Publicação da Fraternidade de Aliança Toca de Assis - Novembro de 2013
A Luz da Fé
ÍNDICE
5 7 10 12
VOLUNTARIADO
TOCA EM AÇÃO
QUALIDADE DE VIDA
TOCARTE
Fraternidade de Aliança Toca de Assis CNPJ: 02019254/0001-87 www.tocadeassis.org.br Escritório São José Rua Amador Bueno, 45, Vila Industrial Campinas/SP. CEP: 13035-030 benfeitoria@tocadeassis.org.br Fone: (19) 3886-7086 SAV- Serviço de Animação Vocavional vocacionalmasc@fpss.org.br sav.vocacional@filhasdapobreza.org.br Revista Toca de Assis Publicação mensal e interna da Fraternidade Presidente: Ir. Paulo do P. Sangue de Cristo Vice: Ir. Maria dos Anjos do Mistério da Cruz Departamento Comunicação Ir. Tarcísio de Jesus, Leonardo de Souza e Gabriela Saldanha Editor chefe: Ir. Tarcísio de Jesus Projeto gráfico: Gabriela Saldanha Diagramação: Gabriela Saldanha Revisão ortográfica: Luciana Marcolino Impressão e tiragem: 10.000 exemplares Colaboradores nesta edição: Dom José Alberto Moura; Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Jr; Marco Lira e Iris Marroque; Leonardo de Souza; Ir. Maria Gleice de Jesus; Paulo Miguel de Lima; Yolanda Alfaro; Jennessa Durney; Ir. Tarcíso de Jesus; Ir. Francisco da Pobreza.
2
Novembro/2013
P
EDITORIAL
az e Bem! A edição deste mês traz artigos que ressaltam a importância da nossa fé e, o mais importante, como devemos o praticá-la diariamente. Em Toca para a Igreja, Dom José Alberto Moura, mostra como a pobreza e o despojamento de si são queridos por Deus. Em Formação, Pe. Paulo Ricardo fala sobre a Luxúria. Conheça a família de leigos da cidade de Natal/RN em Voluntariado. Na coluna Coração da Toca, Irmão Maria Gleice conta sua história de vida na editoria. Já na Toca em Retalhos, você confere o testemunho de Paulo, um dos nossos ex-acolhidos. Em Toca em Ação você poderá conhecer a realidade da Pastoral dos Leigos pelo Brasil. O Artigo Especial traz uma reflexão feita a partir da primeira Encíclica do Papa Francisco: Lumen Fidei. A coluna Qualidade de Vida mostra a importancia dos nossos relacionamentos interpessoais para a saúde. Você sabe o que é a “modéstia emocional”? Veja em Atualidade. A editoria Tocarte faz uma analogia entre o “Super Homem” das telinhas e o nosso verdadeiro “herói”... Em Diário do Peregrino, Irmão Francisco relata sua estadia em Pasco, Colômbia! Desejamos a todos uma ótima leitura. Fiquem com Deus e que a Virgem Maria os abençoe!
Equipe: Central São José
Privilegiados de Deus O
Apóstolo Paulo lembra que Deus escolhe os fracos para confundir os poderosos. De fato, os pobres são os privilegiados de Deus. O próprio Jesus ensina a atenção e o amor especial a se dar para com os mais fragilizados socialmente. Só tem recompensa divina quem faz o bem ao empobrecido sem esperar recompensa: “Quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Então tu serás feliz, porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos” (Lucas 14,13-14). Acontece que, em geral, quer-se recompensa e se tira muito proveito de um favor ou um bem prestado a outros. O “toma-lá-dá-cá” não se dá apenas na política. Até a “teologia da prosperidade” se coloca muito nessa direção. Buscar a riqueza, mesmo a título do uso da fé, mostra a contramão do despojamento, da oferta de si por verdadeiro amor a Deus e ao próximo. O Filho de Deus despojou-se de sua igualdade com o Pai e veio participar de nossa pobreza, ensinando-nos a partilha, a solidariedade, a misericórdia, a dar a mão aos caídos da vida, a ação do bom samaritano, a ajuda ao outro que carrega a cruz dos limites da vida, o perdão, a compreensão, a acolhida, a ternura, o dar vez, a saber perder para dar-se em bem de quem precisa… A pobreza do ser faz a pessoa relativizar o ter e colocar a finalidade da vida em Deus e não no que é passageiro. Os marginalizados, os sem tudo e sem quem olhe por eles são a menina dos olhos do Senhor. São como os filhos doentes na família, que têm atenção e cuidado
TOCA PARA A IGREJA especial dos pais. Jesus dá a missão aos discípulos de promover a conversão de todos para amarem os deixados de lado e dar-lhes dignidade. A opção evangélica e preferencial pelos pobres faz parte fundamental da missão dos discípulos do Mestre, a exemplo dele, que vai atrás da ovelha perdida, dos leprosos, das crianças, dos órfãos, das viúvas, dos filhos pródigos, dos doentes, dos encarcerados, dos sem esperança…
“Jesus não quer a miséria. Quer sim a vida simples, a justiça para todos, o despojamento, a busca do Absoluto como a maior riqueza.” Nossa fé autêntica, esclarecida, madura e consciente não nos deixa fazer da religiosidade e espiritualidade uma unilateralidade vertical de nós com Deus, não nos importando com a atenção e a promoção do semelhante necessitado em toda a ordem. Ao contrário, por causa dessa relação com o Senhor, buscamos força para uma fé operante, que nos leva a ajudar a tirar as causas do sofrimento das pessoas deixadas de lado e a tratá-las como merecem, já que não são produtoras de bens materiais para a sociedade consumista. Esta valoriza mais o ter que o ser e não a pessoa humana e sua dignidade de imagem e semelhança de Deus. Jesus se coloca como pobre e está ao lado dos pobres e nos convida a imiDom José Alberto Moura; tá-Lo nessa sua Arcebispo de Montes Claros /MG http://arquidiocesecampinas.com atitude.
