Xanxerê, 2013.
APRESENTAÇÃO
ÍNDICE
Ao iniciar um estudo com a fauna, é primordial saber a qual grupo de animais tal estudo estará direcionado. Desta forma, é
1 LEVANTAMENTO DE FAUNA...................... 3 1.1 ICTIOFAUNA ............................................. 3
possível preparar os materiais e os métodos a serem aplicados para cada grupo específico. Se o estudo for direcionado para mais de um
1.1.1 Métodos utilizados................................... 3
grupo de fauna, como ocorre em muitos
1.2.1 Métodos utilizados................................... 5
trabalhos de licenciamento ambiental, é preciso acima de tudo ter um mínimo de
1.3 AVIFAUNA ................................................. 7
conhecimento analisado.
sobre
cada
grupo
a
1.2 MASTOFAUNA .......................................... 4
1.3.1 Métodos utilizados................................... 7
ser
1.4 HERPETOFAUNA ...................................... 8
A partir disso, é preciso relacionar o
1.4.1 Répteis .................................................... 9
tempo disponível com o tempo necessário, ou seja, quanto tempo é preciso para se obter os resultados
grupo
1.4.2.1 Métodos utilizados ................................ 9
analisado, uma vez que a diversidade de espécies é grande, e, cada grupo de fauna
1.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........... 11
possui
desejados
para
peculiaridades
obtenção de planejamento.
dados,
que
cada
1.4.2 Anfíbios ................................................... 9
dificultam
portanto
é
a
preciso
Para facilitar os trabalhos de campo, é importante realizar um levantamento prévio da fauna regional baseado em dados secundários (Jornais,
Revistas,
Artigos
Técnicos
e
Científicos, Livros, Monografias, etc). Este procedimento facilita a classificação das espécies, pois grupos com grande diversidade de espécies, como por exemplos as aves, possuem semelhanças entre espécies de diferentes ambientes. Com a obtenção de dados secundários relativos ao grupo de fauna a ser estudado, é possível realizar uma “triagem”
facilitando
a
identificação
das
espécies, criando uma lista de provável ocorrência de espécies para a região de estudo. Além disso, é importante caracterizar a área de estudo previamente, identificando o tipo de formação vegetal e Bioma onde o estudo será implantado, bem como definir a estação do ano, clima e temperatura, já que muitas espécies são de difícil observação em épocas de baixa temperatura, como répteis, muitas espécies de anfíbios, peixes e aves migratórias.
2
Mandis...) que dificilmente são apanhados de 1 LEVANTAMENTO DE FAUNA
outra
forma.
Pode
ser
empregada
em
1.1 ICTIOFAUNA
praticamente todos os tipos de ambiente aquático, mas é de especial valor em locais profundos ou em corredeiras, onde não se podem utilizar outros métodos.
O grupo dos peixes é considerado um dos grupos com maior diversidade de espécies nos diferentes
sistemas
aquáticos
Figura 1: Pesca com Vara e linhas.
continentais.
Atualmente são catalogadas mais de 25.000 espécies em todo o planeta. (GUTREUTER et al., 1995; ROSA; LIMA, 2008). Representam cerca de 50% dos vertebrados. (VAZZOLER, 1996). No Brasil este número já chega a 2.587 espécies ambientes
descritas exclusivamente em de água doce. (BUCKUP;
MENEZES; GHAZZI, 2007). Apesar de toda essa diversidade de espécies, a ictiofauna de água doce ainda requer atenção, pois se estima
Espinhel: O espinhel é um método utilizado
que ainda existam 35 a 40% de espécies de
em operações de pesca de diferentes ambientes, da pesca artesanal a modernas
peixes a serem descritas (SOARES; PINHEIRO, 2008).
pescarias mecanizadas (oceanos), tem sido considerado um método satisfatório, pois permite a seleção de espécies de um
1.1.1 Métodos utilizados Pela
sua
grande
diversidade
determinado local. É bastante eficiente para
e
captura de espécies Siluriformes (bagres, jundiás, mandis), Cyprinodontiformes (carpas)
peculiaridade, o conhecimento da ictiofauna de um determinado ambiente, requer diferentes
e Characiformes (traíras).
metodologias para o sucesso de um estudo. Para tanto, é necessário utilizar métodos específicos, destinados à captura de espécies
Figura 2: Desenho esquemático de um espinhel.
com diferentes hábitos (espécies de fundo, corredeiras, entre outros). Sendo assim, a seguir, são apresentados os métodos mais utilizados em Licenciamento Ambiental. Levantamento
bibliográfico
regional:
Permite obter uma relação de espécies com potencial ocorrência para o local a ser inventariado.
