COMPORTAMENTO ALIMENTAR (FOME DE TUDO?)
Tiago André Marques Malta
O presente ensaio tem por objetivo apresentar como nosso comportamento alimentar é moldado em nossa sociedade, visto que nós somos aquilo que comemos, e aquilo que comemos está ligado diretamente a nossa evolução. O nosso comportamento alimentar ao longo da evolução moldou diversos outros comportamentos da humanidade. Podemos verificar isto quando comparamos seres onívoros. Peguemos como exemplo o panda. Este animal se alimenta quase que exclusivamente de broto de bambu e por isso está fadado a viver somente em um determinado meio ambiente. Já o rato, a barata e o homem são seres que se espalharam sobre todo o planeta, em função de sua variada alimentação. Este amplo leque de ambientes fez com que vários comportamentos fossem desenvolvidos. Por exemplo, o rato do deserto precisa caminhar muitos quilômetros por noite para achar seu alimento. Isto implica em um desenvolvimento do senso de direção aguçado para ir e voltar a sua toca, e também na possibilidade de um confronto entre o rato e seus predadores, ou seja, estratégias de luta e fuga também foram apuradas. Sem falar na curiosidade e na saciedade sensorial específica que será abordada mais à frente. Também podemos verificar o controle do comportamento reprodutivo e social de acordo com a quantidade de alimento disponível. Porém, esta possibilidade de comer diversos alimentos diferentes nos trouxe a responsabilidade alimentar. Ou seja, precisamos de vários nutrientes para o perfeito funcionamento do nosso organismo. Por isso tivemos que desenvolver uma série de mecanismos para podermos saber qual nutriente está faltando, a que horas este se faz necessário, motivação para obtê-lo e assim por diante. Por estas e outras razões o comportamento alimentar não se apresenta de forma tão simplificada como o controle da temperatura e da ingestão de água. Porém, como estes dois controles, o comportamento alimentar apresenta um controle sobre a ingestão de alimentos, um set point do peso corporal e também um centro hipotalâmico para o controle do comportamento alimentar. Outro ponto em que o comportamento alimentar difere dos outros é a grande interferência dos fatores sociais e psicológicos na sua regulação.
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A mudança nos hábitos alimentares e principalmente na abundância de alimentos nos países desenvolvidos, criou um conflito entre o comportamento alimentar moldado durante milhares de anos pela evolução e a fácil obtenção do alimento, porém, muitas vezes de caloria vazia. Nos primórdios da nossa espécie, o meio ambiente não nos oferecia alimentos em abundância e aqueles que apresentavam um comportamento de busca e ingestão de alimentos em excesso tornavam-se capazes de enfrentar e sobreviver aos períodos de escassez de alimento de forma a deixar mais descendentes com as mesmas características comportamentais. Ou seja, nossa espécie foi moldada no sentido de sermos glutões. A abundância de alimentos na sociedade atual criou distúrbios alimentares, como a obesidade, que são enraizados na nossa genética evolucionária. Veremos alguns fatores que influenciam no comportamento alimentar, mas antes se faz necessário uma visão geral dos processos básicos da fisiologia alimentar. Nós apresentamos dois tipos de reservatórios de energia e três tipos de alimentos. Reservatório de curto prazo: é constituído do fígado e músculos. O fígado é utilizado como depositário de glicose, em forma de glicogênio. Este depósito será mobilizado durante os períodos de jejum, como por exemplo durante o período de sono. Este reservatório é de extrema importância tendo em vista a necessidade de uma constante presença de glicose livre para os nossos neurônios. As outras células do nosso corpo têm a capacidade de obter energia de outras fontes além da glicose, já os neurônios não. O segundo reservatório, o de longo prazo, é constituído das células adiposas. Que serão mobilizados quando a presença de glicose circulante diminuir (caloria ingerida/cal. gasta). Existem três tipos básicos de Alimentos: Os Carboidratos (açúcares), Os Lipídios (gordura) e As Proteínas. Os carboidratos (ou Glicídios) são responsáveis principalmente pelo fornecimento de energia para o organismo de forma imediata ou estocados (principalmente no fígado e nos músculos) para uso posterior. Eles são constituídos de blocos de estruturas de carbono, oxigênio e hidrogênio. Dependendo de sua estrutura, os carboidratos são divididos em Carboidratos Simples ou complexos, dividido de acordo com a velocidade de absorção e utilização que terão. Carboidratos simples: são formados por estruturas pequenas (glicose, frutose, sacarose) e são encontrados principalmente nos alimentos doces e nas massas: açúcar, mel, arroz, dentre outros. Por sua pequena estrutura, são rapidamente digeridos e absorvidos, o que pode levar a uma grande alteração dos níveis de glicose no sangue (glicemia). Carboidratos complexos: são formados pela união de várias estruturas de carboidratos, geralmente associados a fibras; por isso têm digestão mais lenta. São encontrados nos grãos integrais. A absorção gradual desses carboidratos é capaz de não causar grandes alterações na glicemia e garantir energia ao organismo por um maior período. Os Lipídios são biomoléculas orgânicas que possuem a característica de serem insolúveis na água (apolares). Porém, são solúveis nos solventes orgânicos (álcool, éter, benzina). Eles possuem quatro funções nos organismos: Fornece energia para as células. Participam da composição das membranas celulares, Atuam como isolantes térmicos nos animais tiagomaltapsi@gmail.com http://tiago-malta.blogspot.com
endotérmicos, facilitam determinadas reações químicas que ocorrem no organismo dos seres vivos.