Nossa Senhora Medianeira
MÃE DA IGREJA
Agradeço-vos, meu Deus, o novo dia que para mim desponta. Pelas mãos de Maria, Medianeira de todas as Graças, minha Mãe do Céu, aceitai as minhas alegrias e dores, minhas esperanças e desenganos, minhas folgas e meu trabalho, em remissão de meus pecados, para a felicidade do meu próximo e pelas almas do purgatório. Fazei Senhor, que aumente em minha alma, o amor de Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a mim mesmo. Faço a intenção de lucrar todas as Indulgências aplicadas a meus atos de piedade nesse dia, a fim de que a sinceridade e a bondade de meu coração, caracterizem todos os meus pensamentos, todas as minhas palavras e todas as minhas obras. Em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo. Amém. Nossa Senhora Medianeira de todas as Graças, Rogai por nós que recorremos a vós.
Comemoração: dia 8 de novembro.
Novembro/2013
3
FORMAÇÃO
S
ão João Clímaco, em um dos capítulos de sua obra “A Escada”, conta a história de um monge santo que um dia viu uma mulher nua. “Ele, ao ver uma mulher nua, uma mulher de singular beleza, o monge passou a glorificar a grandeza de seu Senhor e, diante dessa visão, aumentou o seu amor por Deus ao ponto de derramar lágrimas.” Eis aí um homem curado sexualmente. Um homem que é capaz de ver a beleza da criação de Deus. Porque aquilo que Deus nos dá como Dom é, verdadeiramente, um sinal de Amor. Se nós quisermos compreender a sexualidade humana de forma profunda, precisamos compreender a sua “sacramentalidade”. Ou seja, a sexualidade humana é um sinal visível de uma realidade invisível. Sacramento é isso! São Paulo na carta aos Efésios diz: “É grande este mistério”. A palavra grega é “misterium”. Os latinos traduziram assim: “É grande este sacramento/sinal”. O homem e a mulher. São Paulo acrescenta: “Eu estou falando de Cristo e da Igreja”. O pecado original tornou o nosso olhar “defeituoso” e fez com que olhássemos os corpos dos outros como se fossem opacos. A sexualidade, de acordo com o projeto de Deus é assim: a pessoa vê o corpo do outro e consegue, ao olhá-lo, olhar como quem olha para o vidro de uma vitrine. Isto é, de forma transparente. Olha através do corpo. Consegue visualizar a beleza do Criador, o Dom de Deus. E por isso, glorifica e louva ao Senhor. Todas as belezas criadas existem para que seja um sinal do Amor de Deus por nós. A comparação que Santo Agostinho fez, assim como outros Santos Padres, exemplifica como estamos cegos: O noivo presenteia a noiva com um anel de brilhantes. Essa noiva deveria, todas as vezes que olhasse aquele anel, se lembrar do amor de seu noivo. Mas, pobre mulher insensata. O que ela faz? Apaixona-se pelo anel e se esquece do noivo. É isso que nós fazemos. Essa mulher insensata somos nós. Nós ficamos fixados nas criaturas. Detemo-nos às criaturas. O correto seria “usá-las como trampolim” em direção ao Criador. Deveríamos olhar as belezas criadas por Deus e dizer: - Como Deus é extraordinário, grande, bondoso! Nós não somos meramente animais. Não é possível, para compreender a sexualidade humana, estudar a sexualidade animal. É um caminho errado. A sexualidade humana não é somente um ato físico. Há muito mais. A Igreja proíbe o exercício da sexualidade a esmo, pois a sexualidade é “pecaminosa”. É, justamente, o contrário. É pela sacralidade do sexo. O sexo é sagrado e, portanto, só pode ser vivido na realidade sagrada do Matrimônio. O sexo é um Dom de Deus, extraordinário, que não pode ser vilipendiado. Seria uma profanação. Tudo aquilo que Deus nos dá como Dom, se usado de forma desenfreada, só causa a morte e a destruição. Nunca tivemos uma geração de jovens como a atual: que exerce a sexualidade de forma mais livre. 4
Novembro/2013
Luxúria
Série sobre as Doenças Espirituais Nunca tivemos uma geração de jovens como a atual: deprimidos, tristes, sem realização, sem ideal. Trata-se realmente daquela videira que não foi podada e que, portanto, não produz fruto. É estéril. A sexualidade humana, pensada por Deus, é algo de divino. Entretanto, pelo pecado original, ela se tornou algo opaco. É como se o vidro de uma vitrine estivesse coberto de vapor. Deus nos deu a capacidade de desejar. Esse desejo tem um alvo: o próprio Deus. Nós precisamos entender que a sexualidade, tanto para o homem quanto para a mulher, é uma questão espiritual. Poderíamos dizer que o principal órgão sexual do ser humano é o cérebro. No cérebro, estão as nossas fantasias, a vida interior e a vida espiritual. Por isso, é necessário equilibrar bem a nossa vida interior para vivermos nossa sexualidade de forma tranquila. Nós precisamos canalizar de forma adequada nossas energias sexuais. A água canalizada pode regar muitos campos e produzir muita vida. Mas, quando ela está enlouquecida, produz destruição, alagamentos, inundações e enchentes. O pecado da Luxúria (Pornéia, em grego) é uma doença espiritual que significa tirar toda a carga espiritual da sexualidade e transformá-la em um momento de lazer descomprometido e irresponsável. A sexualidade cristã é a capacidade de colocarmos as nossas pulsões em direção ao Alto. “Bem aventurado o que experimenta por Deus um desejo tão grande como o de um louco enamorado!” São João Clímaco.
Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Jr; Licenciado em Filosofia, bacharel em Teologia e mestre em direito canônico; Vigário Paroquial da Paróquia Cristo Rei, em Várzea Grande – MT.
“Onde estaria eu?”
VOLUNTARIADO
S
omos o casal Marco e Iris. Há sete anos, conhecemos a Toca de Assis, em um momento muito triste em nossa família. Meu único irmão era um alcoólatra e contraiu cirrose. Minha mãe tinha Alzaimer e era acamada há 15 anos. Então ficamos com duas pessoas acamadas em casa e não tínhamos condições de cuidar deles. Fomos a vários asilos e abrigos e, nenhum deles, aceitou o meu irmão. Foi quando o padre da minha igreja nos indicou a Toca de Assis e contássemos a nossa história. Na Toca, os irmãos cuidavam de pessoas que não tinham família. Nós não frequentávamos a igreja, mesmo morando defronte a uma. Fiquei três dias relutando, pois achava que não iria conseguir. Mas, o meu coração dizia: “vá, vá!”. Quando cheguei à casa da Toca não me contive e chorei muito. Vi o amor com que eles tratavam os acolhidos e contei a minha história. O irmão guardião me disse: “Veja o nosso trabalho e, se você gostar, venha com seu irmão e nós cuidaremos dele.” Meu irmão permaneceu três dias na Toca. Ele faleceu. Contudo, a morte do meu irmão fez com que voltássemos para a Igreja Católica. Começamos a frequentar a Toca de Assis como leigos. E conhecemos Jesus Sacramentado de uma maneira muito linda. Logo após o falecimento, o guardião me chamou e disse que não sabia porquê tinha aceito o meu irmão na Toca. Explicou-me que ele estava em estado terminal e não era a missão da casa. Ele tinha família... Entretanto, o guardião me explicou que o coração dele pediu e aceitou acolher o meu irmão. Hoje, sei o porquê do acolhimento... Nós nos encantamos por Jesus de uma maneira tão forte, que queríamos estar sempre na Toca. Tínhamos a vontade de ajudar às irmãs e aos irmãos. Fazíamos o que estava dentro de nossas condições. Era uma alegria vê-los tão felizes fazendo o bem ao próximo. Conhecemos muitas casas da Toca pelo Brasil e fizemos muitos amigos. Quantas amizades em Cristo, quantos irmãos e irmãs estiveram em nossa casa! Onde estaria eu, Senhor? Se não fosse o Teu Amor... A Toca nos ensinou a enxergar Jesus no rosto de cada irmão. Não somente o que está na rua. Meu irmão tinha casa, mas se encontrava em uma situação de rua dentro da própria casa. Hoje, vejo como Deus agiu em nossas vidas. Meu irmão faleceu em um lugar no qual morava Jesus. Ele conheceu Jesus e fez com que O conhecêssemos através da sua dor. Em Natal, não há mais casas da Toca, mas continuamos com o grupo de leigos. Realizamos as Pastorais de Rua, Cenáculos, Adoração e o Natal dos irmãos em situação de rua. Participamos ativamente na igreja e somos os coordenadores do grupo de leigos. Agradeço a Deus por ter colocado a Toca de Assis em minha família. Somos uma família feliz por servir ao Nosso Senhor Jesus Cristo. Tudo o que aprendemos foi através da Toca de Assis. Marco, Iris e Renata: família de Leigos.