Consiste
Tarrafas: As tarrafas são eficientes para
em
coleta de peixes de fundo e de meia água, de
uma pesquisa baseada em dados secundários regionais sobre o grupo de fauna a ser
tamanho médio a grande. São menos eficientes em água muito límpida e transparente, pois os
estudado.
peixes
podem
percebê-la
antes
que
ela
Caniço ou Vara de pesca: Talvez a arte de
chegue ao fundo, ou antes, mesmo de cair na água, escapando facilmente.
pescar mais simples e mais utilizada. É muito
Para o uso da tarrafa deve-se tomar o
efetiva na captura de determinadas espécies de Siluriformes de fundo (Jundiás, Bagres,
cuidado de inspecionar o fundo do rio onde se pretende lançá-la, pois comumente prendem-
3
se em galhos, troncos ou pedras, submersas.
Redes de arrasto: São redes retangulares,
Uma vez presa à tarrafa, o coletor deverá
de pano ou nylon, algumas em formato de
entrar na água para soltá-la, pois rasga-se facilmente quando forçada. Este método exige
saco, onde os peixes capturados ficam concentrados. A rede é manuseada por no
do coletor certa habilidade.
mínimo
duas
pessoas
que
se
deslocam
uniformemente na água, aprisionando peixes à medida que se aproximam
Figura 3: Pesca com uso de Tarrafas.
os da
margem. Figura 5: Pesca com uso de Redes de Arrasto.
Redes de espera: São redes de pano simples (uma só malha), de tamanho e malhas variáveis, usualmente com boias na parte superior e chumbos na inferior, de modo a
1.2 MASTOFAUNA
permanecer na posição vertical dentro da água. São empregadas na captura de peixes em locais de pouca ou nenhuma correnteza (de
O grupo dos mamíferos difere-se dos demais grupos por apresentarem algumas
preferência à noite quando a captura é mais
características principais, como por exemplo,
efetiva). São seletivas quanto ao tamanho dos peixes capturados, uma vez que somente
ter o corpo total ou parcialmente coberto de pelos, possuem sangue quente e temperatura
prendem os peixes que têm tamanho suficiente
corporal constante e por possuírem no sistema
para ficar emalhados pelos opérculos ou espinhos das nadadeiras – os menores passam
fisiológico algumas glândulas diferenciadas. Dentre elas, a glândula mamária, responsável
através da malha e os maiores ficam presos.
pela produção de leite, a qual irá alimentar os
Este método é bastante eficiente, já que podem ser utilizadas redes de malhas variadas,
filhotes no início de sua vida e que dá o nome a esse grupo animal. No
as quais são bastante seletivas em relação ao
mundo
atualmente
são
conhecidas
5.488 espécies de mamíferos, sendo destas, cerca de 22% são consideradas ameaçadas,
tamanho das espécies.
63% estão fora de ameaça e 15% não possuem dados suficientes para definir o grau de
Figura 4: Pesca com uso de Redes de Espera.
ameaça. Além disso, 76 espécies já são consideradas como tendo sido extintas desde o ano de 1500 (IUCN, 2013). Conforme Reis et al. (2010) o Brasil é o segundo país com maior número de mamíferos conhecidos, com 652 espécies, só perdendo para a Indonésia que possui 670 espécies, seguidos por China (551) e México (523), sendo estes os únicos países com mais de 500
4
espécies descritas para seus territórios (IUCN,
de preferência no início da manhã e ao final da
2013).
tarde, e a noite, período em que os mamíferos
1.2.1 Métodos utilizados
são mais ativos. Neste método,
são
visualizados
e
registrados animais vivos ou mortos, com ou A maioria dos mamíferos possuem hábitos crípticos ou noturnos, sendo assim, sua
sem registro fotográfico.
observação na natureza torna-se mais difícil
Armadilha Fotográfica:
(BECKER; DALPONTE, 1991), o que é agravado pelo predomínio de grandes áreas de
Este método é bastante eficiente, já que as espécies são registradas por meio de
vida e densidade populacional baixa. Para os
fotografia, aumentando a confiabilidade do uso
estudos com a mastofauna, as metodologias mais comumente utilizadas, são as seguintes:
deste tipo de equipamento. Geralmente os registros são obtidos no período noturno, onde há maior atividade deste grupo de vertebrados.
