Revista Lusitana

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O Ilustre Popular

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Mini-guia de Temperos

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SessĂŁo de Azeites


Especial Jantar Completo

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Guia de Vinhos

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Pizza Portuguesa

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Que o bacalhau é o ingrediente onipresente na cozinha portuguesa, não é segredo para ninguém. Porém, poucos sabem o motivo de tamanha fama. Tudo começou com Gaspar de Corte Real, navegador português que, no final do século 15, desembarcou na ilha de Terra Nova e encontrou um cardume da espécie. E então Gaspar abriu uma nova rota para os barcos da Península Ibérica. Em pouco tempo, o bacalhau tornou-se popular devido ao baixo custo e também às restrições alimentares impostas pela Igreja Católica durante a Quaresma. Hoje, o país é considerado o que tem a maior quantidade de receitas de bacalhau do mundo. É o rei da gastronomia portuguesa e tem grande importância histórica graças à sua fácil conservação em sal e sua variedade de preparação (cozido, frito, grelhado, ao forno e em molhos).




A culinária portuguesa possui em seu DNA temperos que são verdadeiros tesouros. Além de acrescentarem sabor aos pratos, esses pequenos notáveis também colaboram com a nossa saúde. Saiba quem são eles e os benefícios que reservam pra você.


Hortelã

A hortelã é rica em minerais como cálcio, ferro, fósforo, potássio e nas vitaminas A, B e C, além de possuir propriedades anti-séptica, anestésica, tranquilizante suave e analgésica.

Orégano

Ele é estimulante para a fome e atua auxiliando na digestão e nos gases. É muito bom também contra o insônia, o estresse, cansaço nervoso, exaltações febris, combate a celulite alivia dores reumáticas e articulares.

Alecrim

Seus óleos essenciais favorecem a produção de neurotransmissores responsáveis pelo bem estar. Além disso, diminui a dor, é anti-inflamatório e auxilia para melhorar a memória.

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Salsa

É uma erva utilizada em diferentes receitas de cozinha tanto para a decoração quanto por seus benefícios, uma vez que ajuda na purificação dos rins e traz minerais como cálcio, ferro, fósforo e enxofre.

Louro

Utilizado no preparo do feijão, carnes e molho vermelho, o louro ajuda nos problemas digestivos, inflamações no fígado, cólicas menstruais, infecções nos ouvidos, infecções na pele, dor de cabeça, gases e reumatismos.

Cebola

Na cebola encontramos uma das enzimas mais importantes do organismo: o selênio. Ele funciona como antioxidante, além de contar com substâncias antibióticas, aumenta as defesas imunológicas, é antibacteriana e antiviral. LUSITANA

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Cravo da índia

Possui propriedades anti-inflamatórias, antissépticas, cicatrizantes, analgésicas, ação antibacteriana, antifúngica, anti-inflamatória, antiviral e estimulante das secreções gástricas.

Açafrão

Ele é conhecido pela curcumina, pigmento que tem ações antioxidante e anti-inflamatória. Recentemente, estudos evidenciaram a eficácia da curcumina no combate ao câncer e outras doenças.

Canela

É conhecida por suas propriedades contra as doenças respiratórias. Também é rica em propriedades antibacterianas, expectorantes e antiinflamatórias, sendo especialmente indicados contra a bronquite, os resfriados e a tosse.

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O azeite é o sabor marcante da cozinha portuguesa. A produção do azeite de oliva começa pela colheita e lavagem das azeitonas que, em seguida são trituradas com as sementes. Ocorre a formação de uma pasta, que é prensada a frio (uma vez que o uso do calor na extração prejudica o sabor e o aroma). Após a prensagem, os azeites são classificados a partir do seu percentual de acidez. Aqueles com acidez acima de 2% são chamados de lampantes e não podem ser comercializados puros por não serem adequados ao consumo humo. Por essa razão, são submetidos ao refino com produtos químicos, que reduzem a sua acidez, além de ocasionarem a perda de sabor e de aroma. A fim de “recuperar” essas características, a indústria faz uma mistura de azeite refinado e azeite extravirgem ou virgem. O resultado é um produto mais barato, comercializado com o nome de azeite de oliva. Azeite extravirgem: é de ótima qualidade por ser puro e possui até 0,8% de acidez. Azeite virgem: é de boa qualidade por ser puro e possui entre 0,8% e 2% de acidez. Azeite de oliva: é de baixa qualidade por ser uma mistura entre azeite refinado e extravirgem (ou virgem) e possui até 1% de acidez. O grau de acidez é um indicador da qualidade do azeite, uma vez que aponta qual era o estado de conservação das azeitonas antes da trituração. Quanto mais bem amassadas, maior o grau de acidez e menor é a qualidade do azeite. Por exemplo, entre um azeite extravirgem 0,2% e um 0,6%, o extravirgem 0,2% é de qualidade superior. O azeite pode ser amarelo claro, dourado, amarelo esverdeado ou verde; a cor apenas caracteriza se foram produzidos com azeitonas mais verdes, ou maduras, ou de diferentes espécies, não determinando a sua qualidade. Porém, a cor da sua embalagem influencia no gosto. Partindo do princípio de que a luz oxida os óleos, as piores embalagens são as transparentes.

