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EDITORIAL E OPINIÃO
“Já não se fazem jovens como antigamente”, esta frase ouve-se bastantes vezes e a maior parte dessas vezes pelas pessoas mais velhas. Mas será que elas têm razão? Sim, não somos iguais aos nossos avós nem aos nossos pais. Temos uma grande vontade de viver a vida intensamente. Muitas vezes somos criticados pela forma como nos vestimos, como falamos, como nos divertimos, como andamos, mas será que os nossos avós e os nossos pais não percebem que temos maneiras de ver o mundo diferentes e que gostamos de coisas diferentes. No tempo de ditadura
lutava-se pela liberdade de expressão, então não critiquem quem vive ao máximo a sua liberdade.
se trata só de artigos de entretinimento mas também de realidades que preocupam os nossos pais e que devia de nos preocupar.
Com esta revista queremos mostrar que os jovens também têm interesses na vida e que conseguimos fazer coisas maravilhosas quando nos dão oportunidade para isso. Quem sabe, se os nossos avós e pais também não gostam das mesmas coisas que nós e que se podem divertir, não só como nós mas também connosco. Esta revista foi pensada para jovens e não
ÍNDICE 4 e 5 - Fixed Gear 6 e 7 - Entrevista a um Ex-Toxicodependente 10 - Festivais de Verão 11 - Milhões de Festa
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FIXED GEAR
Mas afinal o que são Fixed Gear? Numa frase explica-se o conceito destas bicicletas. São apenas bicicletas de estrada onde não temos mudanças nem travões (poderá se usar um). E onde começa este tipo de bicicleta? O nome Fixed Gear, ou em português, Roda Fixa vem do simples facto das bicicletas em questão não terem o sistema de roda-livre. Na maioria das bicicletas a que estamos habituados, quando estamos em andamento, podemos parar de pedalar.
saram a ser muito usadas na década de 70. Os carteiros encontraram nestas bicicletas um bom meio de transporte. Com elas tinham muito menos despesas. São praticamente livres de arranjos, são leves e rápidas, ideais para não se gastar muito dinheiro nelas por parte dos carteiros. Nos anos 80 toda esta cena voltou e tornou-se muito popular entre os jovens urbanos. Assim como Skate, as Fixed voltaram. Neste tempos actuais que estamos a viver, as Fixed Gear voltaram em peso. Estão se a tornar a cada dia um ícone das cidades, e estão a deixar a sua marca bem definida.
Nas Fixed Gear isso não é bem assim. Sempre que a roda gira, os pedais giram também, a acompanhar o movimento, logo não podemos descansar em andamento. Isso significa que deste modo podemos fazer a bicicleta abrandar/parar com a força das pernas, executando o movimento contrário. Basicamente, as primeiras bicicletas que foram feitas, eram Fixas. As primeiras foram as Penny-Farthing onde se tinha os pedais na roda da frente. Uns tempos depois apareceu a tecnologia da roda-livre. Isto possibilita que os pedais possam estar num posição estática, independentemente das rodas estarem em movimento. Praticamente todas as bicicletas têm este sistema, o que fez com que as pessoas nem saibam da existência do sistema de carreto fixo. Estas bicicletas pas-
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Há condições para andar de Fixed Gear em Portugal? Poderá se dizer que não. Portugal não tem condições para andar de bicicleta, sejam elas Fixed ou outra qualquer. O chão de cá é muito irregular o que dificulta muitíssimo a vida daqueles que querem apenas pedalar, seja isto por desporto, por ser um meio de desporto ou até apenas para passear. Portugal ainda tem em alguns locais (ainda que poucos) uma faixa apenas para as bicicletas. O problema destas é que estão danificadas, sujas, acabam de repente num certo lugar e sem a devida sinalização. Andar nessas faixas ou na estrada, poderá ser o mesmo, e até por vezes não se estraga tanto a bicicleta na estrada. Outro grande problema aqui, que faz afastar muitas pessoas de até pensarem em adquirir uma bicicleta e começarem a andar nelas é o facto de este país ser montanhoso. Não é propriamente um país plano, e claro que as pessoas vão preferir o seu confortável carro, onde podem ir descansados, ao som da rádio e livres da chuva, mas esquecem-se que estão a poluir o seu próprio planeta, e por vezes perdem mais tempo em simples e modestos percursos.
