilitando

a

escolha

projetando

possui

dimensões

reduzidas

possa fazer trajetos interurbanos.

Aceleração de 0 há 100 Km/h: Algo parecido com carros populares atuais, o que já é possível com estes motores elétricos atuais.

Tecnologias empregadas

Pneus ecológicos

Estes pneus desenvolvidos, fabricados e alguns já comercializados por várias empresas prometem não apenas durar mais, mas contribuir para o meio ambiente. O

Figura 50: Pneus com redução de atrito.

e


74 O tamanho dos pneus que serão utilizados também foi

estão alguns componentes de veículos. Em nossa

definido seguindo um padrão já bastante utilizado nos

pesquisa demonstramos suas vantagens

carros populares nacionais. As especificações do modelo

estamos agregando esta tecnologia em várias partes deste

de pneu utilizado ficaram:

veículo conceito.

e por isso

165/70/R13 Alguns possíveis locais de utilização: Sistema GPS integrado Bancos Para que o desempenho destes veículos sejam otimizados

Forros/acabamentos das portas

a utilização de um bom modelo GPS acaba sendo

Acabamento do teto

fundamental, pois reduz erros em trajetos desconhecidos

Porta pacotes

pelo condutor o que automaticamente contribui para a autonomia,

economia

e

consequentemente

para

a

Painel de células solares

sustentabilidade. Outra vantagem destes sistemas de GPS atuais seria sua integração a serviços prestados dentro das

Para aperfeiçoar sua autonomia seria interessante a

cidades tais como informar onde se localizam postos de

instalação de painéis solares no teto do veículo para que o

combustível e quais os preços.

mesmo gere energia para pequenos detalhes tais como luzes do console, faróis, luzes da lanterna traseira e se

Fibras Naturais (curauá)

O curauá é uma fibra natural que vêem da Amazônia e está sendo amplamente utilizada e, dentre suas utilizações

possível ajudar a carregar também as baterias do motor.


75 Wood-Stock laminado reciclável

Como vimos em nossa pesquisa, este tipo de material é reciclável e suas sobras sempre podem ser reaproveitadas desde

que

respeitados alguns parâmetros

técnicos.

Existem várias aplicações conjuntas com as fibras do curauá, outra tecnologia voltada para sustentabilidade que utilizaremos nesse veículo conceito. Os locais para aplicação desta tecnologia seriam as modelagens das formas interiores do veículo como mostra a figura: Figura 51: Locais para aplicações do Wood-stock.


76 6.4 Design preliminar

Cores: Tons de amarelo, verde, marrom e outros como branco e preto.

Para produzir nosso micro car conceito, teremos que abstrair idéias relativas a toda pesquisa realizada até o

A partir destas abstrações podemos seguir em frente

momento, levando em consideração vários detalhes e

definindo a forma básica para o corpo da carroceria de

limitações técnicas por conta do número de passageiros,

nosso micro car. Existem vários estilos de carroceria

tipo de motor, público alvo, conceito do peixe cascudo

atualmente, cada estilo remete a seu público alvo e ao seu

agregado ao projeto entre outros fatores.

uso final. Por exemplo, uma caminhonete tem sua carroceria projetada para ser robusta, carregar peso e

O peixe cascudo e sua interação com o meio em que vive

comportar um motor grande.

será a base conceitual estética e funcional de nosso veículo, a partir desta definição podemos traçar algumas

Como estamos projetando um micro car, um detalhe a ser

palavras chaves que definem o mesmo assim como já

levado em consideração seria o espaço interno para os

fizemos anteriormente durante a pesquisa.

ocupantes. Acabamos por definir um estilo que mistura um volume único que se assemelha ao de uma micro van a um

Abstrações sobre o peixe cascudo: Pequeno>Exótico>Sustentável

estilo de carro compacto convencional em que existe um volume na frente do veículo em destaque, no caso o capô. A partir desta mistura iremos produzir nosso micro car

Outras abstrações sobre sua aparência:

conceito.

Linhas: Esguias>Fluídas>Hidrodinâmicas

Nosso conceito de micro car agora possui diretrizes para que possamos produzir as primeiras idéias e croquis.

Texturas: Pintas>Estrias>Manchas


77 Croquis Vamos apresentar agora uma seqüência lógica de croquis gerados a partir de nossas especificações. O primeiro croqui foi desenvolvido a fim de nos familiarizarmos com a inspiração de nosso conceito, o peixe cascudo:


78

Figura 52: Croqui do peixe cascudo.


