Igreja de Nossa Sr.ª da Assunção de Pedrogão Grande no séc. XVI Pe d r o g ã o G r a n d e
No alçado tardoz são visíveis os grossos contrafortes, de conceção diferente do anteriormente referido da época primitiva, que sustentam as paredes. Nota-se que foi dada maior importância ao ornamento na capela-mor, espaço de remate do eixo longitudinal, ao contrário dos restantes espaços da igreja que parecem ser cada vez mais desprovidos de ornamento à medida que são construídos. Esta oposição leva a supor que houve de facto uma transição de gosto entre Manuelino e arquitetura “chã”4, que culmina na construção da torre sineira anexa à fachada principal, em 1553 por Baltazar de Magalhães3. Alguns autores supõem que este anónimo construtor tenha pertencido à família do aclamado explorador Fernão de Magalhães, no entanto, um estudo mais aprofundado da árvore genealógica da família Magalhães prova que não existe uma correspondência entre o período de vida do suposto Baltazar Magalhães da família de Fernão de Magalhães com o tempo de construção da torre sineira. Virada a poente, a torre sineira é composta por três níveis. No primeiro abrem-se três arcos de cantaria que descarregam em pilastras, formando uma galilé, localizando ao fundo o portal de entrada. Este espaço, recebe luz de norte, sul e poente, tornando-se no espaço mais iluminado de toda a igreja. O segundo corpo, cujo acesso atualmente se faz pela escada exterior, já que no lugar da antiga escada interior se encontra atualmente o batistério, possui apenas uma abertura circular ao centro que ilumina o espaço sombrio com um ténue feixe de luz e uma pequena porta de acesso. Este corpo corresponde interiormente ao coro alto que se abre sobre o corpo da igreja (I2), e que dá acesso, através de uma escada de madeira recente no interior, ao terceiro corpo onde se abrem os arcos sineiros, sendo a cobertura copulada e revestida a telha imbricada. Esta foi restaurada em 1736 por provisão de D. João V, devido ao seu estado de degradação.10 Este espaço é novamente muito iluminado e abre-se sobre a paisagem da vila, de onde é possível avistar-se a torre do relógio. Em 1941 foram novamente efetuadas obras de restauro e demolida a capela anexa à torre sineira. (I4)
ios
Corre
uense
I5. Pinturas na cobertura da capela-mor
39.84
410
300
290
370
400
370
390
380
290
360
360
410
420
340
350
330
320
410
350 330
320
410
400
410
320
390
360
Rua do Eirado
310
410
380
310
370
400
300 300
290
290
300
370
400
390
380
330
320
370
370
400
1.343 0.679
0.8
0.22 0.655
1.029
0.79
1.027
1.303
0.488
0.865
1.008
0.269
0.891 0.279
3.641
I10. Corte pela Rua Direita escala 1:200 ios
Corre
4.431
400
360
410
310
4.314
420 350
340
380
370 400
290
350
380
390
390
360
300
390
310 320 300
2
400
330
320
290
340
400 410
0.42
310
4.709
1.00
360
400
1.00
290
Igreja Matriz de Pedrogão Grande
1.00
320
290
310 320
340
400
1.255
390
390
300
350
390
330
300
310
370
370
380
380
400
1.2
5
410
0.587
3 1.
43
1.
320
400
9
82
1.
400
370 290
300
390 310
320
330 350 400
380
340
360
21.5
5,40
100 palmos 39.84
≈
330
370
0.25
1.425
6,79
≈ 22,39 ≈
280
410
380
380
0.346
1.29
3.21
350 400
380
360
340
370
100 palmos 4
400
390
390
0.8
6.133
3.682
330
400
1.024
≈
290
320
370
2.926
300
330
390
310
410
400
≈ 100
19.557
290
300
400
400
390
290 390
0.29
5,40 ≈
390
400
0.804
2.926
310 320
edro reio P ec21,60 R ≈ 100 palmos
380 390
390
22,19
5,83
300
290 390
380
360
400
1.285
1.732
310 320
330 400 410
350 340
400
390 400
Rua Raposeira
e guens
80 palmos 3
1.477
390
380
360
0.228 0.432
17
290
320
340
360
400
340
400
390
400
380
0.826
31 palmos
1.448
390
410 350
380
80 palmos
2.67
300
310
390 400
400
≈
400
1.517 330
palmos
370
380
400
410
Rua Nogueira
25 + 25 palmos 2
340
360
370
0.679 0.791
2.009
1.270
0.978 0.601
1.