Levantamento bibliográfico regional: Permite obter uma relação de espécies com
Para atrair as espécies até o alcance do foco da câmera, usa-se frutas, pasta de amendoim,
potencial
carnes, entre outros atrativos.
ocorrência
para
o
local
a
ser
inventariado. Consiste em uma pesquisa baseada em dados secundários
A armadilha fotográfica trata-se de uma caixa geralmente camuflada, que contém uma
regionais sobre o grupo de fauna a ser
máquina fotográfica acoplada a um sistema
estudado.
associado a sensores infravermelho capazes de detectar movimento e calor. O registro das
Entrevista: Técnica de consulta composta
espécies não requer captura ou sacrifício, bem
por uma série de perguntas abertas aplicadas aos moradores que residem na região de
como não detectados.
estudo, onde o profissional questiona sobre a
equipamento é o registro de espécies de difícil
existência de determinadas espécies. Para o esclarecimento de dúvida dos entrevistados,
visualização, como por exemplo, a Onçapintada (Panthera onca), Onça-parda (Puma
utilizam-se
concolor) e outros felinos noturnos, bastante
guias
de
campo,
fotografias,
gravações, enfim, todo tipo de material que auxilie na identificação correta das espécies.
causam injúrias nos animais O principal objetivo deste
esquivos. Figura 6: Modelo de Armadilha Fotográfica Digital.
Métodos de Observação Direta: Observação direta é a visão em tempo real do animal,
que
pode
ocorrer
em
qualquer
momento e nas mais diversas ocasiões. Para realizar os estudos através de Observação Direta,
são
empregadas
as
seguintes
metodologias: Caminhadas ou Censo: Consiste em caminhar vagarosamente por trilhas pré-existentes, bordas e interior de Armadilhas de Captura:
matas, campos, áreas alagadiças, áreas antropizadas, entre outras. Para tal, é preciso
São gaiolas de metal em aço galvanizado ou alumínio utilizadas para a captura de
que os pesquisadores, em pequeno número, se
pequenos e médios mamíferos. Dois modelos
desloquem em silêncio e examinando os ambientes desde o alto das árvores até o chão,
de armadilhas são bastante utilizados, que são:
5
- Armadilha Tomahawk: Armadilhas
Considera-se
observação
indireta,
o
confeccionadas em grades de arame de aço
registro de evidências deixadas pelos animais,
galvazinado, de tamanhos variados, de acordo com o objetivo da captura. São adequadas para
tornando possível a identificação sem a presença em tempo real dos mesmos. As
captura de animais um pouco maiores como
principais evidências deixadas pelos animais
gato-do-mato, cachorro-do-mato e gambás, por exemplo, mas podem ser bastante
são as pegadas ou rastros, vocalizações, fezes, carcaças, tocas e odor. Sendo assim, para
eficientes também na captura de roedores
facilitar o registro de algumas espécies pelo
(ratos).
método indireto, metodologia:
utiliza-se
a
seguinte
Figura 7: Armadilha de captura tipo Tomahawk.
Armadilhas de Pegada: A utilização de armadilhas de pegada não é recente. A dificuldade de visualizar rastros de mamíferos em floresta alavancou o uso deste método, que mostra-se bastante eficiente e vem sendo amplamente utilizado. Armadilhas de pegada consistem na colocação de uma camada de areia em local com grande potencial de passagem de mamíferos. Este método possibilita o registro de espécies de difícil visualização, tanto de - Armadilha Sherman: São armadilhas dobráveis ou não, de fácil transporte, de
interior
de
florestas
como
de
áreas
campestres. Para atrair os animais até a armadilha de pegada, utiliza-se iscas, frutas,
tamanhos variados, confeccionadas em chapas de alumínio ou aço, galvanizadas, usadas para a captura de pequenos roedores e outras
carne, entre outros. A grande vantagem desse método é do mesmo não ser intrusivo, não oferecendo risco aos animais.
espécies de pequeno porte. Figura 8: Armadilha de captura tipo Sherman.