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Para começar o final de semana bem, seja entre amigos ou em família, a Lusitana preparou pra você um jantar completo típico português. De entrada, bolinho de bacalhau crocante e caldo verde. Para o prato principal, não poderia faltar o famoso bacalhau assado. E na sobremesa, pastel de nata (ou de belém, para os mais familiarizados). O cardápio é rápido de prepara e é delicioso. Confira!



Bolinho de Bacalhau Ingredientes 400 gramas de bacalhau dessalgado em pedaços 5 batatas médias Sal a gosto 1 cebola bem picada Salsinha picada a gosto 1 pitada de noz-moscada Pimenta-do-reino a gosto 4 ovos batidos Azeite ou óleo vegetal para fritar ½ copo de vinho branco seco

Modo de preparo Coloque os pedaços de bacalhau em uma panela com água fria, leve ao fogo e, quando levantar fervura, retire e escorra-os. Em seguida, corte-os em pequenas lascas. Em outra panela, cozinhe as batatas com casca em água e sal. Em seguida, descasque-as ainda quentes e passe-as pelo espremedor, fazendo um purê. Coloque o purê em uma vasilha e misture o bacalhau, a cebola, a salsinha, a noz-moscada, o sal e a pimenta. Regue com o vinho, junte os ovos e mexa bem até obter uma massa homogênea. Com o auxílio de duas colheres de sopa, separe croquetes ovalados (ou quenelles) e frite-os em azeite ou óleo vegetal.

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Caldo Verde Ingredientes 4 batatas médias 1 cebola picada 2 ou 3 dentes de alho inteiros 2 colheres (sopa) de azeite 1,5 litro de água 500 gramas de couve-tronchuda cortada em tiras finas Sal a gosto

Modo de preparo Coloque as batatas, a cebola, o alho e o azeite em uma panela e cubra com água. Tampe e cozinhe em fogo baixo por cerca de 15 minutos. Quando estiver cozido, bata no liquidificador até obter um creme claro. Volte a mistura para a panela, acrescente a couve e acerte o sal. Tampe a panela e cozinhe por mais 15 minutos. Opcional: a receita fica ainda mais deliciosa quando servida com farelos de broa de milho, um fio de azeite de oliva e linguiça paio à parte.

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Bacalhau Assado Ingredientes 4 pedaços de bacalhau dessalgado de 150 gramas cada um 2 colheres (sopa) de azeite 1 cebola grande cortada em rodelas grossas Vinagre a gosto ½ colher (café) de páprica doce 4 batatas médias cozidas cortadas em rodelas Azeitonas pretas e pimentões para decorar

Modo de preparo Depois de dessalgado, lave e escorra o bacalhau e seque-o com um pano. Em seguida, disponha os pedaços em uma travessa refratária e leve ao forno preaquecido, a 1800 C, por 10 minutos (o bacalhau deve cozinhar até que as lascas se soltem facilmente, mas sem ressecar). Em uma frigideira, aqueça o azeite e refogue a cebola. Quando estiver bem macia, adicione o vinagre e polvilhe com a páprica. Disponha a cebola sobre os pedaços de bacalhau, guarneça com as batatas e as azeitonas pretas e sirva.

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Pastél de Belém Ingredientes 250 gramas de farinha de trigo Água (para deixar a massa no ponto) 200 gramas de manteiga amassada 250 ml de creme de leite fresco 4 ovos 15 gramas de farinha de trigo 100 gramas de açúcar Raspas da casca de 1 limão

Modo de preparo Preparo da massa: coloque em uma batedeira a farinha de trigo e acrescente, aos poucos, a água quente, sem desligar o aparelho. Deixe descansar por 15 minutos. Vire a massa sobre uma superfície lisa e sove-a com as māos, modelando-as em formato retangular. Abra a massa com um rolo e espalhe a manteiga por cima, deixando a borda sem manteiga. Enrole-a como um rocambole. Corte fatias de cerca de 1 cm de e forre as forminhas, pressionando o fundo. Preparo do recheio: coloque em uma panela o creme de leite, os ovos, a farinha de trigo, o açúcar e as raspas de limāo. Cozinhe em fogo baixo sem parar de mexer. Quando levantar fervura, retire do fogo e deixe amornar. Despeje o recheio dentro das forminhas e amasse-as em forno preaquecido, a 2200C , até que estejam douradas. Deixe esfriar e polvilhe com canela.