3.641
4.452
5.217
4.431
1.408
1.974 1.138
0.98
2.009
0.6
32
1.00
0.826
0.25
5,40
100 palmos
≈
1.00
0.481
370
370
360
360
350
350
340
330
340
330
320
320
310
310
300 290 280 270 260 290 280 270 260 250
300
Rua Devesa
0. Escrita concordante com o Acordo Ortográfico de 2011. 1. DIAS, Pedro- “A Arquitetura de Coimbra na Transição do Gótico para Renascença”, Coimbra: Epartur Coimbra, 1982. 2. BORGES, Nelson Correia- “João de Ruão:Escultor da Renascença Coimbrã”, Coimbra:Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 1980. 3. PEREIRA, Paulo- “A conjuntura artística e as mudanças de gosto”, 1997 – “História de Portugal”, 1993. 4. KUBLER, Jorge, SILVA, Jorge Henrique Pais da, CORREIA, José Eduardo Horta-“ A Arquitetura Portuguesa Chã: Entre as Especiarias e os Diamantes,1521-1706”, Lisboa: Vega, 1988. 5. SANTOS, José Costa dos-“ Igreja Matriz de Pedrogão Grande- Inserção no Espaço Urbano”. Coimbra: Câmara Municipal de Pedrogão Grande, 2ºEdição, 2005. 6. Vieira Caldas, J. – “Viana do Castelo”, 1990, p. 60.
I8. Estudo
GSEducationalVersion GSEducationalVersion GSEducationalVersion GSPublisherEngine 174.3.33.100 174.3.33.100 GSPublisherEngine GSPublisherEngine 174.3.33.100
250 240
240 230
230 220
220 210
2.009
0.6 5
210
200
200
190
190
180
180
170 m
0.767
1.43
4.499
4.118
1.3
0.5
380
380
4.116
170 m 2.096
Largo do Adro
Estudo do núcleo urbano de Pedrógão Grande Estudo topográfico de Pedrógão Grande Estudo topográfico de Pedrógão Grande topográfico de Pedrogão Grande escala 1:20 000 escala 1:2 000 escala 1:20 000 escala 1:20 000
0.87
3.96
1.43
3.73
1.737
5.217
1.408
1.974 1.138
0.56
0.909
1.00
Rua Devesa
1.250
2.08
0.98
2.009
0.6
0.795
390
390
0.84
0.624
400
400
6.150
392 m
1.129
410 410
1.024
1.719
393
20 Palmos
394
0.49
1.3
1.00
395
0.806
1.667
1.732
1.432
séc. XVI/XVII
4.132
396
25 + 25 palmos 2 3.216
0.22
397
3.21
22,39 ≈
1.29
4.723
398
0.346
62 0.7
I6.Reconstituição de desenhos na capela-mor através de vestígios de cor no arco triunfal N. Senhora da Graça, Santa Maria Madalena Areias de Olivença
399
0.8
6.133
29 1.8
do Granada 402Penedo Penedo do401Granada 400
1.024
≈
100 palmos 4
0.408
séc. XII/XIII
0.29
6,79
17
80 palmos
22,19
9.39
29
1.8
5,40
≈
1.449
núcleo primitivo
4.709
≈
0.804
1.17
≈ 100
6.82
palmos
0.795 0.35 0.35
1.719
1.732
80 palmos 3
2.97
2.926
100 palmos
Rua Direita
5,83
2.926
21,60 ≈
1.448
1.4
1.2
≈
19.557
1.285
40.7
1.00
1.00 2.67
1.477
10.874
39 0
Pedrogão Pequeno Pedrogão Pequeno
2.08
0.42 1.517
0.228 0.432
Monte de N. Sr. dos Milagres Monte de N. Sr. dos Milagres
1.250
0.587
1.255
1.129
0.624
0.909
5 1.3
0.56
21.5
1.737
1.029
0.79
1.425
367.5
3.73
0.865
3.682
1.43
3.185
31 palmos
3.96
4.314
367.5
0.87
0.865
0.762 1.008
35
0.35 0.35
370
2.096
365
Rua Rica
0.836
0.6
365
Monte da Cotovia
0.8
0.818
1.027
0.488
4.116 2.635
1.343
1.667
0.22 0.655 0.975 1.164
0.84 1.28
5.035
4.723
6.848
0.99
0.269
0.22
330
340 350 360
370
390
0.481
15.312 2.687
52 Palmos 11.211
1.303
310
330
340
330
350
360 370
390 370 370
370 367.5
6.150
62
390
380
367.5
1.024
0.891 0.279
320
390
380
390
380
380
370
Monte da Cotovia
0.49
7 0.