79 Logo após percebermos a volumetria e a linguagem das formas do peixe podemos começar a gerar idéias possíveis tais como:

Figura 53: Croqui para estudos volumétricos.


80 A partir dos primeiros esboços criamos então variações:

Figura 54: Croqui para estudos conceituais.


81 Aqui temos esboços conceituais sobre um pequeno veículo baseado nas linhas do cascudo.

Figura 55: Croqui para estudos conceituais 2.


82 Estudos sobre proporções e faróis dianteiros.

Figura 56: Croqui para estudos conceituais 3.


83 Estudo de linhas e formas na lateral.

Figura 57: Croqui para estudos conceituais 4.


84 Perspectiva para estudos conjuntos a croqui anterior.

Figura 58: Croqui para estudos conceituais 4B.


85 Abstrações sobre um modelo mais curvado e possível maçaneta.

Figura 59: Croqui para estudos conceituais 5.


86 Nestas variações trabalhamos com proporções de um volume único e linhas esguias remetendo ao peixe cascudo.


87

Figuras 60: Croquis para estudos conceituais 6.


88

Aqui o modelo jรก comeรงa a tomar algumas diretrizes de que linhas e formas seguir.


89

Figuras 61: Croquis para estudos conceituais 7.


90

Figuras 62: Croqui para estudos conceituais 8.


91

Figuras 63: Croqui para estudos conceituais 8B.


92

Figuras 64: Croqui para estudos conceituais 8C.


93 Definições da estética A partir deste volume de croquis gerados escolhemos elementos que agradaram mais para gerar a nossa proposta. O modelo foi denominado "NICO", que seria uma abstração da palavra "nanico", que significa pequeno. Após

definirmos

que

padrões

estéticos

a

seguir,

produzimos um modelo simples em escala reduzida baseado em um croqui selecionado para que possamos melhor observar sua volumetria e definir detalhes para o

Figura 66: 2º passo - Recorte das placas.

conceito final do veículo. Abaixo seguem fotos seqüenciais deste processo de modelagem.

Figura 67: 3º passo - Colagem das placas. Figura 65: 1º passo - Dimensionamento das placas.


94

Figura 68: 4º passo - Lapidação do contorno.

Figura 69: 5º passo - Abaulamento de arestas.


95

Figura 70: 6º passo - Recorte para rodas.

Figura 71: 7º passo - Massa acrílica.


96

Figura 72: 8º passo - Linchamento da superfície.

Figura 73: 10º passo - Estudos sobre superfícies, formas e volumes.


97

Figura 74: 11º passo - Estudos sobre superfícies, formas e

Figura 75: 12º passo - Estudos sobre separação das

volumes.

superfícies.


98 Com todas as idéias de linhas e formas já bem definidas em mente podemos passar para a produção de um modelo virtual em escala real tridimensional. O software utilizado para a modelagem foi o “3D Studio Max” e a técnica se chama

modelagem

basicamente

na

“poly-by-poly”,

geração de

que

consiste

volumetria através de

polígonos interconectados de forma a gerar uma superfície virtual

que

Novamente

poderá

ser

utilizaremos

retrabalhada como

posteriormente.

referência

para

modelagem um croqui de uma vista lateral do conceito. Exemplificação da modelagem: Figura 76: 13º passo - Estudos sobre separação das superfícies. Após a modelagem de um modelo simples em escala podemos repensar as linhas e formas que

serão

destacadas no produto final. O estudo deste modelo através de simples riscos sob o modelo em escala possibilitou o entendimento necessário para sua produção virtual em três dimensões.

esta


99 tamanho de portas, tamanho do para brisas, altura do veículo em relação ao solo, medidas totais do veículo para comportar dois passageiros (sendo um condutor e outro passageiro) entre outros detalhes como tamanho de páralamas para comportar adequadamente as rodas em escala real inseridas neste modelo virtual. Para garantir uma aproximação do nosso modelo a um modelo real já existente medimos estes detalhes citados acima em carros já vendidos no mercado. Os carros utilizados como referências de medidas e proporções foram o modelo “KA (2010)” da fabricante FORD e um modelo antigo do “UNO” produzido pela fabricante FIAT. Tamanho da porta: Nosso modelo teve as dimensões de suas portas baseadas nas dimensões das portas de um FIAT UNO. Então para Figuras 77: Seqüência de uma modelagem poly-by-poly. Após a volumetria básica ter sido definida começamos então a retrabalhar toda a superfície a fim de garantir medidas e especificações técnicas ou ergonômicas como

nosso modelo essas medidas ficaram aproximado de 1mx1m.