Os lipídios podem ser divididos em 5 grupos diferentes: Glicerídeos – São materiais formados por glicerol e ésteres de ácidos graxos. São encontrados na gordura de origem animal, no queijo, leite, ovos e nos óleos vegetais, como azeite, óleo de girassol, e outros. Cerídeos – São classificados como lipídios simples. Formados por ácidos graxos e álcoois de cadeia longa, são altamente insolúveis em água. Estão representados pelas ceras, exercendo a função de impermeabilização e proteção. Os cerídeos são encontrados na cera do ouvido, na carnaúba e no favo das abelhas. Esteroides – Formam um grupo de lipídios complexos. Formados por um álcool de várias cadeias. São solúveis em gordura. Eles possuem funções diversas dentro do nosso organismo e estão incluídos nesse grupo os hormônios sexuais, os corticosteroides, o colesterol, os sais biliares do fígado e a vitamina D. Triglicérides – São o resultado da união de moléculas de glicerol e de duas ou três moléculas de ácidos graxos. Sua principal função é o armazenamento de energia, que são estocadas nas células do tecido adiposo. Estão representados pelos óleos e gorduras e são encontrados em maior quantidade em alimentos como leite, queijo, ovos, óleos vegetais e gorduras de origem animal. Fosfolipídios – Lipídios ligados a um grupo de fosfato, sendo formados por álcool, ácido graxo, molécula e ácido fosfórico. Encontrados nas membranas celulares. Os fosfolipídios são anfipáticos, ou seja, um lado da molécula possui uma região polar (cabeça hidrofílica, que tem afinidade por água) e outra região apolar (cauda hidrofóbica, que repele a água). Ácido graxo é “matéria prima” da maioria dos lipídeos, é um ácido carboxílico (COOH) de cadeia alifática, eles possuem 4 átomos a 24 átomos de carbono. Eles podem ser de tiagomaltapsi@gmail.com http://tiago-malta.blogspot.com
cadeias curtas (4 a 6 átomos de carbono), de cadeias médias (8 a 12 átomos) e de cadeias longas (mais do que 12). São considerados componentes orgânicos, ou em outras palavras, eles contêm carbono e hidrogênio em suas moléculas. Estes ácidos são produzidos quando as gorduras são quebradas, podendo ser usados como energia pelas células. Os ácidos graxos são encontrados em óleos vegetais e gorduras animais, e são considerados gorduras boas, por isso devem estar inclusos na dieta alimentar, uma vez que o corpo precisa deles para diversos fins. São classificados em monoinsaturados, poli-insaturados ou saturados. Ácidos graxos monoinsaturados - são encontrados no abacate, nozes, azeite de oliva e nos óleos de canola e de amendoim. O consumo de gorduras monoinsaturadas é benéfico na redução do colesterol LDL, também conhecido como "mau" colesterol, como também diminui o risco de se desenvolver doenças cardíacas. Ácidos graxos poli-insaturados - podem ser encontrados em óleo de girassol, óleo de milho, óleo de soja, óleos de peixe (Ômega 3) e também em oleaginosas como a amêndoa e a castanha. Esse tipo de gordura ajuda a aumentar as taxas do "colesterol bom", o HDL. Ácidos graxos saturados - Estes ácidos são geralmente sólidos à temperatura ambiente, podem ser encontrados na banha, bacon, toucinho, manteiga, leite integral, creme de leite, ovos, carne vermelha, chocolate e gorduras sólidas. O excesso de ingestão de gordura saturada pode aumentar os níveis de colesterol no sangue e aumentar o risco de desenvolver doença arterial coronariana.