380
390
380
370
Rua S.Pedro
0.806
29
380
400 380
390
0.408
0.767
390
340
1.43
380
370
360
380
350
8 1.
390
400
0.5
1.3
380
370
380
390
1.134
320
330
310
380
Pedrogão Grande
2.697
390
340
0.86
350
0.978
3.216
4.499
320
380
370
360
380
390
3.844
1.00
370
310
300
390
1.449
380
370
400
Rua Dr. José J. Nunes
0.978
4.118
350
360
370
380
20 Palmos
330
Pedrogão Grande
340 390
1.732
370 380
380
1.00
1.432
280
400
4.132
310
390 290
390
Rua Dr. José Jacinto Nunes
390
Torre do Relógio
300
320
380
350
390
10.874 2.97 2.17
6.82
1.17
9.39
40.7
Rua Devesa
Rua do Eirado
Rua Direita Rua do Eirado Igreja Matriz de Pedrogão Grande
Rua do Eirado
Rua Nogueira
Corpo Principal Obras
3.185
360
380
I2. Nave central
0.865
350 370
2.17
Estudo Comparativo Após a análise fotográfica de algumas das igrejas da diocese de Coimbra nomeadamente, a igreja de Santa Cruz e de outras mais distantes como a igreja de Nossa Senhora da Graça de Areias, Santa Maria Madalena de Olivença e a igreja românica de São Vicente de Fora, é possível encontrar um conjunto de relações que se tornam determinantes para o desenvolvimento da ideia de transição de gosto associada a Nossa Senhora da Assunção de Pedrogão Grande.
Estudo Comparativo– Quadro Sintese
0.836
0.762 0.978 0.601
410 410
400
370
Fachada com torre sineira
0.818
290
340 410
370
Santa Cruz de Coimbra
1.270
320
330
320
Estudo Comparativo– Quadro Sintese
Obras
0.791
4.452
1.00
Inserção urbana Pedrogão Grande desenvolve-se sobre uma linha de festo, limitado a este pelo sopé do rio Zêzere (estudo topográfico). Outrora habitado por romanos e fundado por uma família de apelido Petrónia4, a primeira referência escrita de Pedrogão Grande surgiu em 1135, na carta de doação de D.Afonso Henriques feita a Uzbert, sobre a forma de Petrogonum. O núcleo primitivo de Pedrogão Grande era de planta aproximadamente triangular e a sua entrada era feita por poente. A igreja de Nossa Senhora da Assunção e o espaço público envolvente funcionaram como mecanismo de expansão da malha urbana proporcionando o planeamento do novo traçado de ruas desenvolvido até ao século XVIII. Destas destacam-se a rua da Devesa, a norte da igreja, ou a rua da Raposeira,N. a nascente. Esta última encontra-se a uma cota baixa que espaço de São Vicente de Fora, Senhora Assunção, N. mais Senhora do oRosário. implantação da igreja, o que faz com que o acesso à praça seja feito pelo lado poente. A Igreja Lisboa Pedrogão Grande Goa de Nossa Senhora da Assunção surge no enfiamento visual da rua Direita (sequência de fotos), que atravessa o núcleo urbano primitivo passando pela rua que dá acesso à torre do relógio. Reconstruída em 1872, esta possui a mesma cércea da torre sineira da igreja (corte pela rua Direita 1/200). Alinhado com a rua, na praça, existia também um cruzeiro, coetâneo à construção, que anunciava a presença da igreja e configurava o espaço público (planta espaço público 1/200).5
0.975 1.164
1.134 2.697
2.635
360
Integrando-se perfeitamente na malha urbana a igreja de Nossa Senhora da Assunção, espelha de forma clara a discrição e sobriedade da arquitetura "chã". A simplicidade e atenção ao detalhe são traduzidos num traçado arquitetónico forte e coerente que fazem da igreja uma síntese brilhante da banalidade e clareza construtiva dos “filhos de Pedrogão“6.