LITURGIA O Amém
“E todos os anjos estavam ao redor do trono, e dos anciãos, e dos quatro animais; e prostraram-se diante do trono sobre seus rostos, e adoraram a Deus, dizendo: Amém. Louvor, e glória, e sabedoria, e ação de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo o sempre. Amém”. (Ap 7,11-12)
Durante toda a celebração da Santa Missa, temos algumas palavras que não são do nosso vocabulário. Uma delas é a palavra Amém. A palavra Amém é de origem hebraica e significa: Assim seja! Eu acredito! Portanto, quando terminamos uma oração, sempre vem em seguida o Amém. Ou seja, concordamos com tudo aquilo que ouvimos e recitamos. Na celebração Eucarística não é diferente. Contudo, devemos ter atenção com relação ao Amém mais importante (se assim podemos dizer). É o Amém após a doxologia. Este Amém difere dos demais por ser uma conclusão da entrega do Sacrifício Eucarístico pelas mãos do sacerdote. Em algumas igrejas, esta parte da Missa é cantada, para demonstrar a sua importância. Nos tempos atuais, temos que tomar o devido cuidado para que as palavras que professamos não se tornem algo vago e sem vida. As palavras que professamos deve ser um apoio que nos ajude no alcance de uma Fé firme e verdadeira. Que Deus nos ajude com Sua graça para que possamos dar o nosso verdadeiro Amém ao seu plano de Amor e Salvação. Novembro/2013
5
ORAÇÃO “Jesus, Que nada me separe de Ti, nem a vida, nem a morte. Seguindo-Te em vida, ligado a Ti com todo amor, seja-me concedido expirar contigo no Calvário, para subir contigo à glória eterna; Seguirei contigo nas tribulações e nas perseguições, para ser um dia digno de amar-Te na revelada glória do Céu; para cantar-Te um hino de agradecimento por todo o Teu sofrimento por mim. Jesus, Que eu também enfrente como Tu, com serena paz e tranquilidade, todas as penas e trabalhos que possa encontrar nesta terra; uno tudo a Teus méritos, às Tuas penas, às Tuas expiações, às Tuas lágrimas a fim de que colabore contigo para a minha salvação e para fugir de todo o pecado – causa que Te fez suar sangue e Te reduziu à morte. Destrói em mim tudo o que não seja do Teu agrado. Com o fogo de Tua santa caridade, escreve em meu coração todas as Tuas dores. Aperta-me fortemente a Ti, de maneira tão estreita e tão suave, que eu jamais Te abandone nas Tuas dores. Amém!” 6
Bento XVI São Pio de Pietrelcina Novembro/2013
CORAÇÃO DA TOCA
“Renuncie aos desejos e encontrará e o que seu coração deseja.” (São João da Cruz)
M
eu nome é irmã Maria Gleice de Jesus e moro na Casa de Nazaré, extensão da casa de Governo Santa Catarina de Sena, Campinas- SP. Sou natural de Castanhal - PA. Estou no Instituto das FPSS há onze anos. Quando tinha uns quinze anos, comecei a sentir uma inquietação quanto à vida religiosa. Tendo uma família católica praticante, também comecei cedo a me engajar na paróquia. Fui catequista, participei do Caminho NeoCatecumenato, da RCC e também do Apostolado de Oração. Tinha uma vida intensa na comunidade. No entanto, em certo momento “me dei conta” que, mesmo participando de tantas atividades, sentia a necessidade de me doar mais, servir mais. Então, percebi que Deus me chamava para algo mais, para ser só Dele. Busquei ajuda e iniciei o processo vocacional com as irmãs do Preciosíssimo Sangue. Até esse momento, não conhecia a Toca de Assis. Durante o processo vocacional, tive muitas dúvidas; queria ser jornalista, casar, formar família, ter muito filhos. Eu costumava dizer que queria ter um time de futebol, queria ter mais de 10 filhos. Entretanto, atualmente, nem consigo contar a imensidão de filhos espirituais que meu Amado Esposo me concedeu. Renunciei o amor de um homem para amar a todos. Valeu a pena e está valendo. O momento decisivo aconteceu durante um retiro de convivência do Caminho NeoCatecumenato.
Em umas das catequeses o Evangelho era o de Mt 10,37-39 no qual eu me sentia desafiada por Jesus, pois Ele dizia que aquele que amasse seu pai e sua mãe mais do que a Ele não era digno dEle. Jovem gosta de desafio! Naquele momento, eu disse para Jesus: “eu renuncio, eu deixarei meus pais e Te seguirei”. Essa era a pedagogia de Deus para me chamar. Caí direitinho na sua rede. Depois de um período, ingressei como vocacionada das irmãs. Após um ano de caminhada com elas, conheci a Toca de Assis através da TV Canção Nova. Posso dizer que foi amor à primeira vista. Fiquei encantada e vi na Toca as respostas para muitos questionamentos carismáticos. Encerrei o caminho com as Irmãs do Preciosíssimo Sangue e comecei o caminho vocacional com as Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento. No início, a distância dificultou. Mas, cada dia o Senhor me seduzia mais e mais e já não podia resistir, dizer não. Participei do retiro vocacional em junho de 2002 e fui acolhida.
Gratidão!