Figura 9: Modelo de Armadilha de Pegada.
Redes de Neblina: Este método de captura é utilizado para a
Vestígios:
captura de mamíferos voadores (Morcegos),
indireta de anteriormente,
Além do item anterior, para a visualização
que deve ser instalada no período crepuscular e noturno (Figura 12).
mamíferos, como são considerados
citado rastros
aleatórios, fezes, carcaças, odor e vocalização, este último, muito comum em Primatas, alguns roedores (Capivaras), Felinos (Onça-pintada,
Métodos de Observação Indireta
Onça-parda,...), ouriço. 6
Bioacústica: A Bioacústica é uma técnica
Figura 10: Vestígios de Pegadas.
bastante confiável e fornece resultados bastante eficazes. É um método que estuda os sons emitidos por animais em seu ambiente natural, que utilizam como formas de comunicação entre os indivíduos, sejam de alerta, acasalamentos, proteção, entre outros. O uso da Bioacústica teve seu início por volta do ano de 1960, quando começaram a surgir
equipamentos
mais
sofisticados,
tornando-se uma ferramenta de pesquisa muito importante nos estudos de fauna, uma vez
que
capta
o
som
(vocalização
das
espécies) e posteriormente, é possível reproduzi-lo para atrair demais indivíduos,
1.3 AVIFAUNA
seja no local ou em outro ambiente onde esta
O Brasil conta atualmente com 1.832
determinada espécie frequente.
espécies, distribuídas pelos biomas e nos mais diferentes ecossistemas (CRBO, 2011). Em Santa Catarina, foi só a partir da obra de
Figura 11: Gravação da vocalização da avifauna.
Rosário (1996) que se obteve um panorama inicial da distribuição das espécies de aves no estado, que registrou 596 espécies. Esta obra logo passou a ser complementada por outros trabalhos. Assim, Ghizoni-Jr e Azevedo (2010) acrescentaram 22 espécies nesta lista. Totalizando para o estado 618 espécies de aves, distribuídas em 79 famílias e 25 ordens Passeriformes e Não passeriformes. A região Oeste catarinense registra aproximadamente 397 espécies (LAZZARETTI, 2013). As principais causas de perda diversidade
brasileira
é
a
O uso dos sons gravados anteriormente,
de
obtidos pelo coletor ou em acervos digitais ou
fragmentação
no instante da coleta, consiste na técnica denominada Play-back, onde o pesquisador
florestal causada pela interferência antrópica sobre as áreas preservadas.
repete a gravação como forma de atrair as espécies, permitindo confirmar a espécie em questão. Existem várias formas de contato e
1.3.1 Métodos utilizados As aves apresentam diversidade de espécies,
uma que
reações, a espécie pode apresentar defesa territorial, vocalizando repetidamente e em
grande habitam
tom agressivo, pode parar de vocalizar e até
diferentes ambientes, onde, possuem hábitos
mesmo afugentar-se. Apesar de esta
variados, exigindo cautela e eficiência para o sucesso de um estudo. Para tanto, em trabalhos de licenciamento ambiental, onde o
os
métodos
mais
indicados
ser
bastante
uso abusivo pode induzir a espécie à perda de território, fazendo com que a mesma se
objetivo principal é o conhecimento comunidade de aves de um determinado ambiente,
técnica
eficiente, é preciso ter cautela, uma vez que o
desloque para outro ambiente em busca de um
e
novo local para frequentar, podendo ser muito prejudicial para o indivíduo.
utilizados são os seguintes:
7
Levantamento Quantitativo: Neste tipo de levantamento,
possui
Método bastante similar ao Ponto Fixo, no
interesse somente no número de espécies, mas também no tamanho populacional. Como todos
entanto, o observador registra as espécies por contato visual ou auditivo, deslocando-se por
os
e
uma trilha. Este método exige bastante silêncio
desvantagens, é importante ter em mente o objetivo do estudo, pois se a intenção é de
durante o percurso, já que o barulho pode ocultar algumas espécies, além disso, não pode
conhecer toda a comunidade, é importante
ser desperdiçado muito tempo na identificação
aplicar um conjunto de métodos que possibilite estimar a abundância de todas as espécies num
de uma determinada espécie. Neste tipo de levantamento, é possível
mesmo período (DEVELEY, 2003).