Proteína As proteínas são macromoléculas orgânicas compostas de aminoácidos responsáveis pelo crescimento e pela reparação de tecidos. Além disso, as proteínas também ajudam na produção de enzimas, Regularização de diversos hormônios, neurotransmissores e anticorpos (Sistema imunológico), na reposição do gasto energético das células e no transporte de substâncias para o corpo. Também atuam no metabolismo celular e na contração muscular. As proteínas são divididas em dois grupos: de origem animal (carnes, aves, leites e derivados) e de origem vegetal (leguminosas e cereais), e são compostas por diversos aminoácidos, que atuam de diferentes maneiras no organismo.
Principais tipos de proteína Anticorpos: atuam na defesa do organismo, protegendo-o do ataque de bactérias, vírus e outras substâncias nocivas e estranhas. Trombina e o fibrinogênio: outras proteínas de defesa, atuam na coagulação do sangue e previnem a perda sanguínea quando ocorrem cortes e ferimentos. Insulina: é a proteína responsável por regular a taxa de glicose no sangue. Albumina: proteína presente no ovo e que tem a função de nutrir o embrião. Proteínas estruturais: são aquelas que sustentam a estrutura dos tecidos, como o colágeno (Cartilagem), a queratina (cabelo) e a elastina (Tecido epitelial). tiagomaltapsi@gmail.com http://tiago-malta.blogspot.com
Hemoglobina: é a proteína que transporta o oxigênio para os tecidos Globina: proteína que compõe a molécula de hemoglobina. Fontes de proteínas Fontes incompletas (que não contêm todos os aminoácidos essenciais): Leguminosas como feijão, milho, lentilha, arroz, frutas e verduras; Fontes completas: carne, peixes, ovos, laticínios (leite, queijo, iogurte), trigo integral, nozes, soja, germe de trigo, castanha-do-pará e amendoim. Mecanismo de liberação de insulina e glucagon: estes dois hormônios são produzidos pelo pâncreas. A liberação da insulina é ativada com a presença de glicose no sangue (também com a visualização de alimentos, horário condicionado, dentre outros). O papel da insulina é colocar a glicose circulante para dentro das células, Inclusive das células do fígado. Neste órgão a glicose fica armazenada em forma de glicogênio. Esta reserva será utilizada, durante o período de jejum (ao dormir), quando os níveis de glicose circulante abaixam. Quando isto ocorre, o pâncreas começa a produzir glucagon, o hormônio responsável pela transformação do glicogênio em glicose.
Componentes fisiológicos Quantidade de nutrientes: A presença de glicose em abundância (ou não) no sangue fornecendo energia para o cérebro e para todo o metabolismo corporal. Fatores hepáticos: quimioceptores do fígado avisariam o hipotálamo da quantidade de glicogênio existente para que o hipotálamo ativasse o sistema motivacional da busca ao alimento antes que este chegue a níveis críticos. Fatores pancreáticos: a quantidade de insulina e glucagon parecem ser dois sinalizadores da fome e saciedade, porém os mecanismos não estão bem esclarecidos. Sabe-se que durante a fase cefálica (antecipação da obtenção do alimento) a estimulação parassimpática promove a liberação de insulina pelas células Beta do pâncreas. Isto promove uma queda de tiagomaltapsi@gmail.com http://tiago-malta.blogspot.com
glicose circulante, o que aumenta o estímulo para comer. Esta ativação se dá pelo NPY. Com a chegada do alimento no estômago mais insulina será liberada pela estimulação do CCK (liberado pelo intestino). A liberação máxima de insulina se dá quando o alimento é absorvido pelo intestino. O próprio aumento da glicemia e da insulina inibem o comportamento alimentar atuando diretamente nos núcleos arqueados e Ventromedial do hipotálamo. Fatores da cabeça: receptores gustativos, visuais e olfativos. Estes receptores através de aprendizado podem associar o gosto de determinada comida com seu teor calórico. Fatores gástricos: não só a distensão da parede estomacal, mas também a presença de receptores indicando a quantidade e qualidade dos nutrientes. (Ex: ratos e humanos com balão de encher no estômago). Fatores intestinais: o intestino secreta diversas sinalizadores na corrente sanguínea quando o alimento chega ali.