Nesses onze aninhos de caminhada, tenho vivido muitas experiências marcantes que confirmam meu chamado à vida religiosa. Uma dessas experiências foi cuidar de uma senhora chamada Rosa que morou em Fortaleza. Ela tinha câncer e chegou à nossa casa com a doença em estado avançado. Era uma senhora sofrida e agressiva, mas, aos poucos, foi transformada pelo Amor de Deus. Ela faleceu no dia primeiro de janeiro: dia da Mãe de Deus em estado de graça. Fiquei responsável por ela até o dia da sua partida para junto do Pai. Posso dizer com certeza: tive em minhas mãos o Senhor chagado; Ele me concedeu a graça de cuidar de Suas feridas. Sou muito feliz. Sou uma pessoa realizada. Não me arrependo de ter deixado pai, mãe, família, amigos... Na realidade, não os deixei: entreguei-os ao Senhor para encontrá-los definitivamente no Céu. Eu acredito na palavra do Senhor: “crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua família (At 16,31)”. Hoje tenho a missão de dar assistência espiritual aos leigos, às famílias. Em um momento de oração, o Senhor me disse: “cuida dos meus e Eu cuido dos teus”. E, nós dois, firmamos esse acordo. Seguramente, que Ele tem cuidado melhor que eu. Não posso me esquecer de que Ele é Deus. Contudo, tenho me esforçado, pois “é no seio das famílias que se prepara o destino das nações”!(Papa Leão XIII).Sou muito grata a Deus pelo meu chamado e por este carisma. Sou grata à minha família que me levou para a Igreja, me conduziu aos sacramentos. Sou grata àqueles que fizeram, e fazem parte da minha história. É por vocês, também, o meu “sim” de cada dia. Testemunho da Irmã Maria Gleice, da Missão Casa de Nazaré- Campinas/SP
TOCA EM RETALHOS
M
eu é Paulo Miguel de Lima, tenho 64 anos, fui acolhido da Toca de Assis por dois anos. Antes de conhecer a Toca, eu tinha uma família, mas os problemas da vida nos fez separar (muitas brigas, bebidas, traição, ignorância, violência) e fui morar na rua. Com o passar do tempo fiquei doente e precisando de ajuda, foi ai que conheci a Toca de Assis, e os irmãos me acolheram, e cuidaram de mim. Fiz uma cirurgia, acompanhado pelos irmãos, e sou muito grato a eles. A Toca fechou aqui na minha cidade, e eu era acolhido na época do seu fechamento, os irmãos queriam me levar para outra Toca em outro Estado, por minha opção voltei para rua, mas voltei diferente de quando sai de casa e fui para rua, pois hoje conheço Jesus e Nossa Senhora. O grupo de leigos que já me ajudavam quando morava com os irmãos, continuaram me ajudando, vejo neles a presença de Deus, me ajudando. Frequento todos os Cenáculos que eles fazem, e me sinto muito amado, pois mesmo na minha condição, eles me levam aonde vão, me acompanham nos médicos quando preciso, compram meus medicamentos, me ajudam muito. Atualmente eu trabalho com reciclagem e me aposentarei neste ano, e terei a minha casa. E digo: não é porque você está na rua que você vai esquecer de Deus. Eu rezo todos os dias o meu terço e me entrego a Nossa Senhora para que ela possa interceder por mim cada vez mais e também pelo Leigos da Toca (a minha família). foi na casa da toca que aprendi a rezar. Tenho muita gratidão por tudo que fizeram e fazem por mim, que Deus proteja a Toca de Assis sempre.
Pastoral dos Leigos
Testemunho do ex-acolhido, Paulo Miguel de Lima
TOCA EM AÇÃO
A fraternidade Toca de Assis tem animado e incentivado os leigos que desejam servir à Igreja através do serviço aos pobres. Dessa forma, eles experimentam a vivência do carisma dos Filhos e Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento. Mesmo nas localidades nas quais não temos casas religiosas, existe o trabalho e a missão com os leigos. A missão dos leigos é viver o carisma de “exaltar e reparar o Santíssimo Sacramento do Altar, buscando e promovendo a plena participação do Sacrifício Eucarístico e o seu prolongamento através da adoração”. (Artigo 2 das constituições da FPSS). “Aliviar o sofrimento dos pobres abandonados em situação de rua, buscando a restauração de sua dignidade de filhos de Deus”. A exemplo de São Francisco de Assis, amar a Santa Mãe Igreja, manifestando a alegria de fazer parte Dela. Nas cidades em que realizamos o trabalho com os leigos, eles estão organizados em grupos e realizam a Adoração, o Cenáculo e a Pastoral de Rua. Temos uma irmã responsável pela assistência espiritual e pastoral dos grupos. Entre em contato e faça parte você também! Faça parte dessa família franciscana!
“Com a força que brota da oração, a família transforma-se numa comunidade de discípulos e missionários de Cristo. Nela acolhe-se, transmite-se e irradia-se o Evangelho.” Papa Bento XVI
Novembro/2013
7
ARTIGO ESPECIAL
A Encíclica Lumen Fidei vem como um sopro de esperança e encorajamento à todos os cristãos. Ela também está em consonância com Ano da Fé, que encerra-se no dia 24 deste mês.
Lumen Fidei,
a primeira encíclica do Papa Francisco O Papa Francisco presenteou toda a Igreja com o lançamento da Encíclica Lumen Fidei (A Luz da Fé), documento que encerra a trilogia das virtudes teologais, iniciada por seu predecessor, o Papa Emérito Bento XVI. No texto escrito a quatro mãos é perceptível a finura teológica de Ratzinger e a sensibilidade pastoral de Bergoglio. Nele, o Santo Padre apresenta a luz da fé como um caminho a ser percorrido por todo fiel, sendo ela “a expressão com que a tradição da Igreja designou o grande dom trazido por Jesus Cristo”. A fé, pontifica o Papa, não é um obstáculo à razão ou à ciência, embora a mentalidade moderna a conceba erroneamente assim. É antes uma luz que ilumina e alarga a visão do ser humano sobre as realidades hodiernas, uma vez que para ser verdadeiramente luz, “não pode dimanar de nós mesmos; tem de vir de uma fonte mais originária, deve porvir em última análise de Deus”. Com esse ensinamento, Francisco fulmina a atitude arrogante do homem - principalmente de certos teólogos que quer fazer de si mesmo a única e própria medida. Neste sentido, insiste o Santo Padre, “urge recuperar o caráter de luz que é próprio da fé, pois, quando a sua chama se apaga, todas as outras luzes acabam também por perder o seu vigor”. O diagnóstico da Lumen Fidei acerca do pensamento moderno é de precisão cirúrgica, ainda mais quando se tem em mente aquela desertificação da fé tão denunciada por Bento XVI. E é aí que se percebe, mais uma vez, a harmonia entre Francisco e os seus predecessores. Com efeito, vale mencionar a citação de Teodoro W. Adorno sobre a fé no progresso técnico, feita pelo Papa Emérito na Encíclica Spe Salvi: “este, visto de perto, seria o progresso da funda à megabomba”. Desse modo, só há verdadeiro progresso quando ele está alicerçado nas bases indicadas pela luz que emana de Cristo. E é assim que, recorda Francisco,
“o olhar da ciência se beneficia da fé: esta convida o cientista a permanecer aberto à realidade, em toda a sua riqueza inesgotável”. Ademais, o caminho iluminado pela luz da fé não é solitário, pois “quem crê, nunca está sozinho”. Portanto, o seu lugar comum é dentro da Igreja, pois é dela que a humanidade recebe a plenitude dos meios da salvação e é também a partir dela que o homem os transmite. Visto que “só é possível responder 'creio' em primeira pessoa, porque se pertence a uma comunhão grande, dizendo também 'cremos'”, negar a Igreja significa negar Cristo. É, pois, imperioso para todo cristão não somente assumir, mas também defender todos os artigos do depósito da fé, do qual a Igreja é a primeira guardiã, “precisamente porque todos os artigos da fé estão unitariamente ligados” e, sendo assim, “negar um deles - mesmo dos que possam parecer menos importantes - equivale a danificar o todo”. A fé pressupõe um encontro pessoal com a Pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo e com ele, o seu amor, que é justamente a sua essência. A fé procura o bem comum e desperta na consciência humana a verdade impressa em seu coração pelo próprio Deus, iluminando, assim, todas as realidades, desde o matrimônio entre um homem e uma a mulher às demais circunstâncias da existência do homem. A fé age como um consolo a todos aqueles que são oprimidos pela realidade do pecado e pelos males do mundo. A fé, unida à verdade, conduz à Jerusalém Celeste, destino para qual tendem todos os que estão inseridos no Corpo do Único e Verdadeiro Salvador, “em que se revela a origem e consumação da história”. Enfim, afirma a Lumen Fidei, a fé, juntamente com a caridade e a esperança, “projeta-nos para um futuro certo, que se coloca numa perspectiva diferente relativamente às propostas ilusórias dos ídolos do mundo, mas que dá novo impulso e nova força à vida de todos os dias”. Fonte: Equipe Christo Nihil Praeponere http://padrepauloricardo.org
QUALIDADE DE VIDA
Qualidade Humana
Muito se fala atualmente de qualidade, se cuida da qualidade dos produtos: alimentos, roupas, móveis, ferramentas, transporte, todos passam por um “rigoroso controle de qualidade”, mas o que dizer da “Qualidade Humana”? Dizem de uma pessoa que tem uma “grande qualidade humana” quando é gentil, amigável, colaboradora, sensível às necessidades dos outros, disponível, carinhosa, pronta para ajudar, alguém com quem pode contar sempre e cujo exemplo é digno de imitar se. Pode-se definir a qualidade humana como a capacidade de uma pessoa para assumir os outros como eles são, aceitar e compartilhar com todos em um contexto de respeito e dignidade.Implica autenticidade, optar por um estilo de vida consistente com quem eu sou,o que eu sinto e o que penso. 10
Novembro/2013
A qualidade humana não é o resultado do prestígio ou o rendimento recebido, mas a luta constante para se tornar seres humanos plenamente desenvolvidos, éticos, conscientes e úteis para nós mesmos e para sociedade. Alcançá-la envolve viver três dimensões fundamentais: Pensar, centrar a atenção sobre o que eu faço aqui e agora. Sentir profundamente, amo o que faço. Vontade para fazer cada uma de minhas ações com coerência e autenticidade. Seu fundamento é a empatia, ou seja, a capacidade que permite que eu me coloque no lugar do outro, isso me faz consciente de sua realidade e me sensibiliza com ele. A empatia leva-me a lutar, não só para o meu bem e para o bem dos meus, mas para o bem-estar dos outros, de toda a humanidade, em uma atitude de serviço.
São os seus valores: Respeito para aceitar todos como eles são, tendo as diferenças individuais como fonte de enriquecimento. Consistência, agir consciente de que minhas ações têm consequências sobre mim e os que me rodeiam e estar disposto a assumir. Sinceridade, é a expressão externa do que realmente penso, sinto e sou, o que permite a verdadeira comunicação e a paz de espírito sabendo que estamos profundamente aceitos. Serviço, Dar e se dar, sem esperar nada em troca é um compromisso da parte da minha consciência de ser no mundo, um mundo feito por seres humanos como eu, com quem compartilho a luta para fazê-lo melhor cada dia, com mais e melhor qualidade humana. Dar, compartilhar, amar, servir, ajudar, são fundamentais para a natureza humana e garantir a sua qualidade. Yolanda Alfaro Psicóloga; Voluntária na Casa “Bom Samaritano” em Quito-Ecuador
V
Modéstia emocional. Já pensou nisso?