I4. Capela anexa à torre sineira5
1.28
360
400
I3.Púlpito atribuído a João de Ruão
6.848
0.99
ueira
310
300
15.312 2.687
52 Palmos 11.211
Rua No g
320
310
0.978
5.035
330 320
370
400
3.844
0.86
linha de festo
Rua Devesa
0.978
Rua Dr. José Jacinto Nunes
linha de festo
400
Caracterização O século XVI é o período em que se efetuam as construções mais consequentes da igreja que só viriam a terminar em 1560. Estas obras, dirigidas por Jorge de Braz, traduziram-se na construção da torre e na restruturação do corpo da igreja e da cabeceira, constituída pela capela-mor e pelas sacristias. As remodelações na igreja começaram em 1537 com a reconstrução, primeiramente, da cabeceira e, posteriormente, das naves, que durou até 1539.1 A capela-mor, virada a nascente, é iluminada por duas janelas e dá acesso às sacristias através de duas portas semelhantes e simétricas em relação ao eixo longitudinal (planta 1/100). O atual retábulo de madeira colocado em substituição do original da autoria de João de Ruão2, esconde a parede do fundo da capela-mor. O uso da cor nos elementos estruturais (I6) e a utilização de azulejos policromos de padrão seiscentista em três das faces é representativo do período Manuelino, assim como os motivos naturalistas presentes nas mísulas. Bem mais ornamentada do que os restantes espaços da igreja, a capela-mor possui uma cobertura abobadada com cinco pedras de fecho e quatro estribos nos cantos que recebem as nervuras e é enriquecida com símbolos de cariz religioso (I5). Transposta a porta principal da igreja matriz de Pedrogão Grande, impressiona a dimensão do monumento com as suas três naves, seccionando quatro tramos, ligados por arcos de volta inteira, assentes em dez colunas de capitéis jónicos de granito rosado da região (I2).3 De cobertura simples inclinada de madeira e de paredes caiadas sem revestimentos nobres, o interior do corpo principal apresenta-se bastante escuro, conferindo ao espaço um caráter propício à reflexão e oração, consequência da reduzida dimensão das quatro aberturas do clerestório. Junto a uma das colunas, existe um púlpito do tipo cálice, que se julga ser também da autoria de João de Ruão, construído em pedra calcária datando de 1536.2 (I3) Na nave lateral virada a norte, é possível verificar a existência de três estreitas janelas de feição simples, duas das quais se encontram tapadas, sendo apenas visíveis do interior, e uma porta de arco de volta inteira (corte longitudinal 1/100). Nesta nave existe também uma capela anexa. Do exterior, verifica-se ainda a existência de um contraforte, uma porta de comunicação com uma das sacristias e a escadaria de acesso à torre sineira. Na nave lateral virada a sul existem cinco vãos: uma porta de arco de volta inteira idêntica à existente na nave lateral sul, quatro janelas, duas delas muito estreitas, semelhantes às do lado norte e as outras duas, de maiores dimensões e com caixilharia mais trabalhada, permitindo identificar a existência de remodelações importantes na obra (mapa de vãos).