Saciedade sensorial específica A saciedade sensorial específica caracteriza-se por uma breve saciedade causadas por um alimento específico ingerido durante uma refeição, enquanto dá vontade de ingerir outros tipos de alimentos. “Também se presume que a saciedade sensorial sirva a uma necessidade fisiológica. Sugeriu-se que se trata de um mecanismo que assegura a variedade dietética e influencia a qualidade da dieta”. (Adam Drewnowski)
Componentes socioculturais Presença de pessoas: “Enquanto a presença de pessoas familiares facilita o consumo, a presença de pessoas não familiares inibe-o. A literatura sugere duas normas principais que guiam o comportamento alimentar em contextos sociais. A norma de seguir o outro, presente em contextos informais, leva a que as pessoas comam tanto como as que as rodeiam, explicando porque motivo se come mais com amigos e familiares. ” (Maria Toscano Batista e Maria Luísa Lima) Condicionamento e fatores psicossociais “A família é responsável pela transmissão da cultura alimentar. Na sua socialização, a criança aprende sobre a sensação de fome e saciedade, e desenvolve a percepção para os sabores e as suas preferências, iniciando a formação do seu comportamento alimentar. Estudos sobre o condicionamento na alimentação demonstraram que as preferências alimentares são fundamentalmente formadas pela associação de três fatores: percepção sensória dos alimentos, consequência pós-ingestão dos alimentos e contexto social. ” (Maurem Ramos; Lilian M. Stein) " Aprendizagem (fatores internos e externos) O comportamento alimentar humano é moldado por diversas instâncias psicobiológicos, sendo uma interação entre fatores fisiológico, fatores psicológicos e o ambiente que uma pessoa está inserida. O Que determina a escolha do que comer, envolve fatores internos e externos ao indivíduo. Os fatores internos dizem respeito a Taxa Metabólica, sistema gastrointestinal, neurotransmissores, dentre tantos. Nos fatores externos dizem respeito a características dos alimentos (sabor, familiaridade, textura, dentre outros) e características ambientais, além de fatores culturais e religiosos.
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Cérebro
Núcleo solitário: Substância cinzenta localizada na parte dorso medial do bulbo associada com o trato solitário. Recebe aferências da maioria dos órgãos do sistema, incluindo as terminações dos nervos facial, glossofaríngeo e vago. É um coordenador importante da regulação do sistema Nervoso Autônomo, dos aspectos cardiovascular, respiratório, gustativo, gastrointestinal e quimiorreceptor relacionados com a homeostase. O núcleo solitário é notável por apresentar um grande número de neurotransmissores lá. Área postrema: Eminência pequena arredondada em cada lado do quarto ventrículo que recebe fibras nervosas do núcleo solitário, medula espinal e áreas adjacentes do bulbo. A área postrema se localiza fora da barreira hematoencefálica e entre suas funções atua como quimiorreceptor emético. Hipotálamo: Parte ventral do diencéfalo que se estende da região do quiasma óptico a borda caudal dos corpos mamilares, formando as paredes lateral e inferior do terceiro ventrículo. Hipotálamo lateral - relaciona-se com a sede, fome e agressividade. Hipotálamo ventromedial - relacionado com a saciedade da fome e da sede e tranquilidade. Teoria do set point - O nosso organismo apresenta uma tendência a homeostase da gordura corporal. Como assim? Experimentos com animais e experiências pessoais nos mostram a tendência de mantermos o peso corporal. Pessoas que se submetem a dietas violentas para a perda de grande quantidade de peso em um espaço curto de tempo, verificam a “impossibilidade” de manter o novo peso, gerando culpa, perda da auto- confiança e frustração. Este mecanismo se dá ao nível hipotalâmico. Quando as células adiposas se tiagomaltapsi@gmail.com http://tiago-malta.blogspot.com
