O Ciclo de Vida Completo (Resumo Feliz)

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O Ciclo de Vida Completo (Resumo Feliz) Erik H. Erikson feat Joan M. Erikson Prefácio da versão Ampliada Como é difícil para uma pessoa reconhecer e ter uma perspectiva de onde ela está presentemente no propósito ciclo de vida. Hoje é como ontem até você parar e fazer um inventário. Será que reconheceríamos a velhice na medida em que ela fosse se insinuando e os dias fossem passando num roldão? Só muito lentamente nós começamos a perceber os aspectos particulares do oitavo estágio. (Página VII) O Oitavo Estágio O meu propósito ao revisar o oitavo estágio do nosso gráfico do ciclo de vida, e as forças atribuídas a ele, é o de esclarecer várias discrepâncias significativas e importantes, agora que Erik e eu “chegamos lá”, por assim dizer. Meus comentários são feitos à luz da declaração de Erik de que uma revisão da “nossa tentativa de completar o ciclo da vida no nosso tempo de vida realmente parece apropriada e justificável”. Na década de quarenta, quando estávamos buscando as palavras mais exatas para designar as virtudes do ciclo da vida, selecionamos “sabedoria” e “integridade” como as forças finais que amadureciam plenamente na velhice. Nós tínhamos inicialmente, considerado a “esperança”, porque ela era obrigatória para a sobrevivência e necessária para todas as outras forças. Mas, uma vez que a esperança se torna vital a partir do período do bebê, ela claramente não exige tempo para a sua consecução e a integridade como as forças da velhice, nós éramos desafiados a justificar esta seleção. (Página VIII e IX) (...). Nós podemos olhar para trás, para um passado distante, e isso nos ajuda a compreender as nossas vidas e o mundo em que vivemos. Nós olhamos para a frente e este olhar pode ser apenas um pensamento desejo ou um sonho esperançoso, mas sem a perspectiva promissora do futuro, poderíamos ficar embotados pela apreensão. No entanto, à jovial maneira americana, nós nos agarramos a uma expressão que exemplifica uma aceitação giriesca da antiga sabedoria. (...) (Página VIII e IX) Agora podemos ver que a sabedoria pertence ao mundo da realidade ao qual os nossos sentidos nos dão acesso. Assim, é com nossos sentidos que compreendemos através da visão e audição, enriquecidas e ajudadas como são pelo olfato, paladar e tato, pois todos os animais têm estes dons e atributos. Estas


inestimáveis fontes de informações necessariamente não passam a funcionar melhor com o passar do tempo, mas a mente alerta retém as informações sabiamente armazenada para o uso, quando surgir a necessidade. Também é papel da sabedoria guiar o nosso investimento na visão e no som e focar nossas capacidades no que é relevante, duradouro e nutridor, tanto para nós individualmente quanto para sociedade em que vivemos. (Página X)

Sem contato não há crescimento; de fato, sem contato a vida não é possível. A independência é uma falácia. Integridade é uma palavra maravilhosamente desafiadora. Ela não exige nenhuma diligente deliberação ou desempenho, apenas o manejo cotidiano de todas as atividades maiores e menores, com toda a vigorosa atenção aos detalhes necessários para um dia bem-vivido. É tudo tão simples tão direto e tão difícil. (Página XI) (...) Olhar para trás é atraentemente memorável; o presente é natural e cheio de pequenos prazeres, imensas alegrias e muito riso. (Página XII) A velhice exige que a pessoa reúna todas as experiências prévias e apoie nelas, mantendo-se consciente e criativa com uma nova dignidade. (Página XIII)

Prefácio da Primeira Edição Onde quer que começamos, todavia, o papel central que os estágios da via da vida desempenho na nossa teorização ciclo social nos levará cada vez mais fundo as questões da relatividade histórica. Assim, um olhar retrospectivo nas últimas décadas deste século deixa claro que a velhice só foi “descoberta” recentemente, pois ela certamente exigiu certa redefinição quando se descobriu que o número cada vez maior de pessoas velhas representavam uma massa de anciãos em vez de uma elite de idosos. (Página XIV)

1 Introdução O trabalho de Freud começará no século da busca de Darwin pela origem evolutiva das espécies; e o novo etos humanista exigia que a humanidade, outrora tão orgulhosa da consciência e estrutura moral de sua suposta maturidade civilizada, aceitasse a descoberta de suas raízes primárias em seus ancestrais animais, em suas próprias pré-história primeva e nos estágios de bebê da ontogenia. Tudo isso, de qualquer maneira, estava outrora implicado naquela terminologia da energia instintiva que, ao longo dos anos passou a transmitir uma certa convicção ritualística em vez da persistente esperança da confirmação científica escrita. (Página 20)