com o tamanho


100 Altura relativa ao chão:

Basicamente

a

estrutura

que

criamos

possui

amplitudes de visualização: Para que nosso modelo possa trafegar por vias urbanas nacionais será necessário definir uma boa altura entre sua carroceria e o solo. Temos que levar em consideração a estética do modelo e problemas técnicos tais como o centro de gravidade do veículo que influencia diretamente em sua estabilidade. Como não possuímos dados técnicos para nos aproximarmos de algo mais real, utilizaremos uma média comparando à altura de um veículo pequeno, neste caso a altura de um FIAT Uno modelo antigo (1995). Este modelo possui uma altura relativa ao solo de 29 cm. Para nosso modelo Nico esta medida será um pouco menor cerca de 24 cm em relação ao solo. Ângulos de visão: Figura 78: Amplitudes de visualização A. Para nosso modelo definimos uma grande amplitude de visualização por criarmos uma estrutura de janelas que circundam todo o veículo, procurando minimizar os pontos cegos que existem em todos os veículos por conta das colunas estruturais internas que sustentarão o teto do veículo.

tais


101 para comparação de escala humana com cerca de 1,80m cada, representando um perfil mediano adulto. Chegamos então ao seguinte posicionamento:

Figura 79: Amplitudes de visualização B.

Posicionamento do motorista e passageiro: O posicionamento para o motorista e seu passageiro foi definido até o presente momento baseado nas limitações externas

e

campo

de

visualização.

Levamos

em

consideração também espaçamentos baseando-nos em médias retiradas de outros veículos com esta problemática já resolvida. Para nosso modelo utilizamos dois bonecos

Figura 80: Altura do assento.


102 que foram interconectados através da indicação de links, sendo um com o formulário para que o público possa responder as perguntas referentes ao modelo e outro com as imagens da proposta contendo informações sobre o nosso modelo (NICO). Nosso modelo de formulário com as perguntas relativas à primeira proposta ficou da seguinte maneira: Pesquisa de aceitação do modelo NICO / trabalho de Figura 81: Posicionamento de ocupantes. 6.5 Pesquisa de aceitação no mercado

conclusão de curso - FAAL – SP

Olá a todos vocês que estão aqui para me ajudar! Peço

Neste capítulo iremos abordar uma pesquisa realizada

que acessem o link abaixo antes de responderem as

dentro do perfil de público alvo já definido anteriormente.

questões do formulário! Para ver as fotos do modelo NICO clique no link abaixo:

Para que nosso modelo possa prosseguir com o estilo

http://www.flickr.com/photos/izaltinodesign/5123283332/in/set-

proposto produzimos uma pesquisa do tipo quantitativa

72157625259259032/

para averiguar sua aceitação no mercado pelo perfil do

Ao entrar no site acima procure o botão "Próximo" para

público alvo definido.

navegar pelo álbum do projeto!

Para esta pesquisa foram definidas algumas perguntas com respostas de múltipla escolha através de dois sites

*Obrigatório


103 Não Qual sua Idade? * Às vezes Sexo * Masculino Feminino

Você compraria o modelo NICO? * Sim Não

Gosta de produtos com design? * ex.: Ipod, mac e etc. Sim Não

O que mais gostou do modelo? * O design As tecnologias

Você se preocupa com o meio ambiente? * ex.: faz reciclagem?

A sustentabilidade

Sim O que você mudaria? *


104 Farol dianteiro Lanterna traseira Grade frontal O design não me agradou Não mudaria nada

Qual cor gostaria de ver o modelo NICO? *

Já para o outro site onde indicamos o link no cabeçalho de nosso primeiro formulário para que as pessoas conheçam o modelo NICO, apresentamos as seguintes imagens:


105

Figuras 82: Conjunto de imagens da proposta.


106 Após realizarmos o formulário e as imagens conceito utilizamos a rede social "Twiter" para divulgarmos o conceito e pedir pelo preenchimento de nosso formulário. Um fator que facilitou bastante a divulgação de nosso formulário foi que boa parte de nossos contatos na rede social se encaixavam no perfil de nosso público alvo.