cobrir todos os ambientes, desde bordas de
Dentre os principais métodos aplicados no levantamento quantitativo, os Pontos Fixos,
fragmentos, áreas alagadiças, campestres até florestas tropicais.
métodos
o
pesquisador
apresentam
não
Transectos
vantagens
áreas
Transectos e Redes de Neblina, são os mais Levantamento Qualitativo: Este levantamento torna possível obter
utilizados. Pontos Fixos
uma lista completa de espécies na área de
Neste tipo de metodologia, o pesquisador permanece imóvel por um determinado período
estudo, que consiste em conhecer o número de espécies (riqueza) de um determinado
de tempo, onde anota todas as espécies, seja
ambiente, determinando as preferências de
por observação ou por vocalização, sendo, no entanto, menos seletivo.
habitats, guildas (DEVELEY, 2003).
O
método
de
ponto
fixo
exige
do
Este
método
tróficas é
muito
e
abundância utilizado
em
observador um bom conhecimento das espécies, sobretudo através das vocalizações.
levantamentos de curtos espaços de tempo (DEVELEY, 2003). Por isso, é importante que
Além disso, em fragmentos pequenos, onde as
a pesquisa se desenvolva em épocas mais
distâncias entre um ponto e outro é menor, é preciso ter o cuidado de não repetir a espécie.
apropriadas, no caso das aves, em estações mais quentes, primavera e verão, onde as espécies estão mais ativas, haja vista a
Redes de Neblina As redes de neblina, assim como os
abundância de alimento e período reprodutivo. Para tanto, percorre-se bordas e interior
pontos fixos, são bastante seletivas, sendo
de matas, campos, áreas alagadiças, áreas
mais indicadas para espécies de sub-bosque. No entanto, é a forma mais facilitada de
antropizadas, entre outras, registrando os contatos auditivos e visuais, em qualquer
capturar
horário do dia e da noite, com o objetivo de
as
espécies,
assim
como
a
identificação das mesmas ser mais precisa.
obter o maior número possível de espécies.
Figura 12: Rede de Neblina.
1.4 HERPETOFAUNA O termo herpetofauna é utilizado para indicar o conjunto faunístico de répteis e anfíbios, seres vivos de grande importância ecológica, atuando em diversos processos, tais como controle de populações de animais como mamíferos, invertebrados, aves e outros répteis. (ICMBio, 2012).
8
1.4.1 Répteis
o solo ai permanecendo até a época mais quente e chuvosa. (TEIXEIRA, 2002).
Os répteis foram os primeiros a conquistar a vida fora da água, dominaram o planeta no
Atualmente são descritos 6.771 espécies de anfíbios no mundo, dessas 48% ocorrem na
período Jurássico há mais de 300 milhões de
América Tropical (FROST, 2011). Segundo a
anos. São animais pecilotérmicos/ectotérmicos, ou seja, capazes de gerar seu próprio calor
Lista atualizada da Sociedade Brasileira de Herpetologia (SEGALLA, 2012), para o Brasil
corpóreo,
são descritas 946 espécies.
dependendo
da
temperatura
ambiente, por isso é comum observá-los expostos ao sol (FREITAS, 2006). Estes
animais
apresentam
o
1.4.2.1 Métodos utilizados
corpo
revestido por escamas, carapaça e placa óssea que por sua vez são cobertos por uma camada
Os répteis e anfíbios apresentam atividades e comportamentos distintos.
protetora
Enquanto
denominada
extrato
córneo,
os
répteis
são
mais
facilmente
constituído de queratina. Esta camada não acompanha o crescimento do corpo, o que
localizados em horários mais quentes do dia, os anfíbios possuem atividade maior em
força os animais a efetuarem mudas ou trocas
períodos noturnos e ao final do dia. No
de pele constantemente, essa proteção dérmica serve para evitar a perda excessiva
entanto, os métodos para o registro das espécies é bastante similar, como apresenta-
de água, não necessitando desta maneira de
se a seguir:
umidade como os anfíbios (FREITAS, 2006). Existem no mundo cerca de 9.547
Levantamento
bibliográfico
regional:
espécies de répteis, distribuídos da seguinte
Permite obter uma relação de espécies com
forma: 5.634 espécies de lagartos, 3.378 espécies de serpentes, 181 espécies de
potencial ocorrência inventariado.