(...) Freud ao analisar os grupos “artificiais” (tais com uma igreja ou exército), era demonstrar que tais grupos são mantidos unidos por “instintos amorosos” que foram desviados de suas metas biológicas para ajudar a criar apegos sociais, embora eles não operem com menos energia em função disso. Esta última suposição nos interessa no contexto do desenvolvimento psicossocial: de que maneira legítima o “amor pode ser transferido... de metas sexuais para metas sociais" (Página 21)

“temos de examinar as influências acidentais do meio ambiente” (Anna Freud) (...)as extensivas e intensivas apresentações e discussões de caso parecia estar em total contraste com o legado terminológico que proporcionava a estrutura para o discurso teórico. A linguagem clínica e a teórica pareciam celebrar duas atitudes diferentes em relação à motivação humana, embora se mostrassem complementares em nossa experiência de treinamento. (Página 21) Atualmente, eu não hesitaria em designar a diferença básica entre abordagens teóricas e prática que caracterizavam o nosso treinamento como a preocupação do século passado com a economia da energia e a ênfase deste século na complementaridade e relatividade. Sem saber muito bem o que estava fazendo, eu mais tarde dei o título "Relevância e Relatividade na Histórica de caso" (1951,1963) ao primeiro capítulo de meu primeiro livro, independentemente do que eu disse lá e por mais analógico que fosse tal pensamento, eu passei a considerar a atitude clínica básica da psicanálise com uma experiência baseada no reconhecimento de múltiplas relatividades - o que espero fique claro neste ensaio. (Página 23 e 24)

Uma das preocupações deste ensaio é esclarecer a teoria psicossocial que se desenvolveu, especialmente em relação às suas origens na teoria psicanalítica, como um todo, e ao seu possível significado para el. (Página 25)

2 Psicossexualidade e o Ciclo de Gerações . (...) curar sempre envolve uma atitude política que não discutir fatos estabelecidos, mas, acima de tudo, tenta incluí-los num contexto mais amplo com certa qualidade em esclarecedora. (...) (Página 27) (..) assistência de um ser humano depende, em todos os momentos, de três processos de organização que devem complementar-se. Há, seja em que ordem for, o processo biológico da organização hierárquica dos sistemas de órgãos que constitui um corpo (soma); há a processo psíquico que organiza a experiência individual


através da síntese do ego (psique) e há o processo comunal da organização cultural da interdependência das pessoas Ethos. (Página 27) No trabalho clínico, evidentemente, nos deparamos em geral com a maneira muito surpreendente pela qual estes processos, por sua própria natureza, tendem a não ajudar e a isolar os outros, provocando o quê por diferentes métodos pode ser estudado como tensão somática, ansiedade individual ou pânico social. O que torna o trabalho clínico tão instrutivo, todavia, é a seguinte regra: abordar o comportamento humano em termos de um desses processos sempre significa ver-se envolvido nos outros, pois cada item que se mostra relevante num processo é visto como dando significado a itens dos outros, ou deles recebendo significado. (Página 28) De um ponto de vista psicobiológico, está muito óbvio que estas zonas “eretogênicas” e os estágios de sua libidinização parecem centrais para sobrevivência de vários outros desenvolvimentos básicos. Existe, em primeiro lugar, o fato fundamental de que elas têm funções necessárias para a preservação do organismo. (Página 31)

Modo dos órgãos e modalidades posturais e sociais Modo Pré Genitais Aqui, devemos dizer uma palavra em relação ao fato de que, ao invés da “fase fálica” original, eu prefiro falar no estágio infantil-genital e considerá-lo dominado, em ambos os sexos, por combinações de modos e modalidades intrusivos e inclusivos. Pois no nível infantil-genital - e esta parece ser uma das “razões” (evolutivas) para o período de latência - precisamos supor uma certa disposição bissexual em ambos os sexos, enquanto uma diferenciação completa dos modos genitais de intrusão masculina e inclusão feminina preciso esperar pela puberdade. (Página 37) Modalidades posturais Na medida em que ampliamos aqui o significado da pronação inicial do homem, não podemos deixar de mencionar o engenhoso arranjo da situação básica de tratamento psicanalítico que, paradoxalmente, permite a associação livre numa condição em que o paciente se mantém deitado de costas, numa posição supina que proíbe o encontro dos olhos durante uma troca extremamente decisiva de palavras. Esta mistura de liberdade e constrição, na verdade, leva a transferências apaixonadas e persistentes, as mais profundas (e, para alguns, perturbadoras) das quais provavelmente são uma repetição da busca supina (carente) do bebê pelo rosto responsivo de sua cuidadora. (Página 40) Para a criatura que fica em posição vertical, a cabeça (a princípio um tanto oscilante) está em cima, os olhos na frente. A nossa visão estereoscópica nos faz