Após uma semana de divulgação e coleta de dados possuímos uma base de dados que foram preenchidas por 57 pessoas. A partir destes dados pudemos quantificar e modelar os gráficos com as informações quantitativas.

Figura 83 : Gráfico de escolha pessoal 1.

Gráficos gerados a partir dos dados coletados na pesquisa:

Figura 84 : Gráfico de escolha pessoal 2.


107

Figura 85 : Grรกfico de escolha pessoal 3.

Figura 87 : Grรกfico de escolha pessoal 5.

Figura 88 : Grรกfico de escolha pessoal 6. Figura 86 : Grรกfico de escolha pessoal 4.


108 Considerações Outra questão levantada seria em relação a paleta de Após analisarmos estes dados, podemos constatar que,

cores. A maior parte dos entrevistados responderam cores

mesmo havendo algumas controversas, nosso modelo foi

que já estão no mercado como um padrão. Estas cores

bem aceito tanto pelo público feminino quanto masculino.

variam entre preto, cinza, prata, amarelo, vermelho,verde e azul; mas uma minoria, cerca de 5 (10%) pessoas

A média de idade dos participantes é de 23 anos de idade

apresentaram

escolhas

e se encaixam no perfil de público alvo escolhido, exceto

acabamento

pelo fato de não residirem em uma grande metrópole e sim

perolizadas/metálicas.

fosco,

diferenciadas

cores

vibrantes

tais

como

ou

tintas

no interior do estado de São Paulo. É interessante salientar que nosso público avaliador não Podemos constatar também que ao compararmos o estilo

reside em uma grande metrópole, e desta forma seu

do farol dianteiro que segue uma linha mais conhecida e

repertório possui características diferentes, o que gera

tradicional com a laterna traseira e a grade frontal que são

escolhas relativas a estética de modo diferente também.

incomuns ao repertório do público alvo, sendo algo diferente do convencional, percebemos que a aceitação destes itens no modelo fica dividida. Um exemplo de comportamento similar de consumidores frente a soluções inovadoras é o modelo da Ford, o "KA", que foi reprovado por muitos por seu estilo futurista mas, mesmo assim ainda é produzido e atualizado anualmente e tem um público consumidor cativo.


109

6.6 Apresentação da proposta final

poucos que respiram ar na superfície, sua aparência exótica também chama muito a atenção de aquaristas que

Nesta última parte mostraremos o resultado final de nosso

utilizam o peixe por sua estética e funcionalidade.

conceito de veículo sustentável. Abordaremos o design, as tecnologias e as opções de cores entre outros detalhes.

Partindo do entendimento deste peixe produzimos um conceito

Sobre o conceito

de

veículo

que

possuísse

características

semelhantes. Outro fator muito importante foi nossa pesquisa gerada, que serviu de base para a estrutura da

Nosso conceito de veículo, "Nico", nasceu a partir de

conceituação do veículo.

pensamentos voltados para a sustentabilidade, seu nome, "Nico" foi abstraído posteriormente por uma de suas

Ao conseguirmos abstrair as qualidades do peixe, e as

características, o seu tamanho! Nico seria uma abstração

diretrizes da pesquisa, produzimos o seguinte conceito:

da

palavra

nanico,

que

quer

dizer

pequeno.

Ao

pesquisarmos sustentabilidade em meio a natureza nos

"Produzir

um

veículo

pequeno,

deparamos com o peixe cascudo, ou também conhecido

sustentáveis e de aparência exótica".

com

tecnologias

como peixe gato. Sobre o design e tecnologias Este peixe possui uma interação com seu meio de forma sustentável, pois ajuda a manter o equilíbrio limpando o

Após abstrairmos as formas, linhas e cores do peixe

fundo de rios de detritos e restos de outros animais e

produzimos uma versão final de croqui, que foi modelado

plantas. Outro fator interessante é que este peixe é um dos

em

escala

reduzida

para

melhor

entendimento

e


110 posteriormente modelado virtualmente para que sua linhas

Detalhes sobre a condução

finais fossem definidas. Durante a pesquisa abordamos várias tecnologias possíveis de serem utilizadas em nosso

O modelo foi projetado para duas pessoas, e pode carregar

modelo para que ele se torne um veículo mais sustentável.

pequenas bagagens atrás dos bancos do condutor e passageiro. Suas portas se abrem ao contrário conferindo

Chegamos ao seguinte resultado:

melhor acessibilidade. A posição dos condutores também foi definida para garantir espaço adequado e boa visibilidade

aos

ocupantes.