anfisbênias, 327 espécies de quelônios, 25
uma pesquisa baseada em dados secundários
espécies de crocodilianos e 2 espécies de tuatara. O Brasil conta atualmente com 744
regionais sobre o grupo de fauna a ser estudado.
espécies
de
répteis
subdivididas
em:
para o local Consiste
a
ser em
36
quelônios, 6 jacarés, 248 lagartos, 68 anfisbenias e 386 serpentes (BÉRNILS;
Entrevista: Técnica de consulta composta por uma série de perguntas abertas aplicadas
COSTA, 2012).
aos moradores que residem na área de estudo,
1.4.2 Anfíbios
onde o profissional questiona a existência de determinadas espécies. Para o esclarecimento de dúvida dos entrevistados, utilizam-se guias
A Classe Amphibia é representada por três ordens, a ordem Gymnophiona (cecílias),
de campo, fotografias, gravações, e todo tipo de material que auxilie a identificação das
ordem Caudata (salamandras) e a ordem Anura
espécies.
(sapos e pererecas). O nome anfíbio indica apropriadamente que a maioria das espécies
Busca Ativa: O método de busca ativa
vive parcialmente na água, parcialmente na terra, constituindo-se no primeiro grupo de
consiste na procura de espécies através de evidências diretas e indiretas, sob
cordados a viver fora da água.
serapilheiras, troncos caídos, pedras, tocas,
São ectotérmicos, ou seja, a temperatura do corpo varia de acordo com a temperatura
em plantas (ocos), interior de plantas epífitas, próximo de cursos d’água, bem como registros
do ambiente. Por isso, em épocas frias ou
sonoros, larvas ou girinos, enfim, em todo o
muito secas, muitas espécies enterram-se sob
ambiente, onde haja a possibilidade registrar espécies destes grupos.
9
de
Figura 13: Busca ativa.
Armadilhas de Interceptação e Queda: Este método consiste na colocação de baldes plásticos de 18 litros, com espaçamento de 3 a 5 metros, em linha reta em formato de Y, interligados por cerca-guia (lona) 50cm de altura e enterrada a 10cm no solo, mantida em posição vertical por estacas de madeira. Assim, ao deparar-se com a cerca-guia, os animais geralmente a acompanham a mesma, até eventualmente caírem em algum recipiente. É importante a colocação de pedaços de Isopor dentro dos baldes, para evitar a morte dos mesmos, em períodos de chuva. O Isopor sustenta os animais, caso o balde encha em função da precipitação. Figura 14: Armadilhas de Interceptação e Queda.
10
1.5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Monitoring Program Procedures: Fish Monitoring. Onalaska: National Biological
BECKER, M.; DALPONTE, C. J. Rastros de
Service, Environmental Management Technical Center, 42 p. Disponível em:
mamíferos silvestres brasileiros: um guia de
<http://www.umesc.usgs.gov/documents/repor
campo. Brasília: Universidade de Brasília, 1991. 181p.
ts/1995/95p00201.pdf>. ICMBio – Instituto Chico Mendes – MMA.
BÉRNILS, R. S; COSTA, H. C. (org.). 2012. Répteis brasileiros - Lista de espécies.
Sumário executivo do plano de ação nacional para a conservação dos anfíbios e répteis
Sociedade Brasileira de Herpetologia.
ameaçados da região sul do Brasil. 2012.
Disponível em: <http://www.sbherpetologia.org.br/>.
Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stori es/docs-plano-de-acao/pan-herpetofauna-
BUCKUP, P.A.; MENEZES, N.A.; GHAZZI, M.S. (eds.) 2007. Catálogo das Espécies de Peixes
sul/sumario-herpetofaunasul-web.pdf>.
de Água Doce do Brasil. Rio de Janeiro, Museu
IUCN – International Union for Conservation of
Nacional. 195p.