“encarar” o que está na frente e adiante de nós. O que está atrás também está por trás e existem outras combinações significativas. (Página 40) (...) abaixa atrás são aquelas coisas e pessoas que possa ter deixado para trás simplesmente por ter crescido, ou que quero deixar para trás, esquecer, descartar. (...) (Página 40) Ritualização Clinicamente, nós conhecemos em resultados patológicos de uma perturbação decisiva neste estágio. Novamente, é o fracasso das ritualizações que define a liberdade de movimento do pequeno indivíduo, de tal maneira que algumas escolhas básicas permanecem garantidas, enquanto certas áreas de vontade própria estão submetidas. E, assim, aceitação ritualizada da necessidade de diferenciar o certo e o errado, o bom e o mal, o meu e o teu, pode se transformar numa submissão exageradamente compulsiva ou numa impulsividade compulsiva. (Página 44) A idade do brincar, finalmente, é um bom estágio para encerrarmos a descrição das ritualizações da vida pré-escolar. Psicossexualmente falando, a idade do brincar precisa resolver a tríade edípica que governa a família básica, enquanto os apegos extrafamiliares intensos são adiados para depois que a criança passou pela idade escolar, independentemente do método de início da escolarização da sociedade. (Página 45) (...) quanto ao elemento de ritualização enraizado na idade do brincar, eu acho que ele é uma supressão moralista e inibidora da iniciativa divertida, na ausência de maneiras criativamente e ritualizadas de canalizar a culpa. Moralismo e a palavra para isso. (...) (Página 45)

De passagem, entretanto, precisamos observar um outro atributo essencial de todo o desdobramento desenvolvimental. Na medida em que aumenta o raio de contra-atores, qualificando o ser em crescimento para novos papéis dentro de formações grupais mais amplas, certas de configurações básicas como a díade ou tríade originais precisam encontrar uma nova representação dentro de contextos posteriores. Isso não nos dá o direito, sem uma prova muito especial, de considerar estas reencarnações como um mero sinal de fixação ou regressão a simbiose mais inicial. Elas podem muito bem ser uma recapitulação epigenética num nível desenvolvimental superior e, possivelmente, sintonizada com os princípios governantes e necessidades psicossociais desse nível. (Página 46)


3 Estágios Maiores no Desenvolvimento Psicossocial Sobre os termos utilizados - e os gráficos Cada etapa (...) baseia-se em todas as anteriores, enquanto em cada horizontal a maturação desenvolvimental (e a crise psicossocial) de uma dessas virtudes dá novas conotações a todos os outros estágios "inferiores" e já desenvolvidos e, também, aos superiores e ainda em desenvolvimento. (Página 54) O último estágio A antítese e dominante na velhice e o tema da última crise foram chamados por nós de integridade vs desesperança. Aqui, o elemento distônico pode parecer mais imediatamente convincente, considerando-se o fato de que a linha mais alta assinalada o fim total (impredizível no tempo e no tipo) do nosso curso de vida específico. A integridade, todavia, parece transmitir uma exigência peculiar - como transmitir a força específica que postulamos como amadurecendo a partir da última antítese - a sabedoria. Esta nós descrevendo descrevemos com uma espécie de "preocupação informada imparcial com a vida em si diante da morte em si", conforme expresso em antigos adágios e também potencialmente presente nas mais simples referências a questões concretas e diárias. (Página 55)

Tomemos este último estágio: foi nos nossos "anos intermediários" que nós o formulamos, numa época em que, certamente, não tínhamos nenhuma intenção (ou capacidade) de nos imaginar como realmente velhos. Isso foi apenas há algumas décadas; e, no entanto, a imagem predominante da velhice era totalmente diferente da época. Nós ainda podíamos pensar em termos de “pessoas mais velhas", os poucos homens e mulheres sábios que como viviam tranquilamente de acordo com suas tarefas apropriadas e sabiam como morrer com certa dignidade, em culturas onde longa sobrevivência parecia ser uma dádiva divina e uma obrigação especial para algumas pessoas. Mas será que isso ainda vale, quando a velhice é representada por um grupo muito numeroso, que aumenta rapidamente de “anciões” razoavelmente bem preservados? Por outro lado, será que as mudanças históricas devem nos dissuadir daquilo que outrora percebíamos como Venice, no nosso próprio tempo de vida e de acordo com o conhecimento destilado que sobreviveu no bom senso popular e na sabedoria popular? (Página 56) Se, então, o ciclo de vida no final volta ao início, resta alguma coisa na anatomia da esperança madura e numa variedade de fés ("a menos que você dê a volta e se torna uma criança..."), o que confirma a esperança com a mais infantil de