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de cadeia. Teve noção de quando descobriu que essa situação estava a ir longe demais, quando ficou fora de controlo? Eu sabia, mas não ligava nenhuma porque uma pessoa diz, “eu resolvo isto”, pensava que o resolvia, que o esquecia, mas não esquecia. Arranjava outro problema, tinha um e ficava com dois, era o consumo e fugir à polícia. Tinha dois problemas que não conseguia resolver.
Esta entrevista teve como base as sessões do projeto “Tu decides… os teus rumos”. Foi escolhido o tema sobre as drogas pois é um tema muito falado mas pouco conhecido. Decidiu-se fazer uma entrevista a um ex-toxicodependente para que este mostre a sua visão sobre o consumo de drogas. O entrevistado, cuja a sua identidade ficará em anónimo, teve uma vida interessante. Este senhor já não consome nenhum tipo de drogas ilegais à cinco anos e não sente necessidade de consumir para se sentir feliz.
porque na droga a pessoa só tem um objetivo, esquece-se das pessoas que gostamos. Só temos um objetivo, a droga e as pessoas que amamos pomos de lado e nem queremos ouvi-las, só as ouvimos quando elas dizem “ Pega lá dinheiro para ires comprar”.
Qual o motivo que o fez entrar neste mundo? Eu comecei a consumir haxixe com 10 anos de idade, que era para entrar no grupo dos mais velhos. Quando tinha 16 anos comecei a consumir drogas pesadas, não foi para ser mais ou menos que eles. Comecei a consumir com dois amigos, uma miúda e um colega meu, eles eram namorados e queríamos sentir a sensação do que era a cocaína. Começamos a consumir entre nós os três. Eu trabalhava nessa altura, eles também e o dinheiro era fácil para nós, então fiquei viciado. Depois os meus pais morreram e eu comecei a meter-me no tráfico de heroína e cocaína, em drogas pesadas. Consumi durante 25 anos.
Help, I need somebody Help, not just anybody Help, you know I need someone, help!
Como reagiram as pessoas à sua volta? Era desprezado e essas pessoas tinham a razão delas. Nunca roubei a minha família, mas claro dava-lhes problemas,
Nessa altura você disse que trabalhava. Isso afetou o seu trabalho? Não. Afetou o trabalho quando fui detido, tive preso 16 anos por traficar, pertencia a uma rede internacional e apanhei 16 anos
É difícil falar neste assunto? Não.
The Beatles - Help!
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Foi você que procurou ajuda ou foram as pessoas que o rodeavam? Quando sai da cadeia estive a viver na rua, tinha vergonha de como a minha família me via e estive a arrumar carros para me sustentar. Na cruz vermelha deram-me abrigo e as pessoas ajudaramme a comer a tomar banho. Depois entrei num curso em que a Dra. Filipa era coordenadora, foi a pessoa que sempre me ajudou, arranjou-me trabalhou, acreditou em mim. Estive a fazer estágio e consegui esse trabalho. Trabalho em ar condicionado e máquinas industriais. É importante a ajuda das pessoas quando se está numa fase de reabilitação? É, bastante, as pessoas ajudam-lhos, mas se eles não acreditarem que querem ser ajudados é um caso perdido. Foi fácil encontrar ajuda? Foi. Agora há instituições que ajudam os toxicodependentes e antigamente não havia assim tantas. Muitos iam para centros trabalhar de graça. Se pudesse voltar atrás o que é que faria de diferente? Fazia tudo. Tentava não consumir. Arrepende-se muito de ter consumido? Perdi maior parte da minha vida.
Acha que as pessoas que sabem ou as que ficam a saber que você foi um toxicodependente o olham de forma diferente? Agora olham normal para mim. Voltei para casa da minha família, tenho dois filhos, o que custou mais foi ganhar a confiança deles, mas aos poucos consegui. Que visão tem agora sobre as drogas? A droga antigamente não era uma droga que dava uma ressaca como agora. Agora a maior parte é medicamentos. Eu não aconselho ninguém a tocar nem sequer em haxixe, nem erva, nem cocaína. Tem medo de algum dia ter uma recaída e voltar a esse mundo? Medo tenho, porque o bicho está sempre em nós, mas o meu objetivo é nunca mais tocar.