Estas

dimensões

foram

baseadas nas dimensões de veículos reais tais como um Fiat Uno e um Ford Ka.

Figura 89: Design e tecnologias. Figura 90: modelo com porta aberta.


111

Figura 91: Altura do assento.

Figura 93: Amplitudes de visualização A.

Figura 92: Posicionamento de ocupantes. Figura 94: Amplitudes de visualização B.


112 Dimensões do modelo

O modelo Nico possui dimensões reduzidas para melhor desempenho em grandes metrópoles. Ao compararmos com uma escala humana e com um dos menores modelos de carros atuais percebemos melhor suas dimensões. O tamanho das rodas, pára-lamas e altura relativa ao solo são idênticas ao do modelo Fiat Uno. As rodas são de liga leve aro 13 para reduzir o peso e aumentar sua autonomia. Figuras 96: Medidas externas 2

Figura 95: Medidas externas 1.

Figura 97: Comparação com modelo Ford Ka.


113 Paleta de cores

Para o modelo Nico foram definidas duas paletas de cores, sendo uma mais convencional e outra acompanhando as novas tendĂŞncias de mercado.

Figura 99: Azul

Figura 98: Amarelo

Figura 100: Branco fosco.


114

Figura 103: Verde Figura 101: Preto fosco.

Figura 102: prata.

Figura 104: Vermelho.


115 Faróis dianteiros

O farol dianteiro possui conjunto óptico convencional, porém com detalhes em led. Outro diferencial seria o formato alongado dos faróis de milha acompanhando a cor dos leds do conjunto óptico.

Figura 106: Farol ligado.

Lanternas traseiras

Para lanterna traseira traçamos um modelo diferente do convencional, porém seguindo algumas diretrizes de normas nacionais.

Figura 105: Farol desligado.


116

Figura 107: Lanterna desligada.

Figura 109: Freio acionado.

Figura 110: RĂŠ acionada. Figura 108: Lanterna ligada.


117 econômicos das grandes metrópoles. Os carros também podem ser grandes marcadores do nível de evolução humana, pois a medida em que avançamos no modo de agir e pensar os mesmos são projetados para suprirem as novas

demandas.

Falando

sobre

sustentabilidade

e

tecnologias, os carros elétricos ainda se encontrão em fase de adaptação a uma estrutura que não esta apta a recebêlo momentaneamente, porém estamos vivendo o período desta adaptação, pois segundo vários fabricantes, em cerca Figura 111: Seta acionada.

de mais dez anos os carros elétricos serão bastante comuns em alguns países que o suportam, ou se

6.7 Considerações finais

adaptaram

Com esta pesquisa podemos aprender um pouco mais

problemas estruturais exigem grande demanda de tempo e

sobre como o carro modificou a estrutura da sociedade a

investimento para que realmente funcione, e assim sendo,

medida em que a mesma vai evoluindo, em seu modo de

cada país, ou metrópole terá de traçar sua estratégia.

agir e pensar. Como estes modos de agir e pensar geram

Existem

novas técnicas, tecnologias, e processos que novamente

construção, talvez ali a realidade dos carros elétricos, ou

modificam a estrutura da sociedade exigindo novas

transportes públicos mais eficientes possam se concretizar

adaptações e assim por diante. O curioso é que o carro

de maneira plena. O homem então encontra se como

acaba tendo outras funções além da qual para que foi

medida neste espaço tempo que depende do mesmo para

projetado, estendendo-se para um papel de divisor na

prosseguir cada vez melhor.

hierarquia, destacando ainda mais os problemas sócio

para

cidades

recebê-los

auto

gradativamente.

sustentáveis

em

Estes

fase

de



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Figura 38: BB1 vista frontal. Acesso em: 14 dez. 2010.


126 Figura 39: BB1 vista perspectiva traseira. Acesso em: 14 dez. 2010. Figura 40: Vista interior do BB1 em pleno uso. Acesso em:

Tabelas:

14 dez. 2010. Figura

41:

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Cascudo.

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Tabela 01: Etapas de um projeto de design. Fonte: Adaptado de “Design industrial”. LÖBACH, B. 2001. 1º Edição.


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