todas as qualidades humanas. E, na verdade, o último estágio de vida parece ter um grande significado potencial para o primeiro; as crianças de culturas viáveis tornamse reflexivas de uma maneira específica através de encontros com pessoas velhas, e podemos ponderar que este relacionamento vai e deve tornar-se no futuro, quando uma velhice amadurecida será uma experiência "mediamente esperável", a ser planejadamente antecipado. Assim, uma mudança histórica, como o emcompridamento do período médio de vida, exige re-ritualizações viáveis, que devem proporcionar uma interação significativa entre o início e o final e, também, um certo senso finito de resumo e, possivelmente, uma antecipação mais ativa do morrer. Para tudo isso, sabedoria ainda será uma palavra válida - e também, na nossa opinião, desespero. (Página 56) Estágio generativo que precede a velhice (...) ausência de envolvimento Vital, muitas vezes, parece ser o tema nostálgico oculto nos sintomas manifestos que trazem um continuado senso de estagnação. (...) um novo sintoma facilmente confundido com uma mera regressão a estágios anteriores. Isso acontece especialmente quando os pacientes velhos parecem estar fazendo um luto não só pelo tempo perdido e o espaço esvaziado, mas também (...) pela autonomia enfraquecida, iniciativa perdida, intimidade ausente, generatividade negligenciada - para não falar dos potenciais de identidade ignorados ou, na verdade, de uma identidade vida extremamente limitante. (...) na velhice todas as qualidades do passado assumir novos valores (...) o fato de o último estágio encontrar a pessoa relativamente vai-se livre da ansiedade neurótica, não significa que a pessoa esteja absolvida do pavor da vida e morte; e o entendimento mais profundo da culpa infantil não termina com senso de mal que em cada vida é experienciado de uma maneira pessoal (Página 57) E, assim, retornando amos ao que afirmamos ser o traço sintônico dominante no último estágio: a integridade. em seu sentido mais simples, ela é evidentemente, um senso de coerência e inteireza que certamente corre um risco supremo naquelas condições terminais que incluem uma nos três processos organizadores: no soma, o enfraquecimento geral da interação tônica nos tecidos conectores, vasos que distribuem o sangue e sistema muscular; na Psique, a gradual perda de coerência mnemônica da experiência, passada e presente, e, no Etos, a ameaça de uma perda súbita e quase total da função responsável pela interação generativa. O necessário aqui poderia simplesmente ser chamado de "integralidade", uma tendência a manter as coisas unidas. E, realmente, precisamos reconhecer na velhice uma mitologização retrospectiva que pode chegar a uma pseudo-integração como uma defesa contra o desespero que espreita. (Página 58) O vínculo geracional: idade adulta Na idade adulta (o nosso sétimo estágio) nós atribuímos a antítese crítica de generatividade vs auto-absorção estagnação. Agendar atividade, nós descemos, inclui pro criatividade, produtividade, e criatividade e portanto, a geração de novos


seres novos produtos e ideias, incluindo uma espécie de auto geração relativa ao desenvolvimento adicional da identidade. Um senso de estagnação, por sua vez, não é estranho mesmo aqueles que são extremamente produtivos e criativos, embora possa esmagar os que se encontram não-ativados em questões generativas. A nova “virtude” que emerge da antítese, o Cuidado, é um compromisso cada vez mais amplo de cuidar das pessoas, dos produtos e das ideias que os quais aprendemos a nos importar. Todas as forças que surgem de desenvolvimentos anteriores, na ordem ascendente do período de bebê a idade adulta (esperança e vontade, propósito e habilidade, fidelidade e amor), agora se revelam, no estudo mais cuidadoso, essenciais para a tarefa geracional de cultivar a força na geração seguinte. Pois está, na verdade, é a “reserva” da vida humana. (Página 59 e 60) A estagnação, como a antítese em todos os estágios, assiná-la a patologia nuclear potencial deste estágio, e evidentemente, envolver a certa regressão há conflitos prévios. No entanto, ela também deve ser entendida em sua importância específica para o estágio. Isso, conforme indicado, é especialmente importante atualmente, quando a frustração sexual é reconhecida como patogênica, enquanto a frustração generativa, segundo o etos tecnológico dominante de controle da natalidade, pode não ser reconhecida. No entanto, a sublimação, ou uma aplicação mais ampla, é o melhor uso das energias pulsionais frustradas. Portanto, atualmente, como descemos, um novo etos generativo pode requerer um cuidado mais universal preocupado com a melhora qualitativa da vida de todas as crianças (Página 60) Adolescência e idade escolar (...) os tumultos que caracterizam a adolescência de outras épocas podem permanecer estranhamente dormentes. E, novamente, adolescência pode abrigar preocupações existenciais do tipo que só "amadurecem" na velhice. (Página 64) Em resumo, o processo de formação da identidade surge como uma configuração desenvolvente - uma configuração, que gradualmente, integra dados constitucionais, necessidades libidinais idiossincráticas, capacidades preferidas, identificações significativas, defesas efetivas, sublimações bem-sucedidas e papéis consistentes. Tudo isso, entretanto, só pode MG de uma mútua adaptação de potências individuais, visões de mundo tecnológicas e ideologias religiosas ou políticas. (Página 65) A contraparte antipática da diligência, o senso de domínio competente a ser experienciado na idade escolar, e a inércia que ameaça constantemente paralisar a vida produtiva do indivíduo e, evidentemente, está decisivamente relacionada a inibição da idade procedente, a do brincar. (Página 67)