Continua a dar-se com essas pessoas? Continuo, não posso rejeita-las. Passo por elas “Bom dia”, “Boa tarde”, mas não vou rejeita-las porque eu também já tive o problema delas. Muitas vezes quando passo por elas dou-lhes moedas, sei que vão para a droga, mas dou na mesma. Sentia-se muito rejeitado quando andava nessa vida? Sentia, se eu fizesse mal a alguém, isso era diferente, mas nunca fiz mal a ninguém, nunca roubei e as pessoas olhavam-me de canto, então eu sentia vergonha. Que conselhos dá aos jovens? Deixar isso, vão desgraçar a vida deles e da família. A pior coisa é desgraçar a da família, pois são aquelas pessoas que lhes dão carinho.
Sente-se um homem novo? Sinto. E é uma boa sensação? É porque se eu ao fim de semana quiser ir para uma discoteca, ou ir passar um fimde-semana à praia eu tenho dinheiro. Agora se andasse a consumir qual era o seu objetivo? Era ir ao Picoto, ou ir as Enguardas comprar. Tenho trabalho, tenho dinheiro, sustentome a mim próprio, tenho um apartamento e sinto-me bem. É fácil resistir à tentação? É fácil, já tive pessoas que me convidaram a consumir e eu disse que não.
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Há pessoas que têm vergonha, conheço pessoas com dinheiro que consomem, mas consomem camuflados, eu não tenho vergonha de dizer que já fui consumidor.
Branca de Neve e o Caçador O filme tenta trazer à História já conhecida “Branca de Neve e os Sete Anões” uma versão mais sombria. Como todos sabem, a história é acerca de uma princesa, a Branca de Neve, que está presa numa cela pela sua madrasta. E a madrasta suga a beleza e a juventude das camponesas, mas chega ao dia em que o espelho lhe diz que a sua enteada é a mais bela do reino e que a beleza da Branca de Neve pode ser a ruína da madrasta. Mas antes que ela consiga fazer alguma coisa, a Branca de Neve consegue fugir da prisão. Então, a madrasta manda chamar o Caçador, um homem viuvo e com algum histórico suicida, para trazer o coração de Branca de Neve. E é neste ponto que a história muda. Em vez de ele trazer um coração de um animal à madrasta, ele ajuda a Branca
de Neve a fugir pela Floresta Negra até ao exército amigo do falecido pai da princesa. O filme tem muita criatividade, e muitos contrastes. Logo no inicio o sangue a contrastar com a neve, branco com vermelho puro, chama à atenção, pois é um enorme contraste. Também foi muito criativo pôr o espelho com forma de uma pessoa, como se estivesse a indicar que a madrasta tivesse problemas psicológicos, e o que o espelho dizia eram os próprios pensamentos da madrasta. Mas infelizmente o filme tem alguns erros em relação ao diálogo, e passo a citar certos exemplos: “Imortalidade...para sempre” “Prefiro morrer hoje do que viver mais um dia dessa morte” “És filha do teu pai”
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E para além desses erros em relação ao diálogo, o filme apresente um “triângulo amoroso”, que no fim, não se fica a saber com qual deles é que a rapariga fica, então não se percebe porquê tanto suspense. Além de tudo, o filme é sem dúvida bom, tem apenas alguns erros. Mas tal como eu disse anteriormente, o filme transmite criatividade, contraste, o que prende a atenção do público.
FESTIVAIS DE VERÃO MARÉ DE AGOSTO Localidade: Santa Maria - Açores Local: Praia Formosa
17 de agosto – GNR, Hands on Approach, X-Wife 18 de agosto - Nu Soul Family, Klepht, Freddy Locks 19 de agosto - Che Sudaka, Blind Zero, Caim, Aboutowake
Preço(s): Não definido
Milhões de Festa
Campismo: Com Campismo
Localidade: Barcelos
Cartaz: 23 de Agosto – Supernada, Nneka, Che Sudaka, Bulldogs
Local: Parque Fluvial de Barcelos
25 de Agosto - Rabih Abou-Khalil Group + Ricardo Ribeiro, Bushman & No More Babylon, Crystal Fighters, Bailarico Sofisticado 26 de Agosto - Luisa Sobral, Melech Mechaya, Royal Republic, Mirror People
Funchal Music Fest Localidade: Funchal Local: Parque Municipal de Santa Catarina
Localidade: Oeiras Local: Passeio Marítimo de Algés Preço(s): 53€ dias.