R
Notam-se claras semelhanças entre a capela-mor da igreja de Nossa Senhora da Assunção, Nossa Senhora da Graça e Santa Maria Madalena. O corpo principal das igrejas possui 3 naves e corte basilical, apesar de em Nossa Senhora da Graça e em Santa Maria Madalena serem compostos por mais tramos, tornando o espaço mais profundo do que em Nossa Senhora da Assunção. Se por um lado se nota nestas igrejas o caráter desornamentado dos elementos e a simplicidade do traçado geral, na Igreja de Santa Maria Madalena de Olivença as colunas são retorcidas em torno de um eixo próprio anunciador de um sentido de movimento. Revestidas a azulejo com motivos decorativos marítimos, o tratamento das paredes da igreja assemelha-se ao tratamento das paredes da capela-mor da Igreja de Nossa Senhora da Assunção. Enquanto que em Santa Maria Madalena se nota o estilo Manuelino presente no tratamento de todo o interior, na igreja de Nossa Senhora da Assunção as características manuelinas estão presentes na capela-mor. É importante perceber a evolução da construção das torres sineiras e a sua influência na arquitetura militar, tendo em consideração o modelo de igrejas da Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. Destas, em contexto urbano, são exemplo as antigas igrejas de Santa Cruz de Coimbra e São Vicente de Fora, em Lisboa, ambas datadas do século XII. Apesar das importantes alterações no século XVI, são as construções originais que importam para estabelecer um paralelismo com Nossa Senhora da Assunção. São Vicente de Fora apresentava também uma torre nártex de estrutura tripartida, anexa à fachada ocidental. Tendo em conta a informação fornecida pelo desenho da igreja pré existente (ver quadro comparativo), abria-se um portal de acesso à nave no primeiro estrato podendo-se adivinhar a presença de um coro alto sobre as naves, devido à existência de um óculo central no segundo nível. O terceiro corpo era constituído pelo terraço das ameias onde assentava um campanário com merlões e um coruchéu. Da planta de João Nunes Tinoco, podemos concluir que existia um corpo pétreo no piso térreo da torre, de onde arrancava a escadaria de acesso aos pisos superiores, seguindo-se três naves em sete tramos que seriam cobertas por abóbadas. A igreja de Santa Cruz de Coimbra apresentava um nártex dividido em quatro tramos que terminam no corpo central, encontrando-se este ladeado por naves colaterais com abóbadas em canhão transversal. O mesmo modelo de torre sineira constata-se também na igreja de Santa Maria Madalena, em Olivença, na Igreja Matriz de Areias e na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Goa. Todas estas torres sineiras são divididas em três corpos que representam o nártex, o coro alto e a zona dos arcos sineiros, sendo que o corpo que difere mais de umas igrejas para as outras corresponde ao corpo do nártex. Em Santa Maria Madalena, o nártex é interior, encontrando-se o portal à face da torre. Em Goa, o nártex exterior, aberto para poente, sul e norte é acessível apenas por poente, já que as aberturas dos arcos laterais são de menores dimensões e possuem guardas de alvenaria. Na Igreja Matriz de Areias, o nártex, apesar de exterior, abre-se em arcada, constituída por três arcos de volta inteira, para poente, tal como acontece na igreja de Nossa Senhora da Assunção de Pedrogão Grande.
Espaço público envolvente Analisando a métrica compositiva do espaço público envolvente da igreja e a do espaço interior pudemos concluir que a distância entre os eixos das colunas no interior, que são 25 palmos, serviu como módulo para edificação dos espaços. Este módulo corresponde também à profundidade da torre sineira. Assim, foi possível perceber que a profundidade da nave da igreja, medida pelas faces internas das paredes que a constituem, e a distância entre a capela anexa e a fachada lateral sul são ambas 100 palmos. Esta medida corresponde também à distância entre o portal poente e o edificado envolvente, ou seja, 4 módulos. Do mesmo modo, a largura do corpo principal corresponde a 3 módulos, aproximadamente 75 palmos. Isto leva-nos a crer que o espaço interior da igreja terá sido desenhado como um espaço público de reunião, tal como a praça onde ela se insere, porém interior. (planta espaço público 1/200). Atualmente, o espaço envolvente encontra-se bastante modificado com zonas verdes, lajeado de granito e pequenas diferenças de cota. A única preexistência visível no espaço público é o pelourinho, de fuste liso sobre um pedestal de 4 degraus, centrado com um edifício que possivelmente seria, outrora, o Paços do Concelho (planta espaço público 1/200).