4 Ego e Etos: Notas de Conclusão Ao submeter a própria técnica psicanalítica as regras rigorosas e ascéticas que a privam do caráter de um encontro social, Freud colocou o "eu" auto observador e o “nós” compartilhado a serviço exclusivo do estudo do inconsciente. Este provou ser um procedimento meditativo capaz de produzir insight curativos extraordinários para aqueles indivíduos que sentem suficientemente perturbados para precisar deles, suficientemente curiosos para querê-los e suficientemente sadio para aceitá-los. (Página 76) Realidade Tripla Devemos dizer que a realidade, então, possui vários componentes indispensáveis. Todos eles são dependentes, no contexto psicanalítico, de uma instintualidade em que, em contraste com a instintividade do animal, as energias afetivas são colocadas à disposição do ego durante o desenvolvimento e agora trabalham para imersão das capacidades em amadurecimento no mundo fenomenal e comunal. Portanto, podemos dizer que a criança aprende a "amar" até os fatos que podem ser nomeados, verificados e compartilhados, e que isso, por sua vez informa este amor. (...) Senso de realidade que está crescendo a factualidade. (Página 78) Uma segunda colocação da palavra realidade é uma coerência e ordem convincentes que leva os fatos conhecidos a um contexto capaz de nos fazer (mais ou menos surpreendente mente) perceber sua natureza: um valor de verdade que pode ser compartilhado por todos aqueles que participam de uma mesma linguagem e imagem do mundo. (Página 78) A realidade, como uma visão de mundo viável, então (mesmo que seja modestamente chamada de um "modo de vida"), é em seu melhor aspecto uma concepção totalmente inclusiva que foca a atenção disciplinada numa seleção de fatos certificáveis: libera uma visão coerente que intensifica um senso de contextualidade efetiva um companheirismo ético com sólidos comprometimentos de trabalho. (Página 79) As imagens de mundo, finalmente, precisão se desenvolver com cada indivíduo, como precisam ser renovadas em cada geração. (Página 79) Conforme indiquei, eu então consideraria adolescência como estágio dívida amplamente aberto, cognitiva e emocionalmente, a novas imagens ideológicas capazes de guiar as fantasias e energias da nova geração ponto dependendo do momento histórico, isso alternadamente vai confirmar ou contestar a ordem existente ou prometer uma ordem futura, mais radical ou mais tradicional, e assim ajudar a superar a confusão de identidade. (Página 81)