encontram cheias estas liberam uma proteína chamada leptina. A leptina (produzida pelo gene ob) liberada ativa receptores no núcleo arqueado do hipotálamo. Estes neurônios liberam alfa-MSH e CART que irão atuar no núcleo paraventricular. Este núcleo, por sua vez, é responsável pela produção hormonal de TSH e ACTH. Estes dois hormônios irão aumentar o metabolismo. Os neurônios do paraventricular também irão enviar projeções o hipotálamo lateral para produzir inibição do comportamento alimentar. Já uma diminuição da leptina será detectada pelos neurônios do núcleo arqueado que contêm NPY e AGRP. Estas substâncias irão inibir o núcleo paraventricular e excitar o hipotálamo lateral, induzindo ao comp. Alimentar. Esta dificuldade de manutenção de um novo peso foi verificada em experimentos com privação e alimentação forçada em ratos. Os animais submetidos a alimentação forçada apresentavam uma fase dinâmica de ganho de peso, seguida por uma fase estática. E assim que era dada a oportunidade, os animais voltavam ao seu peso anterior. O oposto também foi verificado com a privação de alimento. A neurotransmissão subjacente ao comportamento alimentar é complexa e somente agora começa a ser desvendada. O sistema dopaminérgico mesolímbico estaria envolvido na motivação a busca do alimento. Isto foi verificado em experimentos com estimulação elétrica do hipotálamo lateral. Esta estimulação promove um aumento no comportamento alimentar. A destruição ou bloqueio dos receptores dopaminérgicos do sistema mesolímbico promove uma diminuição da resposta a estimulação. A serotonina também se encontra envolvida no processo alimentar extremamente associada ao humor. Durante o período pós-absortivo a serotonina no hipotálamo, se apresenta em baixos níveis aumentando com a exposição ao alimento e chegando ao pico máximo durante a refeição. A serotonina é confeccionada a partir de um aminoácido encontrado em carboidratos, o triptofano. Um aumento na produção de serotonina promove uma sensação de bem-estar, principalmente em quadros de estresse. Talvez esteja aí, a razão de ganho de peso durante períodos estressantes. Ou seja, o indivíduo procuraria uma dieta rica em triptofano para a melhoria do humor (inconscientemente, claro). As drogas que aumentam os níveis de serotonina produzem um efeito supressor do apetite, como por exemplo as anfetaminas. Porém os efeitos colaterais destas são extremamente prejudiciais à saúde tendo em vista que a serotonina está envolvida em vários outros processos. Os transtornos alimentares como a anorexia e bulimia parecem estar associados a desequilíbrios nos níveis de serotonina. No caso da bulimia, existe um quadro de depressão associado. A depressão se instala em função de uma baixa dos níveis serotonérgicos, assim como a baixa da sensação de saciedade, o que seria responsável pelos ataques de voracidade. Podemos perceber neste trabalho que nossa alimentação não ocorre de forma aleatória, ela é estruturada por fatores sociais, familiares e biológicos. Por isso nossa responsabilidade de saber exatamente porque estamos ingerindo um certo alimento e para que estamos ingerindo.
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Referências de Imagens Escena de banquete (Bartolomeo Manfredi) https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Escena_de_banquete_(Bartolomeo_Manfredi).jpg Camera eats first https://en.wikipedia.org/wiki/Camera_eats_first Food rheology https://en.wikipedia.org/wiki/Food_rheology Bibliografia Consulta ao DeCS http://decs.bvs.br/cgi-bin/wxis1660.exe/decsserver/ Adam Drewnowski - Palatabilidade e saciedade: modelos e medidas - ANAIS NESTLÉ COLUME 57 (1999) http://www.ufjf.br/renato_nunes/files/2010/08/sabor-e-saciedade.pdf Maria Toscano Batista; Maria Luísa Lima - Comer o quê com quem? Influência social indirecta no comportamento alimentar ambivalente - Psicol. Reflex. Crit. vol.26 no.1 Porto Alegre (2013) http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722013000100013 Maurem Ramos; Lilian M. Stein - Desenvolvimento do comportamento alimentar infantil http://www.jped.com.br/conteudo/00-76-S229/port.asp
Tiago André M. Malta Rio de Janeiro, 28 de novembro de 2017 Endereço Eletrônico: tiagomaltapsi@gmail.com BLOG: http://tiago-malta.blogspot.com
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