I1. Igreja de Nossa Senhora da Assunção
g Pedro o i e r c e
410
A Igreja de Nossa Senhora da Assunção ergue-se na proximidade do núcleo urbano primitivo e motiva a expansão urbana de Pedrogão Grande. A construção primitiva data do século XII, mais concretamente de 12951, no entanto pouco se conseguiu aprofundar em relação à sua forma ou motivos arquitetónicos. Sofrendo modificações durante o século XVI2, a igreja é constituída por um corpo central de três naves, de traçado geral simples, e por uma torre sineira avançada no centro da fachada principal. Assim, este edifício “forte mas pobre”6, denuncia uma arquitetura de estilo “chão”, na transição do Manuelino para o Renascimento.4
Igreja Matriz de Pedrogão Grande
Largo do Adro
Rua Nogueira Igreja Matriz de Pedrogão Grande
Santa Cruz de Coimbra
São Vicente de Fora, Lisboa
-
N. Senhora Assunção, Pedrogão Grande
N. Senhora do Rosário. Goa
N. Senhora da Graça, Areias
Rua Nogueira
Santa Maria Madalena de Olivença
Rua Raposeira
Rua Raposeira
Fachada com torre sineira
Torre do Relógio
Rua Raposeira
Rua Dr. José J. Nunes
Torre do Relógio Torre do Relógio
Naves
Um
Um
Três
Um
Três
Três
Tramos
Quatro
Quatro
Quatro
-
Seis
Cinco
Pelourinho
400
Rua Dr. José J. Nunes Rua Dr. José J. Nunes 400
Rua S.Pedro
Planta Corpo Principal
400
Rua S.Pedro Rua S.Pedro
Pelourinho
Rua Rica
-
Rua Rica Rua Rica 39 0
39 0
Nártex Naves
Interior Um
Cobertura Tramos Naves
Quatro
Exterior Um
Exterior Três
Quatro
Cobertura em madeira Quatro
Cobertura Planta Capela-Mor
Exterior Um Cobertura em Telha à vista
Exterior Três
Interior Três
CoberturaSeis em madeira
Abobada Nervurada ´ Cinco
Abóbada nervurada em forma de estrela
Abóbada de artesões
núcleo primitivo
402
401
402402
Abóbada Nervurada
39 0
400
401 401
399
400 400
398
399
397
398
399
Abóbada Nervurada
396 395 núcleo primitivo núcleo primitivo
397
398
séc. XII/XIII
396
397
396
395
séc. XVI/XVII
394 393 séc. séc. XII/XIII XII/XIII
394
395
393
394
ncelho
o Co Paços d
392 m séc. XVI/XVII séc. XVI/XVII
393
392 m
lho
o Conce
Paços d
392 m
Estudo do núcleo urbano de Pedrógão Grande
Planta envolvente do espaço público I11. Planta de espaço público escala 1:200 escala 1:200
I9. Estudo do núcleo urbano de Pedrogão Grandeescala escala 1:2 1:2 000 000
GSEducationalVersion
GSEducationalVersion
GSEducationalVersion GSPublisherEngine 174.3.33.100
Planta do esp es
Estudo do núcleo urbano de Pedrógão Grande Estudo do núcleo urbano de Pedrógão Grande escala 1:2 000
escala 1:2 000
1.54
GSEducationalVersion GSPublisherEngine 174.3.33.100 GSEducationalVersion GSPublisherEngine 174.3.33.100
Nártex
Interior
Exterior
Exterior
Exterior
Interior
Cobertura em madeira
Cobertura em Telha à vista
Cobertura em madeira
Abobada Nervurada
Abóbada de artesões
Abóbada nervurada em forma de estrela
Abóbada Nervurada
Abóbada Nervurada
3.48
Cobertura Naves
Exterior
3.36
2.443
Cobertura Capela-Mor
Mapa de Vãos | Igreja da Nossa Senhora da Assunção
escala 1:100
escala 1:100
escala 1:100
19.79
4.57