Aqui, e de passagem, talvez fosse bom lembrar que ao delinear os estágios de vida precisamente reservados para as ritualizações dos potenciais morais e ideológicos e éticos do homem - Ah sabia, a infância, adolescência e idade adulta nós acertamos sobre os perigos correspondentes de três ritualistas: moralismo, totalista e autoritarismo. (Página 81) A situação psicanalítica, eu afirmei, pode ser revisada em termos que retratam as sementes do psicanalista e do paciente funcionando como dois "sistemas coordenadas" que se movem um em relação ao outro. O aparente repouso e impessoalidade do encontro psicanalítico permite e intensifica no paciente uma "livre flutuação" de "associações" que pode mover-se com velocidade variável pelo passado distante, ou no presente imediato, para o futuro temido ou desejado e, ao mesmo tempo nas esferas da experiência concreta da fantasia e da vida onírica. (Página 83 e 84) O psicanalista, por sua vez, passou por uma "análise didática" que lhe ensinou uma espécie de consciência Perpétua, mas (em seu melhor aspecto) disciplinada e discreta, das viagens de sua mente através do tempo desenvolvimental histórico. Assim, enquanto considera as verbalizações do paciente a luz do que ele sabe sobre a direção geral da vida do analisando, o psicanalista permanece conscientemente pronto aperceber como o estado presente do paciente e seus conflitos passados reverberam na sua situação de vida evocam sentimentos e imagens dos estágios correspondentes do passado - em resumo, a "contratransferência" do terapeuta. Esta complexa interação não é só esclarecedora como também ajuda a detectar (e aprender a partir de) algum possível conluio inconsciente entre as fantasias e negações habituais do terapeuta e as do paciente. Mas, enquanto se movem assim em seus respectivos ciclos de vida, relativos como ambos são as diferentes tendências sociais e históricas, os pensamentos interpretativos do terapeuta também se movem segundo as conceitualizações passadas e atuais da psicanálise: incluindo, é claro, a posição "geracional" do analista entre sua própria análise didática e outras personalidades escolas influentes em sua formação e também suas ruminações intelectuais, intrinsecamente relacionadas ao seu desenvolvimento como profissional e como pessoa ponto picada modelo ou "mapa" clínico teórico antigo ou novo pode, como os vimos, ser marcado por mudanças significativas no ethos clínico. (Página 84) (...) a pessoa que cura e aquele a ser curado, a princípio, compartilham - e podem compartilhar de forma muito real - as leis invariantes da motivação humana. (...) (Página 86) A diferença clássica entre a situação psicanalítica encontrada no trabalho com adultos e com crianças têm sido evidentemente o fato de que as crianças, em sua imaturidade de personalidade, são incapazes de reclinar-se e praticar a introspecção


sistematicamente. Quando muito, elas querem interagir, brincar e conversar. (Página 85) (...) A revolucionária decisão de Freud de tornar esta interação de transferência a questão central na situação de cura transformou a psicanálise, clínica e "aplicada", no método mais adequado para o estudo da relatividade desenvolvimental e histórico na experiência humana. E somente este estudo pode confirmar o que é, na verdade, invariantemente humano. (Página 88) É evidente que uma orientação psicossocial se funde naturalmente com esta visão desenvolvimental histórica, e que as observações clínicas feitas com esta consciência, quando lidamos com pacientes de diferentes idades e diferentes áreas do mundo, podem, no próprio processo de cura, serviu para registrar o destino das forças e perturbações humanas básicas sobre condições tecnológicas históricas em modificação. Portanto, o trabalho clínico pode suplementar outras maneiras de tomarmos o pulso da história em modificação e de desenvolvermos uma consciência totalmente humana. (Página 88)

5 O Nome Estágio Mesmos corpos mais bem, bem-cuidados começam a enfraquecer que não funcionam como antes. Apesar de todos os esforços para manter a força e o controle, o corpo continua a perder sua autonomia. O desespero, que assombra oitavo estágio, é um companheiro próximo ao nome, porque é quase impossível sabermos que emergência e perdas de capacidade física estão iminentes. Na medida em que a independência e o controle são desafiados, a autoestima e a confiança enfraquecem. A esperança EA confiança, que outrora proporcionaram um sólido apoio, já não são mais os sustentáculos vigorosos de épocas anteriores. Enfrentar o desespero com fé e humildade apropriada talvez seja o curso mais sábio. (Página 89 e 90) Desconfiança básica versus confiança: Esperança

Sem uma confiança básica o bebê não pode sobreviver A esperança pode facilmente dar lugar ao desespero diante da continua e crescente desintegração e a luz de indignidades tanto crônicas quanto subidas. Mesmo as atividades mais simples da vida cotidiana podem apresentar dificuldades e conflitos. Não surpreende que os anciões fiquem cansados e frequentemente deprimidos. Mas eles prontamente aceitam que o sol se põe à noite e rejubilam-se ao vê-lo surgir todas as manhãs enquanto a luz, a esperança. (Página 90 e 91)


Autonomia versus vergonha e dúvida: vontade Autonomia. Pensem em como é, em como sempre foi, querer todas as coisas da nossa maneira. Eu desconfio que este impulso continua até nosso último suspiro. Quando éramos jovens, todas as pessoas mais velhas eram mais fortes e mais poderosas; agora os poderosos são mais jovens do que nós. (Página 91)