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Os portugueses souberam aproveitar as condições climáticas para produzir vinhos de qualidade. A oferta de tipos, em constante renovação devido ao surgimento de novas zonas vinícolas, tornou-se um dos principais atrativos turísticos nos últimos anos. O país conseguiu transformar sua tradição de vinicultura em propaganda turística, como comprovam os roteiros de excursão dos viajantes. As bebidas de maior destaque são o vinho do Porto, o vinho Verde e o vinho Madeira.


É o mais famoso vinho português. Sua vinícola se estende desde o Oceano Atlântico até a fronteira com a Espanha, sempre seguindo o curso do Rio Douro. O vinho do Porto é elaborado a partir da mistura de várias castas, como a touriga nacional, a touriga francesa, a tinta Roriz e a tinta Cão. Existem diversas variedades de vinho do Porto, mas o que tem mais destaque é o tinto. O vinho envelhece entre 2 e 50 anos. E é justamente esse tempo que dá origem às diversas qualidades da bebida.

Os principais vinhos do Porto são os Ruby (escuros, frutados e envelhecidos em barris de madeira), os Tawny (conservados por anos em barris até adquirirem coloração torrada) e os White (produzidos com uvas brancas). 30

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Outra grande contribuição portuguesa ao mercado é o vinho Verde. É produzido na região do Minho, no noroeste de Portugal, uma região costeira geograficamente bem localizada para a produção de excelentes vinhos brancos. A bebida é naturalmente leve e fresca, portanto ideal para acompanhar pratos leves. Diferente do esperado, é chamado de verde não pela sua cor (tem coloração tinta), mas devido à falta de maturação.

As uvas brancas são colhidas cedo e fermentadas por um curto período de tempo. Dessa maneira, conseguese um vinho de baixo teor alcóolico e acidez marcante. Depois, a bebida passa por uma segunda fermentação, na qual surgem as bolhas de ar, tornando o vinho ideal para ser consumido nos dias de calor.

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O vinho da Madeira, ou simplesmente vinho Madeira, possui esse nome por ser produzido nas encostas e adegas da Ilha da Madeira. Sua elaboração parte 90% da casta Tinta Negra, e o resto é a mistura de castas como a Sercial, a Boal, a Verdelho e a Malvasia.

O vinho madeira é fortificado e tem alto teor alcóolico. Como a maioria dos vinhos finos, em geral é destinado ao envelhecimento em canteiro (envelhecimento natural em casco sem recurso à estufa), e mais tarde comercializados por melhores preços.

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Diferentemente do que muitos pensam, a pizza portuguesa foi uma invenção de nós, brasileiros. As primeiras pizzas assadas em solo brasileiro eram preparadas em casa e , pasmem, nos fornos das padarias. E quem estava à frente dos fornos nas padarias? Os portugueses. Nessa época, os ingredientes eram limitados, e os portugueses acabavam recorrendo aos ingredientes comuns na preparação de seus pratos: ovos, cebola, presunto e azeitonas. Uma das suposições é que, em homenagem ao pizzaiolo, a pizza preparada com esses ingredientes ganhou o nome de Portuguesa. Uma homenagem mais que justa. Outra versão da história é a de que a pizza portuguesa ganhou esse nome devido às cores da bandeira de Portugal: branco (cebola), amarelo (ovo), verde (azeitona) e vermelho (presunto) .

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Considerações Finais: Atrás da capa: http://www.luisprado.com.br/Publicidade/486/Unilever,%20Knorr,%20Publicidade%20Luis%20 Prado%20Est%C3%BAdio?pagina Página 3: http://www.armazemdoeva.com.br/produto.php?cod_produto=2106847 Página 6 e 7: http://www.dinheirovivo.pt/empresas/interior.aspx?content_id=3758198 Página 8 a 12: http://revistavivasaude.uol.com.br/nutricao/temperos-conheca-os-beneficios-que-eles-trazem-a-saude/321/ (temperos) Página 13: http://www.fatobasico.com.br/blog/2013/09/tendencia-azulejo-portugues/ Página 14 e 15: http://saladaverde.com.br/conheca-a-diferencas-dos-tipos-de-azeite Página 16 e 17: http://www.adonline.com.br/rapidinhas/32716-nbs-cria-dorinha-personagem-do-azeite-andorinha.html Página 18: http://1pg.com.br/la-violetera-lanca-acao-de-pascoa/ Página 19: http://www.flexmetal.com.br/balao-metalizado-casamento-arabesco-vermelho-e-prata/p Página 19 a 27: CIVITA, Roberto. Cozinha do Mundo, Portugal. Abril Coleções. Editora Abril S.A. 2010. Rio de Janeiro, Volume 3. Página 36 e 37: http://gastromania.com.br/PizzaioloGourmet/?p=523 Página 39: http://prihlima.wordpress.com/2008/06/18/brastemp/ Contra Capa: http://venividivinho.com.br/2011/12/15/timelinesa/




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