Mapa de Vãos | Igreja da Nossa Senhora da Assunção
I14. Igreja de Nossa Senhor da Conceição no enfiamento visual da rua Direita Mapa de Vãos | Igreja da Nossa Senhora da Assunção
1.545
1.545 1.545
1.327
1.545
1.327 1.327
1.327
1.058 1.15 1.15
1.15
2.86
2.86 2.86
2.86
6.96
6.93
6.89
6.832
6.99
7.22
7.19
1.996
6.87
7.12
6.85
1.15
1º Vão
0.35
0.94
0.63
4.69
0.63
5.34
0.63
4.97
4.85
0.26
0.88
7.58
0.80
3.216
I12. Corte longitudinal escala 1:100
1.09
1º Vão
Vão 3º2ºVão
3º 4º Vão
4º Vão Vão 5º
5º 6º Vão Vão
1º Vão
6º 2º Vão Vão
Séc. XVI
3.456
Corte Longitudinal AA´ escala 1:100
1537
38.561 178 palmos e 4 dedos
GSEducationalVersion
2º Vão
Séc. XVI
Séc. XVI 5.46
1.33
6.58
6.58
6.58 6.58
1.753
4.87
4.78
4.76
4.83
6.8
7.16
6.96
4.79
1.078
GSEducationalVersion
1537 1539
1539 1553
1553
1537
GSEducationalVersion GSEducationalVersion
1539 1736
1553 1736
I15. Mapa de vãos escala 1:100
GSEducationalVersion
D
E
39.84
3.844
1.343 0.679
0.818
0.836
0.865
3.185
0.865
1.029
0.79
1.027
0.488
1.270
4.452
1.00
2.681
0.58 3.503 1.89 21.5
1.106
3.614 1.004
0.2
1.106
A´
0.38 0.33
5,40 ≈ 37,5 palmos
1.77
1.42
3.21
1.417
B´
22,39 ≈ 100 palmos
0.2
0.868 1.018
0.346
3.682
6,79
1.377
0.8
6.133
≈ 31 palmos
17
1.024
1.29
8.66
0.25
5,40 ≈ 100 palmos 4
0.29
≈ 80 palmos
22,19 ≈ 100 palmos
1.732
5,83 ≈ 80 palmos 3
0.804
2.926
100 palmos
1.425
1.00
1.00
0.42 1.255 1.477 2.926
21,60 ≈
9
82
1.448
19.557
B
4.709
1.
0.826
1.285
35
0.228 0.432
A
1.
2.67
1.
1.2
0.675
1.155
4.431
4.314
3.21
2
43
0.587
1.517
0.998
Rua No
21.5
5.035
C
A´ B´
0.938
gueira
0.998
6.95
3.641
0.60
0.601
1.008
0.762 0.978
0.269
2.635
0.791
1.303
1.28
0.891 0.279
6.848
0.99
0.86
2.687
2.697
15.312
52 Palmos 11.211 0.8
0.22 0.655 1.164
Rua No
0.975
0.978
1.134
gueira
0.978
1.00
0.6 35
1.
2.13
0.767 0.5
1.43
4.499
4.118
20 Palmos
2
76
0.
4.132
2.29
0.23
2.009
3.17
0.22
4.116
4º Vão
4.723
6.01
1.43
0.39 0.515
1.00
0.95
9
82
0.84
1º Vão
3º Vão | 5º Vão | 6º Vão
1.58
1.
0.481
2º Vão
6.78
0.83
6.150
3.15
1.024
1.18
0.49
5.34
0.806
1.3
0.408
5.34
1.449
1.667
1.732
1.432
3.216
2.096
0.87
3.96
1.43
3.73
1.737
5.217
1.408
1.974
C´
1.138
10.874
40.7
D´
E´
2.17
6.82
0.98
2.009
0.6
0.35 0.35
1.719
1.00
2.08
0.795
0.624
0.909 1.129
0.56
1.250
2.97 1.17
3.952
9.39 GSEducationalVersion
5.669
0.398
2.491
3.127
2.746
0.55
4.54
1.387
0.210
25.07 114 Palmos Craveiros GSEducationalVersion
I16. Alçado principal escala 1:100
anta da Igreja Pedrogão I13. de Planta escalaGrande 1:100 escala 1:100
F a c u l d a d e d e A r q u i t e t u r a . U P .Largo M IdoAAdro RQ . H i s t ó r i a d a A rq u i t e t u r a Po r t u g u e s a . 2 0 1 4 / 2 0 1 5 . Re g e n t e d a U C H A P P r o f e s s o r a D o u t o r a M a r t a O l ive i r a . O r i e n t a ç ã o d e A rq . M a r i a S o f i a S a n t o s
MSS11:
Alçado Poente escala 1:100
5.79
7.36
1.26
5.12
1.6
25.07 114 Palmos Craveiros
I17. Corte transversal escala 1:100
I n ê s C a b r i t a | N u n o A g u i a r | R a f a e l M o n t e i r o | T i a g o L e a l | Va n e s s a D u a r t e