ocê já pensou que a modéstia não é apenas algo que diz respeito ao físico? Os seres humanos são seres compostos, o que significa dizer que são feitos de corpo e alma. Por isso, é importante saber que tanto virtudes quanto vícios se relacionam com o corpo e com a alma ao mesmo tempo. Eu gostaria de falar, portanto, sobre a virtude da modéstia. O Catecismo da Igreja Católica diz no parágrafo 2523: “Existe uma modéstia (pudor) dos sentimentos, como existe a do corpo”. A modéstia relacionada com o lado físico das coisas não é novidade para a maioria das pessoas, mas eu aposto que a “modéstia emocional” talvez seja algo que você não pensou muito ainda. Assim, o que é a modéstia emocional? Para começar, eu gostaria de falar sobre como os homens podem se comportar em termos de modéstia emocional para com as mulheres. Por exemplo, quando um homem começa a lançar elogios para o jeito de uma mulher, ou dando muita atenção a ela, compartilhando sua história de vida, procurando estar perto dela em um evento, gastando tempo com ela, ou conversando com ela por longos períodos de tempo sobre vários assuntos, ela pode simplesmente pensar que ele está sinalizando um interesse nela. Nesse ponto, um homem pode pensar que estava apenas sendo amigável, mas uma mulher pode ficar bastante chateada se o sinal não leva a nenhuma ação concreta. Na verdade, é bem possível que, se os sinais continuam, ela venha a abrir seu coração para o homem. Logo ela vai perceber que ele pode estar sinalizando, mas não tem intenção de agir em nada. Ainda assim, quando ela perceber a realidade, já vai estar envolvida, já vai ter investido emocionalmente. Do mesmo modo, uma mulher precisa olhar com cuidado para suas “manobras”. Vamos analisar os sinais da mulher. Se uma mulher estava vestida de forma provocante e flertando demais com o olhar, ao mesmo tempo em que distribuía toques suaves e gentis, um homem pode ter a impressão de que ela estava interessada nele, ou pelo menos, convidando-o a estar. Não é apropriado ser “manipuladora” através da falta de modéstia física ou emocional. Às vezes, as mulheres são rápidas demais em compartilhar sentimentos com o sexo oposto, especialmente quando o relacionamento tem um caráter romântico.
ATUALIDADE
O coração deve ser velado (guardado, escondido) tanto quanto o corpo, porque ambos são mistérios a serem oferecidos no devido tempo. Quando uma mulher não consegue proteger seu coração, ela pode acabar se sentindo usada. Portanto, a modéstia do corpo e a modéstia do coração são mutuamente importantes, e se aplicam a ambos os sexos. Ainda no Catecismo, 2521, lemos: “A modéstia (pudor) preserva a intimidade da pessoa. Significa recusar-se a revelar aquilo que deve ficar escondido”. A primeira intenção dessa frase diz respeito, com certeza, ao corpo. Entretanto, eu acredito que isso pode ser tratado também em termos de modéstia emocional. Homens e mulheres devem guardar os seus corações. O coração deve “permanecer oculto” até que ele ou ela esteja(m) pronto (as) para entregá-lo como dom no casamento. A Bíblia declara que o coração é uma fonte de vida (Provérbios 04,23). Porque iríamos sequer cogitar partilhar esse dom e seduzir alguém a fazer o mesmo, quando as nossas intenções ainda não estão purificadas? Claramente, Deus leva a sério os nossos corações. Então, devemos nós também levar a sério. O parágrafo 2522 continua dizendo que “A modéstia (pudor) protege o mistério das pessoas e de seu amor”. Dito isto, pode-se dizer como a falta da modéstia emocional deixa o mistério da pessoa e do seu amor desprotegidos. O compartilhamento de corações deve ser reservado para aquele que vai ser o (a) guardião (ã) do seu coração: seu marido ou sua esposa. O parágrafo continua explicando que a modéstia “convida à paciência e à moderação na relação amorosa”. Finalmente, “[a modéstia] pede que sejam cumpridas as condições da doação e do compromisso definitivo do homem e da mulher entre si”. Esse tipo de expressão de amor é encontrado no enlace matrimonial, quando homem e mulher se tornam uma só carne. Essa união se expressa em todos os níveis da pessoa. Assim, é importante cobrir nossos corpos a fim de fazer uma oferenda pura ao nosso marido ou esposa, mas é também essencial que se encubra (que se vele) também o coração através da modéstia emocional, até que tal expressão de amor (como diz no Catecismo) possa ser perseguida com nobreza, e então consumada na união Por Jennessa Durney sacramental. Fonte: http://pantokrator.org.br/
Novembro/2013
11
TOCARTE
Produções
Hollywoodianas N
otaram que o novo Superman foi totalmente repaginado? Novo figurino, novidades no roteiro. Até o velho Superman teve que se render à onda das superproduções de Hollywood que traz à tona nossos amigos da infância. Todos eles estão de volta: o Homem Aranha, o Homem de Ferro, o Capitão América, o Lanterna Verde (que nem fez tanto sucesso nem em nossa infância, nem agora), os X Men (especialmente o Wolverine que ganhou duas superproduções), o Incrível Hulk... Não podemos nos esquecer do Batman, que foi quem iniciou esse ciclo. Mas, não estou aqui para fazer crítica de nenhum desses filmes. Gostaria de chamar sua atenção e fazer uma comparação especial com relação ao novo filme do Superman (chamado “Homem de Aço”). Se você ainda não assistiu, eu faço o convite para que o assista. Esse novo filme tem um roteiro que foge um pouco do tradicional e faz com que o Homem de Aço se aproxime mais de nossa realidade. Essa mudança gera uma reação diferente da que costumávamos ter nos filmes anteriores. No passado, o Superman era aquele ser “separado” da realidade que se escondia na figura de um jornalista para passar as horas livres e ganhava a vida salvando os pobres seres humanos de seus próprios problemas. Este de agora, parece alguém mais próximo de nós. Ele sofre, ele tem conflitos e faz escolhas. Ele, em nenhum momento, quer ser diferente dos outros. Quer ser igual em tudo. O roteiro também mostra conflito quando ele pode salvar o mundo, mas percebe que os homens não merecem. Em uma cena dentro de uma igreja, ele se aconselha com um padre e este lhe diz que, por mais que os homens não mereçam a sua escolha pode mudar o rumo da história. Por mais que esse novo Homem de Aço seja uma mescla de “2012” com “Superman”, ele tem muito a nos ensinar. Em vários momentos do filme, nos lembramos de que um Homem (um super Homem) mudou o rumo da nossa história sem que nós merecêssemos. Este super Homem que quis ser como nós; nos salvou de nossas escolhas erradas; nos deu um novo sentido para a vida. Ele não usava um super traje, nem levantava carros e navios. Removeu muitas pedras e curou muitas feridas. Nós, por mais que não entendamos, passamos a vida tentando imitá-Lo. O maior super poder que queremos ter não é voar ou ter uma super força: nós queremos ter a capacidade de amar.A nossa busca é que, um dia, tenhamos um “S” estampado no peito. Um “S” de Super, um “S” de salvo, um “S” de santo. O Homem de Aço pode nos ensinar muitas lições. A maior delas é que talvez o nosso “Super” esteja sempre perto para nos ajudar quando precisarmos, ainda que não mereçamos. Dica: Assista ao filme Homem de Aço. Será interessante avaliar a produção a partir de outro ponto de vista.