Nature and Natural Resours. Red List of threatened Species. 2013. Disponível em:
CBRO - Comitê Brasileiro de Registros
<http://www.iucnredliste.org>.
Ornitológicos. 2011. Listas das aves do Brasil. 10ª Edição. Disponível em:
LAZZARETTI, Tiago. Lista da Avifauna
<http://www.cbro.org.br>.
Registrada na Região Oeste do Estado de Santa Catarina. 2013. Material Não Publicado.
DEVELEY, Pedro Ferreira. Métodos para estudos com aves. p. 153-168. In: L. CULLEN
REIS, N.R., et al. 2010. Mamíferos do Brasil:
JR.; R. RUDRAN & C. VALLADARES-PADUA. (Eds). Métodos de estudos em biologia da
Guia de identificação. Technical Books, 1ed., Rio de Janeiro. 437 p.
conservação e manejo da vida silvestre. Curitiba, Editora da Universidade Federal do Paraná, 2003. 667p.
ROSA, R. S.; LIMA, F. C. T. Os peixes brasileiros ameaçados de extinção. In: Livro vermelho das espécies ameaçadas de extinção.
FREITAS, M. A. 2006. Serpentes brasileiras. Bahia: Lauro de Freitas. 160p.
Brasília: MMA, 2008. SOARES, S. L. M.; PINHEIRO, M. R. F. 2008.
GHIZONI-JR, I. R.; AZEVEDO, M. A. G. Registros de algumas aves raras ou com
Registro de coleta do material histórico das bacias do extremo sul da Bahia. Disponível em:
distribuição pouco conhecida em Santa
<http://www.nossacasa.net/biobahia/doc/histor
Catarina, sul do Brasil, e relatos de três novas espécies para o Estado. Atualidades
icas.pdf>.
Ornitológicas On-line, n. 154, mar./abr. 2010. Disponível em:
VAZZOLER, A. E. Biologia da reprodução de peixes teleósteos: teoria e prática. Maringá:
<http://www.ao.com.br/download/ao154_33.pd
EDUEM, 1996. 169 p.
f>. GUTREUTER, S.; BURKHARDT, R.; LUBINSKI, K. 1995. Long Term Resource
11
ANEXO 1: TABELA PARA ANOTAÇÃO DAS ESPÉCIES REGISTRADAS.
Grupo da Fauna: _________________. Local: _____________________. Data: ____________ Nº
Nome Comum/Espécie
Nº
Nome Comum/Espécie
Nº
1
16
31
2
17
32
3
18
33
4
19
34
5
20
35
6
21
36
7
22
37
8
23
38
9
24
39
10
25
40
11
26
41
12
27
42
13
28
43
14
29
44
15
30
45
Nome Comum/Espécie
Observações: ____________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________
Grupo da Fauna: _________________. Local: _____________________. Data: ____________ Nº
Nome Comum/Espécie
Nº
Nome Comum/Espécie
Nº
1
7
13
2
8
14
3
9
15
4
10
16
5
11
17
6
12
18
Nome Comum/Espécie
Observações: ____________________________________________________________________________
Grupo da Fauna: _________________. Local: _____________________. Data: ____________ Nº
Nome Comum/Espécie
Nº
Nome Comum/Espécie
Nº
1
7
13
2
8
14
3
9
15
4
10
16
5
11
17
6
12
18
Nome Comum/Espécie
Observações: ____________________________________________________________________________
12
Grupo da Fauna: _________________. Local: _____________________. Data: ____________ Nº
Nome Comum/Espécie
Nº
Nome Comum/Espécie
Nº
1
16
31
2
17
32
3
18
33
4
19
34
5
20
35
6
21
36
7
22
37
8
23
38
9
24
39
10
25
40
11
26
41
12
27
42
13
28
43
14
29
44
15
30
45
Nome Comum/Espécie
Observações: ____________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________
Grupo da Fauna: _________________. Local: _____________________. Data: ____________ Nº
Nome Comum/Espécie
Nº
Nome Comum/Espécie
Nº
1
7
13
2
8
14
3
9
15
4
10
16
5
11
17
6
12
18
Nome Comum/Espécie
Observações: ____________________________________________________________________________
Observações Gerais:
________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________
13