A vergonha e a dúvida desafio a preciosa autonomia. Iniciativa versus culpa: propósito Os anciãos que encaravam seriamente a liderança no período anterior da vida podem, nos últimos anos, evitar a culpa que acompanha a iniciativa fervorosa. Em quanto antes nós éramos cheios de ideias criativas, depois dos oitenta tudo não passa de entusiasmo memorável. A distância ele parece demasiado e não- centrado. O senso de propósito e o entusiasmo ficam amortecidas; já basta ter de acompanhar um ritmo lento, constante, exigente. A culpa ergue sua feia cabeça quando um ancião está muito disposto a executar algum projeto que parece totalmente satisfatório e atraente, mas apenas pessoalmente. (Página 92) Diligência versus inferioridade: competência A diligência, que era uma força impulsionadora quando estava hoje com quarenta anos, é uma lembrança difusa. Nós tínhamos tanto orgulho da nossa competência. Tanta energia! Aquela urgência se foi e, provavelmente, isso é uma benção, porque realmente não temos força suficiente para o ritmo que tínhamos na época. Mas, quando desafios nos impulsionam, somos forçados a aceitar a inadequação. Não ser competente em virtude da idade é depreciativo ponto nós nos sentimos como crianças pequenas de idade avançada. (Página 92) Identidade versus Confusão de Identidade: Fidelidade Está confuso sobre esta identidade existencial faz com que a pessoa seja um enigma para si mesma, e para muitas, talvez a maioria, das outras pessoas. Com o envelhecimento, podemos sentir uma incerteza real sobre o status e papel. (Página 93)


Intimidade versus Isolamento: Amor Os anciões do nono estágio podem ser incapazes de manter sua maneira de relacionar-se com os outros. A nossa maneira típica de envolvimento e contato com as pessoas pode ser dominada por novas incapacidades e dependências. As pessoas mais velhas talvez precisem iniciar a interação com maior frequência, pois os outros podem ficar em seguros ou ponto à-vontade, sem saber como “quebrar o gelo”. (Página 94) Generatividade versus Estagnação: Cuidado A generatividade, quem incluiu o maior envolvimento de vida de indivíduos ativos, necessariamente já não é esperada na velhice ponto isso liberta os anciões da tarefa de cuidador. Entretanto, não ser necessário pode ser sentido como uma designação de inutilidade. Quando não existem desafios, podemos ser tomados por um senso de estagnação. Outras pessoas, naturalmente, podem receber isso com satisfação, como uma promessa de descanso, mas afastar-se totalmente da generatividade, da criatividade, do cuidado de e com os outros, seria pior do que a morte. (Página 94) Integridade versus Desespero e Desgosto: Sabedoria (...) O desespero do nono estágio reflete uma experiência um pouco diferente da associada ao oitavo estágio. A vida no oitavo estágio inclui uma revisão retrospectiva da nossa existência até o momento; quando abraçamos a vida como tendo sendo bem-vinda, numa oposição a lamentar oportunidades perdidas, contribuirá para o grau de desgosto e desespero que experienciamos. (Página 95) Aos oitenta e noventa anos, podemos não ter mais o luxo deste desespero retrospectivo A perda de capacidade e a desintegração podem exigir quase toda a nossa atenção. Nosso foco pode ser totalmente circunscrito por preocupações de funcionamento cotidiano, de modo que é suficiente simplesmente chegar em tacto ao fundo dia, por mais satisfeitos ou insatisfeitos que estejamos com nossa história de vida prévia. Naturalmente, o desespero em resposta a esses eventos mais imediatos e agudos é composto por avaliações do selfie e da vida anteriores. (Página 95) Se ainda sentimos plenamente a intensidade de existir e esperar por novas graças e esclarecimentos, então temos razões para viver. O indivíduo e a sociedade estão intricadamente entrelaçados, dinamicamente interrelacionados em contínuo intercâmbio. (Página 96) (...) a nossa sociedade não sabe verdadeiramente como integrar os anciãos em seus padrões e convenções primários ou em seu funcionamento vital. Em vez de serem incluídos, os velhos são geralmente ostracizados, negligenciados e ignorados ponto


e, os anciãos não mais são vistos como portadores de sabedoria, mas como corporificação de vergonha. (Página 96)