Locais de Venda: Não definido
24 de Agosto - H. de Holanda e E. Castaneda, Charlie Winston, Judith Mateo, MPS Pilot
Optimus Alive
Preço(s): Não definido
Campismo: Sem Campismo Locais de Venda: Fnac, Worten, CTT, El Corte Inlgés, El Corte Inglés, Agências Abreu, Agência Abep, Flur, C.C. Dolce Vita (Amadora, Funchal, Coimbra, Ovar, Vila Real e Porto), Breakpoint, Ticketmaster, Lastminute, Seetickets Cartaz: Palco Optimus 13 de julho – Justice, The Stone Roses, Snow Patrol, Refused, Danko Jones
Campismo: Com Campismo Locais de Venda Não definido Cartaz: 20 de julho – Baroness, Ra, Grup Ses Beats, Youthless, Throes + The Shine, Alto!, Jibóia, Lovers & Lollypops SoundSystem, Tren Go! SoundSystem 21 de julho – Chunagangh, Bro-X, Revengeance, Prinzhorn Dance School, Gala Drop, Weedeater, Publicist, Lüger, Blues Pills, Jorge Coelho, Connan Mockasin, El Perro del Mar
Preço(s): Bilhete Diário: 12 Euros Bilhete 3 dias: 25 Euros (com Oferta de 1 Vale de 15 Euros)
22 de julho - Red Fang, Naytronix, Midnight Priest, Killimanjaro, Alt-J, L’Enfant Rouge, Memória de Peixe, Moon Duo, Gnod / Black Bombaim, Ridding Panico, DJ Fitz
Campismo: Sem Campismo
Dias a anunciar – Meneo, Summer Recreation Camp, Savanna, Quartel 469
Locais de Venda: Funchalmusicfest.com, Holmes Place Funchal, Fnac Madeira, Forum Madeira, Pestana’s Tabacaria Cartaz:
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14 de julho - The Cure, Florence + the Machine, Mumford & Sons, Noah and the Whale, We Trust 15 de julho – Radiohead, Caribou, The Kooks, Paus Palco Heineken 13 de julho - Death in Vegas, Zola Jesus, Buraka Som Sistema, Santigold, LMFAO, MiudaDum, Dum Girls, The Parkinsons 14 de julho - Blasted Mechanism, Sebastian, Katy B, Tricky, Awolnation, The Antlers, Here We Go Magic, Big Deal, Lisa Hannigan 15 de julho – Metronomy, The Kills, SBTRKT, MazzyStar, The Maccabees, Warpaint, Miles Kane, Eli “Paperboy” Reed
MILHÕES DE FESTA 2012 O Milhões de Festa celebra a sua V Edição e promete, mais uma vez, virar Barcelos do avesso.
De 20 a 22 de Julho apresentam-se os mais interessantes e emergentes projectos musicais dos quatro cantos do mundo, num caldeirão de estilos e ideias, resultando num conceito de festival inovador e adequado ao espírito indepen-
dente e alternativo já conhecido das edições anteriores. A música é a força motriz do festival, mas há algo que acontece em cada Milhões de Festa que é inexplicável, que apenas pode ser sentido. As fantásticas tardes na piscina e beira-rio catapultam o público para um ambiente inédito em festivais do género, que, à noite, e em jeito de “pin-
gue-pongue”, saltam de palco em palco, sem paragens, assistindo a espectáculos irrepetíveis. Diz quem já foi que quer voltar. A Lovers & Lollypops, editora e promotora no activo desde 2005, em parceria com a Câmara Municipal de Barcelos, a Casa da Juventude e a Empresa Municipal de Desportos de Barcelos, apresenta um cartaz com mais de meia centena de bandas, produtores e DJs, repartidos por quatro espaços distintos, para um festival que garante milhões de festa, numa celebração artística ímpar, feita por e para melómanos sedentos de novas descobertas musicais. A renovada zona ribeirinha barcelense, situada nas margens do Cávado e muito próxima do centro da cidade, garante um perfeito equilíbrio entre a Natureza e o espaço urbano, providenciando zonas verdes, praia fluvial, piscina e campismo gratuitos.
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