Irmão Tarcísio, FPSS ministrosp@fpss.org.br
Pasto,2013
DIÁRIO DO PEREGRINO
Em vinte de agosto, cheguei, através o da santíssima providência de Deus, a esta cidade chamada Pasto, na Colômbia. Estou a duas horas da fronteira com o Equador. Entretanto, devidos às manifestações agrárias que estavam acontecendo, todas as rodovias que dão acesso a Pasto e às demais cidades, estão fechadas por camponeses. Assim, estou “ilhado” aqui, esperando que o governo tome as devidas providências para que eu possa continuar minha peregrinação. Os problemas são graves! Na cidade e nas rodovias, acontecem saqueamentos, roubos, de automóveis são queimados, sequestros... O que me resta é esperar. Enquanto não acontece a liberação das rodovias, permaneço na cidade de continuo com a minha missão. Recebi acolhida em uma casa de família. Eles cuidam de mim como se eu fosse um dos seus. Todas as manhãs, faço minhas orações diárias. O período da tarde é reservado para adorar Jesus. A adoração é realizada numa igreja perto da casa de família. Nesta igreja está o Santíssimo Sacramento exposto. Depois da adoração, participo da Santa Missa. As pessoas me conhecem, o carisma que eu pratico e a maneira pela qual eu cheguei até Pasto, peregrinando. Elas me convidam para que eu dê testemunho sobre a Santa Providência e sobre a pobreza de Cristo, através da minha vida consagrada. Frequentemente vou a grupos de oração para fazer pregações. A maioria das vezes, dou testemunho desta vida “tão deferente” que vivo. Contudo, é uma vida tão atual quando lemos o Evangelho ou conhecemos um pouco sobre a vida de São Francisco. Acontece, também, de as famílias me convidarem para conduzir a oração do Santo Rosário (Cenáculo) e, depois, ler o Santo Evangelho. De uma forma bem familiar, faço um momento de reflexão com eles. Procuro relacionar o Evangelho para o carisma, de forma que fomente em seus corações, o amor a Jesus Eucarístico e aos pobres. Os pobres é o motivo maior desta missão. Às vezes, sou convidado para alguma refeição, da mesa forma como acontecia com Jesus (Lc 10,38-42). Do mesmo modo que Jesus partilhava a Vida Eterna com aqueles que O convidavam, também partilho sobre o Amor de Deus e sua Providência que jamais nos abandona. Geralmente, me perguntam como confiar em Deus e não ter medo de se “jogar” em Suas mãos, com tanta intensidade. Então, entro no mistério maior. Falo da Santa Missa, da adoração e do Santo Rosario. Explico que nesses três elementos, eu encontro forças para realizar este “abandono” em Deus. Com esta forma simples de pregar o Evangelho, toca os corações das pessoas. Vejo as maravilhas que Deus pode fazer através de instrumentos tão fracos. O próprio caminhar pelas ruas, também é uma forma muito eficiente de evangelizar! Algumas vezes, saio pela cidade para conhecer e faço um momento de adoração em cada igreja. Aproveito para encontrar os pobres e ficar um pouco com eles (Mt 20,30-34.)– Como o Senhor sempre providencia, - encontro alguns “Nicodemmos” pelas ruas (Jo 3,1-21). São aquelas pessoas que por um curto período de tempo, devido à curiosidade, param para saber quem sou, de onde sou, por que estou tão longe de casa, qual a motivação para que eu faça tal coisa. A resposta sempre é a mesma: Jesus Eucarístico. Adorado seja Nosso Senhor Jesus Cristo Eucarístico. Por Ele, vale cada gota de suor e as pedras do caminho! Vale os apuros e as privações! As negações e as humilhações! Vale a pena a dor e o Amor! Por Ele, tudo vale a pena. Melhor ainda: vale a vida. Com a Santa Mãe de Deus, sigo adiante.
IrmãoFrancisco FPSS
Mural da
Visite o nosso site: http://tocadeassis.org.br
Pastoral dos Leigos Grupos de: Natal/RN; Guarapuava/PR; Campos dos Goytacazes/RJ; Recife/PE.
14
Novembro/2013
Novembro/2013
15
Foto: Leonardo de Souza
Porque a rua não deve ser a casa de ninguém! “É maior alegria dar que receber.” Atos 20,35