6 Velhice e Comunidade No nosso país, como sabemos, as coisas velhas e inúteis são jogadas no lixo. Entretanto nós introduzimos a "reciclagem", que amplia a utilidade de objetos velhos por mais tempo e evita que sobrecarregamos a terra com depósitos permanentes de entulho. Nós não jogamos no lixo a nossa gente velha, mas certamente não fazemos o suficiente quanto a sua reciclagem. E se pudéssemos tornar disponíveis para os anciões melhores cuidados visuais, mas óculos e aparelhos auditivos, e dar-lhes revistas e jornais com letras grandes, assim como livros com letras grandes? Todos os profissionais que cuidam da Saúde aconselham o exercício, pelo menos caminhadas regulares, para manter a saúde e a mobilidade. Mas poucas as cidades possuem calçadas e ruas seguras onde os anciãos possam caminhar devagar e cuidadosamente. Vocês já viram alguma cidade neste país que ofereça bancos ocasionais para que um comprador velhinho possa descansar vou relaxar por um momento, ao voltar para casa com a sacola ou os pacotes de compras? (Página 97 e 98) (...). Embora documentos históricos, antropológicos ele religiosos registrem que os anciões longevos de épocas antigas eram aplaudidos e inclusive reverenciados, a resposta deste século aos indivíduos velhos geralmente é de escárnio, palavras de desprezo e inclusive repulsa. Se é oferecido ajuda, ela entende a ser exagerada. O orgulho fica ferido e o respeito corre o risco. Aos idosos é oferecida uma segunda infância nem um pouco divertida se um ancião não consegue subir as escadas rapidamente ou avança sinuosamente ao caminhar, esta desgraça é equiparada há uma pedra do pensamento e da lembrança. Muitas vezes, é mais fácil aceitar estes vereditos do que contesta-los. (...) (Página 98) (...). Há mais pessoas com mais de oitenta anos do que jamais houve antes, e a medicina, entretanto, não foram adequadamente imaginados e planejados programas e arranjos de vida para incorporar os anciãos a nossa sociedade. (...) (Página 98) Digamos que conseguimos atravessar oitavo estágio com perdas bem menores de amigos e parentes. A força e as capacidades físicas nos abandonou lenta, mas inevitavelmente. A maioria de nós não tem vivido em estreito contato com amigos e parentes que viveram até os 90 anos, de modo que não compartilhamos inteiramente sua experiência de como é a vida no nono estágio. (...) (Página 100) Nós terras artísticas do Norte, foram planejados padrões apropriados. Se os esquimós viajam em comunidades para áreas distantes, a fim de encontrar o melhor


caça e pesca, eles partem contra nós e cães, equipamento e comida suficiente para todos. Não é possível parar em nenhum momento; o frio é cruel. Se um ancião não consegue acompanhá-los, é construído um iglu de gelo – suficientemente grande para uma pessoa. Ela será instalada lá e deixado para trás. Essa pessoa compreender e sabe antecipadamente que é esta é uma potencial despedida e provavelmente aceita isso. Congelar até a morte é melhor do que atrasar e pôr em risco toda a comunidade. As pessoas, sem dúvida, se preparam durante a vida para essa eventualidade. Quando essa necessidade é compreendida, os anciãos são celebrados e reverenciados. Todos podem participar da veneração da ocasião e do ancião ponto na nossa cultura, talvez não tenhamos fé e confiança suficientes na comunidade para realizar estas celebrações de passagem dignas e respeitosas. (Página 100) (...) O uso consciente e atento das mãos tornaria as nossas vidas mais significativas no cuidado e conforto dos relacionamentos com pacientes que sentem isolados e um tanto abandonados. As mãos são essenciais para o desenvolvimento vital com a vida. (...) (Página 102)

7 Gerotranscendência Felizes aqueles que podem se dar ao luxo de escolher retrair-se. Muitos anciões se deparam com retraimento forçados. A deterioração física dois olhos ouvidos, dentes ossos, de todos os sistemas do corpo muitas vezes infligem uma inevitável redução do contato com os outros e com o mundo externo. As respostas emocionais e psicológicas ao declínio também podem inibir o alcance do contato. Naturalmente tudo isto é composto pela sociedade que, muitas vezes, coloca os velhos onde raramente são vistos ou ouvidos. As diferenças entre um retraimento escolhido e um retraimento imposto na órbita de uma casa de retiro estão Claros. Se ocorre uma perda de capacidade física, o paciente pode naturalmente mudar sua atitude; uma melhora importante nas capacidades físicas também pode reverter um retraimento imposto. A transcendência em face de um retraimento imposto é menos provável, embora certamente não impossível. (Página 105)

Buscar a gerotranscendança é erguer-se acima de, exceder, superar, ir além independente do universo e tempo. Envolve superar todo conhecimento e experiência humanos. Como, pelo amor de Deus, isso pode ser conseguido? Estou convencido de que somente fazer e agir é que nos tornamos. A transcendência não precisa ser limitar apenas a experiência de retraimento. Ao tocar, nós fazemos contato uns com os outros e com o nosso planeta. A transcendança pode ser uma recuperação de habilidades perdidas, incluindo brincar, atividade e alegria, a música e, acima de tudo, um pulo importante acima e além do medo da morte. Ela nos dá uma abertura para o desconhecido com pulo confiante. Estranhamente, tudo isso exige de nós uma humildade honesta e constante. (Página 106)


(...) A grande dança da vida pode nos transportar para todas as esferas do agir e fazer, com cada item do nosso corpo, mente e espírito envolvido. (...) (Pågina 106 e107)

Rio de Janeiro 29 de Julho de 2020 Tiago Malta - #Viverpsicologia tiagomalta@